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Índice

Prefácio 9

PARTE I | PENSE E FIQUE RICO | NAPOLEON HILL 15


Acerca de Pense e Fique Rico 17
Prefácio do autor 21
1 | O poder do pensamento 27
2 | O desejo: o ponto de partida de todas as realizações 37
3 | A fé: visualização e convicção na realização
do desejo 53
4 | A autossugestão: o meio para influenciar o
subconsciente 71
5 | O conhecimento especializado: experiências pessoais ou
observações 79
6 | A imaginação: a oficina da mente 85
7 | O planeamento organizado: a cristalização do desejo
em ação 97
8 | A decisão: dominar a procrastinação 129
9 | A persistência: o esforço sustentado necessário para
gerar fé 133
10 | O poder do Grupo Arquiteto: a força motriz 141
11 | O mistério da transmutação sexual 149
12 | O subconsciente: o elo de ligação 169
13 | O cérebro: uma estação de transmissão e receção para
o pensamento 177
14 | O sexto Sentido: a porta para o templo da
sabedoria 185
Apêndice A 197

PARTE II | FALAR EM PÚBLICO E INFLUENCIAR PESSOAS |


DALE CARNEGIE 199
Acerca de Falar em Público e Influenciar Pessoas 201
1 | As regras de ouro de Dale Carnegie para o sucesso 205
2 | Como progredir no mundo dos nossos dias 213
3 | Ganhar coragem e autoconfiança ao falar
em público 231
4 | A preparação do discurso 237
5 | O momento do discurso 261
6 | O conteúdo do seu discurso 273

PARTE III | O PODER DO SUBCONSCIENTE |


JOSEPH MURPHY 295
Acerca de O Poder do Subconsciente 297
1 | O poder do pensamento 301
2 | Como funciona a mente: o poder miraculoso do
subconsciente 309
3 | Usar o poder do subconsciente para sermos
saudáveis 329
4 | Usar o poder do subconsciente para a riqueza 361
5 | Obter a orientação do subconsciente 385
6 | Usar o poder do subconsciente para manter relações
pessoais gratificantes 399
7 | Adquirir hábitos positivos com o subconsciente 427
8 | Como permanecer jovem de espírito para sempre 451

PARTE IV | SEGREDOS DOS TRÊS MESTRES PARA UMA


MUDANÇA DE VIDA 463
Questionário de Autoavaliação 465
Prefácio

M uito antes de livros como O Segredo prometerem transformar


as nossas vidas através do pensamento, bem como da proli‑
feração de livros de autoajuda com as suas diversas fórmulas rápi‑
das para atingir o sucesso, três mestres do século XX explicaram
os passos para a transformação dos nossos desejos mais profundos
em realidade. Juntos, as suas obras clássicas sobre o comando da
vida venderam mais de cem milhões de cópias em todo o mundo,
e sucessivas gerações de leitores aplicaram com êxito as suas reve‑
lações para atingirem a realização pessoal e profissional em todas
as áreas da vida — e o seu programa para a busca da felicidade é,
hoje, mais relevante do que nunca.
Os Princípios para uma vida de sucesso não lhe dirão o que
deve desejar. O que lhe dirão é como alcançar essa abundância.
Este único volume junta três poderosas obras de orientação —
Pense e Fique Rico, de Napoleon Hill; Falar em Público e Influenciar
Pessoas, de Dale Carnegie; e O Poder do Subconsciente, de Joseph
Murphy — e estabelece formas práticas de perseguir os seus obje‑
tivos pessoais e de os atingir.
Estes autores não se consideram gurus, nem peritos. Eles mos‑
tram‑nos que já somos peritos no nosso próprio sucesso. Como as
suas palavras deixam bem claro, o verdadeiro segredo do sucesso

9
3 MESTRES

não é ter os contactos certos, nem a família certa, nem a instru‑


ção certa, nem o rendimento certo, nem qualquer combinação
misteriosa e alinhada pelas estrelas destes fatores entre si. É total‑
mente grátis e está à disposição de todos, independentemente da
sua riqueza, escolaridade ou de qualquer outro tipo de vantagem.
É o cerne do que faz com que todos sejamos criados iguais uns aos
outros. É o poder da nossa mente, um poder disponível a todas as
pessoas neste preciso momento. Os nossos pensamentos são mais
poderosos do que o dinheiro, a influência e a oportunidade juntos,
e são eles que determinam se ficamos estagnados ou temos mais
sucesso do que alguma vez sonhámos.
Este livro é mais do que um mero plano para o sucesso pessoal.
É uma descrição de como funciona o mundo. E apresentar os prin‑
cípios fulcrais destes autores em conjunto, num único volume, é a
melhor forma que conhecemos de destacar o panorama alargado
que tem sido perdido de vista ao longo dos anos: nenhum perito
tem as respostas que procuramos. As respostas não estão “por aí”,
algures; elas já estão dentro de nós. Os princípios invisíveis que di‑
tam a transferência dos nossos desejos para a nossa realidade são
controlados por nós, e os manuais que aqui coligimos explicam‑nos
de forma clara e direta: siga o processo e terá sucesso.
O livro Pense e Fique Rico, de Napoleon Hill, originalmente
publicado em 1937, assume uma abordagem prática, de causa e
efeito, ao poder transformador da mente, surgindo numa das épo‑
cas mais desafiantes, do ponto de vista económico, da história
americana. Devido à Grande Depressão, muitos americanos en‑
contraram‑se num beco sem saída depois de anos de pobreza, e
alguns foram tentados a entregar‑se ainda mais ao desespero, ao
desânimo e à dependência. Mas, mesmo nessa época, houve quem
ficasse rico — e não apenas rico, mas incrivelmente rico. Nós, no
mundo moderno, podemos troçar: “Os magnatas do petróleo?
Os monopólios? Os exploradores? Claro, qualquer um pode enri‑
quecer se for suficientemente egoísta e desumano para se apro‑
veitar dos outros.” Mas, em 1937, Andrew Carnegie, um desses
magnatas do petróleo incrivelmente ricos, contratou um jovem
chamado Napoleon Hill para esclarecer as coisas.
Hill foi encarregue de entrevistar centenas de indivíduos co‑
nhecidos e ricos e de escrever um livro revelador dos seus segre‑
dos para alcançar tanto sucesso. Na verdade, o que daí resultou

10
PREFÁCIO

não foi uma compilação de vários segredos, mas um segredo ape‑


nas, uma “fórmula mágica” que estava na base do sucesso. Como
Hill escreveu no seu prefácio a Pense e Fique Rico, “O Sr. Carnegie
achava que a fórmula mágica, que lhe proporcionara uma fortuna
imensa, devia ser posta à disposição das pessoas que não tinham
tempo para investigar como se faz dinheiro, e esperava que eu tes‑
tasse e demonstrasse a validade da fórmula através da experiência
de homens e mulheres de todos os setores”.
Carnegie revelou o segredo a Hill mesmo antes de ele iniciar
as entrevistas, pelo que não era um verdadeiro segredo. Mas a in‑
vestigação do jovem autor gerou provas concludentes. Ele desco‑
briu que a riqueza de todos os indivíduos que entrevistou ou es‑
tudou, tais como Thomas Edison, Henry Ford, Charles Schwab e
até o próprio Carnegie, não resultava de desumanidade, ganância,
riqueza herdada, ou influências. Ele encontrou 13 outros denomi‑
nadores comuns entre os indivíduos que entrevistou. Mas esses 13
traços resumiam‑se todos ao poder da mente. O segredo era o que
Andrew Carnegie conhecia desde o princípio: “Todas as realiza‑
ções começam com uma ideia”.
A capacidade de uma ideia para criar, alterar e fazer progre‑
dir os objetivos de uma pessoa é também a força motriz por trás
do guia fundamental de Joseph Murphy sobre o potencial huma‑
no. Mas, enquanto que em Pense e Fique Rico se aplica o poder
da mente apenas no contexto da construção de riqueza, O Poder
do Subconsciente conclui que os princípios do pensamento efeti‑
vo podem aplicar‑se com a mesma eficácia e utilidade a qualquer
aspeto das nossas vidas. Murphy, pastor e líder de um dos mo‑
vimentos de desenvolvimento pessoal com uma base mais alar‑
gada do século XX, explica profunda e detalhadamente como a
mente consciente dá “ordens de marcha” ao subconsciente, que
as executa por todos os meios possíveis, trabalhando constante‑
mente para transformar as esperanças e desejos — ou, se os pensa‑
mentos conscientes não forem bem controlados, os medos — em
realidade.
E Murphy não se limita à teoria: O Poder do Subconscien-
te apresenta instruções específicas para colocar esses princípios
em prática. Entre os temas que cobre, estão como “programar”
o subconsciente para alcançar objetivos; como ultrapassar pro‑
blemas no casamento e na vida familiar; como vencer o medo e

11
3 MESTRES

as preocupações; como substituir a pobreza por riqueza; e como


superar a doença e a debilidade, tudo para se ter uma vida verda‑
deiramente bem‑sucedida e gratificante.
O mesmo espírito prático está presente nas obras de Dale Car‑
negie, que escreveu muitos livros clássicos de autoajuda, incluin‑
do o famoso Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas. A obra aqui
incluída, um guia intensamente prático chamado Falar em Público
e Influenciar Pessoas, mostra como aplicar os princípios da mente
à aprendizagem da competência que, talvez mais do que qualquer
outra, leva ao sucesso em qualquer ramo: o poder da persuasão.
Aqui, Carnegie explica como desenvolver a postura, ganhar au‑
toconfiança, melhorar a memória, expressar‑se claramente, con‑
vencer os outros dos seus raciocínios e ganhar discussões sem fa‑
zer inimigos.
O livro Falar em Público e Influenciar Pessoas oferece também
centenas de dicas valiosas retiradas do mundo real sobre como in‑
fluenciar as pessoas importantes na nossa vida — amigos, clien‑
tes, sócios, empregados. Melhor ainda, este sistema já foi posto à
prova e testado: a informação aqui contida foi já usada com êxito
por mais de um milhão de estudantes no mundialmente famoso
Curso de Dale Carnegie em Oratória Eficiente e Relações Huma‑
nas. E mais: o texto que aqui apresentamos inclui atualizações que
tornam as dicas e técnicas de Dale Carnegie ainda mais fáceis de
aplicar no caminho para o sucesso no mundo de hoje.
A verdade é que cada um destes livros passou no teste do tem‑
po, e cada um deles é um clássico por si só. Juntos, traçam um
caminho para o sucesso que todos nós podemos seguir, onde quer
que vivamos e sejam quais forem as nossas posses. Estes princípios
não têm nada a ver com geografia, etnia ou sequer oportunidade;
estes mesmos princípios, quando amplamente aplicados, têm o
poder de tornar vidas individuais, famílias, comunidades e nações
inteiras bem‑sucedidas e influentes no melhor sentido.
A América não se tornou uma potência mundial devido às
vantagens conferidas pelo dinheiro ou poder — no início, não ti‑
nha nem um, nem outro. Nem por depender de instituições for‑
tes e providenciais — antes pelo contrário. O sucesso da América
começou com uma ideia. Esta ideia era a de que todas as pessoas
são criadas iguais entre si e, por sermos todos iguais uns aos ou‑
tros, todos temos o inerente direito à vida, liberdade e procura da

12
PREFÁCIO

felicidade. É esta a ideia americana, e também se aplica ao resto


do mundo, para além das fronteiras da América. E a busca da fe‑
licidade é, em si mesma, um processo de ideias — como verá nas
páginas seguintes, ao seguir cada passo no caminho do sucesso
através do poder despertador da sua própria mente.

13
PARTE I

Pense e Fique Rico

Transforme as suas ideias em


abundância financeira

NAPOLEON HILL
Acerca de
Pense e Fique Rico

P ense — e fique rico. Será mesmo assim tão simples? An‑


drew Carnegie assim o pensou quando encarregou um
autor de 25 anos de idade chamado Napoleon Hill de escre‑
ver o guia definitivo para a realização pessoal, baseado na
experiência de centenas de homens e mulheres que tinham
não só enriquecido, como beneficiado o mundo — incluindo
nomes tão ilustres como Thomas Edison, Henry Ford e Char‑
les Schwab. O “manual do sucesso” daí resultante mostra
que, no processo de construir riqueza, o poder inexplorado
da nossa mente pode, além de nos ajudar a progredir, fazer
toda a diferença.
Na verdade, esta ideia não é nova. Nas últimas décadas,
dúzias de livros de autoajuda basearam‑se nesse princípio:
a forma como pensamos na nossa vida e no nosso potencial
tem mais relevância do que qualquer vantagem material que
possamos ter. Mas o guia rico em pormenores de Napoleon
Hill mostra o princípio posto em prática de uma forma única
e impactante, dirigindo‑se direta e pessoalmente ao leitor
sem o jargão e os lugares‑comuns usados por livros mais re‑
centes deste género. Publicado pela primeira vez em 1937,

17
3 MESTRES

Pense e Fique Rico expõe uma teoria que se mantém, ainda


hoje, simples e persuasiva: dominando o poder da mente, o
céu pode ser o limite.
“Há muitos anos, comprei um bom dicionário”, es‑
creve Hill. “A primeira coisa que fiz com ele foi procurar
a palavra “impossível” e eliminá‑la. Não seria mau que
todos fizessem o mesmo”. A maioria das pessoas, expli‑
ca, conhece muito bem as regras que não resultam, as
coisas que não podem ser feitas. Mas essa mentalidade só
nos mantém no caminho do “não fazer” e “não poder”.
O sucesso, escreve Hill, “é atingido por aqueles que se tor‑
nam conscientes do sucesso. O fracasso acontece àqueles
que, com indiferença, se permitem tornar‑se conscientes
do fracasso. O objetivo deste livro é ajudar todos os que as‑
sim o desejam, a aprender a arte de mudar de mentalidade.
Claro que Hill escreveu estas palavras encorajado‑
ras numa época que era, nalguns aspetos, muito diferente
da nossa. No auge da Grande Depressão, “enriquecer” ti‑
nha uma inquestionável conotação positiva para a grande
maioria dos americanos, que então vivia na mais profunda
pobreza e perdia a esperança. Hoje, esta expressão poderá
evocar imagens impróprias de materialismo e avareza. Já vi‑
mos os resultados da cobiça empresarial desmedida e, para
a maior parte de nós, ostentar riqueza material já não é um
objetivo em si mesmo. Não queremos apenas “enriquecer”;
queremos criar trabalhos com significado para nós e para os
outros, e construir ou fazer parte de empresas sustentáveis e
globais que ganhem dinheiro e pratiquem o bem.
Na verdade, o próprio Hill já disse isto mesmo há muito
tempo: quem ganhar dinheiro prejudicando os outros tem
menores probabilidades de o manter. O século XX e o início
do século XXI demonstraram bem esse ponto. Mas houve
demasiadas pessoas que não prestaram atenção a essa lição.
E, em muitos aspetos, a época em que este livro foi es‑
crito é muito semelhante à nossa. As novas tecnologias es‑
tão a mudar tudo: naquela altura eram a eletricidade e o au‑
tomóvel; agora é a Internet e o iPhone. Muitos empresários

18
Acerca de Pense e Fique Rico

estão a formar empresas partindo apenas de uma ideia, que


é exatamente o que Andrew Carnegie identificou como o
ponto de partida de todas as realizações. Agora, como en‑
tão, o potencial de criação de riqueza é vasto — e os prin‑
cípios de Hill fornecem‑nos um processo passo a passo,
surpreendentemente moderno e atual, para realizar a ten‑
dência crescente do empreendedorismo baseado em servi‑
ços. O que ele escreveu em 1937 é igualmente válido nos
dias de hoje: “Se o que quer fazer está certo e é algo em que
acredita, vá em frente e faça‑o”.
Continue a ler — e aprenda os segredos de como usar a
“consciência do sucesso” para enriquecer, a si e ao mundo.

19
Prefácio do autor

E m todos os capítulos deste livro, é feita referência ao


segredo para fazer dinheiro que construiu as fortunas
de mais de 500 pessoas extremamente ricas, que analisei
cuidadosamente ao longo de muitos anos.

Andrew Carnegie revelou‑me o segredo há mais de um quarto de


século. Esse astuto e adorável velho escocês deixou‑o cair com
despreocupação na minha mente quando eu era apenas um rapaz.
Depois, recostou‑se na cadeira, com um brilho alegre no olhar, e
observou‑me com atenção para ver se eu era suficientemente es‑
perto para compreender todo o significado do que ele me dissera.
Quando viu que eu apreendera a ideia, perguntou‑me se es‑
taria disposto a passar 20 anos ou mais a preparar‑me para a levar
ao mundo, aos homens e mulheres que, sem o segredo, poderiam
viver para sempre como falhados. Eu disse que o faria e, com a
cooperação do Sr. Carnegie, mantive a minha promessa.
Este livro contém o segredo, depois de ter sido testado na prá‑
tica por milhares de pessoas, de quase todos os estratos sociais.
O Sr. Carnegie achava que a fórmula mágica, que lhe proporcio‑
nara uma fortuna imensa, deveria ser posta à disposição das pes‑
soas que não tinham tempo para investigar como se faz dinheiro,

21
3 MESTRES

e esperava que eu testasse e demonstrasse a validade da fórmula


através da experiência de homens e mulheres de todos os setores.
Acreditava que a fórmula devia ser ensinada em todas as escolas
públicas e universidades e, na sua opinião, se fosse devidamen‑
te ensinada, revolucionaria de tal forma todo o sistema educativo
que o tempo passado na escola poderia ser reduzido a menos de
metade.
A sua experiência com Charles M. Schwab, e outros jovens do
cariz do Sr. Schwab, convenceu o Sr. Carnegie de que muito do que
é ensinado nas escolas não tem qualquer valor no que diz respeito
a ganhar a vida ou acumular riqueza. Chegou a esta conclusão por‑
que levara para a sua empresa jovem após jovem, muitos deles com
poucos estudos, e, ensinando‑os a usar esta fórmula, desenvolveu
neles raras capacidades de liderança. Além disso, da sua orientação
resultaram fortunas para todos os que seguiram as suas instruções.
No capítulo acerca da Fé, pode ser lida a história espantosa da
criação da gigantesca United States Steel Corporation, tal como foi
concebida e levada a cabo por um dos jovens através dos quais o Sr.
Carnegie provou que a sua fórmula resulta para todos os que esti‑
verem dispostos a pô‑la em prática. Esta aplicação do segredo pelo
jovem Charles M. Schwab proporcionou‑lhe uma enorme fortuna,
tanto em dinheiro como em oportunidades. Esta aplicação específi‑
ca da fórmula rendeu, aproximadamente, 600 milhões de dólares1.
Estes factos — bem conhecidos de quase toda a gente que pri‑
vou com o Sr. Carnegie — dão‑lhe uma ideia geral do que a leitura
deste livro pode fazer por si, desde que saiba o que quer.
Mesmo antes de ser sujeito a 20 anos de testes práticos, o se‑
gredo foi transmitido a mais de cem mil homens e mulheres, que
o usaram em seu próprio proveito, tal como pretendera o Sr. Car‑
negie. Alguns fizeram fortunas com ele. Outros usaram‑no com
êxito para criar harmonia nos seus lares.
O segredo a que me refiro é mencionado uma centena de vezes
neste livro. Nunca lhe foi atribuído um nome, porque parece resul‑
tar melhor quando é simplesmente desvendado e deixado à vista,
onde quem estiver preparado e o procurar possa encontrá‑lo. Foi
por isso que o Sr. Carnegie mo passou tão discretamente, sem me
dar uma designação para ele.

1
Em dólares norte‑americanos de 1937.

22
PREFÁCIO do autor

Se está preparado para usá‑lo, reconhecerá este segredo, pelo


menos, uma vez em cada capítulo. Gostava de ter o privilégio de
lhe dizer como saberá se está preparado, mas isso privá‑lo‑ia de
grande parte dos benefícios que terá quando o descobrir à sua
maneira.
Enquanto este livro estava a ser escrito, o meu próprio filho,
que, nessa altura, era finalista na universidade, pegou no manus‑
crito do capítulo 2, leu‑o e descobriu o segredo por si mesmo.
Usou essa informação com tanta eficácia que entrou diretamente
para um cargo de responsabilidade, onde recebeu, como primei‑
ro salário, mais do que o comum das pessoas alguma vez ganha.
A sua história está sumariamente descrita no Capítulo 2. Quando
o leitor lá chegar, talvez abandone a impressão que possa ter tido,
ao abrir o livro, de que este prometia demais. Além disso, se algu‑
ma vez se sentiu desencorajado, teve de ultrapassar dificuldades
que lhe esgotaram as forças, tentou e falhou, se se viu limitado por
doenças ou problemas físicos, esta história da descoberta e uso da
fórmula Carnegie pelo meu filho pode vir a ser o oásis no Deserto
da Esperança Perdida que tanto tem procurado.
O Presidente Woodrow Wilson usou largamente este segredo
durante a Primeira Guerra Mundial. Foi transmitido a todos os sol‑
dados que combatiam na guerra, cuidadosamente disfarçado no
meio da formação que estes recebiam antes de irem para a frente.
O Presidente Wilson disse‑me que este foi um fator essencial na
angariação dos fundos necessários para a guerra.
No início do século XX, Manuel L. Quezon (então Comissá‑
rio Residente nas Filipinas), foi buscar inspiração ao segredo para
conquistar a liberdade para o seu povo, acabando por liderá‑lo
como seu primeiro Presidente.
Um aspeto peculiar deste segredo é que aqueles que o descu‑
bram e o usem dão por si literalmente arrebatados pelo sucesso
— com pouco esforço — e nunca mais passam pelo fracasso! Se du‑
vida disto, estude os nomes daqueles que o usaram; onde quer que
eles sejam mencionados, verifique os seus percursos por si mesmo
e comprove‑o.
Alguma coisa a troco de nada é algo que não existe!
O segredo a que me refiro não pode ser obtido sem um preço,
embora esse preço esteja muito abaixo do seu valor. Quem não o
procurar intencionalmente não o encontrará, seja a que preço for.

23
3 MESTRES

Não pode ser enunciado; não pode ser comprado a troco de di‑
nheiro porque é composto por duas partes. Uma das partes já está
na posse daqueles que estão preparados para ele.
O segredo é igualmente útil a todos os que estão prontos para
o receber. A instrução não tem nada a ver com o assunto. Muito
antes de eu nascer, o segredo já chegara à posse de Thomas A. Edi‑
son, que o usou com tanta inteligência que se tornou o maior in‑
ventor do mundo, embora só tivesse andado três meses na escola.
O segredo foi passado a um sócio de Edison. Este usou‑o tão
bem que acumulou uma grande fortuna e reformou‑se da vida ati‑
va ainda jovem. A sua história encontra‑se no final do Capítulo 1.
Isto deverá convencer o leitor de que a riqueza não está para além
do seu alcance, de que ainda pode vir a ser aquilo que deseja e de
que o dinheiro, a fama, o reconhecimento e a felicidade podem ser
obtidos por quem quer que esteja pronto e determinado a conse‑
guir essas bênçãos.
Como sei eu estas coisas? Terá a resposta antes de terminar
este livro. Poderá encontrá‑la logo no primeiro capítulo, ou só na
última página.
Durante a investigação que levei 20 anos a terminar, e que
aceitei fazer a pedido do Sr. Carnegie, analisei centenas de ho‑
mens famosos, muitos dos quais admitiram terem conseguido as
suas largas fortunas com a ajuda do segredo Carnegie. Entre essas
personalidades, estavam:

Henry Ford
Theodore Roosevelt
William Wrigley
John Wanamaker
James J. Hill
Wilbur Wright
William Jennings Brian
Woodrow Wilson
William Howard Taft
Elbert H. Gary
King Gillette
Alexander Bell
John D. Rockefeller
Thomas A. Edison

24
PREFÁCIO do autor

F. W. Woolworth
Clarence Darrow

Estes nomes representam apenas uma pequena fração das


centenas de americanos famosos cujas realizações, financeiras e
outras, provam que quem compreende e aplica o segredo Carnegie
atinge posições elevadas na vida. Nunca conheci alguém que, ten‑
do recebido a inspiração deste segredo, não tenha alcançado um
sucesso assinalável na sua vocação. Jamais conheci uma pessoa
que se tivesse distinguido, ou conseguido uma riqueza conside‑
rável, sem estar na posse desse segredo. Destes dois factos, retiro
a conclusão de que o segredo é mais importante, como parte dos
conhecimentos essenciais à autodeterminação, do que qualquer
dos ensinamentos que se recebem através do que é geralmente co‑
nhecido como “instrução”.
E, na verdade, o que é a instrução? A resposta a esta pergun‑
ta já foi dada em pormenor. No que diz respeito à escolaridade,
muitos destes homens tinham pouquíssima. John Wanamaker
disse‑me, um dia, que a pouca escolaridade que tinha fora ad‑
quirida da mesma forma que uma locomotiva moderna recebe
água, “apanhando‑a pelo caminho”. Henry Ford nunca chegou
ao liceu; muito menos à universidade. Não quero com isto mi‑
nimizar o valor da escolaridade, mas apenas expressar a minha
sincera convicção de que aqueles que dominam e aplicam o se‑
gredo atingirão posições elevadas, acumularão riqueza e viverão
segundo as suas próprias regras, mesmo que tenham poucos anos
de escolaridade.
Algures durante a leitura, o segredo a que me refiro saltará da
página e apresentar‑se‑á claramente diante de si, se estiver prepa‑
rado para ele! Quando aparecer, reconhecê‑lo‑á. Quer receba este
sinal no primeiro ou no último capítulo, pare por um momento
quando ele surgir e beba um copo, pois esse momento será o pon‑
to de viragem mais importante da sua vida.
Passamos agora ao Capítulo 1, e à história do meu querido
amigo, que generosamente reconheceu ter visto o sinal místico,
e cujas realizações profissionais são prova suficiente de que ele
bebeu o tal copo. Quando ler a história dele, bem como as dos
outros, lembre‑se de que eles enfrentam os mesmos grandes pro‑
blemas da vida de todas as outras pessoas.

25
3 MESTRES

Falo dos problemas que decorrem do esforço necessário para


ganhar a vida, ter esperança, coragem, satisfação e paz de espí‑
rito; para acumular riqueza e apreciar a liberdade do corpo e do
espírito.
Lembre‑se, também, ao ler este livro, de que ele versa sobre
factos e não ficção, tendo como objetivo transmitir uma grandiosa
verdade universal através da qual todos os que estiverem prepa‑
rados poderão aprender, não só o que fazer, mas também como
fazê‑lo!, e receber, também, o estímulo necessário para começar.
Como palavra final de preparação, antes de iniciar o primeiro
capítulo, posso fazer uma breve sugestão que poderá fornecer‑lhe
uma pista para reconhecer o segredo Carnegie? É a seguinte: to‑
das as realizações, todas as riquezas ganhas, tiveram origem numa
ideia! Se está preparado para o segredo, já conhece metade dele,
pelo que reconhecerá prontamente a outra metade assim que ela
lhe tocar a mente.

Napoleon Hill, 1937

26
1

O poder do pensamento

D e verdade que “os pensamentos são coisas”; e coisas


bastante poderosas, quando se combinam com ob‑
jetivos definidos, persistência e um desejo ardente de os
transformar em riqueza ou noutros objetos materiais.

Edwin C. Barnes descobriu a verdade contida na frase “os homens


pensam e ficam ricos”. A sua descoberta não ocorreu toda de uma
vez. Foi gradual, começando com um desejo ardente de se tornar
sócio do grande Thomas Edison.
Uma das principais caraterísticas do Desejo de Barnes era o
facto de ser definido. Queria trabalhar com Edison e não para ele.
Observe com atenção a descrição de como ele fez o seu desejo
tornar‑se realidade e compreenderá melhor os 13 princípios que
levam à riqueza.
Quando este desejo, ou impulso do pensamento, lhe surgiu na
mente pela primeira vez, ele não estava em condições de o reali‑
zar. Havia dois obstáculos no seu caminho. Não conhecia Edison,
nem tinha dinheiro suficiente para pagar a viagem de comboio até
Orange, em Nova Jérsia. Estes obstáculos teriam sido o suficiente
para desencorajar a maioria dos homens de tentarem realizar o seu
desejo. Mas o desejo dele não era um desejo comum! Estava tão

27
3 MESTRES

determinado a obter uma maneira de o realizar que acabou por


decidir viajar como “bagagem cega”, em vez de se deixar derrotar
(para os não entendidos, isto significa que ele foi para East Orange
num comboio de carga).
Apresentou‑se no laboratório de Edison e declarou que fora ali
para ser parceiro de negócios do inventor. Anos depois, ao falar do
primeiro encontro entre Barnes e Edison, o último disse: “Ele estava
ali à minha frente, parecendo um vagabundo, mas havia alguma coi‑
sa na expressão do seu rosto que dava a impressão de ele estar deter‑
minado a conseguir o que queria. Eu já aprendera, ao longo de anos
de experiência com pessoas, que quando alguém realmente deseja
tanto alguma coisa que está disposto a apostar todo o seu futuro numa
única jogada para a obter, consegui‑la‑á de certeza. Dei‑lhe a opor‑
tunidade que ele pediu, porque vi que ele estava decidido a insistir
até ser bem‑sucedido. O que se seguiu provou que não me enganei”.
O que o jovem Barnes disse a Edison nessa ocasião é muito
menos importante do que o que ele pensou. O próprio Edison o
disse! Não podia ter sido a aparência do jovem a garantir‑lhe a en‑
trada no escritório de Edison, pois essa jogava fortemente contra
ele. O que contou foi o pensamento.
Se o significado desta afirmação pudesse ser transmitido a to‑
das as pessoas que a lessem, não haveria necessidade de escrever
o resto deste livro.
Barnes não conseguiu tornar‑se sócio de Edison na primeira
entrevista. Obteve a oportunidade de trabalhar no seu escritório,
com um salário simbólico, realizando tarefas que, para o inventor
eram insignificantes, mas para Barnes tinham a maior importân‑
cia, porque lhe permitiam expor a sua “mercadoria” aos olhos do
“sócio” pretendido.
Passaram‑se meses. Aparentemente, nada sucedeu no sen‑
tido da realização do propósito ambicionado, que Barnes es‑
tabelecera na sua mente como o seu principal objetivo defini‑
do. Mas algo importante estava a passar‑se na mente de Barnes.
O seu desejo de se tornar sócio de Edison intensificava‑se cada vez
mais.
Os psicólogos afirmam, e muito bem: “Quando alguém está
realmente preparado para alguma coisa, ela aparece”. Barnes
estava preparado para ser sócio de Edison; além disso, estava
decidido a manter‑se preparado até obter aquilo que procurava.

28
O Poder do Pensamento

Não disse para si mesmo: “Ora, de que serve isto? O melhor é


mudar de ideias e tentar um emprego de vendedor”. Em vez disso,
disse: “Vim aqui para ser sócio de Edison e vou atingir esse obje‑
tivo, nem que leve o resto da vida”. E disse‑o a sério! Como seria
diferente a história, se os homens adotassem um objetivo definido
e mantivessem esse objetivo durante o tempo suficiente para ele se
tornar uma obsessão constante!
Talvez o jovem Barnes não o soubesse na altura, mas a sua de‑
terminação inabalável, a sua persistência em não desistir de um
único desejo, estavam destinadas a derrubar todos os obstáculos e
a trazer‑lhe a oportunidade que procurava.
Quando a oportunidade chegou, apareceu sob uma forma
diferente e vinda de uma direção diferente daquelas que Barnes
esperava. Este é um dos truques da oportunidade. Tem o hábito
dissimulado de entrar pela porta das traseiras, e muitas vezes vem
disfarçada de azar, ou derrota temporária. Talvez seja por isso que
tantas pessoas não a reconhecem.
Edison tinha acabado de aperfeiçoar um novo aparelho de es‑
critório, conhecido, na época, como Máquina de Ditado de Edison
(mais tarde chamado Edifone). Os seus vendedores não estavam
muito entusiasmados com aquela máquina. Não acreditavam que
pudesse ser facilmente vendida. Barnes viu aí a sua oportunidade.
Aparecera discretamente, escondida numa máquina de aspeto estra‑
nho que não interessava a ninguém senão a Barnes e ao seu inventor.
Barnes sabia que conseguiria vender a Máquina de Ditado de
Edison. Sugeriu‑lho e obteve de imediato a sua oportunidade. Ele
vendeu mesmo a máquina. Na verdade, vendeu‑a com tanto êxito
que Edison lhe deu um contrato para a distribuir e comercializar
em todo o país. Dessa parceria negocial nasceu o slogan “Feito por
Edison e instalado por Barnes”. Esta aliança tornou Barnes rico em
dinheiro, mas deu‑lhe algo infinitamente mais grandioso: permi‑
tiu‑lhe provar que se pode mesmo “Pensar e Ficar Rico”.
Não tenho forma de saber ao certo quanto dinheiro rendeu a
Barnes o seu desejo original. Talvez o tenha feito ganhar dois ou
três milhões de dólares, mas o valor, qualquer que seja, torna‑se
insignificante quando comparado com o bem muito mais valioso
que adquiriu sob a forma da certeza de que um impulso intangível
do pensamento pode ser transformado no seu equivalente físico
através da aplicação de princípios conhecidos.

29
3 MESTRES

Barnes entrou numa parceria com o grande Edison literal‑


mente através do pensamento! Adquiriu fortuna através do pensa‑
mento. Não tinha qualquer ponto de partida, além da capacidade
de saber o que queria e a determinação para não desistir desse de‑
sejo até o realizar.
Para começar, ele não tinha dinheiro. Tinha pouca instrução.
Não tinha influências. Mas tinha iniciativa, fé e vontade de ga‑
nhar. Com estas forças intangíveis, tornou‑se o braço direito do
maior inventor de todos os tempos.
Vejamos agora uma situação diferente, estudando um homem
que tinha muitos sinais tangíveis de riqueza, mas que a perdeu,
porque parou a noventa centímetros do objetivo que almejava.

A noventa centímetros do ouro

Uma das causas mais comuns do fracasso é o hábito de desistirmos


quando dominados por derrotas temporárias. Todas as pessoas
caem neste erro num ou noutro momento.
R. U. Darby, que mais tarde se tornou um dos vendedores de
seguros mais bem‑sucedidos do país, conta a história do seu tio,
que foi contagiado pela “febre do ouro” nos tempos da corrida ao
ouro, e se deslocou para oeste para escavar e ficar rico. Nunca ou‑
vira dizer que se pode tirar mais ouro do cérebro dos homens do
que alguma vez foi tirado da terra. Reclamou um pedaço de ter‑
ra e lançou‑se ao trabalho com uma picareta e uma pá. Era um
trabalho árduo, mas o seu desejo de encontrar ouro estava bem
definido.
Após semanas de trabalho, foi recompensado com a descober‑
ta do metal brilhante. Agora precisava de maquinaria para trazer o
mesmo para a superfície. Discretamente, cobriu a mina, regressou
a casa em Williamsburg, Maryland, e relatou à família e a alguns
vizinhos o seu “achado”. Todos juntaram dinheiro para a maqui‑
naria necessária e expediram‑na para lá. Darby e o tio voltaram ao
trabalho na mina.
O primeiro vagão de ouro foi retirado da mina e enviado para
uma fundição. Os rendimentos demonstraram que tinham uma
das minas mais ricas do Colorado! Mais alguns vagões daquele
metal e ficariam sem dívidas. Então, chegaria o lucro em grande.

30
O Poder do Pensamento

E as escavações prosseguiram! E as esperanças de Darby e do


tio aumentavam! Então, alguma coisa aconteceu. O veio de ouro
desapareceu! Tinham chegado ao final do arco‑íris, e o pote de
ouro já lá não estava! Continuaram a escavar, tentando desespera‑
damente chegar novamente ao veio, mas em vão.
Finalmente, resolveram desistir. Venderam a maquinaria a
um sucateiro por poucas centenas de dólares e apanharam o com‑
boio de volta para casa. Há sucateiros burros, mas aquele não o
era! Convocou um engenheiro de minas para analisar a mina e
fazer alguns cálculos. O engenheiro informou‑o de que o proje‑
to falhara porque os proprietários não sabiam o que eram “linhas
de falha”. Os seus cálculos mostraram que o veio se encontrava a
apenas noventa centímetros do ponto onde os Darby tinham pa‑
rado de escavar! E foi aí mesmo que foi encontrado!
O sucateiro tirou da mina milhões de dólares em ouro por‑
que teve o bom senso de se aconselhar com um perito antes de
desistir. A maior parte do dinheiro gasto em maquinaria foi pago
graças aos esforços de R. U. Darby que, na altura, era muito jovem.
O dinheiro veio da sua família e vizinhos, que acreditaram nele.
Ele devolveu‑lhes até ao último dólar, embora tivesse levado anos
a fazê‑lo.
Muito tempo depois, o Sr. Darby recuperou o seu prejuízo com
grande margem de lucro, quando descobriu que o desejo pode ser
transformado em ouro. Fez essa descoberta depois de ter entrado
no negócio da venda de seguros de vida.
Lembrando‑se de que perdera uma enorme fortuna por ter
parado a noventa centímetros do ouro, Darby aplicou essa experi‑
ência ao ramo em que escolhera trabalhar, através do simples mé‑
todo de dizer a si mesmo: “Parei a noventa centímetros do ouro,
mas nunca pararei por as pessoas me dizerem “não” quando lhes
propuser fazerem um seguro”. Deve a sua “capacidade de não de‑
sistir” à lição que lhe ensinou a sua “capacidade de desistir” no
negócio da mineração de ouro.
Antes de alcançarem o sucesso, a maioria das pessoas irão
passar por muitas derrotas temporárias, bem como alguns fracas‑
sos. Perante a derrota, a atitude mais fácil e lógica é desistir. E é
precisamente o que a maior parte das pessoas faz.
Mais de 500 das pessoas mais bem‑sucedidas que este país
alguma vez conheceu disseram ao autor deste livro que o seu

31
3 MESTRES

maior sucesso chegou um passo depois do ponto em que foram


dominados pela derrota. O fracasso é um impostor muito iróni‑
co e astuto. Compraz‑se em fazer‑nos tropeçar quando estamos
quase a alcançar o sucesso. Mas e aqueles que não têm tempo
nem vontade de estudar o fracasso em busca dos conhecimentos
que podem levá‑los ao sucesso? Onde e como poderão aprender
a arte de transformar a derrota em degraus para alcançar uma
oportunidade?
Este livro foi escrito para responder a estas perguntas.
A resposta exige a descrição de 13 princípios, mas lembre‑se
de que, enquanto lê, a resposta que procura às perguntas que o
levaram a pensar na estranheza da vida poderá encontrar‑se na
sua própria mente, através de uma ideia, plano ou objetivo que lhe
possam ocorrer durante a leitura.
Tudo o que uma pessoa precisa para alcançar o sucesso é de
uma boa ideia. Os princípios descritos neste livro contêm os me‑
lhores e mais práticos ensinamentos conhecidos, em relação às
formas e meios de criar ideias úteis.
Antes de avançarmos mais na nossa abordagem à descrição
desses princípios, parece‑nos devermos dar‑lhe esta sugestão
importante:
Quando a riqueza começa a chegar, ela chega tão depressa e
com tanta abundância que nos perguntamos onde terá estado es‑
condida durante tantos anos de privações. Esta é uma afirmação
espantosa, ainda mais quando temos em consideração a crença
popular de que a riqueza só é alcançada por quem trabalha dura‑
mente e por muito tempo.
Quando começar a pensar e a ficar rico, verá que a riqueza co‑
meça com um estado de espírito, com um objetivo definido e com
pouco ou nenhum trabalho duro. Você, tal como qualquer outra
pessoa, deve ter interesse em saber como adquirir esse estado de
espírito, que atrairá a riqueza. Passei 25 anos em investigações,
analisando mais de 25.000 pessoas, porque também eu queria sa‑
ber “como enriquecem os ricos”.
Sem essa investigação, este livro não poderia ter sido escrito.
Note‑se, aqui, uma verdade muito significativa: a depressão
económica iniciou‑se em 1929 e continuou até atingir o maior re‑
corde de sempre em destruição, até algum tempo depois da toma‑
da de posse do Presidente Roosevelt. Então, a depressão começou

32
O Poder do Pensamento

a desvanecer‑se. Tal como um eletricista num teatro aumenta a


intensidade das luzes tão gradualmente que a escuridão se trans‑
forma em luz sem que nos apercebamos, a predominância do
medo na mente das pessoas também se atenuou gradualmente,
transformando‑se em fé.
Observe com atenção como, assim que dominar os princípios
desta filosofia e começar a seguir as instruções para aplicar esses
princípios, a sua situação financeira começará a melhorar, e tudo
o que tocar começará a transformar‑se num ativo a seu favor. Im‑
possível? De modo algum!
Uma das principais fraquezas da humanidade é a familiarida‑
de do homem comum com a palavra “impossível”. Ele conhece
todas as regras que não resultam. Sabe todas as coisas que não po‑
dem ser feitas. Este livro foi escrito para aqueles que procuram as
regras que tornaram os outros bem‑sucedidos e estão dispostos a
apostar tudo nelas.
Há muitos anos, comprei um bom dicionário. A primeira coisa
que fiz com ele foi procurar a palavra “impossível” e retirá‑la de
lá. Não seria mau que todos fizessem o mesmo.
O sucesso é alcançado por aqueles que adquirem a consciên-
cia do sucesso.
O fracasso atinge aqueles que, com indiferença, se permitem
ter a consciência do fracasso.
O objetivo deste livro é ajudar todos os que assim o desejam,
a aprender a arte de alterar a sua mentalidade da consciência do
fracasso para a consciência do sucesso.
Outro ponto fraco encontrado em demasiadas pessoas é o há‑
bito de medir tudo e todos de acordo com as suas próprias im‑
pressões e convicções. Algumas pessoas lerão isto e pensarão que
ninguém pode pensar e ficar rico. Não conseguem pensar em ter‑
mos de riqueza, porque os seus hábitos de pensamento estão im‑
pregnados de pobreza, carência, infelicidade, fracasso e derrota.
Milhões de pessoas olham para as realizações de Henry Ford
e invejam‑no pelo seu destino, sorte, génio, ou pelo quer que seja
que consideram ser a causa do seu êxito. Talvez uma pessoa em
cada cem mil saiba o segredo do sucesso de Ford, mas aqueles que
o sabem são demasiado modestos ou reservados para o revelarem,
devido à sua simplicidade. Um simples negócio ilustrará o “segre‑
do” na perfeição.

33
3 MESTRES

Quando Ford decidiu produzir o seu hoje famoso motor V‑8,


optou por construir um motor com os oito cilindros incorpora‑
dos num único bloco, dando instruções aos seus engenheiros para
criarem um desenho do motor. O desenho foi feito em papel, mas
os engenheiros estavam convencidos de que era completamente
impossível incorporar um motor a gasolina de oito cilindros num
bloco de peça única. Ford disse:
— Produzam‑no, mesmo assim.
— Mas — responderam eles — é impossível!
— Comecem — ordenou Ford — e não parem enquanto não
conseguirem, leve o tempo que levar.
Os engenheiros iniciaram o trabalho. Não tinham alterna‑
tiva, se quisessem manter os empregos. Passaram seis meses e
nada aconteceu. Outros seis meses depois, estava tudo na mesma.
Os engenheiros tentaram todos os planos concebíveis para execu‑
tarem as ordens, mas parecia de nada valer; parecia “impossível”!
No final do ano, Ford perguntou aos engenheiros pelo projeto
e, mais uma vez, eles responderam‑lhe que não tinham encontra‑
do forma de executar as suas ordens.
— Continuem — disse Ford — Eu quero esse motor e vou tê‑lo.
Eles continuaram e depois, como que por magia, descobriram
o segredo. A determinação de Ford vencera mais uma vez!
Esta história pode não estar descrita com toda a precisão, mas a
sua essência está correta. Você que deseja pensar e ficar rico, deduza
dela o segredo dos milhões de Ford, se conseguir. Não será difícil.
Henry Ford é um sucesso porque ele compreende e aplica os
princípios do sucesso. Um deles é o desejo: saber o que se quer.
Lembre‑se desta história de Ford ao longo da leitura e descubra as
linhas onde o segredo das suas prodigiosas realizações está descri‑
to. Se conseguir fazer isto, ser capaz de identificar o grupo espe‑
cífico de princípios que fizeram de Henry Ford um homem rico,
poderá igualar as suas realizações em praticamente qualquer ati‑
vidade para que esteja vocacionado.

34
O Poder do Pensamento

Você é “o Mestre do seu Destino, o Capitão da


sua Alma”

Quando o poeta inglês W. C. Henley escreveu estes versos profé‑


ticos, “Eu sou o Mestre do meu Destino, sou o Capitão da minha
Alma”, devia ter‑nos informado de que o motivo por que somos
mestres do nosso Destino, os Capitães da nossa Alma, é por termos
o poder de controlar os nossos pensamentos.
Ele devia ter‑nos dito que o éter em que esta pequena Terra
flutua, em que nos movemos e existimos, é uma forma de ener‑
gia que se move com um ritmo de vibração inconcebivelmente
alto e que esse éter está cheio de uma forma de poder universal
que se adapta à natureza dos pensamentos que nos passam pela
mente; e que ele nos influencia, de uma forma natural, para que
transformemos os nossos pensamentos nos seus equivalentes
físicos.
Se esse poeta nos tivesse revelado esta grande verdade, sabe‑
ríamos porque somos os Mestres do nosso Destino, os Capitães da
nossa Alma. Ele devia ter‑nos dito, com grande ênfase, que este
poder não faz qualquer discriminação entre pensamentos destru‑
tivos e construtivos e nos impelirá a transformar em realidade físi‑
ca pensamentos de pobreza tão rapidamente como nos encorajará
a realizar pensamentos de riqueza.
Henley devia ter‑nos dito, também, que o nosso cérebro é
magnetizado pelos pensamentos dominantes que retemos na
mente e que, através de meios que nenhum homem conhece, es‑
ses “ímanes” atraem para nós as forças, pessoas e circunstâncias
da vida que se harmonizam com a natureza dos nossos pensamen‑
tos dominantes.
Devia ter‑nos dito ainda que, antes de podermos acumular ri‑
queza abundante, temos de magnetizar as nossas mentes com um
desejo intenso de riqueza, que devemos tornar‑nos “conscientes
do dinheiro” até que o desejo dele nos leve a criar planos definidos
para o adquirir.
Mas, sendo um poeta e não um filósofo, Henley contentou‑se
em afirmar uma grande verdade sob uma forma poética, deixando
aos seus seguidores a tarefa de interpretar o significado filosófico
dos seus versos.

35
3 MESTRES

Pouco a pouco, a verdade tem vindo a revelar‑se, até que,


hoje, parece evidente que os princípios descritos neste livro con‑
têm o segredo do comando do nosso destino económico.
Estamos agora prontos a examinar o primeiro destes princí‑
pios. Mantenha um espírito aberto e lembre‑se, enquanto lê, que
estes princípios não foram inventados por homem algum. Foram
reunidos a partir das experiências de vida de mais de 500 pessoas
que acumularam, de facto, riqueza em grandes quantidades; indi‑
víduos que partiram da pobreza, com pouca instrução e sem influ‑
ências. Os princípios resultaram para eles. O leitor pode dar‑lhes
curso para seu próprio e duradouro benefício.
Verá que isso é fácil — e não difícil — de fazer.
Antes de ler o próximo capítulo, saiba que este contém infor‑
mações factuais que podem facilmente alterar todo o seu destino
financeiro, tal como trouxeram, definitivamente, mudanças de
proporções assombrosas às duas pessoas descritas.
Quero que saiba, também, que a relação entre mim e estes dois
homens é tal que eu não poderia distorcer os factos, mesmo que o
quisesse fazer. Um deles é o meu amigo mais chegado há quase 25
anos; o outro é o meu próprio filho. O sucesso invulgar destes dois
homens, que eles generosamente atribuem ao princípio descrito
no capítulo seguinte, justifica largamente esta referência pessoal
como forma de enfatizar o seu enorme poder.

36
2

O desejo: o ponto de partida de


todas as realizações

Q uando Edwin C. Barnes desceu do comboio de carga


em Orange, Nova Jérsia, há mais de 30 anos, podia pa‑
recer um vagabundo, mas tinha os pensamentos de um rei!

Enquanto ele fazia o caminho da estação ferroviária para o escri‑


tório de Thomas Edison, o seu cérebro não parava. Via‑se na pre-
sença de Edison. Ouvia‑se pedir a Edison uma oportunidade para
realizar a única obsessão constante da sua vida, o desejo ardente
de se tornar sócio do grande inventor.
O desejo de Barnes não era uma esperança! Não era uma as‑
piração! Era um desejo intenso e latejante que transcendia tudo o
resto. Era definido.
No momento em que Barnes abordou Edison, esse desejo já
não era novo. Era o seu principal desejo há muito tempo. No iní‑
cio, quando o desejo apareceu pela primeira vez na sua mente,
podia ser — e provavelmente era — apenas uma aspiração, mas já
era muito mais do que isso quando se apresentou perante Edison.
Poucos anos depois, ele estava novamente diante de Edison,
no mesmo gabinete onde conhecera o inventor. Dessa vez, o seu
desejo já se realizara. Eram, agora, parceiros de negócios. O prin‑
cipal sonho da sua vida tornara‑se realidade. Hoje, as pessoas que

37
3 MESTRES

conhecem Barnes invejam‑no pela “boa ocasião” que a vida lhe


deu. Veem‑no nos seus dias de glória, sem se darem ao trabalho de
investigar as causas do seu sucesso.
Este homem foi bem‑sucedido porque escolheu um objetivo
definido e dedicou toda a sua energia, força de vontade e todos
os seus esforços a ele. Não se tornou sócio de Edison no dia em
que chegou. Satisfez‑se em começar pelo trabalho mais subalter‑
no, desde que esse lhe desse a oportunidade de dar um passo que
fosse na direção do seu grande objetivo.
Passaram cinco anos antes de a oportunidade que Barnes pro‑
curava, aparecer. Durante esses anos, nem um raio de esperança,
ou perspetiva de realização do seu desejo lhe surgira. Para todos,
exceto para si mesmo, ele era apenas mais uma peça na engrena‑
gem da empresa de Edison, mas, na sua mente, foi sempre sócio de
edison, desde o primeiro dia em que começou a trabalhar lá.
Esta é uma ilustração notável do poder de um desejo definido.
Barnes alcançou o seu objetivo porque queria ser sócio de Edison
mais do que qualquer outra coisa. Ele concebeu um plano para
atingir esse objetivo. Mas não deixou portas abertas atrás de si.
Manteve‑se concentrado no seu desejo até este se tornar a maior
obsessão da sua vida e, finalmente, um facto.
Quando foi para Orange, não disse a si mesmo “Vou tentar con‑
vencer Edison a dar‑me um emprego qualquer”; ele disse “Vou en‑
contrar‑me com Edison e comunicar‑lhe que estou ali para ser seu
parceiro de negócios”. Também não disse “Vou trabalhar lá alguns
meses e, se não vir sinais positivos, desisto e vou trabalhar nou‑
tro lado”; antes disse “Vou começar por qualquer lado; farei tudo o
que Edison me mandar fazer, mas, no final, serei seu sócio.”. O seu
pensamento não foi “Vou manter os olhos abertos para outras opor‑
tunidades, para o caso de não conseguir o que quero na empresa de
Edison”; antes foi “Só há uma coisa no mundo que estou decidido
a conseguir: uma parceria de negócios com Thomas A. Edison. Não
deixarei portas abertas atrás de mim e vou apostar todo o meu futu‑
ro na minha capacidade de conseguir o que quero”.
Não deu a si próprio qualquer possibilidade de retroceder. Ti‑
nha de vencer ou morrer! A história do sucesso de Barnes resu‑
me‑se a isso!
Há muito tempo, um grande guerreiro enfrentou uma situa‑
ção que exigia dele uma decisão que garantiria o seu sucesso no

38
o Desejo: O Ponto de Partida de Todas as Realizações

campo de batalha. Estava prestes a mandar os seus exércitos ata‑


car um poderoso inimigo, que tinha mais homens. Navegou até ao
país do inimigo; fez desembarcar os soldados e o equipamento.
Depois ordenou que se queimassem os barcos que ali os tinham
levado; dirigindo‑se aos seus homens antes da primeira batalha,
disse:
— Estão a ver os barcos desfazerem‑se em fumo. Isso significa
que não podemos sair desta costa vivos, a menos que vençamos!
Agora, não temos alternativa: venceremos ou morreremos!
Eles venceram. Todas as pessoas que vencem em qualquer
projeto devem estar dispostas a queimar os seus barcos e cortar
todas as possibilidades de retrocesso. Só assim se pode ter a certe‑
za de manter o estado de espírito conhecido como desejo ardente
de vencer, essencial ao sucesso.
Na manhã seguinte ao grande incêndio de Chicago, um gru‑
po de comerciantes estava na State Street, contemplando os restos
fumegantes do que tinham sido as suas lojas. Fizeram uma con‑
ferência para decidir se tentariam reconstruí‑las ou deixariam a
cidade e recomeçariam noutra mais propícia. Todos menos um
decidiram sair.
O comerciante que decidiu ficar e reconstruir apontou para os
restos da sua loja e disse:
— Senhores, neste mesmo local vou construir a maior loja do
mundo, por muitas vezes que ela arda.
A loja foi construída. Ainda lá está hoje, tal monumento gran‑
dioso ao poder desse estado de espírito conhecido como desejo
ardente. O mais fácil para Marshal Field teria sido fazer o mesmo
que os seus colegas de profissão. Quando as coisas estavam difí‑
ceis e o futuro parecia sombrio, partiram para onde tudo parecia
mais fácil.
Repare bem na diferença entre Marshal Field e os outros co‑
merciantes, porque é a mesma que distingue Edwin C. Barnes de
milhares de outros jovens que trabalharam na empresa de Edison.
É aquela que distingue praticamente todos os que têm sucesso dos
que fracassam.
Todos os seres humanos, ao atingirem a idade em que com‑
preendem a finalidade do dinheiro, querem obtê‑lo. Só querer não
resultará. Mas desejar a riqueza com um estado de espírito que se
torne uma obsessão, depois planear formas e meios definidos de

39
3 MESTRES

adquiri‑la, assim como apoiar esses planos com uma persistência


que não admita o fracasso, fará qualquer um rico.
O método através do qual o desejo de riqueza pode ser trans‑
formado no seu equivalente financeiro consiste em seis pas‑
sos práticos. Primeiro: defina na sua mente a quantidade exata
de dinheiro que deseja; não basta dizer simplesmente “Quero
muito dinheiro”, especifique o valor. Segundo: determine exa‑
tamente o que pretende dar em troca desse dinheiro (não exis‑
te, no mundo real, “alguma coisa a troco de nada”). Terceiro:
estabeleça uma data precisa em que pretende possuí‑lo. Quar‑
to: crie um plano definido para realizar o seu desejo e come‑
ce imediatamente, esteja ou não preparado, a pô‑lo em prática.
Quinto: escreva uma declaração clara e concisa do valor em di‑
nheiro que pretende adquirir, indique o prazo limite para o ob‑
ter, anuncie o que pretende dar em troca e descreva claramente
o plano da sua intenção. Sexto: leia a sua declaração escrita em
voz alta duas vezes por dia, um logo antes de se deitar e outra
quando se levantar de manhã. enquanto a lê, veja‑se, sinta‑se
e acredite estar já na posse do dinheiro.
É importante seguir as instruções descritas nestes seis passos,
sobretudo no que diz respeito ao sexto ponto.
Pode argumentar que não consegue “ver‑se na posse do di‑
nheiro” antes de realmente o ter. É aqui que o desejo ardente virá
em seu auxílio. Se desejar mesmo dinheiro tão convictamente que
o seu desejo constitua uma obsessão, não terá dificuldades em
convencer‑se de que irá adquiri‑lo. O objetivo é querer dinheiro,
e estar tão determinado a consegui‑lo que se convença de que o
terá efetivamente.
Só aqueles que se tornarem “conscientes do dinheiro” acu‑
mularão grande riqueza. A “consciência do dinheiro” significa
que a mente se tornou de tal forma impregnada do desejo pelo di‑
nheiro que a pessoa já se consegue ver na sua posse. Para os não
iniciados, que não aprenderam os princípios do funcionamento
da mente humana, estas instruções podem parecer impraticáveis.
Poderá ser útil a todos os que não reconheçam a validade destes
seis passos, saberem que a informação neles contida foi recebida
de Andrew Carnegie, que começou como um vulgar trabalhador
nas fábricas de aço, mas conseguiu, apesar do seu início humil‑
de, fazer com que estes princípios lhe rendessem uma fortuna que

40
o Desejo: O Ponto de Partida de Todas as Realizações

excedeu largamente os cem milhões de dólares. Poderá também


ser interessar saber que os seis passos aqui recomendados foram
atentamente escrutinados por Thomas A. Edison, que lhes deu a
sua aprovação, considerando‑os, não só essenciais para a acumu‑
lação de dinheiro, mas também necessários para a realização de
qualquer objetivo definido. Estes passos não dependem de “traba‑
lho árduo”. Não implicam sacrifícios. Não requerem que nos tor‑
nemos ridículos ou crédulos. Pô‑los em prática não exige muita
instrução. Mas a aplicação bem‑sucedida destes seis passos carece
de imaginação suficiente para nos permitir ver e compreender que
a acumulação de dinheiro não pode ser confiada ao acaso, ao des‑
tino ou à sorte. Temos de perceber que todos os que acumularam
grandes fortunas começaram por sonhar, esperar, aspirar, desejar
e planear antes de adquirirem dinheiro. Dito isto, pode ter a cer‑
teza de que nunca terá riqueza em grandes quantidades, a menos
que consiga entrar num frenesim de desejo por dinheiro e real‑
mente acreditar que o possuirá.
Pode também ter a certeza de que todos os grandes líderes,
dos primórdios da civilização até ao presente, foram sonhadores.
Se não conseguir imaginar uma grande riqueza, nunca a verá no
seu extrato bancário. Nunca, na história da América, houve uma
oportunidade tão grande para os sonhadores práticos como hoje.
Nós, que estamos na corrida à riqueza, devemos sentir‑nos enco‑
rajados por sabermos que este mundo dinâmico em que vivemos
requer novas ideias, novas formas de fazer as coisas, novos líde‑
res, novas invenções, novos métodos de ensino, novos métodos
de marketing, novos livros, nova literatura, novas aplicações para
os computadores, novas curas para doenças e novas abordagens
a todos os aspetos dos negócios e da vida. Por trás de toda esta
procura de novas e melhores coisas existe uma qualidade que se
deve dominar para vencer: definir um objetivo — saber o que se
quer — e um desejar ardentemente realizá‑lo. Essa concretização
só será conseguida por sonhadores práticos, que sejam capazes de
materializar os seus sonhos e que o façam. Os sonhadores práticos
foram sempre, nunca deixarão de o ser, os criadores de padrões
da civilização. Nós, que desejamos acumular riqueza, devemos
lembrar‑nos de que os verdadeiros líderes do mundo foram sem‑
pre pessoas que dominaram e colocaram em prática as forças in‑
tangíveis e invisíveis da oportunidade ainda por nascer, além de

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