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CÓDIGO

DA
ESTRADA

— Código da Estrada —
Atualizado até ao Decreto-Lei n.º 84-C/2022, de 09 de dezembro (Letra da lei)

3.ª Versão
Dezembro de 2022 Diamantino Pereira
Carlos Caixeiro
João Virgolino
Título: “Código da Estrada”
Tema: Determina a aplicação ao trânsito nas vias do domínio
público do Estado, das Regiões Autónomas e das autarquias lo-
cais, bem como nas vias do domínio privado, quando abertas ao
trânsito público, em tudo o que não estiver especialmente regu-
lado por acordo celebrado entre as entidades anteriormente re-
feridas e os respetivos proprietários.
Autor: Departamento de Formação do Sindicato dos Funcioná-
rios Judiciais.
Coordenação técnica: Diamantino Pereira, Carlos Caixeiro e
João Virgolino.
Data: Dezembro de 2022

Informações:

Sindicato dos Funcionários Judiciais


Rua João da Silva, 24-A
1900-271 LISBOA

Telefone: 213 514 170

Fax: 213 514 178

VERSÃO DATA
1.ª Dezembro de 2020
2.ª Setembro de 2022
3.ª Dezembro de 2022
CÓDIGO DA ESTRADA

CÓDIGO DA ESTRADA
Aprovado pelo Decreto-Lei n.º 114/94 de 3 de maio, republicado pelo
Decreto-Lei n.º 102-B/2020, de 9 de dezembro e alterado pela Lei n.º
66/2021, de 24 de agosto e Decretos-Leis n.º 46/2022, de 12 de ju-
lho e 84-C/2022, de 9 de dezembro.

l) «Parque de estacionamento» — local exclu-


TÍTULO I
sivamente destinado ao estacionamento de veícu-
Disposições gerais los;
m) «Passagem de nível» — local de intersecção
CAPÍTULO I ao mesmo nível de uma via pública ou equiparada
com linhas ou ramais ferroviários;
Princípios gerais n) «Passeio» — superfície da via pública, em
geral sobrelevada, especialmente destinada ao
Artigo 1.º trânsito de peões e que ladeia a faixa de rodagem;
Definições legais o) «Pista especial» — via pública ou via de trân-
sito especialmente destinada, de acordo com sina-
Para os efeitos do disposto no presente Código lização, ao trânsito de peões, de animais ou de
e legislação complementar, os termos seguintes certa espécie de veículos;
têm o significado que lhes é atribuído neste artigo: p) «Rotunda» — praça formada por cruza-
a) «Autoestrada» — via pública destinada a mento ou entroncamento onde o trânsito se pro-
trânsito rápido, com separação física de faixas de cessa em sentido giratório e sinalizada como tal;
rodagem, sem cruzamentos de nível nem acesso a q) «Utilizadores vulneráveis» — peões e velo-
propriedades marginais, com acessos condiciona- cípedes, em particular, crianças, idosos, grávidas,
dos e sinalizada como tal; pessoas com mobilidade reduzida ou pessoas com
b) «Berma» — superfície da via pública não es- deficiência;
pecialmente destinada ao trânsito de veículos e r) «Via de abrandamento» — via de trânsito re-
que ladeia a faixa de rodagem; sultante do alargamento da faixa de rodagem e
c) «Caminho» — via pública especialmente destinada a permitir que os veículos que vão sair
destinada ao trânsito local em zonas rurais; de uma via pública diminuam a velocidade já fora
d) «Corredor de circulação» — via de trânsito da corrente de trânsito principal;
reservada a veículos de certa espécie ou afetos a s) «Via de aceleração» — via de trânsito resul-
determinados transportes; tante do alargamento da faixa de rodagem e des-
e) «Cruzamento» — zona de intersecção de tinada a permitir que os veículos que entram numa
vias públicas ao mesmo nível; via pública adquiram a velocidade conveniente
f) «Eixo da faixa de rodagem» — linha longitu- para se incorporarem na corrente de trânsito prin-
dinal, materializada ou não, que divide uma faixa cipal;
de rodagem em duas partes, cada uma afeta a um t) «Via de sentido reversível» — via de trânsito
sentido de trânsito; afeta alternadamente, através de sinalização, a
g) «Entroncamento» — zona de junção ou bi- um ou outro dos sentidos de trânsito;
furcação de vias públicas; u) «Via de trânsito» — zona longitudinal da
h) «Faixa de rodagem» — parte da via pública faixa de rodagem destinada à circulação de uma
especialmente destinada ao trânsito de veículos; única fila de veículos;
i) «Ilhéu direcional» — zona restrita da via pú- v) «Via equiparada a via pública» — via de co-
blica, interdita à circulação de veículos e delimi- municação terrestre do domínio privado aberta ao
tada por lancil ou marcação apropriada, destinada trânsito público;
a orientar o trânsito; x) «Via pública» — via de comunicação terres-
j) «Localidade» — zona com edificações e cujos tre afeta ao trânsito público;
limites são assinalados com os sinais regulamen- z) «Via reservada a automóveis e motociclos»
tares; — via pública onde vigoram as normas que disci-
plinam o trânsito em autoestrada e sinalizada
como tal;

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CÓDIGO DA ESTRADA

aa) «Zona de estacionamento» — local da via Artigo 5.º


pública especialmente destinado, por construção
Sinalização
ou sinalização, ao estacionamento de veículos;
bb) «Zona de coexistência» — zona da via pú- 1 — Nos locais que possam oferecer perigo
blica especialmente concebida para utilização par- para o trânsito ou em que este deva estar sujeito
tilhada por peões e veículos, onde vigoram regras a restrições especiais e ainda quando seja neces-
especiais de trânsito e sinalizada como tal. sário dar indicações úteis, devem ser utilizados os
respetivos sinais de trânsito.
Artigo 2.º 2 — Os obstáculos eventuais devem ser sinali-
zados por aquele que lhes der causa, por forma
Âmbito de aplicação
bem visível e a uma distância que permita aos de-
1 — O disposto no presente Código é aplicável mais utentes da via tomar as precauções necessá-
ao trânsito nas vias do domínio público do Estado, rias para evitar acidentes.
das Regiões Autónomas e das autarquias locais. 3 — Não podem ser colocados nas vias públicas
2 — O disposto no presente diploma é também ou nas suas proximidades quadros, painéis, anún-
aplicável nas vias do domínio privado, quando cios, cartazes, focos luminosos, inscrições ou ou-
abertas ao trânsito público, em tudo o que não es- tros meios de publicidade que possam:
tiver especialmente regulado por acordo celebrado
a) Confundir-se com os sinais de trânsito ou
entre as entidades referidas no número anterior e
prejudicar a sua visibilidade ou reconhecimento;
os respetivos proprietários.
b) Prejudicar a visibilidade nas curvas, cruza-
mentos ou entroncamentos;
Artigo 3.º c) Perturbar a atenção do condutor, prejudi-
Liberdade de trânsito cando a segurança da condução;
d) Dificultar, restringir ou comprometer a co-
1 — Nas vias a que se refere o artigo anterior modidade e segurança da circulação de peões nos
é livre a circulação, com as restrições constantes passeios ou nas zonas de coexistência.
do presente Código e legislação complementar.
2 — As pessoas devem abster-se de atos que 4 — Quem infringir o disposto no n.º 2 é sanci-
impeçam ou embaracem o trânsito ou comprome- onado com coima de (euro) 100 a (euro) 500.
tam a segurança, a visibilidade ou a comodidade 5 — Quem infringir o disposto no n.º 3 é sanci-
dos utilizadores das vias, tendo em especial aten- onado com coima de (euro) 700 a (euro) 3500,
ção os utilizadores vulneráveis. podendo ainda os meios de publicidade em causa
3 — Quem infringir o disposto no número ante- ser mandados retirar pela entidade competente.
rior é sancionado com coima de (euro) 60 a (euro)
300. Artigo 6.º
4 — Quem praticar atos com o intuito de impe-
Sinais
dir ou embaraçar a circulação de veículos a motor
é sancionado com coima de (euro) 300 a (euro) 1 — Os sinais de trânsito são fixados em regu-
1500, se sanção mais grave não for aplicável por lamento onde, de harmonia com as convenções in-
força de outra disposição legal. ternacionais em vigor, se especificam as formas,
as cores, as inscrições, os símbolos e as dimen-
Artigo 4.º sões, bem como os respetivos significados e os
sistemas de colocação.
Ordens das autoridades 2 — As inscrições constantes nos sinais são es-
1 — O utente deve obedecer às ordens legíti- critas em português, salvo o que resulte das con-
mas das autoridades com competência para regu- venções internacionais.
lar e fiscalizar o trânsito, ou dos seus agentes,
desde que devidamente identificados como tal. Artigo 7.º
2 — Quem infringir o disposto no número ante-
Hierarquia entre prescrições
rior é sancionado com coima de (euro) 120 a (euro)
600, se sanção mais grave não for aplicável por 1 — As prescrições resultantes dos sinais pre-
força de outra disposição legal, sem prejuízo do valecem sobre as regras de trânsito.
disposto no número seguinte. 2 — A hierarquia entre as prescrições resultan-
3 — Quem desobedecer ao sinal regulamentar tes da sinalização é a seguinte:
de paragem das autoridades referidas no n.º 1 é
1.º Prescrições resultantes de sinalização tem-
sancionado com coima de (euro) 500 a (euro)
porária que modifique o regime normal de utiliza-
2500, se sanção mais grave não for aplicável por
ção da via;
força de outra disposição legal.
2.º Prescrições resultantes dos sinais inscritos
em sinalização de mensagem variável;

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CÓDIGO DA ESTRADA

3.º Prescrições resultantes dos sinais lumino- Artigo 9.º


sos;
Suspensão ou condicionamento do trânsito
4.º Prescrições resultantes dos sinais verticais;
5.º Prescrições resultantes das marcas rodovi- 1 — A suspensão ou condicionamento do trân-
árias. sito só podem ser ordenados por motivos de segu-
rança, de emergência grave ou de obras ou com o
3 — As ordens dos agentes reguladores do
fim de prover à conservação dos pavimentos, ins-
trânsito prevalecem sobre as prescrições resultan-
talações e obras de arte e podem respeitar apenas
tes dos sinais e sobre as regras de trânsito.
a parte da via ou a veículos de certa espécie, peso
ou dimensões.
CAPÍTULO II
2 — A suspensão ou condicionamento de trân-
Restrições à circulação sito podem, ainda, ser ordenados sempre que
exista motivo justificado e desde que fiquem devi-
Artigo 8.º damente asseguradas as comunicações entre os
locais servidos pela via.
Realização de obras e utilização das vias pú- 3 — Salvo casos de emergência grave ou de
blicas para fins especiais obras urgentes, o condicionamento ou suspensão
1 — A realização de obras nas vias públicas e a do trânsito são publicitados com a antecedência
sua utilização para a realização de atividades de ca- fixada em regulamento.
ráter desportivo, festivo ou outras que possam afe-
tar o trânsito normal ou colocar restrições ao trânsito Artigo 10.º
dos peões nos passeios só é permitida desde que au- Proibição temporária ou permanente da cir-
torizada pelas entidades competentes, e com a cor- culação de certos veículos
respondente aplicação local de sinalização temporá-
ria e identificação de obstáculos. 1 — Sempre que ocorram circunstâncias anor-
2 — O não cumprimento das condições cons- mais de trânsito, pode proibir-se temporariamente,
tantes da autorização concedida nos termos do por regulamento, a circulação de certas espécies
número anterior é equiparado à sua falta. de veículos ou de veículos que transportem certas
3 — No caso de realização de obras que colo- mercadorias.
quem restrições ao trânsito nos passeios, é obri- 2 — Pode ainda ser condicionado por regula-
gatório assegurar a comunicação entre os locais mento, com caráter temporário ou permanente,
servidos pelo passeio, de forma a garantir a segu- em todas ou apenas certas vias públicas, o trânsito
rança e a circulação. de determinadas espécies de veículos ou dos utili-
4 — Quem infringir o disposto no n.º 1 ou não zados no transporte de certas mercadorias.
cumprir as condições constantes da autorização 3 — A proibição e o condicionamento referidos
nele referida é sancionado com coima de (euro) nos números anteriores são precedidos de divul-
700 a (euro) 3500. gação através da comunicação social, distribuição
5 — Os organizadores de manifestação despor- de folhetos nas zonas afetadas, afixação de pai-
tiva envolvendo automóveis, motociclos, triciclos néis de informação ou outro meio adequado.
ou quadriciclos em violação ao disposto no n.º 1 4 — Quem infringir a proibição prevista no n.º
são sancionados com coima de (euro) 700 a (euro) 1 ou o condicionamento previsto no n.º 2 é sanci-
3500 se se tratar de pessoas singulares ou com onado com coima de (euro) 150 a (euro) 750,
coima de (euro) 1000 a (euro) 5000 se se tratar sendo os veículos impedidos de prosseguir a sua
de pessoas coletivas, acrescida de (euro) 150 por marcha até findar o período em que vigora a pro-
cada um dos condutores participantes ou concor- ibição.
rentes.
6 — Os organizadores de manifestação despor-
tiva envolvendo veículos de natureza diversa da re-
ferida no número anterior em violação ao disposto
no n.º 1 são sancionados com coima de (euro) 450
a (euro) 2250 ou de (euro) 700 a (euro) 3500, con-
soante se trate de pessoas singulares ou coletivas,
acrescida de (euro) 50 por cada um dos condutores
participantes ou concorrentes.
7 — Os organizadores de manifestação despor-
tiva envolvendo peões ou animais em violação ao
disposto no n.º 1 são sancionados com coima de
(euro) 300 a (euro) 1500, acrescida de (euro) 30
por cada um dos participantes ou concorrentes.

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CÓDIGO DA ESTRADA

TÍTULO II Artigo 14.º


Do trânsito de veículos e animais Pluralidade de vias de trânsito dentro das
localidades
CAPÍTULO I
1 — [Revogado.]
Disposições comuns 2 — Dentro das localidades, os condutores de-
vem utilizar a via de trânsito mais conveniente ao
SECÇÃO I seu destino, só lhes sendo permitida a mudança
para outra, depois de tomadas as devidas precau-
Regras gerais ções, a fim de mudar de direção, ultrapassar, pa-
rar ou estacionar.
Artigo 11.º 3 — [Revogado.]
Condução de veículos e animais 4 — Quem infringir o disposto no n.º 2 é sanci-
onado com coima de (euro) 60 a (euro) 300.
1 — Todo o veículo ou animal que circule na via
pública deve ter um condutor, salvo as exceções Artigo 14.º-A
previstas neste Código.
2 — Os condutores devem, durante a condução, Rotundas
abster-se da prática de quaisquer atos que sejam 1 — Nas rotundas, o condutor deve adotar o
suscetíveis de prejudicar o exercício da condução seguinte comportamento:
com segurança.
3 — O condutor de um veículo não pode pôr em a) Entrar na rotunda após ceder a passagem
perigo os utilizadores vulneráveis. aos veículos que nela circulam, qualquer que seja
4 — Quem infringir o disposto nos números an- a via por onde o façam;
teriores é sancionado com coima de (euro) 60 a b) Se pretender sair da rotunda na primeira via
(euro) 300. de saída, deve ocupar a via da direita;
c) Se pretender sair da rotunda por qualquer
Artigo 12.º das outras vias de saída, só deve ocupar a via de
trânsito mais à direita após passar a via de saída
Início de marcha imediatamente anterior àquela por onde pretende
1 — Os condutores não podem iniciar ou reto- sair, aproximando-se progressivamente desta e
mar a marcha sem assinalarem com a necessária mudando de via depois de tomadas as devidas
antecedência a sua intenção e sem adotarem as precauções;
precauções necessárias para evitar qualquer aci- d) Sem prejuízo do disposto nas alíneas anteri-
dente. ores, os condutores devem utilizar a via de trân-
2 — Quem infringir o disposto no número ante- sito mais conveniente ao seu destino.
rior é sancionado com coima de (euro) 60 a (euro) 2 — Os condutores de veículos de tração animal
300. ou de animais, de velocípedes e de automóveis pe-
sados, podem ocupar a via de trânsito mais à di-
Artigo 13.º reita, sem prejuízo do dever de facultar a saída
aos condutores que circulem nos termos da alínea
Posição de marcha
c) do n.º 1.
1 — A posição de marcha dos veículos deve fa- 3 — Quem infringir o disposto nas alíneas b), c)
zer-se pelo lado direito da faixa de rodagem, con- e d) do n.º 1 e no n.º 2 é sancionado com coima
servando das bermas ou passeios uma distância de (euro) 60 a (euro) 300.
suficiente que permita evitar acidentes.
2 — Quando necessário, pode ser utilizado o Artigo 15.º
lado esquerdo da faixa de rodagem para ultrapas-
sar ou mudar de direção. Trânsito em filas paralelas
3 — Sempre que, no mesmo sentido, existam 1 — Sempre que, existindo mais de uma via de
duas ou mais vias de trânsito, este deve fazer-se trânsito no mesmo sentido, os veículos, devido à
pela via mais à direita, podendo, no entanto, utili- intensidade da circulação, ocupem toda a largura
zar-se outra se não houver lugar naquela e, bem da faixa de rodagem destinada a esse sentido, es-
assim, para ultrapassar ou mudar de direção. tando a velocidade de cada um dependente da
4 — Quem infringir o disposto nos n.ºs 1 e 3 é marcha dos que o precedem, os condutores não
sancionado com coima de (euro) 60 a (euro) 300, podem sair da respetiva fila para outra mais à di-
salvo o disposto no número seguinte. reita, salvo para mudar de direção, parar ou esta-
5 — Quem circular em sentido oposto ao esta- cionar.
belecido é sancionado com coima de (euro) 250 a
(euro) 1250.

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CÓDIGO DA ESTRADA

2 — Quem infringir o disposto no número ante- 3 — O condutor de um veículo motorizado deve


rior é sancionado com coima de (euro) 120 a (euro) manter entre o seu veículo e um velocípede que
600. transite na mesma faixa de rodagem uma distân-
cia lateral de pelo menos 1,5 m, para evitar aci-
Artigo 16.º dentes.
4 — Quem infringir o disposto nos números an-
Placas, postes, ilhéus e dispositivos seme- teriores é sancionado com coima de (euro) 60 a
lhantes (euro) 300.
1 — Nos cruzamentos, entroncamentos e ro-
tundas o trânsito faz-se por forma a dar a es- Artigo 19.º
querda à parte central dos mesmos ou às placas,
Visibilidade reduzida ou insuficiente
postes, ilhéus direcionais ou dispositivos seme-
lhantes existentes, desde que se encontrem no Para os efeitos deste Código e legislação com-
eixo da faixa de rodagem de que procedem os ve- plementar, considera-se que a visibilidade é redu-
ículos. zida ou insuficiente sempre que o condutor não
2 — Quando na faixa de rodagem exista algum possa avistar a faixa de rodagem em toda a sua
dos dispositivos referidos no n.º 1, o trânsito, sem largura numa extensão de, pelo menos, 50 m.
prejuízo do disposto nos artigos 13.º e 14.º, faz-
se por forma a dar-lhes a esquerda, salvo se se Artigo 20.º
encontrarem numa via de sentido único ou na
parte da faixa de rodagem afeta a um só sentido, Veículos de transporte coletivo de passagei-
casos em que o trânsito se pode fazer pela es- ros
querda ou pela direita, conforme for mais conve- 1 — Nas localidades, os condutores devem
niente. abrandar a sua marcha e, se necessário, parar,
3 — Quem infringir o disposto nos números an- sempre que os veículos de transporte coletivo de
teriores é sancionado com coima de (euro) 60 a passageiros retomem a marcha à saída dos locais
(euro) 300. de paragem.
2 — Os condutores de veículos de transporte
Artigo 17.º coletivo de passageiros não podem, no entanto,
retomar a marcha sem assinalarem a sua intenção
Bermas e passeios
imediatamente antes de a retomarem e sem ado-
1 — Os veículos só podem circular nas bermas tarem as precauções necessárias para evitar qual-
ou nos passeios desde que o acesso aos prédios o quer acidente.
exija, salvo as exceções previstas em regulamento 3 — Quem infringir o disposto nos números an-
local. teriores é sancionado com coima de (euro) 60 a
2 — Sem prejuízo do disposto no número ante- (euro) 300.
rior, os velocípedes podem circular nas bermas
fora das situações previstas, desde que não po- SECÇÃO II
nham em perigo ou perturbem os peões que nelas
circulem. Sinais dos condutores
3 — Os velocípedes conduzidos por crianças até
10 anos podem circular nos passeios, desde que Artigo 21.º
não ponham em perigo ou perturbem os peões. Sinalização de manobras
4 — Quem infringir o disposto no n.º 1 é sanci-
onado com coima de (euro) 60 a (euro) 300. 1 — Quando o condutor pretender reduzir a ve-
locidade, parar, estacionar, mudar de direção ou
Artigo 18.º de via de trânsito, iniciar uma ultrapassagem ou
inverter o sentido de marcha, deve assinalar com
Distância entre veículos a necessária antecedência a sua intenção.
1 — O condutor de um veículo em marcha deve 2 — O sinal deve manter-se enquanto se efetua
manter entre o seu veículo e o que o precede a a manobra e cessar logo que ela esteja concluída.
distância suficiente para evitar acidentes em caso 3 — Quem infringir o disposto nos números an-
de súbita paragem ou diminuição de velocidade teriores é sancionado com coima de (euro) 60 a
deste, tendo em especial consideração os utiliza- (euro) 300.
dores vulneráveis.
2 — O condutor de um veículo em marcha deve Artigo 22.º
manter distância lateral suficiente para evitar aci- Sinais sonoros
dentes entre o seu veículo e os veículos que tran-
sitam na mesma faixa de rodagem, no mesmo 1 — Os sinais sonoros devem ser breves.
sentido ou em sentido oposto.

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CÓDIGO DA ESTRADA

2 — Só é permitida a utilização de sinais sono- pública ou deslocar-se em marcha lenta, incluindo


ros: os tratores e máquinas agrícolas ou florestais e as
máquinas industriais, devem estar equipados com
a) Em caso de perigo iminente;
avisadores luminosos especiais, cujas característi-
b) Fora das localidades, para prevenir um con-
cas e condições de utilização são fixadas em regu-
dutor da intenção de o ultrapassar e, bem assim,
lamento, devendo os seus condutores deles fazer
nas curvas, cruzamentos, entroncamentos e lom-
uso.
bas de visibilidade reduzida.
5 — Não é permitida:
3 — Excetuam-se do disposto nos números an-
a) A instalação ou utilização de avisadores lu-
teriores os sinais de veículos de polícia ou que
minosos especiais em quaisquer outros veículos
transitem em prestação de socorro ou de serviço
para além dos referidos nos números anteriores;
urgente de interesse público.
b) A utilização dos avisadores luminosos espe-
4 — As características dos dispositivos emisso-
ciais em situações em que não haja necessidade.
res dos sinais sonoros são fixadas em regulamento.
5 — Nos veículos de polícia e nos veículos afe- 6 — Quem infringir o disposto nos n.ºs 2 e 4 e
tos à prestação de socorro ou de serviço urgente na alínea b) do número anterior é sancionado com
de interesse público, bem como nos veículos utili- coima de (euro) 60 a (euro) 300.
zados na formação específica dos respetivos con- 7 — Quem infringir o disposto na alínea a) do
dutores, podem ser utilizados avisadores sonoros n.º 5 é sancionado com coima de (euro) 500 a
especiais, cujas características e condições de uti- (euro) 2500 e com perda dos objetos, devendo o
lização são fixadas em regulamento. agente de fiscalização proceder à sua imediata re-
6 — Não é permitida em quaisquer outros veí- moção e apreensão ou, não sendo ela possível,
culos a instalação ou utilização dos avisadores re- apreender o documento de identificação do veículo
feridos no número anterior nem a emissão de si- até à efetiva remoção e apreensão daqueles obje-
nais sonoros que se possam confundir com os emi- tos, sendo, neste caso, aplicável, com as necessá-
tidos por aqueles dispositivos. rias adaptações, o disposto no n.º 5 do artigo
7 — Quem infringir o disposto nos n.ºs 1 e 2 é 161.º
sancionado com coima de (euro) 60 a (euro) 300. 8 — O não funcionamento ou funcionamento
8 — Quem infringir o disposto no n.º 6 é sanci- defeituoso do avisador luminoso especial é equi-
onado com coima de (euro) 500 a (euro) 2500 e parado à sua falta.
com perda dos objetos, devendo o agente de fis-
calização proceder à sua imediata remoção e apre- SECÇÃO III
ensão ou, não sendo ela possível, apreender o do-
cumento de identificação do veículo até à efetiva Velocidade
remoção e apreensão daqueles objetos, sendo,
neste caso, aplicável, com as necessárias adapta- Artigo 24.º
ções, o disposto no n.º 5 do artigo 161.º Princípios gerais

Artigo 23.º 1 — O condutor deve regular a velocidade de


modo a que, atendendo à presença de outros uti-
Sinais luminosos lizadores, em particular os vulneráveis, às carac-
1 — Quando os veículos transitem fora das lo- terísticas e estado da via e do veículo, à carga
calidades com as luzes acesas por insuficiência de transportada, às condições meteorológicas ou am-
visibilidade, os sinais sonoros podem ser substitu- bientais, à intensidade do trânsito e a quaisquer
ídos por sinais luminosos, através da utilização al- outras circunstâncias relevantes, possa, em con-
ternada dos máximos com os médios, mas sempre dições de segurança, executar as manobras cuja
sem provocar encandeamento. necessidade seja de prever e, especialmente, fa-
2 — Dentro das localidades, durante a noite, é zer parar o veículo no espaço livre e visível à sua
obrigatória a substituição dos sinais sonoros pelos frente.
sinais luminosos utilizados nas condições previstas 2 — Salvo em caso de perigo iminente, o con-
no número anterior. dutor não deve diminuir subitamente a velocidade
3 — Nos veículos de polícia e nos veículos afe- do veículo sem previamente se certificar de que
tos à prestação de socorro ou de serviço urgente daí não resulta perigo para os outros utentes da
de interesse público, bem como nos veículos utili- via, nomeadamente para os condutores dos veícu-
zados na formação específica dos respetivos con- los que o sigam.
dutores, podem ser utilizados avisadores lumino- 3 — Quem infringir o disposto nos números an-
sos especiais, cujas características e condições de teriores é sancionado com coima de (euro) 120 a
utilização são fixadas em regulamento. (euro) 600.
4 — Os veículos a motor que, em razão do ser-
viço a que se destinam, devam parar na via

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CÓDIGO DA ESTRADA

Artigo 25.º
Velocidade moderada
1 — Sem prejuízo dos limites máximos de ve-
locidade fixados, o condutor deve moderar especi-
almente a velocidade:
a) À aproximação de passagens assinaladas na
faixa de rodagem para a travessia de peões e ou
velocípedes;
b) À aproximação de escolas, hospitais, creches 2 — Quem exceder os limites máximos de ve-
e estabelecimentos similares, quando devida- locidade é sancionado:
mente sinalizados; a) Se conduzir automóvel ligeiro ou motociclo,
c) Nas localidades ou vias marginadas por edi- com as seguintes coimas:
ficações;
d) Nas zonas de coexistência; 1.º De (euro) 60 a (euro) 300, se exceder até
e) À aproximação de utilizadores vulneráveis; 20 km/h, dentro das localidades, ou até 30 km/h,
f) À aproximação de aglomerações de pessoas fora das localidades;
ou animais; 2.º De (euro) 120 a (euro) 600, se exceder em
g) Nas descidas de inclinação acentuada; mais de 20 km/h e até 40 km/h, dentro das loca-
h) Nas curvas, cruzamentos, entroncamentos, lidades, ou em mais de 30 km/h e até 60 km/h,
rotundas, lombas e outros locais de visibilidade re- fora das localidades;
duzida; 3.º De (euro) 300 a (euro) 1500, se exceder
i) Nas pontes, túneis e passagens de nível; em mais de 40 km/h e até 60 km/h, dentro das
j) Nos troços de via em mau estado de conser- localidades, ou mais de 60 km/h e até 80 km/h,
vação, molhados, enlameados ou que ofereçam fora das localidades;
precárias condições de aderência; 4.º De (euro) 500 a (euro) 2500, se exceder
l) Nos locais assinalados com sinais de perigo; em mais de 60 km/h, dentro das localidades, ou
m) Sempre que exista grande intensidade de em mais de 80 km/h, fora das localidades;
trânsito. b) Se conduzir outros veículos, com as seguin-
2 — Quem infringir o disposto no número ante- tes coimas:
rior é sancionado com coima de (euro) 120 a (euro) 1.º De (euro) 60 a (euro) 300, se exceder até
600. 10 km/h, dentro das localidades, ou até 20 km/h,
fora das localidades;
Artigo 26.º 2.º De (euro) 120 a (euro) 600, se exceder em
Marcha lenta mais de 10 km/h e até 20 km/h, dentro das loca-
lidades, ou em mais de 20 km/h e até 40 km/h,
1 — Os condutores não devem transitar em fora das localidades;
marcha cuja lentidão cause embaraço injustificado 3.º De (euro) 300 a (euro) 1500, se exceder
aos restantes utentes da via. em mais de 20 km/h e até 40 km/h, dentro das
2 — Quem infringir o disposto no número ante- localidades, ou em mais de 40 km/h e até 60 km/h,
rior é sancionado com coima de (euro) 60 a (euro) fora das localidades;
300, se sanção mais grave não for aplicável por 4.º De (euro) 500 a (euro) 2500, se exceder
força de outra disposição legal. em mais de 40 km/h, dentro das localidades, ou
em mais de 60 km/h, fora das localidades.
Artigo 27.º
3 — O disposto no número anterior é também
Limites gerais de velocidade aplicável aos condutores que excedam os limites
máximos de velocidade que lhes tenham sido es-
1 — Sem prejuízo do disposto nos artigos 24.º tabelecidos ou que tenham sido especialmente fi-
e 25.º e de limites inferiores que lhes sejam im-
xados para os veículos que conduzem.
postos, os condutores não podem exceder as se-
4 — Para os efeitos do disposto nos números
guintes velocidades instantâneas (em quilóme-
anteriores, considera-se que viola os limites máxi-
tros/hora):
mos de velocidade instantânea o condutor que
percorrer uma determinada distância a uma velo-
cidade média incompatível com a observância da-
queles limites, entendendo-se que a contraorde-
nação é praticada no local em que terminar o per-
curso controlado.

9
CÓDIGO DA ESTRADA

5 — Sem prejuízo do disposto nos números an- 2 — O condutor com prioridade de passagem
teriores, quando a velocidade for controlada atra- deve observar as cautelas necessárias à segu-
vés de tacógrafo e tiver sido excedido o limite má- rança do trânsito.
ximo de velocidade permitido ao veículo, consi- 3 — Quem infringir o disposto nos números an-
dera-se que a contraordenação é praticada no lo- teriores é sancionado com coima de (euro) 120 a
cal onde for efetuado o controlo. (euro) 600.
6 — Sem prejuízo do disposto no artigo 26.º,
nas autoestradas os condutores não podem tran- SUBSECÇÃO II
sitar a velocidade instantânea inferior a 50 km/h.
7 — Quem conduzir a velocidade inferior ao li- Cruzamentos, entroncamentos e rotundas
mite estabelecido no número anterior é sancio-
nado com coima de (euro) 60 a (euro) 300. Artigo 30.º
Regra geral
Artigo 28.º
1 — Nos cruzamentos e entroncamentos o con-
Limites especiais de velocidade dutor deve ceder a passagem aos veículos que se
1 — Sempre que a intensidade do trânsito ou lhe apresentem pela direita.
as características das vias o aconselhem podem 2 — Quem infringir o disposto no número ante-
ser fixados, para vigorar em certas vias, troços de rior é sancionado com coima de (euro) 120 a (euro)
via ou períodos: 600.

a) Limites mínimos de velocidade instantânea; Artigo 31.º


b) Limites máximos de velocidade instantânea
inferiores ou superiores aos estabelecidos no n.º 1 Cedência de passagem em certas vias ou
do artigo anterior. troços

2 — Os limites referidos no número anterior de- 1 — Deve sempre ceder a passagem o condutor:
vem ser sinalizados ou, se temporários e não a) Que saia de um parque de estacionamento,
sendo possível a sinalização, divulgados pelos de uma zona de abastecimento de combustível ou
meios de comunicação social, afixação de painéis de qualquer prédio ou caminho particular;
de informação ou outro meio adequado. b) Que entre numa autoestrada ou numa via
3 — A circulação de veículos a motor na via pú- reservada a automóveis e motociclos, pelos respe-
blica pode ser condicionada à incorporação de dis- tivos ramais de acesso;
positivos limitadores de velocidade, nos termos fi- c) Que entre numa rotunda.
xados em regulamento.
4 — [Revogado.] 2 — Todo o condutor é obrigado a ceder a pas-
5 — É aplicável às infrações aos limites máxi- sagem aos veículos que saiam de uma passagem
mos estabelecidos nos termos deste artigo o dis- de nível.
posto nos n.ºs 2 e 4 do artigo anterior. 3 — Quem infringir o disposto no n.º 1 é sanci-
6 — Quem infringir os limites mínimos de velo- onado com coima de (euro) 120 a (euro) 600,
cidade instantânea estabelecidos nos termos deste salvo se se tratar do disposto na alínea b), caso
artigo é sancionado com coima de (euro) 60 a em que a coima é de (euro) 250 a (euro) 1250.
(euro) 300. 4 — Quem infringir o disposto no n.º 2 é sanci-
7 — [Revogado.] onado com coima de (euro) 250 a (euro) 1250.

SECÇÃO IV Artigo 32.º

Cedência de passagem Cedência de passagem a certos veículos


1 — Sem prejuízo do disposto no n.º 1 do artigo
SUBSECÇÃO I anterior, os condutores devem ceder a passagem
Princípio geral às colunas militares ou militarizadas, bem como às
escoltas policiais.
Artigo 29.º 2 — Nos cruzamentos e entroncamentos os
condutores devem ceder passagem aos veículos
Princípio geral que se desloquem sobre carris.
3 — Os condutores devem ceder passagem aos
1 — O condutor sobre o qual recaia o dever de
velocípedes que atravessem as faixas de rodagem
ceder a passagem deve abrandar a marcha, se ne-
nas passagens assinaladas.
cessário parar, ou, em caso de cruzamento de ve-
4 — As colunas e as escoltas a que se refere o
ículos, recuar, por forma a permitir a passagem de
n.º 1, bem como os condutores de veículos que se
outro veículo, sem alteração da velocidade ou di-
desloquem sobre carris, devem tomar as
reção deste.

10
CÓDIGO DA ESTRADA

precauções necessárias para não embaraçar o Artigo 34.º


trânsito e para evitar acidentes.
Veículos de grandes dimensões
5 — Os condutores de velocípedes a que se re-
fere o n.º 3 não podem atravessar a faixa de ro- 1 — Sempre que a largura livre da faixa de ro-
dagem sem previamente se certificarem que, dagem, o perfil transversal ou o estado de conser-
tendo em conta a distância que os separa dos ve- vação da via não permitam que o cruzamento se
ículos que nela transitam e a respetiva velocidade, faça com a necessária segurança, os condutores
o podem fazer sem perigo de acidente. de veículos ou de conjuntos de veículos de largura
6 — O condutor de um veículo de tração animal superior a 2 m ou cujo comprimento, incluindo a
ou de animais deve ceder a passagem aos veículos carga, exceda 8 m devem diminuir a velocidade e
a motor, salvo nos casos referidos nas alíneas a) parar, se necessário, a fim de o facilitar.
e c) do n.º 1 do artigo anterior. 2 — Quem infringir o disposto no número ante-
7 — Quem infringir o disposto nos números an- rior é sancionado com coima de (euro) 60 a (euro)
teriores é sancionado com coima de (euro) 120 a 300.
(euro) 600.
SECÇÃO V
SUBSECÇÃO III
Algumas manobras em especial
Cruzamento de veículos
SUBSECÇÃO I
Artigo 33.º
Princípio geral
Impossibilidade de cruzamento
1 — Se não for possível o cruzamento entre Artigo 35.º
dois veículos que transitem em sentidos opostos, Disposição comum
deve observar-se o seguinte:
1 — O condutor só pode efetuar as manobras
a) Quando a faixa de rodagem se encontrar de ultrapassagem, mudança de direção ou de via
parcialmente obstruída, deve ceder a passagem o de trânsito, inversão do sentido de marcha e mar-
condutor que tiver de utilizar a parte esquerda da cha atrás em local e por forma que da sua realiza-
faixa de rodagem para contornar o obstáculo; ção não resulte perigo ou embaraço para o trânsito.
b) Quando a faixa de rodagem for demasiada- 2 — Quem infringir o disposto no número ante-
mente estreita ou se encontrar obstruída de am- rior é sancionado com coima de (euro) 120 a (euro)
bos os lados, deve ceder a passagem o condutor 600.
do veículo que chegar depois ao troço ou, se se
tratar de via de forte inclinação, o condutor do ve- SUBSECÇÃO II
ículo que desce.
Ultrapassagem
2 — Se for necessário efetuar uma manobra de
marcha atrás, deve recuar o condutor do veículo Artigo 36.º
que estiver mais próximo do local em que o cru-
zamento seja possível ou, se as distâncias forem Regra geral
idênticas, os condutores:
1 — A ultrapassagem deve efetuar-se pela es-
a) De veículos ligeiros, perante veículos pesa- querda.
dos; 2 — Quem infringir o disposto no número ante-
b) De automóveis pesados de mercadorias, pe- rior é sancionado com coima de (euro) 250 a (euro)
rante automóveis pesados de passageiros; 1250.
c) De qualquer veículo, perante um conjunto de
veículos; Artigo 37.º
d) Perante veículos da mesma categoria,
Exceções
aquele que for a subir, salvo se for manifesta-
mente mais fácil a manobra para o condutor do 1 — Deve fazer-se pela direita a ultrapassagem
veículo que desce. de veículos ou animais cujo condutor, assinalando
devidamente a sua intenção, pretenda mudar de
3 — Quem infringir o disposto nos números an-
direção para a esquerda ou, numa via de sentido
teriores é sancionado com coima de (euro) 60 a
único, parar ou estacionar à esquerda, desde que,
(euro) 300.
em qualquer caso, tenha deixado livre a parte
mais à direita da faixa de rodagem.
2 — Pode fazer-se pela direita a ultrapassagem
de veículos que transitem sobre carris desde que

11
CÓDIGO DA ESTRADA

estes não utilizem esse lado da faixa de rodagem Artigo 40.º


e:
Veículos de marcha lenta
a) Não estejam parados para a entrada ou sa-
1 — Fora das localidades, em vias cuja faixa de
ída de passageiros;
rodagem só tenha uma via de trânsito afeta a cada
b) Estando parados para a entrada ou saída de
sentido, os condutores de automóveis pesados, de
passageiros, exista placa de refúgio para peões.
veículos agrícolas, de máquinas industriais, de ve-
3 — Quem infringir o disposto no n.º 1 é sanci- ículos de tração animal ou de outros veículos, com
onado com coima de (euro) 120 a (euro) 600. exceção dos velocípedes, que transitem em mar-
cha lenta devem manter em relação aos veículos
Artigo 38.º que os precedem uma distância não inferior a 50
m que permita a sua ultrapassagem com segu-
Realização da manobra rança.
1 — O condutor de veículo não deve iniciar a ul- 2 — Não é aplicável o disposto no número an-
trapassagem sem se certificar de que a pode realizar terior sempre que os condutores dos veículos aí
sem perigo de colidir com veículo que transite no referidos se preparem para fazer uma ultrapassa-
mesmo sentido ou em sentido contrário. gem e tenham assinalado devidamente a sua in-
2 — O condutor deve, especialmente, certificar- tenção.
se de que: 3 — Sempre que a largura livre da faixa de ro-
a) A faixa de rodagem se encontra livre na ex- dagem, o seu perfil ou o estado de conservação da
tensão e largura necessárias à realização da ma- via não permitam que a ultrapassagem se faça em
nobra com segurança; termos normais com a necessária segurança, os
b) Pode retomar a direita sem perigo para condutores dos veículos referidos no n.º 1 devem
aqueles que aí transitam; reduzir a velocidade e parar, se necessário, para
c) Nenhum condutor que siga na mesma via ou facilitar a ultrapassagem.
na que se situa imediatamente à esquerda iniciou 4 — Quem infringir o disposto nos n.ºs 1 e 3 é
manobra para o ultrapassar; sancionado com coima de (euro) 60 a (euro) 300.
d) O condutor que o antecede na mesma via
não assinalou a intenção de ultrapassar um ter- Artigo 41.º
ceiro veículo ou de contornar um obstáculo;
Ultrapassagens proibidas
e) Na ultrapassagem de velocípedes ou à pas-
sagem de peões que circulem ou se encontrem na 1 — É proibida a ultrapassagem:
berma, guarda a distância lateral mínima de 1,5 m
a) Nas lombas;
e abranda a velocidade.
b) Imediatamente antes e nas passagens de ní-
3 — Para a realização da manobra, o condutor
vel;
deve ocupar o lado da faixa de rodagem destinado
c) Imediatamente antes e nos cruzamentos e
à circulação em sentido contrário ou, se existir
entroncamentos;
mais que uma via de trânsito no mesmo sentido,
d) Imediatamente antes e nas passagens assi-
a via de trânsito à esquerda daquela em que cir-
naladas para a travessia de peões e velocípedes;
cula o veículo ultrapassado.
e) Nas curvas de visibilidade reduzida;
4 — O condutor deve retomar a direita logo que
f) Em todos os locais de visibilidade insuficiente;
conclua a manobra e o possa fazer sem perigo.
g) Sempre que a largura da faixa de rodagem
5 — Quem infringir o disposto nos números an-
seja insuficiente.
teriores é sancionado com coima de (euro) 120 a
(euro) 600. 2 — É proibida a ultrapassagem de um veículo
que esteja a ultrapassar um terceiro.
Artigo 39.º 3 — Não é aplicável o disposto nas alíneas a) a
c) e e) do n.º 1 e no n.º 2 sempre que na faixa de
Obrigação de facultar a ultrapassagem
rodagem sejam possíveis duas ou mais filas de
1 — Todo o condutor deve, sempre que não trânsito no mesmo sentido, desde que a ultrapas-
haja obstáculo que o impeça, facultar a ultrapas- sagem se não faça pela parte da faixa de rodagem
sagem, desviando-se o mais possível para a direita destinada ao trânsito em sentido oposto.
ou, nos casos previstos no n.º 1 do artigo 37.º, 4 — Não é, igualmente, aplicável o disposto na
para a esquerda e não aumentando a velocidade alínea c) do n.º 1 sempre que a ultrapassagem se
enquanto não for ultrapassado. faça pela direita nos termos do n.º 1 do artigo 37.º
2 — Quem infringir o disposto no número ante- 5 — Quem infringir o disposto nos n.ºs 1 e 2 é
rior é sancionado com coima de (euro) 120 a (euro) sancionado com coima de (euro) 120 a (euro) 600.
600.

12
CÓDIGO DA ESTRADA

Artigo 42.º d) Onde quer que a visibilidade seja insuficiente


ou que a via, pela sua largura ou outras caracte-
Pluralidade de vias e trânsito em filas para-
rísticas, seja inapropriada à realização da manobra;
lelas
e) Sempre que se verifique grande intensidade
Nos casos previstos no n.º 2 do artigo 14.º, no de trânsito.
artigo 14.º-A e no artigo 15.º, o facto de os veícu-
2 — Quem infringir o disposto no número ante-
los de uma fila circularem mais rapidamente que
rior é sancionado com coima de (euro) 120 a (euro)
os de outra não é considerado ultrapassagem para
600.
os efeitos previstos no presente Código.
SUBSECÇÃO V
SUBSECÇÃO III
Marcha atrás
Mudança de direção
Artigo 46.º
Artigo 43.º
Realização da manobra
Mudança de direção para a direita
1 — A marcha atrás só é permitida como ma-
1 — O condutor que pretenda mudar de direção
nobra auxiliar ou de recurso e deve efetuar-se len-
para a direita deve aproximar-se, com a necessá-
tamente e no menor trajeto possível.
ria antecedência e quanto possível, do limite di-
2 — Quem infringir o disposto no número ante-
reito da faixa de rodagem e efetuar a manobra no
rior é sancionado com coima de (euro) 30 a (euro)
trajeto mais curto.
150.
2 — Quem infringir o disposto no número ante-
rior é sancionado com coima de (euro) 60 a (euro)
Artigo 47.º
300.
Lugares em que é proibida
Artigo 44.º
1 — Sem prejuízo do disposto no n.º 2 do artigo
Mudança de direção para a esquerda 33.º para o cruzamento de veículos, a marcha
atrás é proibida:
1 — O condutor que pretenda mudar de direção
para a esquerda deve aproximar-se, com a neces- a) Nas lombas;
sária antecedência e o mais possível, do limite es- b) Nas curvas, rotundas e cruzamentos ou en-
querdo da faixa de rodagem ou do eixo desta, con- troncamentos de visibilidade reduzida;
soante a via esteja afeta a um ou a ambos os sen- c) Nas pontes, passagens de nível e túneis;
tidos de trânsito, e efetuar a manobra de modo a d) Onde quer que a visibilidade seja insuficiente
entrar na via que pretende tomar pelo lado desti- ou que a via, pela sua largura ou outras caracte-
nado ao seu sentido de circulação. rísticas, seja inapropriada à realização da manobra;
2 — Se tanto na via que vai abandonar como e) Sempre que se verifique grande intensidade
naquela em que vai entrar o trânsito se processa de trânsito.
nos dois sentidos, o condutor deve efetuar a ma-
2 — Quem infringir o disposto no número ante-
nobra de modo a dar a esquerda ao centro de in-
rior é sancionado com coima de (euro) 120 a (euro)
tersecção das duas vias.
600.
3 — Quem infringir o disposto nos números an-
teriores é sancionado com coima de (euro) 60 a
(euro) 300. SUBSECÇÃO VI
Paragem e estacionamento
SUBSECÇÃO IV
Inversão do sentido de marcha Artigo 48.º
Como devem efetuar-se
Artigo 45.º
1 — Considera-se paragem a imobilização de
Lugares em que é proibida um veículo pelo tempo estritamente necessário
para a entrada ou saída de passageiros ou para
1 — É proibido inverter o sentido de marcha:
breves operações de carga ou descarga, desde
a) Nas lombas; que o condutor esteja pronto a retomar a marcha
b) Nas curvas, cruzamentos ou entroncamen- e o faça sempre que estiver a impedir ou a dificul-
tos de visibilidade reduzida; tar a passagem de outros veículos.
c) Nas pontes, passagens de nível e túneis; 2 — Considera-se estacionamento a imobilização de
um veículo, com ou sem ocupantes, que não constitua

13
CÓDIGO DA ESTRADA

paragem e que não seja motivada por circunstâncias pró- Artigo 49.º
prias da circulação.
3 — Fora das localidades, a paragem e o esta- Proibição de paragem ou estacionamento
cionamento devem fazer-se fora das faixas de ro- 1 — É proibido parar ou estacionar:
dagem ou, sendo isso impossível e apenas no caso
de paragem, o mais próximo possível do respetivo a) Nas rotundas, pontes, túneis, passagens de
limite direito, paralelamente a este e no sentido da nível, passagens inferiores ou superiores e em to-
marcha. dos os lugares de visibilidade insuficiente;
4 — Dentro das localidades, a paragem e o es- b) A menos de 5 m para um e outro lado dos
tacionamento devem fazer-se nos locais especial- cruzamentos, entroncamentos ou rotundas, sem
mente destinados a esse efeito e pela forma indi- prejuízo do disposto na alínea e) do presente nú-
cada ou na faixa de rodagem, o mais próximo pos- mero e na alínea a) do n.º 2;
sível do respetivo limite direito, paralelamente a c) A menos de 5 m para a frente e 25 m para
este e no sentido da marcha. trás dos sinais indicativos da paragem dos veículos
5 — Ao estacionar o veículo, o condutor deve de transporte coletivo de passageiros ou a menos
deixar os intervalos indispensáveis à saída de ou- de 6 m para trás daqueles sinais quando os refe-
tros veículos, à ocupação dos espaços vagos e ao ridos veículos transitem sobre carris;
fácil acesso aos prédios, bem como tomar as pre- d) A menos de 5 m antes e nas passagens as-
cauções indispensáveis para evitar que aquele se sinaladas para a travessia de peões ou de velocí-
ponha em movimento. pedes;
6 — É proibido o estacionamento de autocara- e) A menos de 20 m antes dos sinais verticais
vanas e similares nas áreas da Rede Natura 2000, ou luminosos se a altura dos veículos, incluindo a
áreas de paisagem protegida e zonas abarcadas respetiva carga, os encobrir;
pelos Planos de Ordenamento da Orla Costeira, f) Nas pistas de velocípedes, nos ilhéus direci-
fora dos locais autorizados para estacionamento onais, nas placas centrais das rotundas, nos pas-
de veículos. seios e demais locais destinados ao trânsito de
7 — O estacionamento de autocaravanas ou si- peões;
milares, nas mesmas condições que os demais veí- g) Na faixa de rodagem sempre que esteja si-
culos, devem respeitar, cumulativamente, as dispo- nalizada com linha longitudinal contínua e a dis-
sições dos regulamentos municipais de estaciona- tância entre esta e o veículo seja inferior a 3 m.
mento e trânsito e as seguintes proibições: 2 — Fora das localidades, é ainda proibido:
a) Prática de campismo e de quaisquer outras ati- a) Parar ou estacionar a menos de 50 m para
vidades a ela associadas na via e espaço público; um e outro lado dos cruzamentos, entroncamen-
b) Despejo de resíduos orgânicos e águas, fora tos, rotundas, curvas ou lombas de visibilidade re-
dos sistemas de disposição final previstas para o duzida;
efeito na legislação especifica aplicável; b) Estacionar nas faixas de rodagem;
c) Ocupação da via e espaço público superior c) Parar na faixa de rodagem, salvo nas condi-
ao perímetro da autocaravana. ções previstas no n.º 3 do artigo anterior.
8 — Quem infringir o disposto nos n.ºs 4 e 5 e 3 — Quem infringir o disposto no n.º 1 é sanci-
nas alíneas a), b) e c) do n.º 7 é sancionado com onado com coima de (euro) 30 a (euro) 150, salvo
coima de € 30 a € 150. se se tratar de paragem ou estacionamento nas
9 — Quem infringir o disposto no n.º 6 é sanci- passagens de peões ou de velocípedes e nos pas-
onado com coima de € 60 a € 300. seios, impedindo a passagem de peões, caso em
10 — Após a notificação das infrações previstas que a coima é de (euro) 60 a (euro) 300.
nos n.ºs 8 e 9, realizada pela entidade com com- 4 — Quem infringir o disposto no n.º 2 é sanci-
petência para o processamento da contraordena- onado com coima de (euro) 60 a (euro) 300, salvo
ção, pode o infrator proceder ao pagamento vo- se se tratar de estacionamento de noite nas faixas
luntário da coima de imediato. de rodagem, caso em que a coima é de (euro) 250
11 — O pagamento voluntário no momento da a (euro) 1250.
verificação da infração corresponde à liquidação
da coima pelo mínimo, e pode ser realizado por Artigo 50.º
todos os meios legalmente admitidos como forma
de pagamento, devendo ser privilegiados os meios Proibição de estacionamento
de pagamento eletrónico disponíveis.
_______________________
1 — É proibido o estacionamento:
Alterações: a) Impedindo o trânsito de veículos ou obri-
- Lei n.º 66/2021, de 24 de agosto.
gando à utilização da parte da faixa de rodagem
_______________________
destinada ao sentido contrário, conforme o trân-
sito se faça num ou em dois sentidos;

14
CÓDIGO DA ESTRADA

b) Nas faixas de rodagem, em segunda fila, e c) ‘Pernoita’, a permanência de autocaravana


em todos os lugares em que impeça o acesso a ou similar, com ocupantes, entre as 22:00 horas e
veículos devidamente estacionados, a saída destes as 7:00 horas.
ou a ocupação de lugares vagos;
4 — O incumprimento do disposto no n.º 2 é
c) Nos lugares por onde se faça o acesso de
sancionado com coima de € 60 a € 300, salvo se
pessoas ou veículos a propriedades, a parques ou
se tratar de pernoita ou aparcamento em áreas da
a lugares de estacionamento;
Rede Natura 2000, áreas protegidas e zonas abar-
d) A menos de 10 m para um e outro lado das
cadas pelos Planos de Ordenamento da Orla Cos-
passagens de nível;
teira, de acordo com o disposto no n.º 1, em que
e) A menos de 5 m para um e outro lado dos
a coima é de € 120 a € 600.
postos de abastecimento de combustíveis;
5 — Após a notificação das infrações previstas
f) Nos locais reservados, mediante sinalização,
no n.º 4, realizada pela entidade com competência
ao estacionamento de determinados veículos;
para o processamento da contraordenação, pode
g) De veículos agrícolas, máquinas industriais,
o infrator proceder ao pagamento voluntário da
reboques ou semirreboques quando não atrelados
coima de imediato.
ao veículo trator, salvo nos parques de estaciona-
6 — O pagamento voluntário no momento da
mento especialmente destinados a esse efeito;
verificação da infração corresponde à liquidação
h) Nas zonas de estacionamento de duração li-
da coima pelo mínimo, e pode ser realizado por
mitada quando não for cumprido o respetivo regu-
todos os meios legalmente admitidos como forma
lamento;
de pagamento, devendo ser privilegiados os meios
i) De veículos ostentando qualquer informação
de pagamento eletrónico disponíveis.
com vista à sua transação, em parques de estaci-
7 — O Governo pode promover a regularização
onamento.
da autorização de pernoita referida no n.º 2 sujeita
2 — Quem infringir o disposto no número ante- a registo diário em plataforma eletrónica gratuita
rior é sancionado com coima de (euro) 30 a (euro) que valida a geolocalização, guardando este re-
150, salvo se se tratar do disposto nas alíneas c), gisto por um período máximo de 60 dias.
f) e i), casos em que a coima é de (euro) 60 a 8 — A plataforma eletrónica referida no número
(euro) 300. anterior deve, igualmente, ser utilizada para efeito
de registo eletrónico da validação dos locais de
Artigo 50.º-A descarga regular das águas sujas destes veículos.
9 — O incumprimento do previsto nos n.ºs 7 e
Pernoita e aparcamento de autocaravanas 8 leva ao agravamento em 50 % da sanção pre-
1 — Sem prejuízo do disposto nos artigos 49.º vista no n.º 4.
e 50.º, são proibidos a pernoita e o aparcamento _______________________

de autocaravanas ou similares em áreas da Rede Alterações:


- Lei n.º 66/2021, de 24 de agosto.
Natura 2000, áreas protegidas e zonas abarcadas _______________________
pelos Planos de Ordenamento da Orla Costeira,
salvo nos locais expressamente autorizados para Artigo 51.º
o efeito.
2 — No restante território e na ausência de re- Contagem das distâncias
gulamento municipal para a atividade, é permitida
As distâncias a que se referem as alíneas b) do
a pernoita de autocaravanas homologadas pelo
n.º 1 e a) do n.º 2 do artigo 49.º contam-se:
Instituto da Mobilidade e dos Transportes, I. P.,
por um período máximo de 48 horas no mesmo a) Do início ou fim da curva ou lomba;
município, salvo nos locais expressamente autori- b) Do prolongamento do limite mais próximo
zados para o efeito, para os quais não se estabe- da faixa de rodagem transversal, nos restantes ca-
lece qualquer limite de pernoitas. sos.
3 — Para efeitos do disposto no número ante-
rior, considera-se: Artigo 52.º
a) «Aparcamento», o estacionamento do veí- Paragem de veículos de transporte coletivo
culo com ocupação de espaço superior ao seu pe-
rímetro; 1 — Nas faixas de rodagem, o condutor de ve-
b) «Autocaravana ou similar», o veículo que ículo utilizado no transporte coletivo de passagei-
apresente um espaço habitacional ou que seja ros só pode parar para a entrada e saída de pas-
adaptado para a utilização de um espaço habitaci- sageiros nos locais especialmente destinados a
onal, classificado como «autocaravana», «especial esse fim.
dormitório» ou «caravana» pelo Instituto da Mobi- 2 — No caso de não existirem os locais referi-
lidade e dos Transportes, I. P.; dos no número anterior, a paragem deve ser feita

15
CÓDIGO DA ESTRADA

o mais próximo possível do limite direito da faixa Artigo 55.º


de rodagem.
Transporte de crianças em automóvel
3 — Quem infringir o disposto nos números an-
teriores é sancionado com coima de (euro) 30 a 1 — As crianças com menos de 12 anos de
(euro) 150. idade transportadas em automóveis equipados
com cintos de segurança, desde que tenham al-
SECÇÃO VI tura inferior a 135 cm, devem ser seguras por sis-
tema de retenção homologado e adaptado ao seu
Transporte de pessoas e de carga
tamanho e peso.
Artigo 53.º 2 — O transporte das crianças referidas no nú-
mero anterior deve ser efetuado no banco da re-
Regras gerais taguarda, salvo nas seguintes situações:
1 — É proibido entrar, sair, carregar, descarre- a) Se a criança tiver idade inferior a 3 anos e o
gar ou abrir as portas dos veículos sem que estes transporte se fizer utilizando sistema de retenção
estejam completamente imobilizados. virado para a retaguarda, não podendo, neste
2 — A entrada ou saída de pessoas e as opera- caso, estar ativada a almofada de ar frontal no lu-
ções de carga ou descarga devem fazer-se o mais gar do passageiro;
rapidamente possível, salvo se o veículo estiver b) Se a criança tiver idade igual ou superior a
devidamente estacionado e as pessoas ou a carga 3 anos e o automóvel não dispuser de cintos de
não ocuparem a faixa de rodagem e sempre de segurança no banco da retaguarda, ou não dispu-
modo a não causar perigo ou embaraço para os ser deste banco.
outros utentes.
3 — Quem infringir o disposto nos números an- 3 — Nos automóveis que não estejam equipa-
teriores é sancionado com coima de (euro) 30 a dos com cintos de segurança é proibido o trans-
(euro) 150. porte de crianças de idade inferior a 3 anos.
4 — As crianças com deficiência que apresentem
Artigo 54.º condições graves de origem neuromotora, metabó-
lica, degenerativa, congénita ou outra podem ser
Transporte de pessoas transportadas sem observância do disposto na
1 — As pessoas devem entrar e sair pelo lado parte final do n.º 1, desde que os assentos, cadei-
direito ou esquerdo do veículo, consoante este es- ras ou outros sistemas de retenção tenham em
teja parado ou estacionado à direita ou à esquerda conta as suas necessidades específicas e sejam
da faixa de rodagem. prescritos por médico da especialidade.
2 — Excetuam-se: 5 — Nos automóveis destinados ao transporte
público de passageiros, ao transporte individual e
a) A entrada e saída do condutor, quando o vo- remunerado de passageiros em veículo descarac-
lante de direção do veículo se situar no lado oposto terizado a partir de plataforma eletrónica (TVDE)
ao da paragem ou estacionamento; e ao transporte em veículo dedicado ao transporte
b) A entrada e saída dos passageiros que ocu- de doentes, podem ser transportadas crianças
pem o banco da frente, quando o volante de dire- sem observância do disposto nos números anteri-
ção do veículo se situar no lado da paragem ou ores, desde que não o sejam nos bancos da frente.
estacionamento; 6 — Quem infringir o disposto nos números an-
c) Os casos especialmente previstos em regu- teriores é sancionado com coima de (euro) 120 a
lamentos locais, para os veículos de transporte co- (euro) 600 por cada criança transportada indevi-
letivo de passageiros. damente.
3 — É proibido o transporte de pessoas em nú-
mero que exceda a lotação do veículo ou de modo Artigo 56.º
a comprometer a sua segurança ou a segurança Transporte de carga
da condução.
4 — É igualmente proibido o transporte de pas- 1 — A carga e a descarga devem ser feitas pela
sageiros fora dos assentos, sem prejuízo do dis- retaguarda ou pelo lado da faixa de rodagem junto
posto em legislação especial ou salvo em condi- de cujo limite o veículo esteja parado ou estacio-
ções excecionais fixadas em regulamento. nado.
5 — Quem infringir o disposto no n.º 1 é sanci- 2 — É proibido o trânsito de veículos ou animais
onado com coima de (euro) 30 a (euro) 150. carregados por tal forma que possam constituir
6 — Quem infringir o disposto nos n.ºs 3 e 4 é perigo ou embaraço para os outros utentes da via
sancionado com coima de (euro) 60 a (euro) 300, ou danificar os pavimentos, instalações, obras de
aplicável por cada pessoa transportada indevida- arte e imóveis marginais.
mente, devendo o veículo ficar imobilizado até que 3 — Na disposição da carga deve prover-se a
a situação seja regularizada. que:

16
CÓDIGO DA ESTRADA

a) Fique devidamente assegurado o equilíbrio trânsito de veículos de peso ou dimensões superi-


do veículo, parado ou em marcha; ores aos legalmente fixados ou que transportem
b) Não possa vir a cair sobre a via ou a oscilar objetos indivisíveis que excedam os limites da res-
por forma que torne perigoso ou incómodo o seu petiva caixa.
transporte ou provoque a projeção de detritos na 2 — Do regulamento referido no número ante-
via pública; rior devem constar as situações em que o trânsito
c) Não reduza a visibilidade do condutor; daqueles veículos depende de autorização especial.
d) Não arraste pelo pavimento; 3 — Considera-se objeto indivisível aquele que
e) Não seja excedida a capacidade dos animais; não pode ser cindido sem perda do seu valor eco-
f) Não seja excedida a altura de 4 m a contar nómico ou da sua função.
do solo; 4 — Pode ser exigida aos proprietários dos ve-
g) Tratando-se de veículos destinados ao trans- ículos a prestação de caução ou seguro destinados
porte de passageiros, aquela não prejudique a cor- a garantir a efetivação da responsabilidade civil
reta identificação dos dispositivos de sinalização, pelos danos que lhes sejam imputáveis, assim
de iluminação e da chapa de matrícula e não ul- como outras garantias necessárias ou convenien-
trapasse os contornos envolventes do veículo, tes à segurança do trânsito, ou relativas à manu-
salvo em condições excecionais fixadas em regu- tenção das condições técnicas e de segurança do
lamento; veículo.
h) Tratando-se de veículos destinados ao trans- 5 — Quem, no ato da fiscalização, não exibir
porte de mercadorias, aquela se contenha em autorização, quando exigível, é sancionado com
comprimento e largura nos limites da caixa, salvo coima de (euro) 600 a (euro) 3000, salvo se pro-
em condições excecionais fixadas em regulamento; ceder à sua apresentação no prazo de oito dias à
i) Tratando-se de transporte de mercadorias a autoridade indicada pelo agente de fiscalização,
granel, aquela não exceda a altura definida pelo caso em que a coima é de (euro) 60 a (euro) 300.
bordo superior dos taipais ou dispositivos análogos; 6 — O não cumprimento dos limites de peso e
j) Sejam utilizadas obrigatoriamente cintas de dimensões ou do percurso fixados no regulamento
retenção ou dispositivo análogo para cargas indi- a que se refere o n.º 1 ou constantes da autoriza-
visíveis que circulem sobre plataformas abertas. ção concedida nos termos do n.º 2 é sancionado
com coima de (euro) 600 a (euro) 3000.
4 — Consideram-se contornos envolventes do
7 — O não cumprimento de outras condições
veículo os planos verticais que passam pelos seus
impostas pelo mesmo regulamento ou constantes
pontos extremos.
da autorização é sancionado com coima de (euro)
5 — Quem infringir o disposto nos n.ºs 1 e 2 é
120 a (euro) 600.
sancionado com coima de (euro) 60 a (euro) 300.
8 — Nos casos previstos nos n.ºs 6 e 7 pode
6 — Quem infringir o disposto no n.º 3 é sanci-
ser determinada a imobilização do veículo ou a sua
onado com coima de (euro) 120 a (euro) 600, se
deslocação para local apropriado até que a situa-
sanção mais grave não for aplicável, podendo ser
ção se encontre regularizada.
determinada a imobilização do veículo ou a sua
deslocação para local apropriado, até que a situa-
SECÇÃO VIII
ção se encontre regularizada.
Iluminação
SECÇÃO VII
Artigo 59.º
Limites de peso e dimensão dos veículos
Regras gerais
Artigo 57.º
1 — Os dispositivos de iluminação de sinaliza-
Proibição de trânsito ção luminosa e os refletores que devem equipar os
veículos, bem como as respetivas características,
1 — Não podem transitar nas vias públicas os
são fixados em regulamento.
veículos cujos pesos brutos, pesos por eixo ou di-
2 — É proibida a utilização de luz ou refletor
mensões excedam os limites gerais fixados em re-
vermelho dirigidos para a frente ou de luz ou re-
gulamento.
fletor branco dirigidos para a retaguarda, salvo:
2 — Quem infringir o disposto no número ante-
rior é sancionado com coima de (euro) 600 a (euro) a) Luz de marcha atrás e da chapa de matrícula;
3000. b) Avisadores luminosos especiais previstos no
artigo 23.º;
Artigo 58.º c) Dispositivos de iluminação e de sinalização
utilizados nos veículos que circulam ao abrigo do
Autorização especial disposto no artigo 58.º
1 — Nas condições fixadas em regulamento,
pode ser permitido pela entidade competente o

17
CÓDIGO DA ESTRADA

3 — É sancionado com coima de (euro) 60 a e) Luz de nevoeiro da retaguarda, destinada a


(euro) 300 quem: tornar mais visível o veículo em caso de nevoeiro
intenso ou de outras situações de redução signifi-
a) Conduzir veículo que não disponha de algum
cativa de visibilidade.
ou alguns dos dispositivos previstos no regula-
mento referido no n.º 1;
Artigo 61.º
b) Puser em circulação veículo utilizando dispo-
sitivos não previstos no mesmo regulamento ou Condições de utilização das luzes
que, estando previstos, não obedeçam às caracte-
rísticas ou modos de instalação nele fixados; 1 — Desde o anoitecer ao amanhecer e, ainda,
c) Infringir o disposto no n.º 2. durante o dia sempre que existam condições me-
teorológicas ou ambientais que tornem a visibili-
4 — É sancionado com coima de (euro) 30 a dade insuficiente, nomeadamente em caso de ne-
(euro) 150 quem: voeiro, chuva intensa, queda de neve, nuvens de
fumo ou pó, os condutores devem utilizar as se-
a) Conduzir veículo que não disponha de algum
guintes luzes:
ou alguns dos refletores previstos no regulamento
referido no n.º 1; a) De presença, enquanto aguardam a abertura
b) Puser em circulação veículo utilizando refle- de passagem de nível e ainda durante a paragem
tores não previstos no mesmo regulamento ou que, ou o estacionamento, em locais cuja iluminação
estando previstos, não obedeçam às característi- não permita o fácil reconhecimento do veículo à
cas ou modos de instalação nele fixados; distância de 100 m;
c) Sem prejuízo do disposto no n.º 2 do artigo b) De cruzamento, em locais cuja iluminação
62.º, conduzir veículo com avaria em algum ou al- permita ao condutor uma visibilidade não inferior
guns dos dispositivos previstos no n.º 1. a 100 m, no cruzamento com outros veículos, pes-
soas ou animais, quando o veículo transite a me-
Artigo 60.º nos de 100 m daquele que o precede, na aproxi-
mação de passagem de nível fechada ou durante
Utilização de luzes
a paragem ou detenção da marcha do veículo;
1 — Os dispositivos de iluminação a utilizar pe- c) De estrada, nos restantes casos;
los condutores são os seguintes: d) De nevoeiro, sempre que as condições me-
teorológicas ou ambientais o imponham, nos veí-
a) Luz de estrada (máximos), destinada a ilu- culos que com elas devam estar equipados.
minar a via para a frente do veículo numa distân-
cia não inferior a 100 m; 2 — É proibido o uso das luzes de nevoeiro
b) Luz de cruzamento (médios), destinada a sempre que as condições meteorológicas ou am-
iluminar a via para a frente do veículo numa dis- bientais o não justifiquem.
tância até 30 m; 3 — Sem prejuízo do disposto no n.º 1, os con-
c) Luz de nevoeiro da frente, destinada a me- dutores de veículos afetos ao transporte de mer-
lhorar a iluminação da estrada em caso de nevo- cadorias perigosas, sinalizadas com painel laranja,
eiro ou outras situações de visibilidade reduzida; nos termos da respetiva legislação especial, de-
d) Luz de marcha atrás, destinada a iluminar a vem transitar durante o dia com as luzes de cru-
estrada para a retaguarda do veículo e avisar os zamento acesas.
outros utentes que o veículo faz ou vai fazer mar- 4 — Sem prejuízo do disposto no n.º 1, é obri-
cha atrás. gatório durante o dia o uso de luzes de cruzamento
nos túneis sinalizados como tal e nas vias de sen-
2 — Os dispositivos de sinalização luminosa a tido reversível.
utilizar pelos condutores são os seguintes: 5 — Salvo o disposto no número seguinte e se
a) Luzes de presença, destinadas a assinalar a sanção mais grave não for aplicável por força de
presença e a largura do veículo, quando visto de disposição especial, quem infringir o disposto nos
frente e da retaguarda, tomando as da frente a números anteriores é sancionado com coima de
designação «mínimos»; (euro) 30 a (euro) 150.
b) Luz de mudança de direção, destinada a in- 6 — Quem utilizar os máximos no cruzamento
dicar aos outros utentes a intenção de mudar de com outros veículos, pessoas ou animais ou
direção; quando o veículo transite a menos de 100 m da-
c) Luzes avisadoras de perigo, destinadas a as- quele que o precede ou ainda durante a paragem
sinalar que o veículo representa um perigo espe- ou detenção da marcha do veículo é sancionado
cial para os outros utentes e constituídas pelo fun- com coima de (euro) 60 a (euro) 300.
cionamento simultâneo de todos os indicadores de
mudança de direção;
d) Luz de travagem, destinada a indicar aos ou-
tros utentes o acionamento do travão de serviço;

18
CÓDIGO DA ESTRADA

Artigo 62.º presença, se estas se encontrarem em condições


de funcionamento.
Avaria nas luzes
5 — Quem infringir o disposto nos números an-
1 — Sempre que, nos termos do n.º 1 do artigo teriores é sancionado com coima de (euro) 60 a
anterior, seja obrigatória a utilização de dispositi- (euro) 300.
vos de iluminação e de sinalização luminosa, é
proibido o trânsito de veículos com avaria dos dis- SECÇÃO IX
positivos referidos na alínea b) do n.º 1 e no n.º 2
Serviço de urgência e transportes especiais
do artigo 60.º, salvo o disposto no número se-
guinte.
2 — O trânsito de veículos com avaria nas luzes Artigo 64.º
é permitido quando os mesmos disponham de, Trânsito de veículos em serviço de urgência
pelo menos:
1 — Os condutores de veículos que transitem
a) Dois médios ou o médio do lado esquerdo, em missão de polícia, de prestação de socorro, de
neste caso conjuntamente com dois mínimos, e segurança prisional ou de serviço urgente de inte-
ainda à retaguarda o indicador de presença do resse público assinalando adequadamente a sua
lado esquerdo e uma das luzes de travagem, marcha podem, quando a sua missão o exigir, dei-
quando obrigatória; ou xar de observar as regras e os sinais de trânsito,
b) Luzes avisadoras de perigo, caso em que mas devem respeitar as ordens dos agentes regu-
apenas podem transitar pelo tempo estritamente ladores do trânsito.
necessário até um local de paragem ou estaciona- 2 — Os referidos condutores não podem, po-
mento. rém, em circunstância alguma, pôr em perigo os
3 — A avaria nas luzes, quando ocorra em au- demais utentes da via, sendo, designadamente,
toestrada ou via reservada a automóveis e moto- obrigados a suspender a sua marcha:
ciclos, impõe a imediata imobilização do veículo a) Perante o sinal luminoso vermelho de regu-
fora da faixa de rodagem, salvo se aquele dispuser lação do trânsito, embora possam prosseguir, de-
das luzes referidas na alínea a) do número anterior, pois de tomadas as devidas precauções, sem es-
caso em que a circulação é permitida até à área perar que a sinalização mude;
de serviço ou saída mais próxima. b) Perante o sinal de paragem obrigatória em
4 — Quem infringir o disposto nos números an- cruzamento ou entroncamento.
teriores é sancionado com coima de (euro) 60 a
(euro) 300, devendo o documento de identificação 3 — Os condutores dos veículos que circulam
do veículo ser apreendido nos termos e para os nas condições referidas no n.º 1 devem assinalar
efeitos previstos na alínea f) do n.º 1 e no n.º 6 adequadamente a sua marcha através da utiliza-
do artigo 161.º ção dos avisadores sonoros e luminosos especiais
referidos, respetivamente, nos artigos 22.º e 23.º
Artigo 63.º 4 — Caso os veículos não estejam equipados
com os dispositivos referidos no número anterior,
Sinalização de perigo a marcha urgente pode ser assinalada:
a) Utilizando alternadamente os máximos com
1 — Quando o veículo represente um perigo es-
os médios; ou b) Durante o dia, utilizando repeti-
pecial para os outros utentes da via devem ser uti-
damente os sinais sonoros.
lizadas as luzes avisadoras de perigo.
5 — É proibida a utilização dos sinais que iden-
2 — Os condutores devem também utilizar as
tificam a marcha dos veículos referidos no n.º 1
luzes referidas no número anterior em caso de sú-
quando não transitem nas condições nele previs-
bita redução da velocidade provocada por obstá-
tas.
culo imprevisto ou por condições meteorológicas
6 — Sem prejuízo dos números anteriores, em
ou ambientais especiais.
casos regulamentados, os condutores dos veículos
3 — Os condutores devem ainda utilizar as lu-
que transitem em missão de polícia que assim o
zes referidas no n.º 1, desde que estas se encon-
exija poderão ser dispensados de utilização de avi-
trem em condições de funcionamento:
sadores sonoros e luminosos, devendo observar
a) Em caso de imobilização forçada do veículo indispensáveis medidas de segurança, não po-
por acidente ou avaria, sempre que o mesmo re- dendo, porém, em circunstância alguma, pôr em
presente um perigo para os demais utentes da via; perigo os demais utentes da via, sendo, designa-
b) Quando o veículo esteja a ser rebocado. damente, obrigados a suspender a sua marcha nas
situações previstas no n.º 2.
4 — Nos casos previstos no número anterior,
7 — Quem infringir o disposto nos números an-
se não for possível a utilização das luzes avisado-
teriores é sancionado com coima de (euro) 120 a
ras de perigo, devem ser utilizadas as luzes de
(euro) 600.

19
CÓDIGO DA ESTRADA

Artigo 65.º 4 — Quem infringir o disposto nos números an-


teriores é sancionado com coima de (euro) 120 a
Cedência de passagem
(euro) 600.
1 — Sem prejuízo do disposto na alínea b) do
n.º 1 e no n.º 2 do artigo 31.º, qualquer condutor Artigo 68.º
deve ceder a passagem aos condutores dos veícu-
Imobilização forçada de veículo ou animal
los referidos no artigo anterior.
2 — Sempre que as vias em que tais veículos 1 — Em caso de imobilização forçada de veículo
circulem, de que vão sair ou em que vão entrar se ou animal ou de queda da respetiva carga numa
encontrem congestionadas, devem os demais con- passagem de nível, o respetivo condutor deve pro-
dutores encostar-se o mais possível à direita, ocu- mover a sua imediata remoção ou, não sendo esta
pando, se necessário, a berma. possível, tomar as medidas necessárias para que
3 — Excetuam-se do disposto no número ante- os condutores dos veículos ferroviários que se
rior: aproximem possam aperceber-se da presença do
obstáculo.
a) As vias públicas onde existam corredores de
2 — Quem infringir o disposto no número ante-
circulação;
rior é sancionado com coima de (euro) 120 a (euro)
b) As autoestradas e vias reservadas a auto-
600.
móveis e motociclos, nas quais os condutores de-
vem deixar livre a berma.
SUBSECÇÃO II
4 — Quem infringir o disposto nos números an-
teriores é sancionado com coima de (euro) 120 a Trânsito nos cruzamentos e entroncamentos
(euro) 600.
Artigo 69.º
Artigo 66.º Atravessamento
Trânsito de veículos que efetuam transpor- 1 — O condutor não deve entrar num cruza-
tes especiais mento ou entroncamento, ainda que as regras de
O trânsito, paragem e estacionamento nas vias cedência de passagem ou a sinalização luminosa
públicas de veículos que transportem cargas que lho permitam, se for previsível que, tendo em
pela sua natureza ou outras características o jus- conta a intensidade do trânsito, fique nele imobili-
tifiquem pode ser condicionado por regulamento. zado, perturbando a circulação transversal.
2 — O condutor imobilizado num cruzamento
ou entroncamento em que o trânsito é regulado
SECÇÃO X
por sinalização luminosa pode sair dele sem espe-
Trânsito em certas vias ou troços rar que a circulação seja aberta no seu sentido de
trânsito, desde que não perturbe os outros utentes.
SUBSECÇÃO I 3 — Quem infringir o disposto no n.º 1 é sanci-
onado com coima de (euro) 30 a (euro) 150.
Trânsito nas passagens de nível
SUBSECÇÃO III
Artigo 67.º
Parques e zonas de estacionamento
Atravessamento
1 — O condutor só pode iniciar o atravessa- Artigo 70.º
mento de uma passagem de nível, ainda que a si-
Regras gerais
nalização lho permita, depois de se certificar de
que a intensidade do trânsito não o obriga a imo- 1 — Nos locais da via pública especialmente
bilizar o veículo sobre ela. destinados ao estacionamento, quando devida-
2 — O condutor não deve entrar na passagem mente assinalados, os condutores não podem
de nível: transitar ou atravessar as linhas de demarcação
neles existentes para fins diversos do estaciona-
a) Enquanto os meios de proteção estejam
mento.
atravessados na via pública ou em movimento;
2 — Os parques e zonas de estacionamento po-
b) Quando as instruções dos agentes ferroviá-
dem ser afetos a veículos de certas categorias, po-
rios ou a sinalização existente o proibir.
dendo a sua utilização ser limitada no tempo ou
3 — Se a passagem de nível não dispuser de sujeita ao pagamento de uma taxa, nos termos fi-
proteção ou sinalização, o condutor só pode iniciar xados em regulamento.
o atravessamento depois de se certificar de que se 3 — Nos parques e zonas de estacionamento po-
não aproxima qualquer veículo ferroviário. dem, mediante sinalização, ser reservados lugares

20
CÓDIGO DA ESTRADA

ao estacionamento de veículos afetos ao serviço de c) Inverter o sentido de marcha;


determinadas entidades ou utilizados no transporte d) Fazer marcha atrás;
de pessoas com deficiência. e) Transpor os separadores de trânsito ou as
4 — Quem infringir o disposto no n.º 1 é sanci- aberturas neles existentes.
onado com coima de (euro) 30 a (euro) 150.
3 — Quem infringir o disposto no n.º 1 e nas
alíneas a) e b) do n.º 2 é sancionado com coima
Artigo 71.º
de (euro) 120 a (euro) 600, salvo se se tratar de
Estacionamento proibido paragem ou estacionamento na faixa de rodagem,
caso em que a coima é de (euro) 250 a (euro)
1 — Nos parques e zonas de estacionamento é 1250.
proibido estacionar: 4 — Quem circular em sentido oposto ao legal-
a) Veículos destinados à venda de quaisquer mente estabelecido ou infringir o disposto nas alí-
artigos ou a publicidade de qualquer natureza; neas c) a e) do n.º 2 é sancionado com coima de
b) Automóveis pesados utilizados em trans- (euro) 500 a (euro) 2500, se sanção mais grave
porte público, quando não estejam em serviço, não for aplicável por força de outra disposição le-
salvas as exceções previstas em regulamentos lo- gal.
cais;
c) Veículos de categorias diferentes daquelas a Artigo 73.º
que o parque, zona ou lugar de estacionamento
Entrada e saída das autoestradas
tenha sido exclusivamente afeto nos termos dos
n.ºs 2 e 3 do artigo anterior; 1 — A entrada e saída das autoestradas faz-se
d) Por tempo superior ao estabelecido ou sem unicamente pelos acessos a tal fim destinados.
o pagamento da taxa fixada nos termos do n.º 2 2 — Se existir uma via de aceleração, o condu-
do artigo anterior. tor que pretender entrar na autoestrada deve uti-
lizá-la, regulando a sua velocidade por forma a to-
2 — Quem infringir o disposto no número ante-
mar a via de trânsito adjacente sem perigo ou em-
rior é sancionado com coima de:
baraço para os veículos que nela transitem.
a) (euro) 30 a (euro) 150, se se tratar do dis- 3 — O condutor que pretender sair de uma au-
posto nas alíneas b) e d); toestrada deve ocupar com a necessária antece-
b) (euro) 60 a (euro) 300, se se tratar do dis- dência a via de trânsito mais à direita e, se existir
posto nas alíneas a) e c). via de abrandamento, entrar nela logo que possí-
vel.
4 — Quem infringir o disposto nos números an-
teriores é sancionado com coima de (euro) 250 a
SUBSECÇÃO IV (euro) 1250.

Trânsito nas autoestradas e vias equiparadas Artigo 74.º

Artigo 72.º Trânsito de veículos pesados de mercado-


rias ou conjuntos de veículos
Autoestradas
1 — Nas autoestradas ou troços de autoestra-
1 — Nas autoestradas e respetivos acessos, das com três ou mais vias de trânsito afetas ao
quando devidamente sinalizados, é proibido o trân- mesmo sentido, os condutores de veículos pesa-
sito de peões, animais, veículos de tração animal, dos de mercadorias ou conjuntos de veículos cujo
velocípedes, ciclomotores, motociclos e triciclos de comprimento exceda 7 m só podem utilizar as
cilindrada não superior a 50 cm3, quadriciclos, veí- duas vias de trânsito mais à direita.
culos agrícolas, comboios turísticos, bem como de 2 — Quem infringir o disposto no número ante-
veículos ou conjuntos de veículos insuscetíveis de rior é sancionado com coima de (euro) 120 a (euro)
atingir em patamar velocidade superior a 60 km/h 600.
ou aos quais tenha sido fixada velocidade máxima
igual ou inferior àquele valor. Artigo 75.º
2 — Nas autoestradas e respetivos acessos, Vias reservadas a automóveis e motociclos
quando devidamente sinalizados, é proibido:
É aplicável o disposto na presente subsecção ao
a) Circular sem utilizar as luzes regulamentares, trânsito em vias reservadas a automóveis e moto-
nos termos deste Código; ciclos.
b) Parar ou estacionar, ainda que fora das fai-
xas de rodagem, salvo nos locais especialmente
destinados a esse fim;

21
CÓDIGO DA ESTRADA

SUBSECÇÃO V 2 — É proibida a utilização das pistas referidas


no número anterior a quaisquer outros veículos,
Vias reservadas, corredores de circulação e pistas
salvo para acesso a garagens, a propriedades e a
especiais
locais de estacionamento ou, quando a sinalização
o permita, para efetuar a manobra de mudança de
Artigo 76.º direção no cruzamento ou entroncamento mais
Vias reservadas próximo.
3 — Nas pistas destinadas a velocípedes, é pro-
1 — As faixas de rodagem das vias públicas po- ibido o trânsito daqueles que tiverem mais de duas
dem, mediante sinalização, ser reservadas ao rodas não dispostas em linha ou que atrelem re-
trânsito de veículos de certas espécies ou a veícu- boque, exceto se o conjunto não exceder a largura
los destinados a determinados transportes, sendo de 1 m.
proibida a sua utilização pelos condutores de 4 — Os peões só podem utilizar as pistas espe-
quaisquer outros. ciais quando não existam locais que lhes sejam es-
2 — Quem infringir o disposto no número ante- pecialmente destinados.
rior é sancionado com coima de (euro) 120 a (euro) 5 — As pessoas que transitam usando patins,
600. trotinetas ou outros meios de circulação análogos
devem utilizar as pistas referidas no n.º 3, sempre
Artigo 77.º que existam.
Vias de trânsito reservadas 6 — Quem infringir o disposto nos números an-
teriores é sancionado com coima de (euro) 30 a
1 — Pode ser reservada a utilização de uma ou (euro) 150, salvo se se tratar do n.º 4, caso em
mais vias de trânsito à circulação de veículos de que a coima é de (euro) 10 a (euro) 50.
certas espécies ou afetos a determinados trans-
portes, sendo proibida a sua utilização pelos con- Artigo 78.º-A
dutores de quaisquer outros veículos.
2 — É, porém, permitida a utilização das vias Zonas de coexistência
referidas no número anterior, na extensão estrita- 1 — Numa zona de coexistência devem ser ob-
mente necessária, para acesso a garagens, a pro- servadas as seguintes regras:
priedades e a locais de estacionamento ou,
quando a sinalização o permita, para efetuar a ma- a) Os utilizadores vulneráveis podem utilizar
nobra de mudança de direção no cruzamento ou toda a largura da via pública;
entroncamento mais próximo. b) É permitida a realização de jogos na via pú-
3 — Pode ser permitida, em determinados ca- blica;
sos, a circulação nas vias referidas no n.º 1 de ve- c) Os condutores não devem comprometer a
ículos de duas rodas e veículos elétricos, mediante segurança ou a comodidade dos demais utentes
deliberação da câmara municipal competente em da via pública, devendo parar se necessário;
razão do território. d) Os utilizadores vulneráveis devem abster-se
4 — A permissão prevista no número anterior é de atos que impeçam ou embaracem desnecessa-
aprovada mediante parecer da Autoridade Nacio- riamente o trânsito de veículos;
nal de Segurança Rodoviária (ANSR) e do Instituto e) É proibido o estacionamento, salvo nos lo-
da Mobilidade e dos Transportes (IMT, I. P.) e deve cais onde tal for autorizado por sinalização;
definir especificamente: f) O condutor que saia de uma zona residencial
ou de coexistência deve ceder passagem aos res-
a) A via ou vias que abrange e a respetiva lo- tantes veículos.
calização;
b) A classe ou classes de veículos autorizadas 2 — Na regulamentação das zonas de coexis-
a circular em cada via, nomeadamente velocípe- tência devem observar-se as regras fundamentais
des e ou motociclos e ciclomotores. de desenho urbano da via pública a aplicar nas re-
feridas zonas, tendo por base os princípios do de-
5 — Quem infringir o disposto no n.º 1 é sanci- senho inclusivo, considerando as necessidades dos
onado com coima de (euro) 120 a (euro) 600. utilizadores vulneráveis, inclusive com a definição
de uma plataforma única, onde não existam sepa-
Artigo 78.º rações físicas de nível entre os espaços destinados
Pistas especiais aos diferentes modos de deslocação.
3 — Quem infringir o disposto nas alíneas c), d)
1 — Quando existam pistas especialmente des- e e) do n.º 1 é sancionado com coima de (euro)
tinadas a animais ou veículos de certas espécies, 60 a (euro) 300.
o trânsito destes deve fazer-se preferencialmente 4 — Quem infringir o disposto na alínea f) do
por aquelas pistas. n.º 1 é sancionado com coima de (euro) 120 a
(euro) 600.

22
CÓDIGO DA ESTRADA

SECÇÃO XI de táxi, de TVDE, de automóvel pesado de passa-


geiros ou de mercadorias ou de transporte de mer-
Poluição
cadorias perigosas que apresente uma taxa de ál-
cool no sangue igual ou superior a 0,2 g/l ou que,
Artigo 79.º após exame realizado nos termos previstos no
Poluição do solo e do ar presente Código e legislação complementar, seja
como tal considerado em relatório médico.
1 — É proibido o trânsito de veículos a motor 4 — A conversão dos valores do teor de álcool
que emitam fumos ou gases em quantidade supe- no ar expirado (TAE) em teor de álcool no sangue
rior à fixada em regulamento ou que derramem (TAS) é baseada no princípio de que 1 mg de ál-
óleo ou quaisquer outras substâncias. cool por litro de ar expirado é equivalente a 2,3 g
2 — É proibido ao condutor e passageiros atirar de álcool por litro de sangue.
quaisquer objetos para o exterior do veículo. 5 — Considera-se sob influência de substâncias
3 — Quem infringir o disposto no n.º 1 é sanci- psicotrópicas o condutor que, após exame reali-
onado com coima de (euro) 120 a (euro) 600. zado nos termos do presente Código e legislação
4 — Quem infringir o disposto no n.º 2 é sanci- complementar, seja como tal considerado em re-
onado com coima de (euro) 60 a (euro) 300. latório médico ou pericial.
6 — Quem infringir o disposto no n.º 1 é sanci-
Artigo 80.º onado com coima de:
Poluição sonora a) (euro) 250 a (euro) 1250, se a taxa de álcool
1 — A condução de veículos e as operações de no sangue for igual ou superior a 0,5 g/l e inferior
carga e descarga devem fazer-se de modo a evitar a 0,8 g/l;
ruídos incómodos. b) (euro) 500 a (euro) 2500, se a taxa for igual
2 — É proibido o trânsito de veículos a motor ou superior a 0,8 g/l e inferior a 1,2 g/l ou, sendo
que emitam ruídos superiores aos limites máximos impossível a quantificação daquela taxa, o condu-
fixados em diploma próprio. tor for considerado influenciado pelo álcool em re-
3 — No uso de aparelhos radiofónicos ou de re- latório médico ou ainda se conduzir sob influência
produção sonora instalados no veículo é proibido de substâncias psicotrópicas.
superar os limites sonoros máximos fixados em di- 7 — Os limites de 0,5 g/l e 0,8 g/l referidos no
ploma próprio. número anterior são reduzidos para 0,2 g/l e 0,5
4 — As condições de utilização de dispositivos g/l, respetivamente, para os condutores em re-
de alarme sonoro antifurto em veículos podem ser gime probatório, condutores de veículos de so-
fixadas em regulamento. corro ou de serviço urgente, de transportes cole-
5 — Quem infringir o disposto no n.º 1 é sanci- tivo de crianças e jovens até aos 16 anos, de táxis,
onado com coima de (euro) 30 a (euro) 150. de TVDE, de automóveis pesados de passageiros
6 — Quem infringir o disposto nos n.ºs 2 e 3 é ou de mercadorias ou de transporte de mercado-
sancionado com coima de (euro) 60 a (euro) 300, rias perigosas.
se sanção mais grave não for aplicável por força
de outro diploma legal. Artigo 82.º

SECÇÃO XII Utilização de dispositivos de segurança

Regras especiais de segurança 1 — O condutor e passageiros transportados


em veículos a motor são obrigados a usar cintos e
Artigo 81.º demais dispositivos de segurança com que, por lei,
os veículos estejam equipados.
Condução sob influência de álcool ou de 2 — Em regulamento são fixadas:
substâncias psicotrópicas
a) As condições excecionais de isenção ou de
1 — É proibido conduzir sob influência de álcool dispensa da obrigação do uso dos dispositivos re-
ou de substâncias psicotrópicas. feridos no número anterior;
2 — Considera-se sob influência de álcool o b) O modo de utilização e características técni-
condutor que apresente uma taxa de álcool no cas dos mesmos dispositivos.
sangue igual ou superior a 0,5 g/l ou que, após
exame realizado nos termos previstos no presente 3 — Os condutores e passageiros de ciclomoto-
Código e legislação complementar, seja como tal res, motociclos com ou sem carro lateral, triciclos
considerado em relatório médico. e quadriciclos devem proteger a cabeça usando
3 — Considera-se sob influência de álcool o capacete de modelo oficialmente aprovado, devi-
condutor em regime probatório e o condutor de damente ajustado e apertado.
veículo de socorro ou de serviço urgente, de trans- 4 — Excetuam-se do disposto no número ante-
porte coletivo de crianças e jovens até aos 16 anos, rior os condutores e passageiros de veículos

23
CÓDIGO DA ESTRADA

providos de caixa rígida ou de veículos que pos- SECÇÃO XIII


suam, simultaneamente, estrutura de proteção rí-
Documentos
gida e cintos de segurança.
5 — [Revogado.]
6 — O condutor de trator ou máquina agrícola Artigo 85.º
ou florestal deve assegurar-se de que a estrutura Documentos de que o condutor deve ser
de proteção em caso de capotagem se encontra portador
instalada, caso se trate de estrutura amovível, ou
que a mesma se encontra erguida em posição de 1 — Sempre que um veículo a motor transite
serviço, caso se trate de estrutura rebatível. na via pública o seu condutor deve ser portador
7 — Quem não utilizar ou utilizar incorreta- dos seguintes documentos:
mente os dispositivos de segurança previstos no a) Documento legal de identificação pessoal;
presente artigo é sancionado com coima de (euro) b) Título de condução;
120 a (euro) 600. c) Certificado de seguro;
d) Documento de identificação fiscal, caso o
Artigo 83.º respetivo número não conste do documento refe-
Condução profissional de veículos de trans- rido na alínea a) e o condutor resida em território
porte nacional.

Por razões de segurança, podem ser definidos, 2 — Tratando-se de automóvel, motociclo, tri-
para os condutores profissionais de veículos de ciclo, quadriciclo, ciclomotor, trator agrícola ou flo-
transporte, os tempos de condução e descanso e, restal, ou reboque, o condutor deve ainda ser por-
bem assim, pode ser exigida a presença de mais tador dos seguintes documentos:
de uma pessoa habilitada para a condução de um a) Título de registo de propriedade do veículo
mesmo veículo. ou documento equivalente;
b) Documento de identificação do veículo;
Artigo 84.º c) Ficha de inspeção periódica do veículo,
quando obrigatória nos termos legais.
Proibição de utilização de certos aparelhos
3 — Tratando-se de velocípede ou de veículo
1 — É proibida ao condutor, durante a marcha
de tração animal, o respetivo condutor deve ser
do veículo, a utilização ou o manuseamento de
portador de documento legal de identificação pes-
forma continuada de qualquer tipo de equipa-
soal.
mento ou aparelho suscetível de prejudicar a con-
4 — Os documentos referidos nos números an-
dução, designadamente auscultadores sonoros e
teriores podem ser substituídos por:
aparelhos radiotelefónicos.
2 — Excetuam-se do número anterior: a) Aplicação móvel que permita a comprovação
dos dados constantes dos referidos documentos,
a) Os aparelhos dotados de um único auricular
nos termos dos n.ºs 1 e 4 do artigo 4.º-A da Lei
ou microfone com sistema de alta voz, cuja utili-
n.º 37/2014, de 26 de junho, na sua redação atual;
zação não implique manuseamento continuado;
b) Carta de condução digital, no caso da alínea
b) Os aparelhos utilizados durante o ensino da
b) do n.º 1, nos termos a definir por portaria dos
condução e respetivo exame, nos termos fixados
membros do Governo responsáveis pelas áreas da
em regulamento.
administração interna, da modernização adminis-
3 — É proibida a instalação e utilização de trativa e dos transportes.
quaisquer aparelhos, dispositivos ou produtos sus-
5 — Caso não seja possível a verificação dos
cetíveis de revelar a presença ou perturbar o fun-
dados no local em tempo real, nos termos do dis-
cionamento de instrumentos destinados à deteção
posto no número anterior, o condutor deve, no
ou registo das infrações.
prazo de cinco dias, apresentar os documentos fí-
4 — Quem infringir o disposto no n.º 1 é sanci-
sicos à autoridade indicada pelo agente de fiscali-
onado com coima de (euro) 250 a (euro) 1250.
zação ou enviar por meios eletrónicos o docu-
5 — Quem infringir o disposto no n.º 3 é sanci-
mento retirado da aplicação referida na alínea a)
onado com coima de (euro) 500 a (euro) 2500 e
do mesmo número.
com perda dos objetos, devendo o agente de fis-
calização proceder à sua imediata remoção e apre- 6 — A apreensão do título de condução ou do
ensão ou, não sendo ela possível, apreender o do- documento de identificação do veículo é efetuada
cumento de identificação do veículo até à efetiva através de:
remoção e apreensão daqueles objetos, sendo,
neste caso, aplicável o disposto no n.º 5 do artigo a) Entrega dos documentos físicos, quando o
161.º condutor deles seja portador;

24
CÓDIGO DA ESTRADA

b) Registo por meios eletrónicos, quando o con- Artigo 88.º


dutor os substitua nos termos do n.º 4, devendo
Pré-sinalização de perigo
os documentos físicos ser entregues à autoridade
indicada pelo agente de fiscalização no prazo de 1 — Todos os veículos a motor em circulação,
cinco dias. salvo os dotados apenas de duas ou três rodas, os
motocultivadores e os quadriciclos sem caixa, de-
7 — Quem infringir o disposto nos n.ºs 1 a 3 é
vem estar equipados com um sinal de pré-sinali-
sancionado com coima de (euro) 60 a (euro) 300.
zação de perigo e um colete, ambos retrorrefleto-
8 — Quem, nos casos previstos no n.º 5 e na
res e de modelo oficialmente aprovado.
alínea b) do n.º 6, não entregar os documentos no
2 — É obrigatório o uso do sinal de pré-sinali-
prazo de cinco dias à autoridade indicada pelo
zação de perigo sempre que o veículo fique imobi-
agente de fiscalização é sancionado com coima de
lizado na faixa de rodagem ou na berma ou nestas
(euro) 60 a (euro) 300.
tenha deixado cair carga, sem prejuízo do disposto
no presente Código quanto à iluminação dos veí-
Artigo 86.º
culos.
Prescrições especiais 3 — O sinal deve ser colocado perpendicular-
mente em relação ao pavimento e ao eixo da faixa
1 — O condutor a quem tenha sido averbado de rodagem, a uma distância nunca inferior a 30
no seu título de condução o uso de lentes, próteses m da retaguarda do veículo ou da carga a sinalizar
ou outros aparelhos deve usá-los durante a con- e por forma a ficar bem visível a uma distância de,
dução. pelo menos, 100 m, devendo observar-se especial
2 — Quem infringir o disposto no número ante- atenção em locais de visibilidade reduzida.
rior é sancionado com coima de (euro) 60 a (euro) 4 — Nas circunstâncias referidas no n.º 2,
300. quem proceder à colocação do sinal de pré-sinali-
zação de perigo, à reparação do veículo ou à re-
SECÇÃO XIV moção do veículo ou da carga deve utilizar o colete
Comportamento em caso de avaria ou aci- retrorrefletor.
dente 5 — Em regulamento são fixadas as caracterís-
ticas do sinal de pré-sinalização de perigo e do co-
Artigo 87.º lete retrorrefletor.
6 — Quem infringir o disposto no n.º 1 é sanci-
Imobilização forçada por avaria ou acidente onado com coima de (euro) 60 a (euro) 300, por
cada equipamento em falta.
1 — Em caso de imobilização forçada de um
7 — Quem infringir o disposto nos n.ºs 2 a 4 é
veículo em consequência de avaria ou acidente, o
sancionado com coima de (euro) 120 a (euro) 600.
condutor deve proceder imediatamente ao seu re-
8 — A quem infringir simultaneamente o dis-
gular estacionamento ou, não sendo isso viável,
posto nos n.ºs 1 e 4 são levantados dois autos de
retirar o veículo da faixa de rodagem ou aproximá-
contraordenação, para os efeitos previstos nos
lo o mais possível do limite direito desta e promo-
n.ºs 6 e 7.
ver a sua rápida remoção da via pública.
2 — Nas circunstâncias referidas no número
anterior, as pessoas que não estiverem envolvidas Artigo 89.º
nas operações de remoção ou reparação do veí- Identificação em caso de acidente
culo não devem permanecer na faixa de rodagem.
3 — Enquanto o veículo não for devidamente 1 — O condutor interveniente em acidente deve
estacionado ou removido, o condutor deve adotar fornecer aos restantes intervenientes a sua identi-
as medidas necessárias para que os outros se ficação, a do proprietário do veículo e a da segura-
apercebam da sua presença, usando para tanto os dora, bem como o número da apólice, exibindo,
dispositivos de sinalização e as luzes avisadoras quando solicitado, os documentos comprovativos
de perigo. ou os dados dos documentos disponibilizados nos
4 — É proibida a reparação de veículos na via termos do n.º 1 do artigo 4.º-A da Lei n.º 37/2014,
pública, salvo se for indispensável à respetiva re- de 26 de junho, na sua redação atual.
moção ou, tratando-se de avarias de fácil repara- 2 — Se do acidente resultarem mortos ou feri-
ção, ao prosseguimento da marcha. dos, o condutor deve aguardar, no local, a che-
5 — Quem infringir o disposto nos números an- gada de agente de autoridade.
teriores é sancionado com coima de (euro) 60 a 3 — Quem infringir o disposto n.º 1 é sancio-
(euro) 300, ou com coima de (euro) 120 a (euro) nado com coima (euro) 120 a (euro) 600.
600 quando a infração for praticada em autoes- 4 — Quem infringir o disposto no n.º 2 é sanci-
trada ou via reservada a automóveis e motociclos, onado com coima de (euro) 500 a (euro) 2500, se
se outra sanção mais grave não for aplicável. sanção mais grave não for aplicável.

25
CÓDIGO DA ESTRADA

CAPÍTULO II possibilidade de acionar em exclusivo um par de


pedais;
Disposições especiais para motociclos, ciclo-
b) Forem concebidos, por construção, com as-
motores e velocípedes
sentos para passageiros, caso em que, além do
condutor, podem transportar um ou dois passagei-
SECÇÃO I ros, consoante o número daqueles assentos;
Regras especiais c) Se tratar do transporte de crianças com
idade inferior a 7 anos, em dispositivos especial-
Artigo 90.º mente adaptados para o efeito.

Regras de condução 3 — Nos velocípedes a que se refere a alínea b)


do número anterior, deve ser garantida proteção
1 — Sem prejuízo do disposto no n.º 2, os con- eficaz das mãos, dos pés e das costas dos passa-
dutores de motociclos, ciclomotores ou velocípe- geiros.
des não podem: 4 — Quem infringir o disposto nos números an-
a) Conduzir com as mãos fora do guiador, salvo teriores é sancionado com coima de (euro) 60 a
para assinalar qualquer manobra; (euro) 300.
b) Seguir com os pés fora dos pedais ou apoios;
c) Fazer-se rebocar; Artigo 92.º
d) Levantar a roda da frente ou de trás no ar- Transporte de carga
ranque ou em circulação;
e) Seguir a par, salvo se transitarem em pista 1 — O transporte de carga em motociclo, trici-
especial e não causarem perigo ou embaraço para clo, quadriciclo, ciclomotor ou velocípede só pode
o trânsito. fazer-se em reboque ou caixa de carga.
2 — É proibido aos condutores e passageiros
2 — Os velocípedes podem circular paralela- dos veículos referidos no número anterior trans-
mente numa via, exceto em vias com reduzida vi- portar objetos suscetíveis de prejudicar a condu-
sibilidade ou sempre que exista intensidade de ção ou constituir perigo para a segurança das pes-
trânsito, desde que não circulem em paralelo mais soas e das coisas ou embaraço para o trânsito.
que dois velocípedes e tal não cause perigo ou em- 3 — Quem infringir o disposto nos números an-
baraço ao trânsito. teriores é sancionado com coima de (euro) 60 a
3 — Os condutores de velocípedes devem tran- (euro) 300.
sitar pelo lado direito da via de trânsito, conser-
vando das bermas ou passeios uma distância sufi- SECÇÃO III
ciente que permita evitar acidentes.
4 — Quem infringir o disposto nos números an- Iluminação
teriores é sancionado com coima de (euro) 60 a
(euro) 300, salvo se se tratar de condutor de ve- Artigo 93.º
locípede, caso em que a coima é de (euro) 30 a
Utilização das luzes
(euro) 150.
1 — [Revogado.]
SECÇÃO II 2 — Sem prejuízo do disposto nos artigos 59.º
e 60.º e no n.º 1 do artigo 61.º, os condutores dos
Transporte de passageiros e de carga
motociclos, triciclos, quadriciclos e ciclomotores
devem transitar com as luzes de cruzamento para
Artigo 91.º a frente e de presença à retaguarda acesas.
Transporte de passageiros 3 — Sempre que, nos termos do artigo 61.º,
seja obrigatório o uso de dispositivo de iluminação,
1 — Nos motociclos, triciclos, quadriciclos e ci- os velocípedes só podem circular com utilização
clomotores é proibido o transporte de passageiros dos dispositivos que, para o efeito, forem fixados
de idade inferior a 7 anos, salvo tratando-se de em regulamento.
veículos providos de caixa rígida não destinada 4 — Quem infringir o disposto nos números an-
apenas ao transporte de carga. teriores é sancionado com coima de (euro) 60 a
2 — Os velocípedes só podem transportar o (euro) 300, salvo se se tratar de condutor de ve-
respetivo condutor, salvo se: locípede, caso em que a coima é de (euro) 30 a
a) Forem dotados de mais de um par de pedais (euro) 150.
capaz de acionar o veículo em simultâneo, caso
em que o número máximo de pessoas a transpor-
tar corresponde ao número de pares de pedais e
em que cada pessoa transportada deve ter a

26
CÓDIGO DA ESTRADA

Artigo 94.º 5 — Quem infringir o disposto nos números an-


teriores é sancionado com coima de (euro) 30 a
Avaria nas luzes
(euro) 150.
1 — Em caso de avaria nas luzes de motociclos, 6 — O proprietário de animal que o deixe va-
triciclos, quadriciclos e ciclomotores é aplicável, guear na via pública por forma a impedir ou fazer
com as necessárias adaptações, o disposto no ar- perigar o trânsito é sancionado com coima de
tigo 62.º (euro) 30 a (euro) 150.
2 — Em caso de avaria nas luzes, os velocípe-
des devem ser conduzidos à mão. Artigo 98.º
3 — Quem infringir o disposto no n.º 2 é sanci-
Regulamentação local
onado com coima de (euro) 30 a (euro) 150.
Em tudo o que não estiver previsto no presente
Artigo 95.º Código, o trânsito de veículos de tração animal e
de animais é objeto de regulamento local.
Sinalização de perigo
É aplicável aos motociclos, triciclos, quadrici- TÍTULO III
clos e ciclomotores, quando estejam munidos de
Do trânsito de peões
luzes de mudança de direção, o disposto no artigo
63.º, com as necessárias adaptações.
Artigo 99.º
SECÇÃO IV Lugares em que podem transitar
Sanções aplicáveis a condutores de velocí- 1 — Os peões devem transitar pelos passeios,
pedes pistas ou passagens a eles destinados ou, na sua
falta, pelas bermas.
Artigo 96.º 2 — Os peões podem, no entanto, transitar pela
faixa de rodagem, com prudência e por forma a
Remissão
não prejudicar o trânsito de veículos, nos seguin-
As coimas previstas no presente Código são re- tes casos:
duzidas para metade nos seus limites mínimo e
a) Quando efetuem o seu atravessamento;
máximo quando aplicáveis aos condutores de ve-
b) Na falta dos locais referidos no n.º 1 ou na
locípedes, salvo quando se trate de coimas espe-
impossibilidade de os utilizar;
cificamente fixadas para estes condutores.
c) Quando transportem objetos que, pelas suas
dimensões ou natureza, possam constituir perigo
CAPÍTULO III para o trânsito dos outros peões;
Disposições especiais para veículos de tra- d) Nas vias públicas em que esteja proibido o
ção animal e animais trânsito de veículos;
e) Quando sigam em formação organizada sob
Artigo 97.º a orientação de um monitor ou em cortejo.

Regras especiais 3 — Nos casos previstos nas alíneas b), c) e e)


do número anterior, os peões podem transitar pe-
1 — Os condutores de veículos de tração animal las pistas a que se refere o artigo 78.º, desde que
ou de animais devem conduzi-los de modo a man- a intensidade do trânsito o permita e não prejudi-
ter sempre o domínio sobre a sua marcha e a evi- quem a circulação dos veículos ou animais a que
tar impedimento ou perigo para o trânsito. aquelas estão afetas.
2 — Nas pontes, túneis e passagens de nível, 4 — Sempre que transitem na faixa de roda-
os condutores de animais, atrelados ou não, de- gem, desde o anoitecer ao amanhecer e sempre
vem fazê-los seguir a passo. que as condições de visibilidade ou a intensidade
3 — A entrada de gado na via pública deve ser do trânsito o aconselhem, os peões devem transi-
devidamente assinalada pelo respetivo condutor e tar numa única fila, salvo quando seguirem em
fazer-se por caminhos ou serventias a esse fim cortejo ou formação organizada nos termos pre-
destinados. vistos no artigo 102.º
4 — Sempre que, nos termos do artigo 61.º, 5 — Quem infringir o disposto nos números an-
seja obrigatória a utilização de dispositivos de si- teriores é sancionado com coima de (euro) 10 a
nalização luminosa, os condutores de veículos de (euro) 50.
tração animal ou de animais em grupo devem uti- 6 — Quem, com violação dos deveres de cui-
lizar uma lanterna de luz branca, visível em ambos dado e de proteção, não impedir que os menores
os sentidos de trânsito. de 16 anos que, por qualquer título, se encontrem
a seu cargo brinquem nas faixas de rodagem das

27
CÓDIGO DA ESTRADA

vias públicas é sancionado com coima de (euro) Artigo 103.º


30 a (euro) 150.
Cuidados a observar pelos condutores
Artigo 100.º 1 — Ao aproximar-se de uma passagem de
peões ou velocípedes assinalada, em que a circu-
Posição a ocupar na via
lação de veículos está regulada por sinalização lu-
1 — Os peões devem transitar pela direita dos minosa, o condutor, mesmo que a sinalização lhe
locais que lhes são destinados, salvo nos casos permita avançar, deve deixar passar os peões ou
previstos na alínea d) do n.º 2 do artigo anterior. os velocípedes que já tenham iniciado a travessia
2 — Nos casos previstos nas alíneas b) e c) do da faixa de rodagem.
n.º 2 do artigo anterior, os peões devem transitar 2 — Ao aproximar-se de uma passagem de
pelo lado esquerdo da faixa de rodagem, a não ser peões ou velocípedes, junto da qual a circulação
que tal comprometa a sua segurança. de veículos não está regulada nem por sinalização
3 — Nos casos previstos nas alíneas b), c) e e) luminosa nem por agente, o condutor deve reduzir
do n.º 2 do artigo anterior, os peões devem tran- a velocidade e, se necessário, parar para deixar
sitar o mais próximo possível do limite da faixa de passar os peões ou velocípedes que já tenham ini-
rodagem. ciado a travessia da faixa de rodagem.
4 — Quem infringir o disposto nos números an- 3 — Ao mudar de direção, o condutor, mesmo
teriores é sancionado com coima de (euro) 10 a não existindo passagem assinalada para a traves-
(euro) 50. sia de peões ou velocípedes, deve reduzir a sua
velocidade e, se necessário, parar a fim de deixar
Artigo 101.º passar os peões ou velocípedes que estejam a
atravessar a faixa de rodagem da via em que vai
Atravessamento da faixa de rodagem entrar.
1 — Os peões não podem atravessar a faixa de 4 — Quem infringir o disposto nos números an-
rodagem sem previamente se certificarem de que, teriores é sancionado com coima de (euro) 120 a
tendo em conta a distância que os separa dos veí- (euro) 600.
culos que nela transitam e a respetiva velocidade,
o podem fazer sem perigo de acidente. Artigo 104.º
2 — O atravessamento da faixa de rodagem Equiparação
deve fazer-se o mais rapidamente possível.
3 — Os peões só podem atravessar a faixa de É equiparado ao trânsito de peões:
rodagem nas passagens especialmente sinalizadas
a) A condução de carros de mão;
para esse efeito ou, quando nenhuma exista a
b) A condução à mão de velocípedes de duas
uma distância inferior a 50 m, perpendicularmente
rodas sem carro atrelado e de carros de crianças
ao eixo da faixa de rodagem.
ou de pessoas com deficiência;
4 — Os peões não devem parar na faixa de ro-
c) A condução de velocípedes por crianças até
dagem ou utilizar os passeios e as bermas de
10 anos, nos termos do n.º 3 do artigo 17.º;
modo a prejudicar ou perturbar o trânsito.
d) O trânsito de pessoas utilizando trotinetas,
5 — Quem infringir o disposto nos números an-
patins ou outros meios de circulação análogos,
teriores é sancionado com coima de (euro) 10 a
sem motor;
(euro) 50.
e) O trânsito de cadeiras de rodas equipadas
com motor elétrico;
Artigo 102.º f) A condução à mão de motocultivadores sem
Iluminação de cortejos e formações organi- reboque ou retrotrem.
zadas
TÍTULO IV
1 — Sempre que transitem na faixa de roda-
gem desde o anoitecer ao amanhecer e sempre Dos veículos
que as condições de visibilidade o aconselhem, os
cortejos e formações organizadas devem assinalar CAPÍTULO I
a sua presença com, pelo menos, uma luz branca
Classificação dos veículos
dirigida para a frente e uma luz vermelha dirigida
para a retaguarda, ambas do lado esquerdo do
cortejo ou formação, bem como através da utiliza- Artigo 105.º
ção de, pelo menos, dois coletes retrorrefletores, Automóveis
um no início e outro no fim da formação.
2 — Quem infringir o disposto no número ante- Automóvel é o veículo com motor de propulsão,
rior é sancionado com coima de (euro) 30 a (euro) dotado de pelo menos quatro rodas, com tara su-
150. perior a 550 kg, cuja velocidade máxima é, por

28
CÓDIGO DA ESTRADA

construção, superior a 25 km/h, e que se destina, exceda 4 kW, ou tenha uma cilindrada superior a
pela sua função, a transitar na via pública, sem 50 cm3, no caso de motor de ignição comandada,
sujeição a carris. ou de 500 cm3 no caso de motor de ignição por
compressão.
Artigo 106.º
4 — Quadriciclo é o veículo dotado de quatro
Classes e tipos de automóveis rodas, classificando-se em:

1 — Os automóveis classificam-se em: a) Ligeiro — veículo com velocidade máxima,


em patamar e por construção, não superior a 45
a) Ligeiros — veículos com peso bruto igual ou km/h, cuja massa sem carga não exceda 425 kg,
inferior a 3500 kg e com lotação não superior a excluída a massa das baterias no veículo elétrico,
nove lugares, incluindo o do condutor; e com motor de cilindrada não superior a 50 cm3
b) Pesados — veículos com peso bruto superior no caso de motor de ignição comandada, ou de
a 3500 kg ou com lotação superior a nove lugares, 500 cm3 no caso de motor de ignição por com-
incluindo o do condutor. pressão;
2 — Os automóveis ligeiros ou pesados in- b) Pesado — veículo cuja massa sem carga, ex-
cluem-se, segundo a sua utilização, nos seguintes cluída a massa das baterias no caso de veículos
tipos: elétricos, não exceda 450 kg ou 600 kg, consoante
se destine, respetivamente, ao transporte de pas-
a) De passageiros — os veículos que se desti- sageiros ou de mercadorias.
nam ao transporte de pessoas;
b) De mercadorias — os veículos que se desti- Artigo 108.º
nam ao transporte de carga.
Veículos agrícolas
3 — Os automóveis de passageiros e de mer-
cadorias que se destinam ao desempenho de fun- 1 — Trator agrícola ou florestal é o veículo com
ção diferente do normal transporte de passageiros motor de propulsão, de dois ou mais eixos, cuja
ou de mercadorias são considerados especiais, to- função principal reside na potência de tração, es-
mando a designação a fixar em regulamento, de pecialmente concebido para ser utilizado com re-
acordo com o fim a que se destinam. boques, alfaias ou outras máquinas destinadas a
4 — As categorias de veículos para efeitos de utilização agrícola ou florestal.
aprovação de modelo são fixadas em regulamento. 2 — Máquina agrícola ou florestal é o veículo
com motor de propulsão, de dois ou mais eixos,
Artigo 107.º destinado exclusivamente à execução de trabalhos
agrícolas ou florestais, que só excecionalmente
Motociclos, ciclomotores, triciclos e quadri- transita na via pública, sendo considerado pesado
ciclos ou ligeiro consoante o seu peso bruto exceda ou
1 — Motociclo é o veículo dotado de duas rodas, não 3500 kg.
com ou sem carro lateral, com motor de propulsão 3 — Motocultivador é o veículo com motor de
com cilindrada superior a 50 cm3, no caso de mo- propulsão, de um só eixo, destinado à execução
tor de combustão interna, ou que, por construção, de trabalhos agrícolas ligeiros, que pode ser diri-
exceda em patamar a velocidade de 45 km/h ou gido por um condutor a pé ou em reboque ou re-
cuja potência máxima exceda 4 kW. trotrem atrelado ao referido veículo.
2 — Ciclomotor é o veículo dotado de duas ou 4 — O motocultivador ligado a reboque ou re-
três rodas, com uma velocidade máxima, em pa- trotrem é equiparado, para efeitos de circulação,
tamar e por construção, não superior a 45 km/h, a trator agrícola.
e cujo motor: 5 — Tratocarro é o veículo com motor de pro-
pulsão, de dois ou mais eixos, provido de uma
a) No caso de ciclomotores de duas rodas, a caixa de carga destinada ao transporte de produ-
potência máxima não exceda 4 kW e no caso de tos agrícolas ou florestais e cujo peso bruto não
motor de ignição comandada tenha cilindrada não ultrapassa 3500 kg, sendo equiparado, para efei-
superior a 50 cm3; tos de circulação, a trator agrícola.
b) No caso de ciclomotores de três rodas, a po-
tência máxima não exceda 4 kW e tenha cilindrada Artigo 109.º
não superior a 50 cm3 tratando-se de motor de
ignição comandada, ou de 500 cm3 no caso de Outros veículos a motor
motor de ignição por compressão. 1 — Veículo sobre carris é aquele que, indepen-
3 — Triciclo é o veículo dotado de três rodas dentemente do sistema de propulsão, se desloca
dispostas simetricamente, que por construção, ex- sobre carris.
ceda em patamar a velocidade de 45 km/h, ou te- 2 — Máquina industrial é o veículo com motor
nha motor de propulsão cuja potência máxima de propulsão, de dois ou mais eixos, destinado à

29
CÓDIGO DA ESTRADA

execução de obras ou trabalhos industriais e que Artigo 112.º


só eventualmente transita na via pública, sendo
Velocípedes
pesado ou ligeiro consoante o seu peso bruto ex-
ceda ou não 3500 kg. 1 — Velocípede é o veículo com duas ou mais
rodas acionado pelo esforço do próprio condutor
Artigo 110.º por meio de pedais ou dispositivos análogos.
2 — Velocípede com motor é o velocípede equi-
Reboques
pado com motor auxiliar com potência máxima
1 — Reboque é o veículo destinado a transitar contínua de 1,0 kW, cuja alimentação é reduzida
atrelado a um veículo a motor. progressivamente com o aumento da velocidade e
2 — Semirreboque é o reboque cuja parte da interrompida se atingir a velocidade de 25 km/h,
frente assenta sobre o veículo a motor, distribu- ou antes, se o condutor deixar de pedalar.
indo o peso sobre este. 3 — Para efeitos do disposto no presente Có-
3 — Os veículos referidos nos números anteri- digo, são equiparados a velocípedes:
ores tomam a designação de reboque ou semirre-
a) Os velocípedes com motor;
boque agrícola ou florestal quando se destinam a
b) As trotinetas com motor elétrico, bem como
ser atrelados a um trator agrícola ou a um moto-
os dispositivos de circulação com motor elétrico,
cultivador.
autoequilibrados e automotores ou outros meios
4 — Máquina agrícola ou florestal rebocável é a
de circulação análogos com motor, quando equi-
máquina destinada a trabalhos agrícolas ou flores-
pados com motor com potência máxima contínua
tais que só transita na via pública quando rebo-
de 0,25 kW e atingindo a velocidade máxima em
cada.
patamar de 25 km/h.
5 — Máquina industrial rebocável é a máquina
destinada a trabalhos industriais que só transita 4 — Para efeitos do disposto na alínea b) do
na via pública quando rebocada. número anterior considera-se trotineta o veículo
6 — A cada veículo a motor não pode ser atre- constituído por duas rodas em série, que susten-
lado mais de um reboque. tam uma base onde o condutor apoia os pés, con-
7 — É proibida a utilização de reboques em duzida em pé e dirigida através de um guiador que
transporte público de passageiros. se eleva até a altura da cintura.
8 — Excetua-se do disposto nos n.ºs 6 e 7 a 5 — O regime de circulação e as características
utilização de um reboque destinado ao transporte técnicas de trotinetas com motor elétrico, bem
de bagagem nos táxis e em veículos pesados afe- como dos dispositivos de circulação com motor
tos ao transporte de passageiros, de reboques em elétrico, autoequilibrados e automotores ou de ou-
comboios turísticos, bem como, nos termos a fixar tros meios de circulação análogos com motor, que
em regulamento local, de reboques em tratores não respeitem o disposto na alínea b) do n.º 3 são
agrícolas ou florestais. fixados por decreto regulamentar.
9 — Quem infringir o disposto nos n.ºs 6 e 7 é 6 — Quem circular de trotineta ou dispositivo
sancionado com coima de (euro) 120 a (euro) 600. de circulação com motor elétrico, autoequilibrado
e automotor ou em meio de circulação análogo
Artigo 111.º com motor, equipado com motor com potência
máxima contínua superior a 0,25 kW ou atinja
Veículos únicos e conjuntos de veículos uma velocidade máxima em patamar superior a 25
1 — Consideram-se veículos únicos: km/h, em desrespeito das características técnicas
e do regime de circulação previstos no número an-
a) O automóvel pesado composto por dois seg- terior, é sancionado com coima de (euro) 60 a
mentos rígidos permanentemente ligados por uma (euro) 300.
secção articulada que permite a comunicação en- 7 — Os veículos referidos no número anterior
tre ambos; são apreendidos de imediato.
b) O comboio turístico constituído por um trator 8 — O disposto nos n.ºs 6 e 7 é aplicável aos
e um ou mais reboques destinados ao transporte velocípedes que estejam equipados com motor au-
de passageiros em pequenos percursos e com fins xiliar com potência máxima contínua superior a
turísticos ou de diversão. 1,0 kW ou cuja alimentação não seja interrompida
2 — Conjunto de veículos é o grupo constituído se se deixar de pedalar ou cuja velocidade máxima
por um veículo trator e seu reboque ou semirrebo- seja superior a 25 km/h.
que.
3 — Para efeitos de circulação, o conjunto de
veículos é equiparado a veículo único.

30
CÓDIGO DA ESTRADA

Artigo 113.º Artigo 115.º


Reboque de veículos de duas rodas e carro Transformação de veículos
lateral
1 — Considera-se transformação de veículo
1 — Os motociclos, triciclos, quadriciclos, ciclo- qualquer alteração das suas características cons-
motores e velocípedes podem atrelar, à reta- trutivas ou funcionais.
guarda, um reboque de um eixo destinado ao 2 — A transformação de veículos a motor e
transporte de carga. seus reboques é autorizada nos termos fixados em
2 — Os velocípedes podem atrelar, à reta- regulamento.
guarda, um reboque de um eixo especialmente 3 — Quem infringir o disposto no número ante-
destinado ao transporte de passageiros e devida- rior é sancionado com coima de (euro) 250 a (euro)
mente homologado. 1250, se sanção mais grave não for aplicável,
3 — Os velocípedes podem ainda ser equipados sendo ainda apreendido o veículo até que este seja
com uma cadeira especialmente concebida e ho- aprovado em inspeção extraordinária.
mologada para o transporte de crianças.
4 — Os motociclos de cilindrada superior a 125 CAPÍTULO III
cm3 podem acoplar carro lateral destinado ao
transporte de um passageiro. Inspeções

CAPÍTULO II Artigo 116.º

Características dos veículos Inspeções


1 — Os veículos a motor e os seus reboques
Artigo 114.º podem ser sujeitos, nos termos fixados em regu-
lamento, a inspeção para:
Características dos veículos
a) Aprovação do respetivo modelo;
1 — As características dos veículos e dos res-
b) Atribuição de matrícula;
petivos sistemas, componentes e acessórios são
c) Aprovação de alteração de características
fixadas em regulamento.
construtivas ou funcionais;
2 — Todos os sistemas, componentes e aces-
d) Verificação periódica das suas características
sórios de um veículo são considerados suas partes
e condições de segurança;
integrantes e, salvo avarias ocasionais e imprevi-
e) Verificação das características construtivas
síveis devidamente justificadas, o seu não funcio-
ou funcionais do veículo, após reparação em con-
namento é equiparado à sua falta.
sequência de acidente;
3 — Os modelos de automóveis, motociclos, tri-
f) Controlo aleatório de natureza técnica, na via
ciclos, quadriciclos, ciclomotores, tratores agríco-
pública, para verificação das respetivas condições
las, tratocarros e reboques, bem como os respeti-
de manutenção, nos termos de diploma próprio.
vos sistemas, componentes e acessórios, estão
sujeitos a aprovação de acordo com as regras fi- 2 — Pode determinar-se a sujeição dos veículos
xadas em regulamento. referidos no número anterior a inspeção extraor-
4 — O fabricante ou vendedor que coloque no dinária nos casos previstos no n.º 5 do artigo
mercado veículos, sistemas, componentes ou 114.º e ainda quando haja fundadas suspeitas so-
acessórios sem a aprovação a que se refere o nú- bre as suas condições de segurança ou dúvidas so-
mero anterior ou infringindo as normas que disci- bre a sua identificação, nomeadamente em conse-
plinam o seu fabrico e comercialização é sancio- quência de alteração das características construti-
nado com coima de (euro) 600 a (euro) 3000 se vas ou funcionais do veículo, ou de outras causas.
for pessoa singular ou de (euro) 1200 a (euro) 3 — A falta a qualquer das inspeções previstas
6000 se for pessoa coletiva e com perda dos obje- nos números anteriores é sancionada com coima
tos, os quais devem ser apreendidos no momento de (euro) 250 a (euro) 1250.
da verificação da infração.
5 — É proibido o trânsito de veículos que não CAPÍTULO IV
disponham dos sistemas, componentes ou acessó-
rios com que foram aprovados ou que utilizem sis- Matrícula
temas, componentes ou acessórios não aprovados
nos termos do n.º 3. Artigo 117.º
6 — Quem infringir o disposto no número ante- Obrigatoriedade de matrícula
rior é sancionado com coima de (euro) 250 a (euro)
1250, sendo ainda apreendido o veículo até que 1 — Os veículos a motor e os seus reboques só
este seja aprovado em inspeção extraordinária. são admitidos em circulação desde que matricula-
dos, salvo o disposto nos n.ºs 2 e 3.

31
CÓDIGO DA ESTRADA

2 — Excetuam-se do disposto no número ante- 5 — No caso de alteração do nome ou da de-


rior os veículos que se desloquem sobre carris e os signação social, mudança de residência ou sede,
reboques cujo peso bruto não exceda 300 kg. deve o titular do documento de identificação do
3 — Os casos em que as máquinas agrícolas e veículo comunicar essa alteração no prazo de 30
industriais, os motocultivadores e os tratocarros dias à autoridade competente, requerendo o res-
estão sujeitos a matrícula são fixados em regula- petivo averbamento.
mento. 6 — Quando o documento de identificação do
4 — A matrícula do veículo deve ser requerida veículo se extraviar ou se encontrar em estado de
à autoridade competente pela pessoa, singular ou conservação que torne ininteligível qualquer indi-
coletiva, que proceder à sua admissão, importação cação ou averbamento, o respetivo titular deve re-
ou introdução no consumo em território nacional. querer, consoante os casos, o seu duplicado ou a
5 — Os veículos a motor e os reboques que de- sua substituição.
vam ser apresentados a despacho nas alfândegas 7 — Só a autoridade competente para a emis-
pelas entidades que se dediquem à sua admissão, são do documento de identificação do veículo pode
importação, montagem ou fabrico podem delas nele efetuar qualquer averbamento ou apor ca-
sair com dispensa de matrícula, nas condições fi- rimbo.
xadas em diploma próprio. 8 — Cada veículo matriculado deve estar pro-
6 — O processo de atribuição de matrícula, a vido de chapas com o respetivo número de matrí-
composição do respetivo número, bem como as ca- cula, nos termos fixados em regulamento.
racterísticas da respetiva chapa são fixados nos ter- 9 — [Revogado.]
mos previstos em regulamentos. 10 — Quem infringir o disposto nos n.ºs 3, 4, 7
7 — A entidade competente deve organizar, e 8 e quem colocar em circulação veículo cujas ca-
nos termos fixados em regulamento, um registo racterísticas não confiram com as mencionadas no
nacional de matrículas. documento que o identifica é sancionado com
8 — Quem puser em circulação veículo não ma- coima de (euro) 120 a (euro) 600, se sanção mais
triculado nos termos dos números anteriores é grave não for aplicável por força de outra disposi-
sancionado com coima de (euro) 600 a (euro) ção legal.
3000, salvo quando se tratar de ciclomotor ou ve- 11 — Quem infringir o disposto nos n.ºs 5 e 6
ículo agrícola, casos em que a coima é de (euro) é sancionado com coima de (euro) 30 a (euro) 150.
300 a (euro) 1500.
_______________________ Artigo 119.º
Alterações:
- Decreto-Lei n.º 84-C/2022, de 9 de dezembro. Cancelamento da matrícula
_______________________
1 — A matrícula de um veículo deve ser cance-
Artigo 118.º lada quando:

Identificação do veículo a) O veículo atinja o seu fim de vida de acordo


com a alínea jjj) do n.º 1 do artigo 3.º do Decreto-
1 — Por cada veículo matriculado deve ser emi- Lei n.º 152-D/2017, de 11 de dezembro, na sua
tido um documento destinado a certificar a respe- redação atual;
tiva matrícula, donde constem as características b) O veículo fique inutilizado;
que o permitam identificar. c) O veículo haja desaparecido, sendo a sua lo-
2 — É titular do documento de identificação do calização desconhecida há mais de seis meses;
veículo a pessoa, singular ou coletiva, em nome d) O veículo for exportado definitivamente;
da qual o veículo for matriculado e que, na quali- e) O veículo deixe de ser utilizado na via pública,
dade de proprietária ou a outro título jurídico, dele passando a ter utilização exclusiva em provas des-
possa dispor, sendo responsável pela sua circula- portivas ou em recintos privados não abertos à cir-
ção. culação;
3 — O adquirente ou a pessoa a favor de quem f) Ao veículo seja atribuída uma nova matrícula;
seja constituído direito que confira a titularidade g) O veículo falte à inspeção referida no n.º 2
do documento de identificação do veículo deve, no do artigo 116.º, sem que a falta seja devidamente
prazo de 30 dias a contar da aquisição ou consti- justificada.
tuição do direito, comunicar tal facto à autoridade
competente para a matrícula. 2 — Para efeitos do disposto no número ante-
4 — O vendedor ou a pessoa que, a qualquer rior, o cancelamento da matrícula deve ser reque-
título jurídico, transfira para outrem a titularidade rido pelo proprietário:
de direito sobre o veículo deve comunicar tal facto a) Quando o veículo fique inutilizado ou atinja
à autoridade competente para a matrícula, nos o seu fim de vida mediante apresentação da docu-
termos e no prazo referidos no número anterior, mentação legalmente exigida nos termos do
identificando o adquirente ou a pessoa a favor de
quem seja constituído o direito.

32
CÓDIGO DA ESTRADA

disposto no Decreto-Lei n.º 152-D/2017, de 11 de _______________________


dezembro, na sua redação atual;
b) Quando o veículo haja desaparecido, medi- Artigo 119.º-A
ante apresentação de auto de participação do seu
Cancelamento temporário de matrícula
desaparecimento às autoridades policiais;
c) Quando o veículo for exportado definitiva- 1 — Pode ser temporariamente cancelada a
mente, mediante apresentação de documento matrícula de veículos de transporte público rodo-
comprovativo da Autoridade Tributária e Adua- viário de mercadorias, nas seguintes condições:
neira (AT); ou
a) Quando o veículo tenha sido objeto de can-
d) Quando o veículo deixe de ser utilizado na
didatura a incentivo ao abate, enquanto o respe-
via pública, mediante apresentação de requeri-
tivo processo se encontre pendente;
mento justificando os motivos e o local onde o
b) Quando, por falta de serviço, o veículo esteja
mesmo é utilizado ou guardado.
imobilizado.
3 — [Revogado.]
2 — O cancelamento temporário a que se refere
4 — O cancelamento da matrícula deve ser re-
o número anterior é requerido na entidade com-
querido pelo proprietário, no prazo de 30 dias, nos
petente, ficando sujeito à entrega:
casos referidos nas alíneas b), e d) do n.º 1.
5 — Se o proprietário não for titular do docu- a) Dos documentos de identificação do veículo;
mento de identificação do veículo, o cancelamento e b) De declaração do proprietário ou legítimo pos-
deve ser requerido, conjuntamente, pelo proprie- suidor em como o veículo não é submetido à cir-
tário e pelo titular daquele documento. culação na via pública sem que seja reposta a ma-
6 — A emissão dos certificados de destruição é trícula.
efetuada nos termos da disposição do artigo 85.º
do Decreto-Lei n.º 152-D/2017, de 11 de dezem- 3 — O cancelamento temporário a que se refere
bro, na sua redação atual. a alínea b) do n.º 1 tem a duração máxima de 24
7 — Sempre que tenham qualquer intervenção meses.
em ato decorrente da inutilização ou desapareci- 4 — Os veículos objeto do presente artigo ficam
mento de um veículo, as companhias de seguros isentos da taxa de cancelamento de matrícula,
são obrigadas a comunicar tal facto e a remeter o bem como, no caso de reposição de matrícula, da
documento de identificação do veículo e o título de respetiva taxa e inspeção extraordinária, salvo os
registo de propriedade às autoridades competentes. veículos abrangidos pela alínea a) do n.º 1 cujas
8 — Sem prejuízo do disposto nos números an- candidaturas tenham sido rejeitadas por falta de
teriores, os tribunais, as entidades fiscalizadoras cumprimento dos requisitos necessários.
do trânsito ou outras entidades públicas devem 5 — Assume ainda caráter temporário o cance-
comunicar às autoridades competentes os casos lamento de matrícula previsto nas alíneas e) e g)
de inutilização de veículos de que tenham conhe- do n.º 1 do artigo 119.º, pelo prazo máximo de
cimento no exercício das suas funções. cinco e um ano respetivamente, ficando os seus
9 — A entidade competente pode autorizar que proprietários obrigados à entrega da documenta-
sejam repostas matrículas canceladas ou, em ca- ção dos veículos nos serviços competentes, onde
sos excecionais fixados em regulamento, que se- o processo de cancelamento da matrícula tiver lu-
jam atribuídas novas matrículas a veículos já an- gar.
teriormente matriculados em território nacional. 6 — Quando não ocorra a reposição ou o can-
10 — Não podem ser repostas ou atribuídas no- celamento definitivo da matrícula, após o decurso
vas matrículas a veículos quando o cancelamento do prazo definido no número anterior, o proprietá-
da matrícula anterior tenha tido por fundamento a rio do veículo é sancionado com coima de (euro)
destruição do mesmo. 60 a (euro) 300.
11 — [Revogado.]
12 — O titular do registo de propriedade pode CAPÍTULO V
ainda requerer o cancelamento da matrícula, Regime especial
quando tenha transferido a propriedade do veículo
a terceiro há mais de um ano e este não tenha Artigo 120.º
procedido à respetiva atualização do registo de
propriedade, mediante apresentação de pedido de Regime especial
apreensão de veículo, apresentado há mais de seis
O disposto no presente título não é aplicável ao
meses.
equipamento militar circulante ou de intervenção
13 — Quem infringir o prazo previsto no n.º 4
de ordem pública afeto às forças militares ou de
é sancionado com coima de (euro) 60 a (euro) 300.
_______________________
segurança.
Alterações:
- Decreto-Lei n.º 84-C/2022, de 9 de dezembro.

33
CÓDIGO DA ESTRADA

TÍTULO V 13 — Caso as sanções em que o titular se en-


contra condenado sejam apenas pecuniárias, o tí-
Da habilitação legal para conduzir
tulo ou duplicado referidos no número anterior fica
igualmente retido pela entidade emissora, sendo
CAPÍTULO I emitida guia de substituição válida até ao termo
Títulos de condução do processo.
14 — O condutor que infringir algum dos deve-
Artigo 121.º res fixados no RHLC é sancionado com coima de
(euro) 60 a (euro) 300, se sanção mais grave não
Habilitação legal para conduzir for aplicável.
1 — Só pode conduzir um veículo a motor na
via pública quem estiver legalmente habilitado Artigo 121.º-A
para o efeito. Atribuição de pontos
2 — É permitida aos instruendos e examinan-
dos a condução de veículos a motor, nos termos 1 — A cada condutor são atribuídos doze pon-
das disposições legais aplicáveis. tos.
3 — A condução, nas vias públicas, do equipa- 2 — Aos pontos atribuídos nos termos do nú-
mento militar circulante ou de intervenção de or- mero anterior podem ser acrescidos três pontos,
dem pública referido no artigo 120.º e dos veículos até ao limite máximo de quinze pontos, nas situa-
que se deslocam sobre carris rege-se por legisla- ções previstas no n.º 5 do artigo 148.º
ção especial. 3 — Aos pontos atribuídos nos termos dos nú-
4 — O documento que titula a habilitação legal meros anteriores pode ser acrescido um ponto, até
para conduzir ciclomotores, motociclos, triciclos, ao limite máximo de dezasseis pontos, nas situa-
quadriciclos, automóveis e veículos agrícolas, ex- ções previstas no n.º 7 do artigo 148.º
ceto motocultivadores operados a pé, designa-se
carta de condução. Artigo 122.º
5 — [Revogado.]
Regime probatório
6 — A condução de velocípedes e de veículos a
eles equiparados não carece de habilitação legal 1 — A carta de condução emitida a favor de
para conduzir. quem ainda não se encontrava legalmente habili-
7 — O IMT, I. P., as entidades fiscalizadoras e tado a conduzir qualquer categoria de veículos fica
outras entidades com competência para o efeito sujeita a regime probatório durante os três primei-
podem substituir as cartas de condução por guias ros anos da sua validade.
de substituição provisórias, válidas apenas em ter- 2 — Se, no período referido no número anterior,
ritório nacional e para as categorias constantes do for instaurado contra o titular da carta de condu-
título que substituem, pelo prazo a definir por de- ção procedimento do qual possa resultar a conde-
liberação do conselho diretivo do IMT, I. P. nação pela prática de crime por violação de regras
8 — Nenhum condutor pode, simultaneamente, de circulação rodoviária, contraordenação muito
ser titular de mais de um título de condução, do grave ou segunda contraordenação grave, o re-
modelo comunitário, emitido por qualquer dos Es- gime probatório é prorrogado até que a respetiva
tados membros da União Europeia ou do espaço decisão transite em julgado ou se torne definitiva.
económico europeu. 3 — O regime probatório não se aplica às cartas
9 — As cartas de condução são emitidas pelo de condução emitidas por troca por documento
IMT, I. P. aos cidadãos que provem preencher os equivalente que habilite o seu titular a conduzir há
respetivos requisitos legais, sendo válidas para as mais de três anos, salvo se contra ele pender pro-
categorias de veículos e pelos prazos legalmente cedimento nos termos do número anterior.
estabelecidos. 4 — Os titulares de carta de condução das ca-
10 — O IMT, I. P., organiza, nos termos fixados tegorias T, AM e A1 ou B1 ficam sujeitos ao regime
em diploma próprio, um registo nacional de con- probatório quando obtenham habilitação para con-
dutores. duzir outra categoria de veículos, ainda que o tí-
11 — Os modelos dos títulos de condução refe- tulo inicial tenha mais de três anos de validade.
ridos nos números anteriores, bem como os deve- 5 — O regime probatório cessa uma vez findos
res do condutor, são fixados no Regulamento da os prazos previstos nos n.ºs 1 ou 2 sem que o ti-
Habilitação Legal para Conduzir (RHLC). tular seja condenado pela prática de crime, con-
12 — Não são entregues os títulos de condução traordenação muito grave ou por duas contraor-
revalidados, trocados, substituídos, ou seus dupli- denações graves.
cados, enquanto não se encontrarem integralmente 6 — [Revogado.]
cumpridas as sanções acessórias de proibição ou 7 — [Revogado.]
inibição de conduzir a que o respetivo titular tenha 8 — [Revogado.]
sido condenado. 9 — [Revogado.]

34
CÓDIGO DA ESTRADA

10 — [Revogado.] c) Títulos de condução emitidos por outros Es-


11 — [Revogado.] tados-Membros da Organização para a Cooperação
12 — [Revogado.] e Desenvolvimento Económico (OCDE) ou da Co-
13 — [Revogado.] munidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP),
14 — [Revogado.] desde que verificadas as seguintes condições cu-
mulativas:
Artigo 123.º i) O Estado emissor seja subscritor de uma das
convenções referidas na alínea seguinte ou de um
Carta de condução acordo bilateral com o Estado Português;
1 — A carta de condução habilita o seu titular ii) Não tenham decorrido mais de 15 anos
a conduzir uma ou mais categorias de veículos e desde a emissão ou última renovação do título;
respetivos tipos fixadas no RHLC, sem prejuízo do iii) O titular tenha menos de 60 anos de idade;
estabelecido nas disposições relativas à homolo- d) Títulos de condução emitidos por Estado es-
gação de veículos. trangeiro em conformidade com o anexo n.º 9 da
2 — A condução de veículos afetos a determi- Convenção Internacional de Genebra, de 19 de se-
nados transportes pode ainda depender da titula- tembro de 1949, sobre circulação rodoviária, ou
ridade do correspondente documento de aptidão com o anexo n.º 6 da Convenção Internacional de
profissional, nos termos de legislação própria. Viena, de 8 de novembro de 1968, sobre circula-
3 — Quem conduzir veículos de qualquer cate- ção rodoviária;
goria ou tipo de veículo para os quais a respetiva e) Títulos de condução emitidos por Estado es-
carta de condução não confira habilitação é sanci- trangeiro, desde que em condições de reciproci-
onado: dade;
a) Com coima de (euro) 120 a (euro) 600, se f) [Revogada.]
for apenas titular de carta de condução da catego- g) Licenças internacionais de condução, desde
ria T; que apresentadas com o título nacional que as su-
b) Com coima de (euro) 700 a (euro) 3500, se porta;
for apenas titular de carta de condução da catego- h) Licenças especiais de condução;
ria AM ou A1; i) Autorizações especiais de condução;
c) Com coima de (euro) 500 a (euro) 2500, se j) Licença de aprendizagem.
for apenas titular de carta de condução de uma das 2 — A emissão das licenças e das autorizações
categorias não previstas nas alíneas anteriores. especiais de condução bem como as condições em
4 — [Revogado.] que os títulos estrangeiros habilitam a conduzir
5 — [Revogado.] em território nacional são fixadas no RHLC.
6 — [Revogado.] 3 — Os titulares das licenças referidas nas alí-
7 — [Revogado.] neas d), e) e g) do n.º 1 estão autorizados a con-
8 — [Revogado.] duzir veículos a motor em Portugal durante os pri-
9 — [Revogado.] meiros 185 dias subsequentes à sua entrada no
10 — [Revogado.] País, desde que não sejam residentes.
11 — [Revogado.] 4 — Após fixação da residência em Portugal, o
12 — [Revogado.] titular das licenças referidas no número anterior
13 — [Revogado.] deve proceder à troca do título de condução, no
14 — [Revogado.] prazo de 90 dias.
5 — Os títulos referidos no n.º 1 só permitem
Artigo 124.º conduzir em território nacional se os seus titula-
res tiverem a idade mínima exigida pela lei por-
[Revogado.] tuguesa para a respetiva habilitação, encon-
trando-se válidos e não apreendidos, suspensos,
Artigo 125.º caducados ou cassados por força de disposição
legal, decisão administrativa ou sentença judicial
Outros títulos
aplicadas ao seu titular em Portugal ou no Estado
1 — Além da carta de condução são títulos ha- emissor.
bilitantes para a condução de veículos a motor os 6 — [Revogado.]
seguintes: 7 — [Revogado.]
8 — Quem infringir o disposto nos n.ºs 3 a 5,
a) Títulos de condução emitidos pelos serviços
sendo titular de licença válida, é sancionado com
competentes pela administração portuguesa do
coima de (euro) 300 a (euro) 1500.
território de Macau; _______________________
b) Títulos de condução emitidas por outros Es-
Alterações:
tados membros da União Europeia ou do espaço - Decreto-Lei n.º 46/2022, de 12 de julgo.
económico europeu; _______________________

35
CÓDIGO DA ESTRADA

CAPÍTULO II b) Dispensa de provas do exame de condução


para as categorias AM, A1, A2, B1, B e BE dos tí-
Requisitos
tulos de condução referidos na alínea d) do n.º 1
do artigo 125.º;
Artigo 126.º c) Realização de prova teórica e prática, em re-
Requisitos para a obtenção de títulos de gime de autopropositura, para as categorias A, C1,
condução C1E, C, CE, D1, D1E, D, DE, T e averbamento do
Grupo 2, para os títulos referidos na alínea d) do
Os requisitos exigidos para a obtenção dos tí- n.º 1 do artigo 125.º;
tulos de condução são fixados no RHLC. d) Realização de provas de exame, quando pre-
vistas em acordos bilaterais ou multilaterais que
Artigo 127.º vinculem o Estado português.
Restrições ao exercício da condução 3 — Na carta de condução portuguesa conce-
1 — Podem ser impostos aos condutores, em dida por troca de título estrangeiro são averbadas
resultado de avaliação médica ou psicológica: as seguintes categorias de veículos:

a) Restrições ao exercício da condução; a) As registadas nos títulos de condução pre-


b) Prazos especiais para revalidação dos títulos vistos na alínea b) do n.º 1 do artigo 125.º;
de condução; ou b) As obtidas mediante exame de condução nos
c) Adaptações específicas ao veículo que con- títulos de condução previstos nas alíneas d) e e)
duzam. do artigo 125.º, desde que observado o disposto
nas alíneas b) a d) do número anterior;
2 — As restrições, os prazos especiais de reva- c) As previstas no RHLC como extensão de ha-
lidação e as adaptações do veículo impostas ao bilitação de outra categoria de veículo.
condutor são definidos no RHLC e são menciona-
dos nos respetivos títulos de condução sob forma 4 — É obrigatoriamente trocado por idêntico tí-
codificada. tulo nacional o título de condução pertencente a
3 — Sempre que um candidato a condutor das cidadão residente e emitido por outro Estado
categorias AM, A1, A2 ou A preste prova de exame membro da União Europeia ou do espaço econó-
em veículo de três rodas ou em triciclo, deve ser mico europeu:
registado no título de condução o respetivo código a) Apreendido em Portugal para cumprimento
de restrição. de proibição ou inibição de conduzir, após o cum-
4 — Quem conduzir veículo sem obediência às primento da pena;
restrições que lhe foram impostas ou sem as adap- b) Em que seja necessário proceder a qualquer
tações específicas determinadas nos termos dos alteração.
números anteriores é sancionado com coima de
(euro) 120 a (euro) 600, se sanção mais grave não 5 — Quando os títulos de condução referidos
for aplicável. nas alíneas b) a e) do n.º 1 do artigo 125.º tenham
5 — [Revogado.] resultado de troca por idêntico título, apenas é ad-
6 — [Revogado.] missível a sua troca por idêntico título nacional se
o título original tiver sido emitido por:
CAPÍTULO III a) Estado-Membro da União Europeia ou do Es-
Troca de título paço Económico Europeu;
b) Estado-Membro da OCDE ou da CPLP, desde
que cumprida a condição prevista na subalínea i)
Artigo 128.º
da alínea c) do n.º 1 do artigo 125.º;
Troca de títulos de condução c) Estado com o qual o Estado Português tenha
celebrado convenção ou tratado internacional que
1 — A carta de condução pode ser obtida por
obrigue ao reconhecimento mútuo dos títulos de
troca de título estrangeiro válido, que não se en-
condução.
contre apreendido ou tenha sido cassado ou can-
celado por determinação de um outro Estado. 6 — Os titulares de títulos de condução estran-
2 — Se o título estrangeiro apresentado for um geiros não enumerados no n.º 1 do artigo 125.º
dos referidos nas alíneas b) a e) do n.º 1 do artigo podem obter carta de condução por troca dos seus
125.º, a troca está condicionada ao cumprimento títulos desde que comprovem que os mesmos fo-
pelo titular dos requisitos fixados no RHLC para ram obtidos mediante aprovação em exame, ob-
obtenção da carta de condução, com: servem os requisitos fixados no RHLC para obten-
ção da carta de condução e obtenham aprovação
a) Dispensa de provas do exame de condução
em prova teórica e prática do exame de condução,
para os títulos de condução referidos nas alíneas
b) e c) do n.º 1 do artigo 125.º;

36
CÓDIGO DA ESTRADA

em regime de autopropositura, para as categorias para exercer a condução com segurança, nomea-
que pretendam trocar. damente, a circulação em sentido oposto ao legal-
7 — A troca de título de condução estrangeiro mente estabelecido em autoestradas ou vias equi-
é condicionada à aprovação do requerente a uma paradas, o atropelamento e fuga, bem como a de-
prova prática componente do exame de condução pendência ou a tendência para abusar de bebidas
quando: alcoólicas ou de substâncias psicotrópicas.
3 — O estado de dependência de álcool ou de
a) [Revogada.]
substâncias psicotrópicas é determinado por ava-
b) [Revogada.]
liação médica, ordenada pelas entidades referidas
c) Não for requerida a troca do título estran-
no n.º 1, em caso de condução sob a influência de
geiro no prazo de dois anos, contados a partir da
quaisquer daquelas substâncias.
data da fixação da residência em Portugal, nas si-
4 — Revela a tendência para abusar de bebidas
tuações previstas na alínea b) do n.º 2;
alcoólicas ou de substâncias psicotrópicas a prá-
d) Não for requerida dois anos após o termo do
tica num período de três anos, de duas infrações
prazo fixado para a troca de título de condução vi-
criminais ou contraordenacionais muito graves, de
talício emitido por Estado-membro da União Euro-
condução sob a influência do álcool ou de substân-
peia ou do Espaço Económico Europeu;
cias psicotrópicas.
e) Exista registo de prova prática realizada em
5 — Quando o tribunal conheça de infração que
território nacional, em data posterior à da obten-
tenha posto em causa a segurança de pessoas e
ção do título estrangeiro, com resultado de repro-
bens a que corresponda pena acessória de proibi-
vado.
ção ou inibição de conduzir e haja fundadas razões
8 — A troca de título de condução estrangeiro para presumir que a mesma resultou de inaptidão
é condicionada à aprovação do requerente a uma ou incapacidade do condutor, deve determinar a
prova teórica componente do exame de condução sua submissão, singular ou cumulativamente, a
quando exista registo de prova teórica realizada avaliação médica, psicológica, a exame de condu-
em território nacional, em data posterior à da ob- ção ou a qualquer das suas provas.
tenção do título estrangeiro, com resultado de re- 6 — [Revogado.]
provado. 7 — Caso as entidades fiscalizadoras detetem
9 — Os titulares de carta de condução portu- condutores cujos comportamentos possam indiciar
guesa arquivada no IMT, I. P., por troca de título a falta de aptidão física, mental ou psicológica para
de condução estrangeiro podem requerer a sua conduzir com segurança devem elaborar relatório
restituição, exclusivamente para as categorias que circunstanciado e remetê-lo à autoridade compe-
se habilitaram em Portugal, desde que observem tente.
os requisitos previstos no RHLC para a obtenção
de carta de condução, com exceção da submissão Artigo 130.º
a exame de condução.
Caducidade dos títulos de condução
10 — É aplicável o disposto nos números ante-
riores ao averbamento na carta de condução de 1 — O título de condução caduca se:
categorias registadas em título estrangeiro.
_______________________ a) Não for revalidado, nos termos fixados no
RHLC, quanto às categorias abrangidas pela ne-
Alterações:
- Decreto-Lei n.º 46/2022, de 12 de julho. cessidade de revalidação, salvo se o respetivo ti-
_______________________ tular demonstrar ter sido titular de documento
idêntico e válido durante esse período;
CAPÍTULO IV b) O seu titular não se submeter ou reprovar
na avaliação médica ou psicológica, no exame de
Novos exames e caducidade
condução ou em qualquer das suas provas, deter-
minados ao abrigo dos n.ºs 1 e 5 do artigo anterior;
Artigo 129.º
c) Se encontrar em regime probatório e o seu
Novos exames titular for condenado, por sentença judicial transi-
tada em julgado ou decisão administrativa defini-
1 — Surgindo fundadas dúvidas sobre a aptidão tiva, pela prática de crime ligado ao exercício da
física, mental ou psicológica ou sobre a capacidade condução, de uma contraordenação muito grave
de um condutor ou candidato a condutor para con- ou de segunda contraordenação grave;
duzir com segurança, a autoridade competente d) For cassado nos termos do artigo 148.º do
determina que aquele seja submetido, singular ou presente Código ou do artigo 101.º do Código Pe-
cumulativamente, a avaliação médica, a avaliação nal;
psicológica, a novo exame de condução ou a qual- e) O condutor falecer.
quer das suas provas.
2 — Constitui motivo para dúvidas sobre a apti- 2 — A revalidação de título de condução cadu-
dão psicológica ou a capacidade de um condutor cado fica sujeita à aprovação do seu titular em

37
CÓDIGO DA ESTRADA

exame especial de condução, cujo conteúdo e ca- legislação especial cuja aplicação esteja cometida
racterísticas são fixados no RHLC, sempre que: à ANSR, e para o qual se comine uma coima.
a) A causa de caducidade prevista na alínea a)
Artigo 132.º
do número anterior tenha ocorrido há mais de dois
anos e há menos de cinco anos, com exceção da Regime
revalidação dos títulos das categorias AM, A1, A2,
A, B1, B e BE cujos titulares não tenham comple- As contraordenações rodoviárias são reguladas
tado 50 anos; pelo disposto no presente diploma, pela legislação
b) A causa de caducidade seja a falta ou repro- rodoviária complementar ou especial que as pre-
vação no exame de condução ou em qualquer das veja e, subsidiariamente, pelo regime geral das
suas provas determinadas ao abrigo dos n.ºs 1 e contraordenações.
5 do artigo anterior;
c) A causa de caducidade seja a falta ou repro- Artigo 133.º
vação na avaliação médica ou psicológica, deter- Punibilidade da negligência
minada ao abrigo dos n.ºs 1 e 5 do artigo anterior
e o título se encontre caducado há mais de um ano. Nas contraordenações rodoviárias a negligên-
cia é sempre sancionada.
3 — O título de condução caducado não pode
ser renovado quando: Artigo 134.º
a) [Revogada.] Concurso de infrações
b) [Revogada.]
c) O titular reprove, pela segunda vez, em 1 — Se o mesmo facto constituir simultanea-
qualquer das provas do exame especial de condu- mente crime e contraordenação, o agente é pu-
ção a que for submetido; nido sempre a título de crime, sem prejuízo da
d) Tenham decorrido mais de dez anos sobre a aplicação da sanção acessória prevista para a con-
data em que deveria ter sido renovado. traordenação.
2 — A aplicação da sanção acessória, nos ter-
4 — São ainda sujeitos ao exame especial pre- mos do número anterior, cabe ao tribunal compe-
visto no n.º 2: tente para o julgamento do crime.
a) Os titulares de títulos de condução caduca- 3 — As sanções aplicadas às contraordenações
dos ao abrigo das alíneas c) e d) do n.º 1; em concurso são sempre cumuladas material-
b) Os titulares do título caducado há mais de mente.
cinco anos.
Artigo 135.º
5 — Os titulares de título de condução cadu-
cado consideram-se, para todos os efeitos legais, Responsabilidade pelas infrações
não habilitados a conduzir os veículos para os
1 — São responsáveis pelas contraordenações
quais o título fora emitido, sendo-lhes aplicável o
rodoviárias os agentes que pratiquem os factos
regime probatório previsto no artigo 122.º caso
constitutivos das mesmas, designados em cada di-
venham a obter novo título de condução.
ploma legal, sem prejuízo das exceções e presun-
6 — [Revogado.]
ções expressamente previstas naqueles diplomas.
7 — Quem conduzir veículo com título caducado,
2 — As pessoas coletivas ou equiparadas são
nos termos previstos no n.º 1, é sancionado com
responsáveis nos termos da lei geral.
coima de (euro) 120 a (euro) 600.
3 — A responsabilidade pelas infrações previs-
tas no Código da Estrada e legislação complemen-
TÍTULO VI tar recai no:
Da responsabilidade a) Condutor do veículo, relativamente às infra-
ções que respeitem ao exercício da condução;
CAPÍTULO I b) Titular do documento de identificação do ve-
Disposições gerais ículo relativamente às infrações que respeitem às
condições de admissão do veículo ao trânsito nas
Artigo 131.º vias públicas, bem como pelas infrações referidas
na alínea anterior quando não for possível identi-
Âmbito ficar o condutor;
c) Locatário, no caso de aluguer operacional de
Constitui contraordenação rodoviária todo o
veículos, aluguer de longa duração ou locação fi-
facto ilícito e censurável que preencha um tipo le-
nanceira, pelas infrações referidas na alínea a)
gal correspondente à violação de norma do Código
quando não for possível identificar o condutor;
da Estrada ou de legislação complementar e

38
CÓDIGO DA ESTRADA

d) Peão, relativamente às infrações que respei- 2 — São contraordenações leves as sancioná-


tem ao trânsito de peões. veis apenas com coima.
3 — São contraordenações graves ou muito
4 — Se o titular do documento de identificação
graves as que forem sancionáveis com coima e
do veículo ou, nos casos previstos na alínea c) do
com sanção acessória.
número anterior, o locatário provar que o condutor
o utilizou abusivamente ou infringiu as ordens, as
Artigo 137.º
instruções ou os termos da autorização concedida,
cessa a sua responsabilidade, sendo responsável, Coima
neste caso, o condutor.
5 — Os instrutores são responsáveis pelas in- As coimas aplicadas por contraordenações ro-
frações cometidas pelos instruendos, desde que doviárias não estão sujeitas a qualquer adicional e
não resultem de desobediência às indicações da do seu produto não pode atribuir-se qualquer per-
instrução. centagem aos agentes autuantes.
6 — Os examinandos respondem pelas infra-
ções cometidas durante o exame. Artigo 138.º
7 — São também responsáveis pelas infrações Sanção acessória
previstas no Código da Estrada e legislação com-
plementar: 1 — As contraordenações graves e muito gra-
ves são sancionáveis com coima e com sanção
a) Os comitentes que exijam dos condutores um acessória.
esforço inadequado à prática segura da condução 2 — Quem praticar qualquer ato estando ini-
ou os sujeitem a horário incompatível com a neces- bido de o fazer por força de sanção acessória apli-
sidade de repouso, quando as infrações sejam con- cada em sentença criminal transitada em julgado,
sequência do estado de fadiga do condutor; por prática de contraordenação rodoviária, é pu-
b) Os pais ou tutores que conheçam a inabili- nido por crime de violação de imposições, proibi-
dade ou a imprudência dos seus filhos menores ou ções ou interdições, nos termos do artigo 353.º do
dos seus tutelados e não obstem, podendo, a que Código Penal, aprovado pelo Decreto-Lei n.º
eles pratiquem a condução; 400/82, de 23 de setembro.
c) Os pais ou tutores de menores habilitados 3 — Quem praticar qualquer ato estando ini-
com cartas de condução da categoria AM, com a bido de o fazer por força de sanção acessória apli-
menção da restrição 790; cada em decisão administrativa definitiva, por prá-
d) Os condutores de veículos que transportem tica de contraordenação rodoviária, é punido por
passageiros menores ou inimputáveis e permitam crime de desobediência qualificada, nos termos do
que estes não façam uso dos acessórios de segu- n.º 2 do artigo 348.º do Código Penal, aprovado
rança obrigatórios; pelo Decreto-Lei n.º 400/82, de 23 de setembro.
e) Os que facultem a utilização de veículos a 4 — A duração mínima e máxima das sanções
pessoas que não estejam devidamente habilitadas acessórias aplicáveis a outras contraordenações ro-
para conduzir, que estejam sob influência de ál- doviárias é fixada nos diplomas que as preveem.
cool ou de substâncias psicotrópicas, ou que se 5 — As sanções acessórias são cumpridas em
encontrem sujeitos a qualquer outra forma de re- dias seguidos.
dução das faculdades físicas ou psíquicas necessá-
rias ao exercício da condução. Artigo 139.º
8 — O titular do documento de identificação do Determinação da medida da sanção
veículo ou, nos casos referidos pela alínea c) do
n.º 3, o locatário responde subsidiariamente pelo 1 — A medida e o regime de execução da san-
pagamento das coimas e das custas que forem de- ção determinam-se em função da gravidade da
vidas pelo autor da contraordenação, sem prejuízo contraordenação e da culpa, tendo ainda em conta
do direito de regresso contra este, quando haja os antecedentes do infrator relativamente ao di-
utilização abusiva do veículo. ploma legal infringido ou aos seus regulamentos.
2 — Na fixação do montante da coima, deve
Artigo 136.º atender-se à gravidade da contraordenação e da
culpa, tendo em conta os antecedentes do infrator
Classificação das contraordenações rodoviá- relativamente ao diploma legal infringido ou aos
rias seus regulamentos, e a situação económica do in-
1 — As contraordenações rodoviárias, nomea- frator, quando for conhecida.
damente as previstas no Código da Estrada e le- 3 — Quando a contraordenação for praticada
gislação complementar, classificam-se em leves, no exercício da condução, além dos critérios refe-
graves e muito graves, nos termos dos respetivos ridos no número anterior, deve atender-se, como
diplomas legais. circunstância agravante, aos especiais deveres de
cuidado que recaem sobre o condutor,

39
CÓDIGO DA ESTRADA

designadamente quando este conduza veículos de a) O infrator, no caso de inibição de conduzir,


socorro ou de serviço urgente, de transporte cole- cometer contraordenação grave ou muito grave,
tivo de crianças, táxis, de TVDE, pesados de pas- praticar factos sancionados com proibição ou ini-
sageiros ou de mercadorias, ou de transporte de bição de conduzir, não cumprir os deveres impos-
mercadorias perigosas. tos nos termos do n.º 3 do artigo anterior ou for
ordenada a cassação do título de condução;
Artigo 140.º b) O infrator, tratando-se de outra sanção
acessória, cometer nova contraordenação ao
Atenuação especial da sanção acessória mesmo diploma legal ou seus regulamentos, tam-
Os limites mínimo e máximo da sanção acessó- bém cominada com sanção acessória.
ria cominada para as contraordenações muito gra- 2 — A revogação determina o cumprimento da
ves podem ser reduzidos para metade tendo em sanção cuja execução estava suspensa e a quebra
conta as circunstâncias da infração, se o infrator da caução, que reverte a favor da entidade que
não tiver praticado, nos últimos cinco anos, qual- tiver determinado a suspensão.
quer contraordenação grave ou muito grave ou
facto sancionado com proibição ou inibição de con-
Artigo 143.º
duzir e na condição de se encontrar paga a coima.
Reincidência
Artigo 141.º
1 — É sancionado como reincidente o infrator
Suspensão da execução da sanção acessória que cometa contraordenação cominada com san-
ção acessória, depois de ter sido condenado por
1 — Pode ser suspensa a execução da sanção outra contraordenação ao mesmo diploma legal ou
acessória aplicada a contraordenações graves no seus regulamentos, praticada há menos de cinco
caso de se verificarem os pressupostos de que a anos e também sancionada com sanção acessória.
lei penal geral faz depender a suspensão da exe- 2 — No prazo previsto no número anterior não
cução das penas, desde que se encontre paga a é contado o tempo durante o qual o infrator cum-
coima, nas condições previstas nos números se- priu a sanção acessória ou a proibição de conduzir,
guintes. ou foi sujeito à interdição de concessão de título
2 — Se o infrator não tiver sido condenado, nos de condução.
últimos cinco anos, pela prática de crime rodoviá- 3 — No caso de reincidência, os limites mínimos
rio ou de qualquer contraordenação grave ou de duração da sanção acessória previstos para a
muito grave, a suspensão pode ser determinada respetiva contraordenação são elevados para o
pelo período de seis meses a um ano. dobro.
3 — A suspensão pode ainda ser determinada,
pelo período de um a dois anos, se o infrator, nos
Artigo 144.º
últimos cinco anos, tiver praticado apenas uma
contraordenação grave, devendo, neste caso, ser Registo de infrações
condicionada, singular ou cumulativamente:
1 — O registo de infrações é efetuado e orga-
a) [Revogada.] nizado nos termos e para os efeitos estabelecidos
b) Ao cumprimento do dever de frequência de nos diplomas legais onde se preveem as respeti-
ações de formação, quando se trate de sanção vas contraordenações.
acessória de inibição de conduzir; 2 — Do registo referido no número anterior de-
c) Ao cumprimento de deveres específicos pre- vem constar as contraordenações graves e muito
vistos noutros diplomas legais. graves praticadas e respetivas sanções.
3 — O infrator tem acesso ao seu registo, sem-
4 — A caução de boa conduta é fixada entre
pre que o solicite, nos termos legais.
(euro) 500 e (euro) 5000, tendo em conta a dura-
4 — Aos processos em que deva ser apreciada
ção da sanção acessória aplicada e a situação eco-
a responsabilidade de qualquer infrator é sempre
nómica do infrator.
junta uma cópia dos assentamentos que lhe dizem
5 — Os encargos decorrentes da frequência de
respeito.
ações de formação são suportados pelo infrator.
6 — [Revogado.]
CAPÍTULO II
Artigo 142.º Disposições especiais
Revogação da suspensão da execução da
Artigo 145.º
sanção acessória
Contraordenações graves
1 — A suspensão da execução da sanção aces-
sória é sempre revogada se, durante o respetivo 1 — No exercício da condução, consideram-se
período: graves as seguintes contraordenações:

40
CÓDIGO DA ESTRADA

a) O trânsito de veículos em sentido oposto ao o) A paragem e o estacionamento nas passa-


estabelecido; gens assinaladas para a travessia de pões ou ve-
b) O excesso de velocidade praticado fora das locípedes;
localidades superior a 30 km/h sobre os limites le- p) O transporte de passageiros menores ou
galmente impostos, quando praticado pelo condu- inimputáveis sem que estes façam uso dos aces-
tor de motociclo ou de automóvel ligeiro, ou supe- sórios de segurança obrigatórios;
rior a 20 km/h, quando praticado por condutor de q) A paragem e o estacionamento em lugar re-
outro veículo a motor; servado a pessoa com deficiência condicionada na
c) O excesso de velocidade praticado dentro sua mobilidade, nos termos previstos no Decreto-
das localidades superior a 20 km/h sobre os limi- Lei n.º 307/2003, de 10 de dezembro, alterado
tes legalmente impostos, quando praticado pelo pelo Decreto-Lei n.º 17/2011, de 27 de janeiro,
condutor de motociclo ou de automóvel ligeiro, ou por qualquer condutor que não esteja autorizado
superior a 10 km/h, quando praticado por condu- para tal.
tor de outro veículo a motor;
2 — Considera-se igualmente contraordenação
d) O excesso de velocidade superior a 20 km/h
grave:
sobre os limites de velocidade estabelecidos para
o condutor ou especialmente fixados para o veí- a) A circulação de veículo sem seguro de res-
culo, sem prejuízo do estabelecido nas alíneas b) ponsabilidade civil, caso em que é aplicável o dis-
ou c); posto na alínea b) do n.º 3 do artigo 135.º, com
e) O trânsito com velocidade excessiva para as os efeitos previstos e equiparados nos n.ºs 2 e 3
características do veículo ou da via, para as con- do artigo 147.º;
dições atmosféricas ou de circulação, ou nos casos b) A circulação de veículos nos termos do n.º 6
em que a velocidade deva ser especialmente mo- do artigo 112.º
derada;
f) O desrespeito das regras e sinais relativos a Artigo 146.º
distância entre veículos, cedência de passagem,
ultrapassagem, mudança de direção ou de via de Contraordenações muito graves
trânsito, inversão do sentido de marcha, início de No exercício da condução, consideram-se
marcha, posição de marcha, marcha atrás e atra- muito graves as seguintes contraordenações:
vessamento de passagem de nível;
g) A paragem ou o estacionamento nas bermas a) A paragem ou o estacionamento nas faixas
das autoestradas ou vias equiparadas; de rodagem, fora das localidades, a menos de 50
h) O desrespeito das regras de trânsito de au- m dos cruzamentos e entroncamentos, curvas ou
tomóveis pesados e de conjuntos de veículos, em lombas de visibilidade insuficiente e, ainda, a pa-
autoestradas ou vias equiparadas; ragem ou o estacionamento nas faixas de roda-
i) A não cedência de passagem aos peões pelo gem das autoestradas ou vias equiparadas;
condutor que mudou de direção dentro das locali- b) O estacionamento, de noite, nas faixas de
dades, bem como o desrespeito pelo trânsito dos rodagem, fora das localidades;
mesmos nas passagens para o efeito assinaladas; c) A não utilização do sinal de pré-sinalização
j) O trânsito de veículos sem utilização das lu- de perigo, bem como a falta de sinalização de ve-
zes referidas no n.º 1 do artigo 61.º, nas condi- ículo imobilizado por avaria ou acidente, em auto-
ções previstas no mesmo número, bem como o estradas ou vias equiparadas;
trânsito de motociclos e de ciclomotores sem utili- d) A utilização dos máximos de modo a provo-
zação das luzes de cruzamento; car encandeamento;
l) A condução sob influência de álcool, quando e) A entrada ou saída das autoestradas ou vias
a taxa de álcool no sangue for igual ou superior a equiparadas por locais diferentes dos acessos a
0,5 g/l e inferior a 0,8 g/l ou igual ou superior a esses fins destinados;
0,2 g/l e inferior a 0,5 g/l quando respeite a con- f) A utilização, em autoestradas ou vias equi-
dutor em regime probatório, condutor de veículo paradas, dos separadores de trânsito ou de aber-
de socorro ou de serviço urgente, de transporte turas eventualmente neles existentes, bem como
coletivo de crianças e jovens até aos 16 anos, de o trânsito nas bermas;
táxi, de TVDE, de automóvel pesado de passagei- g) As infrações previstas na alínea a) do n.º 1
ros ou de mercadorias ou de transporte de merca- do artigo anterior quando praticadas em autoes-
dorias perigosas; tradas, vias equiparadas e vias com mais de uma
m) A não utilização do sinal de pré-sinalização via de trânsito em cada sentido;
de perigo e das luzes avisadoras de perigo; h) As infrações previstas nas alíneas f) e j) do
n) A utilização, durante a marcha do veículo, n.º 1 do artigo anterior quando praticadas nas au-
de equipamento ou aparelho nos termos do n.º 1 toestradas ou vias equiparadas;
do artigo 84.º; i) A infração prevista na alínea b) do n.º 1 do
artigo anterior, quando o excesso de velocidade

41
CÓDIGO DA ESTRADA

for superior a 60 km/h ou a 40 km/h, respetiva- Artigo 148.º


mente, bem como a infração prevista na alínea c)
Sistema de pontos e cassação do título de
do n.º 1 do mesmo artigo, quando o excesso de
condução
velocidade for superior a 40 km/h ou a 20 km/h,
respetivamente, e a infração prevista na alínea d) 1 — A prática de contraordenação grave ou
do mesmo número, quando o excesso de veloci- muito grave, prevista e punida nos termos do Có-
dade for superior a 40 km/h; digo da Estrada e legislação complementar, deter-
j) A infração prevista na alínea l) do n.º 1 do mina a subtração de pontos ao condutor na data
artigo anterior, quando a taxa de álcool no sangue do caráter definitivo da decisão condenatória ou
for igual ou superior a 0,8 g/l e inferior a 1,2 g/l do trânsito em julgado da sentença, nos seguintes
ou igual ou superior a 0,5 g/l e inferior a 1,2 g/l termos:
quando respeite a condutor em regime probatório,
condutor de veículo de socorro ou de serviço ur- a) A prática de contraordenação grave implica
gente, de transporte coletivo de crianças e jovens a subtração de três pontos, se esta se referir a
até aos 16 anos, de táxi, de TVDE, de automóvel condução sob influência do álcool, utilização ou
pesado de passageiros ou de mercadorias ou de manuseamento continuado de equipamento ou
transporte de mercadorias perigosas, bem como aparelho nos termos do n.º 1 do artigo 84.º, ex-
quando o condutor for considerado influenciado cesso de velocidade dentro das zonas de coexis-
pelo álcool em relatório médico; tência ou ultrapassagem efetuada imediatamente
l) O desrespeito da obrigação de parar imposta antes e nas passagens assinaladas para a traves-
por sinal regulamentar dos agentes fiscalizadores sia de peões ou velocípedes, e de dois pontos nas
ou reguladores do trânsito ou pela luz vermelha de demais contraordenações graves;
regulação do trânsito; b) A prática de contraordenação muito grave
m) A condução sob influência de substâncias implica a subtração de cinco pontos, se esta se re-
psicotrópicas; ferir a condução sob influência do álcool, condução
n) O desrespeito pelo sinal de paragem obriga- sob influência de substâncias psicotrópicas ou ex-
tória nos cruzamentos, entroncamentos e rotun- cesso de velocidade dentro das zonas de coexis-
das; tência, e de quatro pontos nas demais contraorde-
o) A transposição ou a circulação em desres- nações muito graves.
peito de uma linha longitudinal contínua delimita- 2 — A condenação em pena acessória de proi-
dora de sentidos de trânsito ou de uma linha mista bição de conduzir e o arquivamento do inquérito,
com o mesmo significado; nos termos do n.º 3 do artigo 282.º do Código de
p) A condução de veículo de categoria ou sub- Processo Penal, quando tenha existido cumpri-
categoria para a qual a carta de condução de que mento da injunção a que alude o n.º 3 do artigo
o infrator é titular não confere habilitação; 281.º do Código de Processo Penal, determinam a
q) O abandono pelo condutor do local do aci- subtração de seis pontos ao condutor.
dente nas circunstâncias referidas no n.º 2 do ar- 3 — Quando tiver lugar a condenação a que se
tigo 89.º refere o n.º 1, em cúmulo, por contraordenações
graves e muito graves praticadas no mesmo dia,
Artigo 147.º a subtração a efetuar não pode ultrapassar os seis
pontos, exceto quando esteja em causa condena-
Inibição de conduzir
ção por contraordenações relativas a condução
1 — A sanção acessória aplicável aos conduto- sob influência do álcool ou sob influência de subs-
res pela prática de contraordenações graves ou tâncias psicotrópicas, cuja subtração de pontos se
muito graves previstas no Código da Estrada e le- verifica em qualquer circunstância.
gislação complementar consiste na inibição de 4 — A subtração de pontos ao condutor tem os
conduzir. seguintes efeitos:
2 — A sanção de inibição de conduzir tem a du-
a) Obrigação de o infrator frequentar uma ação
ração mínima de um mês e máxima de um ano,
de formação de segurança rodoviária, de acordo
ou mínima de dois meses e máxima de dois anos,
com as regras fixadas em regulamento, quando o
consoante seja aplicável às contraordenações gra-
condutor tenha cinco ou menos pontos, sem pre-
ves ou muito graves, respetivamente, e refere-se
juízo do disposto nas alíneas seguintes;
a todos os veículos a motor.
b) Obrigação de o infrator realizar a prova teó-
3 — Se a responsabilidade for imputada a pes-
rica do exame de condução, de acordo com as re-
soa singular não habilitada com título de condução
gras fixadas em regulamento, quando o condutor
ou a pessoa coletiva, a sanção de inibição de con-
tenha três ou menos pontos;
duzir é substituída por apreensão do veículo por
c) A cassação do título de condução do infrator,
período idêntico de tempo que àquela caberia.
sempre que se encontrem subtraídos todos os
pontos ao condutor.

42
CÓDIGO DA ESTRADA

5 — No final de cada período de três anos, sem b) As contraordenações graves e muito graves
que exista registo de contraordenações graves ou praticadas e respetivas sanções;
muito graves ou crimes de natureza rodoviária no c) A pontuação atualizada do título de condu-
registo de infrações, são atribuídos três pontos ao ção.
condutor, não podendo ser ultrapassado o limite
2 — Para efeitos do disposto na alínea c) do
máximo de quinze pontos, nos termos do n.º 2 do
número anterior, o Ministério Público comunica à
artigo 121.º-A.
Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária os
6 — Para efeitos do número anterior, o período
despachos de arquivamento de inquéritos que se-
temporal de referência sem registo de contraorde-
jam proferidos nos termos do n.º 3 do artigo 282.º
nações graves ou muito graves no registo de in-
do Código de Processo Penal quando tenha exis-
frações é de dois anos para as contraordenações
tido cumprimento da injunção a que alude o n.º 3
cometidas por condutores de veículos de socorro
do artigo 281.º do Código de Processo Penal.
ou de serviço urgente, de transportes coletivo de
3 — A Autoridade Nacional de Segurança Rodo-
crianças e jovens até aos 16 anos, de táxis, de
viária assegura o acesso dos condutores ao registo
automóveis pesados de passageiros ou de merca-
de infrações.
dorias ou de transporte de mercadorias perigosas,
no exercício das suas funções profissionais.
7 — A cada período correspondente à revalida- Artigo 149.º-A
ção da carta de condução, sem que exista registo Interoperabilidade entre organismos públi-
de crimes de natureza rodoviária, é atribuído um cos
ponto ao condutor, não podendo ser ultrapassado
o limite máximo de dezasseis pontos, sempre que 1 — As entidades competentes em matéria de
o condutor de forma voluntária proceda à frequên- fiscalização, os tribunais e a ANSR comunicam ao
cia de ação de formação, de acordo com as regras IMT, I. P., as restrições momentâneas ou perma-
fixadas em regulamento. nentes aplicáveis ao titular do título de condução,
8 — A falta não justificada à ação de formação nomeadamente as resultantes da cassação do tí-
de segurança rodoviária ou à prova teórica do tulo de condução e da proibição ou inibição de con-
exame de condução, bem como a sua reprovação, duzir.
de acordo com as regras fixadas em regulamento, 2 — As comunicações a que se refere o número
tem como efeito necessário a cassação do título de anterior são efetuadas através da Plataforma de
condução do condutor. Interoperabilidade da Administração Pública.
9 — Os encargos decorrentes da frequência de
ações de formação e da submissão às provas teó- CAPÍTULO III
ricas do exame de condução são suportados pelo Garantia da responsabilidade civil
infrator.
10 — A cassação do título de condução a que Artigo 150.º
se refere a alínea c) do n.º 4 é ordenada em pro-
Obrigação de seguro
cesso autónomo, iniciado após a ocorrência da
perda total de pontos atribuídos ao título de con- 1 — Os veículos a motor e seus reboques só
dução. podem transitar na via pública desde que seja efe-
11 — A quem tenha sido cassado o título de tuado, nos termos de legislação especial, seguro
condução não é concedido novo título de condução da responsabilidade civil que possa resultar da sua
de veículos a motor de qualquer categoria antes utilização.
de decorridos dois anos sobre a efetivação da cas- 2 — Quem infringir o disposto no n.º 1 é sanci-
sação. onado com coima de (euro) 500 a (euro) 2500, se
12 — A efetivação da cassação do título de con- o veículo for um motociclo ou um automóvel, ou
dução ocorre com a notificação da cassação. de (euro) 250 a (euro) 1250, se for outro veículo
13 — A decisão de cassação do título de con- a motor.
dução é impugnável para os tribunais judiciais nos
termos do regime geral das contraordenações. Artigo 151.º
Seguro de provas desportivas
Artigo 149.º
A autorização para realização, na via pública,
Registo de infrações
de provas desportivas de veículos a motor e dos
1 — Do registo de infrações relativas ao exer- respetivos treinos oficiais depende da efetivação,
cício da condução, organizado nos termos de di- pelo organizador, de um seguro que cubra a sua
ploma próprio, devem constar: responsabilidade civil, bem como a dos proprietá-
rios ou detentores dos veículos e dos participantes,
a) Os crimes praticados no exercício da condu-
decorrente dos danos resultantes de acidentes
ção de veículos a motor e respetivas penas e me-
provocados por esses veículos.
didas de segurança;

43
CÓDIGO DA ESTRADA

TÍTULO VII d) De que deve suportar todas as despesas ori-


ginadas pela contraprova, no caso de resultado
Procedimentos de fiscalização
positivo.

CAPÍTULO I 3 — A contraprova referida no número anterior


deve ser realizada por um dos seguintes meios, de
Procedimento para a fiscalização da condu- acordo com a vontade do examinando:
ção sob influência de álcool ou de substân-
cias psicotrópicas a) Novo exame, a efetuar através de aparelho
aprovado;
Artigo 152.º b) Análise de sangue.

Princípios gerais 4 — No caso de opção pelo novo exame pre-


visto na alínea a) do número anterior, o exami-
1 — Devem submeter-se às provas estabeleci- nando deve ser, de imediato, a ele sujeito e, se
das para a deteção dos estados de influenciado necessário, conduzido a local onde o referido
pelo álcool ou por substâncias psicotrópicas: exame possa ser efetuado.
a) Os condutores; 5 — Se o examinando preferir a realização de
b) Os peões, sempre que sejam intervenientes uma análise de sangue, deve ser conduzido, o
em acidentes de trânsito; mais rapidamente possível, a estabelecimento ofi-
c) As pessoas que se propuserem iniciar a con- cial de saúde, a fim de ser colhida a quantidade de
dução. sangue necessária para o efeito.
6 — O resultado da contraprova prevalece so-
2 — Quem praticar atos suscetíveis de falsear os bre o resultado do exame inicial.
resultados dos exames a que seja sujeito não pode 7 — Quando se suspeite da utilização de meios
prevalecer-se daqueles para efeitos de prova. suscetíveis de alterar momentaneamente o resul-
3 — As pessoas referidas nas alíneas a) e b) do tado do exame, pode a autoridade ou o agente de
n.º 1 que recusem submeter-se às provas estabe- autoridade mandar submeter o suspeito a exame
lecidas para a deteção do estado de influenciado médico.
pelo álcool ou por substâncias psicotrópicas são 8 — Se não for possível a realização de prova
punidas por crime de desobediência. por pesquisa de álcool no ar expirado, o exami-
4 — As pessoas referidas na alínea c) do n.º 1 nando deve ser submetido a colheita de sangue
que recusem submeter-se às provas estabelecidas para análise ou, se esta não for possível por razões
para a deteção do estado de influenciado pelo ál- médicas, deve ser realizado exame médico, em
cool ou por substâncias psicotrópicas são impedi- estabelecimento oficial de saúde, para diagnosti-
das de iniciar a condução. car o estado de influenciado pelo álcool.
5 — O médico ou paramédico que, sem justa
causa, se recusar a proceder às diligências previs- Artigo 154.º
tas na lei para diagnosticar o estado de influenci-
ado pelo álcool ou por substâncias psicotrópicas é Impedimento de conduzir
punido por crime de desobediência. 1 — Quem apresentar resultado positivo no
exame previsto no n.º 1 do artigo anterior ou re-
Artigo 153.º cusar ou não puder submeter-se a tal exame, fica
Fiscalização da condução sob influência de impedido de conduzir pelo período de doze horas,
álcool a menos que comprove, antes de decorrido esse
período, que não está influenciado pelo álcool,
1 — O exame de pesquisa de álcool no ar expi- através de exame por si requerido.
rado é realizado por autoridade ou agente de au- 2 — Quem conduzir com inobservância do im-
toridade mediante a utilização de aparelho apro- pedimento referido no número anterior é punido
vado para o efeito. por crime de desobediência qualificada.
2 — Se o resultado do exame previsto no nú- 3 — O agente de autoridade notifica o condutor
mero anterior for positivo, a autoridade ou o ou a pessoa que se propuser iniciar a condução
agente de autoridade deve notificar o examinando, nas circunstâncias previstas no n.º 1 de que fica
por escrito ou, se tal não for possível, verbalmente: impedido de conduzir durante o período estabele-
a) Do resultado do exame; cido no mesmo número, sob pena de crime de de-
b) Das sanções legais decorrentes do resultado sobediência qualificada.
do exame; 4 — As despesas originadas pelo exame a que
c) De que pode, de imediato, requerer a reali- se refere a parte final do n.º 1 são suportadas pelo
zação de contraprova e que o resultado desta pre- examinando, salvo se resultarem de contraprova
valece sobre o do exame inicial; e com resultado negativo requerida ao abrigo do n.º
2 do artigo anterior.

44
CÓDIGO DA ESTRADA

Artigo 155.º ou feridos graves devem ser submetidos aos exa-


mes referidos no número anterior.
Imobilização do veículo
3 — A autoridade ou o agente de autoridade
1 — Para garantir o cumprimento do disposto notifica:
no n.º 1 do artigo anterior deve o veículo ser imo-
a) Os condutores e os peões de que devem, sob
bilizado ou removido para parque ou local apropri-
pena de crime de desobediência, submeter-se aos
ado, providenciando-se, sempre que tal se mostre
exames de rastreio e se necessário de confirmação,
indispensável, o encaminhamento dos ocupantes
para avaliação do estado de influenciado por subs-
do veículo.
tâncias psicotrópicas;
2 — Todas as despesas originadas pelos proce-
b) Os condutores, caso o exame de rastreio
dimentos previstos no número anterior são supor-
seja positivo, de que ficam impedidos de conduzir
tadas pelo condutor.
pelo período de 48 horas, salvo se, antes de de-
3 — Não há lugar à imobilização ou remoção do
corrido aquele período, apresentarem resultado
veículo se outro condutor, com consentimento do
negativo em novo exame de rastreio;
que ficar impedido, ou do proprietário do veículo,
c) As pessoas que se propuserem iniciar a con-
se propuser conduzi-lo e apresentar resultado ne-
dução nas circunstâncias previstas no n.º 1 e que
gativo em teste de pesquisa de álcool.
apresentem resultado positivo em exame de ras-
4 — No caso previsto no número anterior, o
treio de que ficam impedidas de conduzir pelo pe-
condutor substituto deve ser notificado de que fica
ríodo de 48 horas, salvo se, antes de decorrido
responsável pela observância do impedimento re-
aquele período, se submeterem a novo exame de
ferido no artigo anterior, sob pena de crime de de-
rastreio que apresente resultado negativo.
sobediência qualificada.
4 — Quando o exame de rastreio realizado aos
Artigo 156.º condutores e peões nos termos dos n.ºs 1 e 2
apresentar resultado positivo, devem aqueles sub-
Exames em caso de acidente meter-se aos exames complementares necessá-
1 — Os condutores e os peões que intervenham rios, sob pena de crime de desobediência.
em acidente de trânsito devem, sempre que o seu 5 — Quando necessário, o agente de autori-
estado de saúde o permitir, ser submetidos a dade providencia o transporte dos examinandos a
exame de pesquisa de álcool no ar expirado, nos estabelecimento oficial de saúde.
termos do artigo 153.º 6 — Para os efeitos previstos nos números an-
2 — Quando não tiver sido possível a realização teriores aplica-se, com as necessárias adaptações,
do exame referido no número anterior, o médico o disposto no artigo 155.º e nos n.ºs 2, 3 e 4 do
do estabelecimento oficial de saúde a que os in- artigo 156.º
tervenientes no acidente sejam conduzidos deve 7 — Para efeitos do n.º 2 entende-se por ferido
proceder à colheita de amostra de sangue para grave aquele que, em consequência de acidente
posterior exame de diagnóstico do estado de influ- de viação e após atendimento em serviço de ur-
ência pelo álcool e ou por substâncias psicotrópi- gência hospitalar por situação emergente, careça
cas. de cuidados clínicos que obriguem à permanência
3 — Se o exame de pesquisa de álcool no san- em observação no serviço de urgência ou em in-
gue não puder ser feito ou o examinando se recu- ternamento hospitalar.
sar a ser submetido a colheita de sangue para aná-
lise, deve proceder-se a exame médico para diag- Artigo 158.º
nosticar o estado de influência pelo álcool e ou por
Outras disposições
substâncias psicotrópicas.
4 — Os condutores e peões mortos devem tam- 1 — São fixados em regulamento:
bém ser submetidos ao exame previsto no n.º 2.
a) O tipo de material a utilizar na fiscalização e
nos exames laboratoriais para determinação dos
Artigo 157.º
estados de influenciado pelo álcool ou por subs-
Fiscalização da condução sob influência de tâncias psicotrópicas;
substâncias psicotrópicas b) Os métodos a utilizar para a determinação
do doseamento de álcool ou de substâncias psico-
1 — Os condutores e as pessoas que se propu- trópicas no sangue;
serem iniciar a condução devem ser submetidos c) Os exames médicos para determinação dos
aos exames legalmente estabelecidos para dete- estados de influenciado pelo álcool ou por subs-
ção de substâncias psicotrópicas, quando haja in- tâncias psicotrópicas;
dícios de que se encontram sob influência destas d) Os laboratórios onde devem ser feitas as
substâncias. análises de urina e de sangue;
2 — Os condutores e os peões que intervenham
em acidente de trânsito de que resultem mortos

45
CÓDIGO DA ESTRADA

e) As tabelas dos preços dos exames realizados c) Tenha caducado nos termos dos n.ºs 1 e 2
e das taxas de transporte dos examinandos e de do artigo 130.º
imobilização e de remoção de veículos.
3 — Quando haja lugar à apreensão do título
2 — O pagamento das despesas originadas pelos de condução, o condutor é notificado para, no
exames previstos na lei para determinação do es- prazo de 15 dias úteis, o entregar à entidade com-
tado de influenciado pelo álcool ou por substâncias petente, sob pena de crime de desobediência, de-
psicotrópicas, bem como pela imobilização e remo- vendo, nos casos previstos no n.º 1, esta notifica-
ção de veículo a que se refere o artigo 155.º, é efe- ção ser efetuada com a notificação da decisão.
tuado pela entidade a quem competir a coordena- 4 — Sem prejuízo da punição por crime de de-
ção da fiscalização do trânsito. sobediência, se o condutor não proceder à entrega
3 — Quando os exames referidos tiverem re- do título de condução nos termos do número an-
sultado positivo, as despesas são da responsabili- terior, pode a entidade competente determinar a
dade do examinando, devendo ser levadas à conta sua apreensão, através da autoridade de fiscaliza-
de custas nos processos-crime ou de contraorde- ção e seus agentes.
nação a que houver lugar, as quais revertem a fa-
vor da entidade referida no número anterior. Artigo 161.º
Apreensão do documento de identificação
CAPÍTULO II
do veículo
Apreensões
1 — O documento de identificação do veículo
deve ser apreendido pelas autoridades de investi-
Artigo 159.º
gação criminal ou de fiscalização ou seus agentes
Apreensão preventiva de títulos de condu- quando:
ção
a) Suspeitem da sua contrafação ou viciação
1 — Os títulos de condução devem ser preven- fraudulenta;
tivamente apreendidos pelas autoridades de in- b) As características do veículo não confiram
vestigação criminal ou de fiscalização ou seus com as nele mencionadas;
agentes quando: c) Se encontre em estado de conservação que
torne ininteligível qualquer indicação ou averba-
a) Suspeitem da sua contrafação ou viciação mento;
fraudulenta; d) O veículo, em consequência de acidente, se
b) Tiver expirado o seu prazo de validade; mostre gravemente afetado no quadro ou nos sis-
c) Se encontrem em estado de conservação temas de suspensão, direção ou travagem, não
que torne ininteligível qualquer indicação ou aver- tendo condições para circular pelos seus próprios
bamento. meios;
2 — Nos casos previstos nas alíneas a) e c) do e) O veículo for apreendido;
n.º 1 deve, em substituição do título, ser fornecida f) O veículo for encontrado a circular não ofe-
uma guia de condução válida pelo tempo julgado recendo condições de segurança;
necessário e renovável quando ocorra motivo jus- g) Se verifique, em inspeção, que o veículo não
tificado. oferece condições de segurança ou ainda, estando
afeto a transportes públicos, não tenha a sufici-
Artigo 160.º ente comodidade;
h) As chapas de matrícula não obedeçam às
Outros casos de apreensão de títulos de condições regulamentares relativas a característi-
condução cas técnicas e modos de colocação;
1 — Os títulos de condução devem ser apreen- i) [Revogada.]
didos para cumprimento da cassação do título, j) O veículo circule desrespeitando as regras re-
proibição ou inibição de conduzir. lativas à poluição sonora, do solo e do ar.
2 — A entidade competente deve ainda deter- 2 — Com a apreensão do documento de identi-
minar a apreensão dos títulos de condução quando: ficação do veículo procede-se também à de todos
a) Qualquer dos exames realizados nos termos os outros documentos que à circulação do veículo
dos n.ºs 1 e 5 do artigo 129.º revelar incapacidade digam respeito, os quais são restituídos em simul-
técnica ou inaptidão física, mental ou psicológica tâneo com aquele documento.
do examinando para conduzir com segurança; 3 — Nos casos previstos nas alíneas a), c), g),
b) O condutor não se apresentar a qualquer dos h) e i) do n.º 1, deve ser passada, em substituição
exames referidos na alínea anterior ou no n.º 3 do do documento de identificação do veículo, uma
artigo 129.º, salvo se justificar a falta no prazo de guia válida pelo prazo e nas condições na mesma
cinco dias; indicados.

46
CÓDIGO DA ESTRADA

4 — Nos casos previstos nas alíneas b) e e) do 2 — Nos casos previstos no número anterior, o
n.º 1, deve ser passada guia válida apenas para o veículo não pode manter-se apreendido por mais
percurso até ao local de destino do veículo. de 90 dias devido a negligência do titular do res-
5 — Deve ainda ser passada guia de substitui- petivo documento de identificação em promover a
ção do documento de identificação do veículo, vá- regularização da sua situação, sob pena de perda
lida para os percursos necessários às reparações a do mesmo a favor do Estado.
efetuar para regularização da situação do veículo, 3 — Quando o veículo for apreendido é lavrado
bem como para a sua apresentação a inspeção. auto de apreensão, notificando-se o titular do do-
6 — Nas situações previstas nas alíneas f) e h) cumento de identificação do veículo da cominação
do n.º 1, quando se trate de avarias de fácil repa- prevista no número anterior.
ração nas luzes, pneumáticos ou chapa de matrí- 4 — Nos casos previstos nas alíneas a) e b) do
cula, pode ser emitida guia válida para apresenta- n.º 1, o veículo é colocado à disposição da autori-
ção do veículo com a avaria reparada, em posto po- dade judicial competente, sempre que tiver sido
licial, no prazo máximo de oito dias, sendo, neste instaurado procedimento criminal.
caso, as coimas aplicáveis reduzidas para metade 5 — Nos casos previstos nas alíneas c) a j) do
nos seus limites mínimos e máximos. n.º 1, o titular do documento de identificação pode
7 — [Revogado.] ser designado fiel depositário do respetivo veículo.
8 — Sem prejuízo do disposto nos n.ºs 3 a 6, 6 — No caso de acidente, a apreensão referida
quem conduzir veículo cujo documento de identi- na alínea f) do n.º 1 mantém-se até que se mos-
ficação tenha sido apreendido é sancionado com trem satisfeitas as indemnizações dele derivadas
coima de (euro) 300 a (euro) 1500. ou, se o respetivo montante não tiver sido deter-
minado, até que seja prestada caução por quantia
Artigo 162.º equivalente ao valor mínimo do seguro obrigatório,
sem prejuízo da prova da efetivação de seguro.
Apreensão de veículos 7 — Excetuam-se do disposto na primeira parte
1 — O veículo deve ser apreendido pelas auto- do número anterior os casos em que as indemni-
ridades de investigação criminal ou de fiscalização zações tenham sido satisfeitas pelo Fundo de Ga-
ou seus agentes quando: rantia Automóvel nos termos de legislação própria.
8 — Quem for titular do documento de identifi-
a) Transite com números de matrícula que não cação do veículo responde pelo pagamento das
lhe correspondam ou não tenham sido legalmente despesas causadas pela sua apreensão.
atribuídos;
b) Transite sem chapas de matrícula ou não se CAPÍTULO III
encontre matriculado, salvo nos casos previstos
por lei; Abandono, bloqueamento e remoção de veí-
c) Transite com números de matrícula que não culos
sejam válidos para o trânsito em território nacio-
nal; Artigo 163.º
d) Transite estando o respetivo documento de
Estacionamento indevido ou abusivo
identificação apreendido, salvo se este tiver sido
substituído por guia passada nos termos do artigo 1 — Considera-se estacionamento indevido ou
anterior; abusivo:
e) O respetivo registo de propriedade ou a titu-
laridade do documento de identificação não te- a) O de veículo, durante 30 dias ininterruptos,
nham sido regularizados no prazo legal; em local da via pública ou em parque ou zona de
f) Não tenha sido efetuado seguro de respon- estacionamento isentos do pagamento de qual-
sabilidade civil nos termos da lei; quer taxa;
g) Não compareça à inspeção prevista no n.º 2 b) O de veículo, em parque de estacionamento,
do artigo 116.º, sem que a falta seja devidamente quando as taxas correspondentes a cinco dias de
justificada; utilização não tiverem sido pagas;
h) Transite sem ter sido submetido a inspeção c) O de veículo, em zona de estacionamento
para confirmar a correção de anomalias verifica- condicionado ao pagamento de taxa, quando esta
das em anterior inspeção, em que reprovou, no não tiver sido paga ou tiverem decorrido duas ho-
prazo que lhe for fixado; ras para além do período de tempo pago;
i) A apreensão seja determinada ao abrigo do d) O de veículo que permanecer em local de
disposto no n.º 3 do artigo 147.º; estacionamento limitado mais de duas horas para
j) A apreensão seja determinada ao abrigo do além do período de tempo permitido;
disposto no n.º 6 do artigo 114.º ou no n.º 3 do e) O de veículos agrícolas, máquinas industriais,
artigo 115.º; reboques e semirreboques não atrelados ao veí-
l) A apreensão seja determinada ao abrigo do culo trator e o de veículos publicitários que perma-
disposto nos n.ºs 5 e 6 do artigo 174.º neçam no mesmo local por tempo superior a 72

47
CÓDIGO DA ESTRADA

horas, ou a 30 dias, se estacionarem em parques h) Em local afeto à paragem de veículos para


a esse fim destinados; operações de carga e descarga ou tomada e lar-
f) O que se verifique por tempo superior a 48 gada de passageiros;
horas, quando se trate de veículos que apresen- i) Impedindo o trânsito de veículos ou obri-
tem sinais exteriores evidentes de abandono, de gando à utilização da parte da faixa de rodagem
inutilização ou de impossibilidade de se desloca- destinada ao sentido contrário, conforme o trân-
rem com segurança pelos seus próprios meios; sito se faça num ou em dois sentidos;
g) O de veículos ostentando qualquer informa- j) Na faixa de rodagem, em segunda fila;
ção com vista à sua transação, em parque de es- l) Em local em que impeça o acesso a outros
tacionamento; veículos devidamente estacionados ou a saída
h) O de veículos sem chapa de matrícula ou destes;
com chapa que não permita a correta leitura da m) De noite, na faixa de rodagem, fora das lo-
matrícula. calidades, salvo em caso de imobilização por ava-
ria devidamente sinalizada;
2 — Os prazos previstos nas alíneas a) e e) do
n) Na faixa de rodagem de autoestrada ou via
número anterior não se interrompem, desde que
equiparada.
os veículos sejam apenas deslocados de um para
outro lugar de estacionamento, ou se mantenham 3 — Verificada qualquer das situações previstas
no mesmo parque ou zona de estacionamento. nas alíneas a), b) e c) do n.º 1, as autoridades
competentes para a fiscalização podem bloquear o
Artigo 164.º veículo através de dispositivo adequado, impe-
dindo a sua deslocação até que se possa proceder
Bloqueamento e remoção à remoção.
1 — Podem ser removidos os veículos que se 4 — Na situação prevista na alínea c) do n.º 1,
encontrem: no caso de não ser possível a remoção imediata,
as autoridades competentes para a fiscalização
a) Estacionados indevida ou abusivamente, nos devem, também, proceder à deslocação provisória
termos do artigo anterior; do veículo para outro local, a fim de aí ser bloque-
b) Estacionados ou imobilizados na berma de ado até à remoção.
autoestrada ou via equiparada; 5 — O desbloqueamento do veículo só pode ser
c) Estacionados ou imobilizados de modo a feito pelas autoridades competentes, sendo qual-
constituírem evidente perigo ou grave perturbação quer outra pessoa que o fizer sancionada com
para o trânsito; coima de (euro) 300 a (euro) 1500.
d) Estacionados ou imobilizados em locais que, 6 — Quem for titular do documento de identifi-
por razões de segurança, de ordem pública, de cação do veículo é responsável por todas as des-
emergência ou de socorro, justifiquem a remoção. pesas ocasionadas pela remoção, sem prejuízo
2 — Para os efeitos do disposto na alínea c) do das sanções legais aplicáveis, ressalvando-se o di-
número anterior, considera-se que constituem evi- reito de regresso contra o condutor.
dente perigo ou grave perturbação para o trânsito 7 — As condições e as taxas devidas pelo blo-
os seguintes casos de estacionamento ou imobili- queamento, remoção e depósito de veículos são
zação: fixadas em regulamento.
8 — As taxas são devolvidas caso não haja lu-
a) Em via ou corredor de circulação reservados gar a condenação.
a transportes públicos;
b) Em local de paragem de veículos de trans- Artigo 165.º
porte coletivo de passageiros;
c) Em passagem de peões ou de velocípedes Presunção de abandono
sinalizada; 1 — Removido o veículo nos termos do artigo
d) Em cima dos passeios ou em zona reservada anterior ou levantada a apreensão efetuada nos
exclusivamente ao trânsito de utilizadores vulne- termos do n.º 1 do artigo 162.º, deve ser notifi-
ráveis; cado o titular do documento de identificação do
e) Na faixa de rodagem, sem ser junto da veículo, para a residência constante do respetivo
berma ou passeio; registo, para o levantar no prazo de 45 dias.
f) Em local destinado ao acesso de veículos ou 2 — Tendo em vista o estado geral do veículo,
peões a propriedades, garagens ou locais de esta- se for previsível um risco de deterioração que
cionamento; possa fazer recear que o preço obtido em venda
g) Em local destinado ao estacionamento de em hasta pública não cubra as despesas decorren-
veículos de certas categorias, ao serviço de deter- tes da remoção e depósito, o prazo previsto no nú-
minadas entidades ou utilizados no transporte de mero anterior é reduzido a 30 dias.
pessoas com deficiência;

48
CÓDIGO DA ESTRADA

3 — Os prazos referidos nos números anterio- 5 — O veículo deve ser entregue ao credor hi-
res contam-se a partir da receção da notificação potecário logo que se mostrem pagas todas as
ou da sua afixação nos termos do artigo seguinte. despesas ocasionadas pela remoção e depósito,
4 — Se o veículo não for reclamado dentro do devendo o pagamento ser feito dentro dos oito
prazo previsto nos números anteriores é conside- dias seguintes ao termo do último dos prazos a
rado abandonado e adquirido por ocupação pelo que se refere o artigo anterior.
Estado ou pelas autarquias locais. 6 — O credor hipotecário tem o direito de exigir
5 — O veículo é considerado imediatamente do titular do documento de identificação as despe-
abandonado quando essa for a vontade manifes- sas referidas no número anterior e as que efetuar
tada expressamente pelo seu proprietário. na qualidade de fiel depositário.

Artigo 166.º Artigo 168.º


Reclamação de veículos Penhora
1 — Da notificação referida no artigo anterior 1 — Quando o veículo tenha sido objeto de pe-
deve constar a indicação do local para onde o veí- nhora ou ato equivalente, a autoridade que proce-
culo foi removido e, bem assim, que o titular do deu à remoção deve informar o tribunal das cir-
respetivo documento de identificação o deve reti- cunstâncias que a justificaram.
rar dentro dos prazos referidos no artigo anterior 2 — No caso previsto no número anterior, o ve-
e após o pagamento das despesas de remoção e ículo deve ser entregue à pessoa que para o efeito
depósito, sob pena de o veículo se considerar o tribunal designar como fiel depositário, sendo
abandonado. dispensado o pagamento prévio das despesas de
2 — Nos casos previstos na alínea f) do n.º 1 remoção e depósito.
do artigo 163.º, se o veículo apresentar sinais evi- 3 — Na execução, os créditos pelas despesas
dentes de acidente, a notificação deve fazer-se de remoção e depósito gozam de privilégio mobi-
pessoalmente, salvo se o titular do respetivo do- liário especial.
cumento de identificação não estiver em condições
de a receber, sendo então feita em qualquer pes- TÍTULO VIII
soa da sua residência, preferindo os parentes.
3 — Não sendo possível proceder à notificação Do processo
pessoal por se ignorar a residência ou a identidade
do titular do documento de identificação do veículo, CAPÍTULO I
a notificação deve ser afixada junto da sua última Competência e forma dos atos
residência conhecida ou na câmara municipal da
área onde o veículo tiver sido encontrado. Artigo 169.º
4 — A entrega do veículo ao reclamante de-
pende da prestação de caução de valor equiva- Competência para o processamento e apli-
lente às despesas de remoção e depósito. cação das sanções
1 — Sem prejuízo do disposto no n.º 7:
Artigo 167.º
a) O processamento das contraordenações ro-
Hipoteca doviárias compete à ANSR;
1 — Quando o veículo seja objeto de hipoteca, b) A competência para aplicação das coimas e
a remoção deve também ser notificada ao credor, sanções acessórias pertence ao presidente da
para a residência constante do respetivo registo ANSR.
ou nos termos do n.º 3 do artigo anterior. 2 — [Revogado.]
2 — Da notificação ao credor deve constar a 3 — O presidente da ANSR pode delegar a com-
indicação dos termos em que a notificação foi feita petência a que se refere a alínea b) do n.º 1 nos
e a data em que termina o prazo a que o artigo dirigentes e pessoal da carreira técnica superior da
anterior se refere. ANSR, exceto para decidir sobre a verificação dos
3 — O credor hipotecário pode requerer a en- respetivos pressupostos e ordenar a cassação do
trega do veículo como fiel depositário, para o caso título de condução.
de, findo o prazo, o titular do documento de iden- 4 — [Revogado.]
tificação o não levantar. 5 — No exercício das suas funções, a ANSR é
4 — O requerimento pode ser apresentado no coadjuvada pelas autoridades policiais e outras
prazo de 20 dias após a notificação ou até ao autoridades ou serviços públicos cuja colaboração
termo do prazo para levantamento do veículo pelo solicite.
titular do documento de identificação, se terminar 6 — Para efeitos da alínea a) do n.º 1, o pessoal
depois daquele. da ANSR é equiparado a autoridade pública, com-
petindo-lhe:

49
CÓDIGO DA ESTRADA

a) O levantamento e a notificação de auto de a) Os factos que constituem a infração, o dia,


contraordenação, na sequência da participação, a hora, o local e as circunstâncias em que foi co-
denúncia ou conhecimento próprio de contraorde- metida, o nome e a qualidade da autoridade ou
nação rodoviária; agente de autoridade que a presenciou, a identifi-
b) O levantamento e notificação de auto de cação dos agentes da infração e, quando possível,
contraordenação cujos factos constitutivos sejam de, pelo menos, uma testemunha que possa depor
conhecidos através de meios automáticos de fis- sobre os factos;
calização. b) O valor registado e o valor apurado após de-
dução do erro máximo admissível previsto no re-
7 — A competência para o processamento e
gulamento de controlo metrológico dos métodos e
aplicação de coimas nas contraordenações rodovi-
instrumentos de medição, quando exista, prevale-
árias por infrações leves relativas a estaciona-
cendo o valor apurado, quando a infração for ve-
mento proibido, indevido ou abusivo nos parques
rificada por aparelhos ou instrumentos devida-
ou zonas de estacionamento, nas vias e nos de-
mente aprovados nos termos legais e regulamen-
mais espaços públicos quer dentro das localidades,
tares.
quer fora das localidades, neste caso desde que
estejam sob jurisdição municipal, é da respetiva 2 — O auto de notícia é assinado pela autori-
câmara municipal. dade ou agente de autoridade que o levantou ou
8 — Para efeitos do disposto na alínea b) do n.º mandou levantar e, quando for possível, pelas tes-
6, consideram-se meios automáticos de fiscaliza- temunhas.
ção os instrumentos de medição da velocidade ins- 3 — O auto de notícia levantado e assinado nos
tantânea ou da velocidade média, fixos ou móveis, termos dos números anteriores faz fé sobre os fac-
e os demais sistemas que integram a Rede Nacio- tos presenciados pelo autuante, até prova em con-
nal de Fiscalização Automática de Velocidade trário.
(SINCRO), com exceção dos sistemas de videovi- 4 — O disposto no número anterior aplica-se
gilância para captação, gravação e tratamento de aos elementos de prova obtidos através de apare-
imagem e som. lhos ou instrumentos aprovados nos termos legais
_______________________ e regulamentares.
Alterações: 5 — A autoridade ou agente de autoridade que
- Decreto-Lei n.º 84-C/2022, de 9 de dezembro. tiver notícia, por denúncia ou conhecimento próprio,
_______________________
de contraordenação que deva conhecer levanta
auto, a que é correspondentemente aplicável o dis-
Artigo 169.º-A
posto nos n.ºs 1 e 2, com as necessárias adapta-
Forma dos atos processuais ções.
1 — Os atos processuais podem ser praticados
Artigo 171.º
em suporte informático com aposição de assina-
tura digital qualificada, nomeadamente através do Identificação do arguido
Cartão de Cidadão e da Chave Móvel Digital, po-
1 — A identificação do arguido deve ser efetu-
dendo ser utilizado o Sistema de Certificação de
ada através da indicação de:
Atributos Profissionais.
2 — Os atos processuais e documentos assina- a) Nome completo ou, quando se trate de pes-
dos nos termos do número anterior substituem e soa coletiva, denominação social;
dispensam para quaisquer efeitos a assinatura au- b) Domicílio fiscal;
tografa no processo em suporte de papel. c) Número do documento legal de identificação
pessoal, data e respetivo serviço emissor ou,
3 — [Revogado.]
quando se trate de pessoa coletiva, do número de
pessoa coletiva;
CAPÍTULO II
d) Número do título de condução e respetivo
Processamento serviço emissor;
e) [Revogada.]
Artigo 170.º f) Número e identificação do documento que ti-
tula o exercício da atividade, no âmbito da qual a
Auto de notícia e de denúncia infração foi praticada.
1 — Quando qualquer autoridade ou agente de 2 — Quando se trate de contraordenação pra-
autoridade, no exercício das suas funções de fis- ticada no exercício da condução e o agente de au-
calização, presenciar contraordenação rodoviária, toridade não puder identificar o autor da infração,
levanta ou manda levantar auto de notícia, o qual deve ser levantado o auto de contraordenação ao
deve mencionar: titular do documento de identificação do veículo,
correndo contra ele o correspondente processo.

50
CÓDIGO DA ESTRADA

3 — Se, no prazo concedido para a defesa, o Artigo 172.º


titular do documento de identificação do veículo
Cumprimento voluntário
identificar, com todos os elementos constantes do
n.º 1, pessoa distinta como autora da contraorde- 1 — É admitido o pagamento voluntário da
nação, o processo é suspenso, sendo instaurado coima, pelo mínimo, nos termos e com os efeitos
novo processo contra a pessoa identificada como estabelecidos nos números seguintes.
infratora. 2 — A opção de pagamento pelo mínimo deve
4 — O processo referido no n.º 2 é arquivado verificar-se no prazo de 15 dias úteis a contar da
quando se comprove que outra pessoa praticou a data da notificação para o efeito.
contraordenação ou houve utilização abusiva do 3 — Em qualquer altura do processo, mas sem-
veículo. pre antes da decisão, pode ainda o arguido optar
5 — Quando o agente da autoridade não puder pelo pagamento voluntário da coima, a qual, neste
identificar o autor da contraordenação e verificar caso, é liquidada pelo mínimo, sem prejuízo das
que o titular do documento de identificação é pes- custas que forem devidas.
soa coletiva, deve esta ser notificada para, no 4 — Sem prejuízo do disposto no número ante-
prazo de 15 dias úteis, proceder à identificação do rior, o pagamento voluntário da coima determina
condutor, ou, no caso de existir aluguer operacio- o arquivamento do processo, salvo se à contraor-
nal do veículo, aluguer de longa duração ou loca- denação for aplicável sanção acessória, caso em
ção financeira, do locatário, com todos os elemen- que prossegue restrito à aplicação da mesma, ou
tos constantes do n.º 1 sob pena de o processo se for apresentada defesa.
correr contra ela, nos termos do n.º 2. 5 — [Revogado.]
6 — A pessoa coletiva, sempre que seja notifi-
cada para tal, deve, no prazo de 15 dias úteis, pro- Artigo 173.º
ceder à identificação de quem conduzia o veículo
no momento da prática da infração, indicando to- Garantia de cumprimento
dos os elementos constantes do n.º 1, sob pena 1 — Quando a notificação for efetuada no ato
do processo correr contra a pessoa coletiva. da verificação da contraordenação o infrator deve,
7 — No caso de existir aluguer operacional do de imediato ou no prazo máximo de 48 horas,
veículo, aluguer de longa duração ou locação fi- prestar depósito de valor igual ao mínimo da
nanceira, quando for identificado o locatário, é coima aplicável.
este notificado para proceder à identificação do 2 — Quando o infrator for notificado da contra-
condutor, nos termos do número anterior, sob ordenação por via postal pode, no prazo máximo
pena de o processo correr contra ele. de 48 horas após a respetiva notificação, prestar
8 — Quem infringir o disposto nos n.ºs 6 e 7 é depósito de valor igual ao mínimo da coima apli-
sancionado nos termos do n.º 2 do artigo 4.º cável.
3 — Os depósitos referidos nos n.ºs 1 e 2 des-
Artigo 171.º-A tinam-se a garantir o pagamento da coima em que
Dispensa de procedimento o infrator possa vir a ser condenado, sendo devol-
vido se não houver lugar a condenação.
A prática de factos tipificados como contraor- 4 — Se não for prestado depósito nos termos
denação que se encontre justificada ao abrigo do do n.º 1 devem ser apreendidos provisoriamente
artigo 64.º não dá lugar à instauração de procedi- os seguintes documentos:
mento quando:
a) O título de condução, se a sanção respeitar
a) Tratando-se de agentes das forças e serviços ao condutor;
de segurança e órgãos de polícia criminal, a enti- b) O título de identificação do veículo e o título
dade competente declarar que os factos foram de registo de propriedade, se a sanção respeitar
praticados no âmbito da sua missão; ou ao titular do documento de identificação do veículo;
b) Tratando-se de condutores de veículos em c) Todos os documentos referidos nas alíneas
missão urgente de prestação de socorro ou em anteriores, se a sanção respeitar ao condutor e
serviço urgente de interesse público, a entidade este for, simultaneamente, titular do documento
com competência de direção, tutela ou superinten- de identificação do veículo.
dência sobre o condutor juntar os fundamentos da
justificação e respetiva prova, no prazo de 15 dias 5 — Deve ainda proceder-se à apreensão pre-
úteis após notificação da autoridade ou agente de vista no número anterior quando, no momento da
autoridade. apresentação dos documentos nos termos do ar-
tigo 85.º, se verifique que o condutor não efetuou
a prestação de depósito ou o pagamento de coima
determinados em momento anterior.
6 — Nos casos previstos nos n.ºs 4 e 5 devem
ser emitidas guias de substituição dos documentos

51
CÓDIGO DA ESTRADA

apreendidos, com validade pelo tempo julgado ne- Artigo 175.º


cessário e renováveis até à conclusão do processo,
Comunicação da infração e direito de audi-
devendo os mesmos ser devolvidos ao infrator se,
ção e defesa do arguido
entretanto, for efetuada prova da prestação de de-
pósito ou do pagamento da coima nos termos do 1 — Após o levantamento do auto, o arguido
artigo anterior. deve ser notificado:
7 — No caso de ser prestado depósito e não ser
apresentada defesa dentro do prazo estipulado a) Dos factos constitutivos da infração;
para o efeito, o depósito efetuado converte-se au- b) Da legislação infringida e da que sanciona os
tomaticamente em pagamento, com os efeitos factos;
previstos no n.º 4 do artigo anterior. c) Das sanções aplicáveis;
d) Do prazo concedido e do local para a apre-
sentação da defesa, bem como do prazo e local
Artigo 174.º
para apresentação do requerimento para atenua-
Infratores com sanções por cumprir ção especial ou suspensão da sanção acessória;
e) Da possibilidade de pagamento voluntário da
1 — Se, em qualquer ato de fiscalização, o con-
coima pelo mínimo nos termos e com os efeitos
dutor ou o titular do documento de identificação
estabelecidos no artigo 172.º, da possibilidade de
do veículo não tiverem cumprido as sanções pecu-
prestação de depósito nos termos e efeitos referi-
niárias que anteriormente lhes foram aplicadas a
dos do artigo 173.º, do prazo e do modo de o efe-
título definitivo, o condutor deve proceder, de ime-
tuar, bem como das consequências do não paga-
diato, ao seu pagamento.
mento;
2 — Se o pagamento não for efetuado de ime-
f) Da possibilidade de requerer o pagamento da
diato, deve proceder-se nos seguintes termos:
coima em prestações, no local e prazo indicados
a) Se a sanção respeitar ao condutor, é apre- para a apresentação da defesa;
endido o título de condução; g) Do prazo para identificação do autor da in-
b) Se a sanção respeitar ao titular do docu- fração, nos termos e com os efeitos previstos nos
mento de identificação do veículo, são apreendi- n.ºs 3 e 5 do artigo 171.º
dos o título de identificação do veículo e o título de
2 — O arguido pode, no prazo de 15 dias úteis,
registo de propriedade;
a contar da notificação:
c) Se a sanção respeitar ao condutor e ele for,
simultaneamente, titular do documento de identi- a) Proceder ao pagamento voluntário da coima,
ficação do veículo, são apreendidos todos os do- nos termos e com os efeitos estabelecidos no ar-
cumentos referidos nas alíneas anteriores. tigo 172.º;
b) Apresentar defesa e, querendo, indicar tes-
3 — Nos casos previstos no número anterior, a
temunhas, até ao limite de três, e outros meios de
apreensão dos documentos tem caráter provisório,
prova;
sendo emitidas guias de substituição dos mesmos,
c) Requerer atenuação especial ou suspensão
válidas por 15 dias.
da sanção acessória e, querendo, indicar testemu-
4 — Os documentos apreendidos nos termos do
nhas, até ao limite de três, e outros meios de
número anterior são devolvidos pela entidade au-
prova;
tuante se as quantias em dívida forem pagas na-
d) Requerer o pagamento da coima em presta-
quele prazo.
ções, desde que o valor mínimo da coima aplicável
5 — Se o pagamento não for efetuado no prazo
seja igual ou superior a 2 UC.
referido no n.º 3, procede-se à apreensão do veí-
culo, devendo a entidade autuante remeter os do- 3 — A defesa e os requerimentos previstos no
cumentos apreendidos para a unidade desconcen- número anterior devem ser apresentados por es-
trada da Guarda Nacional Republicana ou da Polí- crito, em língua portuguesa e conter os seguintes
cia de Segurança Pública da área onde foi reali- elementos:
zada a ação de fiscalização, que asseguram, em
a) Número do auto de contraordenação;
colaboração com a ANSR, a interação presencial
b) Identificação do arguido, através do nome;
com os cidadãos no âmbito do processo contraor-
c) Exposição dos factos, fundamentação e pe-
denacional rodoviário.
dido;
6 — Se não tiverem sido cumpridas as sanções
d) Assinatura do arguido ou, caso existam, do
acessórias de inibição de conduzir ou de apreensão
mandatário ou representante legal.
do veículo, procede-se à apreensão efetiva do tí-
tulo de condução ou do veículo, conforme o caso, 4 — O arguido, na defesa deve indicar expres-
para cumprimento da respetiva sanção. samente os factos sobre os quais incide a prova,
7 — O veículo apreendido responde pelo paga- sob pena de indeferimento das provas apresenta-
mento das quantias devidas. das.

52
CÓDIGO DA ESTRADA

5 — O requerimento previsto na alínea d) do d) Subsidiariamente, o que conste do auto de


n.º 2, bem como os requerimentos para consulta contraordenação, nos casos em que este tenha
do processo ou para identificação do autor da con- sido indicado pelo arguido aquando da notificação
traordenação nos termos do n.º 3 do artigo 171.º, pessoal do auto.
devem ser apresentados em impresso de modelo
8 — Para as restantes infrações e para os mes-
aprovado por despacho do presidente da ANSR.
mos efeitos, considera-se domicílio do notificando:
Artigo 176.º a) O que conste no registo organizado pela en-
tidade competente para concessão de autorização,
Notificações
alvará, licença de atividade ou credencial; ou
1 — As notificações efetuam-se: b) O correspondente ao seu local de trabalho.

a) Por contacto pessoal com o notificando no 9 — As notificações consideram-se efetuadas:


lugar em que for encontrado;
a) Em caso de notificação por carta registada,
b) Mediante carta registada com aviso de rece-
na data em que for assinado o aviso de receção ou
ção expedida para o domicílio ou sede do notifi-
no terceiro dia útil após essa data, quando o aviso
cando;
for assinado por pessoa diversa do arguido;
c) Mediante carta simples expedida para o do-
b) Em caso de notificação por carta simples, no
micílio ou sede do notificando;
quinto dia posterior à data da expedição, comina-
d) Por via eletrónica, para a morada única digi-
ção que deve constar do ato de notificação, de-
tal, através do serviço público de notificações ele-
vendo ser junta ao processo cópia do ofício da no-
trónicas.
tificação com a indicação da data de expedição e
2 — A notificação por contacto pessoal é efetu- do domicílio para o qual foi enviada;
ada, sempre que possível, no ato da autuação ou, c) Em caso de notificação por via eletrónica, no
em qualquer outro momento, quando o notifi- quinto dia posterior ao registo de disponibilização
cando for encontrado pela entidade competente, daquela no sistema informático de suporte ao ser-
independentemente do ato procedimental a notifi- viço público de notificações eletrónicas, conforme
car. disposto no n.º 3 do artigo 8.º do Decreto-Lei n.º
3 — Na notificação pessoal o arguido pode as- 93/2017, de 1 de agosto.
sinar através de assinatura autógrafa em suporte
10 — Quando a infração for da responsabili-
de papel ou digital, bem como através da leitura
dade do titular do documento de identificação do
de dados biométricos.
veículo, a notificação, no ato de autuação, pode
4 — A notificação por via eletrónica é efetuada
fazer-se na pessoa do condutor.
para a morada única digital das pessoas singulares
11 — Sempre que o notificando se recusar a
e coletivas que tenham aderido ao serviço público
receber ou a assinar a notificação, o agente certi-
de notificações eletrónicas, nos termos do disposto
fica a recusa, considerando-se efetuada a notifica-
no Decreto-Lei n.º 93/2017, de 1 de agosto.
ção.
5 — Se não for possível, no ato de autuação,
proceder nos termos do n.º 2 ou se estiver em
Artigo 177.º
causa qualquer outro ato, a notificação pode ser
efetuada através de carta registada com aviso de Depoimentos
receção, expedida para o domicílio ou sede do no-
tificando. 1 — As testemunhas, peritos ou consultores
6 — Se, por qualquer motivo, a carta prevista técnicos indicados pelo arguido na defesa devem
no número anterior for devolvida à entidade reme- por ele ser apresentados na data, hora e local in-
tente, a notificação é reenviada ao notificando, dicados pela entidade instrutora do processo.
para o seu domicílio ou sede, através de carta sim- 2 — Excetuam-se do disposto no número ante-
ples. rior os peritos dos estabelecimentos, laboratórios
7 — Nas infrações relativas ao exercício da con- ou serviços oficiais, bem como os agentes de au-
dução ou às disposições que condicionem a admis- toridade, ainda que arrolados pelo arguido, que
são do veículo ao trânsito nas vias públicas, con- devem ser notificados pela autoridade administra-
sidera-se domicílio do notificando, para efeitos do tiva.
disposto nos n.ºs 4 e 5: 3 — O arguido, as testemunhas, peritos e con-
sultores técnicos podem ser ouvidos por videocon-
a) O que consta na base de dados da AT como ferência, devendo constar da ata o início e termo
domicílio fiscal; da gravação de cada depoimento, informação ou
b) [Revogada.] esclarecimento.
c) O que conste dos autos de contraordenação, 4 — Os depoimentos ou esclarecimentos reco-
nos casos em que o arguido não seja residente no lhidos por videoconferência não são reduzidos a
território nacional; escrito, nem sendo necessária a sua transcrição

53
CÓDIGO DA ESTRADA

para efeitos de recurso, devendo ser junta ao pro- a) A identificação do infrator;


cesso cópia das gravações. b) A descrição sumária dos factos, das provas
5 — Os depoimentos ou esclarecimentos pres- e das circunstâncias relevantes para a decisão;
tados presencialmente podem ser documentados c) A indicação das normas violadas;
em meios técnicos audiovisuais. d) A coima e a sanção acessória;
e) A condenação em custas.
Artigo 178.º
2 — Da decisão deve ainda constar que:
Adiamento da diligência de inquirição de
a) A condenação se torna definitiva e exequível
testemunhas
se não for judicialmente impugnada por escrito,
1 — A diligência de inquirição de testemunhas, constando de alegações e conclusões, no prazo de
de peritos ou de consultores técnicos, apenas pode 15 dias úteis após o seu conhecimento e junto da
ser adiada uma única vez, se a falta à primeira autoridade administrativa que aplicou a coima;
marcação tiver sido considerada justificada. b) Em caso de impugnação judicial, o tribunal
2 — Considera-se justificada a falta motivada pode decidir mediante audiência ou, caso o ar-
por facto não imputável ao faltoso que o impeça guido e o Ministério Público não se oponham, me-
de comparecer no ato processual. diante simples despacho.
3 — A impossibilidade de comparecimento deve
3 — A decisão deve conter ainda:
ser comunicada com cinco dias de antecedência, se
for previsível, e até ao terceiro dia posterior ao dia a) A ordem de pagamento da coima e das cus-
designado para a prática do ato, se for imprevisível, tas no prazo máximo de 15 dias úteis após a deci-
constando da comunicação a indicação do respetivo são se tornar definitiva;
motivo e da duração previsível do impedimento, b) A indicação de que, no prazo referido na alí-
sob pena de não justificação da falta. nea anterior, pode requerer o pagamento da
4 — Os elementos de prova da impossibilidade coima em prestações, nos termos do disposto no
de comparecimento devem ser apresentados com artigo 183.º
a comunicação referida no número anterior.
4 — Não tendo o arguido exercido o direito de
defesa, a fundamentação a que se refere a alínea
Artigo 179.º
b) do n.º 1 pode ser feita por simples remissão
Ausência do arguido para o auto de notícia.

A falta de comparência do arguido à diligência


Artigo 182.º
de inquirição que lhe tenha sido comunicada não
obsta ao prosseguimento do processo, salvo se a Cumprimento da decisão
falta tiver sido considerada justificada nos termos
1 — A coima e as custas são pagas no prazo de
do artigo anterior, caso em que é aplicável o re-
15 dias úteis a contar da data em que a decisão se
gime nele estabelecido.
torna definitiva, devendo o pagamento efetuar-se
nas modalidades fixadas em regulamento.
Artigo 180.º
2 — Não é admitida a prorrogação do prazo de
Medidas cautelares pagamento, salvo quando haja deferimento do pe-
dido de pagamento da coima em prestações, de-
Podem ser impostas medidas cautelares, nos vendo este ser efetuado no prazo fixado para o
termos previstos em cada diploma legal, quando efeito.
se revele necessário para a instrução do processo, 3 — Sendo aplicada sanção acessória, o seu
ou para a defesa da segurança rodoviária, e ainda cumprimento deve ser iniciado no prazo previsto
quando o arguido exerça atividade profissional au- no n.º 1, do seguinte modo:
torizada, titulada por alvará ou licenciada pela en-
tidade administrativa competente, e tenha prati- a) Tratando-se de inibição de conduzir efetiva,
cado a infração no exercício dessa atividade. pela entrega do título de condução à entidade
competente;
CAPÍTULO III b) Tratando-se de apreensão do veículo, pela
sua entrega efetiva, bem como do documento que
Da decisão o identifica e do título de registo de propriedade e
livrete do veículo, no local indicado na decisão, ou
Artigo 181.º só pela entrega dos referidos documentos quando
Decisão condenatória o titular do documento de identificação for nome-
ado seu fiel depositário;
1 — A decisão que aplica a coima ou a sanção c) Tratando-se de outra sanção acessória, deve
acessória deve conter: proceder-se nos termos indicados na decisão con-
denatória.

54
CÓDIGO DA ESTRADA

Artigo 183.º 6 — O disposto no presente artigo não exclui a


aplicação de custas previstas noutro diploma legal,
Pagamento da coima em prestações
complementar ou especial.
1 — Sempre que o valor mínimo da coima apli-
cável seja igual ou superior a 2 UC pode a autori- Artigo 185.º-A
dade administrativa, a requerimento do arguido,
Certidão de dívida
autorizar o seu pagamento em prestações mensais,
não inferiores a (euro) 50, pelo período máximo 1 — Quando se verifique que a coima ou as
de 12 meses. custas não foram pagas, decorrido o prazo legal
2 — O pagamento da coima em prestações de pagamento, contado a partir da data em que a
pode ser requerido até ao envio do processo a tri- decisão se tornou definitiva, é extraída certidão de
bunal para execução. dívida com base nos elementos constantes do pro-
3 — A falta de pagamento de alguma das pres- cesso de contraordenação.
tações implica o imediato vencimento das demais. 2 — A certidão de dívida é assinada e autenti-
cada pelo presidente da entidade competente para
Artigo 184.º o processamento e aplicação da coima, ou pelo ór-
gão ou agente em quem aquele tenha delegado
Competência da entidade administrativa
essa competência, e contém os seguintes elemen-
após decisão
tos:
O poder de apreciação da entidade administra-
a) Identificação do agente da infração, inclu-
tiva esgota-se com a decisão, exceto quando é
indo o nome completo ou denominação social, a
apresentado recurso da decisão condenatória,
residência ou sede social, o número do documento
caso em que a entidade administrativa a pode re-
legal de identificação, o domicílio fiscal e o número
vogar até ao envio dos autos para o Ministério Pú-
de identificação fiscal;
blico.
b) Descrição da infração, incluindo dia, hora e
local em que foi cometida;
Artigo 185.º c) Número do processo de contraordenação;
Custas d) Proveniência da dívida e seu montante, es-
pecificando o montante da coima e o das custas;
1 — As custas devem, entre outras, cobrir as e) A data da decisão condenatória da coima ou
despesas efetuadas com franquias postais e comu- custas, a data da sua notificação ao devedor e a
nicações telefónicas, telegráficas, por telecópia ou data em que a decisão condenatória se tornou de-
por transmissão eletrónica. finitiva;
2 — Caso a coima seja paga voluntariamente, f) Quaisquer outras indicações úteis para o efi-
nos termos do n.º 2 do artigo 172.º, não há lugar caz seguimento da execução.
a custas.
3 — A dispensa de custas nos termos do nú- 3 — A assinatura da certidão de dívida pode ser
mero anterior não abrange: efetuada por assinatura autógrafa autenticada
com selo branco ou por assinatura digital qualifi-
a) Os casos em que é apresentada defesa, pe- cada com certificado digital.
dido de pagamento a prestações ou qualquer re- 4 — A certidão de dívida serve de base à ins-
querimento relativo ao modo de cumprimento da tauração do processo de execução a promover pe-
sanção acessória aplicável; los tribunais competentes, nos termos do regime
b) As despesas decorrentes dos exames médi- geral das contraordenações.
cos e análises toxicológicas legalmente previstos
para a determinação dos estados de influenciado CAPÍTULO IV
pelo álcool ou por substâncias psicotrópicas;
c) As despesas decorrentes das inspeções im- Do recurso
postas a veículos;
d) As despesas resultantes de qualquer diligên- Artigo 186.º
cia de prova solicitada pelo arguido.
Recursos
4 — O reembolso pelas despesas referidas no
As decisões judiciais proferidas em sede de im-
n.º 1 é calculado à razão de metade de 1 UC nas
pugnação de decisões administrativas admitem
primeiras 50 folhas ou fração do processado e de
recurso nos termos da lei geral aplicável às con-
um décimo de UC por cada conjunto subsequente
traordenações.
de 25 folhas ou fração do processado.
5 — Não há lugar ao pagamento de taxa de
justiça na execução das decisões proferidas em
processos de contraordenação rodoviária.

55
CÓDIGO DA ESTRADA

Artigo 187.º CAPÍTULO V


Efeitos do recurso Da prescrição
1 — A impugnação judicial da decisão adminis-
Artigo 188.º
trativa que aplique uma coima, uma sanção aces-
sória ou determine a cassação do título de condu- Prescrição do procedimento
ção tem efeito suspensivo.
2 — [Revogado.] 1 — O procedimento por contraordenação ro-
doviária extingue-se por efeito da prescrição logo
que, sobre a prática da contraordenação, tenham
Artigo 187.º-A
decorrido dois anos.
Revisão
2 — Sem prejuízo da aplicação do regime de
1 — Sem prejuízo do disposto no número se- suspensão e de interrupção previsto no regime ge-
guinte, à revisão de decisões definitivas ou transi- ral do ilícito de mera ordenação social, a prescrição
tadas em julgado em matéria de contraordenação do procedimento por contraordenação rodoviária
rodoviária é aplicável o regime geral do ilícito de interrompe-se também com a notificação ao ar-
mera ordenação social, sempre que não contrarie guido da decisão condenatória.
o disposto no presente diploma.
2 — A revisão de decisões definitivas ou tran- Artigo 189.º
sitadas em julgado a favor do arguido não é ad-
missível quando a condenação respeitar à prática Prescrição da coima e das sanções acessó-
de contraordenação rodoviária leve e tenham de- rias
corrido dois anos após a definitividade ou trânsito As coimas e as sanções acessórias prescrevem
em julgado da decisão a rever. no prazo de dois anos contados a partir do caráter
3 — A revisão contra o arguido só é admissível definitivo da decisão condenatória ou do trânsito
quando vise a sua condenação pela prática de um em julgado da sentença.
crime.

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Decreto-Lei n.º 102-B/2020, de 9 de dezembro

Decreto-Lei n.º 102-B/2020


de 9 de dezembro
(Extrato)
A promoção da segurança rodoviária e a diminuição da sinistralidade são prioridades as-
sumidas no Programa do XXII Governo Constitucional, à semelhança do que já sucedia no âmbito
do programa do anterior Governo, em cujo mandato foi aprovado o Plano Estratégico Nacional
de Segurança Rodoviária (PENSE 2020), através da Resolução do Conselho de Ministros n.º
85/2017, de 19 de junho. Para a prossecução deste objetivo impõe-se proceder a algumas alte-
rações ao Código da Estrada, bem como à respetiva legislação complementar.
Assim, no âmbito da promoção da segurança rodoviária, e com o objetivo de diminuição da
sinistralidade, preveem-se, desde logo, regras especiais de segurança para os veículos em marcha
lenta, designadamente tratores, máquinas agrícolas ou florestais e máquinas industriais.
Do mesmo modo, atendendo à proliferação de veículos equiparados a velocípedes que
podem circular em pistas de velocípedes e em pistas mistas de velocípedes e peões, e à sua
extrema perigosidade na partilha de espaço, restringe-se a equiparação a velocípedes apenas a
veículos com potência máxima contínua de 0,25 kW e que não atinjam mais de 25 km/h de
velocidade em patamar.
Esta equiparação, com as respetivas limitações, vai ao encontro do que têm sido as me-
lhores práticas em termos internacionais e, bem assim, dos critérios que vêm sendo estabeleci-
dos nos contratos firmados entre as autarquias e as empresas de sharing deste tipo de equipa-
mentos.
Procede-se assim à sistematização do artigo 112.º do Código da Estrada, aprovado pelo
Decreto-Lei n.º 114/94, de 3 de maio, clarificando a definição de velocípedes com motor e tro-
tinetas.
Procede-se igualmente à adaptação das definições de motociclos, ciclomotores, triciclos e
quadriciclos ao estabelecido no Regulamento (UE) n.º 168/2013 do Parlamento Europeu e do
Conselho, de 15 de janeiro de 2013, relativo à homologação e fiscalização do mercado dos veí-
culos de duas ou três rodas e dos quadriciclos.
Por outro lado, atendendo à circunstância de a utilização ou manuseamento continuado
de aparelhos radiotelefónicos e similares durante a marcha do veículo constituir uma causa cres-
cente de sinistralidade rodoviária, sanciona-se de forma mais gravosa a utilização ou o manuse-
amento, durante a marcha do veículo, daqueles aparelhos, com vista a dissuadir estes compor-
tamentos de risco.
Num contínuo esforço de desmaterialização e agilização do processo contraordenacional
altera-se o artigo 169.º-A do Código da Estrada, passando a ser possível a prática de atos pro-
cessuais mediante a aposição de assinatura digital, com recurso a uma solução de integração de
fornecedores de atributos com o sistema de certificação de atributos profissionais e com o cartão
de cidadão. Permite-se, igualmente, que os cidadãos, no âmbito de processos contraordenacio-
nais e mediante adesão voluntária à morada única digital, possam vir a receber notificações por
via eletrónica para a caixa postal eletrónica associada para o efeito.
O levantamento de um auto de contraordenação assenta na prática de um ou mais factos
com dignidade jurídica e relevância sancionatória, sendo que o auto constitui uma acusação da
qual o arguido se pode defender, cabendo à autoridade administrativa decidir. Contudo, existem
situações em que os condutores se encontram no desempenho de determinadas funções que
determinam a exclusão da ilicitude dos factos praticados. Assim, não obstante os factos pratica-
dos poderem integrar um tipo de contraordenação rodoviária sabe-se, a priori, que tais factos
são lícitos, pelo que o levantamento de auto de contraordenação e subsequente tramitação pro-
cessual constituem atos processuais inúteis, culminando, inevitavelmente, no arquivamento do
processo.
Por este motivo, encontra-se já consagrada, no artigo 171.º-A do Código da Estrada, a
dispensa de procedimento para as infrações cometidas por agentes das forças e serviços de
segurança e órgãos de polícia criminal, quando aquelas decorram do exercício das suas funções
e no âmbito de missão superiormente autorizada ou legalmente determinada, desde que confir-
mada por declaração da entidade competente.
A experiência justifica ser agora oportuno, por forma a acautelar a prossecução de supe-
riores interesses públicos, alargar a previsão já existente aos condutores de veículos em missão

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Decreto-Lei n.º 102-B/2020, de 9 de dezembro

urgente de prestação de socorro e aos condutores de veículos em missão de serviço urgente de


interesse público.
Adicionalmente, o presente decreto-lei visa, em obediência aos princípios da desburocra-
tização e da transparência, e através de medidas de simplificação administrativa, introduzir num
único documento — a carta de condução — todas as categorias de veículos.
Para esse efeito, altera-se o Regulamento da Habilitação Legal para Conduzir, com o in-
tuito de eliminar as licenças de condução para conduzir tratores e máquinas agrícolas ou flores-
tais na via pública, integrando estes veículos na carta de condução e subdividindo esta habilita-
ção em tipos I, II e III, com menções específicas para cada um dos tipos.
Nesse sentido, procede-se à alteração do modelo da carta de condução, por forma a incluir
a habilitação de veículos agrícolas e a introduzir melhorias de segurança: (i) alterando o grafismo
da imagem de fundo da carta de condução; (ii) tornando-a mais harmoniosa; (iii) introduzindo
a duplicação da fotografia do condutor em tamanho reduzido no canto inferior direito e (iv)
incluindo um código de barras bidimensional do tipo QR Code, por forma a permitir a leitura da
carta em equipamento adequado.
As alterações introduzidas pelo presente decreto-lei materializam, igualmente, os proce-
dimentos tendentes à concretização da medida iSIMPLEX «CAP online — Certificado de Avaliação
Psicológica Digital», que visa desmaterializar o certificado de avaliação psicológica.
É também alterado o regime de trocas de títulos de condução estrangeiros por forma a
reforçar a qualidade da análise da equivalência das categorias de habilitação, estabelecendo-se
um regime diferenciado para os condutores do Grupo 1 e do Grupo 2, com aumento das exigên-
cias de verificação de conhecimentos e aptidões para a condução relativamente aos condutores
que vão exercer a condução enquanto profissão ou atividade de risco. Nessa sequência, e porque
se pretende manter relações institucionais de reciprocidade, mantêm-se os acordos bilaterais de
reconhecimento e troca de títulos de condução estrangeiros já celebrados.
São introduzidas alterações ao regime de caducidade dos títulos de condução, não só
quanto às regras que permitem que condutores que deixaram caducar os seus títulos possam
reavê-los, ainda que condicionados à realização de provas de exame ou à frequência de ação de
formação, como também à previsão da caducidade definitiva dos títulos de condução nas situa-
ções tipificadas na lei.
Estabelece-se, ainda, a possibilidade de justificação das faltas às provas componentes do
exame de condução, com apresentação de atestado médico ou outro documento autêntico de
prova.
Ainda em matéria de cartas de condução, foram incorporadas no presente decreto-lei as
alterações necessárias para a transposição da Diretiva (UE) 2020/612, da Comissão.
No âmbito da fiscalização do trânsito, a Guarda Nacional Republicana e a Polícia de Segu-
rança Pública carecem, para o cabal exercício das suas competências, de aceder a toda a infor-
mação constante no Registo Individual do Condutor. Contudo, tem vindo a revelar-se insuficiente
a atual forma indireta de obtenção da informação sobre as sanções por cumprir e sobre as inibi-
ções ou proibições de condução do condutor fiscalizado. Assim, por razões de simplicidade e
celeridade processual, procede-se à alteração do modo de acesso destas forças de segurança
aos dados constantes do Registo Individual do Condutor.
Por último, ajustam-se as competências das entidades fiscalizadoras, previstas no De-
creto-Lei n.º 44/2005, de 23 de fevereiro, na sua redação atual, e consagra-se a necessidade
de organizar e manter atualizado um registo das entidades que invocam ou suscitam o serviço
urgente de interesse público.
Foram ouvidos os órgãos de Governo próprios das Regiões Autónomas, a Comissão Naci-
onal de Proteção de Dados e a Associação Nacional de Municípios Portugueses.
Assim:
Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da Constituição, o Governo decreta o
seguinte:

Artigo 1.º
Objeto
O presente decreto-lei procede:
a) À 20.ª alteração ao Código da Estrada, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 114/94, de 3
de maio, e alterado pelos Decretos-Leis n.ºs 214/96, de 20 de novembro, 2/98, de 3 de janeiro,
162/2001, de 22 de maio, e 265-A/2001, de 28 de setembro, pela Lei n.º 20/2002, de 21 de
agosto, pelos Decretos-Leis n.ºs 44/2005, de 23 de fevereiro, 113/2008, de 1 de julho, e

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Decreto-Lei n.º 102-B/2020, de 9 de dezembro

113/2009, de 18 de maio, pelas Leis n.ºs 78/2009, de 13 de agosto, e 46/2010, de 7 de


setembro, pelos Decretos-Leis n.ºs 82/2011, de 20 de junho, e 138/2012, de 5 de julho, pelas
Leis n.ºs 72/2013, de 3 de setembro, e 116/2015, de 28 de agosto, pelo Decreto-Lei n.º
40/2016, de 29 de julho, pela Lei n.º 47/2017, de 7 de julho, e pelos Decretos-Leis n.ºs
151/2017, de 7 de dezembro, 107/2018, de 29 de novembro, e 2/2020, de 14 de janeiro;
b) À sexta alteração ao Decreto-Lei n.º 317/94, de 24 de dezembro, alterado pelos
Decretos-Leis n.ºs 105/2006, de 7 de junho, 130/2009, de 1 de junho, e 114/2011, de 30 de
novembro, pela Lei n.º 27/2015, de 14 de abril, e pelo Decreto-Lei n.º 80/2016, de 28 de
novembro, que organiza o registo individual do condutor;
c) À terceira alteração ao Decreto-Lei n.º 44/2005, de 23 de fevereiro, alterado pela Lei
n.º 72/2013, de 3 de setembro, e pelo Decreto-Lei n.º 146/2014, de 9 de outubro;
d) À segunda alteração ao Decreto-Lei n.º 262/2009, de 28 de setembro, alterado pelo
Decreto-Lei n.º 12/2017, de 19 de janeiro;
e) À quinta alteração ao Decreto-Lei n.º 138/2012, de 5 de julho, alterado pelos Decre-
tos-Leis n.ºs 37/2014, de 14 de março, 40/2016, de 29 de julho, 151/2017, de 7 de dezembro,
e 2/2020, de 14 de janeiro, transpondo a Diretiva (UE) 2020/612, da Comissão, que altera a
Diretiva 2006/126/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, relativa à carta de condução.

Artigo 2.º
Alteração ao Código da Estrada
Os artigos 22.º, 23.º, 55.º, 81.º, 82.º, 84.º, 85.º, 89.º, 107.º, 112.º, 119.º, 121.º,
122.º, 123.º, 125.º, 128.º a 130.º, 139.º, 145.º, 146.º, 148.º, 169.º, 169.º-A, 171.º-A, 173.º,
176.º e 183.º do Código da Estrada, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 114/94, de 3 de maio, na
sua redação atual, passam a ter a seguinte redação:
(As alterações encontram-se inseridas no local próprio do diploma)

Artigo 3.º
Aditamento ao Código da Estrada
São aditados os artigos 50.º-A e 149.º-A ao Código da Estrada, aprovado pelo Decreto-
Lei n.º 114/94, de 3 de maio, na sua redação atual, com a seguinte redação:
(Os aditamentos encontram-se inseridas no local próprio do diploma)

Artigo 4.º
Alteração ao Decreto-Lei n.º 317/94, de 24 de dezembro
Os artigos 4.º, 7.º e 11.º do Decreto-Lei n.º 317/94, de 24 de dezembro, na sua redação
atual, passam a ter a seguinte redação:

Artigo 5.º
Alteração ao Decreto-Lei n.º 44/2005, de 23 de fevereiro
Os artigos 5.º a 7.º do Decreto-Lei n.º 44/2005, de 23 de fevereiro, na sua redação
atual, passam a ter a seguinte redação:

Artigo 6.º
Alteração ao Decreto-Lei n.º 262/2009, de 28 de setembro
O artigo 4.º do Decreto-Lei n.º 262/2009, de 28 de setembro, na sua redação atual,
passa a ter a seguinte redação:

Artigo 7.º
Alteração ao Decreto-Lei n.º 138/2012, de 5 de julho
O artigo 14.º-A do Decreto-Lei n.º 138/2012, de 5 de julho, na sua redação atual, passa
a ter a seguinte redação:

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Decreto-Lei n.º 102-B/2020, de 9 de dezembro

Artigo 8.º
Alteração ao Regulamento da Habilitação Legal para Conduzir
Os artigos 1.º, 3.º, 9.º, 14.º a 18.º, 20.º, 22.º, 25.º, 26.º, 29.º, 33.º a 35.º, 37.º, 38.º,
41.º, 42.º, 54.º, 61.º a 63.º do Regulamento da Habilitação Legal para Conduzir, aprovado
em anexo ao Decreto-Lei n.º 138/2012, de 5 de julho, na sua redação atual, são alterados nos
termos do anexo I ao presente decreto-lei e do qual faz parte integrante.

Artigo 9.º
Alteração aos anexos I, III e VII do Regulamento da Habilitação Legal para Conduzir
1 — Os anexos I e III do Regulamento da Habilitação Legal para Conduzir, aprovado em
anexo ao Decreto-Lei n.º 138/2012, de 5 de julho, na sua redação atual, são alterados nos
termos do anexo II ao presente decreto-lei, do qual faz parte integrante.
2 — O anexo VII do Regulamento da Habilitação Legal para Conduzir, aprovado em
anexo ao Decreto-Lei n.º 138/2012, de 5 de julho, na sua redação atual, é alterado nos termos
do anexo III ao presente decreto-lei, do qual faz parte integrante.

Artigo 10.º
Identificação do arguido pelas autarquias locais
1 — A identificação do arguido, a realizar nos termos do artigo 171.º do Código da
Estrada, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 114/94, de 3 de maio, na sua redação atual, pode ser
efetuada através da indicação dos elementos previstos nas alíneas a) a d) do n.º 1 do referido
artigo, enquanto as entidades mencionadas no artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 107/2018, de 29
de novembro, não tiverem acesso ao Sistema de Contraordenações de Trânsito.
2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, a indicação do domicílio fiscal pode
ser substituída pela indicação do domicílio ou sede, quando se trate de pessoa coletiva, os
quais são válidos para efeitos de notificação, nos termos do artigo 176.º do Código da Estrada,
aprovado pelo Decreto-Lei n.º 114/94, de 3 de maio, na sua redação atual.

Artigo 11.º
Disposição transitória
O disposto no artigo 14.º-A do Decreto-Lei n.º 138/2012, de 5 de julho, na redação
introduzida pelo presente decreto-lei, não é aplicável à emissão do certificado de avaliação
psicológica enquanto não for possível a sua emissão em formato eletrónico.

Artigo 12.º
Regulamentação
O decreto regulamentar previsto no n.º 5 do artigo 112.º do Código da Estrada, na
redação dada pelo presente decreto-lei, é aprovado no prazo de 60 dias.

Artigo 13.º
Norma revogatória
São revogados:
a) O n.º 5 do artigo 82.º, o n.º 5 do artigo 121.º, o n.º 4 do artigo 123.º, o artigo 124.º,
as alíneas a) e b) do n.º 7 do artigo 128.º, a alínea a) do n.º 3 e o n.º 6 do artigo 130.º, os
n.ºs 2 e 4 do artigo 169.º e o n.º 3 do artigo 169.º-A do Código da Estrada, aprovado pelo
Decreto-Lei n.º 114/94, de 3 de maio, na sua redação atual;
b) O n.º 3 do artigo 7.º e o n.º 6 do artigo 11.º do Decreto-Lei n.º 317/94, de 24 de
dezembro, na sua redação atual;
c) As alíneas b) e c) do n.º 1 e os n.ºs 2 e 7 do artigo 5.º e o n.º 4 do artigo 7.º do
Decreto-Lei n.º 44/2005, de 23 de fevereiro, na sua redação atual;
d) O artigo 12.º do Decreto-Lei n.º 138/2012, de 5 de julho, na sua redação atual;
e) O artigo 7.º, o n.º 3 do artigo 16.º, o n.º 2 do artigo 20.º, o n.º 2 do artigo 26.º, o
n.º 8 do artigo 35.º, o artigo 36.º e o anexo II do Regulamento da Habilitação Legal para

60
Decreto-Lei n.º 102-B/2020, de 9 de dezembro

Conduzir, aprovado em anexo ao Decreto-Lei n.º 138/2012, de 5 de julho, na sua redação


atual.

Artigo 14.º
Republicação
São republicados, nos anexos IV, V e VI ao presente decreto-lei, do qual fazem parte
integrante, respetivamente:
a) O Código da Estrada, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 114/94, de 3 de maio, com a
redação introduzida pelo presente decreto-lei;
b) O Decreto-Lei n.º 317/94, de 24 de dezembro, que organiza o registo individual do
condutor, com a redação introduzida pelo presente decreto-lei;
c) O Regulamento da Habilitação Legal para Conduzir, aprovado em anexo ao Decreto-
Lei n.º 138/2012, de 5 de julho, com a redação introduzida pelo presente decreto-lei.

Artigo 15.º
Entrada em vigor e produção de efeitos
1 — O presente decreto-lei entra em vigor no prazo de 30 dias após a sua publicação.
2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, as alterações ao artigo 128.º do
Código da Estrada, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 114/94, de 3 de maio, apenas produzem
efeitos 120 dias após a publicação do presente decreto-lei.

Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 27 de novembro de 2020. — António Luís


Santos da Costa — Pedro Gramaxo de Carvalho Siza Vieira — Berta Ferreira Milheiro Nunes —
João Rodrigo Reis Carvalho Leão — Eduardo Arménio do Nascimento Cabrita — Francisca Eu-
génia da Silva Dias Van Dunem — Alexandra Ludomila Ribeiro Fernandes Leitão — Tiago Bran-
dão Rodrigues — Ana Manuel Jerónimo Lopes Correia Mendes Godinho — Marta Alexandra
Fartura Braga Temido de Almeida Simões — João Pedro Soeiro de Matos Fernandes — Pedro
Nuno de Oliveira Santos — Maria do Céu de Oliveira Antunes Albuquerque.
Promulgado em 5 de dezembro de 2020.
Publique-se.
O Presidente da República, MARCELO REBELO DE SOUSA.
Referendado em 8 de dezembro de 2020.
O Primeiro-Ministro, António Luís Santos da Costa.

61
Decreto-Lei n.º 102-B/2020, de 9 de dezembro

Apontamentos:

62
Lei n.º 66/2021, de 24 de agosto

Lei n.º 66/2021


de 24 de agosto

(Extrato)
Modifica o regime de estacionamento, pernoita e aparcamento de autocaravanas,
alterando o Código da Estrada e o Regulamento de Sinalização do Trânsito

A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.º da Consti-


tuição, o seguinte:

Artigo 1.º
Objeto
A presente lei modifica o regime de estacionamento, pernoita e aparcamento de auto-
caravanas, alterando o Código da Estrada, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 114/94, de 3 de
maio, e o Regulamento de Sinalização do Trânsito, aprovado pelo Decreto Regulamentar n.º
22-A/98, de 1 de outubro.

Artigo 2.º
Alteração ao Código da Estrada
Os artigos 48.º e 50.º-A do Código da Estrada, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 114/94,
de 3 de maio, passam a ter a seguinte redação:
(As alterações encontram-se inseridas no local próprio do diploma)

Artigo 3.º
Alteração ao Regulamento de Sinalização do Trânsito
Os artigos 24.º e 34.º do Regulamento de Sinalização do Trânsito, aprovado pelo De-
creto Regulamentar n.º 22-A/98, de 1 de outubro, passam a ter a seguinte redação:

Artigo 4.º
Entrada em vigor
A presente lei entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação.

Aprovada em 22 de julho de 2021.


O Presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues.
Promulgada em 6 de agosto de 2021.
Publique-se.
O Presidente da República, MARCELO REBELO DE SOUSA.
Referendada em 12 de agosto de 2021.
O Primeiro-Ministro, António Luís Santos da Costa.

63
Lei n.º 66/2021, de 24 de agosto

Apontamentos:

64
Decreto-Lei n.º 46/2022, de 12 de julho

Decreto-Lei n.º 46/2022


de 12 de julho
A liberdade de circulação é um elemento essencial para o exercício pleno da cidadania,
para tal, Portugal tem procurado reforçar os direitos dos cidadãos estrangeiros que se deslo-
cam para o nosso país, quer tratando-se de deslocações temporárias com finalidades turísticas
quer tratando-se de deslocações para trabalhar ou investir no nosso país.
O XXIII Governo Constitucional reiterando o seu compromisso por uma integração dos
migrantes, que passe pelas melhorias da sua qualidade de vida, entende ser essencial simpli-
ficar a habilitação para a condução de veículos a motor, elemento fundamental para uma ga-
rantia de mobilidade em todo o território nacional.
Face ao exposto e com vista a reforçar e a melhorar a mobilidade entre cidadãos de
Estados-Membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e de Estados-Membros da
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, procede-se a uma alteração
ao Código da Estrada. Em consequência promove-se a dispensa das trocas de cartas de con-
dução, habilitando-se a condução no território nacional com títulos emitidos naqueles Estados,
através do reconhecimento dos títulos de condução estrangeiros.
Assim:
Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da Constituição, o Governo decreta o
seguinte:

Artigo 1.º
Objeto
O presente decreto-lei habilita a condução de veículos a motor pelos titulares de títulos
de condução emitidos por Estados-Membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, procedendo à alteração
ao Código da Estrada, aprovado em anexo ao Decreto-Lei n.º 114/94, de 3 de maio, na sua
redação atual.

Artigo 2.º
Alteração ao Código da Estrada, aprovado em anexo ao Decreto-Lei n.º 114/94, de
3 de maio
Os artigos 125.º e 128.º do Código da Estrada, na sua redação atual, passam a ter a
seguinte redação:
(As alterações encontram-se inseridas no local próprio do diploma)

Artigo 3.º
Entrada em vigor
O presente decreto-lei entra em vigor no primeiro dia útil do mês seguinte ao da sua
publicação.
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 15 de junho de 2022. — António Luís
Santos da Costa — José Luís Pereira Carneiro — José Duarte Piteira Rica Silvestre Cordeiro —
Hugo Santos Mendes.
Promulgado em 5 de julho de 2022.
Publique-se.
O Presidente da República, MARCELO REBELO DE SOUSA.
Referendado em 6 de julho de 2022.
O Primeiro-Ministro, António Luís Santos da Costa.

65
Decreto-Lei n.º 46/2022, de 12 de julho

Apontamentos:

66
Decreto-Lei n.º 84-C/2022, de 9 de dezembro

Decreto-Lei n.º 84-C/2022


de 9 de dezembro

(Extrato)
A Diretiva (UE) 2019/520 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de março de
2019, relativa à interoperabilidade dos sistemas eletrónicos de portagem rodoviária e que fa-
cilita o intercâmbio transfronteiriço de informações sobre o não pagamento de taxas rodoviá-
rias na União, tem por objetivo promover o uso dos sistemas eletrónicos de portagem rodovi-
ária nos Estados-Membros e nos países vizinhos e contribuir para uma política de cobrança
rodoviária à escala da União.
O presente decreto-lei, transpondo a referida Diretiva, vem estabelecer os direitos e
deveres dos principais intervenientes no sistema eletrónico europeu de portagens, nomeada-
mente os respetivos fornecedores, as portageiras e os utilizadores.
Revê-se igualmente legislação em matéria de portagens, nomeadamente a respeito da
interoperabilidade nacional e do acesso à atividade de fornecedor de serviços eletrónicos de
portagens.
São também revistas as regras do sistema de identificação eletrónica de veículos para
pagamento de portagens, constantes nomeadamente do Decreto-Lei n.º 112/2009, de 18 de
maio, e da Portaria n.º 314-B/2010, de 14 de junho, e que nasceram no contexto da introdução
das portagens exclusivamente eletrónicas em Portugal — matéria em que o país foi pioneiro a
nível europeu.
O presente decreto-lei procede outrossim à criação do serviço eletrónico nacional de
portagem, que visa dar, a nível nacional, continuidade ao sistema de identificação eletrónica
de veículos em funcionamento, melhorando a sua eficiência e consolidando o caminho para a
interoperabilidade europeia.
Por fim, o presente decreto-lei densifica o conceito de meios automáticos de fiscalização,
previsto no Código da Estrada, para efeitos de otimização da Rede Nacional de Fiscalização
Automática de Velocidade. Procede, ainda, ao reforço da segurança rodoviária, na vertente de
socorro a vítimas de acidentes de trânsito, mediante o alargamento das atribuições da Autori-
dade Nacional de Segurança Rodoviária.
Foram ouvidas a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes, a Associação Portuguesa
das Sociedades Concessionárias de Autoestradas ou Pontes com Portagens, a Ascendi O&M, a
Brisa — Autoestradas de Portugal, os CTT — Correios de Portugal, S. A., a Infraestruturas de
Portugal, S. A., o Instituto da Mobilidade e dos Transportes, I. P., o Instituto dos Registos e
do Notariado, I. P., o Sistema de Portagens Eletrónicas — Portvias, a Via Livre, S. A. e a Via
Verde, S. A.
Foi promovida a audição da Comissão Nacional de Proteção de Dados.
Assim:
Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da Constituição, o Governo decreta o
seguinte:

Artigo 52.º
Alteração ao Decreto-Lei n.º 114/94, de 3 de maio
Os artigos 117.º e 169.º do Código da Estrada, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 114/94,
de 3 de maio, na sua redação atual, passa a ter a seguinte redação:
(As alterações encontram-se inseridas no local próprio do diploma)

Artigo 55.º
Norma revogatória
São revogados:
a) A Lei n.º 30/2007, de 6 de agosto;

67
Decreto-Lei n.º 84-C/2022, de 9 de dezembro

b) O n.º 11 do artigo 119.º do Código da Estrada, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 114/94,
de 3 de maio, na sua redação atual;
c) A alínea f) do n.º 1 do artigo 32.º do Decreto-Lei n.º 78/2014, de 14 de maio, na sua
redação atual;
d) A Portaria n.º 314-A/2010, de 14 de junho;
e) A Portaria n.º 314-B/2010, de 14 de junho, sem prejuízo do disposto no artigo anterior;
f) A Portaria n.º 190/2013, de 23 de maio.

Artigo 56.º
Entrada em vigor
O presente decreto-lei entra em vigor no 30.º dia seguinte ao da sua publicação.

Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 24 de novembro de 2022. — António Luís


Santos da Costa — Catarina Teresa Rola Sarmento e Castro — Fernando Medina Maciel
Almeida Correia — Hugo Santos Mendes.
Promulgado em 8 de dezembro de 2022.
Publique-se.
O Presidente da República, MARCELO REBELO DE SOUSA.
Referendado em 9 de dezembro de 2022.
O Primeiro-Ministro, António Luís Santos da Costa.

68
Índice

ÍNDICE

Condução de veículos e animais _______________________ 6


Condução profissional de veículos de transporte _________ 24
A Condução sob influência de álcool ou de
substâncias psicotrópicas _________________________ 23
Abandono, bloqueamento e remoção de veículos _______ 47 Contagem das distâncias ____________________________ 15
Adiamento da diligência de inquirição de testemunhas ___ 54 Contraordenações graves ___________________________ 40
Âmbito de aplicação ________________________________ 4 Contraordenações muito graves ______________________ 41
Apreensão de veículos _____________________________ 47 Cruzamento de veículos _____________________________ 11
Apreensão do documento de identificação do veículo ____ 46 Cruzamentos, entroncamentos e rotundas _____________ 10
Apreensão preventiva de títulos de condução __________ 46 Cuidados a observar pelos condutores _________________ 28
Atenuação especial da sanção acessória _______________ 40 Cumprimento da decisão ____________________________ 54
Atravessamento da faixa de rodagem _________________ 28 Cumprimento voluntário ____________________________ 51
Atravessamento nas passagens de nível _______________ 20 Custas ___________________________________________ 55
Atribuição de pontos_______________________________ 34
Ausência do arguido _______________________________ 54
Auto de notícia e de denúncia _______________________ 50 D
Autoestradas _____________________________________ 21
Automóveis ______________________________________ 28 Da decisão _______________________________________ 54
Autorização especial _______________________________ 17 Da prescrição _____________________________________ 56
Avaria nas luzes ________________________________ 19, 27 Da responsabilidade________________________________ 38
Decisão condenatória ______________________________ 54
Decreto-Lei n.º 102-B/2020 __________________________ 57
B Decreto-Lei n.º 46/2022 ____________________________ 65
Decreto-Lei n.º 84-C/2022 ___________________________ 67
Bermas e passeios __________________________________ 7 Definições legais ____________________________________ 3
Bloqueamento e remoção __________________________ 48 Depoimentos _____________________________________ 53
Determinação da medida da sanção ___________________ 39
Dispensa de procedimento __________________________ 51
Disposição transitória do Decreto-Lei n.º 102-B/2020 _____ 60
C Disposições especiais para motociclos, ciclomotores
e velocípedes __________________________________ 26
Caducidade dos títulos de condução __________________ 37 Disposições especiais para veículos de tração animal
Cancelamento da matrícula _________________________ 32 e animais ______________________________________ 27
Cancelamento temporário de matrícula _______________ 33 Distância entre veículos ______________________________ 7
Características dos veículos _________________________ 31 Do processo ______________________________________ 49
Carta de condução ________________________________ 35 Do recurso _______________________________________ 55
Cedência de passagem __________________________ 10, 20 Documentos de que o condutor deve ser portador _______ 24
Cedência de passagem a certos veículos _______________ 10
Cedência de passagem em certas vias ou troços _________ 10
Classes e tipos de automóveis _______________________ 29
Classificação das contraordenações rodoviárias _________ 39
E
Classificação dos veículos ___________________________ 28
Coima___________________________________________ 39 Efeitos do recurso _________________________________ 56
Competência da entidade administrativa após decisão ___ 55 Entrada e saída das autoestradas _____________________ 21
Competência e forma dos atos _______________________ 49 Entrada em vigor da Lei n.º 66/2021 ___________________ 63
Competência para o processamento e aplicação Entrada em vigor do Decreto-Lei n.º 46/2022 ___________ 65
das sanções ___________________________________ 49 Entrada em vigor do Decreto-Lei n.º 84-C/2022 __________ 68
Comportamento em caso de avaria ou acidente _________ 25 Entrada em vigor e produção de efeitos do
Comunicação da infração e direito de audição e Decreto-Lei n.º 102-B/2020 _______________________ 61
defesa do arguido ______________________________ 52 Equiparação ______________________________________ 28
Concurso de infrações______________________________ 38 Estacionamento indevido ou abusivo __________________ 47
Condições de utilização das luzes _____________________ 18 Estacionamento proibido ____________________________ 21
Exames em caso de acidente _________________________ 45

69
Índice

Matrícula ________________________________________ 31
F Medidas cautelares ________________________________ 54
Motociclos, ciclomotores, triciclos e quadriciclos ________ 29
Fiscalização da condução sob influência de álcool _______ 44 Mudança de direção para a direita ____________________ 13
Fiscalização da condução sob influência de Mudança de direção para a esquerda __________________ 13
substâncias psicotrópicas ________________________ 45
Forma dos atos processuais _________________________ 50
N
G Norma revogatória _________________________________ 60
Norma revogatória do Decreto-Lei n.º 84-C/2022 ________ 67
Garantia da responsabilidade civil ____________________ 43 Notificações ______________________________________ 53
Garantia de cumprimento __________________________ 51 Novos exames ____________________________________ 37

H O
Habilitação legal para conduzir ______________________ 34 Obrigação de facultar a ultrapassagem _________________ 12
Hierarquia entre prescrições _________________________ 4 Obrigação de seguro _______________________________ 43
Hipoteca ________________________________________ 49 Obrigatoriedade de matrícula ________________________ 31
Ordens das autoridades ______________________________ 4
Outras disposições _________________________________ 45
I Outros casos de apreensão de títulos de condução _______ 46
Outros títulos _____________________________________ 35
Identificação do arguido ____________________________ 50 Outros veículos a motor ____________________________ 29
Identificação do arguido pelas autarquias locais _________ 60
Identificação do veículo ____________________________ 32
Identificação em caso de acidente ____________________ 25 P
Iluminação _______________________________________ 17
Iluminação de cortejos e formações organizadas ________ 28 Pagamento da coima em prestações __________________ 55
Imobilização do veículo_____________________________ 45 Paragem de veículos de transporte coletivo _____________ 15
Imobilização forçada de veículo ou animal _____________ 20 Paragem e estacionamento __________________________ 13
Imobilização forçada por avaria ou acidente ____________ 25 Parques e zonas de estacionamento ___________________ 20
Impedimento de conduzir __________________________ 44 Penhora _________________________________________ 49
Impossibilidade de cruzamento ______________________ 11 Pernoita e aparcamento de autocaravanas _____________ 15
Infratores com sanções por cumprir __________________ 52 Pistas especiais ____________________________________ 22
Inibição de conduzir _______________________________ 42 Placas, postes, ilhéus e dispositivos semelhantes _________ 7
Início de marcha ___________________________________ 6 Pluralidade de vias de trânsito dentro das localidades _____ 6
Inspeções ________________________________________ 31 Pluralidade de vias e trânsito em filas paralelas __________ 13
Interoperabilidade entre organismos públicos __________ 43 Poluição do solo e do ar _____________________________ 23
Inversão do sentido de marcha ______________________ 13 Poluição sonora ___________________________________ 23
Posição a ocupar na via _____________________________ 28
Posição de marcha __________________________________ 6
L Prescrição da coima e das sanções acessórias ___________ 56
Prescrição do procedimento _________________________ 56
Lei n.º 66/2021 ___________________________________ 63 Prescrições especiais _______________________________ 25
Liberdade de trânsito _______________________________ 4 Pré-sinalização de perigo ____________________________ 25
Limites de peso e dimensão dos veículos ______________ 17 Presunção de abandono ____________________________ 48
Limites especiais de velocidade ______________________ 10 Princípios gerais ____________________________________ 3
Limites gerais de velocidade __________________________ 9 Procedimento para a fiscalização da condução
Lugares em que podem transitar os peões _____________ 27 sob influência de álcool ou de substâncias
psicotrópicas ___________________________________ 44
Procedimentos de fiscalização________________________ 44
M Processamento ____________________________________ 50
Processo _________________________________________ 49
Manobras em especial _____________________________ 11 Proibição de estacionamento ________________________ 14
Marcha atrás _____________________________________ 13 Proibição de paragem ou estacionamento ______________ 14
Marcha lenta ______________________________________ 9 Proibição de trânsito _______________________________ 17

70
Índice

Proibição de utilização de certos aparelhos _____________ 24


Proibição temporária ou permanente da circulação
T
de certos veículos _______________________________ 5
Punibilidade da negligência _________________________ 38 Títulos de condução ________________________________ 34
Transformação de veículos __________________________ 31
Trânsito de peões __________________________________ 27
Trânsito de veículos e animais _________________________ 6
R Trânsito de veículos em serviço de urgência ____________ 19
Trânsito de veículos pesados de mercadorias ou
Realização da manobra _____________________________ 12 conjuntos de veículos ____________________________ 21
Realização de obras e utilização das vias públicas Trânsito de veículos que efetuam transportes especiais ___ 20
para fins especiais _______________________________ 5 Trânsito em certas vias ou troços _____________________ 20
Reboque de veículos de duas rodas e carro lateral _______ 31 Trânsito em filas paralelas ____________________________ 6
Reboques ________________________________________ 30 Trânsito nas autoestradas e vias equiparadas ___________ 21
Reclamação de veículos ____________________________ 49 Trânsito nas passagens de nível ______________________ 20
Recursos ________________________________________ 55 Trânsito nos cruzamentos e entroncamentos ___________ 20
Regime especial___________________________________ 33 Transporte de carga _____________________________ 16, 26
Regime probatório ________________________________ 34 Transporte de crianças em automóvel _________________ 16
Registo de infrações ____________________________ 40, 43 Transporte de passageiros ___________________________ 26
Regras de condução _______________________________ 26 Transporte de pessoas ______________________________ 16
Regras especiais de segurança _______________________ 23 Transporte de pessoas e de carga _____________________ 16
Regulamentação __________________________________ 60 Troca de títulos de condução ________________________ 36
Regulamentação local ______________________________ 27
Reincidência _____________________________________ 40
Remissão ________________________________________ 27
Requisitos para a obtenção de títulos de condução ______ 36
U
Responsabilidade _________________________________ 38
Responsabilidade pelas infrações _____________________ 38 Ultrapassagem ____________________________________ 11
Restrições à circulação ______________________________ 5 Ultrapassagens proibidas ____________________________ 12
Restrições ao exercício da condução __________________ 36 Utilização das luzes ________________________________ 26
Revisão _________________________________________ 56 Utilização de dispositivos de segurança ________________ 23
Revogação da suspensão da execução da sanção Utilização de luzes _________________________________ 18
acessória _____________________________________ 40
Rotundas _________________________________________ 6
V
S Veículos _________________________________________ 28
Veículos agrícolas __________________________________ 29
Sanção acessória __________________________________ 39 Veículos de grandes dimensões ______________________ 11
Sanções aplicáveis a condutores de velocípedes _________ 27 Veículos de marcha lenta ____________________________ 12
Seguro de provas desportivas________________________ 43 Veículos de transporte coletivo de passageiros ___________ 7
Serviço de urgência e transportes especiais ____________ 19 Veículos únicos e conjuntos de veículos ________________ 30
Sinais ____________________________________________ 4 Velocidade ________________________________________ 8
Sinais dos condutores _______________________________ 7 Velocidade moderada _______________________________ 9
Sinais luminosos ___________________________________ 8 Velocípedes ______________________________________ 30
Sinais sonoros _____________________________________ 7 Vias de trânsito reservadas __________________________ 22
Sinalização ________________________________________ 4 Vias reservadas ___________________________________ 22
Sinalização de manobras ____________________________ 7 Vias reservadas a automóveis e motociclos _____________ 21
Sinalização de perigo ___________________________ 19, 27 Vias reservadas, corredores de circulação e
Sistema de pontos e cassação do título de condução _____ 42 pistas especiais _________________________________ 22
Suspensão da execução da sanção acessória ____________ 40 Visibilidade reduzida ou insuficiente ____________________ 7
Suspensão ou condicionamento do trânsito _____________ 5

Z
Zonas de coexistência ______________________________ 22

71

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