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FACULDADES DOCTUM DE CARATINGA

PROJETO
INTEGRADOR
Alunos: Almério Pereira de Matos Filho Adriana Ramos Silveira, Bianka
Ricardo Thomes Ribeiro, Irys Glayce Rosa, Jessica Thereza Faria Siqueira,
Julimar Martins, Júlya Victória Paterno Ramos Silveira, Letícia Ferreira
dos Santos, Luciano Magela Campos, Márjore Leite Dutra.
Prof.: MSc. Juliano Seppe
O DESCASO COM O DIREITO
FUNDAMENTAL À SAÚDE DOS
POVOS INDÍGENAS NO
ENFRENTAMENTO DA PANDEMIA
DE COVID-19
INTRODUÇÃO
• A pandemia de COVID-19, causada pelo coronavírus começou
na China, em dezembro de 2019 e foi declarada pandemia
global pela OMS em março de 2020;
• Resultou em milhões de infecções e mortes, impactou sistemas
de saúde, economias e a vida cotidiana em todo o mundo;

• Como medidas de
controle teve-se o
isolamento social, uso
de máscaras e
vacinação em massa.
INTRODUÇÃO
• A pandemia afetou pessoas de todas as origens, mas não as afetou de
maneira igual;
• Comunidades indígenas, que ao longo dos séculos enfrentaram uma
série de desafios, incluindo violência, falta de reconhecimento de seus
direitos e até mesmo o extermínio de comunidades inteiras na
pandemia viram suas vidas ameaçadas;
• Na pandemia, a resposta inadequada do governo brasileiro, causou a
negação do acesso a serviços de saúde adequados aos povos indígenas,
o que foi prejudicial durante a pandemia de Covid-19.
OBJETIVO GERAL
• Investigar descaso com o direito fundamental à saúde
dos povos indígenas no enfrentamento da pandemia.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Apresentar a história da luta do povo indígena por seus
direitos;
• Analisar os instrumentos legais e constitucionais que
garantem aos povos indígenas o direito à saúde;
• Analisar o impacto das políticas de saúde indígena
adotadas em resposta à pandemia de Covid-19.
A HISTÓRIA DA LUTA DOS
POVOS INDÍGENAS POR
SEUS DIREITOS
História da luta indígena
• Antes da chegada dos europeus, diversas culturas e
comunidades indígenas já habitavam as terras do Brasil,
cada uma com suas línguas, tradições e modos de vida.
História da luta indígena

• A colonização com a
chegada dos europeus
no século XVI, resultou
em conflitos violentos
e disseminação de
doenças, que tiveram
um impacto grande
nos povos indígenas.
História da luta indígena
• A penetração do capitalismo predatório no Brasil,
especialmente a partir do século XIX, intensificou a
exploração de recursos naturais e a destruição do meio
ambiente.
Resistência Indígena
• Apesar dos obstáculos,
alguns povos indígenas
conseguiram preservar
suas línguas, culturas e
tradições. O século XX foi
um período de crescente
reconhecimento da
importância da
preservação das culturas
indígenas e da proteção de
seus direitos.
Lei n° 601, de 1850
• Determinou que o governo reservasse terras devolutas para a
"colonização" dos indígenas, que gerou confusão, já que
levou à ideia equivocada de que as terras indígenas haviam
passado para o domínio dos estados.
História da luta indígena
• A Constituição de 1934 foi a primeira a resguardar direitos
indígenas. O Art. 129 estabelecia o respeito à posse de terras
onde os indígenas estivessem permanentemente localizados,
proibindo, no entanto, sua alienação (venda ou transferência).
Resiliência, perseverança e busca por
justiça
• Apesar das conquistas significativas, os desafios persistem. A
sociedade e o sistema jurídico devem buscar garantir a
proteção dos direitos das comunidades indígenas e a
preservação de sua rica herança cultural.
IMPACTO DAS POLÍTICAS DE
SAÚDE NA RESPOSTA À PANDEMIA
DE COVID-19 NAS COMUNIDADES
INDÍGENAS BRASILEIRAS
Dados referentes à COVID-19 entre os
povos indígenas
250000

200000
206286

150000

129576
100000

69932
50000

0
6644
Março/2020 - Novembro/2022 90 971

Total de Registros Casos Confirmados Casos Descartados Casos Excluídos Casos Suspeitos Total de Óbitos
Impacto das políticas de saúde na
pandemia nas comunidades indígenas

• Indígenas que tinham


direito ao auxílio, mas
não tinham acesso a
internet ou medidas
diferenciadas para
saque, tiveram de se
deslocar até as
cidades, enfrentando
filas e aglomerações
para sacar o benefício.
Impacto das políticas de saúde na
pandemia nas comunidades indígenas

• Em 12/2020, cinco meses


após o STF determinar
que o governo
apresentasse um plano
emergencial de combate à
Covid-19 nas aldeias
pouco havia se avançado
diante das 889 mortes
registradas pela
Articulação dos Povos
Indígenas do Brasil.
Impacto das políticas de saúde na
pandemia nas comunidades indígenas
• Veto presidencial pelo Congresso à lei 14.021, de 2020,
estabeleceu medidas essenciais para a mitigação dos
impactos da pandemia em suas vidas;

• Determinando que os
povos indígenas,
quilombolas e demais
povos tradicionais sejam
considerados grupos em
situação de extrema
vulnerabilidade.
Impacto das políticas de saúde na
pandemia nas comunidades indígenas
• Foram vetados 22 dispositivos, alegando questões
orçamentárias e financeiras;
• Os vetos incluíam medidas
como: acesso à água
potável, a distribuição
gratuita de itens de higiene
e limpeza, a oferta
emergencial de leitos
hospitalares e UTIs,
conectividade à internet
nas aldeias, dentre outros.
Impacto das políticas de saúde na
pandemia nas comunidades indígenas
Execução recursos de combate à covid-
• Até o mês de junho de 2020, 19 entre indígenas
a Funai havia gasto apenas 45,000,000

1,18% do seu orçamento 40,000,000 41,048,000

para o combate a Covid-19 35,000,000

entre os povos indígenas. 30,000,000

25,000,000

• Até o início de dezembro de 20,000,000

2020, a fundação indigenista 15,000,000

gastou apenas 52% dos 10,000,000

recursos previstos pelo 5,000,000

órgão para o enfrentamento 0


Autorizado 383,500
Empenhado 753,500
restos a pagar

da pandemia. jan a jun 2020


Impacto das políticas de saúde na
pandemia nas comunidades indígenas
• A forma como o Estado lidou com a saúde dos povos indígenas
durante a pandemia de COVID-19 pode ser interpretada como
uma manifestação da necropolítica.
Quais leis, se respeitadas,
poderiam ter impedido o
genocídio das vidas indígenas?
GARANTIAS LEGAIS E
CONSTITUCIONAIS DOS DIREITOS À
SAÚDE DOS POVOS INDÍGENAS NO
BRASIL
Constituição Federal (1988)
• Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado,
garantido mediante políticas sociais e econômicas que
visem à redução do risco de doença e de outros agravos
e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços
para sua promoção, proteção e recuperação.
I Conferência Nacional de Saúde
Indígena
• Participação indígena nos momentos de decisão,
formulação, planejamento implantação, execução e
avaliação das ações e serviços de saúde.
• Direito de serem consultados antes da adoção de medidas
legislativas ou administrativas de qualquer natureza.
II Conferência Nacional de Saúde
Indígena
• Contribuiu para o desenvolvimento da posteriormente Lei
Arouca (Lei nº 9.836/99), para a melhoria da atenção à
saúde das populações indígenas, em que dever-se-á
levar em consideração a
realidade local e as
especificidades da
cultura dos povos
indígenas e o modelo a
ser adotado para a
atenção à saúde
indígena.
III Conferência Nacional de Saúde
Indígena
• Respeito ao direito à diferença dos povos indígenas;
Valorizar o controle social indígena, sobre a formulação
da política de saúde, fiscalização das ações e serviços de
saúde; Cuidado para que a assistência de saúde tenha
abordagem global e diferenciada.
IV Conferência Nacional de Saúde
Indígena
• Leis criam a possibilidade de adaptações na estrutura e
funcionamento do SUS para viabilizar o atendimento
adequado às populações indígenas, com abordagem
diferenciada, considerando-se a realidade local e as
especificidades culturais.
Aprovação do Decreto 7.336/2010
• Enfatizou a importância da participação ativa das
comunidades indígenas na gestão da saúde.
Medida Provisória nº 621, julho de
2013
• Programa mais
médicos: Buscou
enfrentar desafios
críticos no sistema de
saúde do país,
incluindo a escassez de
profissionais de saúde
em regiões remotas,
como as áreas
indígenas.
CONCLUSÃO
• O que foi visto no contexto da saúde indígena durante a
pandemia de Covid-19 no Brasil não foi apenas
negligência acidental, mas sim políticas deliberadas que
colocaram em risco a vida e o bem-estar dessas
comunidades.
• É imperativo reconhecer essa realidade e pressionar por
mudanças significativas na política de saúde indígena no
Brasil, assegurando o respeito aos direitos e à dignidade
desses povos.

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