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FTT1004 - Ecologia Agrícola

UNIDADE 2
FATORES ECOLÓGICOS

Profª. Lilian O. Uhlmann


Profª. Isabel Lago
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2 Conceito

Fator ecológico: todo elemento do meio capaz de agir


diretamente sobre os seres vivos, pelo menos em uma
fase de seu ciclo de vida.

São ações simultâneas de agentes ABIÓTICOS E BIÓTICOS.


3 “LEI DO MÍNIMO”

Conceito proposto pelo químico


Justus von Liebig em 1843.

O crescimento dos vegetais é


limitado pelo elemento cuja
concentração é inferior a um valor
mínimo, abaixo do qual a síntese
não ocorre.

“Ex: O boro é indispensável, mas é raro no solo, por isso quando


esgotado o crescimento das plantas para mesmo com ótima
disponibilidade dos outros elemento essenciais.
4 LEI DA TOLERÂNCIA

Proposta pelo ecólogo norte-americano Victor Ernest Shelford em 1913.

“define que para cada espécie, existem amplitudes de tolerância (com


limites mínimos e máximos) aos fatores ecológicos, dentro das quais
sua existência é possível”.
5 Valência Ecológica

 Valência Ecológica de uma espécie é a


capacidade que ela tem de povoar ambientes
diferentes, caracterizados por grandes
variações dos fatores ecológicos.
Em função da Valência Ecológica, as espécies são
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divididas em:

a) Forte valência  Euriécia: é a espécie de


grande valência ecológica, podendo povoar
ambientes variados;

b) Fraca valência  Estenoécia: é a espécie de


pequena valência ecológica, suportando pequenas
variações dos fatores ecológicos, e restrita a
determinados ambientes;
7 A valência ecológica regula a possibilidade de expansão das
espécies que podem, então ser divididas em:

a) Euritópicas: é a espécie com ampla


distribuição, sendo normalmente euriécia;

b) Estenotópicas: é a espécie estritamente


localizada, ou seja, com pequena distribuição,
sendo estenoécia.

Esta classificação não é rígida, uma vez que uma


espécie pode ser simultaneamente euritópica e
estenoécia quando vive em um ambiente pouco
extenso, mas repetido em numerosas regiões.
8 Classificação dos Fatores Ecológicos

 FATORES ECOLÓGICOS ABIÓTICOS (físicos e químicos):


radiação solar “luz”, temperatura, água / umidade, vento, textura
e estrutura do solo, composição química do solo e da água, etc.

 FATORES ECOLÓGICOS BIÓTICOS (seres vivos e sua


influência direta ou indireta): patógenos, parasitas, predadores,
etc.
9 Variações dos fatores abióticos

As condições de vida na biosfera variam com o tempo:

 Variações aleatórias, não-periódicas e não previsíveis:


variações diárias de temperatura, pluviosidade, velocidade do
vento, etc.

 Variações periódicas, regulares e previsíveis: variações do


fotoperíodo ou as variações anuais da radiação solar e da
temperatura, em função do movimento de translação da Terra e
inclinação de seu eixo de rotação.
Temperatura
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Classificação:

 Organismos homeotérmicos – são capazes de regular a sua


própria temperatura corpórea dentro de limites que tornam
relativamente constante.

 Organismos pecilotérmicos – a temperatura corpórea varia


com a variação da temperatura ambiente.
Temperatura
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Variações da temperatura:

 No tempo: marcha diária de temperatura (diurno e noturno),


padrão anual (sazonal) com temperatura característica de cada
estação do ano

 No espaço: regiões equatoriais com pouca variação sazonal;


regiões temperadas com grande variação sazonal;

 Na altitude: altas altitude com baixas temperaturas e baixas


altitudes temperaturas mais elevadas.
Temperatura

 Interfere na atividade fotossintética das plantas;

 Desenvolvimento de doenças;

 Afeta a estabilidade das membranas;

 Altera a conformação das proteínas (desnaturação).

 Influência a porcentagem de fixação de vagens, e,


afeta o florescimento e frutificação.
Radiação Solar - “Luz”
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“RESUMO: DO SOL À TERRA”
 Radiação solar

 Luz

 Fotoperíodo
14 Radiação Solar - “Luz”

6 CO2 + 6 H20 + energia luminosa  C6H12O6 + 6O2


15 Água
Classificação dos seres em função da
16 água
a) hidrófilos  são organismos aquáticos vivendo
permanentemente na água, como é o caso dos peixes;

b) higrófilos  são organismos que só podem viver em


ambiente de muita umidade. Ex.: musgos, sapos ...

c) mesófilos  são organismos portadores de moderadas


necessidades de água ou umidade atmosférica, estando em
condições de suportar alternâncias entre estações seca e úmida.
É mesófila a maioria das espécies vegetais e animais;

d) xerófilos  são organismo que habitam ambientes secos,


onde é marcante a falta de água, tanto no solo quanto no ar.
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Vento
 Importância

VENTO:
Tende a aumentar a transpiração
porque diminui a resistência da camada
limite

Figura 6: Dependência do fluxo de transpiração em


relação à abertura estomática em Zebrina pendula,
sob ar parado e sob ar em movimento. A camada
limítrofe é maior e mais limitante no ar parado do que
no ar em movimento. Como resultado, a abertura
estomática tem menos controle sobre a transpiração
no ar parado (BANGE, 1953 apud Taiz e Zeiger,
2004).
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Textura do solo
 Proporções Argila, Silte e Areia do solo.
 É a propriedade física do solo que menos sofre alteração ao longo do
tempo.

 É muito importante na irrigação porque tem influência direta na taxa de


infiltração de água, na aeração, na capacidade de retenção de água, na
nutrição, como também na aderência ou força de coesão nas partículas
do solo.
Estrutura do solo
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 Disposição geométrica das partículas primárias e secundárias; as


primárias são isoladas e as secundárias são um conjunto de
primárias dentro de um agregado mantido por agentes
cimentantes. O ferro, a sílica e a matéria orgânica são os principais
agentes cimentantes.
 A textura e a estrutura do solo influenciam na quantidade de ar
e de água que as plantas em crescimento podem obter. Exerce
influência sobre o crescimento radicular.
20 Nutrientes
 Podem limitar o desenvolvimento no meio e juntamente com
outras características do solo (pH, textura e umidade),
constituem os fatores edáficos.

Macronutrientes  entra em grande quantidade


na composição dos tecidos vivos (nitrogênio,
fósforo, potássio, etc.);

Micronutrientes  necessário em quantidades


relativamente pequenas (manganês, cobre,
zinco, etc.).
21 Fatores bióticos
São os seres vivos e sua influência direta ou indireta.

Tipos de relações:

 Intra e Inter-específica;

 Harmônica e Desarmônica.
1. COMPETIÇÃO – cada espécie atua desfavoravelmente sobre a outra
e ambas as populações são afetadas (por alimento, abrigo, espaço,
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etc.). Ocorre com todos os seres vivos. É um fator de seleção natural e
de limitação da população.

SOJA
Fonte: Rambo
et al., 2003.
Ciência Rural,
v.33, n.3, 2003
2. AMENSALISMO – uma das espécies é eliminada por outra
23 que secreta uma substância tóxica.

Nos vegetais é chamado de alelopatia.


3. COMENSALISMO – uma das relações entre organismos
24 de espécies diferentes que se caracteriza por ser benéfica
para uma espécie, não causando prejuízo para a outra
espécie, em situações que envolvam alimentos.

Rêmora se fixa ao tubarão que a


transporta e além disso se alimenta
dos restos da comida do tubarão,
não causando nenhum dano ao
mesmo.
4. MUTUALISMO (simbiose) – interação da qual os
25 dois parceiros tiram vantagem, que pode ser de
proteção, aporte de alimento, polinização, dispersão,
etc.

Bactérias e raízes: Fixação biológica de N

Bactérias do gênero
Bradyrhizobium, quando em
contato com as raízes da soja,
infectam as raízes, via pêlos
radiculares, formando os nódulos.
A Fixação Biológica de Nitrogênio
pode, dependendo de sua
eficiência, fornecer todo o N que a
soja necessita.
Micorrizas: Associação mutualista das raízes de vegetais
26 superiores com fungos. A planta superior fornece ao fungo
principalmente carboidratos (em geral, sob a forma de
sacarose), enquanto o fungo fornece à planta principalmente
água e nutrientes
27 Liquens: associação de algas (realiza fotossíntese e
produção de matéria orgânica) e fungos (absorção de água e
nutrientes).
28 Polinização:

Fonte: Imagens Google


5. INQUILINISMO – Um organismo usa o outro como suporte
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ou abrigo.
Entre vegetais se chama Epifitismo.
Exemplo: Bromélias, orquídeas e samambaias (suporte)

Fonte: Imagens Google


6. PARASITISMO – há diferenças de tamanho entre os indivíduos das
espécies envolvidas. O da espécie que tira vantagem (parasita) é menor
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e o da parasitada (hospedeiro) é maior. O parasita pode causar a morte
do hospedeiro ou não.

Ex. Erva de passarinho (Struthantus flexicaulis) em árvores.

Os haustórios saem de
apressórios, órgãos de fixação
dessas plantas, formados pelo
caule; no caso das holoparasitas,
penetram até o floema e no caso
das hemiparasitas, até o xilema.

A vespa Trichogramma parasita os ovos de


inúmeras espécies de praga da ordem
Lepidoptera (Ex.: Mariposas).

A vespa Cotesia flavipes parasita a lagarta da


broca da cana-de-açúcar.
31 Nematóides

 Meios para chegar às áreas de cultivo: água de irrigação,


ventos fortes, mudas produzidas em substratos ou solos
infectados, máquinas e implementos agrícolas e movimentos de
animais e pessoas na área.
 Normalmente, os ataques ocorrem nas reboleiras, onde as
plantas apresentam menor crescimento e amarelecimento das
folhas.
7. PREDAÇÃO – o predador ataca a sua presa e, geralmente, mata-a
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para se alimentar dela.

http://www.cpact.embrapa.br/publicacoes/folderes/folder-controle-lagarta.pdf
33 8. HERBIVORIA

Efeitos:
Folhas: redução da fotossíntese;
Raízes: redução da retirada de água e nutrientes do solo;
Seiva: redução da energia disponível para crescimento;
Meristemas: redução do crescimento e alteração da forma da planta;
Redução da habilidade competitiva.

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