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No filme Patton – Rebelde ou Herói (1970), há uma cena na qual ele questiona

ordens para retardar sua marcha rumo a Berlim, que seria tomada inexoravelmente pelos aliados,
àquela altura já no fim da Segunda Guerra. Patton se irrita pois, na prática, a ordem o impediria de
ser o primeiro a chegar na sede do 3º Reich, dada sua posição vantajosa e sua habilidade de
comandar infantaria mecanizada, isso tudo para apenas fazer com que Monty (General Montgmery,
do Royal Army inglês) chegasse antes de todos, dada a imagem representativa, de ser Berlim
tomada não apenas por um aliado ocidental, mas por um Inglês.
Tal fato demonstra que, principalmente, na guerra a verdade sempre é uma vítima das
mais afetadas. Não se há de questionar o esforço coletivo de todos os aliados, capitaneados por
Stalin, Churchill e Roosevelt, mas para a população, naquele momento, não importava se o primeiro
fosse Zhukov, Patton ou Monty, mas sim que um dos grandes generais chegasse e estabelecesse a
tomada de Berlim e capturasse Hitler, marcando o dia da vitória.
Sendo por isso, o ocidente comemora a vitória na Segunda Guerra como sendo em 08
de Maio e o Oriente como sendo dia 09 do mesmo mês, apenas para contrapor o fato de ter sido o
exército soviético o efetivo tomador de Berlim. Somente daí já se vê a uma disputa política
mesquinha, diante de algo tão importante – tragicamente – para a humanidade.
Enfim, o fato é que a Batalha de Berlim, assim como as mais duras e penosas batalhas
daquela guerra, foi lutada pelo Exército Soviético, que aquela altura já contabilizava mais de 10
milhões de soldados mortos desde a invasão de Hitler em 1941.
É importante frisar que no front oriental, estima-se que entre combate, fome, doenças
e crimes contra a humanidade, morreram algo em torno – somente de soviéticos – de 27 milhões de
pessoas ou 40% da população daquele país. A título de exemplo, em termos percentuais, o total de
mortos no Reino Unido e nos EUA não chega a 1% de suas populações, nem mesmo à casa do
milhão, em quantidade.
Assim, sem querer desconhecer que o esforço de guerra foi de todos os aliados,
cumpre saber – por dever de justiça – que foi o povo eslavo quem deu o sangue efetivamente no
campo de batalha e combateu o exército de Hitler, permitindo a nós que vivamos nesse mundo em
que hoje estamos, mas que poderia ser um outro, se exitoso fosse o nazismo, como chegou perto de
ser, em algum momento.
Apesar de saber que o texto está claro, dada a pseudo-idiotia de alguns – na verdade é
só maldade deliberada, mesmo – demarco ser o conteúdo laudatório desse texto direcionado ao
povo, que ao se defender da sanha assassina de Hitler, defendeu também a humanidade. Não houve
ideologias quando Stalin, Churchill e Roosevelt perceberam a necessidade de se unir contra a letal
ameaça Hitlerista. Foram eles, o povo russo, os operacionais que estavam na rua, no caso, no campo
de batalha, sob bombas e fuzis.
A despeito de termos latino americanos miscigenados que se declaram nazistas e/ou
defendem suas ideias, ainda assim, é dever moral dar a César o que é de César, por isso,
comemoremos o dia da vitória, o 09 de Maio. Katyusha!

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