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Aulas de
Projeto de Vida
1º Ano do Ensino Médio
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Anotações:
Material do Educador
Aulas de
Projeto de Vida
1º Ano do Ensino Médio
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 5
Caro educador,
Projear a vida a parr de uma visão que se consrói do
próprio uuro é essencial para odo ser humano. As pessoas
que consroem uma imagem armava, ampliada e projeada
no uuro e auam sobre ela, êm mais possibilidades de realizá-las
do que aquelas que meramene sonham e não conseguem projear de
orma nída o que preendem azer em suas vidas nos anos que virão.
O que as dierencia é, sobreudo, que aquelas que êm uma visão esão compromedas, direcio-
nadas, azendo algo de concreo para levá-las na direção dos seus objevos. Tudo que conribui
para que se avance na direção da visão, az sendo.
É preciso aprender a projear no uuro os sonhos e ambições e raduzi-los sob a orma de ob-
jevos, de meas e prazos para a sua realização, além de empregar uma boa dose de cuidados,
deerminação e obsnação pessoal para isso.
Projear a vida é um processo gradual, lógico, reexivo e muio necessário na consrução de sen-
dos para as nossas vidas. É a própria experiência da auo-realização, ou seja, conerir sendo e
signicado para as nossas vidas no mundo, perane nós mesmos, perane aqueles com quem nos
relacionamos e perane os compromissos que assumimos com os nossos sonhos.
A consrução de um Projeto de Vida é uma area para a vida ineira porque ela pare de um
pono, que é o auoconhecimeno e ocaliza ouro pono, onde deseja chegar. Mas, se Projeto
de Vida é a experiência da auo-realização e esa não é um m, mas um processo. Enão “chegar
lá” na realização dos sonhos não pode ser o érmino, mas algo que inclusive deverá ser objeo de
revisões periódicas onde nos submeemos a um processo reexivo de análise consciene e indivi-
dual sobre se as decisões que omamos oram sasaórias e se é chegada a hora de omar ouras
decisões ou não. No undo, para essa area permanene de elaboração, revisão e reelaboração
ser plena de realização, ela precisa ser encarada como uma espiral cujo movimeno connuo é
uma experiência única para cada um.
Esar ao lado do adolescene nesa soscada e elaborada narrava de si, ou seja, na consrução
do seu primeiro projeo para uma vida oda, será uma area ransormadora. Para ele, que viverá
um mundo de reexões e decisões imporanes e para você, educador, porque ser seu parceiro
signica, por um lado, viver o adolescene que oi e, por ouro lado, acolher a pessoa que vive e
que esá diane de você, cheia de sonhos, desejos, planos e muia vida.
Aqui, apresenamos a disciplina Projeto de Vida, uma das Meodologias de Êxio da Escola da Escolha
e uma esraégia essencial na perspecva da ormação inegral. Ela deve levar o esudane não
apenas a desperar sobre os seus sonhos, suas ambições e aquilo que deseja para a sua vida, onde
almeja chegar e que pessoa preende ser, mas a agir sobre udo isso, ou seja, idencar as eapas
a aravessar e mobilizá-lo a pensar nos mecanismos necessários.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
6 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Para o desenvolvimeno desa Meodologia de Êxio, a escola e odos os seus educadores êm
papel relevane porque são pare do ambiene e do apoio necessário para que o esudane de-
senvolva a crença no aproveiameno do seu poencial bem como a mová-lo a aribuir sendo à
criação do projeo que dá perspecva ao seu uuro.
Na escola, odos devem apoiá-lo no reconhecimeno e na consrução de valores que promovam
audes de não indierença em relação a si próprio, ao ouro e ao seu enorno social. Essa es-
raégia ambém deverá apoiar o esudane e oriená-lo na sisemazação do produo dos seus
aprendizados e reexões que deverão subsidiar a elaboração do Projeo de sua Vida ao longo dos
primeiros dois anos do Ensino Médio que agora se iniciam.
Ese maerial az pare do processo de implanação de um conjuno de inovações em coneúdo,
méodo e gesão do Modelo Escola da Escolha que se esruuram a parr de rês eixos orienado-
res: da garana da excelência no desempenho acadêmico; da solidez na ormação em valores e
do desenvolvimeno de um conjuno de compeências undamenais para ransiar e auar diane
dos desaos e das exigências do mundo conemporâneo.
As aulas oram concebidas para oerecer a siuação didáca idealizada para apoiar o esudane no
desenvolvimeno da capacidade de planejameno e de execução, undamenais para ransormar
suas ambições em projeos muio imporanes. Para isso, raa de emas que esmulam um con-
juno amplo de habilidades como o auoconhecimeno e aquelas relavas às compeências sociais
e produvas para apoiar o esudane na capacidade de connuar a aprender ao longo de sua vida.
– Idendade
Aborda emas que esmulam a criação do ambiene reexivo undamenal para o desenvolvi-
meno do auoconhecimeno que deverá levar o esudane ao reconhecimeno de si próprio, das
suas orças e das limiações a serem superadas; da auoconança e da auodeerminação como
base da auodisciplina e da auorregulação.
2 – Valores
Explora emas e coneúdos que conribuem para o desenvolvimeno da capacidade do esudane
para analisar, julgar e omar decisões baseadas em valores considerados universais que o ajuda-
rão a ampliar a sua capacidade de conviver aravés da consrução e da preservação de relaciona-
menos mais harmônicos e duradouros pauados na convivência, no respeio e no diálogo.
3 – Responsabilidade social
Reere-se à responsabilidade pessoal e às audes do esudane rene às diversas siuações, di-
mensões e circunsâncias concreas da sua vida.
2 – Planejar o futuro
Esmula e oriena o esudane a compreender que o sucesso das realizações pessoais depende
de algumas eapas iniciais. A idealização de um sonho e os mecanismos necessários para a sua
maerialização são alguns dessas eapas, ou seja, é imporane desenvolver o planejameno das
realizações pessoais. Para isso é preciso que o educador connue a apoiá-lo no processo de re-
exão sobre “quem ele sabe que é, e quem gosaria de vir a ser”, além de ajudá-lo a planejar o
caminho que precisa consruir e seguir para realizar esse enconro.
– Denir as ações
Ensina a esruurar um plano de ações a parr dos objevos que se deseja alcançar. Assim como,
ensina o esudane a adminisrar de orma adequada os recursos e meios disponíveis em seu am-
biene inerno e exerno, a m de criar e poencializar ganhos no curso das ações desenvolvidas.
As aulas condas nese maerial não obedecem rigorosamene o que se esabelece quano à dis-
ribuição de empo do horário escolar, ou seja, as aulas podem se esender para além do empo
esabelecido e que caraceriza a “aula”. Há ambém uma indicação de duração de cada avidade,
no enano, ela serve apenas como parâmero para orienação do planejameno do Educador.
Para o sucesso da ulização dese maerial, é imporane esabelecer uma relação de conança
com o esudane, além de um adequado vínculo aevo que o permia recorrer ao educador, caso
necessário, em busca de apoio e acolhimeno.
Além de seguir um cronograma de avidades, as aulas devem ser avaliadas de maneira sisemá-
ca e connua. Isso permirá idencar a adesão dos esudanes aos emas e avidades propos-
as, bem como vericar se o que oi planejado gerou os resulados preendidos. Faça observações
das aulas e sisemaze as suas avaliações ao nal de cada enconro pois elas serão undamenais
na orienação das aulas seguines.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 9
NÚCLEO
OBJETIVO FORMATIVO HABILIDADE CAPACIDADES
(o que se (inerário FOCO (desdobramento das
AULAS
espera como ormavo (o conteúdo da habilidades em objevos
produto) para realizar competência) especícos)
o objevo)
Capacidade de reconhe-
cer a si próprio como ser . Quem sou
único com qualidades e Eu?
poenciais a desenvolver.
e . Espelho,
Consruir e valorar posi-
espelho meu...
vamene os conceios
Como eu me
acerca de si próprio.
vejo?
e 5. Que
lugares eu
Conhecer a realidade na ocupo?
qual se insere, expressando
a própria hisória pessoal.
6. De onde eu
venho?
Auoconheci-
Idendade Capacidade de perceber . Minhas
Formação do meno
ser auônomo, e idencar os elemen- ones de
solidário e os relevanes relavos à signicado
compeene dimensão ranscendenal e sendo da
da sua vida. vida.
Reconhecer, expressar
. Eu e os
e valorizar os alenos e
meus alenos
habilidades que possui,
no palco da
bem como lidar com as
vida.
suas limiações.
. Minhas
Perceber dierenes valores virudes e
presenes nas pessoas e em aquilo que não
si como pare consuine é legal, mas
da idendade. que eu posso
melhorar.
NÚCLEO
OBJETIVO FORMATIVO HABILIDADE CAPACIDADES
(o que se (inerário FOCO (desdobramento das
AULAS
espera como ormavo (o conteúdo da habilidades em objevos
produto) para realizar competência) especícos)
o objevo)
. Amizade
é quando
Idencar aos de compa- você não az
nheirismo e seus dierenes quesão de
aores. você e se em-
presa para
os ouros.
Problemazar a capacida-
de de olhar e considerar . Respeio
o ouro sem julgamenos é bom e nós
prévios, abero a orma gosamos.
de ser de cada pessoa.
Formação do
Relacionameno
ser auônomo, A capacidade de se colocar . Sincerida-
Valores inerpessoal e
solidário e no lugar do ouro anes de de: Um bem
social
compeene azer escolhas. querer!
5. Quando as
Reer sobre a inerede-
nossas regras
pendência da responsabi-
resolvem se
lidade individual e coleva
enconrar.
para a criação de uma
Os valores na
convivência saudável.
convivência.
e . A
Compreender a relação
vida em paz
enre conios, as de-
e o "melhor
sigualdades sociais e a
mundo do
necessidade de paz.
mundo".
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 11
NÚCLEO
OBJETIVO FORMATIVO HABILIDADE CAPACIDADES
(o que se (inerário FOCO (desdobramento das
AULAS
espera como ormavo (o conteúdo da habilidades em objevos
produto) para realizar competência) especícos)
o objevo)
Capacidade de reconhecer
e valorizar as conribuições
0. Viver enre
provenienes da roca de
gerações.
experiências com ouras
gerações.
. Organiza-
Idencar e culvar ção da vida
audes que avorecem a e das coisas
organização pessoal. começa em
mim!
Idencar maneiras
. Eu sou o
Formação do adequadas de cuidar da
Relacionameno que penso,
ser auônomo, saúde sica e menal
Valores inerpessoal e como, alo e
solidário e que levam ao bem-esar
social aço.
compeene pessoal.
Releir acerca do
desenvolvimeno de . Solida-
ações solidárias a parir riedade, um
da própria realidade e bem querer!
conexo social.
Aplicar os próprios
princípios, qualidades, 5. Da
audes, capacidades e inenção à
conhecimenos adquiri- ação: Jovem
dos aravés do rabalho volunário.
volunário.
Capacidade de reer
6. Um mun-
sobre a imporância do
do melhor
diálogo como mecanismo
depende mim
para a convivência e en-
de mim e de
gajameno na promoção
você.
da igualdade.
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12 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
NÚCLEO
OBJETIVO FORMATIVO HABILIDADE CAPACIDADES
(o que se (inerário FOCO (desdobramento das
AULAS
espera como ormavo (o conteúdo da habilidades em objevos
produto) para realizar competência) especícos)
o objevo)
Capacidade de reer
sobre a imporância do . A vida é
planejameno nas várias um projeo.
eapas da vida.
Idencar os elemenos
. Sim, eu
essenciais para viabilizar
sou capaz!
uma realização.
.
Reer sobre a imporân-
Conversando
cia do exercício do diálogo
e aprendendo
inerno na auo-avaliação.
comigo.
Compreender a relação
enre auodesenvolvi-
e 5. É
meno e apereiçoameno
preciso saber
pessoal e o desenvolvi-
sobre o saber!
meno e rajeória do
Projeo de Vida.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 13
NÚCLEO
OBJETIVO FORMATIVO HABILIDADE CAPACIDADES
(o que se (inerário FOCO (desdobramento das
AULAS
espera como ormavo (o conteúdo da habilidades em objevos
produto) para realizar competência) especícos)
o objevo)
e .
Reer sobre os hábios
Sociedade
e relações inerpessoais
do aeo e da
Formação do alernavos à culura do
Comperência susenabili-
ser auônomo, consumo.
para o século Auogesão dade.
solidário e
XXI
compeene
Esabelecer compromisso . Ação! Sou
com a realização do próprio o sujeio da
Projeo de Vida e iniciar a minha própria
sua consrução. vida.
Bom trabalho!
Se você ideniicou algo a ser corrigido nese maerial, por avor, avise-nos. Conamos
com você para o aprimorameno conínuo do nosso rabalho. Envie seus comenários para
icebrasil@icebrasil.org.br
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
14 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
ÍNDICE
• Aula : Minhas virudes e aquilo que não é legal, mas que eu posso melhorar..................6
• Aula : Amizade é quando você não az quesão de você e se empresa para os ouros....
Objetivos Gerais
Roteiro
PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO
Objetivos
• Aprender o nome dos colegas de urma de orma lúdica aciliando a inegração enre
odos.
• Reer sobre a idendade: Quem sou eu? Como me chamam? O que aço? Como
andam as relações comigo mesmo e com os ouros? Quais as qualidades que aprecio
nas pessoas?
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 19
Desenvolvimento
Disponha os esudanes senados, ormando um círculo de modo que odos possam se ver. Nesse
círculo, você deve esar inserido como um aciliador da avidade. Explique a dinâmica dizendo
que cada um deverá alar o próprio nome e um desejo pessoal. O educador deve iniciar a dinâmi-
ca dizendo seu nome, seguido de um desejo que enha. Cada esudane, na sequência, a parr do
educador, deve reper na ordem os nomes e desejos dios aneriormene pelos colegas, acres-
cenando ao nal o seu próprio nome e seu desejo.
Após a nalização da dinâmica, peça aos esudanes que respondam às seguines pergunas: Eu
sou? Meu desejo é? Eu nasci em? Meus pais são? Minhas caraceríscas sicas são? Meus com-
promissos são? Eu aço o quê? Por que aço? O que eu aço, aproxima as pessoas? Eu sou e-
liz quando? Como anda a minha relação comigo mesmo? Como andam meus relacionamenos?
Quais são as qualidades das pessoas com quem manenho amizade?
Comentários
O desao desa dinâmica é aprender de orma lúdica como chamar os colegas de urma, repe-
ndo na sequência odos os nomes e desejos dios aneriormene no círculo, anes de dizer o
seu próprio nome. Havendo diculdade na memorização da sequência, o educador e/ou o grupo
podem auxiliar aquele que esver alando, pois, o imporane nesa dinâmica é que, ao nalizá-la,
odos enham aprendido o nome dos colegas de urma. Nesa avidade, são rabalhadas ambém
quesões de idendade - Como me chamam? Quem sou eu? - podendo surgir alguns apelidos
carinhosos. É imporane que o educador eseja aeno para perceber e explorar o senmeno
subjacene ao modo como cada indivíduo se apresena.
Objetivo
Desenvolvimento
Oriene a leiura dos exos: Visualizando novos caminhos e Caçador de mim (Anexo ), que ra-
am da denição de Projeo de Vida e da imporância do auoconhecimeno, respecvamene.
Conclua essa avidade pergunando aos esudanes sobre o que enenderam dos exos e em
seguida, pergune se alguém já possui um Projeo de Vida denido. Esse momeno servirá de
apoio para as próximas avidades, por isso procure deixar os esudanes esmulados com a nova
disciplina.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
20 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Objetivos
Desenvolvimento
Inicie esa avidade pergunando: O que é um Projeo de Vida? Para que serve um Projeo de
Vida? Quando devemos er um Projeo de Vida? Como se consrói um Projeo de Vida? Qual
a relação enre Projeo de Vida e elicidade? Por que é imporane se conhecer bem anes de
consruir um Projeo de Vida? Procure azer uma relação enre “O que é um Projeo de Vida” e os
desejos dos esudanes, “ase desejane x ase de realização uura” de acordo com as quesões
proposas. Em seguida, ranscreva a seguine avidade na lousa:
. O que eu aço?
6. Como aço?
Minhas Relações
• Como anda a minha relação comigo mesmo?
• Como andam meus relacionamenos?
• Quais as qualidades das pessoas com quem eu manenho amizade?
Anes de os esudanes começarem a responder as quesões, insira levemene uma reexão sobre
a imporância do auoconhecimeno (enconro que cada um deve esabelecer com o seu inerior)
para que possam ir descobrindo aquilo que acrediam ser melhor para as próprias vidas. Ao nal,
peça para os esudanes comenarem suas resposas com o apoio dos colegas.
Avaliação
Pergune aos esudanes o que eles acharam do enconro e quais as expecavas de cada um
sobre as aulas de Projeo de Vida.
Em casa
Escreva na lousa a avidade para os esudanes copiarem.
Elabore um pequeno exo disseravo sobre quem é você, quais são os seus desejos e udo que
az sendo para você. Esse exo será apresenado na próxima aula.
Essa primeira avidade para casa propõe um exercício que será basane comum nese maerial.
Assim, procure azer com que os esudanes se acosumem a essa rona e aprendam a alar sobre
si sem receios. Esmule-os para que busquem seus desejos e se expressem cada vez melhor.
Texto 1
Visualizando novos caminhos!1
Quando alguém preende consruir uma casa, um engenheiro é conraado para planejar udo
que será necessário azer anes de começar as obras. A parr do projeo, ele erá uma noção do
maerial necessário e de quanos rabalhadores serão conraados para a consrução ocorrer no
empo deerminado. Se não houvesse um planejameno prévio, provavelmene, os rabalhadores
não saberiam como desempenhar ordenadamene suas unções. Inclusive seria muio complicado
prever os recursos necessários para a obra. A casa, provavelmene, nunca seria consruída ou, se
osse, com cereza, não iria sasazer os desejos de seu dono.
Na vida, ocorre algo similar. Possuímos muias meas e planos os quais preendemos realizar.
Temos a opção de escolher o nosso caminho. Enreano, inúmeras vezes escolhemos roas que
nos aasam de nosso objevo maior ou camos conusos em relação ao rumo a ser seguido pela
ausência de planejameno sobre o que realmene queremos.
Um Projeo de Vida é um plano colocado em papel para que possamos visualizar melhor os ca-
minhos que devemos seguir para alcançar nossos objevos. Desse modo, necessiamos saber
claramene quais são eles e er em mene ambém quais são os nossos valores, pois são eles que
norearão nossas escolhas. Isso é undamenal para viver em harmonia com o que realmene
nosso coração pede, pois, na ausência de um Projeo de Vida, corremos o risco de car sem dire-
ção. Dessa orma, conhecer-se, saber o que a vida realmene signica para você e conhecer seus
valores são de undamenal imporância no planejameno do seu Projeo de Vida. É aravés dele
que você poderá se desenvolver melhor e realizar os seus sonhos. Lembre-se: nada é esáco, e
você precisa esar em consane evolução.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 23
Texo
Caçador de Mim2
Sérgio Magrão e Luiz Carlos Sá
Preso a canções
Enregue a paixões
Que nunca veram m
Vou me enconrar
Longe do meu lugar
Eu, caçador de mim
Nada a emer senão o correr da lua
Nada a azer senão esquecer o medo
Abrir o peio à orça, numa procura
Fugir às armadilhas da maa escura
Longe se vai
Sonhando demais
Mas onde se chega assim
Vou descobrir
O que me az senr
Eu, caçador de mim
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
24 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Objetivos Gerais
Materiais Necessários
• Duas olhas de papel ocio;
• Lápis e borrachas para odos;
• Data show com caixa de som;
• Vídeo da campanha publiciária “Dove”: Rerao Real da beleza;
(Disponível em: hp://reraosdarealbeleza.dove.com.br/);
• Nome dos esudanes escrios em rinhas de papel;
• Fia adesiva;
• Pranchea para desenho;
• Sala com espaço livre para os esudanes circularem sem obsáculos.
Roteiro
PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO
Atividade Preliminar
Com os esudanes senados em orma de círculo, relembre o enconro anerior. Convide duas ou
mais pessoas, dependendo da disposição dos esudanes, para conar o que oi abordado na úl-
ma aula. Lembre-se de reomar a area para casa. Espere que os esudanes esponaneamene
comenem sobre algum pono.
Ao nal, diga para os esudanes que não é possível empreender um Projeo de Vida sem se co-
nhecer bem. Por isso, esa aula, ambém, ajudará nesse mesmo pono.
Escrever a própria rajeória de vida, de acordo com o que se pede, sem se idencar e com lera
de ôrma.
Objetivo
Desenvolvimento
º Momeno
Enregue para cada esudane uma olha de ocio para que eles possam desenvolver a avidade
Biograa:
. Biograa é a hisória da vida de uma pessoa. A palavra em origem nos emos gregos bios, que
signica “vida”, e graphein, que signica “escrever”. Sabendo, enão, que uma biograa é a descri-
ção dos aos parculares da vida de uma pessoa, incluindo sua rajeória, escreva a sua auobio-
graa, sem se idencar, incluindo as seguines inormações:
a) Daa de nascimeno:
b) Local onde nasceu e vive aualmene:
c) Onde esudou:
d) Algumas habilidades especícas:
e) Um pensameno em que realmene acredie:
) Algo sobre a sua amília:
g) Com uma palavra o que quer ser.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 27
º Momeno
Depois que odos erminarem de escrever, recolha as olhas e as redisribua aleaoriamene, de
modo que cada esudane que com uma biograa dierene da sua. Em seguida, peça que eles
ponuem, ao nal da olha de ocio, rês recomendações ao dono da biograa que sejam con-
dizenes com o que ele quer ser. Após o érmino dessa eapa, peça que alguns esudanes leiam
em voz ala a biograa que recebeu e as recomendações que prescreveu para o colega. Oriene
a urma para que, durane a leiura, o dono da biograa permaneça indierene, não levane sus-
peias, como se aquela biograa não osse a sua. À medida que eles orem apresenando a bio-
graa, pergune em seguida, se alguém sabe de quem é e a cada descobera eia, peça que eles
jusquem suas resposas. Pergune aos esudanes se, ao descobrir o dono da biograa, alguém
percebeu semelhanças enre a hisória do colega e a própria hisória. Não se esqueça de devolver
a biograa aos seus donos, pois, ao nal, odos devem permanecer com os seus exos originais.
Logo depois, peça aos esudanes que respondam às quesões do pono dois abaixo:
. Após aconselhar seu colega e/ou ler os conselhos dados a você, responda:
a) Quais oram as rês recomendações que seu colega sugeriu a você?
b) Você achou pernenes as sugesões dadas por seus colegas? Concorda com elas?
Jusque sua resposa.
c) Você conseguiu azer as recomendações ao seu colega respeiando a biograa dele?
Como? Em caso de diculdades, explique quais oram.
Procure saber se as recomendações dadas pelos colegas oram pernenes ou não. Peça a alguns
esudanes que comenem suas resposas. Por úlmo, peça a alguns esudanes que exponham as
diculdades e acilidades que enconraram ao elaborar as recomendações aos colegas.
Objetivo
Desenvolvimento
Anes de começar a avidade pergune se alguém sabe o que é um arsa orense e explique
lendo o exo “O que é orense”. Depois da explicação, diga que a avidade de hoje vai reproduzir
o rerao alado de alguns deles. Assim, peça à urma que se divida em duplas e enregue uma
olha de ocio com uma pranchea a cada uma. Logo em seguida, solicie que sigam as seguines
orienações: Você parcipará da produção de um rerao alado. Escolha um colega e combine
enre vocês quem será o arsa orense e quem será o narrador.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
28 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
º Momeno
Enregue um pedaço de papel com o nome de um dos esudanes da urma para cada narrador do
rerao alado. Esse pedaço de papel deve ser bem dobrado para que apenas o narrador saiba de
quem se raa. Tenha cuidado para não enregar o próprio nome dos esudanes da dupla. Feio
isso, peça aos narradores que abram cuidadosamene a rinha de papel para ver qual será o cole-
ga a ser descrio para o arsa orense. Oriene-os para que não passem para os arsas orenses
descrições muio óbvias do colega a ser desenhado. Explique que eles devem descrever a ace do
colega para o arsa orense, descrevendo inicialmene as caraceríscas sicas, de acordo com
as dicas para o arsa orense: (Copiar na lousa as dicas)
. Seja narrador ou arsa orense, para você, o que oi mais dicil reraar? Por quê?
Vale a pena acessar: Aprenda a azer rerao alado ulizando o Pimp the Face, um sie em inglês
que permie criar o desenho de um roso a parr de uma oo ou de modelos preesabeleci-
dos disponíveis no sie. Para aprender é só acessar: <hp://www.ecmundo.com.br/imagem/
0-aprenda-a-azer-um-rerao-alado.hm#ixzziuyrh>. Acesso em ou. 0.
• Quando cada dupla conseguir nalizar seu desenho, peça a eles que o axem em
uma parede da sala. Nesse momeno, odos devem circular enre os reraos, pro-
curando se enxergar em algum deles. Peça aos esudanes os quais conseguiram
se idencar nos desenhos que quem com o seu rerao. Os esudanes, que não
conseguiram idencar seu rerao, deverão ser ajudados pelos narradores. Anes
de abrir espaço para as colocações dos esudanes sobre esse primeiro momeno
da avidade, peça aos esudanes que respondam à quesão abaixo. Após, prepare
a urma para assisr ao vídeo: Reraos da Real Beleza, que reraa algo seme-
lhane ao vivido pelos esudanes nesse momeno (Vídeo da campanha publiciária
“Dove”: Rerao Real da beleza.
. De acordo com o vídeo: Rerao da Real Beleza, você concorda que muias vezes
consruímos uma imagem disorcida sobre nós mesmos? Por que você acha que isso
aconece?
Caso seja necessário, explique que a percepção que emos sobre nós mesmos, muias vezes, pode
ser oalmene dierene daquela que os ouros êm de nós. Fale que isso esá relacionado à nossa
auoesma e às diculdades de aceiação. Diga que, em caso de dúvidas sobre quem somos e o
que queremos ser, é sempre bom conar com mais de uma visão ou o apoio de alguém conheci-
do. Finalize o enconro dizendo que há mais ponos posivos em nós mesmos do que pensamos
exisr, sendo normal er ceras inseguranças, mas que nunca podemos azer disso algo que nos
impeça de ser eliz. Assim como, não devemos mascarar quem somos por medo daquilo que as
ouras pessoas vão pensar sobre nós.
Avaliação
Terminada a reexão sobre a avidade, ormar um grande círculo para parlhar a vivência do en-
conro com os esudanes e saber o que eles acharam da aula. Caso você enha descobero algo
novo sobre os seus esudanes, comparlhe com eles nesse momeno. Observe se os esudanes
oram sinceros na escria da própria biograa e das recomendações que zeram aos colegas. Ava-
lie se os esudanes receberam posivamene as recomendações dadas pelos colegas. É impor-
ane que eles se enxerguem a parr das colocações que oram eias (o que são). Caso conrário,
aene para aqueles esudanes que elaboraram uma biograa a parr daquilo que eles ainda
não são, mas que gosariam de ser. Nesse caso, você precisará ajudá-los a perceber essa dieren-
ciação. Eseja aeno caso algum esudane enha eio uma auobiograa com ponos negavos
sobre si ou depreciavos. Nesse caso, você precisará ajudá-los a se enxergarem melhor. Avalie se
os esudanes se percebem como são e como esá a auoesma de cada um.
O que é Forense?4
Forense é um ermo relavo aos ribunais ou ao Direio. Na maior pare das vezes, o ermo é de
imediao relacionado com o desvendameno de crimes.
Conudo, exisem ouras aplicações do ermo, como se verica na expressão "expediene oren-
se", que designa o horário de uncionameno dos ribunais.
Ciência Forense é a aplicação de um conjuno de écnicas ciencas para responder a quesões
relacionadas ao Direio, podendo se aplicar a crimes ou aos civis. O esclarecimeno de crimes é
a unção de desaque da práca orense. Aravés da análise dos vesgios deixados na cena do
crime, os perios, especialisas nas mais diversas áreas, conseguem chegar a um criminoso. Algu-
mas das áreas ciencas que esão relacionadas à Ciência Forense são a Anropologia, Biologia,
Compuação, Maemáca, Química, e várias ouras áreas ligadas à Medicina, como por exemplo,
a Psicologia Forense.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
30 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
"CSI: Las Vegas" é o ulo de uma série americana de invesgação criminal que, no Brasil e em
ouros países, popularizou o rabalho dos ciensas orenses, os perios que desvendam os mais
variados crimes e conduzem à idencação do culpado.
”
para completar o relatório falado.
. O ingrediene crucial5
(...) O que é auoesma? É a maneira pela qual uma pessoa se sene em relação a si mesma. É o
juízo geral que az de si mesmo – quano gosa de sua própria pessoa.
A auoesma não é uma preensão osensiva. É um senmeno calmo de auo-respeio, um sen-
meno do próprio valor. Quando a senmos ineriormene camos saseios em sermos nós
mesmos. A preensão é apenas uma maniesação alsa para encobrir uma auoesma precária.
Quando se em uma boa auoesma, não se perde empo e energia procurando pressionar os
ouros; já se conhece o próprio valor.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 31
A adolescência é a ase mais conurbada da vida dos seres humanos por ser o período de ransi-
ção enre a inância e a idade adula. Nessa ase ainda imperam audes de uma criança, mas, ao
mesmo empo, é esperada do adolescene uma posura adula, ou seja, de uma ase ainda por vir.
Nessa aula, os esudanes reerão sobre suas unções em diversos grupos sociais como a amília,
a escola, enre ouros. Haja visa que:
“Nos dias auais, a amília e a escola consuem os dois espaços principais de socialização das
novas gerações. É sobreudo por meio dessas duas insuições que os jovens de hoje consroem
sua idendade, ormam seus valores e preparam-se para a vida adula, em parcular a vida
prossional”.7
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32 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Objetivos Gerais
Material Necessário
• Vídeo da Música “Aé quando?” Gabriel o Pensador
(Disponível em: hp://www.youube.com/wach?v=rH5TRzmOVFo )
Roteiro
PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO
º momeno:
Escua da Música “Aé quando?” Gabriel o
Pensador.
Atividade Preliminar
Anes de iniciar a aula, reome com os esudanes a aula anerior. Escolha esudanes para que
alem sobre o coneúdo da aula passada.
Objetivos
Desenvolvimento
Os esudanes devem ser orienados a ler, individualmene, o exo “Família e escola” (Anexo
). Após a leiura, os esudanes devem responder às quesões objevas de acordo com a leiura
realizada.
Explique aos esudanes que as resposas são, em sua maioria, reradas do exo. Para nalizar
essa avidade, odos devem comparar uns com os ouros as resposas da pare objeva das per-
gunas. No ocane às resposas de cunho pessoal, os esudanes, que se senrem à vonade em
comparlhar suas opiniões, deverão expor suas colocações. Essa aude deverá ser incenvada,
pois será mais rica a roca de ponos de visa enre eles.
Avaliação
Objetivo
Desenvolvimento
”
tempo e adora essa função.
Inorme aos esudanes que eles, em grupo, erão que complemenar a hisória de Danilo de acor-
do com o oco esabelecido para cada equipe. Disponibilize um empo para que o primeiro grupo
escreva e leia a complemenação para a sala. Em seguida, a parr da hisória do primeiro grupo,
o segundo complemenará de acordo com seu oco, e, assim, sucessivamene, aé complear-se
a hisória do Danilo.
Aene para a coerência e harmonia da hisória de Danilo, por que a maneira como esá sendo
consruída, em cadeia, é para propiciar essa uniormidade. Quando o º grupo nalizar a apre-
senação, oriene os esudanes a escreverem as complemenações da hisória de acordo com os
ponos deerminados:
- Foco na amília:
- Foco na Escola:
- Foco na Comunidade:
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 35
Desaça os grupos e june odos em um círculo. Para nalizar a avidade, pergune: O que eles
enenderam sobre a avidade? Enconraram diculdade em raçar os caminhos do personagem
Danilo? Discua com eles sobre os desechos dados por cada grupo. Em seguida, com relação às
próprias vidas, peça aos esudanes que opinem sobre as emácas - amília, escola e sociedade -
que norearam a avidade. Deixe claro para os esudanes que essa é uma avidade que, embora
lúdica, objeva razer-lhes a reexão sobre suas auações nesses grupos nos quais, na vida real,
esão inseridos.
Avaliação
Observe se eles compreenderam a avidade, se obeve boa aceiação. Noe se os esudanes ze-
ram boas reexões a respeio dos grupos sociais, ano nos complemenos da hisória do Danilo,
como nas próprias vidas.
Objetivo
Desenvolvimento
Coloque odos os esudanes senados em círculo, inormando a eles que irão escuar a música
Aé quando? (Anexo ) do canor e composior, Gabriel, o Pensador. Fale que será necessária
aenção para enender as crícas abordadas na lera da música.
Essa música oi lançada em 00 com o objevo de desperar a coragem das pessoas pela lua dos
seus direios, além de provocar a mudança de posura diane dos desaos sociais.
Finalizada a audição, divida os esudanes em grupos que deverão analisar o recho desacado
da música e responder às quesões apresenadas.
Avaliação
Finalize esse momeno reendo com seus esudanes. Peça a eles que exponham o que acharam
da avidade e da aula. Aproveie o momeno para comparlhar algo posivo que você enha per-
cebido como, dedicação, parcipação, compromisso. Verique se os esudanes que ainda não
parciparam de uma ação social demonsram ineresse e percebem a imporância de conribuir
para o seu enorno.
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36 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
- Família
√ Pela ase da adolescência em que eles se enconram, será “normal” se eles aborda-
rem os conios exisenes denro desse núcleo como sendo os principais problemas
enrenados pelo personagem.
- Escola
√ Há quem adore ir à escola e há quem vá apenas por ser obrigado. Nessa perspecva, a
complemenação desse grupo se divide enre o personagem gosar ou não da escola,
ver sendo ou não na escola;
√ Em caso de uma abordagem negava para a hisória, durane as discussões, é im-
porane que seja compreendido que, gosando ou não da escola, eles precisam ver
sendo em esar lá.
- Sociedade (Grupos sociais):
√ Caso os esudanes abordem os aspecos sociais do pono de visa das exigências da
sociedade sobre o personagem (em que se ormar, em que ir à escola, em que ca-
sar), considere odas as conribuições, porém é imporane que eles reiam ambém,
sobre como é a auação de Danilo no espaço em que vive. Como andam as relações
aevas denro dos grupos sociais (espore, culura, lazer, volunariado), aos quais
perencem? Como eles se percebem enquano cidadãos?
Ao nal desa avidade, os esudanes deverão er uma visão panorâmica da hisória complea do
personagem Danilo, viso que eles escreverão as complemenações dos ouros grupos.
a) Espera-se que eles acrediem na solução de problemas sociais após a mobilização das
pessoas. Alguns exemplos que eles podem mencionar: impedir o aumeno das arias
dos ônibus, greve dos rabalhadores, arrecadação de alimenos, roupas, água para
uma insuição, enre ouros exemplos de mobilização em prol de algo na sociedade.
b) Resposa de cunho pessoal. Mas é esperado que os esudanes se posicionem a avor
de alguma causa. Enendendo que é imporane luar por um mundo mais juso.
c) Espera-se que os esudanes desenvolvam ou já enham desenvolvido algum po de
rabalho volunário.
Abrigo de ensões8
As relações enre amília e escola nunca oram ão próximas, mas se ressenem das dierenças de
lógica enre as duas insuições.
Nos dias auais, a amília e a escola consuem os dois espaços principais de socialização das
novas gerações. É sobreudo por meio dessas duas insuições que os jovens de hoje consroem
sua idendade, ormam seus valores e preparam-se para a vida adula, em parcular a vida pro-
ssional.
A aula das relações enre essas duas eseras da vida social vem se desenvolvendo lenamene,
mas apresenando resulados de pesquisa que começam a se consolidar. Talvez o maior deles re-
sida numa dupla consaação: a) de que amília e escola nunca manveram relações ão próximas
e inensas quano na aualidade; b) de que há hoje uma ore disseminação – ano nos meios
educacionais, quano na opinião pública – da crença de que esses dois agenes precisam esabe-
lecer uma sólida parceria e colaboração, para que não haja incongruências enre as prácas e os
processos educavos desenvolvidos em cada uma dessas duas insâncias.
No enano, se ese úlmo pressuposo se assena numa racionalidade lógica, ele desconhece a
razão socio(lógica) que az a socialização amiliar – que se dierencia de um meio social a ouro
– doar a criança e o esudane de insrumenos (cognivos e comporamenais) diversicados e
mais ou menos adapados às exigências implícias ou explícias do sisema escolar.
Assim, ao invesgar as relações que as amílias populares manêm com a escola, o pesquisador
depara com um ao marcane: os conrases ou as dissonâncias exisenes enre o modo de so-
cialização que rege o universo pedagógico das escolas e aquele que vigora no universo domésco
das amílias populares.
Na Estante
Anexo 1
“Danilo é lho único e nasceu em uma amília de classe média de uma imporane cidade do sul
do Brasil. Ele eve uma inância ranquila, brincando com os primos e vizinhos no condomínio
onde morava.
Anos se passaram e hoje, já um adolescene, ele em uma vida basane dinâmica, az judô, na-
ação, curso de Inglês e, aos domingos, parcipa de um grupo de música da igreja. Ele é o garoo
mais popular da escola, sempre muio comunicavo, vive rodeado de amigos, por esse movo, oi
eleio o líder da sua sala por muio empo e adora essa unção”.
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40 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Anexo 3
º Momeno
Aé Quando
Gabriel, o Pensador
Não adiana olhar pro céu
Com muia é e pouca lua
Levana aí que você em muio proeso pra azer
E muia greve, você pode, você deve, pode crer
Não adiana olhar pro chão
Virar a cara pra não ver
Se liga aí que e boaram numa cruz e só porque Jesus
Soreu não quer dizer que você enha que sorer!
Aé quando você vai car usando rédea?!
Rindo da própria ragédia
Aé quando você vai car usando rédea?!
Pobre, rico ou classe média
Aé quando você vai levar cascudo mudo?
Muda, muda essa posura
Aé quando você vai cando mudo?
muda que o medo é um modo de azer censura
Aé quando você vai levando? (Porrada! Porrada!!)
Aé quando vai car sem azer nada?
Aé quando você vai levando? (Porrada! Porrada!!)
Aé quando vai ser saco de pancada?
Você ena ser eliz, não vê que é deprimene
O seu lho sem escola, seu velho á sem dene
Cê ena ser conene e não vê que é revolane
Você á sem emprego e a sua lha á gesane
Você se az de surdo, não vê que é absurdo
Você que é inocene oi preso em agrane!
É udo agrane! É udo agrane!!
A polícia
Maou o esudane
Falou que era bandido
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1º ANO DO ENSINO MÉDIO 41
Chamou de racane!
A jusça
Prendeu o pé-rapado
Solou o depuado
E absolveu os PMs de Vigário!
A polícia só exise pra maner você na lei
Lei do silêncio, lei do mais raco
Ou aceia ser um saco de pancada ou vai pro saco
A programação exise pra maner você na rene
Na rene da TV, que é pra e enreer
Que é pra você não ver que o programado é você!
Acordo, não enho rabalho, procuro rabalho, quero rabalhar
O cara me pede o diploma, não enho diploma, não pude esudar
E querem que eu seja educado, que eu ande arrumado, que eu saiba alar
Aquilo que o mundo me pede não é o que o mundo me dá
Consigo um emprego, começa o emprego, me mao de ano ralar
Acordo bem cedo, não enho sossego nem empo pra raciocinar
Não peço arrego, mas onde que eu chego se eu co no mesmo lugar?
Brinquedo que o lho me pede, não enho dinheiro pra dar!
Escola! Esmola!
Favela, cadeia!
Sem erra, enerra!
Sem renda, se renda! Não! Não!!
Muda que quando a gene muda o mundo muda com a gene
A gene muda o mundo na mudança da mene
E quando a mene muda a gene anda pra rene
E quando a gene manda ninguém manda na gene!
Na mudança de aude não há mal que não se mude nem doença sem cura
Na mudança de posura a gene ca mais seguro
Na mudança do presene a gene molda o uuro!
Aé quando você vai car levando porrada,
aé quando vai car sem azer nada
Aé quando você vai car de saco de pancada?
Aé quando?
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42 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Gabriel, O Pensador: Nascido no Rio de Janeiro em , esreou sua carreira como rapper em
, com a a demo de “Tô eliz (maei o presidene)”, censurada pelo Minisério da Jusça
pouco anes da renúncia de Collor. Gabriel gravou see álbuns e um DVD, somando mais de dois
milhões de cópias vendidas no Brasil, abrindo poras para ouros países apreciarem seu rabalho.
O criador de “Cachimbo da Paz”, “Aé quando?” e “Palavras repedas” é ambém auor de dois
livros: “Diário Nourno” (ed. Objeva) e “Um garoo chamado Robero” (ed. Cosac Naiy), que
recebeu o prêmio Jabu de melhor livro inanl em 006.
º Momeno
Após ouvir a música, discua com seus colegas o recho desacado a seguir e responda: Com re-
lação à auação do seu grupo, quais são as mudanças necessárias para uma melhor auação na
sociedade na qual esão inseridos?
Em seguida, escolha um represenane de cada grupo para explanar o que debaeram sobre a ra-
se e o que escreveram sobre as mudanças necessárias para a auação deles. Ao nal dessa eapa,
eles devem senar, individualmene, para responder aos iens a, b e c da quesão nº .
º Momeno
Agora, individualmene, responda às pergunas abaixo:
a) Você acredia que as pessoas, quando se unem em prol de alguma causa, conseguem
mudar uma realidade? Se sim, você conhece algum exemplo?
b) Se você osse deender uma causa social, qual seria? Por quê?
c) Você desenvolve algum po de rabalho volunário? Se sim, qual?
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1º ANO DO ENSINO MÉDIO 43
A hisória pessoal deve ser um componene imporane do Projeo de Vida. Anes mesmo de os
esudanes pensarem para onde eles querem ir e o que eles querem ser, é imporane que odos
saibam de onde vêm, o que gosariam de superar ou criar para o uuro.
A sua casa, seus pais, sua amília e sua vida codiana, por meio de uma rede de relações sociais
e aevas, inegram o primeiro momeno de conhecimeno que crianças e adolescenes êm so-
bre o mundo. Pois, é no processo de relações diversicadas que o esudane inerioriza valores e
consrói ormas próprias de perceber e esar no mundo, se consuindo enquano sujeio.
Ao conhecermos um adolescene, de cera orma, conhecemos ambém sua amília, que é seu
primeiro espaço de socialização, de ormação, é o grupo social onde adquiriu seu reperório ini-
cial de comporameno: hábios, cosumes e modo de lidar com os objeos, com o ambiene sico
e com os adulos. Logo, valorizar as raízes e o que de bom aprenderam, ajuda os adolescenes a
desenvolverem a noção de onde eles podem chegar.
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44 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Objetivo Geral
Material Necessário
Roteiro
PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO
Avidade em Grupo:
Opinião sobre rês rases armavas. 5 minuos
Para discur.
Atividade Preliminar
Peça aos esudanes que comenem os aconecimenos da aula anerior, como orma de reomar
a discussão.
Atividade de Leitura
Objetivos
Desenvolvimento
Explique aos esudanes que o exo “Perencer” de Clarice Lispecor (Anexo ) é uma crônica
publicada originalmene no Jornal do Brasil, em 6, e, poseriormene no livro “A descobera
do mundo”. Em seguida, aça com os esudanes a leiura da crônica. Ao nal, pergune o que
enenderam e inorme sobre as quesões abaixo que devem ser respondidas por eles: (Copiar
quesões na lousa).
Depois de escuar os esudanes, pergune a opinião deles sobre nascer com uma missão, um
legado ou uma unção amiliar pré-esabelecida e o que se pode azer para superar esse legado
e raçar a própria hisória. Explique que cada pessoa possui sua hisória de vida e que ela começa
a ser consruída anes mesmo do nascimeno. Para isso, aça relação com a crônica de Clarice
Lispecor, mosrando a proundidade da rajeória da personagem, seus senmenos e as rans-
ormações pelas quais passou. Diga aos esudanes que eles precisam respeiar a própria hisória
por aquilo que ela em de dierene e que aravés dela podem criar conança no mundo e em si
mesmo. Explique que, para a vida uura, é imporane criar vínculos seguros e saudáveis com a
própria hisória.
Ao nal, corrija as resposas das quesões com os esudanes.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
46 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Objetivos
Desenvolvimento
Disribua a avidade em grupo: Para discur (Anexo ) que segue abaixo e leia em voz ala cada
uma das quesões para os esudanes. Peça a eles que ormem rês grupos grandes os quais deve-
rão car cada um, com uma das alernavas proposas pela avidade. Ao nal, as resposas dos
grupos serão comparlhadas.
Leia os parágraos a seguir e em grupo, discua com os seus colegas sobre as pergunas que os
seguem:
Grupo 10
Cada pai projea seus sonhos, realizados ou não, em seus lhos, mas, inde-
pendenemene de quais sejam, a maioria deles se associa a um sonho só:
Eles querem uma vida para nós melhor do que a que eles veram.
Sobre isso, você concorda que os pais êm rica experiência de vida e cero grau de sabedoria e por
isso, não há dúvidas de que sabem o que é melhor para os lhos? Por quê?
Grupo 11
O senhor em saudades de Iabira ainda hoje? Tenho uma prounda sau-
dade e digo mesmo: no undo, connuo morando em Iabira, aravés das
minhas raízes e, sobreudo, aravés dos meus pais e dos meus irmãos, o-
dos nascidos lá e odos já alecidos. É uma herança aávica prounda que
não posso esquecer.
Sobre as raízes amiliares, você concorda que, mesmo cada um sendo livre para raçar a própria
hisória, a orça da origem amiliar nos conduz a ser o que somos? Por quê?
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 47
Sobre a origem amiliar, esse poema de Drummond reraa a sua incomensurável saudade de sua
cidade naal:
Condência do iabirano12
Alguns anos vivi em Iabira.
Principalmene nasci em Iabira.
Por isso sou rise, orgulhoso: de erro.
Novena por ceno de erro nas calçadas.
Oiena por ceno de erro nas almas.
E esse alheameno do que na vida é porosidade e comunicação.
A vonade de amar, que me paralisa o rabalho,
vem de Iabira, de suas noies brancas, sem mulheres e sem horizones.
E o hábio de sorer, que ano me divere,
é doce herança iabirana.
De Iabira rouxe prendas diversas que ora e oereço:
ese São Benedio do velho saneiro Alredo Duval;
esa pedra de erro, uuro aço do Brasil,
ese couro de ana, esendido no soá da sala de visias;
ese orgulho, esa cabeça baixa...
Tive ouro, ve gado, ve azendas.
Hoje sou uncionário público.
Iabira é apenas uma oograa na parede.
Mas como dói!
Grupo 13
O presene é o codiano da vida das pessoas. É o empo em que elas vi-
vem, são mobilizadas por novos aconecimenos, lembram com alegria,
riseza ou raiva do passado, projeam o uuro ou se angusam com ele.
É quando consroem a sua hisória pessoal, a ormar suas idendades.
Sobre isso, você concorda que o codiano em a riqueza das experiências que o ajudarão a supe-
rar posivamene as diculdades e as adversidades que surgirem? Você acredia que essas vivên-
cias o ajudarão a desenhar o uuro? Por quê?
Ao azer a leiura da alernava b da avidade, aproveie para alar, rapidamene, sobre Drum-
mond. Depois que os grupos esverem pronos para comparlhar suas resposas, organize uma
pequena plenária na qual cada grupo deve ler a sua perguna e responde-la de acordo com a dis-
cussão ocorrida. Para isso, eleja uma pessoa de cada grupo para apresenar as resposas.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
48 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Por úlmo, ermine o enconro dizendo que é importante entender o passado para conseguir se
projear melhor no uuro. O passado, o presene e o uuro se relacionam de orma inrínseca,
uma vez que, aravés da memória podemos aceder o passado e esruurá-lo de acordo com a
ideia que emos no presene e com isso, mudar o nosso uuro.
Avaliação
Avalie se os esudanes veem sua herança amiliar ou origem de orma posiva. Observe como os
esudanes conseguem se projear no uuro a parr de sua origem.
Em casa
Em casa
(...) Pleniude humana é quando o ser e o querer-ser se enconram e, por um momeno, se abra-
çam. A pleniude humana só muio raramene aconece de prono na vida das pessoas. O normal
é que os momenos de pleniude humana começam a ser consruídos muios anos anes. Às
vezes, um momeno de pleniude humana leva uma vida ineira para ser gesado e, nalmene,
aconecer (...).14
(...) O ser humano não se reduz, como armam os comporamenalisas, apenas a um organismo,
a um sisema em ineração dinâmica com o meio ambiene, passível, porano, de ser orienado
para esa ou aquela nalidade pela simples manipulação das variáveis que condicionam o seu
processo de ineração com o ambiene naural e humano.
Por ouo lado, ambém, nos opomos ao conceio de homem como liberdade absraa, ou conex-
ualizada apenas ao nível do relacionameno inerpessoal, ignorando o processo hisórico-social
concreo que esá, a um empo, na moldura e no cerne da sua exisência.
Concebemos o homem como ser capaz de assumir-se como sujeio da sua hisória e da Hisória,
agene de ransormação de si e do mundo, one de iniciava, liberdade e compromisso nos pla-
nos pessoal e social (...).15
Na Estante
Anexo 1
Texo: Perencer16
Clarice Lispecor
Um amigo meu, médico, assegurou-me que desde o berço a criança sene o ambiene, a criança
quer: nela o ser humano, no berço mesmo, já começou.
Tenho cereza de que no berço a minha primeira vonade oi a de perencer. Por movos que aqui
não imporam, eu de algum modo devia esar senndo que não perencia a nada e a ninguém.
Nasci de graça.
Se no berço experimenei esa ome humana, ela connua a me acompanhar pela vida aora,
como se osse um desno. A pono de meu coração se conrair de inveja e desejo quando vejo
uma reira: ela perence a Deus.
Exaamene porque é ão ore em mim a ome de me dar a algo ou a alguém, é que me ornei
basane arisca: enho medo de revelar de quano preciso e de como sou pobre. Sou, sim. Muio
pobre. Só enho um corpo e uma alma. E preciso de mais do que isso. Com o empo, sobreudo
os úlmos anos, perdi o jeio de ser gene. Não sei mais como se é. E uma espécie oda nova de
"solidão de não perencer" começou a me invadir como heras num muro.
Se meu desejo mais ango é o de perencer, por que enão nunca z pare de clubes ou de as-
sociações? Porque não é isso que eu chamo de perencer. O que eu queria, e não posso, é por
exemplo que udo o que me viesse de bom de denro de mim eu pudesse dar àquilo que eu per-
enço. Mesmo minhas alegrias, como são soliárias às vezes. E uma alegria soliária pode se ornar
paéca. É como car com um presene odo embrulhado em papel eneiado de presene nas
mãos - e não er a quem dizer: ome, é seu, abra-o! Não querendo me ver em siuações paécas
e, por uma espécie de conenção, eviando o om de ragédia, raramene embrulho com papel de
presene os meus senmenos.
Perencer não vem apenas de ser raca e precisar unir-se a algo ou a alguém mais ore. Muias
vezes a vonade inensa de perencer vem em mim de minha própria orça - eu quero perencer
para que minha orça não seja inúl e orque uma pessoa ou uma coisa. Quase consigo me
visualizar no berço, quase consigo reproduzir em mim a vaga e, no enano, premene sensação
de precisar perencer. Por movos que nem minha mãe nem meu pai podiam conrolar, eu nasci
e quei apenas: nascida.
No enano ui preparada para ser dada à luz de um modo ão bonio. Minha mãe já esava do-
ene, e, por uma supersção basane espalhada, acrediava-se que er um lho curava uma mu-
lher de uma doença. Enão ui deliberadamene criada: com amor e esperança. Só que não curei
minha mãe. E sino aé hoje essa carga de culpa: zeram-me para uma missão deerminada e eu
alhei. Como se conassem comigo nas rincheiras de uma guerra e eu vesse deserado. Sei que
meus pais me perdoaram por eu er nascido em vão e ê-los raído na grande esperança.
Mas eu, eu não me perdoo. Quereria que simplesmene se vesse eio um milagre: eu nascer e
curar minha mãe. Enão, sim: eu eria perencido a meu pai e a minha mãe. Eu nem podia conar
a alguém essa espécie de solidão de não perencer porque, como deseror, eu nha o segredo da
uga que por vergonha não podia ser conhecido.
A vida me ez de vez em quando perencer, como se osse para me dar a medida do que eu perco
não perencendo. E enão eu soube: perencer é viver. Experimenei-o com a sede de quem esá
no desero e bebe sôrego o úlmo gole de água de um canl. E depois a sede vola e é no desero
mesmo que caminho!
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
52 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Anexo 2
Leia os parágraos a seguir e em grupo, discua com os seus colegas sobre as pergunas que os
seguem:
Grupo 10
Cada pai projea seus sonhos, realizados ou não, em seus lhos, mas, inde-
pendenemene de quais sejam, a maioria deles se associa a um sonho só:
Eles querem uma vida para nós melhor do que a que eles veram.
Sobre isso, você concorda que os pais êm rica experiência de vida e cero grau de sabedoria e por
isso, não há dúvidas de que sabem o que é melhor para os lhos? Por quê?
Grupo 11
O senhor em saudades de Iabira ainda hoje? Tenho uma prounda sau-
dade e digo mesmo: no undo, connuo morando em Iabira, aravés das
minhas raízes e, sobreudo, aravés dos meus pais e dos meus irmãos, o-
dos nascidos lá e odos já alecidos. É uma herança aávica prounda que
não posso esquecer.
Sobre as raízes amiliares, você concorda que, mesmo cada um sendo livre para raçar a própria
hisória, a orça da origem amiliar nos conduz a ser o que somos? Por quê?
Sobre a origem amiliar, esse poema de Drummond reraa a sua incomensurável saudade de sua
cidade naal:
Condência do iabirano12
Alguns anos vivi em Iabira.
Principalmene nasci em Iabira.
Por isso sou rise, orgulhoso: de erro.
Novena por ceno de erro nas calçadas.
Oiena por ceno de erro nas almas.
E esse alheameno do que na vida é porosidade e comunicação.
A vonade de amar, que me paralisa o rabalho,
vem de Iabira, de suas noies brancas, sem mulheres e sem horizones.
E o hábio de sorer, que ano me divere,
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 53
Grupo 13
O presene é o codiano da vida das pessoas. É o empo em que elas vi-
vem, são mobilizadas por novos aconecimenos, lembram com alegria,
riseza ou raiva do passado, projeam o uuro ou se angusam com ele.
É quando consroem a sua hisória pessoal, a ormar suas idendades.
Sobre isso, você concorda que o codiano em a riqueza das experiências que o ajudarão a supe-
rar posivamene as diculdades e as adversidades que surgirem? Você acredia que essas vivên-
cias o ajudarão a desenhar o uuro? Por quê?
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
54 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Fundamenada pelo educador Anônio Carlos Gomes da Cosa como a lene pela qual se deve
conduzir a educação nos empos auais, a Educação Inerdimensional busca a valorização das
várias dimensões do ser humano, superando a cenralidade do pensameno insrumenal (va-
lorização do cognivo). Essas dimensões são quaro, o LOGOS (pensameno, razão, a ciência),
o PATHOS (aevidade, relação do homem consigo mesmo e com os ouros), o EROS (impulsos,
corporeidade) e o MYTHUS (relação do homem a vida e a more, do bem e do mal).
Denre as dimensões ciadas, a dimensão ranscendenal do ser humano - O MYTHUS - será o
oco desa aula, objevando gerar uma reexão nos esudanes sobre o sendo que eles ari-
buem as suas vidas.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 55
Objetivo Geral
Material Necessário
Roteiro
PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO
Atividade Preliminar
Reome com os esudanes a aula anerior. Peça a um pequeno grupo de esudanes que apresen-
e o coneúdo viso no úlmo enconro.
Objetivo
Desenvolvimento
”
homens de seu tempo e de sua circunstância.17
Após a leiura, escreva no quadro / lousa a seguine perguna: QUAL O SENTIDO DA VIDA? Esa
perguna será respondida pelos esudanes após assisrem ao vídeo de mesmo ulo.
O vídeo “Qual o sendo da vida?”18 raz depoimenos de pessoas de dierenes lugares do mundo,
com culuras religiosas disnas das ocidenais, sobre o sendo que eles aribuem à vida.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 57
O vídeo em duração : segundos. Porém, não será necessário passá-lo por compleo para os
esudanes. Você deve selecionar, previamene, as pessoas que irão alar no vídeo, ao seu criério,
comprimindo o vídeo a 0 minuos. Em seguida, discua com os esudanes sobre as seguines
quesões:
a) Achou ineressane o vídeo? Por quê? Teça comenários sobre o vídeo.
b) As opiniões das pessoas eram disnas?
c) Você acredia que a religião ou lugar em que vive inuencia a sua maneira de senr a
vida? Por quê?
d) Você se idencou com alguma opinião? Se sim, qual? E por que você acredia que
houve anidade, apesar de você ser de oura culura?
Avaliação
Observe o nível de parcipação e seriedade dos esudanes quano ao ema e verique se houve
a compreensão do que é um ser ranscendenal.
Sugesão de depoimenos:
• O º depoimeno – vive na França
• Minuo : – vive em LOS Angeles
• Minuo : –Vive na França
• Minuo : – Vive no Iêmen
• Minuo 5:0 – Vive no Japão
• Minuo 5: –Vive no Egio
• Minuo 5: 5 –Vive na Romênia
• Minuo 5: –Vive em Taiwan
• Minuo : – Vive no Mali
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
58 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Essa aula busca provocar uma reexão sobre as habilidades naas e as adquiridas ao longo da vida.
Um pré-requisio imporane para a consrução do Projeo de Vida, além do auoconhecimeno,
é er consciência dos alenos pessoais e descobrir qual a melhor maneira de explorá-los. Isso os
ajuda a ampliar as oporunidades de crescimeno e a desenvolver as compeências necessárias
para desenvolver-se inegralmene.
Objetivo Geral
Roteiro
PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO
Atividade Preliminar
Relembre o enconro anerior e pergune se algum esudane deseja comenar os ponos que
achou mais imporane.
Objetivo
Desenvolvimento
. Sabendo que a habilidade é uma apdão desenvolvida ou culvada e signica cera acilidade
em realizar deerminadas avidades, siga as orienações do educador e preencha os quadranes
abaixo:
Sei Quero
Explique para eles que, assim como um país em a sua bandeira, cada um consruirá a sua própria,
ou seja, deverá er uma represenação sobre aquilo que considera imprescindível para a realiza-
ção de seus projeos de vida. Solicie que pensem sobre isso, anes de começar a preencher os
quadranes da bandeira. Depois da reexão sobre o que sabem azer hoje, que esá relacionado
à realização do Projeo de Vida, oriene os esudanes para que preencham o quadrane “Sei” da
bandeira. Para ajudá-los nessa reexão, você pode explicar que as habilidades podem ser pro-
ssionais ou pessoais e que elas, quando colocadas em práca, aumenam a capacidade deles
diane da vida. Exemplos: exibilidade, auoconança, disciplina, iniciava, compevidade, ec.
Seguidamene, peça aos esudanes que preencham o quadrane “não quero”. Explique a eles
que preencham essa pare com habilidades que não enham ineresse em adquirir, pois conside-
ram que não inuenciarão na consrução e realização de seus projeos de vida. Depois, siga para
o próximo quadrane: “quero” e solicie que eles o preencham com habilidades ainda não desen-
volvidas, mas que desejam dominar. Essas habilidades podem esar ligadas ano à meacognição
(capacidades de leiura e escria, de azer cálculos, ec.), como a audes e comporamenos. Por
m, peça a eles que preencham o úlmo quadrane “Não sei” e explique que as habilidades desse
quadrane devem ser aquelas que eles possuem ineresses em desenvolver e que consideram
imporanes para a realização dos seus projeos de vida. São aquelas que precisam, apenas, de
oporunidades para serem desenvolvidas.
Conclua a avidade explicando que a separação enre as habilidades dominadas por eles e as
habilidades que eles não dominam ocorre, apenas, pela movação para aprendê-las. Sobre as
habilidades que os esudane ainda não sabem, mas gosariam de desenvolver, é preciso salienar
que cabe a cada um criar e aproveiar as oporunidades para aprendê-las.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
62 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Depois das explicações sobre cada quadrane, é aconselhável pedir aos esudanes que revejam
sua bandeira pessoal e, caso sinam necessidade que a reaçam. Ao nal, conclua que as habilida-
des são inerdependenes e por isso, às vezes, é ão dicil isolá-las. Assim é que um conjuno de
habilidades orma o que chamamos de compeências. Por m, explique que as habilidades cos-
umam esar ligadas a alguns aribuos: ao saber conhecer, ao saber-azer, ao saber conviver e ao
saber-ser – Compeências dos Quaro Pilares da Educação, que serão rabalhados nos próximos
cadernos dese maerial.
Poseriormene, desenhe na lousa a planilha que segue abaixo e solicie que os esudanes preen-
cham os espaços de acordo com o que se pede. Oriene-os a ranscreverem algumas habilidades
que já oram mencionadas por eles na avidade anerior e ouras que apesar de não esarem
desenvolvidas oalmene, eles sabem que as possuem.
. No quadro a seguir, indique os seus objevos concreos. Anoe as habilidades que você ainda
deve desenvolver para angi-los e procure relacionar a esses dois iens uma ação para alcançá-los:
Diga que odos os espaços devem car preenchidos. Isso exige que os esudanes enham conhe-
cimeno de suas próprias qualidades, num grau de eleição decrescene. Esse momeno, é uma
oporunidade para você observar a auoesma dos esudanes.
Ao nal, aça com que alguns esudanes comenem suas resposas ou mosrem para a urma a
sua pirâmide.
Avaliação
Avalie se os esudanes conseguem idencar suas habilidades e limiações sem diculdades, pois
se espera que nessa aula eles consigam azer isso sem medo ou receios. Aproveie para observar
mais uma vez como anda a auoesma dos esudanes. Verique se eles acrediam em si mesmos
e nas suas próprias capacidades.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 63
Objetivos Gerais
Roteiro
PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO
Objetivos
Desenvolvimento
º Momeno:
Inicie essa aula rabalhando o conceio de valores. Diga para os esudanes que você vai alar
sobre alguns princípios que noreiam a vida das pessoas e que ajudam a compreender o porquê
de ceros comporamenos – raam-se dos valores. Procure saber dos esudanes o que eles en-
endem sobre valores e, à medida que você os or escuando, vá consruindo o conceio com eles.
Para ajudar na consrução do conceio, você pode dizer que à medida que cada pessoa se de-
senvolve, os valores vão sendo consruídos e se organizam em um sisema, no qual cada ser se
concebe. Assim, odas as pessoas esruuram seus sisemas de valores denro das possibilidades
do seu meio (naureza, culura, sociedade).
Ainda para ajudar na consrução do conceio de valores, explique que eles são undamenos
écos e morais considerados imporanes na vida de cada um, pois valorizar alguma coisa signi-
ca dar-lhe imporância. Você pode dizer ambém que os valores, em geral, são expressos por
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 65
subsanvos absraos (realização, ousadia, amor, ranquilidade, alegria, ec.), mas podem ser
usados em pequenas expressões (ser amado, senr alegria, receber elogios, ec.) ou ainda, em
rases (acho imporane presenear as pessoas, é undamenal demonsrar senmenos, ec.)
para exprimi-los.
Após a explicação sobre valores, peça aos esudanes que descrevam a sua própria denição de
valores, a parr da avidade “Meus senmenos” (Anexo ).
Caso enha empo suciene, peça a alguns esudanes que comenem suas resposas. Lembre-se
de que é imporane que os esudanes omem consciência do próprio conceio de valores para
que depois consigam expressá-lo com clareza nas próximas quesões. Depois que odos verem
conceiuado o que são valores, comene com os esudanes que o sisema de valores de cada
pessoa pode ser ruo, parcialmene ou oalmene, da inuência da amília, da escola, da religião,
dos amigos, da mídia, da culura, ec. Ainda sobre isso, explique que, devido a cada pessoa er a
sua própria hisória de vida e senmenos, isso inervém nos pos de relações que cada um de-
senvolve com os objeos, as pessoas e o mundo. A consrução de deerminados valores e ações
especícas esá relacionada a essa orma de ver o mundo. Connue explicando que à medida que
cada um se desenvolve, os valores podem mudar (se repelem ou se excluem), podem se mul-
plicar ou se ransormar. Isso depende das crenças que assimilamos a parr da experiência de
cada um e do exemplo da amília, dos amigos, ec. Anal, os valores podem ser ransmidos pela
culura ou podem ser resulado de inerações complexas enre as pessoas e o mundo/culura em
que elas vivem.
Ainda sobre a dierença enre crenças e valores, ale para os esudanes que os valores podem
ser consruídos nas inerações codianas e por isso, eles não esão oalmene predeerminados
(consruídos unicamene de denro para ora), mas podem ser resulanes das ações de cada pes-
soa sobre o mundo. Explique que as pessoas valorizam o que é imporane aravés das projeções
aevas que azem sobre dierenes pessoas e objeos. Isso explica a relavidade dos valores.
Sobre isso, cie, como exemplo, o ao de duas pessoas que vivem no mesmo ambiene consruí-
rem valores e crenças dierenes uma da oura. Se houver empo, aprounde essa quesão enre
crenças e valores dizendo para os esudanes que uma ideia, pessoa ou objeo passa a er valor
para alguém a parr da projeção de senmenos posivos gerados por cada um e que, na dire-
ção conrária, as pessoas ambém podem projear senmenos negavos sobre objeos, pessoas,
relações e sobre si mesmas, expressando-se assim sobre o que não gosam ou em raiva ou não
acrediam, por exemplo. Em seguida, pergune aos esudanes se eles já ouviram a expressão
“crise de valores” e procure saber o que eles sabem sobre isso. Caso seja necessário, aça comen-
ários sobre essa expressão dizendo que ela represena a não realização de ceros valores que
precisam ser deendidos e execuados por muios. Diga aos esudanes que os valores podem ser
quesonados ou colocados em cheque por eles o empo odo, principalmene quando se possui
crenças pouco denidas, que não conerem conança aos valores.
Dando sequência às explicações sobre valores, você pode dizer que, além de exisr a possibili-
dade de os valores serem dierenes enre as pessoas, eles podem ser dierenes ambém, de
acordo com deerminadas épocas, amílias e/ou sociedades. Se houver empo, ale que as novas
ormas de relações originárias do capialismo e das novas ecnologias produziram ransorma-
ções na sociedade e consequenemene, nas normas, nas regras, e nos valores que regulam a
vida de cada um.
Procure saber dos esudanes se alguém já parou para reer sobre os valores da própria vida,
quais esão ou esarão presenes na vida prossional, no casameno, na educação dos lhos, no
lazer e na saúde, por exemplo. Escue a ala dos esudanes aenamene e procure perceber,
além dos valores por eles mencionados, ouros que esejam nas enrelinhas de suas palavras.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
66 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Ao ulizar-se desse recurso, ene azer com que os esudanes percebam e conribuam na iden-
cação de mais valores dos colegas.
Poseriormene os esudanes precisam observar as imagens que seguem anexadas ao nal desa
aula para que responda as quesões soliciadas (Anexo ). Peça a eles que comenem sobre cada
uma das imagens escrevendo uma siuação hipoéca, bem como as sensações desperadas por
cada uma. Lembre-se de que cada esudane possui um sisema próprio de valores e que é pre-
ciso respeiar as dierenças. Conudo, para do pressuposo de que er valores signica possuir
um conjuno de pensamenos, crenças e audes que podem ser colocados em discussão. Falar
sobre isso é azer com que esudanes reiam sobre seus hábios e comporamenos, dos como
desejáveis ou não.
Depois que os esudanes verem concluído essa avidade, peça a alguns deles que comenem
suas resposas. Caso enha possibilidade, você pode ir conronando as resposas dierenes, da-
das pelos próprios esudanes. Pergune se alguém descreveu siuações e/ou sensações dieren-
es das colocadas pelo colega. Sobre a primeira imagem é provável que os esudanes descrevam
siuações e sensações relacionadas à amília, à práca de espore, à parceria, ao amor enre um
adulo e uma criança, ec. Caso seja necessário, comene com os esudanes que as sensações
provocadas por essa imagem, independenemene de quais sejam, são boas e passam a vivência
de um empo agradável de parceria. Conudo, procure saber se alguém senu algo negavo nessa
imagem e se deseja comparlhar isso com a urma. Quano à segunda imagem, os esudanes po-
dem descrever siuações de vulnerabilidade das crianças, de abandono amiliar ou de exploração,
ec. Sensações como pena, revola, compaixão, solidariedade, ec., ambém podem permear as
colocações dos esudanes. Assim, se cerque se os esudanes demonsraram posicionameno
de acordo com o esperado e aproveie para dar ênase, nesse momeno, aos valores posivos
mencionados por eles. Quano à erceira imagem, peça a alguns esudanes que comenem suas
resposas e privilegie inerpreações que sejam bem dierenes umas das ouras. Pois, isso enri-
quecerá as rocas de experiências enre os esudanes e ará com que cada um perceba que cada
pessoa em seu conjuno de valores. Sobre essa imagem podem surgir valores como: solidarieda-
de, amor, apoio, zelo, raernidade, segurança, ec.
Sobre a quara imagem, caso enha empo, aça comenários breves sobre algumas ragédias
naurais ocorridas recenemene e procure saber dos esudanes quais os seus senmenos em
relação a elas. Depois, pergune a eles quais oram as sensações e explicações sobre a siuação da
úlma imagem. Nesse momeno, procure desperar valores, como a solidariedade, o respeio, o
humanismo, ec. Uma Posura de não indierença ao que pode aconecer ao seu redor.
Se houver empo, você pode azer uma breve discussão sobre o papel de cada pessoa na socieda-
de e a imporância de cada um azer a sua pare.
Feio isso, peça aos esudanes que relacionem os valores envolvidos nas sensações descrias
a cada uma das imagens. Oriene-os dizendo que esses valores podem ser expressos por meio
de subsanvos absraos (amor, perdão, amizade, cuidado) ou rases (é imporane ser eliz, o
respeio é undamenal para uma boa convivência, é preciso preservar a naureza). Caso enha
empo, peça a alguns esudanes que comparlhem suas resposas.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 67
º momeno:
Objetivos
Desenvolvimento
Iniciando a avidade, peça aos esudanes que repensem sobre o que mencionaram na avidade
anerior: Meus senmenos e a parr disso procure saber deles quais os valores consideram cen-
rais na sua ormação para que possam responder a avidade valores morais (Anexo ).
A reerência que os esudanes precisam er para a realização dessa avidade deve vir da descri-
ção de valores oriundos das próprias rocas aevas, que os jovens esabelecem com o meio, as
quais surgem a parr da projeção dos seus senmenos posivos sobre objeos e/ou pessoas e/
ou sobre si mesmos. Isso porque valor é algo que incide sobre a própria ação do sujeio. Explique
a eles, porano, que valor não é algo sobre o qual somos obrigados a gosar. Exemplo: há pessoas
que gosam da escola (projeam senmenos posivos sobre o espaço), porém, há as que não
gosam da escola, e, inclusive são capazes de depredá-la. A escola, para essas pessoas, possui um
valor negavo.
Para que os esudanes enendam melhor a avidade, dê oura explicação sobre valores. Diga que
valores são ruo das rocas aevas que esabelecemos com as pessoas com quem “convivemos”.
Sobre isso, cie, como exemplo, o que aconece com uma criança recém-nascida. Esando ela sob
os cuidados permanenes (alimenação, banho, carinho, ec.) de alguém que cuida dela. Exise
uma grande possibilidade de que a criança projee senmenos posivos sobre al pessoa, que
geralmene é chamada de mãe. Comene que esse processo de consrução de valores se dá desde
o nascimeno. Explique que a consuição pessoal de um sisema de valores esá relacionada à
inensidade dos senmenos no “posicionameno” dos valores desse sisema. Diga aos esudan-
es que valores cuja inensidade de senmenos é pequena, possivelmene, esarão posicionados
na perieria de nossa idendade. Explique que valores não são rígidos e podem mudar durane a
vida. Exemplo: uma pessoa pode mudar seus valores aos 0 anos de idade depois de um câncer
ou aos 0 anos depois de um rauma. Diga que o sisema de valores de um sujeio se organiza de
maneira basane complexa. Um exemplo disso é quanas coisas eles já gosaram e deixaram de
gosar ao longo da vida.
Fale para os esudanes que os valores dependem da inensidade dos senmenos morais que
desenvolvemos. Para que os esudanes enendam a avidade proposa você pode dar alguns
exemplos, como: . Há pessoas que consideram mais imporane er dinheiro ou usar uma roupa
de grie amosa que ser juso ou honeso; . Há pessoas que consideram imporane ser inegro,
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
68 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
assim, é improvável, por exemplo, que elas se neguem a pagar uma dívida. Se elas agem conra
esse valor, senem-se envergonhadas. Isso porque o valor cenral dessa pessoa é a honesdade.
. Há pessoas que enendem a honesdade como um valor periérico, o ao de carem, por
exemplo, devendo R$ 0,0 cenavos na armácia não as incomoda. Explique que um mesmo valor
pode ser cenral ou periérico na idendade de cada pessoa, isso depende das pessoas envolvidas
e conexos das siuações que ocorrem, ou seja, a idendade de uma mesma pessoa pode variar
em unção dos conexos e das experiências de cada um.
A imagem a seguir pode servir de supore para as suas explicações:
Valores
Físico
Interpessoal
Sociocultural
Periféricos
É imporane explicar que quano mais se gosa de algo, mais isso é cenral na vida dessa pessoa.
Exemplo: há pessoas que adoram uebol e por isso deixam as namoradas, as aulas, a mulher,
Valores
os lhos para assisr a uma parda. Isso, porano, é cenral na idendade dessa pessoa. Ainda
Centrais
explicando sobre valores cenrais e periéricos, diga que alguém pode ser honeso, por exemplo,
em relação aos amigos (meio inerpessoal) ou absoluamene desoneso em relação ao governo,
ao não pagar imposos (meio socioculural).
Como exemplo para a alernava C da avidade valores morais, você pode ciar que o valor ho-
nesdade pode esar presene ou não na vida de uma pessoa e pode ocupar dierenes graus de
imporância na vida.
Por úlmo, peça aos esudanes que escolham, a parr dos valores cenrais que concluíram er,
quaro mais imporanes e organize-os numa ordem crescene de imporância. Isso ajuda a visua-
lizar os próprios valores e a reer sobre ouros que gosariam de er. Conclua essa aula dizendo
para os esudanes que odos nós emos um sisema de valores morais e não morais que deer-
minam nossos comporamenos e pensamenos. Ambos os sisemas dependem da qualidade das
relações que esabelecemos.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 69
Avaliação
Observe se os esudanes reconhecem os próprios valores como pare consuine do seu ser.
Avalie se eles enendem que o valor é ruo das relações aevas que esabelecem com as pessoas
e os objeos. Tene perceber enão, se eles demonsram inenção de agregar novos valores a sua
vida, como algo imporane para a consrução e a realização do seu Projeo de Vida.
Considere que a consrução do conceio de valores e sua compreensão são quesões que devem
ser acompanhadas durane odo o ano levo, uma vez que exige do esudane um empo de in-
ernalização e a própria vivência dos valores em seu codiano.
Na Estante
No livro Avenura Pedagógica, Anônio Carlos Gomes da Cosa disngue algumas eapas da cons-
ciência críca do esudane a parr de sua realidade social e pessoal, denre elas, rês são des-
acadas nessa aula como essências para o reconhecimeno e consrução pelos esudanes de
valores para a vida:
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
70 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
VALOR
(...) O valor esá presene desde as primeiras rocas enre o sujeio e o mundo exerior. É preciso
lembrar que, segundo Piage, a criança assimila os objeos do meio aravés de seus esquemas
de ação, e um objeo adquire signicação para o sujeio porque ele é passível de ser assimilado.
Enquano, do pono de visa cognivo, o objeo adquire signicação para o sujeio, do pono de
visa aevo, ele adquire valor, viso que “não há dois desenvolvimenos” – um cognivo e ouro
aevo -, duas unções psíquicas separadas, nem dois pos de objeo: odos os objeos são simul-
aneamene cognivos e aevos (Piage, 5:60) (...).23
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 71
Anexo 1
. Para o início dessa avidade, é muio imporane que você dena o seu próprio conceio de
valor. Sendo assim, siga as orienações dadas por seu educador e responda à seguine perguna:
O que é valor?
. Dado o seu próprio conceio de valor, analise as imagens abaixo e descreva uma siuação pro-
vável para cada uma delas e as sensações que elas desperam em você.
Imagem 1
Siuação: Sensações:
10
Imagem 2
Siuação: Sensações:
11
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
72 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Imagem 3
Siuação: Sensações:
12
Imagem 4
Siuação: Sensações:
13
. Para cada uma das imagens aneriores relacione alguns valores que você acha que esão envol-
vidos nas descrições que ez sobre elas:
Anexo 2
. Dimensão Física:
. Dimensão inerpessoal:
. Dimensão socioculural:
. Agora que você já em consciência de alguns valores que você culva em deerminado conexo
da sua vida, coloque-os em ordem hierárquica de imporância para você:
1
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 77
14
Ese é o ulo que o poea Manoel de Barros deu à ª pare de seu Livro sobre nada - Os Ouros:
o melhor de mim sou Eles24
Nessa pare do livro, ele cona coisas que aprendeu com os amigos mais diversos; ala dessas
marcas aparenemene desconecadas, às vezes inesperadas, que, com o passar do empo, desco-
brimos que os amigos deixaram em nós, e que acabaram se incorporando ao que somos.
Somos inuenciados e modicados o empo odo pelo que experimenamos. O que comemos, o
que respiramos, o clima, udo isso inuencia nossa saúde e o uncionameno do nosso corpo. Mas
são coisas, e com as coisas emos uma relação Eu-Iso. Iso (uma coisa) pode me inuenciar, mas
eu não inuencio isto.
Com as pessoas, a experiência é de inuência múua. Parece que enramos no mundo inerior do
ouro e modicamos esse mundo. Nossas roneiras esão sempre em movimeno e se aleram o
empo odo: o relacionameno com os ouros parece denir, em pare, quem e o que somos. Daí
a imporância de raar de ser amigo e ter amigos ao elaborar um Projeo de Vida.
Alguns laços são muio leves, passageiros, voláeis como borboleas: pessoas que cruzamos na rua
e nos dizem bom dia, gene no ônibus em cuja companhia presenciamos uma cena e sorrimos ou
nos indignamos, gene na la do banco com quem rocamos algumas palavras… Pode ser, am-
bém, que você se veja envolvido numa fash mob, que ano pode ser uma mobilização insanâ-
nea organizada para diverr-se como um ao para reivindicar alguma coisa.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
78 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Mesmo assim, de passagem, a companhia dos ouros nos oca, invade nossa individualidade, nos-
sas roneiras, e deixa em nós suas marcas.
Ouros laços podem ser ecidos aé mesmo com gene que nunca enconramos nem vamos en-
conrar, mas sabemos que exisem, e aí esamos alando de empaa: sabemos que não somos a
oura pessoa, mas conseguimos imaginar qual seria a sensação de ser essa pessoa, de esar em
seu lugar, senr o que ela sene.
Há os laços que nos ligam aos conhecidos, palavra que, às vezes, indica pessoas que muio pouco
conhecemos, pois, o nível de inmidade é mínimo. Sabemos onde enconrá-las, o que azem, mas
não passa disso, e as roneiras são mais ou menos consanes.
Novos laços surgiram com as redes sociais, e a palavra amigo ganhou um sendo novo, com gru-
pos que podem chegar a milhões de parcipanes espalhados pelo planea. Novidades do século
, ainda em seus primeiros empos, porém cujos eeios já se azem senr com grande orça.
E exisem os amigos de verdade. E grandes amigos. E melhores amigos. E o melhor amigo. Com
esses, o relacionameno é ínmo, e as duas pessoas envolvidas parlham uma idendade. O que
as duas pessoas são se sobrepõe, e elas se inuenciam muuamene o empo odo. Com isso, se
modicam. Elas se ornam nós, que não é só uma soma eu + você. É algo novo e muio maior.
Cada nós com um amigo é único, dierene dos demais. Todos sabemos que é assim, percebemos
que é assim, senmos que é assim. E isso em uma imporância imensa para nosso bem-esar e
realização.
Cada um de nós é um eu mesmo, eu sou algo denro de mim que só eu mesmo posso ser, e am-
bém sou meus relacionamenos com os ouros, ou seja, algo maior que eu mesmo. Mudamos de
idendade em consequência de nossos relacionamenos, e, como emos memória, vamos guar-
dando em nós e incorporando mudanças (isso é o que chamamos de personalidade!).
O amigo nos dá um sendo de "esar em casa" com um ouro que é "parecido comigo" (eu me
reconheço nele). Somos "arinha do mesmo saco".
O que se pode azer para aprimorar e desenvolver o "ser amigo" e o "er amigos"? Aprimorar a si
mesmo e orcer para que os demais envolvidos ambém o açam. Conhecer-se, reorçar-se, gosar
de si mesmo, conar, querer ser, superar preconceios, ineressar-se genuinamene pelas pessoas.
Para refer
”
Nesa aula, propomos que os esudanes sigam uma rajeória de reexão que pare do eu, pros-
segue com uma avidade em dupla seguida de oura em pequeno grupo e culmina com uma ree-
xão em grande grupo sob a coordenação do educador. Nada impede, porém, que você, educador,
alere a sequência e o empo imaginado para cada eapa em unção de sua experiência e de seu
conhecimeno sobre seus esudanes.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 79
Objetivos Gerais
Roteiro
PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO
Objetivos
Desenvolvimento
O exo “Aprender a ser amigo e er amigos” pode ser lido com o educador ou individualmene
(Anexo ). Se houver oporunidade, seria ineressane enazar (a) o que muda em cada ase da
vida quano aos ocos da aprendizagem para esar juno com ouras pessoas e (b) mudanças e
adapações que podem ocorrer nas mesmas lições (por exemplo: não passar por cima dos ami-
guinhos que esão brincando no chão, não passar por cima dos ouros para conseguir vanagens).
Após a leiura, cada esudane anoa suas “rês regras de ouro” – Anexo , mosra a um colega e
anoa as regras de ouro que esse mesmo colega escreveu.
Objetivos
Para refer
Real X Virtual
Hoje é possível ler em biblioecas viruais, azer operações em bancos viruais, azer reuniões vir-
uais... Será que exisem amigos viruais?
Originalmene, a palavra VIRTUAL reere-se a algo que em uma exisência aparene e não real.
Sua imagem no espelho é um excelene exemplo disso. Você real esá diane do espelho. Você
virtual esá diane de você real, como se osse um ouro você arás do vidro do espelho.
Milhões de pessoas hoje azem amigos por meio de conexões elerônicas, por meio da inerne,
isso é verdade. Mas esses amigos são pessoas reais, com senmenos, medos, dúvidas, paixões...
Não são, de maneira nenhuma, seres virtuais.
Os amigos do Facebook (que é a maior rede social do mundo) hoje são uma pare imporane da
vida de mais de um bilhão de pessoas espalhadas pelo mundo.
Alguns amigos azem bem, ajudam, incenvam, alegram, mas ouros nos ram do sério...
Desenvolvimento
O exo no boxe “Para reer” aborda o ema “real X virual” com respeio à amizade, e prepara
os esudanes para a discussão sobre o post polêmico (Anexo ). A denição de um minuo para
que cada esudane emia sua opinião permie que o educador observe aé que pono eles são
capazes de respeiar o empo de palavra e de escuar sem inerromper o ouro.
Como o regisro do comenário do grupo é uma sínese cura da discussão, é possível observar
aé que pono os esudanes conseguem raar as ideias alheias dierenes das suas com isenção
e resumi-las sem repe-las.
Objetivos
Desenvolvimento
Para a leiura jogral em voz ala, é conveniene que o educador indique a ordem sequencial a ser
observada (cada esudane lê uma rase e odos devem esar aenos para lerem junos cada vez
que aparecerem no exo as palavras AMIGO, AMIGOS e AMIZADE – Anexo .
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
82 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
O exo oi escolhido por abordar de maneira bem-humorada as principais quesões da consru-
ção “enre amigos”, presando-se, assim, a propiciar uma sínese dos emas da aula.
Segue-se o debae em grande grupo, coordenado de preerência pelo educador, que pode se en-
carregar de regisrar no quadro as conribuições. Lisamos abaixo, em ordem alabéca, a ulo
de apoio e reerência, alguns dos “maeriais de consrução” das relações de amizade que os esu-
danes devem mencionar e denir. Nossa lisa esá longe de ser exausva. Quem em amigos sabe
o quano podem variar os componenes da amizade. Enreano, acrediamos que eses ópicos
assumem uma imporância desacada no momeno de delinear um Projeo de Vida.
Acrescenamos ainda observações bem resumidas sobre a origem das palavras, porque acredi-
amos que possa ajudar a ampliar e a enriquecer a compreensão dos conceios represenados
por elas.
de cum (com) pare (sorer); sorer com ouro ser que sore, enquano se
Compaixão
ena compreendê-lo.
Escua de aus (ouvido); ouvir é usar o ouvido, e escutar é ouvir com aenção.
de lex, que signica lei; respeio e observação do que oi combinado com
Lealdade
alguém.
Parceria de pars, que signica pare; aquele que az pare (que age juno).
de respectus, que signica ação de olhar para rás; senmeno que leva a
Respeito
raar uma pessoa ou alguma coisa com grande aenção e consideração.
Solidariedade de solidus (sólido) + ario (que perence – no caso, a uma causa comum)
União de unus, que signica um, único; aoou eeio de unir; adesão; vínculo.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
84 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
É possível que os esudanes sugiram ano palavras que nomeiam qualidades e esados (bon-
dade, olerância, união) como palavras que indicam ações (compreender, escuar, parlhar) ou
caraceríscas pessoais (alegre, respeioso, delicado). Se você julgar conveniene ou imporane,
adape-as para er um quadro só de subsanvos, ou só de verbos, ou só de adjevos. Se achar
que isso vai corar o uxo de parcipação, nada impede de azer o regisro da lisa sem se preo-
cupar com isso, de maneira mais livre.
Avaliação
Numa siuação ideal, os esudanes conseguem esabelecer caegorias mais amplas de qualidades
e modos de agir; pode ser, porém, que alguns enazem dealhes secundários e/ou quem limi-
ados a exemplos concreos da experiência pessoal. É ineressane observar ambém se as con-
ribuições mosram que eles esabelecem relações com os emas abordados em aulas aneriores,
em especial valores e idendade.
”
pragas: tiriricas, picões...26
Na Estante
Há anos e ão bons lmes sobre ser amigo e er amigos que aé daria para organizar um
esval.... Esa lisa possui lmes para odos os gosos e idades. Um passeio pela inerne
com a ajuda do Google pode dar uma boa ideia a respeio de cada um deles.
Algumas sugesões:
• Luzes, câmera... Ação!
• Mary e Max - Uma Amizade Dierene
• Cinema Paradiso
• Cona Comigo
• Tomaes Verdes Frios
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86 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Anexo 1
a) Escreva abaixo, na coluna da esquerda, rês “regras de ouro” para ser amigo – as primeiras que
vierem à mene:
b) Mosre a um colega suas rês “regras de ouro” para ser amigo e leia as que ele escreveu. Acres-
cene-as à sua lisa, na coluna da direia.
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1º ANO DO ENSINO MÉDIO 91
Anexo 3
Enre Amigos28
Marha Medeiros*
Para que serve um amigo? Para rachar a gasolina, empresar a prancha, recomendar um disco, dar
carona pra esa, passar cola, caminhar no shopping, segurar a barra. Todas as alernavas esão
correas, porém isso não basa para guardar um amigo do lado esquerdo do peio. Milan Kundera,
escrior checo, escreveu em seu úlmo livro, "A Idendade", que a amizade é indispensável para
o bom uncionameno da memória e para a inegridade do próprio eu. Chama os amigos de es-
emunhas do passado e diz que eles são nosso espelho, que aravés deles podemos nos olhar. Vai
além: diz que oda amizade é uma aliança conra a adversidade, aliança sem a qual o ser humano
caria desarmado conra seus inimigos. Verdade verdadeira. Amigos recenes cusam a perceber
essa aliança, não valorizam ainda o que esá sendo consruído. São amizades não esadas pelo
empo, não se sabe se enrenarão com solidez as empesades ou se serão varridos numa chuva
de verão. Veremos. Um amigo não racha apenas a gasolina: racha lembranças, crises de choro,
experiências. Racha a culpa, racha segredos. Um amigo não empresa apenas a prancha. Empres-
a o verbo, empresa o ombro, empresa o empo, empresa o calor e a jaquea. Um amigo não
recomenda apenas um disco. Recomenda cauela, recomenda um emprego, recomenda um país.
Um amigo não dá carona apenas pra esa. Te leva pro mundo dele, e opa conhecer o eu. Um
amigo não passa apenas cola. Passa congo um apero, passa juno o reveillon. Um amigo não
caminha apenas no shopping. Anda em silêncio na dor, enra congo em campo, sai do racasso
ao eu lado. Um amigo não segura a barra, apenas. Segura a mão, a ausência, segura uma cons-
são, segura o ranco, o palavrão, segura o elevador. Duas dúzias de amigos assim ninguém em.
Se ver um, amém.
* Marha Medeiros é uma cronisa e poesa gaúcha, com vários livros publicados e colunas em jornais.
Na Estante
Um dos 0 livros mais lidos no mundo raa de SER AMIGO e TER AMIGOS.
É O pequeno príncipe, do escrior rancês Anoine de Sain-Éxupéry, ra-
duzido em 6 línguas e dialeos.
15
16
O rabalho de discussão acerca do ema relações de companheirismo nas escolas é de grande re-
levância nos dias de hoje em virude da consane busca do homem conemporâneo por melhores
condições de vida. Ser compevo em sido encarado como uma caracerísca essencial para aque-
les que preendem galgar melhores posos de rabalho denro da ônica de um mundo globalizado e,
nese sendo, az-se urgene, na escola, o aparecimeno de um movimeno conrário à nauralização
da visão de que é impossível consruir relações de companheirismo denro desse mundo. Diane
disso, os educadores apresenam-se como peças principais do rabalho de omeno de audes e
comporamenos posivos nos esudanes, rabalho ese que, por venura, os ajudarão a er um pro-
jeo de vida que visa consruir relações de amizade e companheirismo em odas as insâncias da vida
social do mundo conemporâneo da qual ele parcipa, escola, rabalho ou comunidade.
Sendo assim, esa aula busca conhecer qual o conceio de companheirismo os esudanes êm,
aravés de exemplos prácos do dia a dia, bem como, reorçar o senmeno de que é possível e
imporane consruir relações de companheirismo no mundo aual.
Objetivo Geral
Material Necessário
Roteiro
PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO
Objetivos
Desenvolvimento
Inicie a aula sondando dos esudanes o que eles sabem sobre companheirismo. Feio isso, é im-
porane deixar claro que o objevo da aula é enocar, além das relações de companheirismo que
se esabelecem em dierenes espaços, a imporância da consrução dessas relações ao longo da
vida. Quando os esudanes comparlharem suas resposas, procure ver se elas vão ao enconro
da seguine visão de companheirismo: Segundo o novo dicionário Aurélio da Língua Poruguesa,
companheirismo é mosrar er solidariedade própria de companheiro, coleguismo. Enreano, é
possível associarmos a palavra a uma série de ouros comporamenos para com o ouro, alar-
gando assim esse conceio, ou seja, companheirismo pressupõe apoio, divisão de areas, alegrias
e risezas, empaa e, principalmene, er ciência da imporância de consruir um projeo de vida
que visa omenar amizades saudáveis ao longo da exisência. É consruir laços aevos com pes-
soas sem necessariamene esperar algo em roca, pois esse é o undameno básico da consrução
de relações posivas e duradouras.
Em seguida, proponha uma leiura em conjuno da ábula ‘a cigarra e as ormigas’ e, logo após o-
que a música de Robero Carlos (Anexo ). Terminada a leiura e audição da música, os esudanes
discurão em pares as quesões proposas e algumas opiniões devem ser ouvidas (Anexo ). Eles
devem ser capazes de reconhecer, ano na música quano no exo, audes e comporamenos
humanos que ajudam e/ou arapalham a consrução de relações posivas ao longo da vida, bem
como, os agenes dessas ações. Na música, há versos em que o lho desaca algumas audes do
pai que podem ser colocadas como exemplos de companheirismo pelos esudanes: “Me ensi-
nando ano do mundo”, “caminhando sempre comigo” e “seu conselho cero me ensina”. Já no
exo, os atos de companheirismo são os seguines: as ormigas rabalhavam em conjuno para
guardar comida, e a cigarra, com rio, oi ajudada por er aliviado o rabalho das ormigas, can-
ando. Para complemenar, pergune se há algum ao de não companheirismo e qual é, e aceie
resposas que se assemelhem a: a ormiga má não ajudou a cigarra porque ela era avarena e
impiedosa. Quano aos personagens envolvidos no exo e na música, devem ser desacados:
amigos ou colegas, na ábula, e pai e lho, na música de Robero e Erasmo Carlos. Logo após,
enaze a exisência do companheirismo em nossa vida, procurando ambém conexualizá-lo no
cenário aual de compevidade enconrado em odas as insâncias da sociedade brasileira com
pergunas do po: é possível ser companheiro nos dias de hoje? Por que devemos ser, para quê?
Como? Demonsre ineresse em saber que imporância eles dão ao ao de ser companheiro e pro-
ponha a avidade escria, lendo as quaro pergunas desa pare; dê aos esudanes cero empo
para a execução da area. Diane das alas dos esudanes, é imporane desacar a dimensão dos
ganhos e benecios de se consruir amizades e relações posivas ao longo de nossa exisência,
pois, mesmo não sendo ese o principal inuio de ser companheiro, erminamos colhendo mais
à rene os ruos de ermos sido mais “humanos” com o ouro no passado. Oura dimensão que
pode ser ressalada é com relação à necessidade de engajameno das pessoas na consrução de
um mundo mais solidário, onde as pessoas luam por uma causa que visa o bem-esar não só in-
dividual, mas colevo. Ao nal da avidade, é preciso que o esudane se veja como um indivíduo
capaz de proagonizar relações que lhe razem ganhos – que podem ser dos mais diversos - sem
que o ouro envolvido nesa relação se sina prejudicado. É imporane que eles percebam que
eles devem ser responsáveis pelo bem-esar do ouro numa relação. A quesão nos remee ao
conceio de alruísmo, ou seja, do azer o bem sem olhar a quem e sem esperar nada em roca.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 97
Objetivos
Desenvolvimento
Apresene a avidade ‘Fazendo a dierença’ (Anexo ), pergunando aos esudanes o que eles
ariam se a aude de ser companheiro esvesse ao alcance deles. Os esudanes devem ormar
grupos, escolher uma das hisórias, discu-la e responder qual seria a aude a omar, juscando
sua aude com base nas reexões que zeram aé aqui. Limie o empo de escria, pois, no gran-
de grupo, odos os nais das hisórias serão lidos e a sala irá discur se as audes omadas pelos
grupos demonsram companheirismo ou não. Durane a discussão, é imporane pergunar aos es-
udanes quais senmenos os movaram a omar al aude de ajudar ou não, bem como saber o
que leva as pessoas, em siuações corriqueiras como as apresenadas, a não agir de orma solidária.
Avaliação
Observe se o esudane conseguiu compreender a ideia de que ser companheiro nos dias auais
é algo possível. Tene perceber ambém se eles demonsram inencionalidade em agregar esas
audes e comporamenos às suas vidas, como algo imporane para a consrução e realização
do seu projeo de vida.
Respostas e comentários
a) As resposas para esa perguna são de cunho pessoal, porém, eles poderão ciar
compeências pessoais como: saber ouvir o ouro, ser leal e presavo; ser sincero,
honeso, saber parlhar e se colocar na posição do ouro.
b) Resposa de cunho pessoal, porém, espera-se que o esudane consiga azer uma re-
exão acerca do que ala para ele colocar em práca as compeências ciadas por ele
na quesão anerior.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
98 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Na Estante
• O GRANDE DESAFIO. Dirigido por Denzel Washingon. [The Grea Debaers, EUA,
00]. 6 minuos.
• MR. HOLLAND – MEU ADORÁVEL EDUCADOR. Dirigido por Richard Dreyuss. [Mr.
Holland’s Opus, EUA, 5].0 minuos.
• A HISTÓRIA DE RON CLARK - O TRIUNFO. DirigidoporRanda Haines. [The Ron Clark
Sory, 006]. 0 minuos.
• EDUCADOR: PROFISSÃO PERIGO. Dirigido por Gérard Lauzier. [Le Plus Beau Méer du
Monde, 6]. 05 minuos.
Todos os lmes aqui indicados êm como proagonisas educadores que, apesar das dicul-
dades enconradas em sua prossão, conseguem mobilizar seus esudanes e, por vezes,
seus pais e comunidades, na consrução de um mundo melhor, enazando o omeno de
relações de companheirismo para com o ouro.
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1º ANO DO ENSINO MÉDIO 99
Anexo 1
Texo 30
A CIGARRA E AS FORMIGAS
I – A ormiga boa
Houve uma jovem cigarra que nha o cosume de chiar ao pé dum ormigueiro. Só parava quando
cansadinha; e seu divermeno enão era observar as ormigas na eerna aina de abasecer as
ulhas. Mas o bom empo anal passou e vieram as chuvas. Os animais odos, arrepiados, passa-
vam o dia cochilando nas ocas. A pobre cigarra, sem abrigo em seu galhinho seco e meda em
grandes apuros, deliberou socorrer-se de alguém. Manquiolando, com uma asa a arrasar, lá se
dirigiu para o ormigueiro. Baeu _ que, que, que... Aparece uma ormiga, riorena, embru-
lhada num xalinho de paina.
- Que quer? - pergunou, examinando a rise mendiga suja de lama e a ossir.
- Venho em busca de um agasalho. O mau empo não cessa e eu...
A ormiga olhou-a de alo a baixo.
- E o que ez durane o bom empo, que não consruiu sua casa?
A pobre cigarra, oda remendo, respondeu depois de um acesso de osse:
- Eu canava, bem sabe...
- Ah! ... Exclamou a ormiga recordando-se. Era você enão quem canava nessa árvore enquano
nós labuávamos para encher as ulhas?
- Isso mesmo, era eu...
- Pois enre, amiguinha! Nunca poderemos esquecer as boas horas que sua canoria nos propor-
cionou. Aquele chiado nos disraía e aliviava o rabalho. Dizíamos sempre: que elicidade er como
vizinha ão genl canora! Enre, amiga, que aqui erá cama e mesa durane odo o mau empo.
A cigarra enrou, sarou da osse e volou a ser a alegre canora dos dias de sol.
II - A ormiga má
Já houve, enreano, uma ormiga má que não soube compreender a cigarra e com dureza a re-
peliu de sua pora. Foi isso na Europa, em pleno inverno, quando a neve recobria o mundo com o
seu cruel mano de gelo. A cigarra, como de cosume, havia canado sem parar o eso ineiro, e
o inverno veio enconrá-la desprovida de udo, sem casa onde abrigar-se, nem olhinhas que co-
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
100 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
messe. Desesperada, baeu à pora da ormiga e implorou - empresado, noem! - uns miseráveis
resos de comida. Pagaria com juros alos aquela comida de emprésmo, logo que o empo o per-
misse. Mas a ormiga era uma usurária sem enranhas. Além disso, invejosa. Como não soubesse
canar, nha ódio à cigarra por vê-la querida de odos os seres.
- Que azia você durane o bom empo?
- Eu... Eu canava!...
- Canava? Pois dance agora,[...] ! - e echou-lhe a pora no nariz.
Resulado: a cigarra ali morreu enanguidinha ; e quando volou a primavera o mundo apresen-
ava um aspeco mais rise. É que alava na música do mundo o som esridene daquela cigarra
mora por causa da avareza da ormiga. Mas se a usurária morresse, quem daria pela ala dela?
Os arsas - poeas, pinores e músicos - são as cigarras da humanidade.
Texo 31
Meu Querido, Meu Velho, Meu Amigo
Robero Carlos
A escola, o rabalho e a comunidade em que vivemos são insâncias (locais) da vida do homem
conemporâneo que servem de palco para várias siuações codianas onde relações de compa-
nheirismo aconecem. Que ser companheiro é possível e há inúmeros exemplos de coleguismo à
nossa vola é ao. Conudo, a compeção e a busca por melhores condições de vida êm suscia-
do nas pessoas indagações do po: é possível esabelecer relações de companheirismo no mundo
em que vivemos hoje? Qual a imporância do companheirismo enre as pessoas? Enm, a com-
peção em levado as pessoas a discurem imporância de ser companheiro. Diane do exposo,
responda às seguines pergunas:
) Você acredia ser uma pessoa companheira? Jusque sua resposa ciando um exemplo.
) Para você, exise alguma relação direa enre ser companheiro e ganhar algum po de
vanagem? Jusque sua resposa.
) Você acredia que é possível esabelecer relações de companheirismo e amizade en-
re as pessoas sem elas quererem nada em roca umas das ouras? Jusque sua
resposa.
) Parndo do que você respondeu na quesão anerior, cie alguma siuação que valide
seu argumeno.
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102 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Anexo 2
SITUAÇÃO
Domingo de jogo, esádio cheio, você enra em campo com seu me diane de sua orcida. A
parda já começa dispuada com as duas equipes buscando a viória. Em deerminado momeno,
você recebe a bola e pare para o gol sendo marcado direo por um jogador do me adversário,
mas, na dispua, seu oponene cai machucado e, sendo ambém alea, você percebe logo que a
lesão é grave.
SITUAÇÃO
Final de ano levo na escola, você recebeu as noas e... Que bom! Passou de ano, agora é curr as
érias. Um de seus colegas de urma, bom esudane e com boas noas, se complicou um pouco e
oi parar no emido exame nal em uma maéria que você domina muio bem.
Sabendo de sua habilidade com a maéria, esse colega o procura pergunando se você poderia
dar uma ajudinha. Aconece que, como já esará de érias, você agendou várias avidades para o
período em que o colega precisaria dessa ajuda.
Formem grupos, escolham uma das siuações e respondam qual seria a aude a ser omada.
Jusque.
Siuação
Aude:
Siuação
Aude:
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1º ANO DO ENSINO MÉDIO 103
Na Estante
O lme O Diabo Vese Prada (EUA), dirigido por: David Frankel e com auação de Anne
Hahaway, Meryl Sreep e Sanley Tucci. Cona a hisória de Andrea Sachs, uma recém or-
mada jornalisa, que ena sobreviver em Nova York. Ao conseguir seu novo emprego vê-se
em apuros para enar ser compeene. Depois de passar por várias siuações diceis no
ambiene de rabalho, ela nalmene consegue – com a ajuda de alguns amigos - ser boa
naquilo que az e o reconhecimeno de sua chee.
”
uma grande fonte de prazer e aprendizado.³²
17
Uma das principais consaações, ao raarmos dos problemas concernenes à banalização dos
valores, é a banalização da palavra. Desde o seu uso irresponsável aé o esvaziameno dos seus
signicados. Mas um grupo social, qualquer que seja ele, só chega a esse esado de coisas aravés
de uma oura práca banal: o esvaziameno do vínculo enre pessoas – vínculo que ambém se
expressa na qualidade de seus diálogos.
Em qualquer lugar onde o vínculo humano perdeu a imporância, as pessoas se enconram, mas
não dialogam, mesmo que alem sem parar: uma anseia pelo calar do ouro para chegar a sua vez
de alar. Os enconros se ornam, enão, previsíveis e auomácos, sem nenhuma criavidade.
Perde-se a maior graça do enconro: o seu inedismo; a possibilidade de criar, junos, novos sen-
dos, ouros signicados para o que se vive e para a experiência de mundo. E é jusamene esse
inedismo a naureza do diálogo.
Dialogar não é simplesmene alar. É ambém ouvir. E silenciar. Pois é no silêncio que ponderamos,
“esperamos o erceiro pensameno”, como escreveu Guimarães Rosa. “Mesmo no silêncio e com
o silêncio dialogamos”, disse Carlos Drummond de Andrade. Não dialogamos para reorçar o que
“já sabemos”, mas para consruir novos signicados. É uma orma de se relacionar, de criar com
o outro.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 105
O barulho e o bulício codianos, principalmene nas grandes cidades, mas não apenas nelas, são
em pare ruo do alcance global dos meios de comunicação de massa. O apelo incessane para
sempre esarmos “ocupados”, “azendo algo”; as inormações pronas, eêmeras e velozes nas
melines das mídias sociais; o apelo incessane para que opinemos sobre udo, mesmo desco-
nhecendo o assuno em paua... São muias as ormas que, disarçadas de comunicação, nos dis-
anciam do diálogo. Assim, quano mais nos “comunicamos”, menos criamos novos signicados.
Como observou o pensador rancês Gilles Deleuze, na ala do que dizer, só resa “um incessane
agarelar”.
No mundo do auomasmo desenreado do “agarelar”, desconhecemos a poência da nossa
própria ala, de ano a lançarmos no vazio. E desconhecemos a poência do ouro, pois não sa-
bemos escuá-lo. O dizer se orna, assim, inúl, e as palavras perdem a orça, iso é, a poência de
signicar.
A proposa desa aula é criar espaços e condições propiciadoras de diálogo, abordando siuações
requenes no codiano, problemazadas a parr da sua recorrência no uso das mídias sociais.
Objetivos Gerais
Roteiro
PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO
Objetivos
Desenvolvimento
º Momeno (Anexo )
Um dos posicionamenos mais desasrosos para o culvo do diálogo em mídias sociais é a mis-
ura consane da vida pública com a vida privada. Desde as conssões dos aeos mais ínmos
à publicação de oos radas em momenos reservados da vida pessoal. Mas um po de posa-
gem que despera imediaamene desconança e consrangimeno é aquele que, por não coner
um desnaário explício, nem especicar o conexo em que oi enviado, pode gerar uma série
de mal-enendidos. Qualquer pessoa pode se idencar com a mensagem e pensar que é com
ela, ou dela, que esão alando. Dado o mal-esar que cosumam gerar, as mensagens indireas
dizem mais sobre quem as escreveu e não sobre a quem oram endereçadas. É esse erriório
perigoso, onde nunca sabemos quem exaamene esá nos observando, que esa aula preende
problemazar.
Peça aos esudanes que ormem seis grupos. Enregue para cada grupo um carão com os seguin-
es dizeres, picos das mídias sociais:
Grupo : Tem gene que se acha #a
Grupo : Gene que posa “onha” azendo biquinho pro espelho #VocêEsáFazendoIssoErrado
Grupo : Inveja maa, viu! #BeijinhoNoOmbro
Grupo : Eu vou cuidar da minha saúde, porque da minha vida já em quem cuide #AinvejaTem-
Facebook
Grupo : A la anda, á? #SouMaisEu
Grupo : Gene que não sabe nem escrever direio #AgeneVêPorAqui
Educador, embora as rases acima sejam baseadas em posagens reais, requenemene ulizadas
em mídias sociais, elas guram nesa aula apenas como sugesão. Caso prera e conheça ouros
pos de posagens que julgue mais próximos do conexo de seus esudanes, é recomendável
ulizá-los.
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1º ANO DO ENSINO MÉDIO 107
Peça a cada grupo que discua a rase que lhe oi proposa, idencando e anoando duas possí-
veis inerpreações para ela, considerando:
- Possíveis conexos em que oi escria;
- Os poenciais desnaários para quem “a carapuça serviria”;
- Evenuais inrigas que esariam “por rás” da posagem.
º Momeno
Peça a um represenane de cada grupo que exponha, brevemene, as considerações eias.
º Momeno
Proponha a discussão do problema. Comece pergunando aos esudanes se eles já se depara-
ram com rases como essas em suas redes, se curriam ou comparlhariam posts como esses e
por quê.
Aene para o ao de serem rases genéricas, desconexualizadas e aberas a odo po de iner-
preação (razão pela qual oi pedido aos esudanes que idencassem pelo menos duas ormas
possíveis de inerpreá-las).
Conversem sobre os riscos de poss aleaórios como esses: brigas, discussões disparaadas, de-
cepção e mal-enendidos por pare de pessoas que podem pensar que esses dizeres oram ende-
reçados a elas.
Esmule os esudanes a levanar hipóeses sobre a impressão causada por quem uliza esses
recursos, considerando inclusive a prepoência das hashtags ulizadas (#a, #SouMaisEu, #Beiji-
nhoNoOmbro, ec.) com a unção de enazar o recado:
- Imauridade, uma vez que não aborda os problemas direamene, de modo ranco, e
se aém a provocações “inans”;
- A impressão de que é uma pessoa que esá brigando com odo mundo o empo odo;
- Não dar chance para que as pessoas reiam e se deendam, quando o assuno diz
respeio a elas;
- Fala de éca, expondo publicamene assunos de ineresse privado envolvendo ou-
ras pessoas;
- A sensação de querer conrolar o coneúdo posado pelos ouros;
- Alguém que az um juízo exageradamene elevado de si mesmo, pois acha que é alvo
consane da inveja dos ouros.
Hashtag, ermo ulizado inicialmene por usuários do Twiter e, mais recenemene, pelo Face-
book, Insagram e Google+, é um recurso que possibilia a pesquisa em mídias sociais aravés de
palavras-chave. O dierencial esá no uso de #, que ransorma as palavras-chave em hiperlink,
possibiliando que, ao serem clicadas, apareça na ela odos os assunos relacionados a essas
palavras.
Apesar de ser um recurso úl para pesquisa de assunos ans, muios usuários ulizam hashtags
apenas com a nalidade de enazar aquilo que esão dizendo. É nesse sendo que elas aparecem
nas rases que selecionamos para as avidades desa aula.33
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
108 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Ressale que as regras de convivência e diálogo em redes online são as mesmas que regem as
relações sociais. Conudo, por não esarem em conao presencial, as pessoas endem a se senr
mais à vonade para comporamenos mal-educados (veja maéria abaixo, exraída do Jornal O
Esado de S. Paulo).
Por m, observe que as nossas inerações online delineiam, post por post, o nosso perl público, e
revelam muio da nossa capacidade de dialogar. Além disso, o coneúdo que disponibilizamos em
redes viruais nunca são oalmene deleados, e qualquer pessoa pode copiar (“prinar”) nossas
publicações e ulizá-las conra nós, inclusive nas relações de rabalho.
Avaliação
A parr das discussões e rocas realizadas nesa aula, responda às quesões abaixo.
. Quando surge algum conio enre você e alguém da sua rede social, como você procura resol-
ver a siuação? Exemplique.
. Você cosuma omar cuidado ao dialogar publicamene, seja em óruns online ou na “vida
real”? Cie alguns exemplos.
Atividade Extra 1
A crônica “Recado ao Senhor 0”, de Rubem Braga, suscia quesões imporanes relacionadas
ao diálogo, por diversas razões. Desacamos aqui quaro delas:
) O conio pico enre vizinhos que habiam o mesmo prédio é relaado pela perspec-
va do vizinho que incomoda, não pela perspecva do vizinho que é incomodado;
) Sendo o narrador o vizinho que incomoda, ele civilizadamene reconhece o seu erro,
ainda que, de orma hilária e irônica, se “idenca” como um mero número e aribui
a mesma siuação ao vizinho ao qual se dirige, enalecendo assim a impessoalidade
absurda enre duas pessoas que dividem o mesmo espaço e não se conhecem. Com
esse recurso, o que emerge em primeiro plano não é a relação que os dois poderiam
er, mas a que ambos devem não er, para seguirem em paz na sua não-convivência.
) Já nos dois úlmos parágraos, o narrador devaneia sobre uma relação ideal enre ele
e o vizinho, onde as audes que desencadearam o conio não ossem mais que um
preexo para a boa convivência, raernal e replea de hospialidade.
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110 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
) Com esse úlmo recurso, o exo põe em xeque os paradoxos da civilidade, onde o
anonimao e a ala de conao enre pessoas próximas é considerado “civilizado”,
pondo em segundo plano ouras ormas criavas de sociabilidade.
Atividade Extra 2
Tecendo a manhã35
1
Um galo sozinho não ece uma manhã:
ele precisará sempre de ouros galos.
De um que apanhe esse grio que ele
e o lance a ouro; de um ouro galo
que apanhe o grio de um galo anes
e o lance a ouro; e de ouros galos
que com muios ouros galos se cruzem
os os de sol de seus grios de galo,
para que a manhã, desde uma eia ênue,
se vá ecendo, enre odos os galos.
E se encorpando em ela, enre odos,
se erguendo enda, onde enrem odos,
se enreendendo para odos, no oldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, oldo de um ecido ão aéreo
que, ecido, se eleva por si: luz balão.
Peça aos esudanes que acompanhem a leiura do poema “Tecendo a Manhã”, de João Cabral
de Melo Neo. Abra espaço para que eles se maniesem livremene. Esmule-os com pequenas
“provocações”, como: “Que galos seriam esses?”, “Que manhã esses galos ecem?”.
Chame a aenção para a maneira como o poea consrói o poema. Na primeira pare, sugere-se
realmene o ao de ecer colevamene. O poema cosura os canos e os grios dos galos, pon-
uados nas palavras “apanhe”, “lance” “cruzem”, sempre enremeadas pelas palavras “ouro” e
“ouros”. Leia novamene a primeira pare, azendo com que os esudanes percebam esse movi-
meno de “ecelagem das palavras”.
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1º ANO DO ENSINO MÉDIO 111
Já na segunda pare, o poea enrelaça os sons, azendo com que sinamos nos nossos lábios a
ricção das palavras, provocando um prazer sico ao pronunciá-las na sequência em que esão
disposas. Faça a leiura da segunda pare, enazando a pronúncia desa sequência de palavras:
“ela”, “enre odos”, “enda”, “Enre odos”, “enreendendo”, “odos”. Deixe que os esudanes
açam o mesmo, em voz ala, experimenando as vozes e as sensações.
“Tecer” e “exo” são palavras de mesma raiz emológica. Ressale essa relação para os esudan-
es: dialogar ambém é ecer juno sendos novos para o que nos rodeia.
Texo 37
(…) No México, quando vivia aos pés do “mais novo vulcão do mundo”, J-M. Le Clézio noou que o
“o silêncio ali não é viso como uma ala de ala, mas como uma oura maneira de se expressar.
[…] quando os mexicanos se calam, é que êm algo de imporane a dizer. […] As coisas são com-
preendidas sem que sejam dias, emos que enendê-las, como dizemos, com meias palavras, e às
vezes aé mesmo sem nenhuma. Ao ler essas enrevisas, lembrei-me de uma viagem para a Guia-
na que Parícia Pereira Leie me descreveu. O vilarejo indígena em que ela se enconrava esava
em plena avidade, as crianças brincavam e, no enano, udo era silencioso, era possível ouvir os
pássaros. Ela oi recebida pelo “chee culural”. Ele cosurava um mosqueeiro e lhe disse: “Minha
esposa gosou da ormação, mas ela me disse que vocês alam demais. Nós ensinamos as crianças
a pensarem anes de alar e a ver se o que êm a dizer é mais bonio que o silêncio”.
Texo 38
O silêncio
anes de exisr compuador exisa evê
anes de exisr evê exisa luz elérica
anes de exisr luz elérica exisa biciclea
anes de exisr biciclea exisa enciclopédia
anes de exisr enciclopédia exisa alabeo
anes de exisr a alabeo exisa a voz
anes de exisr a voz exisa o silêncio
o silêncio
oi a primeira coisa que exisu
um silêncio que ninguém ouviu
asro pelo céu em movimeno
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112 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Esse poema oi musicado pelo auor, em parceria com Carlinhos Brown, e gravado no CD O Silên-
cio, de Arnaldo Anunes, Sony, 6. A música pode ser ouvida nese sie: www.radiouol.com.br
Texo 39
Redes sociais podem acabar com amizades reais, diz pesquisa
BELINDA GOLDSMITH - Reuers
Desrespeio e insulos online esão acabando com amizades, à medida que as pessoas esão can-
do mais rudes nas mídias sociais, revelou uma pesquisa nesa quara-eira, que ambém mosrou
que dois em cada cinco usuários coraram relações após uma briga virual.
Assim como o uso das mídias sociais cresceu, a ala de civilidade ambém aumenou, com por
ceno de .6 pessoas enrevisadas endo relaado um aumeno das grosserias na Inerne. As
pessoas não hesiam em ser menos educadas online do que ao vivo, segundo o levanameno.
Uma em cada cinco pessoas reduziu seu conao pessoal com alguém que conhece na vida real
depois de uma briga pela Inerne.
Joseph Grenny, co-presidene da empresa de reinameno corporavo VialSmars, que conduziu
a pesquisa, disse que as brigas online muias vezes se ornam brigas na vida real, com por ceno
das pessoas bloqueando ou cancelando amizades com alguém por causa de uma discussão virual.
"O mundo mudou e uma pare imporane das relações aconece online, mas os modos ainda não
acompanharam a ecnologia", disse Grenny à Reuers, no lançameno da pesquisa, conduzida ao
longo de rês semanas em evereiro.
"O que é realmene surpreendene é que muias pessoas desaprovam esse comporameno, mas
as pessoas ainda esão azendo isso. Por que você xingaria online, mas nunca na cara da pessoa?"
Dados do Pew Research Cener mosram que 6 por ceno dos adulos conecados à Inerne nos
Esados Unidos usam sies de redes sociais, dos quais o Facebook é o mais popular, enquano os
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1º ANO DO ENSINO MÉDIO 113
úlmos números mosram que mais da meade da população briânica em cona no Facebook.
A pesquisa aconece após uma série de desenendimenos pela Inerne envolvendo personalida-
des, que araíram grande aenção da mídia.
O jogador de uebol briânico Joey Baron, do Olympique de Marseille, oi convocado pelo co-
miê de éca da ederação rancesa após chamar o zagueiro brasileiro Thiago Silva, do Paris S
Germain, de "raves acima do peso" no Twier.
O boxeador Curs Woodhouse oi amplamene elogiado após er rasreado uma pessoa no Twi-
er que o chamou de "desgraça complea" e um "piada" após uma derroa, indo aé a casa do
auor das crícas para cobrar um pedido de desculpas.
Grenny disse que os enrevisados nham suas próprias hisórias, como uma amília que não se
ala há dois anos porque um homem publicou na Inerne uma oo embaraçosa de sua irmã e
recusou-se a removê-la. Em vez disso, espalhou a oo para odos os seus conaos.
As ensões nos locais de rabalho ambém oram ranseridas para conversas aravés da Inerne,
nas quais uncionários alam de orma negava de um companheiro.
"As pessoas parecem ser conscienes de que ese po de conversa imporane não deve acone-
cer nas mídias sociais, mas, apesar disso, ambém parecem er o impulso de resolver as emoções
de orma imediaa e aravés dese po de canal", disse Grenny.
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114 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Anexo 1
º Momeno
Você ceramene já presenciou siuações em que as pessoas “jogam indireas” para as ouras nas
redes sociais. Reia com os seus colegas de grupo sobre essa curiosa orma de se comunicar, a
parr da rase conda no carão enregue pelo educador. Levane hipóeses sobre os possíveis
signicados; vocês perceberão que a rase em mais de um sendo – provavelmene vários. Para
ajudar na invesgação, considere:
• Em quais pos de conexo a rase poderia er sido escria?
• A quem ela se desnaria? Ou seja: para quem “a carapuça poderia servir”?
• Quais as possíveis inrigas e picuinhas que esariam por rás de udo isso?
º Momeno
Agora, um represenane do grupo vai apresenar para oda a classe as considerações que o seu
grupo ormulou. Aprecie as considerações que os represenanes dos demais grupos zerem a
parr das dierenes rases que receberam.
º Momeno
Quando o educador abrir para o diálogo, aça as suas considerações, observando os seguines
aspecos:
• O ao de essas rases não esarem conexualizadas, sem a demarcação clara das
pessoas a quem se desnam, e aberas a dierenes inerpreações, pode levar a que
po de siuação?
• Esse po de recurso revela algo sobre quem os uliza? Como você imaginaria o perl
de quem se compora dessa orma nas redes sociais?
• Que oura orma mais ecaz de diálogo você sugere como alernava aos exemplos
explorados em classe?
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1º ANO DO ENSINO MÉDIO 115
Anexo 2
Anexo 3
Atividade Extra
Tecendo a manhã35
1
Um galo sozinho não ece uma manhã:
ele precisará sempre de ouros galos.
De um que apanhe esse grio que ele
e o lance a ouro; de um ouro galo
que apanhe o grio de um galo anes
e o lance a ouro; e de ouros galos
que com muios ouros galos se cruzem
os os de sol de seus grios de galo,
para que a manhã, desde uma eia ênue,
se vá ecendo, enre odos os galos.
E se encorpando em ela, enre odos,
se erguendo enda, onde enrem odos,
se enreendendo para odos, no oldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, oldo de um ecido ão aéreo
que, ecido, se eleva por si: luz balão.
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1º ANO DO ENSINO MÉDIO 117
18
Objetivos Gerais
Roteiro
PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO
Objetivos
• Problemazar nossa orma de olhar o ouro, que deve ser aena à singularidade do
sujeio e à maneira como nos poramos quando essa singularidade se maniesa;
• Propiciar siuações de rocas em que o respeio à dignidade humana é a condição es-
sencial para nos revelarmos ao mundo e permir que o ouro se revele al como é ou
como deseja ser.
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1º ANO DO ENSINO MÉDIO 119
Desenvolvimento
º Momeno
Leia em voz ala a crônica “Hisória de um olhar” de Eliane Brum e peça aos esudanes que
acompanhem a leiura (Anexo ). Conversem um pouco sobre o exo lido, a parr das seguines
observações:
- A predominância do olhar ao longo do exo. Não só na orma explícia de evocação da visão, mas
ambém naquilo que se ocula, em expressões como: “invisíveis”, “avesso da imporância”, “exclu-
ído”, “roso de esconderijo”, “ragado”, “desaparecido denro dele mesmo”, “vulo”, “especro”.
- Um jogo de luz e sombra, de visão e de invisibilidade, de aproximação e disanciameno se esa-
belece nas relações: primeiro enre a população e Israel, depois enre Israel e Lucas, em seguida
com a educadora, aé a culminância em um “ransbordameno” de pares de olhos de crianças.
- Um verdadeiro jogo de conquisa se esabelece enre Israel e a educadora apenas pelo olhar,
que: acolhe, convida, promee, aaga; modica a orma cosumeira e esereopada de ser olha-
do ao convidar o ouro para uma relação, permie que o ouro seja al como é, deixando que ele
se perceba de ouro modo ao ser percebido em sua ineireza pela primeira vez (a imagem de se
ver reedo posivamene no olhar do ouro). O olhar criador de uma “irresisvel imagem de si
mesmo”.
- Pouco a pouco, o negavo se convere em posivo aravés dessa “conversão” do olhar.
- A imagem que de início expressava a própria miséria dos excluídos da cidade, ornando-a ainda
mais excludene (o excluído dos excluídos), após passar por uma laboriosa modicação do olhar
revela o que anes não se podia ver: “a imagem indesejada do espelho”, que nha “ome de
olhar”, nalmene se orna aquilo que Israel via de si mesmo nos olhos da educadora. Enão apa-
rece aé “um sorriso recém-invenado”.
- Finalmene Israel passou a exisr – ransormação que culmina no máximo da visibilidade: na
aparição pública, no dia do desle cívico, assumindo o direio legímo à cidade (cidade que é a
expressão máxima da relação e do convívio humanos desde os gregos arcaicos).
Ressale juno aos esudanes que “ver” é algo que se aprende. Se é algo que se aprende, ambém
é passível de modicações. Os olhos cosumam buscar apenas o conhecido – por exemplo: quan-
do olhamos para uma nuvem, não sossegamos enquano não descobrimos alguma orma conhe-
cida nelas, ou seja, uma imagem que ranquilize nosso olhar, uma vez que os olhos são mesres
em repelir “o esranho”.
º Momeno
Agora, sensibilizados pela crônica e divididos em duplas, os esudanes vão pracar seus “olhares”.
Educador, é muio imporane que nese momeno as duplas sejam ormadas por esudanes que,
aparenemene, não possuem muias anidades: aqueles que não azem rabalhos junos, não
ineragem enre si, pouco se alam e ec. Porano, aça você mesmo, previamene, a composição
das duplas.
Diga aos esudanes que eles vão “simplesmene” conversar. Cada membro da dupla erá cinco
minuos para alar. Depois, o jogo se invere, com cinco minuos de ala concedido ao ouro.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
120 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
As regras:
- Os dois devem esar senados, um de rene para o ouro.
- Ambos devem se olhar nos olhos enquano alam e enquano escuam.
Ressale que a ideia é “desabiuar” os olhares e as inerlocuções; que a vida de ninguém é banal;
que odos êm o direio de responder por si mesmos no mundo; que muias vezes nos esquece-
mos de que, aos olhos dos ouros, os ouros somos nós; que nosso olhar se modica em conao
com hisórias que nem suspeiávamos. Enm, udo aquilo que Caeano Veloso condensou neses
versos: “Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”. Porano, peça para que inerajam de ou-
vidos, olhos e coração sempre aberos.
Avaliação
Observe como os esudanes reagem ao exo: se percebem a are de olhar como algo que con-
voca ou consrange o ouro no direio de exisr e se mosrar al como é ou como deseja ser; se
aenam para o ao de que as reações do ouro são muias vezes reexo da nossa aude para
com ele. Durane a conversação em dupla, observe a orma como ineragem: se esão aenos
um para com o ouro; se os comporamenos midos expressam caraceríscas parculares ou
resula da diculdade de enrosameno provocada por uma das pares; e a qualidade da relação
que se esabelece enre eles.
A parr das discussões e rocas realizadas na (úlma) aula, responda às quesões abaixo.
) Como oi ineragir com o seu colega? Algo o surpreendeu? Cone.
) Como você via o colega anes e como você o vê agora?
) A ineração oi dicil ou ácil? Por quê?
) Como você compararia essa sua ineração com o colega e a roca de olhares da crônica
lida em sala?
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º ANO DO ENSINO MÉDIO 121
Texo 41
Ver e não ver
Nós que nascemos com a visão mal podemos imaginar al conusão. Já que, possuindo de nascen-
ça a oalidade dos sendos e azendo a correlação enre eles, um com o ouro, criamos um mun-
do visível de início, um mundo de objeos, conceios e sendos visuais. Quando abrimos nossos
olhos odas as manhãs, damos de cara com um mundo que passamos a vida aprendendo a ver. O
mundo não nos é dado: consruímos nosso mundo aravés de experiência, classicação, memória
e reconhecimeno incessanes. Mas quando Virgil abriu os olhos, depois de er sido cego por 5
anos – endo um pouco mais que a experiência visual de uma criança de colo, há muio esquecida
–, não havia memórias visuais em que apoiar a percepção; não havia mundo algum de experiência
e sendo esperando-o. Ele viu, mas o que viu não nha qualquer coerência. Sua rena e nervo
ópco esavam avos, ransmindo impulsos, mas seu cérebro não conseguia lhes dar sendo;
esava, como dizem os neurologisas, agnósco.
Todos, incluindo Virgil, esperavam algo mais simples. Um home abre os olhos, a luz enra e bae
na rena: ele vê. Como num piscar de olhos, nós imaginamos. E a própria experiência do cirur-
gião, como a da maioria dos ofalmologisas, era com a remoção de caaraa de pacienes que
quase sempre haviam perdido a visão arde na vida – e ais pacienes êm, de ao, se a cirurgia é
bem-sucedida, uma recuperação pracamene imediaa da visão normal, já que não perderam de
orma alguma a capacidade de ver.
(…) Por vezes, supercies e objeos pareciam avular-se, esar em cima dele, quando na realida-
de connuavam a uma grande disância; por ouras conundia-se com a própria sombra (odo o
conceio de sombras, de objeos bloqueando a luz, era enigmáco para ele) e parava, ou dava um
passo em also, ou enava passar por cima dela. Degraus, em parcular, apresenavam um risco
especial, porque udo o que podia ver era uma conusão, uma supercie plana, de linhas paralelas
ou enrecruzadas; não conseguia vê-los (embora os conhecesse) como objeos sólidos indo para
cima ou para baixo num espaço ridimensional. Agora, cinco semanas depois da cirurgia, sena-se
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
122 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
com requência mais incapaz do que se senra quando era cego, e perdera a conança, a acilida-
de de movimeno que possuíra enão.
(…) Virgil pinçava dealhes incessanemene – um ângulo, uma quina, uma cor, um movimeno
–, mas não era capaz de sinezá-los, de ormar uma percepção complexa com uma passada de
olhos. Esa era uma das razões por que o gao, visualmene, era ão enigmáco: via a paa, o oci-
nho, o rabo, uma orelha, mas não conseguia ver udo juno, o gao como um odo.
(…) Objeos em movimeno apresenavam um problema especial, já que mudavam de aparência
consanemene. Mesmo o seu cachorro, ele me disse, parecia ão dierene a cada momeno que
ele se pergunava se era de ao o mesmo cachorro.
(…) E quano às guras? (…) Quando o submeemos a guras imóveis, oograas em revisas, não
eve o menor sucesso. Não conseguia ver as pessoas, nem os objeos – não compreendia a ideia
de represenação.
Texo 42
O homem é o único ser que não posso enconrar sem lhe exprimir ese enconro mesmo. O en-
conro disngue-se do conhecimeno precisamene por isso. Há em oda aude reerene ao
humano uma saudação – mesmo quando há recusa de saudar.
(…) É esa presença para mim de um ser idênco a si, que eu chamo presença do roso. O roso é
a própria idendade de um ser. Ele se maniesa aí a parr dele mesmo, sem conceio. (…) Como
inerlocuor, ele se coloca em ace de mim, e, propriamene alando, somene o inerlocuor pode
se colocar em ace, sem que “em ace” signique hoslidade ou amizade.
Na Estante
Anexo 1
º Momeno
• Acompanhe aenamene a leiura da crônica pelo educador e, na hora de conversar,
exponha suas observações.
Hisória de um olhar45
O mundo é salvo odos os dias por pequenos gesos. Diminuos, invisíveis. O mundo é salvo pelo
avesso da imporância. Pelo anônimo da evidência. O mundo é salvo por um olhar.
Que envolve e aaga. Abarca. Resgaa. Reconhece. Salva.
Inclui.
Esa é a hisória de um olhar. Um olhar que enxerga. E por enxergar, reconhece. E por reconhecer,
salva.
Esa é a hisória do olhar de uma educadora chamada Eliane Van e de um andarilho chamado
Israel Pires.
Um olhar que nasceu na Vila Kephas. Dizem que, em grego, kephas signica pedra. Por isso um
nome ão singular para uma vila de Novo Hamburgo. Kephas oi invenada mais de uma década
arás pedra sobre pedra. Em regime de murão. Eram operários da indúsria naqueles empos
nada longínquos. Hoje, desempregados da indúsria. Biscaeiros, papeleiros. Excluídos.
Nesa Kephas cheia de presságios e de misérias vagava um rapaz de anos com o nome de Israel.
Porque em odo lugar, por mais cinzeno, rágico e desesperançado que seja, há sempre alguém
ainda mais cinzeno, rágico e desesperançado. Há sempre alguém para ser chuado por expressar
a imagem-sínese, renegada e assusadora, do grupo. Israel, para a Vila Kephas, era esse ícone. O
enjeiado da vila enjeiada. A imagem indesejada no espelho.
Imundo, meio abilolado, malcheiroso, Israel vivia arado num cano ou nouro da vila. Filho de pai
pedreiro e de mãe mora, vivendo em uma casa cheia de ome com a madrasa e uma irmã doen-
e. Desregulado das ideias, segundo o senso comum. Nascido premauro, mas sem dinheiro para
diagnósco. Escorraçado como um cão, orurado pelos garoos maus. Amarrado, quase violado.
Israel era cuspido. Era apedrejado. Israel era a escória da escória.
Um dia Israel se aproximou de um menino. De nove anos, chamado Lucas. Olhos de amêndoa,
roso de esconderijo. Bom de bola. Bom de rua. De ano gosar do menino que lhe sorriu, Israel
o seguiu aé a escola. Aé a pora onde Lucas desaparecia odas as ardes, ragado sabe-se lá por
qual magia. Aé a pora onde as crianças recebiam cucas e leie. Israel chegou aé lá por ome. De
comida, de aago, de lápis de cor. Fome de olhar.
Aconeceu nese inverno. Eliane, a educadora, descobriu Israel. Desajeiado, envergonhado, qua-
se desaparecido denro dele mesmo. Um vulo, um especro na pora da escola. Com um sorriso
inocene e uns olhos de vira-laa pidão, dando a cara para baer porque nunca oi capaz de es-
condê-la.
Eliane viu Israel. E Israel se viu reedo no olhar de Eliane. E o que se passou naquele olhar é um
milagre de gene. Israel descobriu um ouro Israel navegando nas pupilas da educadora. Terno,
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 125
especial, aé meio garboso. Israel descobriu nos olhos da educadora que era um homem, não um
escombro.
Capurado por essa irresisvel imagem de si mesmo, Israel perseguiu o olho de espelho da edu-
cadora. A cada dia dava um passo para denro do olhar. E, quando perceberam, Israel esava no
inerior da escola. E, quando viram, Israel esava na janela da sala de aula da ª série C. Com meio
corpo para denro do olhar da proessora.
Uma cena e ano. Israel na janela, espiando para denro. Canando no lado de ora, desenhando
com os olhos. Quando o chamavam, ugia correndo. Escondia-se arás dos prédios. Mas devagar,
como bicho acuado, que de ano apanhar cou ressabiado, oi pegando primeiro um lápis, depois
um aago. E, num dia de agoso, Israel compleou a subversão. Cruzou a pora e pinou bonecos
de papel. Israel esava odo denro do olhar da educadora.
E o olhar começou a se espalhar, se expandir, e engolou oda a sala de aula. A imagem se mul-
plicou por pares de olhos de crianças. Israel, o pária, nha se ransormado em Israel, o amigo.
Ganhou roupas, ganhou pasa, ganhou lápis de cor. E, no dia seguine, Israel chegou de banho
omado, barba eia, roupa limpa. Igualzinho ao Israel que havia avisado no olho da proessora.
Trazia aé umas pupilas novas, enormes, em orma de acho. E um sorriso ambém recém-invena-
do. Enrou na sala onde a proessora pinava no chão e ela começou a chorar. E as lágrimas da pro-
essora, al qual um vagalhão, erminaram de lavar a imagem acossada, erida, agelada de Israel.
Israel, capurado pelo olhar da educadora, nunca mais o abandonou. Vive hoje nesse olhar em
ormao de sala de aula, cercado por pares de olhos de inância que lhe conam hisórias, pu-
xam a mão e lhe ensinam palavras novas. Reedo por esses olhos, Israel passou a reer odos
eles. E a educadora, que andava deprimida e de mal com a vida, descobriu-se bela, imporane,
nos olhos de Israel. E as crianças, que êm na escola um inervalo enre a violência e a ome, des-
cobriram-se livres de odos os desnos raçados nos olhos de Israel.
Israel, não impora se alguém não gosa de você. O que impora é que você siga a vida, aconselha
Jeerson, de oio anos. Israel, não az mal que u sejas grande e um pouco doene, u podes azer
udo o que u imaginares, promee Greice, de nove. Israel, se alguém e arar uma pedra eu vou
chamar o Vandinho, porque odo mundo em medo do Vandinho, ranquiliza Lucas, nove. Israel,
u me boas na garupa no recreio?
E oi assim que o olhar escorreu pela escola e amoleceu as ruas de pedra.
Israel, depois que se descobriu no olhar da educadora, ganhou o respeio da vila, a admiração do
pai. Vai ganhar uma vaga ocial na escola. Já consegue escrever o “P” de proessora. E ninguém
mais lhe ara pedras. A educadora, depois que se descobriu no olhar de Israel, ri sozinha e chora
à oa. Parou de reclamar da vida e as aulas viraram uma canoria. A redenção de Israel oi a revo-
lução da educadora.
Em de Seembro, Israel deslou. Pinado de verde-amarelo, aplaudido de pé pela Vila Pedra.
[ de seembro de ]
E se mosra. Se revela. Nasce. Desabrocha. Essa pode ser uma hisória de olhares que
maam (o das pessoas que diminuíam Israel aé o pono de não deixá-lo ser) e o olhar
que aviva, que convida a nascer e que salva. Qual é o seu? Reia.
º Momeno
• Com cereza você já reparou. Às vezes assismos a ceros lmes em que grandes ca-
ásroes aconecem – prédios que desabam, navios que nauragam, aviões que caem
– e simplesmene não senmos a menor compaixão. Aliás, o sucesso de muios dos
lmes de ação se deve jusamene à grande parcela de prazer que isso comumene
provoca no público! Mas ceramene você ambém já reparou que só não senmos
nada quando a hisória das pessoas que desaparecem nessas caásroes cinemao-
grácas não nos é conada. Mas basa er acompanhado na ela a hisória de uma
única pessoa que desaparece nos escombros de um prédio que desmorona e já é o
basane para parr nosso coração.
Não será assim ambém com as pessoas que esão à nossa vola? Depois de ouvirmos a hisória
de vida de uma pessoa, dicilmene conseguiremos ser indierenes a ela; nunca mais a veremos
com os nossos angos olhos. Quer uma prova? Acompanhe as insruções do educador para ese
segundo momeno da aula e comprove!
Quando alguém az uma ideia pouco verdadeira sobre nós, achamos que não omos olhados di-
reio, não é mesmo? O mesmo aconece quando azemos uma ideia vaga do ouro: ele ambém
quer um segundo olhar. Se é assim, olhem-se mais uma vez.
Senado de rene para o colega, ale um pouco de você para ele e ouça com aenção o que ele
em a dizer sobre si mesmo. E como em oda conversação respeiosa, a regra de ouro é: olho no
olho. Ouvidos, olhos e coração aberos.
21
A sinceridade, por ser um valor individual, depende da consciência de cada pessoa. Ou seja, ser
sincero depende das próprias experiências vividas, percepção de mundo e caracerísicas de per-
sonalidade que deerminam as inenções de cada um.
Ser sincero requer coragem e inegridade, er uma visão críica a respeio de si mesmo.
Requer um olhar proundo de cada um nas proundezas do próprio ser, saber adminisrar seni-
menos e cerezas que muias vezes nos machucam.
Além dos conlios inernos gerados pela práica da sinceridade, ela ambém pode levar a desa-
ponar algumas pessoas do convívio social e com isso, razer conlios e perdas diíceis de reparar.
Assim sendo, essa aula em como objeivo levar os esudanes a releirem sobre a práica da sin-
ceridade a parir da relexão de suas próprias posuras.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
128 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Objetivos Gerais
• Reer sobre algumas audes e siuações que põe em práca a sinceridade em várias
ocasiões da vida;
• Perceber que ser sincero é dierene de dizer udo o que se pensa, de qualquer maneira;
• Reer sobre os valores que consideram imporanes numa amizade e/ou nas relações
que esabelecem com as ouras pessoas;
Roteiro
PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO
Avidade individual:
Pergunas sobre práca da verdade. 0 minuos
A verdade.
Objetivos
• Reer sobre algumas siuações nas quais a sinceridade precisa ser ponderada;
• Consruir o conceio de sinceridade.
Desenvolvimento
Depois da leiura da nocia, os esudanes vão reer sobre alguma siuação em que erá sido
necessário abrir mão da verdade ou em que veram que conar a verdade de maneira indirea,
azendo uso de alguma nuance para não piorar uma siuação e não magoar alguém. As reexões
dos esudanes são muio pessoais nessa avidade, por isso, não é soliciado que eles escrevam
as siuações no caderno. Conudo, abra espaço para comenários esponâneos dos esudanes;
Em seguida os esudanes devem consruir uma denição de sinceridade de acordo com as re-
exões que zeram sobre as pergunas aneriores da avidade. Quando odos erminarem de
responder à perguna, peça para alguns deles comenarem suas resposas;
Caso seja necessário, diga que ser sincero é ser ínegro – É saber posicionar-se diane daquilo em
que se acredia, e agir de acordo com o que se ala e pensa. Não ceder a pressões das pessoas por
medo de se posicionar a avor da verdade. Segundo o dicionário Houassis da Língua Poruguesa
- Sincero: que se exprime sem arcio nem inenção de enganar ou de disarçar o seu pensa-
meno ou senmeno. que é dio ou eio de modo ranco, iseno de dissimulação. em quem
se pode conar; verdadeiro, leal. que demonsra aeo; cordial;
Assim, audes como ser claro e ranco, dizer o que realmene se quer dizer, expressar a realida-
de, maner a própria palavra em dierenes siuações da vida, apenas promeer o que realmene
se pode cumprir, devolver o que se pede empresado, não deurpar um ao, siuação ou opinião,
são odas maneiras de ser sincero.
Objetivos
• Reer sobre a melhor maneira de conar uma verdade sem magoar as pessoas;
• Descrever alguns valores imporanes numa amizade ou na relação com as ouras
pessoas;
• Reer sobre a hipocrisia em algumas siuações da vida.
Desenvolvimento
No iem B, apesar da resposa ser de cunho pessoal, espera-se que os esudanes valorizem a
inegridade, honesdade e sinceridade numa amizade. Reiam sobre a imporância de er laços
de amizade verdadeiros e orna-se uma pessoa que exprime conança;
No iem C, espera-se que os esudanes comenem que a menra não é a melhor saída para eviar
conios. É preciso, saber lidar com siuações complicadas opando sempre por dizer a verdade;
Quando odos erminarem de responder a avidade: A verdade pergune se alguém gosaria de
comparlhar suas resposas ou azer algum comenário, abra espaço para a escua;
Avaliação
Observe a percepção de cada esudane com relação às siuações descrias por eles sobre a prá-
ca da sinceridade;
Observe ambém se os esudanes conseguem perceber que, apesar de a práca da sinceridade
ser pessoal, ela aea o colevo, posivamene ou negavamene.
Respostas e comentários
. Os esudanes devem ser capazes de escrever um exo disseravo que exponha a
própria maneira de esabelecer relações enre a verdade e o cuidado que devem er
ao expressá-la. Espera-se que eles aleguem que a sinceridade ajuda a consruir amiza-
des verdadeiras e a gerar conança enre as pessoas;
. Espera-se que os esudanes reiam sobre as rês siuações, que, apesar de diceis,
devem azê-los pensar sobre a consequência de viver sob uma menra.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 131
Anexo 1
22
Ao conrário de um mágico que az a menra parecer verdade, o espeáculo earal As esrelas
cadenes do meu céu são eias de bombas do inimigo ena ransormar a realidade em cção.
Baseada em relaos verdadeiros de crianças e adolescenes durane conios de guerras, a peça
da Cia Denivo-Provisório será encenada hoje, às 0h, no Sesc Sorocaba. […].
Com direção de Nelson Baskerville, a monagem do espeáculo oi consruída a parr de rechos
dos livros Diário de Anne Frank e Vozes roubadas - diários de guerra, de Zlaa Filipovic e Melanie
Challenger. Há ainda reerência à guerra parcular do ráco de drogas no Brasil, baseado no
depoimeno de um menino paulisano exraído do documenário Jardim Ângela, de Evaldo Mo-
carzel.
"Seguindo a rase de Tennessee Williams [dramaurgo nore-americano], opamos por azer a
verdade parecer menra", ponua Paula Arruda, ariz e produora do espeáculo. Paula explica
que as experiências de conio relaadas, sob o olhar de crianças e adolescenes, são ão ores
e impressionanes que coube a odos os inegranes da companhia buscar maneiras de criar ca-
madas de ilusão sobre a verdade. "Durane odo espeáculo emos uma névoa de umaça e há
ambém maquiagem mais lúdica, para dar uma cera disanciada da realidade. Se a peça osse
muio realisa, caria muio dicil de suporar", complea, lembrando que alguns dos auores dos
esemunhos não veram chance de chegar à vida adula. "Há uma delicadeza para alar sobre
coisas duras. Porque não poderia ser de ouro jeio. A guerra já é dura o suciene para er que
reviver e não reer", dealha Baskerville. (...)
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
132 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
. Assim como o espeáculo earal dirigido por Nelson Baskerville, na vida ambém devemos er
delicadeza para alar sobre coisas duras. Nas muias relações que esabelecemos com as pessoas
é necessário saber dominar a sinceridade. A respeio disso, pense em algumas siuações da sua
vida nas quais as rases abaixo se encaixariam:
a) “Fazer a verdade parecer menra” ou “A menra parecer verdade”
b) “Criar camadas de ilusão sobre a verdade”
. Baseado no que você pensou sobre as rases acima, a sinceridade para você é:
Anexo 2
Sinceridade47
Sinceridade
Palavra bela que me conduz e noreia
Conrapõe a alsidade
Sobrepõe a menra eia (...)
Sinceridade
Já me deixou muias vezes em apuro
Por alar sempre a verdade
Sem vacilo sobre o muro
Sinceridade
Ainda escolho o sisema mais ango
Enxergar denro do olho
A lisura de um amigo
Tradição que eu persigo
Na ilusão de um sonhador
E é verdade o que digo:
Quem em honra em valor (...)
Anexo 3
. Ainda sobre a capacidade de gerir algumas verdades, o que você aria de posivo se vesse que
conar as siuações que seguem abaixo para alguma pessoa do seu convívio social:
Siuação : Dizer para alguém que ela é lho (a) de pais dierenes?
Siuação : Dizer que o namorado de uma pessoa o rai com oura?
Siuação : Dizer para alguém que uma das pessoas que ela mais ama e admira conseguiu dar
udo o que ela em hoje aravés de um rabalho que não oi honeso?
Para refer
A verdade dói e nem odo mundo sabe lidar com ela. Dizemos requenemene com oda a con-
vicção do mundo: “Prero a verdade dura a uma doce ilusão”, mas será que é assim que agimos
em odas as ocasiões da nossa vida?
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 135
23
No ano de , em Paris, a Assembleia Geral das Nações Unidas elaborou o Manieso 000 por
uma Culura de Paz e Não Violência, visando à colea de 100 milhões de assinauras no mundo in-
eiro aé a virada do milênio. O Manieso, elaborado por uma comissão de ganhadores do Prêmio
Nobel da Paz, não se desinava às auoridades públicas, mas aos cidadãos comuns, parindo do
pressuposo de que o senso de responsabilidade se dá na dimensão pessoal. Dessa orma, o ema
da resolução de conlios ganhou proporções planeárias, enaizando o uso de ormas alernai-
vas (exrajudiciais) para viabilizar o enendimeno enre as pessoas.
A medição é um dos insrumenos mais eicazes para a resolução de conlios, e é isso o que será
rabalhado nesa aula.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
136 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Objetivos Gerais
Roteiro
PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO
Objetivos
Desenvolvimento
º Momeno
Leia em voz ala o exo de Fernando Pessoa e, em seguida, convide os esudanes para uma
conversa a parr do que oi lido (Anexo ). Para passar do exo às implicações de mediação de
conio, é ineressane levar em cona os seguines aspecos do ragmeno: O narrador esá em
uma posição “desineressada”; não esá envolvido direamene no conio dos amigos e, por isso,
pode perceber os dois lados da quesão – inclusive noar que ambas as pares dizem a verdade.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 137
Já os amigos mencionados, por serem pares “ineressadas”, só enxergam a quesão nos limies
dos seus ineresses pessoais.
O exo não preende resolver o conio – nem mesmo explica que conio seria esse –, erminan-
do com a perplexidade do narrador ao consaar a duplicidade da verdade. Mas o disanciameno
que possibilia essa consaação o qualicaria como mediador, uma vez que em a imparcialidade
necessária para considerar os aos, não esando em jogo suas emoções. A parr dessas linhas
gerais, é possível inroduzir o ema da mediação de conios de orma mais especíca.
Embora conenha em si a ideia de negociação, esando as pares envolvidas disposas a um enen-
dimeno, a mediação possui um signicavo dierencial. Ao convocar uma pessoa como media-
dor, é maior a chance de se colocar no cenro da discussão o ao ocorrido e não as caraceríscas,
os “deeios” e as emoções parculares. Por exemplo, ao invés de se dizer “você é muio eimoso
e esúpido, não em a menor consideração pelas pessoas”, o mediador perguna objevamene a
cada um o que aconeceu e como cada um se senu durane o aconecimeno. A parr do diálogo
que se ece, o mediador (sem omar pardo, pois isso o caraceriza como mediador) se orna um
aciliador para a solução, mas sem sugerir o resulado. São as pessoas envolvidas no conio que
devem, aravés do diálogo, resolver a quesão.
Uma das maiores vanagens da mediação de conios é a possibilidade de os próprios envolvidos
criarem as soluções de seus problemas. Eles procuram alernavas para quesões que, de ouro
modo, seriam decididas por um erceiro que, necessariamene, avoreceria apenas uma das pares.
º Momeno
As rês pergunas proposas dizem respeio a posições e habilidades individuais. Tendo isso em
visa, seria imporane observar em cada uma delas:
) Se o esudane consaa em si mesmo qualidades que possam conribuir para a solu-
ção de conios. Não se espera que ele eseja apo para essa unção, o imporane é
que consiga mobilizar em si os recursos de que dispõe e nomeá-los.
) Como o esudane, ao se ver em uma siuação coniuosa, age de modo imediao:
procura soluções pacícas e dialógicas? Qual a naureza dos recursos que ele procura
mobilizar, imediaamene, quando é ele uma das pares conianes?
) Essa quesão pode ser ineressane para idencar se esudane percebe os recursos
que em à disposição os quais poderão ajudá-lo a solucionar ocorrências coniuosas
nos espaços de convívio escolar. Ceramene é um bom pono de parda para raar
da quesão para além da sala de aula, reendo sobre quais as insâncias possíveis
para acolhimeno desses assunos em oda a escola.
Avaliação
Observe como os esudanes percebem a posição “pardária” das pares conianes em con-
rase com a posura imparcial exigida pela mediação. Além disso, é imporane perceber o grau
de desenvolura com que acionam habilidades e recursos indispensáveis para lidar com siuações
conianes.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
138 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Anexo 1
. Ódio, rancor, riseza, rusração, mágoas... Todos nós esamos sujeios a esses e ouros inúme-
ros senmenos. Mas agir em unção deles na hora de resolver evenuais divergências, geralmen-
e, é algo desasroso. Ao invés de ocar o problema, damos mais imporância aos nossos sen-
menos e aos “deeios” dos ouros, o que só piora a siuação. O melhor a azer quando senrmos
que não esamos em condições de lidar com os conios sozinhos, é convidar uma erceira pessoa
que nos ajude a enrar em acordo com a pare coniane.
Acompanhe aenamene a leiura desse ragmeno de Fernando Pessoa e, em seguida, reia
sobre o exo a parr das quesões sugeridas.
”
Fiquei confuso desta dupla existência da verdade.49
Quando o educador abrir para a conversação, comene o exo lido. As pergunas seguines po-
dem inspirá-lo nos comenários:
a) Se, segundo o narrador, ambos os amigos diziam a verdade e, consequenemene,
ano um como o ouro nha razão, por que os dois connuavam divergindo?
b) Qual a dierença enre as posições dos dois amigos em conio e a posição do narrador?
c) Em sua opinião, o narrador é uma pessoa adequada para mediar o conio que ele nos
cona? Por quê? Como ele poderia agir em relação a isso?
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
140 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
. Agora que você já sabe um pouco mais sobre mediação de conios, reia um pouco sobre
você mesmo nessa siuação e responda às pergunas a seguir:
a) Você sene em si mesmo qualidades que podem conribuir para a mediação de diver-
gências enre pessoas da sua convivência? Quais seriam essas qualidades?
b) E quando uma das pares em conio é você, como procura resolvê-lo em um primei-
ro momeno? Caso alhe essa primeira enava, o que você az?
c) Na ocorrência de um conio enre você e um colega na escola, a quem você recorre-
ria, se osse o caso, para azer a mediação enre vocês? Por quê?
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 141
23
Não há como alar de moral sem azer uma abordagem sobre a éica. Pois, a éica e a moral êm
um im semelhane: ajudar o homem a consruir um bom caráer, a ser uma pessoa ínegra. A
moral é o conjuno de valores concernenes ao bem e ao mal, à condua correa, ao permiido e
ao proibido, válidos para indivíduos, comunidades e/ou sociedades, variando de pessoa a pessoa,
de comunidade para comunidade, de sociedade para sociedade. Ou seja, a moral é o conjuno
de normas adquiridas pela educação, radição e pela experiência coidiana das pessoas. A éica
é uma relexão críica sobre a moralidade ou a dimensão moral do comporameno do homem.
Assim, ela jusiica e undamena a moral, enconrando regras que, eeivamene, podem ser apli-
cáveis a odos os sujeios indisinamene.
Segundo algumas correnes da ilosoia, ano a éica como a moral podem modiicar-se e evoluir,
porano, não são dadas para odo o sempre. Sabendo disso, essa aula busca dar subsídios para
os esudanes siuarem-se diane de si e do mundo, releindo acerca dos valores éicos e morais
que impulsionam suas vidas, principalmene, suas decisões – no desenvolvimeno da auonomia
responsável e consciene.
Objetivos Gerais
Roteiro
PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO
Objetivos
Desenvolvimento
Comece essa avidade comenando com os esudanes que odos, de modo geral, sabem o que
é cero e errado, o que é imoral e sem éca; Peça assim para eles ciarem alguns exemplos de
siuações e/ou pessoas que eles consideram “ecamene aprováveis”, ou “ecamene correas”;
acrediam ser écas e/ou morais;
Logo depois explique para os esudanes que a éca e a moral são ermos que se misuram, mas,
que, conceiualmene, não dizem a mesma coisa. Assim, explique que a éca pode ser compre-
endida como uma pare da losoa práca que reexiona sobre os undamenos da moral (na-
lidade e sendo da vida, os undamenos da obrigação e do dever, a naureza do bem e do mal,
o valor da consciência moral).51 Já a moral pode ser enendida como um conjuno de regras que
regem o comporameno dos indivíduos em um grupo social.52
Diga assim, que a éca não esá vinculada a um grupo especico, ela é, anes de udo, a capacida-
de de proegermos a vida coleva; O que é bom e juso em que se esender a odos. Sobre isso,
pergune aos esudanes o que é uma boa ação para eles? Se o que é bom para eles é bom para
ouras pessoas?
Depois de escuar os argumenos dos esudanes, caso seja necessário, explique que geralmene
emos a noção equivocada de que a “nossa jusça” ou o que é bom e correo, é a mesma noção
que odas as pessoas êm. Fale assim, que o conceio de bom e juso pode variar de pessoa a pes-
soa e essas variações esão relacionadas à moral esabelecida por cada um;
Em seguida peça para os esudanes responderem individualmene as quesões da Avidade em
grupo : Dilemas morais e écos (Anexo ). Depois que cada um ver erminado de escrever suas
resposas, abra espaço para que alguns esudanes as apresene para a urma em geral. Nesse
momeno é imporane que cada um escue o ouro, principalmene para esarem aenos a res-
posas que êm colocações dierenes e com isso, desperar a necessidade de se incorporar novos
valores para suas vidas;
Para ajudar nas colocações e debaes com os esudanes, ale que odas as pergunas da quesão
1 da Avidade em grupo : Dilemas morais e écos são um esmulo ao pensameno críco so-
bre os valores morais aceiáveis socialmene. Traa-se de uma reexão acerca de alguns valores
essenciais à vida, que codianamene são colocados em xeque por nós mesmos e pelo meio em
que vivemos;
Faça com que os esudanes reiam sobre odas as pergunas da quesão e diga para eles que,
a princípio, odos possuem um sisema de valores morais esabelecido que diz, a priori, que não
é cero menr, arriscar a própria vida, avançar um sinal vermelho, ec. Conudo, como a éca e
a moral não são valores esácos, o empo odo se ampliam e evoluem, essas audes podem
sorer variações, que vão depender do seu conexo, como as colocadas pelas pergunas da avi-
dade que há pouco zeram;
Em seguida comene com os esudanes que cada pessoa em maneiras de lidar com as próprias
razões e emoções, o que caraceriza a personalidade de cada um. Conudo, é preciso azer com
que odas as pessoas busquem agir prezando bem-esar colevo, o que muias vezes corresponde
a agir de acordo com os valores morais consruídos socialmene e com as leis e regras imposas a
qualquer indivíduo;
Diga para os esudanes que no erreno das relações humanas, sempre exisem ambiguidades (o
que convém e o que não convém). A respeio disso, ale que as resposas de cada um não devem
girar em orno, simplesmene, do que é cero ou errado azer, mas devem vir de um processo de
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
144 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
reexão e consrução da idendade de cada um, sobre aquilo que são e o que gosariam de ser;
Ainda explicando sobre as ambiguidades humanas, exemplique para os esudanes que às vezes
pode parecer úl ou benéco menr para ober alguma vanagem, ou aé azer um avor a al-
guém, como - é melhor não dizer ao doene de um câncer incurável a verdade sobre o seu esado
para que ele viva suas ulmas horas de vida sem angúsa;
Concluindo as explicações da quesão diga para os esudanes que os valores écos são cons-
ruídos a parr dos conios vivenciados por cada indivíduo e sociedade. São ruos de conceios
e ideias sociais inernalizadas e processadas ao longo da vida e que os valores écos servem para
orienar as pessoas no momeno de suas escolhas;
Dadas as explicações aneriores, peça para os esudanes responderem a quesão da Avidade
em grupo : Dilemas morais e écos. Anes, peça para eles pensarem em algumas decisões das
quais, depois de omadas, se arrependeram ou acharam que poderiam er sido ouras. Em segui-
da, explique que as dierenes decisões que omamos na vida, desde as mais corriqueiras às mais
complexas, são ruo das relações, das ideologias, senmenos e razões que emos. Isso porque,
não somos seres isolados e sim, nos consuímos sujeios a parr da relação com o ouro;
Connuando as explicações da quesão diga para os esudanes que ser éco é er a percepção
dos conios enre a emoção e a razão, ou seja, ser éco é usar de princípios que os ajudem a
decidir se o que querem é ambém o que devem e é aquilo que podem. O que exige deles uma re-
exão consane acerca de suas decisões com o inuio de descobrirem se esão sendo coerenes
com aquilo que são e êm, respeiando as pessoas que os cercam;
Em seguida, peça para os esudanes responderem à quesão da Avidade em grupo : Dilemas
morais e écos. Anes, diga para eles que apesar dos hábios serem herdados hisoricamene e/
ou socialmene, eles não são oalmene deerminados, dos como algo irremediável, aal. Expli-
que assim, que é aravés do reconhecimeno de ceros comporamenos e/ou hábios é que cada
um pode rever seus valores e se necessário, buscar desenvolver ouros hábios;
Por m, ale para os esudanes que somos educados denro de ceras radições, hábios, ormas
de comporamenos, lendas, ec., que, desde o berço nos são inculcados como ceros. Enreano,
somos livres para escolher algumas coisas que nos aconecem, a parr do momeno que decidi-
mos o que vamos azer e como aremos;
Objetivos
• Reer sobre dierenes maneiras de omar uma decisão pauada nos valores écos;
• Respeiar a liberdade de decisão e valores de ouras pessoas.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 145
Desenvolvimento
Comece essa aula relembrando os conceios do enconro anerior, pedindo para alguns esudan-
es ecerem alguns comenários sobre o que aprenderam;
Feio isso, diga para os esudanes que nessa aula eles vão pôr em práca, aravés de algumas
siuações especicas da Avidade em grupo : Solucionando problemas (Anexo ), o que com-
preenderam e reeram sobre o que é éca e o que é moral;
Em seguida, peça para os esudanes lerem individualmene as siuações apresenadas pela
avidade e responderem a perguna sobre ela – O que você aria? Quando odos os esudanes
verem erminado de responder a perguna da Avidade em grupo : Solucionando problemas
peça para a urma se dividir em rês grandes grupos e para cada grupo car responsável por uma
das siuações da avidade: Euanásia, produo armacêuco perigoso ou naurágio;
Quando odos os grupos esverem com as siuações elegidas, oriene-os a discurem sobre a
siuação escolhida, procurando saber o que cada colega respondeu a respeio dela. A ideia é azer
com que eles percebam as dierenes resposas dadas pelos colegas sobre a mesma siuação;
Terminada a discussão das resposas, peça para eles responderem as alernavas a, b, c e d da
Avidade em grupo : Solucionando problemas;
Quando odos os grupos verem concluído suas resposas procure saber de cada grupo se eles
veram diculdades para enrarem em consenso sobre a decisão mais adequada a ser omada;
Feio isso, procure saber, aravés da apresenação de uma pessoa do grupo, qual oi à decisão
mais adequada que eles elegeram e peça para eles juscarem suas resposas;
À medida que cada grupo vai apresenando, peça para eles alarem alguns valores que iden-
caram esarem presenes na decisão escolhida pelo grupo como a mais adequada ou siuação
rabalhada por eles;
Ao nal de cada uma das apresenações dos grupos, pergune se alguém quer azer comenários,
se pensou e respondeu algo dierene e procure saber o que oi. Oriene odos os grupos a conri-
buírem com as suas próprias resposas acerca das ouras siuações ambém;
Depois, diga que odas as decisões omadas dependem do juízo de valor de cada grupo e do con-
exo de cada siuação, porém, elas devem ser guiadas por alguns princípios écos para que sejam
as mais aceradas possíveis, prezando pelo bem-esar de odos. Reexo de valores como a jusça,
igualdade, amor ao próximo, responsabilidade, ec.;
Por m, conclua a avidade dizendo que quando o ser humano analisa racionalmene uma siua-
ção que envolve valores e omadas de decisões complexas, buscando a melhor ação a ser realiza-
do, ele esá sendo éco.
Avaliação
Procure observar os criérios usados pelos esudanes acerca das decisões omadas na Avidade
em grupo : Solucionando problemas. Verique se esses criérios baseiam-se em princípios mo-
rais écos; Observe como os esudanes se implicam nas decisões que omam. Verique assim,
se eles são conscienes de suas audes e comporameno. Se exise uma coerência enre o que
azem, são e valorizam; observe se eles respeiam e enendem as decisões dos ouros colegas;
Verique se eles compreenderam a dierença enre éca e moral.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
146 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Respostas e comentários:
. Possíveis resposas dadas pelos esudanes: Declaração Universal dos direios huma-
nos, a Consuição Brasileira, os dez mandamenos, ec.
. Resposa de cunho pessoal. Espera-se que os esudanes respondam que a ala de
éca ange a odos, independenemene de dierenças individuais e sociais. Aumena
a desigualdade social, a discriminação, as injusças, ec.
. Resposa de cunho pessoal. Possíveis resposas dadas pelos esudanes: Na vida polí-
ca, na escola, no poso de saúde, ec. Assim como, os esudanes podem ciar ouros
conexos, inclusive dizer que ala éca denro da sua própria casa.
. Resposa de cunho pessoal. Espera-se que os esudanes consigam consruir um exo
argumenavo sobre o que é imoral e o que é anéco. Algo é imoral quando colide
com deerminados princípios de uma sociedade, povo, uma religião, cera radição
culural, considerados como legímos. É anéco quando inringe regras de convivên-
cia social, colidindo com valores que signicam muio para as pessoas.
5. Exemplo: Condua imoral de um depuado que rauda o orçameno ou policial que
recebe propina.
Na Estante
Lord Jim
Auor: Conrad, Joseph
Ediora: Revan
Caegoria: Lieraura Esrangeira / Romance
Sinopse: Cona as avenuras de um capião da marinha mer-
cane da Inglaerra que os índios chamavam de Lord Jim, por-
que era muio alo e elegane, embora osse um capião be-
berrão e mulherengo. A hisória ranscorre na índia no início
do século XIX.
9
Para refer
Se observarmos deerminada sociedade, localizada em uma região de muios conios com ouros
povos, ceramene enconraremos nela a disposição e a coragem aé mesmo para a guerra, como
um valor moral esabelecido. Exemplo: Os conios que marcam a realidade do Oriene Médio.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
148 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Anexo 1
. Sabendo que a éca é ruo da reexão dos cosumes, das virudes e hábios gerados pelo ca-
ráer dos indivíduos, leia as pergunas abaixo e discua com os seus colegas sua resposa:
a) Devo sempre dizer a verdade ou exisem ocasiões em que posso menr?
b) Devo ajudar um amigo em perigo, mesmo correndo o risco de more?
c) Exise alguma ocasião em que seria correo aravessar um sinal de rânsio vermelho?
d) Os soldados que maam numa guerra, podem ser moralmene condenados por seus
crimes, ou esão apenas cumprindo ordens?
. Segundo a losoa, ser éco signica er a capacidade de percepção dos conios enre o que
o coração diz e o que a cabeça pensa, ou seja, ser éco é usar de princípios que o ajudam a decidir
se o que você quer é ambém o que você deve e é aquilo que você pode. Cie alguns exemplos
de decisões que você já omou, explicando se oram orienadas mais pela emoção ou mais pela a
razão. Jusque sua resposa.
Decisão :
Decisão :
Decisão :
. Cie exemplos de comporamenos que você acredia er herdado como hábios da sociedade
em que vive?
Comporameno :
Comporameno :
Comporameno :
Para refer:
(...) Ter valores signica possuir um conjuno de hábios de refexão. Signica esar disposo a re-
per comporamenos desejáveis, algo próximo das virudes, mas, além disso, comporamenos
desejáveis que assumimos não apenas por ê-lo aprendido, o que seria apenas um hábio mecâ-
nico, mas porque emos a convicção que devemos maniesá-los. Uma convicção que surge da
consideração reexiva das emoções e das razões que avalizam os hábios de valor. Porano, valo-
res são hábios que aprendemos – comporamenos que podemos reper -, mas que, além disso,
ornamos nossos, considerando e avaliando – reendo – as movações que nos são oerecidas
pelas emoções e razões (...).53
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 149
Anexo 2
. A éca oriena as pessoas no momeno de suas escolhas, az uma roneira enre o que a reali-
dade exige e o que decidimos. Permie disnguir o que é cero e o que é errado. Apesar de esar
presene o empo odo em nossa vida, normalmene, agimos por orça do hábio e dos cosumes.
Sobre isso, reia sobre as siuações proposas abaixo e diga o que você aria.
• Siuação - A euanásia: Mercedes sempre oi uma boa lha para o pai, apesar de
que ele sempre oi muio severo e duro com ela, ainda mais agora que a velhice e a
viuvez lhe reorçaram o mau humor. Agora seu pai oi inernado com um grave pro-
blema nos rins e precisa de diálise permanenemene, inclusive de venlação assis-
da, já que seus pulmões de umane esão bem deeriorados. Uma arde o médico co-
menou com Mercedes que a siuação dele pode se esender durane muio empo, já
que seu Anônio é ore, apesar dos problemas com os rins e pulmões. Mas pela idade
não há possibilidade de ransplane de rins. Por isso o médico diz a Mercedes que em
rês possibilidades: Connuar com a diálise e com a venlação, alvez durane alguns
meses; inerromper a diálise e a venlação e deixar o doene pelo seu próprio esorço;
adminisrar-lhe alguns sedavos muio poderosos, que o próprio Anônio pede para
rar a dor, mas que diminuirão noavelmene sua vida. Se você osse Mercedes, qual
das rês decisões você decidiria? Jusque sua resposa.54
. Agora escolha uma das siuações apresenadas aneriormene para ormar grupo com os seus
colegas e discua com eles sobre elas seguindo as seguines orienações:
a) Busque saber dos colegas do seu grupo o que eles ariam em al siuação e o porquê
de suas decisões;
b) Discua com os seus colegas de grupo cada uma das decisões apresenadas por eles e
em consenso, decida qual é a decisão mais adequada a ser omada;
c) Juno com os seus colegas de grupo idenque alguns valores envolvidos em cada
siuação;
d) Escolha, enre os seus colegas do grupo, uma pessoa para apresenar a decisão mais
adequada escolhida pelo grupo e explicar o porquê, assim como, quais os valores que
eles idencaram esarem envolvidos em cada siuação.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 151
Anexo 3
24
A educação para a paz adquire imporância undamenal quando se descreve como um conjuno
de elemenos que impulsionam a aquisição de valores écos, princípios conceiuais e padrões
de ação psicossocial que inuem no comporameno da pessoa em relação a seus semelhanes,
ano no que se reere às suas ações inerpessoais no inerior de uma sociedade como em suas
conexões com o mundo (...).55
Parndo disso, essa aula considera a paz como valor inrínseco a cada pessoa. Proporciona aos es-
udanes uma reexão acerca dos ineviáveis conios gerados pela convivência e/ou ocasionados
pelas desigualdades sociais e ala de respeio aos Direios Humanos.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 153
Objetivos Gerais
Material necessário
Roteiro
PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO
Objetivo
• Esabelecer relações enre solidão, paz inerior e respeio aos Direios Humanos.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
154 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Desenvolvimento
A leiura da crônica de Clarice Lispecor pode ser eia por pares e com a parcipação de alguns
esudanes (Anexo ). Depois da leiura, pergune o que os esudanes enenderam sobre a crô-
nica e peça para eles responderem individualmene a Avidade : A minha paz e a sua! (Anexo
). Na quesão A da avidade os esudanes devem ser capazes de relacionar a paz como uma
espécie de ranquilizane espiriual que cada pessoa pode buscar denro de si, sendo ela propor-
cionada pelo recolhimeno, pela pleniude do silêncio, pela solidão e/ou pelo indivíduo volado
para si mesmo e espiriualidade – esado esse imprescindível para o auoconhecimeno e verda-
deira vivência da paz;
É aravés da solidão e paz inerior que cada vez mais as pessoas podem mergulhar em si mesmas e
se conhecerem melhor, o que conribui para a ordem e paz no mundo – O aprimorameno da paz
no mundo depende, primeiramene, da exisência inerior da paz em cada pessoa – a verdadeira
solidão;
Meron deende o direio inalienável do homem à solidão e sua liberdade inerior. Para ele, quan-
do esse direio é negado as pessoas perdem a verdadeira humanidade, a própria inegridade e a
capacidade de amar. Quando os indivíduos são privados da solidão e liberdade a sociedade ende
a ser manda pela violência, rancor, ódio e perdem sua humanidade;
Na quesão B, os esudanes podem idencar as duas caegorias em que Meron classica a
solidão: A alsa solidão e a verdadeira. A solidão verdadeira – é a que raz paz espiriual, generosi-
dade, proporciona o bem aos ouros, é rica em silêncio e humildade, ec. A alsa solidão – é ego-
cênrica, pobre e reúgio do orgulho. Poderíamos dizer assim, que uma leva à paz e a oura não;
Na quesão C os esudanes são livres para mencionar conios comuns da realidade em que
vivem. Assim, podem ciar conios violenos que denunciam os grandes problemas das grandes
cidades ou alguns mais pacícos, comuns em cidades do inerior;
Na quesão D, para cada conio mencionado os esudanes precisam sugerir maneiras de re-
solvê-los de orma pacíca. É imporane explicar para os esudanes que a paz não signica a
ausência de conio, pois, exisem conios que são ruo de uma divergência naural e necessária
enre as pessoas;
As soluções para os conios, apesar de variarem de esudane para esudane, possivelmene
esarão relacionadas a diminuição das desigualdades sociais, como a ome, o desemprego, a ala
de educação, acesso a saúde, ec.
Ao nal, quando odos os esudanes nalizarem a “Avidade : A minha paz e a sua!” abra es-
paço para que eles possam comparlhar e discur suas resposas. Esse momeno é enriquecedor
para que odos possam ampliar sua concepção sobre a paz e relacionar, de acordo com a própria
realidade, siuações em que a ala de respeio ao ser humano (negação de algum Direio Huma-
no) ocasionou algum po de conio violeno. Concluindo a avidade é imporane deixar claro
que odo conio, seja violeno ou não, inicia-se pela possível desordem, inquieude e da liberda-
de que cada pessoa em para se opor a algo. Conudo, a paz (a verdadeira solidão) busca o diálogo
e a cooperação na resolução dos conios de orma harmoniosa.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 155
Objetivos
Desenvolvimento
Coloque a música Imagine para os esudanes escuarem e em seguida peça para eles responde-
rem a Avidade : A paz no mundo (Anexo ).
A lera da música ala de um “ideal de mundo” almejado pelo composior, sobre isso, os esudan-
es devem responder à quesão A da avidade alegando acrediar ou não na possibilidade de um
mundo como o descrio pela canção. Anes dos esudanes responderem a avidade proposa,
peça para eles reerem sobre as desigualdades exisenes no mundo e para relacionarem esas
com a paz.
Os conios a serem mencionados pelos esudanes, na quesão B, podem esar relacionados a
aos angos ou auais, como por exemplo: Descolonização da Árica e Ásia (Dispua erriorial),
independência da índia (Dispua pela auonomia), Invasão do Iraque pelos Esados Unidos ou
guerra do Golo (Dispua por recursos), Invasão do Aeganisão (Dispua por poder), ec. Nessa
quesão, espera-se que os esudanes enham uma visão críca. Consigam compreender os aos
de acordo com sua complexidade e expor suas opiniões;
Ao nal, quando odos os esudanes responderem as quesões da avidade peça para alguns
deles comparlharem suas resposas com a urma. É imporane ajudar os esudanes a compre-
enderem os conios, expressarem seus senmenos e ideias sobre a paz. Nesse momeno, caso
seja necessário, esmule-os a assumirem uma posura de não indierença e inconormismo diane
dos conios mencionados – posura essa, essencial para a ransormação de qualquer realidade;
É bom lembrar que a exisência de conios é naural a parr da convivência que esabelecemos
com as pessoas, enre sociedades e culuras dierenes. Assim, a paz não pode ser idencada,
necessariamene, como a ausência de conio. Todo conio é um aor posivo de mudança ou
desruvo nas relações, isso vai depender da orma como cada pessoa se posiciona a respeio;
Sobre a educação para paz é pernene dizer que ela orna as pessoas capazes de examinar as
esruuras que as cercam (a complexa e coniuosa realidade na qual esão inseridas) e a desco-
brirem meios para resolução de conios que não seja aravés da violência. Inclusive no que ange
o respeio à vida, ao diálogo e cooperação.
Avaliação
Veja como os esudanes esabelecem relações enre a paz no mundo e a paz inerior. Observe se
eles caparam a complexidade dos conios gerados no mundo e a necessidade de paz.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
156 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Também eseja aeno às alas dos esudanes que demonsram posuras de proximidade, respeio
e solidariedade em relação às pessoas envolvidas nos conios.
Respostas e comentários
. Resposa pessoal. Espera-se que os esudanes exerciem maneiras reexivas para a
inervenção e ransormação da realidade.
. Resposa pessoal. Os esudanes devem expor siuações e inervenções pessoais que
ajudem a melhorar o próprio conexo amiliar e/ou escolar e/ou da comunidade onde
vivem. As resposas dadas devem expor ações que busquem a consrução de espaços
de paz.
. Exemplos de algumas organizações que luam a avor da Paz e/ou Direios Humanos:
Nações Unidas (Deparameno de Operações de Manuenção da Paz das Nações Uni-
das - DPKO), União Europeia ( Esados membros), Organização pela segurança e
cooperação na Europa, UNICEF, CBJP (Comissão Brasileira de Jusça e Paz), UNIPAZ
(Universidade Inernacional da Paz), Pronasci (Programa Nacional de Segurança Públi-
ca com Cidadania), a UNESCO, ec.
Na Estante
Anexo 1
A paz implica, sobreudo, a relação de cada pessoa consigo mesma e com o meio que a cerca. É
ocasionada por um esado de quieude e calma exisene no âmago de cada pessoa. Sobre isso,
leia a crônica de Clarice Lispecor e responda às pergunas que seguem:
c) “A alsa solidão é quando o indivíduo ao qual oi negado o direio de se ornar uma
pessoa, vinga-se da sociedade ransormando sua individualidade numa arma des-
ruidora”. Sobre isso, cie algumas siuações em que a ala de respeio ao ser huma-
no ocasionou algum po de conio violeno na sociedade em que vive:
d) Sobre as siuações que você mencionou há pouco, para cada uma delas, sugira uma
maneira pacica de resolvê-la:
Anexo 2
Nos dierenes momenos hisóricos do mundo enconramos diversas maneiras de enrenar con-
ios violenos de orma pacica. Sobre isso podemos desacar dierenes expressões arscas
carregadas de conoações pacicas, como por exemplo, a música Imagine canada por John Lennon:
IMAGINE57
(John Lennon - )
Imagine here's no heaven
I's easy i you ry
No hell below us
Above us only sky
Imagine all he people
Living or oday...
Imagine no possessions
I wonder i you can
No need or greed or hunger
A broherhood o man
IMAGINE (Tradução)
Imagine não haver nenhum paraíso
É ácil se você enar
. Em relação a quais conios ciados na resposa anerior você assume uma posura de olerân-
cia ou desacordo? Jusque sua resposa.
Anexo 3
26
”
Como os nossos pais58
As discussões sobre as dierenças enre gerações e seus conlios são corriqueiras e se pauam ge-
ralmene pelo que as pares pensam sobre experiências, aiudes e cosumes direamene ligados
às implicações na vida coidiana de cada um.
Um dos conlios de gerações de nossa sociedade aconece na adolescência, quando da escolha
da ormação a ser seguida pelas gerações mais novas. No passado, era comum que os mais velhos
quisessem que os ilhos seguissem as mesmas proissões que eles, pois assim seria mais ácil a
conquisa de um emprego e ainda esava garanida a radição amiliar. Com esse hábio quebrado
ainda no século XX, hoje em dia, a preocupação de muios pais se vola mais ao aconselhameno
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
166 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
dos seus ilhos no senido da escolha de carreiras inanceiramene mais renáveis, porém, a ônica
em sido que os ilhos se pauem pela escolha de proissões que unem sucesso e prazer, indepen-
denemene de serem as mesmas dos pais ou não.
Ao ouvirmos pessoas alarem sobre o assuno, é ineressane perceber que odas as gerações cos-
umam considerar-se únicas, dierenes das que as precederam. Enreano, ao realizarmos uma
análise mais dealhada sobre o ema, observamos que as dierenças não são ão grandes assim e
muias caracerísicas que suposamene são de uma geração podem ser acilmene enconradas
em ouras ao longo dos anos. E é aqui que lançamos as seguines pergunas: será que somos ão
dierenes como cogiamos? Se sim, o quano somos? É possível discuir a vida enre gerações sem
cairmos na mesmice do discurso de que o conlio é ineviável? Não podemos ir mais além? Será
que o diálogo não seria a chave mesra que abriria as poras da aceiação, por pare de odos, de
que a consrução de um Projeo de Vida individual sempre aconecerá pelas rocas que esabele-
cemos uns com os ouros?
É sobre isso que essa aula raará. Da possibilidade de "navegar no enorme mar da vida" sem que
os "inúmeros barcos das gerações" aundem ou colidam.
Objetivos Gerais
Material necessário
Roteiro
PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO
Objetivos
Desenvolvimento
Após a marcação, os esudanes devem comparar e discur alguns ópicos em duplas. Eles vão
comparar sua realidade com a das gerações mais angas, dando exemplos de como os cosumes
mudaram. Nessa eapa da avidade, eles discurão se essas mudanças oram posivas ou nega-
vas e poderão ciar exemplos do po: "Acho que as meninas êm se vesdo com mais liberdade e
mais inormalmene. Minha mãe nha de vesr uniorme na escola e ele só poderia ser saia abai-
xo do joelho. Hoje podemos ir à escola de jeans e aé shorts." Algumas duplas podem ser ouvidas.
Pedir para que os esudanes vejam a quandade de "sim" marcados, para que se siuem na dis-
cussão sobre as gerações, é o próximo passo. Aqui o educador deve direcioná-los ao quadro dos
resulados, pedindo para que vejam se são um pouco mais radicionais, modernos ou uma mescla
de ambos. Os esudanes devem responder, por escrio se esão surpresos com o resulado e se
concordam com ele, juscando suas resposas em seguida. Alguns esudanes podem ser ouvidos.
Em seguida, se possível aproveiando a ala de um esudane que cou surpreso com o resulado
da pesquisa, é imporane que se enaze que o objevo da avidade é azê-los enender que,
mesmo sendo de oura geração, podemos ano nos idencar com valores que nossos pais e
avós êm como ser oalmene dierenes e aberos às mudanças. O mais imporane é que eles
esejam cienes de que a concepção de um Projeo de Vida envolve a parcipação de ouras ge-
rações e que essas inuências podem ser posivas.
Objetivos
• Exerciar a reexão acerca da orienação dos mais jovens com relação aos seus projeos
de vida.
• Perceber o valor da empaa para o enendimeno daqueles perencenes à oura
geração.
Desenvolvimento
A avidade erá como supore para discussão a canção "Pais e lhos", da banda Legião Urbana
(Anexo ) por mosrar elemenos que permeiam a vida do indivíduo, como: relações inerpesso-
ais, radições e diálogo, comuns a qualquer geração. Para iniciá-la, é undamenal a reprodução
da canção em sala de aula e o acompanhameno por pare da urma aravés de leiura da lera
da canção.
Em seguida, é ideal realizar uma breve discussão quesonando a urma sobre o que eles enen-
deram em relação ao ema da aula, complemenando com a indicação do recho da canção que
deverão ler (de "Você diz que seus pais não enendem..." aé "Quando você crescer") e a explica-
ção do enunciado da area.
É imprescindível ressalar a imporância de o esudane se colocar na posição de uma pessoa de
geração anerior à dele para realizar a area, pois, nesse momeno, será possível observar coni-
o pessoal nas reposas.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 169
Ao colocar-se na posição de pai ou pessoa mais velha, o esudane se verá como indivíduo de
reerência para uma geração mais nova e, consequenemene, haverá comparação e/ou resgae
de hábios devido à responsabilidade que lhe é aribuída pela orienação para o uuro de ouro
indivíduo.
Avaliação
Tene perceber se o esudane compreende a ideia de que viver enre gerações não necessa-
riamene é viver em conio com o ouro perencene a uma geração dierene da dele. Iso é,
observe se ele enende a imporância de colocar-se no lugar do ouro para compreendê-lo, e se
percebe que o conio, o diálogo, a dierença e a roca inormações provenienes dessa relação
serão erramenas que vão dar a ele, jovem, subsídios para omadas de decisão na consrução e
realização do seu Projeo de Vida.
Respostas e comentários
As resposas à perguna da avidade são de cunho pessoal, porém, espera-se que o esudane
possa pensar nas expecavas que seus pais (ou pessoas mais velhas que azem pare da vida
dele) êm para ele e compará-las com seus anseios. Procure perceber se as resposas dadas vão
ao enconro da ideia da imporância de consruir um Projeo de Vida baseado na inuência e no
diálogo que é esabelecido enre gerações dierenes.
Na Estante
29
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 171
Anexo 1
. Pense nas mudanças que ocorreram em sua culura desde o empo em que seus pais ou avós
nham a sua idade. Complee a pesquisa.
Mudança para
Minha culura Mudou pouco Mudou muio melhor?
(SIM ou NÃO)
. Goso musical
. Modos à mesa
. Namoro
. Vesmena
5. Ponualidade
6. Formas de raameno
. Papel homens/mulheres no
rabalho
. Papel homens/mulheres em
casa
. Ouros:
Toal SIM:
. Compare e discua com seu colega algumas de suas resposas e ciem rês exemplos de mudan-
ças que vocês julgam mais marcanes. Quais oram posivas e quais oram negavas? Circulem o
sinal de mais para as mudanças posivas e o de menos para as negavas e expliquem suas razões.
Mudança + -
Mudança + -
Mudança + -
. Agora responda individualmene: onde você se siua na comparação enre as gerações: você
é mais conservador, moderno ou um pouco de ambos? Você cou surpreso com o resulado?
Concorda com ele? Jusque.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
172 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Na Estante
Anexo 2
Se eu fosse você59
Pais e lhos
Esáuas e cores
E paredes pinadas
Ninguém sabe o que aconeceu
Ela se jogou da janela do quino andar
Nada é ácil de enender
Dorme agora
É só o veno lá ora
Quero colo
Vou ugir de casa
Posso dormir aqui com vocês?
Esou com medo, ve um pesadelo
Só vou volar depois das rês
Meu lho vai er
Nome de sano
Quero o nome mais bonio
A úlma esroe da canção da banda Legião Urbana az reerência à ala de diálogo e enendi-
meno que geralmene há enre gerações. Baseando-se nas suas resposas dos ópicos da primei-
ra avidade, coloque-se agora na posição de pai ou pessoa mais velha em relação aos hábios de
uma pessoa mais nova. Quais seriam suas audes em relação à orienação para a ormação do
Projeo de Vida dessa pessoa? Jusque.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 175
Anexo 3
31
No ano de , em Paris, a Assembleia Geral das Nações Unidas elaborou o Manieso 000 por
uma Culura de Paz e Não Violência, visando à colea de00 milhões de assinauras no mundo in-
eiro aé a virada do milênio. O Manieso, elaborado por uma comissão de ganhadores do Prêmio
Nobel da Paz, não se desnava às auoridades públicas, mas aos cidadãos comuns, parndo do
pressuposo de que o senso de responsabilidade se dá na dimensão pessoal. Dessa orma, o ema
da resolução de conios ganhou proporções planeárias, enazando o uso de ormas alerna-
vas (exrajudiciais) para viabilizar o enendimeno enre as pessoas.
A mediação é um dos insrumenos mais ecazes para a resolução de conios, e é isso o que será
rabalhado nesa aula.
Objetivos Gerais
Roteiro
PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO
Objetivos
Desenvolvimento
º Momeno
Leia em voz ala o exo de Fernando Pessoa e, em seguida, convide os esudanes para uma
conversa a parr do que oi lido (Anexo ). Para passar do exo às implicações de mediação de
conio, é ineressane levar em cona os seguines aspecos do ragmeno: O narrador esá em
uma posição “desineressada”; não esá envolvido direamene no conio dos amigos e, por isso,
pode perceber os dois lados da quesão – inclusive noar que ambas as pares dizem a verdade.
Já os amigos mencionados, por serem pares “ineressadas”, só enxergam a quesão nos limies
dos seus ineresses pessoais. O exo não preende resolver o conio – nem mesmo explica que
conio seria esse –, erminando com a perplexidade do narrador ao consaar a duplicidade da
verdade. Mas o disanciameno que possibilia essa consaação o qualicaria como mediador,
uma vez que em a imparcialidade necessária para considerar os aos, não esando em jogo suas
emoções. A parr dessas linhas gerais, é possível inroduzir o ema da mediação de conios de
orma mais especíca.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
178 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
º Momeno
As rês pergunas proposas dizem respeio a posições e habilidades individuais. Tendo isso em
visa, seria imporane observar em cada uma delas:
) Se o esudane consaa em si mesmo qualidades que possam conribuir para a solu-
ção de conios. Não se espera que ele eseja apo para essa unção, o imporane é
que consiga mobilizar em si os recursos de que dispõe e nomeá-los.
) Como o esudane, ao se ver em uma siuação coniuosa, age de um modo imediao:
procura soluções pacícas, dialógicas? Qual a naureza de recursos, em suma, que ele
procura mobilizar, imediaamene, quando é ele uma das pares conianes?
) Essa quesão pode ser ineressane para se idencar o quano o esudane percebe
dos recursos à disposição para ajudá-lo a solucionar ocorrências coniuosas nos es-
paços de convívio escolar. Ceramene é um bom pono de parda para se raar da
quesão para além da sala de aula, reendo sobre quais as insâncias possíveis para
acolhimeno desses assunos em oda a escola.
Avaliação
Observe como os esudanes percebem a posição “pardária” das pares conianes em con-
rase com a posura imparcial exigida pela mediação. Além disso, é imporane perceber o grau
de desenvolura com que acionam habilidades e recursos indispensáveis para lidar com siuações
conianes.
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º ANO DO ENSINO MÉDIO 179
Em casa (Anexo 2)
Respostas e comentários
As resposas são pessoais. Conudo, é imporane noar como os esudanes mobilizam e as-
sociam as habilidades rabalhadas aé o momeno, no âmbio dese curso, para a resolução de
conios, uma vez que as aulas aneriores englobam as quesões susciadas pelo ema desa aula.
Na Estante
Para refer:
A invenção da políca, segundo a miologia grega
No começo, só havia o Céu e a Terra. Ambos eram deuses. O Céu se chamava Urano, e a Terra se
chamava Gaia. Durane séculos, caram se admirando, e um dia, compleamene apaixonados,
os dois uniram-se. Dessa união, Gaia cou grávida de muios lhos, mas Urano não permia que
nascessem. Ele não queria que houvesse ouros enes enre ele e a amada e, além disso, emia
que um dos lhos osse mais ore do que ele. Enão Gaia ramou um plano com um dos lhos,
Cronos, que esava no seu venre; deu a ele uma oice para que casrasse o pai. E assim oi eio.
Impoene, Urano oi lançado para os conns do mundo, e Cronos ocupou o seu lugar.
Cronos não impedia que seus lhos nascessem. Mas, com medo de ser superado em poder, de-
vorava-os ão logo chegavam ao mundo. Cansadas dessa rania, sua esposa Reia e sua mãe Gaia
ramaram ouro plano. Quando nasceu ouro lho, as duas enregaram a Cronos uma pedra em-
brulhada em um coberor. Crene de que se raava do lho, Cronos a engoliu imediaamene. Isso
lhe causou uma dor horrível e, enquano ele se conorcia, Gaia pegou a criança e a criou escondida
do pai.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 181
A criança era Zeus. Quando ele se ornou adulo, reornou para a casa paerna e casrou o pai, que
ambém oi lançado aos conns do mundo. Assim Zeus se ornou o mais ore dos deuses. Mas,
disposo a preservar o seu poder, invenou uma esraégia nova para lidar com anos deuses
poderosos que viviam luando enre si o empo odo. Foi assim que ele criou a políca, a are de
equilibrar dierenes poderes, aravés da negociação. Para cada deus, ele deu alguma coisa sobre
a qual governar, esabelecendo que ninguém pudesse inererir nos domínios dos ouros. Assim é
que Poseidon, por exemplo, se ornou o deus dos mares, enquano Hades passou a reinar sobre o
vale dos moros – um reino que nunca para de crescer.
A parr dessa disribuição, Zeus cuida da sua are o empo odo, zelando pela políca inensa-
mene. Pois sabe que, ao menor descuido, os poderes podem enrar em conio novamene,
compromeendo a organização do mundo.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
182 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Anexo 1
. Ódio, rancor, riseza, rusração, mágoas... Todos nós esamos sujeios a esses e ouros inúme-
ros senmenos. Mas agir em unção deles na hora de resolver evenuais divergências, geralmen-
e, é algo desasroso. Ao invés de ocar o problema, damos mais imporância aos nossos sen-
menos e aos “deeios” dos ouros, o que só piora a siuação. O melhor a azer quando senrmos
que não esamos em condições de lidar com os conios sozinhos, é convidar uma erceira pessoa
que nos ajude a enrar em acordo com a pare coniane.
Acompanhe aenamene a leiura desse ragmeno de Fernando Pessoa e, em seguida, reia
sobre o exo a parr das quesões sugeridas.
”
Fiquei confuso desta dupla existência da verdade.49
Quando o educador abrir para a conversação, comene o exo lido. As pergunas seguines po-
dem inspirá-lo nos comenários:
a) Se, segundo o narrador, ambos os amigos diziam a verdade e, consequenemene,
ano um como o ouro nha razão, por que os dois connuavam divergindo?
b) Qual a dierença enre as posições dos dois amigos em conio e a posição do narrador?
c) Em sua opinião, o narrador é uma pessoa adequada para mediar o conio que ele nos
cona? Por quê? Como ele poderia agir em relação a isso?
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 183
. Agora que você já sabe um pouco mais sobre mediação de conios, reia um pouco sobre
você mesmo nessa siuação e responda às pergunas a seguir:
a) Você sene em si mesmo qualidades que podem conribuir para a mediação de diver-
gências enre pessoas da sua convivência? Quais seriam essas qualidades?
b) E quando uma das pares em conio é você, como procura resolvê-lo em um primei-
ro momeno? Caso alhe essa primeira enava, o que você az?
c) Na ocorrência de um conio enre você e um colega na escola, a quem você recorre-
ria, se osse o caso, para azer a mediação enre vocês? Por quê?
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
184 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Anexo 2
Em Casa
Muias das habilidades exigidas para a mediação de conios já oram rabalhadas em ouras au-
las dese curso – por exemplo, a are de dialogar, a responsabilidade de cada um como cidadão,
as vivências de paz, o respeio, enre ouras. Redija um pequeno exo endo em visa a seguine
quesão: de que modo essas habilidades se arculam enre si para uma convivência em que con-
ios possam ser devidamene mediados?
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 185
33
Sobre o tempo61
Tempo, empo, mano velho
Fala um ano ainda, eu sei
Pra você correr macio
"Ah, meu sonho é que o dia vesse mais de horas". Dicil é enconrar uma pessoa nos dias de
hoje que nunca ez esse po de comenário e que nunca clamou aos céus por um dia mais longo.
Na música do PaoFu, enconramos um alguém que ala com o empo e lhe pede para ser mais
legal e amigo; uma pessoa que consaa – no seu ínmo, alvez – a impossibilidade de algum dia
ver a Terra girar mais lenamene, para que assim o empo possa "correr macio"; vemos o pedido
de um ser humano louco por mais empo para execuar as avidades do seu dia a dia, mesmo que
seja na madrugada, aproveiando o dia quase em sua pleniude, em vine e quaro horas. Tudo em
vão. O cosmos, como o conhecemos, não mudará para aender nossos caprichos.
Analisando a quesão do empo para execuar areas por um ângulo mais racional e práco,
indagamos: não seria melhor enarmos enconrar uma solução para o problema, reendo
sobre o modo como esamos vivendo na sociedade conemporânea?
Os seres humanos êm procurado viver melhor, e viver melhor em sido sinônimo de mais
rabalho, mais esudo e, consequenemene, menos empo para o ócio. Porém, como viso
na aula anerior, como conseguiremos mais conhecimeno se nosso empo dedicado às ai-
vidades prazerosas é escasso? O empo dedicado às aividades de lazer em sido um empo
dedicado ao consumo de mercadorias produzidas além do necessário por meio do rabalho. O
que azer, enão, já que omos nós mesmos quem modiicamos nossa relação com o prazer?
Culparemos o empo pela nossa incapacidade de organização pessoal? Melhor não...
Nossa proposa para esa aula é levar o esudane a reer sobre a possibilidade de organiza-
ção pessoal aravés de mudanças audinais e comporamenais que visem à regulação para a
auonomia. Tenaremos conscienzá-lo sobre a imporância do planejameno de avidades e
da adminisração do empo, bem como sobre a necessidade de azer escolhas, omar decisões
e esabelecer prioridades que ajudarão os esudanes no cumprimeno de meas de Projeo de
Vida por eles elencadas.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 187
Objetivos Gerais
Material necessário
Roteiro
PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO
Objetivos
• Perceber o valor de saber o que é imporane para si, enquano indivíduo, e o que o
az eliz;
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
188 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
• Enender que elencar o que se quer é o primeiro passo para uma organização pessoal
mais bem planejada;
• Relaar o processo de sisemazação e execução de algo que escolheu azer para si;
• Fornecer exemplos de avidades que auxiliem a organização pessoal;
• Dar exemplos de escolhas de Projeo de Vida que oram ruo de decisões planejadas.
Desenvolvimento
Objetivos
Desenvolvimento
A area da avidade – Anexo erá como supore rês imagens que azem menção ao empo. A
area dos esudanes será analisá-las e, em seguida, dizer ao colega como eles incorporam essas
mensagens em suas vidas e qual relação êm com organização pessoal.
O inuio da avidade é azer com que os esudanes percebam a imporância da adminisração
do empo para a organização pessoal. Após as discussões, alguns pares devem ser escuados e
é provável que as inerpreações girem em orno do não perder empo, pois empo é dinheiro e
devemos melhor adminisrá-lo no presene.
Em seguida, na area , individualmene, os esudanes devem relaar a relação que êm com o
empo na execução de areas. Nessa eapa, é preciso observar como eles ulizam esraégias de
auorregulação para não erem suas avidades e objevos "arapalhados" pelo empo. Uma dis-
cussão sobre disciplina aconecerá em seguida, porém, é imporane perceber se os esudanes já
ciam em suas alas caraceríscas do conceio de disciplina para a auonomia que será apresen-
ada mais adiane.
Levando em consideração o que os esudanes expuseram, proponha a area da avidade, que
é a leiura dos comenários sobre as ideias de Henri Wallon. Eles devem enão responder à ques-
ão proposa, individualmene, ciando caraceríscas que são essenciais às pessoas disciplinadas,
bem como opinar quano ao aprendizado da disciplina. As resposas a essas úlmas quesões são
de cunho pessoal, porém devem ser posivas. É necessário que o esudane demonsre que com-
preendeu a ideia sobre quais comporamenos podem ser modicados, além de enender que é
possível aprender a ser mais disciplinado. Observe se eles conseguem perceber a imporância de
regular suas audes e comporamenos para se ornarem pessoas mais organizadas.
Avaliação
Em casa: Um teste!
Copiar na lousa
Você se acha uma pessoa disciplinada? Consegue realizar e complear suas areas diárias denro
do empo? Vamos azer um ese?
) A proposa é simples: azer um relaório do seu dia. Faça uma lisa de suas avida-
des diárias mais comuns como, por exemplo, esudar, se diverr ou aé mesmo rar
aquela sonequinha após o almoço. Coloque-as no papel e indique quano empo você
leva para realizar cada uma, depois classique-as como mais ou menos imporane e
porquê.
) Leia aenamene seu relaório e aça uma breve análise de como você adminisra o
empo. Qual a sua impressão ao comparar o empo e o grau de imporância de cada
avidade e o que você poderia melhorar de modo a er sasação com a realização de
odas elas?
Anexo 1
Será que conseguimos nos organizar quando não sabemos o que queremos para nós mesmos?
Siga as insruções do educador e reia sobre os exos a seguir.
Texo
Minha esposa Sandra e eu, há alguns anos, enrenamos ese po de siuação. Um de nossos
lhos passava por um período dicil na escola. Ia mal nos esudos, não sabia nem mesmo seguir
as insruções para azer uma prova, como poderia ir bem nela? Socialmene era imauro, com
requência criando consrangimenos para a amília.
Nos espores, era raco –pequeno, magro e sem coordenação –, por exemplo, dava acada, no
beisebol, anes mesmo de a bola ser jogada. Os ouros riam dele.
Sandra e eu vivíamos aormenados pela vonade de ajudá-lo. Pensávamos que o “sucesso” era
imporane em odos os seores da vida, principalmene em nosso papel de progeniores. De
orma que nos dedicamos a melhorar nossas audes e comporamenos em relação a ele,
esmulando-o a azer o mesmo. Tenamos esmulá-lo aravés de uma posura menal posiva:
– Vamos lá, lho! Você vai conseguir! Sei que vai. Ponha as mãos um pouco mais para cima, no
aco, e manenha os olhos xos na bola. Não baa anes de ela chegar pero.
Se ele conseguia melhorar um pouco, procurávamos valorizar isso ao máximo:
– Parabéns, lho. Connue enando.
Quando as ouras pessoas riam, nós reagíamos:
– Deixem o menino em paz. Parem de amolar. Ele esá aprendendo.
Mas nosso lho chorava, eimava, dizia que nunca aprenderia e que não gosava mesmo de bei-
sebol.
Nenhuma das nossas audes uncionava, pelo jeio. Esávamos muio preocupados. O eeio
geral da siuação em seu amor-próprio era paene. Tenamos esmular, ajudar, encorajar, mas,
depois de repedos racassos, paramos e procuramos analisar o problema em ouro nível.
A organização de nossa vida esá inrinsecamene ligada ao saber elencar o que é prioridade
para nós, seja no âmbio pessoal ou no prossional. Durane nossa inância, muias de nossas
escolhas são realizadas pelos nossos pais, por eles se apresenarem como os maiores ineres-
sados em nosso bem-esar. Enreano, será que eles sempre aceram? Dúvidas sobre as boas
inenções deles não emos, mas não seria imporane sermos educados para a auonomia, sendo
esmulados desde a inância a dizer o que nos agrada? Levando isso em consideração, responda
às seguines quesões:
) Qual a relação que você esabelece enre a música de Zélia Duncan e o recho do livro
Os see hábios das pessoas mais ecazes?
) Em que medida saber o que você quer o ajuda a ser mais organizado?
) Relae como se deu a escolha e organização de algo em sua vida. Como você planejou
e execuou udo? Que esraégia(s) você ulizou para não esquecer dealhes impor-
anes?
) Lise algumas avidades que auxiliam sua organização pessoal diária, mensal ou anual.
5) Cie um exemplo de escolha e/ou decisão de Projeo de Vida que você já omou. Que
po de organização pessoal você já ez para angir seu objevo?
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 193
Anexo 2
34 35 36
Se ele é vilão ou mocinho da hisória, não podemos armar com cereza, mas que o tempo é um
dos aspecos que proagonizam o show e em que ser levado em consideração quando o assuno
é organização pessoal, disso não emos dúvidas. As imagens acima reerem-se às mensagens
sobre o empo que ouvimos diariamene.
) Comparlhe sua opinião sobre as guras com um colega de classe, discundo as men-
sagens nelas condas. Relaem como vocês as incorporam em suas vidas e expliquem
a relação que possuem com organização pessoal. A que conclusão vocês chegaram
aravés da análise?
) Individualmene, descreva que po de relação você em com o empo. Ela é coniva
ou não? Que audes você oma para adminisrar o empo de suas avidades diárias?
Se sua relação com ele é dicil, o que você poderia azer para não er seus objevos
arapalhados?
) Para Henri Wallon, psicólogo e educador rancês, conorme osse a area do educador,
a disciplina poderia ser encarada sob duas perspecvas: ou como ensino, em que o
esudane é considerado uma simples ineligência à qual se ornecem conhecimenos,
ou como educação, sendo o esudane viso como um ser a ormar-se para a vida. No
primeiro caso, é a concepção radicional de disciplina que prevalece. Traa-se da ob-
enção da ranquilidade, do silêncio, da docilidade e da passividade dos esudanes.
Já a segunda – que queremos desacar aqui – encara a disciplina não como algo que
se impõe ao ouro, mas como meio que oriena e esmula avidades esponâneas,
ornando-se, sempre que possível, pessoal.
A disciplina de que alamos aqui em relação com mosrar o caminho. Disciplinar seria
munir o indivíduo com “erramenas” que, por venura, o ajudam na execução de a-
reas e regulação para a auonomia.
Muias vezes, disciplina é uma aude que nos ajuda a maner o oco. Há momenos
em que sabemos o que queremos e as eapas que devemos cumprir para angir uma
mea, mas, por algum movo, não conseguimos ir à rene. Nesse caso, er disciplina
é sinônimo de saber planejar e regular nossas audes e comporamenos para a exe-
cução de avidades planejadas e é essa posura que ará pessoas mais organizadas.
Que caraceríscas pessoais você diria que são essenciais a uma pessoa disciplinada?
É possível aprender a ser disciplinado? Como?
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
194 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
37
Objetivos Gerais
Roteiro
PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO
Objetivos
Desenvolvimento
Os esudanes deverão ser divididos em duplas. Cada inegrane da dupla escolherá uma coluna A
ou B e a cada siuação apresenada nas colunas, um colega precisa ser convencido sobre o pono de
visa de cada uma delas (Anexo ). Uma pessoa saudável é aquela que esá em dia com os exames
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
196 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
de saúde, apresena condições sicas normais e maném um esado menal e emocional equili-
brado. É preciso esabelecer relações direas enre saúde sica e menal, ambas imporanes para
uma saúde plena.
A convivência que esabelecemos com as pessoas depende do grau de aceiação e de bem-esar
em que nos enconramos - esado emocional/menal/espiriual em relação a odas as coisas que
nos ocam. Senr-se saseio com a própria vida é imprescindível para esabelecermos boas
relações com as pessoas.
Além da imporância da avidade sica requene, não devemos esquecer da saúde menal/emo-
cional. Fazer exercícios, passear, esar em companhias de amigos e amiliares são ouras maneiras
de culvar um eslo de vida saudável.
Hoje sabemos que um dos grandes problemas que aige as grandes cidades é o rânsio. Assim
como, viver em cidades do inerior nos limia a enconrar udo o que precisamos por pero.
Conudo, independene do local em que vivemos, precisamos buscar maneiras de viver bem
com a naureza, as pessoas que nos cercam e com nós mesmos.
Uma das maneiras de se enconrar e esar de bem consigo mesmo é se engajando em alguma
avidade volunária (em abrigos de idosos, em oranaos, em hospiais e/ou ONGs) ou buscando
algo que alimene espiriualmene nossa alma (religião, crenças, riuais, objeos). Avidades liga-
das à are desempenham um papel posivo no omeno de uma saúde mais equilibrada, assim
como ler, escrever e assisr a lmes bons, ec.
Cada pessoa em um eslo de vida que inerere na saúde. Ser vegeariano ou comer de udo
não diz exaamene que emos hábios saudáveis de vida. A saúde depende de vários aores que
quando combinados enre si ajudam em nosso bem-esar.
Ao nal, procure saber quais das siuações oram consideradas como as mais diceis de convenci-
meno por pare dos esudanes e quem ez mais ponos.
Objetivos
Desenvolvimento
Os esudanes deverão ser divididos em duplas. Cada inegrane da dupla escolherá uma coluna
Os esudanes devem responder às quesões da avidade individualmene – Avidade “Quesão
de Saúde” (Anexo ). Sobre a quesão A, espera-se que eles deendam o consumo de medicamen-
os com prescrição médica. Que os esudanes alem do cuidado que devemos er com a saúde
consanemene, indo ao médico e azendo exames com requência mesmo que não esejamos
doenes.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 197
Objetivo
Desenvolvimento
Educador, você pode pedir aos esudanes que respondam ao quesonário: check-up para anar
o instrumento (Anexo ) e ao nal, avaliem suas resposas. Caso disponha de empo suciene,
abra espaço para que alguns esudanes comparlhem suas resposas. A parr das colocações
de cada um, é imporane gerar uma reexão sobre o que precisam azer para melhorar a saúde.
Avaliação
Observe como os esudanes relacionam a saúde sica ao bem-esar menal. É imporane que
eles percebam a imporância de er hábios saudáveis e que é preciso desenvolver relações sau-
dáveis com as pessoas que o cercam e com a vida.
inerpessoais na comunidade escolar e consruir uma culura de paz, além de prevenir a violência.
Todas são audes que geram ambienes avoráveis a saúde.
• Esmular Alimenação Saudável
Reer e pensar esraégias que garanam a odos acesso ao alimeno com qualidade e quanda-
de adequada ao desenvolvimeno do ser humano, bem como garanr Programas de Alimenação
Escolar, incenvando os esudanes à opção por alimenos saudáveis, são audes promooras de
saúde.
• Incenvar a Práca de Avidade Física
O corpo em movimeno, além da maniesação de expressão das pessoas, revigora suas energias,
libera ensões, desenvolve auoconança e conribui para a inegração social. Assim, a práca
de avidades sicas como caminhar, nadar, correr, dançar, andar de biciclea, enre ouras, pode
melhorar a saúde na comunidade escolar.
• Elevar a Auoesma
Esmular convivência com carinho, respeio e aeo incenvando a parcipação de crianças e
adolescenes como proagonisas em suas areas e aazeres inclusive exracurriculares, é aude
que melhora a auoesma e avorece as condições de saúde na comunidade.
• Esmular o Bom Desempenho Escolar
O processo de consrução do conhecimeno que esmula melhor desempenho escolar do esu-
dane ambém propicia uma visão mais críca e reexiva na comunidade escolar e conribui para
a promoção de saúde, além de esmular a responsabilidade com o desenvolvimeno da socieda-
de.
• Insrumenalização Técnica de Prossionais e Membros da Comunidade
Incenvar a realização de cursos, seminários ou ocinas para educadores, pediaras, ouros pro-
ssionais e grupos da comunidade escolar sobre emas relacionados à quesão de saúde ou ou-
ros que não açam pare de sua ormação, conhecimeno ou domínio é esraégia imporane na
promoção de saúde na escola.
• Desenvolver Habilidades para a Vida
Propiciar esraégias que desenvolvam desreza e conhecimeno, que esmulem crianças e ado-
lescenes a azerem escolhas posivas e opções por audes saudáveis rene as necessidades no
codiano de suas vidas é uma avidade imporane da Escola Promoora de Saúde e, ceramene,
conribui para a prevenção de aores de risco e da violência.
• Uso de Tabaco, Álcool e ouras Drogas
O uso dessas drogas compromee as condições de saúde e da própria qualidade de vida de seus
usuários. Porano, a abordagem desses emas no espaço da escola e nos serviços de saúde ar-
culados pode ser imporane para que se esmule a opção por audes mais saudáveis, que
valorizem a vida.
• Sexualidade e Quesões Relacionadas à Saúde Reproduva
As dúvidas, incerezas e ansiedade do adolescene, relacionadas ao início da avidade sexual,
gravidez não planejada, doenças sexualmene ransmissíveis e AIDS colocam essas quesões na
paua da análise de saúde na escola. A quesão de abordar o ema e garanr acesso a méodos
conracepvos envolve a esraégia de insrumenalização écnica de educadores e esudanes e
a parceria e compromisso dos serviços de saúde.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 199
Anexo 1
A saúde é undamenal para o bem-esar pessoal. Levar uma vida saudável, azer exercícios e er
uma diea equilibrada são audes essenciais. Conudo, a saúde não depende só disso, mas, am-
bém, da posura posiva e armava que assumimos diane da vida. Sobre isso, discua o quadro
a seguir, com um colega de classe. Um de vocês deve deender as células da coluna A; o ouro,
as da coluna B. Tene deixar sem argumeno o colega e aça com que o ouro queira adoar sua
opinião. Ganha pono quem conseguir convencer o colega sobre o maior número de células.
A B
. É imporane azer exercícios sicos numa . É recomendável er uma vida relaxada e
academia e sair com amigos. de descanso em casa, juno com a amília.
5. Todo mundo deveria reservar um empo 5. Nem odo mundo precisa er um empo
para mediar, escrever um diário, rezar e exclusivo para mediar, escrever um diário,
consumir mídia de qualidade para alimenar rezar e consumir mídia de qualidade para
a alma. poder alimenar a alma.
Resultado
Placar A x Placar B:
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 201
Anexo 2
Leia as armações abaixo e procure se opor a elas ulizando-se de alguns argumenos que conri-
buam para uma vida saudável:
a) “Tenho o cosume/acilidade de me auomedicar e deixar para ir ao médico nas
siuações de saúde mais diceis”:
b) “Penso que só precisamos recorrer a uma erapia psicológica em casos de ala de
saúde”:
c) “A minha saúde independe do meu esado de espírio, quando esou doene, não
preciso de nada mais além de remédios”.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
202 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Anexo 3
“Em caso de emergência, máscaras de oxigênio cairão do eo. Primeiro, ponha no roso sua más-
cara. Em seguida, ponha a máscara no adulo ou na criança ao seu lado”. É isso que dizem os
comissários de bordo num avião. Muias vezes, quei imaginando a cena: Lá esou eu com minha
máscara na cara, respirando à vonade, enquano a meu lado a criança de dois anos esá suocando.
Parece egoísmo!
Porém, quano mais pensarmos no que esão dizendo os comissários, mais sendo aquilo vai er.
Se você não esver respirando, não poderá azer muio para ajudar os ouros. Por isso, não con-
sidere egoísmo reservar algum empo à renovação do melhor runo que possui – você mesmo
(a). Se zer um esorço exagerado por muio empo, deixando sempre por úlmo a si mesmo,
acabará por sorer de esgoameno ou esresse, e, nesse caso, que ulidade vai er? Nunca abuse
do insrumeno, a pono de não er empo de aná-lo. Resaure as quaro pares de que você é
composo: Corpo (o sico), coração (os relacionamenos), mene (o menal) e alma (o espiriual).
Complee ese pequeno quesonário para avaliar se esá mesmo anando o insrumeno:
Corpo 1 2 3 4 5
Coração 1 2 3 4 5
Eu me esorço por azer novas amizades e
ser bom amigo (boa amiga). Reservo empo
para relacionamenos imporanes. Eu me
envolvo nas coisas.
Mene 1 2 3 4 5
Eu me esorço na escola. Tenho a sensação
consane de esar aprendendo coisas no-
vas. Leio muio. Tenho passaempos.
Espírio 1 2 3 4 5
Dedico empo a ajudar os ouros. Reservo
momenos para reexão. Eu me renovo es-
piriualmene com regularidade, de alguma
maneira (exemplo: maner um diário, passe-
ar em cenários naurais, rezar, ler obras de
inspiração, ocar um insrumeno musical).
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 203
E, enão, cada iem esá recebendo a aenção necessária? Se lançou em coração, alvez precise
passar mais empo com os amigos e amiliares. Se marcou em corpo, reduza o rimo e comece a
cuidar de si. Como ocorre com os pneus de um carro, se uma pare de você esver desequilibrada,
as ouras rês vão dar deeio ao se desgasar. Por exemplo, quando você esá exauso(a) (corpo),
ca dicil se sair bem na escola (mene). A proposa ambém unciona no sendo inverso – se
esver em sinonia consigo e movado(a) (alma), será muio mais ácil ser bom amigo (boa amiga)
e er o máximo rendimeno na escola (mene).
Há muias ormas de reduzir o esresse ao anar o insrumeno.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
204 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
38
Educar para valores é conribuir para a ormação de pessoas mais generosas, que colaborem para
o bem comum. E isso esá cenrado no aprendizado da vida coidiana dos esudanes e na inera-
ção social que cada um esabelece com o seu enorno, pois, ninguém pode ser solidário sozinho.
A respeio disso, a escola deve esimular a paricipação dos esudanes em ações solidárias para
que eles possam, livremene, incorporá-las como pare inegrane de sua idenidade e auoesi-
ma. Para isso, a aividade proposa nessa aula busca, a parir do conexo social dos esudanes,
levá-los a releirem como é possível agir de orma solidária no espaço onde vivem.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 205
Objetivos Gerais
Roteiro
PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO
Objetivos
Desenvolvimento
A escolha da emáca pode surgir de problemas sociais que angem um grupo de pessoas num
deerminado local e ou momeno. Podem ser denidas aravés da escolha de uma ação que os es-
udanes acrediam ser benéca para melhorar a realidade de várias pessoas. Caso seja necessário,
explique que não é possível desenvolver a solidariedade agindo individualmene, pois, a solidarieda-
de nasce da compaixão que senmos por algo ou alguém. Para que os esudanes possam elaborar
suas campanhas cie algumas emácas gerais que possam ajudar, como: Combae a ome, apoio
a vímas de caásroes naurais ou climácas, apoio as vímas de doenças incuráveis ou conra a
violência. Como um exemplo de campanha solidária, você pode ciar:
- Temáca: Caásroes naurais.
- Público: Vímas da seca no Nordese.
- Lema da Campanha: Força Solidária.
- Mensagem de solidariedade: Vamos ajudar quem não em água para omar banho,
cozinhar e aé mesmo para beber!
- Ações: Arrecadar e levar aé as pessoas que a seca ange alimenos não perecíveis e
água poável; ajudar as pessoas a reconsruírem suas casas e reomarem suas vidas
arrecadando roupas e maerial para consrução de casas populares; disponibilizar e
divulgar um sie onde as pessoas possam eeuar uma doação em qualquer valor. O
valor arrecadado será usado para melhorar a qualidade de vida dos necessiados.
Quando odos os grupos verem elaborado suas campanhas peça para um represenane de cada
grupo apresená-la. Abra espaço para possíveis discussões. A proposa dessa avidade é azer com
que os esudanes sejam capazes de pensar em emácas sociais que assolam a vida das pessoas,
possam se colocar no lugar do ouro e desejarem azer algo por alguém, sem esperar nada em
roca – Isso é solidariedade. Na segunda quesão da avidade (Anexo ) os esudanes precisam
juno com o seu apoio levanar e reer sobre algumas emácas que podem virar uma campanha
de solidariedade denro da escola. Para isso, discua com os esudanes quesões ligadas a rona
da escola ou a comunidade a qual a escola esá inserida, das quais, possa surgir a necessidade de
uma ação solidária. A parr das quesões levanadas pelos esudanes elabore juno com eles uma
campanha seguindo a mesma esruura da quesão anerior (emáca, público, lema da campanha e
mensagem de solidariedade). Valores como compaixão e cooperação devem permear as discussões
da avidade. É imporane envolver os esudanes em ações denro da escola que visem o colevo.
Elaborar e por em práca uma campanha denro da escola é azer com que eles se auo-armem
como sujeios solidários.
Ao nal, com seu apoio, peça para os esudanes agendarem uma daa com a direção da escola para
apresenarem a campanha e a discurem a possibilidade de vivenciá-la.
Avaliação
Observe como os esudanes dão valor a solidariedade de acordo com a escolha das emácas
da avidade proposa e como eles se envolvem nas discussões das campanhas, se possuem uma
posura proava para a parcipação.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 207
Anexo 1
. Em grupos de cinco pessoas, de acordo com a sua realidade escolha uma emáca social e de-
senvolva uma campanha de incenvo a solidariedade conorme os iens abaixo soliciados. Ao -
nal um represenane de cada grupo deve apresenar a campanha esruurada para oda a urma.
a) Grupo - Temáca:
- Lema da Campanha:
- Público:
- Mensagem de solidariedade:
- Ações:
b) Grupo - Temáca:
- Lema da Campanha:
- Público:
- Mensagem de solidariedade:
- Ações:
c) Grupo - Temáca:
- Lema da Campanha:
- Público:
- Mensagem de solidariedade:
- Ações:
d) Grupo - Temáca:
- Lema da Campanha:
- Público:
- Mensagem de solidariedade:
- Ações:
e) Grupo - Temáca:
- Lema da Campanha:
- Público:
- Mensagem de solidariedade:
- Ações:
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 209
. Pensando no bem que cada pessoa pode azer as pessoas ao ser solidário, pense juno com
o seu educador e colegas numa campanha que possa ser organizada denro da sua escola que
venha a razer benecios para muias pessoas e a esruure de acordo com os mesmos iens da
avidade anerior com o objevo de apresená-la a direção da sua escola. A seguir sugerimos
algumas campanhas:
- Arrecadação de livros/roupas/brinquedos/alimenos, ec.
- Dia da solidariedade na escola
- Doações de sangue
Para refer:
”
uma vez que a solidariedade é o caminho.
Que al você idencar as necessidades de sua comunidade ou bairro e procurar endades, orga-
nizações ou insuições para desenvolver algum rabalho volunário? Para er mais inormações
sobre isso você pode consular:
www.volunarios.com.br
www.volunariado.org.br
www.volunario.org.br
www.programavolunarios.org.br
www.poraldovolunario.org.br
www.riovolunario.org.br
39
Dizer que “o volunário não é um idiota” aé parece provocação... Mas quanas vezes já ouvimos
alguém dizer que não se envolve em coisas do âmbio sociopolíco porque “não adiana nada”,
ou “ninguém presa”, ou “as coisas nunca vão mudar”? E nisso os jovens não são exceção. O que
não combina nem um pouco com a ideia de um jovem proagonisa solidário.
Os gregos não usavam a palavra idiota com o sendo pejoravo que hoje ela em: na acepção
original, idioa designava lieralmene o cidadão privado, alguém que se dedicava apenas aos as-
sunos parculares, em oposição ao cidadão que ocupava algum cargo público ou parcipava dos
assunos de ordem pública.
O ermo se ransormou e hoje, popularmene, um idioa é um indivíduo olo, imbecil, desprovido
de ineligência e de bom senso. No campo da psiquiaria, o idioa é a pessoa que sore de "idioa"
(deciência menal com grau avançado de araso menal ligado a lesões cerebrais).
No campo da lieraura, a palavra nos remee a um grande romance do escrior russo Fiódor Dos-
oiévski*. O livro O idiota (inspirado na hisória de Dom Quixoe) cona a hisória de um homem
com epilepsia, um homem bom e humanisa que, por suas audes de grande compaixão, é viso
pelos ouros como um… idiota!
O sendo de nossa abordagem do ema "Jovem Volunário" é esa:
O rabalho volunário é uma orma de viver valores, compreender o enorno social e nele agir,
passar da inenção à ação no âmbio da solidariedade, pôr em práca o que sabe e é capaz de
azer, conviver e dialogar como cidadão responsável.
Objetivos Gerais
Roteiro
PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO
Avidade: Organização
Insruções para apresenação dos grupos. 5 minuos
das apresenações.
Avidade: Eu e os cam-
Leiura e regisro individual. 0 minuos
pos de ação volunária.
Objetivos
Desenvolvimento
Objetivos
Desenvolvimento
Inserimos algumas rases na coluna dos campos de ação para ajudar os esudanes a se siuarem
no âmbio de cada um deles. Espera-se que colaborem razendo exemplos conhecidos, mas isso
não impede – pelo conrário! – que lancem ideias inovadoras e incluam as mesmas no regisro ei-
o. O educador pode denir um número mínimo de duas ou rês ações a incluir na coluna do meio,
dependendo do empo que o grupo leva para se organizar e começar eevamene o rabalho. O
mesmo vale para os requisios a incluir na erceira coluna (dois ou rês no mínimo, a criério do
educador). Para sua reerência, incluímos abaixo alguns iens que seria imporane que apareces-
sem. Caso não surjam das discussões dos esudanes, o educador pode chamar a aenção para
eles e sugerir sua inclusão. É possível que os esudanes aponem ouros campos de ação, que
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
214 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
devem, enão, ser anoados nas linhas em branco no nal do quadro. Mais adiane, você enconra
um pequeno glossário que pode ser úl para esclarecer especicidades ligadas à organização e ao
oco do rabalho volunário na sociedade civil.
Menores em siuação de
vulnerabilidade
Saúde
Defesa da mulher
A ransormação da siua-
ção eminina nas úlmas
décadas ainda não chegou
a odos os âmbios
Drogadição
Deciências sicas/
intelectuais/mentais
Pobreza
“A pobreza e a margina-
lização não são naurais:
são consequência da desi-
gualdade injusa”.69
Prisões
Reeducação, reabiliação
e reinserção; eses devem
ser os ocos da ação com
pessoas encarceradas.
Minorias énicas
Idosos
Meio ambiene
Durane a discussão em grupos sobre as ações possíveis em cada campo, podem surgir comen-
ários (nem sempre expliciados) que revelam endências ou audes preconceiuosas. Se isso
ocorrer, o educador pode aproveiar a oporunidade para relembrar o quano é dicil se desazer
das ideias preconcebidas. Não é preciso (e nem se deve) aponar culpados ou ridicularizá-los, mas
se pode enar, com suleza e bom humor, desmascarar o preconceio velado que, muias vezes,
nem o próprio preconceiuoso sabe que em. Por isso, esse momeno ambém é rico em subsídios
para as próximas eapas e para reorçar ópicos rabalhados nas aulas aneriores.
Comparlhamos aqui ideias que podem ajudar a esclarecer os valores que esão por rás
da ala dos esudanes, ano durane esa avidade como em ouras circunsâncias em sala
de aula:
. Reproduzir o que o esudane disse e acrescenar: “Foi isso o que você quis dizer?”
. Reproduzir o que o esudane disse com disorções e acrescenar: “Foi isso o que você
quis dizer?”
. Você sempre pensou assim (ou acrediou nisso)?
. Qual é a one de sua ideia (ou de onde vem essa ideia)?
5. Todo mundo deveria pensar assim?
6. Você já pensou em algumas alernavas?
. Dê alguns exemplos que reiam ou jusquem essa ideia.
. Por que você pensa assim?
. Pedir que o esudane dena algumas palavras chaves.
0. Pedir exemplos.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
º ANO DO ENSINO MÉDIO 217
Em casa: (Anexo 2)
Objetivos
Desenvolvimento
Pode ser uma boa ideia azer a apresenação dos resulados da discussão da aula anerior por
campo de ação. Por exemplo: odos os grupos indicam as ações que deniram para o campo
Menores em siuação de risco e os requisios para rabalhar nesse mesmo campo, e assim suces-
sivamene. O educador pode pedir que se indiquem somene os iens ainda não mencionados nas
apresenações dos grupos aneriores. O ideal é que odos os esudanes preencham seus quadros
com o maior número possível de alernavas razidas pelos demais.
O educador pode aproveiar para comenar o exo em desaque no maerial do esudane, re-
lacionando-o com as apresenações dos grupos e a sínese sobre os campos de ação volunária.
É ineressane observar aé que pono os esudanes recorrem aos coneúdos das aulas anerio-
res, nos quais enconram-se muios elemenos que deveriam aparecer nas discussões, em par-
cular os que dizem respeio aos requisios para auar em cada campo mencionado no quadro.
Objetivos
• Reer sobre seu próprio perl com relação aos requisios idencados pelos grupos
para o volunariado em cada campo de ação;
• Idencar pelo menos uma endade (ou ação individual) dedicada a cada um dos
campos da ação volunária.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
218 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Desenvolvimento
Esa avidade possibilia revisar e organizar os coneúdos aprendidos na aula anerior e discudos
em grupo, e ambém examiná-los do pono de visa da experiência, das possibilidades e das cir-
cunsâncias individuais do esudane, com visas a uma ação proagonisa de jovem volunário. A
ênase na reexão pessoal em uma razão: gosaríamos que o jovem se sensse mobilizado para
a ação volunária, cuja práca requer uma análise cuidadosa de caraceríscas e circunsâncias
pessoais que nem odos se senem à vonade para discur em grupo. A expecava é que o con-
juno das avidades desenvolvidas sirva de base para uma sisemazação individual dos emas
abordados que, por sua vez, venha a subsidiar uma escolha adapada.
É possível que alem exemplos para os esudanes de endades ou iniciavas ligadas a alguns
dos campos de ação. O educador pode opar por soliciar que pesquisem poseriormene ou pela
roca de inormações enre os esudanes com sua parcipação.
Avaliação
40
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 219
Na Estante
GLOSSÁRIO
Relaório publicado anualmene por uma empresa sobre o que az por
seus prossionais, dependenes, colaboradores e comunidade. Serve
para avaliar e mulplicar o exercício da responsabilidade social cor-
. Balanço Social
porava, ou seja, inorma e mede a preocupação da empresa com as
pessoas e a vida no planea. Mais sobre ese assuno no sie: <hp://
www.balancosocial.org.br/cgi/cgilua.exe/sys/sar.hm?sid=>
GLOSSÁRIO
Anexo 1
As inormações do quadro a seguir reeem uma ideia basane resumida da evolução hisórica do
rabalho volunário nos úlmos 500 anos.
Cabe a você, jovem cidadão proagonisa e solidário, dar connuidade a essa hisória no século !
QUANDO O QUÊ
QUANDO O QUÊ
”
A ONU insuiu o dia 5 de dezembro como o Dia Inernacional do Volunário pelo Desenvolvi-
meno Econômico e Social, em reconhecimeno às pessoas que dedicam horas de seu empo para
levar ajuda, companhia e aeo aos mais necessiados de nossa sociedade.
34.000.000
Nmero de brasileiros que desenvolveram
ações voluntárias (9 lugar na classificação mundial).
20,6
Porcentagem de participação de
jovens em ações voluntárias no mundo.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 225
Anexo 2
Procurem idencar (a) ações volunárias correspondenes a cada campo de ação que aparece
no quadro a seguir (regisro na coluna do meio) e (b) conhecimenos, audes e habilidades que
consideram necessários para auar nesse campo (regisro na coluna da direia):
Menores em siuação de
vulnerabilidade
Saúde
Defesa da mulher
A ransormação da siua-
ção eminina nas úlmas
décadas ainda não chegou
a odos os âmbios
Drogadição
Deciências sicas/
intelectuais/mentais
Pobreza
“A pobreza e a margina-
lização não são naurais:
são consequência da desi-
gualdade injusa”.69
Prisões
Reeducação, reabiliação
e reinserção; eses devem
ser os ocos da ação com
pessoas encarceradas.
Minorias énicas
Idosos
Meio ambiene
Em casa
. Três hisórias e minhas conclusões
Leia os rês exos abaixo e descubra o que eles êm em comum.
Escreva suas conclusões nas linhas abaixo do úlmo exo.
Um foco de neve
– Diga-me, quano pesa um oco de neve? – pergunou um beija-or a um pombo.
– Nada – oi a resposa.
– Enão vou conar-lhe uma hisória – disse o beija-or. Um dia pousei num galho de pinheiro, per-
nho do ronco. Esava começando a nevar. Não era empesade de neve, era como num sonho,
sem nenhuma violência. Como não nha mais nada para azer, comecei a conar os ocos de neve
enquano caíam sobre o galho em que eu esava. O número exao oi ..5. Quando o oco
seguine caiu, sem peso, segundo você..., o galho se quebrou.
E, dizendo isso, o beija-or paru.
(Talvez ale apenas a colaboração de só mais uma pessoa para que a solidariedade abra seu ca-
minho no mundo.)
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
228 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
*Você pode ver a mochila-careira e algumas crianças beneciadas com essa iniciava num
lme de dois minuos, disponível em: <www.youube.com/wach?v=ZPUFpEbkOoc v>.
O que esses rês exos êm em comum? E o que eles êm a ver com o ema “Jovem volunário”?
Escreva aqui suas considerações:
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
º ANO DO ENSINO MÉDIO 229
Qual é o peso de cada um dos iens abaixo em sua decisão de ser um jovem volunário?
Anoe ao lado de cada um dos iens um número de 0 a 0 (sendo 0 o menor peso possível, que
indica que você nem sequer considera esse iem, e 0 o maior peso possível, que indica que ele é
de maior imporância):
(Lembre-se: não há resposas ceras ou erradas! O objevo é reer sobre suas movações.)
Anexo 3
. Cada grupo apresenará suas conclusões, e isso ceramene rará novos elemenos para enri-
quecer os resulados que você anoou no quadro de ações volunárias da página da aula anerior.
Aproveie para compleá-lo à medida que as apresenações orem eias.
. Tanos problemas, ana coisa errada no mundo... Queria azer algo, mas não sei o quê, nem
onde, nem como, nem quando...
As avidades a seguir ajudarão você a se siuar com relação ao que oi lido e discudo na primei-
ra aula, com visas a uma possível auação uura como jovem volunário. Em casa, você reeu
sobre suas movações para ser um jovem volunário. As possibilidades e necessidades são incon-
áveis! Com esas areas, esperamos proporcionar-lhe uma reexão preparaória para os rês
passos iniciais da ação volunária responsável: inormar-se, ormar-se e compromeer-se com uma
ação concrea.
Exemplos de endades ou
Como me vejo como indivíduos que atuam nesse
Campos de ação volunária
volunário nesse campo campo (ONGs, associações,
pessoas conhecidas...)
Menores em siuação de
vulnerabilidade
Saúde
Defesa da mulher
Drogadição
Deciências sicas/
intelectuais/mentais
Pobreza
Prisões
Minorias énicas
Idosos
Meio ambiene
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
234 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Na primeira quesão, eles podem ciar o soaque das pessoas que variam de cidade para oura,
apesar de ermos mesma língua alada. Assim como, as muias religiões exisenes no nosso país, os
rimos musicais, danças, esas, a vasa culinária que emos, ec. Na quesão B espera-se que os es-
udanes alem um pouco sobre a criação de esereópos, preconceios e discriminação exisenes
na nossa sociedade. Dependendo da vivência de cada um, os esudanes podem ciar exemplos que
esejam relacionados ao hábio que emos ao julgar as pessoas pela aparência, pela condição nan-
ceira, pela culura, raça, sexualidade e/ou religiosidade que possuem. Na quesão C, as resposas
dos esudanes, apesar de pessoais, podem girar em orno da necessidade de ações individuais, polí-
cas públicas ou socioeducacionais que conribuam para a igualdade de direios, o reconhecimeno
e respeio às diversas dierenças. Essa quesão explora a capacidade dos esudanes de inervenção
e ransormação da realidade em que vivem.
Ao nal, peça para alguns esudanes exporem para a urma suas resposas e caso necessário, abra
espaço para as discussões, principalmene para rocarem ideias sobre a quesão C da avidade -
Como é possível melhorar a convivência enre as pessoas e promover a igualdade de direios.
Objetivo
• Reer sobre o preconceio, e modo de vida egocênrico, bem como, sobre a possibi-
lidade de viver num mundo sem esracação social por cor/raça/gênero, por região,
idade, ec.;
Desenvolvimento
Anes de iniciar a avidade: Esracação social (Anexo ) sugerimos colocar a música Sampa de
Caeano Veloso para os esudanes escuarem – Ela é uma homenagem eia pelo canor Caeano a
cidade de São Paulo. Ao ler o recho da música de Caeano Veloso, os esudanes devem reer, em
duplas, sobre o individualismo, narcisismo, egocenrismo e preconceio gerado pelas pessoas a par-
r daquilo que é desconhecido ou novo. O que conribui para a manuenção das desigualdades so-
ciais e esracação social. Ao abrir espaço para alguns esudanes comparlharem suas resposas,
reorce a ideia de que exisem ouras ormas de segregação social e como elas concedem privilégios
para um grupo de pessoas e prejudicam ouras – a discriminação hierarquiza, gera oporunidades e
poderes exclusivos para umas pessoas e para ouras injuscáveis exclusões sociais. Ao nal, peça
para algumas duplas comenarem como enxergam a possibilidade de viverem num mundo sem
esracação social por cor/raça/gênero, por região, idade, ec. Espera-se que nessa quesão os
esudanes reiam sobre a não nauralização das desigualdades sociais.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 235
Avaliação
Observe como os esudanes se posicionam sobre o respeio às dierenças e sobre os dois exem-
plos de preconceio ciados na avidade: Diversidade brasileira. Veja ambém se os exemplos
ciados por eles na quesão B dessa mesma avidade reraam siuações preconceiuosas e como
eles enxergam e deendem essa quesão. Por m, perceba se os esudanes conseguiram esa-
belecer relações posivas para a solução das problemácas que dizem respeio à diversidade, ao
preconceio, egocenrismo, desigualdades e esracação da sociedade.
Respostas e comentários
Espera-se que os esudanes escrevam um exo disseravo que deenda sua opinião sobre as
demonsrações de que ainda vivemos num país racisa. Sobre isso, eles podem ciar ouras siu-
ações de preconceio racial. O imporane é que aravés das propagandas eles reconheçam que
exisem desigualdades e preconceio énico-raciais muio presenes em nosso país.
Faça o ese!
Educador, caso algum esudane queira saber como a própria escola combae a discriminação
e o preconceio racial, você pode ornecer para eles um ese que se enconra em: Rocha, Rosa
Margarida de Carvalho. Almanaque pedagógico aro-brasileiro. Belo Horizone: Ed. Mazza, 00.
Aravés desse ese é possível descobrir em quais das quaro ases a escola esá: de invisibilidade,
negação, reconhecimeno ou avanço.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
236 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Anexo 1
Na Estante
Aqui você enconra uma série de sugesões para aproundar seu conhecimeno sobre a diversida-
de e ormas de preconceio:
43
Vídeo: Rerao de Mulher – Brasil. 5 min. Direção: Carmen Barroso. Cona a rajeória de
luas e conquisas da mulher brasileira, de 500 aé o século XX.
44
Anexo 2
Leia o recho da música “Sampa” que Caeano Veloso ez em homenagem à cidade de São Paulo
em e reia, em dupla com o seu colega, a quesão que a segue:
Sampa81
Caeano Veloso –
Anexo 3
45
A consrução de qualquer Projeo de Vida, seja pessoal, prossional ou amiliar, começa com al-
gumas pergunas exisenciais: Quem sou eu? Que lugares eu ocupo no mundo? Para onde minha
vida deve me levar?
Para responder a essas quesões, além de ser necessário que os esudanes recordem sua hisória
pessoal, é necessário que eles enendam que a vida é um projeo desde o momeno do seu nasci-
meno. Essa compreensão ajuda na elaboração do próprio Projeo de Vida como insrumeno de
realização dos seus objevos.
Esa aula propõe o conao dos esudanes com a própria idendade, hisória de vida e perspec-
va de uuro.
Objetivo Geral
Roteiro
PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO
Objetivos
Desenvolvimento
º Momeno
Peça para os esudanes lerem os exos em voz ala, volunariamene, ou sugira que cada um leia
um parágrao (Anexo ). Pergune ao nal da leiura o que eles enenderam sobre os exos, mas
não se preocupe em explicá-los para não inuenciar no debae que se dará no segundo momeno.
Lembre-os de que eles esão enrando numa nova eapa da vida, marcada pelo ingresso na ª
série do Ensino Médio, o que exige deles maior auonomia e responsabilidade nas escolhas.
º Momeno
Peça para os esudanes azerem um paralelo enre as rases para discussão, o recho de Alice no
País das Maravilhas e o exo “O caminho do crescimeno pessoal”. Depois, oriene-os a discur
as armações e procure saber a opinião deles.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 245
Se considerar oporuno, você pode projear o vídeo Nunca desisa dos seus sonhos, indicado no
boxe abaixo Vale a pena assisr e promover um debae. Havendo empo, as pergunas ormuladas
no boxe Para reer podem ser discudas na aula.
Para Refer:
”
um barco sem bússola, um flme sem roteiro.84
Para Refer:
Você piloaria um carro sem saber dirigir?
Você se jogaria em alo-mar sem saber nadar?
Você piloaria um avião sem er um cercado que aesasse sua capacidade para piloar?
Você comandaria um navio sem bússola para guiá-lo?
Na Estante
KIM, Rando. Não é ácil ser jovem. Rio de Janeiro: Sexane, 0.
46
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 247
Anexo 1
- Podes dizer-me, por avor, que caminho devo seguir para sair
daqui?
- Isso depende muio de para onde queres ir – respondeu o
Gao.
- Preocupa-me pouco aonde ir – disse Alice.
- Nesse caso, pouco impora o caminho que sigas – replicou o
Gao.86
47
Após a leiura dos exos, relacione-os às rases a seguir e discua-as com seus colegas.
48
Frases para discussão:
. Aprende-se mais errando.
. Somos reéns do acaso.
. Veno algum é avorável para quem não sabe
aonde quer ir.
. Toda escolha em uma inenção posiva.
Em casa
. Para que você consiga consruir o seu Projeo de Vida com êxio, é preciso desenvolver sua
capacidade de expressão, o que não depende apenas dos conhecimenos adquiridos aravés
dessa proposa e, sim, de algumas esraégias, como:
• Compromisso consane consigo mesmo.
• Parcipação nas conversações em grupo.
• Desenvolvimeno nas avidades de expressão escria.
Sendo assim, qual(is) dessas esraégias lhe parece(m) ineressane(s) para a consrução do seu
Projeo de Vida? Jusque sua resposa.
49
Freud sinezou de maneira exemplar o que seria a grande arona aos seres humanos, orgulhosos
de sua condição racional à qual a naureza deveria se curvar. O criador da Psicanálise chamou a
esse conio de “rês eridas narcísicas da humanidade”, decorrenes do próprio desenvolvimeno
da ciência. A primeira erida eria sido abera por Copérnico, que demonsrou que não é o sol
que gira em orno da erra, mas o conrário, desconsruindo assim a perspecva de que éramos
“o umbigo do universo” apregoada pela radição. O segundo golpe oi deserido por Charles
Darwin, com a demonsração nada lisonjeira de que “descendemos de macacos”. Por m, a úl-
ma grande erida oi abera pelo próprio Freud, que revelou que a maior pare dos aos humanos
se origina de impulsos inconscienes e selvagens, relegando ao “ego” um papel muio menor do
que aquele que nosso orgulho de “seres pensanes” gosaria de reivindicar. Foi ainda Freud quem
demonsrou, no clássico O mal-esar na civilização, o quano vemos que adoecer e nos rusrar,
desenvolvendo oda sore de neuroses, reprimindo ou sublimando nossos insnos – de ordinário
canalizados para o mundo do rabalho –, coagidos como animais enjaulados pela culura que nós
mesmos invenamos.
Mas não ermina nas consaações de Freud a nossa “decepção”. O úlmo grande golpe sorido
pela razão ocidenal oi consaar, após a Segunda Grande Guerra, que um Esado é capaz de pôr
em marcha carnicinas impensável, aravés de insrumenos e concepções assombrosamene ra-
cionais. É um dos saldos inquesonáveis do holocauso judaico, corroborado por ouros exemplos
de esados oaliários, ano de exrema direia como de exrema esquerda, que se desenrolaram
recenemene na hisória.
Aliás, a anga ideia de “hisória” ambém já não se susena mais, à medida que a noção de “pro-
gresso” é amplamene quesonada. A imagem do curso da hisória como algo linear, progressisa,
com uma sea indicando que a vida nunca é para o agora, mas para um “depois” que nunca chega
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
250 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
– uma vida plena sempre adiada, que produz incessanemene para um “amanhã” inalcançável –,
resulou na consaação de que, nesse rimo, nossa própria espécie se enconra ameaçada, juno
às ouras espécies do planea.
E, ao conrário do que pode parecer, essa racionalidade não se impôs ao mundo pelo pensameno
puramene “lógico”: conou com a hegemonia do Crisanismo, com “o projeo bíblico da domi-
nação humana sobre o undameno do mundo. À imagem de um Deus criador de udo, o homem
deve se dedicar a domescar, simulaneamene, o enorno naural e o conjuno social”.88 Para re-
orçar essa concepção, o Crisanismo levou a cabo a proeza de encarnar o mio (Criso) na própria
emporalidade hisórica. Isso demonsra, enre ouras coisas, que aquela preensa “razão pura”
eve ambém suas miologias próprias.
“Toaliarismo do um”, “sociedade programada”, “uliarismo”... Não alam nomes para se azer
a críca dessa orma hegemônica de se pensar. “O macho adulo branco sempre no comando”,
como sinezou Caeano Veloso na música “O esrangeiro”. Nenhum espaço para o sensível, para
o “inúl”, para o diverso, o ouro, o múlplo...
É esse quesonameno que se propõe nesa aula, parndo de um preexo para conversa um
ano inusiado. Vejamos “o que nos dizem os asros”...
Objetivo Geral
Material necessário
Roteiro
PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO
Objetivo
Desenvolvimento
º Momeno
Esa aula não em a preensão de legimar como “verdade” a asrologia. Também não preende
desqualicá-la. A ideia é precisamene sair do pensameno binário “verdadeiro x also”. As con-
versações que asseguram os laços sociais e que são pracadas a odo o empo no codiano não
se dão no âmbio da ensão “racional-irracional”, “verdade-menra”. Inclusive são relações que
nem “enram para a hisória”, passageiras que são – passageiros que somos, aliás. Nesse caso,
o que impora é a qualidade da relação que esabelecemos com as pessoas e com as coisas; o
pretexto do qual nos valemos para usuruir bons momenos e boas companhias: pode ser uma
hisória invenada, ou um “relao real” exagerado ou aumenado pelo prazer da narrava, ou
mesmo a inuição de que, de algum modo, odas as coisas do universo esão conecadas. Em
suma: coisas que dão graça à nossa exisência, recursos que apreciamos pelo poder que êm de
expressar a “magia” de esarmos vivos – o que alguns eóricos chamam, muio aceradamene, de
encantamento do mundo. Veremos, enão, como uma conversa banal sobre o horóscopo do dia
– independenemene de se crer ou não em asrologia – pode susciar algo desse encanameno
(Anexo ).
Para começo de conversa, será preciso que os esudanes se reúnam conorme seus respecvos
signos: : Áries; : Touro; : Gêmeos; : Câncer; 5: Leão; 6: Virgem; : Libra; : Escorpião; : Sagiá-
rio; 0: Capricórnio; : Aquário; : Peixes (Anexo ).
Feio isso, permia que conversem, desconraidamene, sem a preocupação de “er que chegar
a algum lugar”, a uma conclusão. É imporane, enão, que se reorce que não é de “crença” que
esamos raando. A “verdade”, para esse momeno, não em imporância; o objevo não é “con-
vencer” ninguém. O que esá em jogo é o prazer de conversar, não é uma ocasião para “debaes”.
Algumas pergunas podem ser eias, para que se criem condições para o diálogo:
- O que geralmene se ala sobre seu signo, em ermos de emperameno? Você concorda?
Algo coincide? O quê? Quando sim, você acha que exise alguma “ligação” mais prounda,
cósmica, enre as coisas, ou é só uma bobagem?
- Foi surpreendene saber que o signo de deerminado colega é o mesmo que o seu? Isso,
para você, é mera coincidência ou pode signicar algo mais? O emperameno de vocês coincide?
Aé que pono? No que se dierenciam nesse aspeco?
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
252 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Em seguida, pode-se parr para a leiura do horóscopo, alimenando com isso a conversa. Disri-
bua enre os grupos as “previsões do dia”, conorme os signos. Ouras pergunas podem ser eias,
além daquelas relacionadas às possíveis “coincidências” – endo sempre em mene que raa-se,
na verdade, de um preexo para se alar sobre a vida, admirar esse lado inrigane da exisência
em companhia dos colegas:
- Os “conselhos” ou os “aleras” das previsões inspiram de alguma orma para cuidados reais com
a vida? Quais? Como?
- Você já omou decisões baseadas em horóscopo? Como oi? Cone!
º Momeno
Permia que os esudanes comparlhem livremene com oda a sala as “especulações asrais”
de seus grupos (Anexo ). Se o clima or de alegria, ano melhor. E é possível que seja, pois esão
“desarmados”, uma vez que odo pono de visa em valor. Aos poucos, inroduza o ema do en-
canameno do mundo, a parr das considerações que seguem.
Se não podem desruar do esauo de “ciência”, ormas culurais como a asrologia são apre-
ciadas porque remeem nosso pensameno àquilo que nos ulrapassa, àquilo de que não damos
cona, uma vez que az pare dos misérios do mundo. E que o mundo “não é miserioso” não
há quem o diga – ainda que cuide de acrescenar que a ciência esá desnada a desvendar ais
misérios.
Mas o que esá em jogo, em odo caso, não é ano a preocupação com a verdade, mas a busca de
ormas cuidadosas de se conduzir no mundo. É uma busca pela alegria, por uma vivência mais har-
mônica, uma necessidade de beleza em relação à vida – é uma verdadeira eséca da exisência.
Tano que, na busca do melhor viver, muias pessoas se rebelam conra ceras écnicas ciencas
que se preendem “verdadeiras dourinas”. É o caso, por exemplo, do número crescene de mu-
lheres que reivindicam o direio de dar à luz seus lhos em casa e de paro naural. Por que aos
ouros e não a elas – quesonam – caberia decidir sobre suas vidas?
Além disso, a inuição de que cada um parcipa do odo, inmamene conecado a ele, embeleza
o mundo: gera uma empaa quase imediaa para com odas as ormas de vida; suscia gesos
delicados no rao com o ouro; nos orna propensos a vivências mais solidárias... é um ema de
ineresse planeário em nossos dias.
O lósoo e escrior Alber Camus aprovava a posura de Galileu Galilei, que, no ribunal da Sana
Inquisição, renegou a eoria de que a erra é que girava em orno do sol. Para Camus, o mundo
nada perdeu com isso, poso que aquela eoria poderia ser comprovada por ouros ciensas a
qualquer momeno. Já a vida de Galilei, sim, precisava ser preservada da ogueira, por se raar de
algo que jamais se reperia no mundo.
Como se vê, não é “pecado” sermos racionais, mas a razão é eséril sem a sensibilidade, que am-
bém nos consui. E o conhecimeno do mundo em inúmeras ormas. Pode ser a “gaia ciência”
de Niezsche; o “amormundi” de Hannah Arend; o “udo é um” de Clarice Lispecor lendo Spino-
za; o “udo que sei é que nada sei” de Sócraes; o preensioso e comovene “eu já sei udo” que só
pode ser pronunciado pelos muio jovens... E pode ser uma grande aposa no improvável, como
ez Guimarães Rosa em um romance ineiramene consagrado aos misérios da vida, à grandeza
da dúvida, e que alvez se “resuma” nesa rase lapidar: “Eu quase que nada não sei. Mas descon-
o de muia coisa”.89
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 253
Avaliação
Respostas e comentários
Essa avidade não preende que os esudanes açam uma “pesquisa prounda” sobre o auor
que lhes coube pesquisar. Impora observar a qualidade das quesões mobilizadas, como pos-
síveis “elizes coincidências” nesse enconro “casual” enre esudane e escrior. O que esá em
jogo é o ineresse pelas dierenes ormas de vida e pelas hisórias humanas que se desdobram
no mundo e se cruzam, de algum modo, com as nossas. Sendo assim, impora muio valorizar
os insights relaados nos exos dos esudanes e as analogias que broam livremene, quando
relacionam suas experiências de vida e aeos próprios com a biograa e aspecos (ragmenos e
rases, por exemplo) das obras desses auores.
Texo 90
É nessa perspecva que podemos apreciar a signicação da asrologia na vida social. […] Pre-
cisamene, porque acenua a “correspondência” global enre o mundo e o indivíduo, o mundo
e os diversos enômenos sociais que o consuem. Em sínese, a separação quesonada acima
– eoria-práca, mene-paixão, ou mesmo naureza-culura, maerial-espiriual –, não parece
mais aual, uma vez que dá lugar a uma organicidade: a do indivíduo e seu enorno, ou ainda, a
do pequeno si individual e o Si que deve realizar.
Traa-se de uma “correspondência” que já não pode ser relegada à ordem da poesia ou à esera,
marginal, do esoerismo ou da mísca. De ao, quer seja reconhecida ou não enquano al, ocupa
um lugar de desaque no espírio do empo. É inúl negá-la ou negar seus eeios, mas é preciso
associá-la a uma ecologia do espírio, à aenção a um “ecossisema” que ende, cada vez mais, a
se impor em odos os domínios da vida social. É nesse sendo que convém enender a asrologia
como um indício signicavo. “Indício” que, no mais próximo de sua emologia (index), ponua
uma ransormação imporane. Indício em meio a muias ouras coisas, sem dúvida: sincresmos
religiosos, relavismos losócos, écnicas espiriuais de oda ordem, mas indício que é ácil de
esgmazar ou marginalizar. Poucos são os que, como Edgar Morin, Gilber Duran ou Jacques
Vanaise, presaram aenção nesse enômeno. […] Resa, porano, omá-lo como indício de uma
relação com o mundo e com os ouros, eia de parcipação, empaa e comunhão. Algo próximo
a esa “biocinese” de que alam os especialisas da vinha e do vinho, domínio por excelência da
ineração, pela qual udo enra em conjunção, numa vasa sinonia, pondo em jogo a erra, a
auna, a ora, que condicionam a ação do homem em suas múlplas realizações.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
254 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
…....................................................................................................................................................................
[E. R. Dodds] mosra, com acuidade, que há momenos em que o racionalismo mais enérgico, a
necessidade moral de assegurar sua responsabilidade codiana, a preensão de ser o senhor do
universo, udo isso às vezes se saura e dá lugar a dourinas irracionais, de diversas ordens, em
cujo quadro enconramos a asrologia. [...]
…....................................................................................................................................................................
[…] raa-se de um real “exalado”. Ou seja, de um real ampliado, que inegra o que o posivismo
ende a considerar “irreal”. É um real enriquecido de odo esse “irreal”, que é o onírico, o lúdico,
o imaginário. […] Traa-se de uma indierença, de ao, alamene criadora, que não se baseia na
recusa ou no medo da vida, mas, ao conrário, na armação dessa “vida-aqui”, vivível apesar ou
graças ao deerminismo que a pressiona. […]
Texo 91
O homem desenvolveu vagarosa e laboriosamene a sua consciência, num processo que levou um
empo inndável, aé alcançar o esado civilizado (arbirariamene daado de quando se invenou
a escria, mais ou menos no ano 000 a.C.). Esa evolução esá longe da conclusão, pois grandes
áreas da mene humana ainda esão mergulhadas em revas. O que chamamos psique não pode,
de modo algum, ser idencado com a nossa consciência e o seu coneúdo.
Quem quer que negue a exisência do inconsciene esá, de ao, admindo que hoje em dia
emos um conhecimeno oal da psique. É uma suposição evidenemene ão alsa quano a pre-
ensão de que sabemos udo a respeio do universo sico. Nossa psique az pare da naureza, e o
seu enigma é, igualmene, sem limies. Assim, não podemos denir nem a psique nem a naureza.
Podemos, simplesmene, consaar o que acrediamos que elas sejam e descrever, da melhor ma-
neira possível, como uncionam. No enano, ora de observações acumuladas em pesquisas mé-
dicas, emos argumenos lógicos de basane peso para rejeiarmos armações como “não exise
inconsciene”. Os que azem esse po de declaração esão expressando um velho misoneísmo – o
medo do que é novo e desconhecido.
Há movos hisóricos para esa resisência à ideia de que exise uma pare desconhecida na psi-
que humana. A consciência é uma aquisição muio recene da naureza e ainda esá num eságio
“experimenal”. É rágil, sujeia a ameaças de perigos especícos e acilmene danicável. Como
os anropólogos já observaram, um dos acidenes menais mais comuns enre os povos primivos
é o que eles chamam “a perda da alma” – que signica, como bem indica o nome, uma rupura
(ou, mais ecnicamene, uma dissociação) da consciência.
Texo 92
Queremos saber
Gilbero Gil
Queremos saber
O que vão azer
Com as novas invenções
Queremos nocia mais séria
Sobre a descobera da anmaéria
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 255
E suas implicações
Na emancipação do homem
Das grandes populações
Homens pobres das cidades
Das esepes, dos serões
Queremos saber
Quando vamos er
Raio laser mais barao
Queremos de ao um relao
Rerao mais sério
Do misério da luz
Luz do disco voador
Pra iluminação do homem
Tão carene e soredor
Tão perdido na disância
Da morada do Senhor
Queremos saber
Queremos viver
Conanes no uuro
Por isso se az necessário
Prever qual o inerário da ilusão
A ilusão do poder
Pois se oi permido ao homem
Tanas coisas conhecer
É melhor que odos saibam
O que pode aconecer
Queremos saber
Queremos saber
Todos queremos saber
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
256 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Na Estante
Uma breve e proveiosa enrevisa com o sociólogo rancês Michel Maesoli, realizada
em abril de 0 em São Paulo. Disponível em <hp://vimeo.com/>. Acesso em
seembro de 05.
Demian94
Emil Sinclair é um jovem aormenado pela ala de resposas às
suas quesões sobre o mundo. Ao conhecer Max Demian, um cole-
ga de classe precoce e carismáco, Sinclair se rebela conra as con-
venções de seu empo e embarca em uma jornada de descober-
as. Publicado pela primeira vez em , ese clássico reee os
quesonamenos de Hermann Hesse, vencedor do Prêmio Nobel
de Lieraura em 6, acerca da naureza humana, com suas con-
radições e dualidades. Inuenciado pelas ideias de Carl Jung, un-
dador da psicologia analíca, Hesse descreve o processo de busca
51 do indivíduo pela realização inerior e pelo auoconhecimeno.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 257
Anexo 1
Anexo 2
º Momeno
Esa não é uma aula sobre asrologia, que inclusive não em validade cienca nem losóca, e
não é uma religião. Porano, na conversa aqui proposa, o objevo não é deender nenhuma
crença. Você e seus colegas não vão procurar a verdade; apenas conversar, alando dessa coisa
enorme que se chama vida e que, no undo, cada um enende de um jeio – e sempre muda de
opinião... Não ineressa o que o horóscopo de hoje esá dizendo – ineressa o que ele nos az dizer
sobre a vida e sobre nossos enconros com os ouros; como ele dispara pensamenos que, nos
momenos mais banais e codianos, nos conduzem à conversação sobre o ao de esarmos no
mundo, em que udo é movo para surpresas e encanamenos – inclusive a coincidência corri-
queira de enconrarmos pessoas cuja daa de nascimeno é a mesma que a nossa.
Em que dia você nasceu?
Porano, o seu signo é...?
June-se aos colegas de mesmo signo, para um começo de conversa. Uma prosa que poderia co-
meçar assim: “Você acredia em asrologia?”. Ou assim: “Nossa! Você ambém é de escorpião!”
Ou de libra, ou de gêmeos, ou... Por ora o que impora é você se junar aos colegas cujos nasci-
menos são próximos de ou coincidem com o seu. Enão, siga a sua urma, conorme a daa do
seu nascimeno:
: Áries ( de março a 0 de abril)
: Touro ( de abril a 0 de maio)
: Gêmeos ( de maio a 0 de junho)
: Câncer ( de junho a de julho)
5: Leão ( de julho a de agoso)
6: Virgem ( de agoso a de seembro)
: Libra ( de seembro a de ouubro)
: Escorpião ( de ouubro a de novembro)
: Sagiário ( de novembro a de dezembro)
0: Capricórnio ( de dezembro a 0 de janeiro)
: Aquário ( de janeiro a de evereiro)
: Peixes (0 de evereiro a 0 de março)
“Você acredia em asrologia?”. Vale “sim”, vale “não”, vale “mais ou menos”, “alvez”, “depende”,
“quem sabe”, “de vez em quando” ...
O ao de saber que deerminados colegas são do mesmo signo que você despera algum pensa-
meno especial? Essa anidade o az pensar em algo? Em quê? Traa-se apenas de um acaso ou
isso parece “coisa do desno”?
Dê asas à imaginação e aos pensamenos aé brincalhões que a simples leiura do horóscopo do
dia pode desperar, quando um assuno sem a menor imporância serve de preexo para uma
conversação agradável sobre o prazer de nos enconrarmos com os ouros no mundo.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
260 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Anexo 3
º Momeno
Comparlhe com os colegas da sala as ideias que surgiram no seu grupo. Conversem, conorme as
quesões levanadas pelo educador.
Para auxiliá-lo, seguem algumas considerações.
Como dio aneriormene, asrologia não é ciência, nem ilosoia, nem religião. Nesa aula,
o que impora é observar como, na dinâmica do coidiano, embora não esejamos “azendo
poesia”, nossas conversas cosumam ser basane poéicas – o pensameno, nessas ocasiões,
não unciona de maneira “rea” e “lógica”, mas circular: alguém diz uma coisa, que remee a
uma oura coisa, que leva a oura, que nos lembra ouras e assim por diane, como se odas
as coisas esivessem ligadas enre si. Essas “volas do pensameno” azem as coisas do mundo
parecerem “amiliares”, “irmãs” umas das ouras. É um pensameno que não é lógico, mas
analógico, e é um recurso preciosíssimo para a leiura de lieraura – especialmene poesia.
Aliás, um dos maiores poeas da língua poruguesa, Fernando Pessoa, não deixou de noar (e
anoar) essa qualidade do pensameno, e escreveu que, nessa dinâmica,
”
Desse processo amplo de pensameno resula o que diversos pensadores chamam de “razão
sensível” ou encantamento do mundo. O oposo disso é um mundo cru e duro. E é luando
conra a dureza e a crueza do mundo que nos ornamos humanos.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 261
Anexo 4
54
Ser compeene nos âmbios pessoal, inerpessoal, social e prossional requer um aprimoramen-
o connuo da sensibilidade e da percepção da mudança incessane em orno de nós e em nosso
inerior. A aenção do educador às percepções dos esudanes – como percebem, o que perce-
bem e por que percebem – pode ajudar a desenvolver pessoas capazes de ver o mundo com oda
a sua riqueza, variedade e encano, com menos disorção e mais riqueza de maerial para suas
experiências de vida.
A qualidade da parcipação de uma pessoa nas avidades e no mundo é direamene inuenciada
por seu nível de percepção: ela pode limiar-se a dar resposas reexas rápidas ao que ocorre no
ambiene, ou seguir auomacamene um movimeno de reação iniciado por ouras pessoas, sem
muia reexão - duas ormas “imauras” de parcipação. Mas ambém pode suspender a ação
imediaa para inspecionar os dados de que dispõe, organizar, analisar, inerprear, consular a si
mesma, seus valores, senmenos, experiências aneriores... Ou seja: conemplar anes de agir.
A riqueza das percepções não depende do meio, e sim da aenção que a pessoa dá ao meio. A
origem lana da palavra perceber deixa isso muio claro: percipere, que signica tomar posse de,
ober. No ao de perceber exise um elemeno de querer apreender o objeo percebido, xá-lo,
recuperá-lo, e poder reenconrá-lo. Anal, é por meio da percepção que a maéria prima do pen-
sameno se orna disponível para uso.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 263
Objetivos Gerais
Materiais Necessários
• Lápis de cor ou canea hidrocor para marcação de leiura (em avidade individual);
• Uma olha de papel sule ou similar para cada esudane (para a avidade “o som do
papel”);
• Um ubo de papel (que pode ser de papelão ou improvisado com uma olha de papel
simples).
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264 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Roteiro
PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO
Sequência de exercícios de
percepção:
• O som do papel ( min);
• Olhar e ver ( min); Encadeameno de exercícios de direcio-
• Olhar em busca ( min); nameno de aenção e olhar, seguido de 5 minuos
comenários de conclusão.
• Olhar na are
( momenos – minuos
e depois min);
• Conclusão.
Avidade: As ares do
Leiura individual. 0 minuos
século XX.
Objetivos
Desenvolvimento
O educador dá as insruções para uma sequência de avidades curas que devem ser realizadas
em silêncio e de maneira ordenada. No nal, o educador comena as reações e observações dos
esudanes e desaca alguns ponos mais imporanes (expliciados mais adiane).
Esas são as insruções a ransmir aos esudanes: (É imporane respeiar o empo previso para
cada eapa.)
. O som do papel ( minuos)
• 10 segundos com o ouvido no papel (em busca do som do papel).
• 15 segundos agiando a olha de papel no ar, segurando-a por uma pona (produzindo
o som com papel).
• 10 segundos amassando a olha de papel (produzindo ouro som com papel).
• 10 segundos desamassando a olha de papel (produzindo mais um som dierene com
papel).
• 15 segundos agiando a olha de papel desamassada no ar, segurando-a por uma pona
(silenciando o som do papel).
. Olhar na are
° momeno ( minuos): Examinar as obras de are reproduzidas no Anexo e, se possí-
vel, projeadas pelo educador.
° momeno ( minuos): Reexaminar as mesmas obras de are reproduzidas no Anexo ,
agora com a inenção de arquivá-las na memória, com oal liberdade de criério – pode
ser goso, po, cor, eslo, nome do arsa... Qualquer escolha é válida, já que se raa de
uma organização inerna da percepção. (Se alguém maniesar desejo de anoar para aju-
dar a regisrar, nada conra!)
. Conclusão
A ideia é levá-los a noar que (a) a inenção é deerminane na qualidade da observação e
da percepção; (b) aprender a capurar e esabelecer caegorias para os esmulos é condi-
ção para abrir horizones e iniciar uma rajeória de experiências que levam à sabedoria; e
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
266 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
(c) qualquer elemeno exerno, com aenção e inenção, pode ser relacionado ao mundo
inerno e servir de apoio para a reexão. Alguém já disse que um olo pode olhar para o
universo e nada enxergar, mas um sábio pode olhar para a pona de um alnee e a parr
dela imaginar o universo.
Parece muia coisa para alcançar em poucos minuos? Não se preocupe. Sabedoria é coisa ardia,
mas, como udo na vida, começa em semene que precisa de condições para broar em algum mo-
meno. É por isso que usamos acima a palavra “noar”, no sendo de “reparar, observar, aenar”.
Num primeiro momeno, já é um avanço imporane que os esudanes notem que a inenção de
capar mais e melhor muda a qualidade da aquisição de esmulos e inormações; e o progresso
é ainda mais signicavo se, além disso, eles se derem cona de que podem criar inernamene
muias caegorias que vão além do “goso/não goso” e do “bonio/eio”, que bloqueiam anas
ouras possibilidades de percepção.
Nos ponos a seguir você enconra algumas anoações que podem ajudar a siuar, organizar e
orienar seus comenários a parr das resposas dos esudanes.
• Perceber e selecionar: selecionar é escolher ou rejeiar as percepções. Abrir-se para
perceber é pré-requisio para uma vida mais criava e dinâmica. Há pessoas hoss
ou indierenes à culura e às ares (o que gera esreieza de espírio); há ouras que,
ao conrário, querem udo absorver; os mais produvos e criavos são os que conse-
guem um bom equilíbrio na seleção das percepções.
• Percepção e experiências pessoais: o meio é vaso demais para que alguém possa
conhecê-lo oalmene. Cada novo elemeno percebido abre uma rede de possibilida-
des de novos signicados e descoberas. Cada um cria suas próprias esraégias para
eviar a sobrecarga, e por isso ende a perceber o que é signicavo à luz de suas
próprias experiências.
• Perceber e criar: criar supõe uma cera “gula” para perceber e disposição para criar
novas caegorias e modos mais exíveis e porosos de organizar o que se percebe.
Quano mais variadas orem as caegorias que uma pessoa esabelece para organizar
suas percepções, mais acilidade vai er para “recuperá-las” ou acessá-las (esse é o
sendo do segundo momeno da avidade “Olhar na are”).
• Quano mais recursos inernos mobilizarmos para perceber, mais penerane é a
percepção.
Objetivo
Desenvolvimento
Os esudanes leem individualmene os dois rechos proposos (um poema de Carlos Drummond
de Andrade e um recho da auobiograa de Jean-Paul Sarre em que o lósoo revela suas dicul-
dades de criança soliária). Ambos oram escolhidos por sua qualidade lierária e pela abundância
de exemplos que oerecem de dierenes impacos possíveis nos leiores (empaa, idencação,
desconhecimeno de vocabulário, surpresa, emoção...). Espera-se, é claro, que os exos ambém
agradem aos esudanes e desperem a vonade de prosseguir a leiura desses e de ouros auores.
Para que serve pedir que o esudane idenque os impacos que a leiura lhe causa?
Nosso modo de perceber inuencia a maneira como organizamos nossas lembranças e impressões.
Na maioria das siuações escolares, os esudanes recebem esruuras pronas para organizar o que
percebem (nos livros didácos, nos exercícios, nas insruções...). Mas a maioria das experiências de
nossa vida não vem com insruções sobre o que devemos azer e como podemos organizar. E é aí
que enra a necessidade e a imporância de desenvolver uma esruura de organização inerna que
aça sendo. Esa avidade é um exemplo simples de rabalho de educação no sendo de avore-
cer essa organização inerna que só o próprio esudane pode empreender. Recorrer a esse po de
anoação pode avorecer e aciliar ouras leiuras em dierenes siuações e disciplinas, o que, por
sua vez, reorçará a consrução de uma “organização inerna que aça sendo”.
Os dierenes olhares que aparecem nos dois exos podem ser um assuno rico e dar “bom pano
para manga”, se o educador ver oporunidade de azer comenários em algum momeno da a-
vidade: no exo de Sarre, o olhar de admiração do menino, o não-olhar das ouras crianças que
brincam no parque, o olhar aeuoso e compreensivo da mãe, o olhar do menino com relação a
si mesmo (uma espécie de super-herói no “poleiro” do aparameno e um racoe na presença de
ouras crianças); no poema de Drummond, o olhar irônico que arma ver uma igualdade genera-
lizada e uma só dierença, que ele siua em quem cria/produz oda a diversidade que ele arma
como “igual”.
Objetivos
Desenvolvimento
esá presene na vida dos esudanes, mesmo que por vias indireas. É o momeno, ambém, de
enazar a disponibilidade local de acesso às dierenes ares e a imporância da aberura para co-
nhecer dierenes maniesações arscas, em lugar de se echar no “goso/não goso”.
Avaliação
Em casa (Anexo 3)
) Móbile: Eu e as ares
A avidade dá oporunidade ao esudane para revisar e organizar o que oi lido em aula sobre as
ares do século XXI, e ambém para siuar-se com relação ao espaço de cada uma dessas ma-
niesações em sua vida aé o momeno. Não há resposas ceras ou erradas: há, iso sim, poras
que podem se abrir para novas possibilidades de aprimorameno, renameno de percepção e
criavidade, por inermédio do conao com are.
Uma conversa com o educador sobre o móbile individual pode ajudar o esudane a idencar
possibilidades de ampliar e aprimorar seu convívio com a are, levando em cona suas caracerís-
cas pessoais, seu goso e a disponibilidade de recursos na comunidade. É imporane lembrar que
não se raa de uma quesão de “culvar-se” para ser mais adequado, e sim de exercer seu direio
de acesso a um parimônio culural que lhe permie ampliar horizones e melhorar sua capacidade
de ver o mundo em oda a sua diversidade e riqueza.
Na seção “Vale a pena ver”, lisamos vários links para visias viruais a museus. O educador pode
deixar que os esudanes escolham livremene, porém, em alguns casos, é melhor ornecer uma
lisa de alernavas para a avidade de casa, especialmene quando a disponibilidade de conexão
ou de empo or mais resria.
A conracapa do livro Balaio: Livros e leituras, de Ana Maria Machado*, já deixa claro por que ler
lieraura é imporane:
“É necessário que uma sociedade que se quer democráca seja capaz de
garanr a odos o acesso aos primeiros livros de lieraura. E, em seguida,
mosrar o caminho para que o leior possa seguir sozinho com as leiuras
que irão acompanhá-lo por oda a vida. Só livro didáco ou leiura de apri-
morameno prossional e inormação sobre o mundo são absoluamene
insucienes. Nem ao menos são prioriários. É preciso ler lieraura, em
diea variada, incluindo livros dierenes, de auores diversos, de eslos
variados, de muias épocas. Nada se compara a ela a esse respeio.”
“Ao não ler a palavra, os povos subsuem essa avidade por uma mera
leiura de imagens, que vem se somar à sua leiura do mundo imediao
que os cerca. São leiuras imporanes, mas que não basam. Populações
que se limiam a elas viram presas áceis da supercialidade e dos chavões
dos discursos vazios, enganadores e populisas.”
“Em ouras palavras, para car bem claro: leiura de lieraura é um pas-
seio, não é uma expedição comercial ineressada em ober vanagens,
cuja imporância possa ser medida em ermos uliários para o consumo.
Não é um ao predador, é um momeno de prazer.”
Mais adiane, Ana Maria Machado cia o escrior e lósoo ialiano Íalo Calvino, que armou que
há coisas que só a lieraura pode nos dar. Uma delas é a incorporação, pelo leior, de uma rede
porál de possibilidades innias, capaz de norear odos os gesos de sua exisência.
* A escriora brasileira Ana Maria Machado ocupa a cadeira número da Academia Brasileira de
Leras desde 00. Foi a primeira vez que um auor de livros inans oi eleio para a ABL.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
270 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Na Estante
55
56
Anexo 1
Seu educador vai ornecer as insruções para a sequência de avidades abaixo. É imporane que
elas sejam eias em silêncio. Você poderá azer comenários depois, no momeno da conclusão.
• O som do papel ( min)
• Olhar e ver ( min)
• Olhar em busca ( min)
• Olhar na are
57
58
59 60
Rerao de seu lho Nicolas, A mãe do arsa, de Albrech Dürer (5)
de Peer Paul Rubens (cerca de 60).
61
Quaro de hoel, de Edward Hopper ()
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
274 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
62
Noie esrelada, de Vincen Van Gogh ()
63
64
66
67
A vaidade, de Edward Collier (66)
68
Anexo 2
”
então, é como aprender a viver: não termina nunca.98
Leia os dois exos a seguir. Use lápis de cor ou caneas coloridas para azer as marcações
soliciadas, durane a leiura.
• Se uma pare do exo lhe parece conusa, sublinhe-a usando marrom.
• Se uma pare do exo parece er uma ligação com sua própria vida, sublinhe-a usan-
do roxo.
• Oura maneira de anoar é azer pergunas sobre o exo. Usa vermelho para esse po
de anoação.
• Se você enconra uma palavra que desconhece e não consegue enender por meio do
próprio exo, marque-a em amarelo.
• Se um recho do exo emociona você, marque-o em azul.
• Se um recho lhe parece poéco, use preto para sublinhá-lo.
• Se um recho lhe abre uma perspecva dierene ou novos horizones, use verde para
marcá-lo.
• Use laranja para marcar um recho que lhe pareça especialmene ineressane.
Texo 99
IGUAL-DESIGUAL
Eu desconava:
odas as hisórias em quadrinhos são iguais.
Todos os lmes nore-americanos são iguais.
Todos os lmes de odos os países são iguais.
Todos os bes-sellers são iguais
Todos os campeonaos nacionais e inernacionais de uebol
[são iguais.
Todos os pardos polícos
são iguais.
Todas as mulheres que andam na moda
são iguais.
Todas as experiências de sexo
são iguais.
Todos os soneos, gazéis, virelais, sexnas e rondós são iguais
e odos, odos
os poemas em verso livre são enadonhamene iguais.
Texo 100
Havia uma oura verdade. Crianças brincavam nos erraços do Jardim de Luxemburgo, eu me
aproximava delas, elas esbarravam em mim sem me ver, eu olhava para elas com olhos de po-
bre: como elas eram ores e rápidas! Como eram belas! Diane daqueles heróis de carne e osso,
eu perdia minha ineligência prodigiosa, meu saber universal, minha musculaura aléca, minha
desreza de valenão; encosado a uma árvore, eu esperava. Basaria uma só palavra griada pelo
chee do bando: "Vem, Pardaillan, é você que vai ser o prisioneiro", eu eria abandonado meus
privilégios. Eu caria conene aé mesmo com um papel mudo. eria aceiado com enusiasmo a-
zer o papel do erido na maca, ou aé de um moro. Nem ve oporunidade: eu nha enconrado
meus verdadeiros juízes, meus conemporâneos, meus pares, e a indierença deles me condena-
va. Eu mal conseguia acrediar, ao me descobrir pelo olhar deles: nem uma maravilha nem um es-
pano, um magrelo que não ineressava a ninguém. Minha mãe disarçava mal sua indignação. [...]
Vendo que ninguém queria me convidar para brincar, […] para me salvar do desespero ela ngia
impaciência: “O que é que você esá esperando, seu bobão? Pergune se eles querem brincar com
você." Eu sacudia a cabeça: eu eria aceiado as areas mais baixas, mas meu orgulho me impedia
de soliciá-las. Ela mosrava as senhoras que ricoavam nas cadeiras de meal: "Você quer que eu
ale com as mães deles?” Eu suplicava para que ele não zesse nada. Ela me pegava pela mão, nós
paramos, de árvore em árvore, de grupo em grupo, sempre imploranes, sempre excluídos. Na
hora do pôr-do-sol, eu reenconrava meu poleiro, os lugares elevados do sopro do espírio, meus
sonhos: eu me vingava das humilhações com meia dúzia de palavras de criança e o massacre de
cem soldadinhos. Não impora: a coisa não uncionava.
Carlos Drummond de Andrade é um dos maiores poeas da lieraura brasileira. Também escre-
veu conos e crônicas, mas é a poesia que o ornou conhecido no mundo odo. Nasceu em 0 e
morreu em . Ele deendia a liberdade no uso das palavras e ugia das ormas convencionais,
ao escrever versos livres e sem rimas.
Jean-Paul Sarre é um dos mais conhecidos lósoos e escriores do século XX. Nasceu na França
em 05 e morreu em 0. Sua inuência oi enorme no pensameno de oda a geração nas-
cida enre os anos 0 e os anos 0. Ele acrediava que nós somos a soma de nossos aos, somos
responsáveis por eles e nos consruímos por meio deles. Em 6, ano em que escreveu sua au-
obiograa As palavras (da qual az pare o recho que você leu), Sarre recusou o prêmio Nobel
de lieraura que lhe oi aribuído, por julgar que ser premiado pelo que escrevia era incoerene
com seus valores.
No início do século XX, a grande novidade chamada “cinema” ganhou saus de ª are, por inicia-
va de um esudioso e críco ialiano chamado Ricioo Canudo.
De lá para cá, a lisa de see ares aumenou para , com a inclusão de ouras ormas de ex-
pressão que passaram a ser consideradas ares. As mais recenes combinam as aneriores, o que
conrma uma das caraceríscas mais marcanes dos séculos XX e XXI: a eliminação de roneiras
e a ineração enre dierenes saberes.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
280 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
A numeração das ares não indica ordem cronológica nem superioridade: esá ligada ao hábio de
esabelecer números para designar deerminadas maniesações arscas. Não exise consenso
quano a essa numeração, e as lisas de dierenes auores nem sempre incluem as mesmas ares.
Anexo 3
Em casa
) Móbile: eu e as ares
69
Você hoje leu sobre o salo de see para ar-
es nos úlmos 00 anos, e conversou sobre a
imporância da aberura para as maniesações
arscas no desenvolvimeno de compeências
pessoais, inerpessoais, sociais e prossionais.
O esquema ao lado represena um móbile, que
é um po de esculura móvel, leve e delicada-
mene equilibrada, que surgiu no século XX,
com o esculor e pinor nore-americano Ale-
xander Calder. O móbile é um símbolo pereio
para o modo como nossas aprendizagens de-
vem se diversicar de maneira equilibrada, sem
rigidez, em consane movimeno e ineração.
Para refer:
Are e culura azem bem à saúde101
Um grupo de ciensas noruegueses publicou em maio de 0 as conclusões de uma aula que
envolveu mais de 50 mil pessoas. Os resulados indicam que as pessoas que êm regularmene
avidades culurais (requenar museus, assisr a peças de earo, ocar insrumenos musicais e
pinar, por exemplo) são menos propensas a sorer de ansiedade e depressão, são mais saudá-
veis e êm uma vida mais sasaória.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 283
70
(...) Viver é esar consanemene omando decisões. É lógico que isso gera angúsa. E nem sem-
pre só pelo resulado, que pode aé ser posivo, mas pela própria dissonância cogniva criada
no processo, pela ansiedade desencadeada após a omada e, isso é pior, pelo grande número de
decisões que emos de omar odos os dias.
Esse movimeno de angúsa, quando não devidamene ressignicado e ransormado em gaso-
lina em nosso moor, pode gerar as ão conhecidas doenças psicossomácas. Enão a culpa é do
livre-arbírio?
Sem er alguém para culpar pelas nossas decisões (Somos ou não somos responsáveis por elas?)
nos vemos imediaamene sozinhos com a responsabilidade. Isso é bom, quando sabemos admi-
nisrar com equilíbrio e bom senso. O segredo esá em como pensamos sobre nosso caminho à
rene e não como pensamos sobre o que já caminhamos. Perdemos muio empo avaliando as
alhas e esquecemos como podemos ulizar iso para eviar uuros erros (...).102
Esa aula propõe uma discussão sobre a relação exisene enre o pensameno e o senmeno no
processo de omada de decisões. Aravés dela o esudane descobre como é possível idencar
escolhas levando em consideração as opções exisenes, bem como, enre ouras coisas impor-
anes, a buscar ações/ponos que os ajudem a ser mais conane em suas decisões.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
284 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Objetivos Gerais
Roteiro
PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO
Objetivos
Desenvolvimento
º momeno:
Quando odos verem respondido às quesões, abra espaço para comparlharem suas resposas
com a urma oda. Em linhas gerais a inerpreação do cono deve girar em orno da capacidade
que odos possuem de realizar seus desejos e sonhos.
A relação que se pode esabelecer enre: Decisões x Desejos x Confios é que as nossas decisões
são inuenciadas por nossos desejos, sendo comum enrarmos em conio quando as escolhas
que azemos implicam a não realização dos nossos desejos – Frusração. Porano, é imporane
er clareza sobre aquilo que somos e o que queremos ser para que odas as nossas decisões se
encaixem harmoniosamene nessa relação.
Quano aos mecanismos de omada de decisão que se dá enre o pensameno e o senmeno,
os esudanes podem dizer que nem udo o que queremos azer/decidir aconece de acordo com
o que pensamos (razão). Pois, o pensameno é inuenciado por nossos senmenos/emoções,
sendo necessário por isso, buscar um equilíbrio enre os dois ponos – nem podemos ser omados
pelos senmenos/emoções e ampouco somene pela razão. Para enender um pouco melhor,
vale a explicação: “O pensameno (Thinking = T) escolhe decisões baseadas em princípios e em
consequências lógicas, enquano o senmeno (Feeling = F) escolhe decisões baseadas em valo-
res e consequências para as pessoas. O pensameno ocaliza a crença básica ou princípio a ser
aplicado a uma deerminada siuação envolvida. Analisa os prós e os conras e se a siuação é
consisene e lógica para decidir. Tena ser impessoal e não deixa que seus ineresses individuais
ou de ouras pessoas inuenciem suas decisões. Pelo conrário, o senmeno acredia que pode
omar decisões ponderando os ponos de visas das pessoas envolvidas na siuação. Focaliza mais
valores e busca o melhor para as pessoas envolvidas, pois quer maner a harmonia”(...).103
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
286 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Na quesão , os esudanes devem, sem regras, escrever um desejo. Porém, na quesão , eles
devem ser capazes de idencar algumas opções de escolhas disnas daquilo que desejam, le-
vando em consideração odas as opções reais. Essa quesão os ajuda a ampliar a visão esreia
sobre o que desejam e ambém, a saber, ponderar opções disnas simulaneamene. Porém, dei-
xe claro para os esudanes que é necessário considerar apenas as opções mais relevanes. Pois,
reer sobre “milhares” de ouras opções não garane que a melhor decisão será omada, além
de correr o risco de perder o oco sobre o que precisa ser eio.
Ao nal, peça para alguns esudanes comenarem suas resposas sobre o exo (quesões A, B
e C – Anexo ) e se alguém pode alar suas resposas sobre as quesões e . Esse momeno de
aberura com os esudanes é imporane para eles perceberem que oda decisão em relação
prounda com aquilo que queremos.
Objetivos
Na avidade: Playlis (Anexo ), quesão A, os esudanes podem responder anes de omarem
qualquer decisão: buscar inormações e saber inerpreá-las adequadamene, pois,
”
decisão. A informação afasta o medo (...).104
Na quesão B os esudanes podem mencionar: er uma visão esreia das opções a serem levadas
em consideração, buscar apenas inormações que comprovem as próprias crenças, ser omado
pelas emoções, er excesso de conança (acrediar demais nas previsões) ou decidir por inuência
de ouras pessoas, ec.
Na quesão C é previsível que os esudanes ciem ponos conrários ao exposo na quesão an-
erior (Quesão B). Assim, mulplicar as opções de escolhas, disanciar-se da realidade um pouco
anes de decidir, podem ser algumas das resposas. Nesse momeno, ajude os esudanes a consi-
derarem uma lisa de ópicos sempre que precisarem omar uma decisão como esa:
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 287
º momeno:
Na avidade em grupo: Paralisia oal (Anexo ) – peça para os esudanes se organizarem em
duplas para a leiura do exo Decisões Liberadoras, para que possam discur as quesões pro-
posas em seguida.
Na quesão A, os esudanes são levados a reerem sobre a responsabilidade que as pessoas
ambém assumem quando resolvem não omar decisões necessárias. Pois, opar por “não deci-
dir nada” já é uma decisão e isso raz consequências boas ou ruins sobre as quais emos que dar
cona.
Na quesão B os esudanes são induzidos a rearmarem o que o próprio exo: Decisões Liber-
tadoras deende como ideia principal. É preciso explicar a eles que o sorimeno causado pela
indecisão é prolongado e muio mais penoso. Não er a capacidade de deerminação sobre as
quesões da própria vida implica rusrações por oda uma exisência. Pessoas que não possuem
poder decisório são inelizes porque se senem rusradas, incapazes, vímas, ec.
Na quesão C os esudanes podem armar que o sendo para a própria vida esá no simples ao
de podermos escolher e decidir a própria vida – sermos proagonisas da própria vida. Ter consci-
ência do que queremos e para onde vamos quando omamos ceras decisões. É preciso explicar
aos esudanes que se quisermos chegar mais pero da nossa realização pessoal emos que omar
decisões que esejam de acordo com o que queremos alcançar.
De acordo com as resposas deles, você pode quesonar, de maneira geral, quanos deles deixam
as “águas correrem” – são levados pelas circunsâncias ou conormismo diane da própria vida?
Ao nal, peça para que algumas duplas coloquem suas resposas para a urma. É imporane pro-
porcionar aos esudanes uma discussão mais ampla sobre os ponos levanados pelas quesões.
Caso necessário, você pode enriquecer as reexões procurando saber dos esudanes o que eles
acham das pessoas que omam decisões, querem “mais” da própria vida e de si mesmas depois
que algo ruim/experiência negava as acomeem ou sobre as pessoas que reclamam da vida e
acham que mereciam viver numa realidade melhor, sem ao menos gerarem uma mudança posi-
va em si mesmas.
Por m, peça para que odos reiam sobre suas próprias ações/posuras e repensem o quano
esão azendo escolhas e omando decisões que conribuem para a realização dos seus projeos
de vidas – FELICIDADE.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
288 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Avaliação
Observe como os esudanes encaram o processo de decisão. É necessário perceber como eles
conam e acrediam em si mesmos, na capacidade que possuem em azer escolhas e decidirem
de acordo com o que querem e esperam do uuro – Sonhos (Realização pessoal). Inicialmene,
é muio válido analisar como odos demonsram lidar com as próprias emoções num processo
de omada de decisões diceis. Assim, aene para a maneira como os esudanes, durane as
discussões das avidades, mencionam algumas de suas rusrações, perdas ou conquisas. Você
pode noar que alguns esudanes possuem problemas de auoesma/auoaceiação e são muio
auocrícos, o que orna muio doloroso o processo de omada de decisões deles. Isso, porque,
geralmene, a imagem negava que eles êm de si mesmo o azem desacrediar da asservidade
de suas decisões – Basa algo sair errado para logo pensarem assim. O processo de decisão orna-
-se algo desruvo e não saudável. Caso consiga idencar alguns desses esudanes procure nas
próximas aulas melhorar a posura deles.
Em casa (Anexo 3)
Respostas e comentários
A avidade: O caminho das pedras deve proporcionar aos esudanes uma reexão sobre o ge-
renciameno das próprias emoções envolvidas num processo decisório. Espera-se que eles con-
sigam reconhecer que nem sempre conseguimos decidir o melhor e o cero, pois, isso depende
muio do nosso equilíbrio emocional, dos valores que colocamos em jogo na siuação, da clareza
que emos enre o que somos e queremos ser na vida, além das inererências do conexo que
soremos. É preciso que eles exponham que erramos e perdemos a odo insane na vida. Des-
de pequenos é exigido de nós a superação de algumas perdas, caso conrário ainda esaríamos
mamando no peio das nossas mães. A orma como encaramos essa quesão em sendo com o
quano aprendemos a ser humildes e o quano nos dispomos a aprender e crescer na vida.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 289
Anexo 1
Abaixo segue uma nova versão do cono Aladim e o Gênio da Lâmpada Maravilhosa escria por
Virgílio Vasconcelos Vilela (Especialisa em mapas menais e Programação Neurolinguísca). Leia
o exo e discua com os colegas de classe as quesões que a seguem.
O Gênio ez um geso e de sua mão saiu um eixe de luz esverdeada na direção do coração de Ala-
dim. Ese eve uma alucinação, como um sonho, de viver com uma mulher bela, sábia e carinhosa
por vários anos. E viu-se enão enjoado, não a queria mais depois de ano empo. Volando à
realidade, Aladim lembrou-se das cenas e viu que aquele desejo ambém não poderia ser aendi-
do. Enriseceu-se, pensando que jamais poderia querer e connuar querendo algo sem conios.
Algo aparenemene aconeceu. O roso de Aladim iluminou-se, e ele se empergou odo para
dizer ao Gênio que já sabia o que queria.
—Sim? O Gênio oi lacônico. Aladim compleou, em um só ôlego:
—Eu desejo que você me dê à capacidade de realizar os desejos que eu imaginar em minha mene,
sem conios!
Algo inesperado aconeceu: o Gênio oi se solando da lâmpada, ormaram-se duas pernas com-
pleas no seu corpo e ele desceu devagar aé nalmene se apoiar no chão, em rene a Aladim,
que o olhava com um ar inerrogador.
—Obrigado, disse o Gênio, sorridene. Esava escrio que eu seria liberado quando alguém pe-
disse algo que já vesse!
Para Refer:
(...) Quando as pessoas imaginam que não podem conar com uma opção, elas são orçadas a
mover seu holooe menal para ouro lugar – e movê-lo basane -, muias vezes pela primeira
vez em muio empo. (Em conraparda, quando as pessoas são soliciadas a “pensar em oura
opção”, em geral se limiam, sem muio enusiasmo, a mover o holooe apenas alguns cenme-
ros, sugerindo apenas uma pequena variação de uma alernava exisene.)
O velho diado “A necessidade é a invenção” parece se aplicar a esse caso. Enquano não ormos or-
çados a nos sair como uma nova opção, provavelmene nos aeremos às opções que já emos (...).
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 291
Anexo 2
Ainda quando crianças vamos adquirindo aos poucos a nossa independência. Com alguns anos de
idade se orna cada vez mais ácil comer sozinho, amarrar o cadarço do sapao e aé subir sem aju-
da de ninguém naquele brinquedo alo do parque. Essas conquisas aconecem numa velocidade
ão grande que a nossa imauridade não nos deixa percebê-las. À medida que nos aproximamos
da adolescência passamos a enender que essa independência em relação com aquilo que que-
remos ou necessiamos. Rapidamene luamos por querer decidir e escolher livremene udo que
diz respeio a nossa vida. Porém, nem sempre sabemos a melhor maneira e momeno para azer
isso. A respeio disso, cie nos iens abaixo:
a) Duas coisas imporanes que devemos considerar anes de omar qualquer decisão:
b) Quaro coisas que, porvenura, prejudicam você na clareza das suas decisões:
c) De acordo com o que você respondeu na quesão anerior, cinco coisas que você po-
deria azer para omar decisões aceradas em sua vida ou para ser mais conane em
suas escolhas?
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
292 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Anexo 3
A parr da leiura do exo que segue, discua com o seu colega as seguines indagações:
a) Não decidir nada já é uma decisão?
b) O peso da indecisão é maior que a mais dolorosa das decisões?
c) Quem não oma decisões dicilmene erá o conrole da própria vida?
Para Refer:
Na Estante
71
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
294 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
72
A abundância de livros de auoajuda para realizar (e realizar-se) já ornece uma indicação sobre o
amanho da diculdade que as pessoas enconram para "ornar real" alguma coisa e, por exen-
são, a si mesmas… Digiar "livros para realizar-se" no moor de busca Google raz cerca de 6 00
000 resulados em 0,5 segundos. Se inormação basasse para ornar-se uma pessoa realizadora,
esaríamos bem servidos: por que sonhar se não para realizar, você pode realizar seus sonhos,
como se ornar uma bailarina para realizar seu sonho de dançar, see maneiras de ajudar seu lho
a se realizar, o impossível ele pode realizar, o poder de realizar seus sonhos...
Esa é uma aula de reexão, e não de indicação de erramenas para realizar. Enazam-se coisas
como o diálogo inerior, para que os esudanes percebam que realizar é indissociável de sua ba-
gagem inerna, de suas experiências, de suas aquisições. O diálogo inerior é o campo do coejo,
da conronação das ideias de “azer” com os valores, com a esma e a auoesma, com as apren-
dizagens, com a auoconança, com os modos de perceber, com odos os conceios e princípios,
enm, que emos rabalhado no marco do Projeo de Vida.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 295
Objetivos Gerais
Roteiro
PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO
Avidade em grupo:
Leiura em grupo seguida de discussão com
“Como as coisas se 5 minuos
os colegas.
ornam reais?”
Avidade individual:
Escrever 0 conselhos que ajude a realizar o
0 conselhos para quem minuos
que quer.
quer realizar.
Objetivos
Desenvolvimento
Os esudanes leem em grupos e rocam ideias durane a leiura dos exos (Anexo ). O educador
pode sugerir que açam anoações e desaquem as pares do exo que lhes parecerem mais im-
poranes. Isso vai aciliar a realização da avidade individual que vem a seguir.
Objetivos
Desenvolvimento
Os esudanes redigem 0 conselhos para realizar, numa olha sola (que será rocada com um
colega para a avidade realizada em casa). Sugerimos que o educador oriene no sendo de que
os esudanes comecem o aconselhameno pelo que lhes parece mais dicil, de acordo com suas
vivências.
Objetivos
Desenvolvimento
Os esudanes rocam com os colegas as olhas em que escreveram seus “0 conselhos para quem
quer realizar”, para a avidade em casa (a olha será devolvida aos auores com os comenários).
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 297
Avaliação
Em casa (Anexo 2)
Objevos da avidade em casa:
• Comenar o que o colega escreveu dando mosras de isenção e respeio.
Os esudanes leem os conselhos escrios por um colega e escrevem um comenário livre a parr
dos mesmos. Não se raa de avaliar nem de cricar o coneúdo e a orma do que o colega escre-
veu, e sim de roca de ideias a parr de coneúdos alheios ornados comuns (ou seja, comunica-
dos). É nesse sendo que o educador pode orienar seus comenários e vericar a adequação ou
não da resposa dada pelo leior-comenarisa dos conselhos redigidos pelo colega. Cabe igual-
mene avaliar se houve cuidado para ornar claro e legível o comenário.
Para Refer:
Cabeça e coração para realizar: a é não cosuma “aiá”
Por que “aiá” e não “alhar”? É o próprio Gilbero Gil, auor dessa música cheia de energias para
realizar, que explica, em seu sie:
A é e a "aia" - "O uso do 'aiá' é assumido com a inenção de legimar
uma orma chula conra a hegemonia do bem-alar das elies. É uma ho-
menagem ao linguajar caipira, ao modo popular mineiro, paulisa, baiano
- brasileiro, enm - de alar 'alhar' no inerior. É quase como se a rase
da canção não pudesse ser verdade se o verbo osse pronunciado cor-
reamene - o que seria um erro... Ouro dia comeeram esse 'deslize' na
Bahia, ao ulizarem a expressão na promoção de uma campanha de cino
de segurança. Nos ou-doors, saiu: 'A é não cosuma alhar' (a propagan-
da associava o cino à nha do Senhor do Bonm). Eu deixei, mas achei a
correção desnecessária."
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
298 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Que a é á na mulher
A é á na cobra coral
Ô-ô
Num pedaço de pão
A é á na maré
Na lâmina de um punhal
Ô-ô
Na luz, na escuridão
A é á na manhã
A é á no anoiecer
Ô-ô
No calor do verão
A é á viva e sã
A é ambém á pra morrer
Ô-ô
Trise na solidão
Preencha cada coluna inuivamene, com cores, ormas, desenhos e palavras que represenem
suas ideias e emoções com relação ao ema. Observe como cou a página preenchida e escreva
suas reexões.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
300 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Anexo 1
Sugerimos que você aça anoações durane a leiura e marque as pares do exo que lhe pare-
çam especialmene imporanes ou sobre as quais enha dúvidas.
Não exisem receias mágicas para REALIZAR, mas exisem, sim, alguns caminhos que ornam a
realização das coisas viável. Vamos alar de alguns desses caminhos mais adiane. Prese aenção
nesa palavra, viável, que quer dizer, lieralmene, que pode ser percorrido; ransiável; em que é
possível abrir caminho ou passagem. Para complear esa ideia de possibilidade de abrir caminho,
nada melhor que razer esas palavras do poea espanhol Anonio Machado:
”
caminho, o caminho se faz ao andar.110
Diálogo inerior
É no seu mundo inerior que se enconra a principal maéria-prima para realizar. Num diálogo
inerior, você oma a palavra para dirigir-se a si mesmo:
A deliberação inerior, o debae consigo mesmo é um dos recursos mais
imporanes para mudar a si mesmo, ponderar sobre o curso do próprio
desno. (…)
Como são requenes as ocasiões em que a pessoa dialoga consigo mes-
ma! Quanas vezes nos enconramos diane de uma decisão a omar e
avaliamos, denro de nós mesmos, os prós e os conras! Quanas vezes
discordamos de nós mesmos, a pono de senrmos que um conio se ins-
ala denro de nós, e nos leva a discussões incessanes enre “mim” e “eu
mesmo”! É assim que nos ransormamos, em consequência desse diálogo
inerior. O poder de mudança da palavra se aplica não somene às pessoas
a quem nos dirigimos, mas igualmene a nós mesmos como desnaários
parculares de nossa própria palavra.
Esse diálogo inerior, essa palavra auodirigida, nunca são ão visíveis
quano no momeno de omar uma decisão. Há dierenes méodos para
azer isso, é claro. A gene pode, por exemplo, de uma maneira arcaica,
enregar-se ao “desno”, ou à inerpreação de “sinais” que indicariam
que é melhor ir numa direção e não em oura. Também podemos deixar
as coisas aconecerem e seguir a inclinação que os evenos indicam – o
que é uma variane do “aalismo” e do “arcaísmo”. Podemos racionalizar
udo isso e azer de cona que acrediamos em nossa “esrela da sore, ou
ainda dizer a nós mesmos que, de qualquer maneira, seja o que or que
zermos, não vai aconecer coisíssima nenhuma.
Mas ambém podemos romper com a passividade, passar para o lado da
ação e “omar a palavra” em seu oro inerior, escuar as dierenes vozes
denro de nós, ponderar, dizer em silêncio os nossos prós e conras. Nosso
inerior enão preenchido de palavras, aé que a palavra jusa alimene a
decisão que é enão omada e se impõe como al.111
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
302 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Pensameno e opinião
As rocas humanas abrem os olhos para novas possibilidades, apoio, necessidade de correções e
adapações – com a condição que as pessoas não se agarrem com unhas e denes a suas opiniões.
”
Pode-se dizer que opinião é o pensameno anes do raciocínio. Um mae-
rial ainda bruo, desordenado, sem esruura, um aglomerado de ideias
que não passaram pelo crivo da críca.
(...) Não reivindico a liberdade de opinião. Exprimir ceras opiniões em
público é, com jusça, proibido por lei, como no caso das opiniões racisas
ou discriminaórias. Mas deendo a liberdade de raciocinar e argumenar
sobre odas as opiniões.
(...) O exercício do pensameno serve para dar precisão ao nosso olhar so-
bre a realidade. No início, só emos inormações parciais, mais ou menos
coerenes. Elas nos permiem ormar uma “opinião”. Mas isso nada mais é
do que um jeio de disarçar nossa ala de enendimeno.
(...) Muias vezes nos “abrigamos” por rás do pensameno da maioria,
como se o ao de ser uma opinião de maioria nos inuenciasse. Nós per-
encemos à comunidade humana. Essa inserção no ecido das relações
humanas é que orna ão ore a ideia amplamene comparlhada. Ela
chega a cada um por muios canais dierenes, o que dicula o exercício
da críca. É assim que nascem e se espalham os rumores. E aí vem uma
espécie de preguiça de reer e cricar. É ão mais ácil abrigar-se no con-
ormismo das ideias da quase unanimidade... É preciso aprender a não se
conenar com esse “sono” da ineligência. Isso se aprende, principalmen-
e na escola. É preciso que a escola insisa na necessidade de desconar
da uniormidade, e mais ainda dos movimenos de muldões pelos quais
é ão ácil e enador se deixar levar.112
Quando uma pessoa deermina que vai ngir seu cabelo de vermelho, por exemplo, ela considera
que essa é a melhor decisão, porque combina com a cor de sua pele ou esá mais de acordo com
seu goso. Esse po de deerminação não exige que se pense muio. Ouras deerminações, po-
rém, exigem empo e reexão cuidadosa anes de serem denidas.
Deerminação não é esperança ou vonade: é uma escolha de seguir em uma direção. Para de-
erminar-se, a pessoa precisa er meas claras, convicção de que irá alcançá-las, disposição para
procurar os recursos e azer os esorços necessários para isso. Quem não em meas não pode
ser deerminado, pois não sabe o que quer alcançar ou onde quer chegar. E mais: quem em de-
erminação consegue persisr quando as coisas não saem exaamene como esavam previsas.
Meas, orça inerior (convicção) e conança de que o que se deseja será alcançado – a combina-
ção dessas coisas é que gera deerminação. Sem orça e conança, as meas não se realizam; com
orça e conança mas sem meas, a pessoa ca na inenção e na esperança.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
304 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Anexo 2
Após ler e discur com seu grupo na avidade , você em elemenos para azer uma sínese em
orma de conselhos para realizar. E em oura one imporanssima de reerência que merece
ser lembrada e ulizada: os exemplos de pessoas que você conhece (ou de quem ouviu alar)
que demonsraram capacidade de realizar. Pense nessas pessoas e em suas realizações, por mais
simples que sejam, e procure exrair daí mais alguns elemenos para escrever seus “0 conselhos
para realizar”.
Escreva seus “ conselhos para realizar” em uma olha sola, que depois será rocada com a de
um colega para a avidade em casa.
Em casa
Você recebeu de um colega “0 conselhos para realizar”. Seu rabalho é ler e comenar o que co-
lega escreveu. Não se raa de cricar nem de avaliar, e sim de dialogar.
Para refer:
Quano aças, supremamene aze113
Ricardo Reis (heerônimo de Fernando Pessoa)
/0/
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 305
73
Bu darling
You are he only excepon
You are he only excepon
You are he only excepon
You are he only excepon
Ohh
A Única Exceção
Quando eu era jovem
Eu vi meu pai chorar
E amaldiçoar o veno
Ele paru seu próprio coração
E eu assis
Enquano ele enava conserá-lo
Mas querido
Você é a única exceção
Você é a única exceção
Você é a única exceção
Você é a única exceção
Ohh
Avaliar é, para muios, uma avidade que é realizada apenas ao nal de um processo. Todavia, ao
lermos a lera da música de maior sucesso grupo americano Paramore, 'The only excepon', per-
cebemos que a pessoa que cona sua hisória, consegue avaliar-se dierenemene. Ela consegue
perceber que: "Refer signica volar para si mesmo, aenando para o próprio azer, pensamen-
os, represenações e senmenos. (...) A absração refexionane leva à compreensão e o sujeio
opera sobre os dados percebidos do objeo no sendo de ransormá-lo a parr das relações que
estabelece".115 Iso é, ela consegue aplicar uma das concepções de avaliação que queremos desa-
car nesa aula, a de azê-la consanemene.
Ao analisar várias ases de sua vida, o indivíduo consegue observar e reer sobre sua realidade,
se surpreendendo e avaliando os próximos passos a serem dados para melhoria de sua exisên-
cia. Ele consegue sair de um esado de oal descrédio com relação ao amor, para um esado de
auopermissão e crença de que é possível realizar-se amorosamene. E o que iso em a ver com
esa aula? Tudo!
Tenaremos, aravés dela, conscienzar os esudanes sobre a avaliação connuada e ormava.
Uma avaliação do ouro, de si mesmo e de udo que esá à sua vola, que lhe permirá consruir
seu projeo de vida num consane diálogo inerno e com o ouro, visando a uma melhoria quali-
ava do seu esado aual.
Objetivos Gerais
Roteiro
PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO
Objetivos
Desenvolvimento
Objetivos
Desenvolvimento
A avidade será iniciada com o educador dizendo que a proposa agora será azer uma auo-ava-
liação e que, após a leiura individual do exo, uma quesão será proposa.
O exo cona um ao corriqueiro da vida de qualquer esudane, a apresenação de um rabalho,
e a avidade proposa consise em azer os esudanes escreverem um e-mail para odos os ine-
granes do grupo "civilização egípcia", assumindo o papel de Renê e azendo uma auo-avaliação
de suas audes e comporamenos.
É bem provável que os esudanes, ao assumir o papel de Renê, sinam-se culpados e escrevam
um e-mail julgando alguns dos seus comporamenos, por enenderem que, numa siuação de
rabalho de grupo na escola, é necessário exisr companheirismo e ajuda múua. Porém, a avi-
dade em como objevo principal omenar uma reexão e análise críca da siuação, sem que
isso exclua o caráer subjevo que oda auo-avaliação em. Porano, alguns e-mails devem ser
lidos e ouvidos e é imporane que seja criado em sala um ambiene propício à discussão, no qual
os esudanes possam dizer com quais resposas eles se idencaram mais. Enm, não é uma
avidade que em resposas ceras e erradas, mas uma onde o esudane erá a oporunidade de
mosrar que compreendeu a imporância de avaliar-se para operar mudanças de qualidade em
sua própria vida.
É imporane reorçar para aos esudanes que eles devem escrever em primeira pessoa e não
no condicional, já que eles são Renê agora. Faz-se necessário esmulá-los a escrever o que eles
zeram para resolver (reverer) a siuação.
Avaliação
Tene perceber se o esudane conseguiu enender que avaliamos primeiro para diagnoscar uma
siuação e, segundo, que uma avaliação deve ser um insrumeno de omeno de mudanças de
qualidade na vida de alguém. Que na relação que desenvolvemos com as pessoas, é preciso er-
mos consciência do nosso papel e devemos nos responsabilizar pelas cricas e comenários que
ecemos ao avaliarmos o ouro. Que na consrução de um projeo de vida, há que exisr essa
preocupação com o bem-esar do ouro e que, no que concerne a auo-avaliação, é crucial que
aprendamos a exerciar o diálogo inerno e a reexão, já que eles nos ajudam a vericar as conclu-
sões que chegamos sobre nossas vidas, melhorando signicavamene nossa auoesma.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
312 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Respostas e comentários
) A pessoa que az sua reexão/avaliação sobre sua vida mosra-se basane arrepen-
dida de er e não er eio muias coisas. Se o esudane chegar à conclusão de que
a avaliação é pessimisa, aceie sua opinião. Em uma das esroes, ele diz: "Devia ter
complicado menos, rabalhado menos. Ter viso o sol se pôr." E esa pare pode ser um
dos exemplos que aesam o pessimismo e arrependimeno ciados acima.
) Os esudanes devem escrever seus epiáos e seguindo a linha da avaliação de uma
vida para o omismo e posividade.
Avidade Exra
Sugira que os esudanes preparem um memorial sobre as aulas de projeo de vida. Um memorial
é um documeno que você elabora passo a passo. Nele, impressões sobre sua aprendizagem, os
aceros, as viórias, os avanços, mas ambém as alhas, os momenos diceis, as paradas, as dúvi-
das são descrios. É uma espécie de "diário" no qual você poderá escrever e conar o que esver
senndo, reendo, vivenciando, os gosos e desgosos ao longo de um processo.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 313
Anexo 1
Avaliar é diagnoscar uma siuação para a melhora qualiava de algo e, mesmo não percebendo
isso, cosumamos usar ese mecanismo connuamene durane a execução de muias avidades
diárias; desde a simples area de pensar quanas colheres de açúcar colocamos no suco, aé
quando resolvemos ir ao médico por esarmos com aquela dor que apareceu de repene e não
sabemos de onde veio.
Assim, ser avaliado ambém az pare da vida. Ceramene, muias oram as vezes que você eve
que ser avaliado por alguém e senu que aquela avaliação oi produva ou não. Isso aconece!
Mesmo não sendo especialisas, odos nós sabemos quando uma avaliação nos serviu.
Avaliações que valem a pena são aquelas que aendem ao criério de jusça e visam reraar o
esado aual de algo, subsidiando uma melhora em qualquer aspeco da vida. Sobre reorno e
auo-avaliação, Whimore coloca:
”
e de sua avaliação. Isso é responsabilidade.
Levando isso em consideração, leia a siuação abaixo e responda às quesões que se seguem.
No primeiro dia de aula do primeiro ano do ensino médio de uma escola, o recém-chegado edu-
cador de redação e poruguês pede aos seus esudanes que escrevam uma disseração inu-
lada - “preconceio”. Empolgados com a avidade e querendo conar suas experiências de vida,
os esudanes começam a redigir e, após mais ou menos quarena e cinco minuos do início da
avidade, odos já haviam acabado. No dia seguine, ansiosos e curiosos com comenários do
novo educador sobre suas produções, cada esudane oi chamado à rene para receber sua
disseração e aqui esão cinco das observações eias pelo educador nas olhas dos esudanes:
Esudane - Você não soube como escrever. Suas ideias caram desconexas, não consegui en-
ender sua linha de raciocínio, seus parágraos esão longos e a ponuação deciária. Não sei sua
inenção, mas para azer qualquer curso universiário, é necessário uma melhora urgene.
Esudane - Não gosei da orma como você escreveu. Não há proundidade e sua disseração
pareceu uma conversa inormal qualquer. E, além do mais, você ugiu do ema. Onde esá o pre-
conceio aqui? Você precisa melhorar...
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
314 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Esudane - Sua disseração oi clara e rica em dealhes, mas seu eslo e ormas de escrever
caram muio abaixo do que se espera para um esudane que preende enrar na universidade;
Esudane - Ineressane! Qual é sua opinião sobre sua produção?
Esudane - Gosei! Porém, quei curioso. Qual oi o po de preconceio que você quis abordar
na disseração? Não corrigi seus erros de ponuação, mas oi de propósio. Será que você conse-
guiria desacá-los? Há erros. Foi muio bem escrio e seu eslo é bem jornalísco. Se você osse
convidado a publicar isso, que po de mídia você escolheria para angir seu público?
) Qual esudane recebeu um reorno do educador que condiz com a perspecva de
uma avaliação em prol da melhoria, dando um reorço um reorço posivo na sua
auoesma e esmulando sua cricidade em relação ao seu rabalho? Porquê?
) Idenque uma avaliação que você considera inadequada e, assumindo o papel do
educador, reormule-a, de modo que o esudane se sina esmulado a azer um ca-
minho reexivo sobre seus erros.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 315
Anexo 2
Na Estante
Tiãs - Epiáo118
Devia er amado mais
Ter chorado mais
Ter viso o sol nascer
Devia er arriscado mais e aé errado mais
Ter eio o que eu queria azer
Queria er aceiado as pessoas como elas são
Cada um sabe a alegria e a dor que raz no coração
Você sabia?119
Epiáo - sm. inscrição umular. A música do Tiãs az reerência às rases que são escrias nas
lápides dos úmulos e mausoléus dos cemiérios com o m de homenagear os moros sepulados
no local. Sua origem remona a Anguidade e oram os romanos que juscaram sua necessidade
e exporaram al cosume. O enerro passou a narrar os eios do seu ular e, com o passar dos
anos, os epiáos começaram a ser usados por oda a população para lembrar as qualidades do
ene querido que se oi deixando saudade. Hoje, há aé aqueles que, em vida, azem quesão que
sejam escrias rases que eles mesmos escolheram; pedido nem sempre aendido pelos amiliares.
) Escue a música e responda que po de avaliação a pessoa que cona sua hisória az?
Por quê? Dê exemplos que suporam sua opinião.
) Ensinar as pessoas a serem omisas, ou seja, ensiná-las a avaliar para mudanças de
qualidade, é algo que devemos omenar no ser humano desde a inância e um hábio
que deve ser consanemene exerciado, por ele nos auxiliar a superar obsáculos e
insisr diane dos desaos. Na música, o indivíduo que reee sobre a vida, se mosra
arrependido de várias coisas, e é bem provável que ele não enha do o mesmo po
de orienação que você esá endo. Em sua ala, não há nenhuma enava de reer
e enar provar para si mesmo, aravés de aos reais, que sua vida não oi ão ruim
quano parece. Sendo assim, siga na conramão da ideia da música e ormule seu epi-
áo. Capriche na reexão e escreva como você gosaria de ser lembrado, viso, sou
mesmo deixe-nos um recado.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 319
75
Conciliar saberes acadêmicos e não acadêmicos e culvar as ormas de acessá-los, inclusive nos
momenos de ócio, é uma habilidade undamenal, uma vez que se dedicar a um Projeo de
Vida ulrapassa a duração do período levo regular. É um grande desao para os jovens de hoje
aenar para as condições avoráveis à aprendizagem, valendo-se dos recursos disponíveis para
azê-lo de modo auônomo e responsável, driblando os consanes apelos que podem disraí-los
de seus objevos.
Objetivo Geral
Roteiro
PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO
Objetivo
Desenvolvimento
Assim, é imporane que reiam juno ao educador a parr dos seguines ópicos (Anexo):
. Das disciplinas do currículo escolar, em quais você mais aprendeu? Por quê?
. Em quais você menos aprendeu? Por quê? Mediane as diculdades de aprendizagem, quais
as providências que você omou e quais os apoios recebidos?
Nesses dois ópicos, é possível deecar não só a dierença de desempenho enre uma disciplina e
oura, mas observar mais aenamene como cada uma delas pode impacar o Projeo de Vida do
esudane, se esá em consonância ou não com as expecavas. Além disso, evidencia possíveis
recursos já experimenados para obenção de ajuda e abre perspecvas de mobilização de ouros
expedienes de apoio.
. Ao receber as avaliações nais do ano levo, a que conclusões você chegou, em relação a:
a) Nível de sasação com o seu próprio desempenho:
Aqui é possível perceber o nível de críca ou de exigência que cada esudane em
em relação a sua aprendizagem. Uns se cobrarão mais, ouros menos. Para além dos
graus de “cobrança”, conudo, o imporane é que se aene para o quano a percep-
ção do esudane é condizene com a realidade.
b) Impaco do seu desempenho nas suas aspirações e sonhos. (O que houve de posi-
vo e negavo, considerando a imporância desses impacos no seu Projeo de Vida)
O esudane em consciência realmene dessa relação ou ainda não assimilou muio
bem a ideia de um Projeo de Vida como algo real, direamene impacado pela aqui-
sição dos saberes adquiridos e a mobilização deses?
. Das refexões sobre essa rajeória acadêmica, quais as conclusões a que você chegou sobre
o melhor aproveiameno do ano levo aual, de modo a assegurar os êxios obdos no ano
passado e melhorar nos aspecos não sasaórios? Lise abaixo essas medidas e responda
rancamene se elas esão sendo posas em práca:
Aqui impora deecar evenuais “disrações” em relação a essas medidas e a orma de reomá-
-las, quando or o caso. É ambém uma oporunidade de reorçá-las e considerar se êm sido
exiosas ou se precisam de evenuais ajuses.
a) Nos momenos em que você não esá em aula, se dedica a alguma avidade que
complemene o esudo escolar, indo além das avidades obrigaórias do currículo?
Se a resposa or posiva, cone como isso se dá. Se or negava, explique por que
não o az.
b) Quais são as condições mais enadoras para você não esudar, mesmo quando dis-
põe de empo de sobra para isso? Você sabe lidar com essa siuação? Caso saiba,
cone como; caso não saiba, diga qual é a maior diculdade.
Direamene relacionado ao ópico anerior, aqui há a possibilidade de reer sobre or-
mas de resisência ao que dispersa a aenção do esudane, sua capacidade de maner
o oco e o quano se proege desses assédios (por exemplo, desligando o smartphone,
desconecando-se da inerne, ec.)
Objetivos
Desenvolvimento
Ese esudo visa basicamene relacionar os gosos individuais à aquisição de conhecimenos não
direamene relacionados ao currículo escolar, mas que reeem o empenho do esudane em
prol da sua vonade de saber. Desse modo, é possível vericar (e conversar a esse respeio) em
que medida esses diversos ineresses e as responsabilidades pelo conhecimeno ormal se asso-
ciam ou se disanciam, se harmonizam ou se chocam, no processo de ormação do esudane.
Assim, os seguines ópicos (Anexo ):
- Quais os assunos não conemplados pelo currículo escolar ineressam a você? Você cosuma
dedicar seu empo a aprender mais sobre eles? Como?
A inenção é sondar a vonade de aprender, sem obrigações exernas, que cada esudane possui,
além de perceber quais cuidados são omados (ou não) visando o culvo e aprimorameno do saber.
- Você consegue relacionar esses assunos, direa ou indireamene, ao seu Projeo de Vida? De
que maneira?
Impora muio permir que os esudanes expressem, em seus ermos próprios, essas possíveis
relações. Pode aconecer, inclusive, de haver relações sus ainda não percebidas por eles. De odo
modo, sempre há alguma relação, poso que cuidar de assuno de seu próprio ineresse, alimen-
ando a poência e os alenos individuais (sejam eles “úeis” ou não) é de suma imporância para
uma relação plena consigo mesmo, pois se raa de algo que se em idencação.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 323
- Em média, quano do seu empo livre você se dedica a esses assunos, ao longo de uma semana?
Você se programa para isso ou se dedica a eles quando lhe “dá na elha”?
Direamene relacionado ao anerior, ese ópico ambém visa sondar, de oura orma, o grau de
dedicação e disciplina dispensados ao assuno.
- Você sabe onde e como acessar os coneúdos do seu ineresse de orma grauia ou pouco
cusosa nanceiramene? Fale um pouco sobre isso.
Muias vezes, em-se a ideia de que conhecimeno, para ser bom, deve ser pago – e de preerência
muio caro. Ouras vezes, a mera ala de inormação de recursos disponíveis (mesmo com prolie-
ração de arquivos grauios on-line), impede a pessoa de dedicar-se a algo com que se idenca.
- Quais avidades lhe dão a sensação de esar “perdendo empo”? Se você sabe que esá des-
perdiçando o se empo por quê connua a pracá-las?
- Quando você esá esudando, o assuno que or aravés da inerne, quais os aores que in-
ererem na sua concenração e como ena eviá-los? Você consegue?
Nese ópico e no anerior, será vericado se o esudane em consciência dessa possibilidade e,
caso enha, como se relaciona com ela. Abrir espaço para que os esudanes alem de suas esra-
égias próprias pode ser uma ocasião de grande proveio para oda a classe.
Avaliação
A noção de que ver TV por ano empo não pode ser bom para nós oi basane diundida. Na
segunda meade do século passado, os crícos da mídia alaram à exausão a respeio dos eeios
da elevisão sobre a sociedade [...] Conhecemos há décadas os eeios da elevisão na elicidade
[...] mas isso não impediu seu crescimeno como a maneira predominane de empregarmos nosso
empo livre. Por quê?
[...] Os seres humanos são criauras sociais, mas a explosão de nosso excedene de empo livre
coincidiu com uma gradual redução do capial social – nosso esoque de relacionamenos com
pessoas nas quais conamos e das quais dependemos. Uma pisa sobre o aumeno espanoso do
hábio de ver TV é o ao de ele er subsuído ouras avidades, sobreudo as avidades sociais
[ouras diversões, socialização e dormir] [...] Uma das causas dos eeios negavos da elevisão
oi a redução da quandade de conao humano, uma ideia chamada de hipóese de sub-rogação
social.
A sub-rogação social em duas pares. Fowles expressa a primeira – emos, hisoricamene, vis-
o ana elevisão que ela subsui odos os ouros usos do empo livre, incluindo empo com
os amigos e a amília. A oura é que as pessoas que vemos na TV consuem um conjuno de
amigos imaginários. Os psicólogos JayeDerrick e ShiraGabriel, da Universidade de Búalo, e Kur
Hugenberg, da Miami Universiy de Ohio, concluíram que as pessoas se volam para os programas
preeridos quando se senem soliárias e que se senem menos sós quando esão assisndo a
ais programas [...] Essa roca ajuda a explicar como a TV se ornou nossa avidade opcional mais
adoada, mesmo em doses que ano se relacionam com a inelicidade como podem provocá-la:
sejam quais orem as desvanagens, é melhor do que se senr sozinho, mesmo que você realmen-
e eseja. Como é algo que se pode azer sozinho, ao mesmo empo em que reduz o senmeno de
solidão, ver elevisão em as caraceríscas ceras para se ornar popular à medida que a socieda-
de se dispersa das cidades superpopulosas e das comunidades rurais muio echadas em direção à
relava desconexão dos movimenos pendulares e das requenes relocações dos rabalhadores.
Uma vez que haja na casa um aparelho de TV, não há cuso exra em assisr uma hora mais.
Ver elevisão cria, assim, uma espécie de monoonia. Como Luigino Bruni e Luca Sanca observam
[...] ver TV em um papel decisivo na roca das avidades sociais pelas soliárias [...] “A elevisão
pode er um aumeno signicavo no aumeno do maerialismo e das aspirações maeriais das
pessoas, levando, assim, os indivíduos a subesmar a imporância comparava das relações iner-
pessoais para uma vida sasaória e, consequenemene, a superinvesr em avidades gerado-
ras de renda e subinvesr em avidades relacionais” [...] Traduzindo a árida linguagem econômica,
subinvesr em avidades relacionais signica passar menos empo com os amigos e a amília, exa-
amene porque ver muia elevisão nos leva a despender mais energia com a sasação maerial
e menos com a sasação social.
Comecei a reer sobre a nossa crescene decisão de empregar a maior ração do nosso empo
livre para consumir um único veículo de comunicação em 00, depois da publicação de Here Co-
mes Everybody, livro que escrevi sobre mídia social. Uma produora de TV que enava decidir se
eu deveria ou não ir ao seu programa para discur o livro pergunou-me: “Que usos ineressanes
da mídia social você vê agora?”
Falei sobre a Wikipédia, a enciclopédia colaborava on-line, e sobre o argo a respeio de Pluão
que esá no sie. Em 006, Pluão esava sendo colocado para ora do clube dos planeas – as-
rônomos haviam concluído que ele não era parecido o basane com os ouros planeas para
perencer ao grupo, enão propuseram redenir planea de modo a excluí-lo [...] Como resulado,
a página sobre Pluão na Wikipédia eve um súbio aumeno de avidade.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 325
As pessoas ediavam uriosamene o argo para explicar a aleração proposa no saus de Plu-
ão, e os ediores mais compromedos discordavam enre si sobre como caracerizar melhor a
mudança. Durane essa conversa, eles aualizaram o exo – conesando pares dele, rases e aé
escolha de palavras – aé ransormar a essência do argo “Pluão é o nono planea” em “Pluão
é uma rocha de ormao esranho, com uma órbia de ormao esranho, no limie do sisema
solar”.
Supus que a produora e eu iríamos discur a consrução social do conhecimeno, a naureza da
auoridade ou qualquer dos ouros ópicos com requência gerados pela Wikipédia. Mas ela não
me ez nenhuma dessas pergunas. Em vez disso, suspirou e disse: “Onde as pessoas enconram
empo?” Ao ouvir isso, eu a inerrompi: “Ninguém que rabalha na elevisão pode azer essa per-
guna. Você sabe de onde vem o empo”. Ela sabia, porque rabalhava numa indúsria que vem
devorando a maior pare do nosso empo livre há cinquena anos.
Imagine raar o empo livre dos cidadãos escolarizados do mundo como um colevo, uma espé-
cie de excedene cognivo. Que amanho eria esse excedene? Para calcular, precisamos de uma
unidade de medida, enão vamos começar com a Wikipédia. Suponhamos que consideremos a
quandade oal de empo que as pessoas gasaram com ela um po de unidade – odas as edi-
ções eias em odos os argos e odos os debaes a respeio dessas edições em odos os idiomas
nos quais a Wikipédia exise. Isso represenaria algo em orno de 00 milhões de horas de pensa-
meno humano para o empo que gasei conversando com a produora de TV [...] Cem milhões de
horas de pensameno cumulavo são, evidenemene, muia coisa. Mas quano é isso comparado
ao oal de empo que passamos vendo elevisão?
Os americanos assisem TV durane cerca de 200 bilhões de horas por ano. Isso represena o gas-
o de empo livre em mais ou menos mil projeos na Wikipédia por ano. Mesmo ínmas rações
desse empo são enormes: só vendo comerciais, gasamos cerca de 00 milhões de horas por nal
de semana. É um excedene bem grande. As pessoas que pergunam “Onde eles enconram em-
po?”, reerindo-se ao que rabalham na Wikipédia, não compreendem como odo aquele projeo
é minúsculo em relação ao empo livre colevo que possuímos. Algo que orna a era aual noável
é que podemos agora raar o empo livre como um bem social geral que pode ser aplicado a
grandes projeos criados colevamene, em vez de um conjuno de minuos individuais a serem
aproveiados por uma pessoa de cada vez.
Na Estante
Além disso, o livro se presa, em cera medida, ao papel de um verdadeiro manual para
quem quer se junar avamene a essa rede global que modicou, denivamene, a nossa
orma de gerar e consumir conhecimeno.
Anexo 1
Faça uma breve rerospecva da sua vida acadêmica no úlmo ano. Considerando odo o ano
levo passado, reia e anoe as suas ponderações, a parr das quesões abaixo.
. Das disciplinas do currículo escolar, em quais você mais aprendeu? Por quê?
. Em quais você menos aprendeu? Por quê? Mediane as diculdades de aprendizagem, quais as
providências que você omou e quais os apoios recebidos?
. Ao receber as avaliações nais do ano levo, a que conclusões você chegou, em relação a:
a) Nível de sasação com o seu próprio desempenho:
b) Impaco do seu desempenho nas suas aspirações e sonhos. (O que houve de posivo
e negavo, considerando a imporância desses impacos no seu Projeo de Vida?)
. Reendo sobre a sua rajeória acadêmica, quais as conclusões a que você chegou sobre o
melhor aproveiando do ano levo aual, de modo a assegurar os êxios obdos no ano passado
e melhorar nos aspecos não sasaórios? Lise abaixo essas medidas e responda rancamene se
elas esão sendo posas em práca:
• Nos momenos em que você não esá em aula, se dedica a alguma avidade que
complemene o esudo escolar, indo além das avidades obrigaórias do currículo?
Se a resposa or posiva, cone como isso se dá. Se or negava, explique por que
não o az.
• Quais são as condições mais enadoras para você não esudar, mesmo quando
dispõe de empo de sobra para isso? Você sabe lidar com essa siuação? Caso saiba,
cone como; caso não saiba, diga qual é a maior diculdade.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
328 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Anexo 2
Na aula anerior, o oco oi o conhecimeno acadêmico e suas correlações com o seu Projeo de
Vida. Mas, conorme comenado na Inrodução, saberes ormais e inormais, ou mesmo aqueles
ciencos que exrapolam os limies do currículo escolar, podem se somar ao seu Projeo. Tudo
depende de suas áreas de ineresse e do seu grau de curiosidade. Mesmo aqueles saberes não
direamene ligados à prossão que você preende seguir, por exemplo, acrescenam muio à sua
ormação só pelo ao de você se ineressar pelo assuno e, indireamene, podem ser ones de
insighs ineressanes para ouras áreas. Sem alar, claro, no conhecimeno pelo mero prazer de
conhecer.
Para Refer:
10 coisas úteis para aprender na internet121
Gase seu empo aprendendo a cozinhar ciencamene, endo aulas de violão e aé enendendo
o mercado nanceiro – udo de graça.
A inerne é um poço innio de conhecimenos úeis e gifs de ganhos, e por algum movo a
gene passa empo demais vendo os úlmos e quase nenhum com os primeiros. Com um pouco
de disciplina – eu recomendo se organizar em uma rona, bloquear redes sociais que causam dis-
ração e ouvir música no one de ouvido – você pode encaixar na sua vida codiana algumas horas
de aula de qualquer coisa por semana.
Quer aprender a desenhar? Cozinhar? Tocar violão? Dá, e é udo de graça. Fizemos uma lisa do
que você pode aprender agora:
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 329
. Desenhar.
Há vídeos do YouTube e uoriais com undamenos do desenho, mas o Drawspace é o mais com-
pleo. É um curso de desenho do início ao m, que ensina sombras, conornos, écnicas que e
ajudam a melhorar sua noção espacial e aé ouros pos de are. Pense numa escolha de ares
digial grauia e você erá o DrawSpace.
. Tocar violão.
Você ainda pode realizar seu sonho de adolescência: nunca é arde para aprender a ocar violão.
Não se preocupe se você esver começando do zero, porque o Jusn Guiar em aulas pra odos
os níveis. Técnicas, exercícios, escalas e aé o básico dos acordes: esá udo lá. Não em mais des-
culpa pra você não ser a esrela do luau na praia.
a oerecer cursos de maérias mais básicas. Pense em coisas que vão de Maemáca e Física a
Sociologia e Psicologia; em programação, hisória, are e coisas assim, ambém.
. Programar.
Eu sei que você já sabe: programar é a habilidade do uuro, há vários sies que ensinam progra-
mação de graça ec, ec. É que o Codeacademy é mesmo o melhor, e isso vem de alguém que
esou vários sies dierenes. É o mais amigável para quem é compleamene iniciane, é didáco,
é bonio, é grás e é em poruguês. Se você esver a m de aprender a programar, pode começar
por aí que não em erro.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 331
77
”
outros, porém, será um chamado à grandeza.122
será daqui a 0 anos – a pessoa para quem você planeja sua vida agora, com meas de carreira,
economia ec., é invariavelmene dierene da pessoa que você é hoje, o que é que az dessa
uura pessoa "você"? O que é que a orna digna de odos os sacricios e considerações que
você az hoje?
Você se lembra dos planos para o uuro de sua inância? (Mesmo que não sejam ormais nem
enham o nome de "projeo", os "planos" sempre esão presenes, de um modo ou de ouro, em
cada eapa – sempre ransiene – da vida humana, às vezes bem guardados e aé esquecidos
numa caixinha preciosa delicadamene equeada com a palavra "sonhos").
Nossa ajuda pode ser valiosa para os esudanes no sendo de perceber que (a) o ser humano
é inacabado, muável e emporário, (b) a mudança é a consane na vida humana, (c) educar-se
é assumir a responsabilidade de azer progredir cada aspeco, qualidade, aribuo, aculdade da
própria pessoa, enquano ser que só exise em relação com as várias dimensões de si próprio, com
as ouras – pessoas e colevidades – e com a naureza.
Em Pedagogia da autonomia, Paulo Freire explica o que é e como é imporane a consciência
do inacabameno para o educador e para o educando. Em Tornar real o possível, o economisa
Marcos Arruda diz que a primeira eapa da realização de um ser humano humanizado (simula-
neamene sujeio do seu próprio desenvolvimeno e do desenvolvimeno de sua comunidade)
é visualizar imaginavamene os conceios que lhe correspondem e o projeo que deseja e con-
cebe como o mais ineligene e coerene consigo mesmo e com a sua naureza em consrução e
evolução (ou seja, inacabada). Esses dois enoques esão presenes no raameno da quesão da
auovalorização nesea aula.
COGITO123
Torquao Neo
eu sou como eu sou
pronome
pessoal inranserível
do homem que iniciei
na medida do impossível
CÂNTICO II124
Cecília Meireles
Não sejas o de hoje.
Não suspires por onens...
Não queiras ser o de amanhã.
Faze-e sem limies no empo.
Vê a ua vida em odas as origens.
Em odas as exisências.
Em odas as mores.
E sabe que serás assim para sempre.
Não queiras marcar a ua passagem.
Ela prossegue:
É a passagem que se connua.
É a ua eernidade...
É a eernidade.
És u.
Objetivos Gerais
Roteiro
PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO
Objetivos
Desenvolvimento
Em grupo, os esudanes leem rês exos disnos, sendo um deles uma nocia sobre um ao,
e os ouros dois exos eóricos sobre o inacabameno humano e o processo de auodesenvolvi-
meno e envolvimeno comuniário (Anexo ).
A parr da leiura, os esudanes são soliciados a explorar em grupo possibilidades de evolução
da siuação dos envolvidos no ao relaado e regisrar suas ideias de maneira sinéca.
Espera-se que os esudanes idenquem dierenças enre a siuação do pai (que viveu numa
comunidade aé a idade adula, rabalhou, consuiu amília ec.) e a do lho (que nunca conhe-
ceu ouro modo de vida) diane da nova siuação. Ao azerem essas disnções, eles abordarão os
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 335
recursos pessoais de ambos, que deverão ser mobilizados na nova vida. O educador pode ajudar
com pergunas sobre, por exemplo, a preparação de ambos para azerem escolhas, valores, noção
da própria idendade e do papel social, linguagem, comunicação, condições de sobrevivência,
mudanças que aconeceram numa sociedade em 0 anos, em odos os sendos.
Cabe observar aé que pono os esudanes maniesam visões deerminisas ao explorar possi-
bilidades de evolução da vida dos dois personagens. Caso isso ocorra, o educador em uma boa
oporunidade de mosrar como isso conradiz a visão do auodesenvolvimeno dos dois auores
(Paulo Freire e Marcos Arruda). Pode ser bem ineressane ampliar essa exploração de possibili-
dades agregando ideias poencialmene ransormadoras (um enconro que muda uma vida, uma
descobera surpreendene, um convie para escrever a própria hisória... Asas à imaginação!).
O auoconhecimeno necessário à auovalorização para acesso aos recursos pessoais não se az
de um dia para o ouro. Quando se raa de aprender, o processo é de vida ineira. Nessa idade,
os esudanes ainda esão longe do meio caminho andado. Por isso, dedicamos boa pare da aula
a essa exploração de possibilidades a parr de dados reais de ouras pessoas. Num segundo mo-
meno, na avidade realizada em casa, propomos que eles pensem em si mesmos, porém sem
denir um compromisso com resulados que, nese momeno, seriam orçosamene limianes.
Na helicoidal da aprendizagem, reornamos sempre aos ponos essenciais, com novas bagagens e
insights, níveis de mauridade mais elevados, e é assim que udo se inegra e complemena. Anal,
o que seria de nós se, para chegar a caminhar, não nos dispuséssemos a experimenar movimen-
os desajeiados e arriscar quedas?
Reproduzimos abaixo, na ínegra, os exos que aparecem adapados no Anexo desa aula para
a realização da avidade:
Texo 125
O desenvolvimeno pessoal – Traa-se de desenvolver os poenciais próprios de cada um de nós.
Cada pessoa é um ser muane e em consrução. Há dois veores que predominam no processo
exisencial: um, de naureza genéca e herediária, o ouro de naureza culural e socieária. A
ciência em ocalizado esses dois processos em pesquisas e debaes ainda inconclusos. O cero é
que o ser humano esá em processo de evolução – melhor dio, ele é evolução permanene en-
quano indivíduo, sociedade e espécie. E, dierenemene de qualquer ouro ser conhecido dese
planea, o ser humano é o único que em aculdades que lhe dão a capacidade de visualizar, pro-
jear, auar, ransormar conscienemene, em suma, de ornar-se sujeio do seu próprio processo
evoluvo.
Mas a pessoa humana é um ser conradiório, pois sua própria unidade é eia de diversidade. As
várias dimensões que nos consuem, corpo e suas várias pares – mene, psique, espírio – se
desenvolvem por vias e rimos diversos, em processos que às vezes são conradiórios e comple-
xos. Os dierenes componenes são Todos menores de um Todo maior, mas não êm pracamene
nenhuma auonomia, dependendo do Todo maior para uncionar e endo como nalidade ser-
vir-lhe. A soma dos diversos componenes do ser sico do Homo não consui necessariamene
um Homo. Algo em que esar "aceso" nele para que eseja vivo e para que aquele agregado de
componenes ganhe unidade, idendade, personalidade. Educar-nos para desenvolver, ão har-
moniosamene quano possível, as várias dimensões que consuem nosso ser pessoal de orma
ao mesmo empo auônoma e solidária, eis o desao. Por ouro lado, ao agir, ao azer, ao consruir
o mundo, o ser humano se az e se consrói simulaneamene, conribuindo dese modo à evolu-
ção dos seus sendos maeriais e não maeriais, do seu conhecimeno, da sua consciência, do seu
espírio, e ambém, sinergecamene (sinergia, em grego, signica "energia posa em comum", ou
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
336 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Texo 126
Ensinar exige consciência do inacabameno
Objetivo
Desenvolvimento
Avaliação
É possível que os grupos se concenrem na quesão das grandes mudanças ecnológicas ocorridas
no período em que os personagens do exo permaneceram sem conao. Nesse caso, pode ser
ineressane relacionar as mudanças às ações e aos esorços humanos que elas subsuíram e/
ou aciliaram, mas que connuaram, alvez, a ser execuadas durane a vida na oresa. Nunca é
demais relembrar que a humanidade já viveu sem a paraernália aual, e que, de vez em quando,
pode ser uma medida saluar enar experimenar como é a vida sem ela... O assuno será reo-
mado uuramene, e a discussão pode razer bons subsídios.
Ênase excessiva em aspecos negavos da nova convivência que resula do reorno dos dois
personagens à sociedade ambém é uma possibilidade, e merece correções de roa por pare
do educador. É normal que adulos ensos e esressados pela vida prossional e social se sinam
enados a anasiar e idealizar um reorno à vida selvagem... Mas os esudanes são jovens, e lhes
cabe, porano, aceiar o desao (dicil, sem dúvida) de enconrar/consruir novas modalidades
mais amenas de convivência em nossas comunidades. Nesse momeno, vale a pena reomar o que
já oi desenvolvido nas aulas aneriores sobre resolução de conios, relações de companheirismo
e amizade, viver enre gerações...
Para vericar aé que pono os esudanes enenderam e incorporaram os conceios rabalhados,
o educador pode soliciar, durane as apresenações dos grupos, que dierenciem ou denam os
ermos supore/mundo, auovalorização, auoesma, desenvolvimeno pessoal/comuniário, cul-
ura, recursos pessoais e ouros que julgar imporanes.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
º ANO DO ENSINO MÉDIO 339
Em casa (Anexo 2)
Respostas e comentários
As duas avidades proposas são de caráer pessoal e não há correções nem avaliações a azer.
Enreano, se o educador achar pernene, os diagramas podem ser comenados individual-
mene ou em grupo.
Se os esudanes não esverem habiuados a ulizar diagramas para classicar ou expor ideias,
pode ser ineressane esclarecer que esse po de regisro esmula a reexão e ajuda a ampliar a
perspecva sobre um assuno.
Na Estante
Anexo 1
Dizem que um bom jeio de ober resposas é reunir pessoas para que açam umas às ouras as
pergunas que azem a si mesmas... Após a leiura aena dos rês rechos a seguir, discuam os
ópicos indicados após os exos:
Texo 127
Pai e lho desaparecidos há anos são enconrados vivendo em foresa ( de agoso de ).
Ho Van Thanh, anos, ugiu com seu lho após uma explosão que maou o reso de sua amília.
Auoridades vienamias enconraram nesa quara-eira um homem e seu lho que esavam
desaparecidos há 0 anos. Ho Van Thanh, anos, sumiu durane a Guerra do Vienã com seu
lho bebê, Ho Van Lang, hoje com anos, e os dois viveram desde enão em uma oresa na
província de Quang Ngai.
Segundo o sie vienamia TuoiTrenews, eles sobreviveram comendo ruas, mandioca e milho,
que eles planavam. Os dois usavam apenas angas eias a parr de cascas e nham consruído
uma casa em uma árvore.
De acordo com o sie, moradores locais que visiaram a oresa aleraram as auoridades sobre
a aparição de dois "selvagens" de gesos esranhos. A polícia enão monou um me de busca e,
após cinco horas, enconrou pai e lho denro de uma pequena cabana em cima de galhos de uma
grande árvore.
Devido ao isolameno, eles alavam apenas poucas palavras da enia Kor, minoriária no Vienã.
Eles oram levados para um hospial local, onde receberam raameno médico.
Após uma invesgação, descobriu-se que Thanh vivia uma vida normal na comunidade Tra Kem
Hamle quando, há 0 anos, uma explosão maou sua mulher e dois ouros lhos. Ele enão eria
ugido com a criança sobrevivene, se reugiado na maa e eviado conao com ouras pessoas.
Texo 125
Desenvolvimeno pessoal e comuniário
Desenvolvimento pessoal – Desenvolver os poenciais próprios de cada um de nós. Cada pessoa
é um ser muane e em consrução. O ser humano esá em processo de evolução – melhor dio,
ele é evolução permanene enquano indivíduo, sociedade e espécie. E, dierenemene de qual-
quer ouro ser conhecido dese planea, o ser humano é o único que em a capacidade de visua-
lizar, projear, auar, ransormar conscienemene, em suma, de ornar-se sujeio do seu próprio
processo evoluvo.
Educar-se é assumir a responsabilidade de azer progredir cada aspeco, qualidade, aribuo, a-
culdade da própria pessoa, enquano ser que só exise em relação com as várias dimensões de si
próprio, com os ouros (indivíduos e comunidades) e com a naureza.
Desenvolvimeno comuniário – Cada indivíduo perence a várias comunidades. Cada indivíduo,
porano, é, ao mesmo empo, um Todo em si próprio e pare viva e ava de odos mais amplos
(ou comunidades).
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 341
Texo 126
Inacabamento, suporte e mundo
Onde há vida, há inacabameno. Mas só enre as mulheres e homens, o inacabameno se ornou
consciene. Ao invenar uma exisência ulizando os maeriais que a vida oerecia, os homens e
mulheres ransormaram o que é o suporte para os animais em seu mundo, mundo dos homens e
das mulheres. O suporte é o espaço ao qual o animal se apega; é o espaço necessário a seu cresci-
meno e que delimia seu domínio. Nesse espaço, o animal “aprende” a sobreviver, a caçar, a aa-
car, a deender-se, e sua dependência dos adulos dura muio menos que a dos humanos. Quano
mais culural é o ser, maior a sua inância, sua dependência de cuidados especiais. Os humanos
êm coisas que os animais não êm: a linguagem conceiual, a ineligibilidade do próprio suporte,
a capacidade de comunicar o que pensa, o espano diane da vida e de seus misérios. No suporte,
os indivíduos se comporam desa ou daquela maneira porque sua espécie se compora assim.
Fala-lhes liberdade de opção. Por isso, não se ala em éca enre os eleanes.
A vida no suporte não implica a linguagem nem a posura erea que nos permiu usar as mãos.
Mãos que, em grande medida, nos zeram. Quano maior se oi ornando a solidariedade enre
mene e mãos, ano mais o supore oi virando mundo e a vida, existência. Com a consciência e
a capacidade humana de capar, apreender, ransormar, criar beleza, o que era suporte se rans-
ormou em mundo e a vida passou a ser existência.
Goso de ser homem, de ser gene, porque não esá dado como cero, inequívoco, irrevogável
que sou ou serei decene, que esemunharei sempre gesos puros, que sou e que serei juso, que
respeiarei os ouros, que não menrei. Goso de ser homem, de ser gene, porque sei que minha
passagem pelo mundo não é predeerminada, preesabelecida. Que o meu “desno” não é uma
coisa prona, mas algo que precisa ser eio e a responsabilidade de azer é minha.
Para refer:
Se a pessoa que você será daqui a 0 anos – a pessoa cuja vida você planeja agora — invariavel-
mene será dierene da pessoa que você é hoje, o que é que az dessa uura pessoa "você"?
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
º ANO DO ENSINO MÉDIO 343
Anexo 2
a) Cápsulas de minhas boas ideias: Comece por desenhar ormas echadas diversas e de ama-
nhos variados numa olha em branco. Faça-as sucienemene grandes para escrever denro de-
las. Preencha a olha oda.
Aqui esão alguns exemplos de ormas (ou cápsulas):
Agora escreva denro das cápsulas boas ideias (coisas que você acha que seria bom azer, mesmo
que lhe pareçam complicadas ou diceis). Nenhuma cápsula deve car vazia. Deixe suas ideias
circularem e se insalarem na olha, e depois preencha os espaços livres enre as cápsulas com
palavras solas, cores, desenhos relacionados às ideias.
Lembre-se: esa é uma avidade que não em resposa cera ou errada, pois serve para ajudar
você a olhar para si mesmo e conhecer melhor suas ideias, que reraam seus recursos pessoais.
5
b) O que as pessoas dizem?
Recenemene esa “lisa” Tipos de pessoas que você deve apreciar
apareceu como posagem
(pos) no Facebook: s que se preocupam com você
As que e corrigem
Quem são essas pessoas, na sua vida? Reia e procure lisar menalmene pelo menos duas para
cada grupo. Numa olha em branco, desenhe balões ou caixas de exos (no mínimo 0). Escreva
nos balões coisas que já ouviu dessas pessoas e que êm a ver com auovalorizar-se, conhecer-se,
desenvolver-se, ulizar seus recursos, melhorar audes... Mas há uma condição para que a men-
sagem apareça na sua olha: você deve acrediar que, pelo menos em parte, a pessoa que disse
isso em razão.
Feio isso, olhe bem para sua olha, releia as mensagens, deixe sua mene passear por elas. Esa
avidade possibilia que você se veja com os olhos de ouras pessoas cujas mensagens você acre-
dia que merecem consideração. Mais uma boa via para conhecer e aprimorar seus recursos.
Para Refer:
O primeiro passo para a realização de um ser humano que se orna sujeio do seu próprio desen-
volvimeno enquano pessoa e colevidade (ou seja, proagonisa) é imaginar os conceios que
lhe correspondem e o projeo que considera como o mais ineligene e coerene consigo mesmo
e com a sua naureza em consrução e evolução.
Os seres humanos são obras em consrução que se enganam quando acre-
diam que esão concluídas. A pessoa que você é nese exao momeno
é ão ransiória, passageira e emporária quano odas as ouras pessoas
que você já oi. A única consane em nossas vidas é a mudança.128
78
doenças, ) qualidade de vida e respeio ao meio ambiene, e ) parceria mundial pelo desenvol-
vimeno. Dessas, a mea já oi angida pelo Brasil, que cona ainda com avanços expressivos na
erradicação da miséria (veja maéria na seção de exos de apoio).
Nessas aulas, a proposa será reer, nos ermos desse novo conceio, sobre nossas ações codia-
nas e seus impacos no desno da comunidade humana para a qual cada um de nós, mesmo que
minimamene, rabalha. Uma aula será desnada ao quesonameno da sociedade de consumo,
uma vez que o consumismo se impôs como éca e eséca dominanes, cujos impacos, além de
“ambienais”, põem em xeque a própria represenação que emos de “humano”, há empos orien-
ada pelo “valor de mercado”.
Objetivo Geral
Roteiro
PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO
Objetivo
Desenvolvimento
Peça para que os esudanes acompanhem a leiura do argo “Agriculura Urbana: espalhe as
semenes”, de Taana Achcar (Anexo ). Ao nal, proponha uma conversa, considerando os se-
guines aspecos:
As dimensões ambienal, social e econômica aparecem integradas nos exemplos de audes sus-
enáveis reporados no exo: recuperação de ambienes degradados e aproveiameno de áreas
inulizadas; culvo de horaliças sem agroóxicos; geração de renda para pessoas pobres; novas
dinâmicas de ineração enre as pessoas; novas ormas de relação com a cidade – que regular-
mene é visa como espaço de auomóveis e não de gene...
A perguna dirigida ao leior, ao nal do exo (“E você, o que vê aconecer no seu pedaço?”) pode
ser explorada juno aos esudanes, somada a ouras, como: “O que poderíamos ver aconecer no
nosso pedaço, se o pensássemos a parr dos exemplos do exo?”, “E se pusermos a mão na mas-
sa?”, “Como?”, “Quais os educadores, amigos, vizinhos, parenes, ec., que poderiam nos ajudar?...
É imporane dar margem a essas hipóeses, para que os esudanes se amiliarizem com a noção
de susenabilidade pensando o próprio enorno. Além disso, por se raar de um conceio novo
e ainda em consrução, a perguna mais imporane a se azer para si mesmo é: “O que esá ao
meu alcance azer desde agora?”
Será enriquecedor os esudanes aenarem para audes susenáveis em seu empo livre. Nem
udo precisa resular numa grande hora, e as ideias surgirão conorme orem se ineirando mais
do assuno. E sendo o ema ão amplo, pode ser que já esejam conribuindo para a susenabi-
lidade sem saber disso: azendo um rabalho volunário, ransmindo conhecimeno, sendo so-
lidários, pracando colea seleva e composagem domésca, agindo com genleza e respeio,
quesonando os seus hábios de consumo... O imporane é que essas ações se inegrem cada vez
mais a ouras, na busca por modos de vida que se harmonizem, viabilizando a exisência de odas
as espécies do planea – e do próprio planea.
Para a próxima aula: peça aos esudanes que ragam um objeo que, para eles, seja muio valioso.
Não do pono de visa moneário, mas aevo. Não vale oo; a ideia é que pensem em algo que
guardam consigo e do qual não se desazem de jeio nenhum pelas hisórias que carregam e pelas
memórias que desperam. Em suma, objeos que guardam “de recordação”.
Objetivo
• Reer sobre a criação de sendo e elaboração dos aeos, a parr de relaos susciados
por objeos cujo valor consise na qualidade das relações inerpessoais que represenam.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
348 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Desenvolvimento
Embora esa avidade se desne a uma críca à culura do consumo, isso será eio de orma um
pouco indirea e sul. Em vez de se colocar no cenro o consumismo, a proposa é valorizar as
inensidades desperadas por objeos de aeo – aqueles que evocam não a ideia de posse ou de
saus, mas hisórias e memórias consuvas da subjevidade dos indivíduos (Anexo ).
Sendo assim, senem-se em círculos, para avorecer a ineração dialógica. Peça para cada um
deposiar seu objeo no cenro do círculo e observe a espécie de “caos” resulane disso: coisas
sem nenhuma relação com as ouras, amonoadas no chão, algumas aé poderiam se passar por
“lixo”; porano, aé que se revelem as hisórias que cada objeo carrega, serão meras “coisas”,
sem qualquer sendo. O que vai lhes conerir sendo é a carga de aeo que cada objeo carrega
e as narravas pessoais que se elaboram a parr disso. O ao de ser especial para alguém é o que
orna um objeo absoluamene insubsuível – e isso porque a singularidade de cada pessoa con-
ere sendo ao objeo que possui. Porano, não é a coisa que nos orna quem somos, é o “quem
somos” que esabelece o valor de deerminada coisa.
Peça para alguém começar. O esudane pega o objeo que rouxe e diz por que ele é especial: qual
a hisória que guarda? Por que é único? Que po de aeo se recorda, quando se o conempla?
Ao nal da rodada, quando odos verem parcipado, será imporane agradecer-lhes por compar-
lharem um pouco de si. Aliás, não oi pouco: a capacidade de dar sendo às coisas pela relação
que emos com elas é um dos aspecos mais ormidáveis do que chamamos de “humano”; quano
melhor a qualidade da relação, maior o sendo e a inensidade do vivido. Já quando nos ocupamos
só em “er coisas” apenas por er, é porque perdemos o sendo para nós mesmos e, vazios, quere-
mos pôr algo no lugar dessa ala. Mas nenhum objeo por si só pode nos dar sendo: repare que,
das hisórias conadas, sempre apareceram ouras pessoas no enredo e os objeos só ganharam
imporância pelos aeos razidos na memória.
Avaliação
Em casa (Anexo 3)
Respostas e comentários
A expecava é que os esudanes sejam capazes de mobilizar conhecimenos adquiridos em
ouras aulas, compreendendo a sua imporância em um conjuno de prácas que colaboram
umas com as ouras, conorme a noção de susenabilidade aprendida na aula e nos maeriais
suplemenares.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 349
Texo 129
Tecer de novo a eia da vida
Pela primeira vez na hisória regisrada da Humanidade, a connuidade da rajeória de nossa es-
pécie nesa Terra enconra-se seriamene ameaçada. Com a crise ecológica sem precedenes que
ora vivemos, vem o risco de caásroes que podem angir a biosera e compromeer a qualidade
de vida, e aé mesmo a sobrevivência de milhões de seres humanos, especialmene dos grupos
mais vulneráveis em ermos errioriais, sociais e econômicos.
O modelo de desenvolvimeno adoado pelas sociedades modernas é predador, excludene, secá-
rio, consumisa; sua visão de mundo é anropocênrica; desconhece a condição ernária (indivíduo/
comunidade/espécie) do ser humano e rompe sua ligação com o meio ambiene. A consequência é
o esgarçameno da Teia da Vida, cuidadosamene ecida pela Naureza ao longo de bilhões de anos.
Problemas ambienais como conaminação da água, poluição amosérica, desruição da biodiver-
sidade, desercação de solos agriculáveis, inensicação dos enômenos exremos, aumeno do
nível dos mares e oceanos junam-se aos problemas graves de pobreza, guerras, ome e doenças
presenes nese mundo ão desigual que, irresponsavelmene, omos “consruindo” nos úlmos
séculos.
Esudos ciencos avançados nos mosram que exise uma prounda e indissociável inerconexão
enre a exisência de odos os seres vivos e o meio ambiene; que a vida emerge e se maném em
redes de roca de ala complexidade; que cada ser vivo é um sisema compleo que se aninha em
ouro sisema sucessivamene aé a biosera.
Essas descoberas conrmam o que bem sabiam as sociedades radicionais que viviam em aliança
com a Naureza e que, mais do que conhecê-la, a respeiavam e reverenciavam.
A palavra ecologia vem do grego oikos e signica casa, lar. Ecologia é a ciência da adminisração do
Lar-Terra, da Pacha-Mama, grande mãe, como nosso planea era designado nas culuras andinas,
ou de Gaia, organismo vivo, como era chamado na miologia grega e ambém o é na moderna
cosmologia. Aos poucos, porém, omos nos disanciando da Mãe Terra, a pono de não mais reco-
nhecer os ciclos e os uxos com que ela nure e susena a vida.
Apesar dos consanes aleras da comunidade cienca, dos ambienalisas e de milhares de
organizações da sociedade civil, a capacidade de resposa do mundo diane da possibilidade de
more enrópica do Planea, anunciada pelas mudanças climácas, é duvidosa.
A racionalidade insrumenal e o alcance das ciências posivas não parecem sucienes para
responder à crise ambienal. A capacidade de reexão que pode levar às mudanças urgenes e
proundas que precisam ser eias ainda é ênue e mida.
A engenhosidade e a criavidade do ser humano são capazes de gerar ecnologias de menor im-
paco, de desenvolver e disponibilizar ones energécas limpas e renováveis, de projear aviões,
auomóveis, equipamenos energecamene ecienes, de enconrar alernavas de soluções
que minimizem os impacos das mudanças climácas.
Mas ais avanços não basam, porque não represenam mudanças na maneira de se relacionar
com a Naureza, não aleram subsancialmene o modelo que ainda prioriza o lucro em derimen-
o da vida, não ressignicam as relações humanas, não conemplam o cuidado com o ouro e com
a Terra como bem essencial.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
350 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Texo 130
Brasil ange mea da ONU e reduz moralidade inanl
O Brasil angiu a mea assumida no compromisso "Objevos de Desenvolvimeno do Milênio" de
reduzir em dois erços os indicadores de moralidade de crianças de aé cinco anos. O índice, que
era de 5, mores por mil nascidos vivos em 0, passou para , em 0. Os números ine-
gram o 5º Relaório Nacional de Acompanhameno, divulgado nesa sexa-eira (), em Brasília,
pelo governo.
A mea oi angida anes do prazo espulado, 05. A redução de more maerna, no enano,
não eve o mesmo sucesso.
O documeno admie que o Brasil dicilmene vai cumprir o compromisso de chegar em 05
com no máximo 5 óbios maernos a cada 00 mil nascimenos. Para isso, seria necessário pra-
camene reduzir pela meade os indicadores de 0. Naquele ano, o número de mores de
mulheres durane a gravidez, o paro ou aé dias após o nascimeno do bebê era de 6, por
00 mil nascimenos.
Embora ainda muio superior ao compromisso assumido, os índices de moralidade maerna no
país já oram signicavamene maiores. Em 0, eram por 00 mil nascimenos. O relaório
argumena ainda que o Brasil não é o único país a er um desempenho nessa área abaixo do que
se era esperado.
Moralidade na inância
O relaório preparado pelo governo mosra que a queda mais signicava regisrada na mora-
lidade na inância ocorreu na aixa enre um e quaro anos de idade. Aualmene, o problema
esá concenrado sobreudo nos primeiros dias de vida do bebê, o período neonaal. Embora
o documeno ressale que o Brasil conseguiu cumprir a mea à rene de uma série de países, o
exo admie que o nível de moralidade aé os cinco anos ainda é elevado. A desigualdade regio-
nal soreu uma redução, no enano, Nore e Nordese ainda apresenam axas superiores a 0
óbios de crianças com menos de cinco anos por mil nascidos vivos. Na região Sul, são por mil
nascidos vivos.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 351
Acesso à água
O relaório ambém ressala o alcance inegral da mea de reduzir à meade o porcenual da popu-
lação sem acesso a saneameno. A mea oi angida em 0. De acordo com o rabalho, em 0
5% da população vivia em moradias com rede coleora de esgoo ou com ossa sépca. Em 0, o
porcenual subiu para %. O acesso à água ambém melhorou nesse inervalo, de 0% para 5,5%.
Pobreza extrema
A mea brasileira para essa área é mais ambiciosa que a mundial. O compromisso era reduzir a
pobreza exrema a um quaro do nível de 0 aé 05. De acordo com o relaório, em 0, o
nível da pobreza exrema era menos de um sémo do nível de 0. Pelos cálculos do governo,
,6% da população vive com menos de R$ 0 mensais.
De acordo com o rabalho, a pobreza exrema enre idosos esá pracamene erradicada, graças
à inclusão em programas sociais e à políca de valorização real do salário mínimo. A desigualdade
racial persise, embora em menor grau. Em 0, a probabilidade da exrema pobreza enre negros
era o dobro da vericada na população branca. Um em cada 0 negros era exremamene pobre.
Enre brancos, o risco é de um enre 6.
Educação primária
Em 0, ,% dos jovens de 5 a anos não haviam compleado o ensino undamenal. Embora
o porcenual ainda seja expressivo, o relaório argumena que os números brasileiros já oram mui-
o piores. Em 0, 66,% dos jovens não haviam compleado os anos de esudo. O porcenual de
crianças de a anos requenando o ensino undamenal passou de ,% para ,%.
Na Estante
Anexo 1
Comemorando ambém um ano de vida, a Hora das Corujas, […] em São Paulo, mosra como
podemos nos valer da paisagem e da sabedoria rural para melhorar o espaço urbano. Pare da
praça onde esá a hora já oi um pequeno sío, e, acredie, eve preservadas algumas carac-
eríscas originais. O bananal, por exemplo, esá ao lado da área alagada, criando uma relação
de cooperação: ao mesmo empo se hidraam, as planas lram a água. Em murões, a urma
insalou uma cacimba bem no charco, que é um reservaório de água poável para a rega dos
caneiros. Há ambém uma composteira na hora, que devolve em adubo a poda dali mesmo.
Esses são apenas exemplos do bom uso dos recursos naurais. As escolas do enorno já sacaram
que educação ambienal se aprende na práca e levam os esudanes para cuidarem de seus
caneiros.
Desde que começou, a Hora das Corujas em uma paisagem dierene mês a mês. Novos can-
eiros aparecem, ouros não vingam, há dias com mais gene rabalhando, mudam as esações
e algumas planas encerram seu ciclo, ouras prosperam e a cena jamais se repee. Celebram-se
aniversários na praça, realizam-se esvais, ocinas de agriculura, recreação inanl, eira de
rocas, degusação gasronômica. Noo que algo esá aconecendo na vida do paulisano: uma
alegria conagiane em ocuparmos o nosso espaço público. Será uma microrrevolução? E você, o
que vê aconecer no seu pedaço?
. O que você e seus colegas poderiam ver aconecer no seu pedaço, se o pensassem a parr dos
exemplos do exo?
. E se pusessem a mão na massa? Como o ariam? Quais os educadores, amigos, vizinhos, paren-
es, ec., que poderiam ajudar?
. Conversem sobre isso, endo em mene a seguine perguna: “O que esá ao meu alcance azer
desde agora?”
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 355
Anexo 2
Para você, qual o objeo cujo maior valor não esá na “mercadoria” que ele poderia ser, mas no
geso, nas lembranças e nos aeos que ele despera?
June o seu objeo aos de seus colegas, colocando-o no cenro do círculo. Aé que você cone sua
hisória, o objeo será só um objeo, sem qualquer sendo especial. Ouça as hisórias dos seus
colegas e noe como, conorme elas se desenvolvem, as coisas que eles rouxeram se ransormam,
ganham vida e sendo. Quando chegar à sua vez, capriche na narrava.
Você já se pergunou por que cosumamos embrulhar em papel de presene as coisas que damos
a alguém especial?
Segundo o esudioso Jacques T. Godbou, isso aconece por duas razões. A primeira é para escon-
der o objeo, mosrando com isso que o que impora não é a coisa escondida, mas o geso. Porano,
um papel de presene bem bonio represena a beleza do geso de presenear. A segunda razão é
que, ao rasgar o papel no ao de receber o presene, demonsramos que não é a ulidade da coisa
recebida o que impora, mas novamene o geso, a grauidade, o laço com o ouro: “Aquilo que se
levou ano empo a preparar é rasgado e deiado ora. A embalagem é um rio que compreende
odo o espírio do dom”.
E Godbou acrescena: “Exise, por ouro lado, uma endência, no sisema do mercado, para envol-
ver odo o bem de consumo em plásco. O sendo desse geso é oalmene oposo: visa separar o
produor e o consumidor, assegurar que nada da pessoa do produor é 'ransmido' ao consumidor,
inclusive vírus! De reso, essa embalagem não visa esconder e muias vezes é ransparene”.133
Para refer:
Eu, equea134
Em minha calça esá grudado um nome
que não é meu nome de basmo ou de carório,
um nome... esranho.
Meu blusão raz lembree de bebida
que jamais pus na boca, nesa vida.
Em minha camisea, a marca de cigarro
que não umo, aé hoje não umei.
Minhas meias alam de produo
que nunca experimenei
mas são comunicados a meus pés.
Meu ênis é proclama colorido
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
356 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
O supremo casgo135
Em odos os aeródromos, em odos os esádios, no pono principal de odas as merópoles, exise
– quem é que não viu? – aquele caraz...
De modo que, se esa civilização desaparecer e seus dispersos e bárbaros sobrevivenes verem
de recomeçar udo desde o princípio – aé que um dia ambém enham os seus próprios arqueó-
logos – eses hão de sempre enconrar, nos mais diversos ponos do mundo ineiro, aquela mes-
ma palavra.
E pensarão eles que Coca-Cola era o nome do nosso Deus!
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
358 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Anexo 3
Em casa
. Assisa ao documenário “Agriculura Urbana e Periurbana em São Paulo”, disponível on line, di-
vidido em 6 episódios: ) Inrodução, ) O papel do agriculor orgânico, ) Iniciavas se espalham
pela cidade, ) A imporância da alimenação saudável e onde consumir orgânicos, 5) Aprenda a
minimizar o desperdício de alimenos, e 6) Faça pare da mudança. O vídeo pode ser acessado no
canal ocial de uma das produoras no Youube – MUDA: Movimeno Urbano de Agroecologia:
hps://www.youube.com/channel/UCvr-lxJwLq-ibzHCRBg
82
Chegamos à penúlma aula de projeo de vida, esperançosos quano ao aproveiameno dos nos-
sos esudanes em relação a odos os conhecimenos parlhados aé enão. Esperamos que as
rocas de inormações e experiências, enham conribuído para o enriquecimeno do mesmo en-
quano ser humano e cidadão de direos e deveres da sociedade em que ele aua.
A presene aula, em parcular, em o inuio de desperar no esudane uma reexão sobre sua
ação, para que ele parcipe da vida em sociedade como proagonisa, ou seja, ciene das compe-
ências necessárias para a consrução de seu projeo de vida.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
360 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Objetivos Gerais
• Perceber a imporância e inuência dos emas rabalhados nese caderno em sua or-
mação;
• Idencar dierenes ormas de agir;
• Reer sobre razões, ineresses e propósios do seu próprio agir.
Roteiro
PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO
Objetivos
Desenvolvimento
A avidade consise em desacar dierenes eslos de agir e as razões que azem as pessoas con-
nuarem a acrediar nos seus projeos de vida que iniciaram ou de acrediar nos seus sonhos.
Após a leiura da reporagem (Anexo ) é imporane chamar aenção deles para os propósios
de azer o curso que cada enrevisado apresenou em sua ala, encaminhando-os à primeira
quesão da avidade. É possível haver uma variação nas resposas dos esudanes com relação
aos envolvidos, mas, de orma geral, elas devem girar em orno dos seguines objevos de vida:
necessidade de sobreviver e connuar rabalhando em algo após o rauma de perder a visão; o
desejo de mudar de vida e sonho de er seu próprio negócio; e a necessidade de connuar a ra-
balhar e senr-se úl apesar da idade e deciência.
Na segunda quesão, os esudanes deverão azer uma reexão mais ampliada acerca do que
mova os seres humanos a agirem e connuarem algum projeo de vida iniciado. E as resposas
podem ser: raumas, responsabilidades, necessidades, sonhos e desejos dos mais diversos. É pro-
vável que o esudane elenque razões mais especícas e isso não deve ser viso como um proble-
ma; o imporane é que elas perençam a uma das caegorias acima ciadas.
Na erceira quesão, espera-se que o esudane consiga personalizar, relaando os objevos de
azer ou parcipar de algo que ele escolheu enquano projeo de vida e o que o mova a con-
nuar acrediando que isso irá dar cero. Alguns esudanes devem ser ouvidos e os exemplos de
vida irão variar, mas, seria ineressane - caso haja empo - desacar o quão similares ou dierenes
são os movos que levam alguns a connuar seus projeos, criando assim um clima de roca de
conhecimeno e experiências que é bem saudável em sala de aula.
Objetivos
Desenvolvimento
A avidade começa com uma leiura em conjuno do parágrao inroduório da avidade (Anexo
). Os esudanes irão ler o exo e escuar a música e a avidade consise em comparar a men-
sagem de ambos.
As ideias se convergem. Na música, alguém reee sobre a possibilidade de azer escolhas que são
dierenes das da maioria das pessoas. Ou seja, ela se permie dizer que esá no caminho cero,
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
362 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
porque acredia que az escolhas que são boas para sua vida; e o exo desaca a necessidade de
valorização do individual, dos alenos e do que dierencia um ser humano do ouro.
A ciação ainda desaca a necessidade de enar acerar na vida arriscando e aprendendo com
seus erros; alguns exemplos que conrmam o exposo acima esão na primeira e segunda esroes
da música. Qualquer rase escolhida pelo esudane das duas pares deve ser aceia como respos-
a para a primeira quesão.
A segunda quesão enaza o conio pessoal enrenado pela a pessoa da música. O conio não
é nada mais nada menos que a dúvida que ela levana sobre esar cera ou errada com relação
às suas escolhas de vida. As esroes um, dois, rês e quaro conêm inormações que aesam
isso e é bem provável que sejam desacadas as seguines caraceríscas pessoais da pessoa da
música: obsnada, decidida, lúcida, omisa, visionária, denre ouras que surjam para enazar
sua pró-avidade.
O educador deve car aeno às resposas dos esudanes na erceira quesão, pois muios deles
podem er diculdade, não sendo capazes de perceber o que os arapalha ou impede de execuar
algo. A quesão do boicoe pessoal deve ser cogiada.
Enendemos boicoe aqui como um ao individual, uma recusa do indivíduo em parcipar de algo
ou azer algo que ele mesmo propôs para si, o que é conradiório. Muias vezes, nossos projeos
não se realizam e não percebemos o que nos arapalha. Às vezes, não nos esorçamos o suciene.
Queremos nos senr realizados e er prazer na conquisa, mas ao mesmo, durane o processo,
nos recusamos a aceiar que, para conseguir ese algo, deveremos luar, persisr e alvez, sorer;
e como sorer dói, eviamos e não connuamos.
Avaliação
Tene perceber se o esudane conseguiu compreender que é preciso ermos consciência do nos-
so papel social, sobre se responsabilizar pela consequência dos seus aos. Procure observar se ele
percebe a imporância de planejar, buscar alernavas e se inormar, não boicoar-se, enm, se
ele consegue reer sobre os melhores caminhos para agir em benecio próprio, sem perder de
visa essa preocupação com a consrução de um projeo de vida que inclui.
Respostas e comentários
Espera-se que o esudane use sua imaginação e dissere sobre como ele gosaria que seu uuro
osse. A proposa é azê-lo relaar seus sonhos e desejos, acrediando que o poder da mene em
uma cera inuência no agir.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 363
Anexo 1
Texo
Mercado para deciene visual
Senac oerece cursos prossionalizanes grauios em várias áreas, com apoio da Associação de
Cegos, criando oporunidade de emprego ou negócio.
Os decienes visuais descobriram as mãos como pora de enrada para o mercado de rabalho: a
prossão de massoerapeua. Uma parceria da Associação Pernambucana de Cegos (Apac) com o
Serviço Nacional do Comércio (Senac) oerece cursos grauios prossionalizanes em várias áre-
as, enre elas cuidados pessoais, para os associados da endade. Após o reinameno, os parci-
panes do curso enram num banco de alenos e podem rabalhar como auônomos, para aliviar
o esresse dos rabalhadores de empresas públicas e privadas. Ouros abrem o próprio negócio e
azem aendimenos em domicílio, uma orma de garanr uma renda exra.
Anes de perder compleamene a visão, Célia de Sanana, anos, oi operária numa ábrica. De-
pois rabalhou como vendedora. “Quando perdi a visão com anos, eu quei desnoreada. Não
conseguia rabalho. Enão resolvi esudar e azer alguns cursos”, cona. Ela aproveiou a opor-
unidade e se ormou em massoerapia. Tomou goso pela prossão. Hoje comemora a agenda
cheia de clienes: “A gene acorda de manhã e sabe que vai rabalhar. Para nós decienes é muio
edicane. Tenho clienes odos os dias”.
As mãos milagrosas de Célia aliviam o esresse dos uncionários da Caixa Econômica Federal e do
Banco do Brasil. Os dois bancos rmaram convênios com a Associação Pernambucana de Cegos
para abrir um espaço de rabalho para os decienes visuais. A economiária Daiane Borges,
anos, gerene pessoa jurídica da Caixa, é uma das clienes que relaxa a ensão com a aplicação
de shiasu. “A gene só percebe a ensão quando sena aqui. Nos dias em que eu aço shiasu co
mais ranquila. Melhora a minha concenração e o meu rendimeno”.
Os decienes visuais José Soares da Silva Filho, 65 anos, e Paulo Guilherme de Souza, 6 anos, são
aposenados e resolveram azer o curso de massoerapia para er uma nova prossão. “Hoje eu
enho um novo projeo de vida. Quero me ormar e abrir o meu próprio espaço de aendimeno”,
planeja Soares. Paulo ambém az planos. “Esou ora do mercado de rabalho porque exise a
discriminação da deciência visual e ambém da idade. Com o curso posso rabalhar como auô-
nomo”.
Danilo Borba, insruor do curso de massoerapia do Senac, explica que os decienes visuais êm
um dierencial no ocio: ao aguçado com maior concenração. Segundo ele, além de aprender as
écnicas de massagens (shiasu, reexologia, sueca, drenagem lináca), os esudanes recebem
noções de ergonomia, biossegurança e ambiene de rabalho. “Muios saem daqui e monam um
negócio e êm uma one de renda”.
Coordenador do programa de qualicação da Apac, Daniel Correia diz que esão programados
novos cursos prossionalizanes grauios e do Pronaec com o Senac. Enre eles, o de inormáca
básica para os decienes visuais. Uma exigência do mercado de rabalho. Mais de 00 decien-
es visuais já oram ormados no curso de cuidados pessoais.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
364 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
. Faça uma análise dos depoimenos dos parcipanes do curso e escreva os possíveis movos
que os levaram a agir e connuar suas vidas apesar da deciência.
. Você saberia dizer quais ouras razões movam as pessoas a connuarem algo que elas propu-
seram para elas mesmas?
. E quano a você? Escolha um aspeco de sua vida, alvez seus esudos, o espore que você pra-
ca ou um projeo do qual você parcipa, ec., e cone-nos como você em agido para que isso dê
cero. Quando udo começou, quais são seus objevos e o que o mova a connuar e acrediar
nesse projeo?
Na Estante
Anexo 2
Para muios, escolher o curso da ação e seguir em rene para angir seus objevos não é ão di-
cil. Conudo, nese caminho, é essencial levar em consideração as inerações que esabelecemos
com as pessoas. Nossas viórias e conquisas perderão oalmene o brilho se elas orem alcança-
das em derimeno do bem-esar do ouro.
Aqui, nese exercício, queremos não só saber o que é imporane para você no agir, o que passa
em sua cabeça, mas ambém ajudá-lo nese processo em que o primordial é saber valorizar o es-
orço, independenemene do resulado obdo, derroa ou racasso.
A proposa é a seguine: escue a música abaixo e a compare com o que Brené Brown, pesquisa-
dora da universidade de Houson, coloca em seu exo. Responda às pergunas que se seguem.
Texo :
”
coragem de ser imperfeito. Isso é viver com ousadia.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
366 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Texo
Am I Wrong?138
Nico and Vinz
So am I wrong?
For hinking ha we could be somehing or real?
Now am I wrong?
For rying o reach he hings ha I can' see?
Bu ha's jus how I eel
Tha's jus how I eel
Tha's jus how I eel
Trying o reach he hings ha I can' see
Am I wrong?
For hinking ha we could be somehing or real?
Now am I wrong?
For rying o reach he hings ha I can' see?
Bu ha's jus how I eel
Tha's jus how I eel
Tha's jus how I eel
Trying o reach he hings ha I can' see
Esou errado?
Esou errado?
Por pensar que poderíamos ser algo de verdade?
Agora esou errado?
Por enar alcançar as coisas que eu não posso ver?
Mas isso é apenas o que eu sino
É assim que eu me sino
É assim que eu me sino
Tenando alcançar as coisas que eu não posso ver
. Que relação é possível esabelecer enre a música e o que oi dio pela auora, as ideias são
convergenes ou divergenes? Explique e dê exemplos que conrmem sua opinião.
. Que po de pessoa a música descreve e qual o conio que ela enrena? Dê exemplos que
aesam algumas caraceríscas da pessoa que se perguna sobre esar ou não errada.
. Você se idenca com ela, como? Que caracerísca da pessoa da música você não em, mas
gosaria de er para melhorar nesa quesão do agir em busca de seus objevos? Você saberia
dizer o que ala em você para ser assim?
Na Estante
Anexo 3
86
Chegando à úlma aula do º módulo, espera-se que cada esudane enha se conhecido melhor,
enendido o porquê de se consruir um Projeo de Vida, e denido, assim, alguns propósios de
vida a serem seguidos para o seu desenvolvimeno.
Assim, a inenção dessa aula é maner os sonhos dos esudanes sempre vivos e esmulá-los para
a consrução de seus projeos de vida que esão apenas começando.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 373
Objetivos Gerais
Roteiro
PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO
Atividade preliminar
Peça a alguns esudanes que relembrem o enconro passado e comenem os ponos que acharam
mais imporanes.
Objetivos
Desenvolvimento
Divida a urma em 5 grupos e peça para um esudane ler o exo da Avidade: Sonhos (Anexo ).
Logo após a leiura do exo, peça que cada grupo discua as armações que o seguem, elaborando,
ao nal, um pequeno exo que compore os principais comenários do grupo. Feio isso, peça a um
represenane de cada grupo que leia a produção exual coleva. Caso quem muio parecidos,
oriene os próximos grupos a acrescenar, apenas, o que há de dierene em seus exos. Ao nal,
se necessário, vole a comenar cada uma das armações. Em seguida, peça aos esudanes que
respondam individualmene à quesão da avidade sobre os sonhos. Terminada a quesão, solicie
que alguns socializem suas resposas.
Avaliação
Pergune aos esudanes o que acharam dessa aula e de odas as avidades vivenciadas por eles
nos enconros aneriores. Peça a alguns deles que especiquem melhor como essa aula dos os
ouros inuenciaram no codiano de cada um. A parr disso, observe a relação que azem enre
elicidade, concrezação de seus projeos de vida e seus sonhos.
Respostas e comentários
Essa avidade mosra a relação exisene enre ser, er, azer, perencer e a elicidade. Assim
como, a relação exisene enre sonho e esperança.
Avidade: Sonhos
Na quesão , as resposas são de cunho pessoal e dependem da organização das ideias de cada
grupo. Enreano, espera-se que os esudanes concordem com cada uma das alernavas.
Na quesão , as resposas ambém são de cunho pessoal. Observe apenas se os esudanes cons-
roem rases com sendo lógico e que esejam relacionadas ao Projeo de Vida. Abaixo seguem
algumas sugesões de possíveis resposas:
a) Gene que não em nenhum sonho...ala imaginação.
b) Gene que em sonhos demais...ala denir prioridades.
c) Gene que não em sonho próprio... precisa er mais auonomia.
d) Gene que em sonho impossível... precisa ser mais realisa.
e) Gene que em sonho, mas não sabe ransormá-lo em Projeo de Vida...precisa
aprender a planejar e a gerir seus objevos.
) Gene que não consegue ransormar o Projeo de Vida em realidade...precisa desen-
volver algumas habilidades e alenos:
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 375
Na Estante
87
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
376 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Anexo 1
Atividade em Grupo
. Para discussão:
a) Se os nossos sonhos são pequenos, nossas possibilidades de sucesso ambém são
limiadas?
b) Os sonhos são como bússolas que indicam os caminhos que seguiremos e as meas
que queremos alcançar?
c) Desisr dos sonhos é “abrir mão” da elicidade, porque quem não persegue seus
objevos esá condenado a racassar?
. Agora, leia as rases abaixo e complee os seus sendos de acordo com o seu enendimeno:
a) Gene que não em nenhum...
b) Gene que em sonhos demais...
c) Gene que não em sonho próprio...
d) Gene que em sonho impossível...
e) Gene que em sonho mas não sabe ransormá-lo em Projeo de Vida...
) Gene que não consegue ransormas o Projeo de Vida em realidade...
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 377
Para refer:
A esperança140
A esperança az você acrediar. O enusiasmo az você ir à lua e vencer. Não exise um sem o
ouro. A esperança sem o enusiasmo ou o enusiasmo sem esperança é igual à plana que não
recebe adubo e nem água: suas olhas murcham e ela um dia morre. Enão, é assim: udo o que
você espera aconecer em de ser aguardado com é viva, iso é, com enusiasmo, senão a espe-
rança vai embora e nada aconece (...).
Sonhe sempre! Acrediem em si mesmos! Deixem que esses belos senmenos aorem e omem
orma! E aça com que seu sonho mude sua realidade para melhor a cada dia de sua vida! Você
verá como você em a capacidade de mudar um mundo ineiro… Apesar dos nossos deeios, pre-
cisamos enxergar que somos pérolas únicas no earo da vida e enender que não exisem pessoas
de sucesso ou pessoas racassadas. “O que exise são pessoas que luam pelos seus sonhos ou
desisem deles”.
Embora a esperança não seja um sonho, mas uma maneira de raduzir os sonhos em realidade,
como alhures, dissera alguém; a verdade é que enquano houver um sonho há uma esperança
porque a elicidade perence àqueles que acrediam na beleza de seus sonhos.
Por isso, seja sempre ore e nunca perca a Esperança!
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
378 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Anexo 2
. Como a elicidade não se enconra prona, mas se consrói pouco a pouco, escreva um exo
disseravo sobre como ela se relaciona com o seu Projeo de Vida e seus sonhos.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 381
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expediente
REALIZAÇÃO
Insuo de Corresponsabilidade pela Educação
PRESIDENTE
Marcos Anônio Magalhães
EQUIPE DE DIREÇÃO
Albero Toshikise Chinen
Juliana de Brio Magalhães Zimmerman
Thereza Maria de Casro Paes Barreo
CRÉDITOS DA PUBLICAÇÃO
Organização: Thereza Maria de Casro Paes Barreo
Coordenação: Juliana de Brio Magalhães Zimmerman
Supervisão de Coneúdo: Thereza Maria de Casro Paes Barreo
Redação: Reni Adriano Basa, André Lacerda Basa, Maria Beânia Ferreira, Gisele Sodre Paes
e Regina Celia Melo de Lima
Edição de exo: Regina Celia Melo de Lima
Revisão orográca: Danielle Fabiola do Nascimeno
Projeo Gráco: Axis Idea
Diagramação: Jessica Pizani Helsein
ª Edição | 06
© Copyrigh 05 - Insuo de Corresponsabilidade pela Educação.
“Todos os direios reservados”