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No contexto da pandemia de COVID-19, que teve sua maior expressividade em

2020, a comunidade indígena brasileira se viu em uma situação de extrema


vulnerabilidade, tendo em vista a dificuldade de acesso aos serviços de saúde e a
invasão de seus territórios, espalhando o vírus para essa população. Nesse
sentido, as discussões a respeito da questão do índio no Brasil contemporâneo,
não só em relação a pandemia, mas como um todo, tornam-se mais relevantes que
nunca, de modo que esse assunto passa a exigir uma atenção especial. Dessa
forma, faz-se necessária uma análise dos fatos a respeito dessa temática, por meio
de um estudo dos desafios enfrentados por esse grupo, além de sua situação no
contexto do coronavírus, com vistas a encontrar uma solução para essa
adversidade.
Em primeiro lugar, deve-se salientar que, de acordo com o Instituto Socioambiental
(ISA) entende-se como uma pessoa indígena aquela que descende dos povos que
habitavam o continente antes da chegada dos europeus e apresenta um modo de
vida que originário das antigas formas de viver das populações originárias das
Américas. Além disso, entre os desafios enfrentados por essa comunidade
destacam-se a dificuldade e o desrespeito da demarcação de terras; dificuldade de
acesso à saúde, educação, eletricidade e saneamento básico das comunidades
mais afastadas ou isoladas; além de estereótipos relacionados a esse grupo, como
pode ser, por exemplo, em livros como “O Guarani” e “Iracema”, do romantismo, os
quais apresentam a imagem do “bom selvagem”, um índio heroico, obediente e não
condizente com a realidade, conceito o qual, ainda hoje, muitas vezes perdura na
mente popular. Assim, fica evidente a grande expressividade da situação, a qual é
extremamente complicada e prejudicial para suas vítimas.
Outrossim, é importante destacar ainda que, no contexto da pandemia de
coronavírus, a situação da comunidade indígena tornou-se ainda mais complicada,
evidenciando a grande vulnerabilidade e negligência sofridas por esse grupo, tendo
em vista a dificuldade de acesso aos serviços de saúde e a presença de certos
costumes em algumas comunidades, como o compartilhamento de utensílios ou a
existência de moradias coletivas, os quais colaboram para uma maior exposição às
doenças infecciosas. Com isso, de acordo com Secretaria Especial de Saúde
Indígena (Sesai) e a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), oficialmente,
46.820 pessoas indígenas foram contaminadas pela Covid-19, das quais 640
morreram, até o dia 20 de abril de 2021. Desse modo, vê-se que a situação é
preocupante, de modo a exigir uma solução imediata.

Portanto, tendo em vista a gravidade e expressividade da situação, além da grande


quantidade de prejuízos que ela acarreta, é fundamental que a Fundação Nacional
do Índio (Funai)- órgão indigenista oficial do Estado brasileiro- em conjunto com o
Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos e do Ministério da
Educação zelar pelos direitos indígenas por meio de políticas que promovam a
conscientização da população, como campanhas sobre o respeito divulgadas na
internet e nas escolas, além de medidas que visem a uma maior fiscalização
dessas comunidades, com o objetivo de minimizar preconceitos e evitar a invasão
de terras. Ademais, cabe ainda à Funai, em conjunto com o Ministério da Saúde,
promover uma melhoria na saúde das comunidades, por meio da introdução de
equipes de saúde nessas regiões, com vistas a evitar a propagação de doenças
como o coronavírus. Dessa forma, a questão do índio no brasil contemporâneo não
apresentará mais adversidades e esse grupo poderá desfrutar de uma vida muito
mais tranquila e adequada no país.

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