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EL683F - Educação e Cultura

Aluno: Lucas Bosco Papa | RA: 092004

… Afinal, o Que é Escola?*


1. O que é Escola?
2. Pandemia acentua as diferenças sociais.
3. EaD: alternativa e não substitutiva.

1. O que é Escola?
Nas exposições de Dussel, Escola é tempo, espaço e contexto. É um conjunto de
relações/interações interpessoais. É também um espaço de autonomia de pais e alunos, e
não apenas de transmissão de conhecimento. É lugar de visibilidade e também de
esconderijo para o aluno.
A escola está nos celulares e computadores, mas computadores e celulares não são a
escola, pois a sala de aula é também disposição, arranjo físico, materialidade, de modo que
o espaço doméstico, através da "escola de pantufas" - termo cunhado por Dussel - vai de
encontro aos choques constantes de informações, através de fluxos constantes de
estímulos, comprometendo a continuidade pedagógica, justamente por não respeitar o seu
"espaço".
Para Nóvoa, a escola representa o poder público presente. É fonte de alimento (às vezes, a
única fonte) através da merenda. É assistência social, ao identificar e relatar famílias em
situação de extrema pobreza, mas também casos e vítimas de violência aos Conselhos
competentes. Escola é a garantia de que os direitos das crianças não serão violados.
Escola é, portanto, proteção.

2. Pandemia acentua as diferenças sociais


"Se o vírus não vê classe, nem cor, por que as pessoas pretas estão morrendo mais do que
as pessoas brancas por COVID?" foi uma das falas do capítulo do dia 20/03/2021 da Novela
das 8 da Globo, trazida pela personagem Camila, uma Professora de História do Ensino
Médio da rede pública do Rio de Janeiro, durante uma de suas aulas online. Essa questão
fica evidente no período em que vivemos, mas não se restringe às questões sanitárias, e de
mortalidade. Assim como trazido por Nóvoa em sua conversa com o Sindicato de
Professores de Novo Hamburgo/RS, não podemos abandonar os alunos nesse momento,
pois no futuro eles perderão a confiança em nós. Além disso, os mais prejudicados sempre
serão os mais pobres. Os mais vulneráveis precisam de mais apoio e presença, através de
lógicas de cooperação, pois, enquanto os demais têm os livros, os pais, a internet, a
televisão, eles pouco ou nada têm, principalmente nesse momento, por isso a importância
da presença e o posicionamento das escolas e universidades públicas nesse momento,
buscando alternativas para minimizar os impactos causados a essa parcela da população e,
pensando mais adiante, para mitigar a provável evasão escolar pós-pandemia, ao se
sentirem defasados, ou mesmo perdendo tempo em estudar, em vez de gerar renda à
família, como foi feito em trabalhos (informais) durante esse período.

3. EaD: alternativa e não substitutiva


Passou-se a questionar a necessidade da presença física em muitas das nossas atividades
cotidianas, com o advento do "novo normal". Diversas empresas observaram um aumento
de produtividade, diminuição de custos físicos e relatos de melhora da qualidade de vida e
felicidade de seus funcionários.
Na contramão dessa tendência disruptiva de substituição pelo digital e online, a Educação
escancarou fragilidades do ensino e da necessidade de um espaço físico exclusivo, pais
desesperados fizeram petições e saíram (e ainda saem) às ruas protestando pelo retorno
das escolas, que voltaram durante pouco menos de 2 meses, no caso das públicas
estaduais de SP e se mostraram bastante vulneráveis, com explosão de casos da doença
em muito pouco tempo.
Nóvoa vai mais além ao tratar sobre ensino a distância, dizendo não corresponder a uma
solução para o futuro, sendo um erro trágico assumi-lo como tal. Trata-se de um momento
excepcional, em que as plataformas digitais contribuem, mas não substituem o presencial,
que precisa retornar ao final dessa crise sanitária.

*Inicialmente, havia estruturado o exercício a partir da temática "Ser Estudante em Tempo


de Pandemia". Apesar disso, acredito que tenha listado pontos relevantes para a nossa
discussão.

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