Educação, Saúde e Território: Os desafios contemporâneos para os povos Indígenas

Foi um evento em alusão ao Dia Nacional dos Povos Indígenas, chamado erroneamente
de “dia do Índio”.
Com o líder indígena e palestrante Kokoixumti Tembé Jathiati Parkateje – Wender Tembé.
Professor e coordenador da Educação Escolar dos Indígenas, Imigrantes e Refugiados
(CEIIR) na Semec.
Da Etnia Tembé Tenetehara
Graduado em Química
Pós graduado em Biologia – UEPA
Mestrando em Agroalimentares – IFPA

Wender destaca as mazelas enfrentadas pelos indígenas, dentre elas:

1° Dificuldades de projetos sociais, principalmente na área da Educação;
2° A imposição da Língua portuguesa (que permanece desde o período da colonização);
3° Controle do Estado sobe a Educação Indígena;
4° Descaso do governo, FUNAI quanto à manutenção econômica e de saúde dos povos
indígenas;
5° Invasão de terras indígenas pelos colonos.

Ele constrói uma narrativa a partir das lutas que essas comunidades vem enfrentando com
o tempo. Ele temporiza em 60 anos de luta.
Luta pela qualidade de vida, luta por sua existência e resistência.
Ele tece duras críticas à FUNAI que deveria dar assistência às comunidades, o que na
prática não acontece.
Quanto à Educação, a dificuldade apresentada por Wender foi justamente a falta de apoio
do governo na execução de projetos. Inclusive, foi mencionado o fato de a comunidade
construir escolas com as próprias mãos e com recursos próprios, e a prefeitura de Belém
tomar para si, sendo que nenhum recurso foi investido por parte deles.
Ele centraliza o seu trabalho quanto coordenador da Educação Indígena. Ao mesmo
tempo que faz parte da comunidade, trabalha para o governo. Uma dualidade vivida por
ele. Pois ao mesmo tempo que ele luta por seus direitos e de sua comunidade, ele se vê
refém do sistema.
Enfim, a palestra provocou em mim, a materialização do ser indígena.
Percebe-se um grito de socorro que vem ecoando desde 1.500. A realidade indígena vai
muito além do que os livros nos mostram.

Daniela Magalhães de Brito