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GUIA POR UM DIA

Sarzedas – o tesouro escondido à luz do dia

Por: Maria José Machado


Formadora: Olga Freixo
UFCD 9563 - Património Artístico em Portugal
C-EFCB – CET – Técnº. Especialista em Turismo Cultural e Património
ÍNDICE GERAL

Introdução……………………………………………………………………………..2
Enquadramento Geográfico…………………………………………………………..3
Enquadramento Histórico…………………………………………………………….4
História………………………………………………………………………….4
A origem do nome……………………………………………………………..6
O Título Nobiliárquico………………………………………………………….6
Enquadramento Sociocultural……………………………………………………….7
Atividades económicas………………………………………………………...7
Festividades e Costumes………………………………………………………7
Pontos de Referência Locais…………………………………………………………9
Capela de Santo António………………………………………………………9
Fontes dos Namorados e Lavadouro……………………………………..…10
Igreja da Misericórdia e Pelourinho…………………………………………11
antigos Paços do Concelho…………………………………………………..12
Igreja Matriz de Sarzedas…………………………………………………….13
Campanário de São Jacinto…………………………………………………..14
Restaurante Fonte da Vila……………………………………………………15
Bibliografia / Fontes………………………………………………………………...17

1
INTRODUÇÃO
Resido na freguesia de Sarzedas, mais concretamente na pequena aldeia de Gatas,
pertencente à mesma. Não sou nativa da Beira. Nasci em Lisboa em 1980 e por
lá vivi até ao ano de 2018, quando decidi sair da metrópole. Depois de
conhecermos vários lugares no nosso país e após medirmos quais seriam as
nossas necessidades mais importantes, eu e o meu marido decidimos que a Beira
seria o melhor sítio para vivermos. Buscámos um sítio que nos permitisse um fácil
acesso à cidade, mas com a rotina diária sempre tranquila do campo! E acabámos
por escolher Gatas, que está a 3km de Sarzedas, a freguesia a que pertence! E
Gatas não deixa de ter o seu jeito muito especial, mas sempre e diariamente ligado
a Sarzedas, tal é a proximidade (literalmente ao fim da estrada)!
Desde Fevereiro de 2022 que vivemos na localidade e nunca nos arrependemos
da escolha. Admito que ao princípio parecia apenas uma pobre aldeia/freguesia,
pois o ponto de vista era aquele de quem passa na estrada principal. Mas depois
de um ano a viver aqui, conhecer as gentes locais, muitos aqui nascidos e alguns
emigrados por amor (muitos deles estrangeiros), e de ter contato com as suas
tradições, hábitos e forma de ser enquanto povo, posso dizer que não me
arrependi um único dia ou momento! Pois ofereceram-me uma nova visão, não só
do que é viver numa aldeia, como do que é a aldeia!
Depois de ter realizado um trabalho numa outra UFCD sobre Sarzedas, e ter saído
desse trabalho com uma sensação de faltar algo (por força das exigências do
trabalho em si), optei por neste trabalho continuar a focar-me sobre a localidade.
A freguesia é muito ampla (uma das maiores do concelho de Castelo Branco) e
num dia não seria possível ir até todos os pontos de interesse que fazem parte
dela, pelo que me irei focar na aldeia em si e no que ela pode oferecer num passeio
de um dia.
Quando chegamos a Sarzedas parece uma aldeia muito simples, pobre e sem
qualquer tipo de interesse além das típicas igrejas, semelhantes a outras tantas
que se vão encontrando salpicadas enquanto percorremos a Beira!
Esta freguesia é antiquíssima, riquíssima em História! Infelizmente muitos dos
vestígios estão perdidos, mas os registos ainda se vão encontrando aqui e ali. É
um local com tradições interessantes e que são um reflexo da nossa história
enquanto povo.
Assim, vou tentar dentro deste trabalho refletir essa visão que tenho. Espero que
a consiga passar duma forma que seja fiel e justa ao que esta localidade merece.

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ENQUADRAMENTO GEOGRÁFICO

Sarzedas está localizada no Centro de Portugal, mais concretamente na Região da


Beira Baixa, na sub-região da Beira Interior Sul. É uma freguesia pertencente ao
município de Castelo Branco (sede de distrito com o mesmo nome), do qual dista
apenas 20 km.
Nos sensos de 1864 aparece com 3835 habitantes, no ano de 2021 reduz-se a
1017 (números calculados enquanto freguesia).
É uma das maiores Freguesias do Concelho, com uma área de 17.000 hectares
(172,05 km²), e encontra-se no seu extremo ocidental e no limite com Proença-a-
Nova. Rodeia, quase na totalidade, a Freguesia de Santo André das Tojeiras e está
delimitada, por sua vez, por Almaceda, Juncal do Campo, Salgueiro do Campo e
Cafede.
Pertence à rede de Aldeias do Xisto, sendo a localidade desta rede com maior
dimensão.

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ENQUADRAMENTO HISTÓRICO
Quem passa na Nacional 233 vê a aldeia apenas superficialmente. Aquilo que se
vê não reflete facilmente a história desta que é a única Aldeia de Xisto que já teve
um título nobiliárquico!

História

Começamos pela presença romana. Os vestígios não são visíveis, mas existem
registos de no final do século XIX, na encosta leste da aldeia, ter sido levantada
pelo arado de um lavrador uma pedra de xisto com uma inscrição em latim. Esta
pedra já se perdeu há muito, mas ela foi transcrita e um estudo recente da
transcrição indica que se tratava de uma lápide funerária, datável do século I. É,
por isso, um testemunho da presença do domínio romano no espaço desta aldeia.
O povoado deveria ter continuado a existir, mas as brumas da História não nos
permitem ver essas épocas antigas com mais clareza.

A História documentada de Sarzedas inicia-se em 1210, quando o Rei D. Sancho


I – O Povoador, solicita ao concelho da Covilhã, um herdamento (uma herança)
dentro do seu termo para entregar ao seu filho bastardo, D. Gil Sanches e ao
clérigo fidalgo, D. Paio Pais, seu arcediago. O concelho da Covilhã - que tinha
recebido o seu foral do mesmo rei em 1186 - responde: "Eu o alcaide e nós os
alcades do concelho da Covilhã vimos as cartas do senhor rei Sancho, noas quais
nos mandava pedir um herdamento com terras para seu filho D. Gil Sanches e para
Pero Pais, devendo ambos possuí-lo ao meio. Demo-lo como o senhor rei manda,
para que povoem, criem e lavrem, e sejam reconhecidos por moradores dentro do
termo da Covilhã." A Covilhã cedeu o território de Sarzedas e D. Gil Sanches foi
Senhor de Sarzedas conjuntamente com Paio Pais, concedendo-lhe foral* em
1212, segundo os costumes da Covilhã, para a restaurar e povoar.
Esta doação é confirmada por D. Afonso II, por carta régia datada de 1220. Existe
a probabilidade de decorrente destes atos, se tenha construído no Alto de S.
Jacinto (aonde hoje se encontra o Campanário) uma qualquer estrutura acastelada,
não restando, no entanto, qualquer vestígio.

Em 1512 D. Manuel I confirma o foral, o que levou à edificação de um pelourinho.


Por esta época já Sarzedas era domínio dos Senhores de Sarzedas e Fermosa
(Sobreira Formosa).

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Entre 1630 - por carta régia de Filipe III - e 1748, foi domínio dos Condes de
Sarzedas, título que passou por nove titulares e que terminou com a morte da
última condessa por não ter sucessores diretos. Com isto deu-se a integração de
Sarzedas e seu termo nos bens da Coroa.

Em 1762 - com Portugal envolvido na Guerra dos Sete Anos, por se ter recusado
a tomar parte na luta contra os seus velhos aliados ingleses - o País foi invadido
pelos exércitos franco-espanhóis. Sarzedas foi ocupada, tendo sido aqui que o
general invasor, o espanhol Conde de Aranha, estabeleceu o seu quartel.

No início do séc. XIX Sarzedas sofre novamente os horrores da guerra, quando


Napoleão decide invadir Portugal. A 22 de Novembro de 1807 a Divisão Loison
entrou em Sarzedas. A lista de crimes, saques, incêndios e roubos dá uma triste
celebridade à povoação: entre outras atrocidades e sacrilégios destruíram o
interior e bens da Igreja Matriz. De novo a 06 de julho de 1808 passam por
Sarzedas as tropas napoleónicas arrombando e despojando a igreja matriz, tal
como em 1807. Em 1846 o povo amotinado invadiu o edifício dos paços do
concelho e retirou e queimou toda a documentação que lá se encontrava. Perdeu-
se, então, parte da história desta terra. Em 1848, com as reformas administrativas
de Mouzinho da Silveira, o concelho foi extinto.

Em meados do séc. passado, Orlando Ribeiro descreveu assim Sarzedas:


"A povoação consta, pode dizer-se, de duas ruas, ladeadas de pobres casas de
andar, que levam à igreja matriz, edificada num alto. O xisto das paredes está à
mostra, em placas sobrepostas, pedra quási aparelhada pela natureza para a tosca
arquitectura rural. A caiação é luxo pouco em voga na charneca e a vilazinha
mostra-se num tom castanho, tristonho e feio."
in “Guia de Portugal - Beira Litoral, Beira Baixa, Beira Alta” (1944)

Em 2012, Sarzedas comemorou 800 anos do seu primeiro foral e 500 anos do
foral manuelino.

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A origem do nome
O nome variou ao longo dos séculos:
Sarzedas no séc. XIV, Cerzedas no
séc. XV, Cercedas no séc. XVII.
Numa das versões do "Portugalliae"
de Fernando Álvaro Seco, datado de
1600 – tido como umas das
primeiras representações
cartográficas da totalidade do
território continental português –
encontramos Sarzedas na localização
da atual povoação.

A origem da palavra "Sarzedas" tem origem botânica, provavelmente radicada ou


no étimo "quercus", que significa carvalho, ou no termo "Cereceda", lugar onde
proliferam cerejeiras ou cerdeiras.

O Título Nobiliárquico

O título de Conde de Sarzedas, criado em 1630,


por Filipe III, foi utilizado por vários titulares (como
mencionado anteriormente), não sendo possível
indicar qual o seu nível de presença na povoação,
se é que ocorreu. O título foi antecedido pelo dos
Senhores de Sarzedas e Fermosa, provavelmente
mais estreitamente ligados ao local. Os Condes de
Sarzedas tiveram a sua moradia no Palácio da
Palhavã, em Lisboa, edifício atualmente ocupado
pela embaixada de Espanha.

IMG 0 - D. Rodrigo Lobo da Silveira, 1º conde de


Sarzedas, c.1600

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ENQUADRAMENTO SÓCIOCULTURAL

Atividades económicas

Sarzedas é ainda relembrada pela exploração de barros e por várias empresas na


freguesia que produziam vários produtos derivados (sobretudo tijolos nos últimos
anos de atividade). Hoje restam apenas os edifícios dessas pequenas indústrias,
que continuam a aguardar que alguém se interesse pela sua aquisição, mesmo
que para um outro fim que não aquele para o qual foram edificados!
Durante o século XX, além da atividade mineira na freguesia (exploração de
volfrâmio que se verificou nas minas de Gatas e Gualdins), a exploração agrícola e
a criação de gado eram atividades de qualquer família que possuísse um pedaço
de terreno. Azeite, azeitonas, qualquer produto hortícola que se plantasse, leite,
queijos e milho eram os produtos que as famílias conseguiam para seu consumo
e para venda daquilo que sobejasse. Hoje, com a diminuição da população como
consequência da migração para as grandes cidades ou para o estrangeiro,
sobrevivem as oliveiras e as hortas que aparecem aqui e ali, plantadas pelos que
restam para amanhar a terra!

Festividades e Costumes

Existem ainda registos e são ainda contadas histórias pelos anciãos, da tradição
da Noite de São João. Em Sarzedas as jovens casadoiras, no dia 24 de julho
colhiam rosmaninho pelos campos, e chegando à meia noite, ao som da última
badalada do sino, partiam um ovo que colocavam num copo cheio de água.
Na manhã seguinte, antes do sol raiar, eram examinadas as formas que o ovo
tomara no decorrer da noite. Eram interpretadas essas formas a uma qualquer
ferramenta que estaria associada à atividade do ofício do futuro noivo.
A festa religiosa mais importante atualmente é a dedicada à padroeira de
Sarzedas, Nossa Senhora da Conceição. Festa que se realiza anualmente, ao 2º
domingo de setembro. Uma procissão com a imagem da Santa é realizada e todos
os habitantes locais assistem.

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IN https://www.youtube.com/watch?v=lSl3T8wXv60

Hoje em dia as demais festas anuais resumem-se às procissões e romarias de São


Sebastião (23 janeiro), Santo António (13 de junho), São Pedro (29 de junho), à
festa Sabores da Vila Condal em junho - um evento dedicado à promoção dos
sabores tradicionais da localidade, focando-se em dois produtos chave em cada
ano de sua organização – para não esquecer ainda as pequenas festas que vão
sendo organizadas pela Associação de Apoio ao Progresso De Sarzedas, como
por exemplo o Jantar do Dia da Mulher, ou o Jantar do Domingo de Ramos. Tudo
ocasiões aproveitadas para pequenos encontros dos residentes locais e para
angariação de fundos tão necessários ao funcionamento da Associação.
Apesar de ser uma pequena localidade ela não deixa de ter os seus mercados,
desde os mensais (ao 2º sábado de cada mês), até às feiras anuais (em 1 de
janeiro, 2º domingo de fevereiro, 15 e 16 de agosto e a 29 de dezembro).
Também estas ocasiões de encontro dos residentes locais e de comprar aqueles
bens que não se encontra em qualquer local como por exemplos os rebentos para
semear, as ferramentas de agricultura, ou outros bens como roupas ou têxteis lar
ou loiças.
Convém mencionar que atualmente todo o calendário de festividades e eventos
da freguesia se encontra em restruturação. Perante uma pandemia não só as
necessidades se revelam diferentes como as prioridades. E a junta de freguesia a
par com os seus parceiros, como a Paróquia e a Associação de Apoio ao Progresso

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De Sarzedas, buscam agora planear estes eventos como uma forma não só de
dinamizar a freguesia, como também divulgar a mesma a quem vem de fora.

PONTOS DE REFERÊNCIA LOCAIS

Capela de Santo António

Encontramo-nos todos no ponto de encontro da aldeia, junto ao Centro BTT –


mesmo em frente à Junta de Freguesia de Sarzedas, e no mesmo recinto da
Associação de Apoio ao Progresso De Sarzedas e da antiga Capela de Santo
António.
Antes de partirmos não posso deixar de mencionar que na localidade, Santo
António é tradicionalmente o protetor dos animais domésticos e de quinta. Esta é
uma das muitas capelas que podemos encontrar na freguesia, que apesar da sua
antiguidade (estamos a falar duma construção que deve datar do século XVII, uma
vez que é em tudo semelhante à Capela de São Pedro, localizada bem perto),
quem olha à primeira vez pensa que é um edifício relativamente contemporâneo,
não apenas pela sua simplicidade como também pelo fato de ter sido regularmente
recuperado e mantido pela população local. É um simples templo de planta
retangular, orientado a poente. Possui um portal de ombreiras retas e padieira
ligeiramente curvado.
Pequena janela à direita e óculo por cima do portal. Sineirita moderna.

Capela de Santo António. Sarzedas. Capela de São Pedro. Sarzedas

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Fontes dos Namorados e Lavadouro

Saindo da Capela de Santo António dirigimo-nos até à Fonte dos Namorados e ao


Lavadouro. Recentemente recuperados são um cantinho da aldeia que constituem
um bom sítio para descansar depois da caminhada. O percurso de acesso efetua-
se através de uma rua pedonal com uma inclinação acentuada, ladeada de muros,
na sua maioria executados em pedra de xisto.
A origem do chafariz remonta ao final do século XVIII e a construção em cantaria
que permanece até aos dias de hoje é de 1875, segundo inscrição numa das
pedras. A água sobrante desta fonte, é aproveitada por um lavadouro anexo,
construído em pedras de granito e usado durante décadas pela população local.
Era coberto por uma estrutura de madeira e telha cerâmica, que abrigava tanto da
chuva quanto do sol.
Pela localização recatada, ambiente bucólico e lugares de repouso, sempre foi um
excelente sítio para namorar, daí o nome tradicionalmente dado pelos locais de
Fonte dos Namorados.

Fonte dos Namorados e Lavadouro. Sarzedas

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Igreja da Misericórdia e Pelourinho

Depois de descansarmos e tirarmos umas fotos podemos dirigir-nos até ao


próximo ponto. Subimos e seguimos até à Praça Gil Sanches e Paio Pais aonde
podemos encontrar a Igreja da Misericórdia.
Esta terá sido construída em meados do Século XVIII, sendo que data de 1752 os
primeiros tombos aonde se registam os bens da Irmandade da Misericórdia de
Sarzedas, que incluía já a igreja e seus bens.
Sendo um edifício de arquitetura barroca e bastante simples, além da igreja incluía
ainda a casa da sacristia, a casa do sino, a casa para peregrinos e a casa
hospitaleira.

Igreja da Misericórdia e Pelourinho, sitos na Praça Gil Sanches e Paio Pais em


Sarzedas.

Localizado também na Praça Gil Sanches e Paio Pais, encontramos o Pelourinho


da freguesia.
Pelourinho quinhentista, de bloco prismático, com soco quadrangular de dois
degraus, fuste octogonal e capitel cúbico, encimado pelos ferros de sujeição.
O que existe atualmente não é o original do século XVI. Foi destruído no final do
século XIX e na reconstrução foram aproveitadas algumas partes originais.

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(antigos Paços do Concelho)

Seguimos pela Rua Conde de Sarzedas e antes de chegar ao nosso próximo


destino, passamos por uma placa comemorativa daquilo que antes eram os Paços
do Concelho, aonde existiam os edifícios da Câmara e da Prisão de Sarzedas.
Quando a terra deixou de ser concelho, estes edifícios foram sendo aproveitados
para atividades associativas e culturais, como por exemplo teatro.
Hoje nada resta a não ser uma placa no seu lugar, a recordar a grandeza de tempos
idos.

Placa comemorativa dos antigos Paços do Concelho. Sarzedas

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Igreja Matriz de Sarzedas / Igreja de Nossa Senhora da Conceição

Chegamos à Igreja Matriz de Sarzedas ou de Nossa Senhora da Conceição, que se


acredita ser de fundação quinhentista. O edifício atual é setecentista e apresenta
uma planta bastante simples, como é comum nas construções de cariz rural. A
igreja é composta por três naves, separadas por colunas toscanas, possui quatro
capelas e dois altares-colaterais: a Capela de S. Jacinto; a Capela de S. Marcos; a
Capela batismal; e a Capela de Nª Sr.ª de Fátima. Na nave, do lado do Evangelho
o altar colateral dedicado ao Sagrado Coração de Jesus, do lado da Epístola; o
altar colateral de Nª Sr.ª da Conceição, do lado do Evangelho.

Igreja Matriz de Sarzedas / Igreja de Nossa Senhora da Conceição. Sarzedas.

Conta a história que em 1522, o escudeiro do rei, Martim Afonso, conjuntamente


com a sua mulher, foram autorizados a instituir uma capela dedicada a São Diogo
na igreja matriz das Sarzedas.

Em 1576 o rei D. Sebastião, através de uma carta, institui como comendador da


igreja Santa Maria das Sarzedas, D. Rodrigo Lobo, senhor de Sarzedas, cargo que
vai ocupar por morte de Tomé Estevão da Gama.

Terá sido no século XVIII que teve lugar a recuperação da Igreja, que se encontrava
em muito mau estado, não só pela sua antiguidade como também pelos danos
causados pelo terramoto de 1755 e pela passagem do Conde de Aranha que
montou em Sarzedas o seu quartel-general antes de combater na Serra das
Talhadas, em 1762, por ocasião das Guerras Peninsulares.

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A 22 de Novembro de 1807 a divisão Loison passou por Sarzedas e existe registo
histórico em como as tropas francesas na sua passagem por Sarzedas, além dos
roubos e estragos aos particulares, também arrombaram e despejaram a igreja
principal. Feito que iriam repetir no ano seguinte, na sua passagem após serem
repelidas de Lisboa.

Interior da Igreja Matriz de Sarzedas. Sarzedas.

Assim, devido a todos estes acontecimentos, tanto a Igreja Matriz como muitas
das construções privadas, da Igreja ou da Monarquia, apresentam hoje os
resultados das reconstruções e recuperações datadas do século XIX.

Campanário de São Jacinto / Miradouro de São Jacinto

Saindo da Igreja Matriz, mesmo ao lado temos o Monte de São Jacinto, aonde
podemos encontrar ainda o Campanário com a sua Torre Sineira, no local onde
até ao início do séc. XX existiu a Capela de S. Jacinto. Esta torre era a torre sineira
do antigo templo, hoje já não existente. Contam os anciãos que no início do século
XX, o padre muito afoito pelos ganhos monetários, vendeu a pedra da capela!
No Miradouro do Monte de São Jacinto (nome também dado a este local) com uma
altitude de apenas 400m, temos uma vista a 360º donde podemos ver a N: Serra

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da Estrela; a NE: Serra da Gardunha; a O: Serra das Talhadas; a E: Castelo Branco
e a SE: Portas de Ródão. Aqui também podemos encontrar um recanto com
assentos aonde poderemos não só admirar esta vista, respirar e sentir a calma e
descansar antes de nos dirigirmos à próxima paragem.

Campanário de São Jacinto. Sarzedas.

Restaurante Fonte da Vila

Terminamos o dia com um almoço revigorante em mente.


E dirigimo-nos ao Restaurante da Fonte da Vila, o restaurante local.
Neste almoço tardio é preparado um repasto por uma figura proeminente da
aldeia, o Sr. Manuel, que podemos sempre encontrar em qualquer evento que se
realize, ou responsável pela cozinha ou responsável pela sua banquinha aonde
vende as famosas filhoses, as bolas de Berlim, as Sarzedinhas e os Rabos de Gatas.
À espera dos viajantes estará uma mesa com os famosos Maranhos, Cabrito no
forno, Cozido à Portuguesa, Enchidos e sem esquecer os doces locais: Filhoses,
bolo de mel, biscoitos de azeite, Sarzedinhas (tigeladas) e Bicas.

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Menu do Restaurante Fonte da Vila. Sarzedas.

Este é um restaurante rural, familiar e simples. Mas a experiência compensa e é a


forma perfeita de terminar o dia!

Vídeo resumo dos principais pontos de atração.


In https://www.youtube.com/watch?v=XHHADk_WQRs

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BIBLIOGRAFIA / FONTES

➢ https://www.cm-castelobranco.pt/municipe/juntas-de-freguesia/sarzedas/

➢ https://pt.wikipedia.org/wiki/Sarzedas

➢ https://www.dargentleiloes.net.br/peca.asp?Id=4283634

➢ https://www.aldeiasdoxisto.pt/pt/aldeias/tejo-ocreza/sarzedas/

➢ https://www.wikiwand.com/pt/Conde_de_Sarzedas

➢ https://www.portugaldenorteasul.pt/11795/sarzedas-e-a-uma-aldeia-do-

xisto-guia-completo

➢ https://ordochristi.ipcb.pt/?p=1473

➢ https://www.e-konomista.pt/sarzedas/

➢ http://www.cancioneirocastelobranco.pt/freguesias/sarzedas/

➢ https://www.cm-castelobranco.pt/visitante/lazer-para-todos/percursos-

pedestres/

➢ https://www.cm-castelobranco.pt/municipe/juntas-de-freguesia/sarzedas/

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