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Gein viveu uma repressiva e solitária vida na propriedade rural da família. O pai,
George, era alcoólatra; o casamento de seus pais não era feliz, com seu pai
mudando de emprego com frequência e se entregando à bebida — o que Augusta
condenava. Apesar disso, eles continuaram juntos até a morte de George
Sua mãe Augusta era uma religiosa fervorosa o protegia exageradamente quando
ainda criança, proibindo-o de conversar com mulheres (“mulher boa é mulher
morta”, dizia ela) e com meninos da mesma idade para não incorrer em pecado.
Sua vida foi contaminada por crenças religiosas, ela pregava para seus filhos que
o mundo era um lugar corrompido, que todas as mulheres eram naturalmente
prostitutas (com exceção dela mesma) e que a bebida representava um mal ainda
pior que deveria ser combatido.
Ir para a escola era uma tortura – seus colegas não passavam um dia sem
fazer bullying contra aquela criança tímida e que “parecia uma menina”.
Os irmãos eram vistos como pessoas confiáveis e honestas pela vizinhança, com Ed
aceitando empregos como babá de algumas crianças. Na mesma época, Henry
começou a namorar uma mulher divorciada e esse contato com ela fez com que ele
começasse a rejeitar as ideias e pensamentos de sua própria mãe, levando-o a
compartilhá-los com Ed.
A morte do irmão
A morte de seu irmão fez com que Ed se tornasse ainda mais próximo da mãe, que
já era superprotetora por natureza. Isso também fez com que ele se isolasse ainda
mais do convívio social, fato piorado por um acidente vascular cerebral que
Augusta teve pouco tempo após a morte de Henry.
Pouco tempo depois, Augusta faleceu e Ed então ficou completamente sozinho pela
primeira vez, aos 39 anos de idade. Sua perturbação era profunda, e ainda se
sentia escravo emocional da mulher que havia tiranizado sua vida. Ed Gein
trancou o quarto da mãe para que ficasse eternizado do modo como ela o deixou.
Passou a usar somente o andar inferior da casa, e seu jeito desleixado fez com que
tudo começasse a se degenerar, O seu quarto, por exemplo, exalava um cheiro
intragável, mas ele pouco se preocupava, desde que a sua mãe, mesmo morta,
percebesse que as suas coisas estavam asseadas.
Com o passar do tempo, Gein foi adquirindo hábitos estranhos. Passou a ler
compulsivamente relatos de experiências feitas por médicos nazistas em judeus e
livros sobre a anatomia feminina. Mas nada se comparava ao deleite que sentia
com o seu principal entretenimento: ler a sessão de obituários e escolher, dentre
os mortos, o defunto mais parecido com o de sua mãe.
Lia obsessivamente a seção de obituários dos jornais, para saber das mortes do dia
e seus locais de enterro, Ed então “revirava” sepulturas para anatomizar mortos
parecidos com a mãe (Augusta Gein)
Feita tal escolha, chamava o seu único amigo (Gus) para ajudar a desenterrar os
corpos recém-enterrados no cemitério de Plainfield para levá-los até a sua casa.
Furtava as lápides e violava as sepulturas sob o pretexto de realizar “estudos
científicos” com os cadáveres. Seu amigo, enganado, lhe auxiliava cegamente. Em
casa, Gein anatomizava os corpos e guardava algumas partes e órgãos (sempre
do sexo feminino). Posteriormente, passou a retirar a pele dos defuntos e fazia
“roupas”. Com esse estranho “vestuário”, vestia um velho manequim que possuía
em seu quarto e, em noites especiais, vestia a muda de pele e fazia um ritual
bizarro com cantorias, pulos e danças ao redor de sua casa.
Certas noites vestia estas “roupas” e fazia um estranho ritual ao redor de sua casa,
dançando, pulando e dando cambalhotas esquisitas. Ed tinha especial fascinação
pela genitália feminina. Brincava e afagava as partes íntimas das mulheres que
desenterrava, e recheava “calças femininas” com elas para poder sentir-se mulher.
Eddie já não sentia tanto tesão ao revirar defuntos e com a internação de Gus em
um asilo para idosos, Ed passou a fazer outros planos e começou a colocá-los em
prática. Esses planos envolviam não apenas pegar os corpos de mulheres recém-
falecidas como também assassiná-las.
Gein passou a matar... Sua primeira vítima foi Mary Hogan, uma divorciada de 54
anos que gerenciava a Taverna Hogan. Em 8 de dezembro de 1954, estava sozinha
quando Ed Gein chegou ao seu estabelecimento. Ele atirou em sua cabeça com
uma arma calibre .32, colocou o corpo em sua pick-up e levou-a para a sua casa.
Um cliente que chegou logo em seguida ao acidente encontrou a taverna vazia.
Notificou a polícia. Uma grande poça de sangue manchava o chão, e um cartucho
calibre .32 jazia ali perto. As manchas seguiam pela porta do fundo em direção ao
estacionamento, até chegar às marcas de pneu no chão que pareciam ser de uma
pick-up. Apesar de concluir que Mary Hogan havia sido baleada e levada dali, a
polícia foi incapaz de encontrar qualquer pista sobre o desaparecimento da
mulher. Ninguém percebeu que, fisicamente, Mary Hogan se parecia muito com
Augusta Gein.