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Capítulo 13.
DA PAZ À GUERRA
RESUMO
A ERA DOS IMPÉRIOS CAP. 13
“Da paz à guerra”
A discussão sobre a primeira Guerra Mundial tem sido contínua desde agosto de 1914.
A medida que as gerações se sucediam, que a polícia ia sendo transformada, o debate
foi ressurgindo. Mal a Europa se afundou nessa catástrofe, as pessoas começaram a se
perguntar o porquê a diplomacia internacional não conseguiu evitá-la. Aqueles que se
opunham à guerra iniciaram imediatamente suas análises. Os aliados vitoriosos criaram
a tese de culpa de guerra, para eles a Alemanha era a culpada, pedra angular do tratado
de Versalhes de 1919 e geradora de vários textos documentários e propagandas
históricas a favor ou contra essa tese. A Segunda Guerra Mundial fez esse debate ser
retomado, e foi revigorado alguns anos depois. As discussões sobre os perigos da paz
mundial, por motivos óbvios nunca cessaram, procuram de uma forma ou de outra
possíveis paralelos entre as origens das guerras mundiais passadas e as que
perspectivamente iriam acontecer.
Assim, as origens da Primeira Guerra eram uma questão de extrema importância.
Nessas circunstâncias, qualquer historiados que tente explicar, por que ocorreu o
primeiro conflito mundial, tende a mergulhar em águas fundas e turbulentas.
As pessoas estavam interessadas em saber de quem era a culpa, que claro, se refere a um
julgamento moral e político. Mas Hobsbawm diz no livro: “Se estamos interessados em
saber por que um século de paz europeia cedeu o lugar a uma época de guerras
mundiais, perguntar de quem foi a culpa é tão fútil quanto perguntar se Guilherme, o
Conquistador, tinha um motivo legal pra invadir a Inglaterra”.
É claro que nas guerras, as responsabilidades muitas vezes podem ser identificadas. Seja
como for, todo mundo sabe que o governo de todos os estados no século XIX, por mais
preocupados com as suas relações públicas, consideraram uma guerra uma contingência
normal da política internacional e eram honestos o bastante para admitir que bem
podiam tomar a iniciativa militar.
Entretanto, é indubitável que nenhum governo de qualquer uma das grandes potências
de antes de 1914 queria uma guerra europeia generalizada, seja mesmo um conflito
militar restrito com outra grande nação europeia. Até as mais graves crises de Marrocos
nem 1906 e 1911, foram controladas.
É óbvio que as nações estavam longe de quererem ser pacíficas, e muito menos
pacifista. Elas se preparavam para uma guerra europeia, mesmo fazendo seus ministros
da Relações Exteriores o máximo para evitar o que eles unanimemente consideravam
uma catástrofe. Ou seja, ao mesmo tempo em que eles estavam atirando, eles estavam
torcendo que alguém intervisse e dissesse que tudo iria se resolver com um certo acordo
para a paz, a questão é que quase todas as potenciais inicialmente envolvidas,
esperavam a mesma coisa: um acordo para tudo se resolver de forma pacífica, sem
envolver a integridade de seus países.
Nos anos 1900, nenhum governo tinham objetivos que, só puderam ser atingidos por
meio da guerra ou da ameaça de uma tal, como tinha Hitler em 1930. Até a Alemanha,
só usou a oportunidade oferecida pela fraqueza e isolamento temporário da França para
fazer avançar as suas reivindicações imperialista sobre Marrocos. Nenhum governo de
potências importantes queria uma guerra de tamanha proporção. O imperador Francisco
José, ao anunciar a guerra a seus triste súditos disse: “ Eu não quis que isso
acontecesse”, mesmo tendo sido seu governo que, de fato, a provocou.
O máximo que se pode afirmar é que, a partir de um certo ponto onde lento escorregar
para o abismo, a guerra pareceu tão inevitável que alguns governos decidiram que a
melhor coisa a se fazer era esperar o momento certo para iniciar seus trabalhos. Sem
dúvida, durante a crise final de 1914, provocada pelo assassinato do arquiduque
Francisco Ferdinando, por um estudante terrorista numa cidade de província Balcãs, a
Áustria sabia que corria o risco de uma guerra mundial ao provocar a Sérvia; e a
Alemanha após decidir dar total apoio à sua aliada só deixou a guerra ainda mais
visível. A Alemanha e o Ministro austríaco seguiam a mesma linha de raciocínio “A
balança está pendendo contra nós, não é melhor guerrear antes que pendesse mais?”.
Apenas nessa linha restrita a pergunta sobre quem é o culpado da guerra começa a fazer
sentido. Mas no verão de 1914, podemos ver que a paz foi anulada por todas as nações,
até mesmo os britânicos, que os alemães tinham certeza de que ficariam neutro no meio
de todo aquele caos.
Portanto descobrir a origem da Primeira Guerra Mundial, não é o mesmo que descobrir
o culpado de tal. Ele repousa na natureza de uma situação internacional em processo de
deterioração progressiva, que escapava cada vez mais ao controle dos governos.
“Gradualmente a Europa foi se dividindo em dois blocos opostos de grandes nações.
Tais blocos, fora de uma guerra, eram novos em si mesmos e derivavam,
essencialmente, do surgimento no cenário europeu de um Império Alemão unificado,
constituído entre 1864 e 1871 por meio da diplomacia e da guerra, às custas dos outros,
e procurava se proteger contra seu principal perdedor, a França, através de alianças em
tempos de paz, que geraram contra-alianças”
Hobsbawm cita no texto a formação da Tríplice Entente e a Tríplice Aliança.
Contudo, não havia diferenças entre as tensões internacionais que levaram à Primeira
Guerra Mundial e as que subjacente ao perigo de uma terceira.
Uma vez era óbvio que a Áustria, envolvida nos turbulentos assuntos dos Balcãs devido
a seus problemas multinacionais e mais do que nunca, depois de ter conquistado a
Bósnia-Herzegovina em 1878.
Embora as relações internacionais tenham ficado mais tensas, era pouco inevitável uma
guerra europeia generalizada., quanto mais não seja porque os problemas que
separavam a França da Alemanha não tinham interesses para a Áustria, e os que
representavam um risco de conflitos entre a Áustria e a Rússia eram insignificantes para
a Alemanha.
A Tríplice Entente foi surpreendentemente tanto para os inimigos como para os aliados
britânicos. A Grã-Bretanha não tinha tradição nem qualquer motivo permanente de
atrito com a Prússia. Por outro lado, a Grã-Bretanha fora antagonista quase automática
as França em quase todas as guerras europeias desde 1688. Mesmo isso não sendo mais
verdade, quanto mais fosse porque a França deixará de ser capaz de dominar o
continente, o atrito entre os dois países era visivelmente crescente, ao menos porque
ambos competiam pelo menos território e influência como nação imperialista.