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Sumário

CURSO DE ENROLAMENTO DE MOTOR


PASSO A PASSO 2

MOTOR TRIFÁSICO - SISTEMA IMBRICADO

Finalização – Motor Trifásico (assíncrono de dois polos)

Passo a Passo – Rebobinagem de um Motor Trifásico – Sistema Imbricado

Preparando o Motor para as Ligações

Ligações

Sentidos de Rotação dos Motores

Defeitos em Motores de Indução

Vida Útil do Motor

Tabela de Defeitos Mecânicos

Instituto Universal Brasileiro


Administração Diretora Geral
Luiz Fernando Diniz Naso Irene Rodrigues de Oliveira Teixeira Ribeiro
José Carlos Diniz Naso
Inês Diniz Naso Coordenação Didática
Waldomiro Recchi
Gerente Geral
Modesto Pantaléa
Fotografia
Direção de Arte Roberto Carlos Alves
Carlos Eduardo P. Naso
Assessoria técnica
Assistente Jurídica Anacácio Pedroso Albuquerque
Rafaela Naso
Autor
Produção Waldomiro Recchi
Marcos Prado de Carvalho
Editoração
Imagens
Alexandre Morsilla Instituto Universal Brasileiro
Mariana Vecchi
Yasmin Carolina Cavallini Impressão
IUBRA - Indústria Gráfica e Editora Ltda
Revisão Rodovia Estadual Boituva - Iperó, km 1,1
Roseli Anastácio Silva
Campos de Boituva - Boituva - SP
Marcia Moreira de Carvalho
Claudia de A. Maranhão Prescott Naso CEP 18550-000

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CURSO DE
ENROLAMENTO DE MOTOR
• Ponta de saída do canal 3 com a ponta
PASSO A PASSO 2 de saída do canal 15;
• Ponta de saída do canal 7 com a ponta
de saída do canal 19;
• Ponta de saída do canal 11 com a ponta
de saída do canal 23.
MOTOR TRIFÁSICO – SISTEMA
IMBRICADO Estas ligações fazem a saída dos grupos
de bobinas.
No Passo a Passo 1, fizemos a rebobi-
nagem do estator de um motor trifásico assín- As entradas são as pontas das bobinas
crono de dois polos, de ligação série de seis de passo 10. Assim, seguindo a montagem
terminais, com sistema de enrolamento con- das bobinas no estator, conforme mostrada na
cêntrico, e a ligação entre si das saídas das figura 86 do Passo a Passo 1, teremos as pon-
bobinas de passo 12. tas de saída das bobinas de passo 10 nos se-
Como dissemos, a identificação e prepa- guintes canais.
ração das pontas de ligação das entradas, • Ponta de saída do canal 3 com a ponta
bem como os procedimentos finais para a con- de saída do canal 6;
clusão e fechamento deste motor trifásico e o • Ponta de saída do canal 4 com a ponta
teste final, ficaram para este Passo a Passo. de saída do canal 1;
Finalizaremos este fascículo com a rebo- • Ponta de saída do canal 2 com a ponta
binagem de um motor trifásico assíncrono de de saída do canal 5.
seis polos, de ligação série de seis terminais, Quanto a esta numeração, alertamos que
com sistema de enrolamento imbricado. ela não existe na realidade. Colocamos para fa-
cilitar o entendimento. Quando adquirirem prá-
Finalização - Motor Trifásico tica, não a utilizarão mais.
(assíncrono de dois polos)
Observem a figura 1 que mostra a liga-
Numeração dos fios ção dos grupos de bobinas:

Após o enlaçamento do lado oposto ao


das saídas dos fios de ligação dos grupos de bo-
binas, devemos fazer as ligações: primeiro das
saídas (norte) e, depois, das entradas (sul).

Manteremos, para facilitar o entendi-


mento por parte dos alunos, as cores verde,
para representar a bobina de passo 1:10, e
vermelho, para a bobina de passo 1:12.

Como vimos no Passo a Passo 1, as saí-


das das bobinas de passo 12 são ligadas entre
si da seguinte maneira: Figura 1 - Ligação dos grupos de bobinas.
Curso de Enrolamento de Motor – Passo a Passo 2 3 Instituto Universal Brasileiro
Veja, na figura 2, o esquema das liga- Etiquetadas as pontas, encerramos a re-
ções dos grupos de bobinas: bobinagem do motor trifásico assíncrono de
dois polos, ligação série com seis terminais,
sistema de bobinagem concêntrica (figura 4).
Agora, podemos fechar o motor e fazer as li-
gações dos fios.

Figura 2 - Esquema das ligações dos grupos de bobinas.

Se o enlaçamento foi feito conforme suge- Figura 4 - Numeração das pontas de entrada do grupo
rido no Passo a Passo 1, as pontas de entrada de bobinas.
das bobinas de passo 10 já podem ser isoladas
com o espaguete. Devemos emendar com pe- Devemos reunir as pontas de entrada
daços de cabinhos flexíveis (2,50 mm, ± 30 cm), para passarem pela abertura existente na
soldar e revestir com fita crepe. Por fim, cobrir tampa traseira do motor durante a sua coloca-
esta emenda com o espaguete mais grosso. ção (figura 5).

Antes de soldar, é preciso raspar o iso-


lamento dos terminais das bobinas. Veja a
sequência destas operações na figura 97 do
Passo a Passo1.

Depois de emendadas as pontas de entra-


das, devemos numerá-las. Para isso, usamos uma
sequência de etiquetas numeradas (figura 3).

Figura 5 - Pontas de entrada dos grupos de bobinas de


passo reunidas.

Antes da colocação das tampas, deve-


mos usar o acamador em todos os canais
para baixar as bobinas, evitando assim que
elas saiam dos canais quando o motor en-
Figura 3 - Etiquetas numeradas. trar em funcionamento (figura 6). Devemos,
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também, com um pincel, passar verniz iso-
lante elétrico nas cabeceiras das bobinas,
bem como em todos os canais do estator,
para enrijecer e dar acabamento à rebobi-
nagem (figura 7).

Figura 8 - Colocando a tampa dianteira com o motor.

Em seguida, colocamos a tampa tra-


seira, tomando o cuidado de passar os ter-
minais dos grupos de bobinas pela abertura,
existente na tampa, de passagem dos fios
Figura 6 - Usando o acamador nos canais. (figura 9).

Figura 7 - Envernizando as cabeceiras das bobinas.


Figura 9 - Colocando a tampa traseira.
Colocação das tampas
Caso seja necessário, batemos leve-
Agora vamos colocar as tampas nos res- mente com um martelo sobre a tampa para
pectivos lugares, respeitando as marcas que que se encaixe corretamente – não se es-
foram feitas na desmontagem. Iniciamos com quecendo de observar a posição das mar-
a tampa dianteira com o rotor (figura 8). cas (figura 10).
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Montado o motor, fazemos o teste na
bancada. Ligamos o motor na rede elétrica e
deixamos funcionar por alguns minutos (fi-
gura 12).

Figura 10 - Batendo levemente com o martelo sobre a


tampa traseira.

Feito isto, devemos tentar girar o eixo


do rotor com as mãos para sentir se ele gira
suavemente. Caso isto não ocorra, devemos
rever o assentamento da tampa novamente.
Ao perceber que o eixo do rotor gira de
Figura 12 - Testando o motor.
forma suave, podemos colocar os parafusos
nas tampas para finalizar este procedimento
(figuras 11A e B). Ligações

Para os motores elétricos trifásicos,


existem dois tipos de ligação à rede elétrica:
ligação triângulo e ligação estrela.

A ligação triângulo tem o seu esquema


mostrado na figura 13:

Figura 11A e B - Colocando e apertando os parafusos. Figura 13 - Esquema de ligação triângulo.


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Na ligação triângulo do motor trifásico, Neste tipo de ligação, os terminais 4,
os terminais do motor são ligados à rede da 5 e 6 não são ligados à rede, devendo ser
seguinte maneira (figura 14): ligados entre si e isolados (figura 16).

Figura 14 - Ligação triângulo: 1 e 6, 2 e 4, 3 e 5.

Na ligação estrela (ver esquema na


Figura 16 - Ligação estrela.
figura 15), isolam-se os terminais 4, 5 e
6 e ligam-se à rede os terminais 1, 2 e 3.
Passo a Passo
Rebobinagem de um Motor Trifásico -
Sistema Imbricado

O motor com enrolamento imbricado é


o que possui dois lados de bobina por ra-
nhura. A quantidade total de bobinas é igual
à quantidade total de ranhuras, e todas as
bobinas têm a mesma quantidade de espi-
ras, o mesmo formato e o mesmo passo.
O motor cuja rebobinagem será mos-
trada a seguir é um trifásico assíncrono de
seis polos, com ligação série de seis termi-
Figura 15 - Esquema de ligação estrela. nais (figura 17).
Curso de Enrolamento de Motor – Passo a Passo 2 7 Instituto Universal Brasileiro
Como foi dito, o enrolamento imbricado tem
o mesmo número de bobinas, qual seja o número
de canais (ranhuras) do estator. Em nosso caso,
serão 36 canais, portanto, 18 grupos com duas
bobinas cada. Todas as bobinas têm o passo 6
com 30 espiras cada (figura 18).

Figura 17 - Motor trifásico assíncrono de seis polos -


ligação série de seis terminais.

Os procedimentos normais que ante-


cedem a rebobinagem de um motor trifásico,
que são válidos para qualquer motor, serão
citados, mas não serão apresentados em Figura 18 - Grupo de bobinas de passo 6 com 30 espi-
forma de passo a passo, por já terem sido ras cada.
mostrados no fascículo anterior, sendo já do
conhecimento do aluno. Chamamos de sequência o fio de
união das duas bobinas.
Vamos relembrar estes procedimentos:
Para facilitar, vamos usar cores para a
1. Fazer a marcação nas tampas e car- identificação das bobinas, e números, para os
caça do motor; canais do estator, assim como foi feito no
2. Soltar e retirar os parafusos; Passo a Passo 1.
3. Retirar a tampa traseira e a dianteira Nas bobinas, usaremos a cor verde para
com o rotor; a primeira bobina e vermelha, para a segunda.
4. Cortar e remover todas as bobinas dos Os canais serão numerados do 1 ao 36.
canais do estator;
5. Verificar e anotar o tipo de sistema de Na prática, as bobinas não são coloridas,
enrolamento, o passo das bobinas, número de nem os canais do estator são numerados.
espiras e diâmetro do fio;
6. Removidas as bobinas, fazer a lim-
peza interna; Colocação das bobinas
7. Depois da limpeza, isolar todos os ca-
nais com poliéster. Feitas as bobinas, agora podemos ini-
8. Na confecção das bobinas, pegar um ciar a colocação do primeiro grupo de bobi-
pedaço de fio e fazer o modelo. Este modelo nas em qualquer canal, e as demais na
não deve ser justo, mas com folga de ± 3 cm sequência, no sentido horário, sem pular os
de cada lado do estator. canais.

Qualquer dúvida, consulte o Passo a 1) Vamos começar a rebobinagem colo-


Passo 1 em que estão todos estes procedi- cando o primeiro lado da primeira bobina do
mentos de forma detalhada. primeiro grupo (figura 19). O segundo lado
não é colocado ainda, permanece levantado.
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4) É importante que as bobinas sejam
ajeitadas à medida que elas são colocadas
nos canais. Para isso, pressionamos para
baixo, com o dedo polegar, as cabeças das bo-
binas (figura 22).

Figura 19 - Primeiro lado da primeira bobina do primeiro


grupo colocado.

2) Em seguida, colocamos o fio sequên-


cia (ver figura 18) no canal 2 (figura 20).

Figura 22 - Pressionando as cabeças das bobinas.

5) Em um sistema imbricado, como vão


duas bobinas em cada canal do estator, é
necessário introduzirmos separadores de
Figura 20 - Colocando o fio sequência no canal 2.
papel timbó sobre as bobinas colocadas (fi-
gura 23).
3) Feito isto, neste mesmo canal 2, colo-
camos o primeiro lado da segunda bobina do
primeiro grupo (figura 21). O segundo lado
permanece levantado também.

Figura 21 - Colocando o primeiro lado da segunda bo-


bina. Figura 23 - Introduzindo separadores de papel timbó.
Curso de Enrolamento de Motor – Passo a Passo 2 9 Instituto Universal Brasileiro
6) Introduzidos os separadores, deve-
mos passar o acamador para baixar as bobi-
nas, e abrir espaço para as que irão se
encaixar mais tarde (figura 24).

Figura 26 - Colocando o fio sequência no canal 4.

9) Feito isto, colocamos o primeiro lado da


segunda bobina do segundo grupo (figura 27) no
canal 4. O segundo lado não é colocado ainda.

Figura 24 - Passando o acamador.

7) Continuando com a rebobinagem, co-


locamos o primeiro lado da primeira bobina
do segundo grupo no canal à esquerda da
bobina anterior, canal 3 (figura 25). O se-
gundo lado permanece levantado.

Figura 27 - Colocando o primeiro lado da segunda


bobina do segundo grupo.

10) Sobre essas bobinas, introduzimos


os separadores e, em seguida, passamos o
acamador (figuras 28 e 29).

Figura 25 - Colocando a primeira bobina do segundo


grupo.

8) Depois, colocamos o fio sequência no


canal ao lado da bobina anterior - canal 4 (fi-
gura 26). Figura 28 - Introduzindo os separadores.
Curso de Enrolamento de Motor – Passo a Passo 2 10 Instituto Universal Brasileiro
Figura 29 - Passando o acamador. Figura 31 - Colocando a segunda bobina do terceiro
grupo.
11) Agora, colocamos o primeiro lado da
primeira bobina do terceiro grupo no canal se- Posição das bobinas
guinte (canal 5), não colocando ainda o se-
gundo lado (figura 30). Esta é a última bobina O número de bobinas levantadas (não co-
com o segundo lado levantado. locadas nos canais) é um a menos que o passo,
ou seja, cinco. Assim, neste caso, deixamos cinco
bobinas levantadas. A sexta bobina, que corres-
ponde à segunda bobina do terceiro grupo, já
pode ser colocada nos dois canais, ou seja, o pri-
meiro lado no canal 6, no sentido horário, e o se-
gundo lado (passo 6 à direita), no sentido
anti-horário (canal 1) – figura 32.

Figura 30 - Colocando o primeiro lado da primeira bo-


bina do terceiro grupo.

12) Podemos colocar o primeiro lado da


segunda bobina do terceiro grupo no canal 6
e o segundo lado, sobre a bobina do canal 1 Figura 32 - Bobinas dos canais 1, 2, 3, 4 e 5 levantadas
(figura 31). e a bobina dos canais 6 e 1 colocadas.
Curso de Enrolamento de Motor – Passo a Passo 2 11 Instituto Universal Brasileiro
Podemos observar, nesta última figura,
que o primeiro lado da segunda bobina do ter-
ceiro grupo foi colocado no canal 6, ao lado do
canal 5 (primeira bobina do terceiro grupo), em
sentido horário.
É desta forma que devemos colocar
todos os primeiros lados das bobinas dos 18
grupos. Já o segundo lado da segunda bobina
do terceiro grupo recua o passo que corres-
ponde a seis canais e cai sobre a primeira bo-
bina do primeiro grupo, no canal 1.
Essa sobreposição irá acontecer daqui
para frente durante a colocação dos segundos
lados de todas as bobinas dos 18 grupos. Figura 34 - Pressionando a bobina com uma espátula.
Essa é a razão pela qual devemos colocar os
separadores de papel timbó em cima das bo-
binas para isolar uma da outra.

Os segundos lados das bobinas dos


três primeiros grupos só serão colocados no
final da rebobinagem nos respectivos canais
(32, 33, 34, 35 e 36).

Para facilitar a colocação das bobinas


nos outros canais, sugerimos que o motor seja
posicionado no berço (figura 33).

Figura 35 - Posicionando o cavalote.

Outra medida importante que devemos


tomar, toda vez que colocarmos os cavalo-
tes, é enrolar as pontas dos fios das bobi-
nas (figura 36).

Figura 33 - Posicionando o motor no berço.

Sobre o segundo lado da segunda bo-


bina do terceiro grupo, colocada no canal 1,
devemos posicionar o cavalote. Caso seja pre-
ciso, pressionamos a bobina para baixo, para
facilitar a passagem do cavalote, utilizando,
para isto, uma espátula feita de bambu ou de
plástico (figuras 34 e 35). Figura 36 - Enrolando as pontas dos fios.
Curso de Enrolamento de Motor – Passo a Passo 2 12 Instituto Universal Brasileiro
Colocação dos demais Quinto grupo de bobinas
grupos de bobinas
• Primeira bobina
Para continuarmos com a rebobinagem a) Primeiro lado: canal 9
dos demais grupos de bobinas, devemos re- b) Segundo lado: sobre a bobina do
petir as operações já feitas com as primeiras canal 4
bobinas e que serão mostradas através de
uma série de ilustrações na sequência. • Segunda bobina
a) Primeiro lado: canal 10
Quarto grupo de bobinas b) Segundo lado: sobre a bobina do canal 5

• Primeira bobina Espaçadores nos canais 9 e 10 e os ca-


a) Primeiro lado: canal 7 valotes sobre as bobinas dos canais 4 e 5 (fi-
b) Segundo lado: sobre a bobina do canal 2 gura 38).

• Segunda bobina
a) Primeiro lado: canal 8
b) Segundo lado: sobre a bobina do canal 3

Feito isto, introduzimos os espaçadores


nos canais 7 e 8 e os cavalotes sobre as bobi-
nas dos canais 2 e 3 (figura 37).

Devemos usar o acamador e a espá-


tula para assentar as bobinas, para a intro-
dução dos espaçadores e dos cavalotes.

Figura 38 - Colocação do quinto grupo de bobinas.

Sexto grupo de bobinas

• Primeira bobina
a) Primeiro lado: canal 11
b) Segundo lado: sobre a bobina do canal 6

• Segunda bobina
a) Primeiro lado: canal 12
b) Segundo lado: sobre a bobina do canal 7

Espaçadores nos canais 11 e 12 e os ca-


valotes sobre as bobinas dos canais 6 e 7 (fi-
Figura 37 - Colocação do quarto grupo de bobinas. gura 39).
Curso de Enrolamento de Motor – Passo a Passo 2 13 Instituto Universal Brasileiro
Oitavo grupo de bobinas

• Primeira bobina
a) Primeiro lado: canal 15
b) Segundo lado: sobre a bobina do
canal 10

• Segunda bobina
a) Primeiro lado: canal 16
b) Segundo lado: sobre a bobina do
canal 11

Espaçadores nos canais 15 e 16 e os


cavalotes sobre as bobinas dos canais 10 e
11 (figura 41).

Figura 39 - Colocação do sexto grupo de bobinas.

Sétimo grupo de bobinas

• Primeira bobina
c) Primeiro lado: canal 13
d) Segundo lado: sobre a bobina do canal 8

• Segunda bobina
c) Primeiro lado: canal 14
d) Segundo lado: sobre a bobina do canal 9

Espaçadores nos canais 13 e 14 e os cavalo-


tes sobre as bobinas dos canais 8 e 9 (figura 40).

Figura 41 - Colocação do oitavo grupo de bobinas.

Nono grupo de bobinas

• Primeira bobina
a) Primeiro lado: canal 17
b) Segundo lado: sobre a bobina do
canal 12

• Segunda bobina
a) Primeiro lado: canal 18
b) Segundo lado: sobre a bobina do
canal 13

Espaçadores nos canais 17 e 18 e os


cavalotes sobre as bobinas dos canais 12 e
Figura 40 - Colocação do sétimo grupo de bobinas. 13 (figura 42).
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Décimo primeiro grupo de bobinas

• Primeira bobina
a) Primeiro lado: canal 21
b) Segundo lado: sobre a bobina do
canal 16

• Segunda bobina
a) Primeiro lado: canal 22
c) Segundo lado: sobre a bobina do
canal 17.

Espaçadores nos canais 21 e 22 e os ca-


valotes sobre as bobinas dos canais 16 e 17
(figura 44).
Figura 42 - Colocação do nono grupo de bobinas.

Décimo grupo de bobinas

• Primeira bobina
a) Primeiro lado: canal 19
b) Segundo lado: sobre a bobina do
canal 14

• Segunda bobina
a) Primeiro lado: canal 20
b) Segundo lado: sobre a bobina do
canal 15

Espaçadores nos canais 19 e 20 e os cavalo-


tes sobre as bobinas dos canais 14 e 15 (figura 43).
Figura 44 - Colocação do décimo primeiro grupo de
bobinas.

Décimo segundo grupo de bobinas

• Primeira bobina
a) Primeiro lado: canal 23
b) Segundo lado: sobre a bobina do
canal 18

• Segunda bobina
a) Primeiro lado: canal 24
b) Segundo lado: sobre a bobina do
canal 19

Espaçadores nos canais 23 e 24 e os ca-


valotes sobre as bobinas dos canais 18 e 19
Figura 43 - Colocação do décimo grupo de bobinas. (figura 45).
Curso de Enrolamento de Motor – Passo a Passo 2 15 Instituto Universal Brasileiro
Décimo quarto grupo de bobinas

• Primeira bobina
a) Primeiro lado: canal 27
b) Segundo lado: sobre a bobina do
canal 22

• Segunda bobina
a) Primeiro lado: canal 28
b) Segundo lado: sobre a bobina do
canal 23

Espaçadores nos canais 27 e 28 e os ca-


valotes sobre as bobinas dos canais 22 e 23
(figura 47).

Figura 45 - Colocação do décimo segundo grupo de


bobinas.

Décimo terceiro grupo de bobinas

• Primeira bobina
a) Primeiro lado: canal 25
b) Segundo lado: sobre a bobina do
canal 20

• Segunda bobina
a) Primeiro lado: canal 26
b) Segundo lado: sobre a bobina do
canal 21

Espaçadores nos canais 25 e 26 e os cavalo-


tes sobre as bobinas dos canais 20 e 21 (figura 46).
Figura 47 - Colocação do décimo quarto grupo de bobinas.

Décimo quinto grupo de bobinas

• Primeira bobina
a) Primeiro lado: canal 29
b) Segundo lado: sobre a bobina do
canal 24

• Segunda bobina
a) Primeiro lado: canal 30
b) Segundo lado: sobre a bobina do
canal 25

Espaçadores nos canais 29 e 30 e os


Figura 46 - Colocação do décimo terceiro grupo de cavalotes sobre as bobinas dos canais 24 e
bobinas. 25 (figura 48).
Curso de Enrolamento de Motor – Passo a Passo 2 16 Instituto Universal Brasileiro
Décimo sétimo grupo de bobinas

• Primeira bobina
a) Primeiro lado: canal 33
b) Segundo lado: sobre a bobina do
canal 28

• Segunda bobina
a) Primeiro lado: canal 34
b) Segundo lado: sobre a bobina do
canal 29

Espaçadores nos canais 33 e 34 e os ca-


valotes sobre as bobinas dos canais 28 e 29
(figura 50).

Figura 48 - Colocação do décimo quinto grupo de bobinas.

Décimo sexto grupo de bobinas

• Primeira bobina
a) Primeiro lado: canal 31
b) Segundo lado: sobre a bobina do
canal 26

• Segunda bobina
a) Primeiro lado: canal 32
b) Segundo lado: sobre a bobina do
canal 27

Espaçadores nos canais 31 e 32 e os ca-


valotes sobre as bobinas dos canais 26 e 27
(figura 49).
Figura 50 - Colocação do décimo sétimo grupo de bobinas.

Décimo oitavo grupo de bobinas

• Primeira bobina
a) Primeiro lado: canal 35
b) Segundo lado: sobre a bobina do
canal 30

• Segunda bobina
a) Primeiro lado: canal 36
b) Segundo lado: sobre a bobina do
canal 31

Espaçadores nos canais 35 e 36 e os ca-


valotes sobre as bobinas dos canais 30 e 31
Figura 49 - Colocação do décimo sexto grupo de bobinas. (figura 51).
Curso de Enrolamento de Motor – Passo a Passo 2 17 Instituto Universal Brasileiro
Segundo grupo
• Primeira bobina: canal 34
• Segunda bobina: canal 35

E, finalmente, colocamos o segundo lado


da primeira bobina do terceiro grupo no canal
36 (figura 53).

Figura 51 - Colocação do décimo oitavo grupo de bobinas.

Se tudo ocorreu bem, ou seja, se todas as


bobinas foram colocadas corretamente, deve
estar livre a parte de cima dos canais 32, 33, 34,
35 e 36 (veja figura anterior). São nesses canais
em que serão colocados os segundos lados das
Figura 53 - Colocação dos lados direitos da primeira e se-
cinco primeiras bobinas que ficaram levantadas. gunda bobina - canais 34, 35 e 36.

Colocação dos segundos lados das bo-


binas do primeiro, segundo e terceiro grupo Feita a colocação de todas as bobinas,
vamos fazer uma revisão e verificar se, em todos
Primeiro grupo (figura 52) os canais, foram colocados os separadores de
• Primeira bobina: canal 32 papel timbó e os cavalotes sobre todas as bobinas.
• Segunda bobina: canal 33 Com as pontas dos fios enroladas, está
concluída a rebobinagem do estator (figura 54).
Agora, vamos para a parte que requer bastante
atenção, que são as ligações dos fios.

Figura 52 - Colocação dos segundos lados da primeira e se-


gunda bobina - canais 32 e 33. Figura 54 - Rebobinagem completada.
Curso de Enrolamento de Motor – Passo a Passo 2 18 Instituto Universal Brasileiro
Preparando o Motor para as Ligações 3) Feito isto, é fácil observar que estas
pontas saem dos canais do estator para o in-
1) Vamos preparar o motor para as liga- terior, do centro dos canais entre as bobinas e
ções, isolando as cabeças das bobinas com do fundo do canal rente à carcaça (figura 57).
papel timbó (figura 55).

Figura 57 - Pontas dos canais.

Figura 55 - Isolando as cabeças das bobinas. Os fios que saem das bobinas, os que so-
brepõem às outras bobinas nos canais e saem
Observe nesta figura que as pontas dos para o interior do estator, são as saídas. Vamos
espaçadores, colocados dentro dos canais entre identificá-las com espaguete na cor preta. As de-
as bobinas, estão aparecendo. Portanto, deve- mais representam as entradas, sendo identifi-
mos cortá-las rente às cabeças das bobinas. cadas com espaguete na cor vermelha.
A ligação das saídas e entradas das bo-
binas deve ser feita com muita atenção para
Aproveitamos a colocação dos isola-
não errar, caso contrário, ao fazer o teste, po-
mentos nas bobinas para ajeitar as cabeças
demos curto-circuitar o enrolamento e perder
com o dedo polegar (ver figura 22).
todo o trabalho.
Para facilitar mais ao aluno, mostramos
2) Terminado isto, vamos preparar os na figura 58 o esquema do motor e suas liga-
fechamentos. Primeiro, esticamos as pon- ções três fases, em três cores: azul para pri-
tas internas e externas das bobinas (fi- meira fase (1-4); verde, segunda fase (2-5); e
gura 56). vermelho, terceira fase (3-6).

Figura 56 - Pontas internas e externas esticadas. Figura 58 - Ligações três fases.


Curso de Enrolamento de Motor – Passo a Passo 2 19 Instituto Universal Brasileiro
Fechamento da primeira fase

1) Para iniciar as interligações das bobi-


nas, vamos determinar a ponta da bobina que
será o terminal de entrada 1, que pode ser
qualquer um, e inserimos o espaguete na cor
vermelha (figura 59).

Figura 61 - Inserindo os espaguetes vermelhos em um fio


sim, um não.

4) Na ponta de saída do grupo de bobi-


nas do terminal 1, inserimos o espaguete preto
e repetimos este procedimento a cada quatro
bobinas (figura 62).

Figura 59 - Espaguete vermelho no terminal de entrada 1.

Este terminal será a referência em


que se fará a contagem de bobinas para
as demais ligações.

2) Feito isto, vamos emendar com um pe-


daço de fio flexível de 2,5 mm. Soldamos, re-
vestimos com fita crepe e o isolamos com
espaguete de maior diâmetro, como foi ensi-
nado no Passo a Passo 1 (figura 60).
Figura 62 - Inserindo espaguetes pretos nas pontas de saída,
de quatro em quatro bobinas.

5) A partir da entrada do terminal 1, de


quatro em quatro bobinas, fechamos as entra-
das – espaguetes vermelhos (figura 63).

Figura 60 - Emendando o terminal de entrada 1.

3) Na sequência, inserimos os espague-


tes vermelhos nas pontas de entrada, um fio Figura 63 – Fechando as entradas (espaguetes ver-
sim, um não (figura 61). melhos).
Curso de Enrolamento de Motor – Passo a Passo 2 20 Instituto Universal Brasileiro
6) Agora, na saída do terminal 1, fecha-
mos as saídas de quatro em quatro bobinas –
espaguetes pretos (figura 64).

Figura 67 - Concluindo os fechamentos.

8) Todas as emendas feitas nas pontas


de entrada e saída devem ser soldadas e pro-
tegidas com fita crepe e espaguete de maior
Figura 64 - Fechando as saídas (espaguetes pretos). diâmetro (figura 68).

7) Este procedimento se repete até ter-


minar a primeira fase, chegando ao terminal 4
(figuras 65, 66 e 67).

Figura 68 - Emendas isoladas.

9) Para concluir, emendamos o terminal 4


com um pedaço de fio flexível (azul) – figura 69.
Figura 65 - Fechando as entradas.

Figura 66 - Fechando as saídas. Figura 69 - Emendando o terminal 4.


Curso de Enrolamento de Motor – Passo a Passo 2 21 Instituto Universal Brasileiro
10) Feita esta emenda, soldamos, reves- Veja na figura 72 um esquema em que
timos com fita crepe e inserimos espaguete de se mostram as emendas das saídas e entra-
maior diâmetro, para isolar a ligação do termi- das da primeira fase (1-4):
nal 4 (figura 70).

Figura 70 - Isolando a ligação do terminal 4.

11) Agora, vamos numerar os terminais 1 e


4 com etiquetas numeradas (figuras 71A e B).

Figura 72 - Fechamento das saídas e entradas da


Figuras 71A e B - Etiquetando os terminais 1 e 4. primeira fase (1-4).
Curso de Enrolamento de Motor – Passo a Passo 2 22 Instituto Universal Brasileiro
Fechamento da segunda fase 3) Feito isto, colocamos uma etiqueta
numerada (neste caso, número 2) para iden-
1) Vamos iniciar o fechamento das tificar o terminal 2 (figura 75).
pontas de saída e entrada da segunda fase
(2-5). Observe o terminal de entrada 2 atra-
vés da figura 73:

Figura 75 - Colocando a etiqueta numerada.

4) Depois disto, contando de quatro


Figura 73 - Terminal de entrada 2. em quatro bobinas, fazemos o fecha-
mento das saídas (espaguete preto) – fi-
gura 76.
2) Emendamos o terminal 2 com um
cabo flexível (azul). Soldamos, revestimos
com fita crepe e isolamos com espaguete
(figura 74).

Figura 76 - Fechando as saídas.

5) De quatro em quatro bobinas, tam-


bém, fazemos o fechamento das entradas
Figura 74 - Emendando e isolando o terminal. (espaguete vermelho) – figura 77.
Curso de Enrolamento de Motor – Passo a Passo 2 23 Instituto Universal Brasileiro
Figura 77 - Fechando as entradas. Figura 79 - Emendando o terminal 5.

6) Desta forma, fechamos as saídas


(preto com preto) e as entradas (vermelho
com vermelho), até chegarmos ao terminal
5, concluindo, assim, a segunda fase (2-5)
– figura 78.

Figura 80 - Colocando a etiqueta número 5.

8) Na figura 81, mostramos o es-


quema de fechamento das saídas (preto
com preto) e entradas (vermelho com ver-
melho) da segunda fase, de quatro em qua-
tro bobinas.
Figura 78 - Terminal 5 da segunda fase.

7) Agora, emendamos ao terminal 5 um Lembramos que a primeira fase é


pedaço de fio flexível. Soldamos, revestimos 1-4 e a segunda fase é 2-5. A seguir,
com fita crepe e isolamos com espaguete, veremos o fechamento da terceira fase
etiquetando em seguida (número 5) – figu- (3-6).
ras 79 e 80.
Curso de Enrolamento de Motor – Passo a Passo 2 24 Instituto Universal Brasileiro
Fechamento da
terceira fase

Concluída as ligações da primeira e se-


gunda fase, vamos fazer o fechamento da
terceira fase.

1) Primeiro, fazemos a emenda do ter-


minal 3 com um cabo flexível (azul), sol-
dando, revestindo com fita crepe e isolando
com espaguete, etiquetando em seguida
(número 3) – figuras 82 e 83.

Figura 82 - Emendando o terminal 3.

Figura 81 - Fechamento das saídas e entradas da


segunda fase. Figura 83 - Etiquetando o terminal 3.
Curso de Enrolamento de Motor – Passo a Passo 2 25 Instituto Universal Brasileiro
2) De acordo com o que foi feito nas 3) Concluído este fechamento, vamos
fases anteriores, fazemos o fechamento das para o terminal 6, da terceira fase, que deve
saídas (preto com preto) e entradas (vermelho ser emendado ao fio flexível, soldando, iso-
com vermelho), de quatro em quatro bobinas, lando e etiquetando em seguida, finalizando,
conforme esquema mostrado na figura 84. assim, o procedimento de fechamento (figu-
ras 85 e 86).

Figura 85 - Emendando o terminal 6.

Figura 86 - Etiquetando o terminal 6.

4) A seguir, o esquema geral de fe-


Figura 84 - Esquema de fechamento das saídas e chamento das entradas e saídas das três
entradas da terceira fase. fases (figura 87).
Curso de Enrolamento de Motor – Passo a Passo 2 26 Instituto Universal Brasileiro
5) Colocada a etiqueta, o motor já
está pronto para receber o verniz isolante
elétrico em todo o seu interior (estator e ca-
beça de bobinas), para em seguida ser fe-
chado conforme as orientações dadas no
início deste Passo a Passo (figura 88).

Figura 88 - Motor pronto.

Ligações

Após o fechamento do motor, com a co-


locação correta das tampas, podemos fazer
a ligação dos terminais à rede.
Os motores trifásicos podem ser liga-
dos em 220 ou 380 volts. Para isso, usamos
o sistema de ligação triângulo ou estrela.

1) Na ligação triângulo (220 volts), liga-


mos à rede os terminais 1 e 6, 2 e 4, 3 e 5 (fi-
guras 89A e B).

Figura 87 - Esquema geral de fechamento das três


fases.
Curso de Enrolamento de Motor – Passo a Passo 2 27 Instituto Universal Brasileiro
Nesses motores com um único sen-
tido, há uma seta na carcaça indicando o
sentido correto da rotação. Nos motores
com dois sentidos de rotação, o funciona-
mento para cada sentido é alcançado tro-
cando-se a ligação de dois condutores de
alimentação.

Olhando de frente à ponta do eixo do


motor, dizemos que o sentido de rotação é
horário ou anti-horário, conforme seja o
caso.

As condições ideais, ou usuais, para o


funcionamento de motores elétricos são as
seguintes:

Figuras 89A e B – Ligação dos terminais 1 e 6, 2 e 4, • Temperatura ambiente não superior a


3 e 5 à rede. 40 °C;
2) Na ligação estrela, isolamos os termi- • Meio ambiente isento de elementos
nais 4, 5 e 6 e ligamos à rede os terminais 1, 2 prejudiciais ao funcionamento do motor;
e 3 (figura 90).
• Localização do motor à sombra;

• Altitude do local não superior a


1.000 m acima do nível do mar.

As condições não adequadas para o


motor são estas:

• Exposição a fumaças;

• Funcionamento em locais excessiva-


mente úmidos;

• Funcionamento em velocidade que


excede os limites permanentes;

• Exposição de poeiras, vapores, gases


Figura 90 – Ligação estrela. combustíveis ou explosivos;

• Exposição a poeiras abrasivas, con-


Sentidos de Rotação dutoras ou excessivas;
dos Motores
• Exposição a fibras e ao vapor
Os motores elétricos são fabricados d’água;
para girar em dois sentidos. Há casos espe-
ciais em que a rotação é feita em sentido • Funcionamento em ambientes com
único. pouca ventilação;
Curso de Enrolamento de Motor – Passo a Passo 2 28 Instituto Universal Brasileiro
• Exposição a temperaturas sempre in- 3. Se o rotor gira livremente, sem notar
feriores a 10 °C ou superiores a 40 °C; que está se raspando no estator, então, o
não funcionamento deste pode ser atribuído
• Exposição ao ar salgado ou ambien- à abertura ou curto-circuito nas bobinas de
tes corrosivos; uma fase.

• Exposição a choques, vibrações ou 4. Nos motores monofásicos, se o ca-


basculamentos (abertura em sentido verti- pacitor (condensador) de partida estiver
cal), provenientes de fontes externas; aberto, o motor não dará partida. A mesma
coisa acontece quando o platinado do cen-
• Funcionamento com tensão fora do li- trífugo estiver aberto, com sujeira ou des-
mite de tolerância de ± 10%; gaste excessivo dos contatos. Em um
primeiro teste, abrimos o compartimento do
• Funcionamento com frequência fora capacitor e o trocamos por outro bom, li-
do limite de tolerância de ± 5%; gando o motor de forma experimental. Se
funcionar normalmente, o reparo se limitará
• Soma das tolerâncias de tensão e de à troca do capacitor.
frequência ultrapassando ± 10%;
Se o motor ainda não funcionar, abri-
• Funcionamento com tensões dese- mos e examinamos o centrífugo, assim
quilibradas; como seus enrolamentos.

• Funcionamento, sem interrupção, de


motores com características de uso para re- 5. Outra causa para que o motor não
gime de tempo limitado. dê a partida é a queima do enrolamento au-
xiliar, que pode ser um curto-circuito no ca-
Defeitos em Motores pacitor ou o platinado colado, de modo que
de Indução não se abra, mesmo com o motor em pleno
funcionamento.
Devido a sua simplicidade, os motores de
indução apresentam poucos defeitos, que podem 6. Com a tampa traseira removida, po-
ser divididos em defeitos mecânicos e elétricos. demos verificar a continuidade entre os ter-
minais do platinado (é bom dessoldar os
De uma maneira geral, podemos ter os terminais para evitar que o teste venha a
seguintes casos: ser falseado). Com a alavanca para baixo
(posição do motor parado), os contatos
1. Se o motor não der a partida, caso devem se fechar, e o instrumento (lâmpada
seja um motor trifásico, devemos inicial- de prova ou multímetro) acusar continui-
mente observar se o eixo gira livremente ou dade. Soltando a alavanca do platinado
não. Caso tenha ocorrido o travamento do (posição do motor em funcionamento), o
eixo, poderá ser defeito nos mancais ou instrumento de teste não deve acusar con-
haver presença de um corpo estranho em tinuidade.
seu interior, prendendo assim, o rotor.
7. Os motores de indução, tanto mono
2. Quando ocorre o travamento do como trifásico, podem funcionar mal, com
rotor, circula uma corrente excessiva pelo roncos etc. se os rolamentos estiverem com
estator, que dificilmente sobreviverá. Deve- folga. Sacudindo a ponta do eixo, este não
mos, então, procurar a causa deste trava- deve ter movimento algum. Caso se movi-
mento e, ao mesmo tempo, preparar-nos mente um pouco, está na hora de trocar os
para rebobinar o motor. mancais.
Curso de Enrolamento de Motor – Passo a Passo 2 29 Instituto Universal Brasileiro
rial isolante, que depende da temperatura am-
Outra fonte de ruído e dificuldades biente, da umidade do ar e das condições de
no funcionamento são os mancais secos, serviço, as quais são as forças eletrodinâmi-
sem lubrificação adequada e com sujeira. cas nas frenagens e nas acelerações, vibra-
ções, ambientes corrosivos etc.
8. Um outro defeito, bem raro, é o afrou-
xamento do pacote de chapas que constituem Para cada 8 °C de acréscimo sobre a
o núcleo do estator, de modo que uma ou mais temperatura máxima, a vida útil do material
chapas possam entrar em vibração. isolante cai pela metade.

9. Falta de fase ou o desbalanceamento Lembramos que para separar uma bo-


da rede trifásica, de maneira que uma das bina de outro grupo dentro dos canais, usa-
fases fique com tensão inferior às demais, leva mos papel timbó (figura 91).
à queima do enrolamento do motor trifásico.

10. Picos de tensão causados pelo


acionamento rápido de cargas indutivas,
através de um TRIAC ou dispositivo seme-
lhante, provocam “furos” no isolamento dos
motores, ocasionando curto-circuito nas bo-
binas, entre si ou na carcaça.

Se o motor funcionar, ainda que mal,


será conveniente:

a) procurar causas mecânicas para o Figura 91 - Papel timbó.


mau funcionamento;
A isolação dos canais, bem como os ca-
b) observar se o eixo não está empe- valotes, devem ser feitos com poliéster, com
nado, fazendo o rotor roçar no estator; espessura 19 para motores até 10 HP, e 25
para motores acima de 20 HP( figura 92).
c) constatar se não há corpo estranho
entre o estator e o rotor;

d) verificar as condições dos rolamen-


tos (ou buchas de bronze) que constituem
os mancais;

e) verificar as soldas de conexão dos


grupos e fases.

Caso um enrolamento esteja rompido


(aberto) ou em curto-circuito parcial, a solu-
ção será rebobinar o motor. Figura 92 - Poliéster.

Lembramos também que o verniz a ser


Vida Útil do Motor utilizado é o verniz isolante elétrico.
Para finalizar este Passo a Passo, segue
A vida útil de um motor depende, quase uma Tabela de Defeitos Mecânicos para o me-
que exclusivamente, da vida útil de seu mate- lhor aprendizado do aluno.
Curso de Enrolamento de Motor – Passo a Passo 2 30 Instituto Universal Brasileiro
Tabela de Defeitos Mecânicos

Defeitos Causas

Normalmente, é pela não abertura do


conjunto centrífugo-platinado, deixando, por-
Queima da bobina auxiliar ou de partida
tanto, a bobina ligada por mais tempo que o
especificado.

Defeito de isolamento, geralmente cau-


Curto-circuito na conexão sado por contaminação, abrasão ou oscila-
ção de tensão.

Também defeito de isolamento, carac-


Curto-circuito contra a massa (carcaça),
terístico de contaminação, abrasão ou osci-
na saída da ranhura
lação de tensão.

Outro defeito de isolamento caracterís-


Curto-circuito entre as espiras tico de contaminação, abrasão e oscilação de
tensão.

Quando ocorre a queima total de todas


as fases do enrolamento trifásico, o motivo é
Queima por sobrecarga
a sobrecarga do motor. Sobretensões ou
subtensões provocam o mesmo problema.

Defeito de isolamento causado por con-


Curto-circuito entre fases
taminação, abrasão ou oscilação de tensão.

Quando as tensões são desiguais, nor-


malmente tem como motivo cargas não ba-
Fase danificada por desbalanceamento lanceadas na rede de alimentação por
da tensão da rede conexões deficientes nos terminais do motor
ou mau contato. É aceitável um desequilíbrio
de 6% a 10% da alimentação normal.

Este problema é consequência da inter-


rupção em uma fase da rede de alimentação
Falta de fase (motor monofásico ligado
do motor. Em geral, é um fusível queimado,
em estrela)
um contato aberto, uma linha de força inter-
rompida ou uma conexão deficiente.

Sobrecarga do motor provoca a queima


de todo o isolamento do enrolamento princi-
Queima da bobina principal (motor mo-
pal do motor. Sobretensões, ou ainda, a bo-
nofásico)
bina auxiliar não conectada no momento da
partida causam o mesmo problema.

Curso de Enrolamento de Motor – Passo a Passo 2 31 Instituto Universal Brasileiro

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