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FICHA DE QUESTÕES

PROFESSOR: Joseildo H. Conceição


TEMA: Elementos da comunicação e funções da linguagem

QUESTÃO 1 (ENEM 2022)


QUESTÃO 2 (ENEM 2022)
Assentamento

Zanza daqui Vou-me embora p’ra Pasárgada foi o poema


Zanza pra acolá de mais longa gestação em toda a minha obra.
Fim de feira, periferia afora Vi pela primeira vez esse nome Pasárgada
A cidade não mora mais em mim quando tinha os meus dezesseis anos e foi num
Francisco, Serafim autor grego. [...] Esse nome de Pasárgada, que
Vamos embora significa “campo dos persas” ou “tesouro dos
persas”, suscitou na minha imaginação uma
Ver o capim paisagem fabulosa, um país de delícias, como
Ver o baobá o de L’invitation au Voyage, de Baudelaire.
Vamos ver a campina quando flora Mais de vinte anos depois, quando eu morava
A piracema, rios contravim só na minha casa da Rua do Curvelo, num
Binho, Bel, Bia, Quim momento de fundo desânimo, da mais aguda
Vamos embora sensação de tudo o que eu não tinha feito em
minha vida por motivo da doença, saltou-me
Quando eu morrer de súbito do subconsciente este grito
Cansado de guerra estapafúrdio: “Vou-me embora p’ra
Morro de bem Pasárgada!” Senti na redondilha a primeira
Com a minha terra: célula de um poema, e tentei realizá-lo, mas
Cana, caqui fracassei. Alguns anos depois, em idênticas
Inhame, abóbora circunstâncias de desalento e tédio, me ocorreu
Onde só vento se semeava outrora o mesmo desabafo de evasão da “vida besta”.
Amplidão, nação, sertão sem fim Desta vez o poema saiu sem esforço como se
Ó Manuel, Miguilim já estivesse pronto dentro de mim. Gosto desse
Vamos embora poema porque vejo nele, em escorço, toda a
minha vida; [...] Não sou arquiteto, como meu
BUARQUE, C. As cidades. Rio de Janeiro: RCA, pai desejava, não fiz nenhuma casa, mas
1998 (fragmento)
reconstruí e “não de uma forma imperfeita
neste mundo de aparências”, uma cidade
Nesse texto, predomina a função poética da
ilustre, que hoje não é mais a Pasárgada de
linguagem. Entretanto, a função emotiva pode
Ciro, e sim a “minha” Pasárgada.
ser identificada no verso:
BANDEIRA, M. Itinerário de Pasárgada. Rio de
a) “Zanza pra acolá”. Janeiro: Nova Fronteira; Brasília: INL, 1984.
b) “Fim de feira, periferia afora”. Os processos de interação comunicativa
c) “A cidade não mora mais em mim”. preveem a presença ativa de múltiplos
d) “Onde só vento se semeava outrora”. elementos da comunicação, entre os quais se
e) “Ó Manuel, Miguilim” destacam as funções da linguagem. Nesse
fragmento, a função da linguagem
predominante é a
a) emotiva, porque o poeta expõe os Disponível em: www.ricmais.com.br. Acesso em: 10
sentimentos de angústia que o levaram à nov. 2011 (adaptado).
criação poética. De acordo com as intenções comunicativas e
b) referencial, porque o texto informa sobre a os recursos linguísticos que se destacam,
origem do nome empregado em um famoso determinadas funções são atribuídas à
poema de Bandeira. linguagem. A função que predomina nesse
texto é a conativa, uma vez que ele
c) metalinguística, porque o poeta tece
comentários sobre a gênese e o processo de a) atua sobre o interlocutor, procurando
escrita de um de seus poemas. convencê-lo a realizar sua escolha de maneira
consciente.
d) poética, porque o texto aborda os elementos
estéticos de um dos poemas mais conhecidos b) coloca em evidência o canal de
de Bandeira. comunicação pelo uso das palavras “corrige” e
“confirma”.
e) apelativa, porque o poeta tenta convencer os
leitores sobre sua dificuldade de compor um c) privilegia o texto verbal, de base
poema. informativa, em detrimento do texto não
verbal.
d) usa a imagem como único recurso para
QUESTÃO 3 (ENEM 2020) interagir com o público a que se destina.
e) evidencia as emoções do enunciador ao usar
a imagem de uma criança.

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