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CENTRO UNIVERSITÁRIO SANTO AGOSTINHO

COORDENAÇÃO DO CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

JOÃO PEDRO LOPES BELEENSE DE SALES

SEGURANÇA EM INSTALAÇÃO ELÉTRICA EM UNIDADE CONSUMIDORA


COMERCIAL: UM ESTUDO DE CASO EM TERESINA - PI

Teresina-PI
2023
2

JOÃO PEDRO LOPES BELEENSE DE SALES

SEGURANÇA EM INSTALAÇÃO ELÉTRICA EM UNIDADE CONSUMIDORA


COMERCIAL: UM ESTUDO DE CASO EM TERESINA - PI

Artigo Científico apresentado à Coordenação do Curso de


Bacharelado em Engenharia Elétrica do Centro
Universitário Santo Agostinho, como requisito parcial para
obtenção do título Bacharel em Engenharia Elétrica, na
disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso, sob
avaliação da Profª. Danielle Cristinny Leite e Silva.

Orientador: Prof. Rodrigo Pereira de Oliveira


.

TERESINA
2023
3

SEGURANÇA EM INSTALAÇÃO ELÉTRICA EM UNIDADE CONSUMIDORA


COMERCIAL: UM ESTUDO DE CASO EM TERESINA - PI

João Pedro Lopes Beleense de Sales1 - Centro Universitário Santo Agostinho


Rodrigo Pereira de Oliveira2 - Centro Universitário Santo Agostinho

RESUMO

O presente artigo aborda uma análise técnica das instalações elétricas e condições de segurança
contra choque elétrico em uma unidade consumidora comercial no município de Teresina – PI,
a partir de uma análise qualitativa e quantitativa instantânea das instalações elétricas e suas
grandezas. O estudo de caso demonstra os riscos inerentes a exposição a eletricidade quando a
intalação elétrica não segue os padrões normatizados e não possui um projeto e
dimensionamento dos circuitos feito por um profissional habilitado, a fim de evitar um acidente
com vítima fatal. Através da coleta de dados utilizando um alicate amperímetro, equipamento
medidor de grandezas elétricas, os resultados obtidos com esse estudo foram positivos, levando
em consideração a vida e as possíveis consequências do mal dimensionamento de condutores.
Ademais, foi possível solicitar uma análise de variação de tensão de responsabilidade da
concessinária de energia do estado, elaboração de projeto de instalações elétricas, métodos de
manutenção preventiva para máquinas elétricas e quadro de distribuição, visando sempre a
conservação, bom funcionamento de todos os equipamentos e a saúde do ser humano.

Palavras-Chave: Dimensionamento. Instalações elétricas. Manutenção. Projeto.

1 INTRODUÇÃO

A realização de uma revisão e manutenção preventiva constante e com uma certa


criticidade em instalações elétricas de modo geral se faz necessária para um bom funcionamento
dos equipamentos conectados, para uma segurança voltada aos trabalhadores ali locados e
resguardando legalmente o profissional habilitado e a instituição na qual as instalações se
encontram.
Segundo a Norma Regulamentadora Nº 10 (NR-10): “estabelece os requisitos e
condições mínimas objetivando a implementação de medidas de controle e sistemas
preventivos, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta ou

1
Graduando em Bacharelado em Engenharia Elétrica, Centro Universitário Santo Agostinho, Técnico em
Segurança do Trabalho, Colégio Teresina, Teresina – PI. E-mail: beleense@gmail.com;
2
Graduado em Bacharelado em Engenharia Elétrica, Universidade Estadual do Piauí, especialização na área de
Engenharia de Segurança no Trabalho, Centro de Ensino Superior Vale do Parnaíba - CESVALE, e docente do
Centro Universitário Santo Agostinho, Teresina – PI. E-mail: rodrigooliveira@unifsa.com.br
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indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade (NR 10, 2019).
Ao discorrer sobre a falta de manutenção e as instalações elétricas que se encontram em
não conformidade com a norma supracitada, as exigências expressas nas Normas Brasileiras se
tornam um tema sensível, pois os proprietários de industrias, comércios e ou residências só se
atentam para a necessidade e a obrigatoriedade de contratação de profissionais habilitados que
se embasam nas normas regulamentadoras, principalmente, em duas ocasiões, quando há um
problema constante em suas instalações que gerem prejuízos financeiros ou quando um de seus
trabalhadores ou terceiros sofrem algum tipo de lesão em decorrência do não atendimento das
exigências das normas.
Ressalta-se que além da NR-10, a norma ABNT NBR-5410/2004 trata os padrões para
instalações elétricas de baixa tensão e será considerado no presente estudo.
Os gastos excessivos e as falhas ou queima de equipamentos em decorrência de
instalações elétricas dimensionadas de forma errada ou executadas de maneira que não atendem
a conformidade exigida geram inúmeros prejuizos financeiros e em alguns casos mais críticos,
pode ocorrer o óbito de alguma pessoa ou animal que esteja fazendo uso da área de forma direta
ou indireta das instalações elétricas.
A contratação de um profissional habilitado e com expertise em instalações elétricas é
uma solução efetiva para que não ocorra danos materiais e ou a integridade física de pessoas ou
animais, porém em instalações mais antigas ou que não foram feitas por profissionais
habilitados, faz-se necessário um laudo técnico de instalação elétrica. Segundo Caldeiras
(2022), o laudo técnico elétrico, também chamado de laudo técnico de instalação elétrica, é um
documento que contém uma perícia nos sistemas elétricos das edificações, além de
recomendações de melhoria para o atendimento aos requisitos das normas brasileiras (NBR’s e
normas internacionais), complementando o bojo do documento, estarão presentes todas as não
conformidades da instalação com registros fotográficos, bem como as sugestões de solução
mais viáveis e necessárias para o atendimento das normas vigentes.
Na oportunidade de trabalhar na instalação do sistema fotovoltaico da unidade
consumidora comercial, detectou-se que o mesmo possuia frequentes problemas de oscilação
de tensão, queima de equipamentos e mau funcionamento de máquinas leves e pesadas. E com
isso foi surgindo algumas indagações: foi elaborado e devidamente executado um projeto
elétrico na construção e interligação da unidade consumidora comercial? Está sendo feita a
inspeção e manutenção do quadro de distribuição e das máquinas que nele estão interligados?
Portanto, o objetivo deste trabalho é apresentar um estudo de caso referente às
necessidades de adequação das instalações elétricas e os possíveis riscos que essa instalação
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pode estar apresentando aos proprietários, funcionários e clientes que frequentam a unidade
consumidora comercial denominada Pesqueiro Tambaqui, lotada em Teresina – PI. Diante
disso, pretende proporcionar um melhor atendimento aos clientes, uma maior segurança aos
funcionários que manipulam as máquinas, uma redução dos custos em decorrência da queima
de equipamentos em virtude do mau dimensionamento das instalações elétricas, e colaborar
com pesquisar nesta temática.

2 DESENVOLVIMENTO
O presente trabalho foi embasado a partir do estudo de caso sobre o dimensionamento
das instalações elétricas através de verificações com equipamentos de medição e testes físicos
de uma unidade consumidora comercial, no município de Teresina – PI. O desenvolvimento
deste estudo teve cunho quantitativo, que segundo PRODANOV e FREITAS (2013), entende-
se por quantitativo, “considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em
números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las”. Ressalta-se algumas das
referências bibliográficas tomadas como embasamento teórico a este artigo como a NR-10,
ABNT NBR-5410/2004 e dissertação de Eduardo Daniel, 2010. A segurança e eficiência
energética nas instalações elétricas prediais: um modelo de avaliação 98 p.: I1:30 cm.
O tipo de pesquisa empregada nesse trabalho foi de predominância descritiva, com o
levantamento de dados, medições instantâneas, registros fotográficos de condições in loco,
relatório de frequência de ocorrência e levantamento de ocorrências.
A partir de dados coletados em pesquisa de campo, realizando medições e em contato
com funcionários da unidade consumidora comercial, identificou-se a necessidade de uma
vistoria técnica e um levantamento das condições da instalação elétrica e a segurança das
pessoas envolvidas de forma direta ou indireta com o estabelecimento.
Utilizando-se da identificação dos pontos críticos e de maior risco a instalação e ao ser
humano, o presente estudo de caso e as análises visam constatar as devidas falhas e permitir o
clareamento da noção de perigo a qual o comércio está exposto, utilizando-se disso para indicar
a implementação de medidas restritivas e de contenção até a realização das adequações elétricas
previstas em projeto futuro.

2.1 Eletricidade e riscos inerentes


A falta de competência técnica do usuário comum não pode ser utilizada como
justificativa para não tratar os riscos envolvidos com choques elétricos, sobrecargas que
aquecem os diversos componentes, curto-circuitos devido a falhas de isolação e combustão em
materiais próximos aos pontos quentes (DANIEL, 2010).
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Os circuitos elétricos de comando e potência de máquinas e equipamentos que estejam


ou possam estar em contato direto ou indireto com água ou agentes corrosivos devem ser
dotados de dispositivos e meios que garantam isolamento, blindagem e aterramento adequado,
tendo como princípio fundamental prevenir acidentes (NR-12, 2019).
Sempre que surgir a implementação de novas tecnologias para a operação de
equipamentos elétricos ou instalação elétrica nova a análise de risco e os procedimentos de
trabalho se tornam indispensáveis, sendo essas etapas cumpridas com os circuitos
desenergizados, e quando ocorrer o infortúnio de situação ou condição de risco não previsto, o
responsável pela execução do serviço deve suspender de imediato as atividades, quando não
houver a possibilidade de neutralização imediata do fato gerador (NR 10, 2019).

2.1.1 Principais riscos envolvendo eletricidade


O ser humano por completo tende a ignorar e ou menosprezar os riscos que a eletricidade
impõe e se surpreendem com seus efeitos e causas, falhando em momentos de tratar com o
devido respeito que o assunto exige devido a sua complexidade.
Como a eletricidade não é perceptível aos sentidos humanos, ou seja, é invisível, incolor
e sem cheiro, em virtude disto, as pessoas podem ser expostas a situações de risco ignoradas ou
simplesmente subestimadas (SANTOS, 2013).
O choque elétrico ocorre quando o corpo de um ser humano é submetido a uma diferença
de potencial, onde uma parte do corpo está sendo submetida a uma corrente elétrica de entrada
e que vai procurar uma saída, seja ela em outro condutor energizado, uma superfície com cargas
elétricas disperças ou um sistema aterrado. Com a passagem de corrente, há um estímulo do
sistema nervoso acidental e de curta duração, e a mesma circula no corpo, fazendo-o parte de
um circuito elétrico com tensão suficiente para superar sua resistência elétrica (AFFONSO et
al., 2007).
Segundo o CEPMG (2022), o choque elétrico pode ser classificado em três categorias:
Choque estático: é o choque obtido pela descarga de elétrons livres na região periférica
da superfície de algum local, objeto ou superfície, ou seja, gerado a partir do efeito capacitivo,
que acumula e retém energia elétrica, presente nos mais diferentes materiais e equipamentos
com os quais o homem convive;
Choque dinâmico: é o choque mais comum, obtido após a submissão de uma diferença
de potencial (DDP), por exemplo, tocar um elemento energizado na rede de energia elétrica. O
mesmo pode ser dividido em duas partes, o contato com partes vivas da instalação ou contato
com partes neutras que ficaram energizadas por falha na instalação;
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Descargas atmosféricas ou raios: são descargas elétricas de grandes proporções entre


nuvens, ou entre nuvem e a terra, que geram os clarões no ar, rompendo sua rigidez dielétrica
com altíssima corrente.

2.1.1.1 Causas e efeitos do choque elétrico


São inúmeros os fatores que aumentam consideravelmente a chance de ocorrer uma
descarga elétrica (choque elétrico), dentre estes podemos citar: falta de manutenção adequada
nas instalações, utilização de material elétrico de baixa qualidade visando a “economia”,
elaboração de projeto elétrico sem conformidade com as normas vigentes, execução das
instalações elétricas inadequada, etc.
Além desses fatores, podem ser destacados outros fatores que facilitam a ocorrência do
choque elétrico, conforme exposto por Muniz e Silva (2017), o contato em condutores e
equipamentos energizados, nus ou com a proteção retirada, como os cabos de distribuição de
energia elétrica aéreos que ao serem tocados por guindastes, escadas e antenas geram uma
diferença de potencial, acabam fazendo parte do circuito elétrico e proporcionando risco de
morte à pessoa que possa estar operando, manobrando ou instalando equipamentos condutores.
Outro exemplo corriqueiro é o choque com capacitores, os quais demoram um certo tempo para
descarregar por completo suas cargas elétricas.
Os efeitos advindos do choque elétrico podem variar de acordo com a natureza e a
intensidade da descarga elétrica, em alguns casos não se sente nada, em outros tem-se a
perturbação dos musculos em forma de contração e no pior dos casos o óbito, conforme ilustra
a Figura 1.
Para a determinação da gravidade do choque elétrico no corpo humano, a Comissão
eletrotécnica Internacional (IEC 60479-1:2018), que trata das orientações básicas do efeito da
corrente elétrica em seres humanos e animais, afirma que o perigo existente no choque elétrico
depende de sua magnitude e do tempo de duração do fluxo de corrente elétrica, levando em
consideração também as condições da pele, pois quando molhada, sua resistência diminui,
determinando assim que os danos causados pelo choque elétrico tem uma maior relação com a
corrente elétrica e a resistência do corpo do que relacionado a voltagem aplicada.
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Figura 1 – Consequências do Choque Elétrico

Fonte: Siemens, 2003


Conforme ilustrado na Figura 1, fica claro que o corpo humano funciona como uma
resistência e que suporta diferentes níveis de corrente, demonstrando os possíveis resultados da
submissão de um corpo a determinadas faixas de corrente elétrica. Levando a confirmação da
IEC 60479-1 (2018), de que o efeito da corrente depende mesmo das condições da pele, do
caminho percorrido pela corrente e da duração do fluxo de corrente.
Na situação ilustrada pela Figura 2 podemos visualizar situações corriqueiras e de
elevado risco a integridade física de qualquer ser humano que possua contato com as áreas onde
ocorra esse tipo de exposição, tendo então uma possível situação de choque dinâmico, causando
assim uma DDP entre o circuito energizado e a terra.
Figura 2 – Situações De Risco de Choque Elétrico

Fonte: Via Storia, 2015


Situações como essas são imediatamente passíveis de isolamento e correção imediata
do risco iminente a vida, tendo em vista o contato direto, indireto e também com partes
metálicas que podem se energizar e causar um choque dinâmico ou estático, dependendo da
situação, a parte metálica fica com elétrons livres em sua superfície e ao ocorrer o
seccionamento do circuito danificado, quem for executar a manobra de correção ou chegar
próximo a superfície provoca uma troca de elétrons com o local e se tem uma sensação de
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choque elétrico.

2.2 Proteção contra choques elétricos e perturbações eletromagnéticas


Os equipamentos disponíveis no mercado em um passado não tão distante eram
definidos em duas classes de proteção, sendo essas a classe 0 e a classe 01, onde se tem como
fundamentação que equipamento ou aparelho no qual a proteção contra choques elétricos é
assegurada exclusivamente pela isolação básica, não sendo previstos meios para ligar as partes
metálicas acessíveis, se existentes, ao condutor de proteção da instalação. Em caso de falha da
isolação básica, a proteção dependerá apenas do meio ambiente (INMETRO, 2010).
Por exemplo, aparelhos eletrodomésticos portáteis, como liquidificadores e batedeiras,
e equipamento ou aparelho que tem pelo menos isolação básica em todas as suas partes vivas e
possui terminal para aterramento das partes metálicas acessíveis não destinadas a conduzir
corrente (massas) e que podem ficar sob tensão em caso de falha de isolação. Entretanto, o cabo
de alimentação não possui condutor de proteção e o plugue não possui o pino terra. É o caso,
por exemplo, de algumas geladeiras e lavadoras de uso caseiro. Nesses equipamentos, o
condutor de proteção (PE) do circuito elétrico deve ser conectado à massa (carcaça) metálica
do aparelho, conforme a Figura 3 (INMETRO, 2010).
Figura 3: Aterramento de massa

Fonte: Felipe Vieira, 2018


Conforme determinado em norma e prevendo a inovação mercadológica, os fabricantes
e importadores tiveram que se adequar as normas o mais rápido possível, protegendo assim seus
interesses e o de todos os consumidores que utilizam seus materiais. Sendo publicado no mesmo
caput, a obrigação de fazer e cumprir normas técnicas da série ABNT NBR IEC 60335, onde
se dispõe das devidas classes de isolação adotadas.
No Art. 2º da portaria, fica determinado que a partir de 1º de julho de 2015, não será
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mais admitida a comercialização dos aparelhos supramencionados de classes de isolação 0 e


01, no mercado nacional, devendo os mesmos estar em conformidade com as demais classes de
isolação previstas nas normas técnicas supracitadas (INMETRO, 2010).
A perturbações eletromagnéticas e ruidos são fenômenos que ocorrem de diversas
formas, podendo ser encontrado em regime permanente (RP), que pode ser definido como sendo
a característica de um circuito com perturbações, ao passar de um longo tempo, manter suas
grandezas dentro de um limite bem definido de operação, ou regime transitório (RT), definido
como a característica onde o circuito não possui uma faixa de operação ou valor bem definido
para suas grandezas (EVANGELISTA, 2012).

2.3 Equipamentos de medição de grandezas elétricas


Para a efetiva verificação e confirmação de valores em desacordo com as normas
estabelecidas são utilizados equipamentos de medição de grandezas elétricas, onde os referidos
possuem um display que demonstra os valores apurados de forma instantânea e até em alguns
casos conseguem armazenar dados coletados na rede de distribuição ou na instalação elétrica.
Para efetuar as medições necessárias, podem ser empregados os equipamentos de
medição de grandeza que são mais comuns no mercado como os multímetros, que possuem a
função de medir diversas grandezas elétricas, porém, possui restrições, para algumas grandezas
em específico o equipamento não tem em sua composição a opção de aferição. Tendo também
a restrição de somente medir grandezas elétricas instantâneas e em escala reduzida, sem
memória de massa ou armazenamento de dados aferidos e o alicate amperímetro, que tem
função mais específica, com medições de voltagem e amperagem, possuindo também a
capacidade de medição da grandeza corrente em uma escala bem maior que o multímetro, sendo
mais utilizado em instalações e manutenções prediais e ou industriais (FLUKE ACADEMY,
2021).
Figura 4: Alicate Amperímetro

Fonte: Internet. Smart Project

3 ESTUDO DE CASO
A obtenção de valores referentes a testes instantâneos se deu através da utilização do
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Alicate Amperímetro Digital HA-3200, possuindo em sua qualidade de fabricação, categoria


de segurança CAT II 1000V, através da aferição de tensão nos quadros de distribuição
disponíveis, foi realizada também uma inspeção visual nas instalações elétricas, máquinas
elétricas e condições de segurança das instalações. As Figuras 5 e 6 apontam o quadro de
distribuição e as medições de tensão, respectivamente, realizadas nos barramentos de cobre que
são utilizados para fazer a divisão de circuitos da unidade consumidora comercial em Teresina
– PI.
Figura 5: Quadro de distribuição existente

Fonte: Elaborado pelo autor, 2023


O quadro geral de baixa tensão (QGBT) em questão mostra a real necessidade de uma
adequação urgente e de carater imediato, levando em consideração o risco de choque elétrico
por sua carcaça metálica, incêndio por sua desorganização e uma possível sobrecarga devido a
quantidade de fios ligados em um mesmo ponto do barramento.
Figura 6: Medição de tensão entre fases A, B e C e neutro

Fase A Fase B Fase C

Fonte: Elaborado pelo autor, 2023


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Conforme valores aferidos nas medições diretamente nos bornes do disjuntor geral, foi
avaliado os níveis de tensão de acordo com o módulo 8 dos Procedimentos de Distribuição de
Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional (PRODIST), o qual trata sobre a qualidade da
energia elétrica fornecida, com um confronto de dados de leitura nos locais avaliados e alguns
valores de referência para o atendimento devido das unidades consumidoras, demonstrado na
Tabela 1.
Tabela 1 - Pontos de conexão em Tensão Nominal inferior a 2,3 kV (380/220)
Tensão de Atendimento (TA) Faixa de Variação da Tensão
de Leitura (Volts)
Adequada (350≤TL≤399) / (202≤TL≤231)
Precária (191≤TL<202 ou 231<TL≤233)
Crítica (TL<191 ou TL>233)
Fonte: PRODIST (2021)
Com a verificação instantânea, foi identificado uma variação de tensão que se enquadra
dentro das análises de qualidade de energia elétrica através das referências de tensão adequada,
crítica e precária, tendo como avaliação a Fase A enquadrando-se em Tensão de atendimento
(TA) – Adequada, Fase B em TA – Crítica e Fase C em TA – Precária.
Após as análises de nível de tensão, o procedimento adotado para verificação da instalação
elétrica foi puramente qualitativo, utilizando do método de verificação ponto a ponto houve a
constatação de irregularidades nas instalações elétricas, como demonstra a Figura 7, os fios
utilizados mostram uma não conformidade com a ABNT NBR-5410/2004, podendo ocorrer um
princípio de incêndio.
Figura 7 – Instalação elétrica existente

Fonte: Elaborado pelo autor, 2023


Ao identificar as falhas no QGBT e no Quadro Geral de Luz e Força (QDLF), onde se
pode listar a utilização de fios de bitola em desacordo com a carga instalada, o mal
dimensionamento do circuito de alimentação dos disjuntores, a falta de aterramento e
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barramento de equipotencialização das massas, a união de todos os fios de Neutro (N) dos
circuitos em um único ponto e sem a utilização de barramento, derivação aérea de circuito sem
as devidas proteções, fios ressecados, elevação de temperatura das conexões do circuito de
alimentação do QDLF, foi iniciado a verificação de carga instalada, integridade estrutural das
máquinas elétricas e suas proteções, conforme mostra a Figura 8.
Figura 8 – Mal dimensionamento de condutor

Fonte: Elaborado pelo autor, 2023


Considerando as instalações e divisões de circuito por disjuntor, foi constatado a
sobrecarga nos pontos de atendimento pessoal da unidade consumidora comercial em questão,
utilizando um filtro de linha para alimentar o computador do caixa, dois freezer, carregadores
de celular e máquina de cartão de crédito e uma extensão para alimentar carregadores e um
estabilizador utilizado no computador, como demonstra a Figura 9.
Figura 9 – Sobrecarga de circuito com fitro de linha e extensão

Fonte: Elaborado pelo autor, 2023


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Conforme disposto na ABNT NBR-5410 (2004), a utilização do dispositivo diferencial


residual(DR) se faz necessário em algumas áreas específicas, como circuitos que alimentam
tomadas de corrente em área externa, circuitos de iluminação externa (ex: iluminação de
jardins), todos os pontos de utilização usados em banheiros, circuitos de tomadas de corrente
situadas em áreas externas, mas que podem vir a alimentar equipamentos no exterior, todos os
pontos de utilização de cozinhas, lavanderias, áreas de serviço, ou seja, áreas internas molhadas
em uso normal ou sujeita a lavagens, mas para a utilização desse dispositivo, deve-se haver a
existência do sistema de aterramento adequado e do ponto de equipotencialização no QGBT e
no QDLF, conforme exposto na Figura 10, a unidade consumidora comercial é um local de
bastante circulação e possui equipamentos elétricos constituídos de carcaça metálica e de fácil
acesso a todo o público, com contato direto a água, sendo um ambiente susceptível a choques
elétricos.
Figura 10 – Equipamentos elétricos e área molhada

Fonte: Elaborado pelo autor, 2023


A Figura 10 representa a maior parte dos riscos inerentes a choque elétrico disposto na
unidade consumidora comercial em questão, tendo em vista que todos os funcionários,
proprietários e clientes, possuem acesso a estas áreas e estão expostos ao risco de forma direta
e indireta.
Foi verificado que os condutores de circuitos terminais utilizam a estrutura metálica da
edificação para a sua passagem até a respectiva carga com abraçadeiras de nylon como meio de
fixação nas estruturas metálicas, convergindo assim para mais uma desconfomidade com a
ABNT NBR-5410 (2004), como registrado na Figura 11.
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Figura 11 – Passagem e fixaçao de condutores

Fonte: Elaborado pelo autor, 2023

4 CONCLUSÃO

Os objetivos desse estudo de caso foram alcançados, tendo em vista a análise das condições
das instalações elétricas, os riscos inerentes a eletricidade, suas causas e efeito, a necessidade
da elaboração de um projeto elétrico feito por um profissional habilitado seguindo as normas
vigentes e a execução do referido projeto elétrico para uma maior segurança das instalações
elétricas e dos envolvidos nas operações de máquinas elétricas lotadas no estabelecimento
comercial.
Devido ao grande risco de incêndio e choque elétrico, o QGBT e o QDLF, serão substituídos
por um QGBT de maior capacidade, seguindo as normas vigentes, com todos os dispositivos
de proteção inerentes a cada circuito específico, bem como a utilização de barramentos de
neutro para não haver riscos de ponto quente dentro do quadro e do barramento de terra para a
equipotencialização dos circuitos, utilizando canaletas metálicas para a passagem dos
condutoresa até sua respectiva carga e sistema de aterramento independente para os meios de
distribuição dos condutores.
Fazendo assim com que a unidade consumidora comercial tenha uma maior segurança em
sua instalação elétrica, não somente para os funcionários, como para os proprietários e clientes.
Tornando o levantamento técnico de instalações elétricas um aliado cruscial para o
desenvolvimento do estabelecimento, evitando a queima de equipamentos, a sobrecarga em
pontos de maior demanda, o risco de choque elétrico por contato direto e ou indireto,
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preservando a integridade física das pessoas envolvidas com a unidade consumidora comercial
localizada em Teresina – PI, denominada de Pesqueiro Tambaqui.

REFERÊNCIAS

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Baixa Tensão. Rio de Janeiro, 2004.

AFFONSO, Rodrigo; GUIMARAES, Luís Felipe Antunes; OLIVEIRA, Fernando Antunes; SOUZA,
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CEPMG - COLÉGIO ESTADUAL DA POLÍCIA MILITAR DE GOIÁS UNIDADE "NIVO DAS


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da instalação de baixa tensão. Seminários Técnicos. Brasil, 2003.

VIEIRA, Felipe. 8 Falhas mais Comuns nas Instalações Elétricas de Baixa Tensão. São Paulo,
2018. Disponível em: https://blogdaliga.com.br/8-falhas-mais-comuns-nas-instalacoes-eletricas-de-
baixa-tensao/. Acesso em: 06 jun. 2023

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