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ADRIANA PALRILHA CARVALHO

LUCAS MANUEL ANTUNES DOMINGOS

MÁRCIO VINÍCIUS ARAÚJO NASCIMENTO

MARGARIDA HELENO RAMOS

MARIA CAROLINA DE SOUSA DUARTE BAPTISTA MATIAS

MARIANA LEITÃO DE OLIVEIRA

MARIANA SOFIA SANTOS MENDES

RITA ALEXANDRA MARTINS CARNEIRO

RITA DIAS MAIA

TÂNIA SOFIA NUNES ANTUNES

ESTUDO DE DETERMINANTES DE SAÚDE DE UMA COMUNIDADE

Coimbra, 2020

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ADRIANA PALRILHA CARVALHO

LUCAS MANUEL ANTUNES DOMINGOS

MÁRCIO VINÍCIUS ARAÚJO NASCIMENTO

MARGARIDA HELENO RAMOS

MARIA CAROLINA DE SOUSA DUARTE BAPTISTA MATIAS

MARIANA LEITÃO DE OLIVEIRA

MARIANA SOFIA SANTOS MENDES

RITA ALEXANDRA MARTINS CARNEIRO

RITA DIAS MAIA

TÂNIA SOFIA NUNES ANTUNES

ESTUDO DE DETERMINANTES DE SAÚDE DE UMA COMUNIDADE

Trabalho elaborado no âmbito da Reativação do


Ensino Clínico de Fundamentos de Enfermagem na
Comunidade, do 4ºsemestre, 2ºbloco, do Curso de
Licenciatura de Enfermagem da Escola Superior de
Enfermagem de Coimbra, sob orientação do
Professor Luís Miguel Rodrigues

Coimbra, 2020

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4
AGRADECIMENTOS

A realização deste trabalho contou com vários apoios aos quais queremos manifestar a
nossa gratidão. A todos os que, direta ou indiretamente contribuíram para a elaboração
deste trabalho, o nosso sincero, obrigado.

Começamos por agradecer ao Professor orientador da nossa subequipa Luís Miguel


Rodrigues, pela orientação, apoio e dedicação. A sua colaboração foi, sem dúvida,
essencial para a concretização deste trabalho, cujos conhecimentos transmitidos e total
disponibilidade foram notáveis e imprescindíveis. É ainda de salientar que todos os
momentos de partilha durante as reuniões demonstraram ser importantes na nossa
aprendizagem através do enriquecimento do conhecimento, contribuindo assim para o
nosso desenvolvimento pessoal e profissional.

À Professora orientadora da subequipa 1.1 da zona geográfica de São Martinho do Bispo


e Ribeira de Frades, Professora Ana Filipa Cardoso agradecemos pela disponibilidade e
pelo empenho prestado em cada atividade.

Os mais sinceros agradecimentos ao Centro Sociocultural Polivalente de São Martinho


do Bispo, nomeadamente, ao Assistente Social Hugo Ferraz, pela gentileza e tempo
dispensado para nos apresentar o centro via zoom.

Ao Centro de Saúde de São Martinho do Bispo, em especial, às Enfermeiras Conceição e


Rosabela, agradecemos pela disponibilidade e dedicação demonstrada, mesmo não
existindo a oportunidade de visitar o centro de saúde presencialmente, foi possível obter
o máximo de informação com a entrevista realizada às mesmas.

Agradecemos de igual modo, à Srª. Engenheira Isabel Lança da ARS Centro, pela partilha
e consciencialização da importância da gestão da água e saneamento básico na vida das
pessoas.

E por último, mas não menos importante, queremos agradecer à comunidade de São
Martinho do Bispo, aos seus moradores e entidades profissionais, pela generosidade,
disponibilidade e simpatia com que fomos acolhidos e por terem contribuído com a

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partilha de dados pessoais e da comunidade, o que permitiu elaborar um trabalho mais
rico e íntegro

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ABREVIATURAS E SIGLAS

A1 - Autoestrada 1

ACES - Agrupamento de Centros de Saúde

ACSS - Administração Central do Sistema de Saúde

AdCL - Águas do Centro Litoral

AEESAC - Associação de Estudantes da Escola Superior Agrária de Coimbra

AMA - Academia dos mais adultos

ARS - Administração Regional de Saúde

CHUC - Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra

CSCPSM - Centro Sócio Cultural e Polivalente de São Martinho

CSP - Cuidados de Saúde Primários

CTT- Correios, Telégrafos e Telefones

EDP - Energias de Portugal

EPT - Programa de Educação para Todos

ERSAR - Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos

ERSUC - Empresa de Resíduos Sólidos e Urbanos do Centro

ESAC- Escola Superior Agrária de Coimbra

ESEnfC - Escola Superior de Enfermagem de Coimbra

GNR - Guarda Nacional Republicana

HUC - Hospital da Universidade de Coimbra

IC2- Itinerário Complementar n.º2

IDI - Índice de Dependência de Idosos

INE – Instituto Nacional de Estatística

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IpC- Indicador per Capita

IPSS - Instituição Particular de Solidariedade Social

OE - Ordem dos Enfermeiros

OMS - Organização Mundial de Saúde

PPC- Percentagem de Poder de Compra

PSP - Polícia de Segurança Pública

S.d. - Sem Data

SMTUC - Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra

SNS - Serviço Nacional de Saúde

SUH - Serviço Urbano de Higiene

UCC - Unidade de cuidados na comunidade

UCSP - Unidade de cuidados na comunidade

UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.

URAP - Unidade de Recursos Assistenciais Partilhados

USF - Unidade de Saúde Familiar

USP - Unidade de Saúde Pública

TBN - Taxa Bruta de Natalidade

TBM - Taxa Bruta de Mortalidade

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LISTA DE TABELA

Tabela 1- Número de Analfabetos em Coimbra nos anos 1981 e 2011. Fonte: PORDATA
Dados de acordo com a versão 2013 da Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins
Estatísticos (NUTS) ........................................................................................................ 62

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Modelo de Dahlgren e Whitehead (Fonte: Buss & Filho, 2007)……………. 24

Figura 2- Esquema do Modelo PRECEDE-PROCEED (Fonte: Crosby & Noar, 2011)


......................................................................................................................................... 25

Figura 3-Freguesias que deram origem à União das Freguesias de São Martinho do Bispo
e Ribeira de Frades (Fonte: Google Imagens, 2020)....................................................... 29

Figura 4-Índice de envelhecimento (N.º) por Local de residência (à data dos Censos
2011) e Sexo; Decenal (Fonte: INE, 2011) ..................................................................... 30

Figura 5- Taxa bruta de mortalidade (‰) por Local de residência (NUTS – 2013); Anual
(Fonte: INE, 2019) .......................................................................................................... 30

Figura 6- Habitações da Rua Infante Dom Henrique (Fonte: Autores, 2020) ............... 31

Figura 7-Habitações da Rua 1º de Maio (Fonte: Autores, 2020) ................................... 31

Figura 8- Junta de Freguesia de Ribeira de Frades (Fonte: Google Imagens, 2020) ..... 32

Figura 9- Junta de Freguesia de São Martinho do Bispo (Fonte: Google Imagens, 2020)
......................................................................................................................................... 32

Figura 10- Jorge Manuel Lebre da Costa Veloso, Presidente da Junta de freguesia de São
Martinho do Bispo e Ribeira de Frades (Fonte: Google Imagens, 2020) ....................... 33

Figura 11-Paragem da Rua Infante D. Henrique (Fonte: Autores, 2020) ...................... 34

Figura 12- Paragem da Rua 1º de maio (Fonte: Autores, 2020) .................................... 34

Figura 13- Politáxis – Praça de táxis do Hospital dos Covões (Fonte: Autores, 2020) . 35

Figura 14- Estradas, passeios e lugares de estacionamento das ruas objeto de estudo
(Fonte: Autores, 2020) .................................................................................................... 36

Figura 15- Posto de Correio de São Martinho do Bispo (Fonte: Autores, 2020) .......... 37

Figura 16- Tampa de Serviço Público da Água ............................................................. 41

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Figura 17- Conduta de água (Fonte: Autores, 2020) ..................................................... 41

Figura 18- Tampa de saneamento (Fonte: Autores, 2020) ............................................ 41

Figura 19- Contentores de lixo e Ecopontos (Fonte: Autores, 2020) ………………….43

Figura 20- Violência e Criminalidade em Coimbra nos anos de 2018 e 2019 (Fonte:
Relatório de Segurança interna, 2019) ............................................................................ 46

Figura 21-Parque do Chafariz (Fonte: Autores, 2020) .................................................. 47

Figura 22- População empregada (N.º) por Local de residência (à data dos Censos 2011),
Sexo, Sector de atividade económica e Situação na profissão; Decenal (Fonte: INE, 2011)
......................................................................................................................................... 50

Figura 23- Vista aérea da Escola Superior Agrária de Coimbra (Fonte: Google Imagens,
2020) ............................................................................................................................... 50

Figura 24- Bluepharma (Fonte: Google Imagens, 2020) ............................................... 52

Figura 25- O Forno (Fonte: Autores, 2020) ................................................................... 53

Figura 26- GigaSoluções (Fonte, Google Maps, 2020) ................................................. 53

Figura 27- Cabeleireira Raquel Ruivo (Fonte: Google, 2020) ...................................... 53

Figura 28- Snack Bar Avenida (Fonte: Autores, 2020) ................................................. 53

Figura 29- Tina Marica (Fonte: Autores, 2020)............................................................. 53

Figura 30- Restaurante Cábula (Fonte, Autores, 2020) ................................................. 53

Figura 31- Cabeleireira Cristina Girão (Fonte, Google Maps, 2020) ............................ 53

Figura 32- Mini mercado Guida (Fonte, Google Maps, 2020) ...................................... 53

Figura 33- Mini-mercado (Fonte, Google Maps, 2020) ................................................ 54

Figura 34- Eugénia Cabeleireira (Fonte: Autores, 2020)............................................... 54

Figura 35- IpC por localização geográfica (NUTS-2013); Bienal (Fonte: INE, 2017) . 56

Figura 36- Alunas/os matriculadas/os no ensino não superior (N.º) por Localização
geográfica (NUTS - 2013), Nível de ensino e Natureza institucional. Fonte: INE, última
atualização a 02 de julho de 2020 ................................................................................... 58

2
Figura 37- Escola Básica de Fala (Fonte: Google Maps) .............................................. 58

Figura 38- Alunas/os matriculadas/os no ensino pré-escolar (nº) por Localização


geográfica (NUTS-2013), Nível de ensino e Natureza institucional; Anual. Fonte: INE,
última atualização a 02 de julho de 2020 ........................................................................ 60

Figura 39- Alunas/os matriculadas/os no ensino básico (Nº) por Localização geográfica
(NUTS – 2013), Nível de ensino e Natureza institucional; Anual. Fonte: INE, última
atualização a 02 de julho de 2020 ................................................................................... 60

Figura 40- Alunas/os matriculadas/os no ensino Secundário (Nº) por Localização


geográfica (NUTS – 2013), Nível de ensino e Natureza institucional; Anual. Fonte: INE,
última atualização a 02 de julho de 2020 ........................................................................ 61

Figura 41- Alunas/os matriculadas/os no ensino Superior (Nº) por Localização


geográfica (NUTS – 2013), Nível de ensino e Natureza institucional; Anual. Fonte: INE,
última atualização a 02 de julho de 2020 ........................................................................ 61

Figura 42- Taxa de abandono escolar (%) por Local de residência. Fonte: INE, última
atualização a 02 de julho de 2020 ................................................................................... 63

Figura 43- Hospital Geral de Coimbra (Fonte: Google Imagens, 2020) ....................... 67

Figura 44- Centro de Saúde de São Martinho do Bispo (Fonte: Autores, 2020) ........... 68

Figura 45- Farmácia Donato (Fonte: Autores, 2020) ..................................................... 70

Figura 46- Índice de dependência de idosos (N.º) por Local de residência (à data dos
Censos 2011); Decenal (Fonte: INE, 2011) .................................................................... 73

Figura 47- Índice de dependência de idosos (N.º) por Local de residência (NUTS – 2013);
Anual (Fonte: INE, 2019) ............................................................................................... 74

Figura 48- Taxa bruta de natalidade (‰) por Local de residência (NUTS – 2013); Anual
(Fonte: INE, 2019) .......................................................................................................... 76

Figura 49- Teatro Amador Ribeira de Frades (Fonte: TARF - Teatro Amador, 2020) . 83

Figura 50- Sporting Clube Ribeirense (Fonte: Facebook Sporting Clube Ribeirense).. 85

Figura 51- Clube de Caça e Pesca (Fonte: Site Clube de Caça e Pesca Ribeira de Frades,
2020) ............................................................................................................................... 85

13
Figura 52- Associação de Estudantes da Escola Superior Agrária de Coimbra (Fonte:
AEESAC) ........................................................................................................................ 85

Figura 53- Passeio em mau estado (Fonte: Autores, 2020) ........................................... 89

Figura 54- Passeio com obstáculos (Fonte: Autores, 2020) .......................................... 89

Figura 55- Ocupação indevida de passeios por automóveis (Fonte: Autores, 2020)..... 89

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 19

1. ENQUADRAMENTO TEÓRICO ....................................................................... 23

1.1 DETERMINANTES DE SAÚDE DE UMA COMUNIDADE ............................ 23

1.2 MODELO DE DAHLGREW E WHITEHEAD ................................................... 24

1.3 MODELO PRECEDE-PROCEED........................................................................ 25

1.4 PROCESSO DE ENFERMAGEM ....................................................................... 26

2. CONDIÇÕES SOCIOECONÓMICAS E DE QUALIDADE DE VIDA DA


COMUNIDADE ............................................................................................................ 28

2.1 ENQUADRAMENTO GEODEMOGRÁFICO ............................................... 28

2.1.1 Localização da comunidade ................................................................... 28

2.1.1.1 Relevo Geodemográfico........................................................................... 28

2.1.1.2 População residente .................................................................................. 29

2.1.1.3 Ordenamento habitacional ....................................................................... 31

2.1.2 Administração ......................................................................................... 31

2.1.2.1 Junta de freguesia ..................................................................................... 31

2.1.2.2 Líderes locais ........................................................................................... 33

2.1.3 Acessibilidade .......................................................................................... 33

2.1.3.1 Transportes ............................................................................................... 34

2.1.3.2 Rede viária ............................................................................................... 35

2.1.4 Recursos de comunicação ....................................................................... 36

2.1.4.1 Correio ..................................................................................................... 37

2.1.4.2 Jornais locais ............................................................................................ 37

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2.1.4.3 Serviços de entrega ao domicílio ............................................................. 37

2.1.4.4 Rede móvel/fixo e televisão e Recursos digitais ...................................... 37

2.2 RECURSOS BÁSICOS DE QUALIDADE VIDA............................................... 38

2.2.1 Saneamento Básico ....................................................................................... 39

2.2.1.1 Abastecimento de Água ........................................................................... 39

2.2.1.2 Rede de Esgotos ....................................................................................... 41

2.2.1.3 Recolha de Lixos ...................................................................................... 42

2.2.1.4 Higiene e limpeza das ruas....................................................................... 43

2.2.2 Abastecimento de Energia ........................................................................... 43

2.2.3 Segurança ...................................................................................................... 44

2.2.3.1 Iluminação Pública ................................................................................... 45

2.2.3.2 Violência e criminalidade ........................................................................ 45

2.2.3.3 Proteção Pública e Privada ....................................................................... 46

2.2.3.4 Animais domésticos ................................................................................. 47

2.2.4 Espaços verdes .............................................................................................. 47

2.3 ECONOMIA ......................................................................................................... 48

2.3.1.1 Espaços de cultivo .................................................................................... 50

2.3.1.2 Indústrias/Empresas ................................................................................. 51

2.3.1.3 Comércio e Serviços (Tipo e Localização) .............................................. 52

2.3.2 Perceção do poder de compra ...................................................................... 55

2.4 EDUCAÇÃO ......................................................................................................... 56

2.4.1 Rede de estabelecimento de ensino .............................................................. 57

2.4.1.1 Ensino Público ......................................................................................... 58

2.4.1.2 Ensino Privado ......................................................................................... 58

2.4.1.3 Número de estudantes matriculados ........................................................ 59

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2.4.1.4 Analfabetismo da população e Taxas de abandono/insucesso escolar..... 62

2.5 SAÚDE .................................................................................................................. 63

2.5.1 Rede de Equipamentos de Saúde................................................................. 66

2.5.1.1 Saúde em Coimbra e na União de Freguesias de São Martinho do Bispo e


Ribeira de Frades.................................................................................................. 66

2.5.1.2 Hospital Geral de Coimbra....................................................................... 67

2.5.1.3 Centro de Saúde de São Martinho ............................................................ 68

2.5.1.4 Farmácia Donato ...................................................................................... 70

2.6 APOIO SOCIAL ................................................................................................... 72

2.6.1 Rede de Equipamentos Sociais de Apoio .................................................... 72

2.6.1.1 A Idosos ................................................................................................... 73

2.6.1.2 A Crianças ................................................................................................ 75

2.6.1.3 A Pessoas com Deficiência ...................................................................... 76

2.6.2 Instituições de maior abrangência social .................................................... 78

2.6.3 Atividades de Solidariedade......................................................................... 82

2.7 RECURSOS CULTURAIS, RECREATIVOS E RELIGIOSOS .......................... 82

2.7.1 Redes de equipamentos, eventos e festividades .......................................... 82

2.7.1.1 Bibliotecas/Museus/Locais de Interesse .................................................. 83

2.7.1.2 Cinema/Música/Teatro ............................................................................. 83

2.7.1.3 Associações/Coletividade/Grupos............................................................ 84

2.7.1.4 Bares/Restaurantes/Cafés ......................................................................... 85

2.7.1.5 Igrejas e Locais de Culto .......................................................................... 86

2.7.1.6 Eventos e Festividades ............................................................................. 86

3. SÍNTESE BIBLIOGRÁFICA ............................................................................... 89

CONCLUSÃO ............................................................................................................... 95

REFERÊNCIAS BIBLIOGÁFICAS ........................................................................... 97

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ANEXOS

ANEXO I - Artigos do Código Deontológico do Enfermeiro

ANEXO II – Escala de Quedas de STRATIFY

ANEXO III – Escala de Quedas de Morse

APÊNDICES

APÊNDICE I – Guião de Recolha de Dados para o Estudo da Pessoa na Comunidade

APÊNDICE II - Entrevista de Recolha de Dados às Enfermeiras do Centro de Saúde de


São Martinho do Bispo

APÊNDICE III – Entrevista de Recolha de Dados à Farmácia Donato

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INTRODUÇÃO

No âmbito da Reativação do Ensino Clínico de Fundamentos de Enfermagem na


Comunidade, do 4ºsemestre, 2ºbloco, do Curso de Licenciatura de Enfermagem da Escola
Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), a decorrer de catorze de setembro a seis
de novembro, foi proposta a elaboração do Estudo de Determinantes de Saúde de uma
Comunidade, sob a orientação do professor Luís Miguel Rodrigues.

Este Ensino Clínico (EC) foi reorganizado devido às restrições impostas pela pandemia
COVID-19 instalada no nosso país. Surgiram assim, novas medidas para ultrapassar os
obstáculos apresentados durante a realização deste trabalho, que se baseou essencialmente
num estudo à distância onde foram privilegiados os recursos digitais para a sua
concretização.

A área geográfica abrangida pelo nosso estudo foi a União de Freguesias de São Martinho
do Bispo e Ribeira de Frades, com incidência na Rua Infante Dom Henrique e Rua 1º de
Maio.

O Ensino Clínico de Fundamentos de Enfermagem na Comunidade pretende proporcionar


aos estudantes de enfermagem, “uma aprendizagem dirigida à compreensão de pessoas e
grupos nos seus contextos de vida, e da influência dos determinantes de saúde.” (Guia
Orientador do Ensino Clínico de Fundamentos de Enfermagem, 2019/2020, p. 17).

De acordo com a Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais da Saúde, “todas as


Comunidades são influenciadas por fatores sociais, económicos, culturais, étnicos/raciais,
psicológicos e comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e
seus fatores de risco na população, denominados determinantes de saúde.” (Cruzeiro,
Veríssimo, Silva, Neves & Tanqueiro, 2019).

A elaboração do Estudo de Determinantes de Saúde de uma Comunidade, “consiste na


identificação dos requisitos básicos de saúde e recursos que asseguram a qualidade de
vida e bem-estar dos indivíduos numa comunidade” bem como “identificar populações
em situação de vulnerabilidade acrescida ou com problemas de saúde específicos” (Guia
Orientador do Ensino Clínico de Fundamentos de Enfermagem, 2019/2020, p. 75).

19
De referir ainda, que os principais objetivos propostos neste trabalho incidem em
conhecer a comunidade em estudo, o ambiente onde vive e a sua interrelação, procurar
compreender os seus hábitos de vida e de que forma influenciam a sua predisposição a
situações e/ou comportamentos de risco, avaliar quais os determinantes de saúde da
comunidade e identificar as respetivas necessidades de intervenção, conhecer quais os
recursos a que esta população tem acesso e compreender a sua perceção em relação a
estes.

Pretende-se também identificar focos de enfermagem na comunidade, construir um


pensamento crítico sobre a realidade que nos rodeia e adquirir capacidade de adaptação
aos diferentes contextos de atuação do enfermeiro, desenvolver capacidades e promover
o trabalho em equipa, estimulando a capacidade relacional entre os diferentes membros.

Além disso, pretendeu-se também desenvolver certas capacidades e competências tais


como, estabelecer uma comunicação profissional sendo capaz de lhe atribuir
intencionalidade e de adequar a diferentes contextos, gerir recursos e conhecimentos
através da utilização de instrumentos de recolha de dados fazendo um uso adequado da
mesma, desenvolver um projeto de cuidados identificando fontes de dificuldade para a
não satisfação das necessidades e promover o desenvolvimento profissional, através das
atualização constante de conhecimentos e identificação do papel do enfermeiro na
comunidade (Guia Orientador do Ensino Clínico de Fundamentos de Enfermagem,
2019/2020).

Como metodologia utilizada neste trabalho, recorremos à elaboração de um Guião de


Recolha de Dados (Apêndice I), baseado nas diretrizes do modelo PRECEDE-
PROCEED (Green e Kreuter, 1999) que tem por base os determinantes de saúde de uma
comunidade. Através deste guião foram realizadas entrevistas à população da área
geográfica em estudo, bem como a entidades profissionais e instituições da comunidade.

Todas as informações obtidas foram tratadas e analisadas sempre assegurando toda a


confidencialidade e sigilo, tal como está presente no artigo no ponto um 106º do Código
Deontológico – Do dever de sigilo, “O enfermeiro está obrigado a guardar segredo
profissional sobre o que toma conhecimento no exercício da sua profissão” (Ordem dos
Enfermeiros, 2015) (Anexo I).

20
Foram ainda utilizados vários métodos de pesquisa, nomeadamente, o reconhecimento e
observação direta do local, a análise de artigos científicos retirados de bases de dados,
pesquisa no site da União de Freguesias, no portal do Instituto Nacional de Estatística
(INE), Pordata, Censos, Carta Social, sites das respetivas instituições da área geográfica
e outras pesquisas bibliográficas consideradas relevantes.

Durante a elaboração do trabalho, foram seguidas as normas do “Guia Orientador Do


Ensino Clínico de Fundamentos de Enfermagem” e do “Guia de Elaboração de Trabalhos
Escritos”.

Relativamente à sua estrutura, o primeiro capítulo trata-se essencialmente do


enquadramento teórico deste estudo, no qual definimos alguns conceitos essenciais para
o desenvolver do trabalho. No segundo capítulo é abordada a colheita de dados sobre
condições socioeconómicas e de qualidade de vida da comunidade que se encontra
dividido nos seguintes subcapítulos: enquadramento geodemográfico; recursos básicos
de qualidade de vida; economia; educação; saúde; apoio social e recursos culturais,
recreativos e religiosos. Ao longo deste capítulo são apresentadas as apreciações dos
fatores que contribuem para a saúde e bem-estar da comunidade e sua relação com os
indicadores de saúde nacionais, e da situação de saúde de grupos de indivíduos de uma
comunidade em função de alguns instrumentos utilizados. Por fim, no terceiro capítulo
são apresentadas várias sugestões interventivas, com base na pesquisa de evidência, sob
a forma de uma síntese bibliográfica baseada no foco escolhido: Condição dos passeios
públicos.

21
22
1. ENQUADRAMENTO TEÓRICO

1.1 DETERMINANTES DE SAÚDE DE UMA COMUNIDADE

Os determinantes de saúde são fatores sociais, culturais, raciais, psicológicos e


comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e seus fatores de
risco na população. São também as condições em que as pessoas nascem, crescem, vivem,
trabalham e envelhecem, incluindo os sistemas de saúde presentes (Buss & Filho, 2007).
Sabemos assim, que os determinantes de saúde condicionam os comportamentos da
sociedade.

Ao longo dos anos foram feitos vários estudos sobre Determinantes de Saúde sendo que,
inicialmente pensava-se que os serviços de saúde eram os determinantes mais importantes
na saúde dos indivíduos. Com as conclusões dos estudos abriram-se caminhos para que
outros fatores passassem a ser considerados, de forma mais efetiva, enquanto fatores
explicativos da saúde. Atualmente, os fatores que são considerados como os principais
fatores de determinantes de saúde são a genética (a idade, o sexo, fatores genéticos), o
estilo de vida, os serviços de saúde (redes sociais e comunitárias) e o ambiente (condições
socioeconómicas, culturais e ambientais). Assim, a condição de saúde do indivíduo
depende das respostas às questões: quem é o indivíduo (genética e estilo de vida), em que
condições vive (ambiente) e de que tipo de serviços de saúde ele usufrui (Georgieva &
Genc, 2005).

Os determinantes de saúde designam-se como “qualquer fator que comprovadamente


provoca alteração do estado de saúde”. Nos determinantes de saúde incluem-se
indicadores associados aos riscos para a saúde, bem como indicadores relacionados com
fatores protetores da saúde (Observatório das Migrações, s.d.).

Conclui-se, assim, que os determinantes de saúde condicionam a saúde da população


desde o início até ao fim de vida

23
1.2 MODELO DE DAHLGREW E WHITEHEAD

Segundo Buss & Filho (2007), ao longo da história verificou-se uma constante evolução
e atualização na relação entre os fatores biológicos e as condições que caracterizam o
meio envolvente dos indivíduos de uma sociedade, o que atualmente designamos de
determinantes sociais. A Organização Mundial de Saúde (OMS), que desenvolveu
projetos a nível da formação da comissão de Determinantes Sociais e os Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável para 2030, permitiu um avanço no estudo das relações que
se verificam a nível da organização e desenvolvimento de uma comunidade e da saúde
dos indivíduos que a integram.

Figura 1- Modelo de Dahlgren e Whitehead (Fonte: Buss & Filho, 2007)

O modelo de Dahlgrew e Whitehead, de acordo com Buss & Filho (2007), é um dos
modelos que tenta representar a influência dos determinantes sociais de saúde na
dinâmica dos indivíduos de uma comunidade. Neste caso a representação é feita através
de um esquema composto por várias camadas.

A base do modelo é constituída pelos indivíduos e respetivos determinantes fixos, isto é,


um conjunto de características como a idade, sexo e fatores genéticos que influenciam o
seu potencial e a sua saúde.

A primeira camada representa os comportamentos e estilos de vida dos indivíduos. Esta


camada separa os determinantes biológicos dos restantes determinantes sociais de saúde,
atuando como uma ponte entre eles. Os comportamentos adotados são de
responsabilidade individual e resultam de um conjunto de crenças, livre arbítrio e
importância atribuída à saúde por cada individuo. Estes relacionam-se com os
determinantes sociais de saúde, uma vez que são fortemente condicionados pelos eles
(Buss & Filho, 2007, p.83). No segundo nível são apresentadas as redes comunitárias e

24
de apoio. No nível seguinte estão representadas as condições de vida e de trabalho e o
acesso a serviços como a educação e outros. E por fim, na última camada, capazes de
influenciar todas as camadas subjacentes, encontram-se situados os macrodeterminantes
como as condições económicas, culturais e ambientais.
É importante referir que este modelo não tem como objetivo expor com detalhe as
relações que se estabelecem entre os variados determinantes sociais de saúde presentes
nos diferentes níveis, mas sim, expor a forma como estes se organizam entre si e como
afetam a dinâmica da comunidade (Buss & Filho, 2007).

1.3 MODELO PRECEDE-PROCEED

Crosby & Noar (2011), afirmam que os modelos de planeamento da promoção de saúde
são fundamentais para diminuir a ocorrência de doença. O Modelo PRECEDE-
PROCEED é um modelo ecológico
que tem como objetivo criar
intervenções que visem desenvolver
ganhos em saúde para um
determinado grupo ou comunidade.
A escolha deste modelo permite
identificar a necessidade da
intervenção no âmbito da promoção Figura 2- Esquema do Modelo PRECEDE-
da saúde. Este apresenta etapas que em PROCEED (Fonte: Crosby & Noar, 2011)

conjunto dão origem ao desenvolvimento do projeto de intervenção.

Segundo Crosby & Noar (2011), a aplicação deste modelo divide-se em duas grandes
intervenções: PRECEDE (planeamento) e PROCEED (avaliação). O PRECEDE é
constituído por um conjunto de quatro etapas. Na primeira é efetuada a recolha de dados
na comunidade, na segunda são definidos os objetivos da intervenção e estipuladas
variáveis de avaliação num determinando período temporal, na terceira fase são
determinados quais os comportamentos ou fatores ambientais que necessitam de ser
adaptados e na quarta são planeadas as atividade e as intervenções (Crosby & Noar, 2011).
Nesta última fase, deve-se ter em conta os fatores predisponentes, de reforço e os
facilitadores. Os fatores predisponentes são relevantes, uma vez que ao tentar induzir uma

25
alteração comportamental ou ambiental numa comunidade, é necessário ter em conta as
crenças, as atitudes e os conhecimentos dos indivíduos. Os fatores de reforço e os
facilitadores estão relacionados entre si e têm impacto na prática do comportamento a
longo prazo. Assim, é necessário providenciar recursos e estratégias para que as novas
mudanças sejam incorporadas no quotidiano das pessoas. Muitas vezes é necessário que
existam condições (materiais, infraestruturas, acesso) para que um determinado
comportamento, em primeiro lugar se verifique, e depois se mantenha (Crosby & Noar,
2011).

O PROCEED, por outro lado é constituído por cinco etapas. A etapa cinco, define-se
pela análise realizada aos serviços administrativos e à rede comunitária de apoio
relativamente às capacidades e recursos existentes de modo a articular da melhor forma
as atividades e intervenções propostas. A etapa seis consiste na implementação das
atividades, sendo necessário existir uma avaliação contínua com vista a serem detetadas
falhas e a garantir uma boa avaliação final. A sétima etapa baseia-se na avaliação das
diferentes intervenções realizadas. A etapa oito é referente à avaliação dos impactos que
as intervenções e atividades originam nos comportamentos e fatores ambientais e a nona
e última etapa, corresponde à avaliação dos resultados, na qual é avaliada a forma como
os impactos geram ganhos em saúde (Crosby & Noar, 2011).

Posto isto, as intervenções devem ser executadas consoante o objetivo pretendido, a


colheita de dados realizada à comunidade e os comportamentos e os fatores ambientais
que queremos readaptar. A perspetiva ecológica deste modelo possibilita que todos os
aspetos relacionados com o ambiente em que os indivíduos se inserem possam ser
considerados como possíveis alvos de intervenção (Crosby & Noar, 2011). No âmbito de
proporcionar maiores ganhos em saúde e gerar de facto uma mudança comportamental, é
necessário compreender a importância de abordar os indivíduos de forma holística
(Crosby & Noar, 2011).

1.4 PROCESSO DE ENFERMAGEM

Segundo Phaneuf, o processo de enfermagem é caracterizado como um “processo


intelectual e deliberado, estruturado segundo etapas logicamente ordenadas, utilizado
para planificar cuidados personalizados visando a melhoria do estado de saúde da pessoa

26
cuidada” (Phaneuf, 2001, p. 92). Este processo é composto por cinco fases que se
complementam e exigem uma determinada continuidade.

A primeira fase, apreciação inicial, consiste na recolha de informações referente à pessoa,


com o objetivo de avaliar a sua situação clínica. Esta colheita de dados pode ser efetuada
através da entrevista direta e da observação e complementada através da realização do
exame físico, consulta do processo clínico e fontes secundárias como a família. Na
segunda etapa, diagnósticos de enfermagem, avaliam-se os dados recolhidos de forma a
identificar as necessidades comprometidas. É com base nos diagnósticos que se planeiam
intervenções com o objetivo de atingir os resultados pretendidos. A terceira etapa,
planeamento, é uma fase onde se identificam os objetivos esperados, estabelecem
prioridades e se determinam as intervenções de enfermagem a implementar de modo a
alcançar esses mesmos objetivos. A quarta fase, implementação, consiste na fase onde se
executam as intervenções de enfermagem planeadas na fase anterior. A partir da quinta
fase, avaliação, podemos verificar se o utente atingiu os objetivos estipulados, se as
necessidades humanas fundamentais foram satisfeitas e reformular as intervenções em
caso de necessidade.

27
2. CONDIÇÕES SOCIOECONÓMICAS E DE QUALIDADE DE VIDA DA
COMUNIDADE

2.1 ENQUADRAMENTO GEODEMOGRÁFICO

2.1.1 Localização da comunidade

2.1.1.1 Relevo Geodemográfico

A freguesia de São Martinho do Bispo localiza-se a cerca de 3,5 quilómetros do centro


de Coimbra, no sentido oeste. Abrange uma área total de 14,3 quilómetros quadrados e
inclui as seguintes localidades: Avial, Bencanta, Casais, Casal da Bemposta, Casal das
Figueiras, Casal dos Cortiços, Casas Novas, Chafariz, Coalhadas, Corujeira, Cruzes,
Escola Agrícola, Espadaneira, Espírito Santo das Touregas, Fala, Gorgulão, Louros da
Corujeira, Montesão, Outeiro da Condessa, Outeiro da Corujeira, Parreiras do Monte,
Póvoa, Ribeiro da Póvoa, São Martinho do Bispo, Saramago, Sujeira e os Cortiços, Freixo
e Geralda (União de Freguesias de São Martinho do Bispo e Ribeira de Frades, s. d.).

A freguesia de Ribeira de Frades, situada a 6 quilómetros da sede do concelho, estende-


se ao longo de terrenos planos das margens do Rio Mondego. Abrange uma área de 6
quilómetros quadrados e nela estão presentes as seguintes localidades: Moinho do Calhau,
Santa Eufémia, Ribeira de Frades, Ribeira Alta, Orvieira e Santiago (União de Freguesias
de São Martinho do Bispo e Ribeira de Frades, s. d.).

A União de Freguesias de São Martinho do Bispo e Ribeira de Frades ocupa, portanto,


uma área de 20,3 quilómetros quadrados.

28
Figura 3-Freguesias que deram origem à União das Freguesias de São Martinho do Bispo e
Ribeira de Frades (Fonte: Google Imagens, 2020)

Em relação às ruas nas quais o nosso estudo incidiu, estas apresentam diferenças a nível
do aspeto geral. A Rua Infante D. Henrique é, na sua maioria, limpa e sem sinais de
vandalismo, enquanto que na Rua 1º de Maio, é visível mais lixo pelas ruas e a mesma
apresenta um aspeto mais degradado, com alguns sinais de vandalismo nos sinais de
trânsito, sendo composta por ruas estreitas.

2.1.1.2 População residente

Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE, 2019), a população da União de


Freguesias de Coimbra aquando dos Censos de 2011 era de 134 166 habitantes, sendo a
população residente predominantemente adulta (76 406), havendo uma maior prevalência
dos 55 aos 59 anos, contando com cerca de 10 375 habitantes.

De acordo com os dados recolhidos, São Martinho do Bispo e Ribeira de Frades possuem
16 049 moradores, sendo que a maioria dos habitantes se centra em São Martinho do
Bispo, com um total de 14 147 habitantes residentes e Ribeira de Frades apresenta 1 902.
Tanto numa freguesia como na outra, há uma maior prevalência de mulheres, 7 529 e 994,
respetivamente (União de Freguesias de São Martinho do Bispo e Ribeira de Frades, s.
d.).

Os habitantes da Rua Infante Dom Henrique, no decorrer das entrevistas mencionaram


que existe um aumento da população jovem durante o período letivo, fazendo com que
esta seja predominante. Por outro lado, a população da Rua 1º de Maio caracteriza-se pela
prevalência de uma faixa etária mais envelhecida.

29
Segundo o INE (2011), podemos verificar que o índice de envelhecimento da população
de São Martinho do Bispo é aproximadamente de 147,7%. Este valor significa que, por
cada 100 habitantes com idade igual ou inferior a 14 anos, existem sensivelmente 148
indivíduos com idade igual ou superior a 65 anos, o que se traduz numa população
envelhecida.

No entanto, o município de Coimbra apresenta um índice de envelhecimento de 161,4%


e Portugal de 127,8%. Podemos concluir que São Martinho do Bispo apresenta valores
inferiores aos de Coimbra e superiores aos do nosso país (INE, 2011).

De acordo com os últimos dados do INE (2019), Portugal apresenta um valor de 163,2%
e Coimbra, 205%. Comparando os dados com 2011, verifica-se um aumento exponencial
do Índice de Envelhecimento, sendo possível inferir que a população idosa em Portugal
tem vindo a sobrepor-se numericamente à população jovem.

Figura 4-Índice de envelhecimento (N.º) por Local de residência (à data dos Censos 2011) e
Sexo; Decenal (Fonte: INE, 2011)

Tendo em conta o aumento da população envelhecida em Portugal, também os valores de


mortalidade a nível nacional têm vindo a aumentar de ano para ano, como demonstram
os dados a baixo:

Figura 5- Taxa bruta de mortalidade (‰) por Local de residência (NUTS – 2013); Anual
(Fonte: INE, 2019)

Em Portugal, no ano de 2018 o INE registou uma Taxa Bruta de Mortalidade (TBM) de
11‰, diminuindo em 2019 para 10.9‰. O que significa que, em média morrem cerca de
onze pessoas por cada mil habitantes em Portugal. Relativamente a Coimbra, em 2011,
registava uma TBM de de 9.7‰, tendo aumentado o valor para 11.4‰ tanto em 2018

30
como em 2019. A TBM de 2011 comparativamente com 2019 aumentou cerca de 0.12‰
a nível nacional e 0.17‰ na cidade de Coimbra.

Comparando o valor de Portugal (10.9‰) em 2019 com os valores da União Europeia


(10.4‰) no mesmo ano, podemos concluir que existe uma diferença de 0,5‰, sendo este
o décimo país com a TBM mais alta (PORDATA, 2019). Isto deve-se, essencialmente,
ao facto de Portugal ter uma população cada vez mais envelhecida.

2.1.1.3 Ordenamento habitacional

Nesta União de Freguesias existem 5 230 edifícios e um total 8 050 alojamentos.

No que diz respeito ao ordenamento habitacional, as duas ruas observadas apresentam-se


bastante díspares. Enquanto que na rua Infante D. Henrique as habitações são
predominantemente prédios recentes e a maioria das habitações apresentam
distanciamento entre si (Figura 6), na rua 1º de Maio, há uma predominância de casas
térreas, mais antigas e sem distância umas das outras (Figura 7).

Tanto numa rua como na outra, parece não haver garagens suficientes para os veículos
existentes, uma vez que os passeios e estradas se encontravam cheios de carros
estacionados.

Figura 6- Habitações da Rua Infante Figura 7-Habitações da Rua


Dom Henrique (Fonte: Autores, 2020) 1º de Maio (Fonte: Autores,
2020)

2.1.2 Administração

2.1.2.1 Junta de freguesia

31
A União de Freguesias de São Martinho do Bispo e Ribeira de Frades, que consiste na
agregação das antigas freguesias de São Martinho do Bispo e Ribeira de Frades, teve a
sua origem em 2013 no âmbito da reforma administrativa nacional (União de Freguesias
de São Martinho do Bispo e Ribeira de Frades, s. d.).

Sendo uma autarquia local, é constituída por um órgão executivo responsável, a Junta de
Freguesia, e por um órgão deliberativo, a Assembleia de Freguesia (Decreto de
Aprovação da Constituição, 1976).

A Assembleia de Freguesia, órgão representativo da União de Freguesias, tem como


objetivo promover e salvaguardar os interesses da respetiva população. É constituída por
treze elementos, nomeadamente, pela Presidente Maria Elisa Pratas Rodrigues, por dois
secretários do sexo feminino e dez vogais, dois do sexo feminino e oito do sexo masculino
(União de Freguesias de São Martinho do Bispo e Ribeira de Frades, s. d.).

A Junta de Freguesia, como o órgão executivo da União de Freguesias, é atualmente


composta pelo Presidente Jorge Manuel Lebre da Costa Veloso, pelo secretário Vítor
Alexandre Pimentel Duarte, pela tesoureira Carla Sofia de Jesus Fonseca e pelos 1º e 2º
vogais, por José António Soares Nunes e António Jorge Lemos, respetivamente (União
de Freguesias de São Martinho do Bispo e Ribeira de Frades, s. d.).

Atualmente, a Junta de Freguesia tem uma sede e uma delegação: a sede localiza-se em
São Martinho do Bispo, na Rua Principal em Bencanta, e dispõe de um horário de
atendimento de segunda a sexta-feira, das 9h às 12:30h e das 14h às 18h; a delegação
situa-se em Ribeira de Frades, na Praça Dr. Fausto Vieira, e apresenta um horário
semelhante ao da sede, encerrando às 17:30h (União de Freguesias de São Martinho do
Bispo e Ribeira de Frades, s. d.).

Figura 8- Junta de Freguesia de Figura 9- Junta de Freguesia de


São Martinho do Bispo (Fonte:
Ribeira de Frades (Fonte: Google
Google Imagens, 2020)
Imagens, 2020)

32
A Junta de Freguesia disponibiliza à população a prestação de vários serviços tais como,
a emissão de declarações, certidões, atestados de provas de residência, composição do
agregado familiar, insuficiência económica, prova de vida, licenciamentos de gatídeos e
canídeos, entre outros (União de Freguesias de São Martinho do Bispo e Ribeira de
Frades, s. d.).

2.1.2.2 Líderes locais

A população de São Martinho do Bispo tem como líder local o Presidente da Junta de
Freguesia, Jorge Manuel Lebre da Costa Veloso.

Figura 10- Jorge Manuel Lebre da Costa Veloso, Presidente da Junta de freguesia de São
Martinho do Bispo e Ribeira de Frades (Fonte: Google Imagens, 2020)

Relativamente ao questionário realizado aos cinco habitantes locais, à pergunta


“Considera que o presidente está a exercer bem as suas funções?”, as respostas foram
“não sei”, “não”, “mais ou menos” e à questão “qual o membro da junta de freguesia a
que se dirige perante um problema?” responderam “ninguém”, “ninguém, não há grandes
problemas” e “ninguém, não sou ouvida”.

Verificámos assim, que as respostas demonstram algum descontentamento e insatisfação


por parte desta amostra populacional. Estes dados, pouco representativos por defeito,
levam a considerar a existência de alguma falha na relação entre a população e o poder
local, podendo esta não ser suficientemente forte para desenvolver sensação de confiança,
contentamento e satisfação por parte dos habitantes.

2.1.3 Acessibilidade

Segundo o Decreto-Lei nº 163/2006 (8 de agosto, p. 5670), “a promoção da acessibilidade


constitui um elemento fundamental na qualidade de vida das pessoas, sendo um meio
imprescindível para o exercício dos direitos que são conferidos a qualquer membro de

33
uma sociedade democrática contribuindo decisivamente para um maior reforço dos laços
sociais, para uma maior participação cívica de todos aqueles que a integram e,
consequentemente, para um crescente aprofundamento da solidariedade no Estado social
de direito” ou seja, a acessibilidade é fundamental, uma vez que a localização, o acesso e
a inclusão dos espaços são cruciais para o exercício da cidadania.

2.1.3.1 Transportes

Na união de freguesias de São Martinho do Bispo e Ribeira de Frades, os transportes são


uma mais-valia, uma vez que, permitem a circulação para dentro e fora da cidade. Estes
são assegurados pelos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra
(SMTUC), pela rede de táxis, Bolt e Uber.

Relativamente aos transportes dos SMTUC, é possível verificar a existência de três


paragens sem informação de horário na Rua Infante D. Henrique, na qual circulam os
autocarros 6F, 22 e 22F. No entanto, na Rua 1º de Maio, onde transitam os autocarros 22
e 22F, estão disponíveis 6 paragens, sendo que quatro delas apresentam horário disponível
e duas não. Estas paragens não são cobertas, não apresentam bancos e não possuem
qualquer tipo de recomendações para a comunidade sobre medidas de prevenção de
contágio relativas à pandemia COVID-19.

De acordo com a análise dos inquéritos realizados à população, podemos concluir que a
maioria das pessoas está satisfeita com os serviços prestados pelos SMTUC e com os
preços dos bilhetes, considerando ainda suficiente a sua frequência e o número de
paragens. Também referem que diminuíram a utilização dos mesmos desde o início da
pandemia COVID-19, pois afirmam ter receio que as condições não sejam as mais
seguras.

Figura 11-Paragem da Rua Figura 12- Paragem da Rua 1º


Infante D. Henrique (Fonte: de maio (Fonte: Autores, 2020)
Autores, 2020)

34
No que diz respeito à deslocação através do serviço de táxis de São Martinho do Bispo,
existe uma praça na rua 5 de Outubro (Politáxis – Praça de táxis do Hospital dos Covões).
Este serviço permite um acesso mais amplo aos utentes que se dirigem ao Hospital dos
Covões ou ao Centro de Saúde de São Martinho do Bispo.

A localidade de São Martinho do Bispo é abrangida pelos serviços de transporte Bolt e


Uber, que demonstram ser bastante eficientes, mais acessíveis a nível económico e
apresentam uma maior flexibilidade de horários comparativamente aos serviços SMTUC.
Estes serviços são utilizados maioritariamente pela população mais jovem.

Figura 13- Politáxis – Praça de táxis do Hospital dos Covões (Fonte: Autores, 2020)

2.1.3.2 Rede viária

A Rede Viária é um conjunto de vias (estradas, linhas aéreas, caminhos de ferro, entre
outros), que possibilitam estabelecer uma ligação entre diferentes locais, proporcionando
a movimentação da população.

A União de Freguesias de São Martinho do Bispo e Ribeira de Frades encontra-se


próxima da autoestrada A1 Lisboa-Porto.

As principais vias de acesso a São Martinho do Bispo são a EN1 (Estrada Nacional nº1)
e o IC2 (Itinerário Complementar nº2), que possibilitam que a população se dirija ao
centro de Coimbra e a outras localidades com rapidez e facilidade. Estas ligam também
Lisboa ao Porto (União de Freguesias de São Martinho do Bispo e Ribeira de Frades, s.
d.).

No que diz respeito à caracterização da rede viária da zona em estudo, podemos afirmar
que as condições não são as melhores, tornando-se pouco acessíveis.

Com a observação do local e com os questionários realizados à comunidade, podemos


verificar que, a estrada é demasiado estreita não permitindo a circulação de veículos nos

35
dois sentidos nem a circulação de peões de forma segura. Quanto ao pavimento, este
encontra-se degradado e as passadeiras são pouco visíveis por consequência do desgaste
de tinta, não sendo adaptadas a pessoas invisuais. Relativamente aos passeios para peões,
estes são muito estreitos, irregulares e inexistentes em certas zonas, não permitindo a
deslocação de pessoas com deficiência motora, o que se revela uma problemática para a
população.

Para além disto, a ausência de espaços para estacionamento obriga os condutores a


estacionar os seus veículos em cima dos passeios, fazendo com que os habitantes tenham
de se deslocar pelas faixas de rodagem, arriscando a sua própria segurança e a dos
condutores dos veículos, colocando assim em risco a saúde da população.

Figura 14- Estradas, passeios e lugares de estacionamento das ruas


objeto de estudo (Fonte: Autores, 2020)

2.1.4 Recursos de comunicação

Segundo Phaneuf (2004, p. 22), “comunicar, é estar em relação com um outro, mantendo-
se em relação consigo próprio”, ou seja, o ato de comunicar é uma atividade fundamental
para a vida em sociedade porque é através da comunicação que os seres humanos
partilham as mais distintas informações entre si. O processo de comunicação ocorre
quando um emissor transmite uma determinada informação que depois é interpretada por
um recetor.

36
2.1.4.1 Correio

A distribuição do correio na zona em estudo é realizada pela empresa CTT (Correios,


Telégrafos e Telefones), que executa diariamente a distribuição da correspondência. O
posto de correio de São Martinho do Bispo localiza-se na Rua Covões e está aberto de
segunda a sexta-feira, das 9:00h-12:30h e das 14h-18h, encerrando aos sábados,
domingos e feriados. É possível ainda verificar a existência de um marco de correio e
cabine telefónica junto à Caixa Geral de Depósitos.

A população quando questionada, refere que o serviço não é muito eficaz, porque existem
falhas e trocas na sua distribuição.

Figura 15- Posto de Correio de São Martinho do Bispo (Fonte: Autores, 2020)

2.1.4.2 Jornais locais

Através da pesquisa realizada, e ao questionar alguns habitantes da região, conseguimos


averiguar que não existe nenhum jornal local. Todavia, as notícias desta localidade podem
ser encontradas nos jornais “Diário de Coimbra” e “Diário as Beiras”, que podem ser
adquiridos em supermercados e quiosques, sendo também disponibilizados em cafés
locais.

2.1.4.3 Serviços de entrega ao domicílio

De acordo com o mencionado pela comunidade, esta zona é abrangida por serviços de
entrega ao domicílio, sendo os mais utilizados a Uber Eats e a Glovo.

2.1.4.4 Rede móvel/fixo e televisão e Recursos digitais

37
Toda a área geográfica contém fibra ótica e acesso à Internet, uma vez que, hoje em dia,
a maioria das zonas disponibiliza rede Wi-fi gratuita. De acordo com a população
entrevistada, a maioria tem computador, mas não utiliza esta tecnologia, pois consideram-
na demasiado complexa e não possuem conhecimento para a sua utilização. Afirmam ter
ainda telemóvel e telefone fixo, encontrando-se satisfeitos com a ótima cobertura de rede,
aos quais recorrem, quando pretendem tratar de assuntos relacionados com a saúde.

A população da Freguesia de São Martinho do Bispo, quando questionada sobre os


recursos digitais, respondeu que não tinha conhecimento da existência da chave móvel
digital.

Podemos concluir que relativamente ao enquadramento geodemográfico de São Martinho


do Bispo, este apresenta como vantagem a sua localização, uma vez que a acessibilidade
ao centro está assegurada por uma vasta rede de transportes, estando a população satisfeita
com o preço, frequência e número de paragens dos mesmos.

Em relação às desvantagens, as paragens de autocarro não possuem, no geral, condições


ideais para satisfação das necessidades da população. Podemos também destacar como
principais desvantagens as condições da rede viária, pois a estrada encontra-se demasiado
estreita, o pavimento degradado, as passadeiras pouco visíveis, os passeios são muito
estreitos, irregulares e inexistentes em certas zonas, dificultando a passagem da população
e ainda a ausência de espaços para estacionamento que pode colocar em risco a saúde da
população. Por fim, é ainda visto como desvantagem o serviço efetuado pela distribuição
dos correios, considerado como pouco eficaz por existir falhas e trocas na sua
distribuição.

2.2 RECURSOS BÁSICOS DE QUALIDADE VIDA

O termo “qualidade de vida” é um conceito abrangente visto que suporta variadas


dimensões que afetam a perceção do próprio indivíduo, os seus sentimentos e os seus
comportamentos relacionados com as suas atividades diárias. Estas dimensões vão desde
a sua condição de saúde e as intervenções médicas, centrado na avaliação subjetiva do
indivíduo, ao impacto do estado de saúde no seu modo de viver, ou seja, a perceção do
indivíduo sobre a sua posição na vida, dentro do contexto dos sistemas de cultura e valores

38
nos quais está inserido e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e
preocupações (WHOQOL Group, 1994, p. 28).

Sabemos que, o nível de desenvolvimento de uma sociedade pode ser de algum modo
avaliado pela qualidade de vida dos seus agregados populacionais, pela equidade de
acesso aos diversos serviços, pela saúde da sua população, pela justiça social e pelo grau
de proteção em condições desvantajosas. Assim, é possível encontrar diferenças
dramáticas nesse campo, que estão intimamente relacionadas com os diferentes graus de
desfavorecimento a nível social, que simplesmente não deveriam existir. Estas
desigualdades no contexto da saúde, surgem devido às circunstâncias em que as
populações nascem, crescem, vivem, trabalham e envelhecem, bem como dos sistemas
implementados, moldados por forças de ordem política, social e económica (Comissão
para os Determinantes Sociais da Saúde, 2010).

Seguindo a mais recente linha de pensamento sobre a qualidade de vida, podemos


constatar a presença obrigatória de acesso a recursos básicos como a rede de
abastecimento de água, o saneamento básico e o abastecimento de energia elétrica com
qualidade e segurança, iluminação pública, segurança nos espaços e a existência de
espaços verdes. Iremos abordar todos estes recursos, ao longo deste subcapítulo, no que
se refere à área geográfica da freguesia de São Martinho do Bispo, dando especial foco à
Rua 1º de Maio e Rua Infante D. Henrique.

2.2.1 Saneamento Básico

2.2.1.1 Abastecimento de Água

Com os avanços tecnológicos da ciência foi comprovada a importância da água para a


vida humana. Para preservar esse bem tão precioso, foram criadas formas de transportar,
abastecer e tratar a água, de forma a que esta fosse segura e tivesse qualidade para o
consumo humano, surgindo, assim, o saneamento básico. Este determinante é
imprescindível no que diz respeito à dignidade humana, ao combate à pobreza e à
degradação do ambiente, uma vez que melhora a condição de vida da população,
especialmente dos elementos mais vulneráveis (Gomes & Paliologo, 2018). Um indivíduo
vulnerável e exposto a condições de vida precárias, constitui um ser com elevada
probabilidade de adoecer, contribuindo assim para o aumento da taxa de mortalidade e
diminuição da taxa de esperança média de vida (George, 2011).

39
O termo saneamento básico é caracterizado como um conjunto de ações e serviços que
têm como objetivo atingir um maior nível de higiene ambiental, para a promoção e
melhoria das condições e qualidade de vida de uma comunidade. Este engloba quatro
conjuntos de serviços públicos, sendo estes o abastecimento de água com qualidade e
segurança para consumo, o serviço de recolha e gestão de resíduos sólidos, provenientes
de atividades domésticas, comerciais, industriais ou públicas, o serviço de gestão das
águas residuais (esgotos domésticos, resíduos industriais e agrícolas) e o serviço de gestão
de águas pluviais (água proveniente da chuva) para controlo de inundações (Follador,
Prado, Passos & Nothaft, 2015).

A empresa responsável pelo abastecimento de água em Coimbra e de outros municípios


é as Águas do Centro Litoral (AdCL), que tem como principal objetivo satisfazer as
necessidades da população da região ao nível da quantidade e qualidade da água. As
AdCL é uma empresa regulada pela Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e
Resíduos (ERSAR), o que significa que toda a sua atividade se rege pelas normas
determinadas pelo regulador a nível económico e a nível da qualidade dos seus serviços.
Esta empresa abrange diversos municípios para além do de Coimbra e é constituída pelas
várias atividades de fornecimento de águas, bem como de tratamento de efluentes (Águas
do Centro Litoral, 2020).

Com base em estudos realizados, a água de Coimbra é considerada uma das melhores a
nível nacional pela sua excelente qualidade. Através das entrevistas realizadas à
população, pudemos concluir que, na sua maioria, esta se encontra satisfeita com a
qualidade da água afirmando que a água “é boa”, não relatando falhas no abastecimento.
No entanto, há também alguns residentes que preferem água engarrafada para consumo
direto ao invés da água canalizada. É de conhecimento geral que se fazem análises
periódicas pelo que existe uma perceção de segurança quanto ao consumo.

As análises realizadas à água que abastece a comunidade são de extrema importância,


uma vez que, a utilização de água imprópria para consumo coloca em risco a saúde
pública, podendo provocar riscos de curto e/ou de longo prazo. Dependendo do tempo de
exposição aos agentes poluentes, podem ser provocadas dermatites, irritações oculares,
auditivas e gastrointestinais, como diarreias e vómitos, entre outros.

40
Figura 17- Conduta de água
(Fonte: Autores, 2020)
Figura 16- Tampa de
Serviço Público da Água

2.2.1.2 Rede de Esgotos

A falta de serviços de recolha e tratamento de esgotos é responsável, em grande parte,


pelo aparecimento de infeções gastrointestinais e por doenças cujos portadores são os
animais. Ainda assim, as áreas onde os esgotos estão a céu aberto são mais preocupantes,
pois, devido à contaminação do ambiente, esta prejudica crianças, jovens, adultos e idosos
(Gomes & Paliologo, 2018).

É de constatar que as habitações de todos os inquiridos possuem saneamento básico,


sendo que a maioria refere ligação à rede pública de esgotos. Na freguesia de São
Martinho do Bispo os sistemas de saneamento básico apresentam uma excelente
qualidade e um bom funcionamento, sendo a empresa Águas de Coimbra responsável
pelos mesmos. A satisfação da população quanto à rede pública de esgotos é evidente,
não havendo relatos de episódios de odores provenientes da mesma.

Figura 18- Tampa de saneamento (Fonte: Autores, 2020)

41
2.2.1.3 Recolha de Lixos

O aumento exponencial da população humana, tem levado a um consumo intensivo dos


recursos, provocando uma maior produção de resíduos e uma degradação das condições
ambientais. Tendo isto em conta, é essencial a prática de um desenvolvimento sustentável
na gestão dos resíduos, diminuindo a quantidade de lixo produzido e priorizando a
consciencialização da reutilização e reciclagem.

No concelho de Coimbra, mais especificamente na freguesia de São Martinho do Bispo,


a recolha de resíduos sólidos urbanos indiferenciados nas ruas é assegurada pela Câmara
Municipal de Coimbra através do Serviço Urbano de Higiene (SUH). Esta, para além de
ser responsável pela recolha indiferenciada, é a entidade gestora responsável pelo
transporte dos resíduos sólidos urbanos. Por outro lado, a recolha de resíduos sólidos
urbanos diferenciados é assegurada pela Empresa de Resíduos Sólidos e Urbanos do
Centro (ERSUC), também em parceria com o SUH. Torna-se essencial mencionar que a
ERSUC tem como missão valorizar os resíduos de uma forma mais responsável e
sustentável nas diferentes áreas de atuação, de modo a assegurar “(…) padrões ambientais
exigentes, práticas sociais exemplares e a criação de valor, posicionando a empresa como
farol de inovação e referência ambiental”, sendo que a valorização da qualidade de vida
das pessoas e do planeta é sem dúvida o foco principal (ERSUC, 2020).

Em São Martinho do Bispo, a comunidade entrevistada relata que a recolha de lixo é


efetuada todos os dias úteis da semana, sendo realizada pelos veículos da ERSUC junto
dos contentores e ecopontos. Aos fins-de-semana não há recolha de lixos, no entanto, a
população inquirida refere não haver habitualmente episódios de acumulação de resíduos.

Quanto à quantidade de contentores do lixo disponíveis, concluímos com base nas


entrevistas feitas à população, que não existe um número suficiente dos mesmos para
satisfazer as necessidades da comunidade, especialmente de ecopontos. Através da
observação da área em estudo, podemos corroborar tal afirmação, na medida em que
existem locais com distâncias significativas, quer relativamente a contentores do lixo quer
a ecopontos. Há, de facto, ainda muito trabalho a ser desenvolvido, principalmente no que
diz respeito à distribuição de ecopontos. Esta realidade representa uma tremenda
desvantagem para as pessoas da comunidade, uma vez que estas não se dirigem até aos
locais indicados de recolha de resíduos diferenciados, devido à distância significativa,

42
colocando-os muitas vezes num contentor comum. Esta situação constitui um dos motivos
para que uma parte da população afirme não aderir à reciclagem.

Figura 19- Contentores de lixo e Ecopontos (Fonte: Autores, 2020)

2.2.1.4 Higiene e limpeza das ruas

A higienização das ruas representa outro fator de grande importância para a manutenção
de um ambiente saudável e favorável à saúde de uma população, uma vez que a
quantidade de resíduos produzidos que atinge proporções enormes, pode tornar-se vetor
de transmissão de doenças, afetando a saúde e qualidade de vida de uma comunidade.

Assim, de forma a assegurar uma boa qualidade de vida e saúde pública à comunidade,
as ruas, bermas e valetas devem estar limpas e tratadas e a vegetação junto da rede viária
e das habitações, removida.

A higiene das ruas de São Martinho do Bispo, assegurada por trabalhadores da Junta de
Freguesia, é realizada através de variados serviços nomeadamente lavagem, extração de
ervas, sendo necessário recorrer a meios humanos e materiais adequados, como a
utilização de uma viatura própria e mediante um circuito previamente definido.

A maioria da população entrevistada considera que a limpeza realizada regularmente é


eficaz e diz não existirem odores desagradáveis nas ruas da freguesia. No entanto, e para
além de esta questão ter sido observada pelo grupo, também os membros desta
comunidade relatam a existência de dejetos de animais em várias ruas da localidade
estudada. Atualmente, devido ao momento de pandemia que atravessamos, é cada vez
mais recorrente encontrar máscaras cirúrgicas nas ruas. Segundo algumas das pessoas
entrevistadas, esta situação deve-se à falta quer de contentores do lixo e ecopontos, como
também a alguma falta de civismo por parte da população.

2.2.2 Abastecimento de Energia

43
A energia elétrica começou a ser produzida em Portugal no início do século XIX. No
entanto, com a evolução tecnológica que sucedeu desde então, a geração de energia sofreu
algumas alterações na sua forma de produção convencional e as fontes de obtenção da
mesma foram diversificadas. Atualmente, para a produção energética recorremos a
combustíveis fósseis, energia nuclear e energia hidroelétrica, bem como a novas fontes
de energia renováveis, nomeadamente a energia solar, eólica, geotérmica e de biomassa
(Goldemberg, 2009).

As habitações da cidade de Coimbra, particularmente as da União de freguesias de São


Martinho do Bispo e Ribeira de Frades, têm acesso à energia elétrica disponibilizada pela
Energias de Portugal (EDP), cujas fontes são maioritariamente renováveis (EDP, 2020).

Segundo os dados recolhidos na população de São Martinho do Bispo e através da


observação direta, concluímos que há acesso à energia elétrica proveniente
principalmente da rede pública, em todas as casas e locais de trabalho. Relativamente à
iluminação pública, a população afirma que esta é suficiente e satisfaz as necessidades da
comunidade.

Para além da energia elétrica, existem outros meios energéticos derivados de fontes
renováveis, como os painéis solares e energia eólica, e de fontes não renováveis, como o
gás natural. De acordo com os questionários realizados à comunidade, a maioria dos
inquiridos afirmaram existir e utilizar gás natural canalizado, enquanto outros ainda fazem
uso do convencional gás engarrafado (botija). Pudemos constatar também que a maioria
das habitações de São Martinho do Bispo não possuem painéis solares, visto serem muitas
vezes considerados como um investimento dispendioso.

Os habitantes da localidade demonstraram-se satisfeitos com os serviços prestados


referentes ao abastecimento de energia e garantem que não é habitual haver falhas de
eletricidade, nem falhas no abastecimento de gás, considerando a empresa fornecedora
competente.

2.2.3 Segurança

Segundo o terceiro artigo da declaração universal dos direitos humanos, “Todo o


indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal”. De acordo com o
Relatório de Segurança Interna (2019), não basta que o estado proporcione a segurança
ao cidadão, sendo igualmente fundamental que este se sinta realmente seguro. Por isso,

44
liberdade e segurança são dois termos impossíveis de dissociar. Assim, consideramos que
este seja um determinante com grandes repercussões a nível pessoal, psicossocial e
espiritual.

2.2.3.1 Iluminação Pública

Investir na iluminação pública é sinónimo de investir na segurança, pois geralmente os


crimes e roubos estão associados a espaços mais escuros e pouco vigiados (Henriques,
2020).
Relativamente à iluminação pública das ruas 1º de Maio e Infante D. Henrique, foi
verificado, através do método de observação direta e de entrevistas dirigidas aos
respetivos moradores, que a iluminação providenciada pelos postes de iluminação é
existente e eficaz. Isto deve-se ao facto de estes estarem distribuídos de forma a iluminar
toda a via publica e dos horários estarem de acordo com o fuso horário. A grande maioria
dos moradores desta comunidade encontra-se satisfeita com a iluminação providenciada.

2.2.3.2 Violência e criminalidade

Violência e criminalidade são dois grandes conceitos a ser abordados dentro da área da
segurança, isto porque têm grande impacto na liberdade e segurança dos moradores de
todas as comunidades, incluindo a de São Martinho do Bispo. Segundo o Relatório de
Segurança Interna (2019), foram feitas 335614 participações em todo território nacional
(incluindo as regiões autónomas). Já no distrito de Coimbra foram registadas 10106
participações, sendo os municípios com maior número de participações o de Coimbra
(3674) e o da Figueira da Foz (1514).

No município de Coimbra destacam-se como crimes gerais, ofensa à integridade física


voluntária simples, condução de veículo com taxa de álcool igual ou superior a 1,2 g/l e
a violência doméstica. Relativamente à criminalidade violenta, os crimes mais recorrentes
são roubos por esticão e roubos na via publica exceto por esticão (Sistema de segurança
interna, 2019).

Quando questionados sobre episódios de violência e criminalidade a população


entrevistada tinha opiniões díspares. Enquanto uns moradores mencionaram que estes
tipos de episódios são raros e muito pouco recorrentes, sendo que um senhor até referiu

45
que este tipo de situações estava associado a períodos mais antigos, outros referiram que
estes episódios eram frequentes e que não se sentiam seguros.

Figura 20- Violência e Criminalidade em Coimbra nos anos de 2018 e 2019 (Fonte: Relatório
de Segurança interna, 2019)

2.2.3.3 Proteção Pública e Privada

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) tem como grande


objetivo planear, coordenar e executar as políticas de emergência e de proteção civil,
nomeadamente na prevenção e na resposta a acidentes graves e catástrofes, de proteção e
socorro a populações, coordenação dos agentes de proteção civil e adoção de estratégias
perante tempos de crise e guerras (o exemplo mais recente foi a pandemia Covid-19).
Atualmente é um serviço central, da administração direta do Estado, dotado de autonomia
administrativa, financeira e de património próprio ao serviço da população. Quando é
necessário articula-se com entidades locais, pertencentes à junta de freguesia como por
exemplo: Bombeiros, GNR (Guarda Nacional Republicana), PSP (Polícia de Segurança
Pública), INEM (Instituto Nacional de Emergência Médica), as forças armadas, entre
outros (Ministério Administração Interna & Autoridade Nacional Proteção Civil, 2013).

Os moradores de São Martinho do Bispo afirmam que existem de facto rondas de


patrulha, mas muitos consideram que estas são insuficientes, enquanto que outros chegam
mesmo a afirmar que apenas sentem a sua presença quando as entidades são chamadas ao
local. As entidades de resposta mais comuns são a PSP, a GNR, os Bombeiros e o INEM.

46
2.2.3.4 Animais domésticos

Atualmente está mais que comprovado que uma relação saudável entre os animais
domésticos e os seus donos produz grandes ganhos em saúde, sendo que, a presença de
animais pode ser utilizada como fim terapêutico. Os ganhos são principalmente a nível
psicológico e emocional (Lundqvist et al., 2017).

Na comunidade de São Martinho do Bispo, a maioria dos moradores possui animais


domésticos, geralmente são cães ou gatos, e a maior parte deles diz ter vacinado o seu
companheiro de estimação, algo fundamental no controlo de possíveis focos de
infeção/doenças.

2.2.4 Espaços verdes

Os espaços verdes são locais de grande importância numa comunidade. Geralmente são
utilizados para momentos de diversão, de prática de exercício físico e de convivência
familiar, entre outros.

Nesta Comunidade, existe nas imediações da Rua 1º de Maio, um local com estas
condições, sendo que os moradores se referem a ele como sendo o “Parque do Chafariz”.
O parque encontra-se bem conservado e com algumas ferramentas uteis à prática de
exercício físico. Este está localizado próximo à A31, no entanto, por ser de pequenas
dimensões, consideramos que não tem impacto suficiente para alterar a qualidade do ar
que é respirada pela comunidade alvo de estudo. Segundo o site QualAr da agência
portuguesa do ambiente, a qualidade de ar em Coimbra está no nível bom ou muito bom.

Figura 21-Parque do Chafariz (Fonte: Autores, 2020)

47
Podemos concluir que a freguesia de São Martinho do Bispo apresenta vários pontos
positivos relativamente aos Recursos Básicos de Qualidade de Vida, nomeadamente, o
acesso ao saneamento básico e abastecimento de água, que funcionam devidamente e sem
problemas. Outro ponto vantajoso para a saúde pública desta freguesia é o fornecimento
de energia pela EDP, tanto de energia elétrica como de gás natural, que em muitas das
habitações já é canalizado. A iluminação é também um dos pontos fortes da localidade,
uma vez que apresenta uma boa distribuição, iluminando toda a via pública, e os postos
de iluminação funcionam de acordo com o fuso horário atual.

No entanto, para além dos pontos positivos referidos, também existem fatores como
“Recursos Básicos de Qualidade de Vida” que devem ser alterados como a distribuição
insuficiente de contentores de lixo e de ecoponto, de forma que a população estudada
tenha uma melhor qualidade de vida. Outro ponto a referir é a limpeza e higiene das ruas
que apesar de ser realizada frequentemente por trabalhadores da Junta de Freguesia não é
o suficiente. É possível ainda mencionar como pontos negativos a existência de máscaras
cirúrgicas ao longo das ruas, ocorrência de alguns episódios de criminalidade e o número
reduzido de espaços verdes.

2.3 ECONOMIA

A economia é o conjunto de atividades desenvolvidas pelo Homem com vista à produção,


distribuição e consumo de bens e serviços necessários à sobrevivência e à qualidade de
vida. É também uma ciência social que estuda a forma como a sociedade e os indivíduos
decidem empregar, com ou sem a utilização da moeda, os recursos escassos, procurando
produzir diferentes bens que permitam satisfazer as ilimitadas necessidades humanas
(Bento, Fernandes, Madaleno, Pereira, & Robiana, 2017).

É dos recursos mais importantes numa comunidade, sendo que o poder económico e os
vários setores de atividade permitem obter uma ideia mais concreta da estratificação da
sociedade por classes e como as mesmas se comportam no meio. Está associada a diversas
áreas do conhecimento, sendo então uma ciência interdisciplinar que envolve diversos
juízos de valor.

Esta ciência relaciona-se com outras áreas de estudo, nomeadamente com a saúde. Estão
fortemente interligadas, pois as condições económicas e sociais influenciam as condições

48
de saúde das populações e, consequentemente, as condições das pessoas. É fundamental
que as ações coordenadas em prol da saúde sejam implementadas, para que a economia
se mantenha forte e que a estabilidade social e a segurança social possam ser igualmente
mantidas (Carvalho, 2013).

Para além da população natural da localidade em estudo, esta acolhe também os


estudantes universitários, uma vez que existem quatro escolas superiores na Freguesia. A
economia local torna-se bastante influenciada pela sua presença, visto que estes recorrem
a serviços como cafés, minimercados, restauração ou farmácias.

2.3.1 Setores de Atividade

Segundo Colin Clark, a economia pode ser dividida em três setores que estão relacionados
com a obtenção e transformação de matérias-primas. Esta distribuição é feita em: setor
primário, secundário e terciário (Silva & Mendes, 2016, p.99).

O primário é o setor no qual as atividades se relacionam com a recolha de recursos


naturais, como é possível através da agricultura, silvicultura e pesca. No setor secundário,
as atividades são dedicadas à transformação dos recursos naturais, matérias-primas, em
outros produtos sendo um exemplo desses as indústrias têxteis. Por fim, o setor terciário,
inclui todas as atividades dedicadas à prestação de serviços e vendas de produtos dos
setores anteriores como é o caso do comércio, transportes, serviços e outras atividades
económicas (Silva & Mendes, 2016, p.99).

De acordo com o site da União de Freguesias de São Martinho do Bispo e Ribeira de


Frades (2020), nesta localidade predomina a agricultura, sendo o arroz e milho os
produtos de excelência, devendo também referir-se a pesca e indústrias têxteis, do papel
e farmacêutica.

Segundo o INE (2011), a freguesia de São Martinho do Bispo contempla os três setores
de atividade económica, não havendo predominância de nenhum deles. Contudo, o setor
terciário é o que apresenta uma maior empregabilidade, com 2 804 pessoas na área social
e 2 590 na área económica. Os restantes setores apresentam um valor inferior, sendo que
933 praticam atividades do setor secundário e apenas 40 estão empregados no setor
primário. Um argumento que justifica esta baixa empregabilidade no setor primário é a
crescente urbanização que se tem verificado em Portugal, na qual a população acaba por
abandonar os trabalhos na área da agricultura.

49
Figura 22- População empregada (N.º) por Local de residência (à data dos Censos 2011), Sexo,
Sector de atividade económica e Situação na profissão; Decenal (Fonte: INE, 2011)

Relativamente à satisfação das necessidades do comércio e serviços locais, mais de


metade da população inquirida encontra-se satisfeita com os mesmos.

2.3.1.1 Espaços de cultivo

Nas ruas a estudar não foi observada nenhuma zona de cultivo onde um ou mais habitantes
se pudessem dirigir para tratar da sua agricultura, por exemplo, hortas comunitárias. Este
dado foi-nos confirmado por parte da população inquirida. No entanto, na maioria das
casas térreas era visível uma pequena horta, ou um pequeno espaço, onde as pessoas se
poderiam dedicar aos seus cultivos (por exemplo, alface, cebolas e couves), sendo esta
agricultura utilizada como forma de subsistência e não como fonte de rendimento.

Para além das áreas de cultivo dos próprios habitantes, que são em número reduzido,
destaca-se a área de cultivo da Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC) com uma
média de 75 metros quadrados, sendo a sua zona repartida em dois grandes blocos e
designados para a criação de hortas sociais urbanas. Esta superfície total está organizada
em zonas de floresta, pinhais, prados, pomares, vinhas, estufas para produção de produtos
agrícolas, etc. (ESAC, 2012).

Figura 23- Vista aérea da Escola Superior Agrária de Coimbra (Fonte: Google Imagens, 2020)

50
Os beneficiários são famílias carenciadas, desempregados de longa duração e
pensionistas. As hortas sociais têm como objetivos: promover a segurança alimentar de
forma a melhorar e a diversificar as dietas, atenuar situações de pobreza, promover a
integração social bem como a qualidade de vida e o bem-estar dos beneficiários e, por
fim, harmonizar o ambiente urbano e recuperar espaços devolutos (Associação para a
Cooperação e o Desenvolvimento, s.d.).

Todos os produtos aqui produzidos encontram-se à venda para toda a comunidade na loja
da agrária que funciona às terças, quartas e sextas-feira das 10h às 14h30, e ao sábado das
10h às 13h30 (Escola Superior Agrária de Coimbra, 2012).

A feira dos 7 e 23, apesar de não ser um espaço de cultivo, permite aos agricultores locais
vender os seus produtos (fruta, hortícolas, entre outros) e promover os produtos
portugueses.

2.3.1.2 Indústrias/Empresas

Segundo o Dicionário Priberam (2020), a Indústria compreende o “conjunto de atividades


que visam a manipulação e transformação de matérias-primas para a produção de bens de
consumo”. No que toca a Empresas, estas definem-se como sendo uma “sociedade ou
companhia que explora qualquer ramo de indústria ou comércio”.

Segundo o Jornal de Notícias (2020), na secção Info Empresas, a localidade da União de


Freguesias de São Martinho do Bispo e Ribeira de Frades apresenta 526 empresas
registadas. Estas empresas apresentam uma diversidade de atividades económicas, tais
como de saúde humana e apoio social, agrícolas, artísticas e de recreação, alojamento e
restauração, construção, indústrias transformadoras, entre outras.

Assim sendo, constatamos que nesta localidade são desenvolvidas atividades pertencentes
aos três setores económicos, tornando possível identificar atividades relacionadas a
exploração de certas indústrias bem como algumas empresas públicas e privadas. Tudo
isto requer uma grande necessidade de trabalhadores e consequentemente traduz-se numa
maior oferta de emprego.

Relacionada com a exploração da indústria farmacêutica, é possível destacar a


Bluepharma, considerada uma das melhores unidades industriais do país. A atividade
desta empresa concentra-se na produção, investigação, desenvolvimento, registo e

51
comercialização de medicamentos e mostra-se empenhada em “melhorar as condições
económicas do país e o acesso à saúde” e a oferecer uma melhor qualidade de vida aos
portugueses (Bluepharma, s.d.).

Figura 24- Bluepharma (Fonte: Google Imagens, 2020)

É de facto um dos grandes propulsores do movimento populacional verificado na região


de São Martinho do Bispo, uma vez que emprega centenas de pessoas, acabando por
contribuir para a evolução e crescimento da economia local.

Existem também, empresas de dimensões mais pequenas como por exemplo, farmácias,
agências funerárias, posto de combustível Galp, floristas, salões de cabeleireiro e estética,
talhos, padarias/pastelarias, cafés, mini e supermercados, lojas de vestuário, entre outras.

2.3.1.3 Comércio e Serviços (Tipo e Localização)

Dentro da localidade de São Martinho do Bispo, as ruas em estudo foram a Rua Infante
D. Henrique e a Rua 1º de Maio. Especificamente nestas duas ruas, o setor económico
predominante é o terciário, uma vez que se verifica a existência de vários locais de
comércio baseado no fornecimento ou prestação de variados serviços aos consumidores.

Começando pela Rua Infante D. Henrique existe, uma papelaria e centro de cópias (Figura
27), uma pizaria/padaria/pastelaria (Figura 26), dois salões de cabeleireiro e estética
(Figura 28), uma loja de venda de vestuário (Figura 30), um snack bar (Figura 29), dois
restaurantes (Figura 31), um Atelier de Costura, uma florista e um local de
spa/massagem/manicure/pedicure.

Na 1º de Maio existem dois minimercados (Figuras 33 e 34) e dois salões de cabeleireiro


(Figuras 32 e 35).

52
Figura 26- GigaSoluções (Fonte,
Figura 25- O Forno (Fonte: Autores, Google Maps, 2020)
2020)

Figura 28- Snack Bar Avenida


Figura 27- Cabeleireira Raquel (Fonte: Autores, 2020)
Ruivo (Fonte: Google, 2020)

Figura 30- Restaurante Cábula


Figura 29- Tina Marica (Fonte: (Fonte, Autores, 2020)
Autores, 2020)

Figura 31- Cabeleireira Cristina Figura 32- Mini mercado


Girão (Fonte, Google Maps, Guida (Fonte, Google Maps,
2020) 2020)

53
Figura 34- Eugénia Cabeleireira
Figura 33- Mini-mercado (Fonte, (Fonte: Autores, 2020)
Google Maps, 2020)

Ao serem questionados sobre o comércio local, os quatro indivíduos inquiridos


responderam que faziam uso regular deste, afirmando que “dá muito jeito”. Contudo, duas
pessoas referiram que recorrem igualmente às grandes superfícies, não só do centro da
cidade de Coimbra, para adquirir bens e usufruir de serviços.

É notável o contraste do comércio existente na rua Infante D. Henrique e na rua 1º de


Maio, sendo que nesta última, estes espaços são mais escassos e os clientes caracterizam-
se por terem mais idade, os quais são os habituais moradores da rua.

Tivemos a oportunidade de entrevistar os comerciantes dos dois mini mercados da Rua


1º de Maio e a preocupação comum mostrou ser a diminuição de clientes e rendimentos,
consequências das restrições e medidas impostas pela pandemia COVID-19.

No entanto, durante o momento da entrevista, verificámos que os clientes foram


aparecendo, são conhecidos e acolhidos, e há uma preocupação por parte dos
comerciantes em atender às suas necessidades, demonstrando todo um atendimento
personalizado típico deste contexto de comunidade com ligações muito fortes, quase
familiares.

Na freguesia existe ainda a Feira dos 7 e dos 23 que se realiza todos os dias 7 e 23 de cada
mês, em Bencanta. É um local de venda de produtos agrícolas, alimentares, vestuário,
mobiliário, animais, entre outros, e é onde se concentram produtores, comerciantes e
compradores não só da localidade mas também de outras vizinhas. Dispõe também de
zonas de restauração com animação musical o que promove um ambiente agradável,
entretenimento e satisfação dos seus clientes.

54
Durante o período de estudo, foi possível visitar a feira e perceber que é bastante
valorizada por quem a frequenta e beneficia dos recursos disponibilizados, por ser
acessível a nível económico bem como a nível da localização.

Se para uns, o que a localidade oferece é o suficiente, para outros, a zona onde vivem não
dispõe de todos os recursos para satisfazer as suas necessidades individuais. Estas
diferentes formas de viver e de percecionar o meio que nos rodeia é simplesmente reflexo
do significado que cada indivíduo atribui aos recursos que tem disponíveis, das suas
prioridades, tudo isto é definido consoante as suas necessidades e próprio conceito de
qualidade de vida.

2.3.2 Perceção do poder de compra

Segundo o INE (2017), a Percentagem de Poder de Compra (PPC) é “um indicador


derivado do Indicador per Capita (IpC) que pretende avaliar o grau de concentração do
poder de compra nos diferentes territórios, tendo por referência o valor nacional (Portugal
= 100)”. Posto isto, esta avaliação é estatisticamente realizada através do município de
Coimbra.

Em 2017, constata-se que o (IpC) em Portugal continental (100,0), é inferior ao valor


referente à cidade de Coimbra (128,71%), apresentando esta um poder de compra per
capita superior à média nacional. Conclui-se que existe uma associação positiva entre o
grau de urbanização e o poder de compra exposto (INE, 2017).

Em 2015, Coimbra apresentava um IpC de 131,54%, com uma diferença superior de


2,83% em relação ao ano de 2017, podemos assim verificar que o poder de compra está
a diminuir.

A população residente de São Martinho do Bispo, quando questionada, refere que prefere
optar por estabelecimentos como as grandes superfícies em que o comércio é mais barato
do que na localidade, mesmo que implique uma maior deslocação.

Relativamente aos comerciantes, estes afirmam que o poder de compra é baixo, e que em
tempos de pandemia este tem vindo a diminuir cada vez mais.

Relativamente aos rendimentos económicos, a maioria dos habitantes entrevistados da


área em estudo menciona que o seu rendimento é suficiente para satisfazer as
necessidades básicas.

55
Figura 35- IpC por localização geográfica (NUTS-2013); Bienal (Fonte: INE, 2017)

Posto isto, consideramos como vantagem a prevalência dos três setores de atividade.
Baseando no setor primário, é importante referir a área de cultivo da ESAC, que
possibilita a aquisição de produtos por parte da população com dificuldades económicas.

O facto de existir um número de estabelecimentos e serviços locais que satisfaz as


necessidades da maioria da população, nomeadamente, supermercados, minimercados,
cafés, é visto como outra vantagem.

É considerada como desvantagem a baixa perceção do poder de compra por parte dos
comerciantes, que tem vindo a diminuir com a pandemia.

2.4 EDUCAÇÃO

Segundo Nelson Mandela (2003), a educação “é a arma mais poderosa que você pode
usar para mudar o mundo” e “é o grande motor do desenvolvimento pessoal. É através
dela que a filha de um camponês se torna médica, que o filho de um mineiro pode chegar
a chefe de mina, que um filho de trabalhadores rurais pode chegar a presidente de uma
grande nação.” (Gomes, P., s.d.)

Com a criação da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
(UNESCO) em 1945, o principal objetivo tem sido contribuir para a construção da paz,
erradicação da pobreza, desenvolvimento sustentável e o diálogo intercultural, sendo a
educação uma de suas principais atividades para alcançar este objetivo. A UNESCO
defende que a educação não acontece apenas nas escolas, num ambiente mais formal, mas
também no contexto afetivo, social, profissional e familiar (UNESCO, s.d.).

56
A UNESCO tem como objetivos educativos, em concordância com o Programa da
Educação para Todos (EPT), fortalecer o ensino a nível mundial desde os mais novos até
à idade adulta, responder aos desafios globais através da educação e assegurar a liderança
global e regional na educação (UNESCO, s.d.).

De acordo com o Artigo nº 26 da Declaração Universal dos Direitos do Homem é dito


que:

1. Toda a pessoa tem direito à educação. A educação deve ser gratuita, pelo menos
a correspondente ao ensino elementar fundamental. O ensino elementar é
obrigatório. O ensino técnico e profissional deve ser generalizado; o acesso aos
estudos superiores deve estar aberto a todos em plena igualdade, em função do
seu mérito.

2. A educação deve visar à plena expansão da personalidade humana e ao reforço


dos direitos do homem e das liberdades fundamentais e deve favorecer a
compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e todos os grupos
raciais ou religiosos, bem como o desenvolvimento das atividades das Nações
Unidas para a manutenção da paz.

3. Aos pais pertence a prioridade do direito de escolher o género de educação a dar


aos filhos.

(Nações Unidas, s.d.)

Devido à nova situação que vivemos causada pela pandemia COVID-19, a educação
também sofreu alguns abalos. As escolas tiveram de fechar durante um período tempo e
os alunos tiveram em aulas por telescola ou até online, estando a ser agora retomadas com
o máximo de normalidade possível, mas também com muitas regras.

2.4.1 Rede de estabelecimento de ensino

Na Comunidade de S. Martinho a rede de estabelecimento de ensino subdivide-se em


público e privado, sendo que como exemplos temos a Escola Básica de Fala e a Creche
Casa da Avó Piti, respetivamente.

De acordo com os dados do Instituto nacional de estatística (INE), no que corresponde ao


município de Coimbra, no ano letivo de 2018/2019, existiam 17110 alunos matriculados
no ensino público e 6134 no ensino privado, ou seja, podemos concluir que mesmo

57
havendo acessibilidade de ensino privado, na maioria das vezes optam pelo ensino
público (Instituto Nacional de Estatística, 2018/2019).

Figura 36- Alunas/os matriculadas/os no ensino não superior (N.º) por Localização geográfica
(NUTS - 2013), Nível de ensino e Natureza institucional. Fonte: INE, última atualização a 02 de
julho de 2020

2.4.1.1 Ensino Público

O Agrupamento de Escolas de Coimbra Oeste, pertencente ao concelho de Coimbra,


congrega várias escolas desde o pré-escolar até ao Ensino Secundário. A Escola Básica
de Fala é uma das escolas pertencentes a este Agrupamento, situada na Rua da Escola
Nova em S. Martinho do Bispo.

Figura 37- Escola Básica de Fala (Fonte: Google Maps)

2.4.1.2 Ensino Privado

A Casa da Avó Piti pertence ao Centro Socio Cultural e Polivalente de São Martinho do
Bispo (CSCPSM) é uma instituição localizada na Rua do Progresso nº30 A. O horário de
funcionamento é de segunda a sexta-feira das 7:30h às 19:00h. Nesta creche existem 33
vagas que são sempre preenchidas, sendo que para as crianças serem admitidas têm de ter
entre os 3 e os 36 meses. Em caso de se tratar de uma criança com alguma deficiência ou
alterações na estrutura ou funções do corpo, tem de se realizar uma avaliação prévia para
garantir a colaboração das equipas locais de intervenção na infância. Para além disto, dá-
se prioridade às crianças cujo pais sejam trabalhadores do CSCPSM, crianças que já

58
tenham irmãos no estabelecimento, crianças de famílias monoparentais ou numerosas,
crianças em risco social e crianças oriundas de agregados com mais fracos recursos
económicos.

De acordo com as informações que nos foram dadas no dia 30 de setembro na reunião
com Assistente Social Hugo Ferraz, a creche encerrou no dia 13 de março de 2020 devido
à pandemia COVID-19 e as medidas tomadas por esta instituição para poderem voltar a
reabrir foram:

⎯ Elaboração do Plano de Contingência Geral da Instituição

⎯ Aquisição do Stock de Equipamentos de Proteção Individual

⎯ Formação dos colaboradores sobre a doença, formas e procedimentos de atuação.

⎯ Definição de horários e percursos internos da instituição tendo em vista minimizar


a proximidade e o contacto entre colaboradores.

⎯ Constante atualização no que respeita às normas e orientações emitidas pela DGS

No dia 18 de maio de 2020 a creche reabriu e foi criado um Guia Orientador de Resposta
Social, em que foram implementadas medidas de prevenção, orientações específicas para
o desenvolvimento das atividades (refeições, sestas,…), foi criada uma sala de
isolamento, o horário de entrega e recolha das crianças tem de ser desfasado e todos os
colaboradores da instituição tiveram de realizar o teste ao SARS-CoV-2.7

2.4.1.3 Número de estudantes matriculados

Pré-escolar e Creche:

A nível do ensino do pré-escolar e da creche algumas das opções que temos em São
Martinho do Bispo são a Creche Casa da Avó Piti, com capacidade para 33 crianças; a
Casa da Criança Maria Granado, com capacidade para 72 crianças, e a Creche os
Pimentinhas, com capacidade para 54 crianças (Carta Social, 2018).

59
Figura 38- Aluna/os matriculadas/os no ensino pré-escolar (nº) por Localização geográfica
(NUTS-2013), Nível de ensino e Natureza institucional; Anual. Fonte: INE, última atualização a
02 de julho de 2020

Ensino Básico- 1º, 2º e 3º ciclo:

A nível do 1º ciclo as opções são, por exemplo, a EB1 de São Martinho do Bispo e de
Fala, que pertencem ao Agrupamento de Escolas Coimbra Oeste e o Colégio Bissaya
Barreto que é um estabelecimento privado. Relativamente ao 2º e 3º ciclo existe acesso à
EB2,3 – Inês de Castro que pertence ao Agrupamento de Escolas Coimbra Oeste e o
estabelecimento privado do Colégio Bissaya Barreto.

No 1º ciclo as máscaras não são obrigatórias, mas as crianças têm opção de escolher se
querem ou não e, pelo que nos foi dito na comunidade, a maioria das crianças utiliza a
máscara nos espaços comuns. No 2º e 3º ciclo o uso de máscara tanto por parte dos alunos
como pelos docentes e não docentes das escolas é obrigatório. As escolas encontram-se
equipadas com desinfetantes para procederem à higienização das mãos.

Relativamente aos dados do INE, nos anos 2018/2019 existiam 3893 alunos do 1º ciclo
matriculados no ensino público e 1281 no ensino privado. E no que diz respeito ao 2º e
3º ciclo existiam 6119 alunos inscritos no ensino público e 1272 alunos inscritos o ensino
público.

Figura 39- Alunas/os matriculadas/os no ensino básico (Nº) por Localização geográfica (NUTS
– 2013), Nível de ensino e Natureza institucional; Anual. Fonte: INE, última atualização a 02 de
julho de 2020

Ensino Secundário:

60
Relativamente ao ensino Secundário, não existe nenhuma escola na freguesia, mas na
zona de Coimbra há disponível a Escola Secundária D. Duarte, pertencente ao
Agrupamento Coimbra Oeste, e existe o Colégio Bissaya Barreto com oferta de Cursos
profissionais (Colégio Bissaya Barreto, s.d.).

Pelos dados do INE (2020), no que diz respeito ao ano 2018/2019 existiam 5940 alunos
matriculados em Ensino Público e 1189 em Ensino Privado.

Figura 40- Alunas/os matriculadas/os no ensino Secundário (Nº) por Localização geográfica
(NUTS – 2013), Nível de ensino e Natureza institucional; Anual. Fonte: INE, última atualização
a 02 de julho de 2020

Ensino Superior:

Relativamente ao Ensino Superior em S. Martinho do Bispo, existem o Polo B da Escola


Superior de Enfermagem de Coimbra, a Escola Superior de Tecnologia da Saúde de
Coimbra, a Escola Superior Agrária de Coimbra, o Instituto de Contabilidade e
Administração de Coimbra e o Instituto Superior Bissaya Barreto que é um
estabelecimento privado.

Analisando os dados disponíveis no INE, conclui-se que os alunos do ensino Superior


optam maioritariamente pelo Ensino Público e não pelo Ensino Privado sendo que, no
ano letivo de 2019/2020, existiam 34631 alunos matriculados no ensino público e 1286
alunos no ensino privado.

Figura 41- Alunas/os matriculadas/os no ensino Superior (Nº) por Localização geográfica
(NUTS – 2013), Nível de ensino e Natureza institucional; Anual. Fonte: INE, última atualização
a 02 de julho de 2020

Ensino para Adultos:

61
Relativamente ao Ensino para Adultos existe, em S. Martinho do Bispo, a AMA
(Academia dos mais Adultos) que pertence ao CSCPSM. Um dos objetivos do CSCPSM
é criar uma resposta social para dinamizar atividades sociais, culturais, educacionais e de
convívio para a população, preferencialmente, com mais de 50 anos, nomeadamente na
dinamização de uma Universidade Sénior, num regime informal, sem fins de certificação
e no contexto da formação ao longo da vida. A AMA foi criada como uma resposta social
que se integra nos fins da instituição como “prestar serviços e iniciativas de promoção do
bem-estar e qualidade de vida das pessoas, famílias e comunidades” e o horário de
funcionamento é das 9h às 19h (Centro Sócio Cultural Polivalente São Martinho, s.d.).

Devido à pandemia por COVID-19 tiveram de ser feitas algumas alterações no paradigma
atual da comunicação e ensino. O ano letivo de 2020/2021 tem como lema/título “AMA
a tua próxima história” e pretende envolver a população sénior numa iniciativa pioneira
em regime e-learning, em formato 100% online (Centro Sócio Cultural Polivalente São
Martinho, s.d.).

2.4.1.4 Analfabetismo da população e Taxas de abandono/insucesso escolar

É considerado analfabeto todo o indivíduo com 10 ou mais anos que não sabe ler nem
escrever, ou seja, um indivíduo que não é capaz de ler e compreender uma frase escrita
ou de escrever uma frase completa (PORDATA, s.d.).

Segundo os dados disponíveis no PORDATA, o número de analfabetos em Coimbra


diminuiu bastante de 1981 para 2011 (de 15126 para 4754). Pode-se concluir que a
escolaridade obrigatória contribuiu para a diminuição do analfabetismo na população e
consequentemente o aumento da literacia da população.

Ano
1981 2011
Município

Coimbra 15126 4754

Tabela 1- Número de Analfabetos em Coimbra nos anos 1981 e 2011. Fonte: PORDATA Dados
de acordo com a versão 2013 da Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins
Estatísticos (NUTS)

A Taxa de Abandono Precoce de Educação e Formação é a percentagem de pessoas entre


os 18 e os 24 anos que deixou de estudar sem ter completado o secundário. A Taxa de

62
Abandono Escolar é a taxa que define da população com idade entre 10 e 15 anos que
abandonou a escola sem concluir o 9ºano, num determinado período, por cada 100
habitantes (PORDATA, s.d.).

Interpretando os dados apresentados na Figura 43, de acordo com os Censos 2011,


sabemos que a taxa de abandono escolar no ano de 2011 em São Martinho do Bispo era
de 1,48, ou seja, por cada 100 habitantes um indivíduo com idade entre os 10 e os 15 anos
abandona a escola sem concluir o 9º ano (Instituto Nacional de Estatística, 2011).

Figura 42- Taxa de abandono escolar (%) por Local de residência. Fonte: INE, última
atualização a 02 de julho de 2020

Podemos concluir que, considerando este determinante, a população de São Martinho do


Bispo tem ao seu dispor vários estabelecimentos de ensino, tanto privados como públicos.
Na freguesia, o ensino abrange várias faixas etárias, dirigindo-se quer os mais novos,
como é exemplo, a creche “Casa da Avó Piti”, quer aos mais velhos, como é o caso da
“AMA”. Em São Martinho há também a grande vantagem de existirem locais de ensino
que facilitam o ensino a crianças cujos pais tenham dificuldades económicas, como é o
caso da “Casa da Avó Piti” que pertence ao CSCPSM.

2.5 SAÚDE

Segundo Organização Mundial de Saúde (OMS), saúde é um “estado de completo bem-


estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou enfermidade”. A OE
complementa afirmando que Saúde é um “estado e, simultaneamente, a representação
mental da condição individual, o controlo do sofrimento, o bem-estar físico e o conforto
emocional e espiritual (...) (Ordem dos Enfermeiros, 2001, p. 8).

Por outro lado, a doença é suscitada por fatores biológicos, socioeconómicos, ambientais,
estilos de vida e pelo acesso aos serviços, influenciando deste modo, não só a pessoa,
como a sua família e seu meio envolvente (Guia Orientador do Ensino Clínico de
Fundamentos de Enfermagem, 2020).

63
Saúde Pública e Saúde Comunitária

Saúde Pública “é a ciência ou arte que visa promover a saúde, prevenir a doença e
prolongar a vida (com qualidade) através dos esforços concertados da comunidade”
(DGS, s.d.).

De acordo com a OMS (1973), o conceito de Saúde Pública constitui todas as atividades
alusivas à saúde e à doença de uma população, às condições sanitárias e ecológicas do
ambiente, à coordenação e funcionamento dos serviços de saúde e doença, assim como à
planificação e gestão dos mesmos e à educação para a saúde (como referido por Garcia
& Segura, 2002).

Segundo a OE (2011), Saúde Comunitária refere-se ao estado de saúde de uma


comunidade como grupo definido de indivíduos, às suas atividades dinâmicas e condições
(públicas ou privadas) para promover, salvaguardar e preservar a sua saúde (Mackenzie,
Pinger, & Kotechi, 2002). Esta apoia-se na promoção de saúde com vista a melhorar a
eficácia da resposta aos desafios do ambiente físico e social, tanto a nível individual, na
medida de desenvolver competências para enfrentar situações de stress, como a nível
comunitário, atenuando desigualdades e diminuindo o risco proveniente das condições
ambientais no âmbito de contribuir para uma descida na taxa dos indicadores coletivos de
mortalidade e morbilidade (Silva, 1986).

SAÚDE EM PORTUGAL

O Serviço Nacional de Saúde (SNS) teve origem na Lei nº56/79, publicada no Diário da
República, dia 15 setembro de 1979. Esta lei assegura a todos os cidadãos o direito à
proteção da saúde e à prestação de cuidados globais de saúde, independentemente da sua
condição socioeconómica. O SNS abrange todos os serviços e entidades públicas
fornecedoras de cuidados de saúde como os Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES),
Unidades Locais de Saúde e estabelecimentos hospitalares, independentemente da sua
designação (SNS, 2020).

Em Portugal, o sistema de saúde é regido pelo Ministério da Saúde e composto pela


Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) e Administração Regional de Saúde
(ARS). A ACSS é responsável por assegurar a gestão integrada dos recursos humanos e
financeiros do SNS e do Ministério da Saúde, bem como das instalações e equipamentos

64
do SNS (SNS, 2019). As ARS são responsáveis por fazer cumprir políticas e programas
de saúde, e prestar cuidados de saúde às populações de cada uma das cinco regiões: Norte,
Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve (SNS, 2020).

Em concordância com Decreto-Lei n.º 73/2017 de 21 de junho:

Os cuidados de saúde primários (CSP) constituem um elemento central do SNS e


assumem, numa perspetiva integrada e de articulação com outros serviços para a
continuidade de cuidados, importantes funções de promoção da saúde e prevenção
da doença, de prestação de cuidados de saúde, e no acompanhamento de qualidade
e proximidade às populações (2017, p. 1).

Os CSP representam o primeiro nível de contacto dos indivíduos, famílias e da


comunidade com o sistema nacional de saúde e facilitam o acesso e a proximidade das
pessoas aos cuidados de saúde nas suas áreas de residência (Conselho Internacional dos
Enfermeiros, 2008).

“Os Centros de Saúde (CS) são a base institucional dos CSP e o pilar central de todo o
sistema de saúde. Constituem um património institucional, técnico e cultural que é
necessário preservar, modernizar e desenvolver, porque continuam a ser um meio
acessível e eficaz para proteger e promover a saúde da população” (Ministério da Saúde,
2006).

De acordo com o Decreto-Lei n.º 28/2008 de 22 de fevereiro os ACES são serviços


públicos de saúde com autonomia administrativa, compostos por várias unidades
funcionais que têm como objetivo assegurar a prestação de cuidados de saúde primários
à população. OS ACES podem abranger várias unidades funcionais: Unidade de saúde
familiar (USF), Unidade de cuidados de saúde personalizados (UCSP), Unidade de
cuidados na comunidade (UCC), Unidade de saúde pública (USP), Unidade de recursos
assistenciais partilhados (URAP). Em cada ACES existe pelo menos uma USF ou UCSP
e uma UCC. Cada agrupamento tem somente uma USP e uma URAP (Diário da
República, 2008).

65
2.5.1 Rede de Equipamentos de Saúde

2.5.1.1 Saúde em Coimbra e na União de Freguesias de São Martinho do Bispo e


Ribeira de Frades

Em Coimbra, especificamente na União de Freguesias de São Martinho do Bispo e


Ribeira de Frades, a administração dos serviços de saúde está à responsabilidade da ARS
Centro, que tem como missão fazer cumprir o Plano Nacional de Saúde e garantir à
população da sua área geográfica de intervenção o acesso a cuidados de saúde de
qualidade, nos quais são adequados os recursos disponíveis às necessidades em saúde
(ePortugal, 2020).

Apesar de a nossa zona de estudo (Rua Infante D. Henrique e Rua 1º de Maio) não
apresentar serviços de saúde, a população residente da União de Freguesias possui acesso
a uma grande diversidade de serviços de saúde quer a nível público quer a nível privado,
como é o caso da Nefrovales, uma clínica de diálise, o Instituto Português do Sangue e
Transplantação de Coimbra, a Clinibispo – Clínica Médica, Dentária e De Bem-Estar, o
Laboratório de Análises Clínicas Beatriz Godinho, o Coimbralab, a Farmácia São
Martinho e o Centro Cirúrgico de Coimbra.

De todas as redes utilizadas pela população, é relevante destacar o Hospital Geral de


Coimbra (Hospital dos Covões), o Centro de Saúde de São Martinho e a Farmácia Donato,
uma vez que foram os serviços mais nomeados pela população entrevistada.

A maioria dos residentes das ruas em estudo, quando questionados acerca dos serviços de
saúde, referem optar por instituições públicas. Se por um lado houve quem afirmasse que
a prestação de cuidados podia ser melhor, por outro houve quem garantisse estar satisfeito
com os serviços, manifestando agrado na forma como são recebidos e cuidados. Para além
disso, todos os inquiridos consideram que os serviços de saúde possuem uma boa
acessibilidade e que embora se adotem cuidados redobrados (devido à pandemia COVID-
19), continuam a dirigir-se às unidades de saúde sempre que necessário.

66
2.5.1.2 Hospital Geral de Coimbra

O Hospital Geral pertence ao Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) em


conjunto com o Hospital da Universidade de
Coimbra (HUC), o Hospital Pediátrico, o Hospital
Sobral Cid, a Maternidade Dr. Daniel de Matos e
a Maternidade Bissaya Barreto (SNS, 2020).

Este hospital localiza-se na Rua 5 de outubro,


Figura 43- Hospital Geral de Coimbra
Figura SEQ Figura \* ARABIC 1: Hospital Geral de Coimbra (Fonte:
(Fonte: Google Imagens, 2020)
3049-002 São2020)Martinho do Bispo - Coimbra
Google Imagens,

(Ministério da Saúde, 2019) e tem como área de atuação a zona da Unidade de Saúde de
Coimbra-Sul, abrangendo no distrito de Coimbra, freguesias como a de São Martinho do
Bispo, Santa Clara e concelhos vizinhos como Alvaiázere, Ansião, Castanheira de Pêra,
Condeixa-a-Nova, Figueiró dos Vinhos, Montemor-o-Velho, Soure, Pedrógão Grande e
Penela. Para além disso, o Hospital Geral apresenta-se como referência para os hospitais
da Figueira da Foz, Leiria e Pombal (SNS, 2020). Possui ainda boa acessibilidade, visto
que é possível aceder através de transportes públicos, por meio das linhas 6, 14, 14T e 22
da empresa de transportes públicos SMTUC, por transporte pessoal e transportes privados
como os táxis, Uber e Bolt. Esta acessibilidade também se verifica nos passeios na
periferia do hospital, que se encontram em bom estado de conservação.

Atualmente, devido à pandemia, a instituição apresenta o serviço da Urgência 24 horas


disponível, encontrando-se este mais direcionado para doenças respiratórias,
nomeadamente, a COVID-19. No que diz respeito a esta patologia, apresenta também
uma Unidade de Cuidados Intensivos.

Quanto aos serviços de internamento, existem em atividade a medicina interna, cirurgia,


cardiologia, nefrologia, oftalmologia, hematologia, otorrinolaringologia, e ainda
estomatologia. As consultas externas continuam em funcionamento das 8h às 18h, sendo
umas realizadas presencialmente e outras por contacto telefónico.

Relativamente às visitas, a direção dos CHUC decidiu suspendê-las devido à situação de


pandemia. No entanto, ao ser estabelecido contacto prévio com determinado serviço, a
visita poderá ser permitida. Para além disto, existem ainda outros meios de manter
contacto com os utentes, podendo este ser efetuado através de videochamadas, email ou

67
telemóvel. Importante também referir que estas estratégias estão ao alcance de qualquer
pessoa através do site dos CHUC, onde está disponível toda a informação.

2.5.1.3 Centro de Saúde de São Martinho

O Centro de Saúde de São Martinho do Bispo pertence ao Agrupamento de Centros de


Saúde do Baixo Mondego, que possui 389412
utentes inscritos (SNS, 2020) e 51 unidades
funcionais das quais: 26 Unidades de Saúde
Familiar (USF), 13 Unidade de Cuidados na
Comunidade, 9 Unidades de Cuidados de Saúde
Personalizados, 1 Unidade de Saúde Pública e 1
Unidade de Recursos Assistenciais Partilhados
(URAP) (Enfermeira Rosabela, Comunicação Figura 44- Centro de Saúde de São
Pessoal, outubro 1, 2020). Martinho do Bispo (Fonte: Autores,
2020)
O Centro de Saúde localiza-se na Estrada do
Espírito Santo das Touregas, Quinta dos Vales, em São Martinho do Bispo e dispõe
serviços de saúde à União de São Martinho do Bispo e Ribeira de Frades e à União de
Ameal, Arzila e Taveiro (Unidade Cuidados na Comunidade de São Martinho, s.d.).

De acordo com a Enfermeira Rosabela e a Enfermeira Rosário (Apêndice II), o Centro


de Saúde é constituído por duas Unidade de Saúde Familiar (USF Manuel Cunha e USF
Mondego) e uma Unidade de Cuidados na Comunidade (UCC de São Martinho).
Relativamente ao horário de atendimento, o Centro de Saúde encontra-se aberto das 8h
às 20h em dias úteis, sendo que por vezes a UCC alarga o horário aos fins-de-semana e/ou
feriados das 9h às 17h, de acordo com as atividades que a Equipa de Cuidados
Continuados Integrados tem programadas.

Segundo as mesmas, a equipa da USF Manuel Cunha possui 12.136 utentes inscritos e é
constituída por 8 médicos, 8 enfermeiras e 7 assistentes técnicos. Por outro lado, a USF
Mondego é constituída por 6 médicos, 6 enfermeiras, 5 assistentes técnicos e possui
10.060 utentes inscritos. A nível de serviços, estas unidades apresentam em conjunto
vários programas como: o Programa de Saúde Infantil e Juvenil, que visa proporcionar
uma melhor qualidade de vida futura e uma vigilância de saúde adequada; o Programa de
Planeamento Familiar, que tem como objetivo promover uma sexualidade responsável e

68
um melhor controlo da fertilidade; o Programa de Saúde Materna, onde é proporcionado
o acompanhamento da gravidez normal e a preparação do parto; o Programa de Saúde do
Adulto e do Idoso; o Programa de Prevenção Oncológica, que compreende a prevenção
secundária, rastreios, nomeadamente do colo do útero e do colorretal e a deteção de lesões
malignas e neuropatias; o Programa de Vigilância de Diabetes; o Programa de Cuidados
ao Domicílio, com a realização de Visitas Domiciliárias; o Programa de Vacinação; a
Consulta de Cessação Tabágica, que atualmente se encontra suspensa, e ainda a consulta
aberta e a consulta programada.

Devido à pandemia COVID-19, o Centro de Saúde reorganizou-se de modo a que todas


as unidades funcionais trabalhassem para o mesmo fim, tendo elaborado e executado um
plano de contingência. Foram realizadas formações aos profissionais através da definição
de circuitos e recomendações, alargaram a comunicação entre profissionais/profissionais
e profissionais/utentes através da rede telefónica e emails. Foram também executadas
reuniões multiprofissionais para atualização constante de conhecimentos e criado um
espaço dedicado ao Atendimento Doenças Respiratórias para utentes com sintomas
associados à COVID-19.

Relativamente à UCC de São Martinho, esta é coordenada pela enfermeira especialista


Rosabela e possui 19.843 utentes inscritos. Esta é composta por 3 enfermeiras, 1
assistente social e 1 fisioterapeuta que trabalham com a UCC a tempo parcial. Segundo
as enfermeiras Conceição e Rosabela) esta unidade apresenta uma Equipa de Cuidados
Continuados Integrados, centrada no acompanhamento, manutenção e reabilitação de
pessoas com perdas de funcionalidades, para a qual disponibilizam 10 vagas. Apresentam
ainda projetos e programas tais como: o Programa Nacional de Saúde Oral, que tem como
finalidade a prevenção de doenças orais em crianças; o Programa de Saúde Escolar, onde
são difundidos vários projetos como o Projeto Espaço Jovem e o Projeto + Contigo, a
cargo da enfermeira coordenadora; o Projeto de Preparação para o Parto e Parentalidade,
onde se promovem as competências na grávida/casal para a vivência da gravidez, parto e
transição para a parentalidade; o Projeto de Prevenção de Quedas nos Idosos, destinado a
utentes com mais de 65 anos que apresentem fatores de risco de queda e que tenham sido
vítimas de queda nos últimos 12 meses; o Projeto Promoção do Envelhecimento Ativo,
onde se promove a atividade física, estimula a cognição dos utentes e se previne o
isolamento e a solidão do idoso; e por fim o Projeto Reabilitação à Pessoa com

69
Incapacidade Funcional, destinado a pessoas referenciadas a necessitar de cuidados de
enfermagem de reabilitação.

Além do referido anteriormente, a UCC interliga-se com outras instituições como a


ESEnfC, a Escola Segura, a PSP a GNR e ainda com a Junta de Freguesia e a Câmara
Municipal (Enfermeiras Rosabela e Conceição, Comunicação Pessoal, outubro 1, 2020).

Relativamente às respostas de saúde a jovens deslocados, as enfermeiras esclareceram


que é necessária uma inscrição nos serviços administrativos, visto que as USF apenas
prestam cuidados a utentes inscritos. Quanto à adesão ou falta dela por parte dos utentes,
afirmaram que esta não é justificada por motivos económicos, mas sim por crenças,
mudanças de comportamento e falta de motivação.

Por outro lado, sobre os aspetos a serem melhorados, referiram que existe falta de recursos
materiais e humanos, nomeadamente, os partilhados como é o caso de auxiliares,
psicólogos e nutricionistas, uma vez que são poucos e são distribuídos por várias
unidades.

No que concerne à acessibilidade do Centro de Saúde, a população possui vários meios e


recursos, pois existem linhas de autocarros públicos perto destes, como a linha 6, 14, 14T
e 22. Para além destes meios, é também possível aceder a estes estabelecimentos de saúde
através de transportes pessoais e privados, como os táxis. Quanto à acessibilidade a pé, o
pavimento encontra-se em bom estado, no entanto, embora exista uma passadeira entre a
paragem de autocarro e a instituição, esta é interrompida por um lancil que dificulta a
acessibilidade a pessoas com dificuldades ou deficiências motoras.

2.5.1.4 Farmácia Donato

A Farmácia Donato localiza-se na Rua dos Covões,


BLOCO G, R/C
São Martinho do Bispo 3045-049 – Coimbra. De
forma a recolher informação relevante acerca da
relação entre este estabelecimento e a comunidade
da zona em estudo, foi realizada uma entrevista a Figura 45- Farmácia Donato (Fonte:
Autores, 2020)
uma das funcionárias desta farmácia (Apêndice
III).

70
De acordo com a funcionária entrevistada, a Farmácia Donato possui um horário bastante
flexível, encontrando-se aberta ao público em dias úteis das 9h às 20h e ao sábado das 9h
às 13h. Para além disso, conta com 7 funcionários, sendo 1 assistente e 6 farmacêuticos,
que são responsáveis pela venda de medicamentos, avaliações de glicémia, colesterol,
tensão arterial, vacinação e realização de rastreios, estes são bastante procurados pela
faixa etária acima dos 65 anos.

A farmacêutica afirma que a maioria dos clientes são estudantes e idosos e que a grande
parte das vendas são referentes a antihipertensores, ansiolíticos, antidepressivos,
analgésicos e medicamentos para o controle dos diabetes, como as estatinas. Mencionou
que a maior parte dos medicamentos são vendidos através de receita médica e que a
população adere bastante à reciclagem de medicação fora da validade. Referiu também
que a população opta mais frequentemente por produtos genéricos por serem mais baratos
e que algumas pessoas deixam de comprar a sua terapêutica medicamentosa por falta de
recursos financeiros. Quando questionada sobre serviços de entrega ao domicílio,
esclareceu que a farmácia possui essa alternativa e que para além disso, dispõe à
população medicamentos preparados em unidose diária e semanal, de forma a facilitar o
cumprimento da toma. No entanto, este serviço não apresenta muita adesão por parte da
população, tal como as sessões de educação para a saúde e workshops oferecidos pela
farmácia.

O local possui fácil acessibilidade, uma vez que a sua zona é abrangida por várias linhas
de autocarros como a linha 6, 14, 14T, 22F e transportes privados. A farmacêutica revela
que a farmácia possui vários clientes portadores de deficiência e que estes não
demonstram qualquer dificuldade em aceder ao estabelecimento, visto que os passeios se
encontram em bom estado e adaptados a pessoas com dificuldades motoras.

A entrevistada refere que é recorrente os clientes pedirem conselhos e esclarecimentos


acerca da sua medicação, alimentação e problemas de saúde e que estes são sempre
esclarecidos pelos funcionários da farmácia. Esta menciona que o contacto interpessoal
estabelecido com os clientes é muito importante para que estes sintam que as informações
possuem credibilidade e que o atendimento se procede da melhor forma possível, pois
sendo este um estabelecimento prestador de serviços à comunidade, a confiança
representa um pilar fundamental na relação cliente-farmácia.

71
Quando questionada sobre a situação da pandemia, a funcionária revelou que a procura
dos medicamentos aumentou nos últimos meses, devido ao receio que a população
demonstra em frequentar unidades de saúde, tais como hospitais e centros de saúde.

Por fim, e relativamente aos pontos negativos, foi apenas mencionado o facto de que por
vezes existir falta de stock de alguns medicamentos que esgotam com bastante rapidez.

2.6 APOIO SOCIAL

O apoio social enquadra-se como parte importante e integral na saúde, pois, segundo
Cohen Wills (como referido por Fonseca e Moura, 2008), a qualidade e a predisposição
à saúde pode ser influenciada por este, sendo que o mesmo se caracteriza como um
suporte emocional, financeiro, instrumental e de relacionamento social que pessoas ou
instituições podem oferecer (MELCHIORRE et al., 2013). Ou seja, o apoio social é um
conceito interativo, uma vez que as suas funções são desempenhadas por pessoas
significativas ou grupos, com o objetivo de promover o bem-estar físico e psicológico dos
indivíduos.

Desta forma, o apoio social desempenha um papel significativo na prevenção, redução e


resolução de problemas originados pela situação pessoal, familiar e socioeconómica e
possui extrema importância na comunidade, uma vez que existem faixas etárias mais
vulneráveis e pessoas com dependências. É, por isso, crucial garantir que estes grupos
possuam as mesmas oportunidades e direitos que os restantes membros da comunidade,
pois segundo o artigo XXII da Declaração Universal dos Direitos Humano, todos os
indivíduos de uma sociedade têm o direito a usufruir da segurança social e dos direitos
económicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvimento
da sua personalidade.

2.6.1 Rede de Equipamentos Sociais de Apoio

De forma a que fossem assegurados os direitos básicos e a igualdade de oportunidades a


todos cidadãos portugueses e promovido o seu bem-estar e coesão social, foi desenvolvida
a Segurança Social. Esta pretende apoiar o cidadão, durante todo o seu ciclo vital,
assegurando o apoio a deficientes, a famílias e à comunidade, toxicodependentes, sem
abrigos, vítimas de violência doméstica, doentes do foro psiquiátrico e a doentes
portadores do Vírus da Imunodeficiência Humana (Segurança Social, 2012).

72
Embora a Segurança Social constitua um importante equipamento de apoio, em Portugal
existem ainda inúmeras instituições de solidariedade social, tanto a nível público como
privado, que apresentam como objetivo a prestação de auxílio e a resposta diária a todos
os pedidos de ajuda.

Na União das freguesias de São Martinho do Bispo e Ribeira de Frades existe um conjunto
de equipamentos sociais à disposição da comunidade, responsável pela prestação de apoio
a diferentes grupos etários consoante o seu tipo de necessidade. São exemplos destes
equipamentos sociais as instituições referidas nos pontos seguintes.

2.6.1.1 A Idosos

A população portuguesa encontra-se cada vez mais envelhecida apresentando um


aumento acentuado no Índice de Envelhecimento de 35,4%, entre 2011 e 2019. Uma das
principais consequências do envelhecimento é o aumento do grau/nível de dependência
dos idosos.

Em 2011, São Martinho do Bispo, Ribeira de Frades e Coimbra registaram um valor de


Índice de Dependência de Idosos (IDI) de 27,5%, 33,4% e 29,8%, respetivamente. Por
outro lado, Portugal apresentou um valor 28,8%. Assim, podemos concluir que tanto as
freguesias como o município de Coimbra se encontram acima da média nacional (INE,
2011).

Segundo os dados do INE (2019), Portugal regista atualmente, um valor de 34,5% e


Coimbra um valor de 42,2%. Oito anos mais tarde, Coimbra para além de apresentar um
valor de IDI bastante mais elevado, mantém-se acima da média nacional. Deste modo,
podemos concluir que a população coimbrense é bastante envelhecida.

Figura 46- Índice de dependência de idosos (N.º) por Local de residência (à data dos Censos
2011); Decenal (Fonte: INE, 2011)

73
Figura 47- Índice de dependência de idosos (N.º) por Local de residência (NUTS – 2013);
Anual (Fonte: INE, 2019)

Este envelhecimento populacional potencializou a exclusão social e alterou a estrutura de


muitas famílias. Deste modo, foi necessário criar e desenvolver redes de apoio, serviços
e equipamentos sociais qualificados, capazes de dar resposta às novas necessidades que
surgiram, no âmbito de combater a solidão e a desvalorização dos idosos por parte das
famílias (Direção-Geral da Segurança Social, da Família e da Criança, 2006).

Pode considerar-se como apoio social a idosos “um conjunto de respostas que têm como
objetivos promover a autonomia, a integração social e a saúde.” Assim, e tendo em conta
estes objetivos, existem sete tipos de resposta que podem ser prestados como, o Serviço
de Apoio Domiciliário, o Centro de Convívio, o Centro de Dia, Centro de Noite,
Acolhimento Familiar, Estruturas Residenciais e Centro de Férias e Lazer. O pagamento
destes serviços é efetuado e baseado nos rendimentos familiares do idoso (Segurança
Social, 2016).

Desta forma, a União de Freguesias de São Martinho do Bispo e Ribeira de Frades dispõe
das seguintes instituições de apoio social a pessoas idosas:

 O Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades, que dispõe de um


Centro de dia com capacidade para 25 pessoas e de um serviço de Apoio Domiciliário
para 33 pessoas;

 O Centro Social de S. João, possui um Centro de dia com capacidade para 30 pessoas,
uma Estrutura Residencial capaz de alojar 27 idosos e um Serviço de Apoio
Domiciliário para 36 pessoas;

 O Centro Sócio Cultural Polivalente de São Martinho do Bispo, onde existe um


Centro de Dia com capacidade para 24 pessoas e um serviço de Apoio domiciliário
para 23 pessoas;

 A Casa do Juiz, uma estrutura residencial com capacidade para alojar 30 idosos;

 A Casa dos Pobres, que conta com uma estrutura residencial para 63 idosos;

74
 A Geração Irresistível, um Centro de Convívio para 16 idosos;

 O Lar Graça de São Filipe, uma estrutura residencial capaz de alojar 80 idosos;

 A Proximus que presta cuidados domiciliários a 85 idosos (Gabinete de Estratégia e


Planeamento, 2016).

2.6.1.2 A Crianças

Atualmente, tem se assistido a um aumento na adesão ao mercado de trabalho por parte


da mulher, que deixa de ter por isso, disponibilidade diária para tomar conta dos filhos.
Devido a razões como o horário excessivo de trabalho dos pais, que os obriga a estar fora
de casa na grande maioria do tempo, e a distância dos familiares próximos, foi necessário
criar redes de apoio a crianças. Os apoios sociais e os programas que se dirigem a uma
faixa etária a partir dos três meses, caracterizam-se como um conjunto de respostas
integradas de cuidados e de apoio social a crianças e jovens, com vista a apoiar as famílias
e promover o desenvolvimento pessoal e social da criança num ambiente seguro e
estimulante (Segurança Social, 2016).

Estas redes de apoio social a crianças e jovens podem desenvolver sete tipos de respostas
sociais, sendo elas, a intervenção precoce na infância, ama, creche familiar, creche,
estabelecimento de educação pré-escolar, centro de atividades de tempos livres e o centro
de férias e lazer. O acesso a estes apoios depende se os equipamentos e serviços
disponíveis abrangem a área de residência da família e se existe vaga na instituição do
setor da Segurança Social para receber a criança/jovem (Segurança social, 2016b).

Na região que corresponde à União de Freguesias de São Martinho do Bispo e Ribeira de


Frades existem diversas instituições de apoio a crianças, entre elas, o Centro Paroquial de
Solidariedade Social de Ribeira de Frades, do qual faz parte uma creche com 25 vagas; o
Centro Social de São João, que dispõe de um centro de atividades em tempo livre com 35
vagas para crianças e uma creche com 52 vagas; o Centro Sócio Cultural Polivalente de
São Martinho, que apresenta 30 vagas na sua creche; a Xica Larica, que possui um centro
de atividades em tempo livre para crianças e uma creche, ambos com 18 vagas.

Para além das instituições referidas, a União de Freguesias conta ainda com outras creches
como Os Pimentinhas, que possuem 54 vagas; o Capuchinho Vermelho, que apresenta 31
vagas e a Casa da Criança Maria Granado, que possui 72 vagas.

75
Esta zona apresenta assim, uma capacidade total de 1023 crianças (Gabinete de Estratégia
e Planeamento, 2016). Nesta região existe ainda o Centro Social Desportivo Cultural de
Ribeira de Frades, que se destina também a jovens.

As redes de apoio social a crianças, podem também ter impacto no que diz respeito ao
aumento da natalidade na região, uma vez que a diminuição da natalidade em Portugal,
que é o quinto país com a Taxa Bruta de Natalidade (TBN) mais baixa, da união europeia
(PORDATA, 2019), é na maioria das vezes motivada pelo baixo rendimento económico
das famílias.

Figura 48- Taxa bruta de natalidade (‰) por Local de residência (NUTS – 2013); Anual (Fonte:
INE, 2019)

Em 2019, o INE registou em Portugal, uma TBN de 8,4‰ e a cidade de Coimbra de


8,6‰, tendo estes valores sofrido um aumento comparativamente a 2018.

Ao contrário do que a população diz, a TBN em Portugal não tem vindo a diminuir
abruptamente, isto é, comparando os registos de 2019 com 2011, verificam-se apenas
ligeiras diminuições, sendo a variação de 0,8‰. Por outro lado, o distrito de Coimbra
apresenta um leve aumento de 0,1‰ em relação a 2011 (INE, 2019).

2.6.1.3 A Pessoas com Deficiência

Quando a rede de equipamentos sociais de apoio é direcionada para pessoas com


deficiência, os objetivos consistem em “promover a valorização pessoal, o
desenvolvimento de autoestima, de autonomia e a integração social” (Segurança Social,
2019b).

Este tipo de apoio social dispõe de nove tipos de respostas, sendo estas constituídas por
centros de atendimento, acompanhamento e reabilitação social, apoio domiciliário, centro
de atividades ocupacionais, acolhimento familiar, estabelecimentos residenciais,
transporte de pessoas, centro de férias e lazer e apoio em regime ambulatório. O
pagamento destes serviços é efetuado com base nos rendimentos familiares (Segurança
Social, 2019b).

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A União de Freguesias de São Martinho do Bispo e Ribeira de Frades não dispõe de
nenhuma estrutura que preste apoio social específico e especializado a crianças e adultos
com deficiências. No entanto, nas instituições Centro Social de São João, Centro Sócio
Cultural Polivalente de São Martinho e na Casa dos Pobres é realizado um tipo de apoio
não especializado. Em caso de necessidade de apoio especializado, estes indivíduos
devem deslocar-se à cidade de Coimbra, onde existem associações de apoio como, a
Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental, a Associação de
Paralisia Cerebral de Coimbra, a Associação Portuguesa para as Perturbações do
Desenvolvimento e Autismo de Coimbra, a Associação dos Cegos e Amblíopes de
Portugal e a Associação de Apoio aos Doentes Depressivos e Bipolares (Gabinete de
Estratégia e Planeamento, 2016).

2.6.1.4 A Famílias Carenciadas

As Redes de Serviços e Equipamentos Sociais de Apoio a Famílias Carenciadas oferecem


um “conjunto de serviços ou equipamentos sociais que têm como objetivo ajudar as
pessoas e famílias mais carenciadas” (Segurança Social, 2018).

Estes equipamentos de apoio disponibilizam à população nove tipos de respostas sociais,


tais como: o serviço de atendimento e acompanhamento social; o grupo de autoajuda; o
centro comunitário; o centro de férias e lazer; o refeitório/cantina social; centro de apoio
à vida; a comunidade de inserção e o centro de alojamento temporário e a ajuda alimentar.
O acesso das famílias a estes serviços depende da existência destes equipamentos e
serviços na área de residência da família e do número de famílias que a instituição tem
capacidade para receber (Segurança Social, 2018).

Na União de Freguesias, apenas o Centro Social de São João e o Centro Sócio Cultural e
Polivalente de São Martinho do Bispo dão respostas sociais a famílias carenciadas.

O Centro Social de São João apresenta uma Cantina Social e um Banco de Ajudas
Técnicas e o Centro Sócio Cultural e Polivalente de São Martinho do Bispo para além de
dispor de uma Cantina Social, apresenta também um Fundo de Emergência Social, que
auxilia famílias no pagamento de rendas, água e eletricidade, desde que as dificuldades
das mesmas sejam devidamente comprovadas (Gabinete de Estratégia e Planeamento,
2016).

77
2.6.2 Instituições de maior abrangência social

Dentro de um conjunto de instituições situadas na União de Freguesias, destacamos as de


maior abrangência social como: a Casa dos Pobres, o Centro Sociocultural e Polivalente
de São Martinho, o Centro Social de São João, e por fim, o Centro Paroquial de
Solidariedade Social da Freguesia de Ribeira de Frades.

Casa dos Pobres

A Casa dos Pobres, fundada a 8 de maio de 1935, é uma Instituição Particular de


Solidariedade Social (IPSS) sem fins lucrativos, dedicada a idosos e portadores de
deficiência. A principal função desta instituição recai na promoção da dignidade da vida
Humana, colmatando situações de carência e contribuindo para o bem-estar dos mais
desprotegidos (Casa dos Pobres de Coimbra, 2014).

A instituição é constituída por uma equipa de vários funcionários voluntários, como um


médico, uma equipa de enfermagem dos HUC, um Professor de ginástica, uma
Cabeleireira, e, também um Psiquiatra, duas Enfermeiras, um Assistente de enfermagem,
uma Animadora e uma Assistente social (Casa dos Pobres de Coimbra, 2014).

Na sua generalidade, a instituição caracteriza-se como uma estrutura residencial para


idosos, acolhendo cerca de 68 utentes de ambos os sexos, que se encontrem em situação
de carência familiar, económica, social e que pertençam à região de São Martinho do
Bispo e Ribeira de Frades, podendo abranger outras zonas do distrito de Coimbra.
Destina-se não só a pessoas acima dos 65 anos, que, por razões familiares de dependência,
isolamento, solidão ou insegurança, não podem permanecer na sua residência, como
também a pessoas com idade inferior a 65 anos, em situações devidamente justificadas
(Casa dos Pobres de Coimbra, 2014).

Para além dos objetivos anteriormente referidos, esta instituição pretende ainda estimular
um processo de envelhecimento ativo, promover estratégias de manutenção e reforço da
funcionalidade, autonomia e independência, de forma a prevenir quedas e acidentes,
combater o isolamento, potenciando a integração social através da promoção de contactos
e das relações inter-familiares (Casa dos Pobres de Coimbra, 2014).

De forma a cumprir estes objetivos, a instituição desenvolve atividades como, visitas a


museus, excursões, trabalhos manuais (pintura, costura e crochê), promove a

78
alfabetização e incentiva os utentes à prática de jardinagem e culinária no sentido de os
entreter e estimular.

O Centro dispõe também de uma capela, onde são realizadas missas uma vez por mês e
uma sala de atividades com vários jogos e objetos recreativos. Com vista a devolver a
independência e autonomia aos idosos, este Centro oferece ainda uma sala de
Gerontomotricidade, dotada de uma equipa multidisciplinar que desenvolve um trabalho
individualizado com os utentes, promovendo desta forma, atividades no âmbito da
Gerontologia Educativa e da Psicologia (Casa dos Pobres de Coimbra, 2014).

A instituição é financiada sobretudo pela comunidade, através de donativos dos sócios,


pela Segurança Social e SIC Esperança. Dispõe também de parcerias com diversas
instituições como, a Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra, a Associação dos
Cegos e Amblíopes de Portugal, o Instituto de Reinserção Social, o Instituto Superior
Miguel Torga, a Faculdade de Psicologia, o Banco Alimentar e a Academia do Bacalhau
(Casa dos Pobres de Coimbra, 2014).

Centro Sociocultural e Polivalente de São Martinho

O CSCPSM é uma IPSS sem fins lucrativos que abrange a União de Freguesias de São
Martinho do Bispo e Ribeira de Frades.

No âmbito deste trabalho, foi-nos permitido reunir via zoom com o assistente social da
instituição, Hugo Ferraz, que permitiu obter as informações relativas ao CSCPSM que se
encontram descritas neste trabalho.

Com esta reunião, pudemos concluir que este Centro é uma das instituições de maior
referência na região de São Martinho do Bispo, cujo seu principal objetivo é promover
iniciativas que impulsionam o bem-estar da comunidade através da prestação de serviços
e do desenvolvimento de projetos de proteção à infância, juventude, famílias, comunidade
e população ativa, a idosos e deficientes. Promovem também o convívio social e a
atividade desportiva, recreativa e cultural dos associados.

No que respeita aos serviços, a instituição dispõe de creche, centro de dia, cantina social.
Para além disso, realiza visitas domiciliárias durante as quais promove o conforto e o
bem-estar, realiza a higiene pessoal e da habitação, entrega refeições e terapêutica

79
medicamentosa e presta serviços como o cuidar da imagem pessoal, da roupa e outros
objetos de uso pessoal.

Esta instituição dispõe de um serviço de apoio domiciliário, que funciona de segunda a


sexta-feira, das 9h00h às 18h00h, com capacidade máxima para 30 vagas, sendo que 20
dessas vagas são comparticipadas e 10 não comparticipadas. O CSCPSM apresenta
também um centro de dia, composto habitualmente por 10 profissionais, dos quais fazem
parte, um técnico de serviço social, oito auxiliares de família e um animador sociocultural.
Possui uma capacidade máxima de 24 utentes, onde todas as vagas são comparticipadas.
Os utentes são levados a casa após o lanche e é lhes fornecido o jantar, que realizam no
seu domicílio.

Devido à pandemia COVID-19 este serviço está suspenso desde o dia 3 de abril de 2020.

O assistente social Hugo Ferraz afirma que, a creche desta instituição está disponível para
crianças até aos 3 anos de idade e presta serviços de apoio educativo, pedagógico e
familiar, assim como serviços de alimentação, saúde e ginástica. Estes serviços estão ao
encargo de duas educadoras de infância e quatro auxiliares de apoio educativo. A creche
apresenta três salas com capacidade para 8, 10 e 15 crianças, tendo um total de 33 vagas.

No âmbito desportivo, a instituição dispõe de atividades de natação e aulas de


hidroginástica. A nível recreativo, apresenta várias atividades de convívio e, a nível
cultural, oferece uma Universidade Sénior, a Academia dos Mais Adultos, onde são
lecionadas aulas de disciplinas como o inglês, francês, direito, psicologia, dança, teatro e
informática, com vista a promover o envelhecimento ativo e a educação não formal.

Por fim, e em concordância com o assistente, esta instituição possui também o serviço de
Cantina Social, pertencente ao Plano de Emergência Alimentar, que confeciona e a
disponibiliza refeições maioritariamente para consumo no domicílio. O principal critério
de seleção para estes serviços é a existência de situação económica precária no agregado
familiar.

Centro Social de São João

O Centro Social de São João, IPSS sem fins lucrativos, tem como principal objetivo a
promoção de ações de solidariedade social. A Instituição é destinada a idosos, famílias

80
carenciadas, crianças e jovens, tendo sido fundada a 7 de maio de 1988 (Centro Social de
S. João, 2015).

Tem ao dispor da população serviços de apoio como, a Creche que acolhe crianças dos 4
meses aos 3 anos de idade, o Estabelecimento de Educação Pré-escolar para crianças dos
três anos de idade até à idade de entrada no ensino básico, onde são disponibilizadas
atividades educativas e de apoio à família e um Centro de Dia com o objetivo de combater
a problemática biopsicossocial das pessoas idosas, fornecendo alimentação, cuidados de
higiene e ocupação. O Centro presta também cuidados médicos e de enfermagem, que
visam a manutenção da autonomia dos seus utentes e dispõe de um Serviço de Apoio
Domiciliário que proporciona a prestação de cuidados individualizados no domicílio.

Além dos referidos, a instituição possui ainda uma estrutura residencial para pessoas
idosas com regime de residência permanente e uma cantina social com o objetivo de
combater os défices alimentares dos indivíduos e famílias que atravessem
vulnerabilidades econômicas (Centro Social de S. João, 2015).

Este centro tem capacidade para acolher 234 utentes, funcionando diariamente de segunda
a sexta-feira, entre as 07h30 e as 19h, e também aos fins-de-semana, com a valência Apoio
Domiciliário (Serviço de Refeições) (Centro Social de S. João, 2015).

Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades

O Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades é outra das IPSS que
abrange a União de Freguesias de São Martinho do Bispo e Ribeira de Frades. Foi fundada
a 3 de janeiro de 1973, por iniciativa da Comissão da Fábrica da Igreja da Freguesia de
Ribeira de Frades e encontra-se destinada a idosos, crianças e jovens (Local Prayers, s.d.).

A instituição oferece como respostas sociais, uma Creche, a Pré-escolar, o Centro de Dia,
Serviços Apoio Domiciliário e um Centro de Aconselhamento Familiar, com capacidade
para 125 utentes (Local Prayers, s.d.).

Apesar de esta instituição ser cristã, o Centro Paroquial de Solidariedade Social da


Freguesia de Ribeira de Frades, pretende contribuir para a melhoria da qualidade de vida
social da população local, independentemente das suas crenças (Local Prayers, s.d.).

81
2.6.3 Atividades de Solidariedade

Define-se como ação ou princípio moral pela qual a sociedade em conjunto tenta eliminar
determinadas situações adversas que sofrem alguns dos seus membros (…). Do ponto de
vista académico, a solidariedade social pode ser definida como característica dos
componentes individuais de um sistema social, estabelecendo relações de
interdependência e por atuar como um todo (Conceitos, s.d.).

A União de Freguesias conta com algumas atividades sociais, das quais podemos destacar
a iniciativa dos Cabazes de Natal, destinada a apoiar famílias carenciadas que coabitam
nesta comunidade. Tal como referimos anteriormente, estão também em funcionamento
as Cantinas Sociais do Centro Social de São João e do Centro Sociocultural Polivalente
de S. Martinho do Bispo, que fornecem refeições às pessoas e famílias com dificuldades
socioeconómicas. Além disso, é realizada a Festa Solidária da Rádio Regional do Centro
e a caminhada solidária “O que nos liga” em parceria com a Liga Portuguesa contra o
Cancro, tendo esta o intuito de prevenir e alertar a comunidade.

Em 2020, a Câmara Municipal de Coimbra recebeu um financiamento para o auxílio às


famílias em situação com maior vulnerabilidade socioeconómica, o que foi agravado
devido à pandemia. Foi assegurado a entrega de bens alimentares e refeições (Câmara
Municipal de Coimbra, 2020).

No decorrer das entrevistas realizadas à comunidade, foi possível verificar que uma
amostra da população não possui conhecimento dos equipamentos sociais de apoio da
região, nem de atividades de solidariedade social das quais podem usufruir. No entanto,
podemos afirmar que o Apoio Social prestado à comunidade desta União de Freguesias
existe em número suficiente, abrangendo todos os grupos etários. Podemos também
concluir que a comunidade se encontra satisfeita com o Apoio Social prestado na zona,
visto não existirem registos de reclamações em relação ao mesmo.

2.7 RECURSOS CULTURAIS, RECREATIVOS E RELIGIOSOS

2.7.1 Redes de equipamentos, eventos e festividades

A recreação trata-se de descontrair fisicamente e psicologicamente, através de lazeres e


divertimentos e, por isso, torna-se importante que cada comunidade tenha uma rede de
equipamentos, eventos e festividades (Phaneuf, 2001).

82
Dessa forma, os espaços de cultura e lazer estão muito presentes nas freguesias, uma vez
que integram diversas áreas e abrangem faixas etárias distintas. Por serem ambientes de
carácter social, é possível observar com facilidade a coesão social e o que mantém ou
não, a população interessada. Posto isto, pretendemos abordar os espaços mais
frequentados pela população, os quais incluem cafés, igrejas, biblioteca, teatro, feira e
associações.

2.7.1.1 Bibliotecas/Museus/Locais de Interesse

A Biblioteca Municipal de Coimbra possui um polo na União de Freguesias que permite


que a população aceda a qualquer informação através de registos escritos ou através do
acesso à internet. Além disso, existe um museu localizado na Casa do Bispo e instalado
na Escola Superior Agrária de Coimbra, aquele que é o maior museu agrário do país e
divide-se em três setores: museu didático, museu da máquina agrícola e museu do vinho
e tem como objetivo dar a conhecer a evolução das atividades e tecnologias agrárias
(Câmara Municipal de Coimbra, 2020).

2.7.1.2 Cinema/Música/Teatro

Segundo Ramos (2013), o teatro representa uma grande ferramenta a nível pedagógico,
visto que contribui significativamente para a redução dos obstáculos na aprendizagem e
no desenvolvimento dos alunos, estimulando a sua criatividade, comunicação e
autoconhecimento.

Figura 49- Teatro Amador Ribeira de Frades (Fonte: TARF - Teatro Amador, 2020)

O Teatro Amador Ribeira de Frades, foi fundado a 15 de agosto de 1978 por um grupo
de ribeirenses, com o objetivo de responder a uma necessidade da população. O grupo é
constituído por 20 membros, entre os 8 e os 87 anos, o que demonstra que este abrange
todas as faixas etárias.

83
Em 1988, o grupo tornou-se uma associação e passou a investir na cultura ao nível da
formação, tendo encenado diversos espetáculos de drama, comédia, teatro de rua, teatro
de revista, entre outros. Este teve ainda oportunidade de atuar em regiões como Mira,
Oliveira do Hospital, Arganil, Anadia, Cantanhede, Maiorca, entre outros (Teatro
Amador Ribeira de Frades, s.d.).

2.7.1.3 Associações/Coletividade/Grupos

Dentro da União de Freguesias de São Martinho do Bispo e Ribeira de Frades existem


vários grupos, tais como: o “Clube da Caça e Pesca de Ribeira de Frades”, Grupo
Folclórico “Camponeses do Mondego”, premiado por Mérito Cultural pela Câmara
Municipal de Coimbra em 2006, também o “Mártir São Sebastião”, “As Cantarinhas da
Ribeira”, “Camponeses de Montesão” e “Ceifeiras da Corujeira”, Grupo de Danças e
Cantares do Mondego “Viver com Alegria” e, por fim, o Grupo Regional de Danças e
Cantares do Mondego (União de freguesias de São Martinho do Bispo e Ribeira de
Frades, s.d.).

Relativamente a grupos desportivos, existe a equipa de Rugby da Associação de


Estudantes da Escola Agrária de Coimbra (AEESAC), fundada em 1965, considerada a
7ª equipa mais antiga do País, sendo o Núcleo de Rugby da AEESAC fundado 27 anos
depois. Inicialmente a equipa era composta apenas pela equipa masculina,
posteriormente, em 2001, foi criada a feminina. O núcleo é conhecido pelos seus
inúmeros títulos nacionais e bons desempenhos internacionais (AEESAC, s.d.).

Na freguesia também existe a equipa de futebol Sporting Clube Ribeirense, fundada em


1957. Sendo esta uma escola de futebol é constituída por uma equipa sub-10 e outra de
juniores sub-19. O clube mantém-se ativo no setor de formação, disputando os campeonatos
distritais de iniciados, juvenis e juniores, nas últimas épocas da primeira década do século
XXI (WikiSporting – Sport Clube Ribeirense, s.d.).

Além desses grupos desportivos, existem a Escola de Futebol da Associação Recreativa


Casaense, o Grupo Recreativo “Vigor da Mocidade”, o “Núcleo Sportinguista do
Mondego” e o Esperança Atlético Club (União de freguesias de São Martinho do Bispo
e Ribeira de Frades, s.d.).

84
Figura 50- Sporting Clube Ribeirense Figura 51- Clube de Caça e Pesca
(Fonte: Facebook Sporting Clube (Fonte: Site Clube de Caça e Pesca
Ribeirense) Ribeira de Frades, 2020)

Figura 52- Associação de Estudantes da Escola Superior Agrária de Coimbra (Fonte:


AEESAC)

2.7.1.4 Bares/Restaurantes/Cafés

A área geográfica em estudo apresenta uma boa variedade de cafés como “Mi Café”,
tascas e restaurantes como o “D. Infante”, “Gôndola” e a “Pizzaria Avenida”. Além destes
estabelecimentos, apresentam ainda uma padaria e pastelaria “O Forno”. A freguesia de
São Martinho do Bispo dispõe ainda de outros estabelecimentos como a “Dona Broa”,
“Café Fonseca”, “Café Joelpa” que são bastante frequentados pela população.

Com base nos testemunhos recolhidos podemos afirmar que a população usufrui destes
locais como espaços de lazer e ponto de encontro para convívio com os seus, evitando
deste modo, a solidão e o isolamento social.

Relativamente à gastronomia, a União de Freguesias apresenta alguns pratos regionais


como a chanfana, a sopa camponesa, enguias abafadas, iscas, peixinhos da horta, entre
muitos outros (União de Freguesias de São Martinho do Bispo e Ribeira de Frades, s. d.).

85
Quanto à confeitaria da zona, a região possui também uma grande variedade de doces,
tais como, o arroz doce à moda de Coimbra, o Pão de Ló e os bolos de São Jorge (União
de Freguesias de São Martinho do Bispo e Ribeira de Frades, s. d.).

2.7.1.5 Igrejas e Locais de Culto

Na localidade em estudo é possível encontrar, na zona de Fala, a Capela da Senhora dos


Remédios, construída no século XVIII, que atualmente se encontra sem telhado, em
estado de ruína (União de Freguesias de São Martinho do Bispo e Ribeira de Frades, s.
d.).

Existem também outros treze locais de culto e religiosos como, a Igreja Paroquial de São
Martinho do Bispo, a Igreja Paroquial de Ribeira de Frades, a Capela da Nossa Senhora
da Tocha em Montesão, a Capela da Nossa Senhora da Nazaré, a Capela de São Frutuoso,
a Capela de Santa Ana, a Capela do Espírito Santo, a Capela de Pé de Cão, o Cruzeiro do
Santo Amaro, o Cruzeiro do Santo Cristo, a Capela das Casas Novas, a Capela do Espírito
Santo das Touregas e a Capela da Póvoa (União de Freguesias de São Martinho do Bispo
e Ribeira de Frades, s. d.).

2.7.1.6 Eventos e Festividades

A união de freguesias organiza, todos os anos, um vasto número de atividades e


festividades onde as populações desempenham um papel muito ativo.

Em São Martinho do Bispo, são organizadas festas de cariz profanoreligioso, ou seja,


festas de lazer e de caráter celebrativo em homenagem aos seus santos padroeiros como,
as festas em honra do Santíssimo Sacramento, que decorrem na última quinzena de
agosto, da Nossa Senhora dos Remédios em setembro, entre outros.

Para além das festas, é organizada nos dias 7 e 23 de cada mês, a famosa Feira dos 7 e
dos 23 em Bencanta. Quando as datas coincidem com um domingo ou feriado, esta
realiza-se no dia anterior. A feira permite que os produtores e vendedores comercializem
os seus produtos oferecendo à população uma grande variedade de produtos agrícolas,
bem como ferramentas de trabalho, vestuário, mobiliário, entre outros. A população
entrevistada menciona que a feira demonstra grande adesão por parte da população
residente (União de Freguesias de São Martinho do Bispo e Ribeira de Frades, s. d.).

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De acordo com o que foi observado, nem todas as condições de segurança relativamente
à pandemia COVID-19 estavam asseguradas, nomeadamente, distanciamento social, uso
de máscara, luvas e desinfetante.

Na freguesia de Ribeira de Frades, são organizadas anualmente três grandes festividades


que decorrem a 19 de janeiro, em homenagem ao Mártir São Sebastião, e a 15 de agosto,
em honra da Nossa Senhora da Nazaré, sendo uma tradição com mais de 600 anos. Para
além destas, é também celebrada uma festa em honra de Santa Ana no terceiro domingo
de setembro (União de Freguesias de São Martinho do Bispo e Ribeira de Frades, s. d.).

Relativamente às Atividades de Solidariedade, é possível observar um bom envolvimento


dos centros sociais de apoio e da Câmara Municipal com a população. No entanto, apesar
de haver atuação de outras instituições, como a Liga o Cancro através da organização de
caminhadas, podemos concluir que existem poucas iniciativas deste género, havendo
necessidade de mais movimentos como este. A Freguesia conta com vários grupos
culturais, todavia, devem ser melhoradas as estratégias publicitárias, no âmbito de atingir
um público alvo mais numeroso e de recrutar indivíduos para a participação no teatro,
dança ou desporto. Também é observada a falta de acesso a informação sobre outros
importantes locais de interesse, como o museu agrário. Por outro lado, é possível verificar
a existência de coesão social em outros locais, nomeadamente, a feira, os cafés,
restaurantes e locais de culto.

87
88
3. SÍNTESE BIBLIOGRÁFICA

No âmbito do Estudo dos Determinantes Sociais de Saúde da União de Freguesias de São


Martinho do Bispo e Ribeira de Frades, foi-nos proposta a realização de uma síntese
bibliográfica que tem como finalidade identificar focos de enfermagem de intervenção
prioritária que foram observados na comunidade em estudo.

Segundo a Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (2011, p.45) “um


foco de enfermagem é uma área de atenção relevante para a disciplina, para o qual se
podem planear intervenções que ajudem a resolver o problema previamente identificado”.

Como estudantes de enfermagem compreendemos a importância do processo de


enfermagem no planeamento, implementação, execução e avaliação das intervenções que
dão resposta às problemáticas da comunidade, assegurando assim a qualidade das
mesmas.

Após a colheita de dados efetuada na comunidade através da observação direta e


entrevistas à população, surgiu como umas das maiores preocupações os problemas
relacionados com os passeios. Foi notório o mau estado em que estes se encontram, a
ocupação indevida dos mesmos por veículos automóveis, assim como a sua inexistência,
tal como verificado na Rua 1º de Maio. Posto isto, escolhemos como foco para a síntese
bibliográfica, a problemática da condição dos passeios públicos e o consequente risco de
queda da comunidade mais vulnerável.

Figura 53- Passeio em mau Figura 54- Passeio com Figura 55- Ocupação indevida
estado (Fonte: Autores, obstáculos (Fonte: de passeios por automóveis
Autores, 2020) (Fonte: Autores, 2020)
2020)

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De acordo com o código da estrada (Lei 72/2013 de 3 de setembro, artigo 1º alínea n),
passeio é tudo o que seja "superfície da via pública, em geral sobrelevada, especialmente
destinada ao trânsito de peões e que ladeia a faixa de rodagem".

Os ambientes físicos e sociais desempenham um papel fundamental na saúde da


comunidade, devendo ser considerados como prevenção primária e contribuir assim para
a obtenção de bons resultados a nível da saúde (Duhl & Sanchez, 1999).

A caminhada representa o meio de deslocação mais básico, sustentável e que traz mais
benefícios sociais, individuais e ambientais. Esta proporciona equidade social, saúde,
bem-estar e contribui para a redução das emissões de gases de efeito de estufa (Vale &
Pereira como referido Bivina & Parida, 2019), sendo por isso imprescindível a presença
de passeios em bom estado.

A acessibilidade das vias públicas é fulcral para a qualidade de vida das populações pelo
que, os passeios e as calçadas são locais de extrema importância para a segurança e
deslocação dos peões. Quando se projeta um passeio deve ter-se em consideração que o
espaço será utilizado por qualquer indivíduo, podendo este ser idoso, portador de
deficiência motora ou visual. Desta forma, deve ser assegurada a existência, a manutenção
e a acessibilidade a passeios, de modo a garantir a segurança da comunidade, reduzir o
risco de queda e atenuar as desigualdades entre os indivíduos, principalmente nos grupos
mais vulneráveis.

Como desigualdades entendem-se as diferenças existentes entre as variadas classes


sociais, podendo estas ter origem em fatores socioeconómicos, educacionais e/ou
culturais. Ao contrário do que é expectável, o mundo nunca se encontrou tão díspar, como
é possível verificar com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável número 10, Reduzir
as Desigualdades.

Em algumas zonas da Rua Infante D. Henrique, os passeios encontram-se sujos e


degradados, uma vez que apresentam lixo, deformações e irregularidades na calçada.
Podem enumerar-se como fatores desencadeantes para estas alterações a manutenção
inadequada ou a falta dela após danos causados por choque, fenómenos climáticos e
instalação de equipamentos, como os postes de eletricidade.

Por vezes os passeios apresentam defeitos, no entanto estes podem ser facilmente
resolvidos através de uma boa gestão dos recursos financeiros, possibilitando assim a sua

90
manutenção (Corazza, Di Mascio, & Moretti, 2016). Face a estes problemas, as pessoas
adotam comportamentos imprudentes tais como, andar diretamente na faixa de rodagem.
Ainda que muito perigoso é algo bastante recorrente por parte de toda a população,
incluindo os mais velhos.

Papel do enfermeiro na comunidade:

Uma comunidade é um conjunto de populações que vivem juntas num lugar urbano ou
rural, em condições específicas de organização e de coesão social e cultural. Os membros
da comunidade estão, ou podem estar, em contacto direto uns com os outros, estando
ligados por características em diversos graus (culturais, profissionais ou outras e/ou por
interesses e aspirações que podem ser comuns) (San Martin & Pastor, 1988).

No contexto hospitalar, nomeadamente em ambientes de cuidados agudos, os pacientes


permanecem internados o menor tempo possível, sendo necessário oferecer serviços de
saúde onde as pessoas vivem, trabalham, socializam e aprendem. Através da utilização
de um modelo de atenção à saúde na comunidade é possível dispor destes serviços. Este
baseia-se em evidências, com o objetivo de atender às necessidades de saúde da mesma
(Olson et al., 2011 citado por Potter & Perry, 2018).

A enfermagem de saúde na comunidade tem como objetivo preservar, proteger, promover


e/ou manter a saúde da mesma. Esta tem como principal foco a assistência à saúde de
indivíduos, famílias e grupos dentro da comunidade (Stanhope & Lancaster, 2014 citado
por Potter & Perry, 2018). Nestes ambientes de saúde, os enfermeiros têm um papel
fundamental em avaliar, formular diagnósticos, planear, implementar intervenções e
realizar a avaliação final, sendo necessário o uso do pensamento crítico com o objetivo
de garantir um melhor cuidado de enfermagem (Potter & Perry, 2018).

Compete ao enfermeiro na comunidade centrar-se nas necessidades de um indivíduo ou


família, isto é, este deve garantir o cuidado em casos de doenças agudas e crónicas,
aumentar competências para realizar autocuidados e promover autonomia na tomada de
decisão (Stanhope e Lancaster, 2014 citado por Potter & Perry, 2018).

Para que exista um bom desempenho por parte do enfermeiro é necessário que este tenha
uma base sólida de conhecimentos de teoria, de princípios de comunicação, de dinâmica
de grupos e diversidade cultural (Potter & Perry, 2018).

91
Os centros de enfermagem na comunidade têm em vista a prestação de assistência a toda
a população, com especial atenção, aos mais vulneráveis (Olson et al., 2011 citado por
Potter & Perry, 2018).

Posto isto, a enfermagem de saúde na comunidade adquire um papel fundamental na


saúde dos indivíduos e das suas famílias (Potter & Perry, 2018).

Sugestões de intervenções:

As Intervenções de enfermagem são “ações que capacitam a pessoa para atingir os


resultados esperados e para solucionar o fator relacionado no diagnóstico de enfermagem”
(Sorensen & Luckmann, 1998). Estas incluem o indivíduo, a família e/ou a comunidade
a que pertence, podendo ser intervenções dependentes ou interdependentes. Estas
intervenções integram a promoção da saúde e a prevenção da doença, como uma forma
de atingir os resultados esperados.

No âmbito deste estudo, tendo em conta os problemas que foram identificados com base
nos dados recolhidos e na observação em campo da Rua 1º de Maio e Rua Infante D.
Henrique, a subequipa apresenta algumas sugestões de intervenção para os focos
identificados na Síntese Bibliográfica, que se prendem com a problemática dos passeios
públicos e consequente risco de queda, na comunidade mais vulnerável, de forma a
atenuar o problema. Segundo Siqueira (2007) “os idosos que já sofreram quedas têm cerca
de 1,80 vezes mais chance de sofrer uma queda, ou seja, a ocorrência de uma queda
anterior torna-se fator de risco para a ocorrência de outra”, assim, torna-se pertinente fazer
uma monitorização destes casos.

Como tal, e tendo em conta o referido anteriormente, enquanto enfermeiros temos um


papel fundamental em alertar e intervir em parceria com as entidades responsáveis,
nomeadamente a Junta de Freguesia de São Martinho do Bispo e Ribeira de Frades e a
Câmara Municipal de Coimbra, para estes atuarem na construção de passeios públicos,
evitando também assim, que os peões se desloquem pelas valetas como foi observado
principalmente na Rua Dom Infante Henrique. Isto tem como finalidade, para além de
prevenir e atenuar o risco de queda da população, aumentar o nível de segurança nas vias
públicas devido à deslocação dos veículos automóveis. Para além disto, apesar de existir
alguns passeios, muitos destes encontram-se desnivelados ao nível estrutural, sendo
essencial da mesma forma alertar as entidades para a alteração desta problemática.

92
Tendo em conta que o nosso foco principal tem como intuito prevenir e/ou atenuar o risco
de queda, são necessárias algumas intervenções, nomeadamente:

 Avaliar o risco de queda;


 Alertar sobre a importância de ser feita por parte de autoridades responsáveis,
manutenção e vigilância da via pública;
 Melhorar a iluminação da via pública de modo a esta se tornar mais segura para
os peões;
 Atuar sobre os fatores psicológicos causados pelas quedas.

É ainda de extrema importância avaliar se a comunidade tem perceção dos perigos que
estão submetidos em relação à inexistência dos passeios públicos nas ruas da comunidade.
Assim como, manter a população instruída e informada, através da educação para a saúde,
sobre os fatores de risco a que estão sujeitos e de que forma os podem evitar.

Para avaliar o risco de queda podem ser utilizadas as seguintes escalas, a Escala Stratify
(Anexo II) e a Escala de Morse (Anexo III). A escala de Stratify é constituída por cinco
perguntas com respostas de opções dicotómicas (sim/não). Por sua vez, a escala de Morse
é composta por seis itens que refletem os fatores de risco de queda. Com a utilização
destas escalas é, então, possível identificar os indivíduos em risco e, deste modo, evitar a
ocorrência de quedas.

Devido à existência de alguma população envelhecida e, ainda que não sejam medidas
prioritárias na freguesia de São Martinho do Bispo, é importante destacar a necessidade
de intervir quanto à presença de barreiras arquitetónicas, sendo elas: obstáculos à entrada
de edifícios e transportes públicos, pisos escorregadios sinalizados e ainda existência de
rampas de acesso que facilitam a deslocação, diminuindo mais uma vez o risco de queda.

Para finalizar, e com base nas propostas descritas, era benéfico para a população esta
situação ser apresentada à Junta de Freguesia de São Martinho do Bispo e Ribeira de
Frades, de modo a que as intervenções necessárias para a resolução do problema sejam
concretizadas. Estas propostas contemplam principalmente obras de melhoramento
relativas à retificação dos acessos aos passeios públicos.

93
94
CONCLUSÃO

A realização deste estudo sobre os Determinantes de Saúde da comunidade, permitiu ao


grupo desenvolver capacidades, as quais possibilitaram atingir os objetivos inicialmente
delineados. Desta forma, foi efetuada uma recolha abrangente de informação sobre as
condições socioeconómicas e a qualidade de vida da comunidade em estudo. Assim,
tornou-se possível desenvolver e melhorar a capacidade comunicacional e observacional,
as estratégias para uma correta colheita de informação, bem como a posterior
interpretação e análise da mesma. Tudo isto se revelou ser algo importante para o nosso
desenvolvimento enquanto futuros profissionais de saúde.

A localidade de São Martinho do Bispo, como já referido ao longo do trabalho, é uma


zona rural em que a sua população, objeto de estudo do nosso trabalho, é constituída
maioritariamente por idosos, assim como estudantes que pertencem às faculdades
inseridas na região.

Relativamente às acessibilidades, podemos dizer que os transportes públicos são


suficientes e existe flexibilidade nos horários dos autocarros, o que possibilita assim as
deslocações, por exemplo, ao centro de saúde e hospital da zona às pessoas que não têm
outro meio de transporte.

Através da observação, pudemos concluir que a população que habita entre a Rua 1º de
Maio e Rua Infante Dom Henrique sente dificuldade nas deslocações a pé, uma vez que
uma das ruas não apresenta passeios e a outra apresenta alguns em estado degradado, este
último contribui para o aumento do risco de queda da população. Desta forma, como
futuros profissionais de saúde, deveríamos atuar no sentido de evitar que a população não
consiga adquirir o seu lazer ao caminhar, intervindo com a Junta de Freguesia de São
Martinho do Bispo e Ribeira de Frades e com a Câmara Municipal de Coimbra, para estes
atuarem na construção de passeios públicos.

Ao longo da elaboração deste trabalho, foi percetível que os determinantes de saúde, a


localização, história geográfica, tradições e o meio ambiente em que a comunidade está
inserida, influenciam de forma notável, os conhecimentos, hábitos e comportamentos da

95
pessoa ou da comunidade em relação à sua saúde. Para isto, o indivíduo necessita de ser
visto, não só como um utente inserido num sistema de saúde, mas também como um
sujeito que pertence a um determinado meio e que está envolvido no seu contexto
holístico. Foi também possível formular algumas propostas de intervenção com vista a
melhorar o bem-estar e a qualidade de vida da população em causa.

Contudo, ao longo deste trabalho, foram surgindo diversas limitações que exigiram uma
a criação de novas estratégias para a resolução de problemas. Dentro destas, destacamos
a dificuldade inicial em abordar e questionar a população e os responsáveis das
instituições devido à pandemia que vivenciamos, o que não nos permitiu realizar certas
atividades e dificultou a realização de entrevistas à comunidade. Outra dificuldade
sentida, em relação às entrevistas que conseguimos realizar, foi o facto de a utilização da
máscara de proteção dificultar o processo de comunicação. Não só as entrevistas à
comunidade, como também não pudemos visitar interiormente as instituições e ter
contacto com a comunidade nela inserida.

Foi também sentida por nós, a dificuldade na elaboração do estudo em si, uma vez que,
por sermos um grupo bem constituído, tivemos que nos dividir e organizar por tarefas,
sentimos o tempo cada vez mais apertado, e, por isso, foi um desafio para toda a equipa.

No que diz respeito ao contributo do trabalho para a aprendizagem do grupo, podemos


referir que as visitas efetuadas à área em estudo, as respostas aos guiões realizados na
comunidade e ainda as reuniões de apresentação via Zoom que nos foram proporcionadas
pelas instituições, contribuíram, não só, para uma melhor compreensão das características
e necessidades daquela zona, assim como nos permitiu melhorar as capacidades de
comunicação, planeamento, organização e execução de tarefas.

Em suma, esta experiência permitiu-nos adquirir consciência da importância do papel do


enfermeiro numa comunidade, da autonomia e da obtenção de conhecimento científico
fora do ambiente hospitalar, como estamos habituados. Assim, tornou-se claro que é
essencial apostar na promoção da saúde e na prevenção da doença, com o intuito de
promover uma melhor qualidade de vida das populações. Cabe, portanto, ao enfermeiro
trabalhar com as comunidades, redes de apoio, com o indivíduo e com a família do
mesmo, com vista a promover um maior interesse da população pela sua condição de
saúde.

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107
108
ANEXOS

1
2
ANEXO I - Artigo do Código Deontológico do Enfermeiro

Fonte: Ordem dos Enfermeiros, s.d.. Recuperado de: https://www.ordemenfermeiros.pt/


arquivo/legislacao/Documents/LegislacaoOE/CodigoDeontologico.pdf

1
2
ANEXO II – Escala de Quedas de STRATIFY

Fonte: Escalas de avaliação de risco de quedas (2014). Recuperado de: https://doi.org/10.12707/


riii12145

1
2
ANEXO III – Escala de Quedas de Morse

Fonte: Escalas de avaliação de risco de quedas (2014). Recuperado de: https://doi.org/10.12707/


riii12145

1
2
APÊNDICES

1
2
APÊNDICE I – Guião para a Recolha de Dados do “Estudo de Determinantes de
Saúde de uma Comunidade”

Licenciatura de Enfermagem
Ano Letivo 2019/2020
Reativação do Ensino Clínico de Fundamentos de Enfermagem na Comunidade
São Martinho do Bispo e Ribeira de Frades- Subequipa 1.2

GUIÃO PARA A RECOLHA DE DADOS DO “ESTUDO DE DETERMINANTES DE


SAÚDE DE UMA COMUNIDADE”

ENQUADRAMENTO GEODEMOGRÁFICO

1. LOCALIZAÇÃO DA COMUNIDADE
● Área total (Km2):______________
● Relevo geográfico: Acidentado ___ Plano ___ Perto do rio ou ribeira ___
● Aspeto geral (organização, higiene geral, estética, vandalização, etc.) ________
● ________________________________________________________________
_____________________________________________________
● População residente
Jovem ___ Adulta ___ Envelhecida ___ Mista ___
Número de habitantes:_____
● Ordenamento habitacional
Habitações predominantes: Térrea ___ Com mais de um andar ___ Prédios ___
Número de habitações:_____
Número de ruas:_____

3
Distância entre habitações: Sim ___ Não ___

2. ADMINISTRAÇÃO
● Junta de Freguesia:______________________________________________
Localização:________________________________________________
Nome do Presidente da Junta de
Freguesia:__________________________________
________________________________________________________________
_____Considera que o presidente está a exercer bem as suas funções? Sim___
Não___
Líderes locais: Sim ___ Não ___
Se sim, quais?_____________________________________________

3. ACESSIBILIDADE

● Transportes
Transportes públicos disponíveis: Autocarro ___ Comboio ___ Táxi ___ Uber
___
Linhas:____________________________________________________
Frequência:_________________________________________________
Número de paragens:______
Distância à paragem:__________________________________________
Condições dos pontos de paragem dos transportes públicos (cobertos, têm
bancos, informação, espaço)?
________________________________________________________________
_______________________________________________________________
Cumprimento das recomendações DGS relativamente à pandemia COVID-19
(solução desinfetante, cartazes informativos, sinalização, etc)? Sim ___ Não ___
Se sim,
quais?________________________________________________________
Considera que os transportes públicos desta área são adequados: Sim ___ Não
___

4
Sente-se seguro a andar de transportes públicos devido à pandemia COVID-19?
Sim___ Não ___
● Rede viária
Estradas
Tipo de pavimento:___________________________________________
Estado do pavimento:_________________________________________
Largura adequada: Sim ___ Não ___
Permite a circulação de veículos de emergência: Sim ___ Não ___
Adequada nos dois sentidos: Sim ___ Não ___
Locais de estacionamento: Suficientes ___ Insuficientes ___ Inexistente ___

Passeios
Presença de passeios em todas as estradas: Sim ___ Não ___
Se não, em quais?____________________________________________
Tipo de pavimento:____________________________________________
Estado do pavimento:___________________________________________
Largura adequada: Sim ___ Não ___
Altura: Alto ___ Normal ___ Baixo ___
Presença de obstáculos: Sim ___ Não ___
Presença de dispositivos facilitadores de mobilidade (rampas, corrimões):Sim
___ Não ___
Se sim, quais:_______________________________________________

Passadeiras
Presença de passadeiras: Sim ___ Não ___
Existe passadeiras suficientes: Sim ___ Não ___
Presença de semáforos: Sim ___ Não ___
Boa sinalização: Sim ___ Não ___
Adaptada a pessoas invisuais: Sim ___ Não ___

4. RECURSOS DE COMUNICAÇÃO

5
● Correio
Existe um posto de correio na localidade: Sim ___ Não ___
Se não, a que distância se encontra o posto de correio mais
próximo:____________________________________________
Horário de funcionamento:____________________________
Existe distribuição de correio ao domicílio: Sim ___Não ___
Costuma utilizar o serviço: Sim ___ Não ___
Quando utiliza sente-se satisfeito em relação a estes: Sim ___ Não ___
Se não, motivo:____________________________________________

Cumprimento das recomendações DGS relativamente à pandemia COVID-19


(solução desinfetante, cartazes informativos, sinalização, etc)? Sim ___ Não ___
Se sim, quais?_______________________________________________

● Jornais locais
Existe jornal local: Sim ___ Não ___
Se sim, qual:_______________________________________________
Periodicidade: Diário ___ Semanal ___ Mensal ___ Anual ___
Onde se encontram disponíveis ______________________________________
Acredita que é uma mais-valia para a localidade: Sim ___ Não ___
● Serviços de entrega ao domicílio
Zona abrangida pelos serviços de entrega? Sim ___ Não ___
Utiliza os serviços de entrega? Sim ___ Não ___
● Rede móvel/fixo e televisão
Telefone móvel ___ ou telefone fixo ___
Tem televisão: Sim ___ Não ___
Tem acesso à internet: Sim ___ Não ___
Satisfação a nível da cobertura de rede: Péssima ___ Razoável ___ Boa ___
Muito boa ___
Se não possui nenhum dos meios de comunicação referenciados anteriormente,
como costuma comunicar com os parentes/amigos? _______________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________

6
● Recursos Digitais
Tem computador: Sim___ Não___
Se sim, utiliza com frequência/facilidade? Sim ___ Não___
Recorre às novas tecnologias da comunicação quando pretende tratar de assuntos
relacionados com a saúde? Sim___ Não___
Tem conhecimento da chave móvel digital? Sim___ Não___
Se sim, faz uso da mesma? Para que efeito?_______________________
________________________________________________________________
Se não, sabe como aderir (loja do cidadão)?_______________________
Durante o confinamento, no âmbito da Covid19, como manteve
contato/comunicação com os seus familiares? Quais o meios de comunicação
que usou?________________________________________________________
________________________________________________________________

RECURSOS BÁSICOS DE QUALIDADE DE VIDA

1. SANEAMENTO BÁSICO

Existe saneamento em São Martinho do Bispo e Ribeira de Frades: Sim ___ Não
___
Abastecimento de água: Sim ____ Não ____
Se sim, origem da água: Rede pública ___ Poço ___ Rio ___
Reservatório de água___ Da chuva ____ Furo ____
Outro:________________________________
Qualidade da água: Muito boa ____ Boa ____ Má ____
Tem água canalizada em casa? Sim ____ Não ____
Costuma usar a água canalizada ou opta por comprar garrafões de água? E
porquê?
_______________________________________________________________
Em relação ao fornecimento de água, costumam surgir problemas: Sim ____
Não___
Se sim, com que frequência?
_________________________________

7
A resolução desses problemas é rápida ou lenta? _________________________
Tem acesso a água quente? Sim ___ Não ___

● Esgotos:
Existe uma rede de esgotos: Sim ___ Não ___
Se não, para onde são encaminhados os dejetos: ETAR ___ Fossa sética
___ Fossa a céu aberto ___ Rio____
Outros:_________________________________
Se tem fossa, como é realizada a sua limpeza?
_______________________________
É usual sentir o cheiro a esgoto na rua? Sim ___Não ___

● Recolha de lixos:
Existe recolha de lixo? Sim _____ Não _____
Se sim, com que frequência?
_______________________________________
Empresa responsável pela recolha:
________________________________________
Episódios de acumulação de lixos: Sim _____ Não _____
Se sim, com que frequência?
_______________________________________
Existem contentores do lixo? Sim _____ Não _____
Acha o número de contentores suficiente? Sim _____ Não _____
Estão bem distribuídos? Sim _____ Não _____
Existem ecopontos? Sim _____ Não ____
Acha o número de contentores suficiente? Sim _____ Não _____
Estão bem distribuídos? Sim _____ Não _____
Costuma fazer reciclagem? Sim _____ Não _____
Se não, qual o motivo?______________________________________

● Higiene das ruas


As ruas encontram-se limpas e livres de odores desagradáveis? Sim ____ Não
_____
Se não, que tipo de lixo encontra nas ruas? Resíduos orgânicos _____

8
Folhas/musgo/areias _____ Dejetos de animais _____ Cigarros _____ Máscaras
_____
Outros_________________________________________________________

Entidade responsável pela limpeza: ____________________________________


Com que frequência é realizada?
_______________________________________

Gostava de ver alguma coisa mudada no que toca às questões de higiene nas ruas
Infante D. Henrique e Rua 1º Maio?
_______________________________________
________________________________________________________________
_____

2. ABASTECIMENTO DE ENERGIA (ELETRICIDADE)

Eletricidade? Sim ____ Não _____


Fonte: Rede pública ____ Painéis solares ____ Energia eólica ____ Outros
Existem falhas de energia? Sim ____ Não ____
Observações: ________________________
Existe gás canalizado? Sim ____ Não _____
Boa iluminação pública: Sim ____ Não ____
Utilização de lâmpadas LED? Sim _____ Não ____
Periodicidade das inspeções:_________________________________________

3. SEGURANÇA
● Iluminação pública

Existe? Sim ____ Não ____


Se sim, é eficaz? Sim _____ Não _____

Estão bem distribuídos? Sim _____ Não _____


O horário de iluminação é adequado? Sim _____ Não _____

● Violência e criminalidade
Existência de violência e criminalidade na zona? Sim _____ Não _____

9
● Proteção pública e privada
Existem rondas de patrulha? Sim ____ Não ____
Se sim, com que frequência?
______________________________________
Quais as entidades de resposta? PSP _____ GNR ____ Bombeiros _____ Cruz
vermelha _____
Prontidão de resposta de veículos de
emergência:_____________________________

● Animais domésticos
Tem animais domésticos? Sim ____ Não ____
Se sim, têm as vacinas em dia? Sim _____ Não _____

4. ESPAÇOS VERDES

Espaços verdes na zona (ex: jardins, locais de convivência)? Sim ____ Não ____

Se sim:
Qual o estado de conservação? _______________________________

São adequados à prática de exercício físico? Sim _____ Não _____


São adequados a atividades de lazer? Sim _____ Não ___
Existem rios/lagos? Sim _____ Não ____
Fácil acesso: Sim ____ Não ____
Costuma usufruir dos espaços verdes? Sim _____ Não _____
Devido à pandemia COVID-19 deixou de frequentar estes espaços? Sim
____ Não ____
Como descreve a qualidade do ar nestas zonas: Poluido ____ Fraca
qualidade____

ECONOMIA

1. SETORES DE ATIVIDADE

10
Setor predominante? Primário ___ Secundário ___ Terciário __

● Espaços de cultivo
Existem espaços de cultivo/prática da agricultura? Sim ___ Não ___
Facilidade de acesso: Sim ___ Não ___
Se não, quais as dificuldades:_________________________________
Qual o grau de adesão por parte da população à prática de agricultura? Baixo
___ Moderado ___ Elevado ___
Qual a finalidade da sua
produção:______________________________________
O que é
produzido:____________________________________________________
Existem membros da população que utilizem como fonte de rendimento a
agricultura: Sim ___ Não ___
● Indústrias/Empresas
Existem empresas/indústrias na zona? Sim ___ Não ___
Se sim, de que tipo?________________________________________
Quais os nomes?___________________________________________
Que tipo de produtos são
comercializados:__________________________________
________________________________________________________________
_____
Essas empresas albergam um grande número de empregados? Sim __ Não ___
A empresa insere-se na área de residência dos empregados? Sim ___ Não ___
Existe recentemente o encerramento de alguma empresa existente na zona? Sim
___ Não ___
Se sim, afetou os níveis de pessoas empregadas na região? Sim _ Não _
● Comércio e serviços (tipo e localização)
Existe comércio na zona? Sim ___ Não ___
Se sim, de que tipo?__________________________________________
Qual o tipo de comércio predominante na zona?__________________________
Qual a acessibilidade deste? Alta ___ Moderada ___ Baixa ___
A sua localização é a mais adequada? Sim ___ Não ___

11
Como se desloca até lá?
_____________________________________________
Os serviços existentes parecem satisfazer as necessidades da população? Sim
___ Não ___
Se não, quais as necessidades não satisfeitas:______________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________

2.PERCEÇÃO DO PODER DE COMPRA

Situação económica predominante na zona: Muito Satisfatória ___ Satisfatória


___ Com dificuldades ___
Zona com luxos visíveis? Sim ___ Não ___
Se sim,
quais?_________________________________________________

Locais de compra: Feiras ___ Mercados ___ Estabelecimentos comerciais ___


Existe oferta de emprego na zona? Sim ___ Não ___
Se sim, de que tipo?_____________________________________
Taxa de desemprego: Alta ___ Baixa ___
Fonte de rendimento: Suficiente ___ Insuficiente ___
Origem do rendimento:
________________________________________________
Considera que os seus rendimentos foram afetados devido à pandemia COVID-
19?
Sim ___ Não ___

EDUCAÇÃO

REDE DE ESTABELECIMENTO DE ENSINO:

Existe algum estabelecimento de ensino na zona? Sim ___ Não ___

12
Se sim, Creches ___ Infantários ___ Escolas primárias ___ Escolas
básicas ___ Escolas secundárias ___ Universidades ___

São: Públicos ___ Privados ___

As crianças e jovens em idade escolar frequentam os estabelecimentos de ensino


da zona? Sim ___ Não___
Qual a taxa de insucesso / abandono escolar? _______________
Nº de estudantes matriculados: ________
Existe abono escolar/bolsa para os estudantes que necessitem? Sim ___ Não
___
Existem estudantes com necessidades especiais? Sim ___ Não ___
Existem recursos para estudantes com necessidades especiais? Sim ___ Não
___
Quais?___________________________________________________________

Qual o modo de aquisição de manuais escolares/ material escolar? __________


________________________________________________________________
________________________________________________________________

Existe apoio da junta/ autarquia para a aquisição de material escolar? Sim___


Não___
Existem auxiliares educativos que permitam a segurança das crianças e jovens?
Sim ___ Não ___

Existem condições para ser mantido o distanciamento social entre os estudantes


em contexto de sala de aula? Sim ___ Não ___
E nos recreios? E durante as refeições? Sim___ Não___
A utilização de máscara é obrigatória nos estabelecimentos de ensino? Sim___
Não___
Quais as orientações (idade, locais de utilização,
regras)________________________
________________________________________________________________
_____

13
Se sim, todos cumprem a regra? Sim ___ Não___
Existe gel desinfetante disponível para higienizar as mãos? Sim ___ Não___
Se sim, todos cumprem com a higienização adequada das mãos?
Sim___ Não___
Está satisfeito com os recursos escolares na sua zona? Sim___ Não___

Observações:______________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

SAÚDE

1. REDE DE EQUIPAMENTOS DE SAÚDE


● Público/Privado __

Nome das instituições? _____________________________________________

Hospital __ Centro de Saúde __ Farmácias __ Parafarmácias __ Clínicas


privadas __ Laboratório de Análises Clínicas __ Clínicas Complementares de
Diagnóstico __ Veterinário __
Quais os horários destes recursos?_____________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
Ao qual hospital se costuma dirigir em caso de necessidade? Como o faz?
_______________________________________________________________
Frequenta o centro de saúde? Sim __ Não __
Se sim, qual?
________________________________________________
Considera fácil o acesso aos serviços de saúde? Sim __Não __
Tem médico/enfermeiro de família? Sim __ Não __
Se sim, conhece? Sim __ Não __
Horário do Centro de Saúde: ____________________________________
Considera que os horários coincidem com as necessidades de saúde da

14
população? Sim__ Não __
Considera adequado o tipo de instalações? Sim __ Não __
E o número de profissionais de saúde? Sim __ Não __
Sente falta de algum serviço? Sim __ Não __
Se sim, qual?
___________________________________________________
Motivos frequentes de recorrência ao Centro de Saúde:
____________________
Nível de satisfação dos serviços de saúde: Satisfatório __ Não Satisfatório __
Se não satisfatório, qual o motivo? __________________________________
Faixa etária mais recorrente? 0 – 14 anos __ 15 – 64 anos __+65 anos __
Em caso de urgência, as unidades de saúde mantém a sua resposta? Sim __ Não
__
Tem facilidade em marcar consultas de enfermagem e médicas? Sim __ Não ___
Se não, que dificuldades identifica?
_______________________________
Costuma frequentar serviços de saúde privados? Sim __ Não __
Se sim, que vantagens identifica?
_____________________________
Possui algum tipo de doença/limitação? Sim __ Não __ Se sim, qual?
___________
Considera que a farmácia tem um acesso fácil? Sim __ Não __
Se sim, qual a farmácia a que mais recorre?
___________________________
Sente-se seguro nas unidades de saúde? A população segue as recomendações da
DGS relativamente ao uso de máscara e distanciamento? Sim __ Não __
As unidades de saúde disponibilizam gel desinfetante? Sim __ Não __
Reduziu as suas deslocações às unidades de saúde devido à pandemia COVID-
19? Sim __ Não __
Se sim, porquê?
_________________________________________________
Sentiu necessidade de recorrer a algum serviço de saúde? Sim __ Não __
Se sim, a consulta realizou-se presencialmente ou por teleconsulta?

15
________________________________________________________________
_____

Se a consulta se realizou por contacto telefónico, sentiu-se confortável com este


método? Sim __ Não __ Porquê? _____________________________

Sabe se são feitas campanhas de sensibilização/rastreios de saúde à população?

Sim ___ Não __


Se sim, quais?
__________________________________________

Reconhece vantagens na existência das mesmas? Sim ___ Não ___


Porquê?
______________________________________________________
Se surgir alguma emergência, quanto tempo demoram em média os serviços de
emergência médica a chegar? _______________________________________

● Recursos humanos (apoio ao domicílio):


Existe: Sim___ Não___
Se sim, quem são os responsáveis pelos mesmos?
_____________________
Utiliza este serviço? Sim __ Não __
Se sim, há quanto tempo e para que fim?
______________________________

_______________________________________________________________

 Acessibilidade (horários e tipos de serviços):


Deslocação fácil? Sim __ Não ___
Existem transportes? Sim __ Não __
Se sim, quais?
__________________________________________________

16
Horários:________________________________________
Tipos de serviços: _______________________________________________
Condições físicas de fácil passagem? (escadas, rampas…) Sim __ Não __
Caso se tenha deslocado às Unidades de Saúde, sentiu que a acessibilidade aos
mesmos se tornou mais dificultada (horários mais restritos) devido à pandemia
COVID-19? Sim __ Não __
Pagamento de taxas moderadoras Sim __Não __

APOIO SOCIAL

1. REDE DE EQUIPAMENTOS SOCIAIS DE APOIO


● A idosos (lar, centro de dia, santa casa da misericórdia, etc)

Existe: Sim___ Não___


Se sim,
qual/quais:_____________________________________________
Se não, considera pertinente a existência de uma? Sim __ Não __

Horário:_______________________________________
Existe transporte assegurado? Sim __ Não __
Acessível a todos os idosos? Sim __ Não __

● A deficientes

Existe alguma rede de apoio? Sim __ Não __


Se sim,
qual/quais:_____________________________________________
Se não, considera pertinente a existência de uma? Sim __ Não __

Horário:______________________________________
Existe transporte assegurado? Sim __ Não __

● A crianças

17
Existe alguma rede de apoio como creches, ATL’S? Sim __ Não __
Se sim,
qual/quais:_____________________________________________
Se não, considera pertinente a existência de uma? Sim __ Não __

Horário: _________________________________________
Existe transporte assegurado? Sim __ Não __
Acessível a todas as crianças? __ Não __
Se não, qual o critério de escolha? _______________________

● A famílias carenciadas

Existe? Sim __ Não __

Se sim,
qual/quais:_____________________________________________
Se não, considera pertinente a existência de uma? Sim __ Não __

Em relação à sua acessibilidade, são de fácil acesso? Sim __ Não __


Se não, quais os problemas que encontra?
____________________________
Conhece alguma família que esteja a passar necessidades e que não receba
nenhum
tipo de ajuda? Sim __ Não __

2. ATIVIDADES DE SOLIDARIEDADE

Está a ser desenvolvida alguma atividade de solidariedade na área? Sim __ Não


__
Se sim, qual/quais? __________________________________________
De que forma obtém esse conhecimento? ______________________________
Quem organiza e realiza? ___________________________________________
Qual a população alvo?
_____________________________________________
Costumam ser feitas atividades do género? Sim __ Não __
A população costuma aderir? Sim __ Não __

18
Se não, porquê?
________________________________________________
_____________________________________________________________
As atividades contribuem positivamente para o bem-estar da população? Sim __
Não __
Se sim/não, porquê?
________________________________________________________________
_____________________________________________

RECURSOS CULTURAIS, RECREATIVOS E RELIGIOSOS

1. REDE DE EQUIPAMENTOS, EVENTOS E FESTIVIDADES

● Biblioteca/Museu/Galeria de arte na zona

Existem? Sim __ Não __


Se sim, quais?
_________________________________________________
Se não, considera pertinente a existência destes? Sim __ Não __

Costuma frequentá-los? Sim __ Não __


Se sim, estes têm adesão por parte da população: Sim __ Não __
Considera que estes espaços cumprem com as recomendações da DGS
relativamente à pandemia COVID-19? (distanciamento social e uso de máscara)
Sim __ Não __

● Cinema, teatro, música e arte

Existem? Sim __ Não __

Se sim
quais:___________________________________________________
Se não, considera pertinente a existência destes? Sim __ Não __
Tem adesão por parte da população: Sim __ Não __

19
Costuma frequentá-los? Sim __ Não __
Considera que estes espaços cumprem com as recomendações da DGS
relativamente à pandemia COVID-19? (distanciamento social e uso de
máscara) Sim __ Não __

● Associações/Coletividades/Grupos

Existem? Sim___ Não___

Se sim quais:
____________________________________________________
Se não, considera pertinente a existência destes? Sim __ Não __

Costuma frequentá-las? Sim __ Não __


Considera que estes espaços cumprem com as recomendações da DGS
relativamente à pandemia COVID-19? (distanciamento social e uso de máscara)
Sim __ Não __
Atividades promovidas:
______________________________________________
Reconhece a sua importância para a comunidade?
___________________________
Acha que deviam ser criados mais? Sim __ Não __
Tem adesão por parte da população: Sim __ Não __

● Bares/Restaurantes/Discotecas/Cafés/Pastelarias

Existem? Sim __ Não __

Se sim quais:
________________________________________________________________
________________________________________________________________

Tem adesão por parte da população: Sim __ Não __


Costuma frequentá-los? Sim __ Não __
Considera que estes espaços cumprem com as recomendações da DGS
relativamente à pandemia COVID-19 (distanciamento entre mesas, desinfeção

20
destas e de cadeiras…)?
Sim____ Não___

Horário de atendimento ao público:


______________________________________

● Igrejas/Locais de culto/Cemitério

Existem? Sim __ Não __

Se sim quais:
____________________________________________________

Costuma frequentá-los? Sim __ Não __


Tem adesão por parte da população: Sim __ Não __
Considera que estes espaços cumprem com as recomendações da DGS
relativamente à pandemia COVID-19? (distanciamento social e uso de máscara)
Sim__ Não __
Estado de conservação? _____________________________________________

● Festas religiosas/populares:

Existem? Sim___ Não___

Se sim, quais? __________________________________________


Se não, considera pertinente a existência de uma? Sim __ Não __

Costuma frequentá-las?
________________________________________________
Gostava que fossem organizadas mais?
____________________________________
Qual é a religião predominante?
_________________________________________
Tem conhecimento da existência de outras religiões na comunidade? Sim __Não
__
Se sim, qual/quais?

21
________________________________________________________________
________________________________________________________________

 Feiras

Existem? Sim __ Não __

Se sim, quais?
____________________________________________________
Se não, considera necessário a sua criação? Sim __ Não __
Porquê? ______________________________________________________
Se sim, quais acha que deveriam ser criadas? _______________________
Importância para a comunidade:
______________________________________
Costuma ir? ________________________

Considera que estes espaços cumprem com as recomendações da DGS


relativamente
à pandemia COVID-19? (distanciamento social e uso de máscara) Sim __ Não
__
Considera os preços acessíveis?_______________________________________
Sente que o seu estilo de vida e as suas atividades do quotidiano sofreram
alterações
com a pandemia COVID-19?
Se sim, em que aspetos?_______________________________________

22
APÊNDICE II – Entrevista de Recolha de Dados às Enfermeiras do Centro de
Saúde de São Martinho do Bispo

Licenciatura de Enfermagem
Ano Letivo 2019/2020
Reativação do Ensino Clínico de Fundamentos de Enfermagem na Comunidade
São Martinho do Bispo e Ribeira de Frades- Subequipa 1.2

Entrevista de Recolha de Dados às Enfermeiras do Centro de Saúde de São Martinho do


Bispo

1. Do ponto de vista da estrutura, quantas unidades funcionais constituem o Centro


de Saúde?
2. Qual horário de funcionamento habitual? Existe prolongamento de horário (ex.
fim de semana) e para que situações?
3. Do ponto de vista dos recursos materiais e humanos, considera-os adequados à
necessidade de cuidados de saúde da população que abrange? Se não como lidam
com estas dificuldades?
4. Quais são os programas e projetos de saúde assegurados pelas unidades do centro
de saúde à população? Existe adesão por parte da população?
5. Quais são os principais motivos que levam os utentes a dirigirem-se ao Centro de
Saúde?
6. Relativamente aos cuidados de enfermagem, os utentes costumam demostrar um
bom comportamento de adesão, se não é justificado porquê? (económicos, falta
de acessibilidade; literacia, recursos, crenças …)
7. O centro de saúde disponibiliza Visitação Domiciliária, como é constituída a
equipa que realiza a VD e quais as principais situações/necessidades de
desencadeiam este recurso?

23
8. De que forma, o Centro de Saúde se interliga com outras instituições (serviços
hospitalares, IPSS; ERPI, RNCCI) para providenciarem melhores respostas aos
problemas de saúde da comunidade? E considera esta interligação eficaz?
9. O Centro de saúde tem resposta a jovens deslocados (estudantes)? Relativamente
a pessoas estrangeiras, quais as dificuldades sentidas e as experiências
vivenciadas?
10. Relativamente à pandemia COVID-19, considera que o Centro de Saúde
conseguiu corresponder às necessidades da população?
11. Para assegurar o distanciamento social, que estratégias adotaram para assegurar
as consultas (presencial; telefónicas, teleconsulta, e-mail, …)
12. Sentiu dificuldades e alguma resistência por parte da população em compreender
a situação?
13. Que tipo de crenças manifestadas pela população relativas à pandemia COVID-
19 a marcou? Pessoalmente, como lidou com isso?
14. Na sua opinião, alteraria ou acrescentaria alguma coisa na atuação do Centro de
Saúde, relativamente à pandemia COVID-19?
15. Considera que a população se encontra satisfeita com os serviços prestados? E
que esta cumpre com o plano de vacinação?
16. Se pudesse, que projeto/os gostaria de desenvolver neste centro de saúde, e
porquê?

24
APÊNDICE III – Entrevista de Recolha de Dados à Farmácia Donato

Licenciatura de Enfermagem
Ano Letivo 2019/2020
Reativação do Ensino Clínico de Fundamentos de Enfermagem na Comunidade
São Martinho do Bispo e Ribeira de Frades- Subequipa 1.2

Entrevista de Recolha de Dados à Farmácia Donato

Há quanto tempo existe esta farmácia?


___________________________________________________________________
Quantos e quais profissionais trabalham na farmácia?
__________________________________________________________________
De que área geográfica é a maioria dos seus clientes?
___________________________________________________________________
Qual a faixa etária que mais recorre aos seus serviços?
___________________________________________________________________
A população opta mais por genéricos ou pelas marcas? E porquê?
___________________________________________________________________
Sente que as pessoas deixam de comprar alguma medicação por problemas
económicos?
Sim __ Não __
Têm alguma forma de as ajudar?
Sim __ Não __
Se sim, quais?

1
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

Quais são os medicamentos que a população mais compra?


___________________________________________________________________
_____________________________________________________________

Fornecem algum tipo de serviço de entrega de medicamentos ao domicílio?


Sim __ Não __
Se não, porquê?
______________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Disponibilizam algum serviço de preparação em unidose diária ou semanal da
medicação para facilitar o seu cumprimento?
___________________________________________________________________

A população recorre, maioritariamente, a este tipo de serviço com receita médica ou


por automedicação?
________________________________________________________________
A população adere à reciclagem da medicação fora da validade?
Sim __ Não __
Se não, porquê?
___________________________________________________________________
_____________________________________________________________
Possuem algum tipo de projetos ou workshops para a melhoria da qualidade de saúde
da população?
Sim __ Não __
Se sim, quais?
___________________________________________________________________
___ _______________________________________________________________
Se sim, como é feita essa divulgação?
___________________________________________________________________

2
Prestam outros serviços para além da venda de medicamentos (ex: avaliação da
glicémia, colesterol, tensão arterial, rastreios, vacinação, …)?
Sim __ Não __
Se sim, Quais?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

Qual o número de vezes que estão disponíveis por semana?


________________________________________________________________
Por que profissionais são realizados?
________________________________________________________________
Têm grande adesão?
Sim __ Não __

Que faixa etária mais procura estes serviços e rastreios?


________________________________________________________________
________________________________________________________________
As pessoas procuram a farmácia para conselhos de saúde?
Sim __ Não __
Se sim, que tipo?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Ficam esclarecidos com os conselhos?
Sim __Não __
Se não, porquê?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Em caso de haver algum utente com deficiências, considera que este tem fácil
acessibilidade à farmácia?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Em que medida é que considera que a relação interpessoal com o cliente é importante?
E como contribui para a sua identidade profissional?

3
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Que problemas identifica nesta farmácia? (ex: falta de stock e reposição demorada)
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

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