CAPÍTULO
1
Cosméticos: Definição, Legislação e Mercado
Introdução
Dizem que foi Pitágoras o primeiro a usar o
termo kosmos para se referir ao mundo como
um todo organizado e harmonioso. Embora
popularmente o termo esteja mais associado ao
espaço, ainda é usado como um sinônimo de
mundo - cosmopolita é o cidadão do mundo. O
grego tinha também um verbo derivado; a
palavra grega kosmein, cujo significado está
relacionado com "organizar, arrumar, enfeitar
ou adornar". As palavras gregas Kosmos e
Kosmein, deram origem a palavra Cosméticos.
De acordo com o exposto, a palavra –
Cosmético, apresenta uma estreita relação,
desde sua origem, com as preparações
destinadas a enfeitar ou adornar. Refere-se
também, de acordo com a origem da palavra, a
possibilidade de homenagear e glorificar. Neste
contexto, não é de se desprezar a possibilidade
das preparações cosméticas exercerem efeitos
que vão muito além do visível ou talvez
mensurável. O uso frequente deste tipo de
preparação permite ao usuário um contato mais
íntimo consigo mesmo. Possibilita a observação
do próprio corpo, de se tocar e se sentir, e
desta forma, pode oferecer efeitos outros,
normalmente considerados intangíveis.
Tal afirmação apesar de ser desconsiderada
por alguns, permite uma reflexão. Ao aplicar
sobre a pele uma preparação cosmética, tem-
se, então, a permissão do toque, tem-se a
permissão de sentir-se sem qualquer
constrangimento e isto é extremamente
positivo para o homem. Será que ao comprar
um pote de creme, a mulher compra apenas
uma mistura de ingredientes? Por certo não,
embutido naquele pote, por detraz daquele
rótulo e produto, existe a compra de sonhos,
carinho, sedução e tantas outras expectativas
que fica bastante difícil descrever.
Independentemente dos apelos mercadológicos,
independentemente dos cosmeceuticos, tais
expectativas jamais serão perdidas quando da
Cosmetologia Teórico e Prática
compra e utilização de uma preparação
cosmética.
Definição
Um variado número de definições pode ser
encontrada com o objetivo de caracterizar o
que seria um cosmético, algumas delas,
inclusive, bastante deficientes nas suas
propostas. Definições do tipo – “Cosméticos são
preparações destinadas a conservar a beleza da
pele e cabelos” caressem de objetividade e
demontram um grau de simplicidade que não
caracteriza a complexidade do que é e do que
pode representar a utilização de um cosmético.
Ao fazer uma análise de tal definição, depara-se
com uma desconfortável situação que de longe
não representa a realidade de um cosmético.
Segundo a definição sugerida, cosméticos
seriam preparações destinadas a conservar, isto
esta presupondo um fato, conserva-se alguma
coisa, e neste caso a definição diz que conserva
a beleza. Porém, como pode ser definida a
beleza? Pode-se defini-la como sendo a
perfeição das formas, iluminados pela
excelencia do espírito, em equilíbrio com o
ambiente? Quer dizer que a beleza não é
apenas física? Desta forma, é difícil definir
beleza, e como tal, dizer que cosmético
conserva a beleza, não parece ser adequado ao
que pode representar a utilização de uma
preparação cosmética. Além disso, caso o
usuario não seja considerado belo, o que este
tipo de preparação irá conservar?
Legislação
Desde seu início, as legislações criadas para
dar suporte legal à fabricação e comércio de
cosméticos, estaleceram que só se
enquadrariam neste segmento de mercado,
aquelas preparações que não fossem capazes
de modificar ou alterar a atividade e funções
normais da pele. Evidencia-se, desta forma, a
estreita relação entre a origem da palavra
cosméticos – preparações para enfeite ou
1

adorno, com aquilo que a legislação
estabeleceu. Tal situação, e apesar das diversas
atualizações de legislações mundo afora, ainda
permanece nos dias atuais.
No Brasil é o Ministério da Saúde que
controla a fabricação e a importação de todos
os produtos cosméticos e objetiva oferecer a
qualidade e a segurança necessária ao consumo
humano.
A medida Provisória n˚ 1971 de 31 de
dezembro de 1998 e o subseqüente Decreto
Presidencial n˚ 3029 de 16 de abril de 1999,
criaram a ANVISA Agência Nacional de
Vigilância Sanitária. A ANVISA foi criada nos
moldes da United States Food and Drug
Administration – FDA (Administração de
Alimentos e Drogas dos EUA) e substitui a
antiga SVS – Secretaria de Vigilância Sanitária,
instituída pela Lei No. 6360 de 1976. Em sua
atividade a ANVISA possui poderes similares
aos da FDA dos EUA para aplicação da
legislação
No Brasil, a resolução n˚ 79 de 28 de agosto
de 2000, regulamenta e determina as normas
de registro, etiquetas e embalagem, assim
como a lista de categorias de produtos, as listas
de substâncias proibidas e restritas, agentes
corantes, conservantes aprovados e filtros de
UV aprovados, juntamente com formulários
para registro de produtos.
Como um membro do MERCOSUL, o Brasil
adotou uma regulamentação para cosméticos
harmonizada para a região e que muito se
aproxima dos padrões internacionais. No seu
escopo definiu os cosméticos como sendo:
Cosméticos, Produtos de Higiene e Perfumes,
são preparações constituídas por substâncias
naturais ou sintéticas, de uso externo nas
diversas partes do corpo humano, pele, sistema
capilar, unhas, lábios, órgãos genitais externos,
dentes e membranas mucosas da cavidade oral,
com o objetivo exclusivo ou principal de limpá-
los, perfumá-los, alterar sua aparência e ou
corrigir odores corporais e ou protegê-los ou
mantê-los em bom estado.
A classificação do que seria um cosmético,
estão baseadas nos artigos 3° e 26° da Lei
6.360/76 e artigos 3°, 49° e 50°, do Decreto
79094/77.
As preparações Cosméticas foram
enquadradas em quatro categorias de produtos
- Preparações para Higiene, Perfumes,
Cosméticos e Preparações para uso Infantil.
Estas receberam uma segunda classificação
baseadas no grau de risco que oferecem.
Grau 1 - Produtos com risco mínimo
Sabões, xampus, cremes de barbear, loções após-
barba, escovas dentais, fios dentais, pós, cremes de
beleza, loções de beleza, óleos, make-up, baton, lápis
para os lábios e delineadores, produtos para os olhos
e perfumes.
Cosmetologia Teórico e Prática
Cosméticos: Definição, Legislação e Mercado
Grau 2 - Produtos com risco potencial
Xampus anti-caspa, cremes dentais anti-cárie e
anti-placa, desodorantes íntimos femininos,
desodorantes de axilas, esfoliantes químicos para
a pele, protetores para os lábios com proteção
solar, certos produtos para a área dos olhos, filtros
UV, loções bronzeadoras, tinturas para cabelos,
descolorantes, clareadores, produtos para
ondulação permanente, produtos para crescimento
de cabelos, depiladores, removedores de cutícula,
removedores químicos de manchas de nicotina,
endurecedores de unhas e repelentes de insetos.
Todos os produtos para uso infantil fazem parte
deste grupo.
Os critérios para essa classificação foram
definidos em função da finalidade de uso do
produto, áreas do corpo abrangidas, modo de
usar e cuidados a serem observados, quando de
sua utilização. Vale lembrar que a definição e a
classificação estão em perfeita concordância
com as perspectivas mundial para cosméticos.
Registro/Licenciamento/Notificação
Estabelecimentos - Todos os
estabelecimentos que fabricam ou armazenam
produtos cosméticos devem ser registrados
junto a ANVISA e devem receber uma
Autorização de Funcionamento de Empresa.
Existem exigências especiais para
fabricantes locais, importadores, empresas de
transporte e empresas distribuidoras.
Devem ser declaradas todas as filiais, depósitos
e distribuidoras.
Além do acima, os todos os
estabelecimentos devem indicar um
responsável técnico e um representante legal.
Os documentos a serem submetidos estão
listados na Portaria 71/96, Anexo I. Sempre
que houver uma mudança no nome registrado,
na localização das instalações de fabricação ou
de armazenamento, uma mudança de diretor
técnico ou do representante legal ou na
incorporação da companhia, exige-se uma
Alteração da Licença de Operação.
Matérias Primas - De acordo com a
Resolução 79/00, exige-se que os dados
técnicos, juntamente com os dados de
segurança e eficácia, acompanhem o registro
do produto, para qualquer matéria prima não
registrada nas Farmacopéias, nos Compêndios
Técnicos Nacionais e Internacional e nas Leis e
Regulamentos brasileiros. Todos os
requerimentos em idioma estrangeiro devem
ser completamente traduzidos para o
Português.
Produtos - Exige-se o registro do produto para
produtos cosméticos do Nível 2 e apenas uma
notificação para produtos cosméticos caso este
seja do Nível 1. No caso de empresas
estrangeiras, o registro ou a notificação devem
ser requeridas pelo escritório local da empresa
ou por seu agente. Apesar de ser exigida a
mesma documentação para produtos dos Níveis
1 e 2, a notificação dos produtos do Nível 1 é
muito mais rápida do que o registro dos
2

produtos do Nível 2. O processo de registro dos
produtos do Nível 2 deve se completar dentro
de 90 dias a contar da requisição do registro. O
processo de notificação, exigido para produtos
do Nível 1, pode demorar até 30 dias.
Autorização de Funcionamento
Para o funcionamento das empresas que
pretendem exercer atividades de extrair,
produzir, fabricar, transformar, sintetizar,
embalar, re-embalar, importar, exportar,
armazenar, expedir, distribuir, constantes da
Lei nº 6.360/76, Decreto nº 79.094/77 e Lei nº
9.782/99, Decreto nº 3.029/99, correlacionadas
à Produtos de Higiene, Cosméticos e Perfumes é
necessário a Autorização da Anvisa, órgão
vinculado ao Ministério da Saúde.
De acordo com a Resolução - RDC nº 166, de
1º de julho de 2004, a partir de 12 de julho de
2004, a forma de recolhimento da Taxa de
Fiscalização de Vigilância Sanitária é a Guia de
Recolhimento da União (GRU), salvo nos casos
previstos no artigo 6º desta Resolução.
A GRU foi instituída com o objetivo
foi instituída com o objetivo de padronizar a
arrecadação dos órgãos da administração
pública federal: órgãos, fundos, autarquias,
fundações e demais entidades integrantes dos
orçamentos fiscais e da seguridade social. Seu
embasamento legal encontra-se na Lei nº
10.707, de 30 de julho de 2003 (site da
Presidência da República), na Portaria MF nº
559, de 31 de outubro de 2003 (meta nº 4), no
Decreto nº 4.950, de 9 de janeiro de 2004 (site
da Presidência da República) e ainda na
Instrução Normativa STN nº 03, de 12 de
fevereiro de 2004.
Para que a GRU seja gerada é necessário o
cadastramento da empresa por meio do
Sistema de Atendimento e Arrecadação
Eletrônicos. A orientação para cadastramento e
posterior emissão da GRU, encontra-se no
Material de Apoio do Sistema e na seção de
Perguntas Freqüentes de Arrecadação.
Após o cadastramento da empresa, poderá ser
acessado o Peticionamento Eletrônico para a
emissão da GRU, havendo a opção de
impressão da GRU (ficha de compensação) para
pagamento em rede bancária ou o débito em
conta.
Registro de Produto
As normas para o registro de Preparações
para Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes
ou de alterações de registro estão definidas na
Resolução nº 79, de 28 de agosto de 2000.
A Resolução RE nº 485, de 25 de março de
2004 determina que todas as empresas que
queiram protocolar na Anvisa petição de
registro e notificação referente à Produtos de
Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes o
façam, obrigatoriamente, por meio do Sistema
de Atendimento de Arrecadação eletrônicos.
Esta resolução foi publicada considerando a
necessidade de atualizar as normas e
Cosmetologia Teórico e Prática
Cosméticos: Definição, Legislação e Mercado
procedimentos constantes da Portaria 71, de 29
de maio de 1996, e com base na Lei nº 6.360,
de 23 de setembro de 1976 e seu Decreto nº
79.094, de 5 de janeiro de 1977. Também foi
considerada a importância de compatibilizar os
regulamentos nacionais e instrumentos
harmonizados no âmbito do Mercosul.
Notificação de Produto
O sistema de Notificação de Produtos de
Higiene, Cosméticos e Perfumes foi estabelecido
por meio da Resolução 335/99, de 22 de junho
de 1999. A Resolução RE nº 485, de 25 de
março de 2004, determina que todas as
empresas que queiram protocolar na Anvisa
petição de registro e notificação referente à
Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e
Perfumes o façam, obrigatoriamente, por meio
do sistema de atendimento e arrecadação on
line. Os produtos passíveis de notificação foram
classificados na Resolução nº 79, de 28 de
agosto de 2000 e suas atualizações, e também
se encontram no Anexo II da referida Resolução
Restrições a Ingredientes
A Resolução 79/00 fornece listas de
ingredientes proibidos ou restrições,
conservantes aprovados, filtros UV e agentes
corantes, e adota as Resoluções 110/94, 24/95,
4/99, 5/99, 6/99, 7/99, 8/99 e 36/99 do
MERCOSUL e, de modo geral, segue a Diretiva
de Cosméticos da União Européia.
Normalização
Foi instalado o Comitê Brasileiro - CB 57 de
Cosméticos da Associação Brasileira de Normas
Técnicas ABNT. A secretaria Técnica tem sede
e coordenação pela Associação Brasileira da
Indústria de Higiene Pessoal, Cosméticos e
Perfumaria - ABIHPEC.
Todo o trabalho dos Comitês Brasileiros e
Organismos de Normalização Setorial são
orientados para atender ao desenvolvimento da
tecnologia e participação efetiva na
normalização internacional e regional.
A ABNT possui atualmente 53 Comitês, 3
Organismos de Normalização Setorial.
Fundada em 1.940, a ABNT- Associação
Brasileira de Normas Técnicas é o órgão
responsável pela normalização técnica no país,
fornecendo a base necessária ao
desenvolvimento tecnológico brasileiro. É uma
entidade privada, sem fins lucrativos,
reconhecida como Fórum Nacional de
Normalização através da Resolução no. 7 do
CONMETRO, de 24.08.1992. É membro
fundador da ISO (International Organization for
Standardization), da COPANT (Comissão
Panamericana de Normas Técnicas) e da AMN
(Associação Mercosul de Normalização).
A ABNT tem ainda como Missão, harmonizar
os interesses da sociedade brasileira, provendo-
a de referenciais, através da normalização e
atividades afins. Ainda tem como objetivos
fomentar e gerir o processo de Normalização
3
 Cosméticos: Definição, Legislação e Mercado

Nacional, promover a participação efetiva e ampliar significativamente o seu raio de

representar o país nos fóruns regionais e atuação a serviço da sociedade brasileira.
internacionais de Normalização; atuar na área
de avaliação de conformidade com Categoria: Produtos de Higiene
reconhecimento nacional e internacional; buscar
e difundir informação na suas áreas de atuação; Grupo Grau
promover e atuar na formação de profissionais Sabonetes
nas suas áreas de atuação e ser reconhecida (Líquidos, Gel, Cremoso ou Sólido)
pela qualidade dos serviços que presta (à
* Sabonete facial e/ou corporal 01
sociedade).
A Normalização é uma atividade que * Sabonete abrasivo/esfoliante 01
estabelece, em relação a problemas existentes * Sabonete antiséptico 02
ou potenciais, prescrições destinadas à * Sabonete desodorante 01
utilização comum e repetitiva com vistas à * Outros a definir
obtenção do grau ótimo de ordem em um dado
contexto.
Os objetivos da Normalização são: Produtos para Higiene dos Cabelos e
Couro Cabeludo
economia; proporcionar a redução da crescente (líquido, gel, creme, pós ou sólido)
variedade de produtos e procedimentos;
* Xampu 01
comunicação; proporcionar meios mais
eficientes na troca de informação entre o * Xampu condicionador 01

fabricante e o cliente, melhorando a * Xampu para lavagem a seco 01

confiabilidade das relações comerciais e de * Xampu anti-caspa 02
serviços; segurança; proteger a vida humana e * Creme rinse 01
a saúde; proteção do Consumidor Prover a * Enxaguatório capilar 01
sociedade de meios eficazes para aferir a * Condicionador 01
qualidade dos produtos; eliminação de Barreiras
* Condicionador anti-caspa 02
Técnicas e Comerciais; evitar a existência de
regulamentos conflitantes sobre produtos e Enxaguatório capilar anti-caspa 02

serviços em diferentes países, facilitando assim, * Outros produtos para higiene dos cabelos e a definir
couro cabeludo
o intercâmbio comercial.
Na prática, a Normalização está presente na Produtos para Higiene Dental e Bucal
(líq, gel, cremoso, sólido ou aerossol)
fabricação dos produtos, na transferência de
tecnologia, na melhoria da qualidade de vida * Dentifrício 01
através de normas relativas à saúde, à * Dentifrício antiplaca 02
segurança e à preservação do meio ambiente. * Dentifrício anticárie 02
O contato com o CB 57 é feito através da * Dentifrício anatitártaro 02
ABIHPEC.
* Dentifrício clareador (mecânico) 01
ABIHPEC - Associação Brasileira da Indústria de * Dentifrício clareador (químico) 02
Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumaria.
Av. Paulista 1313 - 10˚ andar * Dentifrício para fumantes 01
Cep:01311-923 - São Paulo SP * Enxaguatório anti-séptico 01
E-mail:abnt@abihpec.org.br * Enxaguatório aromatizante 01
sites www. Abihpec.org.br / www.abnt.org.br
* Aromatizante Bucal 01
* Outros produtos para a higiene dental e a definir
bucal

Metrologia Produtos Desodorantes e/ou

Antitranspirantes, Perfumados ou não
O Instituto Nacional de Metrologia, (líq., gel, cremoso, sólido ou aerossol)
Normalização e Qualidade Industrial - Inmetro -
* Desodorante axilar 01
é uma autarquia federal, vinculada ao Ministério
do Desenvolvimento, Indústria e Comércio * Desodorante corporal 01
Exterior, que atua como Secretaria Executiva do * Desodorante perfumado 01
Conselho Nacional de Metrologia, Normalização * Desodorante colônia 01
e Qualidade Industrial (Conmetro), colegiado * Desodorante íntimo 02
interministerial, que é o órgão normativo do * Desodorante pédico 01
Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e
* Desodorante antitranspirante/antiperspirante 02
Qualidade Industrial (Sinmetro). Com o objetivo axilar
de integrar uma estrutura sistêmica articulada, * Desodorante antitranspirante/antiperspirante 02
o Sinmetro, o Conmetro e o Inmetro foram pédico
criados pela Lei 5.966, de 11 de dezembro de * Antitranspirante/Antiperspirante axilar 02
1973, cabendo a este último substituir o então
* Antitranspirante/Antiperspirante pédico 02
Instituto Nacional de Pesos e Medidas (INPM) e
* Outros a definir

Cosmetologia Teórico e Prática

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 Cosméticos: Definição, Legislação e Mercado

Produtos p/ Barbear, com ou sem Espuma Produtos para Clarear os Cabelos

(líq., gel, cremoso, sólido, ou aerossol)
* Descolorante 02
* Loção pré-barbear 01 * Clareador dos cabelos 02
* Creme para barbear 01 * Água oxigenada 10 a 40 vol. (incluídas as 02
* Barra/bastão pré-barbear 01 cremosas, exceto os produtos oficinais

* Gel para barbear 01 * Outros a definir

* Espuma para Barbear 01

* Loção para barbear 01 Produtos para Clarear os Pêlos do Corpo 02
* Barra/bastão para barbear 01
* Outros a definir Produtos para Ondular os Cabelos
* Permanente 02
* Outros a definir
Produtos Após Barbear Alcoólicos ou não
(líquidos, gel, creme) Produtos para Alisar os Cabelos
* Creme após barbear 01 * Alisante 02
* Loção após barbear 01 * Alisante com tingimento 02
* Gel após barbear 01 * Outros a definir
* Outros a definir Neutralizantes Capilares

Categoria: Cosméticos * Neutralizantes para permanente 01

* Beutralizante para alisante 01
Grupo Grau
* Outros a definir
Produto para Lábios
Produtos para Modelar e Assentar os
* Batom 01 Cabelos
* Brilho labial 01 * Condicionador 01
* Lápis labial 01 * Fixador 01
* Protetor labial sem fotoprotetor 01 * Laquê 01
* Outros a definir * Brilhantina 01
Produtos para Áreas dos Olhos * Óleo 01
(exceto globo ocular)
* Mousse 01
* Sombra para as pálpebras 01 * Outros a definir
* Mascara para cílios 01
Produtos para Higiene Bucal
* Lápis 01
* Fio e fita dental 01
* Kajal 01
* Outros a definir
* Delineador 01
Produtos Correlatos de Higiene
* Creme para área dos olhos 02
* Lenços umidecidos 01
* Gel para área dos olhos 02
* Loção para área dos olhos 02 * Demaquilantes 01

* Outros a definir * Demaquilante para área dos olhos 02

* Outros a definir
Produtos Anti-Solares

* Protetor labial com fotoprotetor 02

Pós Corporais (perfumados ou não)
* Protetor solar 02
* Bloqueador solar 02 * Talco 01
* Talco anti-séptico 02
* Outros a definir
* Polvilho 01
Produtos para Bronzear
* Polvilho desodorante 01
* Bronzeador 01
* Talco desodorante 01
* Ativador de Bronzeado 01
* Polvilho anti-séptico 02
* Bronzeador simulatório 02
* Outros a definir
* Modelador 02
Máscaras Faciais
* Outros a definir
(líquido, creme, gel e sólido)
Produtos para Tingimento dos Cabelos
* Máscara coloidal 01
* Tintura temporária 02 * Máscara argilosa 01
* Tintura progressiva 02 * Máscara plástica 01
* Tintura permanente 02 * Máscara esfoliante “peeling” (mecánico) 01
* Xampu colorante 02 * Máscara esfoliante “peeling” (químico) 02
* Enxaguatório colorante 02 * Outros a definir
* Outros a definir

Cosmetologia Teórico e Prática

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 Cosméticos: Definição, Legislação e Mercado

Cremes de Beleza Óleos

(perfumados ou não, incluindo os géis) * Óleo amaciante para o corpo 01
* Creme para pernas 01 * Óleo para massagem 01
* Creme para o rosto 01 * Óleo perfumado para o corpo 01
* Creme para o rosto com fotoprotetor 02 * Outros a definir
* Creme para rugas 02 Produtos para Unhas e Cutículas
* Creme para pele acneica 02 * Esmalte / Verniz 01
* Creme clareador de pele 02 * Brilho para unhas 01
* Creme para as mãos 01 * Removedor de esmalte 01
* Creme para as mãos com fotoprotetor 02 * Removedor de cutículas 02
* Creme para o corpo 01 * Removedor de manchas de nicotina- mecânico 01
* Creme para o corpo com fotoprotetor 02 * Removedor de manchas de nicotina 02
* Creme para celulites/estrias 02 (químico)
* Creme para os pés 01 * Produto para evitar roer unhas 02
* Creme para limpeza facial 01 * Clareador para unhas 01
* Creme esfoliante “peeling” (mecânico) 01 * Polidor de unhas 01
* Creme esfoliante “peeling” (químico) 02 * Secante de esmalte 01
* Mascara corporal 01 * Clareador para unhas (químico) 02
* Outros a definir * Outros a definir

Loções de Beleza Produtos para Unhas e Cutículas

(alcoólicas ou não, emulsionadas ou não, * Esmalte / Verniz 01
incluindo os “leites”)
* Brilho para unhas 01
* Loção para o corpo 01 * Removedor de esmalte 01
* Loção para o corpo com fotoprotetor 02 * Removedor de cutículas 02
* Loção para celulite/estrias 02 * Removedor de manchas de nicotina - 01
* Loção para rugas 02 mecânico
* Removedor de manchas de nicotina - 02
* Loção para pele acneica 02
químico
* Loção clareadora de pele 02 * Produto para evitar roer unhas 02
* Loção para o rosto 01 * Clareador para unhas 01
* Loção para o rosto com fotoprotetor 02 * Polidor de unhas 01
* Loção para os pés 01 * Secante de esmalte 01
* Loção para as mãos 01 * Clareador para unhas (químico) 02
* Loção para as mãos com fotoprotetor 02 * Outros a definir
* Loção de limpeza facial 01 Repelentes
* Loção tônica fácil 01 * Repelentes de insetos (tópico) 02
* Outros a definir * Outros a definir
Depilatório (cera, creme, líquido)
Categoria: Produtos de Uso Infantil
* Depilatório –mecânico Epilatório 01
* Depilatório - químico 02 Grupo Grau
* Outros a definir

Produtos para Maquilagem Facial Óleos 02

* Base líquida 01
* Base cremosa 01 Loções
* Blush cremoso 01 * Loção de limpeza / higienizante 02
* Blush pó (compacto ou não) 01 * Loção protetora 02
* Rouge (compacto ou não) 01 * Creme protetor 02
* Corretivo facial 01
Produtos para Higiene dos Cabelos
* Pó Solto 01
* Xampu 02
* Pó compacto 01
* Xampu condicionador 02
* Outros a definir
* Enxaguatórios capilares 02
Produtos para Cuidados dos Cabelos e do
* Condicionador 02
Couro Cabeludo
Produtos para Higiene Bucal
* Tônico Capilar 02
* Creme 02
* Loção capilar 02
* Gel 02
* Máscara capilar 01
* Enxaguatório Bucal 02
* Outros a definir

Cosmetologia Teórico e Prática

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 Cosméticos: Definição, Legislação e Mercado

Sabonetes (sólido, ou líquido) 02 buscar nos três reinos naturais os recursos

necessários para manutenção e aprimoramento
da estética do seu corpo.
Lenços Umedecidos para Higiene 02
A cosmética e os bioativos têm como
proposta atuar nas estruturas externas do
Pós corpo humano (pele e cabelos), de forma
idêntica aos processos vitais, auxiliando o
* Talco 02
metabolismo para que se possa prolongar a
* Amido 02
juventude e retardar o envelhecimento.
Protetores Solares (creme, loção, gel) 02 A pele e os cabelos são formados
principalmente por proteínas (colágeno,
Colônias (hidroalcoólicas ou não) 02 elastina, queratina), mucopolissacarídeos
(sulfato de condroitina, ácido hialurônico),
Fita Dental 02
lipídeos, sais minerais, enzimas, vitaminas e
Fio Dental 02
água.
A aplicação tópica de ítens que tenham
Categoria: Perfumes identidade com a pele e cabelos baseiam-se
principalmente nos seguintes mecanismos de
Grupo Grau
ação: fornecimento de precursores biológicos;
Produtos para Banho / Imersão catálise de reações vitais; seqüestro de radicais
* Sais 01 livres; manutenção do teor de água; formação
* Óleo 01 de filmes seletivos e protetores; restauração de
* Cápsula gelatinosa 01
estruturas danificadas; lubrificação adequada
aos tecidos; condicionamento e brilho (cabelos).
* Banho de espuma 01
O conhecimento das leis naturais e a correta
* Outros a definir utilização dos diversos materiais disponíveis,
Lenços Perfumados incluindo os bioativos, fazem da cosmética
* Lenço perfumado 01
moderna uma opção no atendimento das
necessidades do homem. Ressalta-se, porém,
Extrato que ao ter parte de suas necessidades
* Extrato alcoólico 01 atendidas através de uma preparação
cosmética, o homem criou anseios, desejos e
* Extrato Oleoso 01
expectativas ainda maiores e, até então,
Águas Perfumadas, Águas de Colônias, buscadas apenas com as preparações ditas
Loções e Similares
terapêuticas. Ao vender expectativas, os
* Líquida 01 cosméticos estão sendo transformados em
* Cremosa 01 verdadeiros agentes de tratamento, com
propostas e sugestões de que podem modificar
Perfume
a estrutura e a atividade da pele. A situação
* Líquido 01 ganha complexidade ao serem considerados os
* Cremoso 01 aspectos legislativos do segmento cosmético. A
legislação considera cosméticos como sendo
* Semi-sólido 01
preparações que não modificam a estrutura e
* Sólido (bastão) 01 atividade normal da pele. Assim sendo, criou-se
* Odorizantes de Ambiente 01 um quadro conflitante e polêmico. Afinal o que
é o cosmético atual? Seriam eles
* Outros produtos de perfumaria a definir
cosmecêuticos?
O termo cosmecêutico foi criado há
aproximadamente 20 anos pelo dermatologista
americano Albert Kligman, que sugeriu este
nome para denominar os cosméticos atuais.
A Cosmética e os bio-ativos As preparações cosméticas destinadas aos
A natureza expressa sua perfeição através cuidados da pele são as que mais possuem
dos três reinos materiais: o mineral, o vegetal e exemplos polêmicos, uma vez que a
o animal. combinação do desejo de consumo e a
Em todos, há manifestações dos ciclos vitais tecnologia atual estão promovendo
que envolvem concepção, crescimento, desenvolvimento de novos sistemas de
maturidade, envelhecimento e colapso. A veiculação e bioativos altamente avançados.
diferença entre os três reinos esta relacionada Desta forma, uma preparação cosmética para o
ao grau de complexidade e vitalidade de suas cuidado da pele, por mais simples que seja,
estruturas, existindo entre eles, estreita pode exercer influência sobre processo
interdependência. fisiológico normal da pele. O próximo passo
Atualmente, o homem entendeu que deve para a consolidação destes resultados positivos
atuar em harmonia com os processos vitais e deve envolver a evolução de adequadas

Cosmetologia Teórico e Prática

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metodologias analíticas, capazes de transformar
a subjetividade das respostas atuais em valores
concretos e reconhecidamente científico. A
polêmica a respeito da efetividade dos ativos
também se estende a produtos para os
cuidados com os cabelos, de higiene oral e
outros.
Um exemplo de substância que num
primeiro momento foi considerada cosmética,
porém em função de sua efetividade e possíveis
efeitos colaterais ganhou o status de
preparação farmacêutica é o ácido retinóico.
Este ácido é muito empregado no tratamento
tópico das alterações da pele causados
principalmente pelos raios ultra-violeta, e
envolve uma possível redução de pequenas
rugas e hiper-queratoses. Além disso é
considerado um importante estimulante na
produção de colágeno e apesar dessa grande
efetividade farmacológica, não tinha sido
classificado como substância médica.
Entretanto, o ácido retinóico pode causar sérios
efeitos colaterais, como a teratogênese.
Existem várias substâncias já há tempos
empregadas em cosméticos que revelam ter
alta bioatividade, podendo, portanto, serem
classificadas como substâncias farmacêuticas.
Atualmente, a portaria 344 regulamenta o
emprego do ácido retinóico e demais retinóides
confirmando a necessidade de maiores cuidados
com algumas substâncias empregadas como
cosméticos.
A classificação das substâncias em
cosméticas ou farmacêuticas é na maioria das
vezes difícil de ser realizada, pois existem
coincidências entre estas duas definições nas
questões que envolvem o tratamento ou a
prevenção de doenças. São exemplos, as
preparações cosméticas antiacne, os quais são
predominantemente usados para limpeza da
pele e classificados como um cosmético,
quando, na realidade, apresentam efetividade
frente o processo acneico e, portanto, deveria
ser classificado como preparação farmacêutica,
sujeito a registro, orientados e utilizados com o
rigor necessário e exigido para este tipo de
preparação.
Outra questão a ser colocada refere-se a
definição de substância com efeito
farmacêutico. Tal definição considera
farmacêutica a preparação capaz de produzr
efeito fisiológico mesmo quando não há doença
a ser tratada ou prevenida. Por outro lado,
efeitos fisiológicos são legalmente permitidos
nas preparações cosméticas, contanto que seu
principal objetivo seja cosmético.
Uma das razões fundamentais da polemica
da cosmecêutica estar se intensificando baseia-
se no fato de que nos cosméticos atuais, a
exigência do consumo vai de encontro ao
emprego de ingrediente bioativos que tenham
alto grau de efetividade. Entretanto, a indústria
cosmética não pode correr o risco de que estes
tipo de produto sejam classificados como
Cosmetologia Teórico e Prática
Cosméticos: Definição, Legislação e Mercado
preparações farmacêuticas, uma vez que em tal
situação a preparação terá que passar por
processo de registro custoso e experimentos
que garantam a segurança da mesma.
Normalmente as preparações cosméticas são
regidas por uma legislação mais amena (veja a
definição e outras informações sobre nossa
legislação no ANEXO A, presente final da
apostila) e desta forma, o trajeto
desenvolvimento – produção - consumidor
torna-se mais curto e menos dispendioso o que
permite ao setor introduzir ao mercado
inúmeras novidades em altíssima velocidade.
Hoje, a categoria dos cosmecêuticos não
inclui qualquer substância que demonstre clara
atividade de fármaco. Uma definição atual, ao
invés disso, abrange as preparações que
produzirão efeitos cosméticos com um
significativo grau de ação fisiológica”.
Indústria de Cosméticos
Uma das grandes dificuldades encontrada no
setor cosmético é estabelecer uma delimitação
para sua atividade. Infelizmente, ainda hoje,
não existe uma definição unanime entre os
diversos organismos que atuam junto ao setor,
sejam orgãos governamentais de regulação,
como o FDA – Food and Drug Administration,
dos Estados Unidos dd América ou a brasileira
Anvisa – Agencia Nacional de Vigilância
Sanitária, sejam institituições de representação
patronal, como a Associaçào Brasileira da
Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e
Cosméticos (ABIHPEC), ou mesmo entidades
técnicas como a Associação Brasileira de
Cosmetologia (ABC).
Divergencias à parte , a ANVISA publicou em
28 de agosto de 2000 a resolução n° 79 cujo
principal objetivo foi atualizar as normas e
procedimentos referente ao registro de
produtos de higiene pessoal, cosméticos e
perfumes. Nesse sentido, e em conformidade e
convergência com as definições adotadas em
todo o mundo, adotou-se a seguinte definição
para o setor: “cosméticos, produtos de higiene
e perfumes são preparações constituidas por
substâncias naturais ou sintéticas, de uso
externo nas diversas partes do corpo humano,
pele, sistema capilar, unhas, lábios, orgãos
genitais externos, dentes e membranas
mucosas da cavidade oral, com o objetivo
exclusivo e principal de limpa-los, perfuma-los,
alterar sua aparência e ou corrigir odores
corporais e ou protegê-los ou mantê-los em
bom estado.
O mercado de cosméticos
A produção mundial de cosméticos chega até
o consumidor por três sistemas de venda. A
venda tradicional no atacado e no varejo, a
venda direta, também conhecida como sistema
“porta a porta”, e a venda pelo sistema de
franquia.
8

Em 1998, a indústria cosmética
movimentou US$167 bilhões, um crescimento
de 14% em relação aos valores estimados em
1990 que chegou a US$147 bilhões. Em 2006,
esse valor saltou para US$269,8 bilhões.
Em 2004, o Brasil era o 6o maior mercado
de produtos de higiene, perfumes e cosméticos,
perdendo para o Reino Unido, Alemanha,
França, Japão e Estados Unidos.
Dados da Associação Brasileira da Indústria
de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos
(ABIHPEC) mostram que no Brasil o setor de
produtos para higiene pessoal, perfumaria,
cosméticos e preparações para uso infantil,
fechou o ano de 2002 com um faturamento
estimado em R$9 bilhões. Em 2006, esse valor
saltou para R$17,5 bilhões. Os dados
demonstram a incrivel força do setor que nos
últimos 11 anos cresceu uma média de 10,9%
ao ano, contra uma média de crescimento da
Indústria em Geral e do Produto Interno Bruto
de apenas 2,6% para o mesmo período. Com
tal crescimento, o Brasil saltou de 6o mercado
mundial de Cosméticos em 2003, para ser o 3 o
mercado em 2006. O Brasil é o 2o maior
mercado mundial em produtos para uso infantil,
desodorantes e perfumaria; é o 4o mercado em
cosméticos coloridos; 5o em proteção solar e o
8o em produtos para a pele, no qual se espera
um significativo crescimento para os próximos
anos.
Tal crescimento revela-se acelerado pela
mudança de comportamento, principalmente da
mulher, que passou a considerar as
preparações ditas cosméticas como artigos de
primeira necessidade e não mais artigos de
luxo. Fatores como maior expectativa de vida,
maior participação da mulher no mercado de
trabalho e preços mais acessíveis em razão da
maior concorrência e pelo aumento de escala de
produção, entre outros, tem proporcionado este
significativo crescimento no mercado nacional
de cosméticos. Os dados da ABIHPEC,
mostraram que somente o setor de cosmeticos
registrou, entre 1996 e 2001, expansão
superior a 80%.
Uma das categorias que pode e deve
emerger significativamente no Brasil são as
preparações para a pele, principalmente e mais
especificamente as preparações
antienvelhecimento e os fotoprotetores. Tal
situação já teve início no mercado norte
americano. Em 2003, o total do mercado norte-
americano de produtos cosméticos foi avaliado
em US$45 bilhões, sendo US$15 bilhões
somente em preparações para a pele. Dentro
desta categoria, preparações
antienvelhecimento e os fotoprotetores estão no
topo da demanda e direcionam a indústria no
geral. De acordo com a NPD Group, lojas de
departamentos para as preparações ditas
cosmecêuticas, cresceram 77% em 2003.
Estima-se que a demanda norte-americana por
Cosmetologia Teórico e Prática
Cosméticos: Definição, Legislação e Mercado
preparações deste tipo irá ultrapassar os US$ 5
bilhões em 2007.
Dados da ABIHPEC afirmam que 1.494
empresas atuam no Brasil fabricando produtos
para higiene pessoal, perfumaria e cosméticos,
situando-se 84% delas nas regiões Sul e
Sudeste.
Nomenclatura matérias primas cosméticas
Considerando a grande diversidade de
sinônimos relativos a uma mesma matéria
prima e com o objetivo de minimizar os erros
cometidos na interpretação das leituras da
composição de uma dada fórmula, bem como
facilitar a identificação, por parte do
consumidor, quais os componentes da referida
fórmula, independentemente do local em que o
consumidor esteja, a ANVISA em consonância
com diversos outros países, adotou a
nomenlatura INCI – International Nomenclature
of Cosmetic Ingredient, para a rotulagem das
preparações comercializadas no Brasil.
A resolução - RDC 211, que estabelece este
critério foi publicada no Diário Oficial da União,
no dia 14 de julho de 2005.
O INCI é um sistema internacional de
codificação da nomenclatura de ingredientes
cosméticos, reconhecido e adotado
mundialmente. Ele permite designar de forma
única e simplificada a composição constante
obrigatóriamente nos rótulos das preparações
cosméticas.
O INCI originou-se a partir do CTFA – The
Cosmetic, Toiletry, and Fragrance Association,
principal associação comercial e política da
indústria cosmética dos Estados Unidos,
compilou uma extensa lista de matérias primas
cosméticas e lhes atribuiu denominações
específicas a serem empregadas pela indústria.
Publicado em 1973, o Dicionário CTFA foi a
seguir adotado pelo FDA – Food and Drug
Administration como a nomenclatura oficial de
matérias primas cosméticas Norte Americana.
Somente em 1994, tal nomenclatura recebeu a
denominação de INCI.
O INCI já é adotado há muitos anos em
países da Comunidade Européia e da América
Latina, além de Estados Unidos, Austrália e
Japão, entre outros. Com a nomenclatura
química padrão, as empresas que exportam
seus produtos não precisarão adequar as
embalagens ao idioma de cada país. A adoção
de uma nomenclatura padronizada traz
benefícios a diversos setores da sociedade,
atingindo desde a comunidade científica até o
consumidor final. As autoridades sanitárias
terão maior facilidade e agilidade na
identificação e no controle dos produtos, já que
só precisarão conhecer um único nome para
cada ingrediente. O uso de uma monografia
familiar e reconhecida também simplifica o
trabalho de médicos e farmacêuticos que
necessitem aconselhar seus pacientes.
9
 Cosméticos: Definição, Legislação e Mercado

Mesmo o consumidor, uma vez adaptado a

nova nomenclatura, conseguirá interpretar
claramente as formulações dos rótulos de
produtos nacionais e importados, evitando
confusões e equívocos. A codificação
padronizada permitirá a identificação dos
ingredientes por uma única designação em
qualquer lugar em que o produto for adquirido.

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