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ALUNO (A)______________________________
PROFESSORA: DENISE GONÇALVES 9º ANO – TURMA ____
DISCIPLINA: LITERATURA
REVISANDO...
VANGUARDAS EUROPÉIAS
Com os avanços técnicos - cientifico do final do século XIX e começo do século XX aguçavam
ainda mais a burguesia, maior compradora e, consequentemente, principal incentivadora do
consumismo. Aliava-se a isso certa melancolia dos decadentistas do Simbolismo, decorrente da crise
provocada pela possível dependência do homem em relação a maquina. Surgiram, então, as chamadas
vanguardas européias, movimentos artísticos com uma postura inovadora, que anunciava um mundo
em transformação.
Em 1905 ocorreu, em Paris, a exposição do primeiro movimento de vanguarda do século XX, o
Fauvismo. O termo vem do francês, fauve (“fera”). Ao ver a exposição, um crítico de arte classificou
aquilo como uma arte irracional, própria de feras, daí Fauvismo. As principais vanguardas são:
EXPRESSIONISMO
O expressionismo é um estilo artístico que traduz, com intensidade, a angústia moderna. A
temática é sobrecarregada de força e desespero. Retrata a dor, a loucura, o desejo sexual, o medo, a
solidão. Vários críticos definem o Expressionismo como a “arte dos sanatórios”. Seu maior
representante é o noruegues Edvard Münch.
CUBISMO
O cubismo foi, certamente, um dos mais revolucionários movimentos da arte no século XX.
Trata-se da quebra, do corte do objeto em faces geométricas em que se sobrepõem planos,
redimensionando a realidade em cubos, trapézios, cones, hexágonos, etc. Seu maior representante é o
espanhol Pablo Picasso.
FUTURISMO
Em 1909, o italiano Fillippo Tommaso Marinetti lançou o Manifesto Futurista, que propunha
uma ampla renovação no conceito artístico e cujas características principais baseavam-se na coragem e
na audácia do povo, tendo a liberdade e o recomeço de uma nova era como objetivos fundamentais.
O Futurismo foi um movimento incendiário contra os velhos padrões artísticos. Incitava a
renovação dos modelos, propunha a derrubada do decadentismo e dava à arte um poder libertário.
Estabelecia um contato direto com a fala do povo, desprovida das formas e dos padrões limitadores.
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Fragmento do Manifesto Futurista.
DADAÍSMO
O romeno Tristan Tzara, em 1926, lidera em Zurique um grupo de artistas que converge para
um estranho estilo artístico sem sentido: o Dadá.
O dadaísmo é provocador, anárquico, absurdo, nonsense (ausência da lógica) e perturbador, e
sua finalidade é protestar contra os horroes da guerra e acordar a imaginação do mundo. Seus
maiores representantes foram: Tristan Tzara, Marcel Duchamp e Jean Arp.
Exemplo:
Pegue um jornal.
Pegue uma tesoura. Escolha neste jornal um artigo que tenha o comprimento que você queira dar
ao seu poema.
Corte o artigo.
Corte em seguida com cuidado cada palavra e ponha-as em um saco.
Agite delicadamente.
Pegue, depois, um recorte após o outro.
Copie as palavras rigorosamente na ordem em que saíram.
O poema se parecerá com você.
E ei-lo um escritor infinitamente original e de sensibilidade graciosa, ainda que incompreendido
pelo público.
TELES, Gilberto Mendonça. Vanguarda européia e Modernismo brasileiro.
SURREALISMO
Movimento nascido do Dadaísmo, o surrealismo buscava a arte do automatismo, ou seja, a
criação sem controle consciente, numa tentativa de atingir o imaginário inconsciente. Nada poderia ter
lógica.
André Breton, um de seus idealizadores, compunha suas obras a partir dos sonhos freudianos.
O improviso e a alucinação são pontos essenciais no movimento. Seus maiores representantes são
André Breton, René Magritte, Salvador Dalí e Joan Miró.
MODERNISMO EM PORTUGAL
O Modernismo português abarca as vanguardas européias sem abri mão do sentimento
decadentista ou simbolista. Essas ideias se firmam por meio das revistas literárias, que passaram a ter
um papel decisivo para a consolidação do Modernismo em Portugal.
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Em 1915, surge Orpheu, uma revista literária ousada para os padrões artísticos da época, cuja a
intenção essencial era a propagação da arte “nova”, vibrante. Foi o marco inicial do movimento
modernista português.
A geração Orpheu compreende toda a produção literária de 1915 a 1927. E esteve voltada
inicialmente ao questionamento dos valores burgueses, numa busca pelo anárquico, evidenciando a
poesia como manifestação artística preponderante, invocava os princípios da metafísica simbolista em
sintonia com os movimentos “modernos”. O produto dessa fusão foi uma literatura que o publico
considerava próxima da loucura, abusada e questionadora.
Os maiores representantes da geração do orfismo foram os poetas Mário de Sá Carneiro e
Fernando Pessoa.
Nos anos de 1920, a situação da política portuguesa agravou-se. A proclamação da República
não trazia mais a esperança por causa da grave crise que o pais enfrentava. O ditador António de
Oliveira Salazar reprimia e censurava o povo com a polícia política.
E é nesse contexto que, em 1927, cria-se a revista Presença, por meio da qual se dá
continuidade aos ideias da geração Orpheu.
Em 1930 surge o movimento neorrealista com a intenção de enfrentar a ditadura imposta por
Salazar. Os neorrealistas pretendiam, por meio dos textos literários, fazer com que o povo tomasse
consciência dos males da censura à qual era submetido.
Em 1940, o Surrealismo surge em Portugal por meio de uma exposição realizada em praça
pública com o propósito de chocar e questionar os valores burgueses.
A partir de 1950, novas revistas literárias compõem o cenário artístico nacional, e os
portugueses, desta vez influenciados por Proust e Kafta, dão novos contornos à produção artística.
MÁRIO DE SÁ CARNEIRO.
Mário de Sá Carneiro traduz o rompimento com a tradição literária, revelando a inquietação, a
angústia, a condição humana desfavorável, a inclinação para a poética metafísica (evidencianda pela
ausência de Deus), a insegurança, o desespero do homem. Em alguns poemas se pode observar a
influencia do decadentismo simbolista.
Exemplo: Dispersão
Perdi-me dentro de mim
Porque eu era labirinto,
E hoje, quando me sinto,
É com saudades de mim.
(O Domingo de Paris
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Lembra-me o desaparecido
Que sentia comovido
Os Domingos de Paris:
Saudosamente recordo
Uma gentil companheira
Que na minha vida inteira
Eu nunca vi... Mas recordo
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E sinto que a minha morte -
Minha dispersão total -
Existe lá longe, ao norte,
Numa grande capital.
Castelos desmantelados,
Leões alados sem juba...
FERNANDO PESSOA
Fernando Antônio Nogueira Pessoa perde o pai muito cedo e sua mãe casa-se novamente. Em
1906, Fernando Pessoa muda-se para Lisboa e matricula-se no curso superior de Letras.
No ano de 1914, ele cria os heterônimos Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos.
Com o fim da revista Orpheu, passa a escrever para a revista Contemporânea e a Athena. Torna-se
também colaborador da revista presença e de vários jornais portugueses. Em 1934, publica Mensagem,
seu único livro em língua portuguesa.
Pessoa é considerado o melhor poeta moderno português, Fernando Pessoa tinha uma
personalidade literária marcada por profunda complexidade. Ele representou um caso incomum na
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literatura por escrever não só poemas, mas criar poetas, personagens poéticas e mascaras. Às
personagens–poetas que criou chamou-se de heterônimos. Os poemas que escreveu e assinou como
Fernando Pessoa formam a poesia ortônima (próprio nome).
Exemplo:
MAR PORTUGUÊS
OS OUTROS EUS
1. ALBERTO CAEIRO
Nascido em Lisboa, ficou órfão muito cedo. Viveu com uma tia velha numa cabana no campo.
Pode ser considerado o poeta-camponês, porque valoriza a vida simples junto da natureza, numa
espécie de bucolismo livre das influências árcades.
Sua poesia é simples, direta, marcada pela repetição de termos e pela oralidade. A forma de
seus versos é livre e espontânea. Sua visão de mundo é marcada pelo realismo sensorial, ou seja, a
única verdade está no que ele sente e não no que pensa. Sua obra mais importante é O guardador de
rebanhos.
Exemplo:
Há metafísica bastante em não pensar
[em nada.
2. RICARDO REIS
Apaixonado pela cultura clássica, foi influenciado pelo Neoclassicismo. Estão presentes em
seus versos o bucolismo, o carpen diem e uma visão de mundo marcada pelo epicurismo e estoicismo.
Sua preocupação com a brevidade da vida conduz à necessidade de aproveitar o momento presente e
tornar-se indiferente aos males do mundo.
Exemplo:
PARA SER GRANDE, SÊ INTEIRO
Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
SÊ todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.
3. ÁLVARO DE CAMPOS
Engenheiro mecânico e naval é o “poeta das sensações modernas”, da euforia futurista do
século XX. Álvaro de Campos não se apega a coisa alguma, pois tem consciência de que nada é, nada
representa e não passa de uma máscara, de uma personagem construída por outrem. Ele comunica as
sensações por meio de uma linguagem forte, densa e com necessidade de expressão. Seus versos são
longos e livres, marcados pela oralidade e pela necessidade de extravasar o momento e a angústia que
atormentam o poeta.
Sua poesia PE complexa e com três distintas: a decadentista, a futurista e a do sensacionalismo
e niilismo.
Exemplo:
TABACARIA
[...]
O mundo é para quem nasce para o
[conquistar
E não para quem sonha que pode
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[conquistá-lo, ainda que tenha razão.
[...]
PRÉ MODERNISMO NO
BRASIL
Com a Programação da Republica, em 1889, várias foram às transformações pelas quais o
Brasil passou, não só politicamente, como social e culturalmente.
Os conflitos regionais (Canudos, Contestado), o fim da escravidão e a conseqüente imigração
estrangeira, o poder nas mãos da oligarquia rural, o crescimento das grandes cidades, aliados às
turbulências internacionais (Primeira Guerra Mundial, Revolução Bolchevista) imprimiram um perfil
diferente o contexto artístico que culminaria com a realização da Semana de Arte Moderna, no ano de
1922.
Nos primeiros anos do século XX havia uma miscelânea de estilos e correntes agindo sobre a
arte nacional. Os autores direcionavam a temática com a nítida preocupação com a realidade ncacional.
Suas obras,fossem elas de ficção, ensaios ou artigos de jornal, demonstravam uma tendência à
denúncia social, criticando as instituições e o descuido governamental com os graves problemas
nacionais.
Muitos autores combatiam a alienação dos escritores consagrados e lutavam pela acessibilidade
à linguagem. Havia também uma forte preocupação com a falsa estereotipação dos tipos e cenários
brasileiros criados pelo regionalismo romântico, tais como o servilismo do sertanejo, a fortaleza do
homem interiorano, sem contar a visão bucólica e agradável do sertão nordestino. A realidade deveria
ser resgatada em forma de crítica e de denuncia. Os principais autores do modernismo português são:
EUCLIDES DA CUNHA
Quando ocorreu a insurreição de Canudos, em 1897, Euclides da Cunha escreveu dois artigos,
que lhe valeram um convite do jornal O Estado de S. Paulo para presenciar o final do conflito. Foi
quando conseguiu reunir informações para, durante cinco anos, elaborar Os Sertões: campanha de
Canudos (1902), sua obra prima. Euclides morreu a tiros, no dia 15 de agosto de 1905, ao invadir a
cada do amante de sua esposa. Suas principais obras são Os Sertões (1902), Contrastes e confrontos
(1907) Peru versus Bolívia (1907).
Os Sertões são uma mistura de reportagem, ensaio cientifico, ficção e rica literatura. A obra é
dividida em três partes: A terra, O homem e A luta.
A terra: Euclides da Cunha apresenta, com riqueza de detalhes, toda a topografia do lugar. Trata-se de
um trabalho de cunho cientifico. O homem é visto como um ser estranho ao cenário hostil.
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O homem: Nessa parte, Euclides da Cunha toma características sociais e psicológicas do perfil do
homem nordestino. Faz comparações com o gaúcho, acentuando as diferenças entre o homem do sul e
o sertanejo. Apoia-se no positivismo determinista e nas teorias evolucionistas para justificar
características inerentes ao individuo e apresenta o homem (sertanejo) como um ser moldado àquelas
circunstancias (raciais, temporais e espaciais). O autor ressalta a bravura e a fortaleza do nordestino na
frase mais famosa do seu livro: “o sertanejo é, antes de tudo forte”.
A luta: Conta como Antônio Conselheiro, fanático, profeta e visionário, comandou uma legião de
pessoas, sob o pretexto da salvação. Euclides da Cunha fundamenta o conflito lembrando não se
constituir apenas em um ato messiânico, mas também em uma dura revolta contra o coronelismo
latifundiário, o servilismo, a fome, a miséria e o abandono.
O livro termina com a destruição de Canudos
Exemplo:
CANUDOS NÃO SE RENDEU.
Fechemos este livro.
Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história, resistiu até ao esgotamento
completo. Expugnado palmo a palmo, na precisão integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer,
quando caíram os seus últimos defensores, que todos morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois
homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam raivosamente 5 mil soldados.
Forremo-nos à tarefa de descrever os seus últimos momentos. Nem poderíamos fazê-lo. Esta
página, imaginamo-la sempre profundamente emocionante e trágica; mas cerramo-la vacilante e sem
brilhos.
Vimos como quem vinga uma montanha altíssima. No alto, a par de uma perspectiva maior, a
vertigem. . .
Ademais, não desafiaria a incredulidade do futuro a narrativa de pormenores em que se
amostrassem mulheres precipitando-se nas fogueiras dos próprios lares, abraçadas aos filhos
pequeninos...
E de que modo comentaríamos, com a só fragilidade da palavra humana, o fato singular de não
aparecerem mais, desde a manhã de 3, os prisioneiros válidos colhidos na véspera, e entre eles aquele
Antônio Beatinho, que se nos entregara, confiante — e a quem devemos preciosos esclarecimentos
sobre esta fase obscura da nossa História ?
Caiu o arraial a 5. No dia 6 acabaram de o destruir desmanchando-lhe as casas, 5.200,
cuidadosamente contadas.
LIMA BARRETO
Afonso Henriques de Lima Barreto fez arte panfletária, denunciadora, crítica, com acentuado
foco nos subúrbios cariocas, traduzindo as angustias e humilhações sofridas pela gente humilde e
mestiça inexplicavelmente passiva e acomodada nas questões políticas.
O trabalho mais conhecido de Lima Barreto é Triste Fim de Policarpo Quaresma. Narrado em
terceira pessoa, o livro conta a vida do major Policarpo Quaresma, funcionário público respeitado,
cumpridor dos seus deveres, xenófobo (avesso a estrangeiro), numa caricatura irônica do nacionalismo
republicano.
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Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos trás no seu trabalho a influência direta de
Schopenhauer, Darwin e Spencer. Traduz um pessimismo doentio, numa visão fatalista da humanidade.
Recebeu fortes influencias simbolistas e de outras escolas, mas seu vocabulário, suas divagações
metafísicas, associam-no ao Pré Modernismo, por não ser possível encaixá-lo em qualquer outra escola
ou tendência literária.
Exemplo:
PSICOLOGIA DE UM VENCIDO
MONTEIRO LOBATO
Nascido em 18 de abril de 1882 Taubaté (SP) e veio a falecer em 4 de julho de 1948. Depois de
escrever para adultos, criar a indústria livreira no país, fazer campanha para o saneamento e a criação
da indústria siderúrgica e petrolífera, aos 52 anos Monteiro Lobato investiu na literatura infanto-juvenil
e elaborou a saga do Sítio do Pica-Pau Amarelo.
Revolucionou o gênero, consagrando-se como um dos maiores escritores do país. Na série,
confiando na inteligência da criança e usando tudo aquilo de que ela gosta (humor, originalidade,
surpresa, diálogo e muita ação), o escritor criou um universo mágico habitado por personagens que
povoam a imaginação de muitos brasileiros. O melhor exemplo é a boneca de pano Emília, que
representa a criança livre e teimosa, mas boa companheira. São outros personagens do Sítio: Dona
Benta, Visconde de Sabugosa, Tia Nastácia, Saci e Marquês de Rabicó. Nascido em Taubaté, foi em
1895 para São Paulo, ingressando na Faculdade de Direito. Formado, foi promotor público em Areias
(Vale do Paraíba, São Paulo).
Em 1911, herdou a fazenda de São José de Boquira, para onde se mudou. Lá escreveu seu
primeiro livro de contos, Urupês (1918), um sucesso de público e crítica, enfocando costumes, tipos e
linguagens regionais. Nele criou Jeca Tatu, o protótipo de lavrador brasileiro. Depois escreveu Cidades
Mortas (1919) e Negrinha (1920) sem alcançar o brilho do primeiro. Criou a Monteiro Lobato & Cia.,
primeira editora nacional (até então os livros brasileiros eram impressos em Portugal). Com A Menina
do Narizinho Arrebitado (1921), com edição de 50 mil exemplares começou a pensar na série do Sítio
do Pica-Pau Amarelo. Mas, preocupado com literatura adulta e com o mundo dos negócios, desligou-se
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da idéia. Em 1927, partiu para os Estados Unidos na condição de adido comercial do Brasil em Nova
York. Exonerado, voltou em 1931.
Encantado com o progresso norte-americano escreveu América (1931) e convenceu-se de que a
produção de ferro e petróleo retiraria o país do subdesenvolvimento. Envolvido na questão, publicou O
Escândalo do Petróleo (1936), sendo perseguido e criticado. Em 1941, depois de enviar a Getúlio
Vargas uma violenta carta denunciando sua política petrolífera, foi condenado a seis meses de prisão,
sendo liberado após 90 dias. Amargurado e empobrecido, retornou à literatura infanto-juvenil.
Escreveu 23 livros do Sítio do Pica-Pau Amarelo, entre eles: Saci, Caçada de Pedrinho, Viagem ao
Céu, O Minotauro, Os Doze Trabalhos de Hércules, A Reforma da Natureza, A Chave do Tamanho,
Memórias da Emília.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
VANGUARDAS
1. Verifique o texto:
“Beiramarávamos em auto pelo espelho de aluguel arborizado das avenidas marinhas sem sol.
Losangos tênues de ouro bandeiranacionalizavam o verde dos montes interiores.”
Esse fragmento da obra Memórias Sentimentais de João Miramar, de Oswald de Andrade, revela
influência de uma corrente de vanguarda europeia do Modernismo. Marque-a:
a) Cubismo c) Surrealismo
b) Futurismo d) Dadaísmo
4. Os movimentos culturais do final do século XIX e das primeiras décadas do século XX dialogavam
com as mudanças que ocorriam na sociedade, com a afirmação do modo de produção capitalista e com
as novas formas de pensar e de sentir o mundo. Com o modernismo e as vanguardas artísticas, houve
mudanças importantes, pois
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a. ( ) o dadaísmo procurou radicalizar nas suas propostas, criticando os valores estabelecidos, com
destaque para a obra de artistas como Marcel Duchamp.
b. ( ) o surrealismo trouxe a exploração do inconsciente, presente na pintura do espanhol Salvador
Dali e na obra literária do francês André Breton.
c. ( ) com obras que causaram impacto, houve um rompimento frente aos modelos clássicos que
adotavam regras e limites para o artista.
d. ( ) O Cubismo foi o movimento que mais explorou o subjetivismo, demonstrando intensa
preocupação com o sofrimento humano.
a) V – V – V – V c) V – V – F – F
b) V – V – V –F d) V – F – V – F
5. A peça Fonte foi criada pelo francês Marcel Duchamp e apresentada em Nova Iorque em 1917.
“Jaqueline com mãos cruzadas” – Pablo Picasso. Disponível em: 1954 www1. folha.uol.com.br.
Acesso em: 29. Out. 2011.
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a) apresenta a quem vê a imagem os vários pontos de vista do que foi retratado.
b) deforma os traços fisionômicos da figura para demonstrar o engajamento do artista.
c) faz, indiretamente, apologia à modernidade e ao ritmo veloz do início do século XX.
d) projeta na figura da mulher o ceticismo do artista no período pós-guerra na Europa.
e) reproduz o universo interno e caótico dos sonhos e loucuras dos seres humanos.
MODERNISMO EM PORTUGAL
I. Tinha como ideal interrogar o sentido da existência humana. Seus principais representantes foram os
escritores José Régio, Miguel Torga, João Gaspar Simões, Adolfo Casais Monteiro e Branquinho da
Fonseca.
II. O Orfismo defendeu a liberdade literária e rejeitou a ideia de que a arte pudesse submeter-se a
quaisquer princípios que não os artísticos, livrando-se assim dos academicismos e do compromisso
com uma literatura socialmente engajada.
III. O Orfismo apresentou uma nova poesia em que o homem e seu espanto de existir eram a principal
temática. Houve uma ruptura com a literatura de feição simbolista e com a poesia de caráter histórico:
o futuro, e apenas ele, interessava.
IV. Dessa geração, fortemente influenciada pelo romance regionalista brasileiro de 1930, destacam-se
os escritores Alves Redol, Manuel da Fonseca, Afonso Ribeiro, Joaquim Namorado, Mário Dionísio,
Vergílio Ferreira, Fernando Namora, Mário Braga e Soeiro Pereira Gomes.
V. Entre os principais representantes do Orfismo, estão Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro,
Almada Negreiros, Raul Leal, Luís de Montalvor e o brasileiro Ronald de Carvalho.
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a) III e V. d) I, IV e V.
b) I, II e IV. e) I e IV.
c) II e V.
11. Fernando Pessoa foi o escritor de maior destaque na primeira fase do modernismo em Portugal.
Sobre sua obra, destacam-se as seguintes características, exceto:
a) Sua poesia apresenta reflexões sobre identidade, noções de verdade e existencialismo. Escreveu
poemas em inglês, língua na qual foi alfabetizado, poesias líricas e poesias históricas com caráter
nacionalista.
b) O fenômeno da heteronímia é a principal característica de sua obra poética. Por meio de
personagens, aos quais atribuía nomes e até mesmo biografias, pôde mostrar sua versatilidade e
transitar por diferentes estilos.
c) O soneto foi a forma fixa mais utilizada pela poeta. A temática de seus poemas é, sobretudo,
amorosa. O amor, a solidão, a tristeza, a saudade, a sedução, o desejo e a morte são outras fortes
temáticas em sua obra poética.
d) Entre seus principais heterônimos estão Alberto Caeiro (considerado o mestre de todos os outros), o
alter ego Álvaro de Campos, o semi-heterônimo Bernardo Soares e Ricardo Reis.
e) Além de seus heterônimos, há ainda um ortônimo, conjunto de trabalhos que Pessoa assina com o
próprio nome e com particularidades estilísticas diferenciadas.
I. Mário ocupou posição de destaque entre os modernistas portugueses, tendo sido um dos fundadores
da principal revista de divulgação dos ideais do movimento, a revista Orpheu.
II. A melancolia e o descontentamento são temas recorrentes em sua obra, e a inadaptação à vida,
perceptível em seus poemas, levou o poeta ao suicídio no ano de 1916.
III. O escritor português escreveu os primeiros textos com características românticas. A segunda fase,
no entanto, foi marcada pelo realismo. Mário de Sá-Carneiro foi um dos responsáveis pelo início do
realismo em Portugal.
IV. Apresenta uma visão mais crítica da sociedade, diferente do romantismo que precedeu o
movimento. Mário de Sá-Carneiro fugiu do estilo clássico de escrita, apostando em uma maior
liberdade na elaboração do texto.
V. A personalidade sensível, o humor instável, o narcisismo e o sentimento de abandono culminaram
em uma linguagem irônica e autossarcástica, principais características de sua poética.
a) III e IV. d) I, II e V.
b) I, III e V. e) Todas estão corretas.
c) II e IV.
14. Estão, entre os principais escritores do modernismo português (do Orfismo ao Surrealismo):
a) Eça de Queiros, Antero de Quental, Florbela Espanca e Fernando Pessoa.
b) José Saramago, Graciliano Ramos, Eugênio de Castro e Euclides da Cunha.
c) Fernando Pessoa, José Régio, Fernando Namora e Alexandre O'Neill
d) Sophia de Mello Breyner Andresen, Camilo Castelo Branco, Mário de Sá-Carneiro e Cesário Verde.
e) Almeida Garrett, Júlio Dinis, José Agostinho de Macedo e Miguel Torga.
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Texto I Tão cedo passa tudo quanto passa!
Ao longo do sereno morre tão jovem ante os deuses quanto
Tejo, suave e brando, Morre! Tudo é tão pouco!
Num vale de altas árvores sombrio, Nada se sabe, tudo se imagina.
Estava o triste Almeno Circunda-te de rosas, ama, bebe
Suspiros espalhando E cala. O mais é nada.
Ao vento, e doces lágrimas ao rio. Fernando Pessoa. Obra poética.
Luís de Camões. Ao longo do sereno.
Texto IV
Os privilégios que os Reis
Não podem dar, pode Amor,
Que faz qualquer amador
Texto II Livre das humanas leis.
Bailemos nós ia todas três, ay irmanas, Mortes e guerras cruéis,
so aqueste ramo destas auelanas Ferro, frio, fogo e neve,
e quen for louçana, como nós, louçanas, Tudo sofre quem o serve.
se amigo amar, Luís de Camões. Obra completa.
so aqueste ramo destas auelanas
uerrá baylar. Texto V
Aires Nunes. In: Nunes, J.J., Crestomatia As minhas grandes saudades
arcaica. São do que nunca enlacei.
Ai, como eu tenho saudades
Texto III Dos sonhos que nunca sonhei!...
Mário de Sá-Carneiro. Poesias.
a) I e V. c) III e IV. e) IV e V.
b) II e III. d) III e V.
16. Embora existam divergências sobre sua estruturação, o Modernismo em Portugal pode ser dividido
em:
a) Presencismo, Futurismo, Realismo e Naturalismo.
b) Orfismo, Presencismo, Neorrealismo e Surrealismo.
c) Orfismo, Neorrealismo, Romantismo e Literatura Contemporânea.
d) Orfismo, Presencismo, Futurismo e Surrealismo.
e) Humanismo, Cubismo, Neorrealismo e Concretismo.
18. Fazendo um paralelo entre Os Sertões, de Euclides da Cunha, e Grande Sertão: Veredas, de
Guimarães Rosa, pode-se afirmar:
a. Em ambas as obras predomina o espírito científico, sendo analisados aspectos da realidade
brasileira.
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b. Ambas têm por cenário o sertão do Brasil setentrional, sendo numerosas as referências à flora e à
fauna.
c. Ambas as obras, criações de autores dotados de gênio, muito enriqueceram a nossa literatura
regional de ficção.
d. Ambas têm como principal objetivo denunciar o nosso subdesenvolvimento, revelando a miséria
física e moral do homem do sertão.
e. Tendo cada uma suas peculiaridades estilísticas, são ambas produto de intensa elaboração de
linguagem.
TEXTO B:
"O silêncio de êxtase em que ficou foi interpretado pelo estudante como uma prostração de
saudade. Ele fora acordar na alma do patrício a nostalgia que o tempo consumidor havia esmaecido,
lembrando-lhe a terra nativa onde lhe haviam rolado as primeiras lágrimas. Céus que seus olhos
lânguidos tanto namoravam nas doces manhãs cheirosas quando, das margens remotas dos grandes rios
vinham, em abaladas, brancas, sob o azul do céu, as garças peregrinas/ campos de moitas verdes onde,
nas arroxeadas tardes melancólicas, ao som abemolado das flautas pastoris, o gado bravio, descendo
das malhadas, em numeroso armento, junto, entrechocando os chifres aguçados, mugia magoadamente
quando, por trás dos serros frondosos, lenta e alva, a lua subia espalhando pela terra morna o seu
diáfano e pálido esplendor." (Coelho Neto, A Conquista).
19. Assinale a alternativa correta.
a. Ambos os textos são narrados em terceira pessoa. No primeiro, pelo discurso do narrador, passa a
perspectiva de um personagem que, habituado aos grandes centros urbanos, choca-se com a pobreza
dos subúrbios.
b. No texto B o narrador expõe as lembranças de um personagem que, exilado de sua terra natal, conta
a um interlocutor suas experiências em contato com a natureza tropical.
c. No texto de Lima Barreto fica clara a acusação à indolência dos roceiros como a única responsável
pela realidade do seu meio – opinião, de resto, partilhada por Monteiro Lobato em suas referências ao
personagem Jeca Tatu.
d. Os dois textos tratam, em princípio, do espaço rural observado por personagens oriundos do espaço
urbano e em crise com a falta de perspectiva nas cidades.
e. No texto A, depreende-se, através do contato de um personagem citadino com a realidade rural, a
perspectiva crítica dos problemas da população do campo.
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d. Enquanto a linguagem de Lima Barreto se caracteriza pelo despojamento sintático e vocabular
(frases curtas e poucos adjetivos), o estilo de Coelho Neto está bastante preso ao purismo e à erudição
do naturalismo art nouveau, de que são exemplos a sintaxe complicada e as construções com muitos
adjetivos.
e. O contraste verificado entre as linguagens dos dois autores explica-se pelo fato de que, sendo
ambos representantes do Pré-Modernismo brasileiro, eles prenunciam o Modernismo, que se preocupa
com a aceitação completa de todos os estilos individuais, sem preconceitos contra qualquer forma de
linguagem.
21. Observe o fragmento a seguir:
"Crítico feroz do Modernismo, grande incentivador da disseminação da cultura, defensor dos valores e
riquezas nacionais; conhecido, particularmente, pela sua grande obra infantil, em que se destacam os
personagens do Sítio do Pica-Pau Amarelo."
22.O autor de Triste fim de Policarpo Quaresma é um pré-modernista e aborda em seus romances a
vida simples dos pobres e dos mestiços. Reveste o seu texto com a linguagem descontraída dos menos
privilegiados socialmente. O autor descrito acima é:
a. Euclides da Cunha d. Lima Barreto
b. Graça Aranha e. Graciliano Ramos
c. Manuel Bandeira
"Iria morrer, quem sabe naquela noite mesmo? E que tinha ele feito de sua vida? nada. Levara
toda ela atrás da miragem de estudar a pátria, por amá-la e querê-la muito bem, no intuito de contribuir
para a sua felicidade e prosperidade. Gastara a sua mocidade nisso, a sua virilidade também; e, agora
que estava na velhice, como ela o recompensava, como ela o premiava, como ela o condenava?
matando-o. E o que não deixara de ver, de gozar, de fruir, na sua vida? Tudo. Não brincara, não
pandegara, não amara – todo esse lado da existência que parece fugir um pouco à sua tristeza
necessária, ele não vira, ele não provara, ele não experimentara.
Desde dezoito anos que o tal patriotismo lhe absorvia e por ele fizera a tolice de estudar
inutilidades. Que lhe importavam os rios? Eram grandes? Pois se fossem... Em que lhe contribuiria
para a felicidade saber o nome dos heróis do Brasil? Em nada... O importante é que ele tivesse sido
feliz. Foi? Não. Lembrou-se das suas causas de tupi, do folclore, das suas tentativas agrícolas...
Restava disto tudo em sua alma uma sofisticação? Nenhuma! Nenhuma!"
(Lima Barreto)
23. As obras do autor desse trecho integram o período literário chamado Pré-Modernismo. Tal
designação para este período se justifica, porque ele:
a. desenvolve temas do nacionalismo e se liga às vanguardas européias.
b. engloba toda a produção literária que se fez antes do Modernismo.
c. antecipa temática e formalmente as manifestações modernistas.
d. se preocupa com o estudo das raças e das culturas formadoras do nordestino brasileiro.
e. prepara pela irreverência de sua linguagem as conquistas estilísticas do Modernismo.
24. O trecho acima pertence ao romance Triste fim de Policarpo Quaresma. Da personagem que dá
título ao romance, podemos afirmar que:
a. foi um nacionalista extremado, mas nunca estudou com afinco as coisas brasileiras.
b. perpetrou seu suicídio, porque se sentia decepcionado com a realidade brasileira.
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c. defendeu os valores nacionais, brigou por eles a vida toda e foi condenado à morte justamente pelos
valores que defendia.
d. foi considerado traidor da pátria, porque participou da conspiração contra Floriano Peixoto.
e. era um louco e, por isso, não foi levado a sério pelas pessoas que o cercavam.
26. Nas duas primeiras décadas de nosso século, as obras de Euclides da Cunha e de Lima Barreto, tão
diferentes entre si, têm como elemento comum:
a. a intenção de retratar o Brasil de modo otimista e idealizante.
b. a adoção da linguagem coloquial das camadas populares do sertão.
c. a expressão de aspectos até então negligenciados da realidade brasileira.
d. a prática de um experimentalismo lingüístico radical.
e. o estilo conservador do antigo regionalismo romântico.
Esses versos apresentam em conjunto características relativas a ritmo, métrica, vocabulário, sintaxe
e figuras de linguagem, tornando possível a identificação de um estilo mesclado de dois estilos
artísticos diferentes. Esse estilo foi marca inconfundível de um autor brasileiro que os críticos em geral
consideram de difícil enquadramento histórico-literário.
30. Criador da literatura infantil brasileira. Criticado por seu agnosticismo, pois era influenciado pelo
evolucionismo, positivismo e materialismo de fins do século passado.
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c. Rui Barbosa e. José Lins do Rego.
d. José de Anchieta
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