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VANGUARDAS

EUROPÉIAS
Ruptura com o padrão de arte
e sociedade do século XIX
INÍCIO DE SÉCULO NA EUROPA
As transformações tecnológicas por que o
mundo passou na virada do século modificaram
as maneiras de o homem perceber a realidade.
O automóvel, o avião, o cinema deslocaram e
aceleraram o olhar do homem moderno. Em
meio a essas transformações surgem várias
manifestações artísticas – impressionismo,
Expressionismo, Futurismo, Cubismo,
Dadaísmo, Surrealismo -, que ficariam
conhecidas como “correntes de vanguarda”,
que, conjugadas, dariam origem ao
Modernismo.
FUTURISMO
Lançado por Marinetti no manifesto “Le
Futurisme”, 1909.
Surge entre o Simbolismo e a 1ª Guerra
Mundial.
Exalta a vida moderna.
Culto da máquina e da velocidade.
Destruição do passado e do academicismo
Liberdade de expressão.
Poema futurista
Ode triunfal
      Álvaro de Campos
      À dolorosa luz das grandes lâmpadas eléctricas da fábrica
      Tenho febre e escrevo.
      Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto,
      Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos.
      Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno!
      Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria!
      Em fúria fora e dentro de mim,
      Por todos os meus nervos dissecados fora,
      Por todas as papilas fora de tudo com que eu [sinto!
      Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos [modernos,
      De vos ouvir demasiadamente de perto,
      E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excesso
      De expressão de todas as minhas sensações,
      Com um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas!
EXPRESSIONISMO
Paralelo ao Futurismo e Cubismo.
Surge em 1910 pela revista “Der Sturn”.
A arte brota da vida interior; do íntimo do ser.
A obscuridade do ser é transportada para a
expressão.
As telas retratam o patético, os vícios, os
horrores, a guerra.
Protesta contra a violência e usa cores
explosivas.
Reflete a crise de consciência gerada pela
guerra.
POEMA EXPRESSIONISTA
A noite – Augusto dos Anjos
A nebulosidade ameaçadora
Tolda o éter, mancha a gleba, agride os rios
E urde amplas teias de carvões sombrios
No ar que álacre e radiante, há instantes, fora.
A água transubstancia-se. A onda estoura
Na negridão do oceano e entre os navios
Troa bárbara zoada de ais bravios,
Extraordinariamente atordoadora.

A custódia do anímico registro


A planetária escuridão se anexa...
Somente, iguais a espiões que acordam cedo,

Ficam brilhando com fulgor sinistro


Dentro da treva omnímoda e complexa
Os olhos fundos dos que estão com medo!
CUBISMO
Decomposição da realidade em figuras
geométricas.
Manifesta-se a partir de 1917, na literatura.
Seu divulgador foi Appolinaire.
Decomposição da imagem em diferentes
planos.
Desintegração da realidade gerando uma
poesia ausente de lógica.
Linguagem caótica.
Poema Cubista
Poema de Sete Faces Carlos Drummond de Andrade
     
      Quando nasci, um anjo torto
      desses que vivem na sombra
      disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.
    
As casas espiam os homens
      que correm atrás de mulheres.
      A tarde talvez fosse azul,
      não houvesse tantos desejos.
     
O bonde passa cheio de pernas:
      pernas brancas pretas amarelas.
      Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
DADAÍSMO
Surge em 1916, em Zurique.
Promove um certo terrorismo cultural.
Contraria todos os valores vigentes até
então.
Valoriza o niilismo (descrença absoluta)
Mundo ilógico.
Cultua a realidade mágica da infância.
Seu principal divulgador foi Tristan Tzara.
Poema dadaísta
Pegue um jornal.
      Pegue a tesoura.
      Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar a seu
poema.
      Recorte o artigo.
      Recorte em seguida com atenção algumas palavras que formam esse
artigo e meta-as num saco.
      Agite suavemente.
      Tire em seguida cada pedaço um após o outro.
      Copie conscienciosamente na ordem em que elas são tiradas do saco.
      O poema se parecerá com você.
      E ei-lo um escritor infinitamente original e de uma sensibilidade
graciosa, ainda que incompreendido do público.

Tristan Tzara
SURREALISMO
Surge em 1924 com o Manifesto
Surrealista de André Breton.
Propõe que o homem se liberte da
razão, da crítica, da lógica.
Adere a filosofia de Sigmund
Freud.
Expressa o interior humano
investigando o inconsciente.
Poema Surrealista
As realidades No trono havia uma vez
      Era uma vez uma realidade       um velho rei que se aborrecia
      com suas ovelhas de lã real       e pela noite perdia o seu manto
      a filha do rei passou por ali       e por rainha puseram-lhe ao lado
      E as ovelhas baliam que linda que       a re a re a realidade.
está       CAUDA: dade dade a reali
      a re a re a realidade.       dade dade a realidade
      Na noite era uma vez       A real a real
      uma realidade que sofria de       idade idade dá a reali
insônia
      ali
      Então chegava a madrinha fada
      a re a realidade
      e realmente levava-a pela mão       era uma vez a REALIDADE.
      a re a re a realidade.       (Louis Aragon)
         

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