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HOMEM GATO

ESTA RESI;'\.'H.›\ DEVERM SliR SOBRE L'M (.'A'l'(). o gulo muis alracnlc
e mais iluslrc da híslóría da h'tcrulLIra. Bóbcrt era um tigrado dc
,\lontparnassc. nascído pmvavclmcntc cm l935. Encontrou scu sc~
gundo dono no final dc l942. na París ocupadzL "A própria magiLL
Iato pelo Comprímenw dc (›nda", Como dissc scu dr›n(›, Bébcrt iu
ñcarpara trás quando 0 dono c sua csposa Lucettc cscapamm puru
aAIemanhu nu tcrrívcl primawcra dc l94+ Bóbcrl não accilou a
separação. Foi lcvado no saco dc viagcm. Pussaram por imcnsus
Crateras abcrtas pelus bombas. por línhas de trcm dC.S'tl'()çleLlS c por
cidades ardcndo como tochus cnsandccidus. Sob os b()n1|)ardcios.
quasc morrendo de fomcx Bóbcrt sc perdcu e dcpois rccnconlrou
5cu amo c a madanw. O trio cruzou C rccruzou 0 Rcich dcsmonr
nandu Num úhimo cstirão dcscspcrad(›, Chcgaram a Copcnhaguu
Quando u polícia dinanquucsu vcio prcndcr os vi.s'ítnntcs 1'ndcsc-
.1udu›. Bébcrt escapou por um telhad0. r\panlmd(›. 0 lendário bi-
thdno Íicou preso numu jaula de anímuis emravíados numa Clínica
wlcnnária. Quando 0 dono suíu da prisão e estaw se rccupcrumlo,

TmuLs NU I wLI uo 245


tíveram de operar Bébert por Causa de um tumorcancerígenoju
o bíchano de 1\*Iontmartre deu a volta por Címa. Enfrentououm
ma e Iogo se rccupcrou, com a scrcnidadc mais Ienta emaissáb kl

dos gatos ídosos, HCL sílencioso, enigmátíca"Anístiado,Opatrondt


Bébert se pôs de volta para Casa no Hnal de junho de l951.Quanç
gatos menores - Thomíne, Poupíncg Mouchette e Flúle-ac0m.
panharam a víagcm Parecendo uma esñnge pela idade. Bébmo
Compartílhador de segredos, morreu num subúrbio de París noñnal
de l952. "Depoís de muítas avcnturas, prisões, acampamentos,c1'n~
zas, por toda a Europa [. . .] eIe morreu ágíl e gracíoso, impecawl-
mente; naquela mesma manhã tinha pulado pelajanela. s\.'0's.
que nascemos velhos, parecemos ridículos em comparaça'0."'Ass¡'m
escreveu seu dono entrístecído, Lou1's-Fcrdínand Destouches. mé~
dico, defensor da hígicne socíal entre os despossuídos. andarilho
pela Áfríca e pclos EUA, um Cxcêntríco maIuc0.
sobrc Bébert quc quero escrcver - Bóbcrt, osupren1050-
brevivente c a mcamação da astúcia Tmncesax Mas 0 que tcnho
díanle dc mím é uma alcnlada biograHa dc seu dono dcsdítoso-
aqucle médíco Iouco que, usando 0 sobrcnome CéHne (dc sua avóL
cscrcveu algumas das maíorcs peças dc Iitcratura C mmzmces verí-
dicos não só do século XX, mas de toda a hismria da Iítemtura 0cí-
dcnlal. Hnlar dc Bébcrt scría uma alcgria. Dc Céh'ne, não.
(Íe'linc: A Iãiograph13 dc Frédéríc Vit(›ux, numa tmdução Ca-
nhcstru dc Jcssc Bmwncr ();mtgon, I992), discorrc dclulhada-
mcnlc snb_rc a híslóríu du línníhu Dcswuchcs e a misére dos pdis

l 5 f ' .›ucrra MundluL Narm a plctora utordoan-


lc dos mãhroghos SC.\'Llil'lS, dos cusos umomsus, dns casunwnlos t'*
das dcpnmcntcs pcrcgrmnfçíõcs dc lnuisJk>rchnan<l pclos bordóis
dc Purls, dc Londrcs c da Afríca cnloníaL (D,¡ Dcslouchcs parcce

246 ( Icurgu Muiuur


tersídn um rmcur wmpulsim. lhscimd(› mais pclas CXPCFÍÔHCÍLIS
musis dc suas Jmamcs com oulms do quc por suus pnípriusJ Vi-
inméilmnsdxcl ms inlbrmaçõcs sobrc as brigas constamcs dc scu
hc-n-'“i com os cdi[orcs. com oulms Cscritorcs C com a \'idu mundam
dc Pan'.<. Embom sc bascic leCÍçleCHÍC cm Crônims anteriorcs,
\'uou\ dprcscma um apanhado pcnctramc dos anos da ocupução
ai^c.'-¡..ñí c das rcaçücs sardônicas c friamcntc históriws dc Có11'nc.
1gua1.'1.zcntc penetmntcs são as descrições do lllgitim pcrscguido,
dalum Contm a extlvadlçâo du Dinamum do retorno llmta5magóri-
mao país natdL 0 biógmfo explora a aura de sant1'cL'1dC quc ccrca
os feitos do "módic<› dos COI'[1'L;()S"_ do patologistn lutando contru
asujcira. a injustiçu sociul c a ignorância dos dcspossuídos. C cm
cm mcdida essa auru ó jLlSIÍÍiCLlLLL I7ródóric Vítoux defendc scu
drgunwnto com simpatia c sercm'dadc.
'\.=1us os enigmas principais Continuam sem soluçã0. (Sombras
do esquiw Bóbcrt.') O estilo alucinatório Com que Céline 11'teral-
mcmc irrumpcu na linguugcm c na literaturzL quando lançou Viagem
aujím a'u noilc cm outubm dc l932. junto Com seu ódio aos judcus
pwdzumdo pclu primciru \*cz cm 1937, tcm sido semprc alribuído
a um Íerimcnlo que sofrcu cm 27 dc Outubro de 19l4, quando
estam numa heroica missão de cavalaria em Flandres. O próprio
Célinc c seus dcfenwrcs apontam essa lesâo Como Causa das enxa-
quecus, dos ciclos maníaCo-deprcssivos c das fúrias dcscontroladas
quc. mais tardc, vierum a marcar a percgrinação pública c privada
dadn Dcslouchcs, bem cumo a voz e a idcologia de seus escritos.
O bcío c0ur.›¡ccím. sabre ao vento, tinha sofrido um ferimcnto qun-
sHaml e assim perdcu o juí/.'o, lormndo-sc maldoso e gcniaL Mus
mesnw 0 cuidudow ínventzirio dc Viloux não clucida os falosz Sim,
n sargrnto Dcslouchcs fui alingido no braço e no 0mbm. mas scu
(d'l)§14“7) cscrcwu ao pui dc LUUÍSt "O Ícrimcnto não parcce sório".

'l lumzs NO Lsruuo 247


Por outro lado, a Citação que acompanhou a Médaille .\Iilitaire que
lhe foi Concedída dizía que fora °°gravemente ferid0", e Célíne não
retornou ao Campo de batalha. Terá batido a Cabeça quando caiu
da sela? Terá sofrido algum Choque psíquico que 0 empurrou para
um abismo de horror sem volta? Durante a Convalescença atrásdas
linhas e durante os días que se seguíram em Londres e Camarões.
0 veterano Condecorado falou que sofria de ínsônía, ressoavam nos
ouvidos barulhos medonhos, “assobios... tambores... descargasde
\Iap0r”. que enlouquecíam sua CODSCÍênCÍa. Nascia a estratégía da
dor apocalíptica, do sofrimento e do furor paran01'cos. A fonte fatual
Continua no escuro °°ñm da noite".
E tampouco, apesar de seus elaborados diagnóstícos. 0 livro
de Vítoux Consegue lançar uma luz decisiva sobre a orígem e 0 Cres-
Cimento do antissemítismo mortífero do dr. Destouches. A aversão
aos judeus grassava na França entre as classes médias e médias
baixas do ñnal do século XIX e Começo do século XX. O Caso Dreyfus
trouxe à tona ódios latentes. Em seus anos de obscuridade, sobre~
tudo na clínica de Clíchy, Céline tinha comentado com rancoro
aparente sucesso proñssional e socíal do que considerava ser uma
maçonaria de médicos e literatos judeus. Seu paciñsmo anárqui-
CO - a Convicção de que a França não sobreviveria a outra onda
de massacres -- 0 levou a crer que o judaísmo europeu era a prin-
Cipal ameaçaz 0 judaísmo, com seu imcrnacionalismo e a oposição
a Hitler, seria capaz por si só de mergulhar 0 contincnte curopeu
num segundo Armagedã0. "A guerra, para nós tal Como summ sig-
niñca 0 ñm do espctáculo, a guinada Hnal para 0 ossuáriojudcun
Como muítos outros de sua geração, 0 cpidcmiologista da saúde
pública Destouches havia absowido xárias teorias corrcntcs wbreâ
Contaminação racial e a eugenia. O judeu era lmmríanwnton l›.¡ci10
quc, Com sua ubiquidade C resistência, infectava pclu nIiscigen~1ÇJ0

248 errge Steincr


osanguc dc linhagwns muis nobres dcbilitadas pcla gucrra. E 0 quc
dizerdo cxidcmc papcl dos judeus no stcimento e pmpagação do
bolchcxísmm 0 cspcctro \'crmelh0 no LesteÊ
No entanm. mesmo misturando esse Caldo de potentc fer~
men13çã0, muitas Coisas continuam enigmáticas na Convocatória ao
massacrc que ressoa por Bagatelles pour urz Massacre [Trivialidades
para um massacre_.1 e LÉcole des Cadarres [Escola de Cadáveres].
Conclamando a civilização ocidental a eliminar todos os judeus -
homens. mulheres e Crianças - e erradicar até a sombra deles da
humanidadc Louis-Ferdinand Céline exibia nesses grossos trata-
dos um virtuosismo do ódi0, da instigação, que felizmente encontra
poucos similares na literatura e na retórica polít1'ca. quase imp()s-
sích física e mentalmentc, ler todas aquelas Centenas de páginas.
Apcsar de tudo, quando nos obrigamos a folhear aqui e ali, lendo
uma ou outra passagem, as Centelhas de gênio estilístic0, de incan-
dcscência verbal nos atingem Como um brusco frêmito de luz Cru-
Lando 0 fulgor de uma Cloaca. (Coleridge notou 0 esplendor fugidio
da luz das estrelas em seu urinol cheio até a borda.) Esses escritos
não são uma aberração passageira de um insano Com lesões físicas
e cerebraís, Castigado por enxaquecas torturantes e Zumbidos nos
0un'dos. A força doentia e nauseante dos textos é a mesma - pelo
mcnos momentaneamente - de Viagem aojím da noite e das 0bras-
-primus que ainda viriam.
Talvcz valha a pcna Ievantar duas hipóteses. Como em Jona-
Ihan SwifL 0 nascedouro da imaginação, da eloquência desenfreada
em Célínc é 0 ódio. Normalmente, e em relação à forma estética,
0 ódiu é de fôlego Curt0; não preenche grandes espaços. Mas em
alguns mestrcs - JuvcnaL Swift, Célíne - uma misantropia en-
C'amiçada, uma náusca diante do mundo gera quadros completos,
em plcna escala. A repugnância monocórdia se torna sinf0^níca.
l

TIGRES NO ESPELHO 249


Como obscrvou Sartrc~, atcnto cstudioso dc Céh'ne, há nojudeu
urbano algo quc Conccntra num diapasão único toda a humanidade
cnflwmiça do homcm. O judeu não só é human0, mas é um pouco
mais humano do que a maioria. A essa luz turva, 0 ódio aosjudeus
é a destílação natural de um desprezo generalizado pela espécie
humana. Procurando um alvo visível para seu ódio à fealdade,àcor-
rupçã0, à ganância, à Va1'dade, à miopía dos homcns, Destouchesse
voltou Contra 0 judeu. Ponha~se l'h0mme nas frases dementes que
se referem a le youpm (pej0rativ0 para judeu), e teremos passagens
de grandiosidade bíblica éditos decretando a Condenação da So-
doma e da Gomorra em que transformamos nosso mundo.
A segunda hipótese é um pouco mais difícil de pôr em foca
A maneíra pessoal e a obra literária de Céline estão mergulhadas
numa negra gargalhada de proporções rabelaisianas. Hánessah1'-
laridade ciclópica a notória alegría que sente 0 estudante de me-
dicina díante de seu primeiro cadáver. Existe um precedente na
montagem enigmática, quase histérica, dos enredos trágicos (queo
público acaba de vivencíar) nas peças satíricas gregas. Dante solta
alguns gracejos mordazes no Infern0. Franz Kafka, depois de ler
Metamofrose para um grupo de amigos íntimos, que Hcaram11m-
dos e estarrecídos, se dobrava de rir 1'ncontrolavelmente. Em algum
nível bízarr0, é possível compreender as efusões antissemitas dc
Célíne como paródias, como uma espécíe de piada cnsundmdax
Uma palhaçada surrealista, um Carnaval mexicano com ulvciltls
não estão muito longe d1'sso. Guignolã Band é um título típicode
Céline; “massacre” Combina Com "bagatelle (palavra que Cólmc
||

usou originalmente no sentido das tropclias de um bulão ou um


Charlatão). Como convickmlo numa resplandccente rcunião de St“'
nhores e colaboradores nazistas, 0 desgrenlwdo Céline Íe z umJ
imitação de Hitler; no Clímax, um Führer bombástíco gurantlal aos

250 Gcorge Steiner


iudcus quc os cslaxa rcunindn cm cumpos só para Íllcilitar 0 acordo
scçrcm quc qucria llvcr com clcsx pum parlillmrem a hcgcmonia
n.*.':~.n*di_al. ij sunnL taluv muis pcrtu do ccrnc Íyurioso da dança da
nnmc dc Cólinc cstcja uma panlomima dcsvairadm a travessura
cm¡]cmonínhuh dc um pcqucno \u^ndall(). Não ó uma justiñcativa
\_"3x'crd.1dc. podc píorar as coiwsx
A fugd e 0 exílio de Célinc geraram outros dois Clássicos. De
mrelo em castelo narra 0 ocaso grotesco do regime de Vichy em
SíUmaringen uma Cidade dc opercta reservada pelos alemães em
relirada para seus hóspedes indesejados. As famosas técnicas tele-
gráñcas e cinematográñws que Hzeram da Viagem um eixo da ñcção
c da prosa modema estão aqui vigorosamente Condensadas. Como
apenas as grandes obras de arte são Capazes de fazer, De Castelo em
Castcl(.› alcança uma suprema concisão dentro de uma Construção
ampla e dc ñnal em aberto. (Observem-se a economia, a elisão e a
amplíludc do título em francês, ferindo a gramática, Dím Château
lkmtrm A descrição da corte em miniatura de Pétain no Castelo de
Signmringcn entre novembro de 1944 e março de 1945, é incom~
parávcl cm sua gargalhada vazia. Ao acompanharmos a cena em que
um combatcme solitário da RAF, zanzando por um terreno mais ele-
vad0, amcaça dispersar 0 trêmulo séquito do marechal durante uma
Cerimoniosa caminhada matínal _ 0 próprio Pétain, claro, manteve
0 passo. muito empertigad0, inabaláveL Com uma majestosidade
simplcsnwnte idiota -, temos a impressão persistente de um regis-
tro shakcspcariano em Céline.
Aqui, como nas peças históricas de Shakespeare, a pompa e
oexcruncnto ao lado, a magniñcência das atitucles sobcranas e as
nccessidades do ba1x'o ventre, o monumental c o íntimo interagem
em wntraponta Aqui também, lal como nos mcstres quinhentistas
-*'.\-1'omaígnc, Rabelais, Slwkespeare), opcra uma peculiar sensuali-

TlGHhS NO liSPELllO 251


nas duus dircçõcs. ij con1paraçã0, 0 fascismo virulcnto de Ezra
P()und, 0 anlisscmitismo pmfyundamcntc cntranhado de T. S. Eliol
c a conclamaçào dc WÍ l l. Audcn ao “assassinato neccssári0" (desta
vcz a serviço da esqucrda) são pouca C0isa. o puro peso das vi-
luperações racistas de Célinc, a Convocatóría efetíva ao massacre_
a ausência de qualqucr pesar quc não seja dúbío ou sardôníc0, en-
trclccidos Com um talento cstrutural para a revelação psícológicae
a narrativa dramática, que impõem a questã0. Costaría que Vitoux
tivcsse enfrcntado esses problemas.
Por sorte, as selvagerias brutaís vêm depois da Viagem e não
desñguram, a não ser de mancira quase farsesca, talvcz delibera-
damente cnsandccida, 0 melhor de De Castelo em castelo e Norta
São cssas críações que asscguraram a inclusão de direito de Célíne
na cdição da Pléíade, ápíce do Pamaso francês, na época em que
elc m(›rrcu. \J/Icsmo assím, não há Como fugir ao lixo descomunal
dos anos íntcrmcdiários ou ao uníssono do ódi0, do desprezo pelas
mulhcrcs e pclos judeus, quc Constítui a espinha dorsal da obra de
Céline Em scu caso, pelo menos, entendemos as relaçõcs Cau-
sais, muito dirctas, entrc o homem e suas rcalizaçõcs. O dilema
posto por seu admirador, contemporâneo e Colega colaboracionis-
ta Lucicn Rebatct é aínda maís espinhoso. Tanto Víchy quanto os
alcmãcs consídcravam Célíne um estorvo - não tinham 0 que
fazer com suas pílhérias dílaccrantes. Rebatet era um vcrdadeiro
assassino, um caçador de judeus, dc gaullistas e de Combalcntcs
da Rcsislchcia linquanto agumdava a cxccução (_dcpois lbi anisliw
do), Rcbatet concluíu Les Deux EYendards [Os dois padrõesJ (aindd'
inédito cm ínglês [c~ cm português]). Esse extenso romancc é uma
das 0bms=prin1as csquccidas dc nossa época. Além díssn. é um Iivro
de pmfunda humanidade, trunsborchntc de música (Rcbatcl. pOr
algum tcmpo, foi 0 principal crítíco musícul da l"'rançu). dc aunon

2 54 (›'corgc Stciuer
de Putqwçãn do _s*oi\1'imcnl(›. ;\ moçu quc dá o cíxo dil nzwrativa é
m0_1d\__~d_¡ pclas prcssócs do umadurccimcnto irmdiando Cm várias
dircçôcx lal como \.'alashu dc chrm c pu:. O quc podc nos dar al-
qunm nnçàn intcligíx cl das Iigaçõcs cntrc Rcbutct Como scr humano
gbjmc dislnrcido c as maraxillms dc sua litcraturaF Onde ñcam as
pnmcs nns nmmdros daquela alma?
'\.Úàr.› Icnhn resposta. .\leu instinto me diz que Morte a Crédito
e Pjggzrcilcs dcwriam embolorar nas prateleiras. As reedições rc-
cemcs mc parccem uma exploração imperdoávcl por razõcs Comer-
ciais ou p011'11'cas. Os grandes “r0mances verídic05" permanecem.
Sux Cdnçãü dcscnfrcada dá \'ida e traz renomção à línguagem. O
indi\'1'dun Dcslouchcs continua indcsculpável. \1"las mesmo neste
ponm Bóbcrl talwz pcdisse licença para disc<›rdar.

24 de agosto de 1992

TIGRES NO ESPELHO 255


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Tcxto fixado conformc as rcgas do novo r\'c0rd(› ()rl(›gráñc0 da Língua Portuguesa


(1)ccrcto chislativo n° ;4, dc 1995)

Editor resp(›ns.'a'vc1: /\ndressa \'c'roncsí


Assistente editorial: Julianu dc Araujo Rodrígucs
Prepumçãos Cccília Ramos
Revisão: Cacílda Cucrra
Índice remissivm Luciuno \1larchi0rí
Capm Eslúdio Bogari

I"' cdição. Editora Globo, 2012

DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)

((ÍÂMARA BRASILEIRA DO LIVRO, SP, BRASIÚ

Slcincn Gcorgc
'l'igrcs n(› cspclhoz c (›ulros lcxlos da rcvísm
Thc New \¡›rkcr / Gcorgc Slcincr ; lradução Dcnisc
Bollmann -- São Pau|o: Clobo, 2011.

'l'í1ulu originaL Al lhe 1\'cw\o'rker.


ISBN 978-8;-250-5185-|

LArlígus jornalíslicos 2. Jornu|1'.sn10 3. The


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