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LETÍCIA SALLA DE SOUZA

ESTÁGIO SUPERVISIONADO REALIZADO NA UNIDADE


DE PRODUÇÃO DE AVÓS DE FRANGO DE CORTE DA
EMPRESA BRF S.A., UNIDADE DE
BROTAS - SP

LAVRAS - MG
2017
LETÍCIA SALLA DE SOUZA

ESTÁGIO SUPERVISIONADO REALIZADO NA UNIDADE DE PRODUÇÃO DE


AVÓS DE FRANGO DE CORTE NA EMPRESA BRF S.A., UNIDADE DE
BROTAS-SP

Relatório de estágio supervisionado apresentado à


Universidade Federal de Lavras, como parte das
exigências do Curso de Medicina Veterinária, para a
obtenção do título de Bacharel.

ORIENTADOR
PROF. DR. FLADEMIR WOUTERS

LAVRAS - MG
2017
LETÍCIA SALLA DE SOUZA

ESTÁGIO SUPERVISIONADO REALIZADO NA UNIDADE DE PRODUÇÃO DE


AVÓS DE FRANGO DE CORTE NA EMPRESA BRF S.A., UNIDADE DE
BROTAS - SP

Relatório de estágio supervisionado apresentado à


Universidade Federal de Lavras, como parte das
exigências do Curso de Medicina Veterinária, para a
obtenção do título de Bacharel.

APROVADO em 17 de fevereiro de 2017


Prof. Dr. Djeison Lutier Raymundo - UFLA
M.V. Matheus de Oliveira Reis - UFLA
M.V. Fernanda Rezende Souza - UFLA

Prof. Dr. Flademir Wouters


(Orientador)

LAVRAS - MG
2017
AGRADECIMENTOS

Grata primeiramente aos meus pais, Ivan e Angela, e ao meu irmão Mozart,
pelo amor incondicional, por serem os meus exemplos de luta e minha inspiração para
correr atrás dos meus sonhos e objetivos. Sem o gigantesco apoio de vocês durante
toda a minha graduação e durante a minha vida, eu não estaria aonde estou agora.
Ao meu namorado João, por todo apoio e paciência. E a toda a sua família e
amigos de Divinópolis.
A todos os meus familiares, especialmente tio Gim, tio Hercules e tia Raquel,
pelo incentivo, torcida e apoio nas horas do aperto. E a todos os amigos de Brotas.
À minha segunda família, República Coronelas, agradeço pela irmandade,
parceria e pelos bons e maus momentos passados juntas.
À Debora, por toda a ajuda na etapa final da graduação e por toda
receptividade e carinho e ao Benedito, pela companhia e apoio em todo o estágio
supervisionado.
Aos amigos de Lavras, pelos anos de amizade.
A todos os meus professores por ensinar e compartilhar seus conhecimentos e
em especial ao meu orientador Flademir Wouters.
A todos os funcionários e colaboradores da empresa BRF S.A. por me
ensinarem além da prática, também o valor do trabalho em equipe. Em especial ao
Marcelo pela oportunidade de realização do estágio supervisionado, aos técnicos
Gilmar e Leandro por todo aprendizado e ajuda, e ao meu supervisor Lucas, por toda a
paciência em ensinar.
À UFLA, ao DMV e a cidade de Lavras pela oportunidade concedida de
realizar a graduação e por me permitirem passar os melhores anos da minha vida.
RESUMO

O estágio foi realizado na Granja de Avós de frango de corte na empresa BRF


S.A., localizada no Município de Brotas/SP, de 21 de setembro a 28 de
dezembro de 2016 e teve por objetivo conhecer a atual realidade da avicultura,
acompanhando as práticas de manejo, sanidade, reprodução e produção, focada
em linhagem Avós. Nas vivências práticas foi elaborado um projeto de
necropsia e ambiência visando avaliação de manejo, desenvolvimento
reprodutivo e de produção, além de avaliar possíveis doenças, sob a supervisão
do médico veterinário e corpo técnico. O estágio proporcionou uma visão
realista e prática do mercado de trabalho e das responsabilidades de um médico
veterinário sanitarista, dando a oportunidade de usar o conhecimento teórico da
formação acadêmica nas práticas a campo.

Palavras-chave: Produção de aves. Biosseguridade. Ascite. Papo pendular.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Portaria do núcleo .................................................................................................... 16

Figura 2. Silos do núcleo ......................................................................................................... 17

Figura 3. Vista lateral externa de galpão “Dark-house” ......................................................... 18

Figura 4. Aviário de produção, vista interna do galpão “Dark-house”.................................... 19

Figura 5. Ala de recuperação dos galos .................................................................................. 20

Figura 6. Cordão verde entre núcleos ..................................................................................... 22

Figura 7. Vista interna do galpão da linha fêmea, mostrando na lateral direita os ninhos
automáticos ............................................................................................................................. 31

Figura 8. Entrada do ninho automático ................................................................................... 32

Figura 9. Ninho convencional ................................................................................................. 33

Figura 10. Ovo de ninho ......................................................................................................... 34

Figura 11. Ovo de cama ......................................................................................................... 35

Figura 12. Ovos de cama sujos ............................................................................................... 36

Figura 13. Ovos de cama limpos após lixados ........................................................................ 37

Figura 14. Ovos amanhecidos ................................................................................................. 38

Figura 15. Ovos trincados ....................................................................................................... 39

Figura 16. Ovos com casca fina .............................................................................................. 40

Figura 17. Ovo normal, gema dupla, tortos e pequeno (respectivamente) ............................. 41

Figura 18. Cuba de imersão para a desinfecção dos ovos ....................................................... 42

Figura 19. Restaurante dos galos ............................................................................................ 43

Figura 20. Calha automática de ração de fêmeas .................................................................... 44


Figura 21. Painel de ambiência do núcleo - temperatura dos sensores térmicos .................... 49

Figura 22. Gordura abdominal de fêmea em produção ........................................................... 52

Figura 23. Testículo de um galo adulto ................................................................................... 53

Figura 24. Traumatismo em fêmea ......................................................................................... 57

Figura 25. Postura intra-abdominal/peritonite ........................................................................ 58

Figura 26. Prolapso de oviduto ............................................................................................... 59

Figura 27. Compactação de oviduto ....................................................................................... 60

Figura 28. Compactação de oviduto - Conteúdo ..................................................................... 61

Figura 29. Traumatismo em macho ........................................................................................ 62

Figura 30. Prolapso intestinal .................................................................................................. 63

Figura 31. Fratura de fêmur .................................................................................................... 64

Figura 32. Síndrome ascítica - cavidade celomática repleta de líquido amarelado

translúcido ............................................................................................................................... 67

Figura 33. Papo pendular – Frango apresentando dilatação acentuada do papo ..................... 69
LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Manejo de arraçoamento das fêmeas ...................................................................... 45

Tabela 2. Manejo de arraçoamento dos machos...................................................................... 45

Tabela 3. Causas de morte natural em fêmeas ........................................................................ 54

Tabela 4. Motivos/Causas de eutanásia em fêmeas ................................................................ 55

Tabela 5. Causas de morte natural em machos ....................................................................... 56

Tabela 6. Motivos/Causas de eutanásia em machos ............................................................... 56


LISTA DE SIGLAS

FLF: Fêmea da Linha Fêmea

MLF: Macho da Linha Fêmea

FLM: Fêmea da Linha Macho

MLM: Macho da Linha Macho

URA: Umidade Relativa do Ar

PP: Papo Pendular


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 10

2. DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO .......................................................................... 11

2.1 Portaria ............................................................................................................................... 12

2.1.1 Rampa de desinfecção ..................................................................................................... 12

2.1.2 Fumigador........................................................................................................................ 13

2.1.3 Vestiários ......................................................................................................................... 13

2.1.4 Lavanderia central ........................................................................................................... 14

2.1.5 Sala de ovos ..................................................................................................................... 14

2.1.6 Almoxarifado ................................................................................................................... 15

2.1.7 Refeitório ......................................................................................................................... 15

2.1.8 Escritório ......................................................................................................................... 15

2.2 Núcleos ............................................................................................................................... 15

2.2.1 Recria ............................................................................................................................... 18

2.2.2 Produção .......................................................................................................................... 18

3. BIOSSEGURIDADE ........................................................................................................... 21

3.1 Isolamento por barreiras físicas .......................................................................................... 21

3.2 Entrada de terceiros/animais/veículos na granja/ núcleo .................................................... 22

3.3 Quarentena de funcionários, materiais e vazio sanitário de galpões .................................. 23

3.4 Limpeza e desinfecção das instalações ............................................................................... 24

3.5 Destino das aves mortas ..................................................................................................... 25

4. MANEJO .............................................................................................................................. 26

4.1 Alojamento ......................................................................................................................... 26


4.2 Recria .................................................................................................................................. 27

4.3 Produção ............................................................................................................................. 28

4.4 Pesagem .............................................................................................................................. 28

4.5 Vacinação ........................................................................................................................... 29

4.6 Monitoria Sanitária ............................................................................................................. 30

4.7 Ovos .................................................................................................................................... 30

4.8 Arraçoamento ..................................................................................................................... 42

5. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ................................................... 46

5.1 PROJETO ........................................................................................................................... 47

5.1.1 Ambiência........................................................................................................................ 47

5.1.2 Aproveitamento de ovos .................................................................................................. 50

5.1.3 Avaliação de gordura abdominal e testículos em aves mortas ........................................ 51

5.1.4 Mortalidade...................................................................................................................... 53

6. DESCRIÇÃO DE CASOS .................................................................................................. 64

6.1 Ascite .................................................................................................................................. 65

6.2 Papo pendular ..................................................................................................................... 68

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................... 70


10

1. INTRODUÇÃO

A criação de aves como atividade industrial no Brasil teve seu


início nos anos 60, com importação das primeiras matrizes dos
Estados Unidos. A partir daí o Ministério da Agricultura regulamentou
a entrada de material genético e o país estruturou-se como os moldes
americanos, com granjas de bisavós, avós, matrizes e produtores
comerciais (MACARI; MENDES, 2005).
Hoje, o Brasil é o maior exportador de carne de frango e o
segundo maior produtor, ficando atrás apenas dos Estados Unidos
(BRADESCO, 2016), com produção total de 13.523,4 milhões de
toneladas em 2016, sendo 4.308,6 milhões de toneladas para
exportação (AVISITE, 2017).
Para a formação de linhagens comerciais de frango de corte
parte-se de raças ou de linhagens puras, as quais foram submetidas a
um intenso programa de seleção e melhoramento chamadas de aves
pedigree; sequencialmente segue-se a produção de bisavos, avós,
matrizes e frango de corte.
As empresas avozeiras adquirem de empresas bisavozeiras os
pintos avós de quatro linhagens: fêmeas da linha fêmea (FLF) e
machos da linha fêmea (MLF), fêmeas da linha macho (FLM) e
machos da linha macho (MLM).
Após o crescimento entram na fase de reprodução e obtêm-se
os pintos matrizes, machos da linha macho (do cruzamento dos avós
fêmea e machos da linha macho) e fêmeas da linha fêmea (do
cruzamento dos avós fêmea e macho da linha fêmea), que, após sair
do incubatório, são vendidos para empresas matrizeiras. Uma avó
11

origina em média 50 matrizes, que gerará 140 pintos comerciais cada


uma.
As principais características selecionadas na linha macho, em
ordem de importância, é: a) índice de crescimento, b) conversão
alimentar, c) conformação e formação de carne e rendimento, d)
viabilidade, e) capacidade de acasalamento, f) fertilidade, g) produção
de ovos e eclodibilidade e h) vigor e adaptação ao manejo. Já na linha
fêmea o foco consiste em: a) produção de ovos, b) fertilidade e
eclodibilidade, c) tamanho e qualidade do ovo, d) viabilidade, e)
índice de crescimento, f) conversão alimentar, g) conformação e
formação de carne e rendimento e h) vigor e adaptação ao manejo
(MACARI; MENDES, 2005).
Na produção de aves em escala industrial busca-se, cada vez
mais a tecnificação, sempre visando uma produção saudável e
econômica. A criação de matrizes pesadas tem como meta a obtenção
de ovos férteis de qualidade e com uma progênie de características
desejáveis, com os custos cada vez mais reduzidos (JAENISCH,
2003).
Neste contexto, o objetivo do estágio supervisionado curricular
foi acompanhar a campo a produção de aves, mais precisamente avós,
congregando o conhecimento adquirido na graduação e vivenciando a
realidade deste sistema de produção no Brasil.

2. DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO

O estágio curricular supervisionado foi realizado na empresa


BRF S.A., na Granja de Avós Califórnia no município de Brotas - SP,
localizada na Rodovia SP 225 km 115, durante o período de 21 de
12

setembro a 28 de dezembro, sob a orientação do Professor Dr.


Flademir Wouters e supervisão do médico veterinário Lucas André
Soares.
A empresa existe desde 2009, a partir da junção entre duas
grandes companhias, Perdigão e Sadia, correspondendo hoje por cerca
de 9% das exportações mundiais de proteína animal com registro, em
2016, de uma receita líquida de 8,5 bilhões (BRF, 2017).
A Unidade de Brotas - SP conta com aproximadamente 100
funcionários e é subdividida em setores: Portaria, quatro núcleos de
recria e oito núcleos de produção.

2.1 Portaria

É composta por rampa de desinfecção, fumigador, vestiários,


lavanderia, almoxarifado, refeitório, escritório, silos e sala de ovos.

2.1.1 Rampa de desinfecção

É o local de passagem obrigatória de todos os veículos e


materiais que possam ser lavados e desinfetados para entrar na área
limpa da granja.
Para os veículos a limpeza é feita por dois arcos de
desinfecção, um antes da portaria (área suja) e outro no lado de dentro
da portaria (área limpa). Já a desinfecção dos materiais, como por
exemplo a caixa de transporte de aves, é feita por uma mangueira de
alta pressão.
13

A solução desinfetante usada é a base de glutaroldeído e


amônia quaternária, que fica armazenada em uma caixa d’agua.

2.1.2 Fumigador

É utilizado para a desinfecção de todos os materiais que não


podem ser lavados, como por exemplos, documentos e computadores.
Ele tem um sistema de porta dupla, onde os materiais seguem
em via única (área externa → fumigação → área interna).
Para a desinfecção a seco, é utilizado paraformol em pó, na
dose de 10g por m³.

2.1.3 Vestiários

São compostos por uma área suja (vestiário externo), uma área
com chuveiros, e uma área limpa (vestiário interno).
Os itens de higiene e o uniforme da companhia são fornecidos
pela própria empresa; além de dois armários, um na área externa para
guardar os itens pessoais, e um na área interna para os itens de higiene
e roupas extras individuais.
Todos funcionários, terceiros ou visitantes devem tomar um
banho, supervisionado e com uma ordem a ser seguida, sendo
obrigatório lavar os cabelos.
14

2.1.4 Lavanderia central

Possui a área de lavagem, separação e armazenamento das


roupas utilizadas no trânsito interno (área limpa).
A lavagem das roupas segue quatro etapas: com o uso de
detergente, desinfetante, neutralizante e amaciante, passando
posteriormente por uma centrifuga, e uma secadora a 80°C.
Cada área na granja tem uma cor de roupa, sendo marrom para
a portaria, azul para os núcleos, verde para o serviço externo,
vermelho para limpeza e desinfecção de núcleos vazios e branca para
os funcionários da cozinha.

2.1.5 Sala de ovos

É o local onde os ovos ficam estocados na granja, contendo


uma área para classificação e outra para estocagem.
Há um acesso na área limpa para a chegada dos ovos dos
núcleos e outro na área suja para o carregamento dos ovos no veículo
de transporte.
Todos os ovos aptos para incubação (ovos maiores de 48
gramas, sem deformidades e escoriações), são encaminhados
diariamente para o incubatório de Rio Claro – SP.
Ovos não aptos (tortos, casca fina, com microtrincas, com duas
gemas ou abaixo de 48g) vão para consumo interno da empresa, venda
para indústria alimentícia ou descarte.
15

2.1.6 Almoxarifado

Local de armazenagem de todos os materiais que são utilizados


na granja dentro de um curto período de prazo. Fica na área limpa e
compreende materiais de escritório, de limpeza, entre outros.

2.1.7 Refeitório

Onde são servidas as refeições (café da manhã e almoço)


oferecidas pela empresa, é dividido em área externa (para funcionários
que estão na área suja) e área interna (para aqueles que estão na área
limpa).

2.1.8 Escritório

É o setor da administração geral da granja. A comunicação


com a área externa é feita por uma janela de vidro e microfone.

2.2 Núcleos

Cada núcleo consiste na junção de três aviários, onde são


criados os animais para crescimento (recria) ou para reprodução
(produção).
16

Também, cada um, contém uma própria portaria, rampa de


desinfecção, vestiários, fumigadores, sala de desinfecção dos ovos,
depósito, sala de armazenamento de maravalha, lava-botas, refeitório,
silos, caixa d’agua e composteira (FIGURA 1 e 2).

Figura 1. Portaria do núcleo

Fonte: Do autor (2017)


17

Figura 2. Silos do núcleo

Fonte: Do autor (2017)

Os galpões de criação das aves são climatizados com o uso de


ventilação negativa, os chamados “dark-house” (FIGURA 3). Essa
estrutura consiste na combinação de um específico programa de luz
com um adequado programa de ventilação (AVICULTURA
INDUSTRIAL, 2008).
18

Figura 3. Vista lateral externa de galpão “Dark-house”

Fonte: Do autor (2017)

2.2.1 Recria

Na recria, os pintos são alojados com um dia de vida, divididos


em três grupos: um aviário para a FLF, um para a FLM e um
compartilhado entre MLF e MLM.
O manejo ocorre até 22 semanas de vida, quando os animais
começam a entrar na maturidade sexual e são transferidos para os
núcleos de produção.

2.2.2 Produção

Na produção, as aves são separadas em dois grupos: um


aviário com a linhagem macho (FLM e MLM), sendo os animais
19

agrupados por peso (animais mais leves e animais mais pesados) e


dois aviários para a linhagem fêmea (FLF e MLF), também com aves
agrupadas por peso (leves, médias leves, pesadas e médias pesadas).
A categorização de peso varia de lote a lote, classificando de
acordo com a média total dos pesos de todas as aves (FIGURA 4).

Figura 4. Aviário de produção, vista interna do galpão “Dark-house”.

Fonte: Do autor (2017)

Há também uma ala de recuperação dos machos, tanto na


linhagem fêmea, quanto na linhagem macho; onde galos abaixo do
peso ou que não atingiram a maturidade sexual ou/e excedentes, não
usados para reprodução, sendo separados como “estoque”, caso
necessite da troca ou substituição na ala de produção (FIGURA 5).
20

Figura 5. Ala de recuperação de galos.

Fonte: Do autor (2017)

A relação de quantidade de fêmea por macho varia em média


de 10 a 12 fêmeas para cada macho, dependendo do comportamento
de cada linhagem (MLM são mais agressivos e precisam de mais
fêmeas) e dos índices de fertilidade dos ovos que chegam no
incubatório (MACARI; MENDES, 2005).
O período de produção vai até as 66 semanas, quando reduzem
muito a produção e a qualidade de ovos, não sendo mais viável manter
os animais, devido ao aumento dos riscos sanitários. Essas aves são,
então, vendidas para empresas terceiras, que realizam o abate e
comercialização dessa carne.
21

3. BIOSSEGURIDADE

A biosseguridade consiste no estabelecimento de um conjunto


de diretrizes e normas operacionais, que visam prevenir ou controlar a
introdução de qualquer tipo de agente infeccioso em um sistema de
produção animal (SESTI; SOBESTIANSKY; BARCELLOS, 1998).
Sem a adoção desses princípios podem ocorrer problemas
sanitários, com risco desde queda de desempenho dos animais até a
eliminação total do lote por alguma doença específica.
Serão abordadas as medidas de biosseguridade tomadas pela
granja, de forma resumida.

3.1 Isolamento por barreiras físicas

É recomendado que a granja esteja em um local isolado, com


distância mínima de 200 metros das estradas e de 200 metros entre
núcleos, sendo cercados por barreira vegetal (FIGURA 6).
22

Figura 6. Cordão verde entre núcleos.

Fonte: Do autor (2017)

O acesso de veículos, pessoas e animais é restrito com o uso de


cercas de isolamento, sendo a entrada de veículos (caminhões de
ração, alojamento, carregamento, manutenção e de transporte dos
funcionários), funcionários e terceiros, permitida desde que seja
autorizada pela empresa.

3.2 Entrada de terceiros/animais/veículos na granja/ núcleo

A entrada de visitantes é permitida somente quando autorizada


pelo corpo administrativo, mediante assinatura de um termo de
compromisso sanitário e ficha de autorização de entrada, que consiste
23

em uma avaliação prévia de dados pessoais e data de último contato


com aves.
É necessário um período mínimo de 72 horas sem contato com
outras aves de produção, de criação informal e/ou
ornamentais/exóticas. O mesmo vale para os funcionários da granja.
Antes de entrar na área limpa da portaria e, posteriormente, no
núcleo, é necessário passar pelos procedimentos de higiene na barreira
sanitária onde, obrigatoriamente, é realizado o banho incluindo
lavagem dos cabelos e troca de roupa. O procedimento de banho
também é obrigatório para a saída do núcleo no final do expediente.
A restrição de entrada de animais é feita com o uso de barreiras
físicas e vistorias periódicas das mesmas, não sendo permitida a
entrada ou permanência de animais domésticos, bem como de animais
silvestres na área interna dos núcleos (30 metros).
O controle de insetos e roedores é feito de forma sistemática,
desde o impedimento de acesso ao aviário (privando de água, alimento
e abrigo) e também por métodos químicos, como exemplo porta-iscas
(para roedores) e polvilhamento de adulticida e larvicida (no caso de
Alphitobios diaperinus - cascudinho).
Carros particulares não podem ter acesso à área limpa da
granja. Veículos da empresa ou de prestadores de serviços somente
terão acesso à área limpa após passar por quarentena de 72 horas,
lavados e desinfetados.

3.3 Quarentena de funcionários, materiais e vazio sanitário de


galpões
24

Há uma divisão interna na granja: uma área com quatro


núcleos de recria e outra com oito núcleos de produção.
Veículos de transporte diário dos funcionários são exclusivos
para somente uma área de criação, onde ônibus que levam os
funcionários da recria não podem transitar na área de produção e vice-
versa.
Vale ressaltar que os funcionários e os materiais também são
exclusivos de cada núcleo e sua entrada em outros núcleos deve ser
feita após uma quarentena, respeitando um fluxo por idade ou/e por
status sanitário.
Exemplificando, quando um funcionário ou um material, sai de
um lote mais novo para um mais velho ou de um lote sadio para um
lote suspeito, é obrigatório a realização de uma quarentena de 12 a 20
horas; ou, quando está em um lote mais velho e vai para um mais
novo ou está em um lote suspeito e vai para um sadio, tem que se
respeitar o tempo de 36 horas.
Já em lotes de recria recém-alojados, deve se seguir um
intervalo de 72 horas, tanto para entrar, quanto após sair, até os 21
dias de idade dos pintos, quando sai o último resultado para
certificado de status livre de doenças, das quais a mais importante é a
salmonelose.
Esse procedimento de vazio sanitário serve para assegurar que
um lote, que porventura portasse algum problema sanitário não
diagnosticado, não transmita para um outro, por meio de fômites.

3.4 Limpeza e desinfecção das instalações


25

O programa de limpeza e desinfecção possui algumas etapas


que visam diminuir a ocorrência de agentes patogênicos nas
instalações e auxiliam no controle do risco de doenças.
Na avicultura é usado o sistema “all in- all out”. Após a
retirada dos animais é feita a limpeza das instalações, que ocorre em
três etapas: limpeza a seco, lavagem com água sob pressão e
desinfecção. São realizadas em todos os núcleos na saída dos lotes.
Retiram-se todas as aves e posteriormente deixa-se fermentar a
cama por oito dias no local, após, é feita a retirada desse composto. A
matéria orgânica fermentada retirada do núcleo é fornecida para
empresas terceiras, que fazem uso desse subproduto.
A limpeza é o procedimento prévio à lavagem para a remoção
de sujidades e tem como finalidade facilitar a ação do detergente.
Na etapa de lavagem, faz-se a remoção de sujidades
remanescentes com o auxílio de agua e detergente e após isso, ocorre
o enxague.
O procedimento final é a desinfecção, aplicando desinfetante
em superfícies previamente lavadas e secas; exemplos de desinfetantes
usados para tal finalidade são os do grupo dos álcoois, aldeídos
(formaldeído e glutaraldeído) e peróxidos (peróxido de hidrogênio,
ácido peracético), entre outros.
O vazio sanitário da recria é em torno de 45 dias e o da
produção é de 65 a 70 dias, atendendo a legislação. O núcleo só pode
ser utilizado novamente após todo o local estar limpo e com resultados
negativos em testes microbiológicos.

3.5 Destino das aves mortas


26

O destino das carcaças, dentro das condições normais de


mortalidade (0,2% do total do lote), é de compostagem, processo pelo
qual os microrganismos benéficos (bactérias e fungos) reduzem e
transformam resíduos orgânicos em produtos finais úteis, como adubo
de excelente qualidade. (PEREIRA, 2009).
Em casos de suspeita de alguma enfermidade no lote ou
mortalidade acima do normal, são realizadas necropsia e coleta de
órgãos de aves mortas ou/e eliminadas pelo médico veterinário, para
cultura microbiológica e outros testes diagnósticos, de acordo com a
suspeita clínica.
A compostagem é feita diariamente com todas as aves mortas
do núcleo, sendo usada maravalha para cobrir as carcaças. A
composteira é telada para evitar a entrada de animais como moscas e
morcegos e normalmente é localizada entre a barreira de cerca do
núcleo e o cordão verde. O tempo de compostagem é de
aproximadamente 100 dias.

4. MANEJO

Para o bom acompanhamento das fases de vida das aves é


muito importante definir claramente os objetivos primordiais de cada
uma, bem como conhecer quais os pontos críticos. Dessa maneira, o
técnico poderá prever os problemas que poderão surgir durante a
criação do lote, trabalhando preventivamente (MACARI; MENDES,
2005).

4.1 Alojamento
27

Pintos de primeiro dia chegam transportados por caminhões


climatizados dos fornecedores da linhagem utilizada na granja.
Primeiramente chegam os pintainhos machos e, no dia seguinte, as
pintainhas fêmeas.
Antes do descarregamento é feita uma coleta prévia de suabes
do caminhão, fundos de caixas e de sangue e de uma amostra
representativa de pintos do novo plantel (2% do lote), que são
submetidos a eutanásia por deslocamento cervical, para
monitoramento sanitário.
Com as estruturas necessárias e a ambiência em níveis ideais
da fisiologia dos animais, os mesmos são descarregados e aclimatados
com os comedouros e os bebedouros.
Essa fase inicial, que compreende os primeiros 28 dias, tem
como pontos de importância primordial conseguir resultados de boa
uniformidade de peso das fêmeas e machos e de boa viabilidade nesse
período de vida (MACARI; MENDES, 2005).

4.2 Recria

Fase que vai até as 22 semanas de vida do plantel, importante


para o preparo das aves de produção. Pode se dizer que é nessa etapa
que são produzidos os ovos que serão colhidos na fase de produção
(MACARI; MENDES, 2005).
As metas a serem alcançadas são de promover ganho de peso
corporal crescente (de acordo com o stand da linhagem trabalhada),
uniformidade de peso de carcaça e de conformação muscular e,
principalmente, atingir a maturidade sexual uniforme em todo o lote
(MACARI; MENDES, 2005).
28

Nessa fase são realizadas pesagens periódicas dos lotes e


vacinação sistemática do plantel.

4.3 Produção

Fase que inicia com o aparecimento dos primeiros ovos na


recria, sendo então feita a transferência dessas aves para o núcleo de
produção.
O lote que chega com 22 semanas vai até o final da produção,
período que dura, em média, 66 semanas, e tem como objetivo a
máxima produção de ovos incubáveis, ao custo mais baixo possível.
O manejo comportamental, reprodutivo e dos ovos nessa fase é
árduo, exigindo o envolvimento e empenho de toda a equipe técnica e
operacional para manter e/ou alcançar metas, que incluem baixos
índices de contaminação de ovos, alta produção e viabilidade de ovos,
bem como de manutenção do peso corporal dos animais e do status
sanitário do plantel.

4.4 Pesagem

Na recria a pesagem é feita semanalmente em uma amostra de


5% do lote, até o final dessa fase.
Já, na produção, faz-se uma amostragem de peso de 3% do
lote, que ocorre da seguinte forma: em animais de até 36 semanas de
vida ocorre uma vez por semana; entre 36 e 52 semanas a cada 15
dias; e entre 52 e 68 semanas uma vez por mês. Dentro dessas
29

porcentagens, 10% dos pesos amostrais são dos machos e o restante


das fêmeas.

4.5 Vacinação

A vacinação ocorre somente na fase de recria. Tem como


principais finalidades a prevenção de enfermidades específicas e
manutenção da imunidade das aves, para transmitir posteriormente
para sua progênie, via ovo (JAENISCH, 2003).
Os métodos de vacinação utilizados na granja são por via
massal, com vacina veiculada na água de bebida (via oral), ou
individual, que compreende as vacinas via ocular e nasal, membrana
da asa e as injetáveis (via subcutâneo ou muscular).
É realizada a vacinação contra a doença de New Castle, que é
obrigatória pelo Plano Nacional de Sanidade Avícola / MAPA
(Instrução normativa n°32/2002), e também para enfermidades
Gumboro, Reovirose, Encefalomielite aviária, Bouba aviária,
Bronquite infecciosa das galinhas, Coriza infecciosa, Anemia
infecciosa das galinhas, Pneumovirose e Síndrome da queda de
Postura (EDS).
Dentro da empresa existe um forte programa de monitoria
sorológica do plantel, que tem como objetivo avaliar e reajustar o
programa de vacinação, determinar os níveis de imunidade materna,
determinar imunocompetência, diagnosticar surtos de doenças e
avaliar a biosseguridade da granja. (JAENISCH, 2003).
30

4.6 Monitoria Sanitária

O monitoramento é estabelecido com o intuito de se ter dados


acerca dos desafios sanitários da granja. Realizado desde o alojamento
dos pintos (já mencionado) até quando estabelecido o vazio sanitário
do núcleo com a saída do lote.
Segue-se um cronograma específico, interno da empresa, que
consiste em coletas por meio de suabes de materiais, galpões e
veículos e de suabes de cloaca e coleta de sangue das aves.
Todos os materiais coletados são enviados para o laboratório
de diagnóstico próprio da BRF, localizado em Uberlândia - MG e
também para o Laboratório Oficial do Governo (LANAGRO),
conforme o cronograma ou quando solicitado.

4.7 Ovos

Para a postura dos ovos existem ninhos automáticos


disponíveis nos aviários, que são para a linhagem macho e ninhos
convencionais, que são para a linhagem fêmea, existindo somente um
núcleo de produção com o ninho automático para as duas linhagens.
Isso ocorre pelo alto custo para adesão e implantação de ninhos
automáticos (FIGURA 7, 8 e 9).
31

Figura 7. Vista interna do galpão da linha macho, mostrando na lateral


direita os ninhos automáticos.

Fonte: Do autor (2017)


32

Figura 8. Entrada do ninho automático.

Fonte: Do autor (2017)


33

Figura 9. Ninhos convencionais

Fonte: Do autor (2017)

O manejo diário dos ovos consiste em: a) estimular as fêmeas a


botarem nos ninhos, com o intuito de diminuir a contaminação do ovo,
diminuir perdas por quebra desses ovos e de facilitar o trabalho dos
operadores. O objetivo principal desse manejo consiste em ter o maior
número de ovos de ninho (FIGURA 10) e diminuir os ovos de cama
(FIGURA 11);
34

Figura 10. Ovo de ninho

Fonte: Do autor (2017)


35

Figura 11. Ovo de cama.

Fonte: Do autor (2017)

b) coleta e classificação prévia, separando os ovos limpos de


ninho, sujo de ninho, sujos de cama (realizando a limpeza por
lixamento desses ovos), amanhecidos de cama (vendidos para a
indústria alimentícia), além do descarte dos ovos trincados,
deformados, casca fina ou pequenos e tortos (FIGURA 12, 13, 14, 15,
16 e 17);
36

Figura 12. Ovos de cama sujos.

Fonte: Do autor (2017)


37

Figura 13. Ovos de cama limpos após lixados.

Fonte: Do autor (2017)


38

Figura 14. Ovos amanhecidos.

Fonte: Do autor (2017)


39

Figura 15. Ovos trincados.

Fonte: Do autor (2017)


40

Figura 16. Ovos com casca fina.

Fonte: Do autor (2017)


41

Figura 17. Ovo normal, gema dupla, tortos e pequeno


(respectivamente).

Fonte: Do autor (2017)

c) desinfecção dos ovos antes de saírem do núcleo e irem para


a sala de ovos, por meio de imersão em solução de desinfetante à base
de ácido peracético, mantido a 38°C (FIGURA 18).
42

Figura 18. Cuba de imersão para a desinfecção dos ovos.

Fonte: Do autor (2017)

4.8 Arraçoamento

É essencial que haja nutrição correta das aves, para que


possam expressar todo o seu potencial genético de produtividade e
também para se manterem saudáveis (COBB, 2014).
Toda a ração que é consumida na granja é da fábrica de ração
da própria BRF, que traz a quantidade necessária semanalmente.
Na produção, o arraçoamento dos galos é feito de forma
diferente, sendo condicionados, mesmo antes da chegada das fêmeas
no núcleo de produção (uma vez que são transferidos algumas
43

semanas antes), em comer no “restaurante dos galos”. É um local no


fundo do aviário, fechado com tela e que contém calhas de ração.
Esse manejo ocorre toda a madrugada, às 5h00min, quando os
galos são “chamados” pelo barulho do apito do tratador, ficando
mantidos no restaurante até terminarem a refeição. Esse método de
arraçoamento especial para os machos se deve ao fato das exigências
nutricionais serem diferentes das fêmeas e, consequentemente,
recebem rações diferentes; também serve para facilitar o manejo dos
galos, caso necessário como, por exemplo, para a pesagem e seleção
dos animais (FIGURA 19).

Figura 19. Restaurante dos galos.

Fonte: Do autor (2017)


44

Já as fêmeas recebem a ração em calhas automáticas


distribuídas ao longo do aviário, com comedouros telados que
permitem a entrada da cabeça da fêmea, somente (FIGURA 20).

Figura 20. Calha automática de ração das fêmeas.

Fonte: Do autor (2017)

A ração é dividida por sexo e por fase das aves, devido às diferenças
nutricionais exigidas em cada etapa. As especificações da ração são
apresentadas nas Tabelas 1 e 2.
45

Tabela 1. Manejo de arraçoamento das fêmeas - Granja de Avós na


BRF. S.A, Brotas/SP.

Tipo de ração Idade das Aves


Inicial De 1 dia a 4 semanas
Crescimento 5 a 18 semanas
Pré-postura 19 a 24 semanas*
Postura 1 25 a 40 semanas
Postura 2 41 a 66/68 semanas
*Ou até a postura do 1º ovo
Fonte: Do autor (2017).

Tabela 2. Manejo de arraçoamento dos machos - Granja de Avós


BRF. S.A, brotas/SP.

Tipo de ração Idade das Aves


Desafio De 1 dia a 5 semanas
Crescimento 6 a 30 semanas
Galo 31 a 61 semanas
Postura 2 62 a 66/68 semanas

Fonte: Do autor (2017).


46

5. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

O estágio foi realizado de segunda a sexta-feira, 21 de


setembro a 28 de dezembro de 2016, com carga horária de 6 horas
diárias, totalizando 408 horas.
As atividades do estágio incluíram o acompanhamento do
médico veterinário sanitarista e/ou técnicos em visitas aos núcleos de
produção e recria, onde eram monitoradas as práticas de manejo,
sanidade, ambiência, reprodução e desenvolvimento dos animais e,
posteriormente, as orientações técnicas feitas pelos mesmos.
Também foram acompanhados processos de classificação dos
ovos, vacinações, coletas/envios de amostras para controle sanitário,
participação do processo de vazio sanitário dos núcleos, alojamentos
de animais e o acompanhamento dos processos de decisões de
biosseguridade tomados pelo sanitarista.
O estágio curricular possibilitou o desenvolvimento de um
projeto, orientado e traçado pelo corpo técnico da empresa, onde o
estagiário realizava necropsias a campo, avaliação de ambiência e
índices da produção de ovos de um núcleo de produção.
Para esse fim, foram elaboradas planilhas diárias com todos os
dados coletados e, após o término do projeto, os dados coletados
foram apresentados aos interessados, com conclusões e ideias de
melhorias.
O resultado do projeto não será divulgado no presente trabalho,
pois é informação interna da empresa.
47

5.1 PROJETO

5.1.1 Ambiência

O termo ambiência é muito amplo, sendo entendido como


todos os fatores e condições externas que afetam a vida dos
organismos vivos, compreendendo fatores térmicos (temperatura,
umidade, velocidade do ar e radiação solar) e também fatores
relacionados com qualidade do ar, fotoperíodos e até sociais (SILVA;
VIEIRA, 2010).
No projeto desenvolvido na empresa foram mensurados três
fatores; temperatura, umidade relativa do ar e sensação térmica.
A faixa ideal de temperatura de conforto para aves matrizes em
condições de postura encontra-se entre 24°C e 26°C. As aves perdem
calor por condução (transporte de calor do núcleo central até a
periferia), irradiação (sendo o calor do animal irradiado até os objetos
mais frios e recebe irradiação do calor de objetos mais quentes),
convecção (transporte de calor de moléculas, consistindo na
substituição das moléculas quentes por moléculas frias) e por
evaporação (passagem do líquido para vapor, via respiração)
(BIANCHI, 2016).
A umidade relativa do ar (URA) ideal está entre 35% e 75% e
é ela que modula a sensação térmica da ave, pois a troca de calor por
evaporação é dependente desse fator. Quanto maior a URA, menor a
dissipação de calor evaporativo e menor a capacidade de a ave
suportar calor; a alta umidade e alta temperatura também favorecem o
48

aumento de amônia e gás carbônico no ambiente, que são gases


tóxicos para os animais, quando em grande quantidade (MACARI;
MENDES, 2005).
A sensação térmica é modulada por temperatura, umidade
relativa do ar e velocidade de vento (AMENDOLA, M; et al, 2004)
Segundo Macari e Mendes (2005), o estresse térmico faz com
que a ave gaste suas energias para a manutenção homeotérmica
prejudicando, consequentemente, o rendimento da produção, com
diminuição no consumo de ração, na quantidade, no peso de ovos, na
qualidade da casca, redução da taxa de fertilidade das fêmeas e dos
machos e no peso de pintos ao nascer, além de aumentar o índice de
mortalidade no pico de produção ou após 40 semanas. Portanto, é de
extrema importância o monitoramento periódico de ambiência, sendo
uma área muito vasta e que requer profissionais qualificados.
Esses fatores de ambiência foram monitorados em um núcleo
de começo de produção de ovos (aves com 22 semanas de idade) até o
pico de produção (32 semanas), relacionando-os com o
comportamento das aves. A temperatura ambiente era aferida com um
termômetro duas vezes ao dia, uma de manhã (8h30min) e uma à tarde
(13h00min) em três pontos onde haviam sensores térmicos. Foi
monitorado o painel de controle de ambiência do galpão, para
posteriormente avaliar a mudança de ambiência nas horas que
normalmente apresentam grande variação de sensação térmica dentro
do galpão (pela manhã geralmente é mais fresco e no começo da tarde
geralmente mais quente) (FIGURA 21).
49

Figura 21. Painel de ambiência do núcleo - temperatura dos sensores


térmicos.

Fonte: Do autor (2017)

Posteriormente, os dados coletados geraram conclusões


relacionadas com a situação atual da ambiência versus bem-estar,
comportamento, reprodução e produção de ovos daquele núcleo de
produção. Concomitantemente, os dados também foram úteis para
criar uma análise da capacidade do controle interno de temperatura
que o sistema “dark-house” usado na granja oferecia, bem como a
veracidade e calibragem dos sensores.
50

5.1.2 Aproveitamento de ovos

O objetivo principal de uma granja de avós é produzir ovos de


qualidade para o nascimento de pintos matrizes saudáveis e com toda
a capacidade de expressar seu potencial genético (MACARI;
MENDES, 2005).
Aproveitamento de ovos nada mais é do que a quantidade de
ovos de qualidade que estão aptos para serem enviados ao incubatório
excluindo, portanto, ovos trincados, deformados, muito grandes ou
muito pequenos, contendo duas gemas, ovos com casca mole, entre
outros defeitos.
Os ovos aptos são subdivididos em ovos de primeira linha,
ovos que foram postos no ninho automático ou convencional e que
estão limpos; de segunda linha, ovos que foram postos no ninho ou no
chão, mas que foram coletados contendo fezes das aves e,
posteriormente, são lixados para retirar a sujidade, de forma que
sofreram o risco de ter alguma contaminação.
Com isso, a empresa faz um trabalho árduo junto aos
funcionários para manter um índice de aproveitamento alto,
elaborando e executando estratégias para diminuir ovos de cama (ovos
que foram postos no chão ao invés do ninho), ovos trincados, sujos e
de qualidade inferior.
No projeto foram acompanhados índices de produção e de
aproveitamento de ovos, analisando e relacionando os dados absolutos
com as observações feitas a campo, como o comportamento das aves
no dia-a-dia, estímulo das aves para entrar e botar nos ninhos,
ambiência, tipo de material de ninho, entre outros fatores que
influenciam na qualidade final dos ovos.
51

5.1.3 Avaliação de gordura abdominal e testículos em aves mortas

Deseja-se que o frango de corte tenha desenvolvimento


corporal rápido, portanto, seus antecedentes necessariamente devem
ter genética para ganho de peso corporal. No entanto, Macari e
Mendes (2005) alertam que o excesso de peso na matriz interfere na
qualidade de produção como, por exemplo, queda na produção de
ovos, piora na fertilidade e eclodibilidade, ovos com gemas duplas,
casca de má qualidade ou defeituosa, mais de um ovo por dia e
ovoposição fora do período regular de postura.
A relação da gordura abdominal da fêmea com o seu peso
corporal é um grande indicador da capacidade de produção de ovos de
qualidade, sendo 1,5% de gordura abdominal o ideal nas avós pesadas
no pico de produção (MACARI; MENDES, 2005) (FIGURA 22).
52

Figura 22. Gordura abdominal de fêmea em produção.

Fonte: Do autor (2017)

Já nos machos, o método que pode ser usado para avaliar o seu
desempenho reprodutivo é de seu peso testicular em relação ao seu
peso corporal, tendo relação direta com a fertilidade do reprodutor e
eclodibilidade dos ovos, em que 1% é ideal para os MLF e 1,4% para
os MLM (MACARI; MENDES, 2005) (FIGURA 23).
53

Figura 23. Testículo de um galo adulto.

Fonte: nelsonferreiralucio.blogspot.com.br

Foi realizada a necropsia das aves mortas do aviário, com


pesagem corporal e feita sua relação com pesagem da gordura
abdominal das fêmeas e dos testículos dos machos, para avaliar a
qualidade reprodutiva do plantel.

5.1.4 Mortalidade

Aves encontradas mortas ou submetidas a eutanásia (aves com


defeitos genéticos, membros deformados, traumatizadas, caquéticas,
apáticas, entre outros) pelo método de deslocamento cervical, do
núcleo envolvido no projeto foram submetidas a necropsia para a
54

investigação da causa da morte. As necropsias eram feitas para fora do


aviário e as aves não saiam do núcleo, sendo levadas para a
compostagem logo em seguida. Não foi realizado microscopia de
nenhum tecido.
Foram realizadas 67 necropsias, sendo 43 aves fêmeas e 24
aves do sexo masculino. Das fêmeas, 25 foram morte natural e 18
foram eutanásia. Em machos foram 10 mortes naturais e 14
eutanásias. Nas Tabelas 3 e 4 são listadas as causas da morte e os
motivos para eutanásia em fêmeas, respectivamente, e as tabelas 5 e 6,
em machos.

Tabela 3 - Causas de morte natural em aves fêmeas - Granja de Avós


Califórnia, BRF S.A., Brotas/SP, observadas durante o estágio
supervisionado, realizado no período de 21 de setembro a 28 de
dezembro de 2016.

Causa % das aves


Indefinida* 44
Ascite 40
Trauma 8,0
Postura intra-abdominal/ peritonite 8,0
Total 100
*Sem alterações macroscópicas visíveis e não foi realizado nenhum exame
complementar.
Fonte: Do autor (2017).
55

Tabela 4. Motivos de eutanásia em aves fêmeas - Granja de Avós


Califórnia BRF S.A., Brotas/SP, observados durante o estágio
supervisionado, realizado no período de 21 de setembro a 28 de
dezembro de 2016.

Motivo % das aves


Prolapso de oviduto 22,2
Deformidades locomotoras 16,6
Trauma 11,1
Artrite 11,1
Papo pendular 11,1
Saudáveis* 11,1
Apatia/ Refugo 5,6
Síndrome ascítica 5,6
Postura intra-abdominal/ peritonite 2,8
Compactação de oviduto 2,8
Total 100
*Histórico de espirro
Fonte: Do autor (2017).
56

Tabela 5. Causas de morte espontânea em machos - Granja de Avós


Califórnia BRF S.A., Brotas/SP, observadas durante o estágio
supervisionado, realizado no período de 21 de setembro a 28 de
dezembro de 2016.

Causa % das aves


Trauma 80
Síndrome ascítica 10
Artrite/ Trauma 10
Total 100

Fonte: Do autor (2017).

Tabela 6. Motivos para eutanásia em machos - Granja de Avós


Califórnia BRF S.A., Brotas/SP, observadas durante o estágio
supervisionado, realizado no período de 21 de setembro a 28 de
dezembro de 2016.

Motivo % das aves


Trauma 64,3
Artrite 7,14
Refugo 7,14
Fratura de fêmur 7,14
Prolapso intestinal 7,14
Erro de sexagem* 7,14
Total 100
* Macho criado como fêmea Fonte: Do autor (2017).
57

Das causas definidas de morte natural em fêmeas se destacou a


ascite (40%). Já nas eutanásias houve maior frequência para prolapso
uterino (22,2%). Nas figuras 24, 25, 26, 27 e 28 ilustra alguns casos de
necropsia em fêmea.

Figura 24. Traumatismo em fêmea.

Fonte: Do autor (2017)


58

Figura 25. Postura intra-abdominal/peritonite.

Fonte: Do autor (2017)


59

Figura 26. Prolapso de oviduto.

Fonte: Do autor (2017)


60

Figura 27. Compactação de oviduto.

Fonte: Do autor (2017)


61

Figura 28. Compactação de oviduto – Conteúdo.

Fonte: Do autor (2017)

Nos machos, tanto nos casos de morte espontânea, quanto nos


animais eliminados, a maior frequência foi de animais com trauma
(80% e 64,3% respectivamente). As injúrias provêm de brigas entre as
aves, por territorialismo e por fêmeas. Nas figuras 30, 31 e 32 ilustra
alguns casos de necropsia em machos.
62

Figura 29. Traumatismo em macho.

Fonte: Do autor (2017)


63

Figura 30. Prolapso intestinal.

Fonte: Do autor (2017)


64

Figura 31. Fratura de fêmur.

Fonte: Do autor (2017)

6. DESCRIÇÃO DE CASOS

Serão descritos os casos de ascite, pela grande casuística dessa


disfunção metabólica; e de papo pendular, pela cogitação de
transmissão hereditária e sendo de grande importância nas granjas
reprodutoras a eliminação dessa condição no plantel.
65

6.1 Síndrome Ascítica

Houve uma elevada casuística de ascite na rotina de necropsia,


totalizando 10 aves. As manifestações clínicas observadas nas aves
submetidas a eutanásia foram de aumento de volume da região
abdominal ventral, dispneia, apatia e cristas cianóticas. Na palpação
abdominal eram nítidas a hipertermia local e a grande quantidade de
líquido expandindo o abdômen.
As aves eram encontradas pelos funcionários geralmente
mortas ou muito debilitadas, escondidas em ninhos ou em baixo das
calhas de ração.
As alterações macroscópicas encontradas na maioria dos
animais eram de moderada ou grande quantidade de líquido amarelo
translúcido na cavidade celomática (6/10); ou na menor parcela das
aves, hidropericárdio (4/10), sem ascite; também foram observados
baço aumentado de volume (5/10), pulmões armados (5/10), rins
claros (7/10) e fígado amarelo claro com pontos esbranquiçados no
parênquima e com bordas arredondadas (8/10).
A ascite é o acúmulo de fluido de natureza não inflamatória
(transudato) na cavidade celomática das aves. Segundo Mosier (2009),
o edema ocorre por quatro mecanismos principais: aumento da
permeabilidade microvascular, aumento na pressão hidrostática
intravascular, diminuição na pressão osmótica intravascular e
diminuição na drenagem linfática.
Entre esses mecanismos, o aumento na pressão hidrostática
intravascular é a causa mais comum de ascite em frangos de corte
(CRESPO; SHIVAPRASAD, 2008). Tem alta ocorrência em aves de
corte geneticamente selecionadas para rápido crescimento, sendo uma
66

das principais causas de mortalidade e de condenação da carcaça


(ROSÁRIO; et al, 2004).
Elevada taxa metabólica associada ao rápido crescimento dos
frangos é a principal fator para ocorrência do distúrbio. Há autores que
citam também a baixa concentração de oxigênio no final do período
de incubação e durante a fase inicial de criação, doença ou condições
ambientais que causem lesão pulmonar e/ou lesões cardíacas, e baixa
temperatura ambiental durante as primeiras semanas de vida das aves
(JAENISCH, 2001).
Segundo Back (2004), o aumento da demanda de oxigênio para
os tecidos, aumenta o esforço cardíaco. Esta condição fisiológica, em
combinação com uma capacidade limitada de expansão dos pulmões,
resulta em hipertensão pulmonar, dilatação do coração e falha no
ventrículo direito. Com isso há diminuição do retorno do sangue
venoso, gerando um quadro de congestão passiva, com consequente
aumento da permeabilidade vascular e saída de fluidos do vaso
sanguíneo para a cavidade, o que resulta em hidropericárdio e ascite.
Os sinais clínicos mais comuns variam de cianose da crista
(geralmente ocorre em aves mais novas) até retardo de crescimento,
prostração e penas eriçadas. Em casos mais complicados pode se
observar distensão abdominal, dificuldade de locomoção, dispneia,
cianose da crista e/ou da cabeça, desidratação intensa e morte. A
incidência é maior em machos e em lotes com melhor desempenho,
devido ao crescimento mais rápido (JAENISCH, 2001).
As lesões macroscópicas consistem em congestão generalizada
das vísceras, principalmente fígado e mesentério, coração
hipertrofiado e dilatação do ventrículo direito. Algumas aves podem
também apresentar hidropericárdio e, na cavidade celomática, ocorre
67

acúmulo de líquido amarelado; o fígado pode estar consistente e com


bordas arredondadas em casos crônicos (BACK, 2004).
Morte por dilatação do ventrículo direito e falha cardíaca pode
ocorrer sem acúmulo de líquido abdominal. Na microscopia observa-
se congestão passiva generalizada (CRESPO; SHIVAPRASAD,
2008). A figura 33 ilustra um quadro clássico de ascite.

Figura 32. Síndrome ascítica - cavidade celomática repleta de líquido


amarelado translúcido.

Fonte: www.thepoultrysite.com

Crespo e Shivaprasad (2008) afirmam que o diagnóstico é


dado pelas manifestações clínicas e pelas lesões macroscópicas, mas
esclarecem que a ascite também pode ser causada por outros fatores,
68

que não metabólicos como, por exemplo, na intoxicação por sódio,


compostos fenólicos, nitrofuranos, dioxinas, aspergilose ou
adenovirose.
Não há tratamento, mas a prevenção pode ser obtida através da
redução da taxa de crescimento, que pode ser feita, por exemplo, via
restrição alimentar e controle da ambiência, para evitar oscilações de
temperatura, principalmente na fase inicial da vida da ave.

6.2 Papo pendular

Os casos de papo pendular acompanhado no estágio


supervisionado foram de duas fêmeas de 29 semanas de idade. No
exame clínico, apresentavam grande aumento de volume na região
cervical ventral, e na palpação, o papo estava muito distendido e
repleto de alimento e líquido. Ambas apresentavam mau estado
corporal. As aves foram submetidas a eutanásia.
Na necropsia, foram observados papo com grande aumento de
volume e ao corte, grande quantidade de ração umedecida; caquéticas,
baixo peso e sem gordura abdominal; conteúdo alimentar foi
encontrado na traqueia de uma das aves, e na outra, foi observado
secreção catarral esverdeada.
O papo pendular, caracteriza-se pela distensão exagerada do
inglúvio (FIGURA 34), condição que acomete galinhas e, com maior
frequência, perus. Tem incidência geralmente baixa, acometendo
principalmente aves adultas (BACK, 2004).
69

Figura 33. Papo pendular – Frango apresentando dilatação acentuada


do papo.

Fonte: globoplay.globo.com

Back (2004) cita sinais clínicos como papo repleto de ração,


materiais da cama e líquido, frequentemente com forte cheiro. As aves
apresentam mau estado corporal, chegando à caquexia por inanição,
pois o alimento não chega até o estômago. Aves que vão para o abate
com papo pendular são condenadas e podem ter contaminação de
carcaça pela ruptura do papo durante o processo de abate.
A causa é desconhecida, mas alguns autores especulam
hereditariedade, excesso de ingestão de líquidos e de alimentos e até o
tipo de composição da dieta como, por exemplo, o uso de celulose na
70

alimentação em substituição ao amido e uso do antibiótico


enrofloxacina (CRESPO; SHIVAPRASAD, 2008).
Deve se considerar como diagnóstico diferencial a doença de
Marek que, se acometer o nervo pneumogástrico, pode provocar
paralisia do papo com estase do mesmo (BACK, 2004).
Não há tratamento. A ave deve ser eliminada do plantel para
não transmitir para a progênie. Deve se evitar situações em que as
aves ingiram grandes volume de ração e água em curto espaço de
tempo.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A realização do estágio supervisionado na empresa BRF S.A.


Unidade de Brotas/SP possibilitou uma vivência prática de todo o
processo que envolve uma granja de avós, ampliando conhecimentos
teóricos e práticos e contribuindo grandemente na formação
acadêmica.
Além do acompanhamento da rotina de manejo diária do
animais e ovos, foi possível acompanhar as tomadas de decisões
administrativas e de biosseguridade que ocorrem no avozeiro,
evidenciando a importância da atuação e participação do médico
veterinário sanitarista em todos os processos da empresa.
Durante esse período, ficou claro a importância de ser um
profissional com conhecimentos e aptidões multiprofissionais, como
de trabalho em equipe, de planejamento e estratégias e de
desenvolvimento e gestão de pessoas.
71

REFERÊNCIAS

AMENDOLA, M; et al. Análise matemática de condições de conforto


térmico para avicultura usando a teoria dos conjuntos fuzzy.
UNICAMP, Biomatemática, Vol. 14, p. 87-92. 2004. Disponível em:
<http://www.ime.unicamp.br/~biomat/bio14_art8.pdf> Acesso em: 08
fev. 2017.

AVICULTURA INDUSTRIAL. Dark House: mais barato que o


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