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ANO
2024_AF_B1_V1
História
1o bimestre – Aula 22
Ensino Fundamental: Anos Finais
Conteúdo Objetivos
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● O modelo integracionista; ● Compreender o
fortalecimento da tutela do
● Movimentos de resistência e
Estado durante a Primeira
estratégias de preservação
República e seus impactos
cultural indígenas.
na criação de reservas
indígenas;
● Analisar o impacto das
políticas governamentais nas
comunidades indígenas e as
resistências a esse processo.
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Considerando o infográfico e o questionamento
proposto, vire-se e converse com seu colega:
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Correção
a) Quais motivos você atribui à queda da população indígena no Brasil
entre 1500 e 2010?
Resposta esperada: A chegada dos europeus resultou em guerras,
novas doenças e trabalho forçado, levando a epidemias e
deslocamentos. Políticas públicas desfavoráveis, discriminação e
assimilação cultural também contribuíram com isso.
Atualmente, disputas por terras e consequências de impactos
ambientais continuam afetando as comunidades indígenas. Todos
esses fatores levaram a uma significativa redução na população
indígena ao longo do tempo.
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https://www.youtube.com/
watch?v=ZPh4ZhksjVU
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Correção
b) Houve um aumento ou uma diminuição da população indígena no Brasil
entre os anos de 2010 e 2022? Quais são as eventuais consequências
do emprego das metodologias de coleta de dados citadas?
Resposta esperada: A população indígena ultrapassou a marca de
1.5 milhões de pessoas, representando cerca de 0,8% do total de
habitantes do país. Isso equivale a um aumento de mais de 80% em
12 anos, sendo que o crescimento do total da população brasileira
nesse mesmo período foi de 6,5%. As metodologias de coleta de
dados citadas fizeram com que pessoas de várias regiões do Brasil
também passassem a reivindicar sua origem indígena, refletindo
uma maior conscientização sobre o tema.
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A República e a questão indígena
Durante a passagem do século XIX para o XX,
houve no Brasil uma expansão das atividades
econômicas agropecuárias e de exploração
mineral. Essa expansão acarretou conflitos
entre indígenas, fazendeiros, pecuaristas,
mineradores, extrativistas e empresas da Troca de presentes entre um
construção civil. Esses conflitos influenciaram indígena xavante e um
funcionário do Serviço de
diretamente o estabelecimento de Proteção aos Índios (SPI), na
década de 1950.
determinadas políticas indigenistas, do início do
período republicano ao início da ditadura civil- Continua...
militar.
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Os grupos citados tinham interesse
em se apossar de territórios que
tradicionalmente costumavam ser
ocupados por diferentes etnias
indígenas no Brasil, o que resultou
não apenas em conflitos, mas em
mortes e em graves perdas para as
comunidades indígenas. A expansão
econômica do início do período Escola do Posto Indígena Rodolpho
Miranda – 1922.
republicano no Brasil se deu à custa
de terras e de vidas indígenas.
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Os indígenas e o SPI
O Serviço de Proteção aos Índios alegava que seu objetivo era proteger
os indígenas brasileiros. No entanto, suas políticas resultaram na
criação de reservas indígenas que isolavam determinadas comunidades
e limitavam suas práticas tradicionais. As políticas criadas pelo
chamado SPI foram muito criticadas, principalmente por conta da perda
de autonomia e do confinamento cultural que as reservas e as políticas
criadas pelo órgão impuseram aos povos indígenas. As tensões
geradas em decorrência dos interesses de exploração econômica de
territórios ocupados por povos indígenas e o usufruto irregular de suas
terras continuam a ser preocupações dos povos indígenas até hoje.
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O modelo integracionista
No contexto do estabelecimento da República no Brasil, a dita
preocupação do SPI era integrar os povos indígenas à sociedade
brasileira e proporcionar condições comerciais e econômicas de
sobrevivência para essas populações. Mas, na verdade, a atuação do
SPI foi marcada pela adoção de um modelo integracionista, pautado em
um paradigma assimilacionista. Considerando que os indígenas estariam
nessa condição transitoriamente, um dos objetivos do órgão era
estimular, entre as diversas etnias indígenas, a adoção de hábitos
considerados “civilizados” por ele.
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*Assimilacionismo: doutrina que pauta a possibilidade de assimilação
de culturas tidas periféricas por uma cultura tida dominante, visando à
promoção de uma dita integração entre diferentes grupos étnicos e
culturais de uma sociedade.
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Considerando o exposto, vamos analisar dois registros fotográficos feitos pelo SPI:
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A questão da tutela
A administração da questão indígena por parte do Estado brasileiro
estabeleceu que eles eram incapazes de responder juridicamente por si
próprios, colocando o SPI como responsável por sua tutela. Em vez de
fortalecer a autodeterminação dos povos indígenas, essa abordagem
desconsiderou as especificidades dos diferentes povos, resultando na
imposição de mudanças nos modos de vida e na transferência territorial
de diferentes populações.
*Tutela indígena: política estatal que, apesar de reconhecer os direitos
territoriais das comunidades indígenas, subjugava esses povos,
limitando a sua autonomia.
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Vamos analisar o trecho de um texto
historiográfico sobre a questão da tutela indígena:
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O fim do SPI
Na década de 1960, houve mudanças na abordagem aos povos
indígenas no Brasil. O Parque Nacional do Xingu foi criado em 1961,
buscando preservar não apenas o ambiente natural, mas também
as culturas originais dos povos que lá viviam.
Durante a Ditadura Militar, alguns intelectuais denunciaram
massacres e negligência do Estado em relação aos indígenas,
aumentando a visibilidade da situação.
Em 1969, uma emenda constitucional reconheceu as terras
indígenas como patrimônio da União e estabeleceu direitos,
afastando ameaças imediatas. Continua...
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Vamos analisar o trecho de documento histórico deste contexto:
Pelo exame do material infere-se que o Serviço de Proteção aos Índios foi antro
de corrupção inominável durante muitos anos. O índio, razão de ser do SPI,
tornou-se vítima de verdadeiros celerados, que lhes impuseram um regime de
escravidão e lhes negaram um mínimo de condições de vida compatível com a
dignidade humana. É espantoso que exista na estrutura administrativa do País
repartição que haja descido a tão baixos padrões de decência. E que haja
funcionários públicos cuja bestialidade tenha atingido requintes de perversidade.
Venderam-se crianças indefesas para servir aos instintos de indivíduos
desumanos. Torturas contra crianças e adultos, em monstruosos e lentos
suplícios, a título de ministrar justiça.
Relatório da Comissão de Inquérito para apurar irregularidades no SPI
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O Estatuto do Índio, em vigor desde
1973, reconheceu a identidade
cultural diferenciada e o direito dos
indígenas ao usufruto exclusivo das
terras que tradicionalmente ocupam,
mas ainda os mantinha como
tutelados.
Em 1972, a Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil criou o Conselho Porantim, publicação mensal
do Conselho Indigenista
Indigenista Missionário (CIMI), aliado Missionário, criada em 1979.
importante dos interesses indígenas.
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Influenciado pela Teologia da Libertação, o CIMI realizou pesquisas,
denunciou violações e contribuiu para atrair atenção nacional e
internacional.
Outras entidades, como a Associação Brasileira de Antropologia, a
Ordem dos Advogados do Brasil e outras Organizações Não
Governamentais, também colaboraram. A mobilização dessas forças
pressionou o governo, que tentou desacreditar e perseguir ações
indigenistas que não fossem atreladas à Fundação Nacional do Índio
– FUNAI.
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O movimento indígena
O movimento indígena é uma iniciativa liderada pelos povos
indígenas, apoiados por não indígenas, com o objetivo de reivindicar
direitos historicamente negados pelo Estado e pela sociedade.
No Brasil, ele surgiu na década de 1970, como uma reação à
opressão e ao genocídio das populações indígenas que ocorreram
nesse contexto.
O movimento lutou principalmente por avanços no estabelecimento da
posse de terras por parte dos indígenas; e pela garantia de direitos à
educação e à saúde.
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O vídeo mostra um discurso que Ailton Krenak fez no dia 4 de setembro
de 1987 na Assembleia Nacional Constituinte. Ele atuava como porta-voz
do movimento indígena e em seu discurso falou sobre a necessidade de
considerar, na construção da Constituição de 1988, a diversidade dos
povos indígenas, respeitando as suas tradições e os seus costumes.
https://www.youtube.com/watch?v=kWM
HiwdbM_Q
Na prática
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Todo mundo escreve!
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Correção
a) É possível dizer que ainda há permanências dos preconceitos,
estereótipos e violências relativos às populações indígenas na
sociedade contemporânea? Aponte exemplos dessas permanências.
Resposta esperada: Os preconceitos, estereótipos e violências
contra as populações indígenas na sociedade atual ainda persistem.
Os exemplos incluem a invasão e a exploração de territórios
indígenas, a contaminação da água e da terra por exploração
mineral, a discriminação em ambientes urbanos, o desrespeito às
suas tradições culturais e a apropriação indébita de suas tradições,
produções artísticas, simbólicas e de seus costumes.
Aplicando
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Discussão disciplinada
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Discussão disciplinada
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● Reconhecemos a persistência de
preconceitos e de violências contra
populações indígenas na sociedade
contemporânea, evidenciados pela
discriminação e pelo desrespeito cultural;
● Compreendemos que as políticas estatais,
desde a tutela até a criação da FUNAI,
tiveram impactos variados nos direitos e na
autonomia dos indígenas, destacando a
complexidade dessa relação ao longo do
tempo.
Referências
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BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado
Federal, 2016. Disponível em: https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle
/id/518231/CF88_Livro_EC91_2016.pdf. Acesso em: 24 maio 2021.
CUNHA, M.C. Índios no Brasil: História, Direitos e Cidadania. São Paulo: Claro Enigma, 2012.
FAUSTO, B. História do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo/ Fundação
para o Desenvolvimento da Educação (FDE), 1999.
LEMOV, D. Aula nota 10 2.0: 62 técnicas para melhorar a gestão da sala de aula. Tradução de
Abreu Almeida, Sandra Maria Mallmann da Rosa. Porto Alegre: Penso, 2018.
MACHADO, A.R.A. e MACEDO V. (Org.). Povos indígenas: entre olhares. São Paulo: Edições Sesc
São Paulo; Editora Unifesp, 2022.
MILANEZ, F. (Org.). Memórias sertanistas: cem anos de indigenismo no Brasil. São Paulo: Edições
Sesc São Paulo, 2022.
Referências
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SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Currículo Paulista: Etapas
Educação Infantil e Ensino Fundamental. São Paulo: SEDUC; UNDIME, 2019. Disponível em:
https://efape.educacao.sp.gov.br/curriculopaulista/wp-content
/uploads/2019/09/curriculo-paulista-26-07.pdf. Acesso em: 3 jan. 2024. RIBEIRO, D.
RIBEIRO, D. O indigenista Rondon. Rio de Janeiro: Ministério de Educação e Cultura, Serviço de
Documentação, 1958.
BRASIL. Ministério Público Federal. Relatório Figueiredo. Disponível em: https://www.mpf.mp.br/
atuacao-tematica/ccr6/dados-da-atuacao/grupos-de-trabalho/violacao-dos-direitos-dos-povos-
indigenas-e-registro-militar/relatorio-figueiredo. Acesso em: 18 jan. 2024.
Referências
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Lista de imagens e vídeos:
Slide 3 – Infográfico elaborado especialmente para este material.
Slide 5 – IBGE. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ZPh4ZhksjVU .
Acesso em: 05 jan. 2024.
Slide 8 – Instituto Socioambiental. Disponível em:
https://img.socioambiental.org/d/237222-1/xavante_2.jpg. Acesso em: 18 set. 2023.
Slide 9 – Brasiliana Iconográfica. Disponível em:
https://brasilianafotografica.bn.gov.br/brasiliana/handle/20.500.12156.1/5550. Acesso em: 07 jan. 2023.
Slide 13 – Brasiliana iconográfica. Disponível em:
https://brasilianafotografica.bn.gov.br/brasiliana/handle/20.500.12156.1/5549;
https://brasilianafotografica.bn.gov.br/brasiliana/handle/20.500.12156.1/5545. Acesso em: 07 jan. 2023.
Slide 18 – CIMI. Disponível em:
https://cimi.org.br/pub/FotosHistoricas/porantim-22-setembro-1980_capa.JPG . Acesso em: 06 jan.
2024.
Slide 21 – ÍNDIO CIDADÃO? - O FILME. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=
kWMHiwdbM_Q. Acesso em: 04 jan. 2024.
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