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PETROQUÍMICA

TRABALHO 02 – ESTUDO DIRIGIDO

MAYCON PESSANHA BARRETO


201603013075
Processo operacional de produção de Olefinas e Aromáticos
O petróleo não é uma substância pura, e sim uma complexa mistura de
compostosorgânicos e inorgânicos onde predominam os hidrocarbonetos. Ele por si só
tempouquíssimas aplicações práticas, servindo quase que tão somente como
óleocombustível.
Para que ele tenha seu potencial energético plenamente aproveitado, bem comosua
utilização como fonte de matérias primas, é importante que seja realizado
seufracionamento em cortes, com padrões pré-estabelecidos para determinados
objetivos,que são denominadas de frações.
Além da complexidade de sua composição, não existem dois petróleos idênticos.Suas
diferenças vão influenciar de forma decisiva tanto nos rendimentos quanto naqualidade
das frações.
Dessa forma, o petróleo deve ser processado e transformado de formaconveniente, com
o propósito de obter-se a maior quantidade possível de produtosvaliosos, da melhor
qualidade possível, logicamente minimizando-se os produtos demenor valor comercial.
Atingir este objetivo com o menor custo operacional é a diretrizbásica da refinação.
Os produtores de 1ª geração são responsáveis pela fabricação de petroquímicos básicos,
resultantes da primeira transformação de matérias-primas (nafta, etano, propano,
butano) principalmente em olefinas (eteno, propeno e butadieno) e aromáticos
(benzeno, tolueno e xilenos).
A parafinicidade é um parâmetro de qualidade para a nafta petroquímica. Quanto maior
a parafinicidade, maior será a qualidade da nafta para os fins petroquímicos. Ascargas
mais leves são responsáveis pela produção das naftas mais parafínicas, enquantoos
petróleos mais pesados produzem naftas de baixa qualidade.
Figura 1: Cadeia produtiva da indústria petroquímica
Para a produção de olefinas são usadas as seguintes frações de gás natural: etano, GLP
(propano, butanos) e condensados. Essas frações são obtidas nas unidades de
processamento localizadas próximas às regiões de produção. A separação do etano só é
feita quando se pretende utilizá-lo como matéria-prima.
A produção de produtos de origem olefínica envolve o aquecimento, craqueamento,
compressão, resfriamento e separação das correntes oriundas das matérias primas
disponíveis, sob condições controladas de temperatura e pressão (BRASKEM, 2008). O
processo se inicia nos fornos de pirólise, onde a nafta ou gás é aquecido causando o
rompimento das moléculas de cadeias longas e transformando-as em cadeias menores,
principalmente em olefinas. Existem diversos fatores que podem influenciar a reação de
pirólise e consequentemente diminuir o rendimento em eteno e sub produtos como o
tempo de residência, a geometria das serpentinas, a temperatura de operação e a vazão
de vapor de diluição, que é o vapor injetado juntamente com a matéria-prima para
controlar a pressão parcial dos hidrocarbonetos que alimentam os fornos.
Figura 2 - Distribuição das plantas de primeira geração

A maior parte do propeno consumido na produção de petroquímicos é obtida como


subproduto da produção de eteno, através do tradicional processo de Craqueamento a
Vapor, que utiliza a nafta como principal matéria-prima. Como a demanda por propeno
está crescendo a taxas mais elevadas que a demanda por eteno, a preocupação em
investimentos em processos alternativos para produção dessas olefina está sendo o
principal motivo para o estudo de novas rotas.
A pirólise a vapor, ou craqueamento a vapor (em inglês, Steam Cracking), é um
processo de craqueamento térmico de hidrocarbonetos para geração de olefinas e
aromáticos, realizado na presença de vapor d’água, o qual possui a finalidade de
desfavorecer a formação de coque nos tubos do forno. As principais cargas utilizadas
são etano, propano, butano, GLP, nafta e gasóleos.
O principal produto gerado é o eteno, porém outras olefinas e aromáticos são gerados,
sendo que sua proporção varia de acordo com a matéria-prima utilizada no processo. De
forma geral, a complexidade do produto aumenta e a proporção de eteno diminui à
medida que a carga fica mais pesada.

Desidrogenação do Propano

A desidrogenação do propano é uma dos processos de se obter olefinas.

O processo de desidrogenação de propano tem crescido como fonte de fornecimento de


propeno para as aplicações petroquímicas. Em 2005, existiam cerca de 8 plantas em
operação produzindo aproximadamente 2,5% do fornecimento mundial para as
empresas de segunda geração .
O rendimento de propeno nesse processo é acima de 85% em massa. A quantidade de
eteno produzida é tão pequena que não é viável a sua recuperação. O eteno, juntamente
com os outros subprodutos da reação, é queimado para fornecimento de energia para o
processo de desidrogenação. Essas unidades requerem um fornecimento constante de
energia para as reações de desidrogenação, encarecendo o custo do processo.

Processo de transformação de metanol em olefinas

A transformação do gás natural em olefinas é um processo que ocorre em duas etapas.


Na primeira etapa, ocorre a conversão do gás natural em metanol, cujo processo já é
comercializado e utilizado por algumas indústrias. Na segunda etapa, ocorre a
transformação do metanol resultante em olefinas leves, cujo processo vem sendo
recentemente introduzido no mercado.

A tecnologia MTO (methanol to olefins) teve início nos laboratórios da Mobil e sua
base de aprimoramento foi o processo MTG (methanol to gasoline). A partir de um gás
de síntese, oriundo da gaseificação dos hidrocarbonetos do gás natural, com composição
de 2 mol de hidrogênio para 1 mol de monóxido de carbono, produz-se metanol em
presença de vapor d’água, à pressão de 35 MPa e 400 ºC. No processo MTO, o metanol
é convertido de forma controlada por uma zeólita composta por óxidos de silício,
alumínio e fósforo. Este processo é responsável por converter o metanol seletivamente
em olefinas leves, principalmente eteno e propeno.

Tecnologias de conversão de olefinas produzem olefinas leves a partir de outras


olefinas. Existem dois principais tipos possíveis de conversão de olefinas: Metátese e
craqueamento de olefinas. O processo de metátese produz o propeno a partir da reação
de eteno com 2-buteno e os processos de craqueamento de olefina produzem eteno e
propeno a partir de craqueamento de cargas olefínicas pesadas, na faixa de C4 a C8.

Os processos de conversão de olefinas são usualmente combinados ou integrados com


outras tecnologias para promover elevado rendimento de olefinas leves com
maximização principalmente de propeno.
A reação clássica da metátese é entre eteno e 2-buteno, na presença de um catalisador,
para formar duas moléculas de propeno, entretanto, a metátese pode ocorrer entre
quaisquer duas olefinas ou dienos, desde que exista um par de duplas ligações

Figura 3 – Reação da metátese (formação de olefinas a patir de outras olefinas)

Em geral, o processo de metátese pode ser econômico quando o propeno vale mais do
que o eteno. A economia da metátese é extremamente sensitiva a razão propeno/eteno
de preços.
O termo nafta é empregado na indústria petrolífera para designar, genericamente,
frações leves do petróleo. A depender da operação que as originaram, as naftas podem
apresentar composições bastante distintas. Por exemplo, existem naftas com baixo teor
de aromáticos e naftas predominantemente aromáticas. Pesquisadores patentearam um
processo em que, por meio da extração líquido-líquido com solventes especiais, é
propiciada uma melhora na efetividade de remoção de aromáticos a partir de naftas com
elevado teor desses compostos. Na figura abaixo, são apresentadas as estruturas do
tolueno, do m-xileno e do cumeno, alguns dos principais compostos aromáticos
usualmente encontrados na nafta.

Figura 4 – Aromáticos produzidos no refino.

Os aromáticos básicos – Benzeno, tolueno, e xileno são os principais compostos


aromáticos para a produção de polímeros, outros produtos químicos, e numerosos
produtos de consumo como: solventes, tintas, vernizes, têxteis, produtos farmacêuticos e
defensivos agrícolas. Estes produtos básicos são as matérias-primas principais, por
exemplo, de produção dos intermediários como estireno e PTA, advindos do benzeno e
p-xileno respectivamente. Os principais produtores são os Estados Unidos, a Europa
Ocidental e a Ásia Pacífico, sendo esta a principal região recebedora de investimentos
em capacidade de produção nos dias de hoje em função de seu mercado em forte
crescimento, principalmente na China. Outras regiões emergentes que atraem
investimentos em menor proporção são as Américas Central e do Sul, além da Europa
Oriental.

Benzeno:

A produção mundial de benzeno foi de 45 milhões de t em 2014, sendo usado na


produção de mais de 250 produtos diferentes. Suas principais aplicações são na
produção de: estireno (55%); cumeno (17%); anilina (11%); ciclohexano (10%); e
outros (7%) (PLATTS, 2015).

Já a Platts Petrochemical Analytics (2015) espera um crescimento na demanda de


benzeno, para os próximos cinco anos, de 3,5% a.a., puxados principalmente pela
demanda de cumeno, devido às resinas fenólicas e anilina, bem como devido ao
aumento da produção de MDI para poliuretana, ambos usados na indústria de
construção civil, principalmente no mercado asiático.
Tolueno:

O principal uso químico do tolueno é na produção de benzeno e xilenos em unidades do


ciclo de aromáticos, para ajuste às demandas do mercado de aromáticos. Cerca de 50%
da sua demanda se destina a este tipo de conversão e apenas 5% do tolueno é usado na
fabricação de outros produtos químicos (ANDRÉ, 2010). Dentre estes produtos se
destaca o tolueno diisocianato (TDI), cuja principal aplicação é na fabricação de
espumas de poliuretano. Outros usos químicos menores para o tolueno incluem a
fabricação de ácido benzóico, fenol, caprolactama, nitrobenzeno e cloreto de benzila.
Em usos não químicos, tolueno é utilizado em grandes quantidades como um
impulsionador de octanagem, adicionado ao pool de gasolina e é também usado como
solvente.

No Brasil, a capacidade de produção de tolueno é de 280 mil toneladas por ano, sendo
195 mil da Braskem, 7 mil da Unigel e 78 mil da Petrobras (RPBC), não incluindo o
que é consumido na refinaria como booster de octanagem (BNDES (1), 2014).

Xilenos:

Os xilenos mistos são uma mistura dos isômeros: orto- meta- e para-xileno e outros
componentes, tais como etibenzeno, sendo que mais de 81% dos xilenos mistos foram
utilizados para a produção de para-xileno, em 2015. A Ásia é disparada a maior região
produtora com cerca de 74% da capacidade em 2015 (IHS, 2015). A outra porção de
xilenos mistos é usada para misturar a gasolina, em tintas e revestimentos, e para a
produção de orto e meta- xileno químicos (ANDRÉ, 2010). O orto-xileno é usado para
fazer produtos intermediários que podem ser utilizados na produção de plastificantes e
resinas de poliéster. O meta-xileno não apresenta uma grande utilização industrial, uma
pequena parcela deste é utilizada na produção de ácido isoftálico, que é co-monômero
para a produção de PET. O consumo de xilenos mistos teve um aumento anual médio de
3,5%, no período 2010-2015, e espera-se um crescimento de 4,5%, nos próximos cinco
anos, 2015-2020 (IHS, 2015).

O para-xileno é usado quase exclusivamente para a produção de PTA – ácido tereftálico


purificado, pois o consumo destinado a produção de DMT – dimetil tereftalado,
atualmente está próximo a somente 2%. O PTA e DMT por sua vez são usados na
obtenção de PET – poli(tereftalato de etileno). O PET é um polímero termoplástico que
permite obter fibras de poliéster, garrafas plásticas e filme de poliéster. Em 2013, a
produção mundial de p-xileno foi de 36 milhões de t, de PTA 54 milhões de t e a de
PET 61 milhões de t (UOP, 2014).
REFERÊNCIAS BIBLIOFRÁFICAS

BRASKEM. Manual de operação - Fornos de Pirólise e Efluentes. Bahia, 2015.


BRASKEM. Manual de operação - Unidade de desmetanização e tratamento de
hidrogênio e fracionamento criogênico. Bahia, 2008.
HOUDECK, J. M., HEMLER, C. L., PITTMAN, R. M., UPSON, L. L. Developing a
Process for the New Century. PTQ Spring 2001. Disponível em http://www.eptq.com,
acessado em setembro de 2005.0
MAINENTI, M.R.M., PINHO, A.R., KARAM, J.E.C., RAMOS, J.G.F., DUBOIS,
A.M. Panorama da Integração Refino-Petroquímica na Petrobras. In: Rio Oil&Gas, Rio
de Janeiro, Brasil. Setembro, 2006.

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