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ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASTELO DE PAIVA

T.L.B. III
2002/2003

ECOSSISTEMAS

Gisela Virgínia Vieira Pereira


12º A no 10
Ecossistema

“Na terra existe uma intima relação entre todos os seres vivos e o meio físico, no
qual se desenvolvem”

enciclopédia das ciências naturais

Índice:

Introdução 4
Estrutura dos ecossistemas 5
Variedade de ecossistemas

2
Ecossistemas terrestres 6
Ecossistemas aquaticos 6
Diferentes constituintes de um ecossistema 6
Relações abióticas
Relações intra-especificas
Cooperação 7
Competição 7
Relações inter-especificas
Relações favoráveis
Mutualismo 7
Simbiose 8
Cooperação 8
Comensalismo 8
Relações desfavoráveis
Competição 8
Predação 8
Antibiose 8
Parasitismo 9
Relações abióticas
Luz solar 10
Solo 11
Água/ humidade 11
Temperatura 12
Outros factores abióticos 13
Circulação de matéria e fluxo de energia
Cadeias alimentares 14
Teias alimentares 14
Transferência de energia 15
Evolução do ecossistema 17
Interferência do homem nos ecossistemas
Recursos naturais
Recursos biológicos 19
Recursos hídricos 19
Recursos energéticos renováveis
Energia solar 20
Vento 20
Água 20
Energia geotermica 20
Energia das ondas 20
Biomassa 21
Recursos energáticos não renováveis 21
Consequência do uso excessivo dos recursos naturais
Poluição das águas 22
Poluição dos solos 22
Preservação de ar, água e solo 24
Reciclar, o quê? E para quê? 25
Conclusão 26
Bibliografia 27
Introdução

Este trabalho tem como tema principal os ecossistemas.


Relacionado com o tema iremos falar da grande variedade de ecossistemas, dos diferentes
constituintes de um ecossistema, as várias relações que os seres vivos e não vivos têm num

3
determinado ecossistema. Vamos também ver como o meio pode influenciar nas actividades
dos seres vivos, e como estes são entidades em constante transformação e com um elevado
dinamismo. Vamos ver que nos ecossistemas existe um fluxo de matéria e de energia, e
vamos tentar compreender estes fluxos.
Vamos dar uma olhadela em como o homem tem tratado os diferentes ecossistemas, e as
consequências da sua intervenção. Outro aspecto importante e ainda relacionado com a acção
humana, os diferentes tipos de poluição, e por fim vamos tentar descobrir como melhorar o
nosso ambiente.
Estes assuntos irão ser todos desenvolvidos ao longo do trabalho. Alguns deles estão
inseridos dentro de outros assuntos, pelo que a sua compartimentarão é complicada, daí
alguns temas serem desenvolvidos ao longo de todo o trabalho e não, só num local especifico,
como é o caso dos diferentes tipos de poluição e de como solucionar os problemas.

Estrutura dos ecossistemas

4
Variedade de ecossistemas

5
Os ecossistemas não têm limites, nem dimensões definidas. Um charco, um bosque, um mar,
um tronco de árvore, um aquário são ecossistemas, pois em todos eles têm lugar interacções
de seres vivos entre si e com o seu meio físico.
Os ecossistemas são, por conseguinte, muito diferentes, pois a variação dos factores
abióticos, obriga os seres vivos a adaptar-se ao mundo inorgânico que os rodeia e, por outro
lado, eles devem manter relações, de cooperação ou de competição, com outros seres que
povoam esse ambiente.

Ecossistema terrestre
Todo o ambiente natural, como uma floresta, um
bosque, um prado ou um simples tronco de arvore,
apresenta características próprias bem definidas.
Para conquistarem o meio terrestre, os seres vivos
tiveram que resolver alguns problemas de adaptação
(ex: perderam as guelras, desenvolvimento de pulmões
e de tecidos que evitam a desidratação.

Ecossistema aquático
Em termos de funcionamento são idênticos aos
ecossistemas terrestres, tendo como principal
diferença a percentagem de água (cerca de 100%).
Tem como características o tipo de fauna (peixes
em particular), a salinidade, a luminosidade, a
distância à costa e a profundidade.
A vida no meio aquático é mais fácil do que em
outros meios. Daí que os seres vivos daquele
ambiente tenham desenvolvido menos adaptações
que os do meio terrestre.

Os diferentes constituintes de um ecossistema

O ecossistema é constituído por diferentes populações de vegetais, de animais e de


microrganismos, formando comunidades bióticas ou biocenoses estreitamente relacionadas
com o lugar ou biótopo em que vivem.
Sobre cada ser vivo actua uma série de factores cuja natureza pode provir da acção de outros
organismos da sua espécie ou de outra diferente (factores bióticos), assim como ambiente
físico que os rodei (factores abióticos).

Relações bióticas

6
Nenhum organismo está isolado, mas, pelo contrário, ele mantém
muitos tipos de relações com o meio. Todos os seres vivos sofrem, no
ecossistema em que estão inseridos, a influência de factores ecológicos,
ou seja, de todos os elementos bióticos ou abióticos, capazes de agir
directamente sobre eles, pelo menos durante uma fase do seu ciclo de
desenvolvimento.
As relações bióticas, determinadas pela presença dos próprios seres
vivos dentro do ecossistema, conduzem ao estabelecimento de relações
tanto entre os indivíduos da mesma população, como entra os que
fazem parte de populações diferentes da mesma comunidade.
Destas relações resultam benefícios para o desenvolvimento dos seres
vivos, estas relações podem ser do tipo alimentar, de defesa e de
reprodução.
Distingue-se essencialmente dois grandes grupos de relações, as intra-
especificas – indivíduos da mesma espécie, dentro de uma mesma população – e inter-
especificas – indivíduos de diferentes populações, mas do mesmo ecossistema. São relações
do tipo animal/animal, animal/ vegetal e vegetal/vegetal.

Relações intra-especificas

São essencialmente traduzidas por actividades de cooperação e de competição.

Cooperação
Relação na qual os indivíduos envolvidos beneficiam
mutuamente, como por exemplo na procura do
alimento, protecção do habitat, defesa, cuidados com
os indivíduos jovens, etc.

Competição
Os indivíduos da mesma espécie travam lutas entre si
quer pela posse do mesmo território, quer da, mesma
fêmea.
Entre os vegetais pode haver com petição entre si,
por exemplo para captar melhor luz solar.

Relações inter-especificas

Relações biológicas mais ou menos duradoiras, que se estabelecem entre indivíduos de


diferentes espécies dentro de uma comunidade.
São relações reciprocas, favoráveis ou desfavoráveis, consoante os benefícios ou os
prejuízos causados às espécies envolvidas.

Relações favoráveis
Os seres são ambos beneficiados, ou apenas um é beneficiado e o outro não é nem
prejudicado nem beneficiado.
Mutualismo- relação em que ambos são beneficiados.

Simbiose- relação em que as espécies não podem viver uma


sem a outra. (ex: linquenes)

7
Cooperação- relação favorável a ambas as espécies mas
não obrigatória (ex: insectos polinizadores e as plantas)

Comensalismo-
apenas um é
beneficiado, no entanto, o outro ser não é
prejudicado (ex: peixes palhaço e as
anémonas)

Relações desfavoráveis
São as relações que envolvem seres vivos de espécies diferentes em que, pelo menos um é
sempre prejudicado e o outro beneficiado, ou não.
São relações no âmbito da exploração (parasitismo e predação).
Existe casos em que ambas as espécies podem ser prejudicadas, é o caso da competição.

Competição- de um modo geral os


dois seres vivos são sempre
prejudicados, no entanto, em é mais
do que o outro. (ex: luta por um
território- animais, luta por um lugar
ao sol- vegetais)

Predação- relação
alimentar em que a
espécie mais fraca, a
presa é comida pela
espécie mais forte, o
predador. (raposa >
galinhas , planta
carnívora > insectos ,
vaca > erva)

Antibiose- os organismos produzem uma substância


química que resulta no prejuízo ou morte de outro ser
vivo, de outra espécie. (ex: bolores (fungos),
produzem substâncias que impedem o
desenvolvimento das bactérias.

8
Parasitismo- o inverso da predação, no parsitismo é o mais fraco que explora o
mais forte.
O parasita vive à custa de um hospedeiro, na ausência deste o parasita não consegue
sobreviver durante muito tempo.
No entanto o parasita na maioria dos casos não causa a morte do hospedeiro.

Existem dois tipos o endoparasitismo – o endoparasita


vive no interior do hospedeiro(ténia)
ectoparasitismo – o ectoparasita
vive sobre o hospedeiro
(sanguessuga)

Nota: tal como já foi referido é importante salientar mais uma vez que estas relações
acontecem entre animais, vegetais e animais, e entre vegetais.

9
Relações abióticas

Os factores bióticos é abióticos formam, no seu conjunto, o ecossistema.


Os factores abióticos são de natureza física e química e caracterizam um determinado
ambiente. Estas características variam de lugar para lugar e, ao longo do tempo dentro do
mesmo lugar.
Daí os seres vivos que vivem num determinado ecossistema têm que se adaptar às mudanças
abióticas, tendo sempre um limite de tolerância (valores mínimo e máximo dos factores
abióticos fora dos quais uma espécie não pode viver).
Assim “nasce” o nicho ecológico, isto é, a função que cada ser vivo desempenha num
ecossistema.
Temos como factores abióticos mais importantes a luz, o solo, a humidade/ a água, a
temperatura e o vento.

A luz solar

A luz solar desempenha um papel importante, influenciando e controlando a vida dos seres
vivos, quer de origem vegetal, quer de origem animal.
Esta é importante para os seres vivos, principalmente
para as plantas, pois sem a luz solar seria impossível o
mecanismo da fotossíntese desencadear-se.
Quando falta a luz solar as plantas ficam amareladas e
crescem muito, ocorrendo o que se designa por
estiolamento. O movimento das plantas na direcção da
luz designa-se por fototropismo (ex: girassóis).
Existem plantas que só dão flor na primavera, ou no verão, ou no Inverno.
Esta característica deve-se à duração do fotoperíodo, isto é da duração do dia e da noite, que
está relacionada com a posição do sol. O fotoperiodismo, ou seja, o efeito controlante da
duração do dia, determina diferentes períodos para que se dê a floração, assim as plantas de
Inverno dizem-se plantas-de-dias-curtos, às de verão plantas-de-dias-longos e por fim às
plantas intermédias dizem-se plantas indiferentes.
A luz solar é ainda um factor importante na vida animal. Quando expostos ao sol, ocorre a
estimulação da melanina (pigmento cutâneo), associado a este fenómeno existe a produção de
vitamina D, cuja substância que a origina encontra-se na pele.
No caso das lebres do Ártico a dor da pelugem varia com o
fotoperiodo, resultando uma pelugem branca no Inverno e
castanha no verão. A luz solar também influência a
reprodução de alguns animais (ex: as trutas) e na migração
de alguns animais.

10
Solo

Camada mais superficial da crosta terrestre, situa-se


sobre a rocha-mãe, que lhe dá origem, e sob cobertura
vegetal.
No meio terrestre o substrato é o solo, serve de
suporte aos organismos e contém elementos nutritivos
que estes necessitam.
Na áreas submersas é mais apropriado falar de
sedimento do que de solo.
Os seres vivos que habitam em qualquer uma das
zonas dependem de substâncias químicas que elas
contêm.
Os sedimentos da rocha-mãe (matéria inorgânica) não
constituem um solo. No entanto, pequenos seres vegetais conseguem viver neles (ex: musgos
e linquenes).
O húmus, resulta da decomposição dos pequenos seres vegetais e animais, combinados com
minerais.
Quando existe muito humos então já está formado o solo.
As características do solo dependem da natureza da rocha-mãe, do clima da região, da
actividade biológica…
A estrutura física depende da textura. Assim um solo pode ser poros, importante para a
circulação de ar e água, e permeável, é a capacidade de reter ou deixar passar a água e ar.

Água/ humidade

A humidade é quantidade de água existente no ar. Está relacionado com a temperatura e


pressão.
A água é um elemento indispensável à vida para todos os seres vivos, geralmente nos
organismos existe 75% (ou mais).
Diferentes organismos necessitam de quantidades diferentes de água, assim temos seres
xenófilos, mesófilos, higrófilos e seres aquáticos ou hidrófilos.

A satisfação das necessidades de água de uma planta não dependem só da quantidade de


água existente no solo, mas também da perda por evaporação. O que. Depende também da
humidade do ar e da temperatura.
11
As plantas, ou outros organismos, que não vivem no meio aquático, tiveram necessidade de
criar um sistema de raízes para, absorver a água que se encontra em profundidade, para
evitarem a perda excessiva de água por evaporação, tiveram necessidade de reduzir as suas
folhas a espinhos (nos casos em que ausência da água é maior), também existem casos em que
folhas estão cobertas por ceras impermeáveis, ou até com pelos.
Nos animais, tal como na plantes, estes têm que manter, nos seus corpos uma quantidade de
água que satisfaça as suas necessidades vitais.
Em regra a absorção de água pelos animais é feita directamente por ingestão da mesma ou
por ingestão de alimentos que contêm água. Em regra isto é o suficiente para manter os níveis
desejados em cada espécie, no entanto, os anfíbios dependem da humidade do ar para realizar
as trocas gasosas ao nível da pele.
No caso dos insectos a camada quítinosa que reveste a pele evita que estes animais
transpirem, e assim percam muita água.
Nas regiões demasia do secas os animais criam hábitos nocturnos ou subterrâneos.
Em suma, os níveis de água que um animal deve manter estão associados à temperatura.

Temperatura

O calor é uma forma de energia devida,


essencialmente, à radiação solar que atinge a terra, cuja
manifestação mais importante é a temperatura. Como já
conseguimos percepcionar é um factor abiótico
fundamental para todos os seres vivos, condicionando
assim a distribuição geográfica das nossas espécies.
Cada ser vivo tem uma temperatura óptima, ou seja, tem um certo
limite de temperatura fora do qual não consegue viver.
No que respeita aos animais em que a temperatura corporal está
condicionada pela temperatura ambiente, a opção mais usual é a
hibernação ou a estivação.
Em alguns casos quando a temperatura é demasiado desfavorável e os animais não podem
adaptar-se a ela, estes optam pela migração.
Nas regiões com verões quentes e invernos frios, as plantas apresentam folhas pequenas para
evitarem a perda de água e para
evitarem que esta congele, ambos os
casos seriam fatais para a planta.
Algumas arvores que perdem as
folhas no inverno, arvores de folhas
caducas, noutras árvores as folhas
permanecem durante todo o ano,
arvores de folha permanente ou
persistente, isto porque as folhas
estão cobertas por uma fina cutícula
para impedir grandes perdas de água
por evaporação.
Atendendo aos limites de
tolerância dos seres vivos, podemos
agrupa-los em dois grupos,
estenotérmicos e euritérmicos.

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Outros factores abióticos

Temos como outros factores abióticos, os gases


atmosféricos, a salinidade, a pressão, a altitude e
as correntes aéreas (ventos) e aquáticas.
Temos como principais gases atmosféricos o
CO2 e o O2 . estes entram na vida dos seres vivos
de forma diferente. Assim o oxigénio é
indispensável para vida animal e vegetal, o
dioxido de carbono é importante para as plantas
mas prejudicial para os animais.
Nas plantas para que ocorra a fotossintese é
necessário a presença de alguns sais minerais dissolvidos na água, quer seja doce ou salgada,
ou seja a salinidade. Temos como exemplos de sais, o ferro, o magnésio, o cálcio, etc.
A pressão é um factor com maior relevo no meio aquático do que no terrestre. Na água a
grandes profundidades o valor da pressão da água pode alcançar valores de tal modo elevados
que poucos seres vivos consegue sobreviver.
No movimento da água temos as correntes,
as ondas e as marés, estes factores podem
condicionar a vida e desenvolvimento das
espécies desses ambientes.
No meio terrestre a pressão relaciona-se com
a altitude e a temperatura. a pressão do
oxigénio diminui com a altitude, por isso é
escassa a vida a grandes temperaturas. O
esquema mostra a distribuição dos biomas em
função da altitude e da temperatura.

13
Circulação de matéria e fluxo de energia

Cadeias alimentares

O sol é a fonte universal de energia fornecida aos seres vivos, mas só os seres clorofilinos
têm o poder de captar a energia luminosa e de a converter em formas utilizáveis pelos
diferentes elos das cadeias alimentares. É esse fluxo de energia percorre todo o ecossistema e
mantém o ciclo da matéria entre o mundo inerte e o mundo vivo.
Aos organismos independentes de quaisquer fontes externas de matéria orgânica, pois eles
próprios a produzem , dizem-se produtores ou autotróficos.
Aos seres que necessitam de receber do ambiente, mediante a alimentação, a meteria
orgânica necessária para a realização das suas actividades vitais, denominamos por seres
consumidores ou heterotróficos.
Quando um ser vivo morre, vários microorganismos, bactérias e fungos, decompõem a
matéria morta em matéria mineral, que virá a ser utilizada pelos produtores. Estes pequenos
seres heterotróficos denominam-se por decompositores.
Assim vários seres vivos num ecossistema estão relacionados pelo alimento, permitindo que
aja assim um fluxo de matéria e de energia de um nível trófico – posição ocupada por um ser
numa cadeia alimentar – para outro.
assim se estabelece-se uma cadeia
trófica.
Os produtores e os decompositores
constituem sempre a base da cadeia
alimentar.
Os produtores normalmente servem
de alimento aos herbívoros ou
consumidores primários, estes servem
de alimento aos carnívoros ou
consumidores secundários, estes aos
terciários e assim sucessivamente.
Os animais supercarnívoros tanto se
alimentam de herbívoros como de
carnívoros. Outros animais como o
homem tanto se alimentam de vegetais
como de animais, são os chamados
omnívoros. Estes podem ser por isso
consumidores de várias ordens.
As cadeias alimentares também
podem ser representadas por
pirâmides, em que cada patamar é um
nível trófico.
Em cada comunidade há diversas
cadeias ou pirâmides alimentares.

14
Teias alimentares

As cadeia ou pirâmides alimentares representam as relações alimentares que se estabelecem


entre seres vivos dos diferentes níveis tróficos de um ecossistema, ou seja, entre organismos
que se alimentam uns dos outros. No entanto, diversos consumidores têm mais de uma fonte
de alimentação, isto é, participam em mais do que uma cadeia para sobreviver. Deste modo
surgem nos ecossistemas, as teias, as redes, ou ciclos alimentares.
Nestas redes os produtores servem de alimento a um número variado de consumidores
primários, e estes, por sua vez, ais consumidores secundários. É raro um consumidor
especializar-se numa única fonte alimentar,
uma vez que quando maior a diversidade da
sua alimentação maiores são as
probabilidades de sucesso.
Seja qual for a complexidade das relações
alimentares existe nenhum ecossistema,
podemos sempre considerar que há
transferência de materiais de um nível trófico
para outro nível trófico. Naturalmente à
sempre algum ser vivo que morre e por isso
fique sujeito à acção dos decompositores.
Estes alimentam-se de restos orgânicos,
transformando-os em matéria mineral, que
será utilizada pelos produtores. Assim se
fecha o ciclo dos materiais, com os
decompositores a fazer a reciclagem dos
mesmos.

produtores consumidores

decompositores

Nos ecossistemas aquáticos o funcionamento das teias alimentares é semelhante aos dos
ecossistemas terrestres. Para além de existir um ciclo de materiais, pode evidenciar-se um
ciclo de energia isto é, um ciclo em que cada ser vivo fornece energia ao ser vivo do nível
trófico seguinte.

15
Transferência de energia

Regar geral, a maneira mais comum de representar o ciclo de energia á por meio das cadeias
alimentares, como já vimos. Estas consistem numa série continua de diversos organismos,
cada um dos quais se alimenta do anterior, ou seja cada organismo ou grupo de organismos
representa um nível trófico.
Ao nível dos produtores a quantidade de matéria e de energia disponível é muito elevada,
mas à medida que se vão produzindo transferências de um nível para o outro, as
disponibilidades energéticas diminuem. Parte dessa energia perde-se na realização das
funções vitais dos organismos (respiração e excreção), para o nível trófico seguinte apenas
para a energia que foi armazenada pelo organismo para a construção de matéria orgânica
(novos tecidos), e tem como máximo apenas 10% da energia do nível anterior.
Assim é fácil de ver que as cadeias alimentares são curtas, apenas com cerca de 5 níveis
tróficos, máximo 6.

Como se pode ver, a matéria ao descrever um ciclo fechado dentro do ecossistema, pode
reciclar-se, pelo contrária, a energia flui numa só direcção e não pode ser reciclada. O fluxo
de energia constitui, pois, um ciclo unidireccional.
A perda progressiva de energia e de matéria em cada
um dos níveis tróficos pode representar-se por uma
pirâmide, denominada pirâmide ecológica. Da sua
observação pode verificar-se que cada nível trófico,
além de produzir energia que se perde no seu próprio
nível, tem de proporcionar ao nível imediatamente
superior a energia que este necessita para se manter.
Assim a representação gráfica tem que ser
necessariamente em forma de pirâmide. a base é
formada pelos produtores e o topo pelos
superpredadores.
A energia usada, de forma unidireccional, para manter
e repara os ecossistemas, aliada a circulação cíclica da
matéria, conduz a natureza a uma constante correcção
do seu equilíbrio, por isso chamado equilíbrio
dinâmico.

16
Evolução do ecossistema

Qualquer modificação no equilíbrio de uma região pode


originar uma alteração das espécies que aí vivem.
A sequência de alterações nos tipos de populações e das
comunidades que aí vivem denomina-se sucessão ecológica.
A sucessão ecológica inicia-se quando uma determinada
área é invadida por organismos pioneiros, ou seja os
primeiros seres capazes de sobreviver a condições rigorosas
que o novo meio proporciona. Assim se forma uma
comunidade pioneira.
Quando a comunidade pioneira já se encontra instalada no
novo meio, outras comunidades vão chegando, assim as
condições do meio vão se alterando, obrigando às
comunidades a estarem numa constante modificação,
comunidades serais.
Quando a comunidade adquire um certo grau de
estabilidade, diz-se que esta atingiu um equilíbrio, temos
assim uma comunidade clímax, independente e auto-
suficiente.
Uma sucessão iniciada num meio que nunca antes tinha ciso
povoado, denomina-se por sucessão primária, quando é num
meio que já tinha sido habitado, a sucessão denomina-se
secundária.

17
Interferência do homem nos ecossistemas

Foi a partir dos anos 90 que o homem começou a tomar consciência dos deveres a ter para
com o seu planeta.
Até agora estivemos a abordar duas ciências que ajudam a compreender as leis que explicam
os fenómenos. Elas são a geologia e a ecologia. A geologia tenta explicar o que se passou, o
que se passa e o que poderá passar nos nossos ecossistemas, a ecologia estuda essencialmente
as relações entre os seres vivos e o meio em que eles se encontram.
Assim a pesquisa, a exploração e a gestão dos recursos naturais, tais como as matérias
primas minerais, a fauna e a flora, a preservação e a conservação do ambiente e da qualidade
de vida são tarefas comuns à geologia e à ecologia.
Os recursos renováveis são aqueles que, depois de utilizados, podem regenerar-se natural ou
artificialmente. Para serem considerados renováveis a terra tem que ter a capacidade de os
produzir num intervalo que não exceda os 100 anos, ou seja, estes mantêm na natureza em
quantidades mais ou menos estáveis.
Os recursos não renováveis são aqueles cuja velocidade de consumo é maior que a de
regeneração, pelo que o consumo exagerado pode levar ao esgotamento deles. Estão, neste
caso, os combustíveis fosseis (carvão, petróleo), cujos ciclos podem atingir milhões de anos.

Recursos naturais

Desde os tempos mais remotos que o homem recorre aos


recursos naturais para a sua sobrevivência, começou pela
agricultura e o pastoreio, assim se iniciou a exploração dos
recursos naturais (fauna e flora).
No entanto o homem tem que gerir os recursos naturais de
uma forma racional, evitando destrui-los e prevendo as
repercussões, a longo prazo, das suas intervenções nos
ecossistemas.
Os recursos naturais podem agrupar-se em recursos
energéticos, permitem a obtenção de energia renovável e não
renovável, recursos hídricos, água indispensável à vida e
recurso renovável e por fim, recursos biológicos, fauna e flora.

18
Recursos biológicos

Com a revolução industrial o homem deixa de ser um mero


observador e passa a ter um papel activo na alteração do
ambiente. A explosão demográfica é uma das principais causas
desta alteração.
Como consequência , intensificou-se a agricultura, a caça e a
pesca para se obter uma maior quantidade de alimentos e
matérias primas necessárias às mais diversas actividades
humanas. Assim, desenvolveram-se as técnicas mais variadas
de forma a obter recursos biológicos em grande escala.
No entanto estas noas técnicas são tão agressivas e tão
intensivas que põem em risco algumas espécies de animais
terrestres e aquáticos.
E desflorestação maciça ocorre devido a uma agricultura
intensiva, a procura de madeiras, a procura de espaços para a
construção.
Por consequência, vários ecossistemas têm vindo a ser
destruídos (destruição de espécies animais e vegetais), o ar
está mais degradado, e os solos estão mais empobrecidos.
É necessário que o homem começa a reflectir mais sobre o
ambiente e procurar alternativas que não coloquem em risco os
recursos biológicos, isto para seu próprio bem.

Recursos hídricos

Como já vimos a água é um bem essencial


à vida de qualquer ser vivo.
O crescimento populacional e as
actividades industriais, agrícolas e pecuárias
têm feito com que o homem intervenha no
ciclo da água, colocando em risco o
imprescindível recurso natural que é a água.
Com o excessivo consumo de água, a
qualidade desta está cada vez pior, daí ter-se
criado um sistema de abastecimento que
permite levar água em boas condições a toda
a população, com isto também surgiram as
estações de tratamento de águas residuais
(ETAR).
Para evitar que falte água potável é necessário começar não desperdiçar água e a cuidar dela,
ou seja, não poluir a água.

Recursos energéticos renováveis

Os recursos energéticos renováveis, como já foi dito, são todos aqueles que não se esgotam,
por isso podem ser usados sem restrições. É o caso da energia solar, do vento, da água, da
energia geotermica, da energia das ondas e da biomassa. Estas energias são baratas e não
poluentes. No entanto, ainda são pouco utilizadas, uma vez que a tecnologia ainda não
permite um aproveitamento eficaz destas energias.

19
Energia solar

já é utilizada mas com alguns condicionalismos. Em casas, escolas,


hotéis, etc, observam-se painéis solares, com o intuito de aquecer as
águas. As centrais solares (fornos solares), consistem num sistemas de
espelhos curtos, que quando expostos ao sol, elevam a temperatura,
aquecendo as águas, cujo vapor faz mover umas turbinas que convertem
em electricidade.
Nos edifícios é possível criar um efeito de estufa através de vidros que
deixam entrar o calos mas não o deixam sair.
Já existem alguns painéis que absorvem a luz solar e conseguem criar
uma corrente eléctrica.

Vento

É uma fonte de energia não poluente. A energia eólica é vulgarmente


utilizada na deslocação de barcos equipados com velas e na bombagem de
água dos poços.
Pode também obter-se energia eléctrica através do vento, mas os custos
de produção são ainda muito elevados.

Água

a água superficial, subterrânea, marítima e fluvial, onde quer que


se encontre o homem consegue utiliza-la.
É um recurso natural e renovável. A energia da água (energia
hidráulica), é utilizada para pôr a funcionar os moinhos e na
produção de energia eléctrica, nas centrais hidroeléctricas. 50% de
electricidade que consumimos provem destas centrais.

Energia geométrica

Resulta do aproveitamento do calor proveniente do interior da terra.


Esta energia pode ser utilizada em aquacultura, em estufas, no
aquecimento de habitações, na produção de electricidade ou até na
culinária.

Energia das ondas

Provem do movimento oscilatório da água, como consequência directa dos ventos na


superfície do mar e oceanos (ondas), das variações de temperatura a diferentes profundidades
(energia térmica), das marés e das correntes marítimas. A movimentação das turbinas causada
pela movimentação das água, transforma-a em electricidade.

20
Biomassa

É a energia contida na matéria orgânica que se produz na fotossintese (lenha, restos


vegetais), ou de produtos resultantes da actividade fisiológica dos animais (excrementos) ou,
ainda, de desperdícios industriais, agricultas e urbanos.
A energia da biomassa pode converter-se em combustíveis sólidos (lenha), líquidos (álcool)
e gasosos (biogás). O biogás é utilizado em veículos, máquinas agricultas e na produção de
energia eléctrica.

Recursos energéticos não renováveis

Entende-se por recurso energético não renovável,


tudo aquilo que, sendo útil para o homem, a terra
não tem capacidade de, a curto, médio ou longo
prazo, o produzir de novo.
Os combustíveis fosseis (seres vivos, animais e
vegetais, cujos cadáveres acumulados debaixo da
terra e do mar se transformam, ao abrigo do ar, ao
longo de muitos anos) são recursos energéticos não
renováveis.
O carvão, o petróleo e o gás natural são os
combustíveis fosseis mais conhecidos.
Cada vez o consumo destes combustíveis tem vindo
a aumentar, nos dias de hoje o seu consumo é
superior à velocidade de regeneração nos ciclos biológicos, assim as reservas destes
combustíveis estão lentamente a extinguir-se.

21
Consequência do uso excessivo dos recursos naturais

Todo o homem interfere no estado de conservação do nosso planeta. Algumas sociedades


industrializadas têm vindo a feze-lo de uma forma tão agressiva, que podem causar danos
irreparáveis.
Assim surgem vários tipos de poluição:

Poluição atmosférica

Desde sempre que o homem e outros seres vivos


dependem do ar atmosférico. No entanto, aquele tem
vindo a degrada-lo lançando para a atmosfera
numerosos produtos poluentes (gases e partículas
sólidas).
As consequências são as chuvas ácidas, o
desaparecimento da camada de ozono, o smog e o
efeito de estufa.
As chuvas ácidas resultam da acidificação da
atmosfera provocada por poluentes como o dioxido de enxofre, os óxidos de azoto e os
hidrocarbonetos. O pH da chuva quando aumenta muito, também aumenta a acidez dos solos,
das massas aquáticas e provocam grandes doenças nos animais e plantas.
Para diminuir as chuvas ácidas temos que diminuir a utilização de combustíveis, utilizando
outras energias alternativas.

Poluição das águas

A qualidade de água tem diminuindo, o que constitui


um dos maiores problemas actuais.
O mar, devido às suas dimensões sempre foi olhado
como um vazadouro. Contudo, os grandes desastres
ecológicos derivam do derrame de crude e do petróleo,
uma vez que têm sido estes os grandes responsáveis
pela morte de muitos animais, entre os quais os peixes
necessários à nossa alimentação.
Também as chuvas ácidas resultantes da transformação química, na atmosfera, de certos
produtos provenientes de industrias e de transportes, são ainda um meio de contaminação das
águas, dos solos, da degradação das florestas e do património cultural.

Poluição dos solos

o crescimento das cidades levou ao aparecimento de


enormes quantidades de lixos que, na sua maioria, não são
biodegradáveis. Estes, acumula-se nas ruas ou são
transportados por carros de limpeza que os lançam em
lixeiras, muitas vezes na periferia desses grandes centros
urbanos.
As lixeiras são poços de doenças e contaminam os solos,
as águas e o ar, por meio das chuvas e das suas
combustões.

Para além da poluição temos outros factores responsáveis pela alteração do ecossistema,
nomeadamente:
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- o crescimento brusco da população;
- a superexploração dos solos, com o uso abusivo de produtos químicos (herbicidas,
adubos, etc.);
- a desflorestação quer pelo abate de árvores (madeiras para fins industriais), quer pelos
incêndios lamentavelmente tão vulgarizados no nosso país.

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Preservação do ar, água e solo

Todos os cidadãos têm o direito a ter um ar sadio, mas também têm o dever de o manter em
boas condições.
Este principio é de grande importância na medida em que vem alertar para o facto de um
bom ambiente conduzir à saúde, ao desenvolvimento social cultural e das comunidades, bem
como à melhoria de qualidade de vida.

Uma das formas de proteger o ambiente é utilizar transportes colectivos, e que utilizem
energias renováveis e não poluentes.

A deporação de águas industriais, usando microorganismos no


tratamento destas, já é usado por algumas empresas para purificarem
as suas águas.

Na agricultura biológica, não são utilizados insecticidas e


fertilizantes. Assim os alimentos são mais naturais e a poluição é reduzida.

A utilização de catalisadores nos carros, e o uso de gasolina sem chumbo, torna os carros
menos poluentes.

São nos aterros que se guardam em segurança resíduos industriais,


previamente analisados. Os resíduos são colocados num solo
previamente forrado com uma tela grossa que é impermeável, as águas
das chuvas são recolhidas e tratadas, para evitar que fiquem poluídas.
Quando cheio coberto com argila e a paisagem é recuperada. É de
notar que as fiscalizações são constantes.

Nas inceneradoras são tratados os resíduos


mais perigosos. Este tratamento faz-se a altas
temperaturas. Os gases libertados são
purificados com filtros.
Os resíduos resultantes são enviados para aterros.

Reciclar, o quê? e para quê?


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Através da reciclagem poupamos matérias primas e energia.
Podemos classificar os resíduos em vários grupos
- resíduos urbanos (lixos domésticos)
- resíduos industriais (todo o tipo de resíduos provenientes das industrias)
- resíduos especiais (resíduos dos hospitais e radioactivos)

a reutilização destes produtos beneficia a natureza, pois:


- poupa energia gasta na sua produção inicial
- economiza matéria prima
- obtêm novas substâncias que são utilizadas
- evitam formas de poluição.

Proteger o ambiente não é só lutar contra a poluição, reciclar materiais, mas, também,
conservar os espaços verdes que possuímos, bem como os seres vivos que neles têm o seu
habitat.

Conclusão

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Todos os objectivos inicialmente propostos foram atingidos.
Assim podemos dizer que todo o trabalho foi concluído com êxito.
Mas não sem antes fazer uma pequena retrospectiva sobre o assunto tratado.
Vimos que os organismos organizam-se em indivíduos, populações, comunidades,
ecossistemas, biomas e por fim na biosfera.
Existem vários ecossistemas entre os quais o terrestre e o aquático.
Os ecossistemas são constituídos por seres bióticos e abióticos.
Os diferentes seres num determinado ecossistema relacionam-se entre si, as chamadas
relações bióticas e abióticas. As bióticas podem ser intra-especificas e inter-especificas. Nas
abióticas temos o sol, o solo, a água/ humidade, a temperatura, entre outros.
Nos ecossistemas existem cadeias alimentares, teias alimentares (são o mesmo que as
cadeias mas mais complexas) e existe ainda transferência de energia através dos seres vivos.
Vimos que um ecossistema inicialmente é dominado por uma comunidade pioneira.
Vimos ainda que o homem tem vindo a explorar a terra utilizando os recursos que dela
advêm, são os biológicos, os hídricos e os energéticos renováveis e não renováveis.
Como consequência do uso excessivo de determinados recursos temos vários tipos de
poluição, a atmosférica, poluição dos solos e das águas.
Por fim vimos alguns métodos para suspender a poluição, como por exemplo a incineração,
os aterros, os tratamentos dos lixos e por ultimo a reciclagem.
Assim passamos a saber mais sobre o mundo que nos rodeia.

Bibliografia
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Freitas, M; entre outros; natura; ciências naturais 7º ano; porto editora; porto; 1998

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Pinto A.M.; entre outros; técnicas laboratoriais de biologia III; texto editora

Ruivo, M.L.; entre outros; vamos conhecer a terra; ciências naturais 7º ano; Lisboa editora;
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Silva, A.D.; entre outros; planeta vivo; ciências naturais 7º ano; porto editora; porto; 1997

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