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ESCATOLOGIA

ISTA
INTRODUÇÃO
CRISE, METAMORFOSES E RESSURGIMENTO DA ESC
NAS SOCIEDADES MODERNAS E HIPERMODERNAS

• Tradicionalmente conhecido como tratado dos Novíssimos ou


Postrimerias. Os manuais clássicos distinguiam entre:
• novíssimos do homem individual;
• novíssimos de toda a história humana
• É a escatologia que nos permite entender a protologia
• Redescoberta da E. enquanto coração da vida e da teologia cristãs
• Panorama geral, com eventos, nomes e tendências gerais de fundo que
nos ajudam a entender a atual situação do tratado de escatologia;
A MODERNIDADE E O “FIM” DA ESCATOLOGIA
CRISTÃ

• A escatologia cristã atingiu seu apogeu na Idade Média, com Santo Tomás,
nos Suplementos à Suma Teológica, e Dante, na Divina Comédia.
• O primeiro motivo é que a escatologia desta época estava obcecada pelo
além e pelo destino da “alma separada”, voltando as costas a toda
esperança de realização terrestre do reino de Deus.
• A partir do séc. XVI, o processo de dissolução da escatologia clássica
acentuou-se progressivamente.
• É, no entanto, a modernidade que vai pouco a pouco tirar às elaborações
tradicionais da esperança cristã sua credibilidade.
• A teologia feita nos dois últimos séculos foi primeiramente marcada por
um grande esforço de diálogo com a modernidade;
Normas do método histórico-crítico:
• a. o texto bíblico não tem estatuto sagrado, mas é comparável aos textos da literatura
mundial, podendo então ser lido pelos procedimentos em uso nas ciências literárias e
históricas;
• b. esses procedimentos não têm um carácter dogmático e o a-priori teológico não
intervém para disciplinar e orientar a leitura;
• c. a preocupação da pesquisa histórico-crítica é a de estabelecer a verdade histórica,
devendo por isso determinar o sentido inicial dos textos para depois julgar sua
plausibilidade;
• d. para ser científica, esta pesquisa deve delimitar o campo de observação, dar uma clara
descrição dos procedimentos que ela usa e tornar o resultado verificável e repetível;
• e. o consenso se adquire por via discursiva numa comunidade que aceita as regras da
exegese em questão;
• f. enquanto científico, esse método deve ser aberto;
• g. o resultado é um processo de distanciamento que coloca entre parênteses o aspecto
interpelante do texto.
• A teologia protestante foi a primeira a pensar os conteúdos do cristianismo a
partir dos instrumentais hermenêuticos e epistemológicos da modernidade.
• A teologia liberal, presente na Alemanha no séc. XIX, foi a corrente que mais
marcou a teologia no começo do séc. XX. Solidária do otimismo liberal, ela
pretendia harmonizar o mais possível o cristianismo com consciência cultural
de seu tempo.
• O mundo católico tem uma relação mais problemática com os pressupostos
que engendram a modernidade;
• Pascendi dominici gregis
• Loisy x Harnack
• Uma espécie de secularização do discurso teológico vai marcar este período,
que será, no entanto, duramente atacado pelas novas tendências que
emergirão no seio mesmo do pensamento moderno e da teologia.
A REDESCOBERTA DO MESSIANISMO JUDEU E SUA
FECUNDIDADE PARA A TEOLOGIA CRISTÃ

• Primeira Guerra mundial, a pertença ao judaísmo e a esperança


messiânica;
• deixaram de crer no progresso cultural com seu objetivo inacessível de
paz eterna;
• Eles introduziram a esperança na razão que se autorealiza nela mesma
e, através disso, se auto-destrói. Fazendo isso, eles salvaram a esperança,
como categoria teológica, das ruínas da razão histórica.
ERNS BLOCH: O ESPÍRITO DA UTOPIA, 1918

“O que está em questão só balança no ar uma lembrança sinistra e vazia... A


juventude teve que perecer, condenada à morte por objetivos tão estrangeiros, tão
inimigos do Espírito [...] tantas florações, tantos sonhos, tantas esperanças
espirituais mortas [...] Jamais objetivo de guerra tão lúgubre quanto o da
Alemanha do Kaiser”.
ERNS BLOCH: O ESPÍRITO DA UTOPIA, 1918

“O que está em questão (...) só balança no ar uma lembrança sinistra e vazia... A


juventude teve que perecer, condenada à morte por objetivos tão estrangeiros, tão
inimigos do Espírito [...] tantas florações, tantos sonhos, tantas esperanças
espirituais mortas [...] Jamais objetivo de guerra tão lúgubre quanto o da
Alemanha do Kaiser”.
FRANZ ROSENZWEIG: A ESTRELA DA REDENÇÃO, 1921

• A catástrofe da primeira guerra fê-lo reconhecer que com o fim do antigo


mundo tinham sido enterrados igualmente os sonhos que aí estavam
presentes.
• Rosenzweig opõe à utopia, que é a categoria da intenção, a redenção, que
é a categoria da espera de uma possível mudança total que pode intervir a
cada instante
• O presente como trampolim para a eternidade liberta do desdobramento
do sem fim do tempo e nos coloca, no meio mesmo do tempo, numa
realidade outra.
GERSHOM SCHOLEM: O MESSIANISMO JUDAICO

• A rendenção não é habitada somente por um poder libertador, mas


igualmente por um poder destruidor.
• A morte da Europa levou igualmente à morte a interpretação moderna e
ocidental do messianismo como fé no progresso.
• Ele via na redenção “o surgimento de uma transcendência que faz a história
desmoronar”.
• Viver na esperança é algo de grande e ao mesmo tempo profundamente
irreal. Tal é a experiência judaica da vida em exílio.
• Scholem vê no conceito de antecipação algo de ilegítimo.
WALTER BENJAMIM: TESES SOBRE A FILOSOFIA DA
HISTÓRIA, 1940

• A história só nasce a partir do momento em que interpretamos um caos


de eventos. Mas como ler os eventos para que se constitua para nós a
história?
• Benjamin utiliza em sua reflexão a categoria do perigo.
• Benjamin pensa no instante revolucionário mas o descreve como instante
apocalíptico.
• Benjamin não vê o sentido da história nos encadeamentos da história
universal mas nos escombros e nas falhas da história. É lá que pode surgir
o imprevisto e se manifestar, como num clarão, a verdade original.
WALTER BENJAMIM: TESES SOBRE A FILOSOFIA DA
HISTÓRIA, 1940

• A história só nasce a partir do momento em que interpretamos um caos


de eventos. Mas como ler os eventos para que se constitua para nós a
história?
• Benjamin utiliza em sua reflexão a categoria do perigo.
• Benjamin pensa no instante revolucionário mas o descreve como instante
apocalíptico.
• Benjamin não vê o sentido da história nos encadeamentos da história
universal mas nos escombros e nas falhas da história. É lá que pode surgir
o imprevisto e se manifestar, como num clarão, a verdade original.
A ESCATOLOGIA NO CORAÇÃO DA TEOLOGIA
CRISTÃ NO SÉCULO XX

• A redescoberta da escatologia como centro da existência e da teologia


cristã aconteceu em diferentes momentos ou etapas
1. predominar a entrada do eschaton no pensamento da fé sob a forma de
puro objeto.
2. A entrada da reivindicação da abertura necessária do sujeito à força que
vem do futuro
3. realizar a mediação do sujeito e do objeto, propondo um advento do
eschaton conjugado com a acolhida vigilante e comprometida do êxodo
humano
A ESCATOLOGIA NO CORAÇÃO DA TEOLOGIA
CRISTÃ NO SÉCULO XX

J. Weiss
“o reino de Deus, segundo Jesus, é uma entidade absolutamente ultra-terrena,
que se encontra em contraste de mútua exclusão com relação a esse mundo. O
uso ético-religioso que faz a teologia recente desta ideia, despojando-a de seu
significado escatológico-apocalíptico original, é injustificado. Quando se utiliza esta
expressão num sentido distinto do empregado por Jesus, procede-se de uma
forma que é bíblica só na aparência”.
A ESCATOLOGIA NO CORAÇÃO DA TEOLOGIA
CRISTÃ NO SÉCULO XX

• Schweitzer: a pesquisa sobre a vida de Jesus mostrou-se uma vã obra de


veracidade científica.
“O Jesus de Nazaré que se apresentou como messias, que proclamou um reino
de Deus moral, que instaurou o reino dos céus sobre a terra, que morreu para
levar a termo sua obra, esse Jesus nunca existiu”.
• Nem Jesus nem o cristianismo primitivo não têm nada em comum com as
imagens ideais do cristianismo cultural do mundo moderno
A ESCATOLOGIA NO CORAÇÃO DA TEOLOGIA
CRISTÃ NO SÉCULO XX

Três decepções históricas (Schweitzer)


• 1. a da irrupção próxima do reino por Jesus durante seu ministério (cf. Lc
10);
• 2. a da decepção provocada pela não vinda do reino, o que levou Jesus a
querer apressar tal vinda entregando-se à morte, pois pensava assim fazer
irromper pela força o julgamento de Deus (cf. Mt 11,12);
• 3. a da decepção provocada pelo atraso da segunda vinda do Cristo
glorioso, que levou a Igreja primitiva a mudar a esperança messiânica pela
presença da eternidade mediatizada pela Igreja.
A ESCATOLOGIA NO CORAÇÃO DA TEOLOGIA
CRISTÃ NO SÉCULO XX

• Barth e Bultmann dão à escatologia uma nova significação e pertinência na vida


e na teologia cristãs.
• Oscar Cullmann propõe uma teologia da história da salvação, que terá grande
influência na teologia católica;
• Pannenberg e o círculo de Heidelberg vão propor uma teologia da história da
salvação que tenta responder às dificuldades levantadas por Barth e Bultmann.
• Com J. Moltmann que a escatologia cristã alcançou seu mais amplo;
desenvolvimento no séc. XX (no Teologia da Esperança);

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