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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA ARTE

FACULDADE DE CINEMA E AUDIOVISUAL

RENNAN BRAGA DE OLIVEIRA

O BANDIDO DA LUZ VERMELHA (1968)

BELÉM – PA

2022
Em 1968 Rogério Sganzerla surpreenderia o brasil lançando seu primeiro longa metragem com
uma livre história baseada em um assaltante conhecido como O Bandido da Luz Vermelha, que
dá o titulo do filme. O que chamou a atenção do jovem diretor foi a forma que os crimes eram
cometidos, de forma exuberante o assaltante roubava as casas luxuosas na cidade de São Paulo,
chegando até ser perseguido e investigado em plena teve aberta.

Lançado 3 anos após o manifesto de Glauber Rocha, o longa consegue brincar com as ideias
mencionadas no manifesto e do movimento marginal que ele está inserido ao mesmo tempo que
se desvia e consegue seguir seu próprio caminho. O cinema marginal era conhecido por trazer
de forma bastante realista os problemas sociais que aconteciam no Brasil sem romantizar ou
esconder do grande público, com cenas que acabavam chocando boa parte dos espectadores.

Porém O Bandido da Luz Vermelho além de utilizar esses conceitos ele se diferencia tentando
dialogar com o público. Na minutagem 17:13, após o bandido realizar um roubo e conseguir
escapar da polícia, o bandido aparece experimentando roupas vivendo uma rotina comum e ao
fundo o rádio noticiando o roubo e a fuga dele. Esse recurso pouco usado antes trouxe uma
nova linguagem para a obra já que o brasileiro já tinha uma familiaridade com o rádio então
sentia que estava vivenciado o momento junto com o filme.

Outro momento interessante de observar é na minutagem 44:32 onde nos é mostrada uma
sequência de violência bem diferente dos filmes da época, com uma brutalidade bem peculiar
que me fez lembrar os filmes do Tarantino, mas que segue o manifesto previamente citado.

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