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CÓDIGO DA

PRAXE
DA

UNIVERSIDADE
DE COIMBRA
2022

-- Versão digital do articulado --


MAGNUM CONSILIUM VETERANORUM – MMXXII
CODEX PRAXIS - ARTICULATUS

TÍTULO I
DA PRAXE ACADÉMICA

Artigo 1º

Definição Universal

PRAXE ACADÉMICA é o conjunto de usos, costumes, regras, normas de etiqueta e


protocolo que tradicionalmente regem as relações sociais dos estudantes da
Universidade de Coimbra que livremente aderem à mesma, em conjunto com todas
as disposições que, nesse sentido, forem decretadas pelo Conselho de Veteranos da
Universidade de Coimbra.

Artigo 2º

Da Capa e Batina

1. É direito consagrado a todos os estudantes do ensino superior Português,


liceus e escolas superiores o uso da Capa e Batina, segundo o modelo
tradicional, enquanto uniforme nacional académico;
2. Ao seu uso incorreto, no contexto da Universidade de Coimbra, são aplicáveis
as sanções previstas pela Praxe presentes neste Código.

Artigo 3º

Da vinculação à Praxe

1. Estão vinculados à Praxe Académica todos os estudantes matriculados na


Universidade de Coimbra;
2. O estudante de qualquer estabelecimento de ensino, quando usando Capa e
Batina segundo os modos tradicionais de Coimbra, fica vinculado à Praxe;
3. Salvaguarda-se do ponto 1º o que neste Código for aplicável aos graus de
BICHO e de PARAQUEDISTA.

Artigo 4º

Das matrículas

1. Constitui matrícula a inscrição válida de um aluno em curso conferente de


grau na Universidade de Coimbra;
2. A matrícula na Universidade de Coimbra seguida de transferência para
qualquer outro estabelecimento de ensino superior, antes de findo o primeiro
período de Praxe, fica considerada sem efeito;
3. Estando o estudante matriculado em estabelecimento de ensino superior fora
de Coimbra, ficam obrigados a respeitar a Praxe, sendo designados por
TURISTAS.

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Artigo 5º

Das condições gerais

1. Os Doutores só podem exercer Praxe estando correctamente de Capa e Batina


(vide Título II);
2. Os Veteranos, salvo quando expressamente se indique o contrário, podem
exercer Praxe à Futrica mas, estando de Capa e Batina, têm de estar na
Praxe.

Artigo 6º

Da vigência da Praxe

1. A Praxe vigora a tempo inteiro salvo quando está suspensa ou fora dos
períodos definidos;
2. A Praxe fica suspensa:
a. Quando não houver toque matutino da Cabra;
b. Aos Domingos e feriados nacionais;
c. Durante o decorrer das cerimónias do Dia da Universidade e no dia da
Abertura Solene das Aulas, se estas se realizarem na Sala dos Capelos;
d. Nos trinta minutos antecedentes e posteriores a uma Assembleia
Magna e durante o decorrer desta;
e. Quando suspensa pelo Dux Veteranorum ou Magnum Consilium
Veteranorum;
f. Durante o Luto Académico.
3. Sempre que a Praxe estiver suspensa ficam proibidas as Praxes de
Mobilização e Gozo do Caloiro, o uso de Insígnias Pessoais ou de Praxe, as
Praxes de Trupe (excepto Trupes Extraordinárias), os Julgamentos e
Touradas. Mantêm-se em vigor as normas do uso e costume da Capa e Batina,
assim como as sanções a aplicar às infrações do presente Código.

Artigo 7º

Das limitações

1. É vedado o exercício da Praxe sobre estudantes do sexo oposto. Podem, no


entanto, ocorrer mobilizações e Gozo caso estejam presentes Doutores de
ambos os sexos e não estejam a ser ultrapassadas as normas de boa conduta,
de civismo e de respeito pelos pares.
2. Estão excluídas do disposto no número 1:
a. As revistas e inspeções por parte do Dux Veteranorum;
b. Chamadas de atenção perante infrações cometidas à Praxe;
c. A assistência às “Touradas ao Lente”.
3. Não é permitido:
a. Perturbar o normal funcionamento das actividades lectivas, eventos
ou cerimónias da Universidade de Coimbra;
b. Perturbar ou desrespeitar eventos inseridos na tradição e actividade
da Associação Académica de Coimbra;
c. Desenvolver actividades que lesem bens de terceiros;
d. Actividades e comportamentos que desonrem a Universidade de
Coimbra e os preceitos da Praxe e do bom senso.

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Artigo 8º

Dos períodos da Praxe

1. A Praxe subdivide-se nos seguintes períodos:


a. O primeiro período da Praxe que medeia entre o primeiro dia de aulas
da Universidade de Coimbra e a Cerimónia de Imposição de Insígnias;
b. O segundo período da Praxe que medeia entre a Cerimónia de
Imposição de Insígnias e três dias após o início das férias do Natal;
c. O terceiro período de Praxe que medeia entre os três dias antes do fim
das férias de Natal e o início do Cortejo da Queima das Fitas;
d. O quarto período da Praxe que medeia entre o dia do Cortejo da
Queima das Fitas e o dia da Bênção das Pastas.
2. Início das férias é o dia seguinte ao último dia de aulas da Faculdade que mais
tarde as encerra.
3. Fora dos períodos de Praxe são proibidos a Praxe de Gozo do Caloiro, a Praxe
de Trupe, os Julgamentos e o uso de Insígnias Pessoais.
4. O Conselho de Veteranos poderá alterar por Decretus os períodos em que
vigora a Praxe, fixando os termos em que esta decorrerá.

Artigo 9º

Da aplicabilidade

1. Os preceitos da Praxe dispostos no presente Código aplicam-se


transversalmente a todos os estudantes da Universidade de Coimbra,
independentemente do seu curso ou Faculdade.

Artigo 10º

Dos limites da Praxe

1. Constitui Alta a parte central da cidade, delimitada por: Arco de Almedina,


rua Fernandes Tomás, Calçada da Estrela na parte em prolongamento com a
rua Fernandes Tomás, rua da Alegria, Estrada da Beira, Ladeira do
Seminário, Alameda Dr. Júlio Henriques até à confluência com a Avenida Dr.
Marnoco e Sousa, Avenida Dr. Marnoco e Sousa, Avenida Dr. Dias da Silva,
rua Dr. Bernardo de Albuquerque, rua Dr. Antônio José de Almeida, rua
Ocidental de Montarroio, rua da Manutenção Militar, rua da Fonte Nova e
rua Corpo de Deus. Não serão parte integrante da Alta: a parte gradeada da
rua Corpo de Deus junto à rua Visconde da Luz, a delimitação entre a rua da
Fonte Nova e a rua da Manutenção Militar é feita pela linha ideal que une o
extremo do gradeamento da rua da Fonte Nova e a esquina da Manutenção
Militar.
2. Pertencem à Baixa: o Penedo da Saudade, a Rua dos Combatentes da Grande
Guerra, o Bairro Norton de Matos; o Parque da Cidade, o Largo da Portagem
e a Av. Emídio Navarro; a Ponte de Santa Clara entre o meio e a margem
direita do Rio Mondego; as ruas Ferreira Borges, Visconde da Luz e da Sofia;
a Praça 8 de Maio; a rua Olímpio Nicolau Rui Fernandes, a rua das

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Figueirinhas; o Pátio de Inquisição e o Largo da Manutenção Militar. Todos
os locais que estando dentro dos limites definidos no presente ponto não sejam
parte integrante da Alta.
3. Para efeitos de Praxe, são considerados os seguintes limites para a cidade de
Coimbra: A ponte de Santa Clara do meio para a margem direita, Avenida
Marginal até à Casa do Sal, Estrada de Coselhas até à circular externa,
circular externa até à ponte da Portela, margem direita do rio Mondego ao
longo deste até ao Parque Dr. Manuel Braga, inclusive.
4. Considera-se ainda, para efeitos de Praxe, como pertencente à cidade de
Coimbra, o espaço delimitado pelas seguintes artérias: Avenida de
Conimbriga, Avenida Dr. João das Regras, Estrada da Guarda Inglesa e a rua
Luís António Verney.

§ ÚNICO – Todas as zonas pertencentes ao município de Coimbra não


previstas dentro dos limites Praxísticos têm o nome de “Japão”.

Artigo 11º

Do tecto

1. Debaixo de tecto só pode exercer-se Praxe em edifícios pertencentes ao


campus Universitário, em edificios considerados académicos, na sede da
Associação Académica de Coimbra, nas Repúblicas Oficializadas e nos
Refúgios de Baco;
2. Não obstante o disposto no artigo anterior, pode o Conselho de Veteranos
autorizar o exercício da Praxe em qualquer outro local devidamente
justificado;
3. Não se considera como estando debaixo de tecto zonas encobertas por
edificios, construções ou infraestruturas, que tenham acesso pela via pública.
Da mesma forma, abrigos de paragens de autocarro, telheiros, varandas,
alpendres ou telhas soltas não são consideradas como tecto.

Artigo 12º

Das Assembleias Magnas


1. Durante o decorrer de Assembleias Magnas da AAC e nos trinta (30) minutos
anteriores ou seguintes, está proibida a Praxe de Mobilização e Gozo e a Praxe
de Trupe.

Artigo 13º

Da equipa de futebol

1. Sempre que a equipa de honra de futebol da Associação Académica1 obtiver


vitória não haverá Praxe de Trupe até ao toque matutino da Cabra seguinte.

1
AAC/OAF

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Artigo 14º

Das Faculdades de Coimbra

1. As cores oficiais das Faculdades são as seguintes:


a. Faculde de Medicina: amarelo;
b. Faculdade de Direito: vermelho;
c. Faculdade de Ciências e Tecnologia: azul-claro (Licenciaturas), azul-
claro e branco (Matemática, Engenharias e Arquitetura)1;
d. Faculdade de Letras: azul-escuro;
e. Faculdade de Farmácia: roxo;
f. Faculdade de Economia: vermelho e branco;
g. Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação: laranja;
h. Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física: castanho e
pérola.
2. A hierarquia das Faculdades em ordem descendente é a seguinte: Medicina
(FMUC), Direito (FDUC), Ciências e Tecnologia (FCTUC), Letras (FLUC),
Farmácia (FFUC), Economia (FEUC), Psicologia e Ciências da Educação
(FPCEUC), Ciências do Desporto e Educação Física (FCDEF)2.
3. Para efeitos deste código, constitui Faculdade todo o edifício reservado a fins
docentes universitários, quer tenha ou não esse nome, exceto o Hospital da
Universidade de Coimbra e suas dependências.

Artigo 15º

Do Último Acto

1. Considera-se como dia do Último Acto o dia da última actividade académica


oficial necessária para a conclusão de um ciclo de estudos;
2. No dia do Último Acto, o recém-formado pode proteger como Veterano, ainda
que não o seja;
3. A Praxe do Rasganço só pode ocorrer após o dia do Último Acto.

§ ÚNICO – Para efeitos deste Código entende-se por Ciclo de Estudos o


conjunto de cada Licenciatura e respectivo(s) Mestrado(s) de
continuidade ou Mestrado Integrado.
Artigo 16º

Do Luto Académico

1. O Luto Académico é a ocasião solene de reacção face a uma perda significativa


da Academia;
2. O Luto Académico engloba toda a Academia e difere do luto universitário ou
do luto ordinário;

1
Distinção originária devido à fusão entre as Faculdades de Filosofia Natural (Ciências Naturais) e
Faculdade de Matemática (Ciências Exactas).
2
Nota: A hierarquia das Faculdades serve meramente como critério de desempate para a resolução de
contendas ou questões entre intervenientes da mesma hierarquia ou para organização protocolar ou logística
das unidades orgânicas, não conferindo nenhumas restrições ao nível da mobilização de Caloiros, por parte
de Doutores de diferentes Faculdades.

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3. O Luto Académico é decretado pelo Dux Veteranorum até um máximo de três
dias. Cabe ao Conselho de Veteranos decretar Luto Académico para períodos
superiores a três dias;
4. Sem prejuízo do ponto anterior, pode um Veterano decretar luto ordinário por
um dia para o seu curso, mediante a perda de um colega. A situação deve ser
comunicada ao Dux Veteranorum;
5. Durante os períodos de luto está suspensa a Praxe de Mobilização e Gozo do
Caloiro, a Praxe de Trupe e Julgamentos;
6. Durante o luto todos os Estudantes que envergam a Batina ou Casaco devem
abotoar todos os botões até ao cimo, colocar a Capa sobre os ombros e recolher
as Insígnias.

§ÚNICO - Por decisão conjunta do Conselho de Veteranos e da Comissão de


Grelados da Queima das Fitas, pode a Queima das Fitas ser total, ou
parcialmente, suspensa sob pretexto de Luto Académico.

Artigo 17º
Dos sinos da Torre da Universidade
1. A Torre da Universidade de Coimbra possui quatro sinos:
a. A Cabra (Oeste);
b. O Cabrão (Norte);
c. O dos Capelos (Este)1;
d. O dos Quartos (Sul);
2. O primeiro toque matutino dá-se pela Cabra, acompanhado pelo Cabrão
às 07:30h. O último toque vespertino dá-se pela Cabra às 18:00h;

Artigo 18º
Do quarto de hora Académico
1. Qualquer estudante pode invocar o quarto de hora académico para justificar
o seu atraso, não podendo ser-lhe apontado falta;
2. Todas as cerimónias Universitárias e Académicas devem respeitar o quarto
de hora Académico;

Artigo 19º

Na Sala dos Capelos

1. Não é permitido bater palmas na Sala dos Capelos.

1
Também conhecido por Balão.

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TÍTULO II
Do uso da Capa e Batina e da Pasta da Praxe

SECÇÃO I
CAPA E BATINA
Artigo 20º

Do uso correcto

1. Considera-se como usando correctamente a Capa e Batina,


independentemente da sua hierarquia praxística, todos os estudantes que
cumprirem cumulativamente os critérios presentes nos Artigos 21º ao 25º.

Artigo 21º

Capa e Batina

1. Considera-se como estando correctamente na Praxe os estudantes que


cumpram, cumulativamente, os seguintes critérios:
a. Calçarem sapatos pretos de estilo clássico e meias pretas lisas sem
riscas;
b. Vestirem calça preta, com ou sem porta;
c. Vestirem colete preto não de abas ou cerimónia;
d. Vestirem Batina que não seja de modelo eclesiástico;
e. Vestirem camisa branca e lisa, com colarinho de modelo comum,
gomado ou não, e com ou sem punhos;
f. Vestirem gravata preta e lisa ou laço preto;
g. Vestirem a Capa preta, de uso comum, com ou sem cortes na parte
inferior e com ou sem emblemas de pano na parte interior esquerda,
quando sobre os ombros;
h. Não é permitido ter lenço visível no bolso do peito;
i. Todos os botões do colete, das calças e da Batina têm que ser pretos.
Os botões do colete devem estar sempre apertados;
j. O bolso posterior da calça, tendo casa, tem de ter botão;
k. A Batina, na parte frontal à altura do tronco deverá ter três botões,
devendo ter no topo da lapela, na parte de trás, um pequeno botão com
a respectiva casa na lapela oposta, a fim de permitir o fecho da Batina
em caso de luto. Deve ainda ter pregados, na parte média posterior,
dois botões de tamanho não inferior aos da parte frontal e apresentar
em cada uma das mangas de um a quatro botões, mas de modo a que
o número destes seja o mesmo num e noutro punho;
l. Sobre a cabeça só é autorizado o uso de gorro da Praxe, o qual não tem
borla nem termina em bico;
m. A roupa interior e os bolsos não estão sujeitos a revista;

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n. Os emblemas da Capa não podem ser visíveis, estando esta traçada ou
sobre os ombros;
2. Considera-se também como estando correctamente na Praxe os estudantes
que, cumulativamente, cumprirem os seguintes critérios:
a. Calçarem sapatos pretos, de estilo clássico;
b. Vestirem meias altas e pretas;
c. Vestirem fato preto de saia e casaco cintado;
d. Vestirem saia com macho, com uma mão-travessa acima do joelho, de
quem a veste;
e. O tecido das bandas do casaco será o mesmo que o do próprio casaco;
f. O casaco deve ter na lapela, na parte de trás desta, um sistema, a fim
de permitir o fecho do casaco em caso de luto. Este sistema deve ser
discreto e não ser visível;
g. Vestirem camisa branca e lisa, com ou sem punhos;
h. Vestirem gravata preta e lisa ou laço preto;
i. Vestirem a Capa preta, de uso comum, com ou sem cortes na parte
inferior e com ou sem emblemas de pano na parte interior esquerda,
quando sobre os ombros;
j. Caso usem brincos estes têm que ser discretos e de tamanho não
superior ao lóbulo da orelha;
k. É proibido o uso de colete;
l. Sobre a cabeça só é autorizado o uso de gorro da Praxe, o qual não tem
borla nem termina em bico;

Artigo 22º

Do uso geral
1. A Capa e Batina entende-se como um conjunto em todas as situações. Quem
a vestir deverá estar sempre em condições para cumprir de forma expedita o
ponto 1 ou o ponto 2 do artigo anterior;
2. No uso da Capa e da Batina ou da Capa e do Casaco, estes não podem estar
separados entre si por uma distância superior a um braço estendido da pessoa
a quem pertencem, salvo nas seguintes situações:
a. Durante um baile, para dançar com o par;
b. Sendo Cartolados, durante a Queima das Fitas após autorização
concebida pelo Magnífico Reitor;
3. No uso da Capa sobre um ombro, esta tem de estar com a gola para a frente
e colocada sobre o lado esquerdo;
4. Deve colocar-se a Capa caída sobre os ombros:
a. Na passagem da Porta Férrea;
b. Dentro da Sala dos Capelos;
c. Na passagem do Arco de Almedina;
d. Nas aulas teóricas lecionadas por Professor catedrático, salvo com
autorização do Professor;
e. Em sinal de respeito para com a pessoa com que se está a falar ou
acompanhar;

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f. Em sinal de respeito devido ao local onde se está como: edificios
consagrados ao culto religioso, cemitérios, edifícios ou locais
simbólicos, cerimónias académicas, entre outros.
5. Durante Serenatas académicas a Capa tem de estar traçada;
6. Debaixo de tecto, não se usa a Capa traçada, sem prejuízo do ponto anterior;
7. O uso da Capa e Batina deve ser feito com o devido decoro e respeito pelo seu
simbolismo e história;
8. O incumprimento de qualquer um dos pontos anteriores é sancionado com
sanção de unhas secundum praxis por todos os Doutores presentes.

Artigo 23º

Dos distintivos e pins

1. Apenas é permitido o uso de um distintivo na lapela, que apenas poderá ser o


alfinete de curso ou um pin representativo da Universidade de Coimbra, da
Associação Académica, ou de qualquer outra estrutura inserida na Academia
de Coimbra. O uso deste objeto terá de ser discreto;

Artigo 24º

Dos emblemas

1. Somente é permitido o uso de emblemas em pano na Capa que são os da


pátria, da cidade natal, de qualquer estrutura inserida na Academia de
Coimbra, dos locais relacionados com os actos decorrentes da actividade
académica, excluindo os incompatíveis com a Praxe Académica Coimbrã, tais
como emblemas de clubes, marcas comerciais ou similares;
2. Os emblemas podem ser em número par, ímpar ou zero.

Artigo 25º

Dos acessórios

1. É proibido o uso de botins ou botas, sapatilhas, luvas, maquilhagem


excessiva1, pulseiras e todos os adereços que choquem negativamente com o
uso da Capa e Batina e com os princípios que lhe estão inerentes;
2. Considera-se como chocando com a Capa e Batina todos os adereços que se
destaquem para além desta, ou não expressamente autorizados pelo Conselho
de Veteranos.
3. É incompatível com o uso da Capa e Batina o uso de artigos ou acessórios
diferentes dos já especificados anteriormente.

1
Nota: Considera-se como maquilhagem excessiva, toda aquela que identifique à distância que o estudante
a está a usar. Ao nível das unhas é permitido o uso de cores neutras e transparantes. Já branco, preto ou a
cor da Faculdade destoam da Capa e Batina.

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Artigo 26º

Das situações de gala

1. Sempre que se usar Capa e Batina em situações consideradas de gala, a


gravata é substituída por um laço preto, a camisa pode ou não ter corte e gola
de gala, pode usar rosácea na lapela e é proibido o uso de colete;
2. Nos homens o cinto é substituido por uma faixa cintada de gala preta;

Artigo 27º

Do anel de curso

1. É permitido o uso de anel de curso aos estudantes que já completaram um


ciclo de estudos;
2. O anel deve conter obrigatoriamente a cor da Faculdade a que o curso diz
respeito;
3. O uso do anel é opcional.

Artigo 28º

Do uso da Capa e Batina por externos

1. Os que tiverem deixado de ser estudantes de Coimbra, mas continuarem


integrados em Grupos ou Organismos Académicos, podem usar Capa e
Batina, embora só no decurso de actividades destes.

SECÇÃO II
PASTA DA PRAXE
Artigo 29º

Do Uso da Pasta da Praxe


1. Só aos Doutores é permitido o uso da Pasta da Praxe;
2. A Pasta de Praxe deve ser do modelo tradicional, toda revestida de preto,
podendo ser em pele ou não;
3. Os que usarem Pasta da Praxe devem trazer dentro dela, pelo menos, um
livro de estudo, uma sebenta ou um caderno de apontamentos ou, na falta
destes, um papel com o mínimo de cinco palavras escritas pelo seu portador;
4. É expressamente proibido colocar na Pasta todo o tipo de acessórios, fitinhas,
porta-chaves ou outros adereços para além das Insígnias Pessoais;
5. O uso das Insígnias Pessoais na Pasta da Praxe é feito em concordância com
o disposto no Título V;
6. Caso tenha monograma, emblemas ou autocolantes estes só podem ser
colocados na parte interior;
7. A infração de qualquer um destes pontos será punida com sanção de unhas
secundum praxis ou, no caso de serem Bichos, Caloiros ou Futricas, com a
captura da pasta, que será entregue ao Conselho de Veteranos que decidirá o
destino a dar-lhe.

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TÍTULO III
Hierarquia e graus perante a Praxe

SECÇÃO I
HIERARQUIA
Artigo 30º

Da hierarquia e condições perante da Praxe

1. A hierarquia da Praxe, em escala ascendente, é a seguinte: Bicho,


Paraquedista, Caloiro Nacional, Caloiro Estrangeiro, Caloiro Pastrano,
Semiputo, Pé-de-Banco ou Puto, Candieiro, Quartanista, Quintanista, Duplo
Quintanista, Semi-Lente, Veterano, Dux Veteranorum.
2. A Praxe Académica reconhece também como condições o estatuto de Grelado
e de Fitado, assim como os estatutos de Antigo Estudante, Futricas,
Formigões, Professores.

Artigo 31º

Do grau de Bicho

1. Pertencem à categoria de Bichos os estudantes do ensino secundário ou


equivalente de Coimbra;
2. Os Bichos não podem ser mobilizados, mas após a meia-noite ficam sujeitos à
Praxe de Trupe, nos termos aplicáveis aos Caloiros, caso estejam ou já tenham
usado Capa e Batina;
3. Aos Bichos é vedado o uso de pasta da Praxe, mas poderão utilizar-se outras
de qualquer modelo, desde que não haja possibilidade de confusão com
aquelas;
4. A infração será punida com captura da pasta, por Trupe ou por qualquer
Doutor na Praxe ou Veterano mesmo à futrica. A pasta deverá ser entregue
ao Conselho de Veteranos que decidirá do destino a dar-lhe.
5. É vedado aos Bichos, vestindo Capa e Batina, a transposição da Porta Férrea
ou porta de qualquer Faculdade sem estarem a ser montados por um Caloiro.
No caso de infração, o Bicho será conduzido até ao local de onde veio, ou para
fora dele, consoante os casos.

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Artigo 32º

Do grau de Paraquedista

1. Pertencem à categoria de Paraquedistas aqueles que foram colocados numa


das Faculdades da Universidade de Coimbra e ainda não efectuaram a
respectiva matrícula;
2. O Paraquedista tem uma condição idêntica à de Futrica, salvo a possibilidade
de uso da Capa e Batina;
3. Usando ou tendo já usado Capa e Batina anteriormente, ficam equiparados
aos Bichos.

Artigo 33º

Do grau de Caloiro Nacional

1. Pertencem à categoria de Caloiro Nacional os estudantes de cursos da


Universidade de Coimbra que estejam matriculados pela primeira vez, sem
que antes se tenham matriculado em qualquer outro estabelecimento de
ensino superior Português ou estrangeiro;
2. Os Caloiros Nacionais, Estrangeiros e Pastranos estão sujeitos às Praxes de
Mobilização e Gozo por parte de qualquer Doutor da Universidade de Coimbra
que decorra entre o primeiro toque matutino da Cabra e a Hora do Caloiro.
3. Aos Caloiros é vedado o uso da pasta da Praxe ou de qualquer outro modelo
que se confunda com esta. Podem, todavia, nela pegar livres de sanção, se
entra esta e as mãos interpuserem qualquer peça do seu vestuário, tecido ou
objectos. A infração a este artigo corresponde sanção de unhas a aplicar pelo
proprietário da pasta, ou pela captura da pasta caso esta pertença ao Caloiro.
4. Os Caloiros não podem assistir à aplicação de sanções a outrem, sob risco de
serem igualmente sancionados secundum praxis.
5. Aos Caloiros é vedada a permanência na via pública após a meia-noite (zero
horas) e até à hora do primeiro toque matutino da Cabra, estando sujeitos à
Praxe de Trupe e só a esta, durante este espaço de tempo. A infração a que se
dispõe este artigo traduzir-se-á em tesouradas secundum praxis se as crinas
do infrator tiverem mais de dois dedos de comprimento.
6. Os Caloiros, quando devidamente identificados, que forem elementos de
secções da Associação Académica de Coimbra, Organismos Autónomos ou
Grupos Académicos reconhecidos, não estão sujeitos a qualquer sanção nos
trinta minutos anteriores ou seguintes das concomitantes actividades, desde
que se dirijam para suas casas pelo caminho considerado mais curto. À
palavra de honra dada em falso no que dispõe este artigo corresponde sanção
de rapanço ad libitum.

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Artigo 34º

Do grau de Caloiro Estrangeiro

1. Pertencem à categoria de Caloiro Estrangeiro os estudantes que, tendo já


estado matriculados num estabelecimento de ensino superior, Português ou
estrangeiro, estejam matriculados na Universidade de Coimbra pela primeira
vez;
2. São aplicáveis aos Caloiros Estrangeiros os pontos 2, 3, 4, 5, e 6 do artigo
anterior. Salvaguarda-se, no entanto, no ponto 5, que sendo um Caloiro
Estrangeiro colocado debaixo de Trupe este só poderá ser sancionado com
sanção de unhas.
3. Quando se verificarem todas as condições necessárias ao uso de Insígnias
Pessoais, os que durante o ano lectivo tiverem sido Caloiros Estrangeiros
poderão usar Grelo desde o início da Queima das Fitas até ao dia do Cortejo,
e desse dia em diante usar Fitas.
4. Findado o quarto período de Praxe, os Caloiros Estrangeiros assumem o grau
correspondente ao número total de matrículas que possuem acumuladas no
ensino superior Português, ou estrangeiro.

Artigo 35º

Do grau de Caloiro Pastrano

1. Pertencem à categoria de Caloiros Pastranos os estudantes com uma


matrícula na Universidade de Coimbra, no espaço de tempo entre o Cortejo
da Queima das Fitas e a realização da sua 2ª matrícula;
2. Aos Caloiros Pastranos é permitido o uso da Pasta da Praxe nas condições
estabelecidas para os Semiputos;
3. São aplicáveis aos Caloiros Pastranos os pontos 2,4 ,5, e 6, do artigo 33º.

Artigo 36º

Do grau de Semiputo
1. Pertencem à categoria de Semiputo1 os estudantes que tenham duas
matrículas na Universidade de Coimbra, mas APENAS durante o primeiro e
segundo período de Praxe;
2. Aos Semiputos é permitido o uso da pasta da Praxe nas seguintes condições:
a. Só podem usá-la na mão, tendo o braço completamente estendido;
b. É vedado dobrar a pasta, virar a abertura para cima ou nela usar
monograma;

1
Nota: Teoriza-se que a origem do termo vem da palavra putus em Latim, que significa “puro”, sendo o
grau original o de Semiputus, ou Semipuro, termo usado para os cavalos, ou animais, que não são de raça
de puro-sangue. São nomeados assim por “ser este o ano em que publicam o bem e o mau da sua inclinação”
– Palito Métrico, 1765.

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c. Os Semiputos que se encontrem sem a Pasta da Praxe são passíveis
de serem confundidos por Caloiros.
3. Os Semiputos não podem exercer Praxe em mobilizações ou aplicar sanções
sem terem a Capa sobre os ombros e a pasta da Praxe;
4. Os Semiputos poderão mobilizar um Caloiro de cada vez e terão de o
acompanhar sempre, sob pena da mobilização ficar sem efeito;
5. Os Semiputos não podem trazer consigo Insígnias da Praxe, mas podem
utilizar-se delas, quando a isso tiverem direito, desde que nelas agarrem
protegendo-as com qualquer peça de vestuário ou um lenço de tecido.
6. Os Semiputos não podem proteger nem ser protegidos;
7. Aos Semiputos é vedado pôr a mão em Veterano no momento de o inquirirem.
No caso de o fazerem este, servindo-se de uma colher, ir-lhes-á às unhas1;
8. Aos Semiputos é vedada a permanência nas vias públicas da Baixa após a
meia-noite (zero horas) e nas da Alta após a uma hora da manhã, ficando
sujeitos a sanção de unhas a aplicar por Trupe;
9. Os Semiputos só podem aplicar sanções quando:
a. Estando em Trupe e o infractor for alguém de categoria inferior;
b. Quando se aplique uma sanção a Bicho ou Caloiro por uso da pasta da
Praxe;
c. Quando estiver a ser sancionado e o Doutor que o sanciona infringir a
Praxe também.

Artigo 37º

Do grau de Pé-de-Banco, ou Puto.

1. Pertencem à categoria de Pé-de-Banco2 os estudantes que tenham duas


matrículas e já tenha terminado o segundo período de Praxe;
2. Aos Pé-de-Banco é necessário a Pasta de Praxe para exercerem Praxe em
mobilizações, mas sem necessidade de terem a Capa sobre os ombros;
3. Aos Pé-de-Banco é permitido o uso de monograma na pasta, dobrá-la em
espiral e virar a sua abertura para cima. No caso de terem a pasta dobrada
em espiral, o monograma deve ser visível;
4. Aos Pé-de-Banco é permitido mobilizar dois Caloiros de cada vez;
5. Os Pé-de-Banco, não estando em Trupe ou Julgamento, só podem aplicar
sanções estando de Capa sobre os ombros;
6. Aos Pé-de-Banco é vedada a permanência nas vias públicas da Baixa após a
uma hora da manhã e nas da Alta após as três horas da manhã, até à hora do
primeiro toque matutino da Cabra, ficando sujeitos a sanção de unhas a
aplicar por Trupe.

1
As antigas Trupes Quintanistas podiam ter como cão-de-fila um Semiputo ao invés de um Caloiro. Por
estas serem trupes embuçadas, com o intuito de salvaguardar anonimato dos constituintes, ao Semiputo era
vedado interpelar directamente os Veteranos presentes, sob risco deste ver a sua identidade denunciada.
Caso acontecesse, a Trupe ficava desfeita.
2
Grau dado aos estudantes que “já são capazes de ter assento na vida Académica” – Palito Métrico, 1765.

15
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CODEX PRAXIS - ARTICULATUS

Artigo 38º

Do grau de Candieiro

1. Pertencem à categoria de Candieiro1 os estudantes que tenham três


matrículas na Universidade de Coimbra;
2. Aos Candieiros é necessário a Pasta da Praxe para exercerem Praxe em
mobilizações, podendo estes pousá-la quando for necessário.
3. Os Candieiros podem enrolar a pasta de modo a que as duas abas se inclinem
para dentro;
4. Os Candieiros podem mobilizar um número indeterminado de Caloiros;
5. Após a Cerimónia de Imposição de Insígnias, e se reunir as condições
necessárias, o Candieiro exercerá Praxe de mobilização com a sua Insígnia
Pessoal colocada (Grelo ou Fitas, conforme aplicável).
6. Aos Candieiros é vedada a permanência nas vias públicas da Baixa após as
três horas e nas da Alta após as seis horas, até à hora do primeiro toque
matutino da Cabra, ficando sujeitos a sanção de unhas a aplicar por Trupe.

Artigo 39º

Do grau de Quartanista

1. Pertencem à categoria de Quartanista os estudantes que tenham quatro


matrículas na Universidade de Coimbra;
2. Aos Quartanistas não é necessária Pasta da Praxe para exercerem Praxe em
mobilizações.
3. Após a Cerimónia de Imposição de Insígnias, e se reunir as condições
necessárias, o Quartanista usará na sua Pasta de Praxe a sua Insígnia
Pessoal (Grelo ou Fitas, conforme aplicável).
4. Aos Quartanistas é vedada a permanência nas vias públicas da Baixa após as
quatro horas da manhã e até à hora do primeiro toque matutino da Cabra,
ficando sujeitos a sanção de unhas a aplicar por Trupe.

1
Grau dado aos estudantes que “Com as luzes da sua Ciência já conseguem luzir como sábios e resplandecer
uma sala com a claridade do conhecimento próprio” ou que “já vendo que com tantos anos de Curso não
têm aproveitado, se resolvem a abraçar a vida de estudo, largando aquela que tinham até então gasto”, sendo
por isso conotados com os candeerios/lamparinas usadas para o estudo nocturno. Palito Métrico, 1765.

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CODEX PRAXIS - ARTICULATUS

Artigo 40º
Do grau de Quintanista

1. Percentem à categoria de Quintanista1 os estudantes que tenham cinco


matrículas na Universidade de Coimbra;
2. Após decorrida a Cerimónia de Imposição de Insígnias os Quintanistas
Fitados que estiverem em condições de terminar o seu curso nesse mesmo ano
lectivo ascendem ao grau de Veterano;
3. Somente aos Quintanistas Fitados é permitido usarem Pasta de Luxo2;
4. Aos Quintanistas é vedada a permanência nas vias públicas da Baixa após as
cinco horas da manhã e até à hora do primeiro toque matutino da Cabra,
ficando sujeitos a sanção de unhas a aplicar por Trupe.

Artigo 41º

Do grau de Duplo Quintanista

1. Pertencem à categoria de Duplo Quintanista os estudantes que, tendo já mais


do que cinco matrículas na Universidade de Coimbra, não reúnem as
condições para ascender a Veteranos;
2. Aos Duplos Quintanistas é aplicável o ponto 4 do artigo anterior.

Artigo 42º

Do grau de Semi-Lente

1. Pertencem à categoria de Semi-lente os estudantes que, estando a frequentar


um curso de 3º Ciclo (Doutoramento) se matriculam pela primeira vez na
Universidade de Coimbra.
2. É permitido aos Semi-lentes o uso da Pasta da Praxe. Caso use Fitas, estas
devem ser das cores da Faculdade da instituição onde terminou o seu último
curso.
3. Podem ascender à categoria de Veterano os Semi-lentes que, através de
requerimento de Prova de Agregação dirigido ao Dux Veteranorum, sejam
aprovados em Magnum Consilium Veteranorum;

1
Também designados por Caronte - o barqueiro das almas de Hades na mitologia Grega - quando serviam
de barca de passagem protegendo Caloiros do Canelão da Porta Férrea.
2
As Pastas de Luxo são pastas com acabamentos belissimamente ornamentados, forradas com cetim
bordado ou veludo e embutidas de prata, ouro ou mármore ou com figuras e estatuetas alegóricas. São da
cor da Faculdade e servem somente para transportar as oito fitas largas, já assinadas. Muitos exemplares
podem ser vistos em exposição no Museu Académico. Não são transmissíveis.

17
MAGNUM CONSILIUM VETERANORUM – MMXXII
CODEX PRAXIS - ARTICULATUS
4. Aos Semi-Lentes é vedado atravessar ou permanecer debaixo do Arco de
Almedina ao badalar da meia-noite, ficando sujeitos a sanção de unhas a
aplicar por Trupe.

Artigo 43º

Do grau de Veterano

1. Pertencem à categoria de Veterano os que cumprirem cumulativamente os


seguintes pontos:
a) Ter sido Caloiro na Universidade de Coimbra;
b) Ter usado Insígnias Pessoais da Universidade de Coimbra durante, pelo
menos, três dias;
c) Ter concluído com sucesso um curso de 1º ciclo (Licenciatura);
d) Ter, pelo menos, seis matrículas.
2. Aos Veteranos, e só a estes, é permitido exercer Praxe e aplicar sanções à
futrica, excepto como componentes de Trupes ou em Julgamentos;
a. Estando de Capa e Batina, o Veterano tem de estar corretamente a
rigor para exercer Praxe de mobilização ou aplicar sanções.
b. Estando à futrica, não é permitido aos Veteranos apresentarem-se só
de Capa.
3. Para escalonar antiguidades entre Veteranos atende-se, em primeiro lugar,
ao número de matrículas, e só no caso destas serem as mesmas, à hierarquia
das Faculdades;
4. Aos Veteranos compete, e só a estes, passar revista às Trupes e aplicar as
sanções respetivas quando algum dos seus componentes não estiver na Praxe
ou infringir a mesma de modo ativo;
5. Só os Veteranos podem mandar descalçar o sapato a um infrator para aplicar-
lhe uma sanção, ainda que não sejam eles a aplicá-la;
6. Os Veteranos nunca descalçam o sapato.
7. Quando um Veterano infringir qualquer preceito da Praxe, ser-lhe-á aplicada
sanção de unhas por qualquer Doutor na Praxe de hierarquia superior a
Semiputo. No caso de estarem presentes vários Doutores, apenas por aquele
ou aqueles que, simultaneamente, tenham o mesmo e o mais elevado grau
hierárquico. Não havendo colher, só é permitido o uso do sapato se aquele ou
aqueles que aplicarem a sanção forem Veteranos;

§ ÚNICO – Exceptuam-se da alínea d) do ponto 1 deste artigo os estudantes


Quintanistas Fitados que, após decorrida a Cerimónia de Imposição de Insígnias
desse ano, estejam em condições de terminar o curso.

Artigo 44º

Do grau de Dux Veteranorum

1. Tem a categoria de Dux Veteranorum o estudante que, sendo Veterano há


mais de um ano, tiver sido eleito como tal em Magnum Consilium
Veteranorum;

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CODEX PRAXIS - ARTICULATUS
2. O Dux Veteranorum pode proteger como Quintanista nos dias em que só há
proteção de sangue;
3. Ao Dux Veteranorum é vedada a permanência na Ponte de Santa Clara ao
badalar da meia-noite no relógio da Torre da Universidade. Se aí for
encontrado, ser-lhe-á aplicada sanção de unhas por qualquer Doutor na Praxe
de hierarquia superior a Semiputo, ou por Veterano, neste caso, mesmo à
futrica, que esteja presente.

Artigo 45

Designações
1. As categorias de Bicho, Caloiro Nacional, Caloiro Estrangeiro e Caloiro
Pastrano têm a designação genérica de “Animais” e as de Semiputo e superior
a designação de “Doutores”.
2. A hierarquia dos “Animais”, em ordem descendente, é a seguinte: cão, Bicho,
Caloiro e a Polícia1.

Artigo 46º

De diversos quanto à hierarquia


1. A qualquer grau hierárquico cabem sempre os direitos consignados para as
categorias inferiores e ainda os que a Praxe para ele especificamente
estabelece.
2. Estão excluídos do âmbito deste artigo os direitos consignados às condições
de Grelado e Fitado.

Artigo 47º

Do afastamento

1. Os que deixarem de ser estudantes da Universidade de Coimbra sem curso


concluído ou dela se tenham afastado para estudar em qualquer outro
estabelecimento de ensino superior, no caso de a esta regressarem, terão, na
hierarquia da Praxe, a categoria que anteriormente tinham, tal como se
nunca a tivessem abandonado.

1
Antigamente, devido aos confrontos frequentes com a Polícia (Académica e estatal) a Praxe reduziu a
condição de Polícia a estar abaixo do Caloiro. Diz-se na gíria académica que “O Caloiro está 4 furos abaixo
de cão e 5 acima de Polícia!”

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CODEX PRAXIS - ARTICULATUS

SECÇÃO II
OUTRAS CONDIÇÕES PERANTE A PRAXE

Artigo 48º

Da condição de Grelado
1. Têm a condição de Grelado anexada ao grau os estudantes que tenham posto
Grelo na respectiva pasta da Praxe durante a Cerimónia de Imposição de
Insígnias ou Cortejo da Latada no início do ano lectivo;
2. Só poderão impôr o Grelo na pasta os estudantes que:
a. Estando inscritos em cursos considerados de ‘via larga’ estão em
condições de terminar o curso no ano lectivo seguinte (penúltima
matrícula);
b. Estando inscritos em cursos considerados de ‘via estreita’ estão em
condições de terminar o curso nesse ano lectivo (terceira matrícula);
3. Os Grelados usam o Grelo na sua pasta da Praxe após a Cerimónia de
Imposição de Insígnias e de acordo com as regras da Praxe do uso de Insígnias
(TÍTULO V);
4. Somente os Grelados que validaram a sua condição e impuseram Insígnias
publicamente na Cerimónia podem fazer parte da Comissão de Grelados da
Queima das Fitas e votar nos elementos desta.

§ ÚNICO - Para efeitos deste Código, a tipologia dos cursos da Universidade de


Coimbra está patente no Anexo A.

Artigo 49º

Da condição de Fitado

1. Têm a condição de Fitado anexada ao grau os estudantes Grelados que


tenham queimado o Grelo no dia do Cortejo da Queima das Fitas;
2. Os Fitados usam as fitas na sua pasta da Praxe até à Bênção das Pastas do
seu último ano e de acordo com as regras da Praxe do uso de Insígnias
(TÍTULO V).

Artigo 50º

Da condição de Antigo Estudante

1. São considerados Antigos Estudantes pela Praxe todos os estudantes que


completaram com sucesso, pelo menos, um curso na Universidade de Coimbra
e já não estudam no ensino superior Português ou estrangeiro.
2. Somente aos Antigos Estudantes é permitido o uso só da Capa;
3. Os que optarem pelo uso só da Capa poderão usar Fitas no decurso da Queima
das Fitas e dentro dos limites praxísticos de Coimbra;
4. Todos os Antigos Estudantes que tenham alcançado o grau de Veterano
podem, para efeitos de proteção, invocar essa qualidade.
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CODEX PRAXIS - ARTICULATUS
5. Os Antigos Estudantes, e salvo o uso da Capa e Batina e regalias delas
derivadas, têm todas as outras regalias dos Veteranos, até seis meses após o
dia do seu Último Acto.

Artigo 51º

Da condição de Futrica

1. Os que não forem estudantes ou antigos estudantes da Universidade de


Coimbra têm a designação de FUTRICAS e não estão vinculados à Praxe;
2. Aos Futricas é vedado o uso de Capa e Batina e pasta de Praxe;
3. A infração a estas normas corresponde sanção a aplicar secundum praxis e à
apreensão da pasta de Praxe, que deverá ser entregue ao Conselho de
Veteranos que decidirá o destino a dar-lhe.

Artigo 52º

Da condição de Professor

1. Os Professores universitários que tenham o direito a usar Borla e Capelo da


Universidade de Coimbra estão sujeitos à Praxe Académica.
2. Aos Professores é vedado atravessarem ou permanecerem debaixo do Arco da
Porta Férrea ao badalar da meia-noite do relógio da Torre da Universidade.
À infração corresponde sanção de unhas secundum praxis a aplicar por
qualquer Doutor presente que a tenha testemunhado.
3. Constitui “Tourada ao Lente” a receção feita pela Academia ao Professor
Universitário, Doutorado ou não, nacional ou estrangeiro, no momento em
que este se disponha a dar em Coimbra a sua primeira aula teórica a
estudantes universitários.

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CODEX PRAXIS - ARTICULATUS

TÍTULO IV
Praxe de Mobilização e Gozo do Caloiro
Artigo 53º

Das mobilizações e gozo

1. Só os Caloiros Nacionais, Estrangeiros e Pastranos podem ser mobilizados e


gozados, e só os Doutores os podem mobilizar e gozar.
2. Nenhum Caloiro está sujeito à Praxe de gozo sem estar para ela mobilizado.
3. Nenhum Caloiro pode assistir ao gozo de outros Caloiros, sem estar a ser
gozado ao mesmo tempo.
4. É expressamente proibida:
a. A realização de qualquer tipo de pintura sobre os Caloiros mobilizados
ou gozados;
b. Qualquer forma de extorsão ou usurpação exercida sobre bens cuja
propriedade seja do Caloiro, mobilizado ou gozado;
c. A mobilização de Caloiros dentro do seu horário lectivo, desde que
devidamente comprovado;
d. O desenvolvimento de actividades que lesem física ou
psicologicamente outrem.
5. A infração ao disposto no ponto anterior corresponde sanção de unhas
secundum praxis, perda da capacidade de mobilização e outras sanções
acessórias que o Conselho de Veteranos aplicar;
6. Situações graves ou muito graves que lesem a integridade física e a dignidade
de qualquer colega serão levadas a processo disciplinar junto da Universidade
e a processo criminal, junto das autoridades competentes, quando aplicável.

Artigo 54º

Do processo de mobilização

1. Só são permitidas as mobilizações a partir do primeiro toque matutino da


Cabra até ao início da Hora do Caloiro.
2. Constitui “Hora do Caloiro” a meia hora que antecede a meia-noite (zero
horas).
3. Os Caloiros não podem ser mobilizados:
a. Nos dias em que não haja toque matutino da Cabra;
b. Quando estejam de luto por morte de parentes próximos;
c. Sendo casados;
d. Sendo militares, fardados ou à civil;
e. Se o Caloiro estiver acompanhado do pai ou mãe, avô, avó ou
descendente apenas poderá ser mobilizado por Mobilizatus
Documentum, mas nunca para mobilização imediata à entrega deste.
4. No caso de o Caloiro ter estado mobilizado em República reconhecida pelo
Conselho de Veteranos para além da meia-noite (zero horas), deverá solicitar

22
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CODEX PRAXIS - ARTICULATUS
um Salvus Conductus a um dos Repúblicos ou a um dos elementos que o não
poderá negar.
5. No caso de mobilização com antecedência, deverá ser entregue ao Caloiro um
Mobilizatus Documentum. Na falta deste, nem por isso a mobilização se
considera sem efeito, mas nem o Caloiro a poderá invocar em face de nova
mobilização, nem o que anteriormente tiver mobilizado poderá fazer valer o
seu direito.

Artigo 55º

Da mobilização por Veteranos

1. Os Veteranos podem mobilizar, mesmo estando à Futrica e com uma


antecedência não superior a três dias.
2. Aos Veteranos e só a estes é permitido mobilizarem para trabalhos
domésticos, se estes se efectuarem em suas casas e em benefício mútuo.

Artigo 56º

Da mobilização para Cortejos Académicos

1. As mobilizações para Cortejos Académicos podem fazer-se com qualquer


antecedência, não carecendo de Mobilizatus Documentum.

Artigo 57º

Da anulação de mobilização

1. Qualquer Doutor pode anular uma mobilização de outro desde que este lhe
seja inferior, na hierarquia da Praxe, em dois graus, salvo quando a
mobilização for para Cortejo Académico.

Artigo 58º

Do incumprimento perante a mobilização

1. Os Caloiros que desrespeitem uma mobilização válida ou que dela se evadam


sem uma justificação validada pelo Doutor mobilizador, o Doutor poderá
apresentar denúncia ao Conselho de Veteranos que avaliará a necessidade de
sanção.

Artigo 59º

Da emancipação dos Caloiros

1. Todos os Caloiros são emancipados no dia do Cortejo dos Fitados1 da Queima


das Fitas ao chegarem à Portagem;

1
Tradicionalmente, durante o percurso do Cortejo dos Fitados, os Caloiros usavam dois ou quatro pensos
na testa, para indicar que já lhes havia caído a cornosura.

23
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Título V
DA PRAXE DO USO DE INSÍGNIAS

SECÇÃO I
INSÍGNIAS DE PRAXE
Artigo 60º

Das Insígnias de Praxe

1. As Insígnias da Praxe são a Moca, a Colher e a Tesoura.


2. As Insígnias têm de cumprir os seguintes critérios:
a. Moca – For de pau e não tiver saliências na cabeça;
b. Colher – For de pau e tiver escrito na parte interior “Dura Praxis Sed
Praxis”, podendo ainda ter qualquer desenho alusivo à vida
académica;
c. Tesoura – Ter pontas redondas e não ser desmontável;
3. As Insígnias da Praxe podem ser de qualquer tamanho;
4. Na falta de Moca, esta poderá ser substituída por um pau de fósforo com a
cabeça por queimar;
5. Aos Semiputos é vedado trazerem consigo Insígnias da Praxe, mas podem
utilizar-se delas desde que agarrem nelas protegendo-as com qualquer peça
de vestuário ou tecido.

SECÇÃO II
INSÍGNIAS PESSOAIS
Artigo 61º

Das Insígnias Pessoais

1. As Insígnias Pessoais são o Grelo, as Fitas e o conjunto da Cartola e Bengala.


As Insígnias Pessoais servem para demonstrar o mérito Académico do
Estudante, devendo ser usadas com o brio e cuidado que lhe são merecidos;
2. Os portadores de Insígnias Pessoais usá-las-ão com as cores das respectivas
Faculdades;
a. No caso de haver ciclos de estudos que impliquem alteração da
Faculdade frequentada, a cor das Insígnias será sempre a respeitante
à Faculdade em que se concluiu a Licenciatura;
b. Caso mudem de ciclo de estudos, ou comecem um novo, pode o
Estudante usar novas Insígnias com as cores da Faculdade respectiva;
3. Não é permitido o uso de vários tipos de Insígnias Pessoais em simultâneo;
4. As Insígnias Pessoais não são transmissíveis;
5. Aos Estudantes levando consigo Insígnias Pessoais é vedado transportarem
simultaneamente volumes de grandes dimensões;

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6. Das infrações por motivos relativos ao uso de Insígnias Pessoais corresponde
sanção de unhas a aplicar por todos os Doutores presentes.

Artigo 62º

Do uso das Insígnias Pessoais

1. As Insígnias Pessoais só podem ser usadas estando os seus portadores de


Capa e Batina. Não estando:
a) No caso do Grelo este deve ser recolhido para dentro da Pasta;
b) No caso das Fitas estas devem ser retiradas ou recolhidas, salvo na
condição de Antigo Estudante;
2. As Insígnias Pessoais só podem ser usadas a partir da Cerimónia de
Imposição de Insígnias (2º periodo da Praxe) até à Bênção das Pastas (fim do
4º período da Praxe);
3. Após a meia-noite (zero horas) é vedado aos Grelados e Fitados o uso das
Insígnias Pessoais, a menos que estas se encontrem devidamente recolhidas;
4. De igual modo não podem ser usadas Insígnias Pessoais:
a) No decurso das férias de Natal, Carnaval e Páscoa;
b) Fora dos limites praxísticos da cidade de Coimbra.
5. Não se recolhem Insígnias Pessoais:
a) Durante a semana da Queima das Fitas;
b) No dia 8 de Dezembro (dia de N. Sra. Da Conceição Padroeira da
Universidade de Coimbra);
c) No dia 1 de Março (dia da Universidade de Coimbra);
d) Durante as festas da cidade em honra à Rainha Santa Isabel;
e) No dia da Cerimónia de Imposição de Insígnias;
f) No dia da Bênção das Patas;
6. É ainda permitido levar as Insígnias para fora dos limites praxísticos de
Coimbra no dia da Garraiada da Queima das Fitas, caso esta se realize.
7. O Dux Veteranorum poderá conceder permissão especial para o uso de
Insígnias Pessoais fora da cidade de Coimbra sempre que se entender
oportuno ou mediante pedido;

Artigo 63º

Do Grelo

1. O Grelo é uma fita de 3,5cm de largura e 230cm de comprimento que se usa


circundando a pasta e terminando em laço;
2. O Grelo só pode ser usado durante um ano lectivo e é colocado na pasta no dia
da Cerimónia de Imposição de Insígnias aos estudantes que reunirem as
condições para serem Grelados (vide Art. 48º);
3. O laço terá, no máximo, três nós;
4. Se o laço do Grelo colocado na pasta se desfizer quando puxado por uma das
pontas, por qualquer Doutor na Praxe ou Veterano mesmo à futrica, será
aplicada sanção de unhas ao Grelado;

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CODEX PRAXIS - ARTICULATUS
5. O Grelo considera-se recolhido se o laço estiver colocado dentro da pasta e não
for visível;
6. No Grelo deverá escrever-se o dia em que este se foi buscar, o dia da sua
Imposição e um ponto de interrogação;
7. Caso se tenha ido buscar o Grelo antes da Cerimónia de Imposição de
Insígnias, este poderá usar-se durante a semana da Queima das Fitas,
colocado em nó, preso na lapela esquerda da Batina1;
8. O Grelo é totalmente queimado na Cerimónia da Queima do Grelo na manhã
do Cortejo da Queima das Fitas, num penico qualquer ou no Caldeirão da
Praxe.

Artigo 64º

Das Fitas

1. O conjunto das fitas de Fitados é constituída por oito Fitas de 7,5 cm de


largura e 40 cm de comprimento, presas em volta da pasta;
2. Os Fitados impõem as suas Fitas no dia do Cortejo da Queima das Fitas após
queimarem o seu Grelo;
3. Só podem impôr Fitas os que tiverem usado o Grelo, pelo menos, três dias,
seguidos ou não;
4. A partir da sua imposição, as Fitas podem ser usadas em qualquer altura,
desde que cumprindo com os limites e normas estabelecidas neste Código;
5. A distribuição das Fitas, tendo-se a pasta inteiramente aberta com a parte
inferior voltada para baixo, e no sentido dos ponteiros dos relógios é a
seguinte:
1. Professores;
2. Pais;
3. Noivo(a);
4. Colegas;
5. Amigos;
6. Parentes próximos;
7. Irmãos;
8. Colegas de curso;
6. Na falta de uma das Fitas na pasta de um Fitado, a menos que estas se
encontrem recolhidas dentro da Pasta, ser-lhe-á aplicada sanção de unhas;
7. As Fitas dos Fitados são assinadas no ano previsto para o seu Último Acto
(vide Art. 15º) até à Bênção das Pastas;
8. Somente é permitido exibir nas Fitas textos ou desenhos feitos à mão, sendo
proibido qualquer tipo de estampagens.

1
Antigamente, era hábito os afilhados ofertarem ao seu Padrinho o Grelo no ano lectivo anterior ao qual
estes iriam impor a Insígnia. Por não o poderem ainda usar na pasta, por não reunirem as condições de
Grelado, estes dispunham-no na Batina, a partir do Cortejo da Queima das Fitas.

26
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CODEX PRAXIS - ARTICULATUS

Artigo 65º

Do conjunto Cartola e Bengala

1. O conjunto Cartola e Bengala é composto pela cartola, bengala rosácea ou flor


natural na lapela e bandas de seda na Batina com a cor ou cores da respectiva
Faculdade;
2. Somente os Quintanistas, ou os estudantes do último ano médico, podem user
o conjunto Cartola e Bengala;
3. Se o curso não for terminado nesse ano, o conjunto Cartola e Bengala pode
ser usado nos anos seguintes, desde que a Cartola tenha uma faixa preta, ou
seja preta com uma faixa da cor ou cores da respectiva Faculdade;
4. A Cartola e Bengala usa-se a partir do dia do Cortejo da Queima das Fitas
até ao fim da semana;
5. No dia do Cortejo, os Cartolados poderão fazer-se acompanhar de charuto e
garrafa de espumante1;
6. Com o conjunto da Cartola e Bengala não se usa a Capa de estudante somente
caso o Magnífico Reitor tenha dado permissão no Baile de Gala das
Faculdades, que não a pode recusar;
7. Não é permitido o uso de Cartola e Bengala à futrica.

1
Tradicionalmente oferecidos pelos afilhados.

27
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Título VI
DAS FESTAS ACADÉMICAS E CORTEJOS
Artigo 66º

Das Festas Académicas

1. São festas académicas consagradas à Praxe Coimbrã a Festa das Latas e


Imposição de Insígnias e a Queima das Fitas;
2. São também reconhecidos como eventos oficiais os Centenários de ocasião e
os Centenários de Repúblicas Oficializadas;
3. O Magnum Consilium Veteranorum, ou a ampla aclamação estudantil, podem
consagrar ocasiões especiais festivas como festas Académicas e dela originar
cortejos1;

SECÇÃO I
FESTA DAS LATAS
Artigo 67º

Da Festa das Latas e Imposição de Insígnias

1. A Festa das Latas e Imposição de Insígnias é uma festividade com que


termina a recepção ao Caloiro que decorre no início do ano lectivo e está
enquadrada na tradição Académica Coimbrã via Conselho de Veteranos;
2. São actividades tradicionais da Festa das Latas e Imposição de Insígnias:
a. A Serenata Monumental da Festa das Latas;
b. A Revolta do Grelo;
c. A Cerimónia de Imposição de Insígnias;
d. O Cortejo da Latada.

Artigo 68º

Da Cerimónia de Imposição de Insígnias

1. A Cerimónia de Imposição de Insígnias é o momento solene a partir do qual é


imposto o Grelo na pasta dos novos Grelados e voltam a usar-se Fitas largas
na pasta dos que forem Fitados;
2. Só podem impor o Grelo os estudantes que reúnam as condições para Grelado
(vide Art. 48º);
3. Somente os Grelados que impuserem publicamente o Grelo no dia da
Cerimónia poderão constituir a Comissão de Grelados da Queima das Fitas e
votar nela;
4. Para efeitos do ponto anterior, cabe ao Conselho de Veteranos verificar e
validar a condição de Grelado, o que será feito no dia da Cerimónia;

1
Exemplos históricos: O Centenário da Sebenta (1899), o Enterro do Grau (1905), ou o Enterro do
Badalo (1910 e 1952).

28
MAGNUM CONSILIUM VETERANORUM – MMXXII
CODEX PRAXIS - ARTICULATUS
5. Após a Cerimónia de Imposição de Insígnias devem os Grelados adquirir o
nabo, por via de meios honestos.1

Artigo 69º

Do Cortejo da Latada
1. O Cortejo da Latada realiza-se entre a Praça de D. Dinis e a Portagem;
2. Os Caloiros que nele participarem devem vir “albardados” à vontade dos
Doutores e trazer, no mínimo, duas latas. Podem também ser equipados com
tachos e panelas, cornetas, badalos, gaitas ou um penico2. Caso usem Capa e
Batina, a Batina deve vir vestida pelo avesso;
3. A foto da Praxe é na Portagem, junto do Mata-Frades.

SECÇÃO II
QUEIMA DAS FITAS

Artigo 70º

Da Queima das Fitas


1. A Queima das Fitas é a festa centenária com maior relevância social, cultural,
desportiva e tradicional da Academia de Coimbra enquadrada na tradição
Coimbrã por meio do Conselho de Veteranos;
2. A organização cabe a uma Comissão Organizadora definida em regulamento
próprio;
3. A Comissão Organizadora é constituida, entre outras, pela Comissão de
Grelados, eleita segundo os trâmites da Praxe presentes neste Código;

Artigo 71º

Do Programa tradicional da Queima das Fitas


1. Constam, obrigatoriamente, do Programa oficial da Queima das Fitas as
seguintes actividades de índole tradicional:
a. Récita das Faculdades;
b. Serenata Monumental com que abre a Queima das Fitas;
c. Ceia dos Boémios;
d. Sarau de Gala com a participação exclusiva de grupos estudantins de
Coimbra;
e. Noites das Faculdades no Parque;
f. Baile de Gala das Faculdades;
g. Vendas das Pastinhas “Doutor Elysio de Moura”;

1
Tradicionalmente adquirido às senhoras do mercado D. Pedro V de Coimbra, devido aos acontecimentos
da Revolta do Grelo em 1903.
2
Antigamente, durante o Cortejo da Latada os Doutores corriam atrás dos Caloiros batendo com as mocas
e colheres na tentativa de desprender as latas. Aos Caloiros que eram apanhados sem latas, considerava-se
que perdiam “a proteção das Latas” e podiam ser rapados até ao fim do percurso do Cortejo.

29
MAGNUM CONSILIUM VETERANORUM – MMXXII
CODEX PRAXIS - ARTICULATUS
h. Verbena;
i. Queima do Grelo;
j. Cortejo dos Fitados;
k. Invasão às escolas Secundárias com gaiteiros;
l. Cortejo dos Pequenitos;
m. Chá das Cinco;
n. Chá Dançante;
o. Missa de Bênção das Pastas;
2. As actividades descritas no número anterior só poderão ser reequacionadas,
por motivos devidamente justificados, pelo Magnum Consilium Veteranorum;

Artigo 72º

Da Serenata Monumental da Queima das Fitas

1. A semana da Queima das Fitas começa com a Serenata Monumental no largo


da Sé Velha, a começar à meia-noite (zero horas);
2. A Serenata é reservada a grupos de fado constituídos por estudantes sócios
da AAC;
3. Somente os Fitados podem ocupar os lugares da escadaria da Sé Velha;

Artigo 73º

Do Cortejo dos Fitados


1. O Cortejo dos Fitados é organizado em regulamento próprio da
responsabilidade e aprovação do Magnum Consilium Veteranorum, sem
prejuizo de outras disposições presentes neste Código;
2. Somente aos novos Fitados é permitido irem nos carros no Cortejo, sem
prejuízo de boleias concessionadas aos colegas de curso;
3. Os oito Carros iniciais do Cortejo são obrigatoriamente um de cada Faculdade
organizados hierarquicamente. A restante ordenação de saída é feita por
sorteio. Carros de outras instituições do ensino superior integrarão o Cortejo
após o último carro da Universidade de Coimbra;
4. Os novos Fitados que forem nos Carros deverão obrigatoriamente envergar
Capa e Batina, na Praxe, exceptuando-se os de Medicina que poderão ir de
bata branca;
5. Todos os Carros deverão fazer chegar à Comissão Organizadora da Queima
das Fitas duas plaquetes através da Sala da Queima das Fitas ou Sala do Sr.
Xico (Conselho de Veteranos), situadas no Edifício da Associação Académica
de Coimbra.

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MAGNUM CONSILIUM VETERANORUM – MMXXII
CODEX PRAXIS - ARTICULATUS

Artigo 74º

Da Comissão de Grelados da Queima das Fitas

1. A Comissão de Grelados é a estrutura com competência executiva da


Comissão Organizadora de Queima das Fitas;
2. A Comissão é composta por um Grelado eleito pelos pares de cada Faculdade
da Universidade de Coimbra, que passará a ter a designação de Comissário;
3. Somente os Grelados que participaram publicamente e validaram a sua
condição na Cerimónia de Imposição de Insígnias poderão votar nos seus
pares ou constituir a Comissão de Grelados;
4. Se não se apresentarem quaisquer candidatos, o Dux Veteranorum e o
Presidente da Direcção-Geral da AAC diligenciarão no sentido de convidar os
candidatos a comissários;
5. No dia da eleição os Grelados deverão comparecer de Capa e Batina,
corretamente na Praxe, e com as respectivas Insígnias Pessoais;
6. As eleições para a Comissão de Grelados da Queima das Fitas são
organizadas de acordo com o estipulado no regulamento interno da Queima
das Fitas e respeitando as condições de voto impostas por este Código.

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CODEX PRAXIS - ARTICULATUS

TÍTULO VII
Da Praxe de Trupe

SECÇÃO I
CONSTITUIÇÃO E TIPOLOGIA DE TRUPES

Artigo 75º

Das Trupes Ordinárias e Extraordinárias


1. As Trupes podem ser Ordinárias ou Extraordinárias.
2. Constituem Trupes Ordinárias os grupos de três ou mais estudantes,
subordinados a um Chefe, que têm por fim zelar pela observância da Praxe,
no espaço de tempo que medeia entre a meia-noite (zero horas) e o primeiro
toque matutino da Cabra do dia seguinte;
3. Constituem Trupes Extraordinárias as que, obedecendo às características das
Trupes Ordinárias, se propõem a executar, durante o dia ou noite, sentença
de Julgamento ou decisão do Conselho de Veteranos;
4. Dentro das Trupes Ordinárias obedece-se à seguinte hierarquia por ordem
ascendente:
a. Trupe Vulgar;
b. Trupe de Veteranos;
c. Trupe do Conselho de Veteranos;
5. Qualquer Trupe pode interferir com qualquer outra que lhe seja
hierarquicamente inferior, verificando se esta está legalmente constituída. Se
não o estiver, será automaticamente desfeita, sendo todos os membros
sujeitos a sanção de unhas secundum praxis salvo os que forem Veteranos;
6. As Trupes Ordinárias têm todas as regalias das que lhe são hierarquicamente
inferiores, bem como todas as que lhes sejam expressamente atribuídas.

Artigo 76º

Da constituição de Trupes

1. Uma Trupe considera-se legitimamente constituída se, simultaneamente,


satisfizer todos os seguintes requisitos:
a. Ser legitimamente chefiada;
b. Ter todos os seus elementos na Praxe com Capa traçada pelo pescoço
e não serem visíveis quaisquer emblemas interiores;
c. Ter todos os elementos com o Gorro da Praxe colocado;
d. Fazer-se o Chefe da Trupe acompanhar das Insígnias de Praxe,
podendo os restantes elementos trazer consigo Insígnias duplas;
e. Fazer-se o Chefe da Trupe acompanhar de pelo menos cinco
Sanctionatis Documentum adquiridos junto do Conselho de Veteranos.

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CODEX PRAXIS - ARTICULATUS
f. Ter sido constituída em qualquer um dos seguintes locais:
i. Porta Férrea;
ii. Porta da Associação Académica de Coimbra;
iii. Porta de uma República Oficializada;
g. Ter o Chefe de Trupe, no acto da formação desta, dado três pancadas
com a moca ou colher em qualquer uma das portas indicadas no ponto
anterior ao mesmo tempo que diz: “In nomen solenissima Praxis,
Trupe formata est”;
2. O número mínimo de elementos de uma Trupe é de três e não há limite
máximo;
3. São proibidas as Trupes Embuçadas1;
4. As Trupes Ordinárias poderão levar consigo um Caloiro que servirá de “Cão
de Fila”.
5. Os componentes das Trupes não podem trazer consigo pasta da Praxe ou
quaisquer outros objectos visíveis.
6. Depois de formada a Trupe, se algum dos seus elementos quiser sair, terá de
pedir autorização ao Chefe. No caso de sair sem essa autorização ou destraçar
a Capa antes de a pedir, a Trupe considerar-se-á desfeita.
7. Os componentes da Trupe deverão esforçar-se para conservarem
ininterruptamente a Capa traçada e para que os punhos e colarinhos da
camisa não sejam visíveis. No caso de o serem, qualquer Doutor na Praxe ou
Veterano, mesmo à Futrica, pode chamar à atenção do Chefe de Trupe para
esse facto, sem qualquer outra consequência.

Artigo 77º

Da chefia de Trupes

1. Uma Trupe considera-se legitimamente chefiada:


a. Quando o seja por Candieiro ou hierarquia superior;
b. Quando ocupar a posição de Chefe o que, dentro da Trupe, tiver o grau
hierárquico mais elevado;
c. Quando for o Chefe o portador das Insígnias.

Artigo 78º

De adições à Trupe

1. Se algum Doutor estranho a uma Trupe já constituída, dela quiser fazer


parte, deverá comunicá-lo ao respetivo Chefe que poderá ou não recusar a sua
entrada.
a. Se o que pretende entrar tiver grau hierárquico inferior ao do Chefe
apanhará nas unhas deste;
b. Tendo o mesmo grau ou superior entrará sem sanção, ficando a chefia
da Trupe sujeita ao disposto no Artigo anterior.

1
Antigamente as Trupes eram embuçadas, isto é, usavam a Capa pelo nariz e o gorro sendo somente
visível os olhos do Doutor, com o intuito de salvaguardar o anonimato. Devido a excessos e abusos
propiciados por essa condição, foram proibidas.

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CODEX PRAXIS - ARTICULATUS
Artigo 79º

Da dissolução de Trupes

1. Se uma Trupe infringir os preceitos da Praxe, só o Chefe, um Veterano, ou


uma Trupe de grau hierárquico superior poderão ordenar a sua dissolução;
2. No caso da dissolução de uma Trupe, pode esta voltar constituir-se no dia caso
tenham sido sanadas todas as infrações e satisfaça os requisitos necessários;

Artigo 80º

Do desdobramento de Trupes

1. Constitui desdobramento de Trupe o fracionamento, em qualquer local, de


uma Trupe validamente constituída e de modo a que ambas se considerem na
Praxe;
2. O desdobramento de Trupes pode efectuar-se com vista à redução do tamanho
da Trupe inicial, para uma perseguição mais eficaz de infractores ou outras
razões consideradas válidas pelo Chefe;
3. No acto do desdobramento o Chefe da nova Trupe deverá dizer: “In nomen
solenissima Praxis, Trupe desdobrata est.”;
4. A Trupe desdobrada poderá reunir-se à Trupe inicial sempre que o deseje,
sem prejuízo de novos desdobramentos.

Artigo 81º

Das Trupes de Veteranos

1. As Trupes de Veteranos são constituídas exclusivamente por estes e por um


Caloiro que servirá de “Cão de Fila”. Para efeitos de contagem de elementos,
o Cão de Fila não conta.
2. As Trupes de Veteranos terão que anunciar a sua saída com uma fita branca
de tecido colocada na Porta Férrea, e só aí se podem consitituir, sob pena de
se considerarem Trupes Ordinárias Vulgares. Na fita deverá escrever-se:
“Trupe Veteranorum formata est” ou “Trupe Veteranarum formata est” caso se
trate de Trupe feminina.
3. No mesmo dia apenas poderá formar-se uma Trupe de Veteranos masculina
e outra feminina. Se outras se formarem, desconhecendo o facto, deverão, logo
que se encontrem, juntar-se ou ficar desfeita aquela cujo Chefe tenha grau
hierárquico inferior;
4. Para as Trupes de Veteranos só são válidas as proteções de sangue;
5. As Trupes de Veteranos só estão sujeitas a revista do Dux Veteranorum;
6. As Trupes de Veteranos podem interferir em quais outras Trupes e ir às
unhas a todos os seus componentes, salvo aos Veteranos que delas fizerem
parte;

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CODEX PRAXIS - ARTICULATUS
Artigo 82º

Das Trupes do Conselho de Veteranos

1. Constituem Trupes do Conselho de Veteranos as que forem formadas à Porta


Férrea ou à Porta da Associação Académica exclusivamente constituídas por
Veteranos e chefiada pelo Dux Veteranorum;
2. Para as Trupes do Conselho de Veteranos não há proteções.

Artigo 83º

Da Revista às Trupes

1. Só os Veteranos têm a faculdade de passar revista às Trupes;


2. Se um Veterano, ao passar revista, encontrar algum dos seus elementos em
infração da Praxe, vai às unhas a todos, excepto ao Chefe, se este for Veterano;
3. Sendo o Chefe de Trupe um Veterano, este pode impedir qualquer revista de
um Veterano, salvo se for o Dux Veteranorum, alegando sob palavra de honra
que a Trupe está em Praxe;
4. Se um Veterano ao passar revista a uma Trupe, revelar ignorância da Praxe,
ou, estando de Capa e Batina, não estiver correctamente na Praxe, o Chefe
impedirá a continuação da revista;
5. Divergindo a opinião do Veterano da do Chefe de Trupe, quanto a qualquer
preceito da Praxe, prevalecerá nesse momento a opinião do último, podendo o
Veterano recorrer para o Conselho de Veteranos;
6. Nenhum Veterano poderá passar revista se esta já tiver consigo algum
infrator;
7. Após uma revista só pode ser passada nova revista caso a Trupe se tenha
afastado mais de 200 metros do local ou novos membros tenham sido nela
incorporados.

Artigo 84º

Dos Cães de Fila


1. As Trupes Ordinárias poderão levar consigo um Caloiro que servirá de Cão
de Fila, aplicando-se os seguintes preceitos:
a. O Cão de Fila não poderá dirigir-se a ninguém, apenas apontar;
b. Enquanto a Trupe estiver a aplicar uma sanção, o Cão de Fila ficará
automaticamente fora dela, podendo ser, entretanto, apanhado por
outra Trupe;
c. Se a Trupe não rapar nenhum infrator, o Cão de Fila será rapado antes
desta se desfazer;

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MAGNUM CONSILIUM VETERANORUM – MMXXII
CODEX PRAXIS - ARTICULATUS

SECÇÃO II
MODO DE AGIR DAS TRUPES
Artigo 85º

Do modo de agir das Trupes

1. Os componentes de uma Trupe devem perguntar, educadamente e de forma


cortês, ao inquirido, o que é ele perante a Praxe da Universidade de Coimbra;
2. Perante a resposta e havendo infração, o componente que o tiver inquirido
declará-lo-á debaixo de Trupe e apelará para o auxílio dos restantes
elementos por assobio ou sinal combinado;
3. Colocada a Trupe em volta do infractor, o Chefe repetirá a pergunta e,
confirmada a infração, decidirá que sanções aplicar, podendo decidir pelas
previstas pela Praxe, como por outras acessórias que sejam adequadas para
correção da situação ou para gozo, caso o infrator seja Caloiro;
4. No processo de inquirição o componente da Trupe, ou o Chefe, podem exigir a
palavra de honra como modo de confirmar as declarações prestadas;
5. No caso de o presumível infrator não querer dar a palavra de honra ou não
querer dizer o que é pela Praxe da Universidade de Coimbra, será considerado
Caloiro;
6. Se à palavra de honra do inquirido se contrapuser a palavra de honra dum
dos componentes da Trupe, prevalecerá esta e será aplicada a sanção de
acordo com o grau hierárquico e a infração cometida;
7. Só pode ser posto debaixo de Trupe um único infrator de cada vez;
8. Fazendo parte da Trupe elementos com hierarquia que estejam em infração
por já ter passado a hora em que podiam permanecer na via pública o Chefe
desta aplicará sanção de unhas no início de cada hora em infração. A sanção
vai-se aplicando até ao momento em que a Trupe se dissolver.

Artigo 87º

Da aplicação de sanções em Trupe

1. Para aplicação das sanções, somente as Insígnias do Chefe podem ser


utilizadas; Este aplicará a sanção respectiva, fazendo-a preceder destas
palavras: “In nomen solenissima praxis”;
2. Após a aplicação da sanção, o Chefe de Trupe entregará um sanctionatis
documentum devidamente preenchido ao infrator;
3. Na aplicação de qualquer sanção, o Chefe de Trupe deve atender sempre aos
casos especiais que plenamente justificam a permanência dos infratores na
via pública;
4. Se um Doutor se tiver proposto proteger um Caloiro ou Bicho, e uma Trupe
não considerar eficaz a proteção, se o Doutor se oferecer em substituição do
Caloiro, a Trupe deverá aceitá-la, aplicando imediatamente a sanção ao
Doutor. Poderá ainda aplicá-la ao Caloiro trinta minutos depois;
5. Quando o que estiver debaixo de Trupe se recusar a receber a sanção que a
Praxe determina, o Chefe de Trupe não poderá mudar a natureza da sanção,

36
MAGNUM CONSILIUM VETERANORUM – MMXXII
CODEX PRAXIS - ARTICULATUS
mas poderá solicitar aos outros elementos da Trupe apoio, no sentido de a
aplicar;
6. Na aplicação de sanções observar-se-á sempre a hierarquia da Praxe, tendo
como prioridade o Chefe de Trupe;
7. Não é permitido aplicarem-se sanções nos passeios da Câmara Municipal, da
Praça 8 de Maio e no Pátio das Mamudas;

Artigo 88º

Das infrações ao modo de agir das Trupes

1. A infração ao disposto na presente secção tem como consequência a sanção de


rapanço aos elementos infratores, sem prejuízo de o Conselho de Veteranos
aplicar acessoriamente outra sanção;
2. Qualquer estudante, em Praxe ou não, poderá interpor recurso para o
Conselho de Veteranos sob qualquer infração ao modo de agir em Trupes ou
sanção indevida que tenha testemunhado, devendo fazer-se acompanhar de
informação detalhada assim como do sanctionatis documentum, caso haja, ou
da identificação do Chefe de Trupe.

Artigo 89º

Da perseguição em Trupe

1. As Trupes não podem deslocar-se em veículos, motorizados ou não, exceto se


a viatura for de transporte coletivo e visar a perseguição dum infrator da
Praxe que nele se desloque;
2. Destraçando-se uma Capa na perseguição de um infrator, a Trupe não se
considerará desfeita.

SECÇÃO III
PROTEÇÕES DA PRAXE

Artigo 90º

Das Proteções

1. Constitui proteção o auxílio dado por Doutores ou Futricas a Caloiros e Bichos


para os livrar da Praxe;
2. Os Semiputos não podem proteger;
3. Os Doutores que não forem Veteranos só podem proteger estando de Capa e
Batina na Praxe. Os Vesteranos que estiverem de Capa e Batina igualmente
deverão estar na Praxe;
4. Todos os Antigos Estudantes que tenham sido considerados Veteranos podem,
para efeitos de proteção, invocar essa qualidade sob palavra de honra;

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CODEX PRAXIS - ARTICULATUS
5. Os vãos das portas protegem quando o infrator tiver a chave da porta, bem
assim como as portas dos Cafés, Hotéis, Pensões, Cinemas e outras casas
públicas, se não estiverem encerradas ao público.
6. Os abrigos das paragens dos autocarros, bem assim como todos os telheiros
ou alpendres, não protegem. De igual modo, os urinóis abertos não protegem,
mas ao infrator só pode ser aplicada a sanção depois de ter urinado, ainda que
não tenha sido esse o motivo que aí o levou1.
7. Para sentenças do Conselho de Veteranos ou de Julgamento não há proteções.

Artigo 91º

Do modo de Proteger

1. A proteção dada pelos Doutores está sujeita às condições seguintes:


a. Pé-de-Banco – Protege saltando para o dorso do animal e dizendo:
“NOS QUOQUE GENS SUMUS ET BENE CAVALGARE
SABEMUS!”, ao mesmo tempo que se dirigem para debaixo de telha.
No caso de pôr um, ou ambos, os pés no chão a proteção considerar-se-
á sem efeito.
b. Candieiro – Pede proteção para um;
c. Quartanista – Protege um e pede proteção para outro, estando de
braço dado com ele;
d. Quintanista – Protege quantos lhe couberem debaixo da Capa, tendo
esta pelos ombros, mas a proteção só será eficaz se nem a cabeça nem
os ombros do protegido ficarem visíveis;
e. Semi-Lente – Protege um Caloiro colocando-lhe a Pasta de Praxe por
cima da cabeça e levando-o para debaixo de tecto;
f. Veterano – Protege todos os animais que estiverem ao alcance
simultâneo da vista e da voz.

Artigo 92º

Das Proteções dadas por Futricas

1. A proteção dada pelos Futricas está sujeita às condições seguintes:


a. Ser o protetor, pai, mãe, avõ, avó, irmão, irmã ou descendente do
animal.
b. Ser o protetor uma senhora que tenha a cabeça coberta por chapéu ou
use lenço e traga meias. Esta proteção só é eficaz se o animal enfiar
uma das patas superiores no braço do protetor;
c. Ser o protetor uma sopeira com avental. Esta proteção só é eficaz se o
animal se colocar debaixo do avental.2
2. As proteções deste artigo só são válidas quando exercidas por Futricas.

1
Antigamente estavam colocados no meio do largo da Praça da República e da Portagem, entre outros
locais, urinóis públicos. Este urinóis, por conterem uma cobertura mas não serem fechados, eram muitas
vezes usados pelos Caloiros como tentativa fútil de refúgio de Trupes.
2
Estas proteções referem-se às proteções dadas pelas Tricanas e pelas Sopeiras – criadas ou serventes que
cozinhavam para os estudantes. As Marias das Repúblicas são consideradas Sopeiras.

38
MAGNUM CONSILIUM VETERANORUM – MMXXII
CODEX PRAXIS - ARTICULATUS

Artigo 93º

Da Proteção de Sangue

1. A proteção prevista no artigo 92º ponto 1 alínea a) é conhecida por “proteção


de sangue” e é sempre válida prevalecendo sobre todas as condições;

Artigo 94º

Proteção de Instrumento

1. Os infratores que levarem consigo instrumento musical usado em Grupos


Académicos ou na execução da Canção de Coimbra e o demonstrarem perante
a Trupe que o sabem usar ficam protegidos. Esta proteção tem o nome de
proteção de instrumento.

Artigo 95º

Proteção do Deus Baco

1. Os infratores que estiverem fortemente embriagados ficam autoprotegidos


caso seja comprovada a veracidade etílica pelo Chefe de Trupe;
2. Dentro dos Refúgios de Baco, os infratores podem ser colocados debaixo de
Trupe mas só podem ser sancionados fora dele.

39
MAGNUM CONSILIUM VETERANORUM – MMXXII
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TÍTULO VIII
Sanções da Praxe
Artigo 96º

Da aplicação das sanções

1. As sanções de Praxe podem ser aplicadas por Doutores na Praxe, Veteranos


à futrica ou por Trupe;
2. As sanções previstas pela Praxe são: Unhas ou Colheradas, Tesouradas e
Rapanço. O Conselho de Veteranos pode determinar sanções especiais com
vista a casos determinados;
3. As sanções têm os seguintes moldes:
a. Secundum Praxis – A sanção é aplicada segundo as normas
estipuladas no Código de Praxe. Cada Doutor aplica um número não
superior ao seu número de matriculas. Caso seja em Trupe, cada
elemento dá menos uma aplicação que o Chefe de Trupe;
b. Simbólica – A sanção só é aplicada uma vez. Caso seja em Trupe, só o
Chefe é que a aplica;
c. Ad Libitum – Só pode ser aplicada nas situações previstas neste
Código, por Trupes Extraordinárias ou decisão do Conselho de
Veteranos. Cada elemento aplicará a sanção o número de vezes que
lhe convier;
4. Se algum Doutor pretender aplicar uma sanção, o infrator tem o direito de,
antes desta, lhe perguntar pelo grau hierárquico e verificar se ele está
correctamente na Praxe. Não o estando, recursar-se-á a aceitar a sanção;
5. Sempre que se não estabeleçam neste Código sanções especiais, estas
consistirão em sanção de unhas a aplicar por todos os Doutores presentes que
estejam na Praxe ou Veteranos, neste caso, mesmo à Futrica.

Artigo 97º

Das sanções de Unhas ou Colheradas


1. As sanções de unhas só são aplicadas, por princípio, com a colher de Praxe.
Não havendo colher, poderá esta ser suprida por um sapato usado nas
condições em que seria a colher;
2. O número de colheradas é sempre ímpar;
3. Na aplicação de sanção de unhas o infrator não pode sujeitar-se a ela
apresentando-se de luvas;
4. Tanto o infrator como o que aplica a sanção têm de ter ambos os cotovelos
encostados ao corpo;
5. Estando presentes vários Doutores na aplicação de sanção de unhas, todos
podem participar desde que estejam na Praxe;
6. Os Veteranos podem dar o número de colheradas que quiserem, mas sempre
em número ímpar;
7. É permitido bater tanto de baixo para cima, como de cima para baixo.

40
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Artigo 98º

Das Tesouradas

1. As tesouradas só podem ser aplicadas caso a crina do animal tenha mais de


dois dedos de comprimento;
2. Os componentes de uma Trupe, salvo nos casos Ad Libitum, apenas poderão
dar um número de tesouradas inferior em uma às que o Chefe tiver dado,
podendo, no entanto, cada um per si, abster-se de aplicar a sanção.
3. Contabiliza-se como uma tesourada o ciclo completo de abertura e fecho das
pontas da tesoura.
4. Na aplicação de tesouradas deve-se ter sempre em conta o cuidado necessário
para não danificar o couro do animal (vide Art. 53.4 alínea d).

Artigo 99º

Das infrações na aplicação de sanções

1. À infração na aplicação de sanções aplica-se o seguinte:


a. Se o infrator é um Doutor não componente duma Trupe, a sanção
suspender-se-á e aquele a quem for aplicada a sanção repeti-la-á no
infrator, não podendo exceder o número de colheradas apanhadas
mais uma;
b. Se o infrator é componente de uma Trupe, terá sanção de unhas
secundum praxis a aplicar pelo Chefe e Veteranos presentes;
c. Se o infrator é Chefe de uma Trupe, esta considerar-se-á desfeita;

Artigo 100º

Da palavra de Honra dada em falso

1. Sempre que tiver sido dado a palavra de honra em falso o infrator é


sancionado com rapanço ad libitum à revelia, a aplicar por qualquer Doutor
ou Trupe durante todo esse ano lectivo, carecendo, no entanto de informação
ao Conselho de Veteranos;
2. No entanto, a aplicação desta sanção só pode ocorrer na presença de pelo
menos um Doutor ou testemunha que tal a tenha presenciado, a fim de evitar
possíveis enganos quanto à identidade do infrator.

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CODEX PRAXIS - ARTICULATUS

TÍTULO IX
Do Magnum Consilium Veteranorum

SECÇÃO I
MAGNO CONSELHO DE VETERANOS

Artigo 101º

Da sua constituição

1. O Magnum Consilium Veteranorum é a Assembleia constituída


exclusivamente por Veteranos, em número mínimo igual ao número de
Faculdades acrescido de um, nas condições e com as finalidades que resultam
dos artigos seguintes;
2. Têm direito a voto no Magnum Consilium Veteranorum todos os Veteranos
activos na Universidade de Coimbra;
3. Só os Veteranos podem assistir aos trabalhos do Magnum Consilium
Veteranorum sem prejuízo de, sob proposta do Dux Veteranorum e
consequente aprovação, marcarem presença convidados com relevância para
a discussão.
4. Os que tiverem estudado em Coimbra e tido a categoria de Veteranos podem
assistir às reuniões do Conselho mas sem direito a voto;
5. Todas as decisões do Conselho de Veteranos são tomadas por votação de braço
no ar, não havendo escrutínio secreto;
6. Quando haja empate nas votações, o Dux Veteranorum pode prolongar a
discussão da causa e, seguidamente, proceder a nova votação;
7. As decisões tomadas pelo Conselho de Veteranos deverão constar de Decretus
redigido pelo Dux Veteranorum em colaboração com os restantes membros da
Mesa e publicado no final da sessão, ou nas 24 horas seguintes ao termo desta,
sob pena de não serem válidas.
8. A sede oficial do Magnum Consilium Veteranorum é a Sala do Sr. Xico.

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MAGNUM CONSILIUM VETERANORUM – MMXXII
CODEX PRAXIS - ARTICULATUS

Artigo 102º

Das competências

1. Ao Magnum Consilium Veteranorum compete:


a) Tomar todas as decisões relacionadas com a Praxe e Tradições
Académicas da Universidade de Coimbra que achar oportunas e
aconselháveis;
b) Aprovar alterações ao Código de Praxe e firmar pelo seu
cumprimento;
c) Tutelar as actividades tradicionais da Festa das Latas e Imposição
de Insígnias e da Queima das Fitas;
d) Decretar e aplicar sanções sempre que tal seja necessário;
e) Eleger e demitir o Dux Veteranorum;
f) Eleger e demitir o Senatus Praxis;
g) Servir de tribunal de apelação;
h) Legislar e decidir nos casos omissos;

Artigo 103º

Dos Convocatios - Convocatória

1. Os Convocatios são documentos destinados a convocar o Magnum Consilium


Veteranorum;
2. As reuniões do Conselho de Veteranos são sempre precedidas de um
Convocatio assinado pelo Dux Veteranorum. Sendo difícil ou impossível
contactar com ele, ou estando vago o cargo, a convocatória é assinada por um
Veterano de cada Faculdade;
3. Constituem requisitos de validade dos Convocatios os seguintes:
a. Serem redigidos em Latim macarrónico;
b. Serem assinados pelo Dux Veteranorum ou, no seu impedimento, por
um Veterano de cada Faculdade;
c. Conterem a Ordem do Dia, o local, data e hora de reunião;
d. Terem a data em que são feitos referido às Kalendas e em numeração
romana;
e. Serem publicados com uma antecedência mínima de quarenta e oito
(48) horas.
4. O Convocatio é afixado na porta da sede da Associação Académica ou na porta
da sala do Sr. Xico e partilhado nas redes sociais pertinentes, assim como
outros locais que o Conselho de Veteranos julgue apropriado;
5. Os Conselhos de Veteranos reunidos por Convocatio que não cumpram com
os requisitos aqui expressos, não poderão efetuar-se ou, efetuando-se, não
terão validade as suas decisões.

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MAGNUM CONSILIUM VETERANORUM – MMXXII
CODEX PRAXIS - ARTICULATUS

Artigo 104º

Do quórum

1. O quórum mínimo para as reuniões do Magnum Consilium Veteranorum é o


número das Faculdades existentes acrescido de um;
2. Se o Conselho de Veteranos não tiver quórum passados sessenta minutos da
hora prevista para a sua realização, fica este automaticamente marcado para
vinte e quatro (24) horas depois, devendo ser anotado um post-scriptum nas
convocatórias publicadas.

Artigo 105º

Da Ordem do Dia

1. Constitui a Ordem do Dia a ordem dos trabalhos a discutir pelo Conselho de


Veteranos;
2. Achando-se vago o cargo de Dux Veteranorum, a rubrica primeira da Ordem
do Dia será dedicada à sua eleição;
3. Visando a convocatória a reunião do Magnum Consilium Veteranorum para
apreciar o pedido de demissão ou de expulsão do Dux Veteranorum, a rubrica
segunda será consignada à eleição do novo Dux Veteranorum;
4. Antes da Ordem do Dia poderão ser abordados assuntos não contidos nela,
mas o Conselho não poderá tomar decisões imediatas sobre eles;
5. A Ordem do Dia poderá ser alterada e acrescentados novos pontos caso a
proposta consiga votação unânime;
6. Em todos os pontos da Ordem a última intervenção cabe sempre ao Dux
Veteranorum podendo este forçar a votação, caso a discussão se torne extensa,
fútil ou indigna.

Artigo 106º

Da constituição da Mesa

1. O Conselho de Veteranos reunirá sob a presidência do Dux Veteranorum


desde que este se ache presente;
2. Estando vago o cargo de Dux Veteranorum, não tendo este comparecido ou
visando o Conselho a sua demissão ou expulsão, assumirá a presidência o
Veterano presente que maior número de matrículas tiver na Universidade de
Coimbra;
3. Sob sua orientação será constituída a Mesa da Presidência, devendo fazer
parte dela o número necessário de Veteranos que perfaça uma mesa com três
elementos representando, no mínimo, duas Faculdades;
4. Estando o Dux Veteranorum presente, a constituição da mesa far-se-á do
mesmo modo;
5. Não estando vago o cargo de Dux Veteranorum e não estando este presente, o
Presidente da mesa exporá as razões da sua ausência, se delas tiver
conhecimento e, sendo caso de imperiosa necessidade, apresentará a proposta
da reunião prosseguir. Conseguida uma votação unânime positiva, o Conselho
poderá dar início à Ordem do Dia;

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MAGNUM CONSILIUM VETERANORUM – MMXXII
CODEX PRAXIS - ARTICULATUS

Artigo 107º

Da ausência do Dux Veteranorum

1. Não estando presente o Dux Veteranorum numa reunião do Conselho de


Veteranos e tendo-se alegado falsamente o seu impedimento, as deliberações
tomadas nesse Conselho só serão válidas se novo Conselho, validamente
constituído, as sancionar, ou se o Dux Veteranorum as validar;
2. Sempre que haja substituição da assinatura do Dux Veteranorum por
impedimento ou ausência, os Veteranos que o substituírem ficam
solidariamente responsáveis perante o Conselho de Veteranos pela
autenticidade do impedimento devendo apôr em cima das suas assinaturas
“In impedimentus Duxis”;

Artigo 108º

Da categoria honorífica de Dux Duxorum

1. O Conselho de Veteranos poderá atribuir a categoria honorífica de Dux


Duxorum a todos os atuais ou antigos Doutores que tenham assumido a
categoria e desempenhado as funções de Dux Veteranorum pelo menos
durante dois anos. Tal atribuição será feita tendo em atenção os comprovados
serviços meritórios prestados e amplamente reconhecidos pela Praxe;
2. A atribuição da categoria honorífica de Dux Duxorum será feita pelo Magnum
Consilium Veteranorum, sendo condição necessária para a referida atribuição
uma maioria de dois terços;
3. À categoria de Dux Duxorum serão atribuídas, para além das prerrogativas
inerentes aos demais Veteranos:
a. O direito às honras que pela Praxe, escrita e/ou consuetudinária, lhe
venham a ser reconhecidas;
b. O direito às honras, cumprimentos e tratamentos universitários de
dignidade reconhecidas à categoria de Dux Veteranorum;
c. O direito a assistir às reuniões do Conselho de Veteranos em que
compareça, ocupando o lado direito do Dux Veteranorum. No caso de
comparência de uma pluralidade de Doutores com tal categoria
honorífica ocupará o decano da referida categoria o lugar
imediatamente à direita do Dux Veteranorum e, seguidamente, todos
os outros por ordem de antiguidade a seguir ao decano;
d. O direito a ser solicitado pelo Conselho de Veteranos para, nos
superiores interesses da Praxe, assumir e desempenhar, por vezes,
altas funções de representação académica e universitária;
e. O direito de intervir, usando da palavra, em último lugar nas reuniões
do Conselho de Veteranos, antecedendo, porém, a alocução final do
Dux Veteranorum;

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CODEX PRAXIS - ARTICULATUS
4. A atribuição da categoria honorífica constará de um Decretus especial, feito
em duplicado, um para o outorgado e outro para o Museu Académico e que
unicamente constarão em latim macarrónico:
a. O nome do Doutor;
b. O motivo, ou feitos, por que lhe foi atribuída a categoria honorífica;
c. A data da reunião em que foi atribuído e a data da publicação do
Decretus;
d. O selo, contendo as Insígnias da Praxe, utilizado pelo Conselho de
Veteranos, sob o qual se colocará a designação de “Dux Duxorum –
categoria Honorífica da Praxe Académica da Universidade de
Coimbra”;
e. A assinatura do Dux Veteranorum;

Artigo 109º

Das Reuniões de Veteranos

1. Constituem Reuniões de Veteranos o conjunto de Veteranos acidentalmente


presentes num mesmo local e à mesma hora que, em face dum caso não
previsto pela Praxe ou sobre o qual não sejam claras as consequências que
esta estabelece, chamam a si a iniciativa duma decisão de aplicação imediata;
2. A Reunião de Veteranos é presidida pelo Veterano presente com maior
número de matrículas;
3. As decisões tomadas em Reunião só terão força vinculativa se seguidas de
imediata execução;
4. Caso seja feito Decretus este terá de ser apresentado ao Magnum Consilium
Veteranorum e validado por este;
5. As decisões não são passíveis de recurso, mas os Veteranos que nelas tenham
participado são solidariamente responsáveis, perante o Conselho de
Veteranos, pelas decisões tomadas.

SECÇÃO II
Comissão Permanente e Senatus Praxis
Artigo 110º

Da Comissão Permanente

1. A Comissão Permanente tem como função assegurar, em conjunto e sob


orientação do Dux Veteranorum, a estrutura permanente no que concerne aos
assuntos tutelados e de administração do Conselho de Veteranos;
2. Os elementos da Comissão Permanente são nomeados pelo Dux Veteranorum;
3. O mandato de todos os elementos da Comissão Permanente cessa
solidariamente com o mandato do Dux Veteranorum;
4. Os elementos da Comissão Permanente podem ser substituídos a todo o tempo
pelo Dux Veteranorum;
5. À Comissão Permanente compete:
a) O apoio ao Dux Veteranorum no exercício das suas funções;

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MAGNUM CONSILIUM VETERANORUM – MMXXII
CODEX PRAXIS - ARTICULATUS
b) A administração, em conjunto com o Dux Veteranorum, das instalações
do Conselho de Veteranos, nomeadamente a sala do Sr. Xico, bem como
zelar por todo o património ai existente.
c) A instrução, sob orientação do Dux Veteranorum, de todos os processos
a apresentar no Conselho de Veteranos;
d) A organização das actividades relacionadas com a Tradição
Académica, que o Conselho de Veteranos decidir levar a cabo, em
conjunto com o Senatus Praxis;
e) Coordenar e instruir, em conjunto com o Dux Veteranorum, o processo
de revisão do Código da Praxe.

Artigo 111º

Do Senatus Praxis

1. O Senatus Praxis é constituído por estudantes eleitos, assegurando a


representação dos diferentes cursos da Universidade de Coimbra perante o
Magnum Consilium Veteranorum;
2. Cada Ciclo de Estudos (vide Art. 15º ponto único) em vigor na Universidade
de Coimbra elege um estudante efectivo e um estudante suplente para o
Senatus Praxis. O binómio escolhido será o que tiver reunido a maioria
simples dos votos válidos nas eleições do seu curso;
3. Os elementos do Senatus Praxis tomam posse perante o Dux Veteranorum em
representação do Magnum Consilium Veteranorum;
4. O mandato dos elementos do Senatus Praxis é anual;
5. Qualquer elemento do Senatus Praxis pode ser destituído de funções pelo
Magnum Consilium Veteranorum, por motivos relacionados com atitudes ou
ações contrárias ou desrespeitosas à tradição e princípios académicos dos
estudantes da Universidade de Coimbra;
6. Sem prejuízo do ponto anterior, qualquer elemento do Senatus Praxis pode
ser suspenso de funções pelo Dux Veteranorum.

Artigo 112º

Das competências do Senatus Praxis

1. Ao Senatus Praxis compete:


a) O aconselhamento ao Dux Veteranorum no exercício das suas funções;
b) O desenvolvimento das actividades relacionadas com a tradição
académica, que o Conselho de Veteranos decidir levar a cabo;
c) Emitir parecer sobre as alterações ao Código da Praxe;
d) Zelar pelo correto cumprimento dos preceitos da Praxe,
nomeadamente em situações propícias ao seu exercício de forma
abusiva;
e) Através dos seus elementos fazer a ligação ao Conselho de Veteranos
dos diferentes cursos da Universidade de Coimbra;

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MAGNUM CONSILIUM VETERANORUM – MMXXII
CODEX PRAXIS - ARTICULATUS

Artigo 113º

Das eleições para o Senatus Praxis

1. As eleições serão convocadas pelo Dux Veteranorum, com um mínimo de


quinze (15) dias de antecedência, face à data da realização do escrutínio;
2. A eleição decorrerá até quarenta (40) dias após o término da Queima das
Fitas, em data a decidir pelo Dux Veteranorum após consulta da Comissão
Permanente;
3. A comissão eleitoral será composta por três elementos, presidida pelo Dux
Veteranorum ou seu representante e dois elementos nomeados por este;
4. No caso de empate será realizada uma segunda votação, sendo a sua data e
período de realização acordado entre os candidatos e o Dux Veteranorum. Não
existindo acordo, o Dux Veteranorum definirá, unilateralmente, a data para
a realização da segunda votação;
5. As candidaturas terão de ser apresentadas com um mínimo de cinco (5) dias
de antecedência, por escrito, nas instalações do MCV e cada candidatura deve
vir anexa com uma carta de recomendação de um Veterano identificado da
mesma Faculdade dos candidatos;
6. Os candidatos podem consultar as listas de estudantes obtidas junto da
Comissão Eleitoral;
7. Todos os estudantes podem votar, mas só nos candidatos do seu curso.

SECÇÃO III
COMPETÊNCIAS E ELEIÇÃO DO DUX VETERANORUM

Artigo 114º

Das competências

1. Ao Dux Veteranorum compete, entre outros:


a) Presidir às reuniões do Conselho de Veteranos;
b) A condução de todos os processos a apresentar em Conselho de
Veteranos assim como assinar os Decretus e os Convocatios;
c) Presidir a todos os momentos académicos que visem salvaguarar o
prestígio da Praxe;
d) Passar revista a qualquer Trupe;
e) Administrar as instalações do Conselho de Veteranos, nomeadamenet
a Sala do “Sr. Xico”, bem como zelar por todo o património existente;
f) Zelar pelo correto cumprimento do Código da Praxe e contextualizar a
interpretação deste, nomeadamente em situações propícias ao seu
exercício de forma abusiva;
g) Coordenar e administrar o processo de revisão do Código de Praxe;
h) Decretar o Luto Académico até um máximo de três dias;
i) Autorizar o uso de Insígnias Pessoais fora dos limites praxísticos e fora
dos períodos de Praxe;

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MAGNUM CONSILIUM VETERANORUM – MMXXII
CODEX PRAXIS - ARTICULATUS
j) Nomear ou exonerar a Comissão Permanente do Conselho de
Veteranos e, caso opte, o seu representante legal na Comissão
Organizadora da Queima das Fitas;
k) Empossar os elementos eleitos do Senatus Praxis;
l) Supervisionar as actividades tradicionais das Festas Académicas.

Artigo 115º

Do mandato

1. O mandato do Dux Veteranorum tem uma duração máxima de 4 anos;


2. O mandato do Dux Veteranorum cessa automaticamente quando cessar a sua
qualidade de estudante da Universidade de Coimbra, quando for aceite o seu
pedido de demissão ou quando deliberada a sua expulsão em Magnum
Consilium Veteranorum;
3. O pedido de demissão será dirigido ao Conselho de Veteranos expressamente
reunido para esse fim por convocatória assinada pelo Dux Veteranorum;
4. O Dux Veteranorum tem um limite de dois mandatos em funções.

Artigo 116º

Da eleição

1. A eleição do Dux Veteranorum decorrerá até um máximo de 6 meses após o


término do mandato anterior, em data a escolher pelo Magnum Consilium
Veteranorum.
2. Visando o Conselho de Veteranos a eleição do Dux Veteranorum, será
constituida uma Mesa na forma estabelecida neste Código;
3. Depois de constituída a mesa o Presidente fará as consultas necessárias para
dar início ao processo de eleição:
a. O Presidente inquirirá os Veteranos presentes pelos candidatos
interessados;
b. Só são considerados candidatos válidos os estudantes que usufruam
do grau de Veterano há mais de um ano e já tenham usado Insígnias
pela Universidade de Coimbra;
c. Não havendo candidatos válidos o Magnum Consilium Veteranorum
pode nomear uma comissão encarregada de fazer consultas extra,
visando fazer comparecer na reunião seguinte um Veterano que reúna
as condições necessárias e que se proponha a aceitar o cargo;
d. Havendo urgência na eleição, pode o Presidente da Mesa invocar
motivos de imperiosa necessidade para estender a reunião até que um
candidato reúna as condições necessárias para ocupar o cargo.
4. Havendo candidatos válidos e propostos a aceitar o cargo procede-se para a
eleição que decorrerá nos seguintes moldes:
a. Cada candidato será votado individualmente seguindo por ordem o
candidato que tenha a hierarquia mais elevada;
b. Caso seja candidato o anterior Dux Veteranorum este será votado em
primeiro lugar;
c. O Conselho de Veteranos votará se aprova, ou não, o candidato para o
cargo de Dux Veteranorum;

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MAGNUM CONSILIUM VETERANORUM – MMXXII
CODEX PRAXIS - ARTICULATUS
d. É eleito o primeiro Veterano que reunir a maioria simples da sala, não
havendo lugar à votação dos restantes candidatos;
e. Caso, na primeira ronda de votações não seja reunida a maioria
simples, esta repetir-se-á até ser alcançada. Entre rondas, pode o
Presidente da Mesa interromper o procedimento para discussão dos
candidatos;
f. A votação decorre por braço no ar, não havendo lugar ao voto secreto.

Artigo 117º

Da expulsão
1. O processo de expulsão será feito pelo Magnum Consilium Veteranorum
convocado expressamente para esse efeito e cuja mesa for constituída na
forma estabelecida neste Código;
2. O Convocatio para expulsão tem de ser assinado por um Veterano de cada
Faculdade.
3. Aos mesmos Veteranos compete, por convocatória pessoal escrita, solicitar
a comparência do Dux Veteranorum.
4. Visando o Conselho de Veteranos expulsar o Dux Veteranorum, o
Presidente da Mesa referirá as razões que levam a tal procedimento,
dando em seguida a palavra ao Dux Veteranorum e aos Veteranos que a
pedirem.
5. A expulsão do Dux Veteranorum só será válida se no Magnum Consilium
Veteranorum que se realizar para o efeito estiver presente um número de
Veteranos não inferior ao número de Veteranos presentes no Magnum
Consilium Veteranorum realizado para o eleger.
6. Não comparecendo o Dux Veteranorum, e a menos que se trate de factos
do conhecimento geral e notoriamente verdadeiros, deverá o Conselho de
Veteranos diligenciar no sentido de se realizar uma nova reunião, a fim
de aquele ser ouvido.

Artigo 118º

Das formalidades de eleição

1. Tendo o Conselho de Veteranos procedido à eleição do Dux Veteranorum e


tomado outras deliberações, serão publicados dois Decretus no final da sessão,
sendo um deles exclusivamente dedicado à eleição do Dux Veteranorum e o
outro às restantes deliberações. No Decretus onde se consigna a eleição do
Dux Veteranorum, este assinará na qualidade de mero Veterano, devendo os
componentes da Mesa assinar no local de ordinário destinado à assinatura do
Dux Veteranorum; No outro Decretus, o Dux Veteranorum assinará já nesta
qualidade.

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MAGNUM CONSILIUM VETERANORUM – MMXXII
CODEX PRAXIS - ARTICULATUS

TÍTULO X
DOS DOCUMENTOS OFICIAIS DA PRAXE

Artigo 119º

Dos documentos reconhecidos pela Praxe

1. São documentos reconhecidos pela Praxe:


I. Os Decretus;
II. Os Convocatios1;
III. As Contra-Fés;
IV. As Cartas de Alforria;
V. Os Mobilizatus Documentum;
VI. Os Salvus Conductus;
VII. Os Sanctionatus Documentum;
2. Todos os documentos oficiais da Praxe são escritos em Latim macarrónico.

Artigo 120º

Dos Decretus

1. Constituem Decretus todos os textos redigidos em Latim macarrónico que


contenham as deliberações do Magnum Consilium Veteranorum ou Reunião
de Veteranos;
2. Os Decretus só são válidos se obedecerem a todos os requisitos seguintes:
a) Serem redigidos em latim macarrónico, embora, se necessário, com
palavras isoladas em português;
b) Terem a assinatura do Dux Veteranorum e de todos os Veteranos
presentes na reunião do Conselho;
c) Não estando presente o Dux Veteranorum, as assinaturas que o
substituírem devem estar de acordo com os moldes já previstos neste
Código e vir encimadas pelas expressões: “In vacatio duxis”, ou “In
impedimentus duxis”, consoante os casos;
d) Serem afixados na porta da sala “Sr. Xico” e publicados nas redes
sociais pertinentes até à hora do último toque matutino da Cabra do
dia em que devem vigorar;
e) Terem a data referida às Kalendas e em numeração romana;
f) Terem a assinatura do Dux Veteranorum aposta à esquerda, em local
bem destacado, e será a única a figurar nessa coluna. As restantes
assinaturas serão colocadas na coluna da direita, sendo que as colunas
são as que resultam da passagem duma linha imaginária pelo centro
do papel, no sentido vertical.
3. No caso dos Decretus das Reuniões de Veteranos só são considerados válidos
depois de terem sido validados pelo Magnum Consilium Veteranorum e
cumprirem com as condições do ponto anterior;

1
Já previstos anteriormente no Artigo 102º.

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MAGNUM CONSILIUM VETERANORUM – MMXXII
CODEX PRAXIS - ARTICULATUS
4. As assinaturas nos Decretus são em Latim macarrónico, seguidas da
indicação da Faculdade que o Veterano frequenta não podendo ser feitas em
folhas anexas;
5. Exceptuam-se da aprovação em Magnum Consilium Veteranorum e das
alíneas II, III e VI do ponto 2 os Decretus referentes à declaração do Luto
Académico pelo Dux Veteranorum para períodos inferiores a três dias;
6. Os requisitos de validade dos Decretus podem ser sanados depois da sua
afixação até à hora do último toque matutino da Cabra, do dia em que devem
vigorar;
7. Com o mesmo texto podem ser redigidos, com vista a uma maior publicidade,
mais do que um Decretus, mas só o que tiver sido afixado à porta da sede da
Associação Académica tem validade para efeitos de se saber se foram
cumpridas todas as formalidades respeitantes à sua validade;
8. A infração a qualquer dos requisitos de validade implica a inexistência de todo
o seu texto.

Artigo 121º

Do arquivo de Decretus
1. Todos os Decretus publicados deverão ser duplicados, ficando uma versão com
o Conselho de Veteranos e as seguintes enviadas ao Museu Académico para
arquivo.

Artigo 122º

Das Contra-Fés

1. As Contra-Fés são documentos destinados a intimar a comparência de


Caloiros ou Doutores no Conselho de Veteranos ou de Caloiros nas Repúblicas
Oficializadas;
2. As Contra-Fés só podem ser redigidas pelos elementos da República
Oficializada onde o Caloiro deve comparecer ou, quando se vise a comparência
no Conselho de Veteranos, pelo Dux Veteranorum.
3. São requisitos de validade das Contra-Fés os seguintes:
a) Serem redigidas em latim macarrónico;
b) Conterem o nome do destinatário;
c) Serem assinadas por um dos Repúblicos, Doutores residentes ou pelo
Dux Veteranorum caso a Contra-Fé vise a comparência no Conselho de
Veteranos;
d) Conterem o nome da República Oficializada ou do Conselho de
Veteranos, bem como a data e a hora a que o destinatário aí deve
comparecer;
e) Conterem a data em que foi passada referida às Kalendas e em
numeração romana;
f) Conterem a finalidade a atingir;
g) Serem entregues com uma antecedência superior a doze (12) horas;

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MAGNUM CONSILIUM VETERANORUM – MMXXII
CODEX PRAXIS - ARTICULATUS

Artigo 123º

Das Cartas de Alforria

1. Constitui Carta de Alforria o documento redigido em latim macarrónico pelo


qual o Conselho de Veteranos exime um Caloiro das sanções da Praxe a que
normalmente estaria sujeito;
2. A Carta de Alforria deve conter o nome do Caloiro a quem é concedida, a
Faculdade a que pertence, as razões da concessão da carta, a data do Conselho
de Veteranos que a concedeu e ser assinada pelo Dux Veteranorum e por todos
os Veteranos que estejam presentes;
3. A Carta de Alforria só pode ser concedida a Caloiros que tenham prestado
relevantes serviços à Academia;

Artigo 124º

Do Mobilizatus Documentum

1. Constitui Mobilizatus o documento redigido em latim macarrónico destinado


a assegurar uma mobilização com antecedência;
2. O Mobilizatus deverá contar o nome do Caloiro, a Faculdade a que pertence,
o local, hora e dia em que este deve comparecer, a data em que é passado e o
nome e o grau hierárquico de quem o passa;
3. Os Caloiros que não respeitarem o Mobilizatus incorrem numa infração ao
artigo 58º.

Artigo 125º

Do Salvus Conductus

1. Constitui Salvus Conductus o documento redigido em latim macarrónico e


concedido a Caloiros para os proteger das sanções da Praxe em dia e no espaço
de tempo nele mencionados;
2. O Salvus Conductus deverá conter o nome do Caloiro a quem é concedido, a
data em que é passado, o nome e o grau hierárquico de quem o passa e as
razões porque é concedido;
3. A validade do Salvus Conductus termina com o último toque da Cabra do dia
seguinte;
4. Só as Repúblicas Oficializadas, o Dux Veteranorum ou um Veterano podem
conceder Salvus Conductus.

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MAGNUM CONSILIUM VETERANORUM – MMXXII
CODEX PRAXIS - ARTICULATUS

Artigo 126º

Dos Sanctionatus Documentum

1. Constitui Sanctionatus Documentum o documento redigido em latim


macarrónico, que é entregue a todos os infratores sancionados por Trupe após
a aplicação da sanção;
2. O Sanctionatus Documentum deverá conter o nome do infrator a quem é dado,
a data em que é passado, o nome e o grau hierárquico do Chefe de Trupe que
o passa e o seu número de série. Pode ser anexado ao Sanctionatus uma
madeixa da crina do animal quando aplicável;
3. O Sanctionatus Documentum é fornecido exclusivamente pelo Conselho de
Veteranos, que atribuirá um número de série que é registado e associado ao
Doutor que o solicita.

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MAGNUM CONSILIUM VETERANORUM – MMXXII
CODEX PRAXIS - ARTICULATUS

Título XI
Das Repúblicas e Outros Locais

Artigo 127º

Das Repúblicas

1. República é o conjunto de estudantes que vive em comunidade doméstica e


cumpre com certos critérios históricos e praxísticos;
2. As Repúblicas são do tipo Oficializadas e Não Oficializadas;
3. Só as Repúblicas Oficializadas têm existência reconhecida pela Praxe, sendo
mesmo vedado às Não Oficializadas usarem o nome de República;
4. Poderá o Conselho de Veteranos reconhecer a capacidade a Repúblicas
Oficializadas com capacidade para nela se exercer a Praxe;
5. Os requisitos válidos para constitui uma República Oficializada são:
a. Estar instalada em casa cuja administração compita exclusivamente
aos Repúblicos;
b. Ter cozinha própria;
c. Ter um nome e emblema aprovado pelo Conselho de Repúblicas;
d. Ter uma placa com o nome e o emblema da República na fachada do
edifício onde estiver instalada;
e. Ter bandeira com o nome e o emblema da República;
f. Ter sido inaugurada com a presença de todos os Repúblicos e um
representante de todas as outras Repúblicas Oficializadas já
existentes;
g. Ter um Presidente ou um Mor.

Artigo 128º

Dos Refúgios de Baco

1. Constitui Refúgio de Baco a tasca, taberna ou estabelecimento comercial que


tenha sido concedido esse estatuto pelo Magnum Consilium Veteranorum;
2. O estatuto de Refúgio de Baco visa preservar a componente histórica,
tradicional e de interação com os estudantes de Coimbra aos estabelecimentos
amplamente reconhecidos por tal;
3. O estatuto é concebido pelo Magnum Consilium Veteranorum por Decretus e
no diploma da consagração devem vigorar as condições inerentes e
necessárias para a manutenção desse estatuto;
4. O Conselho de Veteranos poderá, em qualquer altura, reavaliar o estatuto de
Refúgio de Baco;
5. Dentro dos Refúgios de Baco vigora a Praxe Académica, assim como podem
ser colocados debaixo de Trupe infractores, ainda que só possam ser aplicadas
sancões fora do Refúgio;

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MAGNUM CONSILIUM VETERANORUM – MMXXII
CODEX PRAXIS - ARTICULATUS

Título XII
Do Articulado Histórico

Artigo 129º

Da definição

1. Constitui o Articulado Histórico o conjunto de artigos ou normas que, não


tendo já uma aplicação prática ou existente, são preservados devido ao seu
valor histórico na Academia e ao seu elo de ligação geracional;
2. Os artigos podem ser invocados e considerados válidos caso haja contexto e
circunstância propícia a tal;

Artigo 130º

Da Tourada ao Lente

1. Constitui “Tourada ao Lente” a recepção feita pela Academia ao Professor


Universitário, Doutorado ou não, nacional ou estrangeiro, no momento em
que este se disponha a dar em Coimbra a sua primeira aula teórica a
estudantes universitários;
2. O Lente toureado, no decurso da “cerimónia” tem a categoria de “animal”,
como tal devendo ser tratado;
3. Haverá uma “Comissão de Recepção” ao qual compete elaborar um tema, em
latim macarrónico, para a tese que o “animal” irá defender perante o
auditório. A Comissão deverá trazer como brinde um farto repasto de erva;
4. A Cerimónia termina quando um Fitado apadrinhar o toureado, colocando-
lhe a pasta com as Fitas sobre a cabeça. Não tendo havido ainda Imposição
de Insígnias ou não estando nenhum Fitado presente, qualquer Veterano o
poderá apadrinhar colocando-lhe a Capa sobre os ombros;
5. Apenas podem assistir às Touradas:
a. Os Doutores que estiverem de Capa e Batina na Praxe;
b. Os Veteranos mesmo à futrica;
c. Os alunos do Professor nessa cadeira.
6. Depois do apadrinhamento todos os Doutores presentes devem felicitar o
Professor, tendo já em atenção a sua verdadeira categoria social e posição
dentro da Universidade.

Artigo 131º

Dos Julgamentos
1. Os Julgamentos são atos solenes realizados nas Repúblicas Oficializadas ou
em sítio aprovado pelo Conselho de Veteranos, por um tribunal com a
constituição, finalidade e ambiente que resulta dos pontos seguintes;

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CODEX PRAXIS - ARTICULATUS
2. Os tribunais são constituídos por um Júri, um Promotor de Justiça e um
Oficial de Diligências;
3. A sala onde se realiza o Julgamento deve preencher os requisitos seguintes:
a. Estar privada de luz natural;
b. Ser iluminada por uma vela que tenha por castiçal uma caveira;
c. Ter duas mesas, sendo uma delas destinada ao Júri e outra, colocada
à direita desta, destinada ao Promotor de Justiça;
d. Ter as mesas cobertas com Capas;
e. Ter livros diversos sobre as mesas, os quais constituirão os códigos;
f. Ter as Insígnias da Praxe;
g. Ter, como banco dos Réus, um penico, alguidar ou poceiro cheio de
água.
4. O Júri será constituido por três Veteranos representando, pelo menos, duas
Faculdades. Ocupará a Presidência da mesa o Veterano hierarquicamente
superior;
5. Os Doutores que assistirem ao julgamento, terão de ter a Capa traçada pela
cabeça, de forma a só se ficarem visíveis os olhos;
6. Antes de iniciado o Julgamento os membros do Júri devem passar revista a
todos os presentes, a fim de verificar s eestão correctamente na Praxe e entre
si;
7. Os Réus podem comparecer à futrica, mas serão ornamentados de acordo com
as ordens do Júri;
8. O Juiz Presidente abrirá a sessão proferindo as seguintes palavras, em tom
solene e destacado: “In nomen solenissima Praxis audientia aberta est.”;
9. A acusação ficará então a cargo do Promotor de Justiça. Esta poderá ser feita
simultaneamente contra um ou todos os Réus e consoante a natureza dos
delitos praticados;
10. Os Réus têm direito a um Advogado de Defesa, que não poderá ser de grau
hierárquico superior ao do próprio Réu;
11. Os Réus e os Advogados presentes só intervirão quando lhes for concebido o
uso do relincho pelo Juiz Presidente;
12. Findas as acusações e as defesas o Juiz Presidente suspenderá a sessão para
deliberações dizendo “In nomen solenissima Praxis audientia interrompida
est ad judices deliberarent.”.
13. Feita a deliberação do Júri, o Presidente reabrirá a audiência dizendo: “In
nomen solenissam Praxis audientia reaberta est” seguindo-se a leitura das
sentenças;
14. As sentenças não são passíveis de recurso, mas os Réus poderão apelar ao
Conselho de Veteranos no sentido de aplicar sanções ao Júri do tribunal se
este tiver cometido infrações à Praxe;
15. O não comparecimento de um Réu não impossibilita o tribunal de tomar
conhecimento das acusações que sobre ele pesem e proferir a respectiva
sentença, podendo estas, ser executadas a todo o tempo e a qualquer hora;
16. A não comparência de um Réu ou de um Advogado de Defesa constitui severa
agravante;

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Artigo 132º

Das Trupes de Fitados

1. As Trupes de Fitados são constituídas unicamente por elementos Fitados que


frequentem um curso na Universidade de Coimbra e por um Cão de Fila;
2. As Trupes de Fitados terão de anunciar a sua saída com uma mortalha aposta
na Porta Férrea, e só aí se podem constituir. Na mortalha deverá escrever-se:
“Trupe Fitadus formata est” ou “Trupe Fitadas formata est”, caso se trate de
trupe feminina;
3. No mesmo dia apenas se poderá formar uma Trupe de Fitados masculina e
outra feminina;
4. Às Trupes de Fitados são aplicados as mesmas condições e artigos que as
Trupes de Veteranos, sendo, no entanto hierarquicamente inferiores e
estando sujeitos à revista por estas e pelo Dux Veteranorum.

Artigo 133º

De matrículas ordinárias e voluntárias

1. Para efeitos de Praxe não há distinção entre estudantes ordinários e


voluntários1.

1
Até a meados do Séc. XX, havia diferentes tipologias de matriculas na Universidade, em que diferiam as
condições de frequência e acesso. Havia então os Estudantes Ordinários, os Voluntários e os Obrigados.

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Título XIII
Da Revisão e Disposições Transitórias

Artigo 134º

Da Revisão do Código

1. O processo de revisão do Código é iniciado em Magnum Consilium


Veteranorum;
2. Para rever este Código é necessário:
a. Seis meses para a recepção de propostas de alteração;
b. Compilação e inclusão das propostas num texto final pela Comissão
Permanente;
c. Aprovação do texto final em Magnum Consilium Veteranorum
expressamente convocado para o efeito;

Artigo 135º

Das Adendas e Anexos

1. O Código da Praxe pode vir acompanhado de Adendas e Anexos;


2. Constituem Adendas as disposições aprovadas em Magnum Consilium
Veteranorum por forma a melhor interpretar, corrigir ou alterar a forma de
artigos existentes no Código da Praxe;
3. As Adendas devem ser colocadas no fim do documento e anexadas ao Código
no próximo processo de Revisão que ocorrer, carecendo de nova aprovação;
4. Os Anexos são secções com informações complementares ou de carácter
mutável, que podem ser alterados a tempo inteiro por aprovação do Magnum
Consilium Veteranorum.

Artigo 136º

Das disposições transitórias

1. O novo texto do Código da Praxe entrará em vigor ao primeiro toque matutino


da Cabra do dia seguinte após a publicação do Decretus que contenha a
aprovação do texto final do Código da Praxe, ficando revogadas todas as
deliberações contrárias aos princípios nele contidos;
2. Para efeitos da alteração dos anos do carro da Queima das Fitas, não ficam
abrangidos pelos novos critérios os estudantes que no ano lectivo de
2022/2023 já iam fazer carro e os que planeavam fazer carro no ano seguinte.
A estes últimos é dada a opção da escolha do ano, em coerência com o curso
que ainda frequentarem;

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CODEX PRAXIS - ARTICULATUS

ANEXO A

Para efeitos do presente Código são considerados perante a Praxe


cursos de “via larga” os seguintes:
- Medicina;
- Medicina Dentária;
- Arquitectura;
- Ciências Farmacêuticas.

São considerados, perante a Praxe, cursos de “via estreita” os


seguintes:
- Todos os restantes.

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