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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA

Portal Educação

CURSO DE
PEDREIRO

Aluno:

EaD - Educação a Distância Portal Educação

AN02FREV001/REV 4.0

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CURSO DE
PEDREIRO

MÓDULO IV

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do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

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MÓDULO IV

5 FERRAMENTAS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

As ferramentas de construção civil, utilizadas pelos pedreiros, são elementos


importantes que dão apoio a sua atividade e possuem usos específicos para
diversas situações.
Recomenda-se que as ferramentas estejam sempre em boas condições de
uso e que sejam limpas ao final de cada jornada de trabalho.
A seguir, serão apresentadas de maneira ilustrativa as principais
ferramentas utilizadas pelo pedreiro.

FIGURA 93 - CARRO DE MÃO PARA TRANSPORTE DE MATERIAIS

FONTE: Disponível em: <http://www.representacoesfreitas.com.br/produtos.aspx?id=25>.


Acesso em: 22 jan. 2013.

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FIGURA 94 - COLHER DE PEDREIRO

Serve para colocar a argamassa de rejuntamento ou revestimento. O concreto, desde que em


pequenas espessuras, pode ser movimentado com uma colher – por exemplo, dentro de um carrinho
de mão. Serve ainda para cortar tijolos ou blocos de concreto em tamanhos adequados ao
preenchimento de pequenos vãos.
FONTE: Disponível em: <http://resisteepi.com.br/detalhe_produto.aspx?idproduto=218>. Acesso em:
22 jan. 2013.

FIGURA 95 - DESEMPENADEIRA METÁLICA LISA

Serve para acabamento liso da argamassa aplicada.


FONTE: Disponível em: <http://resisteepi.com.br/detalhe_produto.aspx?idproduto=224>.
Acesso em: 22 jan. 2013.

FIGURA 96 - DESEMPENADEIRA DE MADEIRA

Serve para desempenar a argamassa aplicada.


FONTE: Disponível em: <http://www.momfort.com.br/produtos_desempenadeiras.html>.
Acesso em: 22 jan. 2013.

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FIGURA 97 - COLHER DE PEDREIRO TRIANGULAR

Para lançamento do chapisco.


FONTE: Disponível em: <http://www.disavel.com.br/Produto/06677/colher-de-pedreiro-triangular-10-
vonder/>. Acesso em: 22 jan. 2013.

FIGURA 98 - ENXADA

Empregada para abertura de valas de fundação e na mistura manual de argamassas ou concretos.


FONTE: Disponível em: <http://www.construfacilms.com.br/subcategoria-
produto/?id_subcategoria=101&id_categoria=19>. Acesso em: 22 jan. 2013.

FIGURA 99 - ESQUADRO

Utilizado para verificar alinhamento e ângulos retos das valas de fundações ou alvenarias.
FONTE: Disponível em: <http://blogdalouca.blogspot.pt/2010/08/fora-de-esquadro.html>.
Acesso em: 22 jan. 2013.

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FIGURA 100 - MANGUEIRA DE NÍVEL

Usada para medir o nível da edificação.


FONTE: Disponível em: <http://www.momfort.com.br/produtos_mangueiras_de_nivel.html>.
Acesso em: 22 jan. 2013.

FIGURA 101 - MARTELO

Em serviço de pedreiro, o martelo serve para colocação ou remoção de pregos ou pinos.


FONTE: Disponível em: <http://jmferramentas.com/produto/Martelo-de-Pedreiro-para-Cortes-
500g.html>. Acesso em: 22 jan. 2013.

FIGURA 102 - PÁ

para enchimento de recipiente (lata ou carrinho) com areia, brita ou cimento, mistura de argamassa
ou concreto e colocação do concreto nas valas de fundações ou fôrmas.
FONTE: Disponível em:
<http://www.joag.com.br/index.php?manufacturers_id=84&osCsid=5a7bf10e6ddd5cd0eaf20c4455948
a65>. Acesso em: 22 jan. 2013.

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FIGURA 103 - PENEIRA

Para peneirar areia e remover impurezas diversas.


FONTE: Disponível em: <http://www.materiais-para-construcao.com/anuncio/peneira-para-garimpo/>.
Acesso em: 22 jan. 2013.

FIGURA 104 - PICARETA

Utilizada para acerto do terreno e abertura de valas de fundações.


FONTE: Disponível em: <http://www.famastiltaurus.com.br/picareta-agricola-e-pesada-cod-1458>.
Acesso em: 22 jan. 2013.

FIGURA 105 - NÍVEL

Serve para verificar o nivelamento (horizontalidade) ou prumo (verticalidade) das


fiadas ou paredes.
FONTE: Disponível em: <http://resisteepi.com.br/detalhe_produto.aspx?idproduto=239>.
Acesso em: 22 jan. 2013.

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FIGURA 106 - PRUMO DE CENTRO

Para verificação do prumo e centro de um pilar.


FONTE: Disponível em: <http://www.cosal.com.br/secao.php?ancora=23&titulo=Constru%E7%E3o>.
Acesso em: 22 jan. 2013.

FIGURA 107 - LINHA DE NYLON DE PEDREIRO

Necessária para a demarcação das valas de fundação no terreno e das paredes sobre os alicerces.
Serve ainda para orientar a colocação na horizontal das fiadas – quando são esticadas entre pregos
ou pinos ou presas em peças não assentadas.
FONTE: Disponível em: <http://www.cosal.com.br/produto_descricao.php?produto=313&ancora=23 >.
Acesso em: 22 jan. 2013.

FIGURA 108 - TRENA

Para medição da edificação.


FONTE: Disponível em: <http://www.cosal.com.br/produto_descricao.php?produto=329&ancora=23 >.
Acesso em: 22 jan. 2013.

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FIGURA 109 - PRUMO DE FACE

Utilizado para verificação da verticalidade de uma alvenaria.


FONTE: Disponível em: <http://www.cosal.com.br/produto_descricao.php?produto=318&ancora=23 >.
Acesso em: 22 jan. 2013.

FIGURA 110 - METRO DE MADEIRA

FONTE: Disponível em: <http://www.cosal.com.br/produto_descricao.php?produto=317&ancora=23>.


Acesso em: 22 jan. 2013.

FIGURA 111 - DESEMPENADEIRA DENTADA

Para aplicação de argamassa.


FONTE: Disponível em: <http://www.cosal.com.br/produto_descricao.php?produto=311&ancora=23>
Acesso em: 22 jan. 2013.

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FIGURA 112 - SERROTE

Para corte de madeira


FONTE: Disponível em: <http://www.cosal.com.br/produto_descricao.php?produto=320&ancora=23 >.
Acesso em: 22 jan. 2013.

FIGURA 113 - TRINCHA

Para molhar superfícies


FONTE: Disponível em: <http://www.vassourasdalcin.com.br/acessorios/trincha-retangular-ref-
d078.html>. Acesso em: 22 jan. 2013.

FIGURA 114 - MARRETA

Usada para golpear a talhadeira para corte de concreto ou argamassa endurecida, ou corte de tijolos,
blocos ou peças cerâmicas.
FONTE: Disponível em: <http://resisteepi.com.br/detalhe_produto.aspx?idproduto=234>.
Acesso em: 22 jan. 2013.

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FIGURA 115 - TALHADEIRA

Utilizada para cortar tijolos ou blocos e abrir rasgos na alvenaria para colocação dos dutos (hidráulica
ou eletricidade). Serve ainda para remoção de argamassa endurecida.
FONTE: Disponível em: <http://resisteepi.com.br/detalhe_produto.aspx?idproduto=248>. Acesso em:
22 jan. 2013.

FIGURA 116 - PONTEIRA

Golpeada com uma marreta, realiza furos no concreto ou alvenarias.


FONTE: Disponível em: <http://resisteepi.com.br/detalhe_produto.aspx?idproduto=242>. Acesso em:
22 jan. 2013.

FIGURA 117 - TORQUÊS

Utilizado para dobragem e corte de arame cozido na amarração de ferragem


FONTE: Disponível em: <http://resisteepi.com.br/detalhe_produto.aspx?idproduto=252>. Acesso em:
22 jan. 2013.

FIGURA 118 - MACHADINHA

Para corte de madeira.


FONTE: Disponível em: <http://www.disavel.com.br/Produto/07801/machadinha-600g-tramontina-
master/>. Acesso em: 22 jan. 2013.

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6 LOCAÇÃO DA OBRA

O processo de locação de uma obra inicia-se pela marcação dos elementos


de fundação, tais como estacas, tubulões, sapatas, etc.

6.1 REFERÊNCIA DO LOTE NO TERRENO

Fixa-se uma linha nas estacas desse alinhamento (que é o primeiro


levantado em campo) e se obtém o alinhamento fixo. Loca-se o segundo
alinhamento do terreno (alinhamento móvel) utilizando o procedimento do esquadro:
amarra-se um pedaço de barbante no alinhamento fixo a 60 cm a partir do
cruzamento com o móvel, amarra-se também no alinhamento móvel um pedaço de
barbante a 80 cm do mesmo modo (a partir do cruzamento das linhas).
Estica-se uma trena ou escala com o zero da mesma partindo do ponto onde
está o barbante do alinhamento fixo até o comprimento de 1 metro (100 centímetros)
e movimenta-se o ponto do alinhamento móvel até coincidir com a medida de 1
metro da trena.
Crava-se uma estaca e estabelece-se assim o segundo alinhamento
(segundo lado do terreno).
Os demais lados, ou seja, os outros dois restantes, são obtidos das mesma
forma – sendo que o alinhamento móvel anterior passa a ser o alinhamento fixo.

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FIGURA 119 - POSICIONAMENTO DE ESTACAS E LINHA DE MARCAÇÃO

FONTE: ARRUDA,2010.

FIGURA 120 - EXEMPLO DE GABARITOS COM CAVALETES E CONTÍNUO

FONTE: ARRUDA, 2010.

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Em função da leitura da planta baixa, obtém-se as medidas dos recuos ou
afastamentos dos limites do lote até as paredes externas. Marcam-se os pontos
desses recuos nos alinhamentos do terreno fixando para isto pedaços de barbantes.
Estendem-se linhas passando pelos pontos marcados e cravam-se estacas
aprumadas afastadas de 50 cm dessas linhas.Estabelece-se assim o primeiro lado
do gabarito.

FIGURA 121 - ARMAÇÃO DO GABARITO

FONTE: ARRUDA, 2010.

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FIGURA 122 - CONCLUSÃO DO GABARITO

FONTE: ARRUDA, 2010.

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FIGURA 123 - ESQUADRO DA TABEIRA

FONTE: Disponível em: <http://www.flickr.com/photos/tecdaconstrucao/3793296535/>. Acesso em:


22 jan. 2013.

7 ESCAVAÇÃO DA OBRA

A escavação de uma obra corresponde a etapa de trabalhos com a criação


de furos e valas no terreno, conforme as indicações definidas em projeto para servir
a fundação.
A realização da escavação ocorre após o término da locação e definição de
níveis.
Com o uso de linhas, chamadas linhas de marcação, marca-se no terreno os
pontos a serem escavados. Para esta operação utiliza-se um cavador reto, tendo em
conta as dimensões e profundidades de projeto.

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FIGURA 124 - ESCAVAÇÃO COM VALAS

FONTE: ARRUDA, 2010.

A abertura das valas ou furos é feita com a utilização de picaretas,


cavadores e trados, aremoção do material com os pás e enxadas e a regularização
das faces das valas ou furoscom o cavador reto. Com o prumo de face encostado na
linha de marcação das valasobtém-se a verticalização das faces (bordas).
Na escavação dos furos, faz-se a medidaque se escava, a verificação da
prumada do trado para que o mesmo esteja em direçãovertical.
Com a utilização de uma escala medindo a altura da linha de eixo de parede
(que étambém a linha de nível pois o gabarito está nivelado) até a base da vala ou
furo, obtém-seo nivelamento da base conforme indicado na figura a seguir.

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FIGURA 125 - OUTRO EXEMPLO DE ESCAVAÇÃO COM VALAS

FONTE: ARRUDA, 2010.

O material escavado deve ser depositado a uma distância mínima de 50 cm


da borda davala, permanecendo neste local até ser utilizado como aterro ou ser
removido da construçãocaso não tenha utilidade.

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8 FUNDAÇÃO

Uma fundação é a sustentação de uma construção e possui a importante


função de transmitir os esforços da edificação ao terreno.
Há vários tipos de fundação: sapatas soldadas ou corridas, alvenaria de
pedra, blocos de concreto, estacas metálicas e de concreto armado, etc.
Para se escolher um tipo de fundação, deve-se proceder a um estudo
preliminar do tipo de solo e o tipo de cargas a edificação exige.

8.1 FUNDAÇÃO EM ESTACA BROCA

Com o gabarito construído, localizam-se os pregos de marcação das


paredes da casa edivide-se ao meio (7,5 cm de distância dos pregos) em seguida,
fixa-se um prego nesteponto obtendo-se assim o eixo da parede(ARRUDA et al.
2010).
Amarra-se uma linha de um prego de eixoao outro de uma mesma parede e
fazemos o mesmo para a parede que a encontra nomesmo canto.
No cruzamento das linhas é encontrado o eixo das estacas.

8.1.1 Locação das estacas

O eixo das estacas é transportado para o terreno por meio do prumo de


centro obtendo-se a marcação do local onde a mesma será construída.

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FIGURA 126 - LOCAÇÃO DAS ESTACAS

FONTE: ARRUDA, 2010.

A escavação é feita com a utilização de um trado e iniciada na parte mais


baixa do terreno.
A profundidade da primeira estaca é determinada medindo-se a altura entre a
linha de nível (que é a mesma do eixo das paredes) até a marcação da estaca no
chão, acrescentando-se a altura da estaca. Esta profundidade é a altura entre a linha
de nível e o fundo da estaca e será a mesma para todas as outras estacas.Ou seja, se
uma estaca tiver a profundidadede 2 m, e se a distância da linha de nível ao terreno
for 35 cm, a profundidade de todas as valas será de 2,35 m, a partir da linha de nível.
Realizadas a escavação das estacas, prepara-se o concreto com traço 1:3,
5:4 de cimento, areia e brita e lança-se um pouco no fundo das mesmas até a altura
de 4 cm.
Coloca-se a ferragem das estacas do início e do fim de uma parede com
espaçadores e aprumam-se as ferragens em relação ao cruzamento das linhas de
eixo. Alinham-se as estacas intermediárias de acordo com as das extremidades,
lança-se concreto nos furos e vibra-se (soca) com um pedaço de vergalhão até
chegar ao nível da estaca.

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FIGURA 127 - DETALHES DA LOCAÇÃO DE ESTACAS

FONTE: ARRUDA, 2010.

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8.2 VIGA BALDRAME

Faz-se o mesmo procedimento utilizado nas estacas para marcar no terreno


o eixo da parede que é também o eixo da viga. Marca-se com a escala 5 cm para
cada lado obtendo-se a largura da viga (10 cm) (ARRUDA, 2010).
Cravam-se piquetes ou vergalhões em cada marcação, estendem-se as
linhas entre os mesmos e faz-se, no chão, a marcação das valas.
Retiram-se as linhas e os piquetes e começa-se a escavação das valas com
pá e picareta, todas niveladas a 4 cm abaixo das estacas.
Prepara-se o concreto magro com o traço 1:5:5 de cimento, areia e brita,
lança-o na vala e nivela-se com um sarrafo apoiado nas estacas.
Após a colocação do concreto magro, montam-se as formas e colocam-se
as ferragens com espaçadores.
Prepara-se o concreto com traço 1:3,5:4 de cimento, areia e brita e lança-o
na forma até a alturada viga.

FIGURA 128 - VIGA BALDRAME

FONTE: ARRUDA, 2010.

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8.3 CONSTRUÇÃO DA CAMADA DE CONCRETO MAGRO

O concreto magro é uma camada de concreto fraco, de resistência baixa


com pouco cimento, muito agregado e pouca água, apresentando-se de forma
farofada (ARRUDA, 2010).
Sua função é regularizar a base da vala tornando-a nivelada, ocupando toda
a área que receberá a estrutura de uma fundação.
O concreto magro é utilizado em fundações do tipo sapata corrida, vigas
baldrames, etc.
Conferido o nível no fundo da vala, cravam-se piquetes ao longo da mesma
com altura de 5 cm e espaçamento máximo de 2 m (comprimento da régua em
média).
A altura que devemos cravar os piquetes, é igual à distância entre a linha de
nível ao fundo da vala menos 5 cm, ou seja, se a distância for de 52 cm, o piquete
será cravado até 47 cm.
Prepara-se o concreto magro no traço 1:5:5 de cimento, areia e brita e lança-
se nas valas até a altura dos piquetes. Espalha-se o concreto com a colher de
pedreiro e nivela com a régua de alumínio sarrafeando na altura do piquete.
Com um soquete, apiloa-se (soca-se) o concreto para que a camada se
torne firme ao chão da vala.

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FIGURA 129 - APLICAÇÃO DO CONCRETO MAGRO

FONTE: ARRUDA, 2010.

8.4 CONSTRUÇÃO DE SAPATAS CORRIDAS

A sapata corrida é um tipo de fundação em concreto armado, ou seja,


concreto com ferragens, que serve para suportar todo o peso da construção.
Ela é construída sobre uma camada de concreto magro e suas dimensões
dependem do porte das obras. Sobre a camada de concreto magro, colocam-se as
ferragens da sapata corrida com os espaçadores (calços) para evitar o contato das
ferragens com a superfície do concreto magro.
Prepara-se o concreto estrutural (concreto resistente, forte) no traço 1:3,5:4
de cimento, areia e brita e lança-o dentro das valas sobre as ferragens. Espalha-se o
concreto com a colher de pedreiro, vibra (soca) o mesmo com uma haste de ferro ou
com a ponta da colhere faz -se o nivelamento a partir da linha de nível.
A medida da altura utilizada no nivelamento (altura da linha até a superfície
da sapata corrida) é obtida diminuindo a altura da linha de nível até a camada do
concreto magro com a altura da camada da sapata corrida.

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FIGURA 130 - CONSTRUÇÃO DA SAPATA CORRIDA

FONTE: ARRUDA, 2010.

8.5 CONSTRUÇÃO DE ALVENARIA DE BLOCO ESTRUTURAL

Os blocos estruturais são blocos de concreto pré-moldados, fabricados com


cimento, areia e pedrisco. São utilizados nas fiadas intermediárias da fundação com
a parede, como também, em todas as fiadas de uma parede (ARRUDA, 2010).
Sobre uma fundação em sapata corrida, molha-se a sua superfície, polvilha-
se com cimento e estende-se a linha de marcação do eixo das paredes que se
encontra marcado no gabarito. Assenta-se, em cada extremidade, um bloco
estrutural com argamassa de cimento e areia no traço de 1:5. No bloco deve ser
marcado seu eixo para que coincida a marcação do eixo do bloco com a ponta do
prumo de centro que sairá da linha de eixo da parede.

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8.5.1 Detalhe da prumada de centro da alvenaria de bloco estrutural

Com o bloco na direção do eixo das paredes, procede-se a operação de


prumada da face interna e do nivelamento conforme indicado na figura a seguir.

FIGURA 131 - DETALHE DA PRUMADA DE CENTRO

FONTE: ARRUDA, 2010.

8.5.2 Detalhe da prumada da face e do nivelamento da alvenaria de bloco de


concreto estrutural

Assentados os blocos das extremidades (cabeceira), fixam-se duas linhas


(uma em cima, outra em baixo da face aprumada) e os distorcem (encosta-os
totalmente nas linhas). É completada a fiada assentando-se os demais blocos
estruturais com argamassa na junta horizontal na área em que serão assentados,
posicionando-se os mesmos por intermédio de alinhamento.

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FIGURA 132 - DETALHE DA PRUMADA DE FACE

FONTE: ARRUDA, 2010.

Depois de completar a alvenaria, é necessário encher os furos dosblocos


com concreto no traço 1:3,5:4 de cimento, areia e gravilhão (brita 0). Quando há
ferragem vertical na sapata, os blocos estruturais devem ser assentados de forma
que esta ferragem fique dentro destes furos.

FIGURA 133 - DETALHE DA ALVENARIA ESTRUTURAL

FONTE: ARRUDA, 2010.

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9 PAREDE

9.1 ALVENARIA DE BLOCO CERÂMICO

9.1.1 Bloco cerâmico maciço ou tijolo comum

Este tipo de tijolo é normalmente aplicado na construção de paredes, pilares,


muros em geral, pisos secundários, fundações diretas, etc.
Vantagens:
• Regularidade de formas e dimensões (melhor assentamento);
• Arestas vivas e cantos resistentes;
• Massa homogênea (sem fendas, trincas, cavidades ou
impurezas);
• Cozimento uniforme (produz som metálico quando percutido
com martelo);
• Absorção de água de 18% a 20%.

• Formas e dimensões:

Há dois tipos de tijolos comuns maciços de barro, cozidos para


alvenaria, mas de um modo geral, usam-se as seguintes relações:
Comprimento = 2 x largura + uma junta;
Largura = 2 x espessura + uma junta.

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FIGURA 134 - EXEMPLO DE TIJOLO MACIÇO

FONTE: Disponível em: <http://www.ceramicaorlandin.com.br/web/pro_tijolos.php >.


Acesso em: 22 jan. 2013.

9.1.2 Tijolo refratário

É utilizado na construção há vários milênios, não tendo as suas


características variado significativamente ao longo dos anos, uma vez que tal
como nos primórdios continua a ser fabricada com a mesma matéria-prima, a
argila (terracota). Por meio de descobertas arqueológicas, concluiu-se que os
primeiros tijolos refratários cozidos remontam ao terceiro milênio antes do
nascimento de Cristo, no Médio Oriente. A partir do ano 1200 a.C., o fabrico e
utilização destes tijolos generalizou-se na Ásia e na Europa, continuando a
ser utilizado até aos dias atuais (ARRUDA, 2010).

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FIGURA 135 - TIJOLO REFRATÁRIO

FONTE: Arquivo pessoal.

O tijolo refratário é fabricado a partir de argila extraída em barreiros próprios,


que depois de triturada e moída é amassada, podendo então ser moldada com o
formato desejado. Após um período de secagem que varia de acordo com as
condições metereológicas (o tempo de secagem depende do calor e da humidade
do ar) e que pode ir de 5 a 30 dias, o tijolo ainda cru, é introduzido no forno onde
será cozido a uma temperatura de aproximadamente 1100ºC.
Finalmente, após a cozedura, está pronto para ser empaletizado e entrar no
mercado para ser utilizado nos mais diversos fins: abóbodas, construção e
revestimento de muros e paredes, floreiras, decorações, etc.
Tem a capacidade de suportar altas temperaturas, sem perder as suas
características. Assim, pode ser usado em lareiras, churrasqueiras, fornos de cozer
pão ou outras situações em que seja necessário um material resistente ao calor.

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9.1.3 Bloco cerâmico ou tijolo furado

É laminado ou extrudado, apresentando na parte externa uma série de


riscos, no seu interior pequenos furos, que diminuem o peso do tijolo, sendo
recomendada sua aplicação em alvenaria de vedação interna (separação de
ambientes) ou externa.

FIGURA 136 - TIJOLO FURADO

FONTE: Disponível em:


<http://www.ceramicanatureza.com.br/index.php?id=basico_dados&&codigo=6>.
Acesso em: 22 jan. 2013.

Vantagens:
• Menor peso por unidade de volume;
• Aspectos mais uniformes, arestas e cantos mais fortes;
• Diminuem a propagação da umidade;
• Economia de mão de obra;
• Economia de argamassa;
• Melhores isolantes térmicos e acústicos.

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Desvantagens:
• Pequena resistência à compressão não devendo ser aplicado
em paredes estruturais;
• Não possuir juntas verticais argamassadas;
• Faces externas não apresentam a porosidade necessária para
fixação do revestimento, devendo receber antes uma demão de chapisco de
argamassa de cimento e areia (traço 1:3 ou 1:4).
• Nos vãos de portas e janelas são necessários tijolos comuns
para remate;
• São necessários tijolos comuns para eventuais encunhamentos
nas faces inferiores de vigas e lajes;
• Os rasgos para embutir os encanamentos de água, eletricidade
e tacos são grandes devido à fragilidade desse tipo de tijolo.
No início da construção da alvenaria de uma parede, deve-se fazer a
limpeza da superfície da fundação e polvilhar com cimento esta superfície, apenas a
área em que serão assentados os blocos.
Deve-se ter atenção na construção da primeira fiada, pois se trata da fiada
que irá marcar todas as paredes (fiada de marcação).

FIGURA 137 - FIADA DE MARCAÇÃO

FONTE: ARRUDA, 2010.

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Os primeiros blocos a serem assentados são os das extremidades (início e
fim da fiada) de duas paredes que se encontrem. A direção dessas fiadas é obtida
com a marcação no gabarito da face interna da parede (descontando da linha da
parede a medida do reboco = 2,5 cm) ou com o eixo da fundação.

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FIGURA 138 - DETALHE DA MARCAÇÃO DA PRIMEIRA FIADA

FONTE: ARRUDA, 2010.

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9.1.4 Marcação das primeiras fiadas

Obtida a direção das duas primeiras fiadas, estica-se uma linha nessa direção
em cada fiada e assentam-se os blocos das extremidades das duas paredes.
Coloca-se argamassa na superfície polvilhada, fixam-se os blocos nesta
argamassa, apruma-os batendo com a lâmina da colher de pedreiro na parte de cima
do bloco, nivela-os e esquadrejam-se os blocos que são de encontro das fiadas.

FIGURA 139 - MAIS DETALHES DA MARCAÇÃO DA PRIMEIRA FIADA

FONTE: ARRUDA, 2010.

Feita a marcação das duas primeiras paredes, procede-se a marcação das


paredes opostas às duas primeiras.

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138
Repete-se o mesmo procedimento para o bloco da outra extremidade com o
mesmo comprimento lido em planta e marca-se a terceira parede. A quarta parede
fecha um vão da casa e é obtida da mesma forma que foi marcada a terceira parede.

9.1.5 Alinhamento da fiada

Com os blocos das extremidades de todas as paredes já marcadas, inicia-se


o fechamento das fiadas. Obtém-se o alinhamento da fiada com duas linhas fixadas,
uma em cima e outra em baixo da face dos blocos das extremidades de uma mesma
fiada. Com estas linhas fixas, posicionamos os blocos intermediários já com
argamassa no lado dos furos (frente) em cima da argamassa da base e apertamos
em direção aos furos do bloco anterior.
Nas fiadas em que há marcação dos vãos de portas, deve-se marcar um
comprimento, a partir do bloco da boneca, da largura da porta mais a folga do
contramarco e deixá-lo livre sem assentamento de bloco. Esta abertura na fiada
serve para a colocação dos contramarcos ou aduelas das portas.
A boneca é um pedaço de parede que varia de 10 cm a 20 cm construído
entre a marca do contramarco e a face do bloco da fiada lateral.

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139
FIGURA 140 - ALINHAMENTO DA FIADA

FONTE: ARRUDA, 2010.

Ao verificar as paredes na planta baixa, observa-se que há pontos em que


as mesmas formam cantos, encontros ou cruzamentos. Cada ponto deve ser
identificado e analisado para que haja amarração de uma fiada com a outra.
O exemplo a seguir mostra as paredes de uma planta baixa e define o
esquema de amarrações que existirá na fase do levante de blocos cerâmicos.

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140
FIGURA 141 - EXEMPLO DE ESQUEMA DE AMARRAÇÃO ENTRE PAREDES

FONTE: ARRUDA, 2010.

9.1.6 Canto de parede

As amarrações de canto de parede ocorrem quando uma fiada encontra


outra nas suas extremidades (início ou fim).

FIGURA 142 - CANTO DE PAREDE

FONTE: ARRUDA, 2010.

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141
9.1.7 Encontro de paredes

As amarrações de encontro de paredes ocorrem quando uma fiada encontra


apenas o início ou fim de outra. Pode ser na junta ou em toda a face do bloco.

FIGURA 143 - ENCONTRO DE PAREDES

FONTE: ARRUDA, 2010.

9.1.8 Cruzamento de paredes

As amarrações de cruzamento de paredes ocorrem quando uma fiada


encontra outra sem ambas estarem nas suas extremidades.

FIGURA 144 - CRUZAMENTO DE PAREDES

FONTE: ARRUDA, 2010.

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142
No decorrer do assentamento dos blocos cerâmicos, quando atingir o nível
de 1 m do piso pronto, geralmente entre a quinta e a sétima fiadas (a depender da
altura do bloco) deve-se verificar a presença de janelas. A marcação das janelas na
alvenaria é realizada utilizando-se a medida da posição da mesma, obtida na planta
baixa com relação à parede lateral e com a medida do vão que ficará aberto para o
encaixe da janela na parede.
Janelas prontas com contramarco medem a largura da janela acrescentando
2 cm de cada lado correspondendo a folga do contramarco.
Quando a construção estiver a mais ou menos 1,20 m de altura deve-se
bater o nível, ou seja, marcar a referência de nível em todos os cômodos da mesma
(cantos, encontros, vãos de portas e janelas, etc.). Esta referência deve ser tirada na
porta de entrada a 1 m do piso pronto, mas como ainda não se executou o piso nem
o contrapiso dá-se uma folgade 5 cm marcando 1,05 m a partir da fundação que
corresponde a 1 m do piso pronto.
Para construir as fiadas acima dos vãos de portas, janelas, vãos livres, etc. é
necessária a construção de vergas para apoiar as mesmas.
As vergas são peças de concreto armado com comprimento igual à largura
do vão mais 20 cm de cada lado transpassando o vazado da parede.
A altura de assentamento da verga é obtida utilizando-se a altura da janela,
acrescentando-se a folga do contramarco conforme indicado na figura a seguir. A
verga é nivelada a partir da referência de nível da alvenaria que é 1 m do piso pronto.

FIGURA 145 - DETALHE DO CONTRAMARCO NA PAGINAÇÃO DA ALVENARIA

FONTE: ARRUDA, 2010.

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143
Da mesma forma, as vergas de portas, basculantes, etc. são marcadas e
niveladas. Quando a alvenaria passa do nível das vergas de portas, janelas, etc.,
está próxima da altura do pé direito.
O pé direito é a altura compreendida entre o piso pronto e o teto ou nível das
peças da cobertura. Para marcá-lo nas fiadas do levante, obtém-se a altura na planta e
a partir da referência de nível utiliza-se a medida desta altura descontando 1 m do piso.
Com a alvenaria construída até a altura do pé direito, inicia-se a construção
de outra fase do levante que são as empenas. As empenas são alvenarias de
formato triangular com a mesma inclinação da cobertura, utilizadas para apoiar a
estrutura de madeira da mesma.
Por intermédio do projeto (corte), identificam-se as paredes em que serão
construídas as empenas e obtém-se a medida da altura que cada uma terá em
relação ao piso pronto. Com esta medida, marca-se a empena.
Para executar a alvenaria da empena, fixam-se dois barrotes – um em cada
extremidade da parede – e marca-se nele a altura de cada lado da empena. Estica-
se uma linha ligando as duas alturas e a partir daí constrói-se a empena.

FIGURA 146 - DETALHE DA CONSTRUÇÃO DA EMPENA

FONTE: ARRUDA, 2010.

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144
9.2 ALVENARIA DE BLOCO DE CONCRETO

9.2.1 Blocos de Concreto

São blocos vazados, no sentido da altura, com resistência a compressão,


assentados com argamassa de cimento e areia, ou utilizados em sistema de
construção de alvenaria armada. São produzidos com agregados e cimento
Portland, com ou sem aditivos, moldados em prensas vibratórias. Segundo a EB-50
(ABNT), podem ser empregados com e sem revestimentos, podendo aplicar a
pintura diretamente sobre a superfície do bloco.

FIGURA 147 - BLOCO DE CONCRETO

FONTE: Disponível em: <http://construfacilrj.com/como-escolher-os-blocos-de-concreto/>. Acesso


em: 22 jan. 2013.

Vantagens:
• Precisão das dimensões e modulação, garantindo a execução de obras
racionais;
• Redução do uso de formas e armaduras;
• As paredes não precisam de revestimento externo;

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145
• As instalações elétricas podem ser embutidas no vazado dos blocos e,
no caso das instalações hidrossanitárias, é usado um bloco especial;
• Construção limpa, sem quebras e nem desperdícios;
• Requerem menos mão-de-obra. Um pedreiro produz dez vezes mais
com blocos de cimento;
• Menor exigência de argamassa no assentamento e necessidade da
metade de argamassa usada nos tijolos normais para o reboco;
• O assentamento dos blocos é feito com muito mais rapidez, visto que
eles possuem dimensões maiores que os tijolos convencionais;
• Possibilidade de diversas composições devido à variedade de cores,
formas e texturas;
• Os blocos podem ser produzidos por uma máquina na própria obra,
economizando no transporte.
• É mais resistente que o tijolo comum e o de solo-cimento.

Desvantagens
• Possui menor conforto térmico quando comparado ao tijolo comum e o
de solo-cimento. Nas paredes externas, é recomendado utilizar pintura acrílica para
aumentar a proteção contra a umidade;
• De acordo com o Sindicato Nacional das Indústrias de Produtos de
Cimento (SINAPROCIM), muitos blocos de concreto produzidos não estão em
conformidade com as Normas Técnicas, na maioria dos casos esta não adequação
ocorre propositalmente por fabricantes e empreiteiras que fabricam os blocos na
própria obra (SINAPROCIM, 2013). Um exemplo disto é o não respeito ao tempo de
cura (secagem) do cimento.

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146
10 ACABAMENTOS

10.1 REVESTIMENTOS

O revestimento em argamassa é o conjunto de camadas que recobre as


vedações e a estrutura de um edifício com as funções de proteção,complementar às
funções de vedação e se constitui no acabamento final (funções estéticas, de
valorização econômica).
Os revestimentos de argamassa de cimento sobre as alvenarias e estruturas
com o objetivo de regularizar e uniformizar as superfícies, corrigindo as irregularidades
e tem como finalidades principais: a proteção contra as intempéries, a regularização
dos parâmetros, o aumento da resistência ao choque, a melhoria das qualidades
acústicas, térmicas, de impermeabilização e de higiene (SALGADO, 2007).
Em relação aos revestimentos de argamassa, são constituídos de no mínimo
três camadas superpostas, contínuas e uniformes:
 Argamassa de aderência (chapisco) – tem por finalidade aumentar a
rugosidade do substrato, aumentar as condições de aspereza em superfícies lisas,
de modo que a argamassa prevista para revestir encontre boas condições de
aderência;
 Argamassa de regularização (emboço) – tem como finalidade
uniformizar superfícies regularizando o prumo e o alinhamento. Deve evitar a
penetração de água sem impedir a ação capilar, que transporta a umidade do
interior para o exterior dos paramentos. A sua composição possui cimento, areia e
em algumas regiões do país saibro.
 Argamassa de acabamento (reboco) – tem por finalidade servir de
acabamento ou de suporte para a pintura, devendo ser perfeitamente regular, com
pouca porosidade. Sua espessura não deve ser superior a 5 mm.

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147
10.1.1 Revestimento chapisco

A aplicação do chapisco consiste em lançar uma argamassa fluída no


substrato para proporcionar sua maior fixação. Esta argamassa é produzida com
cimento e areia no traço 1:3 ou 1:4, geralmente com areia grossa. O lançamento
manual é a forma mais adequada para realizar esta aplicação. Como ocorre muita
queda de material neste procedimento, recomenda-se proteger o piso para tentar
reaproveitar o material (SALGADO, 2007).
O chapisco possui o traço com maior consumo de cimento por metro cúbico
de material, nem mesmo o concreto estrutural proporcionalmente terá a mesma
quantidade de cimento.

FIGURA 148 - CHAPISCO

FONTE: Disponível em: <http://arquitectandoufpb.blogspot.pt/2012/06/fase-da-obra-7-


revestimentos.html>. Acesso em: 22 jan. 2013.

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10.1.2 Revestimento emboço

A execução de um emboço deve ser apenas realizada depois de cumprido o


tempo mínimo de cura do chapisco aplicado em uma parede, ou seja, ao menos 72
horas. Outro fator importante é a execução das instalações diversas e o
preenchimento com argamassa comum dos rasgos ou qualquer deformação
existente na parede. Uma prática comum é que seja aplicado após a execução do
contrapiso ou camada de regularização.
O emboço também considerado camada de revestimento espesso, tem em
média 2 cm de espessura cujo traço depende do que vier a ser executado como
acabamento. Usualmente, uma argamassa de emboço é aplicada nos traços 1/2:1:5;
1:1:6; 1:2:9 (cimento, cal e areia).
Na sua aplicação recomenda-se a molhagem prévia do substrato a receber a
argamassa, para não absorver a água de amassamento necessária para a cura da
argamassa. Para a execução do emboço, deve-se inicialmente realizar o
alinhamento da parede, com posicionamento de taliscas de madeira ou caco
cerâmico geralmente inferior a 2 m de espaçamento.

FIGURA 149 - FIXAÇÃO DAS TALISCAS

FONTE: Disponível em: <http://fgfreformaseacabamentos.blogspot.pt/2011/09/executando-embosso-


e-colocando-mestras.html>. Acesso em: 22 jan. 2013.

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149
Com a consolidação das taliscas (cerca de dois dias), preenche-se o espaço
entre as taliscas verticalmente com a mesma argamassa do emboço e, estando a
massa firme com o uso de uma régua de alumínio (desempenadeira), apruma-se as
mestras que servirão de guia para a execução do revestimento.

FIGURA 150 - EXECUÇÃO DAS MESTRAS

FONTE: Disponível em: <http://fgfreformaseacabamentos.blogspot.pt/2011/09/executando-embosso-


e-colocando-mestras.html>. Acesso em: 22 jan. 2013.

Após chapar o emboço, é realizado o corte com régua de alumínio ou


sarrafo de madeira, orientadas pelas mestras.

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150
FIGURA 151 - SARRAFEAMENTO POR MEIO DE RÉGUA DE ALUMÍNIO
APOIADA SOBRE DUAS MESTRAS

FONTE: Disponível em: <http://construcaociviltips.blogspot.pt/2012/06/execucao-do-emboco-


revestimentos.html>. Acesso em: 22 janeiro de 2013.

Com a regularização, aplica-se uma desempenadeira para acertar a argamassa


no substrato uniformizando a superfície, tendo em conta os seguintes elementos:
• Avaliar o ponto de sarrafeamento da argamassa pelo teste de
compressão da superfície com os dedos;

FIGURA 152 - PONTO DE SARRAFEAMENTO

FONTE: Disponível em: <http://construcaociviltips.blogspot.pt/2012/06/execucao-do-emboco-


revestimentos.html>. Acesso em: 22 jan. 2013.

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151
• Analisar o tipo de desempeno aplicado em função do acabamento final
previsto;
• Verificar a planicidade utilizando uma régua de alumínio com nível de bolha
acoplado que deve ficar inteiramente encostada à superfície e com a bolha
entre as linhas.

FIGURA 152 - REGULARIZAÇÃO COM DESEMPENADEIRA

FONTE: Disponível em: <http://construcaociviltips.blogspot.pt/2012/06/execucao-do-emboco-


revestimentos.html>. Acesso em: 22 jan. 2013.

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152
10.1.3 Revestimento reboco

O material do reboco, sendo o terceiro componente do revestimento de


argamassa, consiste na aplicação da camada preparatória para receber os mais
diversos acabamentos finais, como pintura, aplicação de massa de textura,
aplicação de azulejos, aplicação de pastilhas, etc.
Os rebocos mais usuais são cal fino ou massa corrida.

FIGURA 153 - APLICAÇÃO DE CAL FINA OU ARGAMASSA SOBRE EMBOÇO

FONTE: Disponível em: <http://construindo.org/massa-corrida/>. Acesso em: 22 jan. 2013.

A massa corrida ou cal fino podem ter como base o PVA (acetato de polivinila,
base d´água) ou acrílico, e tem como função dar acabamento liso a uma superfície.
A massa corrida de base PVA é utilizada em interiores, e tem aparência fosca.
É ideal para receber pintura em seguida. Seu valor é relativamente mais baixo.
Já a massa corrida acrílica é mais resistente e costuma ser mais utilizada
em ambientes exteriores, já que veda totalmente a parede, impermeabilizando-a.

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153
Considerando o reboco como acabamento final do revestimento, existem
alguns rebocos ou revestimentos argamassados que não recebem o tratamento do
recobrimento com pintura:

10.1.3.1 Reboco hidrófugo

A adição de hidrofugantes na composição do reboco impede a percolação de


umidade oriunda de precipitação pluvial normal. O mesmo não acontece, todavia, com
a difusão do vapor d’água (condensação por choque térmico);

10.1.3.2 Reboco impermeável

Reboco resistente à pressão d’água, geralmente executada com argamassa de


cimento com adição de aditivo impermeabilizante, execução semelhante a barra lisa;

10.1.3.3 Barra lisa de cimento (cimento queimado)

Revestimento executado com argamassa de cimento, na proporção de 1:3 ou


1:4, tendo o cuidado do uso de areia fina peneirada (peneira de fubá). A aplicação deve
ser feita sobre emboço firme (1:4/8 – argamassa mista de cal) ou superfície de
concreto, em que se coloca a massa na desempenadeira (talocha) de madeira e
comprime-se de baixo para cima de maneira que se obtenha uma espessura mínima de
3 mm ou 4 mm. Em seguida, com movimento circular com a desempenadeira, procura-
se desbastar a espessura e ao mesmo tempo uniformizar o painel de maneira a se
obter uma espessura final de 2 mm ou 3 mm, lança-se o pó de cimento e, em seguida,
com a broxa esborrifa-se água e com a desempenadeira de aço, alisa-se o pó de
cimento incrustado na argamassa, caracterizando a chamada queima do cimento.

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10.1.3.4 Estuque lúcido (barra lustra ou barra lúcida)

É um revestimento contínuo, impermeável, utilizado em banheiros, cozinhas e


áreas em contato com água, que substitui o azulejo e tem aparência de mármore. Por
ser um revestimento contínuo, não aceita reparos ou emendas. O trabalho deve ser
executado por mão de obra especializada, que aplica sobre o emboço um reboco
desempenado com argamassa mista de cal (1:4/8), que após completa secagem (dois
dias), recebe uma capa de 2 mm de uma pasta especial (3:3:2 ou 2:2:1 – pó de
mármore, nata de cal, cimento branco, água e corante a gosto) que deve ser
queimada com desempenadeira de aço e após dá-se o lustro com o polimento da
superfície usando-se uma boneca de pano que deve ser esfregada com energia junto
com o talco, até atingir o polimento desejado. Outro acabamento utiliza óleo de
linhaça e encerar com cera de carnaúba. O resultado final é uma superfície muito lisa
e brilhante, comparável ao vidro e que na fase de queima pode receber um processo
artístico de impregnação de óxido de ferro diluído em água, formando veios
determinados por técnicas (uso de esponja ou pena de galinha) que imitam mármore.

10.1.3.5 Reboco travertino (massa tipo travertino)

Revestimento semelhante ao estuque lúcido. Essas massas são


industrializadas, portanto patenteadas sua composição. Aplica-se a massa sobre
emboço de argamassa mista de cal (1:4/12) molhado até a saturação, como se
fosse reboco normal. Para a imitação do mármore travertino, faz-se da seguinte
maneira: com o reboco ainda bem molhado, comprime-se com uma boneca de
estopa limpa ou pano seco, de maneira que na superfície se determinem pequenos
sulcos típicos do mármore; desempena-se com a desempenadeira de aço
levemente, de maneira a não desmanchar os sulcos feitos. O filamento para

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155
imitação das placas de mármore é feito com um ferro de 3/16” ou 1/4” na forma de
semicírculo, passado na superfície ainda úmida. O rendimento é de 10 kg/m².

10.1.3.6 Massa lavada

Semelhante à massa tipo travertino é um material industrializado e


patenteado, onde a característica predominante está no agregado que é composto
de granas de granitos coloridos e quartzo. Aplicado com uma espessura na ordem
de 5 mm, o seu acabamento é feito com a lavagem de solução de ácido muriático e
água 1:6, lavando-se em seguida com água limpa para remoção da solução ácida.
Este processo é repetido até aparecerem os grãos e granilhas de granito, limpos e
brilhantes. O rendimento é de 15 kg/m².

10.1.3.7 Reboco raspado (massa raspada)

Sua composição é feita com quartzo, cimento ou cimento branco e corante,


sendo os traços, patentes dos fabricantes. A espessura do reboco não deve ser
inferior a 3 mm, nem superior a 5 mm. Os painéis devem ser executados de forma
contínua, sem emendas, existindo juntas determinadas por colher de pedreiro ou
fitas adesivas, entre os mesmos. O acabamento final é conseguido com a passagem
de um pente de aço ou pedaço de lâmina de serra, após duas horas
aproximadamente da sua aplicação, removendo a parte superficial do reboco, que
deve ser lavada para a remoção do pó, como procedimento final.

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10.1.3.8 Granilito ou granitina

Revestimento argamassado cujo acabamento tem aparência de granito. É


preparado no canteiro com cimento branco, granas e granilhas de granito, mármore
e corante. Executados em painéis com espessura na ordem de 5 mm a 8 mm, com
juntas de dilatação de latão, alumínio ou plástico. A aplicação é feita da mesma
maneira que o emboço, por lançamento, batendo com a desempenadeira repetidas
vezes para melhor fixação, aí então sarrafeia-se e desempena-se. Após a secagem,
dá-se o polimento com máquina, podendo receber como acabamento final o
enceramento e lustro com flanela.

10.1.3.9 Massa acrílica

São materiais industrializados, compostos de granas de granito, combinados


com resinas acrílicas que, depois de aplicadas, se constituem em produto de alta
resistência, monolítico e impermeável à ação do tempo. É aplicado com
desempenadeira de aço ou PVC, formando uma camada com espessura de 3 mm,
com rendimento na ordem de 4 kg/m².

10.1.3.9.1 Normas Gerais para Execução de Revestimentos Argamassados

Segundo (SALGADO, 2007):


• As superfícies a revestir deverão ser limpas e molhadas antes de
qualquer revestimento ser aplicado. Molhando a parede, executa-se a limpeza,
permitindo as melhores condições de fixação do revestimento, com a remoção do

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157
limo, fuligem, poeira, óleo etc., que podem acarretar o desprendimento futuro da
argamassa;
• Antes de ser iniciado qualquer serviço de revestimento, deverão ser
instalados os dutos embutidos dos sistemas elétricos, de comunicação, gás e
hidrossanitários, devendo ser testadas as canalizações (sob pressão fluídica ou com
lançamento dos guias), permitindo que se façam reparos, se necessários;
• As superfícies estruturais em concreto, tijolos laminados ou prensados,
serão previamente chapiscadas, logo após o término da elevação das alvenarias;
• Emboço só será aplicado após completa pega da argamassa de
assentamento das alvenarias e do chapisco, e as superfícies deverão ser molhadas
convenientemente antes do processo;
• Quando houver necessidade de espessura de emboço acima de 2 cm,
deverão ser executados em camadas, respeitando a espessura de 1,5 cm cada;
• A cal hidratada usada na confecção das argamassas para emboço,
deve ser peneirada, para eliminar os grãos de cal, que se existirem na argamassa
darão origem ao processo de hidratação higroscópica retardada, cuja consequência
é o aparecimento do vulgarmente chamado empipocamento do revestimento.

FIGURA 154 - APLICAÇÃO DE ARGAMASSA

FONTE: Disponível em: <http://www.pedreirao.com.br/geral/alvenarias-e-reboco/reboco-de-parede-


passo-a-passo/>. Acesso em: 22 jan. 2013.

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11 INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS

As instalações hidrossanitárias de uma edificação são realizadas em


paralelo com a trabalho do pedreiro. O encanador deve acompanhar o seguimento
do trabalho do pedreiro de forma a compatibilizar os trabalhos.
O pedreiro deve ter o cuidado de observar com atenção as informações
relativas a cada passagem de tubulação, pontos hidráulicos, registros, etc., para
poder dar continuidade ao seu trabalho, sem interferir com a programação da obra.

FIGURA 155 - INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS NA EDIFICAÇÃO

FONTE: Mãos a Obra, ABCP, 2005.

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A marcação das instalações hidráulicas em obras tradicionais com o uso de
blocos cerâmicos é feita na parede ou piso, logo após a execução da alvenaria, para
serem abertos os rasgos necessários para a passagem das tubulações e pontos
hidráulicos.
Após a abertura dos rasgos na alvenaria e a instalação dos elementos
hidráulicos, é realizada a aplicação do revestimento da parede e respectivo
acabamento.
É importante que o pedreiro, neste momento, consiga manter a posição dos
pontos hidráulicos deixados pelo encanador, para garantir que o trabalho esteja
adequado de acordo com o projeto. Deve-se tomar cuidado com os pontos de
entrada e saída de água, para não serem tapados no revestimento de argamassa e
principalmente estarem alinhados com as cotas recomendadas quanto à superfície
do revestimento.

12 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

As instalações elétricas como as instalações hidráulicas em uma edificação,


exigem muita atenção dos pedreiros, no sentido de garantir a qualidade dos
circuitos, sem esmagar condutas flexíveis, ou mesmo tapar espaço de tomadas com
argamassa de revestimento.
É um trabalho que deve ser feito em conjunto com o pedreiro, tendo em vista
a programação da obra.

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FIGURA 156 - INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

FONTE: Mãos a Obra, ABCP 2005.

FIM DO MÓDULO IV

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