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Cristianismo

Significado

Se for preciso dizer o que é cristianismo em uma frase, ela


deverá afirmar pelo menos os seguintes pontos: o
cristianismo é a fé em que Deus se revelou em Jesus de
Nazaré e que, por meio deste, a humanidade é presenteada
com a possibilidade de viver em plena comunhão consigo
mesma, com o mundo e com Deus.

Em termos técnicos, o cristianismo é uma religião monoteísta


que há cerca de dois mil anos se derivou do judaísmo na
região do Oriente Médio. Sua figura central é a de Jesus, que
se acredita ser o Filho de Deus, a encarnação humana da
própria Divindade.

Trata-se da maior religião do planeta (reunindo cerca de 30%


da população terrestre), e da mais influente no mundo
ocidental. Precisamente essa influência é tanto um auxílio
como um entrave para compreendermos o seu significado
A origem e desenvolvimento

Judaísmo e helenismo

O surgimento do cristianismo se deu no contexto da religião


judaica e da cultura helenista.

Jesus foi entendido pelos primeiros cristãos como a pessoa em


quem se cumpriu a promessa divina (por cuja realização
esperavam os hebreus) de um profeta, sacerdote e rei que
possibilitaria ao povo de Israel concretizar a sua vocação – a
de ser o povo por intermédio do qual todas as nações
poderiam conhecer a Deus.

Ao mesmo tempo, os judeus se achavam sob domínio do


Império Romano, que por sua vez tinha por maiores forças
intelectuais as ideias importadas do pensamento grego –
àquela altura, repaginadas e debatidas por diferentes escolas,
como o estoicismo, o epicurismo e as várias modalidades de
ceticismo.
Filon de Alexandria.

O encontro entre a religião judaica e o pensamento grego está


exemplarmente sintetizado na vida de Fílon de Alexandria,
filósofo médio-platônico contemporâneo de Cristo.

Principais crenças do cristianismo


Trindade
Sem dúvida, a doutrina nuclear do cristianismo, que o
distingue até mesmo das demais religiões monoteístas –
sendo, portanto, determinante ao investigarmos o que é
cristianismo –, é a afirmação de que a essência de Deus é
trina.

Para o cristianismo, Deus não é uma substância autocentrada,


mas, antes, uma Família, uma eterna comunhão interpessoal.

Assim, ao mesmo tempo que é um ente uno (pois de outro


modo se trataria de politeísmo), Deus subsiste em três
diferentes Pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

Nos termos da metáfora tornada clássica por Santo Agostinho


e por Ricardo de São Vitor: o Pai ama eternamente o Filho, o
Filho é eternamente amado pelo Pai e o Espírito Santo é o
amor com que as duas outras Pessoas estão eternamente
seladas.

Vida de Jesus: nascimento virginal,


ressurreição corporal
Se na base do cristianismo está a fé trinitária, em seu centro –
como no
centro da Trindade – está a Pessoa de Cristo, o Filho de Deus.

Não é à toa que o título “Cristo” determina o nome desta


religião. A maneira mais concreta de sintetizar o que é
cristianismo é defini-lo como a confiança em que Jesus de
Nazaré, reconhecido por seus seguidores como o Cristo (o
Messias, o Ungido), seja o próprio Deus encarnado
homem.

Principais símbolos do cristianismo


Podemos falar sobre símbolos em dois sentidos. O
primeiro, mais óbvio, é o sentido visual: imagens que
sinalizam um significado pretendido. O segundo sentido é
conceitual: em nosso caso, trata-se de textos, ou práticas,
que sintetizam o que é cristianismo.

Os símbolos visuais mais conhecidos da fé cristã são a cruz e


o ΙΧΘΥΣ (ICHTHYS, que em grego significa “peixe”). Os
símbolos conceituais – ou, mais exatamente, litúrgicos –
também podem ser resumidos em dois: a oração do Pai-nosso
e o Credo Apostólico.

Cruz
Encontrada tanto sobre a cúpula dos templos como sobre o
peito de muitos fiéis, a cruz é o símbolo mais concreto da
religião cristã. Afinal, ela remete a um fato objetivo, que foi
tornado o acontecimento central dessa fé.

Peixe (ΙΧΘΥΣ)
O símbolo do peixe também é um dos principais símbolos do
cristianismo. [Foto: Internet]O símbolo do peixe foi utilizado
pelos primeiros cristãos como um código de reconhecimento
mútuo.

Pai-nosso
A Oração do Senhor está registrada em Lucas 11,2-4 e, numa
versão levemente estendida, em Mateus 6,9-13.

Diz o Evangelho de São Mateus:

"Pai nosso que estás nos céus,

santificado seja o teu Nome,

venha o teu Reino,

seja feita a tua Vontade,

na terra, como no céu.

O pão nosso de cada dia

dá-nos hoje.
E perdoa-nos as nossas dívidas
como também nós perdoamos aos nossos devedores.

E não nos exponhas à tentação

mas livra-nos do Maligno."

Credo Apostólico
Uma das mais antigas profissões de fé da tradição cristã, o
Credo Apostólico foi por muito tempo atribuído aos doze
discípulos de Jesus.
Conclusão
O que fica claro, depois deste passeio pela história, pelas
crenças e pelas facetas principais da religião cristã, é que, ao
mesmo tempo, todos sabemos e todos precisamos saber
ainda mais o que é cristianismo.

Nós o conhecemos porque o mundo em que vivemos foi


construído baseado em seus valores. Mas justamente o
desconhecemos porque as instituições e os hábitos culturais,
com o passar dos séculos, perdem, a nossos olhos, a
vivacidade da fé religiosa.

Judaísmo
Judaísmo é uma das três principais religiões monoteístas do
mundo. A crença considerada como religião, filosofia e modo
de vida é a mais antiga tradição religiosa do mundo que prega
a existência de um único deus. Apesar de ser a religião
do monoteísmo mais antiga, é a que possui o menor número
de adeptos. Atualmente, possui 14,2 milhões de judeus pelo
mundo, segundo o informe anual do Instituto de Política do
Povo Judeu.
Origens do Judaísmo

Fundada por Abraão por volta do ano 2000 a.C., o judaísmo é


a religião monoteísta mais antiga do mundo. De acordo com
a tradição judaica, a prática religiosa teve origem quando
Abraão foi ordenado por Deus para liderar o seu povo e
procurar a terra prometida. Eles foram levados para Canaã,
atual território da Palestina, e lá permaneceram até quando o
local foi assolado pela fome. Com isso eles migraram para o
Egito, onde os judeus foram escravizados por muito anos até
que, no século XII a.C., o profeta Moisés os levaram de volta à
terra prometida.

Crenças

Os judeus cultuam um único deus chamado Javé ou Jeová.


Para o judaísmo, Deus é um ser onipresente, onipotente e
onisciente, que criou e influencia todo o universo, e se
comunica com o seu povo através de profetas. O símbolo
sagrado do judaísmo é o Menorá, candelabro com sete
braços. Seu livro sagrado é a Torá e se baseia em três pilares
de fé que são representadas por palavras hebraicas:

Teshuvá – significa arrependimento e retorno às origens


quando se comete algum erro;
Tefilá – significa prece e ligação com Deus;

Tsedacá – significa caridade no sentido de justiça.


As crenças do judaísmo se diferenciam quanto às formas de
ler e interpretar as leis judaicas. As tradições religiosas dentro
das ramificações judaicas são: Judaísmo Ortodoxo, Judaísmo
Conservador, Judaísmo Reformista, Judaísmo
Reconstrucionista e Judaísmo Humanista. 

Rituais judaicos

Seus cultos e rituais são realizados em sinagogas por


sacerdotes chamados rabinos. Os templos judaicos possuem
uma arca na qual são guardados os pergaminhos sagrados da
Torá. Segundo a tradição religiosa, a arca representa a ligação
entre Deus e os judeus. 

A tradição judaica segue alguns rituais sagrados, dentre eles:

Brit Milá: circuncisão de todo menino judeu aos oito dias de


vida. De acordo com a fé judaica, o ritual segue os preceitos
ordenados pela Torá;

Bar Mitzvah: primeira leitura da Torá feita pelos meninos judeus


aos 13 anos. Esse ritual representa a iniciação na vida adulta
para os meninos;

Bat Mitzvah: primeira leitura da Torá feita pelas meninas judias,


realizada aos 12 anos, significa a marcação da maturidade
religiosa das meninas dentro do judaísmo. 
Islamismo
O islamismo é atualmente a segunda maior religião do mundo.
Seu surgimento remonta ao século VII e deu-se por meio das
pregações realizadas por Muhammad, seu profeta.

O islamismo é uma religião surgida na Península Arábica, no


começo do século VII, por meio de Muhammad (conhecido em
português como Maomé). Essa crença religiosa atualmente é a
segunda maior do mundo, possuindo cerca de 1,8 bilhão de
fiéis, a maioria deles localizada no continente asiático e
africano.
Como foi o surgimento do islamismo
O islamismo surgiu no começo do século VIII por meio da
obra de Muhammad, o grande profeta dessa religião.
Muhammad nasceu em 570 d.C., em Meca, e perdeu seus pais
ainda na infância, tendo sido criado pelo seu tio, Abu Taleb.
Tornou-se comerciante, realizou inúmeras viagens ao longo de
sua vida e, aos 25 anos, casou-se com uma viúva rica
chamada Khadija.

O pouco que sabemos sobre Muhammad conta que ele era um


homem que se isolava com certa frequência para orar e
meditar. Em 610 d.C., durante um desses retiros, Muhammad
foi para uma caverna, localizada no monte Hira, quando
o anjo Gabriel revelou-se chamando-o de rasul Allah (enviado
de Deus).

Durante esse acontecimento, o anjo pediu para que o profeta


recitasse um texto, e então Muhammad recitou:

Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso.

Lê, em nome do teu Senhor que criou;


Criou o homem de algo que se agarra.

Lê, que o teu Senhor é Generosíssimo,


Que ensinou através do cálamo,

Ensinou ao homem o que este não sabia.

Princípios do islamismo

A lua crescente e estrela é um dos símbolos do islamismo.

O islamismo é uma religião monoteísta que advoga a crença


unicamente em Allah. Os muçulmanos acreditam
na onipotência e onisciência desse Deus, além de crerem
que ele é o criador do Universo. Esses fiéis referem-se
constantemente a Allah como “o Clemente, o Misericordioso”.
Essa menção é encontrada em quase todo Alcorão e consta no
trecho do livro sagrado dos muçulmanos que foi transcrito
anteriormente neste texto.
Os muçulmanos acreditam nos profetas enviados por Allah
para trazerem sua mensagem, sendo Muhammad o último e
mais importante deles. Alguns dos profetas em que esses
acreditam são: Adão, Noé, Abraão, Moisés, Jesus e o
próprio Muhammad.
Os muçulmanos acreditam no conceito de danação eterna e
professam que aqueles que não se converteram à mensagem
de Allah serão condenados ao fogo eterno. O julgamento de
todos será conduzido pelo próprio Deus durante o juízo final.
Lá, as ações em vida definirão o destino de cada um.

Esses fiéis acreditam que livros como a Torá, os Salmos e


a Suna (acatada somente pelos muçulmanos sunitas) são
sagrados e acreditam na existência de anjos — a revelação
para Muhammad foi realizada pelo próprio anjo Gabriel. Entre
os livros sagrados, o Alcorão é o mais importante deles, tendo
sido escrito entre 610 d.C. e 632 d.C.

Os muçulmanos acreditam que três cidades são


sagradas: Medina, Meca e Jerusalém. Meca possui a Caaba,
uma construção sagrada — a mais importante do islamismo.
Medina é o local onde há uma mesquita que guarda o túmulo
de Muhammad, e Jerusalém é o local onde o profeta foi
transportado por um ser mítico, que, depois, levou-o ao sétimo
céu para encontrar o próprio Allah.

Cinco pilares do islamismo

A mesquita localizada em Medina é um dos locais mais


sagrados da fé islâmica. [1]

O islamismo é uma religião que possui cinco pilares que todo


muçulmano deve seguir no exercício de sua fé. Estes são os
pilares:
Ÿ Recitar o credo “não existe nenhum deus além de Allah, e
Muhammad é seu profeta”.
Ÿ Orar cinco vezes ao dia na direção de Meca.

Ÿ Observar o jejum durante o mês sagrado chamado Ramadã.

Ÿ Realizar o zakat, a doação de 2,5% de seus lucros para os


mais pobres.

Ÿ Visitar Meca uma vez na vida, desde que se tenha condições


para isso.

Grupos do islamismo
O islamismo, como muitas religiões,
possui diferentes vertentes, as quais interpretam os textos
sagrados e os preceitos da religião de formas diferentes. Entre
os diferentes grupos, os mais conhecidos são os sunitas e
os xiitas, que correspondem quase à totalidade dos
muçulmanos atualmente. A origem desses grupos remonta ao
período de surgimento do islamismo, o século VII.

A divisão veio a acontecer após o falecimento de Muhammad,


em 632 d.C. Os sunitas ajudaram a eleger Abu Bakr, amigo
do profeta e um dos primeiros seguidores do islamismo. Abu
Bakr tornou-se um califa e ajudou a expandir essa religião para
fora da Península Arábica. Os xiitas foram contrários à eleição
de Abu Bakr, preferindo que o sucessor fosse Ali Bin-Abu
Talib, primo do profeta.

Atualmente, os sunitas correspondem por cerca de 90% dos


muçulmanos e são conhecidos por possuir uma interpretação
mais flexível do Alcorão e de outros textos sagrados.
Os xiitas, por sua vez, correspondem a cerca de 10% dos
muçulmanos e defendem uma interpretação literal dos textos
sagrados e uma aplicação mais rígida da Sharia (lei
islâmica).
Islamismo no Brasil
O islamismo é uma das religiões de pouca difusão na América
Latina, e isso inclui o Brasil. Segundo o censo realizado pelo
IBGE, em 2010, existem atualmente cerca de 35 mil
muçulmanos no país, um número bastante pequeno em
relação à população brasileira, que supera 200 milhões de
habitantes. Uma das cidades brasileiras com maior presença
de muçulmanos é São Paulo.

Números de adeptos

CRISTIANISMO

 
2,2 bilhões ou 32% da população mundial
De 232 países pesquisados, 68% são de maioria cristã e 87%
dos cristãos vivem neles.
Seus principais segmentos são: católicos (50%), protestantes
(37%) e ortodoxos (12%).
Média de idade: 35 anos

          JUDAÍSMO

 
14 milhões ou 0,2% da população mundial

Vivem mais judeus nos Estados Unidos (5,7 milhões) do que


em Israel
Os judeus são maioria apenas em Israel (76%)
Média de idade: 42 anos
  ISLAMISMO

 
1,6 bilhão ou 23% da população mundial
São maioria em 21% dos 232 países pesquisados. Cerca de
82% deles vivem no norte da África, Oriente Médio e sul da
Ásia.
Seus maiores grupos são os sunitas (87%) e xiitas (13%).
Média de idade: 33 anos

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