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75 anos da Vitória

Soviética sobre o
Nazifascismo e a
tentativa de falsificação
da História

O Legado da Grande Guerra Pátriótica para o


presente

 Para comemorar e honrar a vitória final sobre o nazifascismo no


dia 9 de maio de 1945, nós das edições ciências revolucionárias,
trazemos ao público brasileiro a tradução do capitulo
“falsificação da história”, do livro “A vitória soviética do
nazifascismo”, de Harpal Brar.
 Trata-se de um registro necessário para examinar os fatos
durante a Segunda Guerra Mundial, período no qual o povo
soviético gigante se ergueu contra o ataque nazista na defesa da
pátria liderados pelo camarada Stalin que, com precisão,
formulou as estratégias de defesa como, também, conseguiu
prever a durabilidade da guerra.
 Pelos interesses de toda a humanidade contra os invasores da
horda hitlerista o povo soviético fez um heroico esforço.
 Stalin como grande comandante do Exército Vermelho afirmou
“a finalidade desta Guerra Patriótica de todo o povo contra os
opressores fascistas não se reduz à conjuração do perigo que
caiu sobre o país, mas implica a ajuda a todos os povos da
Europa e do mundo que sofrem sob o jugo do fascismo
alemão”[1].
 A vitória dos Revolucionários de Outubro sobre o bloco do eixo
nazifascista gerou grande motivação na batalha dos povos contra
o imperialismo e mudou a geopolítica internacional no pós-
guerra, alavancou as vitórias anticoloniais na América Latina,
Ásia e África e fincou-se como um dos maiores feitos senão o
maior da história da humanidade e do século XX que deve ser
exaltado.
 O camarada Pedro Pomar dirigente do Partido Comunista do
Brasil numa reflexão publicada na revista problemas em 1949
conceituou: “nós a devemos à alta classe dos seus comandantes
quadros militares educados e forjados na grande escola do
patriotismo soviético do Partido de Lenin e de Stalin na ciência
militar mais avançada de nossos dias a ciência militar soviética.
E nós devemos a vitória ao gênio do camarada Stalin que foi seu
artífice principal que é a maior encarnação viva das qualidades
do povo soviético do regime socialista e do seu Partido e o
herdeiro e continuador do grande Lenin”[2].
 Mesmo com toda aparelhagem dos meios de comunicação, da
guerra hibrida que fazem, e com a tentativa fajuta da
historiografia imperialista de fuga da histórica, de simular e
diminuir o êxito resolutivo do Exército Vermelho, nada em
absoluto poderá esconder o enorme feito da URSS na solução da
batalha contra o fascismo. A URSS por seu poderio econômico,
sua mobilização social em conscientizar, com garra, seus
soldados e cidadãos para vencer pela humanidade a guerra e, por
fim, pelas suas forças produtivas militares, eliminou a maioria
do efetivo em armas e homens do eixo, algo reconhecido pelo
próprio exército nazista. Haider em 2 de agosto reconheceu os
erros de avaliação: “está ficando cada vez mais claro que
subestimamos o colosso russo que se preparou de modo
consciente para a guerra”. Em agosto ele avaliou que os alemães
já tinham perdido 10% de seus soldados que foram mortos ou
feridos pela resistência até o final de julho. Em 15 de agosto ele
anotou em seu diário: “Em vista da fraqueza de nossas forças e
dos espaços infindáveis podemos jamais alcançar o sucesso”[3].
Quando a notícia da derrota em Stalingrado foi transmitida por
rádio em Berlim em 4 de fevereiro de 1943 Goebbels registrou
em seu diário: “As notícias de Stalingrado tiveram um efeito de
choque no povo alemão” (Der Spiegel). Aparentemente era um
sentimento geral. Um relatório do Serviço de Segurança da SS
registrou que algumas pessoas de fato viram em Stalingrado “o
começo do fim” e dizia-se que nos gabinetes de governo de
Berlim havia “em certa medida uma nítida atmosfera de
desespero iminente” (citado por Richard Evans)[4]
 A nação soviética foi vitoriosa praticamente sozinha sobre o
terceiro Reich e nada poderá provar o contrário principalmente
os que dizem que o determinante foi tão somente a chegada dos
aliados na Normandia que definiu a guerra — sendo, portanto,
mais relevante do que a derrota dos nazifascistas em Kursk
Stalingrado e Moscou —, nada mais falso.
 Neste sentido a publicação deste excerto é uma contribuição
para que não se faça revisão na história.
 A nós cabe o exame crítico e, ao mesmo tempo, equilibrado
sobre os fatores que podem influenciar posições problemáticas e
excludentes da URSS e seu papel preponderante para o fim da
guerra, aquelas que negam que a vitória da guerra foi soviética e
comunista contra o nazifascismo.
 Devemos esmagar todos os discursos que colocam a vitória
contra o nazifascismo no colo do ocidente e dos países ditos
liberais.
 Cumpre dizer a verdade também a esquerda que não reconhece
o papel da URSS e dos comunistas na segunda guerra mundial:
os possíveis campos escorregadios e supremacistas reproduzidos
por parte da esquerda são mero reflexo ao fato de que os
revisionistas adotaram a linha antistalinista autofóbica. Este
setor da esquerda julga mal todos os que, dentro do movimento
comunista ou progressista, manifestam apreço na figura de
Stalin e que, com ele, foram vitoriosos na segunda guerra
mundial e merecem respeito e exaltação. Portanto, também
devemos exaltar Mao Tsé-tung, Kim Il Sung, Ho chi minh e
Giap, e, por fim Enver Hoxja, respectivamente os povos
chineses, coreanos, vietnamitas, albaneses e tantos outros que
com ajuda de Stalin e da URSS, venceram seus algozes fascistas
e até mesmo do bloco imperialista não fascista.
 Dito isto cumpre voltar a evidenciar a importância de um exame
do significado da grande guerra como um todo para a
humanidade no presente. E é, necessariamente esse:
 Toda a humanidade trabalhadora deve comemorar
desmedidamente o aniversário de 75 anos da vitória dos povos
proletários soviéticos sobre a ameaça da escravização
nazifascista. A data de 9 de maio de 1945 deve pregar no
coração os 27 milhões da Pátria Soviética que perderam sua
generosa vida pela libertação da humanidade trabalhadora. É
de suma importância aos que se pretendem comunistas e
progressistas honrar a memória das centenas de milhares de
bolcheviques de aço que estiveram na linha de frente da
resistência antifascista. Em nome da emancipação humana
devemos nos lembrar, acima de tudo, do legado da luta
antifascista de todos os seus agentes e de todos que assim como
o povo soviético cumpriram papel fundamental para que a
guerra tivesse um final positivo tais como o marechal Stalin os
Marechais V. Chuikov G. Zukhov A. Eremenko A. Vasilevsky; o
sargento Pavlov; os franco-atiradores: Vassili Zaitsev Lyudmila
Pavlichenko e Roza Shanina. Nossa comemoração deve ser
festiva e nostálgica todos os anos, sendo feliz devido ao fato de
que o nazifascismo foi destruído quase que exclusivamente pelos
únicos representantes que lhe eram tanto em teoria como na
prática seus inimigos: a esquerda comunista.
 Muito embora o nazifascismo não tenha superado, em números,
a carnificina e a confissão maléfica realizada tanto pelo império
britânico quanto pelo imperialismo francês na Ásia e na África
isto se deve evidentemente pelo fato de que a URSS e os
comunistas pararam os nazistas muito antes do esperado! Por
isto podemos dizer que não houve tempo e oportunidade para o
eixo superar quantitativamente os massacres já realizados pelo
imperialismo francês e britânico, pois suas atividades
predatórias nazifascistas duraram apenas do começo da década
de 1930 até meados de 1945. No entanto justamente por ter
durado por volta de 15 a 25 anos, no máximo, o nazifascismo
jamais poderia deixar de ser a força mais violenta porque foi a
que a confessou a maior quantidade de atrocidades em menos
tempo de existência já registrados na história da humanidade.
Sua violência reacionária conservadora e genocida foi a mais
eficiente máquina de morte de época, mas, felizmente, tivemos a
URSS para colocar fim a tudo isso
KLAUS SCARMELOTO

FALSIFICAÇÃO DA HISTÓRIA
Por Harpal Brar, Do livro "A vitória soviética sobre o
fascismo"

Traduzido por KLAUS SCARMELOTO


FONTE: <https://neodemocracy.blogspot.com/2017/12/the-
falsification-of-history.html>

 Neste sexagésimo aniversário, durante o a festividade da


humanidade progressiva, tornou-se comum a falsificação
burguesa da história. Os ideólogos burgueses ocidentais, de
caluniadores trotskistas a jornalistas magnatas de primeiro
escalão, estão se ocupando em realizar malabarismos com fatos
e falsificar eventos históricos. Existe uma espécie de divisão do
trabalho entre a variedade trotskista de ideólogos burgueses, por
um lado, e a ordinária ("comum" porque desprovida da adesão
ao "marxismo" e a "esquerda" e, portanto, mais facilmente
reconhecível e menos perigosa) ideólogos burgueses, por outro
lado.
 Este sexagésimo aniversário, como foi o caso do sexagésimo
aniversário dos desembarques do Dia D no ano passado, foi
saudado com uma torrente de cantos de dar enjoo, de hipócritas
imposições na imprensa escrita e nos meios electrónicos
imperialistas, com o único objetivo de esconder o verdadeiro
significado, conteúdo e causas da segunda guerra mundial, e de
depreciar a contribuição decisiva da URSS socialista para
esmagar a máquina de guerra nazi, aparentemente invencível.
Há dez anos, por ocasião do cinquentenário da vitória contra o
fascismo, fomos alvo de manchetes como "O destino da
Alemanha assentou no Atlântico", "Como Hitler foi derrotado
pela sua própria loucura", etc., quando o facto é, como qualquer
pessoa bem informada sabe, que o destino da Alemanha nazi foi
selado na frente oriental, nas batalhas titânicas de Moscovo,
Leningrado, Stalingrado e Kursk. Eis um exemplo, que
caracteriza o impulso de toda a máquina de propaganda
imperialista, precisamente o tipo de falsificação da história
aludida acima:
 A democracia britânica está viva e com boa saúde. Essa é a
mensagem do povo deste país neste fim-de-semana de
aniversário daqueles que lutaram para destruir o Terceiro
Reich de Hitler há cinquenta anos atrás, eles foram inspirados
por mais do que um amor ao país, por muito apaixonante que
isso fosse.. Eles foram à guerra e conquistaram a vitória sobre
o fascismo por uma causa maor. Isso infundiu seu patriotismo e
lhes valeu grandeza imortal. As pessoas comuns sabiam em seus
corações que o que estava em jogo não era menos do que a
sobrevivência de valores simples e decentes: seu direito de
serem ouvidos, de dizer o que pensavam sem medo de bater à
porta ao amanhecer, de conduzir suas vidas de acordo com suas
próprias luzes. Vive a vida, realizar seus negócios diários em
liberdade sob a lei. Acima de tudo, formar e desfazer governos
eleitos em seu nome. A luta e o sacrifício daqueles que
batalharam na guerra européia permitiram que a Grã-Bretanha
permanecesse uma nação soberana. Nunca esqueçamos que a
bandeira vermelha, branca e azul da União que levantamos este
fim de semana voou sozinha diante de uma tirania nazista que
conquistou tudo antes da maré virar em 1942. Estávamos
lutando por nossa própria liberdade e libertando a Europa do
governo despótico. *
 É claro que ninguém, exceto a pessoa mais maliciosa, negaria
que o povo britânico comum, e os soldados britânicos que
lutaram na segunda guerra mundial, se inspirassem no ideal de
livrar a humanidade da ameaça do fascismo. Isso, no entanto,
não está em questão. O que está em questão é a causa pela qual
as classes dominantes da Grã-Bretanha, França e Estados
Unidos entraram em guerra contra a Alemanha.
 Todos os observadores objetivos concordam que o imperialismo
britânico entrou em guerra contra a Alemanha nazista, não no
interesse da liberdade e da luta contra o fascismo, mas para
proteger seus próprios interesses colonialistas e imperialistas,
depois de todas as tentativas de salvaguardar o mesmo por meio
de apaziguamento (isto é, por troca da liberdade de outros povos
em troca de salvar sua própria pele e interesses materiais) terem
resultado num colapso ignominioso e escandaloso.
 Eis, brevemente, os factos que levaram a bandeira da União a
hastear sozinha "face a uma tirania nazi conquistadora antes de a
maré mudar em 1942".
 1. O ódio do imperialismo pela URSS
 Todos os imperialistas, tanto os nazistas como os
"democráticos", e todos os políticos imperialistas, social-
democratas nada menos que os conservadores, foram despedidos
por um ódio intenso à URSS, o único Estado socialista da altura,
pela simples razão de que, através da construção socialista
planeada, ela estava a construir uma nova vida para o seu povo,
livre de exploração, opressão, desemprego, miséria e
degradação. E isso numa época em que todo o mundo capitalista
estava nas garras da pior crise até então, que forçara cinquenta
milhões de trabalhadores à pilha de sucata, deixando-os sem
emprego, sem teto e com fome. Somente a União Soviética era
um farol brilhante e um exemplo para os trabalhadores do
mundo de como suas vidas também poderiam mudar
qualitativamente para melhor se apenas o poder estatal estivesse
nas mãos da classe trabalhadora. Cercada como ela era por
imperialistas sedentos de sangue, a URSS estava bem ciente dos
perigos que a confrontavam. Sua liderança seguiu uma política
extremamente complicada e singularmente científica sobre a
questão da guerra com o imperialismo, que pode ser resumida a
seguir.
 2. A posição soviética da guerra contra o imperialismo
 Primeiro, houve o esforço da União Soviética para não se
envolver em uma guerra com o imperialismo
 Segundo, uma vez que não cabia inteiramente a ela evitar tal
guerra, então, se o imperialismo impusesse uma guerra à União
Soviética, este não deveria se encontrar na posição de ter que
lutar sozinho, muito menos de enfrentar o ataque combinado dos
principais países imperialistas
 Terceiro, para esse fim, as divisões entre os estados
imperialistas fascistas, por um lado, e os estados imperialistas
"democráticos", por outro, devem ser totalmente exploradas.
Essas divisões eram reais, com base nos interesses materiais dos
dois grupos de estados em consideração. O desenvolvimento
desigual do capitalismo fez com que a Alemanha, a Itália e o
Japão, depois de avançarem no desenvolvimento capitalista de
suas economias (um desenvolvimento que tornara obsoleta a
antiga divisão do mundo), exigissem uma nova divisão, que não
podia deixar de invadir os interesses materiais dos estados
imperialistas "democráticos". Assim, havia um alcance real para
que esse conflito de interesses fosse explorado pela URSS
socialista
 Quarto, para esse fim, a URSS, seguindo uma política externa
muito complicada, fez o possível para concluir um pacto de
segurança coletiva com os estados imperialistas "democráticos",
prevendo, no caso de tal agressão, ações coletivas contra os
agressores.
 Quinto, quando os estados imperialistas "democráticos",
vencidos pelo ódio ao comunismo, recusaram-se a concluir um
pacto de segurança coletivo com a URSS e continuaram sua
política de apaziguamento dos estados fascistas, em particular
da Alemanha nazista, em um esforço para dirigi-la a agressão
em direção ao leste contra a União Soviética, esta foi forçada a
tentar outro método de proteger os interesses da pátria socialista
do proletariado internacional.
 Discursando no décimo oitavo congresso do partido do PCUS
em março de 1939, Stalin expôs os motivos por trás da política
de não intervenção adotada pelos países imperialistas
"democráticos", particularmente a Grã-Bretanha e a França,
assim:
 A política de não intervenção revela uma ânsia, um desejo de
não atrapalhar a Alemanha, digamos, de se envolver em uma
guerra contra a União Soviética, para permitir que todos os
beligerantes afundem profundamente na lama da guerra, para
encorajá-los sub-repticiamente nisso; permitir-lhes enfraquecer
e esgotar-se; e então, quando se tornarem fracos o suficiente,
aparecerão em cena com força renovada, aparecerão, é claro,
"no interesse da paz" e ditarão condições aos beligerantes
debilitados.
 Além disso, referindo-se ao acordo de Munique, que entregou a
Tchecoslováquia aos nazistas (o principal escritor do The
Sunday Times citado acima, exibindo um "esquecimento"
monumental, evitou cuidadosamente qualquer referência a esse
pacto, temendo corretamente que tal referência exporia,
imediatamente, a afirmação hipócrita de que a classe dominante
britânica entrou em guerra contra a Alemanha nazista no
interesse da luta contra o fascismo e por "valores decentes"),
Stalin continuou:
 Pode-se pensar que os distritos da Tchecoslováquia foram
cedidos à Alemanha como o preço de um compromisso de
iniciar uma guerra contra a União Soviética. . . *
 Ao esboçar as tarefas da política externa soviética, e também
como um aviso velado às classes dominantes nos países
imperialistas "democráticos", Stalin passou a enfatizar a
necessidade de "ser cauteloso e não permitir que nosso país seja
atraídos para conflitos por vendedores que estão acostumados a
fazer com que outras pessoas puxem castanhas do fogo para elas
'. †
 Foi assim que, diante da recusa intransigente da Grã-Bretanha e
da França de concluir um pacto de segurança coletivo, e após o
acordo de Munique, sobre o qual a União Soviética nem sequer
foi consultada, que este virou a mesa a política externa da Grã-
Bretanha e da França, assinando, em 23 de agosto de 1939, o
pacto de não agressão soviético-alemão.
 Sexto, ao assinar este pacto, a URSS não apenas garantiu que
ela não lutaria sozinha com a Alemanha, mas também que esta
lutaria contra as próprias potências que tentavam, por sua recusa
em concordar com a segurança coletiva, envolver a URSS em
uma guerra com a Alemanha. Em 1 de setembro de 1939, Hitler
invadiu a Polônia. Dois dias depois, o ultimato anglo-francês
expirou e a Grã-Bretanha e a França estavam em guerra com a
Alemanha.
 Naturalmente, é compreensível que o imperialismo ainda hoje
ataque e acuse a URSS e Stalin de 'traição' por concluir o pacto
de não agressão com a Alemanha (convenientemente
'esquecendo' que a verdadeira traição havia ocorrido em
Munique um ano antes), pois esse pacto promoveu a causa do
socialismo e a libertação da humanidade do jugo do fascismo.
Mas aqueles lamentáveis marxistas que ainda, seguindo o
imperialismo, continuam a criticar a URSS por concluir o pacto
de não agressão entre a Alemanha e a União Soviética, precisam
examinar suas cabeças. Eles poderiam fazer muito pior do que
ouvir o professor austríaco Topitsch, de direita.
 O professor Topitsch, cujas credenciais anticomunistas e
simpatias pró-imperialistas são impecáveis, e que não podem,
portanto, ser acusados de abrigar qualquer cantinho para Stalin
ou a URSS que ele liderou, tem isso a dizer sobre o assunto em
consideração:
 Uma análise completa da interação dos principais eventos me
levou à convicção de que Stalin não era apenas o verdadeiro
vencedor, mas também a figura chave na guerra; ele era, de
fato, o único estadista que tinha na época uma ideia clara e
ampla de seus objetivos. *
 Mais longe:
 Os eventos do verão de 1939 mostram as consequências
fatídicas da falta de qualidades estadistas de Hitler e de uma
visão política orientada para o mundo, e fazem com que ele
pareça muito inferior ao seu colega russo. No que diz respeito à
inteligência política e ao estilo político, o relacionamento deles
é como o de um jogador com um grande mestre de xadrez, e a
afirmação de que o führer caiu como um estudante na
armadilha armada por Moscou dificilmente pode ser exagerada.

 No pacto de Hitler-Stalin, o mesmo autor escreve:
 Após a conclusão deste tratado, Hitler e Ribbentrop podem ter-
se considerado estadistas do mais alto calibre; em vez disso,
suas ações traíram uma assustadora falta de inteligência
política. Enquanto Stalin havia ponderado minuciosamente
sobre o conteúdo e a fraseologia dos acordos, seus números
opostos eram obviamente incapazes de revisar cuidadosamente
as conseqüências que poderiam resultar para a Alemanha
desses documentos fatídicos. De fato, os dois tratados se
encaixavam perfeitamente na estratégia soviética de longo
prazo: envolver a Alemanha em uma guerra com britânicos e
franceses, torná-la dependente da Rússia e, se surgir a
oportunidade, provocar sua extinção como poder independente.
De visão perspicaz, Stalin já estava pensando, neste estágio
inicial, de obter um ponto de partida favorável para a
realização de tais planos. *
 Por seu Tratado de Neutralidade com o Japão, em abril de 1941,
a União Soviética conseguiu alcançar no leste o que havia
alcançado no oeste através do pacto de não agressão com a
Alemanha.
 Sétimo, as disposições do protocolo secreto adicional foram
longe o suficiente para salvaguardar as "esferas de interesses"
soviéticas, que se mostraram vitais para as defesas soviéticas
quando a guerra realmente a atingiu.
 Finalmente, o pacto de não agressão germano-soviético trouxe à
União Soviética um período extremamente valioso de dois anos
para fortalecer sua preparação para a defesa antes de entrar em
uma guerra que sabia que não poderia ficar para sempre
 Quando a guerra foi finalmente forçada contra a União
Soviética, ela deu a contribuição mais heroica na vitória gloriosa
e coroada dos aliados contra a Alemanha nazista. O Exército
Vermelho e o povo soviético mostraram sua tenacidade e
superioridade do sistema socialista, derrotando os nazistas na
URSS e perseguindo-os até Berlim, libertando no país de
processo após país da ocupação nazista e trazendo o socialismo
para a Europa Oriental.
 Todos os historiadores e políticos burgueses revolucionários e
honestos concordam com o resumo acima. Somente os
anticomunistas mais obstinados, particularmente os trotskistas,
ousam contestar.
 3. Previsões burguesas de um colapso soviético
 No verão de 1941, através de uma combinação de sorte e alguns
golpes ousados, os exércitos de Hitler expulsaram os britânicos
do continente europeu e, assim, se tornaram os senhores da
Europa Ocidental e Central, cujo povo gemia sob ocupação
fascista. Hitler finalmente estava em posição de fazer guerra
contra a URSS, que lançou sob o codinome Operação
Barbarossa às 3h30 da manhã de 22 de junho de 1941.
 Quando, naquele dia fatídico, o exército alemão cruzou a
fronteira para a URSS, a maioria dos políticos e estrategistas
militares burgueses ocidentais não deram a ela mais de seis
semanas antes do que consideravam seu inevitável colapso
diante das poderosas forças armadas alemãs. Obviamente, seu
julgamento fora colorido pelo destino de países como Polônia e
França, cada um deles prostrado em menos de duas semanas
após a invasão do exército alemão. Eles também foram afetados
pelo destino do exército britânico, tão humilhante expulso do
continente no fiasco de maio de 1940, que leva o nome do
espírito de Dunquerque.
 Além disso, os ideólogos burgueses acreditavam em sua própria
propaganda antissoviética no sentido de que o exército soviético
havia sido "dizimado" e "decapitado" como resultado do
julgamento e execução de Tukhachevsky e outros oficiais do
exército sob acusação de traição e, portanto, estava sem
nenhuma posição para resistir na guerra e contra atacar; que o
partido bolchevique havia sido "desmentido" da liderança em
conseqüência dos três julgamentos de Moscou dos principais
trotskistas e bukharinitas, acusados de traição, assassinato,
sabotagem e destruição; que, como resultado da coletivização
"forçada", o campesinato estava mal-humorado e, portanto,
muito provavelmente se revoltaria contra o regime soviético nas
condições de guerra.
 Em tudo isso, os ideólogos burgueses foram cruelmente
iludidos.
 Mesmo antes do início da guerra contra a União Soviética, o
principal ideólogo imperialista, Leon Trotsky, fez, com alegria
maliciosa, uma série de previsões sobre a derrota "inevitável" da
URSS na guerra vindoura. Em sua Revolução Traída, ele
escreveu:
 Podemos, no entanto, esperar que a União Soviética saia da
grande guerra vindoura sem derrota? A essa pergunta franca,
responderemos com franqueza; se a guerra permanecer apenas
uma guerra, a derrota da União Soviética será inevitável. No
sentido técnico, econômico e militar, o imperialismo é
incomparavelmente mais forte. Se não for paralisado pela
revolução no oeste, o imperialismo varrerá o regime que saiu da
Revolução de Outubro. *
 Em 1940, perto do fim de sua vida — uma vida cheia de
hostilidade irreconciliável com o leninismo — Trotsky, com um
zelo digno de uma causa melhor, previu novamente a derrota da
URSS e o triunfo da Alemanha hitlerita:
 Sempre partimos do fato de que a política internacional do
Kremlin era determinada pela nova aristocracia incapaz de
conduzir uma guerra.
 A casta dominante não é mais capaz de pensar no amanhã. Sua
fórmula é a de todos os regimes condenados "depois de nós o
dilúvio".
 A guerra derrubará muitas coisas e muitos indivíduos.
Artifícios, truques, armações e traições não serão úteis para
escapar de seu severo julgamento. †
 Stalin não pode fazer guerra com trabalhadores e camponeses
descontentes e com um Exército Vermelho decapitado.
 O nível das forças produtivas da URSS proíbe uma grande
guerra. O envolvimento da URSS em uma grande guerra antes
do final deste período significaria, em qualquer caso, uma luta
com armas desiguais.
 O fator subjetivo, não menos importante que o material, mudou
nos últimos anos para pior...
 Stalin não pode travar uma guerra ofensiva com nenhuma
esperança de vitória. Se a URSS entrar na guerra com suas
inúmeras vítimas e privações, toda a fraude do regime oficial,
seus ultrajes e violência, inevitavelmente provocará uma reação
profunda por parte do povo, que já realizou três revoluções
neste século.
 A guerra atual pode esmagar a burocracia do Kremlin muito
antes de a revolução estourar em algum país capitalista. . . *
 4. Previsões burguesas desmentidas
 Não apenas Trotsky, mas também a burguesia imperialista (que
pagou tão bem a Trotsky, e por quem abriu as colunas de sua
imprensa, escrever esse lixo e vomitar tanto veneno
antissoviético) acreditavam nessas afirmações infundadas.
Portanto, foi uma surpresa total para os imperialistas quando a
União Soviética, longe de entrar em colapso sob o ataque
nazista, provou ser a única força, não apenas para resistir, mas
também para derrotar e esmagar para destruir a máquina de
guerra nazista.
 Como sempre, e felizmente pela humanidade, todas as previsões
de Trotsky foram totalmente desmentidas. Após reveses iniciais
nas primeiras semanas da guerra, atribuíveis principalmente ao
ataque surpresa nazista, as defesas soviéticas se endureceram.
Logo eles revidaram. O resto do mundo, como Trotsky, havia
dado à URSS apenas algumas semanas antes de entrar em
colapso diante do ataque da máquina de guerra nazista
supostamente invencível. O exército vermelho e o povo
soviético, unidos sob a liderança do PCUS e seu supremo
comandante Joseph Stalin, explodiram esse mito da
invencibilidade nazista. As vitórias soviéticas nas batalhas
titânicas de Moscou, Stalingrado, Kursk, Leningrado e Berlim
serão para sempre apreciadas não apenas pelos povos da antiga,
grande e gloriosa União Soviética, mas também por toda a
humanidade progressista.
 Cada uma dessas batalhas envolveu mais de um milhão de
homens de cada lado e, nas palavras de Harrison E Salisbury:
 Cada um infligia aos alemães o tipo de baixas que deixam uma
marca duradoura não apenas em um exército, mas em uma
nação. *
 A Batalha de Moscou foi um evento épico... Envolveu mais de
dois milhões de homens, 2.500 tanques, 1.800 aeronaves e
25.000 armas. As baixas foram horríveis em escala. Para os
russos, terminou em vitória. Eles sofreram o impacto total da
ofensiva alemã 'Blitzkrieg' e, apesar de suas perdas, eles foram
capazes de montar um contra-ataque eficaz. Eles começaram a
destruir o mito da invencibilidade alemã. †
 É assim que o marechal Zhukov avalia o significado da Batalha
de Moscou:
 Os resultados finais da Batalha de Moscou provaram ser
inspiradores para o lado soviético e deprimente para o inimigo.
 Um general alemão, Westphal reconheceu que o exército
alemão, uma vez considerado invencível, estava à beira da
destruição. Os alemães perderam um total de mais de meio
milhão de soldados, 1.300 tanques, 2.500 canhões, 15.000
caminhões e muitos outros equipamentos.
 A contraofensiva soviética do inverno de 1941-42 foi conduzida
sob condições difíceis de inverno nevado e frio e, o que é mais
importante, sem superioridade numérica sobre o inimigo.
 Pela primeira vez em seis meses de guerra, na Batalha de
Moscou, o Exército Vermelho infligiu uma grande derrota às
principais forças do inimigo. Foi a primeira vitória estratégica
sobre a Wehrmacht desde o início da Segunda Guerra Mundial.
As operações defensivas habilidosas [do exército soviético], o
lançamento bem-sucedido de contra-ataques e a rápida
transição para uma contraofensiva enriqueceram muito a arte
militar soviética e demonstraram a crescente maturidade tática
operacional estratégica dos comandantes militares soviéticos e
o domínio militar aprimorado dos soldados soviéticos em todos
os serviços.
 A derrota da Alemanha em Moscou também teve grande
importância internacional. O povo de todos os países da
coalizão antinazista recebeu com grande entusiasmo as notícias
da notável vitória do exército soviético. Toda a humanidade
progressista vinculou essa vitória às suas esperanças de uma
libertação próxima da escravidão fascista.
 Os fracassos das forças alemãs em Leningrado, em Rostov,
perto de Tikhvin e a Batalha de Moscou tiveram um efeito
preocupante nos círculos reacionários do Japão e da Turquia e
os forçaram a assumir uma política mais cautelosa em relação
à União Soviética
 Após a derrota dos alemães antes de Moscou, a iniciativa
estratégica em todos os setores da frente soviético-alemã passou
ao comando soviético. Após a derrota dos nazistas em Moscou,
não apenas os alemães comuns, mas muitos oficiais e generais
alemães ficaram convencidos do poder do estado soviético e
reconheceram que as forças armadas soviéticas representavam
um obstáculo insuperável à consecução dos objetivos de Hitler.
*
 O marechal Zhukov conclui seu relato da Batalha de Moscou
com a seguinte pergunta e sua resposta:
 Muitas vezes me fazem a pergunta: 'Onde estava Stalin na época
da batalha de Moscou?'
 Stalin estava em Moscou, organizando as forças e os meios
para a derrota do inimigo. Ele deve receber o que lhe é devido.
Como chefe do Comitê de Defesa do Estado, e com os membros
da Sede Suprema e os líderes dos Comissariados do Povo, ele
realizou um trabalho importante na organização de reservas
estratégicas e dos meios técnico-materiais essenciais para a
luta militar. Com suas exigências severas, ele conseguiu, pode-
se dizer, quase o impossível. *
 Aqui está outra avaliação, do extremo oposto do espectro
político, da força soviética, que os hitleristas, intoxicados por
sua própria propaganda enganosa e vitórias fáceis no Ocidente,
falharam em levar em conta adequadamente
 Topitsch salienta corretamente que a Operação Barbarossa se
baseava em uma superestimação do poder alemão e uma
subestimação do poder militar soviético, além de outras
suposições, que começaram a se separar a partir do momento em
que o exército alemão cruzou a fronteira soviética
 Quando os alemães atravessaram a fronteira para o leste, o
sentimento freqüentemente se apoderou deles - do führer ao
soldado comum - de que eles estavam abrindo uma porta para o
desconhecido, atrás do qual Stalin havia reservado surpresas
perversas para eles, e que em a destruição final pode estar à
espreita nos infinitos resíduos além. †
 Após seus sucessos iniciais, conquistados com a vantagem tática
de seu ataque surpresa à URSS, os nazistas começaram a
acreditar que a vitória já era deles e se entregaram a planos
fantásticos para o futuro.
 Mas gradualmente ficou claro que a União Soviética não
passava de um "colosso com pés de barro". Apesar das enormes
perdas, essa vasta potência poderia continuar lançando novas
massas de homens e materiais contra o invasor, e logo um
número crescente de novos tipos de tanques e os temidos
lançadores de foguetes apareceram nos campos de batalha. A
vitória de catorze dias se transformou em uma guerra que durou
pelo menos quatro anos, travada com a maior amargura de
ambos os lados, e as dramáticas vitórias das primeiras semanas
foram o começo do fim do Terceiro Reich. *
 A energia cruel de Stalin garantiu que todas as reservas nas
profundezas do país fossem mobilizadas. De fato, durante o
curso dessa luta assustadora, a União Soviética se estendeu e
deu um passo decisivo para se tornar uma superpotência. Por
outro lado, a Alemanha estava efetivamente diminuindo a cada
passo de sua exaustiva campanha no Leste. †
 A rendição em 1 de fevereiro de 1943 em Stalingrado, pelo
general fascista Von Paulus e 23 outros generais, hipnotizou o
mundo. A vitória do Exército Vermelho em Stalingrado foi tão
incrível quanto heroica. As perdas nazistas na área de Volga-
Don-Stalingrado foram de um milhão e meio de homens, três
mil e quinhentos tanques, doze mil armas e três mil aeronaves.
Nunca antes a máquina de guerra nazista, acostumada a
atropelar países em dias e semanas, sofreu uma derrota tão
humilhante, uma derrota "na qual pereceram as flores do
exército alemão. Foi contra o pano de fundo desta batalha que
Stalin agora alcançou uma estatura quase titânica aos olhos do
mundo '. *
 A partir de agora, nada além de derrota encarou os alemães,
levando todo o caminho até a entrada do Exército Vermelho em
Berlim e a invasão do Reichstag em 30 de abril de 1945 — o
mesmo dia em que o Fuhrer cometeu suicídio. Seis dias depois,
Marshall-campo Wilhelm Keitel, agindo em nome do alto
comando alemão, rendeu-se a Zhukov.

[1]J, Stalin. Sobre a grande guerra patriótica. São Paulo, raízes da
américa, 2016. Pag. 55. [2] Apud in idem. Pag 135. [3]LOSURDO,
Domênico. Stalin: história crítica de uma lenda negra. Revan: Rio
de Janeiro, 2010. Pag. 43. [4] Idem. Pag. 44.

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