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221

Capítulo 9 ................106
Módulo 37 ............ 110

AT
Capítulo 10 .............. 114
222 Módulo 38 ...........131
M
Módulo 39 ...........135

a
Módulo 40 ...........140

sic Módulo 41 ...........145


Capítulo 11 ..............150
Módulo 42 ............159


Q
O
BI
O
LP
IS
H
FI GEO
L

S
C
SO


S
RE
1. Equação do aumento
linear transversal (A) 108
2. Organizador gráfico 109
Módulo 37 – Espelhos esféricos:
equação do aumento linear 110

• Calcular a posição, o tamanho e a


natureza da imagem formada por
espelhos esféricos, utilizando os
métodos gráfico e analítico.
• Reconhecer espelhos côncavos e
convexos e suas aplicações.

HOLBOX / SHUTTERSTOCK
Espelhos esféricos – Parte II 9
107

Em nosso mundo, existem vários tipos de espelhos. Na sua maioria, os espelhos pla-
nos são os mais utilizados. Existem os chamados espelhos curvos (não planos), como
os parabólicos e os esféricos, e também aqueles que não apresentam uma definição.
Em especial, os espelhos esféricos côncavos e convexos apresentam grande utilidade
em nosso dia a dia, em razão de ora ampliar o campo visual e ora ampliar a imagem de
objetos reais e concentrar num ponto a luz que chega até eles. Veremos, neste capítulo,
a equação que apresenta o aumento ou a diminuição da imagem fornecida por esses
espelhos em relação ao objeto que está na frente deles.
1. Equação do aumento APRENDER SEMPRE 21
9

linear transversal (A)


221

A imagem conjugada de um objeto real por um espelho 01. Fatec-SP


plano é sempre virtual, direita e do mesmo tamanho do ob- Para se barbear, um jovem fica com seu rosto situado a
jeto. Isso quer dizer que as ordenadas da imagem (i) e do ob- 50 cm de um espelho, e este fornece sua imagem ampliada
jeto (o) possuem o mesmo tamanho. A relação entre essas 2 vezes. O espelho utilizado é:
ordenadas (i/o) é chamada de aumento linear transversal (A). a. côncavo, de raio de curvatura 2,0 m.
Para os espelhos planos, essa relação tem sempre como b. côncavo, de raio de curvatura 1,2 m.
resultado o valor 1 (A = 1). Já para os espelhos esféricos, o c. convexo, de raio de curvatura 2,0 m.
Física

tamanho da imagem nem sempre é o mesmo do objeto. Se d. convexo, de raio de curvatura 1,2 m.
uma imagem tem 40 cm de altura e o objeto que a fornece, e. plano.
10 cm de altura, ela teve um aumento de 4 vezes em relação Resolução
ao objeto, logo o módulo do aumento linear transversal foi Do enunciado, podemos concluir que:
igual a 4. Se a imagem tem a mesma orientação que o objeto, I. o rosto do jovem é o objeto e está posicionado a
o aumento linear será positivo (+4). Se a imagem for invertida uma distância p = +50 cm. O sinal de mais ocorre
em relação ao objeto, esse aumento linear transversal será porque estamos trabalhando com objetos reais;
negativo (– 4). II. como a imagem é ampliada e deve ser direita para
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

i permitir o barbear, temos A = + 2.


A=
o Trata-se de um espelho côncavo com objeto posiciona-
do entre o vértice e o foco para gerar imagem virtual, direita
Como a variação no tamanho da imagem em espelhos e maior.
esféricos depende das abscissas do objeto (p) e da imagem Aplicando-se a equação de aumento linear transversal:
(p’), a equação que relaciona as ordenadas da imagem (i) e i p’
do objeto (o) e essas abscissas é: A= =−
o p
i p’ p’
=− 2= −
o p 50
p ’ = −100 ccm

Para utilizar a equação do aumento linear transversal, de- Da equação de Gauss:


ve-se conhecer a convenção de sinais a seguir.
1 1 1
= +
Aumento linear f p p’
Relação entre objeto e imagem 1 1 1
transversal = +
f 50 (−100)
108

Imagem e objeto têm a mesma 1 1 1 2 −1 1


A>0 = − = =
orientação: imagem direita. f 50 100 100 100
Imagem e objeto têm orientações f = +100
A<0
diferentes: imagem invertida. R
f=
|A|=1 Imagem e objeto têm o mesmo tamanho. 2
R
O tamanho da imagem é maior 100 =
|A|>1 2
que o tamanho do objeto. R = 200 cm = 2,0 m
O tamanho da imagem é menor Alternativa correta: A
|A|<1
que o tamanho do objeto.

Acesse: <https://www.youtube.
com/watch?v=czTfYKrFBdQ>
EMI-15-10
2. Organizador gráfico

9
A. Espelhos esféricos

221
CHINAHBZYG, ANDREEVARF, BACIU / SHUTTERSTOCK
podem ser podem ser

Física
Espelhos esféricos

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


Côncavos Convexo

que produzem
imagem

Real – maior, menor Virtual – menor que


ou igual ao objeto o objeto

Virtual – maior que


o objeto

109
EMI-15-10

Apenas
Tema Tópico Subtópico Subtópico destaque texto Características
Módulo 37
9

Espelhos esféricos: equação do aumento linear


221

Exercícios de Aplicação
01. Vunesp (adaptado) 02. Uespi
Observe, na figura 1, o adesivo plástico apresentado no Um lápis de altura 16 cm encontra-se diante de um es-
Física

espelho côncavo de raio de curvatura igual a 1,0 m. Essa in- pelho esférico convexo com distância focal de valor absoluto
formação indica que o espelho produz imagens nítidas com 40 cm. A imagem do lápis tem a mesma orientação deste e
dimensões até cinco vezes maiores que as de um objeto co- altura igual a 3,2 cm. A que distância do espelho encontra-se
locado diante dele. o lápis?
Resolução
i = −p ’ ⇒ 3,2 = − p ’ ⇒ p ’ = − p
nto
Aumex o p 16 p 5
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

5 Eixo
Principal A distância do objeto ao espelho (p) é dada por:
Lápis
Espelho 1=1+ 1 ⇒− 1 =1−5⇒− 1 = − 4
côncavo f p p’ 40 p p 40 p
Figura 1 Figura 2
p = 160 cm

Considerando válidas as condições de nitidez de Gauss


para esse espelho, a distância do vértice do espelho em que
um lápis deve ser colocado perpendicularmente ao eixo prin-
cipal (figura 2), para que sua imagem seja direita e ampliada
cinco vezes é, em cm:
a. 40
b. 50
c. 100
d. 200
110

e. 500
Resolução
Imagem direita e ampliada cinco vezes:

i = −p’ ⇒ 5⋅o = −p’ ⇒ p ’ = −5⋅p


o p o p
R = 2 · f →1 = 2 · f → f = 0,5 m = 50 cm
A abscissa do objeto (p) é dada por:
1 = 1 + 1 ⇒ 1 = 1 − 1 ⇒ 1 = 5 − 1 ⇒ p = 40 cm
f p p ’ 50 p 5p 50 5⋅p
Alternativa correta: A
EMI-15-10
03. Unicid-SP (adaptado)

9
Após estudar "bastante", o aluno decidiu criar o que ele denominou de "tabela de consultas para o momento da prova", re-
sumindo as características principais das imagens em espelhos esféricos, utilizando na sua elaboração os códigos V = vértice,

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F = foco, C = centro de curvatura e |A| = módulo do aumento transversal linear.
Das tabelas de consultas para o momento da prova, aquela que está correta é:
a. d.
Côncavo Convexo Côncavo Convexo
Distância focal Positiva Negativa Distância focal Negativa Positiva
Imagem real Objeto além de F Nunca Imagem real Objeto entre F e C Nunca

Física
|A| < 1 Objeto além de C Sempre |A| < 1 Objeto entre V e F Nunca
Inversão da Inversão da
Objeto além de F Nunca Objeto entre V e F Sempre
imagem imagem

b. e.
Côncavo Convexo Côncavo Convexo
Distância focal Positiva Negativa Distância focal Negativa Positiva

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


Imagem real Objeto entre F e C Nunca Imagem real Objeto entre V e F Sempre
|A| < 1 Objeto além de C Sempre |A| < 1 Objeto entre F e C Sempre
Inversão da Inversão da
Objeto além de C Sempre Objeto além de F Nunca
imagem imagem

c.
Côncavo Convexo
Distância focal Positiva Negativa
Imagem real Objeto entre V e F Sempre
|A| < 1 Objeto além de F Nunca
Inversão da
Objeto entre F e C Nunca
imagem

Resolução
Das alternativas apresentadas, a única que está de acordo com as características dos espelhos esféricos e com a formação

111
de imagens é representada na alternativa A.
Alternativa correta: A
Habilidade
Reconhecer espelhos côncavos e convexos e suas aplicações.

Exercícios Extras
04. UFSJ-MG 05. UFU-MG
Por razões de segurança, muitos estabelecimentos utili- Um objeto de 4,0 cm de altura é colocado à distância
zam espelhos antifurto. Trata-se de espelhos convexos que de 10 cm de um espelho côncavo, cuja distância focal é de
permitem um amplo ângulo de visão para quem observa as 60 cm. Determine a posição e as características da imagem.
imagens neles formadas. Imagine que uma pessoa de 1,80 m
de altura esteja situada a 4,0 m de distância de um desses es-
pelhos antifurto. Sabendo que a distância focal do espelho é de
– 0,2 m, é correto afirmar que a posição da imagem formada e
a sua ampliação são, respectivamente:
a. 0,047 m e 0,19.
b. – 0,19 m e 0,047.
c. 0,8 m e 0,47.
d. 0,47 m e 0,8.
EMI-15-10
Seu espaço
9

Sobre o módulo Forno solar de Odeillo


221

Este módulo tem como objetivo trabalhar com a equação Acesse: <https://www.youtube.com/
do aumento linear transversal dos espelhos esféricos cônca- watch?v=k9YfyzJ7S8Q>.
vos e convexos. Sugerimos solicitar ao aluno, além da reso-
lução da questão, a construção gráfica de algumas imagens
para verificação da coerência dos resultados com os dados
do problema proposto.
Física

Na web
Site do Laboratório Virtual da Estação Ciên-
cias com várias simulações em óptica. Em
especial, destacamos: Óptica – espelhos
esféricos.
Acesse: <http://www.ideiasnacaixa.com/
laboratoriovirtual/>.
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Exercícios Propostos

Da teoria, leia o tópico 1. 01. A imagem conjugada é virtual, direita e reduzida.


Exercícios de tarefa reforço aprofundamento 02. A altura da imagem corresponde a 1 da altura do
4
objeto.
9
04. A distância do objeto à imagem é · f.
06. UFAL
2
Um palito de fósforo, de 8 cm de comprimento, é coloca-
08. A imagem está situada à direita do foco do espelho.
do a 80 cm de distância de um espelho esférico convexo. A
16. Sem conhecer o valor da distância focal do espelho,
imagem do palito possui comprimento de 1,6 cm e a mesma
nada se pode afirmar sobre a imagem conjugada.
112

orientação deste. Determine a distância focal do espelho.


Dê a soma dos números dos itens corretos.
07. UFMT-MG
Uma haste vertical de 2,0 · 10–2 m de altura foi colocada 09. Ufla-MG
verticalmente sobre o eixo principal, a 2,4 · 10–1 m de dis-
Um objeto real θ, de altura R, encontra-se sobre o eixo
tância da superfície refletora de um espelho esférico côncavo
principal de um espelho côncavo a uma distância de 1,5 · R
ideal, de distância focal 4,0 · 10–2 m. Para essas condições,
supondo um espelho ideal, pode-se esperar que a altura da do vértice desse espelho, conforme esquematizado na figura.
imagem da haste seja, em m:
a. 5 · 10–1 d. 5 · 10–2 θ
b. 8 · 10 –1
e. 4 · 10–3
c. 6 · 10 –2

R
08. UEPG-PR (adaptado)
A figura a seguir representa um espelho esférico convexo V
com um objeto à sua frente. A distância do objeto ao espelho C
é igual a três vezes a distância focal do espelho. Com relação
à imagem conjugada pelo espelho, assinale o que for correto.

R é o raio de curvatura do espelho e C, o ponto correspon-


dente ao seu centro de curvatura. Para as condições apresen-
tadas, as características da imagem formada serão:
Objeto Foco a. imagem real, invertida e de tamanho 0,5·R.
b. imagem real, direita e de tamanho R.
EMI-15-10

c. imagem real, invertida e de tamanho R.


d. imagem real, direita e de tamanho 0,5·R.
10. Mackenzie-SP 02. Se um objeto de 20 cm de altura está a uma distância

9
Obedecendo às condições de Gauss, um espelho esféri- de 10 cm de um espelho plano, então a imagem do
co fornece, de um objeto retilíneo de altura y, colocado per- objeto está a uma distância maior do que 10 cm do

221
pendicularmente ao seu eixo principal, uma imagem direita e espelho.
de altura 2·y. A distância entre essa imagem e o objeto é de 04. Quanto mais próximo um objeto estiver do lado refle-
30 cm. O raio de curvatura desse espelho mede: tor de um espelho convexo, maior é a sua imagem.
a. 10 cm. 08. Se um objeto de 30 cm de altura dista 60 cm do lado
b. 20 cm. refletor de um espelho plano, então sua imagem é
c. 30 cm. virtual e mede 30 cm de altura.
d. 40 cm. 16. Um objeto de 2 cm de altura, colocado sobre o eixo

Física
e. 50 cm. principal de um espelho côncavo de 40 cm de raio
e com distância de 30 cm do vértice do espelho no
11. UEL-PR lado refletor, tem uma imagem que dista menos de
A imagem de um objeto formado por um espelho côncavo 35 cm do vértice do espelho.
mede metade do tamanho do objeto. Se o objeto é deslocado Dê a soma dos números dos itens corretos.
de uma distância de 15 cm em direção ao espelho, o tamanho
da imagem terá o dobro do tamanho do objeto. Estime a dis- 15. UFG-GO
tância focal do espelho e assinale a alternativa correta. Alguns veículos possuem espelhos retrovisores con-

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a. 0,1 cm vexos no lado direito e, em alguns desses espelhos, lê-se a
b. 0,1 cm seguinte frase:
c. 10 cm
d. 15 cm Objetos no espelho estão mais
e. 20 cm próximos do que parece.
Isso ocorre porque o cérebro associa o tama-
12. Udesc nho da imagem com o inverso da distância. Essa
Maria deseja comprar um espelho para se maquiar. Ela associação deve-se ao fato de que quanto maior
quer que sua imagem seja ampliada 1,50 vezes quando es- for a distância do objeto ao observador menor
tiver a 20,0 cm do espelho. será a imagem formada na retina.
As características que devem ter este espelho são: Um automóvel possui um retrovisor direi-
a. côncavo com raio de curvatura igual a 24,0 cm. to convexo com raio de curvatura R. Seu mo-
b. côncavo com raio de curvatura igual a 120 cm. torista observa por esse espelho, localizado a
c. convexo com raio de curvatura igual a 120 cm. uma distância R do seu olho, um automóvel de
d. convexo com foco igual a 12,0 cm. 2,0 metros de altura que se encontra a 20 · R de
e. côncavo com foco igual a 12,0 cm. distância do espelho.

113
13. F. M. Jundiaí-SP (adaptado) Considerando o exposto, calcule o tamanho da imagem
Um brinquedo possui uma pequena lâmpada que deve no espelho retrovisor.
funcionar como uma lanterna de pouco alcance. Para melho-
rar a qualidade do pincel de luz, um espelho côncavo, feito 16. ITA-SP
em material plástico flexível, deve ser encaixado em um ori- Um espelho esférico convexo reflete uma imagem equi-
fício cônico. Após sua montagem no orifício, o espelho que
valente a 3 da altura de um objeto dele situado a uma distân-
possuía distância focal de 2 m passa a ter distância focal de 4
1 m. A mudança causada na distância focal do espelho altera cia p1. Então, para que essa imagem seja refletida com ape-
a posição da imagem que ele produz. Considere que um ob- 1
nas da sua altura, o objeto deverá situar-se a uma distância
jeto real seja colocado a 0,8 m diante do espelho. Em razão 4
da mudança na distância focal, a abscissa da imagem, em p2 do espelho, dada por:
módulo: a. p2 = 9 · p1
a. triplica. 9 ⋅ p1
b. duplica. b. p2 =
4
c. permanece a mesma.
9 ⋅ p1
d. reduz a 1 . c. p2 =
7
3
e. reduz à metade. 15 ⋅ p1
d. p2 =
7
14. UEM-PR (adaptado)
15 ⋅ p1
Com relação à reflexão e à formação de imagens em es- e. p2 = −
7
pelhos planos e esféricos, assinale o que for correto.
01. Se a imagem de um objeto em um espelho côncavo
é virtual e maior do que o objeto, então o objeto está
EMI-15-10

localizado entre o centro de curvatura e o foco do


espelho.
1. Introdução 116
2. Refração da luz 116
3. Leis da refração luminosa 118
4. Reflexão total 119
5. Dioptro plano 122
6. Lâmina de faces paralelas 124
7. Prismas ópticos 125
8. Dispersão luminosa 128
9. Organizador gráfico 130
Módulo 38 – Refração da
luz e leis da refração 131
Módulo 39 – Reflexão total 135
Módulo 40 – Dioptro plano
e lâminas de faces paralelas 140
Módulo 41 – Prismas ópticos
e dispersão luminosa 145

• Reconhecer as características de
propagação e os fenômenos de refração
e reflexão da luz, em meios materiais.
• Reconhecer as situações em que ocorre
reflexão total, relacionando os índices
de refração dos meios envolvidos.
• Descrever e interpretar a separação de
cores em prismas, arco-íris e outras
situações.

BIORAVEN / SHUTTERSTOCK
Refração da Luz 10
115

Sem dúvida nenhuma, o grande avanço das comunicações foi a invenção das fibras
ópticas, dispositivos que podem ter seu funcionamento explicado de forma bem simples,
como um “fio de luz”. É por meio dos conhecimentos sobre a refração e a reflexão total
da luz que podemos entender o seu princípio de funcionamento. Neste capítulo, estuda-
remos, além dos conceitos básicos para entender o funcionamento das fibras ópticas, a
passagem da luz por prismas e lâminas de faces paralelas e o fenômeno da dispersão
luminosa, importante para a compreensão do surgimento do arco-íris.
1. Introdução 2. Refração da luz
10

Um dos mais belos espetáculos da natureza é o arco- A refração luminosa é um fenômeno que ocorre com a
-íris, cuja formação ocorre pela dispersão da luz do Sol em um luz ao mudar de meio de propagação. Ela é caracterizada pela
221

espectro colorido que vai do vermelho ao violeta. Frequente- mudança da velocidade de propagação e, em determinados
mente, o arco-íris aparece em dias de chuva e é visto por ob- casos, pela mudança na direção de propagação da onda in-
servadores que se encontram entre o Sol e a chuva. cidente.
Para explicar a formação de um arco-íris, utilizaremos a O fenômeno da refração explica vários fatos relacio-
figura seguinte, na qual a luz solar incide sobre uma gota es- nados ao nosso cotidiano, como a formação do arco-íris
férica de chuva, presente na atmosfera da Terra. (comentado na abertura deste capítulo), as miragens, a
decomposição da luz solar pelos prismas, a correção dos
Física

Luz solar defeitos de visão por meio de lentes e o funcionamento de


vários instrumentos ópticos, como os microscópios e al-
guns tipos de telescópio.
Gota
Observe na figura seguinte que, em razão da refração, o
lápis, quando mergulhado em um recipiente com água, pare-
ce estar quebrado.

40º
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

42º Vermelho

JAN VAN DER HOEVEN / SHUTTERSTOCK


Violeta

Violeta
Vermelho
Representação esquemática da dispersão da
luz solar em uma gota de chuva.

A luz solar, ao incidir sobre uma gota de chuva, sofre o fenô-


meno da refração, ou seja, passa a se propagar em outro meio,
mudando do ar para a água. Como as ondas eletromagnéticas
que compõem a luz solar (luz branca) possuem comprimentos
de ondas diferentes, cada uma delas sofre um desvio diferente,
com a luz vermelha sofrendo o menor desvio e a luz violeta, o Por causa da refração da luz, o lápis parece quebrado ao
maior desvio. Entre essas duas ondas (vermelha e violeta), te- ser colocado dentro de um recipiente com água.
116

mos outras cinco ondas eletromagnéticas que compõem a luz


branca: alaranjado, amarelo, verde, azul e anil. Para explicar a refração, considere a figura seguinte, que
Dentro da gota, os componentes da luz solar sofrem re- ilustra o comportamento de um raio de luz monocromática
flexão total e, em seguida, uma nova refração, mudando ago- ao incidir sobre a superfície de separação de dois meios: ar e
ra da água para o ar. água, por exemplo.
Neste capítulo, trataremos especificamente da refração O raio de luz, propagando-se inicialmente no meio 1 (ar),
da luz e suas leis, da reflexão total e das principais aplicações incide sobre a superfície de separação S com um meio transpa-
da refração luminosa, tais como: os dioptros planos, as lâmi- rente 2 (água), sofre refração e passa a se propagar no meio 2.
nas de faces paralelas e os prismas.

Meio 1 Ar Superfície
Meio 2 Água de separação

var ≠ vágua
Refração oblíqua da luz na água
DIMITAR DILKOFF / AFP

Na refração, ocorre sempre mudança na velocidade de pro-


pagação da luz. No exemplo anterior, a velocidade de propagação
da luz na água é menor que no ar. Observe que, nesse caso, te-
mos também mudança na direção de propagação do raio de luz.
Se o raio de luz incidir perpendicularmente sobre a superfí-
O fotógrafo Dimitar Dilkoff registrou o início e o fim de um arco- cie de separação dos dois meios, não haverá alteração na dire-
EMI-15-10

-íris na mesma foto, próximo a Sófia, na Bulgária. Segundo ção do raio incidente, somente mudança na velocidade da luz.
a lenda, o final do arco-íris esconde um pote de ouro.
• Quanto maior o índice de refração absoluto de uma

10
substância, menor o valor da velocidade da luz nessa
substância.

221
Meio 1 Ar Superfície • Comparando-se dois meios, como água e glicerina por
Meio 2 Água de separação exemplo, dizemos que a glicerina é mais refringente que
a água, pois possui maior índice de refração absoluto.

Observação
Refração perpendicular da luz na água Se a luz incidente na substância for diferente da luz
amarela, os valores da velocidade da luz, bem como do ín-

Física
Observação dice de refração absoluto, serão diferentes.
Na refração, a frequência da luz incidente não se altera.
Como ocorre mudança na velocidade da luz, temos trans-
formação no comprimento de onda da luz, de acordo com a A figura seguinte apresenta os valores do índice de refração
equação fundamental da ondulatória: v = λ · f. absoluto (n), em função da cor da luz, para algumas substâncias.
1,7
A. Índice de refração

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


Vidro flint de silicato
No vácuo, tanto a luz visível nos seus diversos compo-
nentes (vermelho, alaranjado, amarelo, verde, azul, anil e
1,6
violeta) como as demais radiações eletromagnéticas propa-
Vidro flint de borato
gam-se com a velocidade de 300 000 km/s, velocidade da

Índice de refração
luz, representada pela letra c (c = 3 · 105 km/s = 3 · 108 m/s). Quartzo
Em qualquer outro meio, a luz se propaga com uma ve-
locidade menor que c, por exemplo, na água, a velocidade Vidro crown de silicato
1,5
da luz é 225 000 km/s e, no diamante, a velocidade da luz é Quartzo fundido
124 000 km/s. A velocidade da luz no ar é praticamente igual
à velocidade da luz no vácuo, ou seja, 300 000 km/s. Fluorita
A comparação entre os valores da velocidade da luz em
Violeta Azul Amarelo Vermelho
dois meios distintos resulta em uma grandeza adimensional 1,4
(sem unidades) denominada índice de refração (n). Assim,
Cor
temos:
Índice de refração absoluto de uma substância em
• Índice de refração absoluto de um meio: é a razão en- função do comprimento de onda da luz
tre a velocidade da luz no vácuo (c) e a velocidade da

117
luz no meio (v). Trata-se de um número maior ou igual • Índice de refração relativo: a razão entre os índices de
a 1, dado por: refração absoluto de dois meios diferentes, 1 e 2, é de-
c nominada índice de refração relativo. Assim, o índice
n=
v de refração relativo do meio 1 para o meio 2 é dado por:
Na tabela seguinte, temos os valores da velocidade da luz n1 v 2
e o índice de refração para algumas substâncias em relação à n1,2 = =
n2 v1
luz amarela de uma lâmpada de sódio.
Nessa expressão, temos:
Velocidade da Índice de • n1,2 é o índice de refração do meio 1 em relação ao meio 2;
Substância
luz (km/s) refração • n1 é o índice de refração absoluto do meio 1;
Vácuo e ar 3,00 · 1O5 1,00 • n2 é o índice de refração absoluto do meio 2;
Gelo 2,29 · 10 5
1,31
• v1 é a velocidade da luz no meio 1;
• v2 é a velocidade da luz no meio 2.
Água 2,26 · 10 5
1,33
Glicerina 2,04 · 1O5 1,47
Vidro crow 1.97 · 1O 5
1,52
Quartzo 1,95 · 1O5 1,54 Demonstração da equação do índice de refração relativo
c c
Diamante 1,24 · 105 2,42 n1 = e n2 =
v1 v2
Dividindo n1 por n2, temos:
Com base na tabela acima, temos: c
• O meio que possui menor índice de refração é o vácuo n1 v1 c v
= = ⋅ 2
(n = 1) para qualquer radiação eletromagnética. Como n2 c v1 c
no ar a velocidade da luz é aproximadamente igual à v2
velocidade da luz no vácuo, o índice de refração abso- n1 v 2
=
EMI-15-10

luto do ar é adotado como sendo igual a 1. n2 v1


3. Leis da refração luminosa
10

Considere um raio de luz monocromático (raio I) incidindo na superfície de separação do meio 1 (ar) com o meio 2 (água),
sofrendo refração e passando a se propagar no meio 2 (raio R), conforme mostra a figura.
221

N
I
Ar θ1
Meio1
s
Meio 2
Física

Água θ2

R
I: raio incidente – R: raio refratado
Representação esquemática da refração de um raio de luz
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

O raio incidente forma, com a normal no ponto de incidência, um ângulo i (ângulo de incidência) e o raio refratado forma, com
a mesma normal, um ângulo r (ângulo de refração). Com base nessa figura, podemos enunciar as duas leis da refração:
• 1ª lei – O raio incidente I, o raio refratado R e a reta normal N, no ponto de incidência, são coplanares;
• 2ª lei – Para cada par de meios 1 e 2 e para cada luz monocromática que se refrata, é válida a expressão:

n1 · sen i = n2 ·sen r

Essa expressão é conhecida como lei de Snell-Descartes.

Cientificamente, os avanços mais importantes no campo da óptica durante os séculos XVII e XVIII
foram os referentes à refração da luz e às teorias sobre a sua própria natureza. Há muito já se sabia
que as lentes refratavam a luz, modificando seu percurso original, mas não se tinha conhecimento
da relação precisa entre o ângulo formado pelo feixe de luz incidente e o ângulo formado pelo raio
118

refratado. Entretanto, por volta de 1621, Willibrord Snell (1580-1626), de Leiden, descobriu essa re-
lação, conhecida como a “lei do seno”, pois usa os senos trigonométricos dos ângulos, embora tenha
sido deixada a outros, notadamente Christiaan Huygens (1629-1695) e René Descartes (1596-1650), a
publicação desse importante resultado.
RONAN, C. A. História ilustrada da ciência. III: da Renascença à Revolução Científica. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1987, p. 111.

De acordo com a lei de Snell-Descartes:


• Se n1 < n2, a luz passa do meio menos refringente para • Se n1 > n2, a luz passa de um meio mais refringente
o mais refringente. Nesse caso, r < i, conforme mostra para um meio menos refringente. Nesse caso: r > i,
a figura. conforme ilustra a figura.

N N Meio mais
I refringente
I

Ar i Meio menos Vidro i


Meio1 refringente Meio1
s s
Meio 2 Meio mais Meio 2
Vidro r refringente Ar r
R

Meio menos
refringente
R
Representação esquemática da refração luminosa quando o raio de luz Representação esquemática da refração luminosa quando o raio de luz
passa de um meio menos refringente para um meio mais refringente. passa de um meio mais refringente para um meio menos refringente.
EMI-15-10
É importante notar que, quando ocorre refração, nem toda luz que incide em uma superfície transparente passa a nela

10
propagar-se. Assim, sempre que ocorrer refração, uma parte da luz refrata, outra reflete e outra é absorvida.
A parte refratada obedece às leis da refração estudadas anteriormente e a parte refletida obedece às leis da reflexão estu-

221
dadas no capítulo 8, sendo a principal delas a que diz ser o ângulo de incidência (i) igual ao ângulo de reflexão (r’).

N N
Raio refletido Raio refletido
I I
Ar i r' Meio mais Vidro i r' Meio mais
n1 n1

Física
Meio 1 refringente Meio 1 refringente
s s
Meio 2 Meio menos Meio 2 Meio menos
ar refringente Ar r refringente
r
n2 n2
Raio
refratado
Raio refratado

r<i i = r' r>i

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


Na maioria das vezes, em exercícios de refração, o raio refletido será omitido por não ser relevante para a resolução do problema.

APRENDER SEMPRE 22 4. Reflexão total


Vimos que, quando um raio de luz incide obliquamente
01. Fuvest-SP
sobre a superfície de separação de dois meios transparentes
Um raio luminoso, ao passar de um meio A para um e homogêneos, ele sofre refração, com mudança no módulo
meio B, forma com a normal à superfície de separação de sua velocidade e também com mudança na direção de sua
ângulos, respectivamente, iguais a 30º e 60º. O meio B é propagação. O que define a relação entre os ângulos de inci-
o ar, cujo índice de refração absoluto é 1. Podemos afir- dência e de refração é a relação entre os índices de refração
mar que o índice de refração absoluto do meio A é de: absoluto dos dois meios.
(Considere sen 30º = 0,50 e sen 60º = 3 ) Vamos analisar algumas possibilidades.
2 • O raio de luz incide do meio menos refringente para
3 o mais refringente, ou seja, n1< n2. Como exemplo, na
a. 0,50 d.
4 figura seguinte temos a representação do comporta-
b. 1

119
e. 3 mento de um raio luminoso passando do ar (meio 1)
c. 3 para a água (meio 2).
2
Resolução
De acordo com os dados, a figura seguinte ilustra a si- N
tuação. I
Ar i Meio menos
N Meio 1 refringente
I Meio mais s
refringente Água Meio mais
Meio 2 r refringente
i = 30°
Meio A
s
Meio B R
Ar r = 60°

nar = 1,0 R Na refração de um meio menos refringente para um meio mais


Meio menos refringente, para uma incidência oblíqua, a medida do ângulo de
refringente refração é sempre menor que a medida do ângulo de incidência.

De acordo com a lei de Snell-Descartes, temos: Como a água é mais refringente que o ar (nágua > nar), a me-
nA · sen i = nB · sen r → nA · sen 30º = 1 · sen 60º dida do ângulo de refração é menor que a medida do ângulo
de incidência. Dizemos, então, que o raio refratado aproxima-
nA · 0,50 = 1· 3 → n = √3
A se da normal.
2
Nessas condições, sempre haverá refração. Isso significa
Alternativa correta: E dizer que, qualquer que seja a medida do ângulo de incidên-
EMI-15-10

cia (entre 0º e 90º), o raio de luz refrata, passando do meio 1


para o meio 2.
• O raio de luz incide do meio mais refringente para o Reta
10
menos refringente, ou seja, n1 > n2. Como exemplo, na normal N N
figura seguinte temos a representação do comporta- Ar
mento de um raio luminoso passando da água (meio 1) i=r
221

Meio 1
para o ar (meio 2). s
Água
Meio 2 L i r
N
Reflexão total
i>L
r O
Reflexão total de um raio luminoso
Física

Meio 2
Meio 1 Uma aplicação importante da reflexão total é a fibra ópti-
ca utilizada em telecomunicações.
i
Observação
A reflexão total só ocorre se a luz vai do meio mais re-
fringente para o menos regfringente
Na refração de um meio mais refringente para um meio menos
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

refringente, para uma incidência oblíqua, a medida do ângulo de


refração é sempre maior que a medida do ângulo de incidência.

Como a água é mais refringente que o ar (nágua > nar), a me-


dida do ângulo de refração é maior que a medida do ângulo de Fibras ópticas
incidência: r > i. Dizemos, então, que o raio refratado afasta-se Em 1977, após uma década de pesquisas,
da normal. foi instalado o primeiro sistema de telecomu-
Se aumentarmos gradativamente o ângulo de incidência, nicações por fibra óptica, uma linha de 2,5 km,
teremos uma situação-limite, para a qual o ângulo de refra- e, já em 1983, foi instalado o primeiro cabo
ção será 90º. Nessas condições, o raio refratado é rasante à submarino com esse material. Na telecomuni-
superfície de separação dos meios, conforme mostra a figura. cação por fibra óptica, o sinal é carregado pela
luz modulada de um laser de semicondutor, ca-
N nalizada – pelo fenômeno da reflexão inter-
na total – em uma fibra de quartzo vítreo de
altíssima pureza.
[...] A fibra óptica tem extraordinária trans-
r r==90°
90°
parência, e a luz percorre centenas de quilô-
Meio 2
120

metros antes que sua atenuação de intensida-


Meio 1
de requeira reamplificação. Inicialmente, essa
L reamplificação era feita com lasers similares
aos usados na geração do sinal, o que gerava
complexos problemas de confiabilidade e de
manutenção. Posteriormente, descobriu-se
Ângulo de incidência-limite (L) para o qual o ângulo de refração é 90º. que fibras ópticas dopadas com érbio tinham
Aplicando a lei de Snell-Descartes, podemos obter a ex- o efeito de amplificar a luz do sinal sem al-
pressão para o cálculo do ângulo-limite: terações em suas características. A introdu-
ção dos amplificadores baseados em fibras
n1 · senL = n2 · sen 90º → sen L = n2 dopadas deu um enorme impulso às comuni-
n1 cações ópticas. As telecomunicações ópticas
possibilitaram um salto espetacular – em ca-
Observação pacidade e diminuição de custo – na telefonia
É importante notar que na figura, a luz está indo do meio e em outros tipos de comunicações.
mais refringente para o meio menos refringente n2 < n1. [...] Cerca de 20 milhões de quilômetros
Assim, podemos escrever de modo mais didático: de fibras ópticas são instaladas anualmente, e
n a fabricação de fibras atingiu US$ 30 bilhões
sen L = menor em 2003. Além do mais, a taxa de informação
nmaior
por fibra tem crescido espetacularmente, du-
plicando a cada nove meses. E já entramos
Caso o ângulo de incidência seja maior que o ângulo-limi- na faixa dos terabytes (1012 bytes) por segundo
te, o raio luminoso sofrerá reflexão total, retornando ao meio (Tbps). Tudo isso tem também impulsionado o
de origem, como mostra a figura seguinte, na qual um raio lu- crescimento da WorldWide Web (www).
minoso, emitido por um objeto na água, incide na superfície CHAVES, Alaor; SHELLARD, Ronald Cintra. Física para o Brasil: pensando
o futuro. São Paulo: Sociedade Brasileira de Física, 2005. p. 82.
EMI-15-10

de separação da água com o ar, com um ângulo de incidência


(i) maior que o ângulo-limite (L).
10
Acesse: <http://revistagalileu.globo.com/ Reflexão total e asfalto

221
Tecnologia/Internet/noticia/2014/08/ nos dias de calor
tubaroes-adoram-morder-cabos-submarinos- A reflexão total explica um fenômeno muito
e-ninguem-sabe-ao-certo-o-porque.html>. interessante do nosso cotidiano. Num dia de Sol,
fixamos nosso olhar longe no asfalto quente e te-
mos a impressão de que ele parece estar molha-
do. Este fenômeno é conhecido como miragem.
APRENDER SEMPRE 23

Física
SPBPHOTO / SHUTTERSTOCK
01. UERJ
Um raio de luz, deslocando-se no ar, incide em um dos
extremos de uma fibra óptica F de índice de refração igual
a 2, a um ângulo de incidência i, e penetra na fibra a um
ângulo r = 30º, conforme figura. Considere sen 30º = 0,50,
sen 45º = 2 e nar = 1.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


2
Formação de imagem no asfalto quente em
decorrência da reflexão total da luz
F O índice de refração da luz no ar sofre va-
riação de acordo com a densidade dele. Quan-
r do as moléculas de ar estão mais próximas
i (maior densidade), a luz caminha mais deva-
gar. Logo, ela caminha com maior velocidade
no ar mais rarefeito.
A luz proveniente do Sol, refletida em qual-
a. Calcule o ângulo de incidência i.
quer objeto, vai em direção ao asfalto quente
b. Prove que o raio de luz, por reflexão total, permane- e percorre camadas de ar cada vez mais quen-
ce completamente no interior da fibra. tes (mais rarefeitas) e com índices de refração
Resolução cada vez menores. Com isso, nas interfaces
a. De acordo com a lei de Snell-Descartes, o ângulo de mostradas na figura a seguir, o raio refratado
incidência i vale: cada vez mais se afasta da normal. Ao atin-

121
nar · sen i = nfibra · sen i → 1 · sen i = 2 · sen 30º gir, em uma das interfaces, o ângulo-limite (L),
o raio irá sofrer reflexão total e percorrerá o
sen i = 2 · 1 → i = 45º caminho inverso, indo, agora, das camadas
2 menos densas para as mais densas. Nas in-
b. Para que ocorra reflexão total dentro da fibra, o ân- terfaces, a luz tende, agora, a se aproximar da
gulo de incidência deve ser superior ao ângulo-limi- normal, atingindo o olho do observador, como
te (L), que é dado por: mostrado na figura. Neste processo, a camada
de ar mais quente, sobre o asfalto, comporta-se
nar 1 2 como um espelho e, por causa das correntes
sen L = n → sen L = = → L = 45º
fibra 2 2 de convecção, a imagem formada não é níti-
da, dando-nos a impressão de ver uma poça
De acordo com a figura seguinte, dentro da fibra, o ân- d’água no asfalto quente.
gulo de incidência é 60º, maior que o ângulo-limite. Isso
LÂNDIA RIBEIRO / PEARSON BRASIL

acarreta a permanência do raio de luz dentro da fibra.


objeto

30°
60° N
N N
NN n aumenta; v diminui;
60° N N densidade do
30° ar aumenta

i asfalto quente

imagem

O esquema mostra a formação de imagem no asfalto


EMI-15-10

quente em decorrência da variação do índice de


refração do ar em função de sua densidade.
5. Dioptro plano
10

Você já deve ter observado que, quando se olha para o fundo de uma piscina cheia de água, ela parece mais rasa do que
realmente é. Esse fato pode ser explicado levando-se em conta a refração dos raios luminosos que partem do fundo da piscina
221

e atingem seus olhos. Para estabelecer a relação entre a profundidade aparente e a profundidade real da piscina, vamos consi-
derar que os dois meios, ar e água, formam um dioptro plano.
Em óptica, um dioptro plano é um conjunto de dois meios homogêneos e transparentes, separados por uma superfície
plana. Um exemplo comum de dioptro plano é o formado pela água de uma piscina e pelo ar, separados pela superfície livre e
horizontal da água.
Ar
Física

Água

Em uma piscina, os meios ar e água formam um dioptro plano.

Suponha, então, que você se encontre próximo à borda Como seria se você estivesse dentro da água olhando
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

de uma piscina olhando para um objeto luminoso O, que está para um objeto fora dela? Nesse caso, a imagem do objeto
localizado dentro da água a uma profundidade real (p), medi- vista por você estaria mais afastada da superfície, conforme
da em relação à superfície da água. Esse objeto pode ou não ilustrado na figura seguinte.
estar localizado no fundo da piscina.
De todos os raios luminosos emitidos pelo objeto O que
atingem a superfície da água, alguns sofrerão refração pas- Reta normal
p' nobservador
sando para o ar, outros sairão rasantes à superfície e outros, =
p n objeto
ainda, sofrerão reflexão total, retornando para a água. i
Vamos nos preocupar com os raios luminosos que so-
frem refração e atingem seus olhos. Em razão da mudança p' o
Ar p
de direção sofrida pelos raios de luz que atingem a superfície Meio 1
de separação entre a água e o ar, você (observador) verá a S
imagem (virtual e direita) desse objeto O a uma profundidade Água
Meio 2
aparente (p') menor que (p), conforme mostra a figura.

Reta normal
122

Representação esquemática da imagem virtual I de um objeto o,


colocado fora da água, vista por um observador dentro da água.
Ar
Meio 1 A relação entre a altura aparente (p’) da imagem vista
S
Água pelo observador e a altura real do objeto (p), medidas em re-
Meio 2 p' i i = imagem lação à superfície da água, é dada por:
virtual
p e direta
p' nágua
=
o p nar
Representação esquemática da imagem virtual i de um objeto o,
colocado dentro da água, vista por um observador fora da água. Podemos generalizar as duas situações acima conside-
rando que a relação entre a distância da imagem (p’) e a dis-
A relação entre a profundidade aparente (p’) da imagem tância do objeto (p) é igual à relação entre o índice de refração
vista pelo observador e a profundidade real do objeto (p) é do meio onde se encontra o observador e o índice de refração
dada por: do meio onde se encontra o objeto. Portanto:

p' nar nmeio(observador ) p ’


= =
p nágua nmeio(objeto) p
EMI-15-10
10
A equação do dioptro plano citada anteriormente só é O observador recebe os raios de luz provenientes do ob-

221
válida em condições especiais. Para poder usar a equação, jeto real que refrata de forma que a luz parece vir da imagem
é necessário que o observador esteja olhando para o objeto virtual. Aplicando-se a lei de Snell para o raio que chega ao
quase que na vertical, ou seja, os ângulos incidente e refrata- observador, vem:
do devem ser muito pequenos, menores que 10 graus. nágua ∙ sen i = nar ∙ sen r
Como vimos, para que o sistema obedeça às condições
LÂNDIA RIBEIRO / PEARSON BRASIL

estigmáticas de Gauss, o observador deve se posicionar o


mais próximo possível da reta vertical que passa pelos pon-

Física
tos objeto e imagem. Dessa forma, os ângulos i e r serão su-
ficientemente pequenos para que seja válida a aproximação:
sen i ≈ tg i e sen r ≈ tg r
N Veja:
sen 30° = 0,500 tg 30° ≈ 0,577

sen 20° ≈ 0,342 tg 20° ≈ 0,363

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


sen 10° ≈ 0,173 tg 10° ≈ 0,176

sen 5° ≈ 0,087 tg 5° ≈ 0,087


Note que, a partir de 10°, os valores do seno e da tangen-
Para exemplificar essa condição especial, deduziremos a te começam a ficar aproximadamente iguais.
fórmula para um observador no ar. Para isso, vamos utilizar o Podemos, portanto, escrever que:
esquema, fora de escala, a seguir: nágua ∙ tg i = nar ∙ tg r
d d
n água ⋅ = nar ⋅
p p’
nar p ’
=
n água p
d r Ar Note que nágua é o índice de refração absoluto do meio
onde se encontra o objeto e nar, o observador. Essa equação
Água
p' r i pode ser assim generalizada:
p
Imagem

123
i nmeio(observador ) p ’
Objeto =
nmeio(objeto) p
O

APRENDER SEMPRE 24

01. Enem Resolução


Alguns povos indígenas ainda preservam suas tradições Em razão do dioptro plano água-ar, os raios refletidos
realizando a pesca com lanças, demonstrando uma notável pelo peixe sofrem refração ao passarem da água para o ar e
habilidade. Para fisgar um peixe em um lago com águas tran- têm sua trajetória alterada. Isso faz com que o índio veja a
quilas, o índio deve mirar abaixo da posição em que enxerga imagem virtual do peixe a uma profundidade aparentemente
o peixe. menor que a profundidade real, conforme mostra a figura.
Ele deve proceder dessa forma, porque os raios de luz:
a. refletidos pelo peixe não descrevem uma trajetória
retilínea no interior da água.
b. emitidos pelos olhos do índio desviam sua trajetória
quando passam do ar para a água.
c. espalhados pelo peixe são refletidos pela superfície
da água. Luz refletida
Imagem
d. emitidos pelos olhos são espalhados pela superfície (difundida)
virtual
da água. pelo peixe
Objeto (peixe)
e. refletidos pelo peixe desviam sua trajetória quando
passam da água para o ar. Alternativa correta: E
EMI-15-10
6. Lâmina de faces paralelas A aplicação da lei de Snell-Descartes nos fornece:
10

Na óptica, olhar através de uma janela de vidro transpa- • primeira face: n1 · sen i = n2 · sen r;
rente é o mesmo que observar através de uma lâmina de fa- • segunda face: n2 · sen r = n1 · sen i.
221

ces paralelas, ou seja, uma placa de vidro de espessura (e)


imersa no ar. Isso indica que o raio que emerge da lâmina é paralelo ao
raio que incide na lâmina, mas se encontra deslocado lateral-
mente de uma distância d, conforme mostra a figura.

N1
Meio 1 i
Física

1a face
A
r N2
Meio 2 e
r
2a face
Meio 3 i
d
LÂNDIA RIBEIRO / PEARSON BRASIL
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

n2 > n1 = n3 d = desvio lateral


e = espessura
da lâmina
O raio emergente é paralelo ao raio incidente, mas deslocado lateralmente.

O deslocamento lateral d pode ser expresso pela relação:

A figura seguinte ilustra a representação esquemática de e ⋅ sen


sen((i − r)
d=
uma pessoa observando um objeto O através de uma lâmina de cos r
faces paralelas de vidro transparente (meio 2) imersa em dois
meios, 1 e 3, que normalmente são iguais ao ar: n1 = n3 = nar. Nessa expressão, (e) é a espessura da lâmina, (i) é a me-
dida do ângulo de incidência e (r) é a medida do ângulo de
O refração.
Assim, em virtude do deslocamento lateral, quando vi-
Meio 1
1a face sualisamos um objeto O através de uma lâmina de faces para-
lelas, temos a impressão de que ele está na posição O', mais
Meio 2
124

próximo da lâmina que o real, conforme mostra a figura.


2a face
Meio 3 O

Lâmina de faces paralelas imersa em dois meios


O’
i
Vejamos o que acontece com os raios refletidos pelo ob-
jeto, que se encontra no ar, e que atravessam a placa de vidro
transparente. Observe, na figura seguinte, que o raio lumino-
so sofre duas refrações, uma na primeira face da lâmina de
vidro e outra na segunda face da lâmina. r

N1 e
i r

Meio 1 i
1a face
r N2
Meio 2
r i
2a face
Meio 3 i

O observador vê, através da lâmina,


n2 > n1 = n3 a imagem O´ do objeto O.
EMI-15-10

Ilustração da refração de um raio luminoso nas


duas faces de uma lâmina de vidro
10
Podemos demonstrar a equação anterior da seguinte forma:

221
i d
sen a =
A 1 AB
d
2 sen (i − r) =
AB
r a
D d = sen (i − r) ⋅ AB (1)
e e
AB =
cos r

Física
d
Substituindo (2) em (1), temos:
C B
d sen (i − r)
d=e ⋅
cos r

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


APRENDER SEMPRE 25
01.
Um raio de luz, propagando-se no ar, incide numa lâmina b. A medida do ângulo de refração (r) é dada aplicando-
de faces paralelas feitas de um material cujo índice de refra- -se a lei de Snell-Descartes:
ção absoluto vale 3. A incidência na superfície da lâmina se n1 · sen i = n2 · sen r → 1 · sen 60º = 3 · sen r
dá sob um ângulo de 60° com a reta normal. Se a lâmina tem
3 1
espessura de 4,0 cm, pede-se o seguinte: 1· = 3 · sen r → sen r = 2 → r = 30º
2
a. desenhar a trajetória do raio de luz ate a emergência
da lâmina;
b. calcular o ângulo de refração interno à lâmina; c. O deslocamento lateral (d) é dado por:
c. calcular o deslocamento lateral sofrido pelo raio de luz. e ⋅ sen (i − r) 4 ⋅sen (60°−
° − 30°)
Dado: nar = 1 d= →d=
cos r cos 30°
Resolução e ⋅sen 30°
d= = 4 − tg 30°
cos30°
a. A figura seguinte ilustra a trajetória do raio de luz até
ele emergir da lâmina. d = 4 ⋅0,57
⋅ → d = 2,3 cm

125
60º

60º d

7. Prismas ópticos
Os prismas ópticos são dispositivos com várias aplicações, por exemplo na decomposição da luz branca, na sinalização de
avenidas e estradas, em instrumentos ópticos tais como binóculos, telescópios e periscópios.
De modo geral, um prisma óptico é um conjunto formado por três meios homogêneos e transparentes separados por duas
superfícies planas e não paralelas, conforme mostram as figuras.

Prisma
EMI-15-10

Representação esquemática de um prisma de ângulo de abertura (ou refringência) A


Vamos analisar o comportamento de um raio luminoso de incidência. Nesse ponto, o raio sofre refração e propaga-
10

que incide em uma das faces de um prisma, de índice de re- -se dentro do prisma, formando um ângulo (r1) com a mesma
fração n, imerso no ar (nar = 1). normal N1.
221

A figura seguinte ilustra todo o trajeto de um raio de luz Em seguida, o raio luminoso incide na 2a face, formando
que incide em um prisma, de ângulo de refringência A, desde um ângulo (r2) com a normal N2 no ponto de incidência. O raio
a incidência na 1a face até a emergência na 2a face. sofre uma nova refração e passa a se propagar no ar, forman-
do um ângulo (i2) com a normal N2.
1ª face 2ª face O ângulo D, formado pela direção do raio incidente e pela
A direção do raio emergente, representa o desvio angular total
sofrido pelo raio luminoso ao atravessar o prisma.
Física

De acordo com a lei de Snell-Descartes, as refrações nas


D duas faces podem ser representadas por:
N1 N2 • 1a face: nar · sen i1 = nprisma · sen r1
i1 i2 • 2a face: nprisma · sen r2 = nar · sen i2
r1 r2
Com base na geometria, podemos estabelecer algumas
l relações entre os ângulos que aparecem na figura anterior.
Assim, temos:
A = r1 + r2
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Trajetória de um raio luminoso ao atravessar um prisma.

O raio incidente I, propagando-se no ar, incide na 1a face D = i1 + i2 – A


do prisma, formando um ângulo (i1) com a normal N1 no ponto

Utilizando a lei de Snell-Descartes nas duas faces, pode- A + 90° – r1 + 90° – r2 = 180°
mos deduzir as relações do ângulo de abertura e do desvio
angular total. A = r1 + r2
Utilizando a imagem anterior do prisma, podemos escre-
ver os ângulos complementares mostrados em vermelho. Para demonstrar a relação do desvio angular total, deve-
mos primeiro escrever os desvios em cada face.
1ª face 2ª face
A 1ª face 2ª face
A
126

N1 N2
90º r1 90º r2
i1 r2 i2 N1 D N2
r1
d1 d2
i1 r2 i2
r1
l
l
Utilizando a propriedade da soma dos ângulos internos
no triângulo marcado de verde, temos:
Na primeira refração, o desvio d1 é:
1ª face 2ª face d1 = i1 – r1
A Na segunda refração, o desvio d2 é:
d2 = i2 – r2
O desvio angular total é a soma dos desvios:
D = d1 + d2
N1 N2 D = i1 – r1 + i2 – r2
90º r1 90º r2
i1 i2 D= i1 + i2 – ( r1 + r2)
r1 r2
Da equação da abertura, temos que r1 + r2 = A, logo:
l
D = i1 + i2 – A

A. Desvio angular total mínimo


À medida que variamos o ângulo de incidência i, o desvio angular total D também varia. Experimentalmente, podemos veri-
ficar que existe um valor para o ângulo de incidência ao qual corresponde um desvio angular total mínimo. Essa condição ocorre
EMI-15-10

quando a trajetória do raio luminoso através do prisma obedece à figura seguinte.


1ª face 2ª face B. Prismas de reflexão total

10
A Nas figuras seguintes, temos as representações esque-
máticas de dois prismas de reflexão total. Nos dois casos,

221
as seções transversais dos prismas apresentam formatos
Dmín
de triângulos isósceles. O primeiro deles é conhecido como
N1 N2 prisma de Amici e o segundo é chamado de prisma de Porro.
d d
i r i
r
Prisma
de
l Porro

Física
Trajetória do raio de luz para a qual o desvio angular total é mínimo. i
A A
Prisma i
• O ângulo de incidência, na primeira face, é igual ao ân- de
gulo de emergência na segunda face. Amici
• O ângulo de refração, na primeira face, é igual ao ângu- B
D = 90º
lo de incidência na segunda face. D = 180º
Nessas condições, temos:

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


Prismas de reflexão total: prisma de Amici e prisma de Porro
A=2·r
No prisma de Amici, o raio luminoso sofre reflexão total
Dmín. = 2 · i – A no ponto A e, no prisma de Porro, o raio luminoso sofre duas
reflexões totais: uma no ponto A e outra no ponto B.

Um raro arco circum-horizontal é registrado sobre Dublin, Ohio, EUA


TODD SLADOJE/NASA

127

Por que as nuvens aparecem com diferentes cores na imagem acima? A razão aqui é que cristais de gelo
em distantes nuvens do tipo cirro estão agindo como pequenos prismas flutuantes. Algumas vezes conhecido
como arco-íris de fogo, em razão da sua aparência similar à de uma chama, o arco circum-horizontal localiza-
se paralelo ao horizonte. Para um arco circum-horizontal ser visível, o Sol precisa estar no mínimo a 58 graus
de altura no céu, onde as nuvens do tipo cirro estão presentes. Além disso, os numerosos cristais de gelo
hexagonais achatados que compõem as nuvens devem estar alinhados horizontalmente para refratarem de
maneira apropriada a luz do Sol, de maneira coletivamente similar. Por toda essa conjunção de fatores, os ar-
cos circum-horizontais são difíceis de serem vistos e registrados. Esse arco circum-horizontal foi fotografado
por meio de uma lente polarizadora, sobre Dublin, no estado norte-americano de Ohio, em 2009.
Disponível em: <http://blog.cienctec.com.br/imagens/um-raro-arco-circunhorizontal-e-
registrado-sobre-dublin-ohio-eua/>. Acesso em: 2 jan. 2015.
EMI-15-10
8. Dispersão luminosa Nos prismas, o efeito da dispersão luminosa é mais acen-
10

Quando uma luz policromática, por exemplo a luz branca, tuado em virtude das duas refrações sofridas pelo feixe lumi-
sofre refração, ela se decompõe nos seus vários componen- noso.
221

tes, pois o índice de refração é diferente para cada compo- A figura seguinte ilustra um feixe de luz branca (luz solar)
nente da luz policromática. Esse fenômeno recebe o nome atravessando um prisma e sofrendo dispersão luminosa.
de dispersão luminosa. A esse respeito, leia o texto seguinte.

[...] Em 1666, o físico e matemático Sir


Física

Isaac Newton (1642-1727) estudou as cores


exibidas por películas finas, fenômeno esse
até hoje conhecido como anéis de Newton.
Em suas experiências sobre as cores,
Newton descobriu o fenômeno da disper-
são da luz, isto é, que a luz solar branca, ao
passar por um prisma de vidro (comprado
na feira de Sturbridge por volta de 1665), era
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

decomposta nas cores do arco-íris. Conven-


cido de que essas cores estavam presentes
na própria luz branca e de que elas não fo-
ram criadas no prisma, Newton realizou um
outro tipo de experiência, na qual fez pas-
sar essas cores do arco-íris por um segun-
do prisma invertido em relação ao primeiro,
reproduzindo, dessa forma e em uma tela, a
luz branca original. Observou ainda Newton
que, se apenas uma cor do arco-íris atraves-
sasse um prisma, não haveria mais a decom-
posição cromática, já que o feixe de luz que
emergia do prisma apenas alargava-se ou
estreitava-se, dependendo da incidência ini- Dispersão luminosa em um prisma
cial, permanecendo, assim, da mesma cor. A
hipótese de que a luz branca nada mais era Observe que a luz vermelha é a menos desviada e a luz
128

do que uma combinação das cores do arco- violeta, a mais desviada. Isso significa dizer que o índice de
-íris foi confirmada por Newton na célebre refração do prisma aumenta do vermelho para o violeta. Como
experiência do disco colorido – o disco de consequência, no interior do prisma, a cor vermelha se propa-
Newton –, como hoje é conhecido – que, ga com mais velocidade que a luz violeta.
ao ser girado, aparece branco. Usando esse Em resumo, no prisma, temos:
fenômeno que acabara de descobrir, Newton
mostrou que o arco-íris era devido à disper-
são da luz solar nas gotículas de água das Vermelho
nuvens. Alaranjado
BASSALO, José Maria F. Nascimentos da Física, Amarelo
Desvio e índice de refração aumentam
3 500 a. C. – 1 900 a. D. Belém: EDUFPA, 1996, p. 73. Verde
Velocidade de propagação diminui
Azul
Anil
Violeta

Disco de Newton – Girando o disco, as cores


se combinam, formando o branco.
EMI-15-10
10
APRENDER SEMPRE 26
Por que o sabão em pó é azul 01.

221
e a espuma, branca? Um prisma de vidro possui os três lados iguais, índice
Porque uma coisa não tem nada a ver com de refração absoluto 3 e encontra-se imerso no ar. Um
a outra: a cor do sabão é determinada pelo co- raio luminoso monocromático incide no prisma formando
rante usado; já a cor da espuma é resultado da um ângulo de 60° com a normal à 1a face. Determine:
refração da luz nas suas bolhas. Vamos come- a. o ângulo de refração na 1a face;
çar com o sabão em pó. Ele, na verdade, pode b. o ângulo de incidência na 2a face;
ser de qualquer cor, mas os fabricantes costu- c. o ângulo de emergência da luz da 2a face;

Física
mam escolher o corante azul por uma ques- d. o desvio angular total sofrido pelo raio de luz ao
tão de tradição. É que antigamente as donas atravessar o prisma.
de casa usavam um produto chamado anil, de
cor azulada, para realçar o branco das roupas. Resolução
Esse tempo já passou, mas a associação "azul- Como o prisma possui três lados iguais, podemos afir-
-limpeza" foi mantida mesmo nos produtos mar que a abertura é de 60° (triângulo equilátero).
mais modernos. Independentemente do co- a. Calculando o ângulo de refração na 1a face:
rante escolhido, a cor da espuma será sempre

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


nmeio ⋅ sen
sen i = nprisma ⋅sen r
branca por uma questão do mundo da física, 1,0 ⋅ sen
sen 60° = 3 ⋅ssen r
relacionada à refração da luz, como explicado 3
nas linhas a seguir. 1,0 ⋅ = 3 ⋅ sen r
2
1
= sen r
Ora, bolhas! 2
Moléculas do sabão prendem películas super- r = 30°
finas de água
Quando o sabão em pó é despejado na b. Calculando o ângulo de incidência na 2a face:
água, o corante começa a se diluir por causa A = r1 + r2
do grande volume do líquido. Logo, quando as 60° = 30° + r2
bolhas passam a surgir, o corante que dá cor r2 = 30°
ao sabão quase não é mais visível.
As bolhas surgem devido a uma caracterís- c. Calculando o ângulo de emergência na 2a face:
tica da molécula do sabão. Ela tem uma "ca- nmeio · sen i2 = nprisma · sen r2
beça" atraída pela água, e uma "cauda" atraí-
da pelo ar. Por isso, no estado natural, ela fica 1,0 · sen i2 = 3 · sen 30°

129
"confortável" na superfície da água.
Ao remexer a água, adicionamos ar, e as 1,0 · sen i2 = 3 · 1
moléculas de sabão se reorganizam. Elas se 2
alinham ao redor de camadas de água cerca- sen i2 = 3
das por ar. Essa camada presa entre as molé- 2
culas do sabão é a película fina que forma uma i2 = 60°
bolha.
d. Calculando o desvio angular total:
Arco-íris espumante D = i1 + i2 – A
Bolhas refletem tantas cores que vemos só a D = 60° + 60° – 60°
soma delas D = 60°
A espuma nada mais é do que a soma de A figura seguinte ilustra todo o trajeto do raio luminoso
muitas bolhas produzidas pela mistura de sa- e os ângulos correspondentes. Observe que o desvio angu-
bão, ar e água. E cada bolha age como um pris- lar total é mínimo.
ma, dividindo o raio "transparente" da luz do
ambiente em raios com as cores do arco-íris. 1ª face 2ª face
Cada refração ricocheteia em outras bo- A = 60°
lhas, como num jogo de espelhos. Como todos
esses raios chegam aos nossos olhos ao mes-
mo tempo, o que vemos ao olhar uma espuma ∆ = 60°
é o branco, que é a soma de todas as cores. N1 N2

Disponível em: <http://mundoestranho. i = 60° i’ = 60°


abril.com.br/materia/por-que-o-sabao- r = 30° r = 30°
em-po-e-azul-e-a-espuma-branca>. l
Ar Prisma
Acesso em: 29 dez. 2014.
EMI-15-10
9. Organizador gráfico
10

A. Refração luminosa
221

OZEROV ALEXANDER / SHUTTERSTOCK, ZHDANOVA VALENTYNA / SHUTTERSTOCK, KTSDESIGN / SHUTTERSTOCK

Aplicação Aplicação
Física

Refração luminosa ocorre

na mudança do meio
de propagação da luz.

Aplicação
consequência obedece à lei

mudança na nf· sen i = n2 · sen r


velocidade da luz
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Dioptro plano Prismas

que provocam
Lâminas de
faces paralelas

Dispersão
luminosa
130

Apenas
Tema Tópico Subtópico Subtópico destaque texto Características
EMI-15-10
Módulo 38

10
Refração da luz e leis da refração

221
Exercícios de Aplicação
01. 02.
Um raio de luz monocromática propaga-se num meio Um raio luminoso monocromático, que se propaga no ar,
A com velocidade de 200 000 km/s, num meio B, com ve- atinge a superfície livre de um líquido contido em repouso no

Física
locidade de 150 000 km/s e, no vácuo, com velocidade de interior de um recipiente. Sabendo-se que a luz atinge a su-
300 000 km/s. Determine: perfície com ángulo de incidência 60° e é transmitida forman-
a. os índices de refração absolutos dos meios A e B; do com a superfície do líquido um ângulo de 60°, determine o
b. o índice de refração relativo do meio A em relação ao índice de refração desse líquido e a velocidade com que a luz
meio B. se propaga nele.
Resolução
N
Para o meio A:

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


c 300000
nA = =
v A 200000 60º
nA = 1,5
Para o meio B: Ar
Líquido
c 300000
nB = =
v B 150000 60º
nB = 2,0
Calculando o índice de refração relativo do meio A em re-
lação ao meio B:
nA 1,5 Adote: nar = 1 e var = c = 3,0 · 108 m/s
nA ,B = =
nB 2,0 Resolução
nA ,B = 0,75
Da figura, podemos obter i = 60°, r = 30°.
Para encontrar o índice de refração pela lei de
Snell-Descartes:

131
nar · sen i = nL · sen r
1,0 · sen 60° = nL · sen 30°
3 1
1,0⋅ = nL ⋅ ⇒ nL = 3
2 2
Para encontrar a velocidade da luz no referido meio:
c
nL =
vL
3⋅108
3=
vL
v L = 3 ⋅108 m / s

03. Urca-CE
Considere uma onda luminosa monocromática de frequência f, comprimento de onda λ e velocidade de propagação v.
Quando esta onda passa de um meio homogeneo para outro com índice de refração diferente:
a. sua cor não se modifica, mas f se altera. d. f, λ e v se alteram.
b. sua cor muda, mas λ não se altera. e. f, λ e v não se alteram.
c. sua cor não se altera, pois f não se altera, mas v e λ
se modificam.
Resolução
Na refração, a frequência da onda não se altera. Como a velocidade (v) varia, o comprimento de onda (λ) também varia.
Alternativa correta: C
Habilidade
EMI-15-10

Reconhecer as características de propagação e os fenômenos de refração e reflexão da luz em meios materiais.


Exercícios Extras
10

04. Unicid-SP 05.


221

A figura mostra um raio de luz monocromática que se pro- A respeito da refração da luz, julgue os itens seguintes
paga pela água e incide na superfície de separação desta com assinalando verdadeiro (V) ou falso (F).
o ar, formando um ângulo de 30° com a reta normal à superfície. ( ) O arco-íris é uma decorrência dos fenômenos da re-
fração e da reflexão.
( ) Quando um raio luminoso sofre refração, a veloci-
dade de propagação da luz varia, o comprimento de
onda permanece constante e a frequência varia.
Física

( ) Um raio luminoso propagando-se no ar e que refrata


na água tem sua velocidade aumentada.
( ) Sendo o índice de refração do vidro igual a 1,5 e da
30°
água igual a 1,33, a velocidade da luz no vidro é me-
nor que na água.
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Sendo sen 30° = 0,50 e os índices de refração do ar igual


a 1,00 e da água igual a 1,32, é correto afirmar que, após inci-
dir na superfície, o raio de luz:
a. refletirá, com ângulo de reflexão igual a 30°.
b. passará para o ar, com ângulo de refração cujo seno
é igual a 1.
c. passará para o ar, com ângulo de refração cujo seno é
igual a 0,38.
d. passará para o ar, com ângulo de refração cujo seno é
igual a 0,66.
e. passará para o ar, com ângulo de refração cujo seno é
igual a 0,86.
132

Seu espaço
Sobre o módulo Site do Laboratório Virtual da Estação Ciên-
Neste módulo, iniciamos o estudo da refração luminosa, um cias com várias simulações em óptica. Em
fenômeno que acarreta, obrigatoriamente, mudança na velocida- especial, destacamos: Óptica – refração da
de da luz em decorrência da mudança do meio de propagação e luz. Nesta simulação, o aluno pode consta-
que, nos casos de incidência oblíqua, provoca, também, mudan- tar a posição aparente da imagem em meios
ça na direção de propagação dos raios luminosos. com índices de refrações diferentes.
Na apresentação das leis da refração, sugerimos alguns co- Acesse: <http://www.ideiasnacaixa.com/
mentários sobre os fatos históricos relacionados à “paternidade” laboratoriovirtual/>.
da equação de Snell-Descartes. Na parte da refração, cabe ainda
lembrar os alunos de que, quando a luz passa de um meio me- Este video mostra as leis da refração e já dá
nos refringente para um meio mais refringente, o raio refratado uma ideia geral da reflexão total. Ele pode
se aproxima da normal e, quando a luz passa do meio mais refrin- ser usado até o tempo de 11min24s.
gente para o meio menos refringente, o raio se afasta da normal. Acesse: <https://www.youtube.com/
Na web watch?v=d_p9Be4 F5GQ>.
Simulação de refração. Para abrir, clique em
“executar agora”. Na aba introdução, é possí-
vel variar os ângulos e os materiais.
Acesse: <https://phet.colorado.edu/
en/simulation/bending-light#related-
simulations>.
EMI-15-10
Exercícios Propostos

10
Da teoria, leia os tópicos 1, 2 e 3. 10.

221
Exercícios de tarefa reforço aprofundamento Um raio de luz monocromática incide com um ângulo de
45º sobre a superfície plana S que separa os meios 1 e 2 de
índices de refração iguais a 1 e 1,4, respectivamente, confor-
06. UFG-GO me mostra a figura.
O arco-íris é um fenômeno óptico em que a luz solar inci-
de nas gotículas de água suspensas na atmosfera, gerando Raio incidente
as cores do espectro eletromagnético. Nesse fenômeno, em

Física
que ordem ocorrem os processos físicos envolvidos?
a. Refração, dispersão, reflexão e refração 45º Meio 1
b. Dispersão, refração, reflexão e refração S
c. Dispersão, reflexão, refração e transmissão Meio 2
d. Refração, dispersão, transmissão e refração
e. Refração, reflexão, refração e dispersão Considere sen 45º = 0,7 e sen 30º = 0,5. Determine a me-
dida do ângulo de refração.
07. UFPel-RS

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


A dispersão da luz, fenômeno físico de grande beleza,
pode ser conseguida através da refração, pois o índice de re- 11. UFU-MG (adaptado)
fração de um determinado meio é diferente para diferentes A luz, ao atravessar diferentes materiais, sofre variação
frequências da luz que atravessa esse meio. Dessa forma, em algumas de suas características, como a velocidade, por
quando um feixe de luz branca é refratado, após incidir com exemplo, quando comparada ao momento em que ela se
um certo ângulo em relação à normal da superfície que sepa- propaga no vácuo. O quociente entre a velocidade da luz no
ra dois meios diferentes, ocorre que: vácuo e em outro meio material é denominado índice de refra-
a. os feixes de todas as frequências sofrem o mesmo des- ção do meio. No vácuo, seu valor é 1.
vio, fazendo com que a luz se disperse em uma só cor. A tabela abaixo apresenta alguns valores de índice de re-
b. os feixes de cada frequência sofrem um desvio dife- fração de algumas substâncias a uma dada temperatura.
rente, mas a luz se dispersa em uma só cor.
c. os feixes de todas as frequências sofrem o mesmo des- Substância Índice de refração
vio, fazendo com que a luz se disperse em várias cores.
Gelo 1,31
d. o feixe de cada frequência sofre um desvio diferente,
fazendo com que a luz se disperse em várias cores. Água 1,33
e. o feixe não sofre desvio e não ocorre refração.
Glicerina 1,47

133
08. UFPel-RS
Um raio luminoso, propagando-se num meio A, atinge a Imagine três recipientes, nos quais tais substâncias es-
superfície que separa esse meio de outro meio B. Parte do raio tão organizadas de acordo com a figura abaixo. Em cada um
luminoso é refletida e parte é refratada. Os raios luminosos deles, há incidência de um raio de luz, segundo o esquema.
refletido e refratado são perpendiculares entre si e o ângulo
de refração vale 33°. Podemos afirmar que:
a. o meio B é mais refringente que o meio A.
b. o meio B é menos refringente que o meio A.
c. a velocidade de propagação do raio luminoso no meio
Gelo Água
A é menor que em B.
d. o raio luminoso, ao passar do meio A para o meio B,
poderá sofrer reflexão total. Glicerina Glicerina
e. a densidade do meio B é igual à do meio A.
(1) (2)
09. UFG-GO
O índice de refração da atmosfera terrestre varia com a
altitude. Assim, um raio luminoso que a penetra sofrerá refra-
ções sucessivas, aproximando-se da normal à superfície do
planeta. É correto concluir, então, que a posição de uma estre- Água
la observada aqui da Terra:
a. é ligeiramente abaixo da posição real.
Gelo
b. é ligeiramente acima da posição real.
c. é a mesma da posição real.
(3)
d. depende do valor do índice de refração e da velocida-
EMI-15-10

de dos ventos.
Julgue verdadeiras (V) ou falsas (F) as afirmativas a seguir. c. a velocidade da luz depende do meio em que ela se
10

( ) A velocidade da luz na água é maior do que no gelo. propaga.


( ) O raio de luz que incide no recipiente 1, ao passar do d. a lua é uma fonte de luz, pois podemos enxergá-la in-
221

gelo para a glicerina, aproxima-se da reta normal. clusive em noites escuras.


( ) O raio de luz que incide no recipiente 2, ao passar da
água para a glicerina, aproxima-se da reta normal. 15. Uninove-SP
( ) O raio de luz que incide no recipiente 3, ao passar da Sobre um espelho plano horizontal E, há uma lâmina de
água para o gelo, distancia-se da reta normal. líquido em repouso, com espessura d = 3 cm e índice de refra-
ção n = 3. Um raio luminoso proveniente do ar incide sobre
12. Unicid-SP a superfície da lâmina num ponto P, formando um ângulo de
Física

Nas Cataratas do Iguaçu, próximo às quedas d'água, ob- incidência i igual a 60°, como mostra a figura.
serva-se com frequência a formação de diversos arcos-íris.
Eles se formam devido à incidência dos raios de luz solar so-
bre as gotículas de água em suspensão na atmosfera. O raio
de luz, desde o momento em que encontra a gotícula de água i
até atingir nossos olhos, passa por três fenômenos ópticos P Q
que, na sequência, são denominados:
a. polarização, refração e reflexão.
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Líquido (n) d
b. reflexão, interferência e reflexão.
c. refração, reflexão e refração.
d. dispersão, refração e interferência. E
e. reflexão, refração e dispersão.

13. Ufla-MG O índice de refração do ar é 1,0 e a tabela a seguir fornece


Uma fonte de luz monocromática emite raios luminosos alguns valores trigonométricos.
que se propagam num meio 1, atravessam um meio 2 e emer-
gem num meio 3. As trajetórias dos raios de luz A e B, prove- sen cos tg
nientes dessa fonte, estão representadas na figura abaixo.
30°
1 3 3
2 2 3
Raio A Raio B
Meio 1 3 1
60° 3
2 2
134

Meio 2 Após reflexão na superfície do espelho, o raio retorna à


superfície do líquido em um ponto Q. Determine a distância
PQ, em centímetros.

16. UERJ
Meio 3 Um raio luminoso monocromático, inicialmente deslo-
cando-se no vácuo, incide de modo perpendicular à superfície
de um meio transparente, ou seja, com ângulo de incidência
Sendo v1, v2 e v3 as velocidades de propagação da luz nos igual a 0º. Após incidir sobre essa superfície, sua velocidade é
meios 1, 2 e 3, respectivamente, é correto afirmar que: reduzida a 5 do valor no vácuo.
a. os raios A e B sofrem refração e v1 = v2 = v3. 6 sen θ1 θ1
b. os raios A e B sofrem refração e v1 < v2 < v3. Utilizando a relação = para ângulos menores
sen θ2 θ2
c. apenas o raio A sofre refração e v1 > v2 > v3.
d. apenas o raio A sofre refração e v1 < v2 < v3. que 10º, estime o ângulo de refringência quando o raio atinge
o meio transparente com um ângulo de incidência igual a 3º.
14. UFSJ-MG
Em relação à propagação da luz, é correto afirmar que:
a. o fenômeno da refração da luz acontece porque a velo-
cidade da luz é a mesma em qualquer meio.
b. quando um raio de luz atinge uma superfície refletora
e é refletido, os ângulos de incidência e reflexão são
sempre diferentes.
EMI-15-10
Módulo 39

10
Reflexão total

221
Exercícios de Aplicação
01. UFRR 02. UFPE (adaptado)
A tabela a seguir apresenta uma lista de substâncias com As figuras ilustram trajetórias de raios de luz que pene-

Física
seus respectivos índices de refração (n). Dentre as opções tram ou saem de blocos de materiais transparentes. Qual fi-
abaixo, seria possível observar o fenômeno da refexão total gura mostra uma situação fisicamente possível quando con-
quando um raio de luz incidisse, com um ângulo suficiente- sideramos os índices de refração que estão indicados?
mente grande:
n=1 n = 1,2
Substância n
Ar 1,0003 a. d.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


Água 1,33
n = 1,5 n = 1,4
Vidro 1,5
CS2 1,63
n=1 n = 1,3
a. da água para o vidro. b. e.
b. do ar para a água.
c. do vidro para o dissulfeto de carbono (CS2). n = 1,2 n = 1,2
d. do vidro para a água.
e. do ar para o vidro.
n=1
Resolução
c.
Para ocorrer reflexão total, o raio de luz deve incidir do
meio mais refringente para o meio menos refringente. Isso n = 1,3
somente ocorre na alternativa D – do vidro para a água.
Alternativa correta: D Resolução
a. Incorreta: O ângulo de refração deve ser menor que o

135
ângulo de incidência.
b. Incorreta: O ângulo de refração deve ser maior que o
ângulo de incidência.
d. Incorreta. O raio refratado deve estar à direita da reta
normal.
e. Incorreta. O ângulo de refração deve ser menor que o
ângulo de incidência.
Alternativa correta: D
EMI-15-10
03. Fuvest-SP Resolução
10
Sendo n1 · sen θ1 = n2 · sen θ2, para ocorrer reflexão to-
tal, devemos ter:
nnúcleo · sen θ = nrevest · sen 90º
221

Luz θ
Núcleo 1,60 · sen θ = 1,45 · 1
sen θ ≈ 0,91
De acordo com a tabela: θ = 65º
Alternativa correta: E
Revestimento Habilidade
Reconhecer situações em que ocorre reflexão total, rela-
Física

Uma fibra óptica é um guia de luz, flexível e transparente,


cionando os índices de refração dos meios envolvidos.
cilíndrico, feito de sílica ou polímero, de diâmetro não muito
maior que o de um fio de cabelo, usado para transmitir sinais
luminosos a grandes distâncias, com baixas perdas de inten-
sidade. A fibra óptica é constituída de um núcleo, por onde a
luz se propaga, e de um revestimento, como esquematizado
na figura acima (corte longitudinal). Sendo o índice de refra-
ção do núcleo 1,60 e o do revestimento 1,45, o menor valor do
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

ângulo de incidência θ do feixe luminoso, para que toda a luz


incidente permaneça no núcleo, é, aproximadamente:
a. 45° c. 55° e. 65°
b. 50° d. 60°

Note e Adote
θ (graus) sen θ cos θ
25 0,42 0,91
30 0,50 0,87
45 0,71 0,71
50 0,77 0,64
55 0,82 0,57
60 0,87 0,50
65 0,91 0,42
136

n1 · sen θ1 = n2 · sen θ2

Exercícios Extras
04. Unemat-MT 05. Unicid-SP
As fibras ópticas representaram uma revolução na forma Sobre o fenômeno físico da refração, analise:
de transmitir informações. Com o sistema de fibra óptica, mais I. se a luz atravessa a superfície de separação de dois
dados são enviados através de distâncias mais longas, com meios ópticos de mesmo índice de refração, o fenô-
menor número de fios, ausência de interferências eletromag- meno da refração não ocorre;
néticas, além de se tornar mais vantajosa economicamente. O II. quando um feixe de luz monocromática passa de um
uso da fibra óptica tem se popularizado cada dia mais, desde meio óptico mais refringente para outro menos refrin-
iluminação de piscinas até exames para examinar o interior gente, a frequência dos raios de luz diminui, mudando
de uma artéria de um paciente com a introdução de feixes de a cor do feixe;
fibra óptica. III. o fenômeno da refração deixa de ocorrer quando o raio
A comunicação por fibra se realiza através da propagação do de luz proveniente de um meio mais refringente inci-
sinal, obedecendo a um importante fenômeno da óptica geomé- de na superfície de separação com outro meio menos
trica chamado: refringente, sob um ângulo maior que o ângulo-limite.
a. dispersão interna total. É correto o contido em:
b. dispersão. a. I, apenas.
c. absorção. b. II, apenas.
d. absorção interna total. c. I e III, apenas.
EMI-15-10

e. reflexão interna total. d. II e III, apenas.


e. I, II e III.
Seu espaço

10
Sobre o módulo Trata-se de um experimento simples de in-

221
Neste módulo sobre reflexão total, alguns pontos devem vestigação qualitativa sobre a reflexão total
ser destacados: da luz.
• o fenômeno da reflexão total ocorre na passagem da luz Acesse: <http://www.seara.ufc.br/
de um meio mais refringente para um menos refringente, des- sugestoes/fisica/oti14.htm>.
de que o ângulo de incidência seja superior ao ângulo-limite;
• o ângulo-limite de incidência depende dos índices de Este vídeo discorre sobre cabos submarinos

Física
refração absoluto dos dois meios; de fibra óptica.
• o ângulo-limite de incidência ocorre para um ângulo de Acesse: <https://www.youtube.com/
refração igual a 90º. watch?v=HRnfPhjSl8M>.

Na web
Visualização da reflexão total da luz
Acesse: <https://www.youtube.com/

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


watch?v=mFVfXsqpNh4>.

Simulação de refração. Para abrir, clique em


"executar agora". Na aba "introdução", é pos-
sível variar os ângulos e os materiais. Colo-
que o material de cima com um índice de re-
fração maior que o de baixo e varie o ângulo
até encontrar o ângulo-limite e visualizar a
reflexão total. Use o medidor de intensidade
para mostrar que a intensidade refletida au-
menta com o ângulo de incidência.
Acesse:<https://phet.colorado.edu/
en/simulation/bending-light#related-
simulations>.

137
Exercícios Propostos

Da teoria, leia o tópico 4. 95% da luz transmitida consegue ser observada a uma distân-
Exercícios de tarefa reforço aprofundamento cia superior a 1 km, podendo assim ser empregada em distân-
cias de até 200 km com grande eficiência. O fenômeno óptico
que ocorre no interior da fibra denomina-se:
06. UFSM-RS a. dispersão cromática.
As fibras ópticas foram inventadas na década de 1950 e b. refração.
estão sendo usadas para transmitir informação. Um tipo de c. reflexão interna total.
fibra óptica é formado por um cilindro de vidro com índice de d. polarização.
refração n1 e recoberto por uma camada de vidro com índice e. interferência.
de refração n2. A luz se propaga no cilindro central e não passa
à camada externa, porque realiza reflexões totais na super- 08. Unicap-PE
fície de separação. Para que ocorram essas reflexões totais: Julgue as afirmativas abaixo e assinale as corretas.
a. n1 > n2 I. As ondas eletromagnéticas se propagam na matéria
b. n1 = 0 sempre com a mesma velocidade, c = 3 · 108 m/s.
c. n1 = n2 II. Um raio de luz se propaga do ar para um meio com ín-
d. n2 > n1 dice de refração igual a 2. Sendo o seno do ângulo de
e. n2 = 0 3 , podemos afirmar que o ângulo
refração igual a
4
07. PUC-PR
de incidência é 60º.
É muito comum o uso das fibras ópticas para transmis-
são de dados em sistemas de comunicações. Um dos tipos III. Se a luz se propagar de um meio com índice de refra-
mais utilizados são as “fibras de índice de grau monomodo”, ção igual a 2 para o ar, o ângulo-limite de incidência é
EMI-15-10

que apresentam uma elevada atenuação óptica. Isso significa igual a 30º.
que, devido ao material com que é fabricada, a sílica, mais de
09. Vunesp 11. UFBA
10

Uma haste luminosa de 2,5 m de comprimento está presa As fibras ópticas são longos fios finos, fabricados com
verticalmente a uma boia opaca circular de 2,26 m de raio, vidro ou materiais poliméricos, com diâmetros da ordem de
221

que flutua nas águas paradas e transparentes de uma pis- micrômetros até vários milímetros, que têm a capacidade de
cina, como mostra a figura. Devido à presença da boia e ao transmitir informações digitais, na forma de pulsos de luz, ao
fenômeno da reflexão total da luz, apenas uma parte da haste longo de grandes distâncias, até mesmo ligando os continen-
pode ser vista por observadores que estejam fora da água. tes através dos oceanos.
Um modo de transmissão da luz através da fibra ocorre
2,26 m pela incidência de um feixe de luz, em uma das extremida-
Boia des da fibra, que a percorre por meio de sucessivas refle-
Física

Ar xões. As aplicações das fibras ópticas são bastante amplas


Água nas telecomunicações e em outras áreas, como a medicina,
por exemplo. Uma vantagem importante da fibra óptica, em
relação aos fios de cobre, é que nela não ocorre interferência
eletromagnética.
Haste
2,5m
luminosa
θ
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Fora de escala
Considere que o índice de refração do ar seja 1,0, o da
água da piscina, 4 , sen 48,6º = 0,75 e tg 48,6º = 1,13. Um
3
observador que esteja fora da água poderá ver, no máximo,
uma porcentagem do comprimento da haste igual a: Supondo que uma fibra óptica encontre-se imersa no ar
a. 70%
b. 60% e que o índice de refração da fibra óptica seja igual a 3 ,
2
c. 50% calcule o maior ângulo de incidência de um raio de luz em re-
d. 20% lação ao eixo da fibra, para que ele seja totalmente refletido
e. 40% pela parede cilíndrica.
10. Unioeste-PR
138

Sob o ponto de vista da óptica geométrica e considerando 12. Unicastelo-SP


a velocidade da luz no vácuo como 300 000 km/s, analisar as O esquema representa um prisma de reflexão de uma
afirmativas seguintes, referentes aos fenômenos da refração máquina fotográfica, imerso no ar, cujo índice de refração ab-
e da reflexão da luz, assinalando a alternativa correta. soluto é igual a 1,0.
I. Se o índice de refração absoluto da água for igual a
4/3, então a velocidade da luz neste meio será igual F1
a 400 000 km/s.
II. O fenômeno da reflexão total ocorre quando o sentido
de propagação é de um meio mais refringente para um
menos refringente, e o ângulo de incidência é maior
que o ângulo-limite. F1
III. Ao passar de um meio para outro menos refringente, a
frequência de uma onda luminosa aumenta.
IV. Em qualquer meio material transparente, a velocida-
de da luz vermelha é maior do que a velocidade da luz
violeta.
a. I – Verdadeira; II – Verdadeira; III – Verdadeira; IV – Ver-
dadeira
b. I – Falsa; II – Falsa; III – Falsa; IV – Verdadeira
c. I – Falsa; II – Verdadeira; III – Falsa; IV – Falsa
d. I – Falsa; II – Verdadeira; III – Falsa; IV – Verdadeira
e. I – Verdadeira; II – Falsa; III – Falsa; IV – Verdadeira
EMI-15-10
Suponha que o raio de luz destacado na figura incida 15. UFPE

10
nas faces F1 e F2 do prisma com ângulo de incidência de 30º. A figura mostra um par de fibras ópticas, A e B, dispos-
Sabendo que sen30º = 0,50, para que ocorra reflexão total, o tas paralelamente e de mesmo comprimento. Um pulso de

221
valor do índice de refração absoluto do material de que é feito luz é disparado em uma das extremidades das fibras. A luz
o prisma deve ser, no mínimo, maior que: se propaga, parte pela fibra A, levando o tempo ∆tA para
a. 3,5 d. 1,5 percorrê-la, e parte pela fibra B, levando o tempo ∆tB
b. 3,0 e. 2,0 para percorrê-la. Os índices de refração dos materiais da fi-
c. 4,0 bra A e B são, respectivamente, nA = 1,8 e nB = 1,5. Calcule
o atraso percentual da luz que vem pela fibra A, em relação
13. Unisa-SP ao que vem pela fibra B, ou seja, determine a quantidade

Física
Dois meios transparentes, sendo um deles o ar e o outro  ∆t A 
 
mais refringente, estão separados por uma interface plana.  ∆t − 1 ⋅ 100% .
Sabe-se que o ângulo-limite, a partir do qual há reflexão total,  B 
é igual a 45°, conforme figura.

Pulso

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


de luz A
B
Ar (n=1)

n’

45º
16. ITA-SP
Um tarugo de vidro de índice de refração n = 3 e seção
2
transversal retangular é moldado na forma de uma ferradura,
Considere os dados da tabela. como ilustra a figura. Um feixe de luz incide perpendicular-
0° 30° 45° 60° 90°
mente sobre a superfície plana P. Determine o valor mínimo
sen 0
1 2 3 1 da razão R para o qual toda a luz que penetra pela superfície
2 2 2 d
P emerja do vidro pela superfície Q.
Em nova situação, o raio luminoso, proveniente do ar, in-

139
cide na interface formando com ela, novamente, um ângulo
P d
de 45°. Nessa nova condição, o valor do ângulo que o raio re-
fratado forma com a interface é:
a. 60° d. 45°
b. 30° e. 0° R
c. 90°

14. UFG-GO (adaptado)


Em um recipiente com um líquido de índice de refração Q
igual a 2, incide-se um feixe de luz. Sabendo que o ângu-
lo-limite de incidência θ = 45º é o ângulo-limite para que a
luz refletida no fundo do recipiente não retorne para o meio
externo, conforme mostra a figura, calcule o ângulo-limite de
reflexão interna total desse líquido.

n
EMI-15-10
Módulo 40
10

Dioptro plano e lâminas de faces paralelas


221

Exercícios de Aplicação
01. 03. Mackenzie-SP (adaptado)
Em um dia de verão, um jovem decide mergulhar em uma Sabe-se que uma onda eletromagnética, que se propaga
Física

piscina de 1,60 m de profundidade, totalmente cheia de água. em um meio homogêneo, transparente e isótropo, ao incidir
Antes de mergulhar, ele visualiza o fundo da piscina e conclui sobre a superfície de outro meio, também transparente, homo-
que ela possui 1,20 m de profundidade. Determine, nessas gêneo e isótropo, continua a se propagar nele, porém com al-
condições, o índice de refração da água em relação ao ar. gumas alterações. Se o segundo meio citado for um corpo com
a forma de paralelepípedo, pode-se ter uma situação como a
Resolução
n  ilustrada abaixo, conhecida por lâmina de faces paralelas.
O índice de refração da água relativo ao ar  água  é igual
 nar 
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

à razão entre a profundidade real e a profundidade apa- Ø1 Meio A


rente da piscina. Assim:
p
nágua–ar = → nágua–ar = 1,60 → nágua–ar = 4
p’ 1,20 3 Ø2 Meio B
e
Ø2

Meio A
Ø1 d

Para este exemplo, é válido o modelo utilizado em óptica


02. UFPI geométrica, em que os raios incidente e emergente indicam a
Um pássaro pousou num galho de uma árvore à margem direção orientada de certa radiação eletromagnética na faixa
de uma piscina. Esse galho se projeta sobre a superfície da da luz e, nesse caso, é válida a equação:
140

água, ficando o pássaro à altura de 0,90 m da superfície da


água. Uma pessoa submersa na piscina olha o pássaro, es- sen ( θ1 − θ2 )
d=e ⋅
tando ambos aproximadamente na mesma vertical. A que al- cos θ2
tura aparente, em relação à superfície da água, a pessoa vê o
pássaro? Considere que o ângulo de incidência seja 60º e o ângulo de
Dados: nar = 1 e nágua = 4 refração, 30º. Nessas condições, a razão entre o deslocamento
3 lateral (d) e a espessura da placa (e), em porcentagem, é:
Dados: sen 30º = cos 60º = 0,50 e sen 60º = cos 30º = 0,87
Resolução
a. 25% c. 57% e. 173%
Em relação à superfície da água, a altura aparente (p') b. 50% d. 87%
que a pessoa vê o pássaro é dada na relação:
4 Resolução
p ’ n água p’ De acordo com a expressão dada, temos:
= → = 3 → p ’ = 1,20 m
p nar 0,90 1 d (%) = sen (60°⋅ 30° ) ⋅ 100% → d (%) = 0,50 ⋅ 100%
e cos 30° e 0,87
d (%) = 57%
e
Alternativa correta: C
Habilidade
Reconhecer as características de propagação e os fenô-
menos de refração e reflexão da luz em meios materiais.
EMI-15-10
Exercícios Extras

10
04. UFRN 05. Unicid-SP

221
Ainda hoje, no Brasil, alguns índios pescam em rios de O lançamento malsucedido do foguete experimental
águas claras e cristalinas, com lanças pontiagudas, feitas de levou-o à queda, em meio a uma região de arrecifes. De
madeira. Apesar de não saberem que o índice de refração da um helicóptero, em altitude constante de 100 m da super-
água é igual a 1,33, eles conhecem, com base na experiência fície da água, técnicos, sobrevoando a região, avistaram o
do seu dia a dia, a lei da refração (ou da sobrevivência da na- foguete submerso a uma profundidade aparente que, sem
tureza) e, por isso, conseguem fazer a sua pesca. levar em conta o fenômeno da refração, foi tida como de
30 metros, no momento em que o helicóptero pairava so-

Física
bre os destroços. Considerando-se a refração da água, a
Ar verdadeira profundidade do foguete em relação ao nível das
I Água águas do mar é, em metros:
II Dados: índices de refração do ar e da água, respectiva-
III
IV mente, 1 e 4
3
a. 15
b. 30

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


A figura acima é apenas esquemática. Ela representa a c. 40
visão que o índio tem da posição em que está o peixe, isto é, d. 60
ele enxerga o peixe como estando na profundidade III. As po- e. 90
sições I, II, III e IV correspondem a diferentes profundidades
numa mesma vertical.
Considere que o peixe está praticamente parado
nessa posição.
Para acertá-lo, o índio deve jogar sua lança em direção
ao ponto:
a. I. c. III.
b. II. d. IV.

Seu espaço

141
Sobre o módulo Experimento: determinação do índice de
Nos dioptros planos, sugerimos aproveitar o exercício ex- refração de uma placa de acrílico. Uma pro-
tra número 4 para discutir com os alunos o ponto em que a posta para o Ensino Médio.
pessoa deveria mirar se, no lugar da lança, ela utilizasse uma Acesse:<http://www.sbfisica.org.br/fne/
caneta de raio laser para atingir o peixe. Nas lâminas de fa- Vol9/Num1/indice-refracao.pdf>.
ces paralelas, é importante o comentário de que se trata de
um deslocamento lateral, e não de um deslocamento angular,
como acontece nos prismas, assunto do tópico seguinte.
Na web
Simulação para visualização do desvio late-
ral de um raio luminoso ao atravessar uma
lâmina de faces paralelas.
Acesse: <http://www.pion.sbfisica.org.br/
pdc/index.php/por/Multimidia/Simulacoes/
Optica/Refracao>.
EMI-15-10
Exercícios Propostos
10

Da teoria, leia os tópicos 5 e 6. 08. Fuvest-SP


221

Exercícios de tarefa reforço aprofundamento Um raio luminoso proveniente do ar atinge uma lâmina de
vidro de faces paralelas com 8,0 cm de espessura e índice de
refração absoluto igual a 1,5. Este raio sofre refração ao atingir
06. PUC (adaptado) a primeira superfície; refração e reflexão ao atingir a segunda
Um raio de luz monocromática atravessa três materiais superfície (interna).
distintos sobrepostos, conforme mostrado no esquema. a. Trace as trajetórias dos raios: incidentes, refratados e
refletidos.
Física

b. Determine o tempo para o raio atravessar a lâmina,


sendo o seno do ângulo de incidência igual a 0,90.
Dado:
c = 3,0 · 108 m/s
sen 37º = cos 53º = 0,60 e sen 53º = cos 37º = 0,80
Material 1
09. Furg-RS
Material 2
Para que um gato na margem de um lago possa pegar um
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Material 3 peixe, ele deverá se jogar:


a. em uma posição abaixo daquela em que vê o peixe.
b. em uma posição abaixo da posição real do peixe.
c. em uma posição acima da posição real do peixe.
d. diretamente na posição em que vê o peixe.
Compare os índices de refração absolutos dos três materiais. e. em uma posição acima daquela em que vê o peixe.

07. UFMS (adaptado) 10. UFAC (adaptado)


A figura mostra dois meios, 1 e 2, opticamente trans- Na figura, é mostrada a propagação de um feixe de luz (a)
parentes. No meio 2, existe uma fonte luminosa punti- que incide sobre uma placa transparente de faces paralelas.
forme e monocromática imersa e também um raio de luz Como consequência dessa incidência, são originados outros
emergente da fonte luminosa, juntamente com um raio feixes denominados (b), (c), (d), (e) e (f).
refletido e outro refratado que incide no olho de um ob-
servador. A reta tracejada intercepta perpendicularmente
a interface de separação dos meios. Com fundamentos
nas propriedades de raios luminosos, assinale a(s) pro-
142

posição(ões) correta(s).

Meio 1

Meio 2 ALONSO, M.; FIN, E. Física, Volumen II: Campos y Ondas. México, D.
F.: Addison-Wesley Iberoamericana, 1985, p. 810. Adaptado.

Fonte luminosa Analise as seguintes afirmações:


I. Os raios (a) e (c) são paralelos.
01. As frequências dos raios de luz são iguais apenas no II. Os raios (f) e (e) não são paralelos.
mesmo meio. III. Os raios (f) e (e) são paralelos.
02. Todos os raios que emergirem da fonte luminosa IV. Os raios (a) e (c) não são paralelos.
atravessarão a interface. V. Os raios (b) e (d) são simétricos em relação a um
04. O observador verá a imagem da fonte luminosa em eixo perpendicular à face inferior que passa pelo
sua profundidade real. ponto P.
08. O meio 1 possui índice de refração menor que o meio 2.
16. O comprimento de onda do raio de luz que está no a. I, III e V são corretas.
meio 1 é maior que o comprimento de onda que está b. II e IV são corretas.
no meio 2. c. III e IV são corretas.
Dê a soma dos números dos itens corretos. d. I e II são corretas.
e. I e IV são incorretas.
EMI-15-10
11. UEL-PR 13. UEL-PR

10
Um raio de luz atravessa uma lâmina de vidro de faces Sobre uma lâmina fina de vidro, acumulou-se uma pe-
paralelas, imersa no ar, sendo parcialmente refletido nas quena quantidade de água após uma leve chuva, tal que se

221
duas faces. formou uma tripla camada de meios diferentes, como apre-
sentado na figura a seguir.
r Normal
Ar
α I II III

Física
Água

γ
Vidro

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


θ Sabendo que o índice de refração do ar, da água e do vidro
são, respectivamente, 1,00, 1,33 e 1,52, assinale a alterna-
tiva que apresenta a trajetória correta de um raio de luz que
Normal sofre refração ao atravessar os três meios.
a. Trajetória I
Considerando os ângulos indicados no esquema, o ângu- b. Trajetória II
lo θ é igual a: c. Trajetória III
a. γ + δ d. Trajetórias I e II
b. 90° – δ e. Trajetórias II e III
c. 90° – γ
d. 90° – β 14. UFPE
e. 90° – a Um feixe de luz monocromática incide perpendicularmen-
te numa placa de vidro, transparente e espessa, de índice de re-
fração igual a 1,50. Determine a espessura da placa, em centí-
12. Cederj metros, sabendo que a luz gasta 1,0 · 10–10 s para atravessá-la.

143
Um garoto submerso em uma piscina e uma menina Considere c = 3 · 108 m/s.
deitada na borda dela observam-se mutuamente. Assinale a
alternativa que representa as relações entre a profundidade 15. UFBA
real do menino Prg e a sua profundidade aparente Pag vista pela Um objeto pontual P encontra-se na base de um recipien-
menina, assim como a altura real em que a menina se encon- te que contém duas camadas de líquidos, A e B, com espes-
tra em relação à superfície da água Arm e a sua altura aparente suras EA = 28 cm e EB = 39 cm. Os líquidos são homogêneos,
vista pelo garoto Aam. transparentes e imiscíveis. Considere o índice de refração do
ar igual a 1 e os dos líquidos A e B iguais a 1,4 e 1,3, respec-
tivamente. Conforme indica a figura, um observador, olhando
A mr numa direção aproximadamente perpendicular à base do re-
cipiente, enxergará P na posição X. Determine, em centíme-
tros, a distância entre X e a superfície livre do líquido.

P gr

EA
a. Pr > Pa e Ar > Aa
g g m m X
EB
b. Prg < Pag e Arm > Aam
P
c. Prg > Pag e Arm < Aam
d. Prg < Pag e Arm < Aam
EMI-15-10
16. UEL-PR (adaptado)
10

Na figura 1 estão representados um anteparo A, um pequeno objeto O e luz incindindo a 45° em relação ao anteparo.
Na figura 2, o objeto O faz sombra sobre o anteparo. Colocando-se uma lâmina L de vidro com ∆x cm de espessura e índice
221

de refração n2 = 2 paralelo ao anteparo, a sombra se desloca 0,7 cm entre ele e o objeto.

Figura 1 Figura 2

45º 45º

z
Lu

Lu
Física

0 0
n1
n2

Antes A Depois A
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

a. Faça um esboço da trajetória do raio de luz através da lâmina até alcançar o anteparo A.
b. Calcule a espessura da lâmina de vidro que produz esse deslocamento da sombra no anteparo A.
(Adote 3 = 1,7)
144

EMI-15-10
Módulo 41

10
Prismas ópticos e dispersão luminosa

221
Exercícios de Aplicação
01. UFPI 03. Mackenzie-SP
Um prisma imerso no ar tem ângulo de refringência igual a 60°. Dois prismas idênticos encontram-se no ar, dispostos

Física
Um raio de luz monocromática incide na face AB sob um ângulo conforme a figura abaixo. O raio luminoso proveniente do pon-
de 45° e emerge na face AC também sob um ângulo de 45° com a to P segue a trajetória indicada e atinge o ponto Q. Nesse caso,
normal (vide figura a seguir). Qual o índice de refração do prisma? podemos afirmar que:
Dados:
3
sen 45° = cos 45° = 2 sen 60° = cos 30° = 45°
2 2
sen 30° = cos 60° = 1
2

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


A Q
P

60°
45° 45° 45°

a. os prismas são constituídos de material de índice de


refração absoluto menor que 1.
B C
b. os prismas são constituídos de material de índice de
a. 1 b. 2 c. 2 d. 3 e. 3
refração absoluto igual a 1.
2 2 2 2 2
c. o ângulo-limite do material desses prismas é superior
a 45°.
Resolução
d. o ângulo-limite do material desses prismas é inferior
Como os ângulos de incidência e de emergência são a 45°.
iguais, o desvio angular total é mínimo. Nessas condições: e. o ângulo-limite do material desses prismas é 90°.
A = 2 · r → 60º = 2 · r → r = 30º
Resolução

145
De acordo com a lei de Snell-Descartes, no ponto de inci-
dência, temos: O ângulo de incidência do raio luminoso na face interna
nar · sen 45º = np · sen 30º → 1· 2 = np · 1 do prisma é 45º e ele sofre, nesse ponto, reflexão total. Isso
2 2 significa dizer que o ângulo-limite para esse prisma é inferior
np = 2 a 45º.
Alternativa correta: B Alternativa correta: D
Habilidade
02. Reconhecer situações em que ocorre reflexão total, rela-
Um prisma de vidro, de índice de refração igual a 3 e cionando os índices de refração dos meios envolvidos.
ângulo de refringência igual a 60º, está imerso no ar (n = 1).
Um raio de luz monocromática incide em uma das faces do
prisma com ângulo de 60º. Determine o desvio angular total
sofrido pelo raio de luz.
Resolução
O ângulo de refração (r) na 1a face é dado pela lei de Snell-
-Descartes:
nar · sen i = np · sen r → 1 · sen 60º = 3 · sen r
1 · 3 = 3 · sen r
2
sen r = 1/2 → r = 30º
Sendo A = r + r´, obtemos:
60º = 30º + r´ → r´= 30º
Como r = r´ → i = i´ = 60º
Portanto, o desvio angular total é mínimo e vale:
EMI-15-10

D = 2 · i – A → D = 2 · 60º – 60º → D = 60º


Exercícios Extras
10

04. UFTM-MG 05. UFGD-MS


221

O instrumento óptico apresentado é formado por dois Por volta do ano de 1665, Isaac Newton realizou um ex-
prismas triangulares cujos ângulos da base são iguais a 45°. perimento simples em que mostrou que a luz branca é com-
Os prismas são utilizados nessa disposição para produzir re- posta pela superposição de diversas cores. No experimento,
flexão interna total da luz em duas superfícies. Se o aparelho Newton fez um feixe da luz solar passar através de um pris-
está imerso no ar, o índice de refração mínimo do material de ma e observou a dispersão da luz branca em diversas cores
que são constituídos os prismas deve ser superior a: (vermelho, amarelo, verde). A decomposição da luz branca,
ao passar por um prisma, ocorre devido ao fenômeno físico
Física

denominado:
a. interferência.
b. difração.
c. refração.
d. reflexão.
e. superposição.

Dado: nar = 1,00


Ciências da Natureza e suas Tecnologias

a. 2 d. 3 2
2 2
b. 2 e. 3 2

c. 2

Seu espaço
Sobre o módulo TV Escola Ciências. De onde vem o arco-íris.
Neste módulo, devemos destacar alguns pontos básicos: Acesse:<https://www.youtube.com/wat-
• a dupla refração sofrida pelos raios luminosos ao inci- ch?v=DFHDNZxGQNE>
146

direm sobre uma das faces de um prisma;


• as relações geométricas entre os ângulos envolvidos Leia o artigo sobre experimentos usando o
no fenômeno; computador.
• a separação da luz branca em seus componentes em Acesse:<http://www.sbfisica.org.br/fne/
razão de o índice de refração absoluto do material do Vol13/Num1/a09.pdf>.
prisma variar com a frequência da luz incidente;
• as aplicações dos prismas de reflexão total.

Na web
Simulação de refração. Para abrir, clique em
"executar agora". Na aba "prismas", é possí-
vel usar os três primeiros formatos; os ou-
tros serão usados em lentes.
Acesse:<https://phet.colorado.edu/
en/simulation/bending-light#related-
simulations>.

Este vídeo mostra a dispersão da luz em um


prisma com formato de diamante.
Acesse: <https://www.youtube.com/
watch?v=BnL7zeiyvWA>.
EMI-15-10
Exercícios Propostos

10
Da teoria, leia os tópicos 7 e 8. Se o ângulo-limite entre o vidro e o ar for igual a 42º e o

221
Exercícios de tarefa reforço aprofundamento ângulo φ, igual a 50º, explique se o raio incidente na face AC
sofrerá reflexão total.

06. UFMT 09. Vunesp


Um estudante, por meio de um experimento com um Na figura, estão representados um prisma retangular,
prisma, constatou que a luz branca é formada de sete cores, cujos ângulos da base são iguais a 45°, um objeto AB e o olho
fenômeno conhecido como dispersão da luz. Sobre esse fe- de um observador.

Física
nômeno, assinale a afirmativa correta.
a. O desvio de cada cor é proporcional à sua frequência.
b. Deve-se à sua característica de se refletir em superfí- Base 45°
cies espelhadas.
c. A refração é observada pelo fato de a luz branca ser
uma luz monocromática.
d. Ocorre pelo fato de a luz refratar ao penetrar e emergir
do prisma. Observador

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


e. A refração da luz branca, em cada uma das sete cores, 45°
acontece porque o índice de refração do vidro é cons-
tante para cada cor. A B

07. Unioeste-PR Devido ao fenômeno da reflexão total, os raios de luz


A figura a seguir mostra um feixe de luz de comprimento provenientes do objeto são refletidos na base do prisma, que
de onda λ = 632 nm incidindo sobre um prisma cujo índice de funciona como um espelho plano.
refração é n2 = 1,0. O prisma encontra-se num ambiente cujo Assinale a alternativa que melhor representa a imagem
índice de refração é n1 = 3,0. O ângulo X° de saída do feixe será: A’B’, vista pelo observador.
n1 = 3,0 B'
60°
a. B' A' d.
A'
b. A' B'
45° x°
A' A'
n2 = 1,0

147
c. e.
B' B'
a. 51°.
b. o ângulo x° não existe, pois ocorre refração apenas do
meio 1 para o meio 2. Não há feixe refratado do meio
2 para o meio 1.
c. 48°. 10. UFG-GO
d. o ângulo x° não existe, pois não ocorre refração do Um raio de luz monocromática incide perpendicularmen-
meio 1 para o meio 2. O feixe é totalmente refletido te na face A de um prisma e sofre reflexões internas totais
pela superfície para esse ângulo de incidência. com toda luz emergindo pela face C, como ilustra a figura a
e. o ângulo x° não existe, pois um feixe de luz não pode seguir. Considerando o exposto e sabendo que o meio externo
se propagar de um meio com índice de refração maior é o ar (nar = 1), calcule o índice de refração mínimo do prisma.
para outro com índice de refração menor.

08. Efoa-MG
60º
Um raio luminoso incide normalmente sobre a face AB de Fac
e A
um prisma de vidro imerso no ar, como mostra a figura.

A
Face C

Face B 30º

Raio
Ar 11. Cederj
luminoso
Um feixe de luz monocromática propagando-se no ar
incide perpendicularmente em uma das faces de um pris-
Vidro φ
EMI-15-10

ma triangular de vidro e emerge rasante, conforme mostra a


B C figura a seguir.
10
221

45º

Calcule o índice de refração do prisma.


Física

Dados: nar = 1 e sen 45º = 0,70

12. Vunesp
Considere um raio de luz monocromática de comprimento de onda λ, que incide com ângulo θi em uma das faces de um
prisma de vidro que está imerso no ar, atravessando-o como indica a figura.
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Reta normal Reta normal


θi

Raio de luz Prisma Raio de luz

Sabendo que o índice de refração do vidro em relação ao ar diminui com o aumento do comprimento de onda do raio de luz
que atravessa o prisma, assinale a alternativa que melhor representa a trajetória de outro raio de luz de comprimento 1,5 λ, que
incide sobre esse mesmo prisma de vidro.

a. c. θi e.
θi θi
148

b. d.
θi θi

13. Unimontes-MG
Um feixe de luz é uma mistura de três cores: amarelo, vermelho e violeta. Ele incide sobre um prisma de material transpa-
rente, com índice de refração crescente com a frequência, ou seja, quanto maior a frequência relativa à cor, maior será o índice
de refração do material do prisma. Após atravessar o prisma, a luz atinge um anteparo, formando três manchas coloridas, nas
posições 1, 2 e 3, indicadas na figura.

As cores das manchas formadas nas posições 1, 2 e 3


1 Feixe de luz são, respectivamente:
2 a. vermelha, violeta e amarela.
3 b. violeta, vermelha e amarela.
c. vermelha, amarela e violeta.
d. amarela, violeta e vermelha.
Anteparo Prisma
(visto de lado)
EMI-15-10
14. UEM-PR (adaptado) 1. Complete, na figura, a trajetória do feixe até sair do

10
Um prisma, com ângulo de refringência 60° e índice de prisma.
refração 1,6 para luz vermelha e 1,5 para luz violeta, está 2. Explique, detalhando seu raciocínio, o que acontece

221
imerso no ar, cujo índice de refração absoluto é 1,0. Com base com esse feixe na superfície oposta ao ângulo reto.
nessas informações, assinale o que for correto. 3. Assinale com um x a opção correta.
01. Quando a luz violeta incide em uma das faces do Ariete observa a dispersão da luz branca nesse experi-
prisma, fazendo um ângulo de 49° com a linha nor- mento?
mal a essa superfície, ela emerge do prisma, na outra ( ) Sim ( )  Não
superfície, fazendo um ângulo de 49° com sua normal.
(Dados: sen 49° ≈ 0,75) Justifique sua resposta.

Física
02. Quando a luz vermelha incide em uma das faces do pris-
ma, fazendo um ângulo de 53° com a linha normal a essa 16. Unicamp-SP
superfície, ela emerge do prisma, na outra superfície, fa- Um tipo de sinalização utilizado em estradas e avenidas
zendo um desvio de ≈ 46°. (Dados: sen 53° ≈ 0,80) é o chamado olho de gato, o qual consiste na justaposição de
04. Esse prisma não pode ser usado como prisma de vários prismas “retos” feitos de plástico, que refletem a luz in-
reflexão para as radiações visíveis, pois seus índices cidente dos faróis dos automóveis.
de refração para essas radiações são maiores que os
índices do ar.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


O
08. Quando a luz violeta incide em uma das faces do prisma,
fazendo um ângulo de 49° com a linha normal a essa su-
perfície, ela sofre desvio mínimo. (Dados: sen 49° ≈ 0,75) A
16. Esse prisma é um prisma de dispersão, pois tem a C
capacidade de separar a luz branca em seus compo- B
nentes do espectro eletromagnético.
Dê a soma dos números dos itens corretos.

15. UFMG
Ariete deseja estudar o fenômeno da dispersão da luz
branca, ou seja, a sua decomposição em várias cores devido
à dependência do índice de refração do material com a fre-
quência. Para isso, ela utiliza um prisma de vidro cuja seção G
reta tem a forma de um triângulo retângulo isósceles.
O índice de refração desse vidro é n = 1,50 para a luz a. Reproduza o prisma ABC indicado na figura anterior e
branca e varia em torno desse valor para as várias cores do desenhe a trajetória de um raio de luz que incide per-

149
espectro visível. pendicularmente sobre a face OG e sofre reflexões to-
(Dados: sen 45° = cos 45° = 0,707) tais nas superfícies AC e BC.
Ela envia um feixe de luz branca em uma direção perpen- b. Determine o mínimo valor do índice de refração do plás-
dicular a uma das superfícies do prisma que formam o ângulo tico, acima do qual o prisma funciona como um refletor
reto, como mostrado na figura. perfeito (toda a luz que incide perpendicularmente à
superfície OG é refletida). Considere o prisma no ar,
onde o índice de refração vale 1,0.
45°

45°
EMI-15-10
1. Lentes esféricas 152
2. Comportamento óptico das lentes 153
3. Focos de uma lente 153
4. Construção geométrica
de imagens 154
5. Organizador gráfico 158
Módulo 42 – Lentes esféricas:
definição e formação de imagens 159

• Reconhecer lentes convergentes e


divergentes pelos seus efeitos sobre
feixes de luz.
• Identificar as funções de lentes em
instrumentos ópticos de projeção e de
observação na produção de imagens
virtuais e/ou reais.

MURATART/SHUTTERSTOCK
Lentes esféricas – Parte I 11
151

As lentes fascinam os seres humanos desde sua infância. A curiosidade


se dá quando utilizamos, pela primeira vez, uma lupa de nossos pais ou avós
e vemos os objetos aumentados. Neste capítulo, você aprenderá como a luz
se comporta ao atravessar uma lente e, com base nesses conhecimentos,
estudará a formação de imagens pelas lentes esféricas.
1. Lentes esféricas
11

Juntamente com os espelhos, as lentes constituem os


dispositivos ópticos mais utilizados no cotidiano. Basta re-
221

parar o número de pessoas que utilizam óculos, seja para se


protegerem do Sol ou para corrigir defeitos de visão. R2
As lentes também são amplamente utilizadas em teles-
cópios, máquinas fotográficas, microscópios ou simplesmen- V2 e
te atuam como lentes de aumento para ampliar imagens.
C1 V1 C2

R1
Física

NOMAD_SOUL / SHUTTERSTOCK

Destaque para os elementos geométricos de uma


lente esférica. Figura fora de escala.
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

• C1 – Centro de curvatura da primeira superfície


• C2 – Centro de curvatura da segunda superfície
Lupa ou lente de aumento • R1 – Raio de curvatura da primeira superfície
• R2 – Raio de curvatura da segunda superfície
Neste capítulo, analisaremos o comportamento de raios • V1 – Vértice da primeira superfície
de luz que atravessam uma lente, bem como a formação de • V2 – Vértice da segunda superfície
imagens em virtude da refração luminosa. Daremos destaque • e – Espessura da lente
às equações que relacionam as abscissas focais do objeto e • Eixo principal – Reta que passa por C1 e C2.
da imagem, bem como ao aumento linear transversal, pois as
lentes podem fornecer imagens ampliadas ou reduzidas. Normalmente, a espessura da lente é pequena em rela-
As lentes esféricas são sistemas ópticos refratores cons- ção aos raios de curvatura das faces da lente. Nesse caso, a
tituídos de três meios homogêneos e transparentes, sepa- lente é denominada lente esférica delgada, seus vértices se-
rados por duas superfícies polidas, sendo que, pelo menos, rão coincidentes e serão chamados de centro óptico da lente.
uma delas é esférica.
Na figura, temos a ilustração de uma lente esférica cons- B. Classificação das lentes esféricas
tituída de duas superfícies curvas. As lentes esféricas são classificadas em dois grupos: len-
152

tes de bordas finas e lentes de bordas grossas.

Bioconvexa Plano-convexa Côncavo-convexa

Meio 2
Meio 1 Meio 3

Perfil de uma lente esférica constituída de duas superfícies curvas. Biocôncava Plano-côncava Convexo-côncava
Lentes de bordas finas (biconvexa, plano-convexa
Na maioria dos casos, os meios 1 e 3 são iguais e são e côncavo-convexa) e lentes de bordas grossas
(bicôncava, plano-côncava e convexo-côncava).
constituídos pelo ar e o meio 2 é constituído pelo material de
que é feito a lente, por exemplo vidro, cristal, acrílico, entre ou-
tros. Nessas condições, o índice de refração absoluto da lente Observe na figura que as três primeiras lentes são con-
é maior que o índice de refração absoluto do meio no qual ela vexas (biconvexa, plano-convexa e côncavo-convexa) e re-
está imersa. presentam lentes de bordas finas, pois apresentam a parte
central mais espessa que os extremos. Por outro lado, as
A. Elementos geométricos das lentes esféricas três últimas lentes são côncavas (bicôncava, plano-côn-
Com base na figura, que ilustra uma lente esférica cons- cava e convexo-côncava) e representam lentes de bordas
EMI-15-10

tituída de duas superfícies curvas, destacamos os seguintes grossas, pois apresentam os extremos mais espessos que
elementos geométricos: a parte central.
2. Comportamento

11
óptico das lentes

221
Quando um feixe de raios luminosos incide sobre uma
lente, ele sofre refração e, ao emergir da lente, duas situações 0
podem ocorrer:
• os raios de luz emergentes da lente podem conver-
gir para um ponto; nesse caso, a lente é denomina-
da convergente; (a)
• os raios de luz emergentes da lente podem diver-

Física
gir de um ponto; nesse caso, a lente é denominada
divergente.
Quando imersas no ar (nlente > nar) – o que normalmente
ocorre –, as lentes convexas são convergentes e as lentes
côncavas, divergentes.
0
N

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


(b)
Representação esquemática de uma lente
(a) convergente e (b) divergente

Nas figuras acima, o ponto O representa o centro óptico


da lente.

Lente convergente
3. Focos de uma lente
Uma lente delgada, seja ela convergente ou divergente,
possui dois focos principais: o foco objeto (F) e o foco ima-
gem (F’), ambos sobre o eixo principal da lente.
Plano focal
N

153
A F O F’ A’

Lente divergente (a)

Observação Plano focal


Se as lentes forem imersas em um meio de índice de re-
fração absoluto maior que o índice de refração absoluto da
lente (nlente < nmeio), as lentes convexas serão divergentes e
as lentes côncavas, convergentes. Em resumo, temos:
A’ F’ O F A
Lentes nlente > nmeio nlente < nmeio

Bordas finas (convexas) convergente divergente


(b)
Bordas grossas (côncavas) divergente convergente Foco objeto (F) e foco imagem (F’) para as lentes:
(a) convergente e (b) divergente

Esquematicamente, as lentes delgadas convergentes e Os pontos A e A’ são denominados pontos antiprincipais


divergentes podem ser representadas por um segmento de objeto e imagem, respectivamente. A distância de um ponto
EMI-15-10

reta vertical com setas nas pontas orientadas para fora ou antiprincipal ao centro óptico da lente é o dobro da distância
para dentro, conforme o tipo de lente. Assim, temos: focal, distância do foco ao centro óptico da lente.
A. Distância focal e convergência das lentes
11

A distância focal (f) de uma lente é a distância do foco objeto, ou do foco imagem, ao centro óptico da lente, sendo positiva
para as lentes convergentes e negativa para as lentes divergentes.
221

F F’ F’ F
Física

f f f f
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Distância focal para as lentes convergente e divergente

Quanto menor a distância focal de uma lente, maior a sua capacidade de desviar os raios luminosos, ou seja, maior a sua
convergência (C) ou vergência (V).

F F’ F F’
154

Ilustração da convergência de uma lente

Observe na figura acima que a distância focal da primeira lente é menor que a distância focal da segunda lente. Desse modo,
o raio luminoso é mais desviado na primeira lente que na segunda.
A convergência (C) ou vergência (V) de uma lente é definida como sendo o inverso da distância focal.

1
C=V=
f

Se a distância focal for dada em metro (m), a convergência será dada em dioptria (di).
A convergência de uma lente acompanha o sinal da distância focal, sendo positiva para a lente convergente e negativa para
a lente divergente.
Popularmente, é usado o termo “grau” para a convergência de uma lente, embora os oftalmologistas utilizem em suas recei-
tas o termo “dioptria”. Uma lente de 2di é entendida, pela população em geral, como uma lente de 2 graus.

4. Construção geométrica de imagens


Do mesmo modo como procedemos com os espelhos esféricos, para a construção geométrica da imagem conjugada por
uma lente, precisamos estabelecer os raios notáveis, os quais apresentam um comportamento específico ao atravessar uma
lente. São eles:
EMI-15-10
1. Todo raio luminoso que incide paralelamente ao eixo principal da lente emerge numa direção que passa pelo foco imagem.

11
221
Física
A F O F’ A’ A’ F’ O F A

(a) (b)

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


Raio de luz paralelo ao eixo principal: (a) na lente convergente, ele emerge passando pelo foco imagem; (b)
na lente divergente, o prolongamento do raio emergente passa pelo foco imagem da lente.

2. Todo raio luminoso que incide na lente e cuja direção passa pelo foco objeto emerge numa direção paralela ao eixo principal.

F O F’ F’ O F

155
(a) (b)
Raio de luz cuja direção passa pelo foco objeto emerge paralelo ao eixo principal: (a) lente convergente, (b) lente divergente.

3. Todo raio luminoso que incide passando pelo centro óptico da lente não sofre desvio.

A F O F A A’ F’ O F A

Raio de luz passando pelo centro óptico da lente: emerge sem desvio.
EMI-15-10
4. Todo raio de luz que incide numa direção que passa pelo ponto antiprincipal objeto da lente emerge numa direção que
11

passa pelo ponto antiprincipal imagem da lente.


221
Física

A F O F’ A’ A’ F’ O F A

(a) (b)
Comportamento de um raio de luz cuja direção passa pelo ponto antiprincipal objeto na lente (a) convergente e (b) divergente.
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Vejamos, então, a construção da imagem conjugada por uma lente convergente (ou divergente) de um objeto real colocado
sobre o eixo principal e perpendicular a ele.
• Lente convergente – objeto antes do ponto antiprincipal A.

o
X X’
A F O F’ A’
l

Y’

Para a construção da imagem Y´ do ponto objeto real Y, utilizamos apenas dois raios notáveis. Como o ponto objeto X en-
156

contra-se sobre o eixo principal da lente, o ponto imagem X´ também se encontra sobre o eixo principal. Nesse caso, a imagem
obtida é real, invertida e menor que o objeto.
Se deslocarmos o objeto para a direita, aproximando-o do centro óptico da lente, mas sem atingir o foco objeto (F), a imagem
continua real, aumenta de tamanho e afasta-se do centro óptico da lente. Se o objeto for colocado no foco objeto da lente, a ima-
gem será imprópria e, se o objeto for colocado entre o foco objeto (F) e o centro óptico da lente (O), a imagem tornar-se-á virtual,
direita e maior que o objeto. Veja o quadro Aprender Sempre.

• Lente divergente – objeto em qualquer posição diante da lente.

Y
Y’
0
i
A’ X F’ X’ O F A

A imagem conjugada pela lente divergente do objeto real o é sempre virtual, direita e menor que o objeto.
EMI-15-10
11
Acesse:<http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2011/11/lente-de-contato-

221
permite-transmitir-dados-diante-dos-olhos.html>

APRENDER SEMPRE 27

Física
01.
Faça a construção da imagem de um objeto real conjuga- c. Para um objeto colocado sobre o foco objeto, a ima-
da por uma lente convergente, nos seguintes casos: gem é imprópria (no infinito), conforme figura.
a. objeto colocado sobre o ponto antiprincipal objeto A;
b. objeto colocado entre o ponto antiprincipal objeto A e
o foco objeto F; Y
c. objeto colocado sobre o foco objeto;

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


o
d. objeto colocado entre o foco objeto e o centro óptico
da lente. X
Resolução A F O F’ A’
a. No caso de um objeto real colocado sobre o ponto an-
tiprincipal A da lente convergente, a imagem conjuga-
da é real, invertida, do mesmo tamanho que o objeto
e localizada no ponto antiprincipal imagem A', confor-
me mostra a figura.
d. No caso de um objeto colocado entre o foco objeto e o
centro óptico da lente, a imagem conjugada é virtual,
Y
direita, maior que o objeto e localizada antes do foco
o objeto, conforme figura.
X X’
A F O F’ A’ Y’
i

157
Y’
l
Y
b. Para um objeto colocado entre o ponto antiprincipal
objeto A e o foco objeto F, a imagem conjugada é real, o
invertida, maior que o objeto e localizada após o pon-
X’ X
to antiprincipal imagem A', conforme mostra a figura.
A F O F’ A’

o
X X’
A F O F’ A’
i

Y’
EMI-15-10
5. Organizador gráfico
11

A. Lentes esféricas
221

NICKU / SHUTTERSTOCK, MURATART / SHUTTERSTOCK, NOMAD_SOUL / SHUTTERSTOCK


Nicku/Shutterstock

Podem ser Podem ser

Johann Friedrich
Carl Gauss
Física

Lentes esféricas
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Côncavas No ar Convexas

Divergente Convergentes
Formam imagens

Formam imagens
158

Virtual, direita e
menor que o objeto

• Real, invertida, maior, menor ou


igual ao tamanho do objeto
• Virtual, direita e maior

Apenas
Tema Tópico Subtópico Subtópico destaque texto Características
EMI-15-10
Módulo 42

11
Lentes esféricas: definição e formação de imagens

221
Exercícios de Aplicação
01. UFPel-RS 02.
De acordo com a figura a seguir, assinale a opção que ca- Para um trabalho de Biologia, um aluno necessita obser-
racteriza corretamente a imagem do objeto que se forma do var, em detalhes, um pequeno inseto. Para isso, ele decide

Física
lado direito da lente. usar uma lente que produza uma imagem ampliada do inseto.
Explique o tipo de lente a ser usado e a posição do inseto em
relação ao centro óptico da lente.
objeto
Resolução
Para que a imagem seja ampliada, a lente deve ser con-
vergente e convexa. Como pretendemos observar o inseto
2F F F’ 2F’ diretamente através da lente, a imagem deve ser virtual. Nes-

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


sas condições, o inseto deve ser colocado entre o foco objeto
e o centro óptico da lente.

a. Imagem virtual, invertida e menor


b. Imagem real, invertida e maior
c. Imagem real, direita e menor
d. Imagem virtual, direita e maior
e. Não há formação de imagem, pois o objeto está entre
2F e F.
Resolução
Considerando que o nlente > nmeio e que o objeto está lo-
calizado entre o ponto antiprincipal objeto e o foco objeto, a
imagem conjugada pela lente é real, invertida e maior que o
objeto.

159
Alternativa correta: B
EMI-15-10
03. Etec-SP Resolução
11

Nas plantações de verduras, em momentos de grande in- De acordo com a figura dada, a gota de água assume o
solação, não é conveniente molhar as folhas, pois elas podem formato de uma lente plano-convexa, uma lente convergente
que concentra a radiação solar.
221

“queimar”, a não ser que se faça uma irrigação contínua.


Alternativa correta: C
Habilidade
Reconhecer lentes convergentes e divergentes pelos
seus efeitos sobre feixes de luz.
Física

Pingos na folha de verdura


Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Formato ampliado da gota

Observando as figuras, conclui-se que a “queima” das


verduras ocorre porque as gotas depositadas sobre as folhas
planas assumem formatos de objetos ópticos conhecidos
como lentes:
a. biconvexas, que têm a propriedade de dispersar a ra-
diação solar.
b. bicôncavas, que têm a propriedade de dispersar a ra-
diação solar.
160

c. plano-convexas, que têm a propriedade de concentrar


a radiação solar.
d. plano-côncavas, que têm a propriedade de concentrar
a radiação solar.
e. convexo-côncavas, que têm a propriedade de concen-
trar a radiação solar.

Exercícios Extras
04. Unimontes-MG 05. UEA-AM
Na figura, estão representados os elementos para a for- Um professor de Física dividiu a sala em grupos e orga-
mação de imagem de uma lente esférica. nizou uma gincana de perguntas e respostas. Um grupo ela-
borou uma pergunta sobre óptica geométrica, fornecendo as
seguintes pistas:
Objeto Imagem I. posso formar imagens reais ou virtuais de objetos
Lente
reais;
Anteparo II. minhas imagens virtuais são maiores do que o objeto.
Acertaria a resposta quem afirmasse se tratar de:
a. um espelho plano.
Observando as características da imagem, podemos afir- b. um espelho esférico convexo.
mar que o objeto situa-se: c. um prisma triangular de vidro.
a. entre o foco e o vértice da lente. d. uma lente esférica divergente.
b. entre o centro de curvatura e o foco da lente. e. uma lente esférica convergente.
EMI-15-10

c. antes do centro de curvatura da lente.


d. sobre o centro de curvatura da lente.
Seu espaço

11
Sobre o módulo Dependência do índice de refração

221
Neste módulo, iniciamos o estudo das lentes, um dos Acesse: <https://www.youtube.com/
mais importantes dispositivos ópticos utilizados por milhões watch?v=lsVvPthvpsg>.
de pessoas. Nesse sentido, sugerimos dar destaque especial
para a construção das imagens nas lentes, ressaltando que
as imagens reais são projetadas em anteparo e as imagens
virtuais são vistas através da lente. Outro ponto importante
a ser destacado é que as lentes convergentes não formam

Física
imagens virtuais e menores que o objeto; isso é característica
única das lentes divergentes.

Na web
Vídeo sobre refração da luz, dioptro plano e
lentes esféricas

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


Acesse: <https://www.youtube.com/
watch?v=J8H9fTa5-wc>.

Óptica geométrica
Acesse: <https://phet.colorado.edu/en/
simulation/geometric-optics>.

161
EMI-15-10
Exercícios Propostos
11

Da teoria, leia os tópicos 1, 2, 3 e 4. c. III.


221

Exercícios de tarefa reforço aprofundamento d. I e III.


e. II e III.

06. Mackenzie-SP
Um objeto real, colocado perpendicularmente ao eixo Note e adote
principal de uma lente esférica delgada e convergente, terá A luz se propaga no interior da fibra óptica, da esquer-
uma imagem real e aumentada, quando for colocado: da para a direita, paralelamente ao seu eixo.
A fibra está imersa no ar e o índice de refração do seu
Física

a. entre o centro óptico e o foco principal objeto da lente.


b. entre o foco principal objeto e o ponto antiprincipal material é 1,5.
objeto da lente.
c. no foco principal objeto da lente. 09. UFG-GO
d. no ponto antiprincipal objeto da lente. Uma lente convergente de vidro possui distância focal f
e. além do ponto antiprincipal objeto da lente. quando imersa no ar. Essa lente é mergulhada em glicerina,
um tipo de álcool com índice de refração maior que o do ar.
07. UPF-RS Considerando-se que o índice de refração do vidro é o mesmo
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Durante uma aula experimental em um laboratório didáti- da glicerina (igual a 1,5), conclui-se que o diagrama que re-
co, o professor pede ao aluno que projete a imagem da chama presenta o comportamento de um feixe de luz incidindo sobre
de uma vela sobre um anteparo. Para realizar essa tarefa, ele a lente imersa na glicerina é o seguinte:
poderá escolher um único objeto do conjunto a seguir:
I. espelho plano;
II. espelho côncavo;
III. espelho convexo;
IV. lente biconvexa; a.
V. lente bicôncava. r
Desse conjunto, os possíveis objetos que permitem ao
aluno realizar a tarefa com sucesso são:
a. somente I.
b. somente II.
c. somente I, II e IV.
d. somente II e IV.
e. somente III e V. b.
162

r
08. Fuvest-SP
A extremidade de uma fibra óptica adquire o formato ar-
redondado de uma microlente ao ser aquecida por um laser,
acima da temperatura de fusão. A figura ilustra o formato da mi-
crolente para tempos de aquecimento crescentes (t1 < t2 < t3).

c.
Fibra óptica r

t1 t 2 t 3

Microlente d.
r

Considere as afirmações:
I. O raio de curvatura da microlente aumenta com tem-
pos crescentes de aquecimento.
II. A distância focal da microlente diminui com tempos
crescentes de aquecimento.
III. Para os tempos de aquecimento apresentados na fi-
gura, a microlente é convergente. e.
Está correto apenas o que se afirma em: r
EMI-15-10

a. I.
b. II.
10. UFAC 12. UnB-DF

11
Um fabricante de dispositivos ópticos precisa construir Para a compreensão do funcionamento das lentes, é impor-
um aparelho que funcione dentro de um líquido que possui tante saber desenhar o comportamento dos raios luminosos que

221
índice de refração nL. Para o funcionamento do equipamento, incidem sobre elas. Sabendo que a lente é mais refringente que
é necessário ter duas lentes esféricas: uma convergente e ou- o meio, assinale a opção que apresenta traçado incorreto dos
tra divergente. Para isso, dispõe-se de dois tipos de materiais raios luminosos refratados pela lente, para incidência normal.
transparentes, os quais possuem índices de refração n1 e n2.
Sabe-se que a relação entre todos os índices é n1 < nL < n2 e
que o fabricante ainda pode optar por duas geometrias, g1 e
g2, mostradas na figura a seguir.

Física
a. c.

g1 g2

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


Para saber quais lentes seriam usadas, cinco engenhei-
ros responsáveis, utilizando a lei de Snell, chegaram, separa-
damente, às seguintes conclusões:
I. O material de índice de refração n1 é útil para construir b. d.
uma lente convergente de geometria g1.
II. O material de índice de refração n2 é útil para construir
uma lente divergente de geometria g2.
III. O material de índice de refração n2 é útil para construir
uma lente convergente e sua forma geométrica teria
de ser do tipo g1.
IV. O material de índice de refração n1 é útil para construir 13. Unicamp-SP
uma lente convergente que tenha a forma g2. Um objeto é disposto em frente a uma lente convergente,
V. O material de índice de refração n1 é útil para construir conforme a figura a seguir. Os focos principais da lente são in-
uma lente divergente de geometria g1. dicados com a letra F. Pode-se afirmar que a imagem formada
Para fabricar corretamente o dispositivo, deve-se levar pela lente:
em consideração que:

163
a. III e IV estão incorretas. Lente 1 cm
b. II, III e V estão incorretas.
1 cm
c. II, III, IV e V estão corretas.
d. as conclusões de todos os engenheiros estão incorretas.
e. I e II estão corretas. Objeto
11. IFG-GO (adaptado)
A figura abaixo representa uma lente delgada convergen-
F F
te. O ponto O é o centro óptico, F é o foco principal objeto, f
é a distância focal e A é o ponto antiprincipal, que dista em
relação ao centro óptico 2f.

A F O F’ A’ ep
a. é real, invertida e mede 4 cm.
f b. é virtual, direta e fica a 6 cm da lente.
c. é real, direta e mede 2 cm.
d. é real, invertida e fica a 3 cm da lente.

Um objeto real é colocado sobre o eixo principal e perpen-


dicular a ele, no ponto A.
a. Quais as características da imagem?
EMI-15-10

b. O objeto é deslocado de A para O. Explique o que acon-


tece com a imagem.
14. UEPG-PR (adaptado) 16. UFSC (adaptado)
11

Sobre o fenômeno da refração da luz em lentes esféricas, Pedrinho, em uma aula de Física, apresenta um trabalho
assinale o que for correto. sobre óptica para o seu professor e seus colegas de classe.
221

01. Quando o índice de refração do material que constitui Para tal, ele montou um aparato, conforme a figura abaixo.
a lente é maior que o do meio envolvente, todas as
lentes de bordos espessos são convergentes. II
02. Quando a distância de um objeto a uma lente de
bordos delgados é menor que a distância focal des- III
ta lente, a imagem conjugada será real, invertida e
maior. I
Física

04. Uma lente de vidro plano-convexa, mergulhada no ar,


produz uma imagem virtual direita e maior que um
objeto real. V
08. Quando um feixe luminoso de raios paralelos incide IV
sobre uma lente de bordos espessos imersa no ar, o
feixe emergente será cônico divergente.
16. Quando um raio luminoso atravessa uma lente del-
gada passando pelo centro óptico, ele sofre desvio Com base nos princípios da óptica e no aparato da figura,
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

linear e desvio angular. assinale a(s) proposição(ões) correta(s).


Dê a soma dos números dos itens corretos. 01. I é uma fonte de luz primária do tipo incandescente; II
é uma lente côncavo-convexa que, quando colocada
15. Fuvest-SP em um meio adequado, pode se tornar divergente; III
Um objeto decorativo consiste de um bloco de vidro trans- é um prisma de reflexão total; IV é um espelho plano
parente, de índice de refração igual a 1,4, com a forma de um e V é um espelho côncavo.
paralelepípedo, que tem em seu interior uma bolha, aproxima- 02. I está no foco da lente II; III é um prisma cujo índice
damente esférica, preenchida com um líquido, também trans- de refração é maior que 1,0; em IV ocorre a reflexão
parente, de índice de refração n. A figura abaixo mostra um especular e em V os raios incidentes são paralelos ao
perfil do objeto. Nessas condições, quando a luz visível incide eixo principal do espelho côncavo.
perpendicularmente em uma das faces do bloco e atravessa a 04. Para que ocorra a reflexão total em III, o índice de re-
bolha, o objeto se comporta, aproximadamente, como: fração do prisma deve ser maior que o do meio em
que está imerso e a luz deve ir do meio mais refrin-
gente para o menos refringente.
Vidro
1,4 08. As leis da reflexão são aplicadas somente em III e IV.
16. As leis da refração são aplicadas somente em II e III.
164

32. No aparato em questão, podemos afirmar que tanto a


Líquido frequência como a velocidade da luz variam de acor-
n
do com o índice de refração do meio no qual o raio
está se propagando.
Dê a soma dos números dos itens corretos.

a. uma lente divergente, somente se n > 1,4.


b. uma lente convergente, somente se n > 1,4.
c. uma lente convergente, para qualquer valor de n.
d. uma lente divergente, para qualquer valor de n.
e. se a bolha não existisse, para qualquer valor de n.
EMI-15-10
221

AT 222
Capítulo 8 ................166
Módulo 19 ............173
M

a
Capítulo 9 ................178
Módulo 20 ............184

sic Módulo 21 ............188




Q
O
BI
O
LP
IS
H
FI GEO
L

S
C
SO


S
RE
1. Introdução 168
2. Processos de transmissão
de movimento circular 168
3. Organizador gráfico 172
Módulo 19 – Polias e engrenagens –
Transmissão de MCU 173

• Descrever a transmissão de movimento


circular uniforme por meio de polias e
engrenagens.
• Calcular a velocidade e a frequência
na transmissão de movimento circular
uniforme.
• Prever o sentido de rotação de polias e
engrenagens.

DUDAREV MIKHAIL / SHUTTERSTOCK


Polias e engrenagens –
transmissão de MCU 8
167

A bicicleta é um excelente exemplo de polias dentadas interligadas por uma


corrente. Ela pode ser sofisticada, como as bicicletas com marchas, ou bem sim-
ples, como as infantis. É um importante meio de transporte, principalmente para
os que zelam pela qualidade de vida, pois não polui o ar, contribui para a prática de
exercícios físicos, além de ser uma boa opção de lazer.
1. Introdução 2. Processos de transmissão
8

Uma das principais funções de uma máquina é produzir


movimentos periódicos, como o circular. Para que esse movi-
de movimento circular
222

mento possa ser utilizado, é necessário transmiti-lo do motor Estudaremos a seguir três processos de transmissão de
ao seu local de uso. Na imagem a seguir, é possível perceber movimento circular que utilizam polias e engrenagens.
como ocorre a transmissão de movimento circular de um mo-
tor elétrico para uma polia acoplada às pás de um antigo tan- A. Transmissão por meio de
quinho de lavar roupas. correias ou correntes
Como vimos nas imagens anteriores, para acoplar uma
polia a outra(s), foi utilizada uma correia que passa pelas po-
Física

lias dentre as quais se deseja transmitir o movimento.


RUSLAN KOKAREV / SHUTTERSTOCK

No caso de uma bicicleta ou de uma motocicleta, é usada


uma corrente no lugar da correia, para que não haja escorre-
gamento. As polias possuem dentes e são conhecidas como
rodas dentadas ou engrenagens.

STEAMROLLER_BLUES / SHUTTERSTOCK
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Detalhe das engrenagens e da corrente da bicicleta

A engrenagem em que se pedala é a motriz. Ela produz o


movimento e é chamada de coroa. A engrenagem que recebe
168

o movimento é a solidária, chamada de catraca.

Transmissão de movimento circular em um tanquinho de lavar roupas

Tanto os mais simples equipamentos, como o tanquinho,


quanto os modernos motores de carros utilizam as proprieda-
des da transmissão de movimento circular. Catraca
Coroa
Suponhamos que duas engrenagens, uma motriz e ou-
tra solidária, girem com velocidade constante, acopladas por
uma corrente que não sofre escorregamento nem variação
em seu comprimento durante o movimento. Nesse caso, ob-
servaremos que as duas engrenagens giram no mesmo senti-
do de movimento. É o que mostra a ilustração a seguir.
ADIREKJOB / SHUTTERSTOCK

VB

B A

RB
RA

VA
EMI-15-70

Transmissão de movimento circular em motor de carro


B. Transmissão por meio de contato Em muitos casos, não é dado o valor dos raios das engre-

8
Outro modo de transmitir movimento circular é por meio nagens, mas seu número de dentes. Como essas grandezas
de contato entre as rodas. Em geral, nesse tipo de transmis- são proporcionais, podemos substituir o raio pelo número de

222
são, as rodas são dentadas (engrenagens) para impossibili- dentes da engrenagem (N). Assim, as equações anteriores
tar o escorregamento. Observemos a figura a seguir, na qual podem ser escritas como:
é possível perceber esse modo de transmissão nas engrena-
gens de um relógio mecânico. wA · NA = wB · NB e fA · NA = fB · NB
RAIMUNDAS / SHUTTERSTOCK

Física
O sistema no qual a força motriz está na engrenagem
de menor raio é conhecido como engrenagem de redução,
pois a roda solidária é a maior, que irá girar com menor fre-
quência e menor velocidade angular.
No sistema conhecido como engrenagem de aumen-
to, a força motriz está na engrenagem de maior raio, pois a

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


roda solidária é a menor, que irá girar com maior frequência
Engrenagens de um relógio mecânico e maior velocidade angular.

Imaginemos duas engrenagens, uma como polia motriz


e outra como solidária, girando como indica a figura a seguir.
Suponha que não exista escorregamento entre elas. Nesse
Assista ao vídeo: Funcionamento
caso, se uma engrenagem girar em determinado sentido, a das marchas da bicicleta.
outra girará em sentido oposto Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=oytMl0vT2B8>. Acesso em: 20 jan. 2015.

A
B C. Transmissão por um eixo em comum
Esse tipo de transmissão é muito encontrado em catra-
VA RB cas de bicicleta, as quais são presas no mesmo eixo.
VB
RA

169
Tanto na transmissão por meio de correias quanto na trans-
missão por meio de contato, os pontos A e B, nas bordas das BOGDAN IONESCU / SHUTTERSTOCK
duas polias, giram com a mesma velocidade escalar, ou seja:

vA = vB

Como v = ω · R podemos afirmar que:


Catracas de bicicleta acopladas no mesmo eixo

wA · RA =wB · RB
No sistema de marchas do carro, também existem engre-
nagens acopladas no mesmo eixo, para alterar a velocidade
Em que wA e wB são as respectivas velocidades angula- do carro em cada marcha.
res. Dessa equação, podemos concluir que a polia de maior
SHUTTERSTOCK
OLEKSANDR KOSTIUCHENKO /

raio apresenta a menor velocidade angular, e vice-versa.


Como w = 2π · f, podemos concluir que:

fA · RA = fB · RB

Onde fA e fB são as frequências e RA e RB são os raios das


duas polias. Dessa equação, podemos concluir que a polia de Engrenagens do sistema de marchas de um
EMI-15-70

maior raio apresenta a menor frequência, e vice-versa. automóvel acopladas no mesmo eixo
Para entender o que acontece na transmissão por eixo
8

comum, imaginemos duas engrenagens girando acopladas


em um eixo, como na figura a seguir. Nesse caso, as duas en- Engenho de açúcar
222

grenagens giram juntas e apresentam a mesma frequência,


o mesmo período de rotação e a mesma velocidade angular.

IMAGENS DO BRASIL. VOLUME 2. VILLA RICA. 199


BORBA DE. O BRASIL DE DEBRET. COLEÇÃO
VILLAÇA, ANTÔNIO CARLOS E MORAES, RUBENS
ωB
Física

vB

ωA

Pequena moenda de cana portátil – de Jean-Baptiste Debret.


Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Em 1533, o colonizador português Martim


vA
Afonso de Sousa trouxe para a colônia as pri-
meiras mudas de cana-de-açúcar, nela reali-
Um bom exemplo disso é o que ocorre entre a catraca e o zando a disseminação dessa atividade de ex-
pneu da bicicleta, que estão acoplados no mesmo eixo. ploração econômica. A produção desse gênero
Ao girar, a catraca transmite o movimento circular para o agrícola aconteceu em virtude do conhecimen-
pneu, que gira com o mesmo período e a mesma frequência to que os colonizadores tinham de técnicas de
que a catraca. preparo e plantio, permitindo o desenvolvi-
Observemos a ilustração seguinte. Por ela é possível per- mento de tal atividade na América portuguesa.
ceber que cada volta da catraca A corresponde a uma volta
do pneu B.

Catraca
170

ACERVO MUSEU PAULISTA DA USP


A

Moenda de cana por tração animal em engenho nordestino


Pneu
B A fabricação do açúcar, porém, não depen-
dia somente do plantio da cana em terras férteis.
TA = TB Para que o caule da cana fosse transformado
fA = fB no açúcar, que seria posteriormente consumi-
ωA = ωB do em diferentes partes da Europa, foi neces-
v v sária a construção de várias instalações. Mais
v
Como ω = , temos: A = B conhecidos como engenhos, tais instalações
R RA RB
eram compostas por uma moenda, uma casa
das caldeiras e das fornalhas e a casa de pur-
Sendo RB > RA, temos que vB > vA. gar. Muitas moendas funcionavam com tração
animal, elas eram conhecidas como trapiche.
Além do trapiche, havia a moenda movida por
roda-d’água, que muitas vezes exigia a dificul-
tosa construção de um canal hidráulico para
Veja, neste link, como funciona a
que se pudesse movimentá-la.
transmissão em automóveis:
Disponível em: <http://www.brasilescola.com/historiab/
<https://www.youtube.com/
EMI-15-70

engenho-acucar.htm>. Acesso em: 20 jan. 2015. Adaptado.


watch?v=FJ_U7nc9i5M>.
APRENDER SEMPRE 28

8
01.

222
Duas polias de raios Ra = 60 cm e Rb = 12 cm estão acopladas entre si por meio de uma correia, como mostra a figura
adiante. A polia maior gira em torno do seu eixo, levando 5,0 s para completar uma volta.
Supondo que não haja deslizamento entre as polias e a correia e considerando π = 3, calcule:

Física
a b

a. o módulo da velocidade de um ponto da correia, em m/s;


b. o tempo Tb que a polia menor leva para dar uma volta completa.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


Resolução
a. v = ω ⋅ R

v = ⋅ RA
TA
2⋅3
v= ⋅ 0,6
5
v = 0,72
72 m/s
b. fa ⋅ Ra = fb ⋅ Rb
1 1
⋅R = ⋅R
Ta a Tb b
60 12
=
5 Tb
Tb = 1 s

02.

171
Duas polias, A e B, ligadas por uma correia, têm, respectivamente, 20 cm e 10 cm de raio.

B A

Se A gira com frequência de 30 rpm,


a. qual a frequência da polia B?
b. qual a velocidade linear da correia em cm/s?
(Adote π = 3.)

Resolução
a. fA · RA = fB · RB
30 · 20 = fB · 10 ⇒ fB = 60 rpm
b. v = 2π · RA · fA (em que fA = 30 rpm = 0,50 Hz)
v = 2 · 3 · 20 · 0,50 ⇒ v = 60 cm/s
EMI-15-70
3. Organizador gráfico
8

A. Transmissão de movimento circular


222
ADIREKJOB / SHUTTERSTOCK, STEAMROLLER_BLUES / SHUTTERSTOCK, RAIMUNDAS / SHUTTERSTOCK, OLEKSANDR KOSTIUCHENKO / SHUTTERSTOCK
Física

Transmissão de
movimento circular
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Contato
(engrenagens) Eixo em comum
Correias ou
correntes

va = vb ωa = ωb
fa · Ra = fb · Rb va v
= b
Ra Rb

Motriz e solidária Motriz e solidária


giram. giram.
172

Em sentidos No mesmo
opostos sentido

Apenas
Tema Tópico Subtópico Subtópico destaque texto Características
EMI-15-70
Módulo 19

8
Polias e engrenagens – Transmissão de MCU

222
Exercícios de Aplicação
01. 02.
Um ciclista pedala sua bicicleta, dando uma volta com- Considere duas polias, A e B, tangentes entre si, como

Física
pleta no pedal a cada 1 segundo. Se o diâmetro da coroa é de mostra a figura.
20 cm e o da catraca é de 10 cm, determine:
a. a frequência da catraca;
b. a velocidade da bicicleta, em m/s, sabendo que o diâ-
metro da roda é de 50 cm. Adote π = 3.
B
Resolução
a. T = 1 s ⇒ f1 = 1 = 1Hz A

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


T 
d1 = 20 cm  coroa
R1 = 10 cm 

A polia A é a polia motriz e está em rotação uniforme com
d2 = 10 cm frequência de 60 rpm. Sabendo que não há escorregamento
 entre as polias e que seus raios são, respectivamente, iguais
R2 = 5 cm  catraca
a 20 cm e 40 cm, calcule:
f2 = ? 
a. a velocidade linear do ponto de contato entre as polias
f1 · R1 = f2 · R2 (adote π = 3);
1 · 10 = f2 · 5 b. o sentido de rotação e a velocidade angular da polia B;
10 c. a frequência de rotação da polia B em rpm.
f2 =
5 Resolução
f2 = 2 Hz
b. π = 3 a. f = 60 rpm = 60 = 1 Hz
60
πR = π2(catraca) = 2 · π · f2 v=2·π·R·f
πR = 2 · 3 · 2 v = 2 · 3 · 0,20 · 1
πR = 12 rad/s

173
v = 1,2 m/s
vB = πR · RR (RR = 50 = 25 cm = 0,25 m) b. Anti-horário
2
vB = 12 · 0,25 vA = vB
vB = 3 m/s vA = ωB ⋅ RB
1,2 = ωB ⋅ 0,40
ωB = 3 rad/s
c. RA ⋅ fA = RB ⋅ fB
0,20 ⋅ 60 = 0,40 ⋅ fB
fB = 30 rpm
EMI-15-70
03. Sistema COC Se a figura 2 ilustra a primeira marcha, a figura 3 poderia ser:
8

A transmissão de um automóvel (marcha) é feita por a. a segunda marcha.


meio de engrenagens, como ilustra, de maneira simplificada, b. a terceira marcha.
222

a figura 1 a seguir. c. a quarta marcha.


d. a quinta marcha.
e. a marcha à ré.
Resolução
Alavanca de câmbio Adotando o sentido horário para o giro do motor.
Física

Motor Rodas

Motor Roda
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Eixo secundário
Figura 1

A rotação do motor é transmitida ao eixo secundário que faz


girar as engrenagens 1 e 2. Essas engrenagens podem girar li- Figura 2
vremente em torno do eixo que leva movimento às rodas, pois a
figura anterior mostra a situação de ponto morto. Ao acionar a ala-
vanca de câmbio, o anel se movimenta, encaixando seus dentes
na engrenagem e transmitindo a rotação das rodas. (Figura 2).

Motor Roda
174

Motor Rodas

Figura 3

Na figura 2, a roda também gira no sentido horário. Já na


Figura 2 figura 3, a roda gira no sentido oposto, portanto, sentido anti-
-horário, representando a marcha à ré.
Alternativa correta: E
Habilidade
Prever o sentido de rotação de polias e engrenagens.

Motor Rodas
EMI-15-70

Figura 3
Exercícios Extras

8
04. PUC-RS 05. Fatec-SP

222
O acoplamento de engrenagens por correia, C, como o Duas polias, ligadas por uma correia, executam movimen-
que é encontrado nas bicicletas, pode ser esquematicamente tos circulares solidários, e seus raios medem 20 cm e 8,0 cm.
representado por:

C
cm
20 8c
m
B A
RB

Física
RA

Considerando-se que a correia em movimento não desli- Sabendo-se que a polia maior completa 4 voltas a cada
ze em relação às rodas A e B, enquanto elas giram, é correto segundo, o número de voltas que a menor completará nesse
afirmar que: mesmo intervalo de tempo é:
a. a velocidade angular das duas rodas é a mesma. a. 0,5
b. o módulo da aceleração centrípeta dos pontos perifé- b. 2

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


ricos de ambas as rodas tem o mesmo valor. c. 5
c. a frequência do movimento de cada polia é inversa- d. 10
mente proporcional ao seu raio. e. 16
d. as duas rodas executam o mesmo número de voltas
no mesmo intervalo de tempo.
e. o módulo da velocidade dos pontos periféricos das
rodas é diferente do módulo da velocidade da correia.

Seu espaço
Sobre o módulo
Se houver tempo suficiente e julgar adequado, substituir os dados do exercício 1 pelas medidas reais de uma bicicleta. Para
isso, seria interessante colocar uma bicicleta de cabeça para baixo em cima de duas carteiras e fazer as medidas. Girando o
pedal bem devagar, é possível mostrar aos alunos a relação entre as voltas do pedal e as voltas da roda.

175
EMI-15-70
Exercícios Propostos
8

Da teoria, leia os tópicos 1 e 2. Em uma corrida de bicicleta, o ciclista desloca-se com


222

Exercícios de tarefa reforço aprofundamento velocidade escalar constante, mantendo um ritmo estável de
pedaladas, capaz de imprimir no disco dianteiro uma veloci-
dade angular de 4 rad/s, para uma configuração em que o raio
06. da coroa é 4R, o raio da catraca é R e o raio da roda é 0,5 m.
Duas polias de 10 cm e 40 cm, respectivamente, giram Com base no exposto, conclui-se que a velocidade escalar do
acopladas por uma correia ideal sem deslizamentos. Supon- ciclista é:
do que um ponto na polia menor apresenta uma velocidade a. 2 m/s
Física

escalar de 2,0 m/s, determine: b. 4 m/s


a. a velocidade angular da polia menor; c. 8 m/s
b. a frequência de rotação da polia menor; d. 12 m/s
c. a velocidade escalar da polia maior; e. 16 m/s
d. a velocidade angular da polia maior;
e. a frequência de rotação da polia maior. 09. UFRGS-RS
A figura mostra duas polias, A e B, de raios RA e RB , respecti-
07. UFSCar-SP vamente, sendo RA > RB . Essas polias estão unidas por uma cor-
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Para possibilitar o translado da fábrica até a construção, reia C, e o atrito impede que ela deslize quando as polias giram.
o concreto precisa ser mantido em constante agitação. É por
esse motivo que as betoneiras, quando carregadas, mantêm C
seu tambor misturador sob rotação constante de 4 rpm. Esse RA RB
movimento só é possível em razão do engate por correntes
de duas engrenagens, uma grande, presa ao tambor e de diâ-
metro 1,2 m, e outra pequena, de diâmetro 0,4 m, conectada
solidariamente a um motor. B
A
Se A estiver girando com uma frequência f constante:
a. A e B têm o mesmo período.
b. A e B têm a mesma frequência.
c. o módulo da velocidade angular de A é maior que o
módulo da velocidade angular de B.
d. o módulo da velocidade tangencial de A é o mesmo
que o módulo da velocidade tangencial de B.
176

e. o módulo da velocidade angular de A é o mesmo que o


Na obra, para que a betoneira descarregue seu conteúdo, módulo da velocidade angular de B.
o tambor é posto em rotação inversa, com velocidade angu-
lar 5 vezes maior que a aplicada durante o transporte. Nesse 10. Fuvest-SP
momento, a frequência de rotação do eixo da engrenagem Uma cinta funciona solidária com dois cilindros de raios
menor, em rpm, é: R1 = 10 cm e R2 = 50 cm.
a. 40 b. 45 c. 50 d. 55 e. 60

08. UFPB
Em uma bicicleta, a transmissão do movimento das pe-
daladas se faz através de uma corrente, acoplando um disco R1 R2
dentado dianteiro (coroa) a um disco dentado traseiro (catra-
ca), sem que haja deslizamento entre a corrente e os discos.
A catraca, por sua vez, é acoplada à roda traseira de modo que
as velocidades angulares da catraca e da roda sejam as mes-
mas. Ver a seguir figura representativa de uma bicicleta. Supondo-se que o cilindro maior tenha uma frequência
de rotação f2 igual a 60 rpm:
a. qual a frequência de rotação f1 do cilindro menor?
Roda b. qual a velocidade linear da cinta?

11.
Uma engrenagem A, de raio 50 cm, está acoplada a uma
4R R engrenagem B, de raio 5 cm, por contato entre seus dentes.
Sabendo que a engrenagem B tem frequência de rotação de
0,5 m
240 rpm, determine:
EMI-15-70

a. a frequência de rotação da engrenagem maior;


Coroa Corrente Catraca b. as velocidades angulares das duas engrenagens.
12. Uespi 14. UFTM-MG

8
A figura ilustra duas polias de raios R1 = 0,1 m e R2 = 0,3 m Um caminhão de carga tem rodas dianteiras de raio
que giram em sentidos opostos. Sabe-se que não há escor- Rd = 50 cm e rodas traseiras de raio Rt = 80 cm. Em determina-

222
regamento na região de contato entre as polias. A polia 1 gira do trecho do trajeto plano e retilíneo, percorrido sem deslizar, e
com frequência f1 = 600 Hz. Nestas circunstâncias, qual é a com velocidade escalar constante, a frequência da roda dian-
frequência f2 de rotação da polia 2? teira é igual a 10 Hz e efetua 6,75 voltas a mais que a traseira.
Considerando π ≈ 3, determine:
Polia 2 a. a velocidade escalar média do caminhão, em km/h;
b. a distância percorrida por ele nesse trecho do trajeto.

Física
Polia 1 15. FGV-SP
Uma grande manivela, quatro engrenagens pequenas de
R1 10 dentes e outra de 24 dentes, tudo associado a três cilin-
dros de 8 cm de diâmetro, constituem este pequeno moedor
R2
manual de cana.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


a. 100 Hz Direção do giro
b. 200 Hz da manivela
c. 300 Hz
d. 600 Hz
e. 1 800 Hz

13. UFPR
Um ciclista movimenta-se com sua bicicleta, em linha
reta, a uma velocidade constante de 18 km/h. O pneu, devi- Acoplamento das
damente montado na roda, possui diâmetro igual a 70 cm. No engrenagens
centro da roda traseira, presa ao eixo, há uma roda dentada de (lado da alavanca)
diâmetro 7,0 cm. Junto ao pedal e presa ao seu eixo, há outra
roda dentada de diâmetro 20 cm. As duas rodas dentadas es- Ao produzir caldo de cana, uma pessoa gira a manivela
tão unidas por uma corrente, conforme mostra a figura. Não fazendo-a completar uma volta a cada meio minuto.
há deslizamento entre a corrente e as rodas dentadas. Su- Supondo-se que a vara de cana colocada entre os cilin-
pondo que o ciclista imprima aos pedais um movimento cir- dros seja esmagada sem escorregamento, a velocidade esca-

177
cular uniforme, assinale a alternativa correta para o número lar com que a máquina puxa a cana para seu interior, em cm/s,
de voltas por minuto que ele impõe aos pedais durante esse é, aproximadamente:
movimento. Nesta questão, considere π = 3. Dado: se necessário, use π = 3.
a. 0,20 d. 1,25
b. 0,35 e. 1,50
c. 0,70

16. UFF-RJ
As engrenagens A, B e C indicadas a seguir têm raios, res-
pectivamente, iguais a 5,0 cm, 20 cm e 40 cm. A engrenagem A
gira no sentido horário com frequência de 1 200 rpm. Determine:

A B C
a. 0,25 rpm
b. 2,50 rpm
c. 5,00 rpm
d. 25,0 rpm a. o sentido de giro das engrenagens B e C;
e. 50,0 rpm b. a frequência de giro das engrenagens B e C, em hertz.
EMI-15-70
1. Introdução 180
2. Velocidade relativa e composição
de movimentos em uma dimensão 180
3. Velocidade relativa e composição
de movimentos em duas dimensões 181
4. Composição de movimento
no movimento circular 182
5. Organizador gráfico 183
Módulo 20 – Composição
de movimentos em uma dimensão 184
Módulo 21 – Composição
de movimentos em duas dimensões 188

• Descrever a mudança na trajetória em


movimentos compostos.
• Calcular a velocidade e o deslocamento
de um corpo sob influência de outros
corpos em movimento.

ENCIKTAT / SHUTTERSTOCK
Composição de movimentos 9
179

O remo é um esporte olímpico realizado por um, dois, quatro ou oito remadores.
Muitas vezes, há também um timoneiro, responsável pelo ritmo dos atletas. É um
esporte que exige níveis muito elevados de força muscular e de resistência à fadiga.
Além disso, a velocidade resultante desse esforço é um quesito extremamente
importante nessa competição.

1. Introdução A água move-se em relação ao solo v AS , e o barco

9

Em um mesmo movimento, se considerarmos mais de move-se em relação à água v BA , como ilustra a figura.
um referencial, podemos encontrar velocidades distintas. Por
222

BEN SMITH / SHUTTERSTOCK


exemplo, quando viajamos de automóvel em um dia chuvoso
e observamos os pingos d’água deixados nos vidros laterais
do automóvel, notamos uma combinação de dois movimen-
tos: o da chuva e o do automóvel. v BA
MAXIM BLINKOV / SHUTTERSTOCK

vAS
Física

Solo
Barco contra a correnteza

Para sabermos qual a velocidade efetiva ou resultante do


barco (velocidade do barco em relação ao solo), devemos fa-
zer uma composição dos dois movimentos.
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Matematicamente, devemos fazer a soma vetorial do


barco em relação à água e da água em relação ao solo.
Assim, temos:

vBS = vBA + vAS

Em módulo, a velocidade do barco em relação ao solo (ve-


Gotas de chuva na diagonal evidenciam o locidade resultante) é:
movimento do carro em relação à água.

vBS = vBA – vAS


Quanto mais rápido for o automóvel, mais próxima da ho-
rizontal será a marca deixada no vidro.
Para entender os efeitos da combinação de dois movi- Agora, analisaremos a situação do barco navegando a fa-
mentos simultâneos, analisaremos o conceito de velocidade vor da correnteza.
relativa.
180

vAS
2. Velocidade relativa e composição
VBA
de movimentos em uma dimensão
JOHN KROPEWNICKI / SHUTTERSTOCK

Solo
Barco a favor da correnteza

Somando vetorialmente as velocidades, descobriremos a


velocidade resultante.

vBS = vBA + vAS

Em módulo, temos: vBS = vBA + vAS

Se os competidores pararem de remar (vBA = 0), a veloci-


Competição de barco a remo dade do barco em relação ao solo será igual à velocidade da
água também em relação ao solo.
Comecemos analisando a situação de um barco navegan-
EMI-15-70

do contra a correnteza. Nessa situação, teremos o movimen- vBS = vAS


to em relação a dois referenciais:
APRENDER SEMPRE 29 
vAS → velocidade da água em relação ao solo

9
v → velocidade do barco em relação à água
 BA
01. vBS → velocidade do barco em relação ao solo

222
Em uma competição de barcos a remo, os competido-
res devem percorrer uma distância D ao longo de um rio. vBS = vBA + vAS
Na primeira etapa, eles gastam 5 minutos para percor-
rer essa distância no sentido contrário ao da correnteza. Na  
segunda etapa, eles percorrem a mesma distância a favor Como os vetores v BA e v AS são perpendiculares entre si,

da correnteza. então, o módulo de v BS é:
Sabendo que a velocidade da correnteza é vc = 5 m/s e
( vBA )2 + ( v AS )2

Física
que os competidores imprimem ao barco uma velocidade v BS =
constante de vB = 10 m/s, determine:
a. a distância D percorrida pelo barco;
b. o tempo gasto na segunda etapa. B. Travessia perpendicular às margens
Para que a travessia seja efetivamente perpendicular às
Resolução margens, o barco deve estar posicionado conforme a figura
a. 1a etapa a seguir.
vBS = vBA – vAS ou vR = vB – vC

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


vR1 = 10 – 5 = 5 m/s
∆s D D
Como v = , temos: v R1 = ⇒5 =
∆t ∆t1 5⋅6
60
D = 1 500 m

b. 2a etapa
vBS = vBA + vAS ou vR = vB + vC
vR2 = 10 + 5 = 15 m/s
∆s D ⇒ 15 = 1500 vBS
Como v = , temos: v R2 = vBA
∆t ∆t2 ∆t2
∆t2 = 100 s vAS

3. Velocidade relativa e composição

181
de movimentos em duas dimensões
Solo
A. Travessia perpendicular à correnteza Barco atravessando o rio perpendicularmente à margem.
Vamos analisar a situação em que o barco se posiciona  
para atravessar o rio de forma que sua popa esteja disposta Como os vetores v BS e v AS são perpendiculares entre si,
perpendicularmente à velocidade da correnteza. A composi- então: ( v BA ) = ( v BS ) + ( v AS ) .
2 2 2

ção das duas velocidades (barco e correnteza) determina que


a travessia do rio não seja perpendicular às margens.
v BS = ( vBA )2 − ( v AS )2

Em razão do sinal negativo, o módulo da velocidade irá dimi-


nuir e, consequentemente, o tempo da travessia irá aumentar.
Para determinar a direção em que se deve posicionar o
vBS
vBA barco, devemos usar alguns conceitos de trigonometria.

B.1. Em relação à vertical


vAS

vBS θ Cateto oposto


vBA sen θ =
Hipotenusa
vAS

v AS
Solo sen θ =
v BA
EMI-15-70

Barco atravessando o rio perpendicularmente à correnteza.


B.2. Em relação à horizontal Essa roda tem duas velocidades em relação ao solo: uma
9

de rotação e outra de translação.


θ 1
222

vBS vBA Cateto adjacente


θ cos θ =
Hipotenusa
vAS

v AS
cos θ = 4 2
v BA C
Física

Observação importante
É comum encontrar as velocidades escritas de uma forma
diferente da apresentada até agora. 3
Exemplos:
vAS = velocidade de arrastamento (varr) Analisaremos a velocidade resultante de um ponto (P),
vBA = velocidade relativa (vrel) na extremidade do pneu, em relação ao solo em 3 situações.
vBS= velocidade resultante (vR)
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

   A. Situação 1: (P) na posição 1


v R = v rel + v arr Para determinar a velocidade de (P) em relação ao solo,
devemos identificar os movimentos que estão presentes nes-
se momento.
APRENDER SEMPRE 30 1 vPC
01.
Um nadador nada com velocidade de 12 cm/s perpen-
dicularmente à correnteza de um rio. A velocidade da cor-
renteza é de 5 cm/s. Calcule a velocidade do nadador em vCS
relação à Terra.

Resolução


182

v → velocidade de (P) em relação ao centro da roda


 PC
vRel = 12 cm/s vR v CS → velocidade do centro da roda em relação ao solo
vPS → velocidade de (P) em relação ao solo
Compondo os movimentos, temos:

varr = 5 m/s vPS = vPC + vCS

v R2 = v Rel.l.2 + v arr
arr .2 = 12 + 5 = 144 + 25 = 169
2 2

vR = 13 cm/s Em módulo, vPS = vPC + vCS


Sendo a velocidade de rotação igual à de translação,
vPC = vCS = v, a velocidade resultante será:
4. Composição de movimento vPS = v + v
no movimento circular
vPS = 2 · v
Imagine que a roda da bicicleta mostrada na figura esteja
se movimentando com velocidade v e sem escorregamento.
B. Situação 2: (P) na posição 2

v 2
vCS
vPS
EMI-15-70

vPC
Em módulo temos: Considerando vPC = vCS = v, em módulo, temos:

9
vPS = vPC – vCS = v – v
vPS = ( vPC ) + ( v CS )
2 2

222
Como vPC = v CS = v, temos:
vPS = 0
vPS = v 2 + v 2 = 2 ⋅ v 2

vPS = v ⋅ 2
APRENDER SEMPRE 31
C. Situação 3: (P) na posição 3

Física
01.
A roda de um automóvel rola no solo sem escorrega-
mento. Se a velocidade do automóvel for 40 km/h, calcule
a velocidade dos pontos da roda, sendo A o ponto mais alto
da roda, B, o centro da roda e C o ponto mais baixo da roda.
VCS
Resolução
A: vA = 2 · v = 2 · 40 ⇒ vA = 80 km/h

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


B: vB = v = 40 ⇒ vB = 40 km/h
C: vC = v – v = 40 – 40 ⇒ vC = 0 km/h
VPC 3

5. Organizador gráfico
A. Composição de movimentos

Pode ser em Pode ser em

PAUL FLEET / SHUTTERSTOCK, VANDERWOLF IMAGES / SHUTTERSTOCK, ANGELO GIAMPICCOLO / SGUTTERSTOCK, MINERVA STUDIO / SHUTTERSTOCK

183
Composição de
movimentos

Uma dimensão Duas dimensões


Com velocidade

Com velocidade
relativa e velocidade
de arrastamento

No mesmo sentido No sentido oposto


Resultante Relativa
perpendicular a perpendicular a
velocidade de velocidade de
vR = vrel + varr vR = vrel – varr arrastamento arrastamento

vR = (vrel)2 – (varr)2 vR = (vrel)2 + (varr)2


EMI-15-70

Apenas
Tema Tópico Subtópico Subtópico destaque texto Características
Módulo 20
9

Composição de movimentos em uma dimensão


222

Exercícios de Aplicação
01. PUC-RJ 02.
Um avião em voo horizontal voa a favor do vento, com ve- Em um treinamento, um atleta, com seu caiaque, sobe
Física

locidade de 180 km/h em relação ao solo. Na volta, ao voar o rio, contra a correnteza, em 13min20. Na volta, ele rema a
contra o vento, o avião voa com velocidade de 150 km/h em favor da correnteza durante 3min40. Calcule a distância total
relação ao solo. Sabendo-se que o vento e o módulo da velo- percorrida durante os 17 minutos.
cidade do avião (em relação ao ar) permanecem constantes, Dados
o módulo da velocidade do avião e do vento durante o voo, Velocidade da água em relação ao solo = 2 m/s
respectivamente, são: Velocidade do caiaque em relação a água = 3 m/s
a. 165 km/h e 15 km/h
Resolução
b. 160 km/h e 20 km/h
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

c. 155 km/h e 25 km/h Na ida:


d. 150 km/h e 30 km/h vCS = vCA – vAS
e. 145 km/h e 35 km/h ∆sida
= v CA − v AS
Resolução ∆t ida
Na ida: ∆sida
=3−2
vAS = vAV + vVS 800
180 = vAV + vVS ∆sida = 800 m
vVS = 180 – vAV (1) Na volta:
vCS = vCA + vAS
Na volta:
∆s volta
vAS = vAV – vVS = v CA + v AS
∆t volta
150 = vAV – vVS (2)
∆s volta
=3+2
Substituindo (1) em (2): 220
∆s volta = 1100 m
184

150 = vAV – (180 – vAV)


150 = 2 · vAV – 180 A distância total percorrida é:
vAV = 165 km/h d = |∆svolta| + |∆sida|
d = 800 + 1 000
Voltando em (1): d = 1 900 m
vVS = 180 – 165
vVS = 15 km/h
Alternativa correta: A
EMI-15-70
03. Resolução

9
Um barco apresenta velocidade em relação às águas de vsubida = vBA – vAS
5 m/s. A velocidade das águas em relação ao solo é de 3 m/s. vsubida = 5 – 3 = 2 m/s

222
vdescida = vBA + vAS
vdescida = 5 + 3 = 8 m/s
∆s
v=
v BA
∆t
Subida
800
2= ⇒ ∆t s = 400 s
vAS
∆t s

Física
Descida
800
8= ⇒ ∆t d = 100 s
Solo
∆t d
a. Incorreta. O módulo da velocidade do barco em rela-
Esse barco sobe o rio percorrendo 800 m e, logo, desce a ção ao solo, na subida, é 2 m/s.
mesma distância com a mesma velocidade de 5 m/s. b. Incorreta. O módulo da velocidade do barco em rela-
Sendo a velocidade das águas constante e desprezando-se ção ao solo, na descida, é 8 m/s.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


o tempo de inversão do sentido do movimento: c. Incorreta. O tempo gasto na subida foi de 400 segundos.
a. o módulo da velocidade do barco em relação ao solo, d. Incorreta. O tempo gasto na descida foi de 100 segundos.
na subida, é 8 m/s. e. Correta. O tempo total gasto foi de 500 segundos.
b. o módulo da velocidade do barco em relação ao solo, Alternativa correta: E
na descida, é 2 m/s. Habilidade
c. o tempo gasto na subida foi de 100 segundos.
Calcular a velocidade e o deslocamento de um corpo sob
d. o tempo gasto na descida foi de 400 segundos.
influência de outros corpos em movimento.
e. o tempo total gasto foi de 500 segundos.

Exercícios Extras
04. mento da escada e leva 10 segundos para ir de B até A, po-
Um barco a motor movimenta-se com velocidade constan- de-se afirmar que sua velocidade, em relação à escada, tem
te de 4,0 m/s em relação às águas de um rio com 1 000 m de módulo, em m/s, igual a:
largura e cuja correnteza é de 3,0 m/s em relação às margens.
B

185
Os deslocamentos do barco em relação a um ponto fixo
na margem, em 30 s, se ele se movimenta a favor da corrente-
za e contra a correnteza, são, respectivamente:
a. 30 m e 210 m d. 370 m e 180 m 6,0 m
b. 180 m e 370 m e. 180 m e 210 m m/s
0,5
c. 210 m e 30 m

05. UFPE
A 8,0 m
A escada rolante de uma galeria comercial liga os pontos
A e B em pavimentos consecutivos, com uma velocidade as- a. 0 d. 1,5
cendente de módulo 0,50 m/s, conforme mostrado na figura. b. 0,50 e. 2,0
Se uma pessoa consegue descer contra o sentido de movi- c. 1,0

Seu espaço
Sobre o módulo O módulo da velocidade resultante do mesmo garoto mo-
Neste momento, o aluno pode confundir a velocidade r vendo-se sobre a carroceria do caminhão, na mesma direção
relativa, estudada no módulo 9, com a velocidade resultante e no mesmo sentido dele, é vR = v2 + v1 .
vista neste capítulo.
Na web
Esclarecer que, na velocidade relativa, a velocidade de
um corpo não influencia a do outro, diferentemente da velo- Instalar este simulador de composição de movimentos.
cidade resultante. Ele pode ser usado nos módulos 20 e 21.
Exemplo Acesse: <http://objetoseducacionais2.mec.
O módulo da velocidade relativa de um garoto movendo-se gov.br/handle/mec/11253>.
EMI-15-70

em uma rua, com velocidade v1, no mesmo sentido de um ca-


minhão, com velocidade v2, é vrel = |v2 – v1|.
9 Exercícios Propostos

Da teoria, leia os tópicos 1 e 2.


222

Exercícios de tarefa reforço aprofundamento

Leia o texto para responder às questões 6, 7 e 8.

O motor de um barco imprime velocidade própria de


12 km/h, fazendo com que ele se movimente em um rio
Física

cuja correnteza apresenta velocidade de 5 km/h em rela- 11. UFBA     


ção à margem. Um pássaro parte, em voo retilíneo e horizontal, do seu
ninho para uma árvore distante 75 m e volta, sem interromper
06. o voo, sobre a mesma trajetória.
Calcule a velocidade do barco em relação à margem,
quando ele estiver descendo o rio.
Vento
07.
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Calcule a velocidade do barco em relação à margem,


quando ele estiver subindo o rio.

08.
Se o barco navegar durante 3 horas, com velocidade
constante, calcule:
a. o deslocamento na descida do rio; Sabendo-se que sopra um vento de 5 m/s na direção e no
b. o tempo aproximado para, subindo o rio, percorrer a sentido da árvore para o ninho e que o pássaro mantém, em re-
mesma distância do item anterior. lação à massa de ar, uma velocidade constante de 10 m/s, de-
termine, em segundos, o tempo gasto na trajetória de ida e volta.
09. UFU-MG (adaptado)
Um menino está sobre um vagão-prancha de 10 m de 12. UECE
comprimento, que se desloca sobre trilhos retilíneos com Um barco pode viajar a uma velocidade de 11 km/h, em
velocidade constante de módulo 36 km/h em relação ao um lago cuja água está parada. Em um rio, o barco pode man-
solo. Em certo momento, o menino começa a se deslo- ter a mesma velocidade com relação à água. Se esse barco
car da parte de trás do vagão e alcança a sua frente após viaja no Rio São Francisco, cuja velocidade da água em rela-
186

5,0 s, com passadas regulares. ção à margem é 0,83 m/s, qual é sua velocidade aproximada
em relação a uma árvore plantada na beira do rio, quando seu
movimento é no sentido da correnteza e quando é contra a
correnteza, respectivamente?
a. 14 km/h e 8 km/h
10 m 36 km/h b. 10,2 m/s e 11,8 m/s
c. 8 km/h e 14 km/h
d. 11,8 m/s e 10,2 m/s

Sendo assim: 13. UEL-PR


a. a velocidade do menino, em relação ao vagão, tem Um barco, com o motor a toda potência, percorre 60 km em
módulo igual a 8,0 m/s. 2 h descendo um rio. Em sentido contrário, percorre 40 km em
b. a velocidade do menino, em relação ao solo, tem mó- igual intervalo de tempo. A velocidade do barco em relação às
dulo igual a 12 m/s. águas e a velocidade das águas em relação às margens do rio
c. o deslocamento do menino, em relação ao solo, tem são, respectivamente, em km/h, iguais a:
módulo igual a 50 m. a. 30 e 20 d. 30 e 5
d. o deslocamento do menino, em relação ao vagão, tem b. 25 e 5 e. 12,5 e 7,5
módulo igual a 60 m. c. 25 e 20
e. o deslocamento do vagão em relação ao solo é
10 m. 14. Cefet-SP
Numa represa, um homem faz seu barco a remo atingir
10. Fuvest-SP uma velocidade máxima de 8 km/h.
Num vagão ferroviário, que se move com velocidade Se esse mesmo remador estiver num rio cujas águas cor-
v0 = 3 m/s em relação aos trilhos, estão dois meninos, A e rem para o oeste com uma velocidade de 5 km/h, determine a
B, que correm um em direção ao outro, cada um com velo- velocidade máxima que ele consegue atingir quando:
EMI-15-70

cidade v = 3 m/s em relação ao vagão. Calcule as velocida- a. rema no mesmo sentido da correnteza;
des dos meninos, vA e vB, em relação aos trilhos. b. rema no sentido oposto ao da correnteza.
15. UFPE 16. ITA-SP

9
Um barco de comprimento L = 80 m, navegando no sen- Um barco leva 10 horas para subir e 4 horas para descer um
tido da correnteza de um rio, passa sob uma ponte de largura mesmo trecho do Rio Amazonas, mantendo constante o módulo

222
D = 25 m, como indicado na figura. de sua velocidade em relação à água. Quanto tempo o barco leva
para descer esse trecho com os motores desligados?
D a. 14 horas e 30 minutos
b. 13 horas e 20 minutos
c. 7 horas e 20 minutos
d. 10 horas
L
e. Não é possível resolver, porque não foi dada a distân-

Física
cia percorrida pelo barco.

Rio
Ponte

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


Sabendo que a velocidade do barco em relação ao rio é
vB = 14 km/h e que a velocidade do rio em relação às margens
é vR = 4 km/h, determine em quanto tempo o barco passa
completamente por baixo da ponte, em segundos.

187
EMI-15-70
Módulo 21
9

Composição de movimentos em duas dimensões


222

Exercícios de Aplicação
01. PUC-RJ 02. Aman-RJ
Um avião em voo posiciona-se na direção norte-sul, no Um bote de assalto deve atravessar um rio de largura
Física

sentido do norte para o sul, e suas turbinas lhe imprimem igual a 800 m, numa trajetória perpendicular à sua margem,
uma velocidade de 600 km/h. Esse avião recebe a ação de num intervalo de tempo de 1 minuto e 40 segundos, com ve-
ventos na direção leste-oeste, no sentido de leste para oeste, locidade constante.
com velocidade de 200 km/h. Calcule a velocidade do avião Considerando-se o bote como uma partícula, despre-
em relação ao solo. zando a resistência do ar e sendo constante e igual a 6 m/s a
velocidade da correnteza do rio em relação à sua margem, o
Resolução
módulo da velocidade do bote em relação à água do rio deverá
ser de:
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Margem
v
O L Correnteza

600 km/h Trajetória do bote

S
200 km/h Margem

v2 = 6002 + 2002
v2 = 36 · 104 + 4 · 104 = 40 · 104 a. 4 m/s
b. 6 m/s
v ≈ 630 km/h
c. 8 m/s
d. 10 m/s
e. 14 m/s
Resolução
A figura mostra as velocidades do barco em relação ao rio,
188

do rio em relação à margem e a resultante das duas.

Trajetória do bote

Correnteza
vres
vbarco

vrio

∆s 800
v Resul tan te = = = 8,0m/s
∆t 100
Aplicando Pitágoras ao triângulo sombreado, vem:
vB2 = 82 + 62 = 100 → vB = 10m/s
Alternativa correta: D
EMI-15-70
03. Enem Resolução

9
A ideia de usar rolos circulares para deslocar objetos
A velocidade do centro dos rolos é: v = ∆s = 2πR .
pesados, provavelmente, surgiu com os antigos egípcios ao ∆t ∆t

222
construírem as pirâmides. A velocidade do bloco (vB) é igual à velocidade da parte
superior (vs) dos rolos.
vB = vS = 2 ⋅ v
∆sB 2πR
= 2⋅
∆t ∆t
2V

Física
BOLT, Brian. Atividades matemáticas. Ed. Gradiva. V

Representando por R o raio da base dos rolos cilíndricos,


em metros, a expressão do deslocamento horizontal y do blo-
co de pedra em função de R, após o rolo ter dado uma volta V=0
completa sem deslizar, é:

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


∆sB = 2 · 2πR
a. y = R
y = 4πR
b. y = 2R
c. y = πR Alternativa correta: E
d. y = 2πR Habilidade
e. y = 4πR Calcular a velocidade e o deslocamento de um corpo sob
influência de outros corpos em movimento.

Exercícios Extras
04. UFMS
Seja um rio sem curvas e de escoamento sereno sem turbulências, de largura constante igual a L. Considere o escoamento
representado por vetores velocidades paralelos às margens e que cresce uniformemente com a distância da margem, atingindo
o valor máximo, vmáx., no meio do rio. A partir daí, a velocidade de escoamento diminui uniformemente, atingindo o valor nulo
nas margens. Isso acontece porque o atrito de escoamento é mais intenso próximo às margens. Um pescador, na tentativa de
atravessar esse rio, parte da margem inferior no ponto O com um barco direcionado perpendicularmente às margens e com ve-
locidade constante em relação à água, e igual a u. As linhas pontilhadas, nas figuras, representam possíveis trajetórias descritas

189
pelo barco ao atravessar o rio saindo do ponto O e chegando ao ponto P na margem superior. Com fundamentos nos conceitos da
cinemática, assinale a alternativa correta.
Figura A Figura C
P P

Vmáx. Vmáx.
L L

O O
Figura B Figura D
P P

Vmáx. Vmáx.
L L

O O

a. A figura A representa corretamente a trajetória do barco, e o tempo t para atravessar o rio é igual a t = L/(vmáx. + u).
b. A figura B representa corretamente a trajetória do barco, e o tempo t para atravessar o rio é igual a t = L/u.
c. A figura C representa corretamente a trajetória do barco, e o tempo t para atravessar o rio é igual a t = L/u.
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d. A figura B representa corretamente a trajetória do barco, e o tempo t para atravessar o rio é igual a t = L/(u + vmáx.).
e. A figura D representa corretamente a trajetória do barco, e o tempo t para atravessar o rio é igual a t = L/u.
05.
9

Uma roda rola, sem escorregar, com velocidade constante de 5 m/s, em um solo plano e horizontal. Calcule a velocidade dos
pontos A, B e C da roda em relação ao solo.
222

v = 5 m/s
C
Física

Seu espaço
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Sobre o módulo
É muito importante relembrar com os alunos as relações do triângulo pitagórico e as propriedades de soma de vetores.
Na web
Instalar este simulador de composição de movimentos. Ele pode ser usado nos módulos 20 e 21.

Acesse: < http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/handle/mec/11253>.


190

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Exercícios Propostos

9
Da teoria, leia os tópicos 3 e 4. b. Se, para atravessar o rio, a direção longitudinal do bar-

222
Exercícios de tarefa reforço aprofundamento co for orientada para a direita do ponto A, o valor da ve-
locidade do barco em relação às margens será sempre
menor que a velocidade das águas do rio.
Leia o texto para responder às questões 6 e 7. c. Para o barco atravessar o rio e chegar a um ponto
transversalmente oposto, o biólogo deve partir de P,
Um barco navega com velocidade de 12 km/h em relação alinhando o eixo longitudinal do barco, perpendicular
às águas de um rio, cuja correnteza apresenta velocidade de à direção das margens.

Física
5 km/h em relação ao solo. d. Para o barco atravessar o rio no menor tempo possível,
a distância entre o ponto de partida e o ponto de che-
06. gada será maior que a largura do rio.
Calcule a velocidade do barco em relação à correnteza, e. Se a velocidade do barco, em águas paradas, fosse
quando ele imprimir sua velocidade perpendicularmente a ela. igual à velocidade das águas do rio em relação às mar-
gens, seria possível o biólogo atravessar o rio saindo
07.
do ponto P e chegando ao ponto A.
Calcule a velocidade do barco em relação ao solo, quando

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


ele atravessar o rio perpendicularmente à correnteza. 10.
Um barco cujo motor imprime uma velocidade de 10 km/h
08.
deseja atravessar um rio perpendicularmente à sua margem.
Um barco cujo motor consegue imprimir velocidade de Nesse local, a correnteza possui velocidade de 6 km/h. Calcu-
12 km/h posiciona-se perpendicularmente à margem de um le a velocidade do barco em relação à terra e calcule o ângulo
rio com o intuito de atravessá-lo. Nesse local, a correnteza do da inclinação que o barco deve ter em relação à correnteza
rio tem velocidade de 5 km/h. Sendo a largura do rio de 0,24 km, para efetuar essa travessia.
calcule a distância d mostrada na figura a seguir. Dados: sen 37o = cos 53o = 0,6 ; sen 53o = cos 37o = 0,8
d
11.
Deseja-se atravessar um rio perpendicularmente às suas
margens. Para isso, dispõe-se de um barco cujo motor con-
vc = 5 km/h segue imprimir uma velocidade de 10 km/h em relação às
águas. A velocidade da correnteza do rio é de 6 km/h. Calcule
vb = 12 km/h a velocidade do barco em relação à terra.

191
12.
09. UFMS (adaptado) No interior de um automóvel, um passageiro observa,
Um biólogo deseja atravessar um largo rio, cujas margens no momento em que se inicia uma chuva, que a marca
são paralelas ao longo do rio. Para isso, usará um barco a motor deixada pelas gotículas no vidro lateral formam um ângu-
que, em águas paradas, navega com velocidade maior que a lo de 30° com a horizontal. Nesse mesmo instante, a velo-
velocidade das águas do rio que deseja atravessar. O biólogo cidade desenvolvida pelo automóvel é de 54 m/s. Assim,
deve partir com o barco do ponto P em uma das margens. Outro a velocidade da chuva em relação à terra e a velocidade
ponto, A, está na outra margem, transversalmente oposto ao da chuva em relação ao automóvel, são, respectivamente,
ponto P (veja a figura). Considere a velocidade das águas do em km/h:
rio, com relação às margens, uniforme e constante. Com rela- a. 18 3 e 36 3
ção ao tempo, à direção do barco e à distância percorrida para b. 36 3 e 18 3
atravessar o rio com o barco, é correto afirmar: c. 18 2 e 36 2
d. 36 2 e 18 2
A e. 36 3 e 18 2
Rio 13.
Velocidade das
A roda de um automóvel rola pelo solo de um asfalto sem
águas do rio
escorregamento. Quando a velocidade do automóvel em rela-
Barco ção à terra for de 40 km/h, as velocidades dos pontos da roda:
centro, ponto mais alto do pneu e ponto mais baixo do pneu,
Margem P serão respectivamente, em km/h, igual a:
a. 80, 40 e 0
a. Para o barco atravessar o rio no menor tempo possível, b. 40, 80 e 0
o biólogo deve pilotar o barco, de maneira que chegue c. 0, 80 e 40
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ao ponto A transversalmente oposto ao ponto P de d. 80, 0 e 40


onde partiu. e. 40, 0 e 80
14. Fatec-SP 16. UECE
9

Em relação ao ar, um avião voa para o leste com veloci- Em Óbidos, no Pará, o módulo da velocidade do rio Ama-
dade de 120 km/h e está sujeito a um vento para o sul com zonas é da ordem de 7,2 km/h. Um nativo, capaz de remar sua
222

velocidade de 50 km/h. Analise as afirmativas a seguir. canoa a 4,0 m/s em relação à água, deseja ir de P para Q. Para
I. O avião voa, aproximadamente, de leste para nordeste. tal, em virtude da correnteza do rio, deve rumar para o ponto
II. A velocidade resultante do avião é de 130 km/h. R. O ângulo a entre PQ e PR é tal que sen a é igual a:
III. Se o avião voasse para o norte, sua velocidade resul-
tante seria de 170 km/h. R Q
Assinale a alternativa correta.
a. Apenas as afirmativas I e II são corretas.
Física

b. Apenas as afirmativas II e III são corretas. 90°


c. Apenas as afirmativas I e III são corretas.
d. Todas as afirmativas são corretas. P
e. Apenas uma afirmativa é correta.
3
a.
2
15. UFAL
De dentro de um automóvel em movimento retilíneo uni-
forme, numa estrada horizontal, um estudante olha pela jane- b. 2
Ciências da Natureza e suas Tecnologias

la lateral e observa a chuva caindo, fazendo um ângulo θ com 2


a direção vertical, com sen θ = 0,8 e cos θ = 0,6.
Para uma pessoa parada na estrada, a chuva cai vertical- c. 5
mente, com velocidade constante de módulo v. Se o velocí- 5
metro do automóvel marca 80,0 km/h, pode-se concluir que
o valor de v é igual a: d. 3
a. 48,0 km/h 5
b. 60,0 km/h
1
c. 64,0 km/h e.
2
d. 80,0 km/h
e. 106,7 km/h
192

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