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Texto: Leidi Araujo

FÊMEA MOSQUITA

(Fêmeas mosquitas reunidas diante de seus ovos contam uma história)

MOSQUITA1:
Isso aconteceu entre 1593 a 1656.

MOSQUITA2:
Não. Foi no fim do século XIX e início do século XX.

MOSQUITA3:
Foi em 1960!

ZUMBIDO:
Foi hoje! A fêmea mosquita da espécie aberrante seguia sua missão: Sobrevivência. Voava em
alta frequência. Deslocando-se pelo ar encontrou uma fêmea humana. Esta cantarolava
enquanto comia minhocas.

MOSQUITA ABERRANTE:
As fêmeas humanas também picam?
As fêmeas humanas também necessitam de sangue?
As fêmeas humanas também põem ovos?

Na TV minhocas coloridas cantarolam uma música:


“Minhoca, minhoca,
me dá uma beijoca
Não dou, não dou.
Então eu vou roubar”

MOSQUITA3:
Cidade, plástico, lixo.
Algumas peças do quebra cabeça são mais importantes que outras?
A solução é
Matar todas as mosquitas?
Matar todas as minhocas?
Matar todas as humanas?
Mosquitos modificados para criar somente machos?
Radicação da doença FÊMEA.
Fêmeas perigosas.
O futuro é doce?

MOSQUITA ABERRANTE:
A fêmea humana ingere minhocas coloridas.
Coloridas, docinhas e saborosas.
Quem são essas minhocas?
São do clube do minhoco?
Que era mesmo muito louco?
As minhocas que ingerem terra, transformam resíduos e são adubos, não são como essas.

(Zumbido de mosquito no ar)

FÊMEA HUMANA:
Isso não é um mosquito.
Não morre nunca.
Quanta balburdia!
Que espécie difícil.
Parece até que tem algo pra falar.
Deve estar querendo me picar.
Mosquita não é gente.

ANÔNIMO:
Se não aceitar ficar quietinha e for muito barulhenta, pegue a raquete elétrica.
Se não for suficiente, jogue na fogueira.

(Mosquitas enquanto observam seus ovos nascerem)

MOSQUITAS:
Baderneiras
Histéricas
Desviantes
Bebem sangue.
Piratas
Artistas
Perigosas
Perseguidas.
Bravas
Selváticas
Bruxas
Não são universais.
Evas
Pandoras
Suzanas
Judiths
Artemísias
Escutai os zumbidos.

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