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SUMÁRIO
COMPETÊNCIA PENAL DE TRÂNSITO ................................................................................................................. 2
TIPO E ABRANGÊNCIA DO TRÂNSITO (CONCEITO DE TRÂNSITO NO ÂMBITO PENAL) ................................... 2
................................................................................................................................................................... 3
DOS PORTOS .............................................................................................................................................. 3
................................................................................................................................................................... 5
DA INCIDÊNCIA DO CTB NO ÂMBITO PENAL ............................................................................................. 5
VIA PÚBLICA ............................................................................................................................................... 5
PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE ............................................................................................................. 6
CONCEITO DE CRIME ................................................................................................................................. 7
ATENÇÃO QUANDO O ARTIGO CITAR “ VIA PÚBLICA” .............................................................................. 8
ARTIGOS DA AULA ............................................................................................................................................. 9

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COMPETÊNCIA PENAL DE TRÂNSITO


TIPO E ABRANGÊNCIA DO TRÂNSITO (CONCEITO DE TRÂNSITO
NO ÂMBITO PENAL)

Art. 2º são vias terrestres urbanas e rurais as ruas, as avenidas, os


logradouros, os caminhos, as passagens, as estradas e as rodovias,
que terão seu uso regulamentado pelo órgão ou entidade com
circunscrição sobre elas, de acordo com as peculiaridades locais e as
circunstâncias especiais.
Parágrafo único. Para os efeitos deste código, são consideradas vias
terrestres as praias abertas à circulação pública, as vias internas
pertencentes aos condomínios constituídos por unidades autônomas
e as vias e áreas de estacionamento de estabelecimentos privados de
uso coletivo.
Vejam o que explica a Res. 302/08 CONTRAN, sobre a questão das
vagas de estacionamento para idosos e deficientes:
II - Área de estacionamento para veículo de portador de deficiência
física é a parte da via sinalizada para o estacionamento de veículo
conduzido ou que transporte portador de deficiência física,
devidamente identificado e com autorização conforme legislação
específica.
III - Área de estacionamento para veículo de idoso é a parte da via
sinalizada para o estacionamento de veículo conduzido ou que
transporte idoso, devidamente identificado e com autorização
conforme legislação específica.

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VIA RURAL NÃO


ESTRADAS
PAVIMENTADA.

RODOVIAS VIA RURAL PAVIMENTADA.

LOGRADOUROS

CAMINHOS

VIAS TERRESTRES
PASSAGENS

RUAS

AVENIDAS

PRAIAS ABERTAS À
CIRCULAÇÃO PÚBLICA
VIAS INTERNAS DE
CONDOMÍNIOS
CONSTITUIDOS POR Via Privada
UNIDADES AUTÔNOMAS
VIAS/ÁREAS DE
ESTACIONAMENTO DE ESTAB.
PRIVADOS DE USO COLETIVO
Via Privada

PORTOS Via Privada

VIAS PRIVADAS

DOS PORTOS

Em 2009, foi promulgada a Lei 12.058/2009, autorizando a celebração de convênios


entre a autoridade portuária e os órgãos de trânsito com o objetivo de facilitar a autuação por

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descumprimento à legislação de trânsito, valendo para toda a área física do porto, inclusive as
denominadas “vias de trânsito internas”.

Art. 7º-A. A autoridade portuária ou a entidade concessionária


de porto organizado poderá celebrar convênios com os órgãos
previstos no art. 7º, com a interveniência dos MUNICÍPIOS e
Estados, juridicamente interessados, para o fim específico de
facilitar a autuação por descumprimento da legislação de
trânsito. (Incluído pela Lei nº 12.058, de 2009)

§ 1º O convênio valerá para toda a área física do porto


organizado, inclusive, nas áreas dos terminais alfandegados,
nas estações de transbordo, nas instalações portuárias públicas
de pequeno porte e nos respectivos estacionamentos ou vias de
trânsito internas. (Incluído pela Lei nº 12.058, de 2009)

Essa regra faz com que toda a área física dos portos se submeta à fiscalização de trânsito
pelos GUARDAS PORTUÁRIOS por meio de delegação formalizada por CONVÊNIO celebrado
entre a autoridade portuária e o Estado ou Município.

Um exemplo desse convênio foi o que aconteceu em Santos-SP, com a transferência de


poderes administrativos da CET-SANTOS à CODESP – COMPANHIA DOCAS DO ESTADO DE SÃO
PAULO, que passou a operar o trânsito de veículos e pedestres, instalar a sinalização de trânsito,
assim como autuar e aplicar medidas administrativas dentro do porto de Santos.

Com efeito, toda a área portuária submetida às regras convencionais passou, por via
transversa, à categoria de VIA TERRESTRE para fins de incidência do CTB.

Cumpre observar que o Município ou o Estado eventualmente conveniado com a entidade


portuária não se tornam diretamente competentes pela operacionalização das vias e dos atos
de fiscalização na área interna dos portos. Todas essas atividades são delegadas à
administração dos portos, assim como aos Guardas Portuários, que atuarão dentro dos limites
estabelecidos no convênio que regula o ato delegatório.
Conclusão:
Campo administrativo: o código se aplica apenas em vias públicas, com
exceção dos condomínios constituídos por unidades autônomas, estacionamentos
coletivos de estabelecimentos privados e portos conveniados.

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VIAS PÚBLICAS

DA INCIDÊNCIA DO CTB NO ÂMBITO PENAL

Ao tratar da incidência do CTB na seara penal, estamos falando dos crimes de trânsito. Em
resumo, analogamente ao que estudamos anteriormente para a parte administrativa, aqui
veremos onde a parte penal do CTB pode ser aplicada. Mas que parte penal?

O Código de Trânsito Brasileiro dedica um capítulo do seu texto para tipificar os crimes
de trânsito. Nesse capítulo, o legislador decidiu utilizar o temo “vias públicas” em algumas
tipificações. Como é o caso do artigo 308:

VIA PÚBLICA
Art. 308. Participar, na direção de veículo automotor, em via
pública, de corrida, disputa ou competição automobilística não
autorizada pela autoridade competente, desde que resulte dano
potencial à incolumidade pública ou privada (...).

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Conforme o ilustre doutrinador Damásio de Jesus:

“Não se trata de via pública no sentido de que pertence ao Poder Público.


Entende-se por via a superfície por onde transitam pessoas e animais
[...]”.

Essa expressão “via pública” prevista em determinados tipos penais, restringe


territorialmente a ocorrência de delitos de trânsito a essas superfícies abertas à circulação
pública. Mas isso se trata de uma exceção, porque a regra é: na esfera penal do CTB, aplica-se o
princípio da territorialidade previsto no artigo 5° do Código Penal.

PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE

Territorialidade

Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções,


tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no
território nacional.
Ou seja, caso não exista essa Elementar (via pública) na tipificação da conduta, a
ocorrência da infração penal fica condicionada apenas aos limites territoriais previstos na Parte
Geral do Código Penal.

Isso pode ser constatado no crime de embriaguez ao volante, que pode ocorrer em
qualquer lugar, tanto na via pública como em área particular:

Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora


alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância
psicoativa que determine dependência:
Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou
proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir
veículo automotor.

Lembra daquele exemplo em que pedi para você imaginar estar dirigindo seu veículo
nas vias de sua (futura) propriedade privada? Agora vamos adaptar: e se você cometer uma
conduta tipificada, pelo CTB, como crime de trânsito dentro dessa propriedade? As disposições
do CTB serão aplicadas? Depende, não é? Veja:

• Crime com elementar “via pública” na tipificação: se a conduta acontecer em


vias privadas, não será crime de trânsito no caso do exemplo.

• Crime sem elementar “via pública” na tipificação: aplica-se o princípio da


territorialidade previsto no Código Penal. Mesmo que a conduta aconteça em vias
privadas, estará caracterizado o crime de trânsito (claro, desde que a propriedade
fique em território brasileiro).

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Conclusão:
Campo penal: Um crime de trânsito pode ocorrer em qualquer lugar, público
ou privado, salvo naqueles que tenham a previsão de “via pública” no tipo penal, que
só podem ocorrer nas vias terrestres.

CONCEITO DE CRIME

Conceito material: ação ou omissão humana que lesa ou expõe a perigo de lesão bens
jurídicos penalmente tutelados.

Conceito finalista: fato típico e ilícito, praticado por agente culpável (teoria tripartida).

FATO
ILÍCITO CULPÁVEL PUNIBILIDADE
TÍPICO

EX: Art. 121, CP:

MATAR ALGUÉM:

Pena: Reclusão, de seis a vinte anos.

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ATENÇÃO QUANDO O ARTIGO CITAR “ VIA PÚBLICA”

Art. 302. Praticar homicídio culposo na Art. 308. Participar, na direção de veículo
direção de veículo automotor: automotor, em via pública, de corrida,
disputa ou competição automobilística ou
Penas - detenção, de dois a quatro anos, e ainda de exibição ou demonstração de perícia
suspensão ou proibição de se obter a em manobra de veículo automotor, não
permissão ou a habilitação para dirigir autorizada pela autoridade competente,
veículo automotor. gerando situação de risco à incolumidade
pública ou privada:

Penas - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três)


anos, multa e suspensão ou proibição de se
obter a permissão ou a habilitação para
dirigir veículo automotor.

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ARTIGOS DA AULA
Art. 60. As vias abertas à circulação, de acordo com sua utilização,
classificam-se em:
I - vias urbanas:
a) via de trânsito rápido;
b) via arterial;
c) via coletora;
d) via local;
II - vias rurais:
a) rodovias;
b) estradas.

ANEXO 1
VIA - superfície por onde transitam veículos, pessoas e animais,
compreendendo a pista, a calçada, o acostamento, ilha e canteiro
central.

VIA RURAL - estradas e rodovias.

VIA URBANA - ruas, avenidas, vielas, ou caminhos e similares abertos


à circulação pública, situados na área urbana, caracterizados
principalmente por possuírem imóveis edificados ao longo de sua
extensão.

Art. 308, CTB. Participar, na direção de veículo automotor, em via


pública, de corrida, disputa ou competição automobilística não
autorizada pela autoridade competente, desde que resulte dano
potencial à incolumidade pública ou privada (...).

Territorialidade
Art. 5º, CF - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de
convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime
cometido no território nacional.

Art. 306, CTB. Conduzir veículo automotor com capacidade


psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de
outra substância psicoativa que determine dependência:
Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão
ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para
dirigir veículo automotor.

ART. 121, CP - MATAR ALGUÉM:


PENA: RECLUSÃO, DE SEIS A VINTE ANOS.

Art. 302, CTB - Praticar homicídio culposo na direção de veículo


automotor:
Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de
se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

Art. 161. CTB - Constitui infração de trânsito a inobservância de


qualquer preceito deste Código, da legislação complementar ou das

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resoluções do CONTRAN, sendo o infrator sujeito às penalidades e


medidas administrativas indicadas em cada artigo, além das
punições previstas no Capítulo XIX.

Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra


substância psicoativa que determine dependência:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir por
12 (doze) meses.
Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação
e retenção do veículo, observado o disposto no §4° do art. 270 da Lei
no 9.503, de 23 de setembro de 1997 - do Código de Trânsito
Brasileiro

Reclusão e detenção
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado,
semiaberto ou aberto. A de detenção, em regime semiaberto, ou
aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado.
§ 1º - Considera-se:
a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de
segurança máxima ou média;
b) regime semiaberto a execução da pena em colônia agrícola,
industrial ou estabelecimento similar;
c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou
estabelecimento adequado.

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