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Edward Theodore Gein, mais conhecido como Ed Gein, nasceu em 27 de agosto de

1906, em La Crosse, Wisconsin e, ainda na infância, mudou-se com a família para


uma fazenda isolada, a cerca de 190 km da sua cidade natal. Gein só deixava a casa
para ir à escola e dedicava a maior parte do seu tempo aos afazeres domésticos.
Sua família era formada pelo pai, George Philip Gein, sua mãe, Augusta
Wilhelmine, e o irmão mais velho, Henry George Gein.

Gein viveu uma repressiva e solitária vida na propriedade rural da família. O pai,
George, era alcoólatra; o casamento de seus pais não era feliz, com seu pai
mudando de emprego com frequência e se entregando à bebida — o que Augusta
condenava. Apesar disso, eles continuaram juntos até a morte de George

Sua mãe Augusta era uma religiosa fervorosa o protegia exageradamente quando
ainda criança, proibindo-o de conversar com mulheres (“mulher boa é mulher
morta”, dizia ela) e com meninos da mesma idade para não incorrer em pecado.
Sua vida foi contaminada por crenças religiosas, ela pregava para seus filhos que
o mundo era um lugar corrompido, que todas as mulheres eram naturalmente
prostitutas (com exceção dela mesma) e que a bebida representava um mal ainda
pior que deveria ser combatido.

Ir para a escola era uma tortura – seus colegas não passavam um dia sem
fazer bullying contra aquela criança tímida e que “parecia uma menina”.

Os irmãos eram vistos como pessoas confiáveis e honestas pela vizinhança, com Ed
aceitando empregos como babá de algumas crianças. Na mesma época, Henry
começou a namorar uma mulher divorciada e esse contato com ela fez com que ele
começasse a rejeitar as ideias e pensamentos de sua própria mãe, levando-o a
compartilhá-los com Ed.

A morte do irmão

Em 1944, enquanto os irmãos queimavam parte da vegetação da propriedade, o


fogo ganhou muita força e atraiu os bombeiros que ajudaram a controlá-lo. Os
irmãos haviam se separado durante o incêndio e Ed não conseguia encontrar
Henry, que foi dado como desaparecido.
A polícia fez buscas na fazenda e encontrou o corpo de Henry deitado de bruços,
aparentemente morto há algum tempo. A causa da morte foi dada como problema
cardíaco, já que ele não apresentava queimaduras ou lesões. Apesar do
acontecimento estranho, não foi feita uma investigação mais profunda e, mais
tarde, foi levantada a hipótese de Ed ter matado o irmão — fazendo referência a
Caim e Abel.

A morte de seu irmão fez com que Ed se tornasse ainda mais próximo da mãe, que
já era superprotetora por natureza. Isso também fez com que ele se isolasse ainda
mais do convívio social, fato piorado por um acidente vascular cerebral que
Augusta teve pouco tempo após a morte de Henry. 

Pouco tempo depois, Augusta faleceu e Ed então ficou completamente sozinho pela
primeira vez, aos 39 anos de idade. Sua perturbação era profunda, e ainda se
sentia escravo emocional da mulher que havia tiranizado sua vida. Ed Gein
trancou o quarto da mãe para que ficasse eternizado do modo como ela o deixou.
Passou a usar somente o andar inferior da casa, e seu jeito desleixado fez com que
tudo começasse a se degenerar, O seu quarto, por exemplo, exalava um cheiro
intragável, mas ele pouco se preocupava, desde que a sua mãe, mesmo morta,
percebesse que as suas coisas estavam asseadas.

. Graças a subsídios federais, parou de cultivar as terras da fazenda e passou a


prestar pequenos serviços para a vizinhança. Abandonou completamente seus
afazeres pegando serviços extras para os residentes de Plainfield, conseguindo
ganhar assim algum dinheiro. Era inclusive babá de crianças(baby-sitter). Morava
sozinho na casa da família, perseguido e caçado pelo fantasma de sua mãe. Na
comunidade, passou a ser conhecido como o “estranho velho Eddie

Com o passar do tempo, Gein foi adquirindo hábitos estranhos. Passou a ler
compulsivamente relatos de experiências feitas por médicos nazistas em judeus e
livros sobre a anatomia feminina. Mas nada se comparava ao deleite que sentia
com o seu principal entretenimento: ler a sessão de obituários e escolher, dentre
os mortos, o defunto mais parecido com o de sua mãe.

Lia obsessivamente a seção de obituários dos jornais, para saber das mortes do dia
e seus locais de enterro, Ed então “revirava” sepulturas para anatomizar mortos
parecidos com a mãe (Augusta Gein)
Feita tal escolha, chamava o seu único amigo (Gus) para ajudar a desenterrar os
corpos recém-enterrados no cemitério de Plainfield para levá-los até a sua casa.
Furtava as lápides e violava as sepulturas sob o pretexto de realizar “estudos
científicos” com os cadáveres. Seu amigo, enganado, lhe auxiliava cegamente. Em
casa, Gein anatomizava os corpos e guardava algumas partes e órgãos (sempre
do sexo feminino). Posteriormente, passou a retirar a pele dos defuntos e fazia
“roupas”. Com esse estranho “vestuário”, vestia um velho manequim que possuía
em seu quarto e, em noites especiais, vestia a muda de pele e fazia um ritual
bizarro com cantorias, pulos e danças ao redor de sua casa.

Também demonstrava certo fascínio por genitálias femininas. Costumava retirá-


las dos corpos furtados e rechear calças do sexo oposto com os genitais. Dizia que
se sentia mulher quando as vestia. Sonhava em ter condições financeiras para
realizar um procedimento cirúrgico para trocar de sexo.

Certas noites vestia estas “roupas” e fazia um estranho ritual ao redor de sua casa,
dançando, pulando e dando cambalhotas esquisitas. Ed tinha especial fascinação
pela genitália feminina. Brincava e afagava as partes íntimas das mulheres que
desenterrava, e recheava “calças femininas” com elas para poder sentir-se mulher.

Os vizinhos passaram a notar que a aparência de Ed se deteriorava, com ele


sempre sujo e cheirando mal. Também passaram a notar que a fazenda tinha um
cheiro ruim, mas nenhuma investigação foi realizada.

Eddie já não sentia tanto tesão ao revirar defuntos e com a internação de Gus em
um asilo para idosos, Ed passou a fazer outros planos e começou a colocá-los em
prática. Esses planos envolviam não apenas pegar os corpos de mulheres recém-
falecidas como também assassiná-las.

Gein passou a matar... Sua primeira vítima foi Mary Hogan, uma divorciada de 54
anos que gerenciava a Taverna Hogan. Em 8 de dezembro de 1954, estava sozinha
quando Ed Gein chegou ao seu estabelecimento. Ele atirou em sua cabeça com
uma arma calibre .32, colocou o corpo em sua pick-up e levou-a para a sua casa.
Um cliente que chegou logo em seguida ao acidente encontrou a taverna vazia.
Notificou a polícia. Uma grande poça de sangue manchava o chão, e um cartucho
calibre .32 jazia ali perto. As manchas seguiam pela porta do fundo em direção ao
estacionamento, até chegar às marcas de pneu no chão que pareciam ser de uma
pick-up. Apesar de concluir que Mary Hogan havia sido baleada e levada dali, a
polícia foi incapaz de encontrar qualquer pista sobre o desaparecimento da
mulher. Ninguém percebeu que, fisicamente, Mary Hogan se parecia muito com
Augusta Gein.

Retirou, como de costume, a pele do corpo para depois vesti-la. Decepou a


genitália de Mary e a pintou de prata deixando-a exposta em uma caixa de
sapatos. Ao contínuo, separou alguns ossos e utilizou-os para a confecção de
móveis para a sua casa. Também separou algumas especiarias humanas para
fritá-las. Detalhe: Mary era muito parecida com a mãe de Eddie.

Em 1957, Eddie aproximou-se de Frank Worden, xerife substituto da cidade.


Demonstrava grande interesse pelos planos de caça de Frank, que lhe contou seu
projeto de sair para uma caçada no dia 16 de novembro, sábado.
Eddie comentou que passaria em sua loja de ferragens naquele dia. A loja era
dirigida pela mãe de Frank, Bernice Worden, 59 anos. Ao chegar em casa na noite
do dia 16, Frank encontrou tudo fechado e apagado. Entrou chamando pela mãe,
que não encontrou. Verificou as notas de venda daquele dia, até se deparar com
um recibo de venda de um galão de líquido anticongelante feito com a letra de sua
mãe, em nome de Ed Gein. Um frio terrível percorreu sua espinha. A máquina
registradora da loja também havia sido levada. No chão da loja, manchas de
sangue. Um atendente de uma garagem local disse ter visto um caminhão da loja
indo embora às 9h30min daquela manhã. Frank imediatamente chamou o xerife
Schley. Os dois resolveram ir até a fazenda de Eddie, só para uma verificação de
rotina. Ao chegarem à fazenda, espantaram-se com a degeneração do local. Ed não
foi encontrado, e tudo estava trancado. Seguiram então pelas redondezas à sua
procura, até que tiveram sucesso em sua busca numa quitanda próxima. Ed
jantava com os proprietários, e já estava para sair. O xerife Schley o abordou e
pediu que entrasse no carro da polícia onde responderia algumas perguntas. Gein
reagiu mal. Respondeu como alguém poderia querer culpá-lo do assassinato de
Bernice Worden. Foi preso imediatamente: ninguém havia mencionado ainda a
morte de Bernice, mesmo porque ainda não sabiam o que havia acontecido. Já
preso, Gein foi conduzido de volta para a sua fazenda. Ali, uma horrível evidência
provou que a bizarra obsessão dele o havia tornado um assassino.
Bernice Worden jazia nua, pendurada de cabeça para baixo num gancho de carne
como os de açougue, cortada de cima a baixo frontalmente. Sua cabeça e intestinos
foram descobertos em uma caixa, seu coração em um prato sobre a mesa da sala
de jantar, além de outras partes que cozinhavam numa panela sobre o fogão. Aqui
está uma lista dos itens encontrados na casa de Ed Gein:
— Uma poltrona feita de pele humana.
— Um cinto feito de mamilos.
— Uma cabeça humana.
— Quatro narizes.
— Um coração humano.
— Um terno masculino feito inteiramente de pele humana.
— Uma mesa escorada com ossos de canela humana.
— Nove máscaras mortuárias feitas com faces de mulheres mortas, que
decoravam seu quarto.
— Pulseiras de pele humana.
— Uma bolsa feita de pele humana.
— 10 cabeças de mulheres cortadas acima das sobrancelhas.
— Uma bainha para faca feita de pele humana.
— Um par de calças de pele humana.
— Quatro cadeiras onde a palha foi substituída por pele entrelaçada.
— Uma caixa de sapatos contendo nove vulvas salgadas, sendo a de Augusta Gein
pintada de cor prata.
— Uma cabeça humana pendurada num cabide.
— Uma “camisa feminina” feita de pele humana.
— Várias cabeças humanas encolhidas.
— Dois crânios enfeitando os pés da cama de Ed Gein.
— Dois lábios humanos pendurados num barbante.
— Uma coroa de um crânio transformado em prato de sopa.
— Uma geladeira repleta de órgãos humanos.
— Cúpulas de abajures feitas de pele humana.
— Cabeças recheadas com jornal e expostas como troféus.
— Um sutiã feito com o torso de uma mulher.
Calcula-se que foram encontradas partes de quinze corpos humanos na fazenda de
Ed Gein, mas ele nunca conseguiu lembrar-se de quantos assassinatos realmente
cometeu. Foi processado apenas pelas mortes de Mary Hogan e Bernice Worden.
Após passar 10 anos internado num hospital psiquiátrico, Ed Gein foi julgado
competente para ir a julgamento. Foi considerado culpado pelos crimes, mas
criminalmente insano e enviado ao Hospital Estadual Central de Waupon. Em
1978, foi removido para o Instituto de Saúde Mental de Mendota, onde morreu de
velhice em 1984, aos 77 anos. Sempre foi um prisioneiro modelo: gentil, polido e
discreto. É suspeito de ter cometido pelo menos mais cinco assassinatos, mas nada
foi provado. Declarou à polícia que jamais teve relações sexuais com os cadáveres
que obtinha, mas gostava de tirar sua pele e vestir-se com ela. As suspeitas sem
provas que pairavam sobre Ed eram várias. Contava-se na cidade que ele teria
sido convidado, numa certa ocasião, para a casa de seus vizinhos mais próximos, os
Bankses. Ali estava uma parente da família que usava shorts, e Eddie não tirava os
olhos dela. Tarde da noite, um intruso arrombou a casa da tal parente e pegou seu
filho pequeno pela garganta, perguntando por sua mãe. O intruso se assustou com
algum barulho e fugiu antes que o garoto pudesse responder. Ele acha que
reconheceu Ed Gein. Georgia Weckler, 8 anos, desapareceu vindo da escola para
casa, em 1º de maio de 1947. A única pista que a polícia tinha sobre o caso eram
marcas de pneu de um carro da marca Ford. O caso foi reaberto depois da prisão
de Gein. Evelyn Hartley, 15 anos, desapareceu no caminho de sua casa, situada em
La Crosse, Wisconsin. O pai dela, depois de ligar insistentemente para casa sem
obter resposta, resolveu voltar mais cedo para a sua residência e verificar o que
estava acontecendo. Como ninguém atendia a campainha, olhou pela janela e viu
um dos sapatos e óculos da filha no chão da sala. Tentou entrar, mas todas as
portas e janelas estavam trancadas, exceto uma: a do porão. Marcas de sangue
manchavam a janela e, dentro, sinais de luta. Chamou a polícia, que encontrou
outras evidências, como uma planta amassada com manchas de sangue, uma
marca de mão em sangue numa casa vizinha, pegadas e o outro pé do sapato de
Evelyn. Suas roupas manchadas de sangue foram encontradas alguns dias depois
numa estrada perto de La Crosse, mas seu corpo nunca foi achado. Ed Gein
inspirou vários filmes e livros. Robert Bloch usou sua história para escrever a
personagem Norman Bates, em Psicose. O filme de Hitchcock, com o mesmo nome,
baseia-se nele. Em 1974, os filmes clássicos de Tobe Hooper, The Texas Chainsaw
Massacre 1, II e III, também tinham toques de Gein. No livro de Thomas Harris,
que originou o filme O Silêncio dos Inocentes, o assassino Buffalo Bill também
costurava roupas com pele humana e as vestia, como Ed, usando-as em estranhos e
insanos rituais.
 
Os seriais killers são divididos em quatro tipos:
a. VISIONÁRIO: é um indivíduo completamente insano, psicótico. Ouve vozes
dentro de sua cabeça e as obedece. Pode também sofrer alucinações ou ter visões.
b. MISSIONÁRIO: socialmente não demonstra ser um psicótico, mas
internamente tem a necessidade de “livrar” o mundo do que julga imoral ou
indigno. Este tipo escolhe um certo grupo para matar, como prostitutas,
homossexuais etc.
c. EMOTIVOS: matam por pura diversão. Dos quatro tipos estabelecidos, é o que
realmente tem prazer de matar e utiliza requintes sádicos e cruéis.
d. LIBERTINOS: são os assassinos sexuais. Matam por “tesão”. Seu prazer será
diretamente proporcional ao sofrimento da vítima sob tortura e a ação de torturar,
mutilar e matar lhe traz prazer sexual. Canibais e necrófilos fazem parte deste
grupo.
 
Na infância, nenhum aspecto isolado define a criança como um serial killer em
potencial, mas a chamada “terrível tríade” parece estar presente no histórico de
todos os seriais killers: enurese 3 em idade avançada, abuso sádico de animais ou
de outras crianças, destruição de propriedade e piromania. Outras características
comuns na infância desses indivíduos são: devaneios diurnos, masturbação
compulsiva, isolamento social, mentiras crônicas, rebeldia, pesadelos constantes,
roubos, baixa autoestima, acessos de raiva exagerados, problemas relativos ao
sono, fobias, fugas, propensão a acidentes, dores de cabeça constantes,
possessividade destrutiva, problemas alimentares, convulsões e automutilações,
todas elas relatadas pelos próprios seriais killers em entrevistas com especialistas.
Apesar de não fazer parte do “terrível tríade”, o isolamento familiar e/ou social é
relatado pela grande maioria deles

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