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Soluções de atividades

Correção dos trabalhos de grupo do manual

Sequência 3. Poesia de Vasco Graça Moura


Leitura · Compreensão MANUAL, p.
215
1.
A – Arte B – Figurações C – Tradição D – Representações
poética do poeta literária do contemporâneo
Texto A Vv. 1-5, 21-22 (Cesário Vv. 1-15, 21-22
“ vou por ruas, Verde, “O sentimento
vou por — — dum ocidental).
praças” O recurso à redondilha
maior.
Texto B Vv. 9-13 e 14-18 A estrutura estrófica
“voltas a mote” e métrica (redondilha
— maior) próxima das —
do vilancete (mote e
voltas).
Texto C A forma do soneto.
“soneto — — Todo o poema
pardacento”
Texto D Todo o poema. A forma do soneto, que
“soneto — é também tema do —
do soneto” poema.
Texto E Todo o poema. Todo o poema. O recurso à redondilha
“em cada verso maior. —
insinuo”

1.1.
Texto A – “vou por ruas, vou por praças”
 Tema e seu desenvolvimento
A deambulação pela “cidade adormecida” (v. 11), que permite a reflexão amorosa do
sujeito poético (vv. 16-20, 25 e 26-30).
 Recursos expressivos e respetivo valor
• O paralelismo, no verso 1, sugere a movimentação e deambulação do sujeito poético.
• A enumeração (vv. 3-5 e 16-17) destaca a quantidade e diversidade de elementos que o
sujeito poético encontra no seu passeio noturno.
• A metáfora, nos versos 29-30, remete para o incómodo do sujeito poético, desencadeado
por razões amorosas.
 Estilo e linguagem
• Experiência “lúdica do exercício do literário”: o tema, o jogo com os antónimos (v. 9), as
repetições (v. 18).
• “registo coloquial, prosaico, próximo das falas banais do quotidiano”;
• “pendor narrativo” do poema: a deambulação do “eu” pela noite de Lisboa.
 Estrutura externa
Seis quintilhas de versos em redondilha maior. Rima cruzada e emparelhada em a e
interpolada em b, segundo o esquema rimático a b a a b, em combinação que se repete
em todas as estrofes.

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 Relações com outros autores


Intertextualidade com “O sentimento dum ocidental” de Cesário Verde: a deambulação
noturna do eu-narrador.

Texto B – “voltas a mote”


 Tema e seu desenvolvimento
A poesia e o processo da sua criação.
 Recursos expressivos e respetivo valor
• A interrogação retórica (v. 8), recuperada do mote, que propicia o desenvolvimento do
tema da “mão de obra” da poesia.
 Estilo e linguagem
• “virtuosismo” do “exercício literário”: o talento de exploração literária evidenciado na
exploração da técnica das “voltas a mote”, com a repetição de cada um dos versos do
mote no final de cada volta.
• “registo coloquial, prosaico, próximo das falas banais do quotidiano”; poema
representativo do modo como a poesia de Graça Moura se deixou “contaminar […] por
estilos e tradições que se mesclam numa difusa rede citacional”.
 Estrutura externa
Quatro estrofes, funcionando a primeira como mote, de três versos, e as restantes voltas,
quintilhas,
aproximando-se da forma do vilancete, também pelo recurso aos versos em redondilha
maior. Rima cruzada e emparelhada em a e interpolada em b, segundo o esquema
rimático a b a a b, em combinação que se repete em todas as estrofes.

 Relações com outros autores


Aproximação à forma dos poemas da vertente tradicional da poesia de Camões.

Texto C – “soneto pardacento”


 Tema e seu desenvolvimento
O quotidiano “pardacento” em Bruxelas, descrito a partir das experiências e reflexões do
sujeito
poético.
 Recursos expressivos e respetivo valor
• A metáfora, no verso 5, que salienta a desordem e diversidade no Parlamento Europeu
(onde Vasco Graça Moura foi deputado) e na Europa, e, no verso 12, que sugere os
efeitos negativos do ambiente sobre o estado psicológico dos seres humanos.
• As frases do último verso, muito curtas (em estilo quase telegráfico), que sintetizam a
condição do “eu” no ambiente que descreve.
 Estilo e linguagem
• Experiência “lúdica do exercício do literário”: o tema, refletido no título e nas referências a
aspetos simples do quotidiano.
• “virtuosismo” do “exercício literário”: o talento de exploração literária evidenciado na
técnica do soneto.
• “registo coloquial, prosaico, próximo das falas banais do quotidiano”.
 Estrutura externa
Soneto, constituído por catorze versos distribuídos por duas quadras e dois tercetos, de
versos decassilábicos. Rima cruzada nas quadras e interpolada e cruzada entre os
tercetos, segundo o esquema rimático a b a b / a b a b / c d e / c e d.
 Relações com outros autores
Soneto que recorda, na sua dimensão formal, os poemas da vertente renascentista da
poesia de Camões e a produção poética de Antero de Quental.

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Possível aproximação ao ambiente citadino perturbador da poesia de Cesário Verde.

Texto D – “soneto do soneto”


 Assunto e seu desenvolvimento
O soneto, abordado, como sugere o título do poema, através da descrição da elaboração
de um exemplar do género.

 Recursos expressivos e respetivo valor


• A metáfora, no verso 12, salienta a relevância do final do soneto, “sempre de ouro”.
• A ironia na referência ao soneto “continental”, por oposição ao “isabelino” (inglês) (v. 9).
 Estilo e linguagem
• Experiência “lúdica do exercício do literário”: o tema, refletido no título, e a exploração em
tom quase didático do processo de criação de um soneto.
• “virtuosismo” do “exercício literário”: o talento de exploração literária evidenciado na
técnica do soneto.
• “registo coloquial, prosaico, próximo das falas banais do quotidiano”.
 Estrutura externa
Soneto, constituído por duas quadras e dois tercetos, num total de “catorze versos” (v. 1)
“de dez sílabas [métricas] cada” (v. 2). Rima interpolada e emparelhada nas quadras e
interpolada entre os tercetos, segundo o esquema rimático que o próprio poeta refere (vv.
4, 7 e 14): a b b a / b a a b / c d e / c d e.

 Relações com outros autores


Soneto que recorda, na sua dimensão formal, os poemas da vertente renascentista da
poesia de Camões e a produção poética de Antero de Quental.

Texto E – “em cada verso insinuo”


 Tema e seu desenvolvimento
A arte poética, abordada através da enumeração dos motivos temáticos que suscitam
composições.
 Recursos expressivos e respetivo valor
• A enumeração dos versos 2 a 11 realça a quantidade e diversidade de tópicos poéticos
que o “eu” reúne nos seus versos;
• As metáforas do “metal”, da “rasura” (v. 2) e do “disparo” (v. 5), em referência à vertente
crítica da poesia.
 Estilo e linguagem
• Experiência “lúdica do exercício do literário”: o tema, a longa enumeração (vv. 2-11) e a
exploração da rima, baseada apenas em duas combinações.
• “registo coloquial, prosaico, próximo das falas banais do quotidiano”;
• poema representativo do modo como a poesia de Graça Moura se deixou “contaminar
[…] por estilos e tradições que se mesclam”: o tema abordado em linguagem
contemporânea e simples, expresso em métrica tradicional.
 Estrutura externa
Três estrofes (quadra, sétima e terceto) de versos em redondilha maior. Rima interpolada
e emparelhada na quadra; na sétima, cruzada e emparelhada em b e interpolada e
cruzada em a; no terceto, cruzada em a. Esquema rimático: a b b a / b a b b a b b / a b a.
 Relações com outros autores

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Possíveis relações de intertextualidade pela alusão a temas diversos da tradição literária


portuguesa e à “romântica aventura” (v. 11).

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