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FACULDADES DOCTUM DE CARATINGA

Adriana Ramos Silveira


Almério Pereira de Matos Filho
Bianka Ricard Thomes Ribeiro
Débora Barbosa Marques
Irys Glayce Rosa Correa de Faria Valente de Paula
Jessica Thereza Faria Siqueira
Julimar Martins
Júlya Victoria Paterno Ramos Silveira
Letícia Ferreira dos Santos
Luciano Magela Campos
Márjore Leite Dutra

PROJETO INTEGRADOR

BACHARELADO EM DIREITO

CARATINGA – MG 2023
Adriana Ramos Silveira
Almério Pereira de Matos Filho
Bianka Ricard Thomes Ribeiro
Débora Barbosa Marques
Irys Glayce Rosa Correa de Faria Valente de Paula
Jessica Thereza Faria Siqueira
Julimar Martins
Júlya Victoria Paterno Ramos Silveira
Letícia Ferreira dos Santos
Luciano Magela Campos
Márjore Leite Dutra

PROJETO INTEGRADOR

Paper apresentado ao Curso de Direito das


Faculdades Doctum de Caratinga, como exigência
na disciplina Projeto Integrador, requisito parcial à
obtenção do título de Bacharel em Direito.

Professor: MSc. Juliano Seppe

CARATINGA - MG 2023
1 INTRODUÇÃO

A pandemia de COVID-19, causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, foi um


evento global sem precedentes que começou em dezembro de 2019 na cidade de
Wuhan, na China, e se espalhou rapidamente pelo mundo, sendo declarada pela
Organização Mundial da Saúde como uma pandemia em março de 2020. Essa doença
respiratória altamente contagiosa resultou em milhões de infecções e mortes,
sobrecarregando sistemas de saúde, impactando economias e transformando a vida
cotidiana de pessoas em todos os cantos do planeta. Medidas de isolamento social,
uso de máscaras e vacinação em massa tornaram-se estratégias essenciais para
conter a propagação do vírus e mitigar seus impactos (GRÄF; et al., 2020).
A pandemia de Covid-19 expôs e exacerbou muitas desigualdades sociais e
econômicas em todo o mundo. Embora a doença tenha afetado pessoas de todas as
origens, ela não as afetou de maneira igual. Aquelas em situações de maior
vulnerabilidade social foram as mais prejudicadas. A falta de acesso a condições
básicas de vida, como alimentação adequada, saneamento básico e assistência
médica, tornou-se ainda mais evidente durante a pandemia. Grupos marginalizados e
historicamente subjugados, como comunidades de baixa renda, minorias étnicas,
migrantes e pessoas em situação de rua, enfrentaram desafios adicionais devido à
falta de recursos e sistemas de apoio adequados (VARONESE; ALMEIDA, 2021).
As ações que priorizaram a saúde pública e o bem-estar de suas populações
demonstraram a capacidade da humanidade de se unir em momentos de crise. Por
outro lado, a resposta inadequada de alguns governos, baseada no negacionismo e
na priorização de interesses econômicos sobre a saúde pública, teve um impacto
prejudicial em suas populações e agravou ainda mais as desigualdades existentes
(DUARTE; BENETTI, 2022).
Ao longo dos séculos as comunidades indígenas enfrentaram uma série de
desafios, incluindo a violência, a falta de reconhecimento de seus direitos e até mesmo
o extermínio de comunidades inteiras. Esses problemas persistem até os dias de hoje.
Segundo Varonese e Almeida (2021), uma das principais razões para essas
dificuldades é a visão equivocada de alguns setores da sociedade dominante, que
veem os povos indígenas como obstáculos ao desenvolvimento econômico. Essa
perspectiva muitas vezes ignora a importância da preservação das culturas
tradicionais e da proteção dos direitos dos povos indígenas, que são reconhecidos
tanto em níveis nacionais quanto internacionais.
A política de controle sobre os corpos indígenas também é uma preocupação
legítima. A negação do acesso a serviços de saúde adequados foi particularmente
prejudicial durante a pandemia de Covid-19. É importante que haja um esforço
contínuo para reconhecer e respeitar os direitos dos povos indígenas no Brasil, com
a implementação efetiva das leis existentes que garantem a proteção e a promoção
dos direitos dos povos indígenas à uma saúde de qualidade. Sendo assim, levanta-se
a seguinte questão: De que forma a pandemia de Covid-19 destacou as deficiências
nas legislações e políticas de saúde voltadas para os povos indígenas?
Esse paper teve como objetivo geral investigar as políticas de saúde indígena
no Brasil, destacando como o descaso estatal impacta o acesso aos serviços de saúde
por parte das populações indígenas. Como objetivos específicos têm-se: apresentar
o contexto histórico da luta do povo indígena por seus direitos; analisar os
instrumentos legais e constitucionais que garantem aos povos indígenas o direito à
saúde; e analisar as políticas de saúde pública adotadas pelo Estado brasileiro em
resposta à pandemia de Covid-19, com foco específico na forma como essas políticas
afetaram as comunidades indígenas.
Neste estudo, foi empregada uma metodologia de revisão de literatura, que
incluiu a identificação e seleção criteriosa de fontes de informação em bases de dados
acadêmicas relevantes, com base em critérios de inclusão na data, sendo artigos,
livros e teses a partir de 2013, com exceção de legislações e autores renomados no
assunto.
A importância de compreender as políticas de saúde indígena no Brasil,
transcende questões imediatas de equidade e direitos humanos. É uma oportunidade
de aprendizado e correção para evitar a repetição dos erros cometidos durante a
pandemia de Covid-19 e, mais amplamente, ao longo da história. Ao reconhecer a
singularidade cultural e o valor intrínseco das comunidades indígenas, bem como sua
contribuição para a diversidade cultural do país, podemos estabelecer políticas e
práticas de saúde mais inclusivas, justas e sensíveis às necessidades dessas
populações. Essa análise crítica das políticas de saúde indígena oferece uma
contribuição na compreensão de um sistema de saúde que respeite os direitos, a
dignidade e a saúde das populações indígenas, preparando o Brasil para enfrentar
futuras crises de saúde com maior humanidade e eficácia.
2 A HISTÓRIA DA LUTA DOS POVOS INDÍGENAS POR SEUS DIREITOS

A história dos povos indígenas no Brasil é uma narrativa que se estende por
milênios, muito antes da chegada dos europeus ao continente americano. Diversas
culturas e comunidades indígenas já habitavam as vastas terras do Brasil, cada uma
com suas línguas, tradições e modos de vida distintos. Antes da colonização europeia,
esses povos indígenas eram caçadores, coletores e agricultores, com sociedades
frequentemente organizadas de maneira complexa, envolvendo sistemas políticos,
sociais e religiosos com notável diversidade cultural e riqueza (VARONESE;
ALMEIDA, 2021).
No entanto, com a chegada dos europeus no século XVI, em especial os
portugueses, a história dos povos indígenas mudou. Os colonizadores estabeleceram
colônias e buscaram explorar as riquezas naturais do país. Esse período foi marcado
pela escravização, violência e expulsão dos indígenas de suas terras. A colonização
resultou em conflitos violentos e na disseminação de doenças, que tiveram um
impacto devastador sobre as populações indígenas (LUCIANO; et al., 2006).
O modelo econômico colonial, baseado na exploração de recursos como o pau-
brasil e posteriormente a cana-de-açúcar e o ouro, exigia uma mão de obra que fosse
facilmente explorada e substituível. Isso levou ao tratamento desumano e à
escravização de povos indígenas, muitos dos quais sucumbiram a condições de
trabalho brutais e doenças trazidas pelos colonizadores (RODRIGUES; SANTANA,
2020).
Com o tempo, essa política de morte evoluiu à medida que o Brasil se
transformou em uma nação independente. A expansão territorial e a busca por
riquezas naturais continuaram a ser prioridades, resultando em conflitos violentos,
deslocamento forçado de comunidades indígenas e apropriação de terras.
A penetração do capitalismo predatório no Brasil, especialmente a partir do
século XIX, intensificou a exploração de recursos naturais e a destruição do meio
ambiente. As comunidades indígenas, que há séculos já eram marginalizadas e
despojadas de seus territórios, continuaram a sofrer as consequências dessa política
predatória, à medida que grandes empreendimentos agropecuários, madeireiros e
mineradoras avançavam sobre suas terras (RODRIGUES; SANTANA, 2020).
Durante os séculos coloniais e imperiais, os povos indígenas enfrentaram
ameaças contínuas à sua existência. Muitos grupos foram empurrados para regiões
remotas e isoladas do Brasil. Apesar das adversidades, muitos conseguiram preservar
suas línguas, culturas e tradições. O século XX marcou um período de crescente
reconhecimento da importância da preservação das culturas indígenas e da proteção
de seus direitos.
As concepções eurocêntricas foram incorporadas ao aparato jurídico-
institucional brasileiro ao longo de séculos, contribuindo para a perpetuação de um
imaginário social discriminatório. No contexto da história constitucional brasileira,
somente em 1934 os direitos indígenas adquiriram status constitucional. A primeira
Constituição do Brasil Império, promulgada em 1824, sequer mencionava os
indígenas. Mais tarde, a Lei n° 601, de 1850, determinou que o governo reservasse
terras devolutas para a "colonização" dos indígenas, uma medida que gerou
confusões, já que levou à ideia equivocada de que todas as terras indígenas haviam
passado para o domínio dos estados (TOMPOROSKI; BUENO, 2021).
Em 1910, foi criado o Serviço de Proteção ao Índio (SPI), marcando a transição
do órgão imperial para o governo republicano e o início de uma política indigenista
que se desvinculou da igreja, mas ainda mantinha a ideia de integração dos povos
indígenas. Essa política buscava, em essência, acabar com as culturas indígenas para
assimilá-las à cultura nacional (GARNELO; et al., 2012).
Posteriormente, como mencionado, a Constituição de 1934 foi a primeira a
resguardar direitos indígenas. O Art. 129 dessa Constituição estabelecia o respeito à
posse de terras onde os indígenas estivessem permanentemente localizados,
proibindo, no entanto, sua alienação (venda ou transferência) (CASTILHO; 2022).
Um marco jurídico relevante nesse processo foi a Constituição de 1988, que
representou um avanço significativo ao reconhecer os direitos territoriais e culturais
dos povos indígenas. A Constituição estabeleceu o direito à posse permanente de
suas terras tradicionais, reconhecendo-as como um patrimônio cultural e de uso
exclusivo dessas comunidades. Além disso, a Carta Magna estabeleceu a obrigação
do Estado de demarcar e proteger essas terras, garantindo aos povos indígenas a
preservação de suas culturas e modos de vida (VARONESE; ALMEIDA, 2021).
No entanto, a luta indígena também é marcada por desafios contínuos e
ameaças à sua integridade cultural e territorial. A demarcação de terras tem sido um
processo complexo e muitas vezes conflituoso, com resistência de setores
econômicos e políticos que buscam explorar os recursos naturais das terras indígenas
(SILVA, 2018).
A luta dos povos indígenas por seus direitos não se limita apenas ao âmbito
jurídico, mas abrange também a mobilização social e a conscientização pública.
Organizações indígenas, líderes e defensores de direitos têm trabalhado
incansavelmente para sensibilizar a opinião pública e pressionar o Estado a cumprir
suas obrigações legais e constitucionais.
A imagem dos indígenas passou por uma série de construções simbólicas
negativas, sendo estigmatizados como povos bárbaros, irracionais, sem cultura e
desprovidos de religião. Essas narrativas permeiam o imaginário social até os dias
atuais, contribuindo para a persistência de discriminação, preconceito e exclusão
(LUCIANO; et al., 2006).
A história da luta dos povos indígenas por seus direitos no Brasil é um
testemunho de resiliência, perseverança e busca por justiça. Embora tenham
conquistado avanços significativos, os desafios persistem, e a sociedade brasileira e
o sistema jurídico continuam a ser chamados a garantir a proteção dos direitos
fundamentais das comunidades indígenas e a preservação de sua rica herança
cultural.

3 GARANTIAS LEGAIS E CONSTITUCIONAIS DOS DIREITOS À SAÚDE DOS


POVOS INDÍGENAS NO BRASIL

A Constituição de 1988 marcou um momento crucial na história da saúde


pública no Brasil, ao definir os princípios gerais do Sistema Único de Saúde (SUS) e
atribuir ao Ministério da Saúde a responsabilidade por sua gestão e coordenação.
Esse marco legal representou um grande avanço na garantia do acesso universal e
igualitário aos serviços de saúde para todos os brasileiros, incluindo os povos
indígenas (VARONESE; ALMEIDA, 2021).
No entanto, reconhecendo a singularidade das necessidades de saúde das
populações indígenas e a importância de respeitar suas culturas e tradições, foi
necessária uma abordagem diferenciada para a saúde indígena. Para debater e
abordar especificamente essas questões, foram realizadas, ao longo dos anos, quatro
Conferências Nacionais de Saúde Indígena (CNSI).
A primeira dessas conferências, realizada em 1986 e originalmente
denominada I Conferência Nacional de Proteção à Saúde dos Povos Indígenas, foi
um marco fundamental. Nesse encontro, líderes indígenas, representantes da
sociedade civil e autoridades de saúde debateram questões essenciais, destacando
a necessidade de uma representação indígena efetiva em todas as etapas da
formulação, organização e execução das ações de saúde indígena (SANTOS; 2020).
A participação da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) nessas conferências
demonstra a importância do governo federal em ouvir e dialogar com as comunidades
indígenas para melhorar a atenção à saúde desses grupos. Ao longo das conferências
subsequentes, temas como a territorialidade, a valorização das práticas de saúde
tradicionais e a promoção da autonomia das comunidades indígenas na gestão de
suas próprias políticas de saúde foram discutidos e desenvolvidos (BRASIL, 2009).
Em 1993, a II Conferência Nacional de Saúde Indígena desempenhou um papel
fundamental no avanço da política de saúde indígena no Brasil. Os debates e
discussões nesse evento contribuíram significativamente para o desenvolvimento de
iniciativas que posteriormente seriam consagradas na Lei Arouca (Lei nº 9.836/99),
uma legislação crucial para a melhoria da atenção à saúde das populações indígenas
(SANTOS; 2020).
A Lei Arouca, assim nomeada em homenagem a Sérgio Arouca, um importante
sanitarista brasileiro, estabeleceu o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena
(SASISUS). Essa legislação reconheceu a necessidade de uma abordagem
diferenciada para a saúde dos povos indígenas, considerando suas particularidades
culturais e territoriais. Ela também consolidou muitas das propostas e reivindicações
que surgiram durante a II Conferência Nacional de Saúde Indígena (BRASIL, 2009).
Uma das contribuições mais significativas dessa conferência foi a concepção e
a proposição dos Agentes Indígenas de Saúde (AISs). Esses agentes são membros
das próprias comunidades indígenas treinados para desempenhar um papel
fundamental na promoção da saúde e prevenção de doenças em suas comunidades.
Os AISs desempenham um papel de ligação crucial entre as equipes de saúde
convencionais e as comunidades indígenas, auxiliando na comunicação, na
sensibilização cultural e na prestação de cuidados de saúde mais culturalmente
apropriados (DIEHL; LANGDON; DAS-SCOPEL, 2012).
Outra inovação importante que surgiu da II Conferência foi a proposta de
criação dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dseis). Esses distritos têm como
objetivo organizar e gerenciar a prestação de serviços de saúde nas terras indígenas,
levando em consideração as necessidades específicas de cada comunidade e
respeitando sua autonomia (MARTINS, 2013).
A realização da III Conferência Nacional de Saúde Indígena, em 2001,
representou mais um importante capítulo na evolução das políticas de saúde voltadas
para as populações indígenas no Brasil. Nesse evento, uma série de avanços
significativos ocorreu, consolidando ainda mais a estrutura do Subsistema de Saúde
Indígena (SASISUS) e fortalecendo o controle social sobre as políticas de saúde para
essas comunidades.
Uma das conquistas mais notáveis dessa conferência foi o aprimoramento da
organização dos Dseis. Os Dseis desempenham um papel crucial na gestão e na
coordenação dos serviços de saúde nas terras indígenas, levando em consideração
as especificidades culturais e territoriais de cada comunidade. Durante a III
Conferência, os Dseis ganharam maior consistência em suas funções, contribuindo
para uma prestação de serviços de saúde mais eficiente e culturalmente apropriada
(GARNELO; et al., 2012).
Outro avanço importante foi a criação dos Conselhos Distritais de Saúde
Indígena. Esses conselhos desempenham um papel no controle social sobre as
políticas de saúde indígena, permitindo que as próprias comunidades participem
ativamente na tomada de decisões relacionadas à sua saúde. Essa medida fortaleceu
a voz e a representação das populações indígenas na formulação e na implementação
das políticas de saúde que as afetam diretamente (SCALCO; NUNES; LOUVISON,
2020).
Além disso, a III Conferência Nacional de Saúde Indígena avançou na inclusão
das mulheres indígenas nas discussões e na participação nas políticas públicas
destinadas aos povos indígenas. Essa inclusão reconheceu o papel fundamental das
mulheres indígenas nas comunidades e sua importância na promoção da saúde e
bem-estar das famílias e das comunidades indígenas como um todo (GARNELO; et
al., 2012).
A IV CNSI, realizada em março de 2006, teve como tema central "Dsei:
Território de Produção de Saúde, Proteção da Vida e Valorização das Tradições" que
refletiu a ênfase dada à autonomia dos Dseis e à valorização das práticas culturais
tradicionais como elementos centrais na promoção da saúde e proteção da vida das
populações indígenas.
O principal objetivo da IV CNSI foi avaliar a situação de saúde nos Dseis,
reconhecendo a importância fundamental de sua autonomia na gestão e coordenação
dos serviços de saúde indígena. A autonomia dos Dseis é um aspecto crucial para
garantir que as políticas de saúde sejam adaptadas às necessidades específicas de
cada comunidade indígena, respeitando suas particularidades culturais e territoriais
(MARTINS, 2013).
Além disso, a conferência também buscou avaliar o funcionamento do
SASISUS no âmbito do SUS. Isso reflete a importância de integrar a saúde indígena
ao sistema de saúde nacional, garantindo que as políticas e os recursos sejam
devidamente direcionados para atender às necessidades das comunidades indígenas
(MARTINS, 2013).
Ao enfatizar a valorização das tradições culturais indígenas, a IV CNSI em 2006
reconheceu que a saúde das populações indígenas não pode ser abordada de
maneira isolada ou desvinculada de suas práticas tradicionais. A incorporação dessas
práticas na prestação de serviços de saúde é fundamental para uma abordagem
culturalmente sensível e eficaz (BRASIL, 2006).
Esses debates e conferências ao longo dos anos ajudaram a moldar a política
de saúde indígena no Brasil, enfatizando a necessidade de respeitar a diversidade
cultural e a autonomia das comunidades indígenas em relação à sua saúde. Embora
desafios persistam na implementação dessas políticas, as conferências de saúde
indígena representam um importante passo em direção à construção de um sistema
de saúde que atenda às necessidades específicas e garantam os direitos de saúde
das populações indígenas do país.
A aprovação do Decreto 7.336/2010 representou um marco importante na
regulamentação da saúde indígena no Brasil. Esse decreto foi elaborado para
regulamentar a Lei Arouca (Lei nº 9.836/99) e estabelecer diretrizes claras para a
organização do SASISUS. Uma das principais características desse decreto foi a
criação de cargos de Coordenação Regional e Distrital de Saúde Indígena, que
desempenham papéis de gestão e coordenação das políticas de saúde voltadas para
as comunidades indígenas (VARONESE; ALMEIDA, 2021).
Além disso, o Decreto enfatizou a importância da participação ativa das
comunidades indígenas na gestão da saúde. Isso reconheceu a necessidade de que
as próprias comunidades fossem envolvidas nas decisões que afetam sua saúde e
bem-estar, garantindo que suas vozes fossem ouvidas e respeitadas (VARONESE;
ALMEIDA, 2021). Esse aspecto é crucial para o desenvolvimento de políticas de
saúde que sejam culturalmente sensíveis e adequadas às necessidades específicas
das populações indígenas.
A Medida Provisória (MP) Nº 621, de 8 de julho de 2013 buscou melhorar o aos
cuidados médicos em áreas indígenas remotas do Brasil. Por meio dessa portaria, foi
criado o Programa Mais Médicos, uma iniciativa que visava enfrentar desafios críticos
no sistema de saúde do país, incluindo a escassez de profissionais de saúde em
regiões remotas, como as áreas indígenas (SCHWEICKARDT; et al., 2020).
Uma das principais características do Programa Mais Médicos foi a alocação
de profissionais de saúde, incluindo médicos, em áreas que historicamente
enfrentavam dificuldades em atrair profissionais de saúde qualificados. Isso teve um
impacto positivo nas comunidades indígenas, que muitas vezes estavam distantes dos
centros urbanos e enfrentavam barreiras significativas para receber atendimento
médico adequado (GUIMARÃES; et al., 2022).
A presença de médicos e profissionais de saúde em áreas indígenas remotas
contribuiu para uma melhoria substancial no acesso aos cuidados de saúde. Esses
profissionais puderam realizar diagnósticos, tratamentos e acompanhamento médico,
atendendo às necessidades específicas das comunidades indígenas. Além disso, o
Programa Mais Médicos também promoveu ações de prevenção e promoção da
saúde, o que é fundamental para melhorar as condições de vida e saúde dessas
populações.

4 IMPACTO DAS POLÍTICAS DE SAÚDE NA RESPOSTA À PANDEMIA DE


COVID-19 NAS COMUNIDADES INDÍGENAS BRASILEIRAS

A pandemia de COVID-19, que eclodiu em 2019, não poupou nenhuma parte


do mundo, e as populações indígenas não foram exceção. No Brasil, um país com
uma rica diversidade de povos indígenas, as comunidades tradicionais enfrentaram
desafios significativos durante esse período.
A vulnerabilidade das populações indígenas à COVID-19 é multifacetada.
Fatores socioeconômicos, geográficos e culturais desempenharam um papel
importante nessa vulnerabilidade. Muitas comunidades indígenas enfrentam
condições de saúde precárias devido à falta de acesso a serviços médicos, altas taxas
de doenças crônicas e condições de vida desfavoráveis. Isso tornou essas
comunidades mais suscetíveis a infecções, incluindo a COVID-19 (LANA; et al., 2021).
Além disso, a localização remota de muitas aldeias indígenas dificultou o
acesso a atendimento médico e a distribuição de suprimentos essenciais, como
medicamentos e equipamentos de proteção individual. A barreira linguística e cultural
também representou um desafio na comunicação eficaz de medidas de prevenção e
cuidados de saúde (VARONESE; ALMEIDA, 2021).
A pandemia teve um impacto devastador na perda de líderes indígenas, como
por exemplo, o Cacique Aritana Yawalapiti, de 71 anos, um dos principais líderes
indígenas do Alto Xingu, devido à COVID-19, enfraquecendo a capacidade das
comunidades de se organizarem e defenderem seus direitos. Além disso, a perda de
membros mais velhos, que frequentemente detêm conhecimentos tradicionais
valiosos, representou uma ameaça à preservação das culturas indígenas (ALMEIDA,
et al., 2020).
Os dados referentes à COVID-19 entre os povos indígenas, registrados no
Subsistema de Atenção à Saúde Indígena desde o início da pandemia em março de
2020 até novembro de 2022, revelam a impactante realidade enfrentada por essas
comunidades. Esses números são mais do que apenas estatísticas; eles representam
vidas e comunidades inteiras afetadas por essa crise de saúde global.
Desde a primeira notificação em março de 2020 até novembro de 2022, a
Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) notificou um total de 206.286 registros
de COVID-19 nos 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas. Desses registros,
69.932 casos (cerca de 34%) foram confirmados como COVID-19, enquanto 129.576
(cerca de 63%) foram descartados após avaliação médica. Além disso, 6.644 casos
(aproximadamente 3,2%) foram excluídos por razões diversas, e 90 (0,04%)
permanecem como casos suspeitos (BRASIL, 2022).
Entre os casos confirmados, um número trágico de 928 pessoas, o que
representa aproximadamente 1,3% dos casos, não sobreviveram à doença e
perderam suas vidas devido à COVID-19. Cada óbito é uma perda irreparável para
suas famílias e comunidades. Em 2022, até a semana 46 (19 de novembro), foram
confirmados mais 11.352 casos e lamentavelmente ocorreram 43 óbitos adicionais.
Isso mostra que a pandemia continua a afetar as populações indígenas mesmo após
mais de dois anos desde o início da crise (BRASIL, 2022).
Esses números sublinham a urgência de ações concretas para proteger e
apoiar os povos indígenas do Brasil em situações emergenciais como a pandemia. É
fundamental garantir o acesso a serviços de saúde de qualidade, incluindo testes,
tratamento e vacinação. Além disso, a importância da preservação das práticas
culturais e da autonomia das comunidades indígenas na gestão de suas próprias
políticas de saúde fica ainda mais evidente.
O alto número de óbitos durante a pandemia se intensificou devido ao descaso
dos governantes com a população indígena. As divergências de pensamentos sobre
as prioridades na pandemia levaram a atraso no desenvolvimento de estratégias que
minimizassem as consequências da pandemia.
A derrubada do veto presidencial pelo Congresso Nacional à Lei 14.021, de
2020, é um marco importante na tentativa de proteção dos povos indígenas,
comunidades quilombolas e outros grupos tradicionais durante a pandemia de COVID-
19 no Brasil. Essa medida reconhece a situação de extrema vulnerabilidade dessas
populações e estabelece medidas essenciais para a mitigação dos impactos da
pandemia em suas vidas (AGÊNCIA SENADO, 2020).
A Lei 14.021 determina que os povos indígenas, comunidades quilombolas e
demais povos tradicionais sejam considerados "grupos em situação de extrema
vulnerabilidade" e, portanto, de alto risco para emergências de saúde pública
(BRASIL, 2020). Essa classificação é essencial para direcionar recursos e assistência
apropriados para essas comunidades, levando em consideração suas necessidades
específicas.
No entanto, o então presidente vetou 22 dispositivos da norma, alegando
questões orçamentárias e financeiras. Esses vetos incluíam medidas cruciais, como
o acesso universal à água potável, a distribuição gratuita de materiais de higiene e
limpeza, a oferta emergencial de leitos hospitalares e UTIs, a distribuição de materiais
informativos sobre a COVID-19 e a conectividade à internet nas aldeias (ROSA; et al.,
2020).
Além disso, a obrigação de distribuir alimentos diretamente às famílias, a
elaboração de planos de contingência para contato com povos isolados e a resposta
a surtos e epidemias também foram vetados. Essas medidas eram essenciais para
garantir a saúde e o bem-estar das comunidades indígenas em meio à pandemia
(GONTIJO; et al., 2023). A derrubada do veto pelo Congresso Nacional demonstrou o
reconhecimento da importância dessas medidas de proteção para os povos indígenas
e comunidades tradicionais, especialmente em um momento de crise de saúde
pública. No entanto, se as medidas não foram implementadas eficazmente
prejudicando assim a garantia da saúde e a segurança dessas comunidades.
Com isso explora-se o conceito de "necropolítica", cunhado pelo filósofo Achille
Mbembe, descreve uma abordagem política em que o Estado exerce poder sobre a
vida e a morte dos indivíduos por meio de ações ou omissões deliberadas
(FERREIRA, 2019). No contexto brasileiro, a forma como o Estado tem lidado com a
saúde dos povos indígenas durante a pandemia de COVID-19 pode ser interpretada
como uma manifestação dessa política de morte.
Desde a colonização, os povos indígenas no Brasil têm enfrentado uma história
de violações de direitos, despojamento de terras e negação de sua cultura e
identidade. Essa trágica história tem sido renovada nos tempos recentes,
especialmente no que diz respeito à saúde dessas populações. Segundo Terena
(2021), hoje, essa política de morte persiste, manifestando-se na falta de
reconhecimento dos direitos territoriais e culturais dos povos indígenas, na destruição
da floresta amazônica, na contaminação de recursos hídricos e no descaso com a
saúde dessas comunidades, como evidenciado durante a pandemia de COVID-19.
A pandemia de COVID-19 escancarou o descaso com a saúde dos povos
indígenas, que já eram vulneráveis devido à falta de acesso a serviços de saúde
adequados, desnutrição e outros fatores socioeconômicos. As ações e omissões do
governo durante a pandemia colocou em risco a vida dessas comunidades,
evidenciando uma política de morte (SOCIEDADE MARANHENSE DE DIREITOS
HUMANOS, 2021).
A consolidação dessa necropolítica é notável no que pode-se chamar de "deixar
morrer". O Estado permitiu que as comunidades indígenas enfrentassem condições
precárias de saúde sem a devida assistência. Isso é especialmente conveniente para
as políticas governamentais e para interesses econômicos que visam à expansão
sobre os territórios tradicionais, muitas vezes ricos em recursos naturais (LIMA, 2022).
A falta de reconhecimento das diferenças culturais e identitárias dos povos
indígenas tem levado à aniquilação dessas comunidades. O Estado, por meio de suas
políticas, decide quem "pode" ou "deve" morrer, priorizando outras agendas em
detrimento da vida e dos direitos dessas populações (VARONESE; ALMEIDA, 2021).
A situação dos povos indígenas durante a pandemia de COVID-19 no Brasil
revelou não apenas um descaso com a saúde, mas também uma desvalorização das
vidas e culturas dessas comunidades. Foi um triste reflexo das prioridades e políticas
adotadas por alguns governantes, que colocaram em risco a vida de brasileiros, em
particular das populações tradicionais, em nome de interesses econômicos e políticos.
A pandemia de COVID-19 destacou as desigualdades existentes e a
necessidade de abordagens sensíveis à cultura e às necessidades das comunidades
indígenas. A luta pela proteção dos direitos e da saúde dos povos indígenas continua
sendo uma questão central no Brasil, e a derrubada desse veto é um passo importante
nessa direção. No entanto, a pandemia também destacou a resiliência e a
solidariedade das comunidades indígenas. Muitas delas adotaram medidas rigorosas
de distanciamento social, fechando o acesso às aldeias e organizando a distribuição
de alimentos e cuidados médicos por conta própria.

5 COSIDERAÇÕES FINAIS

O descaso do Estado brasileiro em relação à saúde indígena durante a


pandemia de Covid-19 foi uma realidade preocupante. Essa negligência culminou na
consolidação de uma necropolítica. A situação da saúde indígena no Brasil foi
caracterizada por diversos problemas. O Sistema Único de Saúde (SUS), que deveria
garantir atendimento de qualidade a todos os brasileiros, incluindo os indígenas,
sofreu com a falta de investimentos, desmonte de estruturas de saúde e
desqualificação de profissionais. Isso resultou em um sistema precário que não
conseguiu atender às necessidades específicas dessas populações durante a
pandemia.
A falta de políticas eficazes de prevenção e assistência também foi evidente. A
escassez de insumos básicos, como álcool em gel e máscaras, a demora na testagem
e no acesso a tratamentos adequados contribuíram para a disseminação do vírus nas
aldeias indígenas. Além disso, a falta de diálogo e respeito às lideranças indígenas foi
um aspecto crítico. O governo federal ignorou sistematicamente as vozes das
lideranças indígenas, desconsiderando suas demandas e conhecimentos tradicionais
no enfrentamento da pandemia. Isso demonstrou uma falta de respeito pela
autonomia e sabedoria desses povos.
Em resumo, o que foi visto no contexto da saúde indígena durante a pandemia
de Covid-19 no Brasil não foi apenas negligência acidental, mas sim políticas
deliberadas que colocaram em risco a vida e o bem-estar dessas comunidades. Esse
é um exemplo alarmante de necropolítica, onde a falta de ações adequadas e
responsivas por parte do governo resultou na morte evitável de muitos indígenas. É
imperativo reconhecer essa realidade e pressionar por mudanças significativas na
política de saúde indígena no Brasil, assegurando o respeito aos direitos e à dignidade
desses povos.

6 REFERÊNCIAS

AGENCIA SENADO. Congresso derruba vetos de Bolsonaro à lei que protege


indígenas na pandemia. 2020. Disponível em:
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