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RECURSOS HUMANOS
UNIVERSIDADE PETROBRAS
É proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios, sem autorização por escrito da Petróleo Brasileiro
S/A-Petrobras - Abastecimento, Este material foi desenvolvido para uso exclusivo no Sistema Petrobras.
COORDENAÇÃO EDITORIAL
Carmen Lúcia de Almeida Meirelles
ABAStECImENto-rEfINo
tECNologIA dE rEfINo
tECNologIA dE ProCESSoS dE HIdrorrEfINo, ENXofrE E luBrIfICANtES
AB-rE/tr/tHEl
Uma pergunta que sempre gosto de fazer é: “Como o REFINO pode contribuir para melhorar a
financiabilidade da PEtRObRAs?” A resposta para esse questionamento tem sido o foco dos
esforços das nossas equipes, ou seja: maximizar a produção de derivados de forma integrada,
visando à substituição de importações, utilizando os ativos de forma eficiente, com custos
otimizados e tendo SMES como valor. Essa é a missão do REFINO, que irá refletir diretamente
nos resultados da Companhia.
Creio que o papel da Liderança é fundamental para a disseminação dessa importante ferramenta.
Portanto, é primordial que o corpo gerencial de cada UO deflagre um programa de treinamento
específico para a força de trabalho, mais diretamente envolvida na operação das nossas unidades
de processo. Com isso, estaremos melhorando a qualificação de cada membro de nossas equipes
e garantindo maior segurança e confiabilidade na execução das tarefas.
Por fim, quero parabenizar todos os participantes envolvidos na elaboração dessa valiosa
publicação, que nós vamos levar para o Refino como um todo: elaboradores, comentaristas,
revisores e grupo de coordenação.
Muitos desafios ainda estão por vir, mas conto com o empenho de todos para aprimorar nossos
processos e melhorar ainda mais os resultados do Refino, agregando valor à Petrobras.
Como toda grande caminhada começa com um primeiro e pequeno passo, assim também
entendemos o Manual de Solução de Problemas de Processos de Refino – Troubleshooting, como
esse primeiro passo. Olhando para frente, temos agora a importante tarefa de manter esse
esforço vivo, através da permanente contribuição das comunidades tecnológicas, suprindo o
Manual, seja pela atualização dos capítulos já desenvolvidos, seja pela introdução de novos
conhecimentos que forem adquiridos ao longo da operação de nossas unidades, sempre de
forma a absorver as melhores práticas de processo.
Compartilhe também as boas práticas utilizadas em sua unidade para a solução de problemas
de refino e, principalmente, habitue-se a utilizar este Manual como uma ferramenta de apoio
nas suas atividades diárias!
A ocorrência de problemas de processos, quer sejam atribuídos às características dos novos petróleos
processados, a falhas de equipamentos, a desgastes pela utilização prolongada ou mesmo falhas humanas,
precisam ser diagnosticados de forma imediata em função dos altos custos e riscos à segurança e ao meio
ambiente associados a paradas indevidas de sistemas, unidades e mesmo de toda a refinaria.
Troubleshooting trata da identificação e solução de problemas, os quais podem ser de curto ou longo
prazo, pontuais e agudos ou crônicos. O espectro a ser coberto é abrangente como uma refinaria, variando
desde problemas com produtos fora de especificação, baixa eficiência de equipamentos ou processos,
operações de sistemas com restrições ou dificuldades em atender condicionantes ambientais. Problemas
podem ainda ser associados a procedimentos de partida de unidades, instrumentação, perda de utilidades,
desgaste de equipamentos, mudanças nas condições de operação ou mesmo erros operacionais.
A famosa frase “Houston We’ve had a problem”, dita por James Lovell, comandante da nave Apollo 13,
3ª missão tripulada à lua do projeto Apollo da NASA, teve sua origem em uma ocorrência que serve muito
bem para exemplificar a importância de se avaliar eventos que fogem ao padrão de operação normal
em sistemas operacionais complexos, sejam eles uma missão espacial ou a operação de uma refinaria de
petróleo. O caso da Apollo 13, bastante ilustrativo da importância de uma análise de troubleshooting,
pode ser resumido da seguinte forma:
Havia um tanque de oxigênio que havia sido instalado no módulo de serviço da Apollo 10, mas esse tanque
foi removido para modificações e durante o processo de remoção ele foi danificado, tendo sido descartado.
Posteriormente esse tanque foi testado no fabricante, e instalado no módulo de serviço da Apollo 13,
tendo sido novamente testado no Centro Espacial Kennedy. Parte do procedimento de teste consistia
no esvaziamento dos tanques até a metade; o tanque número 1 se comportou conforme o esperado,
entretanto, no tanque número 2 o volume caiu até 92 % de sua capacidade. Oxigênio gasoso foi então
aplicado através da linha de vent para expelir o oxigênio líquido, porém sem sucesso. Um relatório
temporário de não conformidade foi escrito, e duas semanas antes do lançamento, as operações de
teste nos tanques foram recomeçadas. O tanque número 1 novamente foi esvaziado normalmente, mas o
esvaziamento do tanque número 2 apresentou o mesmo problema do primeiro teste.
Após uma reunião entre o fabricante e o pessoal da NASA, o diretor de testes decidiu vaporizar o oxigênio
restante no tanque 2 usando um aquecedor elétrico. O procedimento funcionou, porém levou um tempo
muito maior que o esperado para que o oxigênio fosse dissipado; ainda assim, o tanque 2 foi utilizado.
Após o lançamento da nave espacial, os primeiros dois dias da missão transcorreram em aparente
normalidade, até que subitamente o tanque de oxigênio número 2 explodiu, fazendo com que também o
tanque número 1 falhasse. Os tripulantes verificaram que o suprimento de energia elétrica e água haviam
sido perdidos e eles estavam 200.000 milhas distantes da Terra. Não tinham nem mesmo energia para que
pudessem mudar o curso da aeronave para retornar à Terra. Após um intenso trabalho conjunto entre os
tripulantes e o pessoal do Centro Espacial, felizmente foi possível trazer os tripulantes com vida de volta
à Terra.
“Espere um segundo. Eu estou comandando esta espaçonave. Substitua aquele tanque. Mas a
verdade é que eu deixei ir em frente, e eu devo compartilhar a responsabilidade com todos os outros
envolvidos, na falha de $375 milhões de dólares da Apollo 13. Em quase todos os voos espaciais,
houve algum tipo de falha, mas neste caso, foi o acúmulo de erros humanos e falhas técnicas que
condenaram a Apollo 13”.
O caso relatado acima é um exemplo claro da importância de se manter uma atitude crítica frente a
ocorrência de padrões anormais no funcionamento de equipamentos, sistemas ou unidades de processo.
Uma análise de troubleshooting deve ser deflagrada sempre que a operação da unidade ou sistema
apresente desvios das condições de normalidade tais como:
YY Estabilidade do processo;
YY Segurança;
YY Atendimento das especificações de produtos;
YY Possibilidade de operação dentro de seus limites máximo e mínimo sem restrições.
Uma vez que ocorra uma situação anormal, o trabalho de troubleshooting deve ser deflagrado, a partir de
respostas a perguntas do tipo2:
De forma recorrente, problemas que demandem solução de longo prazo podem incluir melhoria de
procedimentos operacionais, programação de treinamento de pessoal de operação e/ou manutenção,
implementação de programa de manutenção preventiva ou preditiva, novo projeto, controle ou mesmo
equipamento.
1
Houston, We’ve Had a Problem” A crippled bird limps safely home - By JAMES A. LOVELL - in Apollo Expeditions to the
Moon - www.hq.nasa.gov/pao/History/SP-350/ch-13-1.html.
2
LIEBERMAN, N.P. – Troubleshooting Process Operations, 4th Edition. 2009. PennWell Corporation – Tulsa,Oklahoma , USA.
O propósito desse manual é consolidar o conhecimento da Companhia na solução de problemas de processos
de refino existentes em nossas instalações, assim como estimular uma atitude crítica em relação a eventos
operacionais que fogem ao padrão de normalidade. De uma forma prática, são listados sintomas percebidos
nos diferentes processos de refino, prováveis causas e indicações de solução ou diagnóstico para o problema
observado. São apresentadas etapas básicas e fundamentais a serem repassadas visando a solução de um
determinado problema de processo. Os capítulos do manual foram construídos considerando unidades
de processo típicas, sem levar em conta características especiais ou únicas existentes em determinada
unidade em particular. Isso significa que o mesmo não tem a pretensão de ser um procedimento operacional
a ser rigorosamente cumprido, mas sim uma indicação dos possíveis caminhos a serem investigados.
Um trabalho como o que se propõe é inerentemente incompleto: mesmo para processos tecnológicos
maduros e robustos como os utilizados no refino do petróleo, sempre haverá novos problemas decorrentes
de alterações de cargas a serem processadas, novas configurações operacionais, atualizações tecnológicas,
operações mais próximas aos limites de capacidade etc., pelo que é esperado que atualizações permanentes
sejam promovidas nesse compêndio que tem como mérito o fato de ser mais um agente do processo de
consolidação do conhecimento da Companhia na área de processos de refino.
IV Processo de Hidrocraqueamento
V Processos de Hidrotratamento
V.I Hidrodessulfurização de Nafta Craqueada − Tecnologia Prime G+
V.II Hidrodessulfurização de Nafta Craqueada − Processo XDS
V.III Hidrotratamento de Nafta de Coqueamento
V.IV Hidrotratamento de Destilados Médios
V.V Hidrodesaromatização de Solventes
V.VI Ativação de Catalisadores de Hidrotratamento
X Fracionamento de Especiais
X.I Separação de Propeno
X.II Processamento de Gás Natural
X.III Recuperação de Aromáticos com Solvente – Processo UDEX
XI Bloco de Enxofre
XI.I Recuperação de Enxofre – Claus Modificado
XI.II Recuperação de Enxofre – SuperClaus®
XI.III Tratamento de Gás Residual
XI.IV Tratamento com Aminas
XI.V Esgotamento de Águas Ácidas
XI.VI ABATIMENTO DE EMISSÕES – SNOX™
XII Tratamento Cáustico
XII.I Tratamento Cáustico Regenerativo Extrativo de GLP
XII.II Tratamento Cáustico Regenerativo – Adoçamento de Nafta e QAV
XII.III Tratamento Bender