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Material do Educador

Aulas de
Projeto de Vida
1º Ano do Ensino Médio
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Material do Educador

Aulas de
Projeto de Vida
1º Ano do Ensino Médio
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 5

Caro educador,
Projear a vida a parr de uma visão que se consrói do
próprio uuro é essencial para odo ser humano. As pessoas
que consroem uma imagem armava, ampliada e projeada
no uuro e auam sobre ela, êm mais possibilidades de realizá-las
do que aquelas que meramene sonham e não conseguem projear de
orma nída o que preendem azer em suas vidas nos anos que virão.
O que as dierencia é, sobreudo, que aquelas que êm uma visão esão compromedas, direcio-
nadas, azendo algo de concreo para levá-las na direção dos seus objevos. Tudo que conribui
para que se avance na direção da visão, az sendo.
É preciso aprender a projear no uuro os sonhos e ambições e raduzi-los sob a orma de ob-
jevos, de meas e prazos para a sua realização, além de empregar uma boa dose de cuidados,
deerminação e obsnação pessoal para isso.
Projear a vida é um processo gradual, lógico, reexivo e muio necessário na consrução de sen-
dos para as nossas vidas. É a própria experiência da auo-realização, ou seja, conerir sendo e
signicado para as nossas vidas no mundo, perane nós mesmos, perane aqueles com quem nos
relacionamos e perane os compromissos que assumimos com os nossos sonhos.
A consrução de um Projeto de Vida é uma area para a vida ineira porque ela pare de um
pono, que é o auoconhecimeno e ocaliza ouro pono, onde deseja chegar. Mas, se Projeto
de Vida é a experiência da auo-realização e esa não é um m, mas um processo. Enão “chegar
lá” na realização dos sonhos não pode ser o érmino, mas algo que inclusive deverá ser objeo de
revisões periódicas onde nos submeemos a um processo reexivo de análise consciene e indivi-
dual sobre se as decisões que omamos oram sasaórias e se é chegada a hora de omar ouras
decisões ou não. No undo, para essa area permanene de elaboração, revisão e reelaboração
ser plena de realização, ela precisa ser encarada como uma espiral cujo movimeno connuo é
uma experiência única para cada um.
Esar ao lado do adolescene nesa soscada e elaborada narrava de si, ou seja, na consrução
do seu primeiro projeo para uma vida oda, será uma area ransormadora. Para ele, que viverá
um mundo de reexões e decisões imporanes e para você, educador, porque ser seu parceiro
signica, por um lado, viver o adolescene que oi e, por ouro lado, acolher a pessoa que vive e
que esá diane de você, cheia de sonhos, desejos, planos e muia vida.
Aqui, apresenamos a disciplina Projeto de Vida, uma das Meodologias de Êxio da Escola da Escolha
e uma esraégia essencial na perspecva da ormação inegral. Ela deve levar o esudane não
apenas a desperar sobre os seus sonhos, suas ambições e aquilo que deseja para a sua vida, onde
almeja chegar e que pessoa preende ser, mas a agir sobre udo isso, ou seja, idencar as eapas
a aravessar e mobilizá-lo a pensar nos mecanismos necessários.
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6 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Para o desenvolvimeno desa Meodologia de Êxio, a escola e odos os seus educadores êm
papel relevane porque são pare do ambiene e do apoio necessário para que o esudane de-
senvolva a crença no aproveiameno do seu poencial bem como a mová-lo a aribuir sendo à
criação do projeo que dá perspecva ao seu uuro.
Na escola, odos devem apoiá-lo no reconhecimeno e na consrução de valores que promovam
audes de não indierença em relação a si próprio, ao ouro e ao seu enorno social. Essa es-
raégia ambém deverá apoiar o esudane e oriená-lo na sisemazação do produo dos seus
aprendizados e reexões que deverão subsidiar a elaboração do Projeo de sua Vida ao longo dos
primeiros dois anos do Ensino Médio que agora se iniciam.
Ese maerial az pare do processo de implanação de um conjuno de inovações em coneúdo,
méodo e gesão do Modelo Escola da Escolha que se esruuram a parr de rês eixos orienado-
res: da garana da excelência no desempenho acadêmico; da solidez na ormação em valores e
do desenvolvimeno de um conjuno de compeências undamenais para ransiar e auar diane
dos desaos e das exigências do mundo conemporâneo.
As aulas oram concebidas para oerecer a siuação didáca idealizada para apoiar o esudane no
desenvolvimeno da capacidade de planejameno e de execução, undamenais para ransormar
suas ambições em projeos muio imporanes. Para isso, raa de emas que esmulam um con-
juno amplo de habilidades como o auoconhecimeno e aquelas relavas às compeências sociais
e produvas para apoiar o esudane na capacidade de connuar a aprender ao longo de sua vida.

No 1º ano serão ministradas um conjunto de aulas de acordo com a


seguinte organização:

 – Idendade

Aborda emas que esmulam a criação do ambiene reexivo undamenal para o desenvolvi-
meno do auoconhecimeno que deverá levar o esudane ao reconhecimeno de si próprio, das
suas orças e das limiações a serem superadas; da auoconança e da auodeerminação como
base da auodisciplina e da auorregulação.

2 – Valores
Explora emas e coneúdos que conribuem para o desenvolvimeno da capacidade do esudane
para analisar, julgar e omar decisões baseadas em valores considerados universais que o ajuda-
rão a ampliar a sua capacidade de conviver aravés da consrução e da preservação de relaciona-
menos mais harmônicos e duradouros pauados na convivência, no respeio e no diálogo.

3 – Responsabilidade social
Reere-se à responsabilidade pessoal e às audes do esudane rene às diversas siuações, di-
mensões e circunsâncias concreas da sua vida.

4 – Competências para o século XXI


Concenra-se nas compeências e habilidades necessárias à ormação humana, no desenvolvi-
meno dos poenciais para viver, conviver, conhecer e produzir na sociedade conemporânea.
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1º ANO DO ENSINO MÉDIO 7

No 2º ano serão ministradas um conjunto de aulas de acordo com a


seguinte organização:
1 – Sonhar com o futuro
É a represenação daquilo que se é rene àquilo que poencialmene se será num uuro. As aulas
iniciadas nese ano permiem a elaboração de uma espécie de primeiro projeo para uma vida
oda, ceramene a mais soscada e elaborada narrava de si, iniciada na escola.

2 – Planejar o futuro
Esmula e oriena o esudane a compreender que o sucesso das realizações pessoais depende
de algumas eapas iniciais. A idealização de um sonho e os mecanismos necessários para a sua
maerialização são alguns dessas eapas, ou seja, é imporane desenvolver o planejameno das
realizações pessoais. Para isso é preciso que o educador connue a apoiá-lo no processo de re-
exão sobre “quem ele sabe que é, e quem gosaria de vir a ser”, além de ajudá-lo a planejar o
caminho que precisa consruir e seguir para realizar esse enconro.

 – Denir as ações
Ensina a esruurar um plano de ações a parr dos objevos que se deseja alcançar. Assim como,
ensina o esudane a adminisrar de orma adequada os recursos e meios disponíveis em seu am-
biene inerno e exerno, a m de criar e poencializar ganhos no curso das ações desenvolvidas.

4 – Rever o Projeto de Vida


Permie que o esudane aprenda a esabelecer uma periodicidade para o acompanhameno do
seu Projeo de Vida aravés da revisão do seu Plano de Ação (PA), considerando que essa area
é um compromisso permanene consigo e com os ouros que o cercam. É por meio de uma au-
oanálise que o esudane descobrirá os ponos que exigirão um esorço pessoal adicional para o
cumprimeno das meas esabelecidas. Bem como, a necessidade de reelaboração do seu projeo.

As aulas que compõem as temáticas deverão:


• Promover avidades que levem os esudanes a compreender que a realização de so-
nhos em uma relação direa com dedicação, apoio de muias pessoas, conhecimeno
adquirido e planejameno enre o hoje e o amanhã;
• Conribuir para a compreensão de que os valores e princípios noreiam a omada de
decisões de maneira consciene e consequene e que cada um deve ser responsável
pelas escolhas que az;
• Esmular àqueles que sequer êm sonhos;
• Considerar que o pono de parda não deve ser o grau de mauridade, mas a per-
cepção consruída sobre si e sobre o “vir a ser”, ou seja, aquele que ainda não é e a
rajeória a ser percorrida para aproximar o “eu presene” do “eu uuro”.
• Conribuir para a capacidade de planejameno e de execução, essenciais para a rans-
ormação de ambições em projeos, desenvolvendo um conjuno amplo de ouras
habilidades undamenais.
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8 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Ao fnal do Ensino Médio, pretende-se que os estudantes sejam capazes de:


- Criar boas expecavas em relação ao uuro;
- Compreender que a elaboração de um Projeo de Vida deve considerar odos os as-
pecos da sua ormação, sendo ruo de uma análise consciene e individual;
- Agir a parr da convicção de que o processo de escolha e decisão sobre os diversos
âmbios da vida são um ao de responsabilidade pessoal;
- Desperar para os seus sonhos, suas ambições e desejos, endo mais clareza sobre
onde almejam chegar e que po de pessoa preendem ser, reerenciando-se nos me-
canismos necessários para chegar onde desejam;
- Conceber eapas e passos para a ransormação dos seus sonhos em realidade;
- Compreender que seus sonhos podem se modicar na medida em que se desenvol-
vem e experimenam novas dimensões da própria vida e que o projeo de suas vidas
não se encerra no º ano.

As aulas condas nese maerial não obedecem rigorosamene o que se esabelece quano à dis-
ribuição de empo do horário escolar, ou seja, as aulas podem se esender para além do empo
esabelecido e que caraceriza a “aula”. Há ambém uma indicação de duração de cada avidade,
no enano, ela serve apenas como parâmero para orienação do planejameno do Educador.
Para o sucesso da ulização dese maerial, é imporane esabelecer uma relação de conança
com o esudane, além de um adequado vínculo aevo que o permia recorrer ao educador, caso
necessário, em busca de apoio e acolhimeno.
Além de seguir um cronograma de avidades, as aulas devem ser avaliadas de maneira sisemá-
ca e connua. Isso permirá idencar a adesão dos esudanes aos emas e avidades propos-
as, bem como vericar se o que oi planejado gerou os resulados preendidos. Faça observações
das aulas e sisemaze as suas avaliações ao nal de cada enconro pois elas serão undamenais
na orienação das aulas seguines.
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1º ANO DO ENSINO MÉDIO 9

ESTRUTURA DAS AULAS DE PROJETO DE VIDA -  º ANO DO ENSINO MÉDIO

NÚCLEO
OBJETIVO FORMATIVO HABILIDADE CAPACIDADES
(o que se (inerário FOCO (desdobramento das
AULAS
espera como ormavo (o conteúdo da habilidades em objevos
produto) para realizar competência) especícos)
o objevo)

Capacidade de reconhe-
cer a si próprio como ser . Quem sou
único com qualidades e Eu?
poenciais a desenvolver.

 e . Espelho,
Consruir e valorar posi-
espelho meu...
vamene os conceios
Como eu me
acerca de si próprio.
vejo?

 e 5. Que
lugares eu
Conhecer a realidade na ocupo?
qual se insere, expressando
a própria hisória pessoal.
6. De onde eu
venho?
Auoconheci-
Idendade Capacidade de perceber . Minhas
Formação do meno
ser auônomo, e idencar os elemen- ones de
solidário e os relevanes relavos à signicado
compeene dimensão ranscendenal e sendo da
da sua vida. vida.

Reconhecer, expressar
. Eu e os
e valorizar os alenos e
meus alenos
habilidades que possui,
no palco da
bem como lidar com as
vida.
suas limiações.

. Minhas
Perceber dierenes valores virudes e
presenes nas pessoas e em aquilo que não
si como pare consuine é legal, mas
da idendade. que eu posso
melhorar.

Relacionameno Idencar o papel e a im- 0. Eu, meus


Valores inerpessoal e porância dos amigos na amigos e o
social direção e sendo da vida. mundo.
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10 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

ESTRUTURA DAS AULAS DE PROJETO DE VIDA -  º ANO DO ENSINO MÉDIO

NÚCLEO
OBJETIVO FORMATIVO HABILIDADE CAPACIDADES
(o que se (inerário FOCO (desdobramento das
AULAS
espera como ormavo (o conteúdo da habilidades em objevos
produto) para realizar competência) especícos)
o objevo)

. Amizade
é quando
Idencar aos de compa- você não az
nheirismo e seus dierenes quesão de
aores. você e se em-
presa para
os ouros.

Capacidade de reconhecer . E a conver-


no diálogo o recurso unda- sa começa...
menal para a consrução A are de
de relações saudáveis. dialogar!

Problemazar a capacida-
de de olhar e considerar . Respeio
o ouro sem julgamenos é bom e nós
prévios, abero a orma gosamos.
de ser de cada pessoa.
Formação do
Relacionameno
ser auônomo, A capacidade de se colocar . Sincerida-
Valores inerpessoal e
solidário e no lugar do ouro anes de de: Um bem
social
compeene azer escolhas. querer!

5. Quando as
Reer sobre a inerede-
nossas regras
pendência da responsabi-
resolvem se
lidade individual e coleva
enconrar.
para a criação de uma
Os valores na
convivência saudável.
convivência.

Reer sobre os valores 6 e . Éca


morais e as audes écas e moral são
e suas implicações na con- coisas da
viviencia social. Filosoa?

 e . A
Compreender a relação
vida em paz
enre conios, as de-
e o "melhor
sigualdades sociais e a
mundo do
necessidade de paz.
mundo".
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ESTRUTURA DAS AULAS DE PROJETO DE VIDA -  º ANO DO ENSINO MÉDIO

NÚCLEO
OBJETIVO FORMATIVO HABILIDADE CAPACIDADES
(o que se (inerário FOCO (desdobramento das
AULAS
espera como ormavo (o conteúdo da habilidades em objevos
produto) para realizar competência) especícos)
o objevo)

Capacidade de reconhecer
e valorizar as conribuições
0. Viver enre
provenienes da roca de
gerações.
experiências com ouras
gerações.

Idencar e reer sobre


a necessidade de ulizar . Diz a
recursos para mediação canção: "É
de conios como esra- preciso saber
égia para convivência viver"
social.

. Organiza-
Idencar e culvar ção da vida
audes que avorecem a e das coisas
organização pessoal. começa em
mim!

Idencar maneiras
. Eu sou o
Formação do adequadas de cuidar da
Relacionameno que penso,
ser auônomo, saúde sica e menal
Valores inerpessoal e como, alo e
solidário e que levam ao bem-esar
social aço.
compeene pessoal.

Releir acerca do
desenvolvimeno de . Solida-
ações solidárias a parir riedade, um
da própria realidade e bem querer!
conexo social.

Aplicar os próprios
princípios, qualidades, 5. Da
audes, capacidades e inenção à
conhecimenos adquiri- ação: Jovem
dos aravés do rabalho volunário.
volunário.

Capacidade de reer
6. Um mun-
sobre a imporância do
do melhor
diálogo como mecanismo
depende mim
para a convivência e en-
de mim e de
gajameno na promoção
você.
da igualdade.
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12 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

ESTRUTURA DAS AULAS DE PROJETO DE VIDA -  º ANO DO ENSINO MÉDIO

NÚCLEO
OBJETIVO FORMATIVO HABILIDADE CAPACIDADES
(o que se (inerário FOCO (desdobramento das
AULAS
espera como ormavo (o conteúdo da habilidades em objevos
produto) para realizar competência) especícos)
o objevo)

Capacidade de reer
sobre a imporância do . A vida é
planejameno nas várias um projeo.
eapas da vida.

Reer sobre a coexisên-


cia de pensameno racional . Razão
e sensibilidade como um sensível e
aribuo indispensável encanameno
para o encanameno do do mundo.
mundo.

Reer sobre a sensibili- . Sensi-


dade, a expressão criadora bilidade,
das ideias, as experiências percepção e
e emoções sob diversas maniesações
ormas. arscas.

Formação do Idencar a relação


Comperência 0 e . De-
ser auônomo, exisene enre o pensa-
para o século Auogesão cisão: O que
solidário e meno e o senmeno no
XXI precisa ser
compeene processo de omada de
eio!
decisões.

Idencar os elemenos
. Sim, eu
essenciais para viabilizar
sou capaz!
uma realização.

.
Reer sobre a imporân-
Conversando
cia do exercício do diálogo
e aprendendo
inerno na auo-avaliação.
comigo.

Compreender a relação
enre auodesenvolvi-
 e 5. É
meno e apereiçoameno
preciso saber
pessoal e o desenvolvi-
sobre o saber!
meno e rajeória do
Projeo de Vida.
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ESTRUTURA DAS AULAS DE PROJETO DE VIDA -  º ANO DO ENSINO MÉDIO

NÚCLEO
OBJETIVO FORMATIVO HABILIDADE CAPACIDADES
(o que se (inerário FOCO (desdobramento das
AULAS
espera como ormavo (o conteúdo da habilidades em objevos
produto) para realizar competência) especícos)
o objevo)

Reconhecer que o ser


humano é um ser em 6. Ouse ser
permanene processo de você mesmo!
ormação.

 e .
Reer sobre os hábios
Sociedade
e relações inerpessoais
do aeo e da
Formação do alernavos à culura do
Comperência susenabili-
ser auônomo, consumo.
para o século Auogesão dade.
solidário e
XXI
compeene
Esabelecer compromisso . Ação! Sou
com a realização do próprio o sujeio da
Projeo de Vida e iniciar a minha própria
sua consrução. vida.

Compreender a relação 0. Manenha


exisene enre Projeo de a esperança
Vida, pleniude e sonhos. sempre viva.

Bom trabalho!

Se você ideniicou algo a ser corrigido nese maerial, por avor, avise-nos. Conamos
com você para o aprimorameno conínuo do nosso rabalho. Envie seus comenários para
icebrasil@icebrasil.org.br
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14 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

ÍNDICE

• Aula : Quem sou eu?.................................................................................................................6

• Aula  e : Espelho, espelho meu... Como eu me vejo?..........................................................

• Aula  e 5: Que lugares eu ocupo?............................................................................................0

• Aula 6: De onde eu venho?.........................................................................................................

• Aula : Minhas ones de signicado e sendo da vida..........................................................5

• Aula : Eu e os meus alenos no palco da vida......................................................................5

• Aula : Minhas virudes e aquilo que não é legal, mas que eu posso melhorar..................6

• Aula 0: Eu, meus amigos e o mundo.......................................................................................5

• Aula : Amizade é quando você não az quesão de você e se empresa para os ouros....

• Aula : E a conversa começa... A are de dialogar!.............................................................0

• Aula : Respeio é bom e nós gosamos...............................................................................5

• Aula : Sinceridade: Um bem querer!...................................................................................5

• Aula 5: Quando as nossas regras resolvem se enconrar. Os valores na convivência.........

• Aula 6 e : Éca e moral são coisas da Filosoa?..............................................................

• Aula  e : A vida em paz e o “melhor mundo do mundo”..............................................50

• Aula 0: Viver enre gerações..................................................................................................6

• Aula : Diz a canção: "É preciso saber viver"........................................................................

• Aula : A organização da vida e das coisas começa em mim!............................................

• Aula : Eu sou o que penso, como, alo e aço....................................................................

• Aula : Solidariedade, um bem querer!................................................................................0


MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 15

• Aula 5: Da inenção à ação: Jovem volunário.....................................................................0

• Aula 6: Um mundo melhor depende mim de mim e de você............................................0

• Aula : A vida é um projeo...................................................................................................

• Aula : Razão sensível e encanameno do mundo............................................................

• Aula : Sensibilidade, percepção e maniesações arscas............................................60

• Aula 0 e : Decisão: o que precisa ser eio!........................................................................

• Aula : Sim, eu sou capaz!......................................................................................................

• Aula : Conversando e aprendendo comigo........................................................................0

• Aula  e 5: É preciso saber sobre o saber!.........................................................................

• Aula 6: Ouse ser você mesmo!..............................................................................................

• Aula  e : Sociedade do aeo e da susenabilidade......................................................

• Aula : Ação! Sou o sujeio da minha própria vida.............................................................5

• Aula 0: Manenha a esperança sempre viva.......................................................................0


MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 17

AULA 1: QUEM SOU EU?

A adolescência é um período especial da vida, caracerizado principalmene pela inensidade das


emoções. Seu início marca o surgimeno das conesações e dos quesonamenos, eapa neces-
sária para o esudane começar a se conhecer, a esabelecer seus próprios valores e ver o mundo
sob uma nova óca – a sua própria.
Assumindo um compromisso com a ormação de um jovem auônomo, solidário e compeene, as
aulas condas nese módulo buscam ajudar o desenvolvimeno pessoal e social do adolescene.
Desa orma, é necessário esmular o auoconhecimeno e a auoesma de cada esudane, para
depois desenvolver sua capacidade de ineração com os ouros e com o meio em que vive.
As aulas aqui presenes êm como nalidade a abordagem de quesões relacionadas à consrução
da idendade de cada esudane e de seu universo de valores na relação consigo mesmo. Traa-se,
nese sendo, não apenas da descobera de si mesmo, de suas poencialidades e ragilidades, mas
de um exercício de reexão sobre seus planos e sonhos. Ou, ainda, como cada um pode usar o que
em de melhor para desenvolver o próprio poencial, realizando-se enquano pessoa em odos os
níveis — individual, prossional, amiliar e social. O pono de parda desse processo é esa primei-
ra aula que procura inroduzir a disciplina ao universo valórico dos esudanes e à práca reexiva,
iso é, o pensar sobre si mesmo.
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18 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Objetivos Gerais

• Conhecer os nomes dos colegas e senr-se inegrado a urma;


• Conhecer a disciplina Projeo de Vida;
• Inciar ormas de auoconhecimeno;
• Reer sobre a imporância da consrução de um Projeo de Vida.

Roteiro

PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO

Avidade: Seu nome e um Dinâmica de apresenação com apenas uma


0 minuos
desejo. palavra dos esudanes.

Avidade: Leiura em Leiura dos exos: Visualizando novos cami-


0 minuos
grupo. nhos e Caçador de mim.

Avidade: Conhecendo a Quesonameno inicial: O que é um Projeo


0 minuos
mim mesmo. de Vida?

Avaliação. Reomada dos objevos do enconro. 0 minuos

ORIENTAÇÕES PARA AS ATIVIDADES

Atividade: Seu nome e um desejo

Objetivos

• Aprender o nome dos colegas de urma de orma lúdica aciliando a inegração enre
odos.
• Reer sobre a idendade: Quem sou eu? Como me chamam? O que aço? Como
andam as relações comigo mesmo e com os ouros? Quais as qualidades que aprecio
nas pessoas?
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 19

Desenvolvimento

Disponha os esudanes senados, ormando um círculo de modo que odos possam se ver. Nesse
círculo, você deve esar inserido como um aciliador da avidade. Explique a dinâmica dizendo
que cada um deverá alar o próprio nome e um desejo pessoal. O educador deve iniciar a dinâmi-
ca dizendo seu nome, seguido de um desejo que enha. Cada esudane, na sequência, a parr do
educador, deve reper na ordem os nomes e desejos dios aneriormene pelos colegas, acres-
cenando ao nal o seu próprio nome e seu desejo.
Após a nalização da dinâmica, peça aos esudanes que respondam às seguines pergunas: Eu
sou? Meu desejo é? Eu nasci em? Meus pais são? Minhas caraceríscas sicas são? Meus com-
promissos são? Eu aço o quê? Por que aço? O que eu aço, aproxima as pessoas? Eu sou e-
liz quando? Como anda a minha relação comigo mesmo? Como andam meus relacionamenos?
Quais são as qualidades das pessoas com quem manenho amizade?

Comentários

O desao desa dinâmica é aprender de orma lúdica como chamar os colegas de urma, repe-
ndo na sequência odos os nomes e desejos dios aneriormene no círculo, anes de dizer o
seu próprio nome. Havendo diculdade na memorização da sequência, o educador e/ou o grupo
podem auxiliar aquele que esver alando, pois, o imporane nesa dinâmica é que, ao nalizá-la,
odos enham aprendido o nome dos colegas de urma. Nesa avidade, são rabalhadas ambém
quesões de idendade - Como me chamam? Quem sou eu? - podendo surgir alguns apelidos
carinhosos. É imporane que o educador eseja aeno para perceber e explorar o senmeno
subjacene ao modo como cada indivíduo se apresena.

Atividade: Leitura em grupo

Objetivo

• Reer sobre a consrução de um Projeo de Vida.

Desenvolvimento

Oriene a leiura dos exos: Visualizando novos caminhos e Caçador de mim (Anexo ), que ra-
am da denição de Projeo de Vida e da imporância do auoconhecimeno, respecvamene.
Conclua essa avidade pergunando aos esudanes sobre o que enenderam dos exos e em
seguida, pergune se alguém já possui um Projeo de Vida denido. Esse momeno servirá de
apoio para as próximas avidades, por isso procure deixar os esudanes esmulados com a nova
disciplina.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
20 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Atividade: Conhecendo a mim mesmo

Quesonameno Inicial: O que é um Projeo de Vida?


Esa avidade é um quesonameno inicial que prepara os esudanes para o desenvolvimeno de
avidades de aulas uuras sobre o que é um Projeo de Vida.

Objetivos

• Esabelecer os primeiros conaos com a disciplina Projeo de vida;


• Aprender sobre o que é um Projeo de Vida;
• Descobrir a imporância do Projeo de Vida na consrução do próprio uuro.

Desenvolvimento

Inicie esa avidade pergunando: O que é um Projeo de Vida? Para que serve um Projeo de
Vida? Quando devemos er um Projeo de Vida? Como se consrói um Projeo de Vida? Qual
a relação enre Projeo de Vida e elicidade? Por que é imporane se conhecer bem anes de
consruir um Projeo de Vida? Procure azer uma relação enre “O que é um Projeo de Vida” e os
desejos dos esudanes, “ase desejane x ase de realização uura” de acordo com as quesões
proposas. Em seguida, ranscreva a seguine avidade na lousa:

Conhecendo a Mim Mesmo


Propomos agora um exercício para que você possa se conhecer um pouco mais. Todas as pergun-
as o levarão a uma reexão sobre você. Para isso, seja sincero e responda com boa vonade. Não
avalie suas resposas com rigidez, pois aqui não exisem resposas ceras ou erradas.

. Alguns dos meus dados pessoais:

. Meus pais são:

. Minhas caraceríscas são:

. O que eu aço?

5. Por que aço?

6. Como aço?

. O que eu aço aasa ou aproxima as pessoas? Por quê?


MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 21

Minhas Relações
• Como anda a minha relação comigo mesmo?
• Como andam meus relacionamenos?
• Quais as qualidades das pessoas com quem eu manenho amizade?

Anes de os esudanes começarem a responder as quesões, insira levemene uma reexão sobre
a imporância do auoconhecimeno (enconro que cada um deve esabelecer com o seu inerior)
para que possam ir descobrindo aquilo que acrediam ser melhor para as próprias vidas. Ao nal,
peça para os esudanes comenarem suas resposas com o apoio dos colegas.

Avaliação

Pergune aos esudanes o que eles acharam do enconro e quais as expecavas de cada um
sobre as aulas de Projeo de Vida.

Em casa
Escreva na lousa a avidade para os esudanes copiarem.

Elabore um pequeno exo disseravo sobre quem é você, quais são os seus desejos e udo que
az sendo para você. Esse exo será apresenado na próxima aula.
Essa primeira avidade para casa propõe um exercício que será basane comum nese maerial.
Assim, procure azer com que os esudanes se acosumem a essa rona e aprendam a alar sobre
si sem receios. Esmule-os para que busquem seus desejos e se expressem cada vez melhor.

Respostas e comentários da tarefa de casa


— Meu desejo é e meus compromissos são?
As resposas das avidades realizadas nesa aula são de cunho pessoal, cada esudane vai res-
ponder de acordo com suas parcularidades. O objevo é gerar, mesmo que de orma acanhada,
um primeiro conao com o ínmo deles. O imporane é que os jovens passem a adquirir conan-
ça para expressar o que senem.
O exo da area de casa é uma escria de cunho pessoal. O imporane nessa avidade é que
odos procurem expressar o que senem, para isso deixe-os à vonade, pois não exise exo cero
ou errado. Possíveis aspecos que poderão ser conemplados nos exos elaborados pelos esu-
danes: Desejos diverdos, ambiciosos, humildes, sem muia cereza, enm, cheios de emoções
posivas ou negavas.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
22 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Anexo 1 - Leitura em grupo

Texto 1
Visualizando novos caminhos!1
Quando alguém preende consruir uma casa, um engenheiro é conraado para planejar udo
que será necessário azer anes de começar as obras. A parr do projeo, ele erá uma noção do
maerial necessário e de quanos rabalhadores serão conraados para a consrução ocorrer no
empo deerminado. Se não houvesse um planejameno prévio, provavelmene, os rabalhadores
não saberiam como desempenhar ordenadamene suas unções. Inclusive seria muio complicado
prever os recursos necessários para a obra. A casa, provavelmene, nunca seria consruída ou, se
osse, com cereza, não iria sasazer os desejos de seu dono.
Na vida, ocorre algo similar. Possuímos muias meas e planos os quais preendemos realizar.
Temos a opção de escolher o nosso caminho. Enreano, inúmeras vezes escolhemos roas que
nos aasam de nosso objevo maior ou camos conusos em relação ao rumo a ser seguido pela
ausência de planejameno sobre o que realmene queremos.
Um Projeo de Vida é um plano colocado em papel para que possamos visualizar melhor os ca-
minhos que devemos seguir para alcançar nossos objevos. Desse modo, necessiamos saber
claramene quais são eles e er em mene ambém quais são os nossos valores, pois são eles que
norearão nossas escolhas. Isso é undamenal para viver em harmonia com o que realmene
nosso coração pede, pois, na ausência de um Projeo de Vida, corremos o risco de car sem dire-
ção. Dessa orma, conhecer-se, saber o que a vida realmene signica para você e conhecer seus
valores são de undamenal imporância no planejameno do seu Projeo de Vida. É aravés dele
que você poderá se desenvolver melhor e realizar os seus sonhos. Lembre-se: nada é esáco, e
você precisa esar em consane evolução.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 23

Texo 
Caçador de Mim2
Sérgio Magrão e Luiz Carlos Sá

Por ano amor


Por ana emoção
A vida me ez assim
Doce ou aroz
Manso ou eroz
Eu, caçador de mim

Preso a canções
Enregue a paixões
Que nunca veram m
Vou me enconrar
Longe do meu lugar
Eu, caçador de mim
Nada a emer senão o correr da lua
Nada a azer senão esquecer o medo
Abrir o peio à orça, numa procura
Fugir às armadilhas da maa escura

Longe se vai
Sonhando demais
Mas onde se chega assim
Vou descobrir
O que me az senr
Eu, caçador de mim
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
24 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

AULA 2 e 3: ESPELHO, ESPELHO MEU...COMO EU


ME VEJO?

A ormação da idendade requer um processo de reexão e observação simulâneos, um proces-


so que ocorre em odos os níveis de uncionameno menal e pelo qual o indivíduo se julga à luz
daquilo que percebe ser a orma como os ouros o julgam, em comparação com eles próprios e
com uma pologia que é signicava para eles. Ao mesmo empo, ele julga a maneira como os
ouros o julgam, de acordo com o modo como ele se vê, em comparação com os demais e com os
pos que se ornaram imporanes para ele.3

Objetivos Gerais

• Maximizar o conhecimeno sobre si mesmo;


• Valorar a si próprio aravés do olhar do ouro.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 25

Materiais Necessários
• Duas olhas de papel ocio;
• Lápis e borrachas para odos;
• Data show com caixa de som;
• Vídeo da campanha publiciária “Dove”: Rerao Real da beleza;
(Disponível em: hp://reraosdarealbeleza.dove.com.br/);
• Nome dos esudanes escrios em rinhas de papel;
• Fia adesiva;
• Pranchea para desenho;
• Sala com espaço livre para os esudanes circularem sem obsáculos.

Roteiro

PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO

Avidade Preliminar. Reomada da area de casa. 0 minuos

º Momeno: Elaboração da biograa.


Avidade em grupo: º Momeno: Escrever rês recomendações 5 minuos
“Biograa”. para o colega de acordo com o que ele quer
ser.

Reomada do enconro pelos esudanes e


Avaliação. 5 minuos
observações do educador.

º Momeno – Arsa orense: Desenhar o


rerao alado do colega.
Avidade: Rerao alado. º Momeno – Vídeo: Reraos da real beleza. 0 minuos
Assisr ao vídeo e discur sobre a sua mensa-
gem aliando ao primeiro momeno da avidade.

Avaliação. Comenário dos esudanes. 5 minuos


MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
26 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

ORIENTAÇÕES PARA AS ATIVIDADES

Atividade Preliminar

Com os esudanes senados em orma de círculo, relembre o enconro anerior. Convide duas ou
mais pessoas, dependendo da disposição dos esudanes, para conar o que oi abordado na úl-
ma aula. Lembre-se de reomar a area para casa. Espere que os esudanes esponaneamene
comenem sobre algum pono.
Ao nal, diga para os esudanes que não é possível empreender um Projeo de Vida sem se co-
nhecer bem. Por isso, esa aula, ambém, ajudará nesse mesmo pono.

Atividade em Grupo: Biografa

Escrever a própria rajeória de vida, de acordo com o que se pede, sem se idencar e com lera
de ôrma.

Objetivo

• Conhecer a si próprio aravés da ajuda dos colegas.

Desenvolvimento

º Momeno
Enregue para cada esudane uma olha de ocio para que eles possam desenvolver a avidade
Biograa:
. Biograa é a hisória da vida de uma pessoa. A palavra em origem nos emos gregos bios, que
signica “vida”, e graphein, que signica “escrever”. Sabendo, enão, que uma biograa é a descri-
ção dos aos parculares da vida de uma pessoa, incluindo sua rajeória, escreva a sua auobio-
graa, sem se idencar, incluindo as seguines inormações:
a) Daa de nascimeno:
b) Local onde nasceu e vive aualmene:
c) Onde esudou:
d) Algumas habilidades especícas:
e) Um pensameno em que realmene acredie:
) Algo sobre a sua amília:
g) Com uma palavra o que quer ser.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 27

º Momeno
Depois que odos erminarem de escrever, recolha as olhas e as redisribua aleaoriamene, de
modo que cada esudane que com uma biograa dierene da sua. Em seguida, peça que eles
ponuem, ao nal da olha de ocio, rês recomendações ao dono da biograa que sejam con-
dizenes com o que ele quer ser. Após o érmino dessa eapa, peça que alguns esudanes leiam
em voz ala a biograa que recebeu e as recomendações que prescreveu para o colega. Oriene
a urma para que, durane a leiura, o dono da biograa permaneça indierene, não levane sus-
peias, como se aquela biograa não osse a sua. À medida que eles orem apresenando a bio-
graa, pergune em seguida, se alguém sabe de quem é e a cada descobera eia, peça que eles
jusquem suas resposas. Pergune aos esudanes se, ao descobrir o dono da biograa, alguém
percebeu semelhanças enre a hisória do colega e a própria hisória. Não se esqueça de devolver
a biograa aos seus donos, pois, ao nal, odos devem permanecer com os seus exos originais.
Logo depois, peça aos esudanes que respondam às quesões do pono dois abaixo:

. Após aconselhar seu colega e/ou ler os conselhos dados a você, responda:
a) Quais oram as rês recomendações que seu colega sugeriu a você?
b) Você achou pernenes as sugesões dadas por seus colegas? Concorda com elas?
Jusque sua resposa.
c) Você conseguiu azer as recomendações ao seu colega respeiando a biograa dele?
Como? Em caso de diculdades, explique quais oram.

Procure saber se as recomendações dadas pelos colegas oram pernenes ou não. Peça a alguns
esudanes que comenem suas resposas. Por úlmo, peça a alguns esudanes que exponham as
diculdades e acilidades que enconraram ao elaborar as recomendações aos colegas.

Atividade: Retrato Falado

Objetivo

• Perceber a imagem que criamos sobre nós mesmos.

Desenvolvimento

Anes de começar a avidade pergune se alguém sabe o que é um arsa orense e explique
lendo o exo “O que é orense”. Depois da explicação, diga que a avidade de hoje vai reproduzir
o rerao alado de alguns deles. Assim, peça à urma que se divida em duplas e enregue uma
olha de ocio com uma pranchea a cada uma. Logo em seguida, solicie que sigam as seguines
orienações: Você parcipará da produção de um rerao alado. Escolha um colega e combine
enre vocês quem será o arsa orense e quem será o narrador.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
28 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

º Momeno
Enregue um pedaço de papel com o nome de um dos esudanes da urma para cada narrador do
rerao alado. Esse pedaço de papel deve ser bem dobrado para que apenas o narrador saiba de
quem se raa. Tenha cuidado para não enregar o próprio nome dos esudanes da dupla. Feio
isso, peça aos narradores que abram cuidadosamene a rinha de papel para ver qual será o cole-
ga a ser descrio para o arsa orense. Oriene-os para que não passem para os arsas orenses
descrições muio óbvias do colega a ser desenhado. Explique que eles devem descrever a ace do
colega para o arsa orense, descrevendo inicialmene as caraceríscas sicas, de acordo com
as dicas para o arsa orense: (Copiar na lousa as dicas)

º passo: Faça linhas básicas que denam o conorno do roso e maxilar;


º passo: Dena as sobrancelhas e o core e po do cabelo;
º passo: Depois os lábios, o nariz, os olhos e as orelhas;
º passo: Em seguida, caso seja, coloque barba, pinas, rugas, óculos, ec.
º passo: Por úlmo, aça pergunas precisas sobre a pessoa, como: esaura, peso,
cor e personalidade.

Quesões para os esudanes: (Copiar na lousa)

. Seja narrador ou arsa orense, para você, o que oi mais dicil reraar? Por quê?

Vale a pena acessar: Aprenda a azer rerao alado ulizando o Pimp the Face, um sie em inglês
que permie criar o desenho de um roso a parr de uma oo ou de modelos preesabeleci-
dos disponíveis no sie. Para aprender é só acessar: <hp://www.ecmundo.com.br/imagem/
0-aprenda-a-azer-um-rerao-alado.hm#ixzziuyrh>. Acesso em ou. 0.

• Quando cada dupla conseguir nalizar seu desenho, peça a eles que o axem em
uma parede da sala. Nesse momeno, odos devem circular enre os reraos, pro-
curando se enxergar em algum deles. Peça aos esudanes os quais conseguiram
se idencar nos desenhos que quem com o seu rerao. Os esudanes, que não
conseguiram idencar seu rerao, deverão ser ajudados pelos narradores. Anes
de abrir espaço para as colocações dos esudanes sobre esse primeiro momeno
da avidade, peça aos esudanes que respondam à quesão abaixo. Após, prepare
a urma para assisr ao vídeo: Reraos da Real Beleza, que reraa algo seme-
lhane ao vivido pelos esudanes nesse momeno (Vídeo da campanha publiciária
“Dove”: Rerao Real da beleza.

º Momeno: Vídeo Reraos da Real beleza


Anes de iniciar o vídeo para os esudanes, passe a seguine inormação sobre o mesmo: Traa-se
de um rerao alado de  mulheres, eio por um arsa orense que rabalha no FBI. O agene do
FBI az dois reraos de cada mulher, o primeiro com a própria pessoa se descrevendo e o segundo
com oura pessoa descrevendo a mesma mulher. Inicie o vídeo e depois peça para os esudanes
proerirem seus comenários sobre a quesão: (Copiar na lousa)
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 29

. De acordo com o vídeo: Rerao da Real Beleza, você concorda que muias vezes
consruímos uma imagem disorcida sobre nós mesmos? Por que você acha que isso
aconece?

Caso seja necessário, explique que a percepção que emos sobre nós mesmos, muias vezes, pode
ser oalmene dierene daquela que os ouros êm de nós. Fale que isso esá relacionado à nossa
auoesma e às diculdades de aceiação. Diga que, em caso de dúvidas sobre quem somos e o
que queremos ser, é sempre bom conar com mais de uma visão ou o apoio de alguém conheci-
do. Finalize o enconro dizendo que há mais ponos posivos em nós mesmos do que pensamos
exisr, sendo normal er ceras inseguranças, mas que nunca podemos azer disso algo que nos
impeça de ser eliz. Assim como, não devemos mascarar quem somos por medo daquilo que as
ouras pessoas vão pensar sobre nós.

Avaliação

Terminada a reexão sobre a avidade, ormar um grande círculo para parlhar a vivência do en-
conro com os esudanes e saber o que eles acharam da aula. Caso você enha descobero algo
novo sobre os seus esudanes, comparlhe com eles nesse momeno. Observe se os esudanes
oram sinceros na escria da própria biograa e das recomendações que zeram aos colegas. Ava-
lie se os esudanes receberam posivamene as recomendações dadas pelos colegas. É impor-
ane que eles se enxerguem a parr das colocações que oram eias (o que são). Caso conrário,
aene para aqueles esudanes que elaboraram uma biograa a parr daquilo que eles ainda
não são, mas que gosariam de ser. Nesse caso, você precisará ajudá-los a perceber essa dieren-
ciação. Eseja aeno caso algum esudane enha eio uma auobiograa com ponos negavos
sobre si ou depreciavos. Nesse caso, você precisará ajudá-los a se enxergarem melhor. Avalie se
os esudanes se percebem como são e como esá a auoesma de cada um.

Textos de Apoio ao Educador

O que é Forense?4
Forense é um ermo relavo aos ribunais ou ao Direio. Na maior pare das vezes, o ermo é de
imediao relacionado com o desvendameno de crimes.
Conudo, exisem ouras aplicações do ermo, como se verica na expressão "expediene oren-
se", que designa o horário de uncionameno dos ribunais.
Ciência Forense é a aplicação de um conjuno de écnicas ciencas para responder a quesões
relacionadas ao Direio, podendo se aplicar a crimes ou aos civis. O esclarecimeno de crimes é
a unção de desaque da práca orense. Aravés da análise dos vesgios deixados na cena do
crime, os perios, especialisas nas mais diversas áreas, conseguem chegar a um criminoso. Algu-
mas das áreas ciencas que esão relacionadas à Ciência Forense são a Anropologia, Biologia,
Compuação, Maemáca, Química, e várias ouras áreas ligadas à Medicina, como por exemplo,
a Psicologia Forense.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
30 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

"CSI: Las Vegas" é o ulo de uma série americana de invesgação criminal que, no Brasil e em
ouros países, popularizou o rabalho dos ciensas orenses, os perios que desvendam os mais
variados crimes e conduzem à idencação do culpado.

“ A arte forense é uma combinação de arte e ciência.


Artistas forenses devem ter conhecimento de técnicas
de entrevista, psicologia cognitiva e anatomia facial


para completar o relatório falado.

. As resposas a “Quem sou eu?”6


A imagem que oda criança em de si mesma é produo dos numerosos reexos que uem de
muias ones: o raameno que recebe das pessoas à sua vola, o domínio sico sobre si mesma
e sobre o ambiene, e o grau de realização e reconhecimeno em áreas imporanes para ela. Es-
ses reexos são como insanâneos de si mesma que ela cola num álbum imaginário de reraos,
e que ormam a base de sua idendade. Tornam-se a sua auo-imagem ou auoconceio – suas
resposas pessoais à perguna: “Quem sou eu? ”
É imporane er em mene que a imagem que a pessoa em de si mesma pode ser, ou não, exaa.
Todo ser humano em um eu e uma auoimagem. Quano mais exaa a imagem que a criança az
de si mesma, mais realiscamene ela conduz a sua vida (...)

. O ingrediene crucial5
(...) O que é auoesma? É a maneira pela qual uma pessoa se sene em relação a si mesma. É o
juízo geral que az de si mesmo – quano gosa de sua própria pessoa.
A auoesma não é uma preensão osensiva. É um senmeno calmo de auo-respeio, um sen-
meno do próprio valor. Quando a senmos ineriormene camos saseios em sermos nós
mesmos. A preensão é apenas uma maniesação alsa para encobrir uma auoesma precária.
Quando se em uma boa auoesma, não se perde empo e energia procurando pressionar os
ouros; já se conhece o próprio valor.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 31

AULA 4 e 5: QUE LUGARES EU OCUPO?

A adolescência é a ase mais conurbada da vida dos seres humanos por ser o período de ransi-
ção enre a inância e a idade adula. Nessa ase ainda imperam audes de uma criança, mas, ao
mesmo empo, é esperada do adolescene uma posura adula, ou seja, de uma ase ainda por vir.
Nessa aula, os esudanes reerão sobre suas unções em diversos grupos sociais como a amília,
a escola, enre ouros. Haja visa que:
“Nos dias auais, a amília e a escola consuem os dois espaços principais de socialização das
novas gerações. É sobreudo por meio dessas duas insuições que os jovens de hoje consroem
sua idendade, ormam seus valores e preparam-se para a vida adula, em parcular a vida
prossional”.7
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
32 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Objetivos Gerais

• Reer acerca dos diversos papéis sociais desenvolvidos;


• Desperar a necessidade de auação nos diversos espaços.

Material Necessário
• Vídeo da Música “Aé quando?” Gabriel o Pensador
(Disponível em: hp://www.youube.com/wach?v=rH5TRzmOVFo )

Roteiro

PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO

Avidade Preliminar. Reomada da aula anerior. 0 minuos

Avidade de leiura: Eu Leiura e inerpreação do exo “Família e


5 minuos
e os ouros. escola”.

Avidade de leiura: A A parr da criação de uma hisória, abordar 


0 minuos
hisória do Danilo. grupos sociais: FAMÍLIA - ESCOLA - SOCIEDADE.

º momeno:
Escua da Música “Aé quando?” Gabriel o
Pensador.

Avidade: Auação º momeno:


0 minuos
social. - Inerpreação da música em grupo;
- Reexão da esroe desacada da música.
º momeno:
Reexão sobre a auação social dos esudanes.

Vericação da aprendizagem dos esudanes,


Avaliação das avidades. 0 minuos
aravés da observação.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 33

ORIENTAÇÕES PARA AS ATIVIDADES

Atividade Preliminar

Anes de iniciar a aula, reome com os esudanes a aula anerior. Escolha  esudanes para que
alem sobre o coneúdo da aula passada.

Atividade de Leitura: Eu e os Outros

Objetivos

• Conhecer a origem da necessidade da relação enre os seres humanos;


• Enender a imporância da amília e da escola para vida em sociedade.

Desenvolvimento

Os esudanes devem ser orienados a ler, individualmene, o exo “Família e escola” (Anexo
). Após a leiura, os esudanes devem responder às quesões objevas de acordo com a leiura
realizada.
Explique aos esudanes que as resposas são, em sua maioria, reradas do exo. Para nalizar
essa avidade, odos devem comparar uns com os ouros as resposas da pare objeva das per-
gunas. No ocane às resposas de cunho pessoal, os esudanes, que se senrem à vonade em
comparlhar suas opiniões, deverão expor suas colocações. Essa aude deverá ser incenvada,
pois será mais rica a roca de ponos de visa enre eles.

Avaliação

Cerque-se de que odos responderam às quesões correamene, de acordo com o exo, e


observe como eles se posicionam em relação à amília e à escola.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
34 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Atividade de Leitura: A história do Danilo

Objetivo

• Reer sobre a auação nos  grupos sociais - FAMÍLIA – ESCOLA – SOCIEDADE.

Desenvolvimento

Separe os esudanes em  grupos, inulados com as palavras FAMÍLIA – ESCOLA – SOCIEDADE.


Explique aos esudanes que a avidade será eia “em cadeia”, ou seja, apesar de divididos em
equipes, para que a avidade seja concluída, será preciso à conribuição de odos. Peça para um
esudane ler em voz ala o resumo da vida do personagem Danilo (Anexo ).

“ Danilo é flho único e nasceu em uma amília de classe


média de uma importante cidade do sul do Brasil. Ele
teve uma infância tranquila, brincando com os primos
e vizinhos no condomínio onde morava.

Anos se passaram e hoje, já um adolescente, ele tem


uma vida bastante dinâmica, faz judô, natação, curso
de Inglês e, aos domingos, participa de um grupo de
música da igreja. Ele é o garoto mais popular da escola,
sempre muito comunicativo, vive rodeado de amigos,
por esse motivo, oi eleito o líder da sua sala por muito


tempo e adora essa função.

Inorme aos esudanes que eles, em grupo, erão que complemenar a hisória de Danilo de acor-
do com o oco esabelecido para cada equipe. Disponibilize um empo para que o primeiro grupo
escreva e leia a complemenação para a sala. Em seguida, a parr da hisória do primeiro grupo,
o segundo complemenará de acordo com seu oco, e, assim, sucessivamene, aé complear-se
a hisória do Danilo.
Aene para a coerência e harmonia da hisória de Danilo, por que a maneira como esá sendo
consruída, em cadeia, é para propiciar essa uniormidade. Quando o º grupo nalizar a apre-
senação, oriene os esudanes a escreverem as complemenações da hisória de acordo com os
ponos deerminados:
- Foco na amília:
- Foco na Escola:
- Foco na Comunidade:
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 35

Desaça os grupos e june odos em um círculo. Para nalizar a avidade, pergune: O que eles
enenderam sobre a avidade? Enconraram diculdade em raçar os caminhos do personagem
Danilo? Discua com eles sobre os desechos dados por cada grupo. Em seguida, com relação às
próprias vidas, peça aos esudanes que opinem sobre as emácas - amília, escola e sociedade -
que norearam a avidade. Deixe claro para os esudanes que essa é uma avidade que, embora
lúdica, objeva razer-lhes a reexão sobre suas auações nesses  grupos nos quais, na vida real,
esão inseridos.

Avaliação

Observe se eles compreenderam a avidade, se obeve boa aceiação. Noe se os esudanes ze-
ram boas reexões a respeio dos  grupos sociais, ano nos complemenos da hisória do Danilo,
como nas próprias vidas.

Atividade: Atuação Social

Objetivo

• Desperar à vonade de auar no espaço onde vivem.

Desenvolvimento

Coloque odos os esudanes senados em círculo, inormando a eles que irão escuar a música
Aé quando? (Anexo ) do canor e composior, Gabriel, o Pensador. Fale que será necessária
aenção para enender as crícas abordadas na lera da música.
Essa música oi lançada em 00 com o objevo de desperar a coragem das pessoas pela lua dos
seus direios, além de provocar a mudança de posura diane dos desaos sociais.
Finalizada a audição, divida os esudanes em  grupos que deverão analisar o recho desacado
da música e responder às quesões apresenadas.

Avaliação

Finalize esse momeno reendo com seus esudanes. Peça a eles que exponham o que acharam
da avidade e da aula. Aproveie o momeno para comparlhar algo posivo que você enha per-
cebido como, dedicação, parcipação, compromisso. Verique se os esudanes que ainda não
parciparam de uma ação social demonsram ineresse e percebem a imporância de conribuir
para o seu enorno.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
36 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Respostas e comentários das atividades


Avidade de leiura: Eu e os ouros
Com relação ao exo “Família e escola”, os esudanes deverão, após a leiura, compreender que
as relações humanas são imporanes para a sobrevivência da espécie humana e que a amília e a
escola são dois espaços imporanes nesse processo.
Na quesão sobre a Música de Gabriel, o Pensador as resposas paras as pergunas se enconram
no exo, apenas na segunda pare do iem D, eles darão suas conribuições pessoais, ou seja, se
concordam ou não com as inormações oriundas do exo;

Avidade de leiura: A hisória do Danilo


O exo que inroduz a avidade é apenas para siuar os esudanes sobre quem é Danilo. Os esu-
danes são livres sobre a criação da melhor abordagem acerca da vida do personagem, de acordo
com os ocos. Porém, é preciso garanr coerência na hisória de Danilo no decorrer da avidade.

- Família
√ Pela ase da adolescência em que eles se enconram, será “normal” se eles aborda-
rem os conios exisenes denro desse núcleo como sendo os principais problemas
enrenados pelo personagem.
- Escola
√ Há quem adore ir à escola e há quem vá apenas por ser obrigado. Nessa perspecva, a
complemenação desse grupo se divide enre o personagem gosar ou não da escola,
ver sendo ou não na escola;
√ Em caso de uma abordagem negava para a hisória, durane as discussões, é im-
porane que seja compreendido que, gosando ou não da escola, eles precisam ver
sendo em esar lá.
- Sociedade (Grupos sociais):
√ Caso os esudanes abordem os aspecos sociais do pono de visa das exigências da
sociedade sobre o personagem (em que se ormar, em que ir à escola, em que ca-
sar), considere odas as conribuições, porém é imporane que eles reiam ambém,
sobre como é a auação de Danilo no espaço em que vive. Como andam as relações
aevas denro dos grupos sociais (espore, culura, lazer, volunariado), aos quais
perencem? Como eles se percebem enquano cidadãos?
Ao nal desa avidade, os esudanes deverão er uma visão panorâmica da hisória complea do
personagem Danilo, viso que eles escreverão as complemenações dos ouros grupos.

Avidade: Auação social


Essa avidade deve er um caráer de culminância dessa aula com o incenvo à práca da cida-
dania. A música do Gabriel, O Pensador “Aé quando?” deve uncionar como uma inrodução ao
ema da parcipação social dos esudanes.
Na quesão sobre o recho desacado da música, a reexão esperada é: A mudança que eles que-
rem ver em algo ou alguém deve começar por eles mesmos.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 37

a) Espera-se que eles acrediem na solução de problemas sociais após a mobilização das
pessoas. Alguns exemplos que eles podem mencionar: impedir o aumeno das arias
dos ônibus, greve dos rabalhadores, arrecadação de alimenos, roupas, água para
uma insuição, enre ouros exemplos de mobilização em prol de algo na sociedade.
b) Resposa de cunho pessoal. Mas é esperado que os esudanes se posicionem a avor
de alguma causa. Enendendo que é imporane luar por um mundo mais juso.
c) Espera-se que os esudanes desenvolvam ou já enham desenvolvido algum po de
rabalho volunário.

Texto de Apoio ao Educador

Abrigo de ensões8
As relações enre amília e escola nunca oram ão próximas, mas se ressenem das dierenças de
lógica enre as duas insuições.
Nos dias auais, a amília e a escola consuem os dois espaços principais de socialização das
novas gerações. É sobreudo por meio dessas duas insuições que os jovens de hoje consroem
sua idendade, ormam seus valores e preparam-se para a vida adula, em parcular a vida pro-
ssional.
A aula das relações enre essas duas eseras da vida social vem se desenvolvendo lenamene,
mas apresenando resulados de pesquisa que começam a se consolidar. Talvez o maior deles re-
sida numa dupla consaação: a) de que amília e escola nunca manveram relações ão próximas
e inensas quano na aualidade; b) de que há hoje uma ore disseminação – ano nos meios
educacionais, quano na opinião pública – da crença de que esses dois agenes precisam esabe-
lecer uma sólida parceria e colaboração, para que não haja incongruências enre as prácas e os
processos educavos desenvolvidos em cada uma dessas duas insâncias.
No enano, se ese úlmo pressuposo se assena numa racionalidade lógica, ele desconhece a
razão socio(lógica) que az a socialização amiliar – que se dierencia de um meio social a ouro
– doar a criança e o esudane de insrumenos (cognivos e comporamenais) diversicados e
mais ou menos adapados às exigências implícias ou explícias do sisema escolar.
Assim, ao invesgar as relações que as amílias populares manêm com a escola, o pesquisador
depara com um ao marcane: os conrases ou as dissonâncias exisenes enre o modo de so-
cialização que rege o universo pedagógico das escolas e aquele que vigora no universo domésco
das amílias populares.

Na Estante

Vale a pena VER


Aqui você enconra alguns sies de Organizações Sociais que realizam assisências em diver-
sas áreas.
CREA MAS: hp://creamasbrasil.blogspo.com.br/
CRUZ VERMELHA BRASILEIRA: hp://www.cruzvermelha.org.br/
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
38 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Anexo 1

Texo: "Família e Escola".9


“Comparados a ouros seres, somos um animal rágil: possuímos
reduzida orça sica, não emos muia velocidade de deslocamen-
o, nossa pele é pouco resisene ao clima e agressões, não nada-
mos bem e não voamos, não resismos mais do que alguns dias
sem água e alimeno, nossa inância é muio demorada e emos de
ser cuidados por longo empo.
4 Ora, vivemos em um planea que oerece condições de vida muio
especializadas; um animal como nós não eria chance nas regiões polares, nas desércas, nas o-
resas equaoriais, nas de inverno inclemene, nos oceanos, ec. [...]
O que vai nos dierenciar, de ao, é que só o animal humano é capaz de ação ransormadora
consciene, ou seja, é capaz de agir inencionalmene (e não apenas insnvamene ou por ree-
xo condicionado) em busca de uma mudança no ambiene que o avoreça.
Essa ação ransormadora consciene é exclusiva do ser humano e a chamamos rabalho ou prá-
xis; é consequência de um agir inencional que em por nalidade a aleração da realidade de
modo a moldá-la às nossas carências e invenar o ambiene humano. [...]
Se o rabalho é o insrumeno, qual é o nome do eeio de sua realização? Nós o denominamos Cul-
ura (conjuno dos resulados da ação do humano sobre o mundo por inermédio do rabalho). [...]
[...] Em suma, o Homem não nasce humano e, sim, orna-se humano na vida social e hisórica, no
inerior da Culura. [...]
[...] Um dos produos ideais da culura são os valores, por nós criados para o exisr humano, pois,
quando os invenamos, esruuramos uma hierarquia para as coisas e aconecimenos, de modo a
esabelecer uma ordem na qual udo se localize e enconre seu lugar apropriado. [...]
O principal canal de conservação e inovação dos valores e conhecimenos são as insuições so-
ciais como a amília e a Igreja, o mercado prossional, a mídia, a escola ec.[...] ao conrário dos
ouros seres vivos, nós os humanos, dependemos proundamene de processos educavos para
nossa sobrevivência (não carregamos em nosso equipameno genéco insruções sucienes para
a produção da exisência) e, desse prisma, a Educação é insrumeno balisar para nós.
No enano, a Educação pode ser compreendida em duas caegorias cenrais: educação viven-
cial e esponânea, o “vivendo e aprendendo” (dado que esar vivo é uma connua siuação de
ensino/aprendizado), e educação inencional ou proposiada, deliberada e organizada em locais
predeerminados e com insrumenos especícos (represenada pela Escola e, cada vez mais,
pela mídia). ”

. Conorme o exo apresenado, a espécie humana enrena muias diculdades de adapação e


sobrevivência, mas se serve de sua ineligência para criar maneiras de compensar suas raquezas.
Considerando sua leiura e reexão, responda às pergunas que seguem abaixo:
a) Já nascemos seres sociais? Por quê?
b) Segundo o exo, somos seres rágeis. Por que ele arma isso?
c) O que nos dierencia dos ouros seres vivos?
d) Segundo o exo, qual a imporância da educação para o ser humano? Argumene se
você esá de acordo ou não com o que aborda o exo?
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 39

Anexo 2 - A vida do personagem Danilo

“Danilo é lho único e nasceu em uma amília de classe média de uma imporane cidade do sul
do Brasil. Ele eve uma inância ranquila, brincando com os primos e vizinhos no condomínio
onde morava.
Anos se passaram e hoje, já um adolescene, ele em uma vida basane dinâmica, az judô, na-
ação, curso de Inglês e, aos domingos, parcipa de um grupo de música da igreja. Ele é o garoo
mais popular da escola, sempre muio comunicavo, vive rodeado de amigos, por esse movo, oi
eleio o líder da sua sala por muio empo e adora essa unção”.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
40 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Anexo 3

º Momeno
Aé Quando
Gabriel, o Pensador
Não adiana olhar pro céu
Com muia é e pouca lua
Levana aí que você em muio proeso pra azer
E muia greve, você pode, você deve, pode crer
Não adiana olhar pro chão
Virar a cara pra não ver
Se liga aí que e boaram numa cruz e só porque Jesus
Soreu não quer dizer que você enha que sorer!
Aé quando você vai car usando rédea?!
Rindo da própria ragédia
Aé quando você vai car usando rédea?!
Pobre, rico ou classe média
Aé quando você vai levar cascudo mudo?
Muda, muda essa posura
Aé quando você vai cando mudo?
muda que o medo é um modo de azer censura
Aé quando você vai levando? (Porrada! Porrada!!)
Aé quando vai car sem azer nada?
Aé quando você vai levando? (Porrada! Porrada!!)
Aé quando vai ser saco de pancada?
Você ena ser eliz, não vê que é deprimene
O seu lho sem escola, seu velho á sem dene
Cê ena ser conene e não vê que é revolane
Você á sem emprego e a sua lha á gesane
Você se az de surdo, não vê que é absurdo
Você que é inocene oi preso em agrane!
É udo agrane! É udo agrane!!
A polícia
Maou o esudane
Falou que era bandido
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 41

Chamou de racane!
A jusça
Prendeu o pé-rapado
Solou o depuado
E absolveu os PMs de Vigário!
A polícia só exise pra maner você na lei
Lei do silêncio, lei do mais raco
Ou aceia ser um saco de pancada ou vai pro saco
A programação exise pra maner você na rene
Na rene da TV, que é pra e enreer
Que é pra você não ver que o programado é você!
Acordo, não enho rabalho, procuro rabalho, quero rabalhar
O cara me pede o diploma, não enho diploma, não pude esudar
E querem que eu seja educado, que eu ande arrumado, que eu saiba alar
Aquilo que o mundo me pede não é o que o mundo me dá
Consigo um emprego, começa o emprego, me mao de ano ralar
Acordo bem cedo, não enho sossego nem empo pra raciocinar
Não peço arrego, mas onde que eu chego se eu co no mesmo lugar?
Brinquedo que o lho me pede, não enho dinheiro pra dar!
Escola! Esmola!
Favela, cadeia!
Sem erra, enerra!
Sem renda, se renda! Não! Não!!
Muda que quando a gene muda o mundo muda com a gene
A gene muda o mundo na mudança da mene
E quando a mene muda a gene anda pra rene
E quando a gene manda ninguém manda na gene!
Na mudança de aude não há mal que não se mude nem doença sem cura
Na mudança de posura a gene ca mais seguro
Na mudança do presene a gene molda o uuro!
Aé quando você vai car levando porrada,
aé quando vai car sem azer nada
Aé quando você vai car de saco de pancada?
Aé quando?
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
42 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Gabriel, O Pensador: Nascido no Rio de Janeiro em , esreou sua carreira como rapper em
, com a a demo de “Tô eliz (maei o presidene)”, censurada pelo Minisério da Jusça
pouco anes da renúncia de Collor. Gabriel gravou see álbuns e um DVD, somando mais de dois
milhões de cópias vendidas no Brasil, abrindo poras para ouros países apreciarem seu rabalho.
O criador de “Cachimbo da Paz”, “Aé quando?” e “Palavras repedas” é ambém auor de dois
livros: “Diário Nourno” (ed. Objeva) e “Um garoo chamado Robero” (ed. Cosac Naiy), que
recebeu o prêmio Jabu de melhor livro inanl em 006.

º Momeno
Após ouvir a música, discua com seus colegas o recho desacado a seguir e responda: Com re-
lação à auação do seu grupo, quais são as mudanças necessárias para uma melhor auação na
sociedade na qual esão inseridos?

“Muda que quando a gene muda o mundo muda com a gene


A gene muda o mundo na mudança da mene
E quando a mene muda a gene anda pra rene
E quando a gene manda ninguém manda na gene!
Na mudança de aude não há mal que não se mude nem doença sem cura
Na mudança de posura a gene ca mais seguro
Na mudança do presene a gene molda o uuro!”

Em seguida, escolha um represenane de cada grupo para explanar o que debaeram sobre a ra-
se e o que escreveram sobre as mudanças necessárias para a auação deles. Ao nal dessa eapa,
eles devem senar, individualmene, para responder aos iens a, b e c da quesão nº .

º Momeno
Agora, individualmene, responda às pergunas abaixo:
a) Você acredia que as pessoas, quando se unem em prol de alguma causa, conseguem
mudar uma realidade? Se sim, você conhece algum exemplo?
b) Se você osse deender uma causa social, qual seria? Por quê?
c) Você desenvolve algum po de rabalho volunário? Se sim, qual?
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 43

AULA 6: DE ONDE EU VENHO?

A hisória pessoal deve ser um componene imporane do Projeo de Vida. Anes mesmo de os
esudanes pensarem para onde eles querem ir e o que eles querem ser, é imporane que odos
saibam de onde vêm, o que gosariam de superar ou criar para o uuro.
A sua casa, seus pais, sua amília e sua vida codiana, por meio de uma rede de relações sociais
e aevas, inegram o primeiro momeno de conhecimeno que crianças e adolescenes êm so-
bre o mundo. Pois, é no processo de relações diversicadas que o esudane inerioriza valores e
consrói ormas próprias de perceber e esar no mundo, se consuindo enquano sujeio.
Ao conhecermos um adolescene, de cera orma, conhecemos ambém sua amília, que é seu
primeiro espaço de socialização, de ormação, é o grupo social onde adquiriu seu reperório ini-
cial de comporameno: hábios, cosumes e modo de lidar com os objeos, com o ambiene sico
e com os adulos. Logo, valorizar as raízes e o que de bom aprenderam, ajuda os adolescenes a
desenvolverem a noção de onde eles podem chegar.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
44 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Objetivo Geral

• Reer sobre a inuência da herança amiliar na ormação da idendade e do próprio


uuro.

Material Necessário

• Crônica “Perencer” de Clarice Lispecor.

Roteiro

PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO

Avidade Preliminar. Reomada da aula anerior. 5 minuos

Leiura da crônica “Perencer” de Clarice Lis-


Avidade de Leiura. 0 minuos
pecor, seguida por resolução de quesonário.

Avidade em Grupo:
Opinião sobre rês rases armavas. 5 minuos
Para discur.

Avaliação. Observação do educador. 5 minuos

ORIENTAÇÕES PARA AS ATIVIDADES

Atividade Preliminar

Peça aos esudanes que comenem os aconecimenos da aula anerior, como orma de reomar
a discussão.

Atividade de Leitura

Leiura da crônica “Perencer” de Clarice Lispecor (arquivo anexado ao nal da aula).


MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 45

Objetivos

• Ler e discur o exo de Clarice Lispecor;


• Lembrar algumas hisórias e expecavas da amília que anecederam ao nascimeno
de cada um;
• Conhecer e enender a inuência da amília na própria ormação.

Desenvolvimento

Explique aos esudanes que o exo “Perencer” de Clarice Lispecor (Anexo ) é uma crônica
publicada originalmene no Jornal do Brasil, em 6, e, poseriormene no livro “A descobera
do mundo”. Em seguida, aça com os esudanes a leiura da crônica. Ao nal, pergune o que
enenderam e inorme sobre as quesões abaixo que devem ser respondidas por eles: (Copiar
quesões na lousa).

a) Por que Clarice Lispecor se sena deserdada da vida?


b) Para Clarice Lispecor, o que signica perencer?
c) “Nasceu e cou simplesmene nascida”, “Não recebeu a marca do perencer”. Que
marca é essa a que Clarice se reere?
d) Assim como Clarice Lispecor, que hisórias você em sobre a sua origem?
e) O que você sabe acerca das expecavas dos seus pais sobre você, anes mesmo do
seu nascimeno?

Depois de escuar os esudanes, pergune a opinião deles sobre nascer com uma missão, um
legado ou uma unção amiliar pré-esabelecida e o que se pode azer para superar esse legado
e raçar a própria hisória. Explique que cada pessoa possui sua hisória de vida e que ela começa
a ser consruída anes mesmo do nascimeno. Para isso, aça relação com a crônica de Clarice
Lispecor, mosrando a proundidade da rajeória da personagem, seus senmenos e as rans-
ormações pelas quais passou. Diga aos esudanes que eles precisam respeiar a própria hisória
por aquilo que ela em de dierene e que aravés dela podem criar conança no mundo e em si
mesmo. Explique que, para a vida uura, é imporane criar vínculos seguros e saudáveis com a
própria hisória.
Ao nal, corrija as resposas das quesões com os esudanes.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
46 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Atividade em Grupo: Para discutir

Objetivos

• Reer sobre a inererência dos pais na vida pessoal;


• Quesonar como a origem amiliar inuencia quem somos;
• Perceber que o presene proporciona condições diárias para a superação das dicul-
dades e ajuda a desenhar o uuro.

Desenvolvimento

Disribua a avidade em grupo: Para discur (Anexo ) que segue abaixo e leia em voz ala cada
uma das quesões para os esudanes. Peça a eles que ormem rês grupos grandes os quais deve-
rão car cada um, com uma das alernavas proposas pela avidade. Ao nal, as resposas dos
grupos serão comparlhadas.

Leia os parágraos a seguir e em grupo, discua com os seus colegas sobre as pergunas que os
seguem:

Grupo 10
Cada pai projea seus sonhos, realizados ou não, em seus lhos, mas, inde-
pendenemene de quais sejam, a maioria deles se associa a um sonho só:
Eles querem uma vida para nós melhor do que a que eles veram.

Sobre isso, você concorda que os pais êm rica experiência de vida e cero grau de sabedoria e por
isso, não há dúvidas de que sabem o que é melhor para os lhos? Por quê?

Grupo 11
O senhor em saudades de Iabira ainda hoje? Tenho uma prounda sau-
dade e digo mesmo: no undo, connuo morando em Iabira, aravés das
minhas raízes e, sobreudo, aravés dos meus pais e dos meus irmãos, o-
dos nascidos lá e odos já alecidos. É uma herança aávica prounda que
não posso esquecer.

Sobre as raízes amiliares, você concorda que, mesmo cada um sendo livre para raçar a própria
hisória, a orça da origem amiliar nos conduz a ser o que somos? Por quê?
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 47

Sobre a origem amiliar, esse poema de Drummond reraa a sua incomensurável saudade de sua
cidade naal:

Condência do iabirano12
Alguns anos vivi em Iabira.
Principalmene nasci em Iabira.
Por isso sou rise, orgulhoso: de erro.
Novena por ceno de erro nas calçadas.
Oiena por ceno de erro nas almas.
E esse alheameno do que na vida é porosidade e comunicação.
A vonade de amar, que me paralisa o rabalho,
vem de Iabira, de suas noies brancas, sem mulheres e sem horizones.
E o hábio de sorer, que ano me divere,
é doce herança iabirana.
De Iabira rouxe prendas diversas que ora e oereço:
ese São Benedio do velho saneiro Alredo Duval;
esa pedra de erro, uuro aço do Brasil,
ese couro de ana, esendido no soá da sala de visias;
ese orgulho, esa cabeça baixa...
Tive ouro, ve gado, ve azendas.
Hoje sou uncionário público.
Iabira é apenas uma oograa na parede.
Mas como dói!

Grupo 13
O presene é o codiano da vida das pessoas. É o empo em que elas vi-
vem, são mobilizadas por novos aconecimenos, lembram com alegria,
riseza ou raiva do passado, projeam o uuro ou se angusam com ele.
É quando consroem a sua hisória pessoal, a ormar suas idendades.

Sobre isso, você concorda que o codiano em a riqueza das experiências que o ajudarão a supe-
rar posivamene as diculdades e as adversidades que surgirem? Você acredia que essas vivên-
cias o ajudarão a desenhar o uuro? Por quê?

Ao azer a leiura da alernava b da avidade, aproveie para alar, rapidamene, sobre Drum-
mond. Depois que os grupos esverem pronos para comparlhar suas resposas, organize uma
pequena plenária na qual cada grupo deve ler a sua perguna e responde-la de acordo com a dis-
cussão ocorrida. Para isso, eleja uma pessoa de cada grupo para apresenar as resposas.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
48 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Por úlmo, ermine o enconro dizendo que é importante entender o passado para conseguir se
projear melhor no uuro. O passado, o presene e o uuro se relacionam de orma inrínseca,
uma vez que, aravés da memória podemos aceder o passado e esruurá-lo de acordo com a
ideia que emos no presene e com isso, mudar o nosso uuro.

Avaliação

Avalie se os esudanes veem sua herança amiliar ou origem de orma posiva. Observe como os
esudanes conseguem se projear no uuro a parr de sua origem.

Em casa

Revendo sua vida pessoal (copiar na lousa)


. Na amília, além do nome, o que mais é herdado?
. Quais as capacidades que você em advindas de sua origem?
. Em sua opinião, qual oi o legado mais imporane que sua amília deixou para você?
. O que você gosaria de deixar como legado para a sua amília?

Respostas e comentários da tarefa de casa


Avidade de Leiura
a) Clarice sene-se deserdada da vida por ela não er curado sua mãe ao nascer, por er
“alhado” nessa missão e acha que raiu a grande esperança dos pais;
b) Para ela perencer é viver. Signica “perencer a algo ou a alguém. É poder colocar-se
no mundo e signicar a própria exisência. É poder dar o que de melhor em denro
de si aquilo a que perence.
c) A marca a que Clarice se reere é aquela que ela eria se, ao nascer, vesse curado sua
mãe. Enão, sim: ela eria perencido a seu pai e a sua mãe;
d) Resposa de cunho pessoal. Espera-se que os esudanes comenem a hisória de vida
sem receios e com sinceridade;
e) Resposa de cunho pessoal. Verique se as expecavas geradas pelos pais inuen-
ciam os esudanes de orma negava, compromeendo sua auoesma.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
º ANO DO ENSINO MÉDIO 49

Avidade em Grupo: Para discur


. Essa alernava permie dois posicionamenos - Verique se os esudanes se maniesam a a-
vor da inererência dos pais em suas vidas, ao reconhecer e respeiar a experiência e a sabedoria
paernas ou se eles são conra, alegando, por exemplo, que os pais querem guiar a vida deles por
compleo;
. Nessa alernava, espera-se que os esudanes discuam sobre a memória do passado e o
poder da convivência amiliar para a ormação da personalidade de cada um. Aqui ambém dois
posicionamenos podem aparecer: A avor – aqueles que vão alegar que a amília exerce orça na
rajeória deles enquano sujeios, deerminando o que são. Assim como, há os esudanes que
são conrários, pois alegam que, independene da origem amiliar, odos possuem possibilidades
de mudanças, rompendo com o ciclo amiliar.
. Essa resposa é de cunho pessoal. Porém, espera-se que os esudanes se posicionem a avor da
perguna, reconhecendo que o codiano e suas ronas podem ajudá-los a superar as diculdades
individuais, a denir melhor as próprias regras e a enconrar espaço para expressar seus sonhos.

Em casa

Revendo sua vida pessoal


. Resposa de cunho pessoal. Espera-se que os esudanes reconheçam que se herda
muia coisa além do nome, como: caraceríscas sicas e genes, personalidade, hábi-
os, ec.;
. Resposa de cunho pessoal. Verique se os esudanes conseguem ponuar ponos
posivos de sua herança amiliar;
. Resposa cunho pessoal. Espera-se que, enre odos os ponos posivos elencados na
quesão anerior, o esudane escolha o mais imporane de odos. Esse legado deve
ser um elemeno que esá muio presene na vida do esudane apesar de ser algo que
advém do passado. Observe se a resposa demonsra um reconhecimeno especial
por pare do esudane, algo posivo em sua vida;
. Essa resposa é pessoal e requer uma reexão prounda do esudane sobre a sua vida
passada e a sua relação com o uuro. Nela, espera-se que o esudane ale sobre um
legado que, além de er valor para a sua vida, possua valor para a vida uura da sua
amília, que perpasse o empo e enha uma razão de exisr muio especial. Deve ser
algo imprescindível o suciene para que não possa “abrir mão”, pode ser um bem
maerial ou não.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
50 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Texto de Apoio ao Educador

(...) Pleniude humana é quando o ser e o querer-ser se enconram e, por um momeno, se abra-
çam. A pleniude humana só muio raramene aconece de prono na vida das pessoas. O normal
é que os momenos de pleniude humana começam a ser consruídos muios anos anes. Às
vezes, um momeno de pleniude humana leva uma vida ineira para ser gesado e, nalmene,
aconecer (...).14

(...) O ser humano não se reduz, como armam os comporamenalisas, apenas a um organismo,
a um sisema em ineração dinâmica com o meio ambiene, passível, porano, de ser orienado
para esa ou aquela nalidade pela simples manipulação das variáveis que condicionam o seu
processo de ineração com o ambiene naural e humano.
Por ouo lado, ambém, nos opomos ao conceio de homem como liberdade absraa, ou conex-
ualizada apenas ao nível do relacionameno inerpessoal, ignorando o processo hisórico-social
concreo que esá, a um empo, na moldura e no cerne da sua exisência.
Concebemos o homem como ser capaz de assumir-se como sujeio da sua hisória e da Hisória,
agene de ransormação de si e do mundo, one de iniciava, liberdade e compromisso nos pla-
nos pessoal e social (...).15

Na Estante

Vale a pena LER

• Esauo da Criança e do Adolescene. Lei n. .0 de /0/0.


• KALOUSTIAN, S.M. Família, a base de udo. São Paulo: Corez. Unice, 005.
• WINNICOT, D.W. Tudo começa em casa. São Paulo: Marns Fones, 005.
• ROUDINESCO, E. A amília em desordem. Rio de Janeiro: Zahar, 00.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 51

Anexo 1

Texo: Perencer16
Clarice Lispecor
Um amigo meu, médico, assegurou-me que desde o berço a criança sene o ambiene, a criança
quer: nela o ser humano, no berço mesmo, já começou.
Tenho cereza de que no berço a minha primeira vonade oi a de perencer. Por movos que aqui
não imporam, eu de algum modo devia esar senndo que não perencia a nada e a ninguém.
Nasci de graça.
Se no berço experimenei esa ome humana, ela connua a me acompanhar pela vida aora,
como se osse um desno. A pono de meu coração se conrair de inveja e desejo quando vejo
uma reira: ela perence a Deus.
Exaamene porque é ão ore em mim a ome de me dar a algo ou a alguém, é que me ornei
basane arisca: enho medo de revelar de quano preciso e de como sou pobre. Sou, sim. Muio
pobre. Só enho um corpo e uma alma. E preciso de mais do que isso. Com o empo, sobreudo
os úlmos anos, perdi o jeio de ser gene. Não sei mais como se é. E uma espécie oda nova de
"solidão de não perencer" começou a me invadir como heras num muro.
Se meu desejo mais ango é o de perencer, por que enão nunca z pare de clubes ou de as-
sociações? Porque não é isso que eu chamo de perencer. O que eu queria, e não posso, é por
exemplo que udo o que me viesse de bom de denro de mim eu pudesse dar àquilo que eu per-
enço. Mesmo minhas alegrias, como são soliárias às vezes. E uma alegria soliária pode se ornar
paéca. É como car com um presene odo embrulhado em papel eneiado de presene nas
mãos - e não er a quem dizer: ome, é seu, abra-o! Não querendo me ver em siuações paécas
e, por uma espécie de conenção, eviando o om de ragédia, raramene embrulho com papel de
presene os meus senmenos.
Perencer não vem apenas de ser raca e precisar unir-se a algo ou a alguém mais ore. Muias
vezes a vonade inensa de perencer vem em mim de minha própria orça - eu quero perencer
para que minha orça não seja inúl e orque uma pessoa ou uma coisa. Quase consigo me
visualizar no berço, quase consigo reproduzir em mim a vaga e, no enano, premene sensação
de precisar perencer. Por movos que nem minha mãe nem meu pai podiam conrolar, eu nasci
e quei apenas: nascida.
No enano ui preparada para ser dada à luz de um modo ão bonio. Minha mãe já esava do-
ene, e, por uma supersção basane espalhada, acrediava-se que er um lho curava uma mu-
lher de uma doença. Enão ui deliberadamene criada: com amor e esperança. Só que não curei
minha mãe. E sino aé hoje essa carga de culpa: zeram-me para uma missão deerminada e eu
alhei. Como se conassem comigo nas rincheiras de uma guerra e eu vesse deserado. Sei que
meus pais me perdoaram por eu er nascido em vão e ê-los raído na grande esperança.
Mas eu, eu não me perdoo. Quereria que simplesmene se vesse eio um milagre: eu nascer e
curar minha mãe. Enão, sim: eu eria perencido a meu pai e a minha mãe. Eu nem podia conar
a alguém essa espécie de solidão de não perencer porque, como deseror, eu nha o segredo da
uga que por vergonha não podia ser conhecido.
A vida me ez de vez em quando perencer, como se osse para me dar a medida do que eu perco
não perencendo. E enão eu soube: perencer é viver. Experimenei-o com a sede de quem esá
no desero e bebe sôrego o úlmo gole de água de um canl. E depois a sede vola e é no desero
mesmo que caminho!
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
52 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Anexo 2

Atividade em Grupo: Para discutir

Leia os parágraos a seguir e em grupo, discua com os seus colegas sobre as pergunas que os
seguem:

Grupo 10
Cada pai projea seus sonhos, realizados ou não, em seus lhos, mas, inde-
pendenemene de quais sejam, a maioria deles se associa a um sonho só:
Eles querem uma vida para nós melhor do que a que eles veram.

Sobre isso, você concorda que os pais êm rica experiência de vida e cero grau de sabedoria e por
isso, não há dúvidas de que sabem o que é melhor para os lhos? Por quê?

Grupo 11
O senhor em saudades de Iabira ainda hoje? Tenho uma prounda sau-
dade e digo mesmo: no undo, connuo morando em Iabira, aravés das
minhas raízes e, sobreudo, aravés dos meus pais e dos meus irmãos, o-
dos nascidos lá e odos já alecidos. É uma herança aávica prounda que
não posso esquecer.

Sobre as raízes amiliares, você concorda que, mesmo cada um sendo livre para raçar a própria
hisória, a orça da origem amiliar nos conduz a ser o que somos? Por quê?

Sobre a origem amiliar, esse poema de Drummond reraa a sua incomensurável saudade de sua
cidade naal:

Condência do iabirano12
Alguns anos vivi em Iabira.
Principalmene nasci em Iabira.
Por isso sou rise, orgulhoso: de erro.
Novena por ceno de erro nas calçadas.
Oiena por ceno de erro nas almas.
E esse alheameno do que na vida é porosidade e comunicação.
A vonade de amar, que me paralisa o rabalho,
vem de Iabira, de suas noies brancas, sem mulheres e sem horizones.
E o hábio de sorer, que ano me divere,
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 53

é doce herança iabirana.


De Iabira rouxe prendas diversas que ora e oereço:
ese São Benedio do velho saneiro Alredo Duval;
esa pedra de erro, uuro aço do Brasil,
ese couro de ana, esendido no soá da sala de visias;
ese orgulho, esa cabeça baixa...
Tive ouro, ve gado, ve azendas.
Hoje sou uncionário público.
Iabira é apenas uma oograa na parede.
Mas como dói!

Grupo 13
O presene é o codiano da vida das pessoas. É o empo em que elas vi-
vem, são mobilizadas por novos aconecimenos, lembram com alegria,
riseza ou raiva do passado, projeam o uuro ou se angusam com ele.
É quando consroem a sua hisória pessoal, a ormar suas idendades.

Sobre isso, você concorda que o codiano em a riqueza das experiências que o ajudarão a supe-
rar posivamene as diculdades e as adversidades que surgirem? Você acredia que essas vivên-
cias o ajudarão a desenhar o uuro? Por quê?
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
54 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

AULA 7: MINHAS FONTES DE SIGNIFICADO E


SENTIDO DA VIDA.

Fundamenada pelo educador Anônio Carlos Gomes da Cosa como a lene pela qual se deve
conduzir a educação nos empos auais, a Educação Inerdimensional busca a valorização das
várias dimensões do ser humano, superando a cenralidade do pensameno insrumenal (va-
lorização do cognivo). Essas dimensões são quaro, o LOGOS (pensameno, razão, a ciência),
o PATHOS (aevidade, relação do homem consigo mesmo e com os ouros), o EROS (impulsos,
corporeidade) e o MYTHUS (relação do homem a vida e a more, do bem e do mal).
Denre as dimensões ciadas, a dimensão ranscendenal do ser humano - O MYTHUS - será o
oco desa aula, objevando gerar uma reexão nos esudanes sobre o sendo que eles ari-
buem as suas vidas.
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1º ANO DO ENSINO MÉDIO 55

Objetivo Geral

• Maximizar a relevância da ranscendenalidade da vida humana.

Material Necessário

• Vídeo: Qual o sendo da vida?


(Disponível em: hp://www.youube.com/wach?v=wvCFR_slWY).

Roteiro

PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO

Avidade Preliminar. Reomada da aula anerior. 5 minuos

Avidade: Meu sendo


Trechos do vídeo: Qual o sendo da vida? 5 minuos
de vida

Avaliação. Observação dos esudanes. 5 minuos

ORIENTAÇÕES PARA AS ATIVIDADES

Atividade Preliminar

Reome com os esudanes a aula anerior. Peça a um pequeno grupo de esudanes que apresen-
e o coneúdo viso no úlmo enconro.

Atividade: Meu sentido de vida

Objetivo

• Gerar uma reexão sobre qual é o sendo da vida.


MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
56 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Desenvolvimento

Explique aos esudanes o que é a Educação Inerdimensional e a ranscendenalidade à luz da


leiura do exo inroduório desse maerial e dese exo:

Dierenes sendos da vida


Criamos um modelo de mundo que supervaloriza quem em e não quem é e, nessa lua pelo
poder, os valores e princípios que regem a relação humana, como aeo e respeio pelo ouro,
são deixados de lado, causando o que Anônio Carlos Gomes da Cosa chama de “crise de uma
época.” Ao mesmo empo em que se vive essa crise na relação humana, exisem pessoas que se
movimenam conrariamene e buscam ouro sendo para as suas vidas, avando a dimensão
ranscendenal inerene a sua naureza.

“ No plano da relação com a dimensão transcendente da


vida, registra-se uma grande ome de sentido exis-
tencial. Pessoas, grupos, comunidades e organizações
de todo tipo cada vez mais se empenham na busca
de novas ontes de signifcado para o seu ser e o seu
fazer neste mundo, isto é, para sua presença entre os


homens de seu tempo e de sua circunstância.17

Após a leiura, escreva no quadro / lousa a seguine perguna: QUAL O SENTIDO DA VIDA? Esa
perguna será respondida pelos esudanes após assisrem ao vídeo de mesmo ulo.
O vídeo “Qual o sendo da vida?”18 raz depoimenos de pessoas de dierenes lugares do mundo,
com culuras religiosas disnas das ocidenais, sobre o sendo que eles aribuem à vida.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 57

O vídeo em duração : segundos. Porém, não será necessário passá-lo por compleo para os
esudanes. Você deve selecionar, previamene, as pessoas que irão alar no vídeo, ao seu criério,
comprimindo o vídeo a 0 minuos. Em seguida, discua com os esudanes sobre as seguines
quesões:
a) Achou ineressane o vídeo? Por quê? Teça comenários sobre o vídeo.
b) As opiniões das pessoas eram disnas?
c) Você acredia que a religião ou lugar em que vive inuencia a sua maneira de senr a
vida? Por quê?
d) Você se idencou com alguma opinião? Se sim, qual? E por que você acredia que
houve anidade, apesar de você ser de oura culura?

Avaliação

Observe o nível de parcipação e seriedade dos esudanes quano ao ema e verique se houve
a compreensão do que é um ser ranscendenal.

Respostas e comentários da atividade


O ema da ranscendenalidade normalmene é abordado do pono de visa religioso, porém,
em nenhum momeno a aula deve ender a esse aspeco, viso que o sendo da vida para uns é
reorçado pela religiosidade e para ouros não. O mais imporane é que os esudanes compreen-
dam que o ser humano precisa se senr eliz e realizado em seus sonhos, planos, em sua relação
com o ouro, e não apenas pelo que a razão consrói. No vídeo, há depoimenos de pessoas de
vários lugares do mundo, e os aspecos sicos mudam basane. É preciso car aeno a possíveis
comenários que possam surgir e erir algum esudane, dada a diversidade que se enconra nas
salas de aulas.
a) Presar aenção se os esudanes acharam relevane conhecer a opinião de anas
pessoas sobre o que pensam da vida;
b) Vericar se eles deecaram opiniões anagônicas enre algumas pessoas no vídeo.

Sugesão de depoimenos:
• O º depoimeno – vive na França
• Minuo : – vive em LOS Angeles
• Minuo : –Vive na França
• Minuo : – Vive no Iêmen
• Minuo 5:0 – Vive no Japão
• Minuo 5:  –Vive no Egio
• Minuo 5: 5 –Vive na Romênia
• Minuo 5:  –Vive em Taiwan
• Minuo : – Vive no Mali
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
58 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

c) Vericar se eles perceberam em algum momeno que os aspecos religiosos e culuras


inererem na maneira em que as pessoas veem a vida. Se eles perceberam, devem
aponar quais as pessoas que eles acrediam er a maneira de pensar levando em con-
a as crenças do seu povo.
Se eles acham isso um equívoco, ene levá-los à reexão de que assim como acone-
ce com as pessoas do vídeo, aconece com eles e com odos nós;
d) Resposa de cunho pessoal. Mas é relevane que eles enendam que o sendo da vida
para muias pessoas é muio parecido, principalmene na dimensão ranscendenal,
que leva em consideração aspecos que a razão não explica. Por isso é normal que
alguém na China e oura no Brasil, possam er a mesma percepção de sendo de vida.

Texto de Apoio ao Educador

Por uma Educação Inerdimensional19


A razão analíco-insrumenal, que imperou ao longo dos úlmos séculos, iniciando-se no Re-
nascimeno, ornando-se a orça hegemônica a parr do Iluminismo, para culminar na moder-
na Civilização Indusrial, começa a emir sinais de esgoameno. Ese esgoameno se revela na
incapacidade de a modernidade nascida do Iluminismo cumprir as promessas que marcaram o
seu nascimeno: Liberdade, Igualdade e Fraernidade. A Razão, a Ciência e a Técnica oram desen-
volvidas e connuam a se desenvolver cada vez mais. No enano, basa olhar o nociário para
percebermos o quano nos aasamos deses ideais:
. Na relação consigo mesmo, o homem parece cada vez mais marcado pelo solipsismo,
a ansiedade e o medo, enregando-se aos anesésicos da culura de massas.
. Na relação com os ouros, o individualismo, a compeção, a exploração e o uso ins-
rumenal do ser humano marcam as relações inerpessoais, enquano que, no plano
das relações colevas, denro das nações e enre as nações, o cinismo e a orça brua
parecem ganhar cada vez mais espaço.
. Na relação com a naureza, a quebra sisemáca dos ecossisemas vai desequilibran-
do as bases dos dinamismos que susenam a vida, gerando consequências como a
diminuição da biodiversidade, os buracos na camada de ozônio, compromeendo o
direio à vida das gerações uuras.
. Na relação com a dimensão ranscendene da vida, verica-se uma ore crise de sen-
do, que resula numa cada vez mais evidene perda de respeio pela dignidade e a
sacralidade da vida em odas as suas maniesações naurais e humanas.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 59

AULA 8: EU E OS MEUS TALENTOS NO


PALCO DA VIDA.

Essa aula busca provocar uma reexão sobre as habilidades naas e as adquiridas ao longo da vida.
Um pré-requisio imporane para a consrução do Projeo de Vida, além do auoconhecimeno,
é er consciência dos alenos pessoais e descobrir qual a melhor maneira de explorá-los. Isso os
ajuda a ampliar as oporunidades de crescimeno e a desenvolver as compeências necessárias
para desenvolver-se inegralmene.

“ Consideramos como habilidade a capacidade


de o educando não apenas aplicar nas suas
experiências um conhecimento adquirido, mas,
sobretudo, dominar o processo de criação e
gestão dessas habilidades como ferramentas
de transformação de si mesmo e do mundo.20
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
60 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Objetivo Geral

• Conhecer e expressar as habilidades e limiações.

Roteiro

PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO

Avidade Preliminar. Comenários sobre a aula anerior. 5 minuos

Avidade em grupo: Minha


Expressão das habilidades e limiações. 5 minuos
bandeira pessoal

Avaliação. Observação do educador. 5 minuos

ORIENTAÇÕES PARA AS ATIVIDADES

Atividade Preliminar

Relembre o enconro anerior e pergune se algum esudane deseja comenar os ponos que
achou mais imporane.

Atividade em Grupo: Minha bandeira pessoal

Objetivo

• Possibiliar aos parcipanes a idencação das suas habilidades e limiações.

Desenvolvimento

Disponha os esudanes senados em círculo e desenhe na lousa uma bandeira dividindo-a em


quaro pares iguais nomeando cada pare da seguine maneira: Sei – Quero; Não sei – Não quero.
Peça aos esudanes que açam de acordo com o exemplo e orienação para os esudanes que
segue ao lado:
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 61

Atividade em Grupo: Minha bandeira pessoal

. Sabendo que a habilidade é uma apdão desenvolvida ou culvada e signica cera acilidade
em realizar deerminadas avidades, siga as orienações do educador e preencha os quadranes
abaixo:

Sei Quero

Não Sei Não Quero

Explique para eles que, assim como um país em a sua bandeira, cada um consruirá a sua própria,
ou seja, deverá er uma represenação sobre aquilo que considera imprescindível para a realiza-
ção de seus projeos de vida. Solicie que pensem sobre isso, anes de começar a preencher os
quadranes da bandeira. Depois da reexão sobre o que sabem azer hoje, que esá relacionado
à realização do Projeo de Vida, oriene os esudanes para que preencham o quadrane “Sei” da
bandeira. Para ajudá-los nessa reexão, você pode explicar que as habilidades podem ser pro-
ssionais ou pessoais e que elas, quando colocadas em práca, aumenam a capacidade deles
diane da vida. Exemplos: exibilidade, auoconança, disciplina, iniciava, compevidade, ec.
Seguidamene, peça aos esudanes que preencham o quadrane “não quero”. Explique a eles
que preencham essa pare com habilidades que não enham ineresse em adquirir, pois conside-
ram que não inuenciarão na consrução e realização de seus projeos de vida. Depois, siga para
o próximo quadrane: “quero” e solicie que eles o preencham com habilidades ainda não desen-
volvidas, mas que desejam dominar. Essas habilidades podem esar ligadas ano à meacognição
(capacidades de leiura e escria, de azer cálculos, ec.), como a audes e comporamenos. Por
m, peça a eles que preencham o úlmo quadrane “Não sei” e explique que as habilidades desse
quadrane devem ser aquelas que eles possuem ineresses em desenvolver e que consideram
imporanes para a realização dos seus projeos de vida. São aquelas que precisam, apenas, de
oporunidades para serem desenvolvidas.
Conclua a avidade explicando que a separação enre as habilidades dominadas por eles e as
habilidades que eles não dominam ocorre, apenas, pela movação para aprendê-las. Sobre as
habilidades que os esudane ainda não sabem, mas gosariam de desenvolver, é preciso salienar
que cabe a cada um criar e aproveiar as oporunidades para aprendê-las.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
62 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Depois das explicações sobre cada quadrane, é aconselhável pedir aos esudanes que revejam
sua bandeira pessoal e, caso sinam necessidade que a reaçam. Ao nal, conclua que as habilida-
des são inerdependenes e por isso, às vezes, é ão dicil isolá-las. Assim é que um conjuno de
habilidades orma o que chamamos de compeências. Por m, explique que as habilidades cos-
umam esar ligadas a alguns aribuos: ao saber conhecer, ao saber-azer, ao saber conviver e ao
saber-ser – Compeências dos Quaro Pilares da Educação, que serão rabalhados nos próximos
cadernos dese maerial.
Poseriormene, desenhe na lousa a planilha que segue abaixo e solicie que os esudanes preen-
cham os espaços de acordo com o que se pede. Oriene-os a ranscreverem algumas habilidades
que já oram mencionadas por eles na avidade anerior e ouras que apesar de não esarem
desenvolvidas oalmene, eles sabem que as possuem.

. No quadro a seguir, indique os seus objevos concreos. Anoe as habilidades que você ainda
deve desenvolver para angi-los e procure relacionar a esses dois iens uma ação para alcançá-los:

OBJETIVOS HABILIDADES VISADAS AÇÕES

Diga que odos os espaços devem car preenchidos. Isso exige que os esudanes enham conhe-
cimeno de suas próprias qualidades, num grau de eleição decrescene. Esse momeno, é uma
oporunidade para você observar a auoesma dos esudanes.
Ao nal, aça com que alguns esudanes comenem suas resposas ou mosrem para a urma a
sua pirâmide.

Avaliação

Avalie se os esudanes conseguem idencar suas habilidades e limiações sem diculdades, pois
se espera que nessa aula eles consigam azer isso sem medo ou receios. Aproveie para observar
mais uma vez como anda a auoesma dos esudanes. Verique se eles acrediam em si mesmos
e nas suas próprias capacidades.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 63

AULA 9: MINHAS VIRTUDES E AQUILO QUE NÃO


É LEGAL, MAS QUE EU POSSO MELHORAR.

Trabalhar valores na escola é se posicionar diane de um desao de maneira proposiva e cons-


ciene. Desao porque as relações enre homens e mulheres, enre adulos e crianças e adoles-
cenes, enre o ser humano e naureza mudam consanemene. Isso pressupõe novas maneiras
de ver, viver e conviver que reeem no surgimeno de novos valores. O que exige do educador
sensibilidade e compeência sob o ângulo da subjevidade (cuidados para acolher) e uma auação
volada para o desenvolvimeno de novas compeências pessoais e relacionais que possam con-
vergir para o crescimeno pessoal e social do esudane.
À visa disso, a proposa dessa aula é idencar os valores cenrais presenes na idendade dos
esudanes e quais desses valores são ruos da projeção posiva dos senmenos de cada um.

Objetivos Gerais

• Reconhecer os valores como pare consuine da própria idendade;


• Perceber dierenes valores inrínsecos nas pessoas;
• Enender que os valores são ruos das projeções posivas esabelecidas com as pes-
soas e/ou objeos;
• Foralecer e criar novos valores para a vida.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
64 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Roteiro

PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO

Avidade: Meus sen- Reconhecimeno dos próprios valores e ree-


0 minuos
menos. xão acerca dos valores de ouras pessoas.

Avidade: Valores Posicionameno sobre os valores de acordo


0 minuos
Morais. com os senmenos.

Avaliação. Reomada dos objevos do enconro. 5 minuos

ORIENTAÇÕES PARA AS ATIVIDADES

Atividade: Meus Sentimentos

Objetivos

• Reconhecer os valores como pare esruurane do ser;


• Perceber que cada pessoa em seu conjuno de valores;
• Descobrir novos valores pessoais.

Desenvolvimento

º Momeno:
Inicie essa aula rabalhando o conceio de valores. Diga para os esudanes que você vai alar
sobre alguns princípios que noreiam a vida das pessoas e que ajudam a compreender o porquê
de ceros comporamenos – raam-se dos valores. Procure saber dos esudanes o que eles en-
endem sobre valores e, à medida que você os or escuando, vá consruindo o conceio com eles.
Para ajudar na consrução do conceio, você pode dizer que à medida que cada pessoa se de-
senvolve, os valores vão sendo consruídos e se organizam em um sisema, no qual cada ser se
concebe. Assim, odas as pessoas esruuram seus sisemas de valores denro das possibilidades
do seu meio (naureza, culura, sociedade).
Ainda para ajudar na consrução do conceio de valores, explique que eles são undamenos
écos e morais considerados imporanes na vida de cada um, pois valorizar alguma coisa signi-
ca dar-lhe imporância. Você pode dizer ambém que os valores, em geral, são expressos por
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 65

subsanvos absraos (realização, ousadia, amor, ranquilidade, alegria, ec.), mas podem ser
usados em pequenas expressões (ser amado, senr alegria, receber elogios, ec.) ou ainda, em
rases (acho imporane presenear as pessoas, é undamenal demonsrar senmenos, ec.)
para exprimi-los.
Após a explicação sobre valores, peça aos esudanes que descrevam a sua própria denição de
valores, a parr da avidade “Meus senmenos” (Anexo ).
Caso enha empo suciene, peça a alguns esudanes que comenem suas resposas. Lembre-se
de que é imporane que os esudanes omem consciência do próprio conceio de valores para
que depois consigam expressá-lo com clareza nas próximas quesões. Depois que odos verem
conceiuado o que são valores, comene com os esudanes que o sisema de valores de cada
pessoa pode ser ruo, parcialmene ou oalmene, da inuência da amília, da escola, da religião,
dos amigos, da mídia, da culura, ec. Ainda sobre isso, explique que, devido a cada pessoa er a
sua própria hisória de vida e senmenos, isso inervém nos pos de relações que cada um de-
senvolve com os objeos, as pessoas e o mundo. A consrução de deerminados valores e ações
especícas esá relacionada a essa orma de ver o mundo. Connue explicando que à medida que
cada um se desenvolve, os valores podem mudar (se repelem ou se excluem), podem se mul-
plicar ou se ransormar. Isso depende das crenças que assimilamos a parr da experiência de
cada um e do exemplo da amília, dos amigos, ec. Anal, os valores podem ser ransmidos pela
culura ou podem ser resulado de inerações complexas enre as pessoas e o mundo/culura em
que elas vivem.
Ainda sobre a dierença enre crenças e valores, ale para os esudanes que os valores podem
ser consruídos nas inerações codianas e por isso, eles não esão oalmene predeerminados
(consruídos unicamene de denro para ora), mas podem ser resulanes das ações de cada pes-
soa sobre o mundo. Explique que as pessoas valorizam o que é imporane aravés das projeções
aevas que azem sobre dierenes pessoas e objeos. Isso explica a relavidade dos valores.
Sobre isso, cie, como exemplo, o ao de duas pessoas que vivem no mesmo ambiene consruí-
rem valores e crenças dierenes uma da oura. Se houver empo, aprounde essa quesão enre
crenças e valores dizendo para os esudanes que uma ideia, pessoa ou objeo passa a er valor
para alguém a parr da projeção de senmenos posivos gerados por cada um e que, na dire-
ção conrária, as pessoas ambém podem projear senmenos negavos sobre objeos, pessoas,
relações e sobre si mesmas, expressando-se assim sobre o que não gosam ou em raiva ou não
acrediam, por exemplo. Em seguida, pergune aos esudanes se eles já ouviram a expressão
“crise de valores” e procure saber o que eles sabem sobre isso. Caso seja necessário, aça comen-
ários sobre essa expressão dizendo que ela represena a não realização de ceros valores que
precisam ser deendidos e execuados por muios. Diga aos esudanes que os valores podem ser
quesonados ou colocados em cheque por eles o empo odo, principalmene quando se possui
crenças pouco denidas, que não conerem conança aos valores.
Dando sequência às explicações sobre valores, você pode dizer que, além de exisr a possibili-
dade de os valores serem dierenes enre as pessoas, eles podem ser dierenes ambém, de
acordo com deerminadas épocas, amílias e/ou sociedades. Se houver empo, ale que as novas
ormas de relações originárias do capialismo e das novas ecnologias produziram ransorma-
ções na sociedade e consequenemene, nas normas, nas regras, e nos valores que regulam a
vida de cada um.
Procure saber dos esudanes se alguém já parou para reer sobre os valores da própria vida,
quais esão ou esarão presenes na vida prossional, no casameno, na educação dos lhos, no
lazer e na saúde, por exemplo. Escue a ala dos esudanes aenamene e procure perceber,
além dos valores por eles mencionados, ouros que esejam nas enrelinhas de suas palavras.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
66 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Ao ulizar-se desse recurso, ene azer com que os esudanes percebam e conribuam na iden-
cação de mais valores dos colegas.
Poseriormene os esudanes precisam observar as imagens que seguem anexadas ao nal desa
aula para que responda as quesões soliciadas (Anexo ). Peça a eles que comenem sobre cada
uma das imagens escrevendo uma siuação hipoéca, bem como as sensações desperadas por
cada uma. Lembre-se de que cada esudane possui um sisema próprio de valores e que é pre-
ciso respeiar as dierenças. Conudo, para do pressuposo de que er valores signica possuir
um conjuno de pensamenos, crenças e audes que podem ser colocados em discussão. Falar
sobre isso é azer com que esudanes reiam sobre seus hábios e comporamenos, dos como
desejáveis ou não.
Depois que os esudanes verem concluído essa avidade, peça a alguns deles que comenem
suas resposas. Caso enha possibilidade, você pode ir conronando as resposas dierenes, da-
das pelos próprios esudanes. Pergune se alguém descreveu siuações e/ou sensações dieren-
es das colocadas pelo colega. Sobre a primeira imagem é provável que os esudanes descrevam
siuações e sensações relacionadas à amília, à práca de espore, à parceria, ao amor enre um
adulo e uma criança, ec. Caso seja necessário, comene com os esudanes que as sensações
provocadas por essa imagem, independenemene de quais sejam, são boas e passam a vivência
de um empo agradável de parceria. Conudo, procure saber se alguém senu algo negavo nessa
imagem e se deseja comparlhar isso com a urma. Quano à segunda imagem, os esudanes po-
dem descrever siuações de vulnerabilidade das crianças, de abandono amiliar ou de exploração,
ec. Sensações como pena, revola, compaixão, solidariedade, ec., ambém podem permear as
colocações dos esudanes. Assim, se cerque se os esudanes demonsraram posicionameno
de acordo com o esperado e aproveie para dar ênase, nesse momeno, aos valores posivos
mencionados por eles. Quano à erceira imagem, peça a alguns esudanes que comenem suas
resposas e privilegie inerpreações que sejam bem dierenes umas das ouras. Pois, isso enri-
quecerá as rocas de experiências enre os esudanes e ará com que cada um perceba que cada
pessoa em seu conjuno de valores. Sobre essa imagem podem surgir valores como: solidarieda-
de, amor, apoio, zelo, raernidade, segurança, ec.
Sobre a quara imagem, caso enha empo, aça comenários breves sobre algumas ragédias
naurais ocorridas recenemene e procure saber dos esudanes quais os seus senmenos em
relação a elas. Depois, pergune a eles quais oram as sensações e explicações sobre a siuação da
úlma imagem. Nesse momeno, procure desperar valores, como a solidariedade, o respeio, o
humanismo, ec. Uma Posura de não indierença ao que pode aconecer ao seu redor.
Se houver empo, você pode azer uma breve discussão sobre o papel de cada pessoa na socieda-
de e a imporância de cada um azer a sua pare.
Feio isso, peça aos esudanes que relacionem os valores envolvidos nas sensações descrias
a cada uma das imagens. Oriene-os dizendo que esses valores podem ser expressos por meio
de subsanvos absraos (amor, perdão, amizade, cuidado) ou rases (é imporane ser eliz, o
respeio é undamenal para uma boa convivência, é preciso preservar a naureza). Caso enha
empo, peça a alguns esudanes que comparlhem suas resposas.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 67

º momeno:

Atividade: Valores Morais

Objetivos

• Reorçar a idencação dos valores esruuranes da idendade de cada um;


• Idencar valores cenrais e periéricos exisenes na própria ormação humana;
• Foralecer os valores exisenes;
• Desperar o ineresse pelo desenvolvimeno de ouros valores.

Desenvolvimento

Iniciando a avidade, peça aos esudanes que repensem sobre o que mencionaram na avidade
anerior: Meus senmenos e a parr disso procure saber deles quais os valores consideram cen-
rais na sua ormação para que possam responder a avidade valores morais (Anexo ).
A reerência que os esudanes precisam er para a realização dessa avidade deve vir da descri-
ção de valores oriundos das próprias rocas aevas, que os jovens esabelecem com o meio, as
quais surgem a parr da projeção dos seus senmenos posivos sobre objeos e/ou pessoas e/
ou sobre si mesmos. Isso porque valor é algo que incide sobre a própria ação do sujeio. Explique
a eles, porano, que valor não é algo sobre o qual somos obrigados a gosar. Exemplo: há pessoas
que gosam da escola (projeam senmenos posivos sobre o espaço), porém, há as que não
gosam da escola, e, inclusive são capazes de depredá-la. A escola, para essas pessoas, possui um
valor negavo.
Para que os esudanes enendam melhor a avidade, dê oura explicação sobre valores. Diga que
valores são ruo das rocas aevas que esabelecemos com as pessoas com quem “convivemos”.
Sobre isso, cie, como exemplo, o que aconece com uma criança recém-nascida. Esando ela sob
os cuidados permanenes (alimenação, banho, carinho, ec.) de alguém que cuida dela. Exise
uma grande possibilidade de que a criança projee senmenos posivos sobre al pessoa, que
geralmene é chamada de mãe. Comene que esse processo de consrução de valores se dá desde
o nascimeno. Explique que a consuição pessoal de um sisema de valores esá relacionada à
inensidade dos senmenos no “posicionameno” dos valores desse sisema. Diga aos esudan-
es que valores cuja inensidade de senmenos é pequena, possivelmene, esarão posicionados
na perieria de nossa idendade. Explique que valores não são rígidos e podem mudar durane a
vida. Exemplo: uma pessoa pode mudar seus valores aos 0 anos de idade depois de um câncer
ou aos 0 anos depois de um rauma. Diga que o sisema de valores de um sujeio se organiza de
maneira basane complexa. Um exemplo disso é quanas coisas eles já gosaram e deixaram de
gosar ao longo da vida.
Fale para os esudanes que os valores dependem da inensidade dos senmenos morais que
desenvolvemos. Para que os esudanes enendam a avidade proposa você pode dar alguns
exemplos, como: . Há pessoas que consideram mais imporane er dinheiro ou usar uma roupa
de grie amosa que ser juso ou honeso; . Há pessoas que consideram imporane ser inegro,
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
68 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

assim, é improvável, por exemplo, que elas se neguem a pagar uma dívida. Se elas agem conra
esse valor, senem-se envergonhadas. Isso porque o valor cenral dessa pessoa é a honesdade.
. Há pessoas que enendem a honesdade como um valor periérico, o ao de carem, por
exemplo, devendo R$ 0,0 cenavos na armácia não as incomoda. Explique que um mesmo valor
pode ser cenral ou periérico na idendade de cada pessoa, isso depende das pessoas envolvidas
e conexos das siuações que ocorrem, ou seja, a idendade de uma mesma pessoa pode variar
em unção dos conexos e das experiências de cada um.
A imagem a seguir pode servir de supore para as suas explicações:

Eu (sujeito) Meio (ambiente externo)

Valores
Físico
Interpessoal
Sociocultural
Periféricos

É imporane explicar que quano mais se gosa de algo, mais isso é cenral na vida dessa pessoa.
Exemplo: há pessoas que adoram uebol e por isso deixam as namoradas, as aulas, a mulher,
Valores
os lhos para assisr a uma parda. Isso, porano, é cenral na idendade dessa pessoa. Ainda
Centrais
explicando sobre valores cenrais e periéricos, diga que alguém pode ser honeso, por exemplo,
em relação aos amigos (meio inerpessoal) ou absoluamene desoneso em relação ao governo,
ao não pagar imposos (meio socioculural).
Como exemplo para a alernava C da avidade valores morais, você pode ciar que o valor ho-
nesdade pode esar presene ou não na vida de uma pessoa e pode ocupar dierenes graus de
imporância na vida.
Por úlmo, peça aos esudanes que escolham, a parr dos valores cenrais que concluíram er,
quaro mais imporanes e organize-os numa ordem crescene de imporância. Isso ajuda a visua-
lizar os próprios valores e a reer sobre ouros que gosariam de er. Conclua essa aula dizendo
para os esudanes que odos nós emos um sisema de valores morais e não morais que deer-
minam nossos comporamenos e pensamenos. Ambos os sisemas dependem da qualidade das
relações que esabelecemos.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 69

Avaliação

Observe se os esudanes reconhecem os próprios valores como pare consuine do seu ser.
Avalie se eles enendem que o valor é ruo das relações aevas que esabelecem com as pessoas
e os objeos. Tene perceber enão, se eles demonsram inenção de agregar novos valores a sua
vida, como algo imporane para a consrução e a realização do seu Projeo de Vida.
Considere que a consrução do conceio de valores e sua compreensão são quesões que devem
ser acompanhadas durane odo o ano levo, uma vez que exige do esudane um empo de in-
ernalização e a própria vivência dos valores em seu codiano.

Na Estante

Vale a pena LER

• Declaração Universal dos Direios Humanos.


• BENEVIDES, M.V. Cidadania e direios humanos. In: Carvalho, J.S (org.). Educação, ci-
dadania e direios humanos. Perópolis: Vozes, 00.
• PIAGET. Jean. e al. Cinco aulas de educação moral. São Paulo: Coleção psicologia e
educação, 6.

Vale a pena ASSISTIR

Pach Adams - O Amor é Conagioso


Dirigido por: Tom Shadyac
Com: Robin Williams, Jose Sommer e Bob Gunon.
Gênero: Comédia
Nacionalidade: EUA
Sinopse: Cona a hisória de uma pessoa que deseja ser médi-
co para poder ajudar as pessoas. Assim, essa pessoa ao enrar
na aculdade de medicina uliza-se de méodos poucos con-
9 vencionais que conquisa seus pacienes.

Texto de Apoio ao Educador

No livro Avenura Pedagógica, Anônio Carlos Gomes da Cosa disngue algumas eapas da cons-
ciência críca do esudane a parr de sua realidade social e pessoal, denre elas, rês são des-
acadas nessa aula como essências para o reconhecimeno e consrução pelos esudanes de
valores para a vida:
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
70 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

. A CONSCIÊNCIA SIGNIFICA O MUNDO: Signicar o mundo é assumir diane dele uma


aude de não indierença, é aribui-lhe um valor. Um valor que não seja imposo de
ora ao educando, mas que seja exraído por ele mesmo de sua própria experiência de
vida.

. A CONSCIÊNCIA PROJETA O MUNDO: Projear o mundo é aribuir um sendo aos


aconecimenos do dia-a-dia, de modo que o nosso esorço seja capaz de encaminhá-
-lo numa deerminada direção. Projear o mundo é romper com o imediasmo, esse
insaciável devorador de horizones, e desdobrar a vonade ransormadora no plano
da emporalidade. Num cero sendo, um projeo é sempre a memória de coisas que
ainda não aconeceram, mas cuja a possibilidade se acha inscria no seio do presene:
Um Projeo de Vida pessoal e um projeo mais amplo, relacionado com o exercício do
papel de cidadão rabalhador numa sociedade democráca.

. A CONSCIÊNCIA PRESIDE A TRANSFORMAÇÃO: Ese é o momeno supremo, a consu-


mação mesma do processo de conscienzação. É quando o educando passa a agir so-
bre sua circunsância endo como supore de auação a compreensão da realidade e
os valores que ele elegeu a parr dessa compreensão, e endo como bússola o projeo
que nasceu de sua avidade críca (A conronação enre o ser e o dever-ser) sobre o
movimeno da realidade em que ele esá inserido.21

O QUE SÃO VALORES HUMANOS


(...) O conceio de valor é vaso, mas podemos denir rês ângulos de visão e avaliação da naureza
do que seja valor. Diane de algo, alguém, podemos er:
A visão subjeva, quando nosso desejo, preerência e sasação deerminam alguns dos aores
de que os valores pessoais dependem para aribuição de imporância a algo ou alguém. Os valores
nesse caso variam de acordo com os esados de ânimo e esão condicionados às eapas da vida
parcular de cada um, esando subordinados às experiências vividas e a serem experimenadas;
A visão objeva, quando a aribuição de valor independe do avaliador, ou seja, reside no próprio
objeo e não no sujeio;
A visão relavisa, quando a relação enre homem e meio ambiene deerminam os valores. O
conceio esabelecido dos valores é denido, em pare, pelo senmeno e em pare pelo inelec-
o, endo a razão como reguladora (...)22

VALOR
(...) O valor esá presene desde as primeiras rocas enre o sujeio e o mundo exerior. É preciso
lembrar que, segundo Piage, a criança assimila os objeos do meio aravés de seus esquemas
de ação, e um objeo adquire signicação para o sujeio porque ele é passível de ser assimilado.
Enquano, do pono de visa cognivo, o objeo adquire signicação para o sujeio, do pono de
visa aevo, ele adquire valor, viso que “não há dois desenvolvimenos” – um cognivo e ouro
aevo -, duas unções psíquicas separadas, nem dois pos de objeo: odos os objeos são simul-
aneamene cognivos e aevos (Piage, 5:60) (...).23
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 71

Anexo 1

Atividade: Meus Sentimentos

. Para o início dessa avidade, é muio imporane que você dena o seu próprio conceio de
valor. Sendo assim, siga as orienações dadas por seu educador e responda à seguine perguna:

O que é valor?

. Dado o seu próprio conceio de valor, analise as imagens abaixo e descreva uma siuação pro-
vável para cada uma delas e as sensações que elas desperam em você.

Imagem 1
Siuação: Sensações:

10

Imagem 2
Siuação: Sensações:

11
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
72 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Imagem 3
Siuação: Sensações:

12

Imagem 4
Siuação: Sensações:

13

. Para cada uma das imagens aneriores relacione alguns valores que você acha que esão envol-
vidos nas descrições que ez sobre elas:

a) Valores relacionados a imagem :

b) Valores relacionados a imagem :

c) Valores relacionados a imagem :

d) Valores relacionados a imagem :


MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 73

Anexo 2

Atividade: Valores Morais

. Dê exemplos de alguns valores cenrais que você possui.


• Cie alguns valores seus, que você considera periéricos.

• Relacione seus valores cenrais e periéricos siuando-os de acordo com as dimensões


do ambiene exerno:

. Dimensão Física:

. Dimensão inerpessoal:

. Dimensão socioculural:

. Agora que você já em consciência de alguns valores que você culva em deerminado conexo
da sua vida, coloque-os em ordem hierárquica de imporância para você:

1
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 77

AULA 10: EU, MEUS AMIGOS E O MUNDO.

14

Ese é o ulo que o poea Manoel de Barros deu à ª pare de seu Livro sobre nada - Os Ouros:
o melhor de mim sou Eles24
Nessa pare do livro, ele cona coisas que aprendeu com os amigos mais diversos; ala dessas
marcas aparenemene desconecadas, às vezes inesperadas, que, com o passar do empo, desco-
brimos que os amigos deixaram em nós, e que acabaram se incorporando ao que somos.
Somos inuenciados e modicados o empo odo pelo que experimenamos. O que comemos, o
que respiramos, o clima, udo isso inuencia nossa saúde e o uncionameno do nosso corpo. Mas
são coisas, e com as coisas emos uma relação Eu-Iso. Iso (uma coisa) pode me inuenciar, mas
eu não inuencio isto.
Com as pessoas, a experiência é de inuência múua. Parece que enramos no mundo inerior do
ouro e modicamos esse mundo. Nossas roneiras esão sempre em movimeno e se aleram o
empo odo: o relacionameno com os ouros parece denir, em pare, quem e o que somos. Daí
a imporância de raar de ser amigo e ter amigos ao elaborar um Projeo de Vida.
Alguns laços são muio leves, passageiros, voláeis como borboleas: pessoas que cruzamos na rua
e nos dizem bom dia, gene no ônibus em cuja companhia presenciamos uma cena e sorrimos ou
nos indignamos, gene na la do banco com quem rocamos algumas palavras… Pode ser, am-
bém, que você se veja envolvido numa fash mob, que ano pode ser uma mobilização insanâ-
nea organizada para diverr-se como um ao para reivindicar alguma coisa.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
78 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Mesmo assim, de passagem, a companhia dos ouros nos oca, invade nossa individualidade, nos-
sas roneiras, e deixa em nós suas marcas.
Ouros laços podem ser ecidos aé mesmo com gene que nunca enconramos nem vamos en-
conrar, mas sabemos que exisem, e aí esamos alando de empaa: sabemos que não somos a
oura pessoa, mas conseguimos imaginar qual seria a sensação de ser essa pessoa, de esar em
seu lugar, senr o que ela sene.
Há os laços que nos ligam aos conhecidos, palavra que, às vezes, indica pessoas que muio pouco
conhecemos, pois, o nível de inmidade é mínimo. Sabemos onde enconrá-las, o que azem, mas
não passa disso, e as roneiras são mais ou menos consanes.
Novos laços surgiram com as redes sociais, e a palavra amigo ganhou um sendo novo, com gru-
pos que podem chegar a milhões de parcipanes espalhados pelo planea. Novidades do século
, ainda em seus primeiros empos, porém cujos eeios já se azem senr com grande orça.
E exisem os amigos de verdade. E grandes amigos. E melhores amigos. E o melhor amigo. Com
esses, o relacionameno é ínmo, e as duas pessoas envolvidas parlham uma idendade. O que
as duas pessoas são se sobrepõe, e elas se inuenciam muuamene o empo odo. Com isso, se
modicam. Elas se ornam nós, que não é só uma soma eu + você. É algo novo e muio maior.
Cada nós com um amigo é único, dierene dos demais. Todos sabemos que é assim, percebemos
que é assim, senmos que é assim. E isso em uma imporância imensa para nosso bem-esar e
realização.
Cada um de nós é um eu mesmo, eu sou algo denro de mim que só eu mesmo posso ser, e am-
bém sou meus relacionamenos com os ouros, ou seja, algo maior que eu mesmo. Mudamos de
idendade em consequência de nossos relacionamenos, e, como emos memória, vamos guar-
dando em nós e incorporando mudanças (isso é o que chamamos de personalidade!).
O amigo nos dá um sendo de "esar em casa" com um ouro que é "parecido comigo" (eu me
reconheço nele). Somos "arinha do mesmo saco".
O que se pode azer para aprimorar e desenvolver o "ser amigo" e o "er amigos"? Aprimorar a si
mesmo e orcer para que os demais envolvidos ambém o açam. Conhecer-se, reorçar-se, gosar
de si mesmo, conar, querer ser, superar preconceios, ineressar-se genuinamene pelas pessoas.

Para refer

“ Se as coisas vão mal no mundo, isso é porque algo


vai mal com o indivíduo, porque algo vai mal
comigo. Portanto, se sou uma pessoa sensata, vou
me endireitar primeiro.25


Nesa aula, propomos que os esudanes sigam uma rajeória de reexão que pare do eu, pros-
segue com uma avidade em dupla seguida de oura em pequeno grupo e culmina com uma ree-
xão em grande grupo sob a coordenação do educador. Nada impede, porém, que você, educador,
alere a sequência e o empo imaginado para cada eapa em unção de sua experiência e de seu
conhecimeno sobre seus esudanes.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 79

Objetivos Gerais

• Reer sobre o papel dos amigos na direção e no sendo do Projeo de Vida;


• Lisar e denir requisios essenciais para ser amigo e er amigos;
• Reconhecer o papel da educação no desenvolvimeno de audes, posuras e qualida-
des que consuem requisios para aproximar-se das pessoas e ecer laços de amizade;
• Idencar semelhanças e dierenças enre os vínculos de amizade no plano real e os
vínculos de amizade das redes sociais;
• Siuar-se quano ao seu nível de ineresse e disposição para esabelecer vínculos com
os ouros, com relação a dierenes aspecos e valores envolvidos em “ser amigo” e
“er amigos”.

Roteiro

PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO

Avidade: Aprender a Elaboração individual de rês regras de ouro


0 minuos
ser amigo e er amigos. para ser amigo; roca em duplas.

Discussão em grupo a parr da leiura do post


Avidade: Um pos
sobre amigos “reais” e “viruais”; regisro de 5 minuos
polêmico.
conclusão em orma de post.

Aquecimeno com leiura de “Enre amigos”,


debae em grande grupo sobre o que enra
Avidade: Lisa de ma-
na consrução de amizades, coordenado pelo
erial para consrução 5 minuos
educador. Regisro colevo no quadro e indivi-
de amizade.
dualmene dos iens sugeridos e adoados pelo
grupo.

Avaliação. Observação do educador. 5 minuos


MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
80 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

ORIENTAÇÕES PARA AS ATIVIDADES

Atividade: Aprender a ser amigo e ter amigos (individual/em dupla)

Objetivos

• Idencar as dierenes experiências em cada ase da vida que pesam na ormação de


vínculos de amizade;
• Denir rês grandes prioridades pessoais (regras de ouro) para ser amigo;
• Perceber que as prioridades para ouras pessoas podem ser dierenes;
• Reconhecer semelhanças e dierenças nas regras para ser amigo.

Desenvolvimento

O exo “Aprender a ser amigo e er amigos” pode ser lido com o educador ou individualmene
(Anexo ). Se houver oporunidade, seria ineressane enazar (a) o que muda em cada ase da
vida quano aos ocos da aprendizagem para esar juno com ouras pessoas e (b) mudanças e
adapações que podem ocorrer nas mesmas lições (por exemplo: não passar por cima dos ami-
guinhos que esão brincando no chão, não passar por cima dos ouros para conseguir vanagens).
Após a leiura, cada esudane anoa suas “rês regras de ouro” – Anexo , mosra a um colega e
anoa as regras de ouro que esse mesmo colega escreveu.

Atividade: Um post polêmico

Objetivos

• Idencar os dierenes níveis de laços de amizade;


• Reconhecer semelhanças e dierenças enre amizades consruídas no plano real e
amizades inermediadas por meios de comunicação;
• Juscar adequadamene sua concordância ou discordância com relação a comená-
rios de ouras pessoas;
• Ouvir sem inerromper;
• Respeiar o empo de palavra;
• Sinezar opiniões diversas de maneira concisa e el.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 81

Para refer
Real X Virtual
Hoje é possível ler em biblioecas viruais, azer operações em bancos viruais, azer reuniões vir-
uais... Será que exisem amigos viruais?
Originalmene, a palavra VIRTUAL reere-se a algo que em uma exisência aparene e não real.
Sua imagem no espelho é um excelene exemplo disso. Você real esá diane do espelho. Você
virtual esá diane de você real, como se osse um ouro você arás do vidro do espelho.
Milhões de pessoas hoje azem amigos por meio de conexões elerônicas, por meio da inerne,
isso é verdade. Mas esses amigos são pessoas reais, com senmenos, medos, dúvidas, paixões...
Não são, de maneira nenhuma, seres virtuais.
Os amigos do Facebook (que é a maior rede social do mundo) hoje são uma pare imporane da
vida de mais de um bilhão de pessoas espalhadas pelo mundo.
Alguns amigos azem bem, ajudam, incenvam, alegram, mas ouros nos ram do sério...

Desenvolvimento

O exo no boxe “Para reer” aborda o ema “real X virual” com respeio à amizade, e prepara
os esudanes para a discussão sobre o post polêmico (Anexo ). A denição de um minuo para
que cada esudane emia sua opinião permie que o educador observe aé que pono eles são
capazes de respeiar o empo de palavra e de escuar sem inerromper o ouro.
Como o regisro do comenário do grupo é uma sínese cura da discussão, é possível observar
aé que pono os esudanes conseguem raar as ideias alheias dierenes das suas com isenção
e resumi-las sem repe-las.

Atividade: Lista de material de construção de amizade

Objetivos

• Idencar pelo menos cinco componenes de uma relação de amizade de qualidade;


• Denir de maneira resumida e pessoal o signicado dos componenes mencionados;
• Demonsrar com sua parcipação o envolvimeno e a aenção dedicados às avidades
aneriores.

Desenvolvimento

Para a leiura jogral em voz ala, é conveniene que o educador indique a ordem sequencial a ser
observada (cada esudane lê uma rase e odos devem esar aenos para lerem junos cada vez
que aparecerem no exo as palavras AMIGO, AMIGOS e AMIZADE – Anexo .
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
82 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

O exo oi escolhido por abordar de maneira bem-humorada as principais quesões da consru-
ção “enre amigos”, presando-se, assim, a propiciar uma sínese dos emas da aula.
Segue-se o debae em grande grupo, coordenado de preerência pelo educador, que pode se en-
carregar de regisrar no quadro as conribuições. Lisamos abaixo, em ordem alabéca, a ulo
de apoio e reerência, alguns dos “maeriais de consrução” das relações de amizade que os esu-
danes devem mencionar e denir. Nossa lisa esá longe de ser exausva. Quem em amigos sabe
o quano podem variar os componenes da amizade. Enreano, acrediamos que eses ópicos
assumem uma imporância desacada no momeno de delinear um Projeo de Vida.
Acrescenamos ainda observações bem resumidas sobre a origem das palavras, porque acredi-
amos que possa ajudar a ampliar e a enriquecer a compreensão dos conceios represenados
por elas.

de accepāre (aceiar); receber o que lhe é dado; conormar-se com; rece-


Aceiação
ber com agrado; admir; aprovar.

de consilium (opinião, plano), e consulare (pergunar, reer, considerar


Aconselhameno
maduramene)

de aecus (esado psíquico ou moral, disposição da alma); senmeno


Aeição
de adesão, ligação espiriual.

de nis (roneira, m, limie), e anis (sem roneira, vizinho, amigo);


Anidade
orça arava que maném a união.

Alruísmo de alter (o ouro); o conrário de egoísmo.

Apoio de pous (pé) e depois apoggio (base); susenação, reorço, amparo

de atendere (escar-se para): observar com cuidado, aplicar o espírio a


Aenção
alguma coisa

Bom-humor de humor (líquido corporal); cordialidade, aabilidade, boa disposição.

Carinho de carere (senr ala de)

de cum (com) pare (sorer); sorer com ouro ser que sore, enquano se
Compaixão
ena compreendê-lo.

Companheirismo de comedere + panis (comer do mesmo pão).

Conhecimento de com- (juno) + gnoscere (saber)

Conversa de cum (com) vertere (virar, volar-se para).

Cumplicidade de cum (com) plicare (dobrar juno)

Delicadeza de delicatus (araene, agradável)


MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 83

Diálogo de dialogus (discurso); conversa enre duas pessoas.

de pathos (esado da alma): senr o esado da alma de oura pessoa,


Empaa olhar com o olhar do ouro, senr-se como se senria na siuação e cir-
cunsâncias experimenadas por uma oura pessoa.

Escua de aus (ouvido); ouvir é usar o ouvido, e escutar é ouvir com aenção.

Esponaneidade de sponte (de vonade própria); sem ser orçado.

Fidelidade de delias (é, adesão), de delis (verdadeiro)

Genleza de gens (gene)

Honesdade de honos (honra, dignidade)

Inmidade de inmus (mais do que denro)

de lex, que signica lei; respeio e observação do que oi combinado com
Lealdade
alguém.

Limie do lam limes, que signica roneira, separação;

Parceria de pars, que signica pare; aquele que az pare (que age juno).

Perdão de per (oal, compleo) + donare (dar, enregar).

de polito, que signica limpeza, lisura; boa educação, urbanidade, delica-


Polidez
deza.

Presença de prae (à rene) + esse (ser, esar).

de respectus, que signica ação de olhar para rás; senmeno que leva a
Respeito
raar uma pessoa ou alguma coisa com grande aenção e consideração.

de pathos (esado da alma) senmeno de solidariedade, de boa disposi-


Simpaa
ção e empenho para com os ouros.
sincero = que não em zero (vale para segredo, ambém); qualidade da
Sinceridade pessoa que não ocula nada, que maniesa livremene o que sene e
pensa, que ala sem enganar.

Solidariedade de solidus (sólido) + ario (que perence – no caso, a uma causa comum)

Tolerância de tolerare (suporar, susenar); boa disposição, indulgência.

União de unus, que signica um, único; aoou eeio de unir; adesão; vínculo.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
84 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

É possível que os esudanes sugiram ano palavras que nomeiam qualidades e esados (bon-
dade, olerância, união) como palavras que indicam ações (compreender, escuar, parlhar) ou
caraceríscas pessoais (alegre, respeioso, delicado). Se você julgar conveniene ou imporane,
adape-as para er um quadro só de subsanvos, ou só de verbos, ou só de adjevos. Se achar
que isso vai corar o uxo de parcipação, nada impede de azer o regisro da lisa sem se preo-
cupar com isso, de maneira mais livre.

Avaliação

Numa siuação ideal, os esudanes conseguem esabelecer caegorias mais amplas de qualidades
e modos de agir; pode ser, porém, que alguns enazem dealhes secundários e/ou quem limi-
ados a exemplos concreos da experiência pessoal. É ineressane observar ambém se as con-
ribuições mosram que eles esabelecem relações com os emas abordados em aulas aneriores,
em especial valores e idendade.

Respostas e comentários da tarefa de casa


Educador, seu papel de semeador é undamenal nos momenos em que os esudanes expressam
suas conclusões e opiniões em grande grupo ou discuem em duplas e grupos menores (momen-
os em que você pode circular enre eles, ouvir, descobrir e inervir na conversa). Nesses momen-
os, você não só pode jogar boas ideias-semenes como ambém poderá idencar a presença de
ideias-ervas daninhas e enar esclarecer a siuação. Às vezes, basa uma palavrinha, um pequeno
oque, para razer a luz.
Falar de ser amigo e er amigos, para alguns, às vezes ambém implica alar de solidão e de dicul-
dades pessoais para aproximar-se de ouros e reunir-se com eles. O ema pode ocar em eridas e
ambém presar-se à maniesação de ideias preconcebidas e endências discriminaórias. Não é
por acaso que se diz que uma pessoa amarga e irriadiça em “cara de poucos amigos”.
Procure observar quais são as palavras mais comuns que os esudanes relacionam à amizade e
à diculdade para esabelecer vínculos. Isso pode lhe dar uma boa indicação de endência da vi-
são dos grupos e dos esudanes individualmene, o que em a ver não só com a aixa eária, mas
ambém com a culura dos grupos de que eles parcipam (amília, escola, comunidade, associa-
ções, grupos religiosos...). Pode ser ineressane relacionar esses “componenes” predominanes
da amizade ao ema dos valores, abordado aneriormene.
Pode ambém ser o caso de chamar a aenção dos esudanes para elemenos esquecidos, ausen-
es. Eses, em geral, ornecem boas pisas para idencar preconceios e ideias arraigadas que
podem ser conradiórios à ideia de consrução de um Projeo de Vida volado para a pleniude
humana. Eis alguns exemplos desse po de conradição: não exise amizade enre homem e mu-
lher, algumas religiões valem menos que ouras, só se deve er amigos da mesma classe social ou
econômica, a maioria das pessoas são ineresseiras, amigo deve concordar com a gene em udo...
Não hesie em chamar a aenção dos esudanes para esses aspecos.
Sabemos que algumas lições não podem ser “ensinadas” do mesmo jeio que se ensina a leiura,
a escria, a gramáca, a maemáca, a hisória... São “endades do mundo inerior”, nas palavras
de Rubem Alves. São como semenes, e, como semenes, podem vir a broar, e é jusamene aí
que seu rabalho é undamenal. Rubem Alves ainda acrescena:
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 85

“ Imagine isto: o corpo como um grande canteiro! Nele


se encontram, adormecidas, em estado de latência,
as mais variadas sementes – lembre-se da história da
Bela Adormecida! Elas poderão acordar, brotar. Mas
poderão também não brotar. Tudo depende... As se-
mentes não brotarão se sobre elas houver uma pedra.
E também pode acontecer que, depois de brotar, elas
sejam arrancadas... De fato, muitas plantas precisam
ser arrancadas antes que cresçam. Nos jardins há


pragas: tiriricas, picões...26

Na Estante

Para o educador e ambém para os esudanes, recomendamos a leiura do livro O pequeno


príncipe, de Anoine de Sain-Exupéry, cujos emas (mencionados no maerial do esudan-
e) esão oremene anados com a ideia de um Projeo de Vida, e não somene com "ser
amigo e er amigos".
Essa leiura excepcionalmene rica pode consuir um bom recurso para discur e sinezar
os dierenes coneúdos rabalhados nese e em ouros diversos módulos.
O livro O pequeno príncipe esá disponível em versão digializada no endereço:
<hp://www.biblioeca.radiobomespirio.com/o_pequeno_principe.pd> (link direo para
o livro)
<hp://canaldoensino.com.br/blog/baixe-o-livro-o-pequeno-principe> (link para argo
sobre o livro com acesso para o link anerior)

Vale a pena ASSISTIR

Há anos e ão bons lmes sobre ser amigo e er amigos que aé daria para organizar um
esval.... Esa lisa possui lmes para odos os gosos e idades. Um passeio pela inerne
com a ajuda do Google pode dar uma boa ideia a respeio de cada um deles.

Algumas sugesões:
• Luzes, câmera... Ação!
• Mary e Max - Uma Amizade Dierene
• Cinema Paradiso
• Cona Comigo
• Tomaes Verdes Frios
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
86 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

• Conduzindo Miss Daisy


• Onde Vivem os Monsros
• E.T. - o Exra-Terresre
• Quaro Amigas e um Jeans Viajane
• Um Esranho Casal
• O reenconro
• Smoke (Corna de umaça)
• As baleias de agoso
• Cenral do Brasil
• Toy Sory 
• Thelma e Louise
• Jules e Jim
• As vanagens de ser invisível
• Cinema, aspirinas e urubus

Uma hisória curiosa ligada à O pequeno príncipe27


O avião de Sain-Exupéry desapareceu miseriosamene durane a ª Guerra Mundial. Mais
de 50 anos depois, um pescador recolheu na rede, com os peixes, um relógio com a inscri-
ção "Sain-Ex", pero de Marselha, na França. Alguns anos depois, apareceram alguns des-
roços com marcas que permiram idencá-los como pares do avião do auor desapa-
recido do livro O pequeno príncipe. Surgiram juno com esses desroços peças de um avião
de guerra alemão, e oi isso que possibiliou a descobera do piloo alemão Hors Ripper,
já com  anos, que relaou como as coisas nham aconecido. Ele não sabia quem era o
piloo do avião abado, e disse: "Eu esperava que não osse ele, porque odos nós lemos
seus livros, quando jovens. A gene adorava."
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 87

Anexo 1

Aprender a ser amigo e er amigos


Tudo começa muio cedo na inância. A criança em o pé no presene, e isso lhe permie abase-
cer-se daquilo que, no uuro, vai servir de base para seus julgamenos e decisões.
As primeiras lições vêm dos adulos. Com exemplos e palavras, eles mosram e ensinam que é
bom ser genl e respeioso com os ouros, e que é preciso seguir algumas regras para esar juno
com ouras pessoas em harmonia e com prazer.

Tudo começa com pequenas lições como esas:


• Dizer “obrigado” e “por avor”;
• Falar sem griar e sem choramingar;
• Pedir para enrar na brincadeira;
• O que azer quando espirrar ou ossir;
• Cumprimenar os ouros;
• Deixar alguém passar na sua rene;
• Pedir desculpas quando esbarra em alguém;
• Não baer nos ouros;
• Não pôr a culpa nos ouros;
• Não aponar as alhas dos ouros;
• Esperar sua vez;
• Não inerromper quem esá alando;
• Experimenar coisas novas (praos, brincadeiras, lugares ec.);
• Observar as reações e expressões dos ouros.

Já na adolescência, expressar-se e conhecer o que os ouros expressam ajuda a consruir reexões


acerca da visão de uuro. O que “os ouros” (os companheiros) pensam e azem ganha um peso
novo, pois a necessidade de se siuar na sociedade humana é grande no adolescene. Talvez a
palavra AMIGO seja a mais imporane para o adolescene, e são muios os que se avaliam pelo
número de amigos que êm.
Agora, você esá na ase da vida em que pode examinar suas experiências de criança e adolescen-
e à luz de novos conhecimenos, e isso ajuda a enconrar um jeio pessoal de se siuar no mundo
e nele inererir. Você já sabe que os laços de amizade criam uma aliança com base no uuro, e
não na origem. E sabe que, para se siuar e inervir no mundo, precisa da companhia e da ajuda
dos amigos, que são os parceiros escolhidos por nós com os quais comparlharemos nossa raje-
ória pelo planea Terra.
SER AMIGO exige de você ceras audes, comporamenos, modos de agir, escolhas. A depen-
dência desses aores dirá em que medida você vai TER AMIGOS.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
88 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Atividade Relâmpago: Três regras de ouro

a) Escreva abaixo, na coluna da esquerda, rês “regras de ouro” para ser amigo – as primeiras que
vierem à mene:

REGRAS DE OURO PARA SER AMIGO

b) Mosre a um colega suas rês “regras de ouro” para ser amigo e leia as que ele escreveu. Acres-
cene-as à sua lisa, na coluna da direia.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 91

Anexo 3

Leiura jogral em voz ala: “Enre amigos”


Saiba mais:
Jogral é um coral alado denro de uma ordem, o que conere musicalidade e rimo à declamação.
Pega-se o exo ou poema e se az a leiura em , ,  ou mais vozes. Em alguns momenos, odos
leem junos.
Cada rase será lida em voz ala por um esudane, seguindo a ordem indicada pelo educador.
Cada vez que aparecerem as palavras AMIGO (S) e AMIZADE, odos leem junos ao mesmo empo.

Enre Amigos28
Marha Medeiros*
Para que serve um amigo? Para rachar a gasolina, empresar a prancha, recomendar um disco, dar
carona pra esa, passar cola, caminhar no shopping, segurar a barra. Todas as alernavas esão
correas, porém isso não basa para guardar um amigo do lado esquerdo do peio. Milan Kundera,
escrior checo, escreveu em seu úlmo livro, "A Idendade", que a amizade é indispensável para
o bom uncionameno da memória e para a inegridade do próprio eu. Chama os amigos de es-
emunhas do passado e diz que eles são nosso espelho, que aravés deles podemos nos olhar. Vai
além: diz que oda amizade é uma aliança conra a adversidade, aliança sem a qual o ser humano
caria desarmado conra seus inimigos. Verdade verdadeira. Amigos recenes cusam a perceber
essa aliança, não valorizam ainda o que esá sendo consruído. São amizades não esadas pelo
empo, não se sabe se enrenarão com solidez as empesades ou se serão varridos numa chuva
de verão. Veremos. Um amigo não racha apenas a gasolina: racha lembranças, crises de choro,
experiências. Racha a culpa, racha segredos. Um amigo não empresa apenas a prancha. Empres-
a o verbo, empresa o ombro, empresa o empo, empresa o calor e a jaquea. Um amigo não
recomenda apenas um disco. Recomenda cauela, recomenda um emprego, recomenda um país.
Um amigo não dá carona apenas pra esa. Te leva pro mundo dele, e opa conhecer o eu. Um
amigo não passa apenas cola. Passa congo um apero, passa juno o reveillon. Um amigo não
caminha apenas no shopping. Anda em silêncio na dor, enra congo em campo, sai do racasso
ao eu lado. Um amigo não segura a barra, apenas. Segura a mão, a ausência, segura uma cons-
são, segura o ranco, o palavrão, segura o elevador. Duas dúzias de amigos assim ninguém em.
Se ver um, amém.

* Marha Medeiros é uma cronisa e poesa gaúcha, com vários livros publicados e colunas em jornais.

Debae em grande grupo: Lisa de maerial de consrução de amizade


Comparlhe suas ideias, ouça as dos colegas e regisre abaixo os iens sugeridos e adoados de
comum acordo por sua classe (discussão coordenada pelo educador):
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
92 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Na Estante

Um dos 0 livros mais lidos no mundo raa de SER AMIGO e TER AMIGOS.
É O pequeno príncipe, do escrior rancês Anoine de Sain-Éxupéry, ra-
duzido em 6 línguas e dialeos.

15

Veja como esse livro surgiu graças à presença e às ideias de amigos:


• Sain-Éxupéry esava exilado nos Esados Unidos e hospializado para raar de eri-
menos (ele era piloo na guerra). Uma amiga, para disraí-lo, lê em voz ala a hisória
inanl A pequena sereia, de Hans Chrisan Andersen. Esse geso da amiga o encana
e lhe vem a vonade de escrever uma hisória como aquela.
• Seu amigo e ambém edior americano lhe nha sugerido que escrevesse um livro
para crianças, já que ele vivia rabiscando um desenho de um menininho de cabelos
loiros em guardanapos e pedaços solos de papel.
• Ouro amigo lhe dá de presene um esojo de aquarelas, e ele começa a dar vida e cor
ao pequeno príncipe de seus desenhos.
• Sain-Éxupéry escreve as avenuras de um pequeno príncipe que visia planeas e en-
conra uma raposa, uma rosa, um piloo no desero... Ele dedica o livro a seu melhor
amigo, com esas palavras:

“ Peço perdão às crianças por dedicar este livro a uma


pessoa grande.Tenho uma desculpa séria: essa pessoa
grande é o melhor amigo que possuo no mundo. Tenho
uma outra desculpa: essa pessoa grande é capaz de
compreender todas as coisas, até mesmo os livros
de criança. Tenho ainda uma terceira: essa pessoa
grande mora na França, e ela tem fome e frio. Ela
precisa de consolo. Se todas essas desculpas não
bastam, eu dedico então este livro à criança que essa
pessoa grande já foi. Todas as pessoas grandes foram
um dia crianças (mas poucas se lembram disso).
Corrijo, portanto, a dedicatória:
A LÉON WERTH
QUANDO ELE ERA PEQUENINO
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 93

Os emas de O pequeno príncipe


• Arás das aparências, cada ser esconde um esouro, um misério que só podemos
descobrir com o coração, e não com os olhos;
• O espírio orna as coisas únicas e cria vínculos; cada um se orna responsável pelos
vínculos que consrói;
• É criando vínculos ("cavando") que se pode separar da "massa" um ser que passa,
enão, a ser "único no mundo", porque poderá ser conhecido e apreciado em sua sin-
gularidade;
• As "pessoas grandes" que se esquecem de que oram crianças só se preocupam com
o que é úl e julgam com base nas aparências, no preço, no salário, na roupa.
Leia mais:29
Uma edição digializada de O pequeno príncipe ( páginas) esá disponível nese endereço:
hp://www.biblioeca.radiobomespirio.com/o_pequeno_principe.pd.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
94 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

AULA 11: AMIZADE É QUANDO VOCÊ NÃO FAZ


QUESTÃO DE VOCÊ E SE EMPRESTA PARA OS OUTROS.

16

O rabalho de discussão acerca do ema relações de companheirismo nas escolas é de grande re-
levância nos dias de hoje em virude da consane busca do homem conemporâneo por melhores
condições de vida. Ser compevo em sido encarado como uma caracerísca essencial para aque-
les que preendem galgar melhores posos de rabalho denro da ônica de um mundo globalizado e,
nese sendo, az-se urgene, na escola, o aparecimeno de um movimeno conrário à nauralização
da visão de que é impossível consruir relações de companheirismo denro desse mundo. Diane
disso, os educadores apresenam-se como peças principais do rabalho de omeno de audes e
comporamenos posivos nos esudanes, rabalho ese que, por venura, os ajudarão a er um pro-
jeo de vida que visa consruir relações de amizade e companheirismo em odas as insâncias da vida
social do mundo conemporâneo da qual ele parcipa, escola, rabalho ou comunidade.
Sendo assim, esa aula busca conhecer qual o conceio de companheirismo os esudanes êm,
aravés de exemplos prácos do dia a dia, bem como, reorçar o senmeno de que é possível e
imporane consruir relações de companheirismo no mundo aual.

Objetivo Geral

• Idencar aos de companheirismo e seus variados aores;


• Perceber qual o conceio de companheirismo razido pelos esudanes e alargá-lo;
• Perceber a imporância do omeno de audes e comporamenos que conribuem
para a consrução de relações de companheirismo;
• Dar exemplos pessoais dese novo conceio alargado de companheirismo.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 95

Material Necessário

• Música: meu querido, meu velho, meu amigo – Robero Carlos


(Disponível em: hp://leras.mus.br/robero-carlos//).

Roteiro

PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO

Leiura e inerpreação do exo a Cigarra e


Avidade: Minha visão a Formiga e da música de Robero e Erasmo
Carlos. 0 minuos
de mundo.
Quesonário pessoal sobre companheirismo.

Leiura de duas siuações hipoécas sobre


Avidade: Fazendo a
companheirismo e elaboração do desecho de 0 minuos
dierença.
cada siuação.

Avaliação. Reomada dos objevos da aula. 5 minuos

ORIENTAÇÕES PARA AS ATIVIDADES

Atividade individual: minha visão de mundo.

Objetivos

• Reconhecer os aos de companheirismo e seus aores presenes na ábula e na música;


• Consruir uma nova concepção de companheirismo;
• Perceber a imporância do ao de ser companheiro para suas vidas;
• Fornecer exemplos de aos de companheirismo alinhados a uma perspecva alargada
dese conceio.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
96 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Desenvolvimento

Inicie a aula sondando dos esudanes o que eles sabem sobre companheirismo. Feio isso, é im-
porane deixar claro que o objevo da aula é enocar, além das relações de companheirismo que
se esabelecem em dierenes espaços, a imporância da consrução dessas relações ao longo da
vida. Quando os esudanes comparlharem suas resposas, procure ver se elas vão ao enconro
da seguine visão de companheirismo: Segundo o novo dicionário Aurélio da Língua Poruguesa,
companheirismo é mosrar er solidariedade própria de companheiro, coleguismo. Enreano, é
possível associarmos a palavra a uma série de ouros comporamenos para com o ouro, alar-
gando assim esse conceio, ou seja, companheirismo pressupõe apoio, divisão de areas, alegrias
e risezas, empaa e, principalmene, er ciência da imporância de consruir um projeo de vida
que visa omenar amizades saudáveis ao longo da exisência. É consruir laços aevos com pes-
soas sem necessariamene esperar algo em roca, pois esse é o undameno básico da consrução
de relações posivas e duradouras.
Em seguida, proponha uma leiura em conjuno da ábula ‘a cigarra e as ormigas’ e, logo após o-
que a música de Robero Carlos (Anexo ). Terminada a leiura e audição da música, os esudanes
discurão em pares as quesões proposas e algumas opiniões devem ser ouvidas (Anexo ). Eles
devem ser capazes de reconhecer, ano na música quano no exo, audes e comporamenos
humanos que ajudam e/ou arapalham a consrução de relações posivas ao longo da vida, bem
como, os agenes dessas ações. Na música, há versos em que o lho desaca algumas audes do
pai que podem ser colocadas como exemplos de companheirismo pelos esudanes: “Me ensi-
nando ano do mundo”, “caminhando sempre comigo” e “seu conselho cero me ensina”. Já no
exo, os atos de companheirismo são os seguines: as ormigas rabalhavam em conjuno para
guardar comida, e a cigarra, com rio, oi ajudada por er aliviado o rabalho das ormigas, can-
ando. Para complemenar, pergune se há algum ao de não companheirismo e qual é, e aceie
resposas que se assemelhem a: a ormiga má não ajudou a cigarra porque ela era avarena e
impiedosa. Quano aos personagens envolvidos no exo e na música, devem ser desacados:
amigos ou colegas, na ábula, e pai e lho, na música de Robero e Erasmo Carlos. Logo após,
enaze a exisência do companheirismo em nossa vida, procurando ambém conexualizá-lo no
cenário aual de compevidade enconrado em odas as insâncias da sociedade brasileira com
pergunas do po: é possível ser companheiro nos dias de hoje? Por que devemos ser, para quê?
Como? Demonsre ineresse em saber que imporância eles dão ao ao de ser companheiro e pro-
ponha a avidade escria, lendo as quaro pergunas desa pare; dê aos esudanes cero empo
para a execução da area. Diane das alas dos esudanes, é imporane desacar a dimensão dos
ganhos e benecios de se consruir amizades e relações posivas ao longo de nossa exisência,
pois, mesmo não sendo ese o principal inuio de ser companheiro, erminamos colhendo mais
à rene os ruos de ermos sido mais “humanos” com o ouro no passado. Oura dimensão que
pode ser ressalada é com relação à necessidade de engajameno das pessoas na consrução de
um mundo mais solidário, onde as pessoas luam por uma causa que visa o bem-esar não só in-
dividual, mas colevo. Ao nal da avidade, é preciso que o esudane se veja como um indivíduo
capaz de proagonizar relações que lhe razem ganhos – que podem ser dos mais diversos - sem
que o ouro envolvido nesa relação se sina prejudicado. É imporane que eles percebam que
eles devem ser responsáveis pelo bem-esar do ouro numa relação. A quesão  nos remee ao
conceio de alruísmo, ou seja, do azer o bem sem olhar a quem e sem esperar nada em roca.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 97

Atividade em grupo: Fazendo a diferença! (Anexo 2)

Objetivos

• Reer sobre algumas ações ou posuras que demonsram companheirismo enre as


pessoas;
• Perceber que algumas audes que omamos melhoram as relações e convivência en-
re as pessoas.

Desenvolvimento

Apresene a avidade ‘Fazendo a dierença’ (Anexo ), pergunando aos esudanes o que eles
ariam se a aude de ser companheiro esvesse ao alcance deles. Os esudanes devem ormar
grupos, escolher uma das hisórias, discu-la e responder qual seria a aude a omar, juscando
sua aude com base nas reexões que zeram aé aqui. Limie o empo de escria, pois, no gran-
de grupo, odos os nais das hisórias serão lidos e a sala irá discur se as audes omadas pelos
grupos demonsram companheirismo ou não. Durane a discussão, é imporane pergunar aos es-
udanes quais senmenos os movaram a omar al aude de ajudar ou não, bem como saber o
que leva as pessoas, em siuações corriqueiras como as apresenadas, a não agir de orma solidária.

Avaliação

Observe se o esudane conseguiu compreender a ideia de que ser companheiro nos dias auais
é algo possível. Tene perceber ambém se eles demonsram inencionalidade em agregar esas
audes e comporamenos às suas vidas, como algo imporane para a consrução e realização
do seu projeo de vida.

Em casa: A delícia de ser companheiro! (Anexo 2)

Respostas e comentários
a) As resposas para esa perguna são de cunho pessoal, porém, eles poderão ciar
compeências pessoais como: saber ouvir o ouro, ser leal e presavo; ser sincero,
honeso, saber parlhar e se colocar na posição do ouro.
b) Resposa de cunho pessoal, porém, espera-se que o esudane consiga azer uma re-
exão acerca do que ala para ele colocar em práca as compeências ciadas por ele
na quesão anerior.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
98 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Na Estante

Vale a pena ASSISTIR

• O GRANDE DESAFIO. Dirigido por Denzel Washingon. [The Grea Debaers, EUA,
00]. 6 minuos.
• MR. HOLLAND – MEU ADORÁVEL EDUCADOR. Dirigido por Richard Dreyuss. [Mr.
Holland’s Opus, EUA, 5].0 minuos.
• A HISTÓRIA DE RON CLARK - O TRIUNFO. DirigidoporRanda Haines. [The Ron Clark
Sory, 006]. 0 minuos.
• EDUCADOR: PROFISSÃO PERIGO. Dirigido por Gérard Lauzier. [Le Plus Beau Méer du
Monde, 6]. 05 minuos.
Todos os lmes aqui indicados êm como proagonisas educadores que, apesar das dicul-
dades enconradas em sua prossão, conseguem mobilizar seus esudanes e, por vezes,
seus pais e comunidades, na consrução de um mundo melhor, enazando o omeno de
relações de companheirismo para com o ouro.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 99

Anexo 1

Atividade em grupo: minha visão de mundo

No exo de Moneiro Lobao e na música de Robero e Erasmo Carlos é possível enconrarmos


relações de companheirismo. Ambos apresenam exemplos de audes e comporamenos que
ajudam ou arapalham o ser humano na sua connua consrução de relações posivas ao longo
da vida. Baseados nisso, discuam, em pares, quais são os exemplos de companheirismo no exo
e na música e quem são os agenes envolvidos nessas relações. Eles dierem? Como?

Texo 30
A CIGARRA E AS FORMIGAS
I – A ormiga boa
Houve uma jovem cigarra que nha o cosume de chiar ao pé dum ormigueiro. Só parava quando
cansadinha; e seu divermeno enão era observar as ormigas na eerna aina de abasecer as
ulhas. Mas o bom empo anal passou e vieram as chuvas. Os animais odos, arrepiados, passa-
vam o dia cochilando nas ocas. A pobre cigarra, sem abrigo em seu galhinho seco e meda em
grandes apuros, deliberou socorrer-se de alguém. Manquiolando, com uma asa a arrasar, lá se
dirigiu para o ormigueiro. Baeu _ que, que, que... Aparece uma ormiga, riorena, embru-
lhada num xalinho de paina.
- Que quer? - pergunou, examinando a rise mendiga suja de lama e a ossir.
- Venho em busca de um agasalho. O mau empo não cessa e eu...
A ormiga olhou-a de alo a baixo.
- E o que ez durane o bom empo, que não consruiu sua casa?
A pobre cigarra, oda remendo, respondeu depois de um acesso de osse:
- Eu canava, bem sabe...
- Ah! ... Exclamou a ormiga recordando-se. Era você enão quem canava nessa árvore enquano
nós labuávamos para encher as ulhas?
- Isso mesmo, era eu...
- Pois enre, amiguinha! Nunca poderemos esquecer as boas horas que sua canoria nos propor-
cionou. Aquele chiado nos disraía e aliviava o rabalho. Dizíamos sempre: que elicidade er como
vizinha ão genl canora! Enre, amiga, que aqui erá cama e mesa durane odo o mau empo.
A cigarra enrou, sarou da osse e volou a ser a alegre canora dos dias de sol.

II - A ormiga má

Já houve, enreano, uma ormiga má que não soube compreender a cigarra e com dureza a re-
peliu de sua pora. Foi isso na Europa, em pleno inverno, quando a neve recobria o mundo com o
seu cruel mano de gelo. A cigarra, como de cosume, havia canado sem parar o eso ineiro, e
o inverno veio enconrá-la desprovida de udo, sem casa onde abrigar-se, nem olhinhas que co-
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
100 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

messe. Desesperada, baeu à pora da ormiga e implorou - empresado, noem! - uns miseráveis
resos de comida. Pagaria com juros alos aquela comida de emprésmo, logo que o empo o per-
misse. Mas a ormiga era uma usurária sem enranhas. Além disso, invejosa. Como não soubesse
canar, nha ódio à cigarra por vê-la querida de odos os seres.
- Que azia você durane o bom empo?
- Eu... Eu canava!...
- Canava? Pois dance agora,[...] ! - e echou-lhe a pora no nariz.
Resulado: a cigarra ali morreu enanguidinha ; e quando volou a primavera o mundo apresen-
ava um aspeco mais rise. É que alava na música do mundo o som esridene daquela cigarra
mora por causa da avareza da ormiga. Mas se a usurária morresse, quem daria pela ala dela?
Os arsas - poeas, pinores e músicos - são as cigarras da humanidade.

Texo 31
Meu Querido, Meu Velho, Meu Amigo
Robero Carlos

Esses seus cabelos brancos, bonios


Esse olhar cansado, proundo
Me dizendo coisas num grio
Me ensinando ano do mundo
E esses passos lenos de agora
Caminhando sempre comigo
Já correram ano na vida
Meu querido, meu velho, meu amigo
Sua vida cheia de hisórias
E essas rugas marcadas pelo empo
Lembranças de angas viórias
Ou lágrimas choradas ao veno
Sua voz macia me acalma
E me diz muio mais do que eu digo
Me calando undo na alma
Meu querido, meu velho, meu amigo
Seu passado vive presene
Nas experiências condas
Nesse coração consciene
Da beleza das coisas da vida
Seu sorriso ranco me anima
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 101

Seu conselho cero me ensina


Beijo suas mãos e lhe digo
Meu querido, meu velho, meu amigo
Eu já lhe alei de udo
Mas udo isso é pouco
Diane do que sino
Olhando seus cabelos ão bonios
Beijo suas mãos e digo
Meu querido, meu velho, meu amigo
Olhando seus cabelos ão bonios
Beijo suas mãos e digo
Meu querido, meu velho, meu amigo
Olhando seus cabelos ão bonios
Beijo suas mãos e digo
Meu querido, meu velho, meu amigo.

A escola, o rabalho e a comunidade em que vivemos são insâncias (locais) da vida do homem
conemporâneo que servem de palco para várias siuações codianas onde relações de compa-
nheirismo aconecem. Que ser companheiro é possível e há inúmeros exemplos de coleguismo à
nossa vola é ao. Conudo, a compeção e a busca por melhores condições de vida êm suscia-
do nas pessoas indagações do po: é possível esabelecer relações de companheirismo no mundo
em que vivemos hoje? Qual a imporância do companheirismo enre as pessoas? Enm, a com-
peção em levado as pessoas a discurem imporância de ser companheiro. Diane do exposo,
responda às seguines pergunas:
) Você acredia ser uma pessoa companheira? Jusque sua resposa ciando um exemplo.
) Para você, exise alguma relação direa enre ser companheiro e ganhar algum po de
vanagem? Jusque sua resposa.
) Você acredia que é possível esabelecer relações de companheirismo e amizade en-
re as pessoas sem elas quererem nada em roca umas das ouras? Jusque sua
resposa.
) Parndo do que você respondeu na quesão anerior, cie alguma siuação que valide
seu argumeno.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
102 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Anexo 2

Atividade em grupo: Fazendo a diferença!

SITUAÇÃO 
Domingo de jogo, esádio cheio, você enra em campo com seu me diane de sua orcida. A
parda já começa dispuada com as duas equipes buscando a viória. Em deerminado momeno,
você recebe a bola e pare para o gol sendo marcado direo por um jogador do me adversário,
mas, na dispua, seu oponene cai machucado e, sendo ambém alea, você percebe logo que a
lesão é grave.

SITUAÇÃO 
Final de ano levo na escola, você recebeu as noas e... Que bom! Passou de ano, agora é curr as
érias. Um de seus colegas de urma, bom esudane e com boas noas, se complicou um pouco e
oi parar no emido exame nal em uma maéria que você domina muio bem.
Sabendo de sua habilidade com a maéria, esse colega o procura pergunando se você poderia
dar uma ajudinha. Aconece que, como já esará de érias, você agendou várias avidades para o
período em que o colega precisaria dessa ajuda.

Formem grupos, escolham uma das siuações e respondam qual seria a aude a ser omada.
Jusque.

Siuação 
Aude:

Siuação 
Aude:
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1º ANO DO ENSINO MÉDIO 103

Na Estante

Vale a pena ASSISTIR

O lme O Diabo Vese Prada (EUA), dirigido por: David Frankel e com auação de Anne
Hahaway, Meryl Sreep e Sanley Tucci. Cona a hisória de Andrea Sachs, uma recém or-
mada jornalisa, que ena sobreviver em Nova York. Ao conseguir seu novo emprego vê-se
em apuros para enar ser compeene. Depois de passar por várias siuações diceis no
ambiene de rabalho, ela nalmene consegue – com a ajuda de alguns amigos - ser boa
naquilo que az e o reconhecimeno de sua chee.

Em casa: A delícia de ser companheiro!

“ Comprometer-se com a comunidade é


comprometer-se consigo mesmo, é agir como
protagonista de sua própria vida, através de
ações que benefciem a todos. É gostoso aprender,
ainda jovem, que a melhor maneira de ajudar a si
mesmo é pertencer e participar de grupos sociais
é compartilhar experiências, direitos e deveres
com outros seres humanos. Pessoas que têm
consciência da sua contribuição para o bem-estar
coletivo vivem melhor, pois esse sentimento é


uma grande fonte de prazer e aprendizado.³²

Sobre isso, responda:


a) Para você, quais as compeências pessoais que uma pessoa companheira precisa er?
b) Quais as audes ou posuras que você melhoraria nas suas relações de amizade para
ser uma pessoa mais companheira/solidária?
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
104 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

AULA 12: E A CONVERSA COMEÇA...


A ARTE DE DIALOGAR!

17

Uma das principais consaações, ao raarmos dos problemas concernenes à banalização dos
valores, é a banalização da palavra. Desde o seu uso irresponsável aé o esvaziameno dos seus
signicados. Mas um grupo social, qualquer que seja ele, só chega a esse esado de coisas aravés
de uma oura práca banal: o esvaziameno do vínculo enre pessoas – vínculo que ambém se
expressa na qualidade de seus diálogos.
Em qualquer lugar onde o vínculo humano perdeu a imporância, as pessoas se enconram, mas
não dialogam, mesmo que alem sem parar: uma anseia pelo calar do ouro para chegar a sua vez
de alar. Os enconros se ornam, enão, previsíveis e auomácos, sem nenhuma criavidade.
Perde-se a maior graça do enconro: o seu inedismo; a possibilidade de criar, junos, novos sen-
dos, ouros signicados para o que se vive e para a experiência de mundo. E é jusamene esse
inedismo a naureza do diálogo.
Dialogar não é simplesmene alar. É ambém ouvir. E silenciar. Pois é no silêncio que ponderamos,
“esperamos o erceiro pensameno”, como escreveu Guimarães Rosa. “Mesmo no silêncio e com
o silêncio dialogamos”, disse Carlos Drummond de Andrade. Não dialogamos para reorçar o que
“já sabemos”, mas para consruir novos signicados. É uma orma de se relacionar, de criar com
o outro.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 105

O barulho e o bulício codianos, principalmene nas grandes cidades, mas não apenas nelas, são
em pare ruo do alcance global dos meios de comunicação de massa. O apelo incessane para
sempre esarmos “ocupados”, “azendo algo”; as inormações pronas, eêmeras e velozes nas
melines das mídias sociais; o apelo incessane para que opinemos sobre udo, mesmo desco-
nhecendo o assuno em paua... São muias as ormas que, disarçadas de comunicação, nos dis-
anciam do diálogo. Assim, quano mais nos “comunicamos”, menos criamos novos signicados.
Como observou o pensador rancês Gilles Deleuze, na ala do que dizer, só resa “um incessane
agarelar”.
No mundo do auomasmo desenreado do “agarelar”, desconhecemos a poência da nossa
própria ala, de ano a lançarmos no vazio. E desconhecemos a poência do ouro, pois não sa-
bemos escuá-lo. O dizer se orna, assim, inúl, e as palavras perdem a orça, iso é, a poência de
signicar.
A proposa desa aula é criar espaços e condições propiciadoras de diálogo, abordando siuações
requenes no codiano, problemazadas a parr da sua recorrência no uso das mídias sociais.

Objetivos Gerais

• Esmular a inerlocução respeiosa e devidamene conexualizada;


• Reer sobre experiências dialógicas a parr de siuações problemas de comunicação.

Roteiro

PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO

º Momeno: Análise, em grupo, de pos-


agens picas de mídias sociais, acilmene 0 minuos
reconhecíveis pelos esudanes.
Avidade: “Se a carapuça
º Momeno: Breve apresenação das análi- 0 minuos
serviu...”
ses das posagens.
º Momeno: Discussão problemazadora 0 minuos
sobre o diálogo público e em rede.

Avaliação. Observação do educador. 5 minuos


MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
106 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

ORIENTAÇÕES PARA AS ATIVIDADES

Atividade: “Se a carapuça serviu...”

Objetivos

• Analisar o coneúdo de posagens picas das mídias sociais, buscando conexualizá-las;


• Idencar os possíveis signicados das posagens e suas consequências enquano
diálogo;
• Reer sobre a condição do indivíduo como sujeio de discurso em deerminados
conexos dialógicos.

Desenvolvimento

º Momeno (Anexo )
Um dos posicionamenos mais desasrosos para o culvo do diálogo em mídias sociais é a mis-
ura consane da vida pública com a vida privada. Desde as conssões dos aeos mais ínmos
à publicação de oos radas em momenos reservados da vida pessoal. Mas um po de posa-
gem que despera imediaamene desconança e consrangimeno é aquele que, por não coner
um desnaário explício, nem especicar o conexo em que oi enviado, pode gerar uma série
de mal-enendidos. Qualquer pessoa pode se idencar com a mensagem e pensar que é com
ela, ou dela, que esão alando. Dado o mal-esar que cosumam gerar, as mensagens indireas
dizem mais sobre quem as escreveu e não sobre a quem oram endereçadas. É esse erriório
perigoso, onde nunca sabemos quem exaamene esá nos observando, que esa aula preende
problemazar.
Peça aos esudanes que ormem seis grupos. Enregue para cada grupo um carão com os seguin-
es dizeres, picos das mídias sociais:
Grupo : Tem gene que se acha #a
Grupo : Gene que posa “onha” azendo biquinho pro espelho #VocêEsáFazendoIssoErrado
Grupo : Inveja maa, viu! #BeijinhoNoOmbro
Grupo : Eu vou cuidar da minha saúde, porque da minha vida já em quem cuide #AinvejaTem-
Facebook
Grupo : A la anda, á? #SouMaisEu
Grupo : Gene que não sabe nem escrever direio #AgeneVêPorAqui
Educador, embora as rases acima sejam baseadas em posagens reais, requenemene ulizadas
em mídias sociais, elas guram nesa aula apenas como sugesão. Caso prera e conheça ouros
pos de posagens que julgue mais próximos do conexo de seus esudanes, é recomendável
ulizá-los.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 107

Peça a cada grupo que discua a rase que lhe oi proposa, idencando e anoando duas possí-
veis inerpreações para ela, considerando:
- Possíveis conexos em que oi escria;
- Os poenciais desnaários para quem “a carapuça serviria”;
- Evenuais inrigas que esariam “por rás” da posagem.

º Momeno
Peça a um represenane de cada grupo que exponha, brevemene, as considerações eias.

º Momeno
Proponha a discussão do problema. Comece pergunando aos esudanes se eles já se depara-
ram com rases como essas em suas redes, se curriam ou comparlhariam posts como esses e
por quê.
Aene para o ao de serem rases genéricas, desconexualizadas e aberas a odo po de iner-
preação (razão pela qual oi pedido aos esudanes que idencassem pelo menos duas ormas
possíveis de inerpreá-las).
Conversem sobre os riscos de poss aleaórios como esses: brigas, discussões disparaadas, de-
cepção e mal-enendidos por pare de pessoas que podem pensar que esses dizeres oram ende-
reçados a elas.
Esmule os esudanes a levanar hipóeses sobre a impressão causada por quem uliza esses
recursos, considerando inclusive a prepoência das hashtags ulizadas (#a, #SouMaisEu, #Beiji-
nhoNoOmbro, ec.) com a unção de enazar o recado:
- Imauridade, uma vez que não aborda os problemas direamene, de modo ranco, e
se aém a provocações “inans”;
- A impressão de que é uma pessoa que esá brigando com odo mundo o empo odo;
- Não dar chance para que as pessoas reiam e se deendam, quando o assuno diz
respeio a elas;
- Fala de éca, expondo publicamene assunos de ineresse privado envolvendo ou-
ras pessoas;
- A sensação de querer conrolar o coneúdo posado pelos ouros;
- Alguém que az um juízo exageradamene elevado de si mesmo, pois acha que é alvo
consane da inveja dos ouros.
Hashtag, ermo ulizado inicialmene por usuários do Twiter e, mais recenemene, pelo Face-
book, Insagram e Google+, é um recurso que possibilia a pesquisa em mídias sociais aravés de
palavras-chave. O dierencial esá no uso de #, que ransorma as palavras-chave em hiperlink,
possibiliando que, ao serem clicadas, apareça na ela odos os assunos relacionados a essas
palavras.
Apesar de ser um recurso úl para pesquisa de assunos ans, muios usuários ulizam hashtags
apenas com a nalidade de enazar aquilo que esão dizendo. É nesse sendo que elas aparecem
nas rases que selecionamos para as avidades desa aula.33
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
108 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Ressale que as regras de convivência e diálogo em redes online são as mesmas que regem as
relações sociais. Conudo, por não esarem em conao presencial, as pessoas endem a se senr
mais à vonade para comporamenos mal-educados (veja maéria abaixo, exraída do Jornal O
Esado de S. Paulo).
Por m, observe que as nossas inerações online delineiam, post por post, o nosso perl público, e
revelam muio da nossa capacidade de dialogar. Além disso, o coneúdo que disponibilizamos em
redes viruais nunca são oalmene deleados, e qualquer pessoa pode copiar (“prinar”) nossas
publicações e ulizá-las conra nós, inclusive nas relações de rabalho.

Avaliação

Observe como os esudanes se posicionam em relação aos exemplos proposos: se percebem as


precauções a serem omadas durane as inerações dialógicas em rede; se esão aenos ao ao
de que o dio publicamene em impaco sobre a imagem pública que ajudamos a consruir sobre
nós mesmos; se percebem a necessidade de conexualização do problema abordado ao endere-
çar suas palavras ao ouro.

Em casa: Você online


Copiar na lousa a avidade

A parr das discussões e rocas realizadas nesa aula, responda às quesões abaixo.
. Quando surge algum conio enre você e alguém da sua rede social, como você procura resol-
ver a siuação? Exemplique.
. Você cosuma omar cuidado ao dialogar publicamene, seja em óruns online ou na “vida
real”? Cie alguns exemplos.

Resposta e comentários da tarefa de casa


. Resposa pessoal. A expecava é que o esudane ale um pouco de suas habilidades em resol-
ver conios comunicacionais em rede.
. Resposa pessoal. Espera-se que o esudane apone alguns cuidados para com a consrução da
imagem pública sobre si mesmo por meio do diálogo.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 109

Atividade Extra 1

Recado ao senhor 90334


Vizinho –
Quem ala aqui é o homem do 00. Recebi ouro dia, consernado, a visia do zelador, que me
mosrou a cara em que o senhor reclamava conra o barulho em meu aparameno. Recebi de-
pois a sua própria visia pessoal – devia ser meia-noie – e a sua veemene reclamação verbal.
Devo dizer que esou desolado com udo isso, e lhe dou ineira razão. O regulameno do prédio é
explício e, se não o osse, o senhor eria ainda ao seu lado a Lei e a Polícia. Quem rabalha o dia
ineiro em direio ao repouso nourno e é impossível repousar no 0 quando há vozes, passos e
músicas no 00. Ou melhor: é impossível ao 0 dormir quando o 00 se agia; pois como não
sei o seu nome nem o senhor sabe o meu, camos reduzidos a ser dois números, dois números
empilhados enre dezenas de ouros. Eu, 00, me limio a Lese pelo 005, a Oese pelo 00,
ao Sul pelo Oceano Alânco, ao Nore pelo 00, ao alo pelo 0 e embaixo pelo 0 – que é
o senhor. Todos esses números são comporados e silenciosos; apenas eu e o Oceano Alânco
azemos algum ruído e uncionamos ora dos horários civis; nós dois apenas nos agiamos e bra-
mimos ao sabor da maré, dos venos e da lua. Promeo sinceramene adoar, depois das  horas,
de hoje em diane, um comporameno de manso lago azul. Promeo. Quem vier à minha casa
(perdão, ao meu número) será convidado a se rerar às :5, e explicarei: o 0 precisa repousar
das  às  pois às :5 deve deixar o  para omar o 0 que o levará aé o 5 de oura rua,
onde ele rabalha na sala 05. Nossa vida, vizinho, esá oda numerada; e reconheço que ela só
pode ser olerável quando um número não incomoda ouro número, mas o respeia, cando den-
ro dos limies de seus algarismos. Peço-lhe desculpas – e promeo silêncio.
Mas que me seja permido sonhar com oura vida e ouro mundo, em que um homem baesse
à pora do ouro e dissesse: “Vizinho, são rês horas da manhã e ouvi música em ua casa. Aqui
esou.” E o ouro respondesse: “Enra, vizinho, e come de meu pão e bebe de meu vinho. Aqui
esamos odos a bailar e a canar, pois descobrimos que a vida é cura e a lua é bela”.
E o homem rouxesse sua mulher, e os dois cassem enre os amigos e amigas do vizinho eno-
ando canções para agradecer a Deus o brilho das esrelas e o murmúrio da brisa nas árvores, e o
dom da vida, e a amizade enre os humanos, e o amor e a paz.

A crônica “Recado ao Senhor 0”, de Rubem Braga, suscia quesões imporanes relacionadas
ao diálogo, por diversas razões. Desacamos aqui quaro delas:
) O conio pico enre vizinhos que habiam o mesmo prédio é relaado pela perspec-
va do vizinho que incomoda, não pela perspecva do vizinho que é incomodado;
) Sendo o narrador o vizinho que incomoda, ele civilizadamene reconhece o seu erro,
ainda que, de orma hilária e irônica, se “idenca” como um mero número e aribui
a mesma siuação ao vizinho ao qual se dirige, enalecendo assim a impessoalidade
absurda enre duas pessoas que dividem o mesmo espaço e não se conhecem. Com
esse recurso, o que emerge em primeiro plano não é a relação que os dois poderiam
er, mas a que ambos devem não er, para seguirem em paz na sua não-convivência.
) Já nos dois úlmos parágraos, o narrador devaneia sobre uma relação ideal enre ele
e o vizinho, onde as audes que desencadearam o conio não ossem mais que um
preexo para a boa convivência, raernal e replea de hospialidade.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
110 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

) Com esse úlmo recurso, o exo põe em xeque os paradoxos da civilidade, onde o
anonimao e a ala de conao enre pessoas próximas é considerado “civilizado”,
pondo em segundo plano ouras ormas criavas de sociabilidade.

Explore essas possíveis leiuras com seus esudanes.

Atividade Extra 2

Tecendo a manhã35
1
Um galo sozinho não ece uma manhã:
ele precisará sempre de ouros galos.
De um que apanhe esse grio que ele
e o lance a ouro; de um ouro galo
que apanhe o grio de um galo anes
e o lance a ouro; e de ouros galos
que com muios ouros galos se cruzem
os os de sol de seus grios de galo,
para que a manhã, desde uma eia ênue,
se vá ecendo, enre odos os galos.


E se encorpando em ela, enre odos,
se erguendo enda, onde enrem odos,
se enreendendo para odos, no oldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, oldo de um ecido ão aéreo
que, ecido, se eleva por si: luz balão.

Peça aos esudanes que acompanhem a leiura do poema “Tecendo a Manhã”, de João Cabral
de Melo Neo. Abra espaço para que eles se maniesem livremene. Esmule-os com pequenas
“provocações”, como: “Que galos seriam esses?”, “Que manhã esses galos ecem?”.
Chame a aenção para a maneira como o poea consrói o poema. Na primeira pare, sugere-se
realmene o ao de ecer colevamene. O poema cosura os canos e os grios dos galos, pon-
uados nas palavras “apanhe”, “lance” “cruzem”, sempre enremeadas pelas palavras “ouro” e
“ouros”. Leia novamene a primeira pare, azendo com que os esudanes percebam esse movi-
meno de “ecelagem das palavras”.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 111

Já na segunda pare, o poea enrelaça os sons, azendo com que sinamos nos nossos lábios a
ricção das palavras, provocando um prazer sico ao pronunciá-las na sequência em que esão
disposas. Faça a leiura da segunda pare, enazando a pronúncia desa sequência de palavras:
“ela”, “enre odos”, “enda”, “Enre odos”, “enreendendo”, “odos”. Deixe que os esudanes
açam o mesmo, em voz ala, experimenando as vozes e as sensações.
“Tecer” e “exo” são palavras de mesma raiz emológica. Ressale essa relação para os esudan-
es: dialogar ambém é ecer juno sendos novos para o que nos rodeia.

Emologia: aula da origem e da evolução das palavras.36


Origem da palavra “exo”: la. ēxus,us'narrava, exposição', do v.la.ēxo,is,xŭi,xum,ĕre'ecer,
azer ecido, enrançar, enrelaçar; consruir sobrepondo ou enrelaçando', ambém aplicado às
coisas do espírio, 'compor ou organizar o pensameno em obra escria ou declamada'; ver ex-.

Textos de Apoio ao Educador

Texo 37
(…) No México, quando vivia aos pés do “mais novo vulcão do mundo”, J-M. Le Clézio noou que o
“o silêncio ali não é viso como uma ala de ala, mas como uma oura maneira de se expressar.
[…] quando os mexicanos se calam, é que êm algo de imporane a dizer. […] As coisas são com-
preendidas sem que sejam dias, emos que enendê-las, como dizemos, com meias palavras, e às
vezes aé mesmo sem nenhuma. Ao ler essas enrevisas, lembrei-me de uma viagem para a Guia-
na que Parícia Pereira Leie me descreveu. O vilarejo indígena em que ela se enconrava esava
em plena avidade, as crianças brincavam e, no enano, udo era silencioso, era possível ouvir os
pássaros. Ela oi recebida pelo “chee culural”. Ele cosurava um mosqueeiro e lhe disse: “Minha
esposa gosou da ormação, mas ela me disse que vocês alam demais. Nós ensinamos as crianças
a pensarem anes de alar e a ver se o que êm a dizer é mais bonio que o silêncio”.

Texo 38
O silêncio
anes de exisr compuador exisa evê
anes de exisr evê exisa luz elérica
anes de exisr luz elérica exisa biciclea
anes de exisr biciclea exisa enciclopédia
anes de exisr enciclopédia exisa alabeo
anes de exisr a alabeo exisa a voz
anes de exisr a voz exisa o silêncio
o silêncio
oi a primeira coisa que exisu
um silêncio que ninguém ouviu
asro pelo céu em movimeno
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
112 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

e o som do gelo derreendo


o barulho do cabelo em crescimeno
e a música do veno
e a maéria em decomposição
a barriga digerindo pão
explosão de semene sob o chão
diamane nascendo do carvão
homem pedra plana bicho or
luz elérica evê compuador
baedeira, liquidicador
vamos ouvir esse silêncio meu amor
amplicado no amplicador
do eseoscópio do douor
no lado esquerdo do peio, esse ambor

Esse poema oi musicado pelo auor, em parceria com Carlinhos Brown, e gravado no CD O Silên-
cio, de Arnaldo Anunes, Sony, 6. A música pode ser ouvida nese sie: www.radiouol.com.br

Texo 39
Redes sociais podem acabar com amizades reais, diz pesquisa
BELINDA GOLDSMITH - Reuers
Desrespeio e insulos online esão acabando com amizades, à medida que as pessoas esão can-
do mais rudes nas mídias sociais, revelou uma pesquisa nesa quara-eira, que ambém mosrou
que dois em cada cinco usuários coraram relações após uma briga virual.
Assim como o uso das mídias sociais cresceu, a ala de civilidade ambém aumenou, com  por
ceno de .6 pessoas enrevisadas endo relaado um aumeno das grosserias na Inerne. As
pessoas não hesiam em ser menos educadas online do que ao vivo, segundo o levanameno.
Uma em cada cinco pessoas reduziu seu conao pessoal com alguém que conhece na vida real
depois de uma briga pela Inerne.
Joseph Grenny, co-presidene da empresa de reinameno corporavo VialSmars, que conduziu
a pesquisa, disse que as brigas online muias vezes se ornam brigas na vida real, com  por ceno
das pessoas bloqueando ou cancelando amizades com alguém por causa de uma discussão virual.
"O mundo mudou e uma pare imporane das relações aconece online, mas os modos ainda não
acompanharam a ecnologia", disse Grenny à Reuers, no lançameno da pesquisa, conduzida ao
longo de rês semanas em evereiro.
"O que é realmene surpreendene é que muias pessoas desaprovam esse comporameno, mas
as pessoas ainda esão azendo isso. Por que você xingaria online, mas nunca na cara da pessoa?"
Dados do Pew Research Cener mosram que 6 por ceno dos adulos conecados à Inerne nos
Esados Unidos usam sies de redes sociais, dos quais o Facebook é o mais popular, enquano os
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 113

úlmos números mosram que mais da meade da população briânica em cona no Facebook.
A pesquisa aconece após uma série de desenendimenos pela Inerne envolvendo personalida-
des, que araíram grande aenção da mídia.
O jogador de uebol briânico Joey Baron, do Olympique de Marseille, oi convocado pelo co-
miê de éca da ederação rancesa após chamar o zagueiro brasileiro Thiago Silva, do Paris S
Germain, de "raves acima do peso" no Twier.
O boxeador Curs Woodhouse oi amplamene elogiado após er rasreado uma pessoa no Twi-
er que o chamou de "desgraça complea" e um "piada" após uma derroa, indo aé a casa do
auor das crícas para cobrar um pedido de desculpas.
Grenny disse que os enrevisados nham suas próprias hisórias, como uma amília que não se
ala há dois anos porque um homem publicou na Inerne uma oo embaraçosa de sua irmã e
recusou-se a removê-la. Em vez disso, espalhou a oo para odos os seus conaos.
As ensões nos locais de rabalho ambém oram ranseridas para conversas aravés da Inerne,
nas quais uncionários alam de orma negava de um companheiro.
"As pessoas parecem ser conscienes de que ese po de conversa imporane não deve acone-
cer nas mídias sociais, mas, apesar disso, ambém parecem er o impulso de resolver as emoções
de orma imediaa e aravés dese po de canal", disse Grenny.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
114 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Anexo 1

Atividade: “Se a carapuça serviu...”

º Momeno
Você ceramene já presenciou siuações em que as pessoas “jogam indireas” para as ouras nas
redes sociais. Reia com os seus colegas de grupo sobre essa curiosa orma de se comunicar, a
parr da rase conda no carão enregue pelo educador. Levane hipóeses sobre os possíveis
signicados; vocês perceberão que a rase em mais de um sendo – provavelmene vários. Para
ajudar na invesgação, considere:
• Em quais pos de conexo a rase poderia er sido escria?
• A quem ela se desnaria? Ou seja: para quem “a carapuça poderia servir”?
• Quais as possíveis inrigas e picuinhas que esariam por rás de udo isso?

º Momeno
Agora, um represenane do grupo vai apresenar para oda a classe as considerações que o seu
grupo ormulou. Aprecie as considerações que os represenanes dos demais grupos zerem a
parr das dierenes rases que receberam.

º Momeno
Quando o educador abrir para o diálogo, aça as suas considerações, observando os seguines
aspecos:
• O ao de essas rases não esarem conexualizadas, sem a demarcação clara das
pessoas a quem se desnam, e aberas a dierenes inerpreações, pode levar a que
po de siuação?
• Esse po de recurso revela algo sobre quem os uliza? Como você imaginaria o perl
de quem se compora dessa orma nas redes sociais?
• Que oura orma mais ecaz de diálogo você sugere como alernava aos exemplos
explorados em classe?
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 115

Anexo 2

Recado ao senhor 90334


Vizinho –
Quem ala aqui é o homem do 00. Recebi ouro dia, consernado, a visia do zelador, que me
mosrou a cara em que o senhor reclamava conra o barulho em meu aparameno. Recebi de-
pois a sua própria visia pessoal – devia ser meia-noie – e a sua veemene reclamação verbal.
Devo dizer que esou desolado com udo isso, e lhe dou ineira razão. O regulameno do prédio é
explício e, se não o osse, o senhor eria ainda ao seu lado a Lei e a Polícia. Quem rabalha o dia
ineiro em direio ao repouso nourno e é impossível repousar no 0 quando há vozes, passos e
músicas no 00. Ou melhor: é impossível ao 0 dormir quando o 00 se agia; pois como não
sei o seu nome nem o senhor sabe o meu, camos reduzidos a ser dois números, dois números
empilhados enre dezenas de ouros. Eu, 00, me limio a Lese pelo 005, a Oese pelo 00,
ao Sul pelo Oceano Alânco, ao Nore pelo 00, ao alo pelo 0 e embaixo pelo 0 – que é
o senhor. Todos esses números são comporados e silenciosos; apenas eu e o Oceano Alânco
azemos algum ruído e uncionamos ora dos horários civis; nós dois apenas nos agiamos e bra-
mimos ao sabor da maré, dos venos e da lua. Promeo sinceramene adoar, depois das  horas,
de hoje em diane, um comporameno de manso lago azul. Promeo. Quem vier à minha casa
(perdão, ao meu número) será convidado a se rerar às :5, e explicarei: o 0 precisa repousar
das  às  pois às :5 deve deixar o  para omar o 0 que o levará aé o 5 de oura rua,
onde ele rabalha na sala 05. Nossa vida, vizinho, esá oda numerada; e reconheço que ela só
pode ser olerável quando um número não incomoda ouro número, mas o respeia, cando den-
ro dos limies de seus algarismos. Peço-lhe desculpas – e promeo silêncio.
Mas que me seja permido sonhar com oura vida e ouro mundo, em que um homem baesse
à pora do ouro e dissesse: “Vizinho, são rês horas da manhã e ouvi música em ua casa. Aqui
esou.” E o ouro respondesse: “Enra, vizinho, e come de meu pão e bebe de meu vinho. Aqui
esamos odos a bailar e a canar, pois descobrimos que a vida é cura e a lua é bela”.
E o homem rouxesse sua mulher, e os dois cassem enre os amigos e amigas do vizinho eno-
ando canções para agradecer a Deus o brilho das esrelas e o murmúrio da brisa nas árvores, e o
dom da vida, e a amizade enre os humanos, e o amor e a paz.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
116 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Anexo 3

Atividade Extra

Tecendo a manhã35
1
Um galo sozinho não ece uma manhã:
ele precisará sempre de ouros galos.
De um que apanhe esse grio que ele
e o lance a ouro; de um ouro galo
que apanhe o grio de um galo anes
e o lance a ouro; e de ouros galos
que com muios ouros galos se cruzem
os os de sol de seus grios de galo,
para que a manhã, desde uma eia ênue,
se vá ecendo, enre odos os galos.


E se encorpando em ela, enre odos,
se erguendo enda, onde enrem odos,
se enreendendo para odos, no oldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, oldo de um ecido ão aéreo
que, ecido, se eleva por si: luz balão.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 117

AULA 13: RESPEITO É BOM E NÓS GOSTAMOS.

18

Geralmene, quando eorizamos ou expomos em classe as quesões concernenes ao respeio,


lidamos com condições ideais, em geral muio absraas, em que o “ouro” a que se deve respeiar
é uma gura sempre hipoéca ou remoa. A noção de “ouro” se generaliza em uma ideia de
“humanidade” ou “sociedade” desacada do real, e não como algo que se experimena no presen-
e. Desse modo, o respeio idealizado é algo alado como um preceio para ser poso em práca
“mais arde”, sem se aenar ao que se passa nas relações do enorno e no agora. Tendo isso em
visa, esa aula começa com a problemazação do respeio nas relações codianas e na proposa
de siuações que possam ser experimenadas em sala de aula.
Ao nal, para xação do conceio daquilo que oi experimenado e poso em práca, reomamos o
ema a parr de reerências remoas sobre a noção do respeio e da vida em sociedade, segundo
a variação do amoso mio de Promeeu – o ã que, por amor à humanidade, se sujeiou a um
aniquilane casgo como preço a ser pago por er roubado o ogo dos deuses em avor dos hu-
manos. Depreende-se desse mio, orjado pelo povo invenor da democracia, a noção do respeio
como condição essencial da vida comuniária. Em seguida, passamos à consolidação conceiual do
problema em sua orma losóca: respeio é o “reconhecimeno da dignidade própria ou alheia e
comporameno inspirado nesse reconhecimeno”.40
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
118 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Objetivos Gerais

• Problemazar nossa orma de olhar e considerar o ouro;


• Experimenar uma relação sem julgamenos prévios, abero ao enconro com a orma
de ser do ouro.

Roteiro

PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO

° momeno: Leiura da crônica “Hisória de


um olhar”, de Eliane Brum, com observações 0 minuos
Avidade: “O seu olhar ponuais do educador.
melhora o meu”. ° momeno: Conversação em dupla – siua-
ção de conhecimeno e reconhecimeno do 0 minuos
ouro.

Avaliação. Observação do educador. 5 minuos

ORIENTAÇÕES PARA AS ATIVIDADES

Atividade: “O seu olhar melhora o meu”

Objetivos

• Problemazar nossa orma de olhar o ouro, que deve ser aena à singularidade do
sujeio e à maneira como nos poramos quando essa singularidade se maniesa;
• Propiciar siuações de rocas em que o respeio à dignidade humana é a condição es-
sencial para nos revelarmos ao mundo e permir que o ouro se revele al como é ou
como deseja ser.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 119

Desenvolvimento

º Momeno
Leia em voz ala a crônica “Hisória de um olhar” de Eliane Brum e peça aos esudanes que
acompanhem a leiura (Anexo ). Conversem um pouco sobre o exo lido, a parr das seguines
observações:
- A predominância do olhar ao longo do exo. Não só na orma explícia de evocação da visão, mas
ambém naquilo que se ocula, em expressões como: “invisíveis”, “avesso da imporância”, “exclu-
ído”, “roso de esconderijo”, “ragado”, “desaparecido denro dele mesmo”, “vulo”, “especro”.
- Um jogo de luz e sombra, de visão e de invisibilidade, de aproximação e disanciameno se esa-
belece nas relações: primeiro enre a população e Israel, depois enre Israel e Lucas, em seguida
com a educadora, aé a culminância em um “ransbordameno” de  pares de olhos de crianças.
- Um verdadeiro jogo de conquisa se esabelece enre Israel e a educadora apenas pelo olhar,
que: acolhe, convida, promee, aaga; modica a orma cosumeira e esereopada de ser olha-
do ao convidar o ouro para uma relação, permie que o ouro seja al como é, deixando que ele
se perceba de ouro modo ao ser percebido em sua ineireza pela primeira vez (a imagem de se
ver reedo posivamene no olhar do ouro). O olhar criador de uma “irresisvel imagem de si
mesmo”.
- Pouco a pouco, o negavo se convere em posivo aravés dessa “conversão” do olhar.
- A imagem que de início expressava a própria miséria dos excluídos da cidade, ornando-a ainda
mais excludene (o excluído dos excluídos), após passar por uma laboriosa modicação do olhar
revela o que anes não se podia ver: “a imagem indesejada do espelho”, que nha “ome de
olhar”, nalmene se orna aquilo que Israel via de si mesmo nos olhos da educadora. Enão apa-
rece aé “um sorriso recém-invenado”.
- Finalmene Israel passou a exisr – ransormação que culmina no máximo da visibilidade: na
aparição pública, no dia do desle cívico, assumindo o direio legímo à cidade (cidade que é a
expressão máxima da relação e do convívio humanos desde os gregos arcaicos).
Ressale juno aos esudanes que “ver” é algo que se aprende. Se é algo que se aprende, ambém
é passível de modicações. Os olhos cosumam buscar apenas o conhecido – por exemplo: quan-
do olhamos para uma nuvem, não sossegamos enquano não descobrimos alguma orma conhe-
cida nelas, ou seja, uma imagem que ranquilize nosso olhar, uma vez que os olhos são mesres
em repelir “o esranho”.

º Momeno
Agora, sensibilizados pela crônica e divididos em duplas, os esudanes vão pracar seus “olhares”.
Educador, é muio imporane que nese momeno as duplas sejam ormadas por esudanes que,
aparenemene, não possuem muias anidades: aqueles que não azem rabalhos junos, não
ineragem enre si, pouco se alam e ec. Porano, aça você mesmo, previamene, a composição
das duplas.
Diga aos esudanes que eles vão “simplesmene” conversar. Cada membro da dupla erá cinco
minuos para alar. Depois, o jogo se invere, com cinco minuos de ala concedido ao ouro.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
120 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

As regras:
- Os dois devem esar senados, um de rene para o ouro.
- Ambos devem se olhar nos olhos enquano alam e enquano escuam.

Cada um vai alar ao ouro sobre si mesmo, mas considerando:


- Um pouco da sua origem e rajeória;
- O que geralmene as pessoas alam dele, mas que não é verdade;
- Como acha que é viso pelos ouros;
- Como gosaria de ser viso;
- Quais as suas diculdades e habilidades no rao com os ouros.
(Tudo isso nos limies das possibilidades de cada um).

Ressale que a ideia é “desabiuar” os olhares e as inerlocuções; que a vida de ninguém é banal;
que odos êm o direio de responder por si mesmos no mundo; que muias vezes nos esquece-
mos de que, aos olhos dos ouros, os ouros somos nós; que nosso olhar se modica em conao
com hisórias que nem suspeiávamos. Enm, udo aquilo que Caeano Veloso condensou neses
versos: “Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”. Porano, peça para que inerajam de ou-
vidos, olhos e coração sempre aberos.

Avaliação

Observe como os esudanes reagem ao exo: se percebem a are de olhar como algo que con-
voca ou consrange o ouro no direio de exisr e se mosrar al como é ou como deseja ser; se
aenam para o ao de que as reações do ouro são muias vezes reexo da nossa aude para
com ele. Durane a conversação em dupla, observe a orma como ineragem: se esão aenos
um para com o ouro; se os comporamenos midos expressam caraceríscas parculares ou
resula da diculdade de enrosameno provocada por uma das pares; e a qualidade da relação
que se esabelece enre eles.

Em casa: O que vi com o outro


Copiar na lousa

A parr das discussões e rocas realizadas na (úlma) aula, responda às quesões abaixo.
) Como oi ineragir com o seu colega? Algo o surpreendeu? Cone.
) Como você via o colega anes e como você o vê agora?
) A ineração oi dicil ou ácil? Por quê?
) Como você compararia essa sua ineração com o colega e a roca de olhares da crônica
lida em sala?
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
º ANO DO ENSINO MÉDIO 121

Respostas e comentários da tarefa de casa


Todas as resposas são pessoais, devendo ser observado:
Quesão : O ineresse com que a experiência or narrada e as inormações razidas pelo esudan-
e nesa quesão podem dizer muio da qualidade da ineração com o colega.
Quesão : Educador, observe que é uma quesão ampla e, ao mesmo empo, delicada. Não socia-
lize as resposas em sala, anes de vericá-las. A expecava é que o esudane oereça elemenos
que demonsrem dados novos sobre o colega a parr da ineração que veram. Por isso mesmo,
podem emergir impressões nem sempre consensuais sobre o ouro.
Quesão : Observe se o esudane realmene raz elemenos sobre o ao de er esado em
conao com o ouro, expressando acanhameno ou desembaraço. Espera-se que aqui apareçam
quesões que demonsrem a acolhida ou a diculdade por pare de si mesmo e/ou do ouro.
Quesão : Observe se os esudanes conseguem esabelecer paralelos enre as quesões levan-
adas quando da leiura do exo e a práca real da ineração respeiosa com o colega.

Textos de Apoio ao Educador

Texo 41
Ver e não ver
Nós que nascemos com a visão mal podemos imaginar al conusão. Já que, possuindo de nascen-
ça a oalidade dos sendos e azendo a correlação enre eles, um com o ouro, criamos um mun-
do visível de início, um mundo de objeos, conceios e sendos visuais. Quando abrimos nossos
olhos odas as manhãs, damos de cara com um mundo que passamos a vida aprendendo a ver. O
mundo não nos é dado: consruímos nosso mundo aravés de experiência, classicação, memória
e reconhecimeno incessanes. Mas quando Virgil abriu os olhos, depois de er sido cego por 5
anos – endo um pouco mais que a experiência visual de uma criança de colo, há muio esquecida
–, não havia memórias visuais em que apoiar a percepção; não havia mundo algum de experiência
e sendo esperando-o. Ele viu, mas o que viu não nha qualquer coerência. Sua rena e nervo
ópco esavam avos, ransmindo impulsos, mas seu cérebro não conseguia lhes dar sendo;
esava, como dizem os neurologisas, agnósco.
Todos, incluindo Virgil, esperavam algo mais simples. Um home abre os olhos, a luz enra e bae
na rena: ele vê. Como num piscar de olhos, nós imaginamos. E a própria experiência do cirur-
gião, como a da maioria dos ofalmologisas, era com a remoção de caaraa de pacienes que
quase sempre haviam perdido a visão arde na vida – e ais pacienes êm, de ao, se a cirurgia é
bem-sucedida, uma recuperação pracamene imediaa da visão normal, já que não perderam de
orma alguma a capacidade de ver.
(…) Por vezes, supercies e objeos pareciam avular-se, esar em cima dele, quando na realida-
de connuavam a uma grande disância; por ouras conundia-se com a própria sombra (odo o
conceio de sombras, de objeos bloqueando a luz, era enigmáco para ele) e parava, ou dava um
passo em also, ou enava passar por cima dela. Degraus, em parcular, apresenavam um risco
especial, porque udo o que podia ver era uma conusão, uma supercie plana, de linhas paralelas
ou enrecruzadas; não conseguia vê-los (embora os conhecesse) como objeos sólidos indo para
cima ou para baixo num espaço ridimensional. Agora, cinco semanas depois da cirurgia, sena-se
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
122 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

com requência mais incapaz do que se senra quando era cego, e perdera a conança, a acilida-
de de movimeno que possuíra enão.
(…) Virgil pinçava dealhes incessanemene – um ângulo, uma quina, uma cor, um movimeno
–, mas não era capaz de sinezá-los, de ormar uma percepção complexa com uma passada de
olhos. Esa era uma das razões por que o gao, visualmene, era ão enigmáco: via a paa, o oci-
nho, o rabo, uma orelha, mas não conseguia ver udo juno, o gao como um odo.
(…) Objeos em movimeno apresenavam um problema especial, já que mudavam de aparência
consanemene. Mesmo o seu cachorro, ele me disse, parecia ão dierene a cada momeno que
ele se pergunava se era de ao o mesmo cachorro.
(…) E quano às guras? (…) Quando o submeemos a guras imóveis, oograas em revisas, não
eve o menor sucesso. Não conseguia ver as pessoas, nem os objeos – não compreendia a ideia
de represenação.

Texo 42
O homem é o único ser que não posso enconrar sem lhe exprimir ese enconro mesmo. O en-
conro disngue-se do conhecimeno precisamene por isso. Há em oda aude reerene ao
humano uma saudação – mesmo quando há recusa de saudar.
(…) É esa presença para mim de um ser idênco a si, que eu chamo presença do roso. O roso é
a própria idendade de um ser. Ele se maniesa aí a parr dele mesmo, sem conceio. (…) Como
inerlocuor, ele se coloca em ace de mim, e, propriamene alando, somene o inerlocuor pode
se colocar em ace, sem que “em ace” signique hoslidade ou amizade.

Na Estante

Vale a pena LER

A diaba e sua lha, de Marie NDiaye.43


Sinopse: “Ese cono de Marie NDiaye é uma hisória exra-
ordinária, replea de misério e sedução, que conrma, em
mim, a ideia de que aquilo que chamamos lieraura inanl
é, muias vezes, um esereópo undado numa alsa meno-
ridade da criança e na verdadeira arrogância do adulo. Ese
cono ala desse rio que apenas exise se nos olharmos como
eernos invenores da nossa própria inância. Na margem
desse rio, nenhuma hisória em idade porque oda a narra-
va esá ora do empo.
Nesa hisória não há lugar, não há nomes, udo é nourno,
o que sucede esá envolo em brumas. Todos nós habiámos
essa casa de luz calorosa onde uma diaba se recorda de er
sido eliz. Todos nós echamos a pora do preconceio, e nada
19 mais queremos saber sobre os que cam connados na oura
margem, longe da nossa exisência.
NDiaye escreve sobre os nossos medos e o modo como eles são colevamene consruídos.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 123

Escreve sobre a necessidade de classicarmos os ouros e os arrumarmos em bons e maus,


em anjos e monsros. Nesas páginas se inscreve, enm, a acilidade em culparmos e dia-
bolizarmos os que são dierenes e o modo como os sinais de aparência (no caso, os pés de
cabra) se erguem como marca de roneira enre os 'nossos' e os 'do lado de lá'.”

Vale a pena ASSISTIR

Conduzindo Miss Daisy44


Sinopse: Alana, ; uma rica judia de  anos (Jessica
Tandy) joga acidenalmene seu [carro] Packard novo em
olha no jardim […] do seu vizinho. O lho (Dan Aykroyd)
dela ena convencê-la de que seria o ideal ela er um mo-
orisa, mas ela resise a esa ideia. Mesmo assim o lho
conraa um aro-americano (Morgan Freeman) como mo-
orisa. Inicialmene ela recusa ser conduzida por ese novo
empregado, mas gradavamene ele quebra as barreiras
20 sociais, culurais e raciais que exisem enre eles, crescendo
enre os dois uma amizade que aravessaria duas décadas.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
124 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Anexo 1

Atividade: “O seu olhar melhora o meu”

º Momeno
• Acompanhe aenamene a leiura da crônica pelo educador e, na hora de conversar,
exponha suas observações.

Hisória de um olhar45
O mundo é salvo odos os dias por pequenos gesos. Diminuos, invisíveis. O mundo é salvo pelo
avesso da imporância. Pelo anônimo da evidência. O mundo é salvo por um olhar.
Que envolve e aaga. Abarca. Resgaa. Reconhece. Salva.
Inclui.
Esa é a hisória de um olhar. Um olhar que enxerga. E por enxergar, reconhece. E por reconhecer,
salva.
Esa é a hisória do olhar de uma educadora chamada Eliane Van e de um andarilho chamado
Israel Pires.
Um olhar que nasceu na Vila Kephas. Dizem que, em grego, kephas signica pedra. Por isso um
nome ão singular para uma vila de Novo Hamburgo. Kephas oi invenada mais de uma década
arás pedra sobre pedra. Em regime de murão. Eram operários da indúsria naqueles empos
nada longínquos. Hoje, desempregados da indúsria. Biscaeiros, papeleiros. Excluídos.
Nesa Kephas cheia de presságios e de misérias vagava um rapaz de  anos com o nome de Israel.
Porque em odo lugar, por mais cinzeno, rágico e desesperançado que seja, há sempre alguém
ainda mais cinzeno, rágico e desesperançado. Há sempre alguém para ser chuado por expressar
a imagem-sínese, renegada e assusadora, do grupo. Israel, para a Vila Kephas, era esse ícone. O
enjeiado da vila enjeiada. A imagem indesejada no espelho.
Imundo, meio abilolado, malcheiroso, Israel vivia arado num cano ou nouro da vila. Filho de pai
pedreiro e de mãe mora, vivendo em uma casa cheia de ome com a madrasa e uma irmã doen-
e. Desregulado das ideias, segundo o senso comum. Nascido premauro, mas sem dinheiro para
diagnósco. Escorraçado como um cão, orurado pelos garoos maus. Amarrado, quase violado.
Israel era cuspido. Era apedrejado. Israel era a escória da escória.
Um dia Israel se aproximou de um menino. De nove anos, chamado Lucas. Olhos de amêndoa,
roso de esconderijo. Bom de bola. Bom de rua. De ano gosar do menino que lhe sorriu, Israel
o seguiu aé a escola. Aé a pora onde Lucas desaparecia odas as ardes, ragado sabe-se lá por
qual magia. Aé a pora onde as crianças recebiam cucas e leie. Israel chegou aé lá por ome. De
comida, de aago, de lápis de cor. Fome de olhar.
Aconeceu nese inverno. Eliane, a educadora, descobriu Israel. Desajeiado, envergonhado, qua-
se desaparecido denro dele mesmo. Um vulo, um especro na pora da escola. Com um sorriso
inocene e uns olhos de vira-laa pidão, dando a cara para baer porque nunca oi capaz de es-
condê-la.
Eliane viu Israel. E Israel se viu reedo no olhar de Eliane. E o que se passou naquele olhar é um
milagre de gene. Israel descobriu um ouro Israel navegando nas pupilas da educadora. Terno,
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 125

especial, aé meio garboso. Israel descobriu nos olhos da educadora que era um homem, não um
escombro.
Capurado por essa irresisvel imagem de si mesmo, Israel perseguiu o olho de espelho da edu-
cadora. A cada dia dava um passo para denro do olhar. E, quando perceberam, Israel esava no
inerior da escola. E, quando viram, Israel esava na janela da sala de aula da ª série C. Com meio
corpo para denro do olhar da proessora.
Uma cena e ano. Israel na janela, espiando para denro. Canando no lado de ora, desenhando
com os olhos. Quando o chamavam, ugia correndo. Escondia-se arás dos prédios. Mas devagar,
como bicho acuado, que de ano apanhar cou ressabiado, oi pegando primeiro um lápis, depois
um aago. E, num dia de agoso, Israel compleou a subversão. Cruzou a pora e pinou bonecos
de papel. Israel esava odo denro do olhar da educadora.
E o olhar começou a se espalhar, se expandir, e engolou oda a sala de aula. A imagem se mul-
plicou por  pares de olhos de crianças. Israel, o pária, nha se ransormado em Israel, o amigo.
Ganhou roupas, ganhou pasa, ganhou lápis de cor. E, no dia seguine, Israel chegou de banho
omado, barba eia, roupa limpa. Igualzinho ao Israel que havia avisado no olho da proessora.
Trazia aé umas pupilas novas, enormes, em orma de acho. E um sorriso ambém recém-invena-
do. Enrou na sala onde a proessora pinava no chão e ela começou a chorar. E as lágrimas da pro-
essora, al qual um vagalhão, erminaram de lavar a imagem acossada, erida, agelada de Israel.
Israel, capurado pelo olhar da educadora, nunca mais o abandonou. Vive hoje nesse olhar em
ormao de sala de aula, cercado por  pares de olhos de inância que lhe conam hisórias, pu-
xam a mão e lhe ensinam palavras novas. Reedo por esses olhos, Israel passou a reer odos
eles. E a educadora, que andava deprimida e de mal com a vida, descobriu-se bela, imporane,
nos olhos de Israel. E as crianças, que êm na escola um inervalo enre a violência e a ome, des-
cobriram-se livres de odos os desnos raçados nos olhos de Israel.
Israel, não impora se alguém não gosa de você. O que impora é que você siga a vida, aconselha
Jeerson, de oio anos. Israel, não az mal que u sejas grande e um pouco doene, u podes azer
udo o que u imaginares, promee Greice, de nove. Israel, se alguém e arar uma pedra eu vou
chamar o Vandinho, porque odo mundo em medo do Vandinho, ranquiliza Lucas, nove. Israel,
u me boas na garupa no recreio?
E oi assim que o olhar escorreu pela escola e amoleceu as ruas de pedra.
Israel, depois que se descobriu no olhar da educadora, ganhou o respeio da vila, a admiração do
pai. Vai ganhar uma vaga ocial na escola. Já consegue escrever o “P” de proessora. E ninguém
mais lhe ara pedras. A educadora, depois que se descobriu no olhar de Israel, ri sozinha e chora
à oa. Parou de reclamar da vida e as aulas viraram uma canoria. A redenção de Israel oi a revo-
lução da educadora.
Em  de Seembro, Israel deslou. Pinado de verde-amarelo, aplaudido de pé pela Vila Pedra.
[ de seembro de ]

• Um verdadeiro jogo de esconde-esconde se apresena nessa crônica de Eliane Brum:


udo se dá enre olhar e ser viso, enre ocular e deixar ver. Pouco a pouco vai se
revelando uma ascinane are de olhar: acolhido no olhar da educadora, Israel – que
aé enão era escorraçado pelos ouros – descobre a si mesmo de uma maneira nunca
anes imaginada. Com essa descobera de si mesmo espelhada no ouro, o rapaz con-
quisa o direio de ser.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
126 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

E se mosra. Se revela. Nasce. Desabrocha. Essa pode ser uma hisória de olhares que
maam (o das pessoas que diminuíam Israel aé o pono de não deixá-lo ser) e o olhar
que aviva, que convida a nascer e que salva. Qual é o seu? Reia.

º Momeno
• Com cereza você já reparou. Às vezes assismos a ceros lmes em que grandes ca-
ásroes aconecem – prédios que desabam, navios que nauragam, aviões que caem
– e simplesmene não senmos a menor compaixão. Aliás, o sucesso de muios dos
lmes de ação se deve jusamene à grande parcela de prazer que isso comumene
provoca no público! Mas ceramene você ambém já reparou que só não senmos
nada quando a hisória das pessoas que desaparecem nessas caásroes cinemao-
grácas não nos é conada. Mas basa er acompanhado na ela a hisória de uma
única pessoa que desaparece nos escombros de um prédio que desmorona e já é o
basane para parr nosso coração.
Não será assim ambém com as pessoas que esão à nossa vola? Depois de ouvirmos a hisória
de vida de uma pessoa, dicilmene conseguiremos ser indierenes a ela; nunca mais a veremos
com os nossos angos olhos. Quer uma prova? Acompanhe as insruções do educador para ese
segundo momeno da aula e comprove!
Quando alguém az uma ideia pouco verdadeira sobre nós, achamos que não omos olhados di-
reio, não é mesmo? O mesmo aconece quando azemos uma ideia vaga do ouro: ele ambém
quer um segundo olhar. Se é assim, olhem-se mais uma vez.
Senado de rene para o colega, ale um pouco de você para ele e ouça com aenção o que ele
em a dizer sobre si mesmo. E como em oda conversação respeiosa, a regra de ouro é: olho no
olho. Ouvidos, olhos e coração aberos.

Para ajudá-lo na hora de alar, siga os ópicos abaixo:


- Cone um pouco sobre a sua origem e rajeória.
- O que geralmene as pessoas alam de você, mas que não é verdade?
- Como você acha que é viso pelos ouros?
- Como você gosaria de ser viso?
- Quais as suas diculdades e habilidades no rao com os ouros?

Agora, boa prosa, e surpreenda-se!


MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 127

AULA 14: SINCERIDADE: UM BEM QUERER!

21

A sinceridade, por ser um valor individual, depende da consciência de cada pessoa. Ou seja, ser
sincero depende das próprias experiências vividas, percepção de mundo e caracerísicas de per-
sonalidade que deerminam as inenções de cada um.
Ser sincero requer coragem e inegridade, er uma visão críica a respeio de si mesmo.
Requer um olhar proundo de cada um nas proundezas do próprio ser, saber adminisrar seni-
menos e cerezas que muias vezes nos machucam.
Além dos conlios inernos gerados pela práica da sinceridade, ela ambém pode levar a desa-
ponar algumas pessoas do convívio social e com isso, razer conlios e perdas diíceis de reparar.
Assim sendo, essa aula em como objeivo levar os esudanes a releirem sobre a práica da sin-
ceridade a parir da relexão de suas próprias posuras.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
128 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Objetivos Gerais

• Reer sobre algumas audes e siuações que põe em práca a sinceridade em várias
ocasiões da vida;
• Perceber que ser sincero é dierene de dizer udo o que se pensa, de qualquer maneira;
• Reer sobre os valores que consideram imporanes numa amizade e/ou nas relações
que esabelecem com as ouras pessoas;

Roteiro

PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO

Avidade individual: Reexão sobre a delicadeza da sinceridade e


0 minuos
Dominando a sinceridade. seu conceio.

Avidade individual:
Pergunas sobre práca da verdade. 0 minuos
A verdade.

Avaliação. Observação do educador. 5 minuos

ORIENTAÇÕES PARA AS ATIVIDADES

Atividade Individual: Dominando a sinceridade

Objetivos

• Reer sobre algumas siuações nas quais a sinceridade precisa ser ponderada;
• Consruir o conceio de sinceridade.

Desenvolvimento

Na avidade: Dominando a Sinceridade (Anexo ) propõe-se que os esudanes reiam sobre a


delicadeza da sinceridade. Com a leiura da nocia do Jornal Cruzeiro do Sul eles percebem que
ceras verdades podem aasar as pessoas se orem dias de qualquer maneira. Por isso, o espe-
áculo earal opou por azer com que ceras verdades parecessem menras para que as pessoas
pudessem suporá-las. Isso porque, em algumas siuações é preciso saber como dizer a verdade,
eviando-se a crueza das palavras.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 129

Depois da leiura da nocia, os esudanes vão reer sobre alguma siuação em que erá sido
necessário abrir mão da verdade ou em que veram que conar a verdade de maneira indirea,
azendo uso de alguma nuance para não piorar uma siuação e não magoar alguém. As reexões
dos esudanes são muio pessoais nessa avidade, por isso, não é soliciado que eles escrevam
as siuações no caderno. Conudo, abra espaço para comenários esponâneos dos esudanes;
Em seguida os esudanes devem consruir uma denição de sinceridade de acordo com as re-
exões que zeram sobre as pergunas aneriores da avidade. Quando odos erminarem de
responder à perguna, peça para alguns deles comenarem suas resposas;
Caso seja necessário, diga que ser sincero é ser ínegro – É saber posicionar-se diane daquilo em
que se acredia, e agir de acordo com o que se ala e pensa. Não ceder a pressões das pessoas por
medo de se posicionar a avor da verdade. Segundo o dicionário Houassis da Língua Poruguesa
- Sincero:  que se exprime sem arcio nem inenção de enganar ou de disarçar o seu pensa-
meno ou senmeno.  que é dio ou eio de modo ranco, iseno de dissimulação.  em quem
se pode conar; verdadeiro, leal.  que demonsra aeo; cordial;
Assim, audes como ser claro e ranco, dizer o que realmene se quer dizer, expressar a realida-
de, maner a própria palavra em dierenes siuações da vida, apenas promeer o que realmene
se pode cumprir, devolver o que se pede empresado, não deurpar um ao, siuação ou opinião,
são odas maneiras de ser sincero.

Atividade Individual: A verdade

Objetivos

• Reer sobre a melhor maneira de conar uma verdade sem magoar as pessoas;
• Descrever alguns valores imporanes numa amizade ou na relação com as ouras
pessoas;
• Reer sobre a hipocrisia em algumas siuações da vida.

Desenvolvimento

Individualmene os esudanes devem responder a avidade: A verdade (Anexo ). No iem A,


apesar da resposa ser de cunho pessoal, espera-se que os esudanes coloquem uma siuação
que os aça reer sobre a diculdade que veram ao dizer alguma verdade e percebam se essa
oi a melhor coisa que zeram ou não;
Usar da sinceridade para alar o que se pensa não deve ser uma aude que simplesmene dê
vazão aos senmenos que emos. É necessário omar cuidado com as palavras que verbalizamos
e a imagem que consruímos a respeio das pessoas, pois ser sincero não é ser mal-educado e
diamar as pessoas. É imporane reconhecer que por mais dicil que seja uma siuação é possível
enconrar maneiras de ser verdadeiro;
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
130 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

No iem B, apesar da resposa ser de cunho pessoal, espera-se que os esudanes valorizem a
inegridade, honesdade e sinceridade numa amizade. Reiam sobre a imporância de er laços
de amizade verdadeiros e orna-se uma pessoa que exprime conança;
No iem C, espera-se que os esudanes comenem que a menra não é a melhor saída para eviar
conios. É preciso, saber lidar com siuações complicadas opando sempre por dizer a verdade;
Quando odos erminarem de responder a avidade: A verdade pergune se alguém gosaria de
comparlhar suas resposas ou azer algum comenário, abra espaço para a escua;

Avaliação

Observe a percepção de cada esudane com relação às siuações descrias por eles sobre a prá-
ca da sinceridade;
Observe ambém se os esudanes conseguem perceber que, apesar de a práca da sinceridade
ser pessoal, ela aea o colevo, posivamene ou negavamene.

Em casa: O bom senso (Anexo 3)

Respostas e comentários
. Os esudanes devem ser capazes de escrever um exo disseravo que exponha a
própria maneira de esabelecer relações enre a verdade e o cuidado que devem er
ao expressá-la. Espera-se que eles aleguem que a sinceridade ajuda a consruir amiza-
des verdadeiras e a gerar conança enre as pessoas;
. Espera-se que os esudanes reiam sobre as rês siuações, que, apesar de diceis,
devem azê-los pensar sobre a consequência de viver sob uma menra.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 131

Anexo 1

Atividade Individual: Dominando a sinceridade

A delicadeza necessária para alar sobre realidades ores e duras46


Felipe Shikama

Espeáculo earal dirigido por Nelson


Baskerville é baseado em relaos verdadei-
ros de crianças e adolescenes durane con-
ios de guerras.

22

Ao conrário de um mágico que az a menra parecer verdade, o espeáculo earal As esrelas
cadenes do meu céu são eias de bombas do inimigo ena ransormar a realidade em cção.
Baseada em relaos verdadeiros de crianças e adolescenes durane conios de guerras, a peça
da Cia Denivo-Provisório será encenada hoje, às 0h, no Sesc Sorocaba. […].
Com direção de Nelson Baskerville, a monagem do espeáculo oi consruída a parr de rechos
dos livros Diário de Anne Frank e Vozes roubadas - diários de guerra, de Zlaa Filipovic e Melanie
Challenger. Há ainda reerência à guerra parcular do ráco de drogas no Brasil, baseado no
depoimeno de um menino paulisano exraído do documenário Jardim Ângela, de Evaldo Mo-
carzel.
"Seguindo a rase de Tennessee Williams [dramaurgo nore-americano], opamos por azer a
verdade parecer menra", ponua Paula Arruda, ariz e produora do espeáculo. Paula explica
que as experiências de conio relaadas, sob o olhar de crianças e adolescenes, são ão ores
e impressionanes que coube a odos os inegranes da companhia buscar maneiras de criar ca-
madas de ilusão sobre a verdade. "Durane odo espeáculo emos uma névoa de umaça e há
ambém maquiagem mais lúdica, para dar uma cera disanciada da realidade. Se a peça osse
muio realisa, caria muio dicil de suporar", complea, lembrando que alguns dos auores dos
esemunhos não veram chance de chegar à vida adula. "Há uma delicadeza para alar sobre
coisas duras. Porque não poderia ser de ouro jeio. A guerra já é dura o suciene para er que
reviver e não reer", dealha Baskerville. (...)
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
132 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

. Assim como o espeáculo earal dirigido por Nelson Baskerville, na vida ambém devemos er
delicadeza para alar sobre coisas duras. Nas muias relações que esabelecemos com as pessoas
é necessário saber dominar a sinceridade. A respeio disso, pense em algumas siuações da sua
vida nas quais as rases abaixo se encaixariam:
a) “Fazer a verdade parecer menra” ou “A menra parecer verdade”
b) “Criar camadas de ilusão sobre a verdade”

. Baseado no que você pensou sobre as rases acima, a sinceridade para você é:

Para Saber mais:


Livro – Vozes roubadas: diários de guerra - Organizado por Zlaa Filipovic e Melanie Challen-
ger (Companhia das Leras, radução Auguso Pacheco Calil)é uma coleânea de diários escrios
por crianças e jovens ao redor do mundo, no período da primeira guerra mundial aé a guerra do
Iraque. Neles descobrimos como oi a inância de cada um, arruinada pela guerra.
Livro – Diário de Anne Frank (Oo H. & PRESSLER, Mirjam. Edição deniva. Rio de Janeiro: Edi-
ora Record, 00) raa-se dos regisros de uma garoa de  anos, em orma de diário, no perío-
do da segunda guerra mundial. Em alguns rechos ela cona a rona dos reugiados e demonsra
sua predileção pelo pai, que sempre oi mais amoroso do que sua mãe.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 133

Anexo 2

Atividade Individual: A verdade

Sinceridade47
Sinceridade
Palavra bela que me conduz e noreia
Conrapõe a alsidade
Sobrepõe a menra eia (...)
Sinceridade
Já me deixou muias vezes em apuro
Por alar sempre a verdade
Sem vacilo sobre o muro
Sinceridade
Ainda escolho o sisema mais ango
Enxergar denro do olho
A lisura de um amigo
Tradição que eu persigo
Na ilusão de um sonhador
E é verdade o que digo:
Quem em honra em valor (...)

. Depois de reer sobre a lera da música, responda a algumas pergunas:


a) Você já enou enconrar alguma vez a melhor maneira de conar a verdade? Como
você acha que se saiu nessa siuação?
b) O que você valoriza numa amizade ou na relação que esabelece com as pessoas?
c) Qual é a sua opinião acerca das pessoas que, para agradar a odos, não conseguem ser
verdadeiras em várias siuações da vida?
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134 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Anexo 3

Em casa: O bom senso


. A sinceridade depende da consciência críca que emos sobre nós mesmo. Quano mais ver-
dadeiros conseguimos ser com nós mesmos, melhor será o nosso convívio social. Não há como
sermos pessoas sinceras se não conseguimos primeiro gerir as nossas próprias verdades. Sobre
isso, escreva um exo disseravo que apresene o que você pensa sobre as rases abaixo:

a) A sinceridade consrói conança e amizades verdadeiras.


b) É possível ser sincero sem ser arrogane ou hipócria.
c) Expor sempre o que senmos pode gerar sérias diculdades de relacionameno.

. Ainda sobre a capacidade de gerir algumas verdades, o que você aria de posivo se vesse que
conar as siuações que seguem abaixo para alguma pessoa do seu convívio social:

Siuação : Dizer para alguém que ela é lho (a) de pais dierenes?
Siuação : Dizer que o namorado de uma pessoa o rai com oura?
Siuação : Dizer para alguém que uma das pessoas que ela mais ama e admira conseguiu dar
udo o que ela em hoje aravés de um rabalho que não oi honeso?

Para refer
A verdade dói e nem odo mundo sabe lidar com ela. Dizemos requenemene com oda a con-
vicção do mundo: “Prero a verdade dura a uma doce ilusão”, mas será que é assim que agimos
em odas as ocasiões da nossa vida?
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1º ANO DO ENSINO MÉDIO 135

AULA 15: QUANDO AS NOSSAS REGRAS RESOLVEM


SE ENCONTRAR. OS VALORES NA CONVIVÊNCIA.

23

No ano de , em Paris, a Assembleia Geral das Nações Unidas elaborou o Manieso 000 por
uma Culura de Paz e Não Violência, visando à colea de 100 milhões de assinauras no mundo in-
eiro aé a virada do milênio. O Manieso, elaborado por uma comissão de ganhadores do Prêmio
Nobel da Paz, não se desinava às auoridades públicas, mas aos cidadãos comuns, parindo do
pressuposo de que o senso de responsabilidade se dá na dimensão pessoal. Dessa orma, o ema
da resolução de conlios ganhou proporções planeárias, enaizando o uso de ormas alernai-
vas (exrajudiciais) para viabilizar o enendimeno enre as pessoas.
A medição é um dos insrumenos mais eicazes para a resolução de conlios, e é isso o que será
rabalhado nesa aula.
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136 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Objetivos Gerais

• Reer sobre alguns recursos de resolução de conios condos na ideia de mediação;


• Idencar as habilidades condas na ideia de mediador.

Roteiro

PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO

º momeno: Leiura do Fragmeno 0 do


Avidade – Eu ano e Livro do Desassossego, de Fernando Pessoa.
0 minuos
desano º momeno: Quesões proposas “Eu ano e
desano”.

Avaliação Observação do educador. 5 minuos

ORIENTAÇÕES PARA AS ATIVIDADES

Atividade: Eu afno e desafno

Objetivos

• Aenar para os posicionamenos das pessoas envolvidas em siuações de conio a


parr da leiura do exo de Fernando Pessoa;
• Reer sobre mecanismos ou recursos aos quais recorrerem em siuações coniuosas.

Desenvolvimento

º Momeno
Leia em voz ala o exo de Fernando Pessoa e, em seguida, convide os esudanes para uma
conversa a parr do que oi lido (Anexo ). Para passar do exo às implicações de mediação de
conio, é ineressane levar em cona os seguines aspecos do ragmeno: O narrador esá em
uma posição “desineressada”; não esá envolvido direamene no conio dos amigos e, por isso,
pode perceber os dois lados da quesão – inclusive noar que ambas as pares dizem a verdade.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 137

Já os amigos mencionados, por serem pares “ineressadas”, só enxergam a quesão nos limies
dos seus ineresses pessoais.
O exo não preende resolver o conio – nem mesmo explica que conio seria esse –, erminan-
do com a perplexidade do narrador ao consaar a duplicidade da verdade. Mas o disanciameno
que possibilia essa consaação o qualicaria como mediador, uma vez que em a imparcialidade
necessária para considerar os aos, não esando em jogo suas emoções. A parr dessas linhas
gerais, é possível inroduzir o ema da mediação de conios de orma mais especíca.
Embora conenha em si a ideia de negociação, esando as pares envolvidas disposas a um enen-
dimeno, a mediação possui um signicavo dierencial. Ao convocar uma pessoa como media-
dor, é maior a chance de se colocar no cenro da discussão o ao ocorrido e não as caraceríscas,
os “deeios” e as emoções parculares. Por exemplo, ao invés de se dizer “você é muio eimoso
e esúpido, não em a menor consideração pelas pessoas”, o mediador perguna objevamene a
cada um o que aconeceu e como cada um se senu durane o aconecimeno. A parr do diálogo
que se ece, o mediador (sem omar pardo, pois isso o caraceriza como mediador) se orna um
aciliador para a solução, mas sem sugerir o resulado. São as pessoas envolvidas no conio que
devem, aravés do diálogo, resolver a quesão.
Uma das maiores vanagens da mediação de conios é a possibilidade de os próprios envolvidos
criarem as soluções de seus problemas. Eles procuram alernavas para quesões que, de ouro
modo, seriam decididas por um erceiro que, necessariamene, avoreceria apenas uma das pares.

º Momeno
As rês pergunas proposas dizem respeio a posições e habilidades individuais. Tendo isso em
visa, seria imporane observar em cada uma delas:
) Se o esudane consaa em si mesmo qualidades que possam conribuir para a solu-
ção de conios. Não se espera que ele eseja apo para essa unção, o imporane é
que consiga mobilizar em si os recursos de que dispõe e nomeá-los.
) Como o esudane, ao se ver em uma siuação coniuosa, age de modo imediao:
procura soluções pacícas e dialógicas? Qual a naureza dos recursos que ele procura
mobilizar, imediaamene, quando é ele uma das pares conianes?
) Essa quesão pode ser ineressane para idencar se esudane percebe os recursos
que em à disposição os quais poderão ajudá-lo a solucionar ocorrências coniuosas
nos espaços de convívio escolar. Ceramene é um bom pono de parda para raar
da quesão para além da sala de aula, reendo sobre quais as insâncias possíveis
para acolhimeno desses assunos em oda a escola.

Avaliação

Observe como os esudanes percebem a posição “pardária” das pares conianes em con-
rase com a posura imparcial exigida pela mediação. Além disso, é imporane perceber o grau
de desenvolura com que acionam habilidades e recursos indispensáveis para lidar com siuações
conianes.
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138 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Texto de Apoio ao Educador

Caraceríscas de um bom mediador48


Ser bom ouvinte
“[…] É imporane que o mediador escue e enenda o que o ouro diz. Não é buscar a verdade,
mas enar compreender, no discurso dos envolvidos, a leiura que cada um az do que acone-
ceu", explica Caarina Lavelberg, assessora psicoeducacional e colunisa de Gesão Escolar. Para
isso, ele deve saber devolver para o ouro o que compreendeu e conrmar se isso esá cero.
Ser capaz de esabelecer um diálogo.
[…] ser capaz de conseguir criar um conexo de comunicação que acilie a expressão das pessoas
envolvidas no conio. Ele deve deixar as pessoas conoráveis para alar, sem que se sinam jul-
gadas ou previamene aponadas como culpados.
Ser sociável
Em geral, um mediador de conios em uma escola em acilidade de se aproximar dos membros
da comunidade escolar, conquisando sua conança.
Ser imparcial
Ainda que conhecer os envolvidos seja um bom aspeco, isso não pode inererir na imparcialida-
de do mediador. Por exemplo, quando ele é chamado para inerceder num caso de um esudane
que consanemene em uma aude inadequada, ele deve avaliar se esá omando pardo de
um dos lados previamene. "Se o mediador não souber separar, ele já vai pressupor que esse es-
udane é o culpado", diz Celia Bernardes.
Ter cuidado com as palavras
As palavras que o prossional usa para mediar um conio ambém são imporanes. Segundo a
pedagoga Adriana Ramos, coordenadora do Grupo de Pesquisa em Educação Moral da Universi-
dade Esadual Paulisa Júlio de Mesquia Filho (Unesp) e da Universidade Esadual de Campinas
(Unicamp), a linguagem descriva, expondo odos os aos sem juízo de valor, avorece que os
envolvidos percebam o que esá aconecendo e não julguem a personalidade do ouro.
Ter uma posura educava
Um mediador não deve adoar a posura de que resolverá o conio. O papel dele é ajudar os
esudanes a compreenderem como eles podem resolver a siuação por cona própria. “A escola
em de invesr em um projeo educacional que preveja que os esudanes, ao longo da escolari-
dade, sejam capazes de socializar e mediar os próprios conios", explica Caarina Lavelberg.
Trabalhar com o paradigma da responsabilização.
[…] o mediador deve mudar seu paradigma de punição dos envolvidos para o de responsabiliza-
ção. Isso signica que, em vez de aplicar uma sanção (como uma adverência, suspensão, ec.),
ele deve azer com que os envolvidos assumam a responsabilidade por seus aos, corrigindo-os
sempre que possível (pedido de desculpas, reorma de equipameno depredado, ec.).
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1º ANO DO ENSINO MÉDIO 139

Anexo 1

Atividade: Eu afno e desafno

. Ódio, rancor, riseza, rusração, mágoas... Todos nós esamos sujeios a esses e ouros inúme-
ros senmenos. Mas agir em unção deles na hora de resolver evenuais divergências, geralmen-
e, é algo desasroso. Ao invés de ocar o problema, damos mais imporância aos nossos sen-
menos e aos “deeios” dos ouros, o que só piora a siuação. O melhor a azer quando senrmos
que não esamos em condições de lidar com os conios sozinhos, é convidar uma erceira pessoa
que nos ajude a enrar em acordo com a pare coniane.
Acompanhe aenamene a leiura desse ragmeno de Fernando Pessoa e, em seguida, reia
sobre o exo a parr das quesões sugeridas.

“ Encontrei hoje em ruas, separadamente, dois amigos


meus que se haviam zangado um com o outro. Cada um
me contou a narrativa de porque se haviam zangado.
Cada um me disse a verdade. Cada um me contou as suas
razões. Ambos tinham razão. Ambos tinham toda a ra-
zão. Não era que um via uma coisa e o outro outra, ou
que um via um lado das coisas e outro um lado diferente.
Não: cada um via as coisas exatamente como se haviam
passado, cada um as via com um critério idêntico ao do
outro, mas cada um via uma coisa diferente, e cada um,
portanto, tinha razão.


Fiquei confuso desta dupla existência da verdade.49

Quando o educador abrir para a conversação, comene o exo lido. As pergunas seguines po-
dem inspirá-lo nos comenários:
a) Se, segundo o narrador, ambos os amigos diziam a verdade e, consequenemene,
ano um como o ouro nha razão, por que os dois connuavam divergindo?
b) Qual a dierença enre as posições dos dois amigos em conio e a posição do narrador?
c) Em sua opinião, o narrador é uma pessoa adequada para mediar o conio que ele nos
cona? Por quê? Como ele poderia agir em relação a isso?
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140 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

. Agora que você já sabe um pouco mais sobre mediação de conios, reia um pouco sobre
você mesmo nessa siuação e responda às pergunas a seguir:
a) Você sene em si mesmo qualidades que podem conribuir para a mediação de diver-
gências enre pessoas da sua convivência? Quais seriam essas qualidades?
b) E quando uma das pares em conio é você, como procura resolvê-lo em um primei-
ro momeno? Caso alhe essa primeira enava, o que você az?
c) Na ocorrência de um conio enre você e um colega na escola, a quem você recorre-
ria, se osse o caso, para azer a mediação enre vocês? Por quê?
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1º ANO DO ENSINO MÉDIO 141

AULA 16 e 17: ÉTICA E MORAL SÃO COISAS


DA FILOSOFIA?

23

Não há como alar de moral sem azer uma abordagem sobre a éica. Pois, a éica e a moral êm
um im semelhane: ajudar o homem a consruir um bom caráer, a ser uma pessoa ínegra. A
moral é o conjuno de valores concernenes ao bem e ao mal, à condua correa, ao permiido e
ao proibido, válidos para indivíduos, comunidades e/ou sociedades, variando de pessoa a pessoa,
de comunidade para comunidade, de sociedade para sociedade. Ou seja, a moral é o conjuno
de normas adquiridas pela educação, radição e pela experiência coidiana das pessoas. A éica
é uma relexão críica sobre a moralidade ou a dimensão moral do comporameno do homem.
Assim, ela jusiica e undamena a moral, enconrando regras que, eeivamene, podem ser apli-
cáveis a odos os sujeios indisinamene.
Segundo algumas correnes da ilosoia, ano a éica como a moral podem modiicar-se e evoluir,
porano, não são dadas para odo o sempre. Sabendo disso, essa aula busca dar subsídios para
os esudanes siuarem-se diane de si e do mundo, releindo acerca dos valores éicos e morais
que impulsionam suas vidas, principalmene, suas decisões – no desenvolvimeno da auonomia
responsável e consciene.

Para saber mais:


O caráer diz respeio à índole, ao emperameno e ao eio moral. É ainda o conjuno de raços
psicológicos, o modo de ser, de senir e de agir de um indivíduo ou de um grupo; nesa verene,
sua deinição se conunde com a de personalidade.50
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142 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Objetivos Gerais

• Reer sobre os valores morais;


• Observar no codiano, pos de ações que são écas ou não;
• Reer sobre a liberdade de decisão de cada pessoa;

Roteiro

PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO

Reexão sobre o processo de omada de deci-


Avidade em grupo: sões e sua relação com os valores morais.
5 minuos
Dilemas morais e écos. Reconhecimeno dos hábios codianos como
ações herdadas socialmene.

º momeno: Análise de siuações e reexão


sobre dierenes maneiras de omar uma deci-
Avidade em grupo: são pauada em valores écos. 0 minuos
Solucionando problemas.
º momeno: Discussão em grupo e reexão
sobre a liberdade de decisão de cada pessoa.

Avaliação. Observação do educador. 5 minuos

ORIENTAÇÕES PARA AS ATIVIDADES

Atividade em Grupo: Dilemas morais e éticos

Objetivos

• Reer sobre o processo de omada de decisões pauada em valores écos;


• Perceber que o processo de decisão requer uma percepção cuidadosa acerca dos va-
lores, emoções, razões individuais e colevas envolvidas;
• Descobrir a relação exisene enre os hábios e os valores de cada pessoa;
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1º ANO DO ENSINO MÉDIO 143

Desenvolvimento

Comece essa avidade comenando com os esudanes que odos, de modo geral, sabem o que
é cero e errado, o que é imoral e sem éca; Peça assim para eles ciarem alguns exemplos de
siuações e/ou pessoas que eles consideram “ecamene aprováveis”, ou “ecamene correas”;
acrediam ser écas e/ou morais;
Logo depois explique para os esudanes que a éca e a moral são ermos que se misuram, mas,
que, conceiualmene, não dizem a mesma coisa. Assim, explique que a éca pode ser compre-
endida como uma pare da losoa práca que reexiona sobre os undamenos da moral (na-
lidade e sendo da vida, os undamenos da obrigação e do dever, a naureza do bem e do mal,
o valor da consciência moral).51 Já a moral pode ser enendida como um conjuno de regras que
regem o comporameno dos indivíduos em um grupo social.52
Diga assim, que a éca não esá vinculada a um grupo especico, ela é, anes de udo, a capacida-
de de proegermos a vida coleva; O que é bom e juso em que se esender a odos. Sobre isso,
pergune aos esudanes o que é uma boa ação para eles? Se o que é bom para eles é bom para
ouras pessoas?
Depois de escuar os argumenos dos esudanes, caso seja necessário, explique que geralmene
emos a noção equivocada de que a “nossa jusça” ou o que é bom e correo, é a mesma noção
que odas as pessoas êm. Fale assim, que o conceio de bom e juso pode variar de pessoa a pes-
soa e essas variações esão relacionadas à moral esabelecida por cada um;
Em seguida peça para os esudanes responderem individualmene as quesões da Avidade em
grupo : Dilemas morais e écos (Anexo ). Depois que cada um ver erminado de escrever suas
resposas, abra espaço para que alguns esudanes as apresene para a urma em geral. Nesse
momeno é imporane que cada um escue o ouro, principalmene para esarem aenos a res-
posas que êm colocações dierenes e com isso, desperar a necessidade de se incorporar novos
valores para suas vidas;
Para ajudar nas colocações e debaes com os esudanes, ale que odas as pergunas da quesão
1 da Avidade em grupo : Dilemas morais e écos são um esmulo ao pensameno críco so-
bre os valores morais aceiáveis socialmene. Traa-se de uma reexão acerca de alguns valores
essenciais à vida, que codianamene são colocados em xeque por nós mesmos e pelo meio em
que vivemos;
Faça com que os esudanes reiam sobre odas as pergunas da quesão  e diga para eles que,
a princípio, odos possuem um sisema de valores morais esabelecido que diz, a priori, que não
é cero menr, arriscar a própria vida, avançar um sinal vermelho, ec. Conudo, como a éca e
a moral não são valores esácos, o empo odo se ampliam e evoluem, essas audes podem
sorer variações, que vão depender do seu conexo, como as colocadas pelas pergunas da avi-
dade que há pouco zeram;
Em seguida comene com os esudanes que cada pessoa em maneiras de lidar com as próprias
razões e emoções, o que caraceriza a personalidade de cada um. Conudo, é preciso azer com
que odas as pessoas busquem agir prezando bem-esar colevo, o que muias vezes corresponde
a agir de acordo com os valores morais consruídos socialmene e com as leis e regras imposas a
qualquer indivíduo;
Diga para os esudanes que no erreno das relações humanas, sempre exisem ambiguidades (o
que convém e o que não convém). A respeio disso, ale que as resposas de cada um não devem
girar em orno, simplesmene, do que é cero ou errado azer, mas devem vir de um processo de
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
144 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

reexão e consrução da idendade de cada um, sobre aquilo que são e o que gosariam de ser;
Ainda explicando sobre as ambiguidades humanas, exemplique para os esudanes que às vezes
pode parecer úl ou benéco menr para ober alguma vanagem, ou aé azer um avor a al-
guém, como - é melhor não dizer ao doene de um câncer incurável a verdade sobre o seu esado
para que ele viva suas ulmas horas de vida sem angúsa;
Concluindo as explicações da quesão  diga para os esudanes que os valores écos são cons-
ruídos a parr dos conios vivenciados por cada indivíduo e sociedade. São ruos de conceios
e ideias sociais inernalizadas e processadas ao longo da vida e que os valores écos servem para
orienar as pessoas no momeno de suas escolhas;
Dadas as explicações aneriores, peça para os esudanes responderem a quesão  da Avidade
em grupo : Dilemas morais e écos. Anes, peça para eles pensarem em algumas decisões das
quais, depois de omadas, se arrependeram ou acharam que poderiam er sido ouras. Em segui-
da, explique que as dierenes decisões que omamos na vida, desde as mais corriqueiras às mais
complexas, são ruo das relações, das ideologias, senmenos e razões que emos. Isso porque,
não somos seres isolados e sim, nos consuímos sujeios a parr da relação com o ouro;
Connuando as explicações da quesão  diga para os esudanes que ser éco é er a percepção
dos conios enre a emoção e a razão, ou seja, ser éco é usar de princípios que os ajudem a
decidir se o que querem é ambém o que devem e é aquilo que podem. O que exige deles uma re-
exão consane acerca de suas decisões com o inuio de descobrirem se esão sendo coerenes
com aquilo que são e êm, respeiando as pessoas que os cercam;
Em seguida, peça para os esudanes responderem à quesão  da Avidade em grupo : Dilemas
morais e écos. Anes, diga para eles que apesar dos hábios serem herdados hisoricamene e/
ou socialmene, eles não são oalmene deerminados, dos como algo irremediável, aal. Expli-
que assim, que é aravés do reconhecimeno de ceros comporamenos e/ou hábios é que cada
um pode rever seus valores e se necessário, buscar desenvolver ouros hábios;
Por m, ale para os esudanes que somos educados denro de ceras radições, hábios, ormas
de comporamenos, lendas, ec., que, desde o berço nos são inculcados como ceros. Enreano,
somos livres para escolher algumas coisas que nos aconecem, a parr do momeno que decidi-
mos o que vamos azer e como aremos;

Atividade em Grupo: Solucionando problemas

Objetivos

• Reer sobre dierenes maneiras de omar uma decisão pauada nos valores écos;
• Respeiar a liberdade de decisão e valores de ouras pessoas.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 145

Desenvolvimento

Comece essa aula relembrando os conceios do enconro anerior, pedindo para alguns esudan-
es ecerem alguns comenários sobre o que aprenderam;
Feio isso, diga para os esudanes que nessa aula eles vão pôr em práca, aravés de algumas
siuações especicas da Avidade em grupo : Solucionando problemas (Anexo ), o que com-
preenderam e reeram sobre o que é éca e o que é moral;
Em seguida, peça para os esudanes lerem individualmene as  siuações apresenadas pela
avidade e responderem a perguna sobre ela – O que você aria? Quando odos os esudanes
verem erminado de responder a perguna da Avidade em grupo : Solucionando problemas
peça para a urma se dividir em rês grandes grupos e para cada grupo car responsável por uma
das siuações da avidade: Euanásia, produo armacêuco perigoso ou naurágio;
Quando odos os grupos esverem com as siuações elegidas, oriene-os a discurem sobre a
siuação escolhida, procurando saber o que cada colega respondeu a respeio dela. A ideia é azer
com que eles percebam as dierenes resposas dadas pelos colegas sobre a mesma siuação;
Terminada a discussão das resposas, peça para eles responderem as alernavas a, b, c e d da
Avidade em grupo : Solucionando problemas;
Quando odos os grupos verem concluído suas resposas procure saber de cada grupo se eles
veram diculdades para enrarem em consenso sobre a decisão mais adequada a ser omada;
Feio isso, procure saber, aravés da apresenação de uma pessoa do grupo, qual oi à decisão
mais adequada que eles elegeram e peça para eles juscarem suas resposas;
À medida que cada grupo vai apresenando, peça para eles alarem alguns valores que iden-
caram esarem presenes na decisão escolhida pelo grupo como a mais adequada ou siuação
rabalhada por eles;
Ao nal de cada uma das apresenações dos grupos, pergune se alguém quer azer comenários,
se pensou e respondeu algo dierene e procure saber o que oi. Oriene odos os grupos a conri-
buírem com as suas próprias resposas acerca das ouras siuações ambém;
Depois, diga que odas as decisões omadas dependem do juízo de valor de cada grupo e do con-
exo de cada siuação, porém, elas devem ser guiadas por alguns princípios écos para que sejam
as mais aceradas possíveis, prezando pelo bem-esar de odos. Reexo de valores como a jusça,
igualdade, amor ao próximo, responsabilidade, ec.;
Por m, conclua a avidade dizendo que quando o ser humano analisa racionalmene uma siua-
ção que envolve valores e omadas de decisões complexas, buscando a melhor ação a ser realiza-
do, ele esá sendo éco.

Avaliação

Procure observar os criérios usados pelos esudanes acerca das decisões omadas na Avidade
em grupo : Solucionando problemas. Verique se esses criérios baseiam-se em princípios mo-
rais écos; Observe como os esudanes se implicam nas decisões que omam. Verique assim,
se eles são conscienes de suas audes e comporameno. Se exise uma coerência enre o que
azem, são e valorizam; observe se eles respeiam e enendem as decisões dos ouros colegas;
Verique se eles compreenderam a dierença enre éca e moral.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
146 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Em casa: Valores e princípios (Anexo 3)

Respostas e comentários:
. Possíveis resposas dadas pelos esudanes: Declaração Universal dos direios huma-
nos, a Consuição Brasileira, os dez mandamenos, ec.
. Resposa de cunho pessoal. Espera-se que os esudanes respondam que a ala de
éca ange a odos, independenemene de dierenças individuais e sociais. Aumena
a desigualdade social, a discriminação, as injusças, ec.
. Resposa de cunho pessoal. Possíveis resposas dadas pelos esudanes: Na vida polí-
ca, na escola, no poso de saúde, ec. Assim como, os esudanes podem ciar ouros
conexos, inclusive dizer que ala éca denro da sua própria casa.
. Resposa de cunho pessoal. Espera-se que os esudanes consigam consruir um exo
argumenavo sobre o que é imoral e o que é anéco. Algo é imoral quando colide
com deerminados princípios de uma sociedade, povo, uma religião, cera radição
culural, considerados como legímos. É anéco quando inringe regras de convivên-
cia social, colidindo com valores que signicam muio para as pessoas.
5. Exemplo: Condua imoral de um depuado que rauda o orçameno ou policial que
recebe propina.

Na Estante

Vale a pena LER

• ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de losoa. São Paulo: Marns Fones, 000.


• AGUIAR, Emerson Barros de. Éca: insrumeno de paz e jusça. . ed. João Pessoa:
Tessiura, 00.
• ARRUDA, M. Lúcia. MARTINS, M. Helena. Filosoando, Inrodução à Filosoa. SP, Edi-
ora Moderna,  ed.
• CHAUÍ, Marilena. Convie à losoa. SP, Ediora Áca, 5.
• CHAUÍ, Marilena de Souza. Espinosa: uma losoa da liberdade. . ed. São Paulo:
Moderna, 5.
• DEWEY, John. Teoria da vida moral. São Paulo: IBRASA, 6.MENDONÇA, Juliea So-
nia Vallim. Educação, éca e valores. .
• PUIG, Josep Maria. Éca e valores: méodos para um ensino ransversal. São Paulo:
Casa do Psicólogo, .
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 147

Lord Jim
Auor: Conrad, Joseph
Ediora: Revan
Caegoria: Lieraura Esrangeira / Romance
Sinopse: Cona as avenuras de um capião da marinha mer-
cane da Inglaerra que os índios chamavam de Lord Jim, por-
que era muio alo e elegane, embora osse um capião be-
berrão e mulherengo. A hisória ranscorre na índia no início
do século XIX.
9

Para refer
Se observarmos deerminada sociedade, localizada em uma região de muios conios com ouros
povos, ceramene enconraremos nela a disposição e a coragem aé mesmo para a guerra, como
um valor moral esabelecido. Exemplo: Os conios que marcam a realidade do Oriene Médio.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
148 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Anexo 1

Atividade em Grupo: Dilemas morais e éticos

. Sabendo que a éca é ruo da reexão dos cosumes, das virudes e hábios gerados pelo ca-
ráer dos indivíduos, leia as pergunas abaixo e discua com os seus colegas sua resposa:
a) Devo sempre dizer a verdade ou exisem ocasiões em que posso menr?
b) Devo ajudar um amigo em perigo, mesmo correndo o risco de more?
c) Exise alguma ocasião em que seria correo aravessar um sinal de rânsio vermelho?
d) Os soldados que maam numa guerra, podem ser moralmene condenados por seus
crimes, ou esão apenas cumprindo ordens?

. Segundo a losoa, ser éco signica er a capacidade de percepção dos conios enre o que
o coração diz e o que a cabeça pensa, ou seja, ser éco é usar de princípios que o ajudam a decidir
se o que você quer é ambém o que você deve e é aquilo que você pode. Cie alguns exemplos
de decisões que você já omou, explicando se oram orienadas mais pela emoção ou mais pela a
razão. Jusque sua resposa.
Decisão :
Decisão :
Decisão :

. Cie exemplos de comporamenos que você acredia er herdado como hábios da sociedade
em que vive?
Comporameno :
Comporameno :
Comporameno :

Para refer:
(...) Ter valores signica possuir um conjuno de hábios de refexão. Signica esar disposo a re-
per comporamenos desejáveis, algo próximo das virudes, mas, além disso, comporamenos
desejáveis que assumimos não apenas por ê-lo aprendido, o que seria apenas um hábio mecâ-
nico, mas porque emos a convicção que devemos maniesá-los. Uma convicção que surge da
consideração reexiva das emoções e das razões que avalizam os hábios de valor. Porano, valo-
res são hábios que aprendemos – comporamenos que podemos reper -, mas que, além disso,
ornamos nossos, considerando e avaliando – reendo – as movações que nos são oerecidas
pelas emoções e razões (...).53
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 149

Anexo 2

Atividade em Grupo: Solucionando problemas

. A éca oriena as pessoas no momeno de suas escolhas, az uma roneira enre o que a reali-
dade exige e o que decidimos. Permie disnguir o que é cero e o que é errado. Apesar de esar
presene o empo odo em nossa vida, normalmene, agimos por orça do hábio e dos cosumes.
Sobre isso, reia sobre as siuações proposas abaixo e diga o que você aria.

• Siuação  - A euanásia: Mercedes sempre oi uma boa lha para o pai, apesar de
que ele sempre oi muio severo e duro com ela, ainda mais agora que a velhice e a
viuvez lhe reorçaram o mau humor. Agora seu pai oi inernado com um grave pro-
blema nos rins e precisa de diálise permanenemene, inclusive de venlação assis-
da, já que seus pulmões de umane esão bem deeriorados. Uma arde o médico co-
menou com Mercedes que a siuação dele pode se esender durane muio empo, já
que seu Anônio é ore, apesar dos problemas com os rins e pulmões. Mas pela idade
não há possibilidade de ransplane de rins. Por isso o médico diz a Mercedes que em
rês possibilidades: Connuar com a diálise e com a venlação, alvez durane alguns
meses; inerromper a diálise e a venlação e deixar o doene pelo seu próprio esorço;
adminisrar-lhe alguns sedavos muio poderosos, que o próprio Anônio pede para
rar a dor, mas que diminuirão noavelmene sua vida. Se você osse Mercedes, qual
das rês decisões você decidiria? Jusque sua resposa.54

• Siuação  - Produo armacêuco perigoso: John Le Carré, o amosíssimo auor de


romances de espionagem, no seu romance O jardineiro el, nos ala sobre uma gran-
de companhia armacêuca que descobre um remédio ecaz conra a uberculose e
o espalha amplamene por oda a Árica, conseguindo muios lucros. Mas, depois de
algum empo, uns médicos da companhia consaam que esses comprimidos conra
a uberculose êm, em muios casos, erríveis eeios secundários na quesão da co-
agulação sanguínea, levando a more. A companhia suborna esses médicos para que
quem quieos. Mas a esposa de um diplomaa no Quênia, começa a invesgar e a re-
digir um relaório com odos os casos que acabaram em more. A companhia ca sa-
bendo e, ngindo um acidene em um jipe, maa a inglesa. Por meio de indícios, caras
e arquivos que esavam no compuador de sua mulher, o diplomaa inglês descobre a
verdade. Se você esvesse no lugar desse diplomaa, você se areveria a denunciar a
grande mulnacional, que poderia lhe maar? Jusque a sua resposa.54

• Siuação  - Naurágio: O grande romancisa inglês, polonês de nascença, J. Conrad


cona as avenuras de um capião da marinha mercane da Inglaerra. Lord Jim era o
dono e capião de um velho barco, com o qual azia o ranspore de emperos, ma-
deiras e peles enre índia e Árica. Com ele viajavam  marinheiros. Um dia, um mul-
çumano propôs que levasse 600 mulçumanos a Meca, pois não nham dinheiro para
pagar as passagens de barco. O capião lhes ala que em pouco espaço no navio e que
só nha disponível um boe salva-vidas. Os mulçumanos azem quesão de embarcar
mesmo assim e dizem que vão viajar sob a proeção de Alá.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
150 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Lord Jim, depois de consular a ripulação aceia. No erceiro dia de navegação, já


no Mar vermelho, surge uma horrível empesade e o navio corre o risco de aundar.
Nesse insane, o conramesre se aproxima do Lord Jim e diz: já não podemos azer
mais nada, vamos embora num único boe que emos. Lord Jim lembra que um capi-
ão nunca deve abandonar os passageiros e que as leis briânicas condenam à orca o
capião que o zer. Se você esvesse no lugar de Lord Jim, o que você aria? Jusque
sua resposa.54

. Agora escolha uma das siuações apresenadas aneriormene para ormar grupo com os seus
colegas e discua com eles sobre elas seguindo as seguines orienações:
a) Busque saber dos colegas do seu grupo o que eles ariam em al siuação e o porquê
de suas decisões;
b) Discua com os seus colegas de grupo cada uma das decisões apresenadas por eles e
em consenso, decida qual é a decisão mais adequada a ser omada;
c) Juno com os seus colegas de grupo idenque alguns valores envolvidos em cada
siuação;
d) Escolha, enre os seus colegas do grupo, uma pessoa para apresenar a decisão mais
adequada escolhida pelo grupo e explicar o porquê, assim como, quais os valores que
eles idencaram esarem envolvidos em cada siuação.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 151

Anexo 3

Em casa: Valores e princípios


. A éca em sido o principal regulador do desenvolvimeno hisórico-culural da huma-
nidade. É uma reerência a princípios humaniários undamenais comuns a odos os
povos, nações, a humanidade, ec. A respeio disso, você conhece algum documeno
que rae legalmene de alguns princípios humaniários? Quais? Fale um pouco o so-
bre ele (s):
. De acordo com o seu enendimeno, a quem a ala de éca e moral mais prejudica?
. Para você, onde a éca esá azendo mais ala aualmene? Por quê?
. Parndo do pressuposo de que odos nós emos princípios e valores para avaliar e
julgar deerminada siuação e decidir sobre ela, podemos armar que odos nós es-
amos submedos à éca. Escreva um breve exo argumenavo sobre o que é ser
“anéco”- conrário a uma éca que um grupo comparlha e aceia - e o que é ser
imoral – colidir com deerminados princípios e cosumes de uma sociedade.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
152 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

AULA 18 e 19: A VIDA EM PAZ E O “MELHOR


MUNDO DO MUNDO”.

24

A educação para a paz adquire imporância undamenal quando se descreve como um conjuno
de elemenos que impulsionam a aquisição de valores écos, princípios conceiuais e padrões
de ação psicossocial que inuem no comporameno da pessoa em relação a seus semelhanes,
ano no que se reere às suas ações inerpessoais no inerior de uma sociedade como em suas
conexões com o mundo (...).55
Parndo disso, essa aula considera a paz como valor inrínseco a cada pessoa. Proporciona aos es-
udanes uma reexão acerca dos ineviáveis conios gerados pela convivência e/ou ocasionados
pelas desigualdades sociais e ala de respeio aos Direios Humanos.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 153

Objetivos Gerais

• Reer sobre a imporância da paz inerior;


• Esabelecer relações enre os conios violenos ocasionados pelas desigualdades so-
ciais e a necessidade de viver em paz.

Material necessário

• Aparelho de som e música: Imagine - John Lennon.

Roteiro

PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO

Relação enre a Crônica: Solidão e Falsa Solidão


Avidade: A minha paz
(Clarice Lispecor) com o senmeno de paz 5 minuos
e a sua!
inerior e a violência.

Escua e inerpreação da música: Imagine (John


Avidade: A paz no
Lennon) e posicionameno críco sobre os con- 0 minuos
mundo.
ios auais.

Avaliação. Reomada dos objevos do enconro. 5 minuos

ORIENTAÇÕES PARA AS ATIVIDADES

Atividade: A minha paz e a sua!

Objetivo

• Esabelecer relações enre solidão, paz inerior e respeio aos Direios Humanos.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
154 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Desenvolvimento

A leiura da crônica de Clarice Lispecor pode ser eia por pares e com a parcipação de alguns
esudanes (Anexo ). Depois da leiura, pergune o que os esudanes enenderam sobre a crô-
nica e peça para eles responderem individualmene a Avidade : A minha paz e a sua! (Anexo
). Na quesão A da avidade os esudanes devem ser capazes de relacionar a paz como uma
espécie de ranquilizane espiriual que cada pessoa pode buscar denro de si, sendo ela propor-
cionada pelo recolhimeno, pela pleniude do silêncio, pela solidão e/ou pelo indivíduo volado
para si mesmo e espiriualidade – esado esse imprescindível para o auoconhecimeno e verda-
deira vivência da paz;
É aravés da solidão e paz inerior que cada vez mais as pessoas podem mergulhar em si mesmas e
se conhecerem melhor, o que conribui para a ordem e paz no mundo – O aprimorameno da paz
no mundo depende, primeiramene, da exisência inerior da paz em cada pessoa – a verdadeira
solidão;
Meron deende o direio inalienável do homem à solidão e sua liberdade inerior. Para ele, quan-
do esse direio é negado as pessoas perdem a verdadeira humanidade, a própria inegridade e a
capacidade de amar. Quando os indivíduos são privados da solidão e liberdade a sociedade ende
a ser manda pela violência, rancor, ódio e perdem sua humanidade;
Na quesão B, os esudanes podem idencar as duas caegorias em que Meron classica a
solidão: A alsa solidão e a verdadeira. A solidão verdadeira – é a que raz paz espiriual, generosi-
dade, proporciona o bem aos ouros, é rica em silêncio e humildade, ec. A alsa solidão – é ego-
cênrica, pobre e reúgio do orgulho. Poderíamos dizer assim, que uma leva à paz e a oura não;
Na quesão C os esudanes são livres para mencionar conios comuns da realidade em que
vivem. Assim, podem ciar conios violenos que denunciam os grandes problemas das grandes
cidades ou alguns mais pacícos, comuns em cidades do inerior;
Na quesão D, para cada conio mencionado os esudanes precisam sugerir maneiras de re-
solvê-los de orma pacíca. É imporane explicar para os esudanes que a paz não signica a
ausência de conio, pois, exisem conios que são ruo de uma divergência naural e necessária
enre as pessoas;
As soluções para os conios, apesar de variarem de esudane para esudane, possivelmene
esarão relacionadas a diminuição das desigualdades sociais, como a ome, o desemprego, a ala
de educação, acesso a saúde, ec.
Ao nal, quando odos os esudanes nalizarem a “Avidade : A minha paz e a sua!” abra es-
paço para que eles possam comparlhar e discur suas resposas. Esse momeno é enriquecedor
para que odos possam ampliar sua concepção sobre a paz e relacionar, de acordo com a própria
realidade, siuações em que a ala de respeio ao ser humano (negação de algum Direio Huma-
no) ocasionou algum po de conio violeno. Concluindo a avidade é imporane deixar claro
que odo conio, seja violeno ou não, inicia-se pela possível desordem, inquieude e da liberda-
de que cada pessoa em para se opor a algo. Conudo, a paz (a verdadeira solidão) busca o diálogo
e a cooperação na resolução dos conios de orma harmoniosa.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 155

Atividade: A paz no mundo

Objetivos

• Reer sobre a necessidade de paz no mundo e os conios violenos auais;


• Esabelecer uma visão críca e de inconormismo diane dos conios auais e a paz.

Desenvolvimento

Coloque a música Imagine para os esudanes escuarem e em seguida peça para eles responde-
rem a Avidade : A paz no mundo (Anexo ).
A lera da música ala de um “ideal de mundo” almejado pelo composior, sobre isso, os esudan-
es devem responder à quesão A da avidade alegando acrediar ou não na possibilidade de um
mundo como o descrio pela canção. Anes dos esudanes responderem a avidade proposa,
peça para eles reerem sobre as desigualdades exisenes no mundo e para relacionarem esas
com a paz.
Os conios a serem mencionados pelos esudanes, na quesão B, podem esar relacionados a
aos angos ou auais, como por exemplo: Descolonização da Árica e Ásia (Dispua erriorial),
independência da índia (Dispua pela auonomia), Invasão do Iraque pelos Esados Unidos ou
guerra do Golo (Dispua por recursos), Invasão do Aeganisão (Dispua por poder), ec. Nessa
quesão, espera-se que os esudanes enham uma visão críca. Consigam compreender os aos
de acordo com sua complexidade e expor suas opiniões;
Ao nal, quando odos os esudanes responderem as quesões da avidade peça para alguns
deles comparlharem suas resposas com a urma. É imporane ajudar os esudanes a compre-
enderem os conios, expressarem seus senmenos e ideias sobre a paz. Nesse momeno, caso
seja necessário, esmule-os a assumirem uma posura de não indierença e inconormismo diane
dos conios mencionados – posura essa, essencial para a ransormação de qualquer realidade;
É bom lembrar que a exisência de conios é naural a parr da convivência que esabelecemos
com as pessoas, enre sociedades e culuras dierenes. Assim, a paz não pode ser idencada,
necessariamene, como a ausência de conio. Todo conio é um aor posivo de mudança ou
desruvo nas relações, isso vai depender da orma como cada pessoa se posiciona a respeio;
Sobre a educação para paz é pernene dizer que ela orna as pessoas capazes de examinar as
esruuras que as cercam (a complexa e coniuosa realidade na qual esão inseridas) e a desco-
brirem meios para resolução de conios que não seja aravés da violência. Inclusive no que ange
o respeio à vida, ao diálogo e cooperação.

Avaliação

Veja como os esudanes esabelecem relações enre a paz no mundo e a paz inerior. Observe se
eles caparam a complexidade dos conios gerados no mundo e a necessidade de paz.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
156 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Também eseja aeno às alas dos esudanes que demonsram posuras de proximidade, respeio
e solidariedade em relação às pessoas envolvidas nos conios.

Em casa: Esperança por um mundo melhor (Anexo 3)

Respostas e comentários
. Resposa pessoal. Espera-se que os esudanes exerciem maneiras reexivas para a
inervenção e ransormação da realidade.
. Resposa pessoal. Os esudanes devem expor siuações e inervenções pessoais que
ajudem a melhorar o próprio conexo amiliar e/ou escolar e/ou da comunidade onde
vivem. As resposas dadas devem expor ações que busquem a consrução de espaços
de paz.
. Exemplos de algumas organizações que luam a avor da Paz e/ou Direios Humanos:
Nações Unidas (Deparameno de Operações de Manuenção da Paz das Nações Uni-
das - DPKO), União Europeia ( Esados membros), Organização pela segurança e
cooperação na Europa, UNICEF, CBJP (Comissão Brasileira de Jusça e Paz), UNIPAZ
(Universidade Inernacional da Paz), Pronasci (Programa Nacional de Segurança Públi-
ca com Cidadania), a UNESCO, ec.

Na Estante

Vale a pena ASSISTIR

Filme: "A Vida é Bela"


Dirigido e realizado pelo cineasa Robero Benigni, esse
lme emocionane oi um sucesso ialiano, cona a his-
ória de amor de uma amília judaica que lua para so-
breviver as arocidades e perseguição aos judeus em
 e ao holocauso. Mesmo quando o casal e seu lho
Giosuè oram deporados para um campo de concenra-
ção, o judeu Guido, separado de sua mulher, maném o
lho escondido durane odo o empo de prisão e inven-
25 a muias hisórias para o lho suporar a dor da sauda-
de de sua mãe e da repressão por viver escondido em
siuações ão dramácas.

Para saber mais:


O Insuo Não-Violência® é uma Organização Não Governamenal (ONG) que aua com a missão
de “desenvolver e oralecer uma culura de não-violência por inermédio das escolas”. O Não
Violência promove ações de caráer educavo e prevenvo em escolas da rede pública de ensino
desde . Local: Praça Tiradenes, nº. 5 sl. 50 Cenro • Curiba-PR. CEP: 000-00.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 157

Anexo 1

Atividade: A minha paz e a sua!

A paz implica, sobreudo, a relação de cada pessoa consigo mesma e com o meio que a cerca. É
ocasionada por um esado de quieude e calma exisene no âmago de cada pessoa. Sobre isso,
leia a crônica de Clarice Lispecor e responda às pergunas que seguem:

Crônica: Solidão e Falsa Solidão56


Eu, que pouco li Thomas Meron, copiei no enano de algum argo seu as seguines palavras:
“Quando a sociedade humana cumpre o dever na sua verdadeira unção as pessoas que a ormam
inensicam cada vez mais a própria liberdade individual e a inegridade pessoal. E quando mais
cada indivíduo desenvolve e descobre as ones secreas de sua própria personalidade incomuni-
cável, mais ele pode conribuir para a vida do odo. A solidão é necessária para a sociedade como
o silêncio para a linguagem, e o ar para os pulmões e a comida para o corpo. A comunidade, que
procura invadir ou desruir a solidão espiriual dos indivíduos que a compõem, esá condenando
a si mesma à more por asxia espiriual.”
E mais adiane: “A solidão é ão necessária, ano para a sociedade como para o indivíduo que
quando a sociedade alha em prover a solidão suciene para desenvolver a vida inerior das
pessoas que a compõem, elas se rebelam e procuram a alsa solidão. A alsa solidão é quando
um indivíduo, ao qual oi negado o direio de se ornar uma pessoa, vinga-se da sociedade rans-
ormando sua individualidade numa arma desruidora. A verdadeira solidão é enconrada na hu-
mildade, que é inniamene rica. A alsa solidão é o reúgio do orgulho, e inniamene pobre.
A pobreza da alsa solidão vem de uma ilusão que preende, ao eneiar-se com coisas que nunca
podem ser possuídas, disnguir o eu do indivíduo da massa de ouros homens. A verdadeira soli-
dão é sem um eu.
Por isso é rica em silêncio e em caridade e em paz. Enconra em si inndáveis ones do bem para
os ouros. A alsa solidão é egocênrica. E porque nada enconra em seu cenro, procura arrasar
odas as coisas para ela. Mas cada coisa que ela oca inecciona-se com o seu próprio nada, e se
desrói. A verdadeira solidão limpa a alma, abre-se compleamene para os quaro venos da ge-
nerosidade. A alsa solidão echa a pora a odos os homens.
Ambas as solidões procuram disnguir o indivíduo da muldão. A verdadeira consegue, a alsa
alha. A verdadeira solidão separa um homem de ouros para que ele possa desenvolver o bem
que esá nele, e enão cumprir seu verdadeiro desno a pôr-se a serviço de uma pessoa”.

a) “E quando mais cada indivíduo desenvolve e descobre as ones secreas de sua


própria personalidade incomunicável, mais ele pode conribuir para a vida do odo”.
Fazendo um paralelismo enre a rase mencionada e a paz da como um esado ine-
rior de “esar e viver em paz consigo mesmo” explique o que você enende sobre isso?

b) Como Thomas Meron classica a solidão?


MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
158 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

c) “A alsa solidão é quando o indivíduo ao qual oi negado o direio de se ornar uma
pessoa, vinga-se da sociedade ransormando sua individualidade numa arma des-
ruidora”. Sobre isso, cie algumas siuações em que a ala de respeio ao ser huma-
no ocasionou algum po de conio violeno na sociedade em que vive:

d) Sobre as siuações que você mencionou há pouco, para cada uma delas, sugira uma
maneira pacica de resolvê-la:

Para saber mais:


Thomas Meron ( – ) Nascido em Prades, nos Pirineus ranceses oi um escrior caólico
e esudioso das religiões que abordava em suas obras os grandes problemas sociais de sua época,
como a violência políca e religiosa e o seu emprenho em promover a paz.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 159

Anexo 2

Atividade: A paz no mundo

Nos dierenes momenos hisóricos do mundo enconramos diversas maneiras de enrenar con-
ios violenos de orma pacica. Sobre isso podemos desacar dierenes expressões arscas
carregadas de conoações pacicas, como por exemplo, a música Imagine canada por John Lennon:

IMAGINE57
(John Lennon - )
Imagine here's no heaven
I's easy i you ry
No hell below us
Above us only sky
Imagine all he people
Living or oday...

Imagine here's no counries


I isn' hard o do
Nohing o kill or die or
And no religion oo
Imagine all he people
Living lie in peace...

You may say I'm a dreamer


Bu I'm no he only one
I hope someday you'll join us
And he world will be as one

Imagine no possessions
I wonder i you can
No need or greed or hunger
A broherhood o man

Imagine all he people


Sharing all he world...
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
160 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

You may say I'm a dreamer


Bu I'm no he only one
I hope someday you'll join us
And he world will live as one

IMAGINE (Tradução)
Imagine não haver nenhum paraíso
É ácil se você enar

Nenhum inerno abaixo de nós


Acima, apenas o céu
Imagine odas as pessoas
Vivendo pelo dia de hoje...

Imagine não exisr nenhum país


Isso não é dicil de se azer
Nada por que maar ou morrer
E sem religião ambém
Imagine odas as pessoas
Vivendo a vida em paz...

Você pode achar que sou um sonhador


Mas não sou o único
Espero que algum dia você se una a nós
E o mundo irá viver como um

Imagine não haver posse


Eu pondero se você consegue

Sem necessidades para ganância ou ome


Uma irmandade de homens

Imagine odas as pessoas


Comparlhando odo o mundo...
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 161

Você pode dizer que sou um sonhador


Mas não sou o único
Espero que algum dia você se una a nós
E o mundo irá viver como um

. Depois de escuar a música responda:


a) Você imagina um mundo como o que é descrio na lera da música? Jusque sua
resposa.
b) Embora a música seja da década de 0, ela nos remee a pensar em dierenes coni-
os armados vivenciados pela sociedade ao longo da Hisória. A respeio disso, cie al-
guns conios que você conhece que eclodiram no mundo e se enquadram em algum
po de dispua, como erriorial, por auonomia e ou por recursos:

. Em relação a quais conios ciados na resposa anerior você assume uma posura de olerân-
cia ou desacordo? Jusque sua resposa.

Para saber mais:


A música Imagine () oi produzida por Phil Specor, John Lennon e Yoko Ono, sendo um dos
sucessos mais ocados na década de 0. Essa música ornou-se hino à paz nessa época.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
162 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Anexo 3

Em casa: Esperança por um mundo melhor


Não podemos negar o direio de odas as pessoas maniesarem, se posicionarem e quererem
mudanças melhores para as suas vidas. Enreano, não podemos viver ameaçados pela exisência
de conios violenos e por isso, devemos luar pela consrução de um mundo de paz. Sobre isso,
responda:
. Como podemos melhorar as relações enre as pessoas, o homem e a naureza?
. Em sua realidade, seja a amília, escola ou comunidade em que vive, o que precisa ser
melhorado por você para a promoção da paz?
. Quais as organizações de cooperação, deesa da paz ou de lua pelos Direios Huma-
nos que você conhece?
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 165

AULA 20: VIVER ENTRE GERAÇÕES.

26

“ Minha dor é perceber


Que apesar de termos eito tudo que fzemos
Ainda somos os mesmos e vivemos
Ainda somos os mesmos e vivemos


Como os nossos pais58

As discussões sobre as dierenças enre gerações e seus conlios são corriqueiras e se pauam ge-
ralmene pelo que as pares pensam sobre experiências, aiudes e cosumes direamene ligados
às implicações na vida coidiana de cada um.
Um dos conlios de gerações de nossa sociedade aconece na adolescência, quando da escolha
da ormação a ser seguida pelas gerações mais novas. No passado, era comum que os mais velhos
quisessem que os ilhos seguissem as mesmas proissões que eles, pois assim seria mais ácil a
conquisa de um emprego e ainda esava garanida a radição amiliar. Com esse hábio quebrado
ainda no século XX, hoje em dia, a preocupação de muios pais se vola mais ao aconselhameno
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
166 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

dos seus ilhos no senido da escolha de carreiras inanceiramene mais renáveis, porém, a ônica
em sido que os ilhos se pauem pela escolha de proissões que unem sucesso e prazer, indepen-
denemene de serem as mesmas dos pais ou não.
Ao ouvirmos pessoas alarem sobre o assuno, é ineressane perceber que odas as gerações cos-
umam considerar-se únicas, dierenes das que as precederam. Enreano, ao realizarmos uma
análise mais dealhada sobre o ema, observamos que as dierenças não são ão grandes assim e
muias caracerísicas que suposamene são de uma geração podem ser acilmene enconradas
em ouras ao longo dos anos. E é aqui que lançamos as seguines pergunas: será que somos ão
dierenes como cogiamos? Se sim, o quano somos? É possível discuir a vida enre gerações sem
cairmos na mesmice do discurso de que o conlio é ineviável? Não podemos ir mais além? Será
que o diálogo não seria a chave mesra que abriria as poras da aceiação, por pare de odos, de
que a consrução de um Projeo de Vida individual sempre aconecerá pelas rocas que esabele-
cemos uns com os ouros?
É sobre isso que essa aula raará. Da possibilidade de "navegar no enorme mar da vida" sem que
os "inúmeros barcos das gerações" aundem ou colidam.

Objetivos Gerais

• Perceber as caraceríscas e os valores de sua própria geração;


• Conronar sua visão de mundo com a de ouras gerações;
• Colocar-se no lugar do ouro para observar o mundo dessa perspecva;
• Expor o que se escolheu para a vida endo como pano de undo as conribuições pro-
venienes da roca de experiências com ouras gerações.

Material necessário

• Aparelho de som e CD da canção "Pais e lhos", da banda Legião Urbana (Álbum As


quaro esações. EMI, ).
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 167

Roteiro

PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO

Pesquisa individual sobre a variação dos com-


Avidade em grupo – poramenos ao longo dos anos. Discussão e
0 minuos
Ponderar é preciso. avaliação de mudanças de comporameno
enre as gerações.

Leiura e inerpreação da música da banda


Avidade individual – Legião Urbana. 0 minuos
Se eu osse você!
Avidade sobre Projeo de Vida.

Avaliação. Reomada dos objevos da aula. 5 minuos

ORIENTAÇÕES PARA AS ATIVIDADES

Atividade em Grupo: Ponderar é preciso

Objetivos

• Desacar a variação de comporameno das pessoas em relação a diversos emas,


conorme a geração;
• Avaliar o valor dessas mudanças de comporameno;
• Perceber algumas caraceríscas e valores da própria geração.
• Fornecer exemplos de mudanças de comporameno ocorridas enre gerações disnas.
• Enender que a concepção de um Projeo de Vida se dá na roca de inuências que se
esabelece com ouras gerações.

Desenvolvimento

A avidade consise em levar o esudane a pensar e discur as mudanças de cosumes e compor-


amenos ocorridas ao longo do empo enre as gerações. Eles responderão à pesquisa individu-
almene (Anexo ), marcando se o ópico em quesão mudou pouco ou muio e se essa mudança
oi para melhor ou não. Talvez seja necessário ajudá-los a responder a uma das quesões para que
eles enendam o que deve ser eio.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
168 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Após a marcação, os esudanes devem comparar e discur alguns ópicos em duplas. Eles vão
comparar sua realidade com a das gerações mais angas, dando exemplos de como os cosumes
mudaram. Nessa eapa da avidade, eles discurão se essas mudanças oram posivas ou nega-
vas e poderão ciar exemplos do po: "Acho que as meninas êm se vesdo com mais liberdade e
mais inormalmene. Minha mãe nha de vesr uniorme na escola e ele só poderia ser saia abai-
xo do joelho. Hoje podemos ir à escola de jeans e aé shorts." Algumas duplas podem ser ouvidas.
Pedir para que os esudanes vejam a quandade de "sim" marcados, para que se siuem na dis-
cussão sobre as gerações, é o próximo passo. Aqui o educador deve direcioná-los ao quadro dos
resulados, pedindo para que vejam se são um pouco mais radicionais, modernos ou uma mescla
de ambos. Os esudanes devem responder, por escrio se esão surpresos com o resulado e se
concordam com ele, juscando suas resposas em seguida. Alguns esudanes podem ser ouvidos.
Em seguida, se possível aproveiando a ala de um esudane que cou surpreso com o resulado
da pesquisa, é imporane que se enaze que o objevo da avidade é azê-los enender que,
mesmo sendo de oura geração, podemos ano nos idencar com valores que nossos pais e
avós êm como ser oalmene dierenes e aberos às mudanças. O mais imporane é que eles
esejam cienes de que a concepção de um Projeo de Vida envolve a parcipação de ouras ge-
rações e que essas inuências podem ser posivas.

Atividade Individual: Se eu fosse você!

Objetivos

• Exerciar a reexão acerca da orienação dos mais jovens com relação aos seus projeos
de vida.
• Perceber o valor da empaa para o enendimeno daqueles perencenes à oura
geração.

Desenvolvimento

A avidade erá como supore para discussão a canção "Pais e lhos", da banda Legião Urbana
(Anexo ) por mosrar elemenos que permeiam a vida do indivíduo, como: relações inerpesso-
ais, radições e diálogo, comuns a qualquer geração. Para iniciá-la, é undamenal a reprodução
da canção em sala de aula e o acompanhameno por pare da urma aravés de leiura da lera
da canção.
Em seguida, é ideal realizar uma breve discussão quesonando a urma sobre o que eles enen-
deram em relação ao ema da aula, complemenando com a indicação do recho da canção que
deverão ler (de "Você diz que seus pais não enendem..." aé "Quando você crescer") e a explica-
ção do enunciado da area.
É imprescindível ressalar a imporância de o esudane se colocar na posição de uma pessoa de
geração anerior à dele para realizar a area, pois, nesse momeno, será possível observar coni-
o pessoal nas reposas.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 169

Ao colocar-se na posição de pai ou pessoa mais velha, o esudane se verá como indivíduo de
reerência para uma geração mais nova e, consequenemene, haverá comparação e/ou resgae
de hábios devido à responsabilidade que lhe é aribuída pela orienação para o uuro de ouro
indivíduo.

Avaliação

Tene perceber se o esudane compreende a ideia de que viver enre gerações não necessa-
riamene é viver em conio com o ouro perencene a uma geração dierene da dele. Iso é,
observe se ele enende a imporância de colocar-se no lugar do ouro para compreendê-lo, e se
percebe que o conio, o diálogo, a dierença e a roca inormações provenienes dessa relação
serão erramenas que vão dar a ele, jovem, subsídios para omadas de decisão na consrução e
realização do seu Projeo de Vida.

Em casa: O quanto somos iguais? (Anexo 3)

Respostas e comentários
As resposas à perguna da avidade são de cunho pessoal, porém, espera-se que o esudane
possa pensar nas expecavas que seus pais (ou pessoas mais velhas que azem pare da vida
dele) êm para ele e compará-las com seus anseios. Procure perceber se as resposas dadas vão
ao enconro da ideia da imporância de consruir um Projeo de Vida baseado na inuência e no
diálogo que é esabelecido enre gerações dierenes.

Na Estante

Vale a pena ASSISTIR


Filme: "Cocoon"
No lme Cocoon (Cocoon. Direção de Ron Howard. EUA: Fox
Film, 5.  min.), um grupo de exraerresres chega à Terra
com a missão de resgaar casulos que nham sido deposiados
numa piscina abandonada. Três velhinhos que moravam num
asilo próximo enram na piscina, acabam energizados por uma
orça especial e começam a demonsrar grande disposição, para
a surpresa dos mais jovens do lme, que, a parr daí, começam
a olhar os velhinhos de modo dierene, como pessoas que êm
algo a ensinar.
27
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
170 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Vale a pena LER

Coming of age in Samoa e Adolescencia y culura en Samoa


A anropóloga americana Margareh Mead oi à ilha de Samoa
para esudar os problemas enrenados pelos adolescenes dessa
culura. Ela acrediava que a aula da adolescência de oura culura
seria esclarecedor e concluiu que a passagem da inância à ado-
lescência em Samoa era uma ransição suave, dierene do que
ocorria nos Esados Unidos, marcada por angúsas emocionais e
psicológicas. O livro que resulou dessa experiência ambém raz
várias passagens que descrevem a relação esabe-
lecida pelas gerações naquela culura. Como não
28 oi raduzido para a língua poruguesa, é preciso
recorrer às edições em inglês e espanhol: Coming
o age in Samoa (Nova York: HarperCollins, 00)
e Adolescencia y culura en Samoa (Barcelona: Pai-
dós, 0).

29
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 171

Anexo 1

Atividade : Ponderar é preciso

. Pense nas mudanças que ocorreram em sua culura desde o empo em que seus pais ou avós
nham a sua idade. Complee a pesquisa.

Mudança para
Minha culura Mudou pouco Mudou muio melhor?
(SIM ou NÃO)

. Goso musical

. Modos à mesa

. Namoro

. Vesmena

5. Ponualidade

6. Formas de raameno

. Papel homens/mulheres no
rabalho

. Papel homens/mulheres em
casa

. Ouros:

Toal SIM:

. Compare e discua com seu colega algumas de suas resposas e ciem rês exemplos de mudan-
ças que vocês julgam mais marcanes. Quais oram posivas e quais oram negavas? Circulem o
sinal de mais para as mudanças posivas e o de menos para as negavas e expliquem suas razões.
Mudança  + -
Mudança  + -
Mudança  + -

. Agora responda individualmene: onde você se siua na comparação enre as gerações: você
é mais conservador, moderno ou um pouco de ambos? Você cou surpreso com o resulado?
Concorda com ele? Jusque.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
172 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Na Estante

Vale a pena ASSISTIR

Filme: Sexa-eira Muio Louca


O lme Sexa-eira Muio Louca (Freaky friday. Direção de
Mark Waers. EUA: Wal Disney Picures, 00.  min.) cona
a hisória da douora Tess e de sua lha de 5 anos, Anna, que
não se dão bem. Numa quina-eira de manhã, os conios se
agravam, pois Anna não olera o noivo da mãe viúva, e a mãe
não apoia as aspirações arscas da lha. Tudo se modica
quando as duas comem dois biscoios da sore chineses e, na
manhã seguine, uma sexa-eira, o caos esá ormado: mãe e
lha se veem uma no corpo da oura.
30
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 173

Anexo 2

Atividade Individual: Se eu fosse você

Se eu fosse você59
Pais e lhos
Esáuas e cores
E paredes pinadas
Ninguém sabe o que aconeceu
Ela se jogou da janela do quino andar
Nada é ácil de enender
Dorme agora
É só o veno lá ora
Quero colo
Vou ugir de casa
Posso dormir aqui com vocês?
Esou com medo, ve um pesadelo
Só vou volar depois das rês
Meu lho vai er
Nome de sano
Quero o nome mais bonio

É preciso amar as pessoas


Como se não houvesse amanhã
Por que se você parar pra pensar
Na verdade não há

Me diz por que o céu é azul


Explica a grande úria do mundo
São meus lhos que omam cona de mim
Eu moro com a minha mãe
Mas meu pai vem me visiar
Eu moro na rua não enho ninguém
Eu moro em qualquer lugar
Já morei em ana casa que nem me lembro mais
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
174 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Eu moro com os meus pais

É preciso amar as pessoas


Como se não houvesse amanhã
Por que se você parar pra pensar
Na verdade não há

Sou uma goa d'água


Sou um grão de areia
Você me diz que seus pais não enendem
Mas você não enende seus pais
Você culpa seus pais por udo
Isso é absurdo
São crianças como você
O que você vai ser
Quando você crescer?

A úlma esroe da canção da banda Legião Urbana az reerência à ala de diálogo e enendi-
meno que geralmene há enre gerações. Baseando-se nas suas resposas dos ópicos da primei-
ra avidade, coloque-se agora na posição de pai ou pessoa mais velha em relação aos hábios de
uma pessoa mais nova. Quais seriam suas audes em relação à orienação para a ormação do
Projeo de Vida dessa pessoa? Jusque.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 175

Anexo 3

Em Casa: O quanto somos iguais?


Segundo o psicanalisa Jorge Forbes escolher o que é imporane para si é ser singular, e suporar
nossa singularidade é o primeiro passo para que possamos passá-la no mundo. Para ele, não basa
rendermos nossos desejos a qualquer suposa "realidade". E ele connua: "[...] quando enende-
mos que aé mesmo a hisória é consruída e pode ser reelaborada, o mundo orna-se unção do
desejo. Sendo assim, cabe a cada um colocar-se no mundo com a singularidade do seu desejo [...]
querer o que se deseja e, evenualmene, dizer o que se quer ou conduzir-se na sua direção. Não
basa render o desejo aos desejos dos ouros".60
Nesse recho, a singularidade do ser é desacada, mas o oco desa aula é a imporância da cons-
rução de um Projeo de Vida que enha como base uma mescla do desejo dos mais velhos com o
dos mais novos, sem que eses úlmos abdiquem das escolhas que zeram para suas vidas. Assim,
responda à seguine perguna: em que medida seus desejos se assemelham aos anseios dos seus
pais em relação à ormação do seu Projeo de Vida?
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
176 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

AULA 21: DIZ A CANÇÃO: "É PRECISO SABER VIVER"

31

No ano de , em Paris, a Assembleia Geral das Nações Unidas elaborou o Manieso 000 por
uma Culura de Paz e Não Violência, visando à colea de00 milhões de assinauras no mundo in-
eiro aé a virada do milênio. O Manieso, elaborado por uma comissão de ganhadores do Prêmio
Nobel da Paz, não se desnava às auoridades públicas, mas aos cidadãos comuns, parndo do
pressuposo de que o senso de responsabilidade se dá na dimensão pessoal. Dessa orma, o ema
da resolução de conios ganhou proporções planeárias, enazando o uso de ormas alerna-
vas (exrajudiciais) para viabilizar o enendimeno enre as pessoas.
A mediação é um dos insrumenos mais ecazes para a resolução de conios, e é isso o que será
rabalhado nesa aula.

Objetivos Gerais

• Reer sobre alguns recursos de resolução de conios condos na ideia de mediação.


• Idencar as habilidades condas na ideia de mediador.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 177

Roteiro

PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO

º momeno: Leiura do Fragmeno 0 do Livro 0 minuos


Avidade – Eu ano e do Desassossego, de Fernando Pessoa.
desano. º momeno: Resposa das quesões proposas
no Caderno do Esudane. 0 minuos

Avaliação. Observação do educador. 5 minuos

ORIENTAÇÕES PARA AS ATIVIDADES

Atividade: Eu afno e desafno

Objetivos

• Aenar para os posicionamenos das pessoas envolvidas em siuações de conio a


parr da leiura do exo de Fernando Pessoa;
• Reer sobre mecanismos ou recursos aos quais recorrer em siuações coniuosas.

Desenvolvimento

º Momeno
Leia em voz ala o exo de Fernando Pessoa e, em seguida, convide os esudanes para uma
conversa a parr do que oi lido (Anexo ). Para passar do exo às implicações de mediação de
conio, é ineressane levar em cona os seguines aspecos do ragmeno: O narrador esá em
uma posição “desineressada”; não esá envolvido direamene no conio dos amigos e, por isso,
pode perceber os dois lados da quesão – inclusive noar que ambas as pares dizem a verdade.
Já os amigos mencionados, por serem pares “ineressadas”, só enxergam a quesão nos limies
dos seus ineresses pessoais. O exo não preende resolver o conio – nem mesmo explica que
conio seria esse –, erminando com a perplexidade do narrador ao consaar a duplicidade da
verdade. Mas o disanciameno que possibilia essa consaação o qualicaria como mediador,
uma vez que em a imparcialidade necessária para considerar os aos, não esando em jogo suas
emoções. A parr dessas linhas gerais, é possível inroduzir o ema da mediação de conios de
orma mais especíca.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
178 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Embora conenha em si a ideia de negociação, esando as pare envolvidas disposas a um enen-


dimeno, a mediação em um signicavo dierencial. Ao convocar uma pessoa como mediador,
é maior a chance de se colocar no cenro da discussão o ao ocorrido e não as caraceríscas, os
“deeios” e as emoções parculares. Por exemplo, ao invés de se dizer “você é muio eimoso e
esúpido, sem a menor consideração pelas pessoas”, o mediador perguna objevamene a cada
um o que aconeceu e como cada um se senu durane o aconecimeno. A parr do diálogo que
se ece, o mediador (sem omar pardo, pois isso o caraceriza como mediador) se orna um a-
ciliador para a solução, mas sem sugerir o resulado. São as pessoas envolvidas no conio que
devem, aravés do diálogo, resolver a quesão.
Uma das maiores vanagens da mediação de conios é possibiliar que os próprios envolvidos
sejam os criadores das soluções de seus problemas. Eles procuram alernavas para quesões
que, de ouro modo, seriam decididas por um erceiro que, necessariamene, avoreceria apenas
uma das pares.

º Momeno
As rês pergunas proposas dizem respeio a posições e habilidades individuais. Tendo isso em
visa, seria imporane observar em cada uma delas:
) Se o esudane consaa em si mesmo qualidades que possam conribuir para a solu-
ção de conios. Não se espera que ele eseja apo para essa unção, o imporane é
que consiga mobilizar em si os recursos de que dispõe e nomeá-los.
) Como o esudane, ao se ver em uma siuação coniuosa, age de um modo imediao:
procura soluções pacícas, dialógicas? Qual a naureza de recursos, em suma, que ele
procura mobilizar, imediaamene, quando é ele uma das pares conianes?
) Essa quesão pode ser ineressane para se idencar o quano o esudane percebe
dos recursos à disposição para ajudá-lo a solucionar ocorrências coniuosas nos es-
paços de convívio escolar. Ceramene é um bom pono de parda para se raar da
quesão para além da sala de aula, reendo sobre quais as insâncias possíveis para
acolhimeno desses assunos em oda a escola.

Avaliação

Observe como os esudanes percebem a posição “pardária” das pares conianes em con-
rase com a posura imparcial exigida pela mediação. Além disso, é imporane perceber o grau
de desenvolura com que acionam habilidades e recursos indispensáveis para lidar com siuações
conianes.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
º ANO DO ENSINO MÉDIO 179

Em casa (Anexo 2)

Respostas e comentários
As resposas são pessoais. Conudo, é imporane noar como os esudanes mobilizam e as-
sociam as habilidades rabalhadas aé o momeno, no âmbio dese curso, para a resolução de
conios, uma vez que as aulas aneriores englobam as quesões susciadas pelo ema desa aula.

Texto de Apoio ao Educador

Caraceríscas de um bom mediador48


Ser bom ouvinte
“[…] É imporane que o mediador escue e enenda o que o ouro diz. Não é buscar a verdade,
mas enar compreender, no discurso dos envolvidos, a leiura que cada um az do que acone-
ceu", explica Caarina Lavelberg, assessora psicoeducacional e colunisa de Gesão Escolar. Para
isso, ele deve saber devolver para o ouro o que compreendeu e conrmar se isso esá cero.
Ser capaz de esabelecer um diálogo
[…] ser capaz de conseguir criar um conexo de comunicação que acilie a expressão das pessoas
envolvidas no conio. Ele deve deixar as pessoas conoráveis para alar, sem que se sinam jul-
gadas ou previamene aponadas como culpados.
Ser sociável
Em geral, um mediador de conios em uma escola em acilidade de se aproximar dos membros
da comunidade escolar, conquisando sua conança.
Ser imparcial
Ainda que conhecer os envolvidos seja um bom aspeco, isso não pode inererir na imparcialida-
de do mediador. Por exemplo, quando ele é chamado para inerceder num caso de um esudane
que consanemene em uma aude inadequada, ele deve avaliar se esá omando pardo de
um dos lados previamene. "Se o mediador não souber separar, ele já vai pressupor que esse es-
udane é o culpado", diz Celia Bernardes.
Ter cuidado com as palavras
As palavras que o prossional usa para mediar um conio ambém são imporanes. Segundo a
pedagoga Adriana Ramos, coordenadora do Grupo de Pesquisa em Educação Moral da Universi-
dade Esadual Paulisa Júlio de Mesquia Filho (Unesp) e da Universidade Esadual de Campinas
(Unicamp), a linguagem descriva, expondo odos os aos sem juízo de valor, avorece que os
envolvidos percebam o que esá aconecendo e não julguem a personalidade do ouro.
Ter uma posura educava
Um mediador não deve adoar a posura de que resolverá o conio. O papel dele é ajudar os
esudanes a compreenderem como eles podem resolver a siuação por cona própria. “A escola
em de invesr em um projeo educacional que preveja que os esudanes, ao longo da escolari-
dade, sejam capazes de socializar e mediar os próprios conios", explica Caarina Lavelberg.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
180 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Trabalhar com o paradigma da responsabilização


[…] o mediador deve mudar seu paradigma de punição dos envolvidos para o de responsabiliza-
ção. Isso signica que, em vez de aplicar uma sanção (como uma adverência, suspensão, ec.),
ele deve azer com que os envolvidos assumam a responsabilidade por seus aos, corrigindo-os
sempre que possível (pedido de desculpas, reorma de equipameno depredado, ec.).

Na Estante

Vale a pena LER

Enre quaro paredes é o exo earal do escrior e lósoo rancês


Jean-Paul Sarre (Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 005) em que
rês personagens vão para o inerno depois de moras. Mas, ao con-
rário do clássico vale de ogo e enxore das represenações crisãs,
com seus demônios e anjos decaídos, aqui o inerno é uma sala sem
janelas onde as pessoas são condenadas a suporar umas às ouras
por oda a eernidade. A parr de uma hisória de amor jamais cor-
respondido enre as personagens, cada uma cuidando de aormenar
a oura, cujos olhos são os únicos espelhos onde veem seus reexos,
a peça propõe uma prounda reexão sobre a condição humana.
32
Você se lembra da rase “o inerno são os ouros”, que ulizamos na
inrodução a esa aula? É nesse exo que ela aparece e se ornou uma das rases mais cé-
lebres da dramaurgia moderna. Além disso, é comum no meio earal as pessoas dizerem,
quando se deparam com siuações coniuosas: “É o inerno sarriano!”. Muias vezes, a
abordagem pessimisa de um ao é um recurso arsco poderoso para nos inciar na busca
por soluções, e é esse o caso dessa peça provocadora.

Para refer:
A invenção da políca, segundo a miologia grega
No começo, só havia o Céu e a Terra. Ambos eram deuses. O Céu se chamava Urano, e a Terra se
chamava Gaia. Durane séculos, caram se admirando, e um dia, compleamene apaixonados,
os dois uniram-se. Dessa união, Gaia cou grávida de muios lhos, mas Urano não permia que
nascessem. Ele não queria que houvesse ouros enes enre ele e a amada e, além disso, emia
que um dos lhos osse mais ore do que ele. Enão Gaia ramou um plano com um dos lhos,
Cronos, que esava no seu venre; deu a ele uma oice para que casrasse o pai. E assim oi eio.
Impoene, Urano oi lançado para os conns do mundo, e Cronos ocupou o seu lugar.
Cronos não impedia que seus lhos nascessem. Mas, com medo de ser superado em poder, de-
vorava-os ão logo chegavam ao mundo. Cansadas dessa rania, sua esposa Reia e sua mãe Gaia
ramaram ouro plano. Quando nasceu ouro lho, as duas enregaram a Cronos uma pedra em-
brulhada em um coberor. Crene de que se raava do lho, Cronos a engoliu imediaamene. Isso
lhe causou uma dor horrível e, enquano ele se conorcia, Gaia pegou a criança e a criou escondida
do pai.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 181

A criança era Zeus. Quando ele se ornou adulo, reornou para a casa paerna e casrou o pai, que
ambém oi lançado aos conns do mundo. Assim Zeus se ornou o mais ore dos deuses. Mas,
disposo a preservar o seu poder, invenou uma esraégia nova para lidar com anos deuses
poderosos que viviam luando enre si o empo odo. Foi assim que ele criou a políca, a are de
equilibrar dierenes poderes, aravés da negociação. Para cada deus, ele deu alguma coisa sobre
a qual governar, esabelecendo que ninguém pudesse inererir nos domínios dos ouros. Assim é
que Poseidon, por exemplo, se ornou o deus dos mares, enquano Hades passou a reinar sobre o
vale dos moros – um reino que nunca para de crescer.
A parr dessa disribuição, Zeus cuida da sua are o empo odo, zelando pela políca inensa-
mene. Pois sabe que, ao menor descuido, os poderes podem enrar em conio novamene,
compromeendo a organização do mundo.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
182 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Anexo 1

Atividade: Eu afno e desafno

. Ódio, rancor, riseza, rusração, mágoas... Todos nós esamos sujeios a esses e ouros inúme-
ros senmenos. Mas agir em unção deles na hora de resolver evenuais divergências, geralmen-
e, é algo desasroso. Ao invés de ocar o problema, damos mais imporância aos nossos sen-
menos e aos “deeios” dos ouros, o que só piora a siuação. O melhor a azer quando senrmos
que não esamos em condições de lidar com os conios sozinhos, é convidar uma erceira pessoa
que nos ajude a enrar em acordo com a pare coniane.
Acompanhe aenamene a leiura desse ragmeno de Fernando Pessoa e, em seguida, reia
sobre o exo a parr das quesões sugeridas.

“ Encontrei hoje em ruas, separadamente, dois amigos


meus que se haviam zangado um com o outro. Cada um
me contou a narrativa de porque se haviam zangado.
Cada um me disse a verdade. Cada um me contou as suas
razões. Ambos tinham razão. Ambos tinham toda a ra-
zão. Não era que um via uma coisa e o outro outra, ou
que um via um lado das coisas e outro um lado diferente.
Não: cada um via as coisas exatamente como se haviam
passado, cada um as via com um critério idêntico ao do
outro, mas cada um via uma coisa diferente, e cada um,
portanto, tinha razão.


Fiquei confuso desta dupla existência da verdade.49

Quando o educador abrir para a conversação, comene o exo lido. As pergunas seguines po-
dem inspirá-lo nos comenários:
a) Se, segundo o narrador, ambos os amigos diziam a verdade e, consequenemene,
ano um como o ouro nha razão, por que os dois connuavam divergindo?
b) Qual a dierença enre as posições dos dois amigos em conio e a posição do narrador?
c) Em sua opinião, o narrador é uma pessoa adequada para mediar o conio que ele nos
cona? Por quê? Como ele poderia agir em relação a isso?
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 183

. Agora que você já sabe um pouco mais sobre mediação de conios, reia um pouco sobre
você mesmo nessa siuação e responda às pergunas a seguir:
a) Você sene em si mesmo qualidades que podem conribuir para a mediação de diver-
gências enre pessoas da sua convivência? Quais seriam essas qualidades?
b) E quando uma das pares em conio é você, como procura resolvê-lo em um primei-
ro momeno? Caso alhe essa primeira enava, o que você az?
c) Na ocorrência de um conio enre você e um colega na escola, a quem você recorre-
ria, se osse o caso, para azer a mediação enre vocês? Por quê?
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
184 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Anexo 2

Em Casa
Muias das habilidades exigidas para a mediação de conios já oram rabalhadas em ouras au-
las dese curso – por exemplo, a are de dialogar, a responsabilidade de cada um como cidadão,
as vivências de paz, o respeio, enre ouras. Redija um pequeno exo endo em visa a seguine
quesão: de que modo essas habilidades se arculam enre si para uma convivência em que con-
ios possam ser devidamene mediados?
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 185

AULA 22: A ORGANIZAÇÃO DA VIDA E DAS


COISAS COMEÇA EM MIM!

33

Sobre o tempo61
Tempo, empo, mano velho
Fala um ano ainda, eu sei
Pra você correr macio

Tempo, empo, mano velho


Fala um ano ainda, eu sei
Pra você correr macio
Como zune um novo sedã

Tempo, empo, empo, mano velho


Tempo, empo, empo, mano velho
Vai, vai, vai, vai, vai, vai
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
186 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Tempo amigo, seja legal


Cono congo pela madrugada
Só me derrube no nal

Tempo, empo, mano velho


Fala um ano ainda, eu sei
Pra você correr macio
Como zune um novo sedã

Tempo, empo, empo, mano velho


Tempo, empo, empo, mano velho
Vai, vai, vai, vai, vai, vai

Tempo amigo, seja legal


Cono congo pela madrugada
Só me derrube no nal

"Ah, meu sonho é que o dia vesse mais de  horas". Dicil é enconrar uma pessoa nos dias de
hoje que nunca ez esse po de comenário e que nunca clamou aos céus por um dia mais longo.
Na música do PaoFu, enconramos um alguém que ala com o empo e lhe pede para ser mais
legal e amigo; uma pessoa que consaa – no seu ínmo, alvez – a impossibilidade de algum dia
ver a Terra girar mais lenamene, para que assim o empo possa "correr macio"; vemos o pedido
de um ser humano louco por mais empo para execuar as avidades do seu dia a dia, mesmo que
seja na madrugada, aproveiando o dia quase em sua pleniude, em vine e quaro horas. Tudo em
vão. O cosmos, como o conhecemos, não mudará para aender nossos caprichos.
Analisando a quesão do empo para execuar areas por um ângulo mais racional e práco,
indagamos: não seria melhor enarmos enconrar uma solução para o problema, reendo
sobre o modo como esamos vivendo na sociedade conemporânea?
Os seres humanos êm procurado viver melhor, e viver melhor em sido sinônimo de mais
rabalho, mais esudo e, consequenemene, menos empo para o ócio. Porém, como viso
na aula anerior, como conseguiremos mais conhecimeno se nosso empo dedicado às ai-
vidades prazerosas é escasso? O empo dedicado às aividades de lazer em sido um empo
dedicado ao consumo de mercadorias produzidas além do necessário por meio do rabalho. O
que azer, enão, já que omos nós mesmos quem modiicamos nossa relação com o prazer?
Culparemos o empo pela nossa incapacidade de organização pessoal? Melhor não...
Nossa proposa para esa aula é levar o esudane a reer sobre a possibilidade de organiza-
ção pessoal aravés de mudanças audinais e comporamenais que visem à regulação para a
auonomia. Tenaremos conscienzá-lo sobre a imporância do planejameno de avidades e
da adminisração do empo, bem como sobre a necessidade de azer escolhas, omar decisões
e esabelecer prioridades que ajudarão os esudanes no cumprimeno de meas de Projeo de
Vida por eles elencadas.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 187

Objetivos Gerais

• Reer sobre escolhas e decisões que noreiam sua organização pessoal;


• Perceber a imporância da sisemazação e do planejameno na organização pessoal;
• Compreender a disciplina como um ao auorregulador para a auonomia.

Material necessário

• Aparelho de som para reproduzir a canção "Bom pra você".62

Roteiro

PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO

Leiura e inerpreação da canção de Zélia


Duncan e do exo do livro Os sete hábitos das
Avidade individual: O pessoas muio ecazes. 0 minuos
que é bom para você?
Quesões sobre o processo de escolha e organi-
zação pessoais.

º momeno: inerpreação de imagens reeren-


es ao empo; quesões sobre adminisração do
Avidade em Grupo: empo. 0 minuos
Ser disciplinado...
º momeno: leiura e inerpreação do exo;
quesão sobre disciplina enquano auorregulação.

Avaliação. Reomada dos objevos da aula. 5 minuos

ORIENTAÇÕES PARA AS ATIVIDADES

Atividade Individual: O que é bom pra você?

Objetivos

• Perceber o valor de saber o que é imporane para si, enquano indivíduo, e o que o
az eliz;
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
188 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

• Enender que elencar o que se quer é o primeiro passo para uma organização pessoal
mais bem planejada;
• Relaar o processo de sisemazação e execução de algo que escolheu azer para si;
• Fornecer exemplos de avidades que auxiliem a organização pessoal;
• Dar exemplos de escolhas de Projeo de Vida que oram ruo de decisões planejadas.

Desenvolvimento

A avidade consise em desacar a organização pessoal, primeiramene, dando enoque à eleição


do que é imporane para o indivíduo, seus desejos, escolhas e decisões. Conudo, sempre que or-
ganizamos qualquer aspeco de nossa vida, o azemos com algum inuio, e, quaisquer que sejam
nossas meas, sisemazação e planejameno são cruciais para angi-las.
Nesse sendo, a avidade é iniciada com a indagação: será que é possível organizar nossa vida
sem saber o que queremos? A parr da resposa negava dos esudanes, será proposa uma
reexão sobre as mensagens da canção de Zélia Duncan e do exo do livro Os sete hábitos das
pessoas muio ecazes (Anexo ). Após a audição da canção e da leiura do exo, os esudanes
poderão responder às pergunas da avidade.
Espera-se que, na primeira delas, eles cheguem à conclusão de que os exos são dierenes por-
que, no segundo, os pais escolhem algo para o lho e insisem para que ele aça algo de que não
gosa, enquano a música de Zélia sugere jusamene o conrário; que as pessoas enconrem o
que lhes agrada em suas vidas e sejam elizes com suas escolhas, sendo esse o pono mais impor-
ane da quesão.
Na segunda quesão, espera-se que o esudane consiga perceber que saber o que se quer é dar
o primeiro passo para rilhar um caminho e raçar uma esraégia para obenção de uma mea.
Já na erceira quesão, ele erá que ciar um exemplo pessoal que consisa numa escolha. Ou seja,
o esudane eve que escolher algo que julgava ser bom para sua vida. Peça a eles que dealhem
os passos dados, a parr da escolha omada para chegar ao objevo nal. Exemplos do po: "Ano
passado decidi que queria presar vesbular para medicina. Falei com meus pais e eles disseram
que eu eria que sair do curso de inglês para poder me maricular em disciplinas isoladas. E oi as-
sim que z. Esudo em empo inegral agora e enho aulas de Química, Física e Biologia nos nais
de semana. Tenho um caderno onde anoo odas as dicas. Não deixo escapar nada..."
Para a quara quesão, alguns exemplos podem ser: "Uso uma planilha do Excel para azer meu
orçameno mensal". Ou "Anes de esudar, enho que arrumar meu quaro, senão não consigo me
concenrar" e "oda noie, anes de dormir, separo os livros que vou usar no ouro dia, pois, do
conrário, saio correndo pra pegar minha carona e sempre esqueço algo".
Para a quina quesão, escue alguns relaos e ene perceber se os esudanes razem nos seus
discursos a consciência de que a organização pessoal para algo se adquire com planejameno do
empo livre em seu dia a dia.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 189

Atividade em Grupo: Ser disciplinado...

Objetivos

• Descrever esraégias ulizadas para a organização pessoal com relação ao empo;


• Enender disciplina como sinônimo de sisemazação, planejameno e auorregulação
para a organização pessoal.

Desenvolvimento

A area  da avidade – Anexo  erá como supore rês imagens que azem menção ao empo. A
area dos esudanes será analisá-las e, em seguida, dizer ao colega como eles incorporam essas
mensagens em suas vidas e qual relação êm com organização pessoal.
O inuio da avidade é azer com que os esudanes percebam a imporância da adminisração
do empo para a organização pessoal. Após as discussões, alguns pares devem ser escuados e
é provável que as inerpreações girem em orno do não perder empo, pois empo é dinheiro e
devemos melhor adminisrá-lo no presene.
Em seguida, na area , individualmene, os esudanes devem relaar a relação que êm com o
empo na execução de areas. Nessa eapa, é preciso observar como eles ulizam esraégias de
auorregulação para não erem suas avidades e objevos "arapalhados" pelo empo. Uma dis-
cussão sobre disciplina aconecerá em seguida, porém, é imporane perceber se os esudanes já
ciam em suas alas caraceríscas do conceio de disciplina para a auonomia que será apresen-
ada mais adiane.
Levando em consideração o que os esudanes expuseram, proponha a area  da avidade, que
é a leiura dos comenários sobre as ideias de Henri Wallon. Eles devem enão responder à ques-
ão proposa, individualmene, ciando caraceríscas que são essenciais às pessoas disciplinadas,
bem como opinar quano ao aprendizado da disciplina. As resposas a essas úlmas quesões são
de cunho pessoal, porém devem ser posivas. É necessário que o esudane demonsre que com-
preendeu a ideia sobre quais comporamenos podem ser modicados, além de enender que é
possível aprender a ser mais disciplinado. Observe se eles conseguem perceber a imporância de
regular suas audes e comporamenos para se ornarem pessoas mais organizadas.

Avaliação

Tene perceber se os esudanes enendem que organização pessoal para a consrução de um


Projeo de Vida requer mudanças audinais e comporamenais do indivíduo e que oda orga-
nização pessoal é volada para o cumprimeno de uma mea. Por conseguine, oda mea só é
angida quando o indivíduo se propõe a er disciplina. Não uma disciplina que lhe é imposa, mas
uma que é sinônimo de ormulação de esraégias e auorregulação do comporameno do indi-
víduo para a auonomia.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
190 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Em casa: Um teste!
Copiar na lousa

Você se acha uma pessoa disciplinada? Consegue realizar e complear suas areas diárias denro
do empo? Vamos azer um ese?
) A proposa é simples: azer um relaório do seu dia. Faça uma lisa de suas avida-
des diárias mais comuns como, por exemplo, esudar, se diverr ou aé mesmo rar
aquela sonequinha após o almoço. Coloque-as no papel e indique quano empo você
leva para realizar cada uma, depois classique-as como mais ou menos imporane e
porquê.
) Leia aenamene seu relaório e aça uma breve análise de como você adminisra o
empo. Qual a sua impressão ao comparar o empo e o grau de imporância de cada
avidade e o que você poderia melhorar de modo a er sasação com a realização de
odas elas?

Respostas e comentários da tarefa de casa


A avidade consise em levar os esudanes ao quesonameno sobre o reexo de suas audes
na conquisa dos objevos. Para isso, propusemos um relao de seu dia a dia.
Na area , os esudanes erão que relaar suas avidades diárias, indicando quano empo le-
vam para execuá-las e o grau de imporância de cada uma (mais ou menos imporane). Na area
, eles arão uma comparação enre as suas resposas e realizarão uma breve análise. Deverão
relaar as impressões a parr de comparações enre o modo como adminisram seu empo para
execuar suas areas e como poderiam melhorar para que pudessem nalizar as avidades de
modo sasaório.
As resposas são de cunho pessoal. Conudo, o objevo dessa avidade é azer com que, a parr
das resposas e de suas comparações, os esudanes percebam a imporância da organização pes-
soal na conquisa das meas por eles esabelecidas para seu Projeo de Vida, além de mosrar que
disciplina pode ser algo planejado e regulado por eles mesmos.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 191

Anexo 1

Atividade: O que é bom pra você?

Será que conseguimos nos organizar quando não sabemos o que queremos para nós mesmos?
Siga as insruções do educador e reia sobre os exos a seguir.

BOM PRA VOCÊ62


Faça o que é bom
Sina o que é bom
Pense o que é bom
Bom pra você

Coma o que é bom


Veja o que é bom
Vole ao que é bom
Bom pra você

Guarda pro nal


Aquele sabor genial
Se é genial pra você

Tene o que é bom


Permia o que é bom
Descubra o que é bom
Bom pra você

Enão beije o que é bom


Mosre o que é bom
Excie o que é bom
Bom pra você

Um dia você me cona


Um dia você me aprona
Um resumo
Do suprassumodo seu prazer
Pese o que é bom
Perceba o que é bom
Decida o que é bom
Pra você
Decida o que é bom pra você
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
192 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Texo 
Minha esposa Sandra e eu, há alguns anos, enrenamos ese po de siuação. Um de nossos
lhos passava por um período dicil na escola. Ia mal nos esudos, não sabia nem mesmo seguir
as insruções para azer uma prova, como poderia ir bem nela? Socialmene era imauro, com
requência criando consrangimenos para a amília.
Nos espores, era raco –pequeno, magro e sem coordenação –, por exemplo, dava acada, no
beisebol, anes mesmo de a bola ser jogada. Os ouros riam dele.
Sandra e eu vivíamos aormenados pela vonade de ajudá-lo. Pensávamos que o “sucesso” era
imporane em odos os seores da vida, principalmene em nosso papel de progeniores. De
orma que nos dedicamos a melhorar nossas audes e comporamenos em relação a ele,
esmulando-o a azer o mesmo. Tenamos esmulá-lo aravés de uma posura menal posiva:
– Vamos lá, lho! Você vai conseguir! Sei que vai. Ponha as mãos um pouco mais para cima, no
aco, e manenha os olhos xos na bola. Não baa anes de ela chegar pero.
Se ele conseguia melhorar um pouco, procurávamos valorizar isso ao máximo:
– Parabéns, lho. Connue enando.
Quando as ouras pessoas riam, nós reagíamos:
– Deixem o menino em paz. Parem de amolar. Ele esá aprendendo.
Mas nosso lho chorava, eimava, dizia que nunca aprenderia e que não gosava mesmo de bei-
sebol.
Nenhuma das nossas audes uncionava, pelo jeio. Esávamos muio preocupados. O eeio
geral da siuação em seu amor-próprio era paene. Tenamos esmular, ajudar, encorajar, mas,
depois de repedos racassos, paramos e procuramos analisar o problema em ouro nível.

A organização de nossa vida esá inrinsecamene ligada ao saber elencar o que é prioridade
para nós, seja no âmbio pessoal ou no prossional. Durane nossa inância, muias de nossas
escolhas são realizadas pelos nossos pais, por eles se apresenarem como os maiores ineres-
sados em nosso bem-esar. Enreano, será que eles sempre aceram? Dúvidas sobre as boas
inenções deles não emos, mas não seria imporane sermos educados para a auonomia, sendo
esmulados desde a inância a dizer o que nos agrada? Levando isso em consideração, responda
às seguines quesões:
) Qual a relação que você esabelece enre a música de Zélia Duncan e o recho do livro
Os see hábios das pessoas mais ecazes?
) Em que medida saber o que você quer o ajuda a ser mais organizado?
) Relae como se deu a escolha e organização de algo em sua vida. Como você planejou
e execuou udo? Que esraégia(s) você ulizou para não esquecer dealhes impor-
anes?
) Lise algumas avidades que auxiliam sua organização pessoal diária, mensal ou anual.
5) Cie um exemplo de escolha e/ou decisão de Projeo de Vida que você já omou. Que
po de organização pessoal você já ez para angir seu objevo?
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 193

Anexo 2

Atividade em Grupo: Ser disciplinado...

Imagem 1 Imagem 2 Imagem 3

34 35 36

Se ele é vilão ou mocinho da hisória, não podemos armar com cereza, mas que o tempo é um
dos aspecos que proagonizam o show e em que ser levado em consideração quando o assuno
é organização pessoal, disso não emos dúvidas. As imagens acima reerem-se às mensagens
sobre o empo que ouvimos diariamene.
) Comparlhe sua opinião sobre as guras com um colega de classe, discundo as men-
sagens nelas condas. Relaem como vocês as incorporam em suas vidas e expliquem
a relação que possuem com organização pessoal. A que conclusão vocês chegaram
aravés da análise?
) Individualmene, descreva que po de relação você em com o empo. Ela é coniva
ou não? Que audes você oma para adminisrar o empo de suas avidades diárias?
Se sua relação com ele é dicil, o que você poderia azer para não er seus objevos
arapalhados?
) Para Henri Wallon, psicólogo e educador rancês, conorme osse a area do educador,
a disciplina poderia ser encarada sob duas perspecvas: ou como ensino, em que o
esudane é considerado uma simples ineligência à qual se ornecem conhecimenos,
ou como educação, sendo o esudane viso como um ser a ormar-se para a vida. No
primeiro caso, é a concepção radicional de disciplina que prevalece. Traa-se da ob-
enção da ranquilidade, do silêncio, da docilidade e da passividade dos esudanes.
Já a segunda – que queremos desacar aqui – encara a disciplina não como algo que
se impõe ao ouro, mas como meio que oriena e esmula avidades esponâneas,
ornando-se, sempre que possível, pessoal.
A disciplina de que alamos aqui em relação com mosrar o caminho. Disciplinar seria
munir o indivíduo com “erramenas” que, por venura, o ajudam na execução de a-
reas e regulação para a auonomia.
Muias vezes, disciplina é uma aude que nos ajuda a maner o oco. Há momenos
em que sabemos o que queremos e as eapas que devemos cumprir para angir uma
mea, mas, por algum movo, não conseguimos ir à rene. Nesse caso, er disciplina
é sinônimo de saber planejar e regular nossas audes e comporamenos para a exe-
cução de avidades planejadas e é essa posura que ará pessoas mais organizadas.
Que caraceríscas pessoais você diria que são essenciais a uma pessoa disciplinada?
É possível aprender a ser disciplinado? Como?
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
194 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

AULA 23: EU SOU O QUE PENSO, COMO,


FALO E FAÇO.

37

A Escola Promoora de Saúde63


A Promoção da Saúde no âmbio escolar pare de uma visão inegral, muldisciplinar do ser huma-
no, que considera as pessoas em seu conexo amiliar, comuniário e social. Procura desenvolver
conhecimenos, habilidades e desrezas para o auocuidado da saúde e a prevenção das conduas
de risco em odas as oporunidades educavas; omena uma análise críca e reexiva sobre os
valores, conduas, condições sociais e eslos de vida, buscando oralecer udo aquilo que conri-
bui para melhoria da saúde, da qualidade ambienal e do desenvolvimeno humano. (...).
(...) A escola saudável deve, enão, ser enendida como um espaço vial gerador de auonomia,
parcipação, críca e criavidade, para que o escolar enha a possibilidade de desenvolver suas
poencialidades sicas, psíquicas, cognivas e sociais.
(...) No enano, se o que se ensina não ver como base os valores e a práca diária das escolas ou
da comunidade, as mensagens se enraquecem e não alcançarão seus objevos. (...) Uma pare
signicava da unção desas escolas é oerecer conhecimenos e desrezas que promovam o
cuidado da própria saúde, ajudem a prevenir comporamenos de risco e impeçam a degradação
ambienal. Ese enoque acilia o rabalho conjuno de odos os inegranes da comunidade edu-
cava, unidos sob um denominador comum: melhorar saúde e a qualidade de vida das gerações
auais e uuras (...).
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 195

Objetivos Gerais

• Perceber que a saúde sica em associação com a saúde menal;


• Reer sobre posuras e eslos de vida que conribuem para uma vida saudável;
• Descobrir maneiras adequadas de cuidar da saúde;
• Reer sobre alguns hábios desavoráveis à promoção da saúde.

Roteiro

PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO

Avidade em grupo: Argumenar sobre algumas quesões de saúde


5 minuos
Expresse sua opinião. com o colega.

Reexão sobre os processos de aprendizagem


Avidade individual:
de cada um, independenemene dos coneúdos 5 minuos
Quesão de saúde.
curriculares.

Avaliação. Observação do educador. 5 minuos

ORIENTAÇÕES PARA AS ATIVIDADES

Atividade em Grupo: Expresse sua opinião

Objetivos

• Perceber que a saúde sica em associação com a saúde menal;


• Reer sobre posuras e eslos de vida que conribuem para uma vida saudável.

Desenvolvimento

Os esudanes deverão ser divididos em duplas. Cada inegrane da dupla escolherá uma coluna A
ou B e a cada siuação apresenada nas colunas, um colega precisa ser convencido sobre o pono de
visa de cada uma delas (Anexo ). Uma pessoa saudável é aquela que esá em dia com os exames
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
196 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

de saúde, apresena condições sicas normais e maném um esado menal e emocional equili-
brado. É preciso esabelecer relações direas enre saúde sica e menal, ambas imporanes para
uma saúde plena.
A convivência que esabelecemos com as pessoas depende do grau de aceiação e de bem-esar
em que nos enconramos - esado emocional/menal/espiriual em relação a odas as coisas que
nos ocam. Senr-se saseio com a própria vida é imprescindível para esabelecermos boas
relações com as pessoas.
Além da imporância da avidade sica requene, não devemos esquecer da saúde menal/emo-
cional. Fazer exercícios, passear, esar em companhias de amigos e amiliares são ouras maneiras
de culvar um eslo de vida saudável.
Hoje sabemos que um dos grandes problemas que aige as grandes cidades é o rânsio. Assim
como, viver em cidades do inerior nos limia a enconrar udo o que precisamos por pero.
Conudo, independene do local em que vivemos, precisamos buscar maneiras de viver bem
com a naureza, as pessoas que nos cercam e com nós mesmos.
Uma das maneiras de se enconrar e esar de bem consigo mesmo é se engajando em alguma
avidade volunária (em abrigos de idosos, em oranaos, em hospiais e/ou ONGs) ou buscando
algo que alimene espiriualmene nossa alma (religião, crenças, riuais, objeos). Avidades liga-
das à are desempenham um papel posivo no omeno de uma saúde mais equilibrada, assim
como ler, escrever e assisr a lmes bons, ec.
Cada pessoa em um eslo de vida que inerere na saúde. Ser vegeariano ou comer de udo
não diz exaamene que emos hábios saudáveis de vida. A saúde depende de vários aores que
quando combinados enre si ajudam em nosso bem-esar.
Ao nal, procure saber quais das siuações oram consideradas como as mais diceis de convenci-
meno por pare dos esudanes e quem ez mais ponos.

Atividade Individual: Questão de saúde

Objetivos

• Descobrir maneiras adequadas de cuidar da saúde;


• Reer sobre alguns hábios desavoráveis à promoção da saúde.

Desenvolvimento

Os esudanes deverão ser divididos em duplas. Cada inegrane da dupla escolherá uma coluna
Os esudanes devem responder às quesões da avidade individualmene – Avidade “Quesão
de Saúde” (Anexo ). Sobre a quesão A, espera-se que eles deendam o consumo de medicamen-
os com prescrição médica. Que os esudanes alem do cuidado que devemos er com a saúde
consanemene, indo ao médico e azendo exames com requência mesmo que não esejamos
doenes.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 197

Na quesão B, espera-se que os esudanes deendam a erapia psicológica como imporane na


vida de qualquer pessoa. Pois, algumas pessoas recorrem à erapia como maneira de auoconhe-
cimeno e isso independe de esarem vivendo um momeno dicil ou não na vida.
Sobre a quesão C, a saúde depende do esado emocional/espiriual em que nos enconramos.
Muias vezes adoecemos quando algo não vai bem denro de nós mesmos. Quadros de depressão
são bem comuns nessas siuações e não são curados com medicamenos simplesmene. Assim,
er amigos e culvar bons pensamenos espiriualmene az muio bem à saúde.
Ao nal, pergune a alguns esudanes se querem comenar suas resposas e abra espaço para isso.

Atividade Complementar: Check-up para afnar o instrumento

Objetivo

• Avaliar a própria saúde sica e menal.

Desenvolvimento

Educador, você pode pedir aos esudanes que respondam ao quesonário: check-up para anar
o instrumento (Anexo ) e ao nal, avaliem suas resposas. Caso disponha de empo suciene,
abra espaço para que alguns esudanes comparlhem suas resposas. A parr das colocações
de cada um, é imporane gerar uma reexão sobre o que precisam azer para melhorar a saúde.

Avaliação

Observe como os esudanes relacionam a saúde sica ao bem-esar menal. É imporane que
eles percebam a imporância de er hábios saudáveis e que é preciso desenvolver relações sau-
dáveis com as pessoas que o cercam e com a vida.

Texto de Apoio ao Educador

Componenes/Avidades na Escola Promoora de Saúde64


• Consruir Ambienes Favoráveis à Saúde
Favorecer espaço sico adequado com boa iluminação, venlação, insalação de água e esgoo,
cuidar para que escadas, rampas e áreas de recreação e espore sejam planejadas de modo a evi-
ar acidenes; avorecer um ambiene psíquico e emocional capaz de propiciar melhores relações
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
198 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

inerpessoais na comunidade escolar e consruir uma culura de paz, além de prevenir a violência.
Todas são audes que geram ambienes avoráveis a saúde.
• Esmular Alimenação Saudável
Reer e pensar esraégias que garanam a odos acesso ao alimeno com qualidade e quanda-
de adequada ao desenvolvimeno do ser humano, bem como garanr Programas de Alimenação
Escolar, incenvando os esudanes à opção por alimenos saudáveis, são audes promooras de
saúde.
• Incenvar a Práca de Avidade Física
O corpo em movimeno, além da maniesação de expressão das pessoas, revigora suas energias,
libera ensões, desenvolve auoconança e conribui para a inegração social. Assim, a práca
de avidades sicas como caminhar, nadar, correr, dançar, andar de biciclea, enre ouras, pode
melhorar a saúde na comunidade escolar.
• Elevar a Auoesma
Esmular convivência com carinho, respeio e aeo incenvando a parcipação de crianças e
adolescenes como proagonisas em suas areas e aazeres inclusive exracurriculares, é aude
que melhora a auoesma e avorece as condições de saúde na comunidade.
• Esmular o Bom Desempenho Escolar
O processo de consrução do conhecimeno que esmula melhor desempenho escolar do esu-
dane ambém propicia uma visão mais críca e reexiva na comunidade escolar e conribui para
a promoção de saúde, além de esmular a responsabilidade com o desenvolvimeno da socieda-
de.
• Insrumenalização Técnica de Prossionais e Membros da Comunidade
Incenvar a realização de cursos, seminários ou ocinas para educadores, pediaras, ouros pro-
ssionais e grupos da comunidade escolar sobre emas relacionados à quesão de saúde ou ou-
ros que não açam pare de sua ormação, conhecimeno ou domínio é esraégia imporane na
promoção de saúde na escola.
• Desenvolver Habilidades para a Vida
Propiciar esraégias que desenvolvam desreza e conhecimeno, que esmulem crianças e ado-
lescenes a azerem escolhas posivas e opções por audes saudáveis rene as necessidades no
codiano de suas vidas é uma avidade imporane da Escola Promoora de Saúde e, ceramene,
conribui para a prevenção de aores de risco e da violência.
• Uso de Tabaco, Álcool e ouras Drogas
O uso dessas drogas compromee as condições de saúde e da própria qualidade de vida de seus
usuários. Porano, a abordagem desses emas no espaço da escola e nos serviços de saúde ar-
culados pode ser imporane para que se esmule a opção por audes mais saudáveis, que
valorizem a vida.
• Sexualidade e Quesões Relacionadas à Saúde Reproduva
As dúvidas, incerezas e ansiedade do adolescene, relacionadas ao início da avidade sexual,
gravidez não planejada, doenças sexualmene ransmissíveis e AIDS colocam essas quesões na
paua da análise de saúde na escola. A quesão de abordar o ema e garanr acesso a méodos
conracepvos envolve a esraégia de insrumenalização écnica de educadores e esudanes e
a parceria e compromisso dos serviços de saúde.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 199

• Prevenção de Acidenes e Violência


As causas exernas, represenadas pelos acidenes e a violência êm hoje grande parcipação no
adoecimeno e more de crianças e de adolescenes. O cuidado com o espaço sico pode eviar
a ocorrência de acidenes na comunidade escolar. Os invesmenos na criação de ambienes de
respeio, de aeo e de convivência harmônica na escola propiciam melhor relacionameno enre
seus membros, principalmene enre esudanes, avorecem a solidariedade, a culura de paz e
aciliam o desenvolvimeno de habilidades para a vida com audes de prevenção da violência.
• Ouras Demandas
Diversos ouros problemas podem surgir, como quesões relacionadas à pele (piolho e sarna); ou
problemas oculares, audivos, onoaudiólogos e de saúde bucal que acomeem os esudanes
e, por vezes, compromeem sua qualidade de vida, impedindo-os de brincar, sorrir, correr, ler,
aprender e aé de se diverrem. Numa escola promoora de saúde é imporane que as medidas
prácas e os cuidados necessários enham um encaminhameno colevo de proposas e de com-
promisso para soluções parcipavas.
As escolas que assumem audes denro desses princípios parcipavos auarão com as ques-
ões de saúde na perspecva da promoção de saúde, porque invesrão na melhoria da qualida-
de de vida de oda comunidade escolar ao propiciarem o desenvolvimeno, a aprendizagem e a
aquisição de habilidades para a vida, porano, podem ser denominadas de Escolas Promooras
de Saúde.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
200 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Anexo 1

Atividade em Grupo: Expresse sua opinião

A saúde é undamenal para o bem-esar pessoal. Levar uma vida saudável, azer exercícios e er
uma diea equilibrada são audes essenciais. Conudo, a saúde não depende só disso, mas, am-
bém, da posura posiva e armava que assumimos diane da vida. Sobre isso, discua o quadro
a seguir, com um colega de classe. Um de vocês deve deender as células da coluna A; o ouro,
as da coluna B. Tene deixar sem argumeno o colega e aça com que o ouro queira adoar sua
opinião. Ganha pono quem conseguir convencer o colega sobre o maior número de células.

A B

. É dicil esar saseio consigo mesmo e


. É imporane se senr saseio consigo
com os ouros ao mesmo empo. Por isso,
mesmo e com os ouros para esabelecer
as relações sociais não devem depender do
relacionamenos saudáveis.
grau de sasação que emos.

. É imporane azer exercícios sicos numa . É recomendável er uma vida relaxada e
academia e sair com amigos. de descanso em casa, juno com a amília.

. É necessário viver num lugar ranquilo,


. É imporane er udo pero e eviar o es-
ainda que enhamos que nos deslocar quan-
resse do rânsio, ainda que enhamos que
do necessário para ir esudar, rabalhar,
viver numa merópole.
comprar, ec.

. É imporane desenvolver relaciona-


. Faz bem ao coração esar bem consigo
menos, presar algum po de serviço aos
mesmo, o reso não impora muio.
ouros, pois isso az bem ao coração.

5. Todo mundo deveria reservar um empo 5. Nem odo mundo precisa er um empo
para mediar, escrever um diário, rezar e exclusivo para mediar, escrever um diário,
consumir mídia de qualidade para alimenar rezar e consumir mídia de qualidade para
a alma. poder alimenar a alma.

6. É necessário comer de udo e quano mais


6. Ser vegeariano é melhor e mais saudável.
variedade melhor.

Resultado
Placar A x Placar B:
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 201

Anexo 2

Atividade Individual: Questão de saúde

Leia as armações abaixo e procure se opor a elas ulizando-se de alguns argumenos que conri-
buam para uma vida saudável:
a) “Tenho o cosume/acilidade de me auomedicar e deixar para ir ao médico nas
siuações de saúde mais diceis”:
b) “Penso que só precisamos recorrer a uma erapia psicológica em casos de ala de
saúde”:
c) “A minha saúde independe do meu esado de espírio, quando esou doene, não
preciso de nada mais além de remédios”.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
202 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Anexo 3

Atividade Complementar: Check-up para afnar o instrumento65

“Em caso de emergência, máscaras de oxigênio cairão do eo. Primeiro, ponha no roso sua más-
cara. Em seguida, ponha a máscara no adulo ou na criança ao seu lado”. É isso que dizem os
comissários de bordo num avião. Muias vezes, quei imaginando a cena: Lá esou eu com minha
máscara na cara, respirando à vonade, enquano a meu lado a criança de dois anos esá suocando.
Parece egoísmo!
Porém, quano mais pensarmos no que esão dizendo os comissários, mais sendo aquilo vai er.
Se você não esver respirando, não poderá azer muio para ajudar os ouros. Por isso, não con-
sidere egoísmo reservar algum empo à renovação do melhor runo que possui – você mesmo
(a). Se zer um esorço exagerado por muio empo, deixando sempre por úlmo a si mesmo,
acabará por sorer de esgoameno ou esresse, e, nesse caso, que ulidade vai er? Nunca abuse
do insrumeno, a pono de não er empo de aná-lo. Resaure as quaro pares de que você é
composo: Corpo (o sico), coração (os relacionamenos), mene (o menal) e alma (o espiriual).
Complee ese pequeno quesonário para avaliar se esá mesmo anando o insrumeno:

Marque sua escolha Nem Pensar! Com Cereza!

Corpo 1 2 3 4 5

Como muio bem, durmo basane, não acu-


mulo esresse e aço muio exercício. Eu me
manenho em orma.

Coração 1 2 3 4 5
Eu me esorço por azer novas amizades e
ser bom amigo (boa amiga). Reservo empo
para relacionamenos imporanes. Eu me
envolvo nas coisas.

Mene 1 2 3 4 5
Eu me esorço na escola. Tenho a sensação
consane de esar aprendendo coisas no-
vas. Leio muio. Tenho passaempos.

Espírio 1 2 3 4 5
Dedico empo a ajudar os ouros. Reservo
momenos para reexão. Eu me renovo es-
piriualmene com regularidade, de alguma
maneira (exemplo: maner um diário, passe-
ar em cenários naurais, rezar, ler obras de
inspiração, ocar um insrumeno musical).
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 203

E, enão, cada iem esá recebendo a aenção necessária? Se lançou  em coração, alvez precise
passar mais empo com os amigos e amiliares. Se marcou  em corpo, reduza o rimo e comece a
cuidar de si. Como ocorre com os pneus de um carro, se uma pare de você esver desequilibrada,
as ouras rês vão dar deeio ao se desgasar. Por exemplo, quando você esá exauso(a) (corpo),
ca dicil se sair bem na escola (mene). A proposa ambém unciona no sendo inverso – se
esver em sinonia consigo e movado(a) (alma), será muio mais ácil ser bom amigo (boa amiga)
e er o máximo rendimeno na escola (mene).
Há muias ormas de reduzir o esresse ao anar o insrumeno.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
204 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

AULA 24: SOLIDARIEDADE, UM BEM QUERER!

38

Educar para valores é conribuir para a ormação de pessoas mais generosas, que colaborem para
o bem comum. E isso esá cenrado no aprendizado da vida coidiana dos esudanes e na inera-
ção social que cada um esabelece com o seu enorno, pois, ninguém pode ser solidário sozinho.
A respeio disso, a escola deve esimular a paricipação dos esudanes em ações solidárias para
que eles possam, livremene, incorporá-las como pare inegrane de sua idenidade e auoesi-
ma. Para isso, a aividade proposa nessa aula busca, a parir do conexo social dos esudanes,
levá-los a releirem como é possível agir de orma solidária no espaço onde vivem.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 205

Objetivos Gerais

• Reer acerca do desenvolvimeno de ações solidárias a parr da própria realidade e


conexo social;
• Esmular a solidariedade enre as pessoas e em dierenes espaços.

Roteiro

PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO

Campanhas Sociais. Elaboração de campanhas em prol da solidariedade. 0 minuos

Avaliação. Observação do educador. 5 minuos

ORIENTAÇÕES PARA AS ATIVIDADES

Atividade: Campanhas Sociais

Objetivos

• Elaborar campanhas sociais em prol da solidariedade de acordo com a realidade do


espaço em que vive;
• Buscar desenvolver ações solidárias de auação denro da escola e em ouros espaços;

Desenvolvimento

A solidariedade é emáca dessa aula por se raar de um valor imprescindível no oralecimeno


das relações humanas e do senmeno de perencimeno desenvolvido por cada pessoa. É uma
condição que resula da comunhão de audes, de modo a consuir em um grupo a solidez capaz
de resisr a siuações adversas. De acordo com a avidade em grupo: Campanhas Sociais (Anexo )
peça para os esudanes ormarem cinco grupos e para escolherem uma emáca social de acordo
com a realidade do espaço em que vivem sobre a qual eles acrediam que é possível desenvolver
alguma campanha solidária para beneciar as pessoas.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
206 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

A escolha da emáca pode surgir de problemas sociais que angem um grupo de pessoas num
deerminado local e ou momeno. Podem ser denidas aravés da escolha de uma ação que os es-
udanes acrediam ser benéca para melhorar a realidade de várias pessoas. Caso seja necessário,
explique que não é possível desenvolver a solidariedade agindo individualmene, pois, a solidarieda-
de nasce da compaixão que senmos por algo ou alguém. Para que os esudanes possam elaborar
suas campanhas cie algumas emácas gerais que possam ajudar, como: Combae a ome, apoio
a vímas de caásroes naurais ou climácas, apoio as vímas de doenças incuráveis ou conra a
violência. Como um exemplo de campanha solidária, você pode ciar:
- Temáca: Caásroes naurais.
- Público: Vímas da seca no Nordese.
- Lema da Campanha: Força Solidária.
- Mensagem de solidariedade: Vamos ajudar quem não em água para omar banho,
cozinhar e aé mesmo para beber!
- Ações: Arrecadar e levar aé as pessoas que a seca ange alimenos não perecíveis e
água poável; ajudar as pessoas a reconsruírem suas casas e reomarem suas vidas
arrecadando roupas e maerial para consrução de casas populares; disponibilizar e
divulgar um sie onde as pessoas possam eeuar uma doação em qualquer valor. O
valor arrecadado será usado para melhorar a qualidade de vida dos necessiados.

Quando odos os grupos verem elaborado suas campanhas peça para um represenane de cada
grupo apresená-la. Abra espaço para possíveis discussões. A proposa dessa avidade é azer com
que os esudanes sejam capazes de pensar em emácas sociais que assolam a vida das pessoas,
possam se colocar no lugar do ouro e desejarem azer algo por alguém, sem esperar nada em
roca – Isso é solidariedade. Na segunda quesão da avidade (Anexo ) os esudanes precisam
juno com o seu apoio levanar e reer sobre algumas emácas que podem virar uma campanha
de solidariedade denro da escola. Para isso, discua com os esudanes quesões ligadas a rona
da escola ou a comunidade a qual a escola esá inserida, das quais, possa surgir a necessidade de
uma ação solidária. A parr das quesões levanadas pelos esudanes elabore juno com eles uma
campanha seguindo a mesma esruura da quesão anerior (emáca, público, lema da campanha e
mensagem de solidariedade). Valores como compaixão e cooperação devem permear as discussões
da avidade. É imporane envolver os esudanes em ações denro da escola que visem o colevo.
Elaborar e por em práca uma campanha denro da escola é azer com que eles se auo-armem
como sujeios solidários.
Ao nal, com seu apoio, peça para os esudanes agendarem uma daa com a direção da escola para
apresenarem a campanha e a discurem a possibilidade de vivenciá-la.

Avaliação

Observe como os esudanes dão valor a solidariedade de acordo com a escolha das emácas
da avidade proposa e como eles se envolvem nas discussões das campanhas, se possuem uma
posura proava para a parcipação.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 207

Texto de Apoio ao Educador

Os valores e as audes são omenados sempre em conexos de realidade, de relação e inera-


ção da pessoa com os ouros, com o meio e com a realidade em que vive. Não é algo absrao que
se prende e que se incorpora conceiualmene na esruura do conhecimeno. Traduzem-se em
avidades e em comporamenos concreos, compromedos com a realidade.
Mais ainda, nenhum valor eevo pode ser vivenciado sem envolvimeno avo. Precisa-se de es-
paços signicavos para aciliar experiências que ajudem a descobrir, a observar e, sobreudo, a
viver a essência comuniária dos valores.
(...) Requer espaços onde a educação seja orienada para: Desenvolver pessoas; poencializar as
relações com o meio, omenar o diálogo e o espírio críco e avorecer o compromisso (...).
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
208 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Anexo 1

Atividade em Grupo: Campanhas Sociais

. Em grupos de cinco pessoas, de acordo com a sua realidade escolha uma emáca social e de-
senvolva uma campanha de incenvo a solidariedade conorme os iens abaixo soliciados. Ao -
nal um represenane de cada grupo deve apresenar a campanha esruurada para oda a urma.
a) Grupo  - Temáca:
- Lema da Campanha:
- Público:
- Mensagem de solidariedade:
- Ações:

b) Grupo  - Temáca:
- Lema da Campanha:
- Público:
- Mensagem de solidariedade:
- Ações:

c) Grupo  - Temáca:
- Lema da Campanha:
- Público:
- Mensagem de solidariedade:
- Ações:

d) Grupo  - Temáca:
- Lema da Campanha:
- Público:
- Mensagem de solidariedade:
- Ações:

e) Grupo  - Temáca:
- Lema da Campanha:
- Público:
- Mensagem de solidariedade:
- Ações:
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 209

. Pensando no bem que cada pessoa pode azer as pessoas ao ser solidário, pense juno com
o seu educador e colegas numa campanha que possa ser organizada denro da sua escola que
venha a razer benecios para muias pessoas e a esruure de acordo com os mesmos iens da
avidade anerior com o objevo de apresená-la a direção da sua escola. A seguir sugerimos
algumas campanhas:
- Arrecadação de livros/roupas/brinquedos/alimenos, ec.
- Dia da solidariedade na escola
- Doações de sangue

Para refer:

“ (...) A solidariedade não é somente a fundamentação e a


motivação, nem o objetivo fnal a alcançar, mas é também
o estilo da cooperação, da compreensão, do civismo e
da interdependência da educação. Se querermos ter um
mundo solidário, o caminho não pode ser não-solidário,


uma vez que a solidariedade é o caminho.

Que al você idencar as necessidades de sua comunidade ou bairro e procurar endades, orga-
nizações ou insuições para desenvolver algum rabalho volunário? Para er mais inormações
sobre isso você pode consular:
www.volunarios.com.br
www.volunariado.org.br
www.volunario.org.br
www.programavolunarios.org.br
www.poraldovolunario.org.br
www.riovolunario.org.br

Texto de Apoio ao Educador

Os valores e as audes são omenados sempre em conexos de realidade, de relação e ineração


da pessoa com os ouros, com o meio e com a realidade em que vive. Não é algo absrao que se
prende e que se incorpora conceiualmene na esruura do conhecimeno. Traduzem-se em avi-
dades e em comporamenos concreos, compromedos com a realidade.
Mais ainda, nenhum valor eevo pode ser vivenciado sem envolvimeno avo. Precisa-se de espa-
ços signicavos para aciliar experiências que ajudem a descobrir, a observar e, sobreudo, a viver
a essência comuniária dos valores.
(...) Requer espaços onde a educação seja orienada para: Desenvolver pessoas; poencializar as re-
lações com o meio, omenar o diálogo e o espírio críco e avorecer o compromisso (...).
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
210 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

AULA 25: DA INTENÇÃO À AÇÃO:


JOVEM VOLUNTÁRIO.

39

A ação volunária e uma brincadeira com a palavra idioa68


O volunariado é uma orma de consruir a democracia como um modo de vida e de relaciona-
meno humano, um sisema de governo no qual a paricipação coidiana realiza conribuições
e correções ao longo dos mandaos. A democracia políica se ransorma em democracia social
exercida por cidadãos responsáveis por seu enorno. O volunário em a compeência suiciene
para paricipar dos debaes sociais porque, com seu rabalho diário, colabora nas soluções.
[...]
O volunário não é um idiota (na aniga Aenas, assim se denominava quem não paricipava da
“coisa pública”) que se conorma com a siuação social exisene. Pelo conrário: é um cidadão
aivo que busca o bem-esar geral e, sobreudo, pessoal e concreo daqueles que já começam em
siuação de desvanagem.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 211

Dizer que “o volunário não é um idiota” aé parece provocação... Mas quanas vezes já ouvimos
alguém dizer que não se envolve em coisas do âmbio sociopolíco porque “não adiana nada”,
ou “ninguém presa”, ou “as coisas nunca vão mudar”? E nisso os jovens não são exceção. O que
não combina nem um pouco com a ideia de um jovem proagonisa solidário.
Os gregos não usavam a palavra idiota com o sendo pejoravo que hoje ela em: na acepção
original, idioa designava lieralmene o cidadão privado, alguém que se dedicava apenas aos as-
sunos parculares, em oposição ao cidadão que ocupava algum cargo público ou parcipava dos
assunos de ordem pública.
O ermo se ransormou e hoje, popularmene, um idioa é um indivíduo olo, imbecil, desprovido
de ineligência e de bom senso. No campo da psiquiaria, o idioa é a pessoa que sore de "idioa"
(deciência menal com grau avançado de araso menal ligado a lesões cerebrais).
No campo da lieraura, a palavra nos remee a um grande romance do escrior russo Fiódor Dos-
oiévski*. O livro O idiota (inspirado na hisória de Dom Quixoe) cona a hisória de um homem
com epilepsia, um homem bom e humanisa que, por suas audes de grande compaixão, é viso
pelos ouros como um… idiota!
O sendo de nossa abordagem do ema "Jovem Volunário" é esa:
O rabalho volunário é uma orma de viver valores, compreender o enorno social e nele agir,
passar da inenção à ação no âmbio da solidariedade, pôr em práca o que sabe e é capaz de
azer, conviver e dialogar como cidadão responsável.

Objetivos Gerais

• Perceber o rabalho volunário como meio de aplicar na práca os princípios, quali-


dades, audes, capacidades, conhecimenos e habilidades rabalhados ao longo das
aulas aneriores;
• Relacionar rabalho volunário e proagonismo juvenil;
• Ter uma visão geral do conexo hisórico e social em que se desenvolve o rabalho
volunário;
• Conhecer os principais campos de ação volunária;
• Idencar as ações volunárias poencialmene mais adequadas a sua personalidade
e a suas circunsâncias de vida;
• Idencar e descrever as audes undamenais do volunário;
• Perceber as possibilidades da solidariedade em ação como resposa à desigualdade.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
212 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Roteiro

PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO

Avidade: Brevíssima Leiura de inormações básicas e resumidas


5 minuos
hisória do volunariado. sobre a hisória do rabalho volunário.

Discussão: O que az pare de cada campo de


Avidade em grupo: Cam-
ação e possíveis requisios especícos para a 0 minuos
pos de ação volunária.
ação volunária.

Avidade: Organização
Insruções para apresenação dos grupos. 5 minuos
das apresenações.

Apresenação dos grupos e anoações individuais.


Avidade: Campos de Comenário do educador sobre as apresena- 0 minuos
ação volunária. ções dos grupos e a sínese sobre os campos de
ação volunária.

Avidade: Eu e os cam-
Leiura e regisro individual. 0 minuos
pos de ação volunária.

Avaliação. Observação do educador. 5 minuos

ORIENTAÇÕES PARA AS ATIVIDADES


Ao longo das aulas os esudanes rabalharam aspecos do perl exigido do jovem para rabalhar
e viver numa sociedade moderna, de acordo com os "Códigos da Modernidade" de Bernardo Toro
e as Mega-Habilidades ormuladas pelo Cenro Lano-Americano de Invesgações Educacionais.
Caso ache oporuno, o educador pode aproveiar para relacionar ambém o rabalho volunário
do jovem a uma vivência em sinonia com objevos undamenais expressos no Argo ° de nossa
Consuição Federal de . Oura possibilidade é pedir aos esudanes que pesquisem o exo
do Argo ° da Consuição de  e sua relação com o ema "Jovem volunário".
Ar. º Consuem objevos undamenais da República Federava do Brasil:
I - Consruir uma sociedade livre, jusa e solidária;
II - Garanr o desenvolvimeno nacional;
III - Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV - Promover o bem de odos, sem preconceios de origem, raça, sexo, cor, idade e quais-
quer ouras ormas de discriminação.
O exo inegral da Consuição esá disponível em:
<www.planalo.gov.br/ccivil_0/consuicao/consuicao.hm>.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 213

Atividade de Leitura: Brevíssima história do voluntariado (Anexo 1)

Objetivos

• Conhecer alguns aos marcanes da hisória das ações volunárias;


• Dierenciar pos de ações volunárias;
• Idencar as mudanças ocorridas no oco da ação volunária ao longo do empo.

Desenvolvimento

Os esudanes leem individualmene as inormações do quadro, que mosram – de maneira bas-


ane resumida – as principais ransormações ocorridas no rabalho volunário ao longo do em-
po e desacam alguns evenos marcanes no Brasil. Nada impede que o educador proponha a lei-
ura em voz ala, sempre úl para conrolar o empo da avidade, observar evenuais diculdades
de compreensão e esclarecer dúvidas. O educador pode explicar e enazar os dierenes ocos
que predominam em cada um dos períodos mencionados no quadro: caridade, ação social, ação
volunária.

Atividade em grupo: Campos de ação voluntária e requisitos para


ação voluntária (Anexo 2).

Objetivos

• Conhecer alguns campos de ação volunária;


• Idencar pelo menos rês requisios que considerem imporanes para a ação volun-
ária em cada campo.

Desenvolvimento

Inserimos algumas rases na coluna dos campos de ação para ajudar os esudanes a se siuarem
no âmbio de cada um deles. Espera-se que colaborem razendo exemplos conhecidos, mas isso
não impede – pelo conrário! – que lancem ideias inovadoras e incluam as mesmas no regisro ei-
o. O educador pode denir um número mínimo de duas ou rês ações a incluir na coluna do meio,
dependendo do empo que o grupo leva para se organizar e começar eevamene o rabalho. O
mesmo vale para os requisios a incluir na erceira coluna (dois ou rês no mínimo, a criério do
educador). Para sua reerência, incluímos abaixo alguns iens que seria imporane que apareces-
sem. Caso não surjam das discussões dos esudanes, o educador pode chamar a aenção para
eles e sugerir sua inclusão. É possível que os esudanes aponem ouros campos de ação, que
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
214 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

devem, enão, ser anoados nas linhas em branco no nal do quadro. Mais adiane, você enconra
um pequeno glossário que pode ser úl para esclarecer especicidades ligadas à organização e ao
oco do rabalho volunário na sociedade civil.

O bem não exise.


Exisem pessoas que realizam boas ações com pessoas concreas e consigo mesmas.

O que o grupo considera


necessário para rabalhar
Campos de ação volunária Ações nesse campo como volunário nesse campo
(audes, conhecimenos,
habilidades ec.)

Menores em siuação de
vulnerabilidade

“Crianças [...] são sagradas


e percebem udo para re-
agir depois, mesmo quan-
do parecem não presar
aenção ou achamos que
são muio pequenas para
enender”.69

Saúde

“Não exisem doenças:


exisem pessoas doenes”.69

Defesa da mulher

A ransormação da siua-
ção eminina nas úlmas
décadas ainda não chegou
a odos os âmbios

Drogadição

Uma síndrome social de


uga, ala de conhecimen-
o de si mesmo, baixa au-
oesma e auodesruição.

Deciências sicas/
intelectuais/mentais

“O pouco que se possa


azer, se deixarmos de
azê-lo, cará para sempre
sem ser eio”.69
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 215

O que o grupo considera


necessário para rabalhar
Campos de ação volunária Ações nesse campo como volunário nesse campo
(audes, conhecimenos,
habilidades ec.)

Pobreza

“A pobreza e a margina-
lização não são naurais:
são consequência da desi-
gualdade injusa”.69

Prisões

Reeducação, reabiliação
e reinserção; eses devem
ser os ocos da ação com
pessoas encarceradas.

Minorias énicas

“Enre as inúmeras or-


mas de marginalização,
uma das mais absurdas é
a que se deve a movos
raciais”.69

Idosos

“Um povo que não cuida


de seus idosos e não se
orgulha deles age como se
arasse no mar e semeasse
no veno”.69

Meio ambiene

“Nós habiávamos e reabi-


amos esa anga e nova
casa dos humanos. Sim,
vivemos em companhia de
Flora e Fauna, rochas, ma-
res, monanhas, sem ron-
eiras nem alândegas”.70
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
216 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Durane a discussão em grupos sobre as ações possíveis em cada campo, podem surgir comen-
ários (nem sempre expliciados) que revelam endências ou audes preconceiuosas. Se isso
ocorrer, o educador pode aproveiar a oporunidade para relembrar o quano é dicil se desazer
das ideias preconcebidas. Não é preciso (e nem se deve) aponar culpados ou ridicularizá-los, mas
se pode enar, com suleza e bom humor, desmascarar o preconceio velado que, muias vezes,
nem o próprio preconceiuoso sabe que em. Por isso, esse momeno ambém é rico em subsídios
para as próximas eapas e para reorçar ópicos rabalhados nas aulas aneriores.

"Se discrimino o menino ou menina pobre, a menina ou o menino negro,


o menino índio, a menina rica; se discrimino a mulher, a camponesa, a
operária, não posso evidenemene escuá-los, e se não os escuo, não
posso alar com eles, mas a eles, de cima para baixo. [...] A ala de humil-
dade, expressa na arrogância e na alsa superioridade e uma pessoa sobre
a oura de uma raça sobre a oura, de um gênero sobre o ouro, de uma
classe ou de uma culura sobre a oura, é uma ransgressão da vocação
humana do ser mais”.

“Como diz Maurana, o ouro precisa ser respeiado porque é o ouro,


não por ser rico, erudio, por ser um grande écnico ou deer algum poder
políco e econômico. Respeiá-lo signica reconhecer em primeiro lugar
a sua legimidade como ser humano. Os demais aribuos podem ser im-
poranes, mas vêm depois. Todo e qualquer desrespeio a essa premissa
é uma violência”.

Comparlhamos aqui  ideias que podem ajudar a esclarecer os valores que esão por rás
da ala dos esudanes, ano durane esa avidade como em ouras circunsâncias em sala
de aula:
. Reproduzir o que o esudane disse e acrescenar: “Foi isso o que você quis dizer?”
. Reproduzir o que o esudane disse com disorções e acrescenar: “Foi isso o que você
quis dizer?”
. Você sempre pensou assim (ou acrediou nisso)?
. Qual é a one de sua ideia (ou de onde vem essa ideia)?
5. Todo mundo deveria pensar assim?
6. Você já pensou em algumas alernavas?
. Dê alguns exemplos que reiam ou jusquem essa ideia.
. Por que você pensa assim?
. Pedir que o esudane dena algumas palavras chaves.
0. Pedir exemplos.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
º ANO DO ENSINO MÉDIO 217

Em casa: (Anexo 2)

1. Três histórias e minhas conclusões

2. Minhas motivações para ser um jovem voluntário

Atividade: Apresentação dos grupos: Campos de ação voluntária e


requisitos para ação voluntária (Anexo 3)

Objetivos

• Ampliar os conhecimenos sobre as iniciavas possíveis nos campos de ação volunária


e os requisios especícos para auar em cada um deles.

Desenvolvimento

Pode ser uma boa ideia azer a apresenação dos resulados da discussão da aula anerior por
campo de ação. Por exemplo: odos os grupos indicam as ações que deniram para o campo
Menores em siuação de risco e os requisios para rabalhar nesse mesmo campo, e assim suces-
sivamene. O educador pode pedir que se indiquem somene os iens ainda não mencionados nas
apresenações dos grupos aneriores. O ideal é que odos os esudanes preencham seus quadros
com o maior número possível de alernavas razidas pelos demais.
O educador pode aproveiar para comenar o exo em desaque no maerial do esudane, re-
lacionando-o com as apresenações dos grupos e a sínese sobre os campos de ação volunária.
É ineressane observar aé que pono os esudanes recorrem aos coneúdos das aulas anerio-
res, nos quais enconram-se muios elemenos que deveriam aparecer nas discussões, em par-
cular os que dizem respeio aos requisios para auar em cada campo mencionado no quadro.

Atividade individual: Eu e os campos de ação voluntária (Anexo 3)

Objetivos

• Reer sobre seu próprio perl com relação aos requisios idencados pelos grupos
para o volunariado em cada campo de ação;
• Idencar pelo menos uma endade (ou ação individual) dedicada a cada um dos
campos da ação volunária.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
218 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Desenvolvimento

Esa avidade possibilia revisar e organizar os coneúdos aprendidos na aula anerior e discudos
em grupo, e ambém examiná-los do pono de visa da experiência, das possibilidades e das cir-
cunsâncias individuais do esudane, com visas a uma ação proagonisa de jovem volunário. A
ênase na reexão pessoal em uma razão: gosaríamos que o jovem se sensse mobilizado para
a ação volunária, cuja práca requer uma análise cuidadosa de caraceríscas e circunsâncias
pessoais que nem odos se senem à vonade para discur em grupo. A expecava é que o con-
juno das avidades desenvolvidas sirva de base para uma sisemazação individual dos emas
abordados que, por sua vez, venha a subsidiar uma escolha adapada.
É possível que alem exemplos para os esudanes de endades ou iniciavas ligadas a alguns
dos campos de ação. O educador pode opar por soliciar que pesquisem poseriormene ou pela
roca de inormações enre os esudanes com sua parcipação.

Avaliação

Cabe ressalar a imporância de observar e idencar se os esudanes maniesam uma visão


posiva das possibilidades de reduzir os problemas dos marginalizados com a inervenção cidadã
em ações volunárias. Se isso não ocorrer, pode ser necessário oriená-los para ones de inor-
mação sobre ações concreas com resulados palpáveis, ano na comunidade próxima como no
país e no mundo. Uma visão negava - ou mesmo o uso de ironia – ao abordar as possibilidades
da ação volunária pode indicar a exisência de disorções ligadas a valores e desinormação sobre
avanços sociais.
Sessões de cinema com lmes que abordam ações volunárias ambém podem er bons eeios.
Veja algumas indicações de Filmes:

• “A correne do bem”, lme de Mimi Leder, esá disponível no en-


dereço abaixo, dublado em poruguês. O ema do lme cabe como
uma luva no assuno desas duas aulas: um educador desaa seus
esudanes a criarem algo capaz de mudar o mundo... E a coisa un-
ciona de maneira surpreendene!
Disponível em: <hp://www.assisronlinelmes.v/correne-do-
-bem-dublado-ver-lme.hml>. Acesso em dezembro de 0.

40
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 219

• Para ilusrar o exo "Uma goa d’água, um


41 oco de neve...", que será lido em casa (Anexo
), o educador pode apresenar o lme de dois
minuos que mosra essa experiência, disponí-
vel em inglês em: <ww.youube.com/wach?-
v=ZPUFpEbkOoc>.
A AARAMBH é uma ONG indiana que oi cria-
da como um Cenro de Serviços Comuniários
para aender amílias marginalizadas que vivem
em Navi Mumbai, cidade saélie de Bombaim,
a maioria migranes que oram para a cidade em busca de rabalho e vivem na beira das esradas
e errovias, em condições basane precárias. Muias das pessoas envolvidas nas ações da ONG
vêm das próprias comunidades aendidas. É ineressane enazar isso para que os esudanes
percebam que é possível e imporane ocar a ação do jovem volunário no sendo mencionado
na rase de Pérez de Cuéllar: "Os volunários sociais são mensageiros de esperança que ajudam as
pessoas e os povos para que eses ajudem a si mesmos".
Você pode conhecer mais sobre o rabalho dessa ONG no sie: <hp://www.aarambh.org/our-
-people.hml>. (O sie é em inglês, mas as oos dizem muio em qualquer idioma, e permiem
consaar a diversidade de grupos aendidos pela AARAMBH).

Na Estante

Vale a pena VER


• Uma ação de grande ulidade e um regisro cheio de emoção de experiência do CNA
(curso de inglês) que coneca jovens brasileiros com aposenados nos Esados Unidos
para aprimorar a conversação. Disponível em: <hp://www.aconecendoaqui.com.
br/acao-da-cna-coneca-jovens-brasileiros-com-aposenados-americanos-para-
-ornar-o-aprendizado-de-ingles-mais-real/>.

• O livro O idiota, mencionado na inrodução, esá disponível em: <livros.universia.


com.br/?dl_name=odor-dosoievski-o-idioa.pd>. Vale a pena conhecer esse clás-
sico da lieraura russa do século XIX.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
220 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

GLOSSÁRIO

Prossional graduado em um curso superior de Serviço Social. Não é


um rabalho volunário.
O assisene social pode rabalhar em qualquer um dos rês seores
(ver o iem n° 5 dese Glossário):

1° setor (governo) 2° setor (empresa) 3° setor


(ONGs ec.)

Saúde, Recursos humanos,


assisência social, gerenciameno Aendimeno a
previdência, parcipavo, pessoas e amílias
marginalizadas,
. Assisene Social educação, planejameno
habiação, esraégico, deesa e garana
dos direios dessa
crianças e relações população,
adolescenes, inerpessoais,
rabalho em
idosos, qualidade de vida conjuno com
pessoas com do rabalhador, uma equipe de
deciência, reinamenos, volunários.
gesão social de projeos,
polícas públicas, programas de
quesões jurídico- prevenção de
sociais. riscos sociais.

Relaório publicado anualmene por uma empresa sobre o que az por
seus prossionais, dependenes, colaboradores e comunidade. Serve
para avaliar e mulplicar o exercício da responsabilidade social cor-
. Balanço Social
porava, ou seja, inorma e mede a preocupação da empresa com as
pessoas e a vida no planea. Mais sobre ese assuno no sie: <hp://
www.balancosocial.org.br/cgi/cgilua.exe/sys/sar.hm?sid=>

. Benemerência Práca de obras de caridade; benecência; lanropia.

ONG - Organizão Não-Governamenal, ou seja, da sociedade civil, sem


ns lucravos e com nalidades públicas.
O ulo OSCIP – Organização da Sociedade Civil de Ineresse Público – é
. ONG/OSCIP ornecido pelo Minisério da Jusça, para aciliar a ormação de par-
cerias de uma organização da sociedade civil com governos e órgãos
públicos, e permie que as empresas açam doações que são descon-
adas no Imposo de Renda.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 221

GLOSSÁRIO

Conjuno das endades da sociedade civil que se dedicam ao rabalho


volunário (ONGs e ouras endades sem ns lucravos). O primeiro
. Terceiro Seor
seor é público: o Esado/Governo. O segundo seor é privado: o mer-
cado, o seor produvo, ou seja, a esera das avidades econômicas.

Pessoa que desempenha uma avidade de maneira auônoma, sem


. Volunário receber qualquer conrapresação que impore em remuneração ou
aerimeno de lucro.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
222 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Anexo 1

Atividade de Leitura: Brevíssima história do voluntariado

As inormações do quadro a seguir reeem uma ideia basane resumida da evolução hisórica do
rabalho volunário nos úlmos 500 anos.
Cabe a você, jovem cidadão proagonisa e solidário, dar connuidade a essa hisória no século !

QUANDO O QUÊ

Volunariado pracamene monopolizado pelo caolicismo (práca


Idade Média da caridade para redimir os pecados: doações à Igreja para ampa-
rar os necessiados).

Primeiras iniciavas da sociedade civil para combaer a pobreza;


Séculos XVI a XVIII undação do primeiro núcleo de rabalho volunário no Brasil em
5: Sana Casa de Misericórdia, em Sanos.

Nascimeno do rabalho volunário ormal, com oco em carida-


de organizada; parcipação predominane de mulheres enre os
Século XIX
volunários; rígidos valores morais; diminuição do peso da religião
na ação volunária.

Volunariado combavo: auação volunária de ação social espon-


ânea sem uma orienação precisa comum, com caraceríscas
de proeso e oco em mudança social; parcipação predominan-
Século XX – Anos  e dos jovens; ações sociais e criação de inúmeras organizações,
como a APAE (para incenvar a assisência aos poradores de
deciência inelecual e múlpla) e o Projeo Rondon, que leva
universiários volunários ao inerior do país.

Inensicação da deesa da oal liberdade do mercado (neoli-


beralismo); diminuição da assisência social pública; nascimeno
de um movimeno de ação volunária para ajudar aqueles que
caram ora do sisema (co-responsabilidade Esado e sociedade
Século XX - Anos  civil - ONGs, undações e empresas). Muias conquisas concreas
e ações assisenciais, como a criação da Pasoral da Criança (orga-
nismo de ação social da CNBB, da Igreja Caólica) com o objevo
de reinar líderes comuniários para combaer a desnurição e a
moralidade inanl.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 223

QUANDO O QUÊ

Novo volunariado: o volunário como um cidadão que doa seu


empo, rabalho e aleno, de livre e esponânea vonade, mova-
do por valores de parcipação e solidariedade, em avor de causas
de ineresse social e comuniário. Iniciavas imediaas da socieda-
de para resolver seus problemas e pressionar o Esado em avor de
Século XX - Anos  polícas públicas adequadas.
Promulgação da Lei do Volunariado (Lei .60), que regulamena
as condições do exercício do serviço volunário. (Texo inegral e
aualizado disponível em: <www.planalo.gov.br/ccivil_/leis/
l.hm>)

Para aproundar o assuno, você pode consular as ones indicadas abaixo:


• "Hisória do volunariado no Brasil e no Mundo", disponível em: <hp://ebookbrow-
see.ne/-hisoria-do-volunariado-no-brasil-e-no-mundo-pd-d>.
• "Hisória do volunariado no Brasil", disponível em: <hp://www.acapare.org.
br/?page_id=>.
• "Fragmenos da hisória do volunariado no Brasil", disponível em: <hp://www.vo-
lunariado.org.br/deaul.php?p=exo.php&c=linha_empo>.

“ Os voluntários sociais são mensageiros de


esperança que ajudam as pessoas e os povos
para que estes ajudem a si mesmos.


A ONU insuiu o dia 5 de dezembro como o Dia Inernacional do Volunário pelo Desenvolvi-
meno Econômico e Social, em reconhecimeno às pessoas que dedicam horas de seu empo para
levar ajuda, companhia e aeo aos mais necessiados de nossa sociedade.

Amigos, companheiros e ações volunárias


Todas as associações humaniárias começam com um grupo de amigos que se senem inerpe-
lados por uma necessidade social concrea, por uma injusça, por uma marginalização ou por
qualquer siuação de desamparo que veio ao seu enconro, ou com a qual se depararam em seu
caminho de homens e de mulheres com o coração à escua.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
224 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Alguns números da ação volunária e solidária no mundo em :

57, 46, 45


Porcentagens da população que participa de ações voluntárias
no Turquemenistão (Ásia Central), no Sri Lanka (Ásia Meridional)
e nos Estados Unidos (América do Norte), respectivamente.
São os três campeões mundiais em ações voluntárias.

34.000.000
Nmero de brasileiros que desenvolveram
ações voluntárias (9 lugar na classificação mundial).

20,6 
Porcentagem de participação de
jovens em ações voluntárias no mundo.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 225

Anexo 2

Atividade em Grupo: Os campos da ação voluntária

Procurem idencar (a) ações volunárias correspondenes a cada campo de ação que aparece
no quadro a seguir (regisro na coluna do meio) e (b) conhecimenos, audes e habilidades que
consideram necessários para auar nesse campo (regisro na coluna da direia):

O bem não exise.


Exisem pessoas que realizam boas ações com pessoas concreas e consigo mesmas.

O que o grupo considera


necessário para rabalhar
Campos de ação volunária Ações nesse campo como volunário nesse campo
(audes, conhecimenos,
habilidades ec.)

Menores em siuação de
vulnerabilidade

“Crianças [...] são sagradas


e percebem udo para re-
agir depois, mesmo quan-
do parecem não presar
aenção ou achamos que
são muio pequenas para
enender”.69

Saúde

“Não exisem doenças:


exisem pessoas doenes”.69

Defesa da mulher

A ransormação da siua-
ção eminina nas úlmas
décadas ainda não chegou
a odos os âmbios

Drogadição

Uma síndrome social de


uga, ala de conhecimen-
o de si mesmo, baixa au-
oesma e auodesruição.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
226 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

O que o grupo considera


necessário para rabalhar
Campos de ação volunária Ações nesse campo como volunário nesse campo
(audes, conhecimenos,
habilidades ec.)

Deciências sicas/
intelectuais/mentais

“O pouco que se possa


azer, se deixarmos de
azê-lo, cará para sempre
sem ser eio”.69

Pobreza

“A pobreza e a margina-
lização não são naurais:
são consequência da desi-
gualdade injusa”.69

Prisões

Reeducação, reabiliação
e reinserção; eses devem
ser os ocos da ação com
pessoas encarceradas.

Minorias énicas

“Enre as inúmeras or-


mas de marginalização,
uma das mais absurdas é
a que se deve a movos
raciais”.69

Idosos

“Um povo que não cuida


de seus idosos e não se
orgulha deles age como se
arasse no mar e semeasse
no veno”.69

Meio ambiene

“Nós habiávamos e reabi-


amos esa anga e nova
casa dos humanos. Sim,
vivemos em companhia de
Flora e Fauna, rochas, ma-
res, monanhas, sem ron-
eiras nem alândegas”.70
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
º ANO DO ENSINO MÉDIO 227

Em casa
. Três hisórias e minhas conclusões
Leia os rês exos abaixo e descubra o que eles êm em comum.
Escreva suas conclusões nas linhas abaixo do úlmo exo.

Uma goa d’água*


Um dia, um enorme incêndio alasrou-se pela oresa. Todos os animais, vendo as chamas cada
vez mais próximas, decidiram salvar-se. Correram aé o nal da oresa e lá, impressionados e
senndo-se desamparados, caram observando o ogo devorar seu lar.
Todos os animais, menos um: o beija-or, que decidiu azer alguma coisa. Voou aé o riacho mais
próximo, apanhou uma goa d’água com o bico e levou-a aé as chamas.
E o beija-or ia e vinha sem parar, voando enre o riacho e o incêndio, incansável e concenrado
em sua area, sem perder a paciência nem a velocidade. Apanhava uma goa e deixava-a cair
sobre as labaredas.
Enquano isso, o ogo connuava ore, e os ouros animais observavam seus esorços, espan-
ados e incrédulos. “Você é pequeno demais,” diziam eles ao beija-or. “Você não vai conseguir
apagar o ogo. O que é que você acha que esá azendo?”
Enquano se preparava para mais um mergulho, o beija-or respondeu: “Esou azendo o melhor
que posso!”
E isso é o que somos chamados a azer. Não impora quem somos ou onde esamos, nem quais
são nossos recursos. Somos chamados para azer o melhor que pudermos!

*Cono narrado por Wangari Maahai, undadora do Movimeno Cinurão Verde


e vencedora do Prêmio Nobel da Paz em 00.

Um foco de neve
– Diga-me, quano pesa um oco de neve? – pergunou um beija-or a um pombo.
– Nada – oi a resposa.
– Enão vou conar-lhe uma hisória – disse o beija-or. Um dia pousei num galho de pinheiro, per-
nho do ronco. Esava começando a nevar. Não era empesade de neve, era como num sonho,
sem nenhuma violência. Como não nha mais nada para azer, comecei a conar os ocos de neve
enquano caíam sobre o galho em que eu esava. O número exao oi ..5. Quando o oco
seguine caiu, sem peso, segundo você..., o galho se quebrou.
E, dizendo isso, o beija-or paru.
(Talvez ale apenas a colaboração de só mais uma pessoa para que a solidariedade abra seu ca-
minho no mundo.)
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
228 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Uma goa d’água, um foco de neve...*


Com caixas de papelão que anes eram resos de maeriais de lojas e supermercados, uma ONG
indiana melhorou a vida escolar de crianças carenes, invenando uma mochila-careira (Help-
-Desk) – um objeo que serve de mochila para ransporar maerial escolar e vira careira para
escrever.
Carregar uma mochila, er ranspore e esudar numa sala de aula com careiras é um sonho dis-
ane para muias crianças de amílias que ganham menos de um dólar por mais de 0 horas de
rabalho por dia.
Depois de muias experiências inrueras, surgiu a Help-Desk, com a qual as crianças não preci-
sam mais passar horas encurvadas para escrever no chão. Foram beneciados 0 mil esudanes
de 600 escolas.
Nese momeno, o grupo de volunários e prossionais da ONG, que se chama AARAMBH, esá
enando descobrir um jeio de azer a mochila-careira cobera com algum maerial que a proeja
da chuva. Enquano isso, mesmo que a mochila-careira não dure para sempre, é possível subs-
uí-la a um cuso de 0 cenavos.

*Você pode ver a mochila-careira e algumas crianças beneciadas com essa iniciava num
lme de dois minuos, disponível em: <www.youube.com/wach?v=ZPUFpEbkOoc v>.

O que esses rês exos êm em comum? E o que eles êm a ver com o ema “Jovem volunário”?
Escreva aqui suas considerações:
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
º ANO DO ENSINO MÉDIO 229

. Minhas movações para ser um jovem volunário


Qualquer pessoa pode ser volunária, independenemene de sua siuação pessoal e de seus mo-
vos. É bom conhecê-los para avaliar se eles são sucienemene ores para que você assuma um
compromisso rme e duradouro.

Qual é o peso de cada um dos iens abaixo em sua decisão de ser um jovem volunário?
Anoe ao lado de cada um dos iens um número de 0 a 0 (sendo 0 o menor peso possível, que
indica que você nem sequer considera esse iem, e 0 o maior peso possível, que indica que ele é
de maior imporância):

(Lembre-se: não há resposas ceras ou erradas! O objevo é reer sobre suas movações.)

Alruísmo, lanropia, solidariedade ( )


Compromisso políco ( )
Parcipação cidadã ( )
Movações religiosas ( )
Tempo livre ( )
Esquecimeno dos problemas pessoais ( )
Conhecimeno de ouras realidades ( )
Busca por jusça social ( )
Senmeno de culpa ( )
Busca por relações humanas ( )
Busca por experiência prossional ( )
Busca por desaos pessoais ( )
Curiosidade ( )
Ouros (indique abaixo)
( )
( )
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
230 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Anexo 3

Atividade: Apresentação dos grupos: Campos de ação voluntária e


requisitos para ação voluntária (Anexo 3)

. Cada grupo apresenará suas conclusões, e isso ceramene rará novos elemenos para enri-
quecer os resulados que você anoou no quadro de ações volunárias da página da aula anerior.
Aproveie para compleá-lo à medida que as apresenações orem eias.

. Tanos problemas, ana coisa errada no mundo... Queria azer algo, mas não sei o quê, nem
onde, nem como, nem quando...

As avidades a seguir ajudarão você a se siuar com relação ao que oi lido e discudo na primei-
ra aula, com visas a uma possível auação uura como jovem volunário. Em casa, você reeu
sobre suas movações para ser um jovem volunário. As possibilidades e necessidades são incon-
áveis! Com esas areas, esperamos proporcionar-lhe uma reexão preparaória para os rês
passos iniciais da ação volunária responsável: inormar-se, ormar-se e compromeer-se com uma
ação concrea.

. Eu e os campos de ação volunária


a) Pense em suas preerências e no que você imagina que se senria melhor azendo.
Pense ambém em seus ponos ores e suas limiações.
b) Anoe na segunda coluna, ao lado de cada campo de ação volunária, como você vê
suas possibilidades de parcipação, e jusque.
Lembre-se de que não há resposas ceras ou erradas. Você esá azendo uma ree-
xão pessoal sobre o que oi aprendido e discudo em aula. Nas linhas em branco no
nal do quadro, você pode acrescenar ouros campos de auação, se quiser.
c) Anoe na erceira coluna pelo menos um exemplo de endade ou ação individual para
cada campo de ação volunária.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 231

Exemplos de endades ou
Como me vejo como indivíduos que atuam nesse
Campos de ação volunária
volunário nesse campo campo (ONGs, associações,
pessoas conhecidas...)

Menores em siuação de
vulnerabilidade

Saúde

Defesa da mulher

Drogadição

Deciências sicas/
intelectuais/mentais

Pobreza

Prisões

Minorias énicas

Idosos

Meio ambiene
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
234 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Na primeira quesão, eles podem ciar o soaque das pessoas que variam de cidade para oura,
apesar de ermos mesma língua alada. Assim como, as muias religiões exisenes no nosso país, os
rimos musicais, danças, esas, a vasa culinária que emos, ec. Na quesão B espera-se que os es-
udanes alem um pouco sobre a criação de esereópos, preconceios e discriminação exisenes
na nossa sociedade. Dependendo da vivência de cada um, os esudanes podem ciar exemplos que
esejam relacionados ao hábio que emos ao julgar as pessoas pela aparência, pela condição nan-
ceira, pela culura, raça, sexualidade e/ou religiosidade que possuem. Na quesão C, as resposas
dos esudanes, apesar de pessoais, podem girar em orno da necessidade de ações individuais, polí-
cas públicas ou socioeducacionais que conribuam para a igualdade de direios, o reconhecimeno
e respeio às diversas dierenças. Essa quesão explora a capacidade dos esudanes de inervenção
e ransormação da realidade em que vivem.
Ao nal, peça para alguns esudanes exporem para a urma suas resposas e caso necessário, abra
espaço para as discussões, principalmene para rocarem ideias sobre a quesão C da avidade -
Como é possível melhorar a convivência enre as pessoas e promover a igualdade de direios.

Atividade em Grupo: Estratifcação Social

Objetivo

• Reer sobre o preconceio, e modo de vida egocênrico, bem como, sobre a possibi-
lidade de viver num mundo sem esracação social por cor/raça/gênero, por região,
idade, ec.;

Desenvolvimento

Anes de iniciar a avidade: Esracação social (Anexo ) sugerimos colocar a música Sampa de
Caeano Veloso para os esudanes escuarem – Ela é uma homenagem eia pelo canor Caeano a
cidade de São Paulo. Ao ler o recho da música de Caeano Veloso, os esudanes devem reer, em
duplas, sobre o individualismo, narcisismo, egocenrismo e preconceio gerado pelas pessoas a par-
r daquilo que é desconhecido ou novo. O que conribui para a manuenção das desigualdades so-
ciais e esracação social. Ao abrir espaço para alguns esudanes comparlharem suas resposas,
reorce a ideia de que exisem ouras ormas de segregação social e como elas concedem privilégios
para um grupo de pessoas e prejudicam ouras – a discriminação hierarquiza, gera oporunidades e
poderes exclusivos para umas pessoas e para ouras injuscáveis exclusões sociais. Ao nal, peça
para algumas duplas comenarem como enxergam a possibilidade de viverem num mundo sem
esracação social por cor/raça/gênero, por região, idade, ec. Espera-se que nessa quesão os
esudanes reiam sobre a não nauralização das desigualdades sociais.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 235

Avaliação

Observe como os esudanes se posicionam sobre o respeio às dierenças e sobre os dois exem-
plos de preconceio ciados na avidade: Diversidade brasileira. Veja ambém se os exemplos
ciados por eles na quesão B dessa mesma avidade reraam siuações preconceiuosas e como
eles enxergam e deendem essa quesão. Por m, perceba se os esudanes conseguiram esa-
belecer relações posivas para a solução das problemácas que dizem respeio à diversidade, ao
preconceio, egocenrismo, desigualdades e esracação da sociedade.

Em casa: educador consulte o anexo 3 para tarefa de casa

Respostas e comentários
Espera-se que os esudanes escrevam um exo disseravo que deenda sua opinião sobre as
demonsrações de que ainda vivemos num país racisa. Sobre isso, eles podem ciar ouras siu-
ações de preconceio racial. O imporane é que aravés das propagandas eles reconheçam que
exisem desigualdades e preconceio énico-raciais muio presenes em nosso país.

Faça o ese!
Educador, caso algum esudane queira saber como a própria escola combae a discriminação
e o preconceio racial, você pode ornecer para eles um ese que se enconra em: Rocha, Rosa
Margarida de Carvalho. Almanaque pedagógico aro-brasileiro. Belo Horizone: Ed. Mazza, 00.
Aravés desse ese é possível descobrir em quais das quaro ases a escola esá: de invisibilidade,
negação, reconhecimeno ou avanço.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
236 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Anexo 1

Atividade de Leitura: Diversidade brasileira

Leia o exo abaixo e responda às pergunas que o seguem:

“Dierenes, mas não Desiguais!”


“Viva a Dierença”80
Esses dois slogans ilusram campanhas de organizações de movimenos pela igualdade racial e
abriram didácas sobre a diversidade. Fazem pare do conjuno de campanhas e ações de denún-
cia de que nem sempre as dierenças são visas como riqueza em nosso país, apesar de o Brasil
apresenar, em sua ace exerna, a imagem do país da diversidade. Por vezes, e não em poucos
casos, algumas dierenças viram sinônimas de deeios em relação a um padrão dominane, con-
siderado como parâmero de “normalidade”. Quando o assuno é diversidade, há sempre um
“mas”, um “ambém”.
Um jovem gay, agredido porque andava de mãos dadas com seu companheiro, pode ouvir, mes-
mo dos que reprovam ações violenas, rases do po: “Tudo bem ser gay, mas precisa andar de
mãos dadas em público, dar beijo?!
Uma mulher víma de esupro, ao sair de uma esa, poderá ouvir: Mas ambém... o que esperava
que aconecesse, andando na rua à noie e de minissaia?”
Numa oura siuação, uma jovem negra que, mesmo possuindo as qualicações necessárias para
uma vaga, não consegue o emprego sob a alegação de não preencher o criério subjevo de “boa
aparência” (abolido legalmene dos anúncios dos jornais, mas não do imaginário das equipes de
recursos humanos), ceramene ouvirá de pessoas muio próximas: “Também, você precisa dar
um jeio nesse cabelo. Assim, “ruizinho”, crespo, ca dicil conseguir um emprego melhor!” Esses
“mas” e “ambém” razem uma caracerísca anga, quando as dierenças e as desigualdades
vêm à ona: de que os/as discriminados/as são culpados/as pela própria discriminação; são culpa-
dos/as pelo esado no qual se enconram (...).

a) O Brasil, como mencionado no exo é reconhecido exernamene como o país da di-


versidade. Sobre isso, cie algumas das riquezas culurais que você idenca no meio
em que vive como maniesações dessa diversidade:
b) “Por vezes, e não em poucos casos, algumas dierenças viram sinônimas de deeios
em relação a um padrão dominane, considerado como parâmero de “normalidade”.
Como você enxerga esse comporameno na sociedade em que vive? Além dos exem-
plos ciados no exo lido, você em ouros exemplos? Quais?
c) A diversidade esá presene na nossa vida e cabe a nós reconhecê-la. Assim, para
você, como é possível melhorar a convivência enre as pessoas e promover a igualda-
de de direios?
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 237

Na Estante

Aqui você enconra uma série de sugesões para aproundar seu conhecimeno sobre a diversida-
de e ormas de preconceio:

Vale a pena ASSISTIR

43

Filme: Billy Ellio – Inglaerra/França. 000. 0 min. Cona a


hisória de um garoo de onze anos que se ineressa por aulas
de balle.

Vídeo: Rerao de Mulher – Brasil. 5 min. Direção: Carmen Barroso. Cona a rajeória de
luas e conquisas da mulher brasileira, de 500 aé o século XX.

Vale a pena LER

BENTO, Maria Aparecida da Silva. Cidadania em preto e


branco. São Paulo: Ed. Áca, .

44

Vale a pena VER


Cenro de Aulas das Relações de Trabalho e Desigualdades: www.ceer.org.br.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
238 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Anexo 2

Atividade em Grupo: Estratifcação social

Leia o recho da música “Sampa” que Caeano Veloso ez em homenagem à cidade de São Paulo
em  e reia, em dupla com o seu colega, a quesão que a segue:

Sampa81
Caeano Veloso – 

(...) Quando eu e encarei rene a rene e não vi o meu roso


Chamei de mau goso o que vi, de mau goso, mau goso
É que Narciso acha eio o que não é espelho (...).

Quesão para refexão:


Cada pessoa em um jeio de ver o mundo e por isso possui uma endência a valorizar o que é
comum ao seu modo de vida e a gerar preconceios a respeio do que é dierene. Sobre isso e o
narcisismo como maneira exagerada de culuar a própria imagem e de viver egocenricamene,
como você enxerga a verdadeira possibilidade de vivermos num mundo sem esracação social
por cor/raça/gênero, por região, idade, ec.?

Anexo 3

Em casa: Diferentes raças e etnias


A seguir emos algumas das mensagens publicadas pela campanha: Onde você guarda o seu ra-
cismo? (00) - Uma iniciava de 0 insuições da sociedade civil que êm como objevo cons-
cienzar a população sobre a responsabilidade de odos na lua conra o racismo. De acordo com
uma pesquisa que serviu de base para a campanha, % dos brasileiros admiem que há racismo
no Brasil, conudo apenas % se reconhecem como racisa. A parr disso, escreva um exo dis-
seravo que deenda sua opinião sobre as demonsrações de que vivemos num país racisa e ao
nal proponha uma maneira de impulsionar e consolidar a igualdade racial em nossa sociedade.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
º ANO DO ENSINO MÉDIO 239

Campanha: Onde você guarda o seu racismo?82

Para saber mais:


(...) A primeira Consuição brasileira83
O Brasil elaborou a sua primeira Consuição em , dois anos depois de sua independência
de Porugal. Anes disso, o Brasil era uma colônia poruguesa e o que vigorava, aqui, eram as leis
dos porugueses. As leis que eles impuseram, aravés da orça e da violência: primeiro, conra os
índios e índias que aqui viviam, depois conra os negros e as negras que eles rapavam na Árica
para escravizar. E, por m, conra as próprias mulheres brancas.
Dessa maneira, desde 500, quando os porugueses chegaram ao Brasil, aé , não eram res-
peiados os Direios dos índios, negros e mulheres de qualquer cor, nem mesmo o mais elemenar
de odos os direios, que é o Direio à vida.
Enre  e , o Brasil eve seis Consuições. Cinco delas ainda excluíam e discriminavam,
de várias ormas, os povos indígenas, as pessoas arodescendenes e as mulheres. Ou seja, mesmo
depois da independência essas consuições não eram democrácas.
A nossa Consuição Federal aual sancionada em , e é muio avançada em ermos de direi-
os, pois dela oram reradas odas as discriminações conra as mulheres, de raça, enia, credo
e orienação sexual e acrescidos direios reparadores das desvanagens acumulados. Para isso,
oram necessárias muias luas. Por udo isso, ela é chamada de “Consuição Cidadã” (...).
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 243

AULA 27: A VIDA É UM PROJETO.

45

A consrução de qualquer Projeo de Vida, seja pessoal, prossional ou amiliar, começa com al-
gumas pergunas exisenciais: Quem sou eu? Que lugares eu ocupo no mundo? Para onde minha
vida deve me levar?
Para responder a essas quesões, além de ser necessário que os esudanes recordem sua hisória
pessoal, é necessário que eles enendam que a vida é um projeo desde o momeno do seu nasci-
meno. Essa compreensão ajuda na elaboração do próprio Projeo de Vida como insrumeno de
realização dos seus objevos.
Esa aula propõe o conao dos esudanes com a própria idendade, hisória de vida e perspec-
va de uuro.

Objetivo Geral

• Ineressar-se pela consrução do Projeo de Vida.


MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
244 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Roteiro

PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO

º Momeno: leiura dos exos: recho de Alice


no País das Maravilhas e “O caminho do cresci-
Avidade: Para meno pessoal”. 0 minuos
conversar.
º Momeno: discussão dos exos com relação
às rases.

Avaliação. Avaliação do educador. 5 minuos

ORIENTAÇÕES PARA AS ATIVIDADES

Atividade: Para conversar

Objetivos

• Incenvar a elaboração do Projeo de Vida de cada um;


• Gerar uma reexão sobre a imporância de planejar o uuro;
• Reer sobre o poder das decisões.

Desenvolvimento

º Momeno
Peça para os esudanes lerem os exos em voz ala, volunariamene, ou sugira que cada um leia
um parágrao (Anexo ). Pergune ao nal da leiura o que eles enenderam sobre os exos, mas
não se preocupe em explicá-los para não inuenciar no debae que se dará no segundo momeno.
Lembre-os de que eles esão enrando numa nova eapa da vida, marcada pelo ingresso na ª
série do Ensino Médio, o que exige deles maior auonomia e responsabilidade nas escolhas.

º Momeno
Peça para os esudanes azerem um paralelo enre as rases para discussão, o recho de Alice no
País das Maravilhas e o exo “O caminho do crescimeno pessoal”. Depois, oriene-os a discur
as armações e procure saber a opinião deles.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 245

As rases armavas para discussão são:


. Aprende-se mais errando.
. Somos reéns do acaso.
. Veno algum é avorável para quem não sabe aonde quer ir.
. Toda escolha em uma inenção posiva.

Se considerar oporuno, você pode projear o vídeo Nunca desisa dos seus sonhos, indicado no
boxe abaixo Vale a pena assisr e promover um debae. Havendo empo, as pergunas ormuladas
no boxe Para reer podem ser discudas na aula.

Para Refer:

“ [...] O sentido da vida é tudo aquilo que nos


encaminha na direção da realização do nosso
projeto. Cada vez que você dá um passo [...] na
direção da consecução do seu projeto, você se realiza
como pessoa. [...] Uma vida sem rumo deve ser como


um barco sem bússola, um flme sem roteiro.84

Para Saber Mais:85


“A única revolução possível é a que se az denro de nós.”
Não é possível liberar um povo sem, anes, livrar-se da escravidão de si mesmo.
Sem [essa revolução inerna], qualquer oura será insignicane, eêmera e ilusória, quando não
um rerocesso.
Cada pessoa em sua caminhada própria.
Faça o melhor que puder.
Seja o melhor que puder.
O resulado virá na mesma proporção de seu esorço.
Compreenda que, se não veio, cumpre a você (a mim e a odos) modicar suas (nossas) écnicas,
visões, verdades, ec.
Nossa caminhada somene ermina no úmulo.
Ou aé mesmo além...
Segue a essência de quem eve sucesso em vencer um império...
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
246 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Para Refer:
Você piloaria um carro sem saber dirigir?
Você se jogaria em alo-mar sem saber nadar?
Você piloaria um avião sem er um cercado que aesasse sua capacidade para piloar?
Você comandaria um navio sem bússola para guiá-lo?

Na Estante

Vale a pena LER

KIM, Rando. Não é ácil ser jovem. Rio de Janeiro: Sexane, 0.

46
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 247

Anexo 1

Atividade: Para conversar

Leia os exos a seguir.

- Podes dizer-me, por avor, que caminho devo seguir para sair
daqui?
- Isso depende muio de para onde queres ir – respondeu o
Gao.
- Preocupa-me pouco aonde ir – disse Alice.
- Nesse caso, pouco impora o caminho que sigas – replicou o
Gao.86

47

O caminho do crescimeno Pessoal87


[...] A consrução de um Projeo de Vida começa quando nosso sonho deixa de ser raado como
uma anasia de uma noie de verão e passa a ser percebido por nós como o mapa de um cami-
nho a ser percorrido, ou o plano de uma ação a ser realizada. O Projeo de Vida é o nosso sonho
passado pelo crivo da razão, da racionalidade.
Enão, eu devo azer pergunas como: “Isso é possível?”, “Como eu devo agir para chegar lá?”, “O
que eu já enho?”, “O que eu preciso conseguir?”, “Onde eu posso conseguir o que me ala?”,
“Qual o primeiro, o segundo, o erceiro passo?”. E vai por aí aora. Quando esruurado com base
na razão e no bom senso, o meu sonho, o meu querer ser, o meu desejo ransorma-se num Pro-
jeo de Vida. Eu sei para onde vou, sei qual o caminho a ser percorrido e sei o que preciso azer
para chegar lá [...].
[...] “Gene”, segundo Caeano Veloso, “nasceu para brilhar”. Nascemos para vencer e para ser
elizes e, para que isso ocorra, emos de ser capazes de sonhar, de ransormar nossos sonhos em
visão inspiradora do uuro e de ransormar – com rabalho, esorço, lua e sacricio, se neces-
sário – a nossa realidade.

Após a leiura dos exos, relacione-os às rases a seguir e discua-as com seus colegas.

“ Veno algum é avorável para quem não sabe aonde que ir


MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
248 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

48
Frases para discussão:
. Aprende-se mais errando.
. Somos reéns do acaso.
. Veno algum é avorável para quem não sabe
aonde quer ir.
. Toda escolha em uma inenção posiva.

Em casa
. Para que você consiga consruir o seu Projeo de Vida com êxio, é preciso desenvolver sua
capacidade de expressão, o que não depende apenas dos conhecimenos adquiridos aravés
dessa proposa e, sim, de algumas esraégias, como:
• Compromisso consane consigo mesmo.
• Parcipação nas conversações em grupo.
• Desenvolvimeno nas avidades de expressão escria.

Sendo assim, qual(is) dessas esraégias lhe parece(m) ineressane(s) para a consrução do seu
Projeo de Vida? Jusque sua resposa.

Responda às seguines pergunas sobre você.


a) Em sua opinião, por que é imporane er um Projeo de Vida?
b) Você já realizou algo ou conhece alguém que alcançou um grande eio aravés de um
projeo raçado? O que oi? Como planejou?
c) Você concorda que sua vida poderá ser mais proveiosa se você ver um Projeo de
Vida? Por quê?

Preencha os espaços abaixo de acordo com o que se pede:


a) Meu passado – Escreva sua hisória de vida:

b) Meu presene – Escreva a siuação na qual você se enconra:

c) Meu uuro – Escreva aonde você quer chegar:


MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 249

AULA 28: RAZÃO SENSÍVEL E ENCANTAMENTO


DO MUNDO.

49

Freud sinezou de maneira exemplar o que seria a grande arona aos seres humanos, orgulhosos
de sua condição racional à qual a naureza deveria se curvar. O criador da Psicanálise chamou a
esse conio de “rês eridas narcísicas da humanidade”, decorrenes do próprio desenvolvimeno
da ciência. A primeira erida eria sido abera por Copérnico, que demonsrou que não é o sol
que gira em orno da erra, mas o conrário, desconsruindo assim a perspecva de que éramos
“o umbigo do universo” apregoada pela radição. O segundo golpe oi deserido por Charles
Darwin, com a demonsração nada lisonjeira de que “descendemos de macacos”. Por m, a úl-
ma grande erida oi abera pelo próprio Freud, que revelou que a maior pare dos aos humanos
se origina de impulsos inconscienes e selvagens, relegando ao “ego” um papel muio menor do
que aquele que nosso orgulho de “seres pensanes” gosaria de reivindicar. Foi ainda Freud quem
demonsrou, no clássico O mal-esar na civilização, o quano vemos que adoecer e nos rusrar,
desenvolvendo oda sore de neuroses, reprimindo ou sublimando nossos insnos – de ordinário
canalizados para o mundo do rabalho –, coagidos como animais enjaulados pela culura que nós
mesmos invenamos.
Mas não ermina nas consaações de Freud a nossa “decepção”. O úlmo grande golpe sorido
pela razão ocidenal oi consaar, após a Segunda Grande Guerra, que um Esado é capaz de pôr
em marcha carnicinas impensável, aravés de insrumenos e concepções assombrosamene ra-
cionais. É um dos saldos inquesonáveis do holocauso judaico, corroborado por ouros exemplos
de esados oaliários, ano de exrema direia como de exrema esquerda, que se desenrolaram
recenemene na hisória.
Aliás, a anga ideia de “hisória” ambém já não se susena mais, à medida que a noção de “pro-
gresso” é amplamene quesonada. A imagem do curso da hisória como algo linear, progressisa,
com uma sea indicando que a vida nunca é para o agora, mas para um “depois” que nunca chega
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
250 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

– uma vida plena sempre adiada, que produz incessanemene para um “amanhã” inalcançável –,
resulou na consaação de que, nesse rimo, nossa própria espécie se enconra ameaçada, juno
às ouras espécies do planea.
E, ao conrário do que pode parecer, essa racionalidade não se impôs ao mundo pelo pensameno
puramene “lógico”: conou com a hegemonia do Crisanismo, com “o projeo bíblico da domi-
nação humana sobre o undameno do mundo. À imagem de um Deus criador de udo, o homem
deve se dedicar a domescar, simulaneamene, o enorno naural e o conjuno social”.88 Para re-
orçar essa concepção, o Crisanismo levou a cabo a proeza de encarnar o mio (Criso) na própria
emporalidade hisórica. Isso demonsra, enre ouras coisas, que aquela preensa “razão pura”
eve ambém suas miologias próprias.
“Toaliarismo do um”, “sociedade programada”, “uliarismo”... Não alam nomes para se azer
a críca dessa orma hegemônica de se pensar. “O macho adulo branco sempre no comando”,
como sinezou Caeano Veloso na música “O esrangeiro”. Nenhum espaço para o sensível, para
o “inúl”, para o diverso, o ouro, o múlplo...
É esse quesonameno que se propõe nesa aula, parndo de um preexo para conversa um
ano inusiado. Vejamos “o que nos dizem os asros”...

Objetivo Geral

• Reer sobre a coexisência de pensameno racional e sensibilidade como um aribu-


o indispensável para o encanameno do mundo.

Material necessário

• Recores do “horóscopo do dia” de algum dos principais jornais da cidade ou do esado.

Roteiro

PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO

º Momeno: Conversação inspirada no “horóscopo 0 minuos


Aividade: O que os do dia”, enre colegas de mesmo signo.
asros nos azem dizer? º Momeno: Socialização das ideias e conversação
com oda a classe. 0 minuos

Avaliação. Avaliação do educador. 5 minuos


MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 251

ORIENTAÇÕES PARA AS ATIVIDADES

Atividade: O que os astros nos fazem dizer?

Objetivo

• Exerciar as sulezas e maleabilidades do pensameno como ormas de encanameno


do mundo, valorizando a inuição da relação ínma enre odas as coisas do planea,
aravés das livres associações e analogias desperadas pela leiura do horóscopo do dia.

Desenvolvimento

º Momeno
Esa aula não em a preensão de legimar como “verdade” a asrologia. Também não preende
desqualicá-la. A ideia é precisamene sair do pensameno binário “verdadeiro x also”. As con-
versações que asseguram os laços sociais e que são pracadas a odo o empo no codiano não
se dão no âmbio da ensão “racional-irracional”, “verdade-menra”. Inclusive são relações que
nem “enram para a hisória”, passageiras que são – passageiros que somos, aliás. Nesse caso,
o que impora é a qualidade da relação que esabelecemos com as pessoas e com as coisas; o
pretexto do qual nos valemos para usuruir bons momenos e boas companhias: pode ser uma
hisória invenada, ou um “relao real” exagerado ou aumenado pelo prazer da narrava, ou
mesmo a inuição de que, de algum modo, odas as coisas do universo esão conecadas. Em
suma: coisas que dão graça à nossa exisência, recursos que apreciamos pelo poder que êm de
expressar a “magia” de esarmos vivos – o que alguns eóricos chamam, muio aceradamene, de
encantamento do mundo. Veremos, enão, como uma conversa banal sobre o horóscopo do dia
– independenemene de se crer ou não em asrologia – pode susciar algo desse encanameno
(Anexo ).
Para começo de conversa, será preciso que os esudanes se reúnam conorme seus respecvos
signos: : Áries; : Touro; : Gêmeos; : Câncer; 5: Leão; 6: Virgem; : Libra; : Escorpião; : Sagiá-
rio; 0: Capricórnio; : Aquário; : Peixes (Anexo ).
Feio isso, permia que conversem, desconraidamene, sem a preocupação de “er que chegar
a algum lugar”, a uma conclusão. É imporane, enão, que se reorce que não é de “crença” que
esamos raando. A “verdade”, para esse momeno, não em imporância; o objevo não é “con-
vencer” ninguém. O que esá em jogo é o prazer de conversar, não é uma ocasião para “debaes”.
Algumas pergunas podem ser eias, para que se criem condições para o diálogo:
- O que geralmene se ala sobre seu signo, em ermos de emperameno? Você concorda?
Algo coincide? O quê? Quando sim, você acha que exise alguma “ligação” mais prounda,
cósmica, enre as coisas, ou é só uma bobagem?
- Foi surpreendene saber que o signo de deerminado colega é o mesmo que o seu? Isso,
para você, é mera coincidência ou pode signicar algo mais? O emperameno de vocês coincide?
Aé que pono? No que se dierenciam nesse aspeco?
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
252 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Em seguida, pode-se parr para a leiura do horóscopo, alimenando com isso a conversa. Disri-
bua enre os grupos as “previsões do dia”, conorme os signos. Ouras pergunas podem ser eias,
além daquelas relacionadas às possíveis “coincidências” – endo sempre em mene que raa-se,
na verdade, de um preexo para se alar sobre a vida, admirar esse lado inrigane da exisência
em companhia dos colegas:
- Os “conselhos” ou os “aleras” das previsões inspiram de alguma orma para cuidados reais com
a vida? Quais? Como?
- Você já omou decisões baseadas em horóscopo? Como oi? Cone!

º Momeno
Permia que os esudanes comparlhem livremene com oda a sala as “especulações asrais”
de seus grupos (Anexo ). Se o clima or de alegria, ano melhor. E é possível que seja, pois esão
“desarmados”, uma vez que odo pono de visa em valor. Aos poucos, inroduza o ema do en-
canameno do mundo, a parr das considerações que seguem.
Se não podem desruar do esauo de “ciência”, ormas culurais como a asrologia são apre-
ciadas porque remeem nosso pensameno àquilo que nos ulrapassa, àquilo de que não damos
cona, uma vez que az pare dos misérios do mundo. E que o mundo “não é miserioso” não
há quem o diga – ainda que cuide de acrescenar que a ciência esá desnada a desvendar ais
misérios.
Mas o que esá em jogo, em odo caso, não é ano a preocupação com a verdade, mas a busca de
ormas cuidadosas de se conduzir no mundo. É uma busca pela alegria, por uma vivência mais har-
mônica, uma necessidade de beleza em relação à vida – é uma verdadeira eséca da exisência.
Tano que, na busca do melhor viver, muias pessoas se rebelam conra ceras écnicas ciencas
que se preendem “verdadeiras dourinas”. É o caso, por exemplo, do número crescene de mu-
lheres que reivindicam o direio de dar à luz seus lhos em casa e de paro naural. Por que aos
ouros e não a elas – quesonam – caberia decidir sobre suas vidas?
Além disso, a inuição de que cada um parcipa do odo, inmamene conecado a ele, embeleza
o mundo: gera uma empaa quase imediaa para com odas as ormas de vida; suscia gesos
delicados no rao com o ouro; nos orna propensos a vivências mais solidárias... é um ema de
ineresse planeário em nossos dias.
O lósoo e escrior Alber Camus aprovava a posura de Galileu Galilei, que, no ribunal da Sana
Inquisição, renegou a eoria de que a erra é que girava em orno do sol. Para Camus, o mundo
nada perdeu com isso, poso que aquela eoria poderia ser comprovada por ouros ciensas a
qualquer momeno. Já a vida de Galilei, sim, precisava ser preservada da ogueira, por se raar de
algo que jamais se reperia no mundo.
Como se vê, não é “pecado” sermos racionais, mas a razão é eséril sem a sensibilidade, que am-
bém nos consui. E o conhecimeno do mundo em inúmeras ormas. Pode ser a “gaia ciência”
de Niezsche; o “amormundi” de Hannah Arend; o “udo é um” de Clarice Lispecor lendo Spino-
za; o “udo que sei é que nada sei” de Sócraes; o preensioso e comovene “eu já sei udo” que só
pode ser pronunciado pelos muio jovens... E pode ser uma grande aposa no improvável, como
ez Guimarães Rosa em um romance ineiramene consagrado aos misérios da vida, à grandeza
da dúvida, e que alvez se “resuma” nesa rase lapidar: “Eu quase que nada não sei. Mas descon-
o de muia coisa”.89
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 253

Avaliação

Observe se os esudanes compreendem que ormas maleáveis e sensíveis de se pensar o mundo


conribuem, para além de uma preensa verdade absolua, para a qualidade das nossas relações
com odas as ormas de vida, encanando a exisência como uma delicada eia em que udo e
odos parcipam.

Em casa: Acaso objetivo (Anexo 4)

Respostas e comentários
Essa avidade não preende que os esudanes açam uma “pesquisa prounda” sobre o auor
que lhes coube pesquisar. Impora observar a qualidade das quesões mobilizadas, como pos-
síveis “elizes coincidências” nesse enconro “casual” enre esudane e escrior. O que esá em
jogo é o ineresse pelas dierenes ormas de vida e pelas hisórias humanas que se desdobram
no mundo e se cruzam, de algum modo, com as nossas. Sendo assim, impora muio valorizar
os insights relaados nos exos dos esudanes e as analogias que broam livremene, quando
relacionam suas experiências de vida e aeos próprios com a biograa e aspecos (ragmenos e
rases, por exemplo) das obras desses auores.

Textos de Apoio ao Educador

Texo 90
É nessa perspecva que podemos apreciar a signicação da asrologia na vida social. […] Pre-
cisamene, porque acenua a “correspondência” global enre o mundo e o indivíduo, o mundo
e os diversos enômenos sociais que o consuem. Em sínese, a separação quesonada acima
– eoria-práca, mene-paixão, ou mesmo naureza-culura, maerial-espiriual –, não parece
mais aual, uma vez que dá lugar a uma organicidade: a do indivíduo e seu enorno, ou ainda, a
do pequeno si individual e o Si que deve realizar.
Traa-se de uma “correspondência” que já não pode ser relegada à ordem da poesia ou à esera,
marginal, do esoerismo ou da mísca. De ao, quer seja reconhecida ou não enquano al, ocupa
um lugar de desaque no espírio do empo. É inúl negá-la ou negar seus eeios, mas é preciso
associá-la a uma ecologia do espírio, à aenção a um “ecossisema” que ende, cada vez mais, a
se impor em odos os domínios da vida social. É nesse sendo que convém enender a asrologia
como um indício signicavo. “Indício” que, no mais próximo de sua emologia (index), ponua
uma ransormação imporane. Indício em meio a muias ouras coisas, sem dúvida: sincresmos
religiosos, relavismos losócos, écnicas espiriuais de oda ordem, mas indício que é ácil de
esgmazar ou marginalizar. Poucos são os que, como Edgar Morin, Gilber Duran ou Jacques
Vanaise, presaram aenção nesse enômeno. […] Resa, porano, omá-lo como indício de uma
relação com o mundo e com os ouros, eia de parcipação, empaa e comunhão. Algo próximo
a esa “biocinese” de que alam os especialisas da vinha e do vinho, domínio por excelência da
ineração, pela qual udo enra em conjunção, numa vasa sinonia, pondo em jogo a erra, a
auna, a ora, que condicionam a ação do homem em suas múlplas realizações.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
254 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

…....................................................................................................................................................................
[E. R. Dodds] mosra, com acuidade, que há momenos em que o racionalismo mais enérgico, a
necessidade moral de assegurar sua responsabilidade codiana, a preensão de ser o senhor do
universo, udo isso às vezes se saura e dá lugar a dourinas irracionais, de diversas ordens, em
cujo quadro enconramos a asrologia. [...]
…....................................................................................................................................................................
[…] raa-se de um real “exalado”. Ou seja, de um real ampliado, que inegra o que o posivismo
ende a considerar “irreal”. É um real enriquecido de odo esse “irreal”, que é o onírico, o lúdico,
o imaginário. […] Traa-se de uma indierença, de ao, alamene criadora, que não se baseia na
recusa ou no medo da vida, mas, ao conrário, na armação dessa “vida-aqui”, vivível apesar ou
graças ao deerminismo que a pressiona. […]

Texo 91
O homem desenvolveu vagarosa e laboriosamene a sua consciência, num processo que levou um
empo inndável, aé alcançar o esado civilizado (arbirariamene daado de quando se invenou
a escria, mais ou menos no ano 000 a.C.). Esa evolução esá longe da conclusão, pois grandes
áreas da mene humana ainda esão mergulhadas em revas. O que chamamos psique não pode,
de modo algum, ser idencado com a nossa consciência e o seu coneúdo.
Quem quer que negue a exisência do inconsciene esá, de ao, admindo que hoje em dia
emos um conhecimeno oal da psique. É uma suposição evidenemene ão alsa quano a pre-
ensão de que sabemos udo a respeio do universo sico. Nossa psique az pare da naureza, e o
seu enigma é, igualmene, sem limies. Assim, não podemos denir nem a psique nem a naureza.
Podemos, simplesmene, consaar o que acrediamos que elas sejam e descrever, da melhor ma-
neira possível, como uncionam. No enano, ora de observações acumuladas em pesquisas mé-
dicas, emos argumenos lógicos de basane peso para rejeiarmos armações como “não exise
inconsciene”. Os que azem esse po de declaração esão expressando um velho misoneísmo – o
medo do que é novo e desconhecido.
Há movos hisóricos para esa resisência à ideia de que exise uma pare desconhecida na psi-
que humana. A consciência é uma aquisição muio recene da naureza e ainda esá num eságio
“experimenal”. É rágil, sujeia a ameaças de perigos especícos e acilmene danicável. Como
os anropólogos já observaram, um dos acidenes menais mais comuns enre os povos primivos
é o que eles chamam “a perda da alma” – que signica, como bem indica o nome, uma rupura
(ou, mais ecnicamene, uma dissociação) da consciência.

Texo 92
Queremos saber
Gilbero Gil

Queremos saber
O que vão azer
Com as novas invenções
Queremos nocia mais séria
Sobre a descobera da anmaéria
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 255

E suas implicações
Na emancipação do homem
Das grandes populações
Homens pobres das cidades
Das esepes, dos serões

Queremos saber
Quando vamos er
Raio laser mais barao
Queremos de ao um relao
Rerao mais sério
Do misério da luz
Luz do disco voador
Pra iluminação do homem
Tão carene e soredor
Tão perdido na disância
Da morada do Senhor

Queremos saber
Queremos viver
Conanes no uuro
Por isso se az necessário
Prever qual o inerário da ilusão
A ilusão do poder
Pois se oi permido ao homem
Tanas coisas conhecer
É melhor que odos saibam
O que pode aconecer

Queremos saber
Queremos saber
Todos queremos saber
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
256 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Na Estante

Vale a pena VER

Uma breve e proveiosa enrevisa com o sociólogo rancês Michel Maesoli, realizada
em abril de 0 em São Paulo. Disponível em <hp://vimeo.com/>. Acesso em
seembro de 05.

Vale a pena LER

Homo Ludens – Johan Huizinga, ediora Perspecva93


“Homo Ludens é a obra mais imporane na losoa da hisória em
nosso século. Escrior de ineligência aguda e poderosa, ajudado por
um dom de expressão e exposição que é muio raro, Huizinga reúne
e inerprea um dos elemenos undamenais da culura humana: o
insno do jogo. Lendo ese volume, logo se descobre quão proun-
damene as realizações na lei, na ciência, na poesia, na guerra, na
losoa e nas ares são nuridas pelo insno do jogo”.
50

Demian94
Emil Sinclair é um jovem aormenado pela ala de resposas às
suas quesões sobre o mundo. Ao conhecer Max Demian, um cole-
ga de classe precoce e carismáco, Sinclair se rebela conra as con-
venções de seu empo e embarca em uma jornada de descober-
as. Publicado pela primeira vez em , ese clássico reee os
quesonamenos de Hermann Hesse, vencedor do Prêmio Nobel
de Lieraura em 6, acerca da naureza humana, com suas con-
radições e dualidades. Inuenciado pelas ideias de Carl Jung, un-
dador da psicologia analíca, Hesse descreve o processo de busca
51 do indivíduo pela realização inerior e pelo auoconhecimeno.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 257

Vale a pena ASSISTIR


Indicado ao Oscar de documenário em 00, "Camelos Tam-
bém Choram" é lme dierene e em um lado encanador. Foi
realizado pela dupla Byambasuren Davaa e Luigi Falorni e ganhou
prêmios de melhor documenário nos esvais de Buenos Aires,
Bavária, Indianápolis, Karlov Vary e ouros.
A hisória é muio simples. No desero de Gobi, na Mongólia, uma
amília de navos nômades percebe que uma mamãe camelo rejei-
a seu lho mais novo, um raro camelo albino. Isso é um problema
grave para a sobrevivência do bebê.
A amília enão recorre a dois garoos que arão uma longa via-
52 gem pelo desero com uma úlma esperança: razer um músico,
que poderá azer a camelo mãe mudar de ideia e aceiar o lho.
Filmado com pessoas comuns e com uma oograa noável, o lme az pequenos apona-
menos crícos (a modernidade chegando a região na orma de compuadores, jogos e TV).
Nauralmene, raa-se de um longa leno e especial. Arme-se de sensibilidade e paciência
e desrue-o.95
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
258 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Anexo 1

Texo: Razão Sensível e Encanameno do Mundo


Você sabe se a erra é redonda? Pen-
se bem. Sabe mesmo? Quando e
como você soube? Você já “oi lá” e
comprovou essa inormação? Onde e
como oi vericar com seus próprios
olhos? Quando?
Essas pergunas parecem disparaa-
das e, de cera orma, são mesmo
ingênuas. Mas só de cera orma. Se
as omássemos como provocações,
poderiam desencadear uma con-
53 versa quase inerminável e basane
proveiosa. Isso porque, em om um
pouco asucioso, elas quesonam nossa relação com os saberes que reproduzimos nauralmene,
com a maior segurança – anal, são saberes ciencos... Mas quase udo que a ciência descobre
não pode ser comprovado por pessoas comuns como nós. O que nos resa é acrediar ou não,
dependendo da credibilidade que aribuímos às ones de onde parem essas inormações – inclu-
sive nas escolas. Enão, rigorosamene alando, a nossa relação com saberes que valorizamos por
serem ciencos quase sempre passam por uma quesão de “é”, pois não emos os insrumenos
necessários para rar a prova e nos auorizar a dizer: “eu vi com meus próprios olhos”.
Mas nada nos obriga a alar rigorosamente o empo odo. A maior pare do empo, nos momenos
mais inensos e graciosos da nossa vida, não esamos ineressados em comprovar “a verdade” do
mundo. Ainda bem. A vida não seguiria adiane se, a odo o empo, precisássemos de enciclopé-
dias para decidir por cada ao diário nosso. O mundo não esá “explicado” e o que oriena nossos
enconros e alegrias codianos é a conversa comum. Conversa de gene que se espana com o
ao de esar no mundo, gene que se alegra em esar com os ouros, quando uma boa dose de
“conversa ada” e de exagero dos aos que narramos conere graça ao exisr nosso de cada dia.
Anal, ninguém sabe, com cereza, por que é que a vida exise – e não sabendo mesmo é que a
invenamos e reinvenamos sempre. Como diz o poea Manoel de Barros: “Tudo que não inveno
é also”.
E para esse rabalho criavo que é viver, qualquer preexo de conversa serve. Quer ver?
Começando:
– Você já leu o horóscopo de hoje?
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 259

Anexo 2

Atividade: O que os astros nos fazem dizer?

º Momeno
Esa não é uma aula sobre asrologia, que inclusive não em validade cienca nem losóca, e
não é uma religião. Porano, na conversa aqui proposa, o objevo não é deender nenhuma
crença. Você e seus colegas não vão procurar a verdade; apenas conversar, alando dessa coisa
enorme que se chama vida e que, no undo, cada um enende de um jeio – e sempre muda de
opinião... Não ineressa o que o horóscopo de hoje esá dizendo – ineressa o que ele nos az dizer
sobre a vida e sobre nossos enconros com os ouros; como ele dispara pensamenos que, nos
momenos mais banais e codianos, nos conduzem à conversação sobre o ao de esarmos no
mundo, em que udo é movo para surpresas e encanamenos – inclusive a coincidência corri-
queira de enconrarmos pessoas cuja daa de nascimeno é a mesma que a nossa.
Em que dia você nasceu?
Porano, o seu signo é...?

June-se aos colegas de mesmo signo, para um começo de conversa. Uma prosa que poderia co-
meçar assim: “Você acredia em asrologia?”. Ou assim: “Nossa! Você ambém é de escorpião!”
Ou de libra, ou de gêmeos, ou... Por ora o que impora é você se junar aos colegas cujos nasci-
menos são próximos de ou coincidem com o seu. Enão, siga a sua urma, conorme a daa do
seu nascimeno:
: Áries ( de março a 0 de abril)
: Touro ( de abril a 0 de maio)
: Gêmeos ( de maio a 0 de junho)
: Câncer ( de junho a  de julho)
5: Leão ( de julho a  de agoso)
6: Virgem ( de agoso a  de seembro)
: Libra ( de seembro a  de ouubro)
: Escorpião ( de ouubro a  de novembro)
: Sagiário ( de novembro a  de dezembro)
0: Capricórnio ( de dezembro a 0 de janeiro)
: Aquário ( de janeiro a  de evereiro)
: Peixes (0 de evereiro a 0 de março)

“Você acredia em asrologia?”. Vale “sim”, vale “não”, vale “mais ou menos”, “alvez”, “depende”,
“quem sabe”, “de vez em quando” ...
O ao de saber que deerminados colegas são do mesmo signo que você despera algum pensa-
meno especial? Essa anidade o az pensar em algo? Em quê? Traa-se apenas de um acaso ou
isso parece “coisa do desno”?
Dê asas à imaginação e aos pensamenos aé brincalhões que a simples leiura do horóscopo do
dia pode desperar, quando um assuno sem a menor imporância serve de preexo para uma
conversação agradável sobre o prazer de nos enconrarmos com os ouros no mundo.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
260 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Anexo 3

Atividade: O que os astros nos fazem dizer?

º Momeno
Comparlhe com os colegas da sala as ideias que surgiram no seu grupo. Conversem, conorme as
quesões levanadas pelo educador.
Para auxiliá-lo, seguem algumas considerações.
Como dio aneriormene, asrologia não é ciência, nem ilosoia, nem religião. Nesa aula,
o que impora é observar como, na dinâmica do coidiano, embora não esejamos “azendo
poesia”, nossas conversas cosumam ser basane poéicas – o pensameno, nessas ocasiões,
não unciona de maneira “rea” e “lógica”, mas circular: alguém diz uma coisa, que remee a
uma oura coisa, que leva a oura, que nos lembra ouras e assim por diane, como se odas
as coisas esivessem ligadas enre si. Essas “volas do pensameno” azem as coisas do mundo
parecerem “amiliares”, “irmãs” umas das ouras. É um pensameno que não é lógico, mas
analógico, e é um recurso preciosíssimo para a leiura de lieraura – especialmene poesia.
Aliás, um dos maiores poeas da língua poruguesa, Fernando Pessoa, não deixou de noar (e
anoar) essa qualidade do pensameno, e escreveu que, nessa dinâmica,

“ A inteligência, de discursiva que naturalmente é, se torna


analógica, e o símbolo poderá ser interpretado.96


Desse processo amplo de pensameno resula o que diversos pensadores chamam de “razão
sensível” ou encantamento do mundo. O oposo disso é um mundo cru e duro. E é luando
conra a dureza e a crueza do mundo que nos ornamos humanos.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 261

Anexo 4

Em casa: Acaso objetivo


Localize na lisa abaixo o escrior que em o mesmo signo que o seu. Faça uma pequena pesquisa
sobre a vida e a obra dele e redija um breve exo, considerando:
- Desperou em você alguma empaa a coincidência de signo?
- A vida do auor pesquisado é ineressane? Em quais aspecos?
- E a obra? Desperou o seu ineresse, de alguma orma? Como?
- Se o ao de ele ser do mesmo signo que você pudesse inererir na sua vida, de que maneira
você gosaria que isso se desse? Quais as habilidades que ele eve em relação ao mundo que você
gosaria de er?
- Se o ao de ele ser do mesmo signo que você pudesse inererir na vida dele, quais as qualidades
suas que você gosaria que ele vesse do?
: Áries – Rubem Braga
: Touro – Hilda Hils
: Gêmeos – Fernando Pessoa
: Câncer – George Orwell
5: Leão – Cora Coralina
6: Virgem – Lygia Bojunga
: Libra – Oscar Wilde
: Escorpião – Cecília Meireles
: Sagiário – Adélia Prado
0: Capricórnio – Simone de Beauvoir
: Aquário – Elizabeh Bishop
: Peixes – Gabriel García Márquez
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
262 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

AULA 29: SENSIBILIDADE, PERCEPÇÃO E


MANIFESTAÇÕES ARTÍSTICAS.

54

Ser compeene nos âmbios pessoal, inerpessoal, social e prossional requer um aprimoramen-
o connuo da sensibilidade e da percepção da mudança incessane em orno de nós e em nosso
inerior. A aenção do educador às percepções dos esudanes – como percebem, o que perce-
bem e por que percebem – pode ajudar a desenvolver pessoas capazes de ver o mundo com oda
a sua riqueza, variedade e encano, com menos disorção e mais riqueza de maerial para suas
experiências de vida.
A qualidade da parcipação de uma pessoa nas avidades e no mundo é direamene inuenciada
por seu nível de percepção: ela pode limiar-se a dar resposas reexas rápidas ao que ocorre no
ambiene, ou seguir auomacamene um movimeno de reação iniciado por ouras pessoas, sem
muia reexão - duas ormas “imauras” de parcipação. Mas ambém pode suspender a ação
imediaa para inspecionar os dados de que dispõe, organizar, analisar, inerprear, consular a si
mesma, seus valores, senmenos, experiências aneriores... Ou seja: conemplar anes de agir.
A riqueza das percepções não depende do meio, e sim da aenção que a pessoa dá ao meio. A
origem lana da palavra perceber deixa isso muio claro: percipere, que signica tomar posse de,
ober. No ao de perceber exise um elemeno de querer apreender o objeo percebido, xá-lo,
recuperá-lo, e poder reenconrá-lo. Anal, é por meio da percepção que a maéria prima do pen-
sameno se orna disponível para uso.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 263

As maniesações arscas, parimônio humano inigualável em diversidade e em ausência de


limies emporais e espaciais, são elemenos de grande orça e riqueza para a consciência e a
aberura da percepção. A are dá acesso à experiência e à percepção de ouros seres humanos de
odos os empos e espaços, e em o poder de nos levar à descobera de nossas semelhanças in-
quesonáveis. O escrior Íalo Calvino usou a expressão “rede porál de possibilidades innias”,
capaz de norear odos os gesos de uma exisência, reerindo-se à lieraura.
Descobrir a maravilha da percepção é condição para aprender a selecionar adequadamene o que
apreender e o que deixar de lado nese século XXI em que os ambienes se superpõem, invadem
uns aos ouros e nos inundam com sobrecarga de inormações. Para ajudar o jovem nessa desco-
bera, dedicamos esa aula a uma visão da diversidade das ares e de sua imporância ano para
uma vida plena como para um renameno de sensibilidade e percepção críca, compeência
undamenal para “viajanes” do século XXI.

Objetivos Gerais

• Compreender a relação de inuência enre o que se observa e percebe (repara) e a


capacidade de ver o mundo em sua riqueza e variedade com um mínimo de disorção.
• Idencar as dierenes maniesações da are.
• Tomar consciência do próprio nível de conao com are e expliciar preerências.
• Idencar possibilidades de acesso à are no século XXI.

Materiais Necessários
• Lápis de cor ou canea hidrocor para marcação de leiura (em avidade individual);
• Uma olha de papel sule ou similar para cada esudane (para a avidade “o som do
papel”);
• Um ubo de papel (que pode ser de papelão ou improvisado com uma olha de papel
simples).
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
264 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Roteiro

PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO

Sequência de exercícios de
percepção:
• O som do papel ( min);
• Olhar e ver ( min); Encadeameno de  exercícios de direcio-
• Olhar em busca ( min); nameno de aenção e olhar, seguido de 5 minuos
comenários de conclusão.
• Olhar na are
( momenos –  minuos
e depois  min);
• Conclusão.

Exercício de percepção da própria leiura


em um exo lierário. (Se possível e opor-
Avidade: As cores da
uno, comenário do educador chamando 5 minuos
minha leiura.
a aenção para os dierenes olhares nos
exos).

Avidade: As  ares do
Leiura individual. 0 minuos
século XX.

Avaliação. Observação do educador. 5 minuos

ORIENTAÇÕES PARA AS ATIVIDADES

Atividade: Sequência de atividades de percepção

Objetivos

• Experimenar e dierenciar modos de observar os evenos e o mundo ao seu redor.


• Consaar que a riqueza das percepções não depende do meio em si, e sim da aenção
que se dá a ele.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 265

Desenvolvimento

O educador dá as insruções para uma sequência de avidades curas que devem ser realizadas
em silêncio e de maneira ordenada. No nal, o educador comena as reações e observações dos
esudanes e desaca alguns ponos mais imporanes (expliciados mais adiane).

Esas são as insruções a ransmir aos esudanes: (É imporane respeiar o empo previso para
cada eapa.)
. O som do papel ( minuos)
• 10 segundos com o ouvido no papel (em busca do som do papel).
• 15 segundos agiando a olha de papel no ar, segurando-a por uma pona (produzindo
o som com papel).
• 10 segundos amassando a olha de papel (produzindo ouro som com papel).
• 10 segundos desamassando a olha de papel (produzindo mais um som dierene com
papel).
• 15 segundos agiando a olha de papel desamassada no ar, segurando-a por uma pona
(silenciando o som do papel).

. Olhar e ver ( minuo)


Olhar para rás e procurar regisrar na memória udo o que normalmene não vê, já que
normalmene, em aula, se olha muio mais para a rene e para os lados.

. Olhar em busca ( minuos)


Fazer uma lunea dobrando uma olha de papel e segurá-la nessa posição diane do olho.
Dirigi-la denro da sala como se esvesse lmando. Dar um nome a seu “lme” e “arqui-
vá-lo” na memória.

. Olhar na are
° momeno ( minuos): Examinar as obras de are reproduzidas no Anexo  e, se possí-
vel, projeadas pelo educador.
° momeno ( minuos): Reexaminar as mesmas obras de are reproduzidas no Anexo ,
agora com a inenção de arquivá-las na memória, com oal liberdade de criério – pode
ser goso, po, cor, eslo, nome do arsa... Qualquer escolha é válida, já que se raa de
uma organização inerna da percepção. (Se alguém maniesar desejo de anoar para aju-
dar a regisrar, nada conra!)

. Conclusão
A ideia é levá-los a noar que (a) a inenção é deerminane na qualidade da observação e
da percepção; (b) aprender a capurar e esabelecer caegorias para os esmulos é condi-
ção para abrir horizones e iniciar uma rajeória de experiências que levam à sabedoria; e
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
266 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

(c) qualquer elemeno exerno, com aenção e inenção, pode ser relacionado ao mundo
inerno e servir de apoio para a reexão. Alguém já disse que um olo pode olhar para o
universo e nada enxergar, mas um sábio pode olhar para a pona de um alnee e a parr
dela imaginar o universo.

Parece muia coisa para alcançar em poucos minuos? Não se preocupe. Sabedoria é coisa ardia,
mas, como udo na vida, começa em semene que precisa de condições para broar em algum mo-
meno. É por isso que usamos acima a palavra “noar”, no sendo de “reparar, observar, aenar”.
Num primeiro momeno, já é um avanço imporane que os esudanes notem que a inenção de
capar mais e melhor muda a qualidade da aquisição de esmulos e inormações; e o progresso
é ainda mais signicavo se, além disso, eles se derem cona de que podem criar inernamene
muias caegorias que vão além do “goso/não goso” e do “bonio/eio”, que bloqueiam anas
ouras possibilidades de percepção.
Nos ponos a seguir você enconra algumas anoações que podem ajudar a siuar, organizar e
orienar seus comenários a parr das resposas dos esudanes.
• Perceber e selecionar: selecionar é escolher ou rejeiar as percepções. Abrir-se para
perceber é pré-requisio para uma vida mais criava e dinâmica. Há pessoas hoss
ou indierenes à culura e às ares (o que gera esreieza de espírio); há ouras que,
ao conrário, querem udo absorver; os mais produvos e criavos são os que conse-
guem um bom equilíbrio na seleção das percepções.
• Percepção e experiências pessoais: o meio é vaso demais para que alguém possa
conhecê-lo oalmene. Cada novo elemeno percebido abre uma rede de possibilida-
des de novos signicados e descoberas. Cada um cria suas próprias esraégias para
eviar a sobrecarga, e por isso ende a perceber o que é signicavo à luz de suas
próprias experiências.
• Perceber e criar: criar supõe uma cera “gula” para perceber e disposição para criar
novas caegorias e modos mais exíveis e porosos de organizar o que se percebe.
Quano mais variadas orem as caegorias que uma pessoa esabelece para organizar
suas percepções, mais acilidade vai er para “recuperá-las” ou acessá-las (esse é o
sendo do segundo momeno da avidade “Olhar na are”).
• Quano mais recursos inernos mobilizarmos para perceber, mais penerane é a
percepção.

Atividade: As cores da minha leitura (Anexo 2)

Objetivo

• Idencar e regisrar dierenes pos de impaco da leiura de lieraura sobre o leior.


MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 267

Desenvolvimento

Os esudanes leem individualmene os dois rechos proposos (um poema de Carlos Drummond
de Andrade e um recho da auobiograa de Jean-Paul Sarre em que o lósoo revela suas dicul-
dades de criança soliária). Ambos oram escolhidos por sua qualidade lierária e pela abundância
de exemplos que oerecem de dierenes impacos possíveis nos leiores (empaa, idencação,
desconhecimeno de vocabulário, surpresa, emoção...). Espera-se, é claro, que os exos ambém
agradem aos esudanes e desperem a vonade de prosseguir a leiura desses e de ouros auores.
Para que serve pedir que o esudane idenque os impacos que a leiura lhe causa?
Nosso modo de perceber inuencia a maneira como organizamos nossas lembranças e impressões.
Na maioria das siuações escolares, os esudanes recebem esruuras pronas para organizar o que
percebem (nos livros didácos, nos exercícios, nas insruções...). Mas a maioria das experiências de
nossa vida não vem com insruções sobre o que devemos azer e como podemos organizar. E é aí
que enra a necessidade e a imporância de desenvolver uma esruura de organização inerna que
aça sendo. Esa avidade é um exemplo simples de rabalho de educação no sendo de avore-
cer essa organização inerna que só o próprio esudane pode empreender. Recorrer a esse po de
anoação pode avorecer e aciliar ouras leiuras em dierenes siuações e disciplinas, o que, por
sua vez, reorçará a consrução de uma “organização inerna que aça sendo”.
Os dierenes olhares que aparecem nos dois exos podem ser um assuno rico e dar “bom pano
para manga”, se o educador ver oporunidade de azer comenários em algum momeno da a-
vidade: no exo de Sarre, o olhar de admiração do menino, o não-olhar das ouras crianças que
brincam no parque, o olhar aeuoso e compreensivo da mãe, o olhar do menino com relação a
si mesmo (uma espécie de super-herói no “poleiro” do aparameno e um racoe na presença de
ouras crianças); no poema de Drummond, o olhar irônico que arma ver uma igualdade genera-
lizada e uma só dierença, que ele siua em quem cria/produz oda a diversidade que ele arma
como “igual”.

Atividade: As 11 artes do século XXI (Anexo 2)

Objetivos

• Idencar os âmbios das dierenes modalidades de maniesação arsca (as 


ares) e suas possibilidades de ineração, combinação e superposição;
• Perceber o nível de abrangência e diversidade de seu conao com as dierenes mani-
esações arscas.

Desenvolvimento

Leiura individual do exo e da lisa, seguida de comenários de exrapolação, exemplos e conclu-


são, coordenados pelo educador. O assuno será reomado na avidade de casa, por isso é bom
esclarecer evenuais dúvidas e razer exemplos para deixar claro de que modo cada uma das ares
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
268 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

esá presene na vida dos esudanes, mesmo que por vias indireas. É o momeno, ambém, de
enazar a disponibilidade local de acesso às dierenes ares e a imporância da aberura para co-
nhecer dierenes maniesações arscas, em lugar de se echar no “goso/não goso”.

Avaliação

Convém vericar se os esudanes enenderam a imporância da ampliação de caegorias de per-


cepção. Basicamene, pode-se vericar se eles connuam apegados aos binômios básicos de “gos-
o/não goso” e “eio/bonio”, ou se conseguiram ampliar as possibilidades com caegorias como,
por exemplo, "não sei o que me causa, mas não é indierene", "indierene", "me incomoda", “me
deixa nervoso”, “me az lembrar alguém ou algo”, “preciso saber mais”, “me provoca agiação”,
“me acalma”, “me az viajar”, “me az sonhar” e assim por diane. Essas novas caegorias são a
base para a aberura de novos horizones, e, se aparecerem nos comenários, o educador pode
considerar que o rabalho oi ruero.

Em casa (Anexo 3)
) Móbile: Eu e as ares
A avidade dá oporunidade ao esudane para revisar e organizar o que oi lido em aula sobre as
 ares do século XXI, e ambém para siuar-se com relação ao espaço de cada uma dessas ma-
niesações em sua vida aé o momeno. Não há resposas ceras ou erradas: há, iso sim, poras
que podem se abrir para novas possibilidades de aprimorameno, renameno de percepção e
criavidade, por inermédio do conao com are.
Uma conversa com o educador sobre o móbile individual pode ajudar o esudane a idencar
possibilidades de ampliar e aprimorar seu convívio com a are, levando em cona suas caracerís-
cas pessoais, seu goso e a disponibilidade de recursos na comunidade. É imporane lembrar que
não se raa de uma quesão de “culvar-se” para ser mais adequado, e sim de exercer seu direio
de acesso a um parimônio culural que lhe permie ampliar horizones e melhorar sua capacidade
de ver o mundo em oda a sua diversidade e riqueza.

2) Visita virtual a um museu


O que se em em mene ao propor a visia virual a um museu de sua escolha é que o esudane
descubra essa possibilidade de acesso ao parimônio culural e arsco, enha um primeiro con-
ao com o acervo, siue-se na maneira especíca como o acervo é organizado, dirija sua aenção
a obras de are e perceba suas próprias reações diane das mesmas.
Pode-se sugerir aos esudanes que experimenem pelo menos um museu brasileiro e um museu
de ouro país. O educador pode chamar a aenção para o ao de que alguns museus não êm
inormações em poruguês, e lançar o desao da experiência de oura compeência essencial do
século XXI: a disposição para o exercício mullíngue. Cabe indicar o uso de dicionários, e ambém
o recurso de radução de páginas oerecido por Google. Oura possibilidade é sugerir que o esu-
dane ene enender na língua esrangeira que aprende na escola ou em espanhol – disponível na
maioria dos museus viruais – valendo-se das semelhanças com o poruguês. Todos esses recur-
sos são válidos e úeis para o desenvolvimeno das compeências para o século XXI.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
º ANO DO ENSINO MÉDIO 269

Na seção “Vale a pena ver”, lisamos vários links para visias viruais a museus. O educador pode
deixar que os esudanes escolham livremene, porém, em alguns casos, é melhor ornecer uma
lisa de alernavas para a avidade de casa, especialmene quando a disponibilidade de conexão
ou de empo or mais resria.

Textos de Apoio ao Educador

A conracapa do livro Balaio: Livros e leituras, de Ana Maria Machado*, já deixa claro por que ler
lieraura é imporane:
“É necessário que uma sociedade que se quer democráca seja capaz de
garanr a odos o acesso aos primeiros livros de lieraura. E, em seguida,
mosrar o caminho para que o leior possa seguir sozinho com as leiuras
que irão acompanhá-lo por oda a vida. Só livro didáco ou leiura de apri-
morameno prossional e inormação sobre o mundo são absoluamene
insucienes. Nem ao menos são prioriários. É preciso ler lieraura, em
diea variada, incluindo livros dierenes, de auores diversos, de eslos
variados, de muias épocas. Nada se compara a ela a esse respeio.”
“Ao não ler a palavra, os povos subsuem essa avidade por uma mera
leiura de imagens, que vem se somar à sua leiura do mundo imediao
que os cerca. São leiuras imporanes, mas que não basam. Populações
que se limiam a elas viram presas áceis da supercialidade e dos chavões
dos discursos vazios, enganadores e populisas.”
“Em ouras palavras, para car bem claro: leiura de lieraura é um pas-
seio, não é uma expedição comercial ineressada em ober vanagens,
cuja imporância possa ser medida em ermos uliários para o consumo.
Não é um ao predador, é um momeno de prazer.”

Mais adiane, Ana Maria Machado cia o escrior e lósoo ialiano Íalo Calvino, que armou que
há coisas que só a lieraura pode nos dar. Uma delas é a incorporação, pelo leior, de uma rede
porál de possibilidades innias, capaz de norear odos os gesos de sua exisência.

* A escriora brasileira Ana Maria Machado ocupa a cadeira número  da Academia Brasileira de
Leras desde 00. Foi a primeira vez que um auor de livros inans oi eleio para a ABL.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
270 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Na Estante

Vale a pena LER

55

Livros e leiuras, de Ana Maria Machado, Ediora Nova Froneira.

A Hisória da Are, de E. H. Gombrich, Ediora LTC .

56

Vale a pena VER


Links para visias viruais a museus e ouras insuições culurais

• Museu de Are Moderna de São Paulo: hp://mam.org.br/colecao/


• Museu Virual de Brasília: hp://www.museuvirualbrasilia.org.br/PT/
• Museu Virual de Ouro Preo: hp://www.museuvirualdeouropreo.com.br/
• Capela Sisna: hp://www.vacan.va/various/cappelle/sisna_vr/index.hml. (Não é um
museu, mas a possibilidade de ver bem de pero as maravilhas desse local vale ouro!)
• Museu Van Gogh: hp://www.vangoghmuseum.nl/vgm/index.jsp?page=56&lang=en
• Museu do Louvre: hp://www.louvre.r/
• Brish Museum: hp://www.brishmuseum.org/
• Museu Virual do Iraque: hp://www.virualmuseumiraq.cnr.i/prehome.hm
• Galeria Nacional de Ares (Esados Unidos): hp://www.nga.gov/exhibions/webours.hm
• Museu virual de ares japonesas: hp://web-japan.org/museum/menu.hml
• Museu sem roneiras: hp://www.explorewihmwn.ne/index.php. (Uma proposa ex-
cepcionalmene rica e diversicada, num espírio de aliança de dierenes civilizações)
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 271

• Museu Egípcio Virual: hp://www.virual-egypan-museum.org/


• Fundação Gala-Salvador Dalí: hp://www.salvador-dali.org/museus/eare-museu-
-dali/en_visia-virual/
• Museu do Prado (Espanha): www.museodelprado.es
• Museu Picasso: hp://www.museupicasso.bcn.ca/es/
• MASP - Museu de Are de São Paulo: hp://masp.ar.br/masp00/index.php
• MoMA – Museu de Are Moderna (New York): hp://www.moma.org/

(Todos os links acima oram vericados e conrmados em julho e agoso de 0).

Cursos de are grauios on-line


No século XII, quando surgiram as primeiras universidades, na Europa, quem quisesse cursar algu-
ma delas precisava er uma boa siuação econômica e condições de insalar-se em uma das pou-
cas cidades universiárias da época: Paris (França), Oxord (Inglaerra), Saler (Iália), Monpellier
(França) ou Bolonha (Iália). No século XXI é possível azer cursos on-line em algumas das melho-
res universidades do mundo, e muios deles são grauios. Lisamos a seguir rês desses cursos
ligados a Are (e uma busca na Inerne permie idencar um bom número de alernavas). Os
cursos em ouras línguas podem ser um exercício ineressane para a práca de ouros idiomas,
em um rabalho conjuno com educadores de línguas esrangeiras, quando a escola ver essa
possibilidade.
• Are como culura: concepções e problemazações (Unesp):
hp://barnard.ead.unesp.br/login/index.php
• Eséca e Filosoa da Are (Oxord Universiy):
hp://www.philosophy.ox.ac.uk/podcass/aeshecs_and_he_philosophy_o_ar -
• Are no Tempo: Uma Visão Global: hp://www.learner.org/courses/globalar/

Todos os links acima oram vericados e conrmados em julho de 0.


MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
272 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Anexo 1

Atividade: Sequência de atividades de percepção

Seu educador vai ornecer as insruções para a sequência de avidades abaixo. É imporane que
elas sejam eias em silêncio. Você poderá azer comenários depois, no momeno da conclusão.
• O som do papel ( min)
• Olhar e ver ( min)
• Olhar em busca ( min)
• Olhar na are

57

Pinura mural pré-hisórica de 6 mil anos, Vallon-Pon d’Arc (França)

58

Guernica, de Pablo Picasso ()


MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 273

59 60
Rerao de seu lho Nicolas, A mãe do arsa, de Albrech Dürer (5)
de Peer Paul Rubens (cerca de 60).

61
Quaro de hoel, de Edward Hopper ()
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
274 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

62
Noie esrelada, de Vincen Van Gogh ()

63

Combae de carnaval e quaresma, de Pieer Bruegel (55)


MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 275

64

Convergência, de Jackson Pollock (5)

66

65 O grio, de Edvard Munch (0)

Saudade, de Almeida Júnior ()


MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
276 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

67
A vaidade, de Edward Collier (66)

68

O Nascimeno de Vênus, de Sandro Boccelli (6)


MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 277

Anexo 2

Atividade: As cores da minha leitura

“ Por meio da leitura os seres humanos podem se


encontrar, podem assimilar algo da experiência dos
outros. Minha experiência pessoal me ensina que
jamais aprenderei a ler tão bem quanto necessitaria.
O aprendizado da leitura não cessa jamais. (...)
Quem lê poesia, romances, peças de teatro, ensaios,
crônicas, de fato está lendo a vida. Aprender a ler,


então, é como aprender a viver: não termina nunca.98

Leia os dois exos a seguir. Use lápis de cor ou caneas coloridas para azer as marcações
soliciadas, durane a leiura.
• Se uma pare do exo lhe parece conusa, sublinhe-a usando marrom.
• Se uma pare do exo parece er uma ligação com sua própria vida, sublinhe-a usan-
do roxo.
• Oura maneira de anoar é azer pergunas sobre o exo. Usa vermelho para esse po
de anoação.
• Se você enconra uma palavra que desconhece e não consegue enender por meio do
próprio exo, marque-a em amarelo.
• Se um recho do exo emociona você, marque-o em azul.
• Se um recho lhe parece poéco, use preto para sublinhá-lo.
• Se um recho lhe abre uma perspecva dierene ou novos horizones, use verde para
marcá-lo.
• Use laranja para marcar um recho que lhe pareça especialmene ineressane.

Observação: nada impede que um recho acabe marcado em várias cores.


MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
278 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Texo 99
IGUAL-DESIGUAL
Eu desconava:
odas as hisórias em quadrinhos são iguais.
Todos os lmes nore-americanos são iguais.
Todos os lmes de odos os países são iguais.
Todos os bes-sellers são iguais
Todos os campeonaos nacionais e inernacionais de uebol
[são iguais.
Todos os pardos polícos
são iguais.
Todas as mulheres que andam na moda
são iguais.
Todas as experiências de sexo
são iguais.
Todos os soneos, gazéis, virelais, sexnas e rondós são iguais
e odos, odos
os poemas em verso livre são enadonhamene iguais.

Todas as guerras do mundo são iguais.


Todas as omes são iguais.
Todos os amores, iguais iguais iguais.
Iguais odos os rompimenos.
A more é igualíssima.
Todas as criações da naureza são iguais.
Todas as ações, crueis, piedosas ou indierenes, são iguais.
Conudo, o homem não é igual a nenhum ouro homem,
[bicho ou coisa.
Não é igual a nada.
Todo ser humano é um esranho
ímpar.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 279

Texo 100
Havia uma oura verdade. Crianças brincavam nos erraços do Jardim de Luxemburgo, eu me
aproximava delas, elas esbarravam em mim sem me ver, eu olhava para elas com olhos de po-
bre: como elas eram ores e rápidas! Como eram belas! Diane daqueles heróis de carne e osso,
eu perdia minha ineligência prodigiosa, meu saber universal, minha musculaura aléca, minha
desreza de valenão; encosado a uma árvore, eu esperava. Basaria uma só palavra griada pelo
chee do bando: "Vem, Pardaillan, é você que vai ser o prisioneiro", eu eria abandonado meus
privilégios. Eu caria conene aé mesmo com um papel mudo. eria aceiado com enusiasmo a-
zer o papel do erido na maca, ou aé de um moro. Nem ve oporunidade: eu nha enconrado
meus verdadeiros juízes, meus conemporâneos, meus pares, e a indierença deles me condena-
va. Eu mal conseguia acrediar, ao me descobrir pelo olhar deles: nem uma maravilha nem um es-
pano, um magrelo que não ineressava a ninguém. Minha mãe disarçava mal sua indignação. [...]
Vendo que ninguém queria me convidar para brincar, […] para me salvar do desespero ela ngia
impaciência: “O que é que você esá esperando, seu bobão? Pergune se eles querem brincar com
você." Eu sacudia a cabeça: eu eria aceiado as areas mais baixas, mas meu orgulho me impedia
de soliciá-las. Ela mosrava as senhoras que ricoavam nas cadeiras de meal: "Você quer que eu
ale com as mães deles?” Eu suplicava para que ele não zesse nada. Ela me pegava pela mão, nós
paramos, de árvore em árvore, de grupo em grupo, sempre imploranes, sempre excluídos. Na
hora do pôr-do-sol, eu reenconrava meu poleiro, os lugares elevados do sopro do espírio, meus
sonhos: eu me vingava das humilhações com meia dúzia de palavras de criança e o massacre de
cem soldadinhos. Não impora: a coisa não uncionava.

Carlos Drummond de Andrade é um dos maiores poeas da lieraura brasileira. Também escre-
veu conos e crônicas, mas é a poesia que o ornou conhecido no mundo odo. Nasceu em 0 e
morreu em . Ele deendia a liberdade no uso das palavras e ugia das ormas convencionais,
ao escrever versos livres e sem rimas.

Jean-Paul Sarre é um dos mais conhecidos lósoos e escriores do século XX. Nasceu na França
em 05 e morreu em 0. Sua inuência oi enorme no pensameno de oda a geração nas-
cida enre os anos 0 e os anos 0. Ele acrediava que nós somos a soma de nossos aos, somos
responsáveis por eles e nos consruímos por meio deles. Em 6, ano em que escreveu sua au-
obiograa As palavras (da qual az pare o recho que você leu), Sarre recusou o prêmio Nobel
de lieraura que lhe oi aribuído, por julgar que ser premiado pelo que escrevia era incoerene
com seus valores.

Atividade de Leitura: As 11 artes do século XXI

No início do século XX, a grande novidade chamada “cinema” ganhou saus de ª are, por inicia-
va de um esudioso e críco ialiano chamado Ricioo Canudo.
De lá para cá, a lisa de see ares aumenou para , com a inclusão de ouras ormas de ex-
pressão que passaram a ser consideradas ares. As mais recenes combinam as aneriores, o que
conrma uma das caraceríscas mais marcanes dos séculos XX e XXI: a eliminação de roneiras
e a ineração enre dierenes saberes.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
280 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

A numeração das ares não indica ordem cronológica nem superioridade: esá ligada ao hábio de
esabelecer números para designar deerminadas maniesações arscas. Não exise consenso
quano a essa numeração, e as lisas de dierenes auores nem sempre incluem as mesmas ares.

ª Are - Música (som)


ª Are - Dança/Coreograa (movimeno do corpo ligado a sons)
ª Are - Pinura (represenação criava do real ou da ideia por meio de cores e exuras)
ª Are - Esculura (represenação do real ou da ideia com uso de maeriais ridimensionais,
ou seja, com volume) / Arquieura (criação de edicações e espaços para abrigar as avidades
humanas)
ª Are - Tearo (represenação)
ª Are - Lieraura (a are da palavra)
ª Are – Cinema (a imagem em movimeno, inegra as ares aneriores mais a ª are, que é a
oograa)
ª Are - Foograa (imagem real reproduzida)
ª Are – Desenho animado (cor, palavra, imagem)
ª Are - Jogos elerônicos (alguns inegram elemenos de odas as ares aneriores, mais a ª,
que é a are digial)
ª Are - Are digial ou mulmídia (ares grácas compuadorizadas D, D e programação).
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º ANO DO ENSINO MÉDIO 281

Anexo 3

Em casa
) Móbile: eu e as ares

69
Você hoje leu sobre o salo de see para  ar-
es nos úlmos 00 anos, e conversou sobre a
imporância da aberura para as maniesações
arscas no desenvolvimeno de compeências
pessoais, inerpessoais, sociais e prossionais.
O esquema ao lado represena um móbile, que
é um po de esculura móvel, leve e delicada-
mene equilibrada, que surgiu no século XX,
com o esculor e pinor nore-americano Ale-
xander Calder. O móbile é um símbolo pereio
para o modo como nossas aprendizagens de-
vem se diversicar de maneira equilibrada, sem
rigidez, em consane movimeno e ineração.

Desenhe um móbile de sua preerência e em cada um dos elemenos dele, escreva:


. O nome de uma das  ares;
. O conao que você eve e/ou em com essa are aé hoje, seja ele direo ou indireo,
por experiência própria ou por meios de comunicação. (Se or possível, indique nomes
de obras ou de arsas que você conhece e aprecia especialmene, em cada modali-
dade de are.)

2) Visita virtual a um museu


a) Escolha pelo menos um museu de are para uma visia virual. (Há muias alernavas que
você pode idencar numa busca simples pela Inerne, usando, por exemplo, as palavras “visia
virual”).
Sua visia em dois objevos:
• Visiar o museu virualmene, ou seja, deslocar-se e passear denro dele como se lá
esvesse;
• Idencar uma obra de are do acervo desse museu que lhe cause algum impaco
(uma obra de are pode nos causar impaco pelas razões mais diversas: o impaco da
beleza, uma sensação de desconoro, uma represenação curiosa, o lado cômico, o
medo, uma impressão de reconhecimeno, prazer, desprazer...).
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282 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

REGISTRO DE VISITA VIRTUAL:


MUSEU VISITADO:
ONDE FICA:
TIPOS DE OBRAS DE ARTES DISPONÍVEIS NA VISITA VIRTUAL:
OBRA ESCOLHIDA:
AUTOR DA OBRA ESCOLHIDA:
RAZÃO DA ESCOLHA:

Para refer:
Are e culura azem bem à saúde101
Um grupo de ciensas noruegueses publicou em maio de 0 as conclusões de uma aula que
envolveu mais de 50 mil pessoas. Os resulados indicam que as pessoas que êm regularmene
avidades culurais (requenar museus, assisr a peças de earo, ocar insrumenos musicais e
pinar, por exemplo) são menos propensas a sorer de ansiedade e depressão, são mais saudá-
veis e êm uma vida mais sasaória.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 283

AULA 30 e 31: DECISÃO: O QUE PRECISA SER FEITO!

70

(...) Viver é esar consanemene omando decisões. É lógico que isso gera angúsa. E nem sem-
pre só pelo resulado, que pode aé ser posivo, mas pela própria dissonância cogniva criada
no processo, pela ansiedade desencadeada após a omada e, isso é pior, pelo grande número de
decisões que emos de omar odos os dias.
Esse movimeno de angúsa, quando não devidamene ressignicado e ransormado em gaso-
lina em nosso moor, pode gerar as ão conhecidas doenças psicossomácas. Enão a culpa é do
livre-arbírio?
Sem er alguém para culpar pelas nossas decisões (Somos ou não somos responsáveis por elas?)
nos vemos imediaamene sozinhos com a responsabilidade. Isso é bom, quando sabemos admi-
nisrar com equilíbrio e bom senso. O segredo esá em como pensamos sobre nosso caminho à
rene e não como pensamos sobre o que já caminhamos. Perdemos muio empo avaliando as
alhas e esquecemos como podemos ulizar iso para eviar uuros erros (...).102

Esa aula propõe uma discussão sobre a relação exisene enre o pensameno e o senmeno no
processo de omada de decisões. Aravés dela o esudane descobre como é possível idencar
escolhas levando em consideração as opções exisenes, bem como, enre ouras coisas impor-
anes, a buscar ações/ponos que os ajudem a ser mais conane em suas decisões.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
284 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Objetivos Gerais

• Enender a relação exisene enre o pensameno e o senmeno no processo de


omada de decisões;
• Idencar escolhas levando em consideração as opções exisenes;
• Perceber a imporância de buscar inormações conáveis anes de omar uma decisão;
• Descobrir algumas diculdades pessoais que inererem em suas decisões;
• Reer sobre o próprio processo de omada de decisões x realização pessoal;
• Buscar ações/ponos que ajude a omar decisões mais aceradas na vida e a ser mais
conane nas próprias escolhas.

Roteiro

PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO

Avidade: Penso, logo Leiura da nova versão do cono de adas: Ala-


decido! dim e a lâmpada maravilhosa 00: Um gênio
º momeno: – 5 minuos dierene, um nal surpreendene. 5 minuos
º Momeno: Quesões Inerpreação do exo de Aladim e quesões
,  e  – 0 minuos. sobre desejos e opções de escolhas.

Quesões sobre o que é preciso considerar


Avidade individual: anes de omar qualquer decisão, sobre o que
0 minuos
Checklis. prejudica sua clareza e o que impede de sermos
mais conanes nas nossas escolhas.

Avidade em grupo: Leiura do exo: Decisões Liberadoras e dis-


0 minuos
Paralisia oal. cussão em duplas sobre “a indecisão”.

Avaliação. Observação do educador. 5 minuos


MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 285

ORIENTAÇÕES PARA AS ATIVIDADES

Atividade em Grupo: Penso, logo decido!

Objetivos

• Enender a relação exisene enre o pensameno e o senmeno no processo de o-


mada de decisões;
• Idencar escolhas levando em consideração as opções exisenes.

Desenvolvimento

º momeno: Leiura do exo


Três esudanes devem azer a leiura em voz ala da nova versão do cono de Aladim e o Gênio
da Lâmpada Maravilhosa – Avidade: Penso, logo decido! (Anexo ). Alguns deles assumindo os
papéis de narrador e das personagens Aladim e o gênio, respecvamene. Ao nal da leiura, cada
esudane deve responder individualmene às quesões que seguem a hisória, pois, elas servirão
para discussão com os colegas de urma num próximo momeno.

º momeno:
Quando odos verem respondido às quesões, abra espaço para comparlharem suas resposas
com a urma oda. Em linhas gerais a inerpreação do cono deve girar em orno da capacidade
que odos possuem de realizar seus desejos e sonhos.
A relação que se pode esabelecer enre: Decisões x Desejos x Confios é que as nossas decisões
são inuenciadas por nossos desejos, sendo comum enrarmos em conio quando as escolhas
que azemos implicam a não realização dos nossos desejos – Frusração. Porano, é imporane
er clareza sobre aquilo que somos e o que queremos ser para que odas as nossas decisões se
encaixem harmoniosamene nessa relação.
Quano aos mecanismos de omada de decisão que se dá enre o pensameno e o senmeno,
os esudanes podem dizer que nem udo o que queremos azer/decidir aconece de acordo com
o que pensamos (razão). Pois, o pensameno é inuenciado por nossos senmenos/emoções,
sendo necessário por isso, buscar um equilíbrio enre os dois ponos – nem podemos ser omados
pelos senmenos/emoções e ampouco somene pela razão. Para enender um pouco melhor,
vale a explicação: “O pensameno (Thinking = T) escolhe decisões baseadas em princípios e em
consequências lógicas, enquano o senmeno (Feeling = F) escolhe decisões baseadas em valo-
res e consequências para as pessoas. O pensameno ocaliza a crença básica ou princípio a ser
aplicado a uma deerminada siuação envolvida. Analisa os prós e os conras e se a siuação é
consisene e lógica para decidir. Tena ser impessoal e não deixa que seus ineresses individuais
ou de ouras pessoas inuenciem suas decisões. Pelo conrário, o senmeno acredia que pode
omar decisões ponderando os ponos de visas das pessoas envolvidas na siuação. Focaliza mais
valores e busca o melhor para as pessoas envolvidas, pois quer maner a harmonia”(...).103
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286 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Na quesão , os esudanes devem, sem regras, escrever um desejo. Porém, na quesão , eles
devem ser capazes de idencar algumas opções de escolhas disnas daquilo que desejam, le-
vando em consideração odas as opções reais. Essa quesão os ajuda a ampliar a visão esreia
sobre o que desejam e ambém, a saber, ponderar opções disnas simulaneamene. Porém, dei-
xe claro para os esudanes que é necessário considerar apenas as opções mais relevanes. Pois,
reer sobre “milhares” de ouras opções não garane que a melhor decisão será omada, além
de correr o risco de perder o oco sobre o que precisa ser eio.
Ao nal, peça para alguns esudanes comenarem suas resposas sobre o exo (quesões A, B
e C – Anexo ) e se alguém pode alar suas resposas sobre as quesões  e . Esse momeno de
aberura com os esudanes é imporane para eles perceberem que oda decisão em relação
prounda com aquilo que queremos.

Atividade em Grupo: Checklist (Anexo 2)

Objetivos

• Reer sobre o que devemos considerar anes de omar qualquer decisão;


• Descobrir algumas diculdades pessoais que inererem em nas decisões;
• Buscar ações/ponos que os ajudem a omar decisões mais aceradas e a serem mais
conanes em suas escolhas.

Na avidade: Playlis (Anexo ), quesão A, os esudanes podem responder anes de omarem
qualquer decisão: buscar inormações e saber inerpreá-las adequadamene, pois,

“ A arte de tomar decisão, uma boa decisão, envolve


colher inormações. A mais diícil será chegar a
uma decisão. Na realidade, é o oposto: quanto mais
informações você tem, mais óbvia se torna a decisão
correta e, dessa forma, é mais fácil tomar uma


decisão. A informação afasta o medo (...).104

Na quesão B os esudanes podem mencionar: er uma visão esreia das opções a serem levadas
em consideração, buscar apenas inormações que comprovem as próprias crenças, ser omado
pelas emoções, er excesso de conança (acrediar demais nas previsões) ou decidir por inuência
de ouras pessoas, ec.
Na quesão C é previsível que os esudanes ciem ponos conrários ao exposo na quesão an-
erior (Quesão B). Assim, mulplicar as opções de escolhas, disanciar-se da realidade um pouco
anes de decidir, podem ser algumas das resposas. Nesse momeno, ajude os esudanes a consi-
derarem uma lisa de ópicos sempre que precisarem omar uma decisão como esa:
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 287

• Tome decisões, mesmo que sina medo.


• Não há problemas em ser passivamene avo; decidir esperar é uma decisão.
• Reserve um empo para reexão que seja igual ao amanho da decisão; uma grande
decisão requer mais empo.
• Esabeleça um prazo-limie para chegar a uma decisão, caso não exisa um prazo naural.
• Reúna muias e muias opções.
• Quem em mais inormações oma as melhores decisões.
• Declare objevamene seus valores e ome decisões de acordo com eles.
• Decomponha suas decisões em pares menores.
• Deermine as implicações nanceiras da decisão.
• Consule especialisas reais, com o coração de um educador.105

º momeno:
Na avidade em grupo: Paralisia oal (Anexo ) – peça para os esudanes se organizarem em
duplas para a leiura do exo Decisões Liberadoras, para que possam discur as quesões pro-
posas em seguida.
Na quesão A, os esudanes são levados a reerem sobre a responsabilidade que as pessoas
ambém assumem quando resolvem não omar decisões necessárias. Pois, opar por “não deci-
dir nada” já é uma decisão e isso raz consequências boas ou ruins sobre as quais emos que dar
cona.
Na quesão B os esudanes são induzidos a rearmarem o que o próprio exo: Decisões Liber-
tadoras deende como ideia principal. É preciso explicar a eles que o sorimeno causado pela
indecisão é prolongado e muio mais penoso. Não er a capacidade de deerminação sobre as
quesões da própria vida implica rusrações por oda uma exisência. Pessoas que não possuem
poder decisório são inelizes porque se senem rusradas, incapazes, vímas, ec.
Na quesão C os esudanes podem armar que o sendo para a própria vida esá no simples ao
de podermos escolher e decidir a própria vida – sermos proagonisas da própria vida. Ter consci-
ência do que queremos e para onde vamos quando omamos ceras decisões. É preciso explicar
aos esudanes que se quisermos chegar mais pero da nossa realização pessoal emos que omar
decisões que esejam de acordo com o que queremos alcançar.
De acordo com as resposas deles, você pode quesonar, de maneira geral, quanos deles deixam
as “águas correrem” – são levados pelas circunsâncias ou conormismo diane da própria vida?
Ao nal, peça para que algumas duplas coloquem suas resposas para a urma. É imporane pro-
porcionar aos esudanes uma discussão mais ampla sobre os ponos levanados pelas quesões.
Caso necessário, você pode enriquecer as reexões procurando saber dos esudanes o que eles
acham das pessoas que omam decisões, querem “mais” da própria vida e de si mesmas depois
que algo ruim/experiência negava as acomeem ou sobre as pessoas que reclamam da vida e
acham que mereciam viver numa realidade melhor, sem ao menos gerarem uma mudança posi-
va em si mesmas.
Por m, peça para que odos reiam sobre suas próprias ações/posuras e repensem o quano
esão azendo escolhas e omando decisões que conribuem para a realização dos seus projeos
de vidas – FELICIDADE.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
288 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Avaliação

Observe como os esudanes encaram o processo de decisão. É necessário perceber como eles
conam e acrediam em si mesmos, na capacidade que possuem em azer escolhas e decidirem
de acordo com o que querem e esperam do uuro – Sonhos (Realização pessoal). Inicialmene,
é muio válido analisar como odos demonsram lidar com as próprias emoções num processo
de omada de decisões diceis. Assim, aene para a maneira como os esudanes, durane as
discussões das avidades, mencionam algumas de suas rusrações, perdas ou conquisas. Você
pode noar que alguns esudanes possuem problemas de auoesma/auoaceiação e são muio
auocrícos, o que orna muio doloroso o processo de omada de decisões deles. Isso, porque,
geralmene, a imagem negava que eles êm de si mesmo o azem desacrediar da asservidade
de suas decisões – Basa algo sair errado para logo pensarem assim. O processo de decisão orna-
-se algo desruvo e não saudável. Caso consiga idencar alguns desses esudanes procure nas
próximas aulas melhorar a posura deles.

Em casa (Anexo 3)

Respostas e comentários
A avidade: O caminho das pedras deve proporcionar aos esudanes uma reexão sobre o ge-
renciameno das próprias emoções envolvidas num processo decisório. Espera-se que eles con-
sigam reconhecer que nem sempre conseguimos decidir o melhor e o cero, pois, isso depende
muio do nosso equilíbrio emocional, dos valores que colocamos em jogo na siuação, da clareza
que emos enre o que somos e queremos ser na vida, além das inererências do conexo que
soremos. É preciso que eles exponham que erramos e perdemos a odo insane na vida. Des-
de pequenos é exigido de nós a superação de algumas perdas, caso conrário ainda esaríamos
mamando no peio das nossas mães. A orma como encaramos essa quesão em sendo com o
quano aprendemos a ser humildes e o quano nos dispomos a aprender e crescer na vida.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 289

Anexo 1

Atividade: Penso, logo decido!

Abaixo segue uma nova versão do cono Aladim e o Gênio da Lâmpada Maravilhosa escria por
Virgílio Vasconcelos Vilela (Especialisa em mapas menais e Programação Neurolinguísca). Leia
o exo e discua com os colegas de classe as quesões que a seguem.

Aladim e a lâmpada maravilhosa : Um gênio dierene, um nal surpreendene.


Aladim caminhava por uma viela esreia e escura quando um cálido brilho no chão chamou sua
aenção. Aproximando-se, viu que era uma lâmpada. Esava a olhá-la por vários ângulos quando
viu sob a poeira algo que parecia ser algum escrio. Passou a mão no local e subiamene uma
grande luz branca começou a surgir do bico da lâmpada. Aladim assusou-se e deixou cair a lâm-
pada, enquano uma grande orma humana masculina ia se ormando no espaço anes vazio. Em
vez de erminar em pés, suas pernas se aunilavam na direção do bico da lâmpada. A orma, algo
anasmagórica, uuava envola por uma aura oscilane.
Anes que Aladim pudesse sequer avaliar a siuação, a orma disse com voz grave e rme:
—Sou o Gênio da Lâmpada, e você em direio a um desejo.
Recobrando-se, Aladim compreendeu logo a siuação e, sem quesonar por que era um só dese-
jo, já ia dizendo algo quando o Gênio connuou:
—Mas há rês condições.
Três condições? Onde já se viu gênio er condições para aender desejos? Aladim connuou ou-
vindo.
—Primeira condição: o que quer que você deseje, deve se realizar anes em sua mene.
Aladim já ia pergunar o que iso queria dizer, mas o Gênio não deixou:
—Segunda condição: o que quer que você deseje, deve desejar inegralmene, sem conios. Des-
a vez, Aladim esperou.
—Terceira condição: o que quer que você deseje, deve ser capaz de connuar desejando para
connuar a er.
Aladim, ansioso por dizer logo o que queria, ez o primeiro desejo assim que pôde alar:
—Eu quero um milhão de dólares!
—Já se imaginou endo um milhão de dólares?
Aladim agora enendera o que queria dizer a primeira condição. Na mesma hora vieram à sua
mene imagens de si mesmo nadando em dinheiro, comprando muias coisas. Mas ao se imagi-
nar, quesonou-se se eria que comparlhar pare do dinheiro com pobres ou ouras pessoas. Aí
enendeu a segunda condição, e percebeu que seu desejo não poderia ser aendido.
Aladim enão buscou enão algum desejo que poderia er sem conios. Pensou, pensou, buscou
e por m disse ao Gênio:
—Senhor Gênio, eu quero uma companheira bela, sábia e carinhosa. Aladim nha se imaginado
com uma mulher assim e senu que aquilo ele queria de verdade, sem qualquer conio.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
290 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

O Gênio ez um geso e de sua mão saiu um eixe de luz esverdeada na direção do coração de Ala-
dim. Ese eve uma alucinação, como um sonho, de viver com uma mulher bela, sábia e carinhosa
por vários anos. E viu-se enão enjoado, não a queria mais depois de ano empo. Volando à
realidade, Aladim lembrou-se das cenas e viu que aquele desejo ambém não poderia ser aendi-
do. Enriseceu-se, pensando que jamais poderia querer e connuar querendo algo sem conios.
Algo aparenemene aconeceu. O roso de Aladim iluminou-se, e ele se empergou odo para
dizer ao Gênio que já sabia o que queria.
—Sim? O Gênio oi lacônico. Aladim compleou, em um só ôlego:
—Eu desejo que você me dê à capacidade de realizar os desejos que eu imaginar em minha mene,
sem conios!
Algo inesperado aconeceu: o Gênio oi se solando da lâmpada, ormaram-se duas pernas com-
pleas no seu corpo e ele desceu devagar aé nalmene se apoiar no chão, em rene a Aladim,
que o olhava com um ar inerrogador.
—Obrigado, disse o Gênio, sorridene. Esava escrio que eu seria liberado quando alguém pe-
disse algo que já vesse!

Ponos para discussão com os colegas:


a) Em linhas gerais, qual é a sua inerpreação sobre o que aborda esa versão do cono?
b) Sobre a primeira e a segunda condição deerminada pelo gênio, qual é a relação que
se pode esabelecer enre: Decisões x Desejos x Conios?
c) Como você enende o mecanismo de omada de decisão que se dá enre os seus pen-
samenos e seus senmenos?
. Agora, assim como Aladim, imagine que você pode ormular um desejo ao gênio da
lâmpada. Qual seria o seu desejo?
. Tomando como pressuposo que o seu desejo exposo na quesão anerior não possa
se realizar nesse dado momeno, cie rês escolhas disnas que você seja capaz de
realizar nesse mesmo momeno:
Opção :
Opção :
Opção :

Para Refer:
(...) Quando as pessoas imaginam que não podem conar com uma opção, elas são orçadas a
mover seu holooe menal para ouro lugar – e movê-lo basane -, muias vezes pela primeira
vez em muio empo. (Em conraparda, quando as pessoas são soliciadas a “pensar em oura
opção”, em geral se limiam, sem muio enusiasmo, a mover o holooe apenas alguns cenme-
ros, sugerindo apenas uma pequena variação de uma alernava exisene.)
O velho diado “A necessidade é a invenção” parece se aplicar a esse caso. Enquano não ormos or-
çados a nos sair como uma nova opção, provavelmene nos aeremos às opções que já emos (...).
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 291

Anexo 2

Atividade Individual: Checklist

Ainda quando crianças vamos adquirindo aos poucos a nossa independência. Com alguns anos de
idade se orna cada vez mais ácil comer sozinho, amarrar o cadarço do sapao e aé subir sem aju-
da de ninguém naquele brinquedo alo do parque. Essas conquisas aconecem numa velocidade
ão grande que a nossa imauridade não nos deixa percebê-las. À medida que nos aproximamos
da adolescência passamos a enender que essa independência em relação com aquilo que que-
remos ou necessiamos. Rapidamene luamos por querer decidir e escolher livremene udo que
diz respeio a nossa vida. Porém, nem sempre sabemos a melhor maneira e momeno para azer
isso. A respeio disso, cie nos iens abaixo:
a) Duas coisas imporanes que devemos considerar anes de omar qualquer decisão:
b) Quaro coisas que, porvenura, prejudicam você na clareza das suas decisões:
c) De acordo com o que você respondeu na quesão anerior, cinco coisas que você po-
deria azer para omar decisões aceradas em sua vida ou para ser mais conane em
suas escolhas?
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
292 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Anexo 3

Atividade em Grupo: Paralisia Total

A parr da leiura do exo que segue, discua com o seu colega as seguines indagações:
a) Não decidir nada já é uma decisão?
b) O peso da indecisão é maior que a mais dolorosa das decisões?
c) Quem não oma decisões dicilmene erá o conrole da própria vida?

Texo: Decisões Liberadoras105


(...) Muias das suas decisões não serão cereiras. Você comeerá erros. O presidene Jonh F. Ken-
nedy disse: “Há cusos envolvidos em um programa de ação, mas eles são muio menores do que
os riscos e cusos de longo prazo envolvidos no conoro da ala de ação”.
Você vai descobrir que decisões são liberadoras. O paradoxo é que algumas pessoas mais esres-
sadas do planea são aquelas que esão paralisadas pela indecisão. (...) Você consegue visualizar
uma cena do lme Coração Valene, em que William Wallace caria na rene do seu bando de
guerreiros sujos e esarrapados, reorcendo as mãos em meio à indecisão, andando de um lado
para o ouro, preocupado em decidir se deveria aacar ou não? Você consegue imaginar o medo
que eles senriam?

Para Refer:

“ Tito disse: “Nós tememos as coisas na mesma


proporção em que as ignoramos”.104

Em casa: O caminho das pedras ”


. Escreva um exo disseravo sobre a necessidade de esarmos preparados para errar e perder
quando omamos decisões.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 293

Na Estante

Vale a pena LER

Perdas Necessárias, Judih Viors, radução de Aulyde Soares


Rodrigues. Ediora: Melhoramenos. São Paulo. 000.

71
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
294 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

AULA 32: SIM, EU SOU CAPAZ!

72

A abundância de livros de auoajuda para realizar (e realizar-se) já ornece uma indicação sobre o
amanho da diculdade que as pessoas enconram para "ornar real" alguma coisa e, por exen-
são, a si mesmas… Digiar "livros para realizar-se" no moor de busca Google raz cerca de 6 00
000 resulados em 0,5 segundos. Se inormação basasse para ornar-se uma pessoa realizadora,
esaríamos bem servidos: por que sonhar se não para realizar, você pode realizar seus sonhos,
como se ornar uma bailarina para realizar seu sonho de dançar, see maneiras de ajudar seu lho
a se realizar, o impossível ele pode realizar, o poder de realizar seus sonhos...
Esa é uma aula de reexão, e não de indicação de erramenas para realizar. Enazam-se coisas
como o diálogo inerior, para que os esudanes percebam que realizar é indissociável de sua ba-
gagem inerna, de suas experiências, de suas aquisições. O diálogo inerior é o campo do coejo,
da conronação das ideias de “azer” com os valores, com a esma e a auoesma, com as apren-
dizagens, com a auoconança, com os modos de perceber, com odos os conceios e princípios,
enm, que emos rabalhado no marco do Projeo de Vida.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 295

Objetivos Gerais

• Idencar os requisios ou caminhos que ornam uma realização viável;


• Reconhecer o caráer essencial da disposição pessoal de deerminação para realizar;
• Enender a imporância do diálogo inerior no processo de realizar com coerência.

Roteiro

PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO

Avidade em grupo:
Leiura em grupo seguida de discussão com
“Como as coisas se 5 minuos
os colegas.
ornam reais?”

Avidade individual:
Escrever 0 conselhos que ajude a realizar o
0 conselhos para quem  minuos
que quer.
quer realizar.

Em dupla: os esudanes rocam com um colega


Avidade em dupla: seus “0 conselhos para quem quer realizar”.
 minuos
Troca de conselhos. Os conselhos do colega servirão de base para a
avidade em casa.

ORIENTAÇÕES PARA AS ATIVIDADES

Atividade em Grupo: Como as coisas se tornam reais?

Objetivos

• Idencar elemenos essenciais para viabilizar uma realização;


• Dierenciar deerminação, convicção e persisência de eimosia;
• Enender a naureza e a imporância do diálogo inerior no processo de realizar.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
296 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Desenvolvimento

Os esudanes leem em grupos e rocam ideias durane a leiura dos exos (Anexo ). O educador
pode sugerir que açam anoações e desaquem as pares do exo que lhes parecerem mais im-
poranes. Isso vai aciliar a realização da avidade individual que vem a seguir.

Atividade Individual: 10 conselhos para quem quer realizar (Anexo 2)

Objetivos

• Sinezar os coneúdos desenvolvidos no exo lido e discudo em grupo;


• Reer sobre exemplos reais de realizações à luz do que leu e discuu com os colegas;
• Reer sobre as próprias caraceríscas e compeências com relação aos componenes
do realizar;
• Expor com clareza o que considera essencial para realizar.

Desenvolvimento

Os esudanes redigem 0 conselhos para realizar, numa olha sola (que será rocada com um
colega para a avidade realizada em casa). Sugerimos que o educador oriene no sendo de que
os esudanes comecem o aconselhameno pelo que lhes parece mais dicil, de acordo com suas
vivências.

Atividade: Troca de conselhos

Objetivos

• Consaar semelhanças e dierenças de percepções individuais com relação a um ema


rabalhado em comum.

Desenvolvimento

Os esudanes rocam com os colegas as olhas em que escreveram seus “0 conselhos para quem
quer realizar”, para a avidade em casa (a olha será devolvida aos auores com os comenários).
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 297

Avaliação

É ineressane que o educador observe se os esudanes conseguiram concenrar-se nos aspecos


mais imporanes que ornam viável uma realização, ou se veram diculdade para disnguir
o essencial do acessório. Também cabe observar se permaneceram cenrados em diculdades/
acilidades pessoais, o que arapalha a reexão comum, que acaba se ornando menos rica. É de-
sejável que haja um equilíbrio enre os aspecos mais pragmácos e racionais, que dizem respeio
a coisas como planejameno, seleção de recursos, organização, e os aspecos que dizem respeio
a audes, aeo, conança... Sem esquecer que é imporane deixar espaço para o “imprevisível”,
sob pena de delimiar demais e perder o prumo ao primeiro impreviso. (Leia mais adiane “Cabe-
ça e coração para realizar: a é não cosuma ‘aiá’”, que aborda o mesmo ema.)
Ouro aspeco imporane: é desejável que os esudanes aprendam que o conhecimeno é com-
panheiro consane da dúvida, e não é sinônimo de opinião. Viver exige omar pardo, escolher
uma direção para agir, mas é undamenal aprender a aceiar que as convicções na base das esco-
lhas são revisáveis, “porque sim não é resposa” – como diziam nossos avós – e a aberura à críca
raz ar puro para que as ideias respirem.

Em casa (Anexo 2)
Objevos da avidade em casa:
• Comenar o que o colega escreveu dando mosras de isenção e respeio.

Os esudanes leem os conselhos escrios por um colega e escrevem um comenário livre a parr
dos mesmos. Não se raa de avaliar nem de cricar o coneúdo e a orma do que o colega escre-
veu, e sim de roca de ideias a parr de coneúdos alheios ornados comuns (ou seja, comunica-
dos). É nesse sendo que o educador pode orienar seus comenários e vericar a adequação ou
não da resposa dada pelo leior-comenarisa dos conselhos redigidos pelo colega. Cabe igual-
mene avaliar se houve cuidado para ornar claro e legível o comenário.

Para Refer:
Cabeça e coração para realizar: a é não cosuma “aiá”
Por que “aiá” e não “alhar”? É o próprio Gilbero Gil, auor dessa música cheia de energias para
realizar, que explica, em seu sie:
A é e a "aia" - "O uso do 'aiá' é assumido com a inenção de legimar
uma orma chula conra a hegemonia do bem-alar das elies. É uma ho-
menagem ao linguajar caipira, ao modo popular mineiro, paulisa, baiano
- brasileiro, enm - de alar 'alhar' no inerior. É quase como se a rase
da canção não pudesse ser verdade se o verbo osse pronunciado cor-
reamene - o que seria um erro... Ouro dia comeeram esse 'deslize' na
Bahia, ao ulizarem a expressão na promoção de uma campanha de cino
de segurança. Nos ou-doors, saiu: 'A é não cosuma alhar' (a propagan-
da associava o cino à nha do Senhor do Bonm). Eu deixei, mas achei a
correção desnecessária."
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
298 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

- "Faiá" é coração, "alhar" é cabeça, e é é coração.


"É isso aí. 'A é não cosuma aiá': é pra quem ala assim que ela não cos-
uma 'aiá'."
Vale a pena relembrar a lera e, se houver oporunidade e possibilidade, ouvir a canção com os
esudanes. Serve pereiamene para reraar o ânimo, a disposição para realizar mesmo saben-
do que nem udo vai ser direinho como a gene imaginou.

Andar com é108


Andá com é eu vou
Que a é não cosuma aiá
Andá com é eu vou
Que a é não cosuma aiá

Que a é á na mulher
A é á na cobra coral
Ô-ô
Num pedaço de pão
A é á na maré
Na lâmina de um punhal
Ô-ô
Na luz, na escuridão

Andá com é eu vou


Que a é não cosuma aiá
Andá com é eu vou
Que a é não cosuma aiá

A é á na manhã
A é á no anoiecer
Ô-ô
No calor do verão
A é á viva e sã
A é ambém á pra morrer
Ô-ô
Trise na solidão

Andá com é eu vou


MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 299

Que a é não cosuma aiá


Andá com é eu vou
Que a é não cosuma aiá

Cero ou errado aé


A é vai onde quer que eu vá
Ô-ô
A pé ou de avião
Mesmo a quem não em é
A é cosuma acompanhar
Ô-ô
Pelo sim, pelo não

Sugesões de avidades complemenares109


Eis algumas ideias de avidades que o educador pode propor aos esudanes para ajudá-los a ver
com mais clareza suas próprias acilidades e diculdades e exerciar a ineração presene-uuro
envolvida em realizar:
A esrela. Desenhe um caminho que represene sua vida e uma esrela que brilha para ilusrar
suas aspirações. Desenhe você mesmo nesse caminho. Você esá longe ou pero da esrela? Tra-
balhe sua imagem como você sene, enconrando soluções para os obsáculos e colando guras
recoradas de revisas para reorçar o que quer expressar. Escreva ao redor ou no verso da olha
armações posivas para si mesmo.
A encruzilhada. Relaxe e imagine a seguine cena: você esá numa encruzilhada, e cada caminho
represena um uuro possível. Quais são os caminhos que se abrem diane de você? Não enha
receio de anasiar. Que imagens e senmenos lhe vêm com relação a cada caminho? Ilusre li-
vremene cada um e escreva as ideias que surgirem com relação a cada um.
 anos. Imagine que em  anos e vai esejar seu 00° aniversário em um lugar ranquilo;
imagine que você esá conene com o caminho que percorreu em sua vida. Escreva alguns pensa-
menos que passam pela cabeça desse “você” com quase 00 anos. Termine escrevendo alguma
coisa que você poderia azer hoje para chegar aos 00 anos como imaginou no início do exercício.
Balanço. Divida uma olha em quaro colunas e escreva um ulo em cada uma:
Quem sou?
De onde venho?
Onde esou?
Para onde vou?

Preencha cada coluna inuivamene, com cores, ormas, desenhos e palavras que represenem
suas ideias e emoções com relação ao ema. Observe como cou a página preenchida e escreva
suas reexões.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
300 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Anexo 1

Atividade de leitura e discussão em grupo

Sugerimos que você aça anoações durane a leiura e marque as pares do exo que lhe pare-
çam especialmene imporanes ou sobre as quais enha dúvidas.

Como as coisas se realizam, iso é, se ornam reais?


Quando dizemos que algo se realizou esamos dizendo que esse "algo" passou a exisr no plano
real e, consequenemene, pode (e vai!) produzir eeios no mundo. Ese é o sendo da palavra
eevo: que produz eeio, ecaz; sinônimo, porano, de real, verdadeiro.
Ora, se algo passou a exisr no plano real, é porque anes já exisa em ouro plano. Que plano é
esse? É o plano virual das ideias, dos sonhos, dos projeos, das vonades, das aspirações… O pla-
no (nível) dos planos (projeos). (Prese aenção nesa palavra, virual: ela signica que não exise
como realidade, mas como poência ou aculdade; possível; que não em eeio aual. Sua imagem
no espelho, por exemplo, é você virual. Você real é a pessoa diane do espelho.)
Às vezes ambém ouvimos dizer que alguém se realizou, ao realizar alguma coisa ou alcançar uma
mea. Talvez seja ese o sendo da expressão realizar-se: ao ornar real uma ideia, um sonho, um
projeo acalenado, a pessoa se complea, e por isso, de algum modo, em a sensação de ornar-
-se ainda mais real. Algo que anes era uma consrução inerior, virual, ganhou vida própria e pos-
sibilidade de provocar eeios no mundo. E esse "algo" em a marca da pessoa, pois nela nasceu e
alimenou-se de suas experiências, conhecimenos, sonhos, desejos. É, de cero modo, um pouco
de sua hisória presene no mundo, enrando na hisória do mundo.
O parágrao acima menciona "projeo acalenado". Prese aenção nesas duas palavras, projeo
e acalenado. Projeo é o que se az ao projear, e projear é arremessar, lançar à disância, azer
aparecer à disância. Projeo ambém é um jeio de organizar o que se quer ornar real, denindo
início e m, os recursos disponíveis, o passo-a-passo para chegar aonde se preende, o que se
espera que as pessoas açam e os resulados esperados. Acalenado, por sua vez, é proegido,
agasalhado, embalado suavemente, cuidado e nutrido (como um bebê).
Quanas vezes você já ouviu hisórias de pessoas que realizaram coisas exraordinárias, de enor-
me ulidade e imporância para a humanidade, apesar de erem nascido e vivido em condições
precárias, em meio a diculdades que para os ouros pareciam inransponíveis? Isso nos dá uma
indicação imporane: não é o que ganhamos ou recebemos que nos possibilia REALIZAR (embo-
ra começar com as condições de vida adequadas possa ajudar).
É preciso er ideias e sonhos, sim, mas isso ambém não basa: ceramene você ambém já ouviu
hisórias de gene de cabeça rica em sonhos e ideias que não saem do core do mundo inerior.
O que esá no plano virual precisa ser nurido e cuidado, para poder ser projeado (no espaço e
no empo).
Planejar udo nos mínimos dealhes ampouco é suciene, e o excesso de preocupação pode
paralisar o espírio de avenura, pois, anal de conas, TUDO esá em permanene consrução
nese mundo de ligações em rede. Em ouras palavras: nenhum plano ca cem por ceno prono
e encerrado anes de começar a se ornar realidade, e é preciso, a cada passo, vericar se há mu-
danças e novas conexões a azer.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 301

Não exisem receias mágicas para REALIZAR, mas exisem, sim, alguns caminhos que ornam a
realização das coisas viável. Vamos alar de alguns desses caminhos mais adiane. Prese aenção
nesa palavra, viável, que quer dizer, lieralmene, que pode ser percorrido; ransiável; em que é
possível abrir caminho ou passagem. Para complear esa ideia de possibilidade de abrir caminho,
nada melhor que razer esas palavras do poea espanhol Anonio Machado:

“ Ao andar se faz caminho, e ao voltar os olhos para trás se


vê a trilha que nunca mais se vai pisar. Caminhante, são
tuas pegadas o caminho, e nada mais; caminhante, não há


caminho, o caminho se faz ao andar.110

Diálogo inerior
É no seu mundo inerior que se enconra a principal maéria-prima para realizar. Num diálogo
inerior, você oma a palavra para dirigir-se a si mesmo:
A deliberação inerior, o debae consigo mesmo é um dos recursos mais
imporanes para mudar a si mesmo, ponderar sobre o curso do próprio
desno. (…)
Como são requenes as ocasiões em que a pessoa dialoga consigo mes-
ma! Quanas vezes nos enconramos diane de uma decisão a omar e
avaliamos, denro de nós mesmos, os prós e os conras! Quanas vezes
discordamos de nós mesmos, a pono de senrmos que um conio se ins-
ala denro de nós, e nos leva a discussões incessanes enre “mim” e “eu
mesmo”! É assim que nos ransormamos, em consequência desse diálogo
inerior. O poder de mudança da palavra se aplica não somene às pessoas
a quem nos dirigimos, mas igualmene a nós mesmos como desnaários
parculares de nossa própria palavra.
Esse diálogo inerior, essa palavra auodirigida, nunca são ão visíveis
quano no momeno de omar uma decisão. Há dierenes méodos para
azer isso, é claro. A gene pode, por exemplo, de uma maneira arcaica,
enregar-se ao “desno”, ou à inerpreação de “sinais” que indicariam
que é melhor ir numa direção e não em oura. Também podemos deixar
as coisas aconecerem e seguir a inclinação que os evenos indicam – o
que é uma variane do “aalismo” e do “arcaísmo”. Podemos racionalizar
udo isso e azer de cona que acrediamos em nossa “esrela da sore, ou
ainda dizer a nós mesmos que, de qualquer maneira, seja o que or que
zermos, não vai aconecer coisíssima nenhuma.
Mas ambém podemos romper com a passividade, passar para o lado da
ação e “omar a palavra” em seu oro inerior, escuar as dierenes vozes
denro de nós, ponderar, dizer em silêncio os nossos prós e conras. Nosso
inerior enão preenchido de palavras, aé que a palavra jusa alimene a
decisão que é enão omada e se impõe como al.111
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
302 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Pensameno e opinião
As rocas humanas abrem os olhos para novas possibilidades, apoio, necessidade de correções e
adapações – com a condição que as pessoas não se agarrem com unhas e denes a suas opiniões.

“ A opinião pensa mal; ela não pensa.


Gason Bachelard


Pode-se dizer que opinião é o pensameno anes do raciocínio. Um mae-
rial ainda bruo, desordenado, sem esruura, um aglomerado de ideias
que não passaram pelo crivo da críca.
(...) Não reivindico a liberdade de opinião. Exprimir ceras opiniões em
público é, com jusça, proibido por lei, como no caso das opiniões racisas
ou discriminaórias. Mas deendo a liberdade de raciocinar e argumenar
sobre odas as opiniões.
(...) O exercício do pensameno serve para dar precisão ao nosso olhar so-
bre a realidade. No início, só emos inormações parciais, mais ou menos
coerenes. Elas nos permiem ormar uma “opinião”. Mas isso nada mais é
do que um jeio de disarçar nossa ala de enendimeno.
(...) Muias vezes nos “abrigamos” por rás do pensameno da maioria,
como se o ao de ser uma opinião de maioria nos inuenciasse. Nós per-
encemos à comunidade humana. Essa inserção no ecido das relações
humanas é que orna ão ore a ideia amplamene comparlhada. Ela
chega a cada um por muios canais dierenes, o que dicula o exercício
da críca. É assim que nascem e se espalham os rumores. E aí vem uma
espécie de preguiça de reer e cricar. É ão mais ácil abrigar-se no con-
ormismo das ideias da quase unanimidade... É preciso aprender a não se
conenar com esse “sono” da ineligência. Isso se aprende, principalmen-
e na escola. É preciso que a escola insisa na necessidade de desconar
da uniormidade, e mais ainda dos movimenos de muldões pelos quais
é ão ácil e enador se deixar levar.112

Deerminação, convicção, persisência


É com uma disposição correa para ir adiane com sabedoria e munido dos dados e recursos ne-
cessários que a realização aconece.
“Deerminar” é deixar claros quais são os elemenos de uma siuação, coisa ou aconecimeno. A
palavra deerminação vem de determinare, “chegar ao m”, e se usa no sendo de “esabelecer
limies”. Uma pessoa deerminada é aquela que chega ao m do que ela mesma delimiou. A
deerminação esá ligada ao indivíduo, que é quem escolhe a ação, o projeo que vai realizar e o
resulado que espera alcançar. Os aores exernos ambém pesam e podem mudar muia coisa,
mas o que az a grande dierença é a posição do indivíduo.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 303

Quando uma pessoa deermina que vai ngir seu cabelo de vermelho, por exemplo, ela considera
que essa é a melhor decisão, porque combina com a cor de sua pele ou esá mais de acordo com
seu goso. Esse po de deerminação não exige que se pense muio. Ouras deerminações, po-
rém, exigem empo e reexão cuidadosa anes de serem denidas.
Deerminação não é esperança ou vonade: é uma escolha de seguir em uma direção. Para de-
erminar-se, a pessoa precisa er meas claras, convicção de que irá alcançá-las, disposição para
procurar os recursos e azer os esorços necessários para isso. Quem não em meas não pode
ser deerminado, pois não sabe o que quer alcançar ou onde quer chegar. E mais: quem em de-
erminação consegue persisr quando as coisas não saem exaamene como esavam previsas.
Meas, orça inerior (convicção) e conança de que o que se deseja será alcançado – a combina-
ção dessas coisas é que gera deerminação. Sem orça e conança, as meas não se realizam; com
orça e conança mas sem meas, a pessoa ca na inenção e na esperança.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
304 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Anexo 2

Atividade: “10 conselhos para realizar”

Após ler e discur com seu grupo na avidade , você em elemenos para azer uma sínese em
orma de conselhos para realizar. E em oura one imporanssima de reerência que merece
ser lembrada e ulizada: os exemplos de pessoas que você conhece (ou de quem ouviu alar)
que demonsraram capacidade de realizar. Pense nessas pessoas e em suas realizações, por mais
simples que sejam, e procure exrair daí mais alguns elemenos para escrever seus “0 conselhos
para realizar”.
Escreva seus “ conselhos para realizar” em uma olha sola, que depois será rocada com a de
um colega para a avidade em casa.

Em casa
Você recebeu de um colega “0 conselhos para realizar”. Seu rabalho é ler e comenar o que co-
lega escreveu. Não se raa de cricar nem de avaliar, e sim de dialogar.

Para refer:
Quano aças, supremamene aze113
Ricardo Reis (heerônimo de Fernando Pessoa)

Quano aças, supremamene aze.


Mais vale, se a memória é quano emos,
Lembrar muio que pouco.
E se o muio no pouco e é possível,
Mais ampla liberdade de lembrança
Te ornará eu dono.

/0/
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 305

AULA 33: CONVERSANDO E APRENDENDO COMIGO.

73

The Only Excepon114


When I was younger
I saw my daddy cry
And curse a he wind
He broke his own hear
And I wached
As he ried o reassemble i

And my momma swore ha


She would never le her sel orge
And ha was he day ha I promised
I'd never sing o love
I i does no exis
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
306 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Bu darling
You are he only excepon
You are he only excepon
You are he only excepon
You are he only excepon

Maybe I know, somewhere


Deep in my soul
Tha love never lass
And we've go o nd oher ways
To make i alone
Or keep a sraigh ace

And I've always lived like his


Keeping a comorable, disance
And up unl now
I had sworn o mysel ha I'm conen
Wih loneliness

Because none o i was ever worh he risk, bu


You are he only excepon
You are he only excepon
You are he only excepon
You are he only excepon

I've go a gh gripon realiy


Bu I can'
Le go o wha's in ron o me here
I know you're leaving
In he morning, when you wake up
Leave me wih some kind o proo i`s no a dream

Ohh

You are he only excepon


You are he only excepon
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 307

You are he only excepon


You are he only excepon
You are he only excepon
You are he only excepon
You are he only excepon
You are he only excepon

And I'm on my way o believing


Oh, And I'm on my way o believing

A Única Exceção
Quando eu era jovem
Eu vi meu pai chorar
E amaldiçoar o veno
Ele paru seu próprio coração
E eu assis
Enquano ele enava conserá-lo

E a minha mãe jurou que


Ela nunca mais se deixaria esquecer
E oi nesse dia que eu prome
Que eu nunca canaria sobre amor
Se ele não exissse

Mas querido
Você é a única exceção
Você é a única exceção
Você é a única exceção
Você é a única exceção

Talvez eu saiba, em algum lugar


No undo da minha alma
Que o amor nunca dura
E emos que arranjar ouros meios
De seguir em rene sozinhos
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
308 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Ou car com uma cara boa

E eu sempre vivi assim


Manendo uma disância conorável
Aé agora
Eu nha jurado a mim mesma que eu esava conene
Com a solidão

Porque nada disso algum dia valeu o risco, mas


Você é a única exceção
Você é a única exceção
Você é a única exceção
Você é a única exceção

Eu enho uma ore noção de realidade


Mas eu não consigo
Deixar de perceber o que esá na minha rene
Eu sei que você esá parndo
Quando você acordar de manhã
Mas me deixe uma prova de que não é um sonho

Ohh

Você é a única exceção


Você é a única exceção
Você é a única exceção
Você é a única exceção
Você é a única exceção
Você é a única exceção
Você é a única exceção
Você é a única exceção

E eu esou a caminho de acrediar


Oh, e eu esou a caminho de acrediar
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 309

Avaliar é, para muios, uma avidade que é realizada apenas ao nal de um processo. Todavia, ao
lermos a lera da música de maior sucesso grupo americano Paramore, 'The only excepon', per-
cebemos que a pessoa que cona sua hisória, consegue avaliar-se dierenemene. Ela consegue
perceber que: "Refer signica volar para si mesmo, aenando para o próprio azer, pensamen-
os, represenações e senmenos. (...) A absração refexionane leva à compreensão e o sujeio
opera sobre os dados percebidos do objeo no sendo de ransormá-lo a parr das relações que
estabelece".115 Iso é, ela consegue aplicar uma das concepções de avaliação que queremos desa-
car nesa aula, a de azê-la consanemene.
Ao analisar várias ases de sua vida, o indivíduo consegue observar e reer sobre sua realidade,
se surpreendendo e avaliando os próximos passos a serem dados para melhoria de sua exisên-
cia. Ele consegue sair de um esado de oal descrédio com relação ao amor, para um esado de
auopermissão e crença de que é possível realizar-se amorosamene. E o que iso em a ver com
esa aula? Tudo!
Tenaremos, aravés dela, conscienzar os esudanes sobre a avaliação connuada e ormava.
Uma avaliação do ouro, de si mesmo e de udo que esá à sua vola, que lhe permirá consruir
seu projeo de vida num consane diálogo inerno e com o ouro, visando a uma melhoria quali-
ava do seu esado aual.

Objetivos Gerais

• Perceber a imporância da avaliação como subsídio como para omadas de decisão


para uma melhoria;
• Reer sobre o processo de avaliação do próprio rabalho;
• Perceber a imporância do exercício do diálogo inerno na auo-avaliação;
• Aprender a ser omisa.

Roteiro

PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO

Leiura e compreensão de siuação envolvendo


Avidade: Ser avaliado. avaliação do ouro; 0 minuos
Quesonário sobre os diversos eslos avaliavos.

Leiura e compreensão de uma siuação corri-


Avidade: Avaliar-se... queira de sala de aula; 0 minuos
Quesão sobre auo-avaliação.

Avaliação. Reomada dos objevos da aula. 5 minuos


MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
310 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

ORIENTAÇÕES PARA AS ATIVIDADES

Atividade Individual: Ser avaliado (Anexo 1)

Objetivos

• Compreender a imporância da avaliação enquano mecanismo diagnósco de uma


siuação que subsidia uma melhoria;
• Perceber a necessidade de exerciar a argumenação para explicar seu envolvimeno
nos rabalhos realizados;
• Exerciar a auocríca e auo-avaliação;
• Avaliar o ouro numa perspecva ormava.

Desenvolvimento

Primeiramene, a avidade consise em desacar eslos avaliavos disnos. A avidade se inicia-


rá com a leiura em grupo dos parágraos inroduórios, com o propósio de chamar aenção dos
esudanes para a concepção de avaliação que a aula preende enocar, a de avaliação como jul-
gameno de qualidade acerca de uma realidade, visando uma omada de decisão para a melhoria.
Para que os esudanes comecem a ler a siuação proposa e o reorno dado cada esudane, é
imporane que o educador se cerque de que não só esa concepção de avaliação acima oi
enendida, bem como o conceio de auo-avaliação que Whimore apresena, iso é, como um ao
argumenavo e críco, de envolvimeno e responsabilidade para com seu rabalho.
Passada essa primeira eapa, é chegada a hora da leiura e compreensão da siuação avaliava.
Individualmene, os esudanes erão que responder às duas quesões proposas e, para a primei-
ra, espera-se que ele consiga perceber que o quino reorno é o mais apropriado. Nele, o educa-
dor preocupou-se não só com o rabalho da auoesma do esudane - azendo elogios - como
ambém ez pergunas que visavam enender sua linha de raciocínio, o esmulando a argumenar
sobre seu rabalho, a disseração.
Para a segunda quesão, espera-se que o esudane escolha qualquer dos rês primeiros reornos.
Todos são depreciavos e desnecessários. A avidade consise em reescrever o reorno dado pelo
educador na perspecva de uma avaliação mais ormava, para que o esudane consiga reer
sobre seu rabalho e argumene sobre suas escolhas disseravas. Os reornos escrios devem ser
lidos para oda classe e eles devem assemelhar-se a ese que se segue: "João, gosei do ua reda-
ção, mas, acho que alguns ponos gramacais e eslíscos devem ser mais bem rabalhados. Para
que comecemos a modicar o exo junos, gosaria de saber o que você quis dizer, por exemplo,
com esa rase: preconceio não em nada a ver e esá ora de moda. O que você quis dizer com
isso?". Ou seja, odos os reornos reescrios que seguirem a lógica de dar a voz ao esudane da
siuação no sendo de ele azer uma auocríca sobre sua disseração devem ser aceios.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 311

Atividade Individual: Avaliar-se... (Anexo 2)

Objetivos

• Reer e analisar cricamene audes e comporamenos;


• Desperar para a imporância do exercício consane da auo-avaliação;

Desenvolvimento

A avidade será iniciada com o educador dizendo que a proposa agora será azer uma auo-ava-
liação e que, após a leiura individual do exo, uma quesão será proposa.
O exo cona um ao corriqueiro da vida de qualquer esudane, a apresenação de um rabalho,
e a avidade proposa consise em azer os esudanes escreverem um e-mail para odos os ine-
granes do grupo "civilização egípcia", assumindo o papel de Renê e azendo uma auo-avaliação
de suas audes e comporamenos.
É bem provável que os esudanes, ao assumir o papel de Renê, sinam-se culpados e escrevam
um e-mail julgando alguns dos seus comporamenos, por enenderem que, numa siuação de
rabalho de grupo na escola, é necessário exisr companheirismo e ajuda múua. Porém, a avi-
dade em como objevo principal omenar uma reexão e análise críca da siuação, sem que
isso exclua o caráer subjevo que oda auo-avaliação em. Porano, alguns e-mails devem ser
lidos e ouvidos e é imporane que seja criado em sala um ambiene propício à discussão, no qual
os esudanes possam dizer com quais resposas eles se idencaram mais. Enm, não é uma
avidade que em resposas ceras e erradas, mas uma onde o esudane erá a oporunidade de
mosrar que compreendeu a imporância de avaliar-se para operar mudanças de qualidade em
sua própria vida.
É imporane reorçar para aos esudanes que eles devem escrever em primeira pessoa e não
no condicional, já que eles são Renê agora. Faz-se necessário esmulá-los a escrever o que eles
zeram para resolver (reverer) a siuação.

Avaliação

Tene perceber se o esudane conseguiu enender que avaliamos primeiro para diagnoscar uma
siuação e, segundo, que uma avaliação deve ser um insrumeno de omeno de mudanças de
qualidade na vida de alguém. Que na relação que desenvolvemos com as pessoas, é preciso er-
mos consciência do nosso papel e devemos nos responsabilizar pelas cricas e comenários que
ecemos ao avaliarmos o ouro. Que na consrução de um projeo de vida, há que exisr essa
preocupação com o bem-esar do ouro e que, no que concerne a auo-avaliação, é crucial que
aprendamos a exerciar o diálogo inerno e a reexão, já que eles nos ajudam a vericar as conclu-
sões que chegamos sobre nossas vidas, melhorando signicavamene nossa auoesma.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
312 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Em casa: Final da estrada, como você se vê? (Anexo 2)

Respostas e comentários
) A pessoa que az sua reexão/avaliação sobre sua vida mosra-se basane arrepen-
dida de er e não er eio muias coisas. Se o esudane chegar à conclusão de que
a avaliação é pessimisa, aceie sua opinião. Em uma das esroes, ele diz: "Devia ter
complicado menos, rabalhado menos. Ter viso o sol se pôr." E esa pare pode ser um
dos exemplos que aesam o pessimismo e arrependimeno ciados acima.
) Os esudanes devem escrever seus epiáos e seguindo a linha da avaliação de uma
vida para o omismo e posividade.

Avidade Exra
Sugira que os esudanes preparem um memorial sobre as aulas de projeo de vida. Um memorial
é um documeno que você elabora passo a passo. Nele, impressões sobre sua aprendizagem, os
aceros, as viórias, os avanços, mas ambém as alhas, os momenos diceis, as paradas, as dúvi-
das são descrios. É uma espécie de "diário" no qual você poderá escrever e conar o que esver
senndo, reendo, vivenciando, os gosos e desgosos ao longo de um processo.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 313

Anexo 1

Atividade Individual: Ser avaliado

Avaliar é diagnoscar uma siuação para a melhora qualiava de algo e, mesmo não percebendo
isso, cosumamos usar ese mecanismo connuamene durane a execução de muias avidades
diárias; desde a simples area de pensar quanas colheres de açúcar colocamos no suco, aé
quando resolvemos ir ao médico por esarmos com aquela dor que apareceu de repene e não
sabemos de onde veio.
Assim, ser avaliado ambém az pare da vida. Ceramene, muias oram as vezes que você eve
que ser avaliado por alguém e senu que aquela avaliação oi produva ou não. Isso aconece!
Mesmo não sendo especialisas, odos nós sabemos quando uma avaliação nos serviu.
Avaliações que valem a pena são aquelas que aendem ao criério de jusça e visam reraar o
esado aual de algo, subsidiando uma melhora em qualquer aspeco da vida. Sobre reorno e
auo-avaliação, Whimore coloca:

“ (...) o executante/aprendiz é obrigado a forçar


o raciocínio e se envolver. Precisa pensar e
formular os pensamentos antes de articular
as respostas. Isso é consciência. Ela o ajuda
aprender a avaliar o próprio trabalho e,
portanto, a tornar-se mais autossufciente.
Desse modo, "assume a autoria" do desempenho


e de sua avaliação. Isso é responsabilidade.

Levando isso em consideração, leia a siuação abaixo e responda às quesões que se seguem.
No primeiro dia de aula do primeiro ano do ensino médio de uma escola, o recém-chegado edu-
cador de redação e poruguês pede aos seus esudanes que escrevam uma disseração inu-
lada - “preconceio”. Empolgados com a avidade e querendo conar suas experiências de vida,
os esudanes começam a redigir e, após mais ou menos quarena e cinco minuos do início da
avidade, odos já haviam acabado. No dia seguine, ansiosos e curiosos com comenários do
novo educador sobre suas produções, cada esudane oi chamado à rene para receber sua
disseração e aqui esão cinco das observações eias pelo educador nas olhas dos esudanes:
Esudane  - Você não soube como escrever. Suas ideias caram desconexas, não consegui en-
ender sua linha de raciocínio, seus parágraos esão longos e a ponuação deciária. Não sei sua
inenção, mas para azer qualquer curso universiário, é necessário uma melhora urgene.
Esudane  - Não gosei da orma como você escreveu. Não há proundidade e sua disseração
pareceu uma conversa inormal qualquer. E, além do mais, você ugiu do ema. Onde esá o pre-
conceio aqui? Você precisa melhorar...
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
314 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Esudane  - Sua disseração oi clara e rica em dealhes, mas seu eslo e ormas de escrever
caram muio abaixo do que se espera para um esudane que preende enrar na universidade;
Esudane  - Ineressane! Qual é sua opinião sobre sua produção?
Esudane  - Gosei! Porém, quei curioso. Qual oi o po de preconceio que você quis abordar
na disseração? Não corrigi seus erros de ponuação, mas oi de propósio. Será que você conse-
guiria desacá-los? Há  erros. Foi muio bem escrio e seu eslo é bem jornalísco. Se você osse
convidado a publicar isso, que po de mídia você escolheria para angir seu público?
) Qual esudane recebeu um reorno do educador que condiz com a perspecva de
uma avaliação em prol da melhoria, dando um reorço um reorço posivo na sua
auoesma e esmulando sua cricidade em relação ao seu rabalho? Porquê?
) Idenque uma avaliação que você considera inadequada e, assumindo o papel do
educador, reormule-a, de modo que o esudane se sina esmulado a azer um ca-
minho reexivo sobre seus erros.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 315

Anexo 2

Atividade Individual: Avaliar-se ...

Aconeceu numa escola da perieria paulisana...


Renê, esudane do primeiro ano do ensino médio, senu-se, no mínimo, desconorável com
a seguine siuação ocorrida em classe. Ele nha uma apresenação de Hisória e em seu grupo
esavam Bruno, Carlos, Luiza e Guilherme. Os mesmos de sempre. Cada grupo cou responsável
por pesquisar sobre uma civilização anga e, por soreio, a deles, oi a egípcia. Animados com o
rabalho, a primeira coisa que zeram oi decidir quem iria pesquisar o quê a respeio do ema.
Não houve brigas e Renê gosou da sua pare, a hisória. Cada um com sua pare, eles veram 0
dias para ir arás de udo e aé aí, udo corria as mil maravilhas.
Dois dias anes da apresenação, algo deixou Renê proundamene irriado e o clima enre eles
mudou. Eles haviam combinado de azer um ensaio na casa de Luiza para ver o que cada um -
nha eio aé enão, e Bruno alou que nha enconrado muio pouco sobre as guerras, que eve
diculdade de achar maerial e, por isso, não nha conseguido complear a pare dele. Renê não
acrediou e imediaamene pensou que Bruno esava azendo corpo mole. Ele mesmo já nha
viso algo sobre as guerras do período que eles esavam esudando na inerne. Achou que Bruno
esava enando azer alguém do grupo rabalhar para ele.
O enconro na casa de Luiza erminou e o silêncio omou cona do grupo. Incomodado com a pas-
sividade de odos, Renê, não achando juso ser prejudicado pelo colega, um pouco anes da apre-
senação, oi à sala dos educadores e disse à educadora que Bruno não iria parcipar porque eve
diculdades na sua pare. Para ele, nha eio jusça e conado a verdade. A educadora esranhou
a aude e exasperação de Renê, mas não disse nada, apenas aceiou o inormado e pensou que
udo aquilo nha sido uma decisão omada pelo grupo.
Na hora da apresenação, Renê oi o primeiro, e aproveiou a chance para dizer que Bruno não
apresenaria, rependo o que havia explicado a educadora. Os ouros do grupo caram perple-
xos. Cuucaram Renê discreamene e imediaamene deenderam Bruno, dizendo que ele nha
eio o rabalho e alaria sim. A parr daí, Renê, encabulado, começou a quesonar seus aos.
Nunca pensou que a siuação iria causar ano desconoro. Sua inenção oi apenas não prejudi-
car o grupo, anal de conas, Bruno não nha eio nada, em sua opinião, e ele cou com medo
de rar noa baixa. Ao nal, odos apresenaram, inclusive Bruno. Os meninos o ajudaram em sua
ala e o rabalho oi apresenado sem mais nenhuma surpresa de úlma hora.
Enreano, no dia seguine, um clima dierene havia se insalado enre eles. Renê esranhou o
comporameno dos ouros para com ele. Nenhum quis muia conversa e quando ele pergunou
a Luiza o que esava aconecendo, ela disse: "Você agiu errado. Você sabe que Bruno sempre oi
um dos mais dedicados e responsáveis do grupo. Você só pensou em você."
As palavras de Luiza soaram como uma críca que Renê cusou a compreender. Ele cou chae-
ado por vários dias, pois, para ele, não nha eio nada com o propósio de prejudicar o grupo.
Avaliar-se era preciso...
) A siuação acima mosra uma pessoa em conio. Renê comporou-se de uma manei-
ra com os seus colegas de classe e esá em dúvida sobre o que azer para reconquisar
a conança dos amigos. Nesa avidade, você é Renê. Escreva um e-mail para odos
os inegranes do grupo, azendo uma auo-avaliação do seu comporameno.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
316 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Para Saber Mais:


Aprendendo a ser omisa
Há quaro écnicas básicas para exerciar o omismo:
Deecar pensamenos auomácos - é imporane reconhecer pensamenos que dão volas em
nossas cabeça quando nos senmos mal. Pensamenos assim são, às vezes, impercepveis, mas
aeam proundamene nosso esado de ânimo. Trabalhar o diálogo inerno, ou seja, o que dize-
mos para nós mesmos em siuações adversas é crucial;
Avaliar pensamenos auomácos - implica reconhecer que os pensamenos que dizemos a nós
mesmos, não êm movos de serem considerados verdadeiros. Devemos aprender a reunir pro-
vas para deerminar a veracidade das crenças que esses pensamenos expressam;
Dar explicações mais plausíveis - devemos azer isso para quesonar os pensamenos auomá-
cos decorrenes dos aconecimenos desagradáveis. Ao inserir uma nova explicação, conseguimos
inerromper a cadeia de explicações negavas e melhorar signicavamene nosso humor;
Pracar o ancaasrosmo - quando as coisas vão mal, começamos a pensar as piores consequ-
ências possíveis e anasiamos sobre as implicações mais desasrosas. Isso deve ser eviado, pois,
na maioria das vezes, a caásroe, como pensamos, é muio improvável de ocorrer.

Na Estante

Vale a pena LER

Ricky Marn, esrela inernacional pop nore-americana de


origem poro-riquenha e deenor da incrível marca de mais
de 60 milhões de cópias vendidas em odo mundo, nos cona
sobre suas memórias da inância, experiências vivenciadas
enquano parcipane da amosa 'boy band' Menudo, sua
lua na consrução de sua idendade, reexões sobre a o-
mada de consciência acerca de sua sexualidade, relaciona-
menos que lhe permiram vivenciar o amor e projeos de
vida que zeram com que ele escolhesse ajudar crianças em
odo globo e ser pai. Me é um memorial que nos oerece a
auo-avaliação da carreira de um dos mais adorados ícones
do pop mundial de nossos empos.
74
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
º ANO DO ENSINO MÉDIO 317

Em casa: Final da estrada, como você se vê?

Tiãs - Epiáo118
Devia er amado mais
Ter chorado mais
Ter viso o sol nascer
Devia er arriscado mais e aé errado mais
Ter eio o que eu queria azer
Queria er aceiado as pessoas como elas são
Cada um sabe a alegria e a dor que raz no coração

O acaso vai me proeger


Enquano eu andar disraído
O acaso vai me proeger
Enquano eu andar...

Devia er complicado menos, rabalhado menos


Ter viso o sol se pôr
Devia er me imporado menos com problemas pequenos
Ter morrido de amor
Queria er aceiado a vida como ela é
A cada um cabe alegrias e a riseza que vier

O acaso vai me proeger


Enquano eu andar disraído
O acaso vai me proeger
Enquano eu andar...

Devia er complicado menos, rabalhado menos


Ter viso o sol se pôr.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
318 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Você sabia?119
Epiáo - sm. inscrição umular. A música do Tiãs az reerência às rases que são escrias nas
lápides dos úmulos e mausoléus dos cemiérios com o m de homenagear os moros sepulados
no local. Sua origem remona a Anguidade e oram os romanos que juscaram sua necessidade
e exporaram al cosume. O enerro passou a narrar os eios do seu ular e, com o passar dos
anos, os epiáos começaram a ser usados por oda a população para lembrar as qualidades do
ene querido que se oi deixando saudade. Hoje, há aé aqueles que, em vida, azem quesão que
sejam escrias rases que eles mesmos escolheram; pedido nem sempre aendido pelos amiliares.

) Escue a música e responda que po de avaliação a pessoa que cona sua hisória az?
Por quê? Dê exemplos que suporam sua opinião.
) Ensinar as pessoas a serem omisas, ou seja, ensiná-las a avaliar para mudanças de
qualidade, é algo que devemos omenar no ser humano desde a inância e um hábio
que deve ser consanemene exerciado, por ele nos auxiliar a superar obsáculos e
insisr diane dos desaos. Na música, o indivíduo que reee sobre a vida, se mosra
arrependido de várias coisas, e é bem provável que ele não enha do o mesmo po
de orienação que você esá endo. Em sua ala, não há nenhuma enava de reer
e enar provar para si mesmo, aravés de aos reais, que sua vida não oi ão ruim
quano parece. Sendo assim, siga na conramão da ideia da música e ormule seu epi-
áo. Capriche na reexão e escreva como você gosaria de ser lembrado, viso, sou
mesmo deixe-nos um recado.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 319

AULA 34 e 35: É PRECISO SABER SOBRE O SABER!

75

Conciliar saberes acadêmicos e não acadêmicos e culvar as ormas de acessá-los, inclusive nos
momenos de ócio, é uma habilidade undamenal, uma vez que se dedicar a um Projeo de
Vida ulrapassa a duração do período levo regular. É um grande desao para os jovens de hoje
aenar para as condições avoráveis à aprendizagem, valendo-se dos recursos disponíveis para
azê-lo de modo auônomo e responsável, driblando os consanes apelos que podem disraí-los
de seus objevos.

Objetivo Geral

• Aenar para os próprios processos de aprendizagem e para a necessidade de


coninuar aprendendo além da duração do período leivo e do cumprimeno das
aividades curriculares.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
320 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Roteiro

PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO

Reexão sobre os processos de aprendizagem


Avidade: Eu aprendo de cada um em relação aos coneúdos curricu-
0 minuos
assim. lares e o impaco que causam nas linhas gerais
do Projeo de Vida.

Reexão sobre os processos de aprendizagem


Avidade: Eu queria
de cada um, independenemene dos coneú- 0 minuos
saber.
dos curriculares.

Avaliação. Reomada dos objevos do enconro. 5 minuos

ORIENTAÇÕES PARA AS ATIVIDADES

Atividade: Eu aprendo assim

Objetivo

• Reer sobre o processo de aprendizagem, em consonância com o componene


curricular do esudane, como pare indissociável do Projeo de Vida.

Desenvolvimento

Nesa avidade, o oco é o processo de aprendizagem do coneúdo curricular, endo-se em cona


as disciplinas acadêmicas e seus desdobramenos à luz do Projeo de Vida. Embora avaliações de
aprendizagem sejam necessárias em odas as disciplinas, a ideia é que o esudane se conscienze
sobre seus próprios processos, balizando seu plano de esudo com aenção especial ao Projeo
de Vida. Os dados que cada um possui para realizar comparações são do próprio desempenho
individual no ano levo anerior, assim se pode perceber seus impacos nas decisões e nas progra-
mações de esudo para o presene ano. Tendo-se em cona que o novo ano levo já se enconra
em andameno, convém aenar para o ao de as meas esarem sendo ou não cumpridas à luz
do Projeo de Vida de cada um.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 321

Assim, é imporane que reiam juno ao educador a parr dos seguines ópicos (Anexo):

. Das disciplinas do currículo escolar, em quais você mais aprendeu? Por quê?

. Em quais você menos aprendeu? Por quê? Mediane as diculdades de aprendizagem, quais
as providências que você omou e quais os apoios recebidos?
Nesses dois ópicos, é possível deecar não só a dierença de desempenho enre uma disciplina e
oura, mas observar mais aenamene como cada uma delas pode impacar o Projeo de Vida do
esudane, se esá em consonância ou não com as expecavas. Além disso, evidencia possíveis
recursos já experimenados para obenção de ajuda e abre perspecvas de mobilização de ouros
expedienes de apoio.

. Ao receber as avaliações nais do ano levo, a que conclusões você chegou, em relação a:
a) Nível de sasação com o seu próprio desempenho:
Aqui é possível perceber o nível de críca ou de exigência que cada esudane em
em relação a sua aprendizagem. Uns se cobrarão mais, ouros menos. Para além dos
graus de “cobrança”, conudo, o imporane é que se aene para o quano a percep-
ção do esudane é condizene com a realidade.
b) Impaco do seu desempenho nas suas aspirações e sonhos. (O que houve de posi-
vo e negavo, considerando a imporância desses impacos no seu Projeo de Vida)
O esudane em consciência realmene dessa relação ou ainda não assimilou muio
bem a ideia de um Projeo de Vida como algo real, direamene impacado pela aqui-
sição dos saberes adquiridos e a mobilização deses?

. Das refexões sobre essa rajeória acadêmica, quais as conclusões a que você chegou sobre
o melhor aproveiameno do ano levo aual, de modo a assegurar os êxios obdos no ano
passado e melhorar nos aspecos não sasaórios? Lise abaixo essas medidas e responda
rancamene se elas esão sendo posas em práca:
Aqui impora deecar evenuais “disrações” em relação a essas medidas e a orma de reomá-
-las, quando or o caso. É ambém uma oporunidade de reorçá-las e considerar se êm sido
exiosas ou se precisam de evenuais ajuses.
a) Nos momenos em que você não esá em aula, se dedica a alguma avidade que
complemene o esudo escolar, indo além das avidades obrigaórias do currículo?
Se a resposa or posiva, cone como isso se dá. Se or negava, explique por que
não o az.

Esse ópico é imporane para reer sobre o nível de responsabilidade e de auonomia


de cada esudane; se consegue deecar necessidade de ouras ormas de aprendiza-
gem para além do espaço escolar e das areas direcionadas pela escola, quais recursos
mobiliza e como.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
322 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

b) Quais são as condições mais enadoras para você não esudar, mesmo quando dis-
põe de empo de sobra para isso? Você sabe lidar com essa siuação? Caso saiba,
cone como; caso não saiba, diga qual é a maior diculdade.
Direamene relacionado ao ópico anerior, aqui há a possibilidade de reer sobre or-
mas de resisência ao que dispersa a aenção do esudane, sua capacidade de maner
o oco e o quano se proege desses assédios (por exemplo, desligando o smartphone,
desconecando-se da inerne, ec.)

Atividade: Eu queria saber

Objetivos

• Reer sobre os processos de aprendizagem próprios, relacionados a emas que exra-


polam os limies do currículo escolar;
• Analisar em que medida o empo dedicado a esse po de conhecimeno se harmoniza,
mesmo que indireamene, ao Projeo de Vida do esudane.

Desenvolvimento

Ese esudo visa basicamene relacionar os gosos individuais à aquisição de conhecimenos não
direamene relacionados ao currículo escolar, mas que reeem o empenho do esudane em
prol da sua vonade de saber. Desse modo, é possível vericar (e conversar a esse respeio) em
que medida esses diversos ineresses e as responsabilidades pelo conhecimeno ormal se asso-
ciam ou se disanciam, se harmonizam ou se chocam, no processo de ormação do esudane.
Assim, os seguines ópicos (Anexo ):

- Quais os assunos não conemplados pelo currículo escolar ineressam a você? Você cosuma
dedicar seu empo a aprender mais sobre eles? Como?
A inenção é sondar a vonade de aprender, sem obrigações exernas, que cada esudane possui,
além de perceber quais cuidados são omados (ou não) visando o culvo e aprimorameno do saber.

- Você consegue relacionar esses assunos, direa ou indireamene, ao seu Projeo de Vida? De
que maneira?
Impora muio permir que os esudanes expressem, em seus ermos próprios, essas possíveis
relações. Pode aconecer, inclusive, de haver relações sus ainda não percebidas por eles. De odo
modo, sempre há alguma relação, poso que cuidar de assuno de seu próprio ineresse, alimen-
ando a poência e os alenos individuais (sejam eles “úeis” ou não) é de suma imporância para
uma relação plena consigo mesmo, pois se raa de algo que se em idencação.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 323

- Quais os lugares que cosuma requenar, esponaneamene, simplesmene com o inuio de


aprender algo? Há ouros que gosaria de requenar? Quais?
Aqui, verica-se se o esudane mobiliza recursos em unção dos seus ineresses ou se negligencia
esse aspeco saudável da sua vida, que é se ineressar pelas coisas e vivenciá-las.

- Em média, quano do seu empo livre você se dedica a esses assunos, ao longo de uma semana?
Você se programa para isso ou se dedica a eles quando lhe “dá na elha”?
Direamene relacionado ao anerior, ese ópico ambém visa sondar, de oura orma, o grau de
dedicação e disciplina dispensados ao assuno.

- Você sabe onde e como acessar os coneúdos do seu ineresse de orma grauia ou pouco
cusosa nanceiramene? Fale um pouco sobre isso.
Muias vezes, em-se a ideia de que conhecimeno, para ser bom, deve ser pago – e de preerência
muio caro. Ouras vezes, a mera ala de inormação de recursos disponíveis (mesmo com prolie-
ração de arquivos grauios on-line), impede a pessoa de dedicar-se a algo com que se idenca.

- Quais avidades lhe dão a sensação de esar “perdendo empo”? Se você sabe que esá des-
perdiçando o se empo por quê connua a pracá-las?

- Quando você esá esudando, o assuno que or aravés da inerne, quais os aores que in-
ererem na sua concenração e como ena eviá-los? Você consegue?
Nese ópico e no anerior, será vericado se o esudane em consciência dessa possibilidade e,
caso enha, como se relaciona com ela. Abrir espaço para que os esudanes alem de suas esra-
égias próprias pode ser uma ocasião de grande proveio para oda a classe.

Avaliação

Verique se os esudanes compreendem os seus processos individuais de aprendizagem e a ne-


cessidade de connuar aprendendo, para além da duração do período levo e do cumprimeno
das avidades curriculares, quando se raa de saberes conemplados pelo currículo da escola. Do
mesmo modo, verique se culvam ouros saberes e aprendizagens com os quais se idencam,
valorizando ouros aspecos do conhecimeno em uma dimensão pessoal.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
324 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Texto de Apoio ao Educador120

A noção de que ver TV por ano empo não pode ser bom para nós oi basane diundida. Na
segunda meade do século passado, os crícos da mídia alaram à exausão a respeio dos eeios
da elevisão sobre a sociedade [...] Conhecemos há décadas os eeios da elevisão na elicidade
[...] mas isso não impediu seu crescimeno como a maneira predominane de empregarmos nosso
empo livre. Por quê?
[...] Os seres humanos são criauras sociais, mas a explosão de nosso excedene de empo livre
coincidiu com uma gradual redução do capial social – nosso esoque de relacionamenos com
pessoas nas quais conamos e das quais dependemos. Uma pisa sobre o aumeno espanoso do
hábio de ver TV é o ao de ele er subsuído ouras avidades, sobreudo as avidades sociais
[ouras diversões, socialização e dormir] [...] Uma das causas dos eeios negavos da elevisão
oi a redução da quandade de conao humano, uma ideia chamada de hipóese de sub-rogação
social.
A sub-rogação social em duas pares. Fowles expressa a primeira – emos, hisoricamene, vis-
o ana elevisão que ela subsui odos os ouros usos do empo livre, incluindo empo com
os amigos e a amília. A oura é que as pessoas que vemos na TV consuem um conjuno de
amigos imaginários. Os psicólogos JayeDerrick e ShiraGabriel, da Universidade de Búalo, e Kur
Hugenberg, da Miami Universiy de Ohio, concluíram que as pessoas se volam para os programas
preeridos quando se senem soliárias e que se senem menos sós quando esão assisndo a
ais programas [...] Essa roca ajuda a explicar como a TV se ornou nossa avidade opcional mais
adoada, mesmo em doses que ano se relacionam com a inelicidade como podem provocá-la:
sejam quais orem as desvanagens, é melhor do que se senr sozinho, mesmo que você realmen-
e eseja. Como é algo que se pode azer sozinho, ao mesmo empo em que reduz o senmeno de
solidão, ver elevisão em as caraceríscas ceras para se ornar popular à medida que a socieda-
de se dispersa das cidades superpopulosas e das comunidades rurais muio echadas em direção à
relava desconexão dos movimenos pendulares e das requenes relocações dos rabalhadores.
Uma vez que haja na casa um aparelho de TV, não há cuso exra em assisr uma hora mais.
Ver elevisão cria, assim, uma espécie de monoonia. Como Luigino Bruni e Luca Sanca observam
[...] ver TV em um papel decisivo na roca das avidades sociais pelas soliárias [...] “A elevisão
pode er um aumeno signicavo no aumeno do maerialismo e das aspirações maeriais das
pessoas, levando, assim, os indivíduos a subesmar a imporância comparava das relações iner-
pessoais para uma vida sasaória e, consequenemene, a superinvesr em avidades gerado-
ras de renda e subinvesr em avidades relacionais” [...] Traduzindo a árida linguagem econômica,
subinvesr em avidades relacionais signica passar menos empo com os amigos e a amília, exa-
amene porque ver muia elevisão nos leva a despender mais energia com a sasação maerial
e menos com a sasação social.
Comecei a reer sobre a nossa crescene decisão de empregar a maior ração do nosso empo
livre para consumir um único veículo de comunicação em 00, depois da publicação de Here Co-
mes Everybody, livro que escrevi sobre mídia social. Uma produora de TV que enava decidir se
eu deveria ou não ir ao seu programa para discur o livro pergunou-me: “Que usos ineressanes
da mídia social você vê agora?”
Falei sobre a Wikipédia, a enciclopédia colaborava on-line, e sobre o argo a respeio de Pluão
que esá no sie. Em 006, Pluão esava sendo colocado para ora do clube dos planeas – as-
rônomos haviam concluído que ele não era parecido o basane com os ouros planeas para
perencer ao grupo, enão propuseram redenir planea de modo a excluí-lo [...] Como resulado,
a página sobre Pluão na Wikipédia eve um súbio aumeno de avidade.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 325

As pessoas ediavam uriosamene o argo para explicar a aleração proposa no saus de Plu-
ão, e os ediores mais compromedos discordavam enre si sobre como caracerizar melhor a
mudança. Durane essa conversa, eles aualizaram o exo – conesando pares dele, rases e aé
escolha de palavras – aé ransormar a essência do argo “Pluão é o nono planea” em “Pluão
é uma rocha de ormao esranho, com uma órbia de ormao esranho, no limie do sisema
solar”.
Supus que a produora e eu iríamos discur a consrução social do conhecimeno, a naureza da
auoridade ou qualquer dos ouros ópicos com requência gerados pela Wikipédia. Mas ela não
me ez nenhuma dessas pergunas. Em vez disso, suspirou e disse: “Onde as pessoas enconram
empo?” Ao ouvir isso, eu a inerrompi: “Ninguém que rabalha na elevisão pode azer essa per-
guna. Você sabe de onde vem o empo”. Ela sabia, porque rabalhava numa indúsria que vem
devorando a maior pare do nosso empo livre há cinquena anos.
Imagine raar o empo livre dos cidadãos escolarizados do mundo como um colevo, uma espé-
cie de excedene cognivo. Que amanho eria esse excedene? Para calcular, precisamos de uma
unidade de medida, enão vamos começar com a Wikipédia. Suponhamos que consideremos a
quandade oal de empo que as pessoas gasaram com ela um po de unidade – odas as edi-
ções eias em odos os argos e odos os debaes a respeio dessas edições em odos os idiomas
nos quais a Wikipédia exise. Isso represenaria algo em orno de 00 milhões de horas de pensa-
meno humano para o empo que gasei conversando com a produora de TV [...] Cem milhões de
horas de pensameno cumulavo são, evidenemene, muia coisa. Mas quano é isso comparado
ao oal de empo que passamos vendo elevisão?
Os americanos assisem TV durane cerca de 200 bilhões de horas por ano. Isso represena o gas-
o de empo livre em mais ou menos  mil projeos na Wikipédia por ano. Mesmo ínmas rações
desse empo são enormes: só vendo comerciais, gasamos cerca de 00 milhões de horas por nal
de semana. É um excedene bem grande. As pessoas que pergunam “Onde eles enconram em-
po?”, reerindo-se ao que rabalham na Wikipédia, não compreendem como odo aquele projeo
é minúsculo em relação ao empo livre colevo que possuímos. Algo que orna a era aual noável
é que podemos agora raar o empo livre como um bem social geral que pode ser aplicado a
grandes projeos criados colevamene, em vez de um conjuno de minuos individuais a serem
aproveiados por uma pessoa de cada vez.

Na Estante

Vale a pena LER


Obra da qual se exraiu o exo de apoio ao educador reerene a
esa aula, A culura da parcipação é um insgane esudo sobre
os caminhos para as inerações sociais criavas aberos pelas
novas ecnologias e mídias sociais, para as quais convergem a
soma de alenos posos à disposição de rabalhos colabora-
vos em odo o mundo e de ormas aé enão inimagináveis. As
movações que levam as pessoas a dedicar pare do seu empo
livre, generosamene, para a criação e disponibilização de novos
saberes e serviços em rede são examinadas com acuro e em-
basadas em dierenes esudos de psicologia, ciências sociais e
76 economia.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
326 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Além disso, o livro se presa, em cera medida, ao papel de um verdadeiro manual para
quem quer se junar avamene a essa rede global que modicou, denivamene, a nossa
orma de gerar e consumir conhecimeno.

Vale a pena VER


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MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 327

Anexo 1

Atividade: Eu aprendo assim

Faça uma breve rerospecva da sua vida acadêmica no úlmo ano. Considerando odo o ano
levo passado, reia e anoe as suas ponderações, a parr das quesões abaixo.

. Das disciplinas do currículo escolar, em quais você mais aprendeu? Por quê?

. Em quais você menos aprendeu? Por quê? Mediane as diculdades de aprendizagem, quais as
providências que você omou e quais os apoios recebidos?

. Ao receber as avaliações nais do ano levo, a que conclusões você chegou, em relação a:
a) Nível de sasação com o seu próprio desempenho:
b) Impaco do seu desempenho nas suas aspirações e sonhos. (O que houve de posivo
e negavo, considerando a imporância desses impacos no seu Projeo de Vida?)

. Reendo sobre a sua rajeória acadêmica, quais as conclusões a que você chegou sobre o
melhor aproveiando do ano levo aual, de modo a assegurar os êxios obdos no ano passado
e melhorar nos aspecos não sasaórios? Lise abaixo essas medidas e responda rancamene se
elas esão sendo posas em práca:
• Nos momenos em que você não esá em aula, se dedica a alguma avidade que
complemene o esudo escolar, indo além das avidades obrigaórias do currículo?
Se a resposa or posiva, cone como isso se dá. Se or negava, explique por que
não o az.
• Quais são as condições mais enadoras para você não esudar, mesmo quando
dispõe de empo de sobra para isso? Você sabe lidar com essa siuação? Caso saiba,
cone como; caso não saiba, diga qual é a maior diculdade.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
328 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Anexo 2

Atividade: Eu queria saber

Na aula anerior, o oco oi o conhecimeno acadêmico e suas correlações com o seu Projeo de
Vida. Mas, conorme comenado na Inrodução, saberes ormais e inormais, ou mesmo aqueles
ciencos que exrapolam os limies do currículo escolar, podem se somar ao seu Projeo. Tudo
depende de suas áreas de ineresse e do seu grau de curiosidade. Mesmo aqueles saberes não
direamene ligados à prossão que você preende seguir, por exemplo, acrescenam muio à sua
ormação só pelo ao de você se ineressar pelo assuno e, indireamene, podem ser ones de
insighs ineressanes para ouras áreas. Sem alar, claro, no conhecimeno pelo mero prazer de
conhecer.

Reia sobre as seguines quesões.


• Quais os assunos não conemplados pelo currículo escolar que lhe ineressam? Você
cosuma dedicar seu empo a aprender mais sobre eles? Como?
• Você consegue relacionar esses assunos, direa ou indireamene, ao seu Projeo de
Vida? De que maneira?
• Quais os lugares que cosuma requenar, esponaneamene, simplesmene com o
inuio de aprender algo? Há ouros que gosaria de requenar? Quais?
• Você sabe onde e como acessar os coneúdos do seu ineresse de orma grauia ou
pouco cusosa nanceiramene? Fale um pouco sobre isso.
• Em média, quano do seu empo livre você dedica a esses assunos, ao longo de uma
semana? Você se programa para isso ou se dedica a eles quando lhe “dá na elha”?
• Quais avidades lhe dão a sensação de esar “perdendo empo”? Se você sabe que
esá desperdiçando o se empo por quê connua a pracá-las?
• Quando você esá esudando, o assuno que or aravés da inerne, quais os aores
que inererem na sua concenração e como ena eviá-los? Você consegue?

Para Refer:
10 coisas úteis para aprender na internet121
Gase seu empo aprendendo a cozinhar ciencamene, endo aulas de violão e aé enendendo
o mercado nanceiro – udo de graça.
A inerne é um poço innio de conhecimenos úeis e gifs de ganhos, e por algum movo a
gene passa empo demais vendo os úlmos e quase nenhum com os primeiros. Com um pouco
de disciplina – eu recomendo se organizar em uma rona, bloquear redes sociais que causam dis-
ração e ouvir música no one de ouvido – você pode encaixar na sua vida codiana algumas horas
de aula de qualquer coisa por semana.
Quer aprender a desenhar? Cozinhar? Tocar violão? Dá, e é udo de graça. Fizemos uma lisa do
que você pode aprender agora:
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 329

. Cozinhar ciencamene para chegar ao melhor goso possível.


Não é segredo que dá para aprender a cozinhar usando a inerne. Agora, usando um viés cien-
co, próprio de engenheiros, isso alvez você não soubesse. Vá ao Cooking or Engineers para
aprender uma abordagem analíca da comida, que em como objevo reunir os melhores méo-
dos para angir a melhor crocância no bacon – um conhecimeno que, convenhamos, em valor
imensurável.

. Desenhar.
Há vídeos do YouTube e uoriais com undamenos do desenho, mas o Drawspace é o mais com-
pleo. É um curso de desenho do início ao m, que ensina sombras, conornos, écnicas que e
ajudam a melhorar sua noção espacial e aé ouros pos de are. Pense numa escolha de ares
digial grauia e você erá o DrawSpace.

. Ser bem-sucedido com execuvos imporanes.


Gene bem-sucedida em o poder de inspirar. A inerne possibiliou que odos nós véssemos pes-
soas que admiramos como menores, porque a rede permie que eles alem direo pra gene. É
dessa ideia que o programa 0 Second MBA, da Fast Company, se aproveia. A série reúne vídeos em
que execuvos bem-sucedidos de várias áreas respondem, em 0 segundos, pergunas pernenes
pra quem em um negócio.

. Inglês, espanhol, e depois ialiano, alemão, rancês…


O Duolingo é uma das plaaormas de ensino de idiomas mais populares da inerne. Complea-
mene grás, ele ensina inglês e espanhol pra quem ala poruguês; e você já ala inglês, a possi-
bilidades se abrem muio mais: em rancês, alemão, ialiano, pra car no mais básico, e se você
esver empolgado, húngaro, russo, romeno, polonês...

. Se colocar no lugar do ouro.


Para mim, a principal virude do Quora é a capacidade de mosrar pros usuários a visão de mundo
de pessoas que a gene jamais eria acesso de oura orma. Como é ser milionário? Como é sorer
um sequesro? Como é ser um asronaua? O Quora reúne relaos ricos de gene que viveu siua-
ções inacrediáveis. De quebra, ainda ra dúvidas reais sobre coisas muio ineressanes.

. Tocar violão.
Você ainda pode realizar seu sonho de adolescência: nunca é arde para aprender a ocar violão.
Não se preocupe se você esver começando do zero, porque o Jusn Guiar em aulas pra odos
os níveis. Técnicas, exercícios, escalas e aé o básico dos acordes: esá udo lá. Não em mais des-
culpa pra você não ser a esrela do luau na praia.

. Maemáca, hisória, losoa, programação, markeng…


Não é de hoje que ganhamos sies incríveis que, em parceria com universidades esrangeiras, oe-
recem cursos de alo nível pela inerne grauiamene. Muios são super especícos e alguns êm
inerace meio complicada. Não é o caso do Khan Academy e do Academic Earh, que se dedicam
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
330 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

a oerecer cursos de maérias mais básicas. Pense em coisas que vão de Maemáca e Física a
Sociologia e Psicologia; em programação, hisória, are e coisas assim, ambém.

. Fazer quase qualquer coisa você mesmo.


Sabe aquela sua écnica única para picar cebola? Você pode dividi-la com a inerne no Insrucables,
enquano aprende a azer um supercapacior de graeno (!). O Insrucables é uma plaaorma de roca
de uoriais que ensinam a azer em casa coisas que, normalmene, a gene compra. Tem projeos em
áreas po lifehacking, mas a maioria é mão na massa mesmo: aresanao, marcenaria, elerônica… em
udo lá. Dê uma olhada anes de pagar uma oruna em um supore pro seu iPad.

. Enender o mercado nanceiro.


Eu acho um equívoco que não enhamos aulas de economia domésca e o básico de mercado
nanceiro no colégio. Todo mundo precisa enender como essas coisas uncionam. Mas dá pra
conornar isso com a Invesopedia. Veja, não vai ser da noie pro dia, mas com um pouco de em-
po e esorço você vai enender os chavões desse mercado e alvez possa aé começar a invesr
seu dinheiro.

. Programar.
Eu sei que você já sabe: programar é a habilidade do uuro, há vários sies que ensinam progra-
mação de graça ec, ec. É que o Codeacademy é mesmo o melhor, e isso vem de alguém que
esou vários sies dierenes. É o mais amigável para quem é compleamene iniciane, é didáco,
é bonio, é grás e é em poruguês. Se você esver a m de aprender a programar, pode começar
por aí que não em erro.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 331

AULA 36: OUSE SER VOCÊ MESMO!

77

“ Em vez de dar aos jovens a impressão de que sua


tarefa é uma vigilância incessante dos valores antigos,
deveríamos dizer a eles que sua tarea é recriar
continuamente esses valores em seu comportamento,
para fazer frente aos dilemas e catástrofes de seu próprio
tempo. Uma sociedade é recriada continuamente, para o
bem ou para o mal, por seus membros. Para alguns isso
vai parecer uma responsabilidade pesada demais; para


outros, porém, será um chamado à grandeza.122

A ideia de pensar em auovalorização e mobilização de recursos pessoais com jovens, no âmbio


de um Projeo de Vida, pode parecer um ano inquieane, se nos junarmos ao lósoo Joshua
Knobe em suas reexões sore a naureza do que chamamos "eu mesmo": se a pessoa que você
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
332 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

será daqui a 0 anos – a pessoa para quem você planeja sua vida agora, com meas de carreira,
economia ec., é invariavelmene dierene da pessoa que você é hoje, o que é que az dessa
uura pessoa "você"? O que é que a orna digna de odos os sacricios e considerações que
você az hoje?
Você se lembra dos planos para o uuro de sua inância? (Mesmo que não sejam ormais nem
enham o nome de "projeo", os "planos" sempre esão presenes, de um modo ou de ouro, em
cada eapa – sempre ransiene – da vida humana, às vezes bem guardados e aé esquecidos
numa caixinha preciosa delicadamene equeada com a palavra "sonhos").
Nossa ajuda pode ser valiosa para os esudanes no sendo de perceber que (a) o ser humano
é inacabado, muável e emporário, (b) a mudança é a consane na vida humana, (c) educar-se
é assumir a responsabilidade de azer progredir cada aspeco, qualidade, aribuo, aculdade da
própria pessoa, enquano ser que só exise em relação com as várias dimensões de si próprio, com
as ouras – pessoas e colevidades – e com a naureza.
Em Pedagogia da autonomia, Paulo Freire explica o que é e como é imporane a consciência
do inacabameno para o educador e para o educando. Em Tornar real o possível, o economisa
Marcos Arruda diz que a primeira eapa da realização de um ser humano humanizado (simula-
neamene sujeio do seu próprio desenvolvimeno e do desenvolvimeno de sua comunidade)
é visualizar imaginavamene os conceios que lhe correspondem e o projeo que deseja e con-
cebe como o mais ineligene e coerene consigo mesmo e com a sua naureza em consrução e
evolução (ou seja, inacabada). Esses dois enoques esão presenes no raameno da quesão da
auovalorização nesea aula.

COGITO123
Torquao Neo
eu sou como eu sou
pronome
pessoal inranserível
do homem que iniciei
na medida do impossível

eu sou como eu sou


agora
sem grandes segredos danes
sem novos secreos denes
nesa hora

eu sou como eu sou


presene
deserrolhado indecene
eio um pedaço de mim
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 333

eu sou como eu sou


videne
e vivo ranquilamene
odas as horas do m.

CÂNTICO II124
Cecília Meireles
Não sejas o de hoje.
Não suspires por onens...
Não queiras ser o de amanhã.
Faze-e sem limies no empo.
Vê a ua vida em odas as origens.
Em odas as exisências.
Em odas as mores.
E sabe que serás assim para sempre.
Não queiras marcar a ua passagem.
Ela prossegue:
É a passagem que se connua.
É a ua eernidade...
É a eernidade.
És u.

Objetivos Gerais

• Relacionar auoconhecimeno e auovalorização;


• Perceber auoconhecimeno como requisio para auovalorização e acesso ao próprio
poencial;
• Idencar conceios e emas que considere imporanes como um passo inicial para
acessar seus próprios recursos.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
334 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Roteiro

PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO

Leiura em grupo de uma nocia publicada em


Avidade em grupo:
0 e de dois exos sobre auodesenvolvimen-
Imaginar e explorar 5 minuos
o, seguida de discussão em grupo sobre ópicos
possibilidades.
indicados.

Avidade: Conclusão e Apresenação dos grupos e sínese coordenada


5 minuos
sínese. pelo educador.

Avaliação. Observação do educador. 5 minuos

ORIENTAÇÕES PARA AS ATIVIDADES

Atividade em Grupo: Imaginar e explorar possibilidades

Objetivos

• Enender o signicado de “inacabameno” do ser humano;


• Explicar a relação enre o auodesenvolvimeno e o desenvolvimeno da comunidade;
• Perceber o impaco da culura no auodesenvolvimeno e dar exemplos;
• Explorar possibilidades de evolução de uma siuação real dada à luz de subsídios eóricos.

Desenvolvimento

Em grupo, os esudanes leem rês exos disnos, sendo um deles uma nocia sobre um ao,
e os ouros dois exos eóricos sobre o inacabameno humano e o processo de auodesenvolvi-
meno e envolvimeno comuniário (Anexo ).
A parr da leiura, os esudanes são soliciados a explorar em grupo possibilidades de evolução
da siuação dos envolvidos no ao relaado e regisrar suas ideias de maneira sinéca.
Espera-se que os esudanes idenquem dierenças enre a siuação do pai (que viveu numa
comunidade aé a idade adula, rabalhou, consuiu amília ec.) e a do lho (que nunca conhe-
ceu ouro modo de vida) diane da nova siuação. Ao azerem essas disnções, eles abordarão os
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 335

recursos pessoais de ambos, que deverão ser mobilizados na nova vida. O educador pode ajudar
com pergunas sobre, por exemplo, a preparação de ambos para azerem escolhas, valores, noção
da própria idendade e do papel social, linguagem, comunicação, condições de sobrevivência,
mudanças que aconeceram numa sociedade em 0 anos, em odos os sendos.
Cabe observar aé que pono os esudanes maniesam visões deerminisas ao explorar possi-
bilidades de evolução da vida dos dois personagens. Caso isso ocorra, o educador em uma boa
oporunidade de mosrar como isso conradiz a visão do auodesenvolvimeno dos dois auores
(Paulo Freire e Marcos Arruda). Pode ser bem ineressane ampliar essa exploração de possibili-
dades agregando ideias poencialmene ransormadoras (um enconro que muda uma vida, uma
descobera surpreendene, um convie para escrever a própria hisória... Asas à imaginação!).
O auoconhecimeno necessário à auovalorização para acesso aos recursos pessoais não se az
de um dia para o ouro. Quando se raa de aprender, o processo é de vida ineira. Nessa idade,
os esudanes ainda esão longe do meio caminho andado. Por isso, dedicamos boa pare da aula
a essa exploração de possibilidades a parr de dados reais de ouras pessoas. Num segundo mo-
meno, na avidade realizada em casa, propomos que eles pensem em si mesmos, porém sem
denir um compromisso com resulados que, nese momeno, seriam orçosamene limianes.
Na helicoidal da aprendizagem, reornamos sempre aos ponos essenciais, com novas bagagens e
insights, níveis de mauridade mais elevados, e é assim que udo se inegra e complemena. Anal,
o que seria de nós se, para chegar a caminhar, não nos dispuséssemos a experimenar movimen-
os desajeiados e arriscar quedas?

Reproduzimos abaixo, na ínegra, os exos que aparecem adapados no Anexo  desa aula para
a realização da avidade:

Texo 125
O desenvolvimeno pessoal – Traa-se de desenvolver os poenciais próprios de cada um de nós.
Cada pessoa é um ser muane e em consrução. Há dois veores que predominam no processo
exisencial: um, de naureza genéca e herediária, o ouro de naureza culural e socieária. A
ciência em ocalizado esses dois processos em pesquisas e debaes ainda inconclusos. O cero é
que o ser humano esá em processo de evolução – melhor dio, ele é evolução permanene en-
quano indivíduo, sociedade e espécie. E, dierenemene de qualquer ouro ser conhecido dese
planea, o ser humano é o único que em aculdades que lhe dão a capacidade de visualizar, pro-
jear, auar, ransormar conscienemene, em suma, de ornar-se sujeio do seu próprio processo
evoluvo.
Mas a pessoa humana é um ser conradiório, pois sua própria unidade é eia de diversidade. As
várias dimensões que nos consuem, corpo e suas várias pares – mene, psique, espírio – se
desenvolvem por vias e rimos diversos, em processos que às vezes são conradiórios e comple-
xos. Os dierenes componenes são Todos menores de um Todo maior, mas não êm pracamene
nenhuma auonomia, dependendo do Todo maior para uncionar e endo como nalidade ser-
vir-lhe. A soma dos diversos componenes do ser sico do Homo não consui necessariamene
um Homo. Algo em que esar "aceso" nele para que eseja vivo e para que aquele agregado de
componenes ganhe unidade, idendade, personalidade. Educar-nos para desenvolver, ão har-
moniosamene quano possível, as várias dimensões que consuem nosso ser pessoal de orma
ao mesmo empo auônoma e solidária, eis o desao. Por ouro lado, ao agir, ao azer, ao consruir
o mundo, o ser humano se az e se consrói simulaneamene, conribuindo dese modo à evolu-
ção dos seus sendos maeriais e não maeriais, do seu conhecimeno, da sua consciência, do seu
espírio, e ambém, sinergecamene (sinergia, em grego, signica "energia posa em comum", ou
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
336 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

"conjugação de energia", ou "cooperação, ação em comum".), à evolução dos sendos da espécie


humana como um odo.
O desao do auodesenvolvimeno consise em que cada pessoa, por meio da ação sobre o mun-
do e os ouros, da educação, da pesquisa e da reexão sobre si própria e suas relações, se cons-
rua sempre mais como sujeio consciene e avo do seu próprio desenvolvimeno. Educar-se
passa a ser denido como assumir a responsabilidade de azer progredir cada aspeco, qualidade,
aribuo, aculdade da própria pessoa, enquano ser que só exise em relação com as várias di-
mensões de si próprio, com as Ouras – pessoas e colevidades – e com a naureza.
O desenvolvimeno comuniário – Oura dimensão do indivíduo são as diversas comunidades a
que perence. O indivíduo, porano, é, ao mesmo empo, um Todo em si próprio e pare viva e
ava de Todos mais abrangenes, um subsisema de diversos sisemas maiores, ou um sisema
perencene a diversos meassisemas. A visão do auodesenvolvimeno da pessoa aplica-se ne-
cessariamene ambém a oda a comunidade humana, seja ela amília, seja comunidade de raba-
lho, de proximidade, de é, de avidades recreavas, e ouras. Levana-se, já nesa dimensão, o
desao de valorizar sempre mais as poencialidades de cada parcipane da comunidade – o que
signica culvar a noodiversidade* – enquano se busca, ao mesmo empo, consruir unanimida-
des em orno de objevos, projeos e esraégias comuns de ação e de relação.
Na busca de auodesenvolvimeno da comunidade, porano, há que esmular ano o desabro-
char das capacidades individuais quano daquelas que resulam da complemenaridade e da siner-
gia gerada pelo pensar e agir em comum dos parcipanes. O pono de parda é a diversidade do
conjuno de alenos, capacidades, compeências que consuem a singularidade e a criavidade
de cada um. O méodo é colocá-las em comum, buscando consruir laços solidários de colabora-
ção no inerior da comunidade, de modo a desenvolver quano possível os alenos, capacidades e
compeências colevas. O desao da democracia e da parcipação começa nesse nível. Traa-se,
como no caso de cada pessoa, de desenvolver a comunidade no sendo de ela ornar-se sujeio
consciene e avo de seu próprio desenvolvimeno.
Coloca-se aí a quesão da parlha da propriedade e da gesão dos bens comuniários como es-
sência mesma da práca democráca. Nessa parlha supera-se a "democracia individualisa" do
capialismo e ambém os igualiarismos arciais que êm predominado em muias experiências
de socialismo. Não se deve subesmar o ao de que nessa dimensão emergem conradições e
conios. O auodesenvolvimeno descara a via auoriária de resolução dos conios em avor
do diálogo e da eneléquia (a realidade plenamene realizada, e não apenas poencial). Uma me-
odologia para o desenvolvimeno comuniário é indispensável.
[…] A primeira eapa da realização de um ser humano humanizado, ornado sujeio do seu próprio
desenvolvimeno enquano pessoa e colevidade, e de uma globalização cooperava, consruída
de baixo para cima, é visualizar imaginavamene os conceios que lhe correspondem e o projeo
que deseja e concebe como o mais ineligene e coerene consigo mesmo e com a sua naureza
em consrução e evolução.

*Noodiversidade – Assim como as espécies evoluem na biodiversidade, a diversidade da cons-


ciência se expande na noodiversidade. Nese exao momeno, um asronaua, uma ribo isolada
na Amazônia, a população de Tóquio e os agriculores chineses, por exemplo, vivem dierenes
eságios, modos e esados de consciência. A noodiversidade é mais ampla do que a biodiversida-
de ou a diversidade social e culural, pois a consciência é uida, impermanene, inercambiável,
sore inuências e ransormações consanes.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 337

Texo 126
Ensinar exige consciência do inacabameno

Como educador críco, sou um “avenureiro” responsável, predisposo à mudança, à aceiação


do dierene. Nada do que experimenei em minha avidade docene deve necessariamene re-
per-se. Repio, porém, como ineviável, a ranquia de mim mesmo, radical, diane dos ouros e
do mundo. Minha ranquia ane os ouros e o mundo mesmo é a maneira radical como me expe-
rimeno enquano ser culural, hisórico, inacabado e consciene do inacabameno.
Aqui chegamos ao pono de que alvez devêssemos er pardo. O do inacabameno do ser hu-
mano. Na verdade, o inacabameno do ser ou sua inconclusão é próprio da experiência vial.
Onde há vida, há inacabameno. Mas só enre as mulheres e homens o inacabameno se ornou
consciene. A invenção da exisência a parr dos maeriais que a vida oerecia levou homens e
mulheres a promover o supore em que os ouros animais connuam, em mundo. Seu mundo,
mundo dos homens e das mulheres. A experiência humana no mundo muda de qualidade com
relação à vida animal no suporte. O suporte é o espaço, resrio ou alongado, a que o animal se
prende “aevamene” ano quano para resisr; é o espaço necessário a seu crescimeno e que
delimia seu domínio. É o espaço em que, reinado, adesrado, “aprende” a sobreviver, a caçar, a
aacar, a deender-se num empo de dependência dos adulos imensamene menor do que é ne-
cessário ao ser humano para as mesmas coisas. Quano mais culural é o ser, maior a sua inância,
sua dependência de cuidados especiais. Falam ao “movimeno” dos ouros animais no suporte
à linguagem conceiual, a ineligibilidade do próprio suporte de que resularia ineviavelmene a
comunicabilidade do inteligido, o espano diane da vida mesma, do que há nela de misério. No
supore, os comporamenos dos indivíduos êm sua explicação muio mais na espécie a que per-
encem os indivíduos do que neles mesmos. Fala-lhes liberdade de opção. Por isso, não se ala
em éca enre os eleanes.
A vida no suporte não implica a linguagem nem a posura erea que permiu a liberação das
mãos. Mãos que, em grande medida, nos zeram. Quano maior se oi ornando a solidariedade
enre mene e mãos ano mais o suporte oi virando mundo e a vida, existência. O suporte veio
azendo-se mundo e a vida, existência, na proporção que o corpo humano vira corpo consciene,
capador, apreendedor, ransormador, criador de beleza e não “espaço” vazio a ser enchido por
coneúdos.
[...] Goso de ser homem, de ser gene, porque não esá dado como cero, inequívoco, irrevogável
que sou ou serei decene, que esemunharei sempre gesos puros, que sou e que serei juso, que
respeiarei os ouros, que não menrei escondendo o seu valor porque a inveja de sua presença
no mundo me incomoda e me enraivece. Goso de ser homem, de ser gene, porque sei que q
minha passagem pelo mundo não é predeerminada, preesabelecida. Que o meu “desno” não
é um dado mas algo que precisa ser eio e de cuja responsabilidade não posso me eximir. Goso
de ser gene porque q Hisória em que me aço com os ouros e de cuja eiura omo pare é um
empo de possibilidades e não de deerminismo. Daí que insisa ano na problemazação do u-
uro e recuse sua inexorabilidade.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
338 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Atividade: Conclusão e síntese

Objetivo

• Esclarecer, relacionar e expliciar os conceios de inacabameno, desenvolvimeno


pessoal, desenvolvimeno comuniário, supore e mundo.

Desenvolvimento

Os grupos indicam um ou mais parcipanes para apresenar as conclusões, e o educador pode


aproveiar esse comparlhameno para chamar a aenção aos aspecos originais que orem sur-
gindo. Como se raa de conclusão de uma avidade desnada a provocar imaginação e levanar
possibilidades, algumas resposas podem surpreender e, caso isso ocorra, merecer ênase ou de-
mandar esclarecimenos por pare do educador.

Avaliação

É possível que os grupos se concenrem na quesão das grandes mudanças ecnológicas ocorridas
no período em que os personagens do exo  permaneceram sem conao. Nesse caso, pode ser
ineressane relacionar as mudanças às ações e aos esorços humanos que elas subsuíram e/
ou aciliaram, mas que connuaram, alvez, a ser execuadas durane a vida na oresa. Nunca é
demais relembrar que a humanidade já viveu sem a paraernália aual, e que, de vez em quando,
pode ser uma medida saluar enar experimenar como é a vida sem ela... O assuno será reo-
mado uuramene, e a discussão pode razer bons subsídios.
Ênase excessiva em aspecos negavos da nova convivência que resula do reorno dos dois
personagens à sociedade ambém é uma possibilidade, e merece correções de roa por pare
do educador. É normal que adulos ensos e esressados pela vida prossional e social se sinam
enados a anasiar e idealizar um reorno à vida selvagem... Mas os esudanes são jovens, e lhes
cabe, porano, aceiar o desao (dicil, sem dúvida) de enconrar/consruir novas modalidades
mais amenas de convivência em nossas comunidades. Nesse momeno, vale a pena reomar o que
já oi desenvolvido nas aulas aneriores sobre resolução de conios, relações de companheirismo
e amizade, viver enre gerações...
Para vericar aé que pono os esudanes enenderam e incorporaram os conceios rabalhados,
o educador pode soliciar, durane as apresenações dos grupos, que dierenciem ou denam os
ermos supore/mundo, auovalorização, auoesma, desenvolvimeno pessoal/comuniário, cul-
ura, recursos pessoais e ouros que julgar imporanes.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
º ANO DO ENSINO MÉDIO 339

Em casa (Anexo 2)

Respostas e comentários
As duas avidades proposas são de caráer pessoal e não há correções nem avaliações a azer.
Enreano, se o educador achar pernene, os diagramas podem ser comenados individual-
mene ou em grupo.
Se os esudanes não esverem habiuados a ulizar diagramas para classicar ou expor ideias,
pode ser ineressane esclarecer que esse po de regisro esmula a reexão e ajuda a ampliar a
perspecva sobre um assuno.

Na Estante

Vale a pena VER


• Sobre o que é Filosoa experimenal e o que o lósoo Joshua Knobe ala sobre a na-
ureza do self (o eu-mesmo), há inormações ineressanes (unicamene em inglês) em
<hp://www.brainpickings.org/index.php////josh-knobe-sel/>. Acesso em
julho de 0.
• Sobre noodiversidade, um ermo cada vez mais presene quando se ala em ecologia,
economia e sociedade, você pode enconrar inormações em <hp://www.poraldo-
meioambiene.org.br/coluna-mauricio-andres-ribeiro/-noodiversidade.hml.>.
Acesso em julho de 0.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
340 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Anexo 1

Atividade em Grupo: Imaginar e explorar possibilidades

Dizem que um bom jeio de ober resposas é reunir pessoas para que açam umas às ouras as
pergunas que azem a si mesmas... Após a leiura aena dos rês rechos a seguir, discuam os
ópicos indicados após os exos:

Texo 127
Pai e lho desaparecidos há  anos são enconrados vivendo em foresa ( de agoso de ).
Ho Van Thanh,  anos, ugiu com seu lho após uma explosão que maou o reso de sua amília.
Auoridades vienamias enconraram nesa quara-eira um homem e seu lho que esavam
desaparecidos há 0 anos. Ho Van Thanh,  anos, sumiu durane a Guerra do Vienã com seu
lho bebê, Ho Van Lang, hoje com  anos, e os dois viveram desde enão em uma oresa na
província de Quang Ngai.
Segundo o sie vienamia TuoiTrenews, eles sobreviveram comendo ruas, mandioca e milho,
que eles planavam. Os dois usavam apenas angas eias a parr de cascas e nham consruído
uma casa em uma árvore.
De acordo com o sie, moradores locais que visiaram a oresa aleraram as auoridades sobre
a aparição de dois "selvagens" de gesos esranhos. A polícia enão monou um me de busca e,
após cinco horas, enconrou pai e lho denro de uma pequena cabana em cima de galhos de uma
grande árvore.
Devido ao isolameno, eles alavam apenas poucas palavras da enia Kor, minoriária no Vienã.
Eles oram levados para um hospial local, onde receberam raameno médico.
Após uma invesgação, descobriu-se que Thanh vivia uma vida normal na comunidade Tra Kem
Hamle quando, há 0 anos, uma explosão maou sua mulher e dois ouros lhos. Ele enão eria
ugido com a criança sobrevivene, se reugiado na maa e eviado conao com ouras pessoas.

Texo 125
Desenvolvimeno pessoal e comuniário
Desenvolvimento pessoal – Desenvolver os poenciais próprios de cada um de nós. Cada pessoa
é um ser muane e em consrução. O ser humano esá em processo de evolução – melhor dio,
ele é evolução permanene enquano indivíduo, sociedade e espécie. E, dierenemene de qual-
quer ouro ser conhecido dese planea, o ser humano é o único que em a capacidade de visua-
lizar, projear, auar, ransormar conscienemene, em suma, de ornar-se sujeio do seu próprio
processo evoluvo.
Educar-se é assumir a responsabilidade de azer progredir cada aspeco, qualidade, aribuo, a-
culdade da própria pessoa, enquano ser que só exise em relação com as várias dimensões de si
próprio, com os ouros (indivíduos e comunidades) e com a naureza.
Desenvolvimeno comuniário – Cada indivíduo perence a várias comunidades. Cada indivíduo,
porano, é, ao mesmo empo, um Todo em si próprio e pare viva e ava de odos mais amplos
(ou comunidades).
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 341

A visão do auodesenvolvimeno da pessoa é aplicada ambém a oda a comunidade humana, seja


ela amília, comunidade de rabalho, de proximidade, de é, de avidades recreavas…
O primeiro passo para a realização de um ser humano que se orna sujeio do seu próprio desen-
volvimeno enquano pessoa e colevidade, ou seja, proagonisa, é imaginar os conceios que
lhe correspondem e o projeo que considera como o mais ineligene e coerene consigo mesmo
e com a sua naureza em consrução e evolução.

Texo 126
Inacabamento, suporte e mundo
Onde há vida, há inacabameno. Mas só enre as mulheres e homens, o inacabameno se ornou
consciene. Ao invenar uma exisência ulizando os maeriais que a vida oerecia, os homens e
mulheres ransormaram o que é o suporte para os animais em seu mundo, mundo dos homens e
das mulheres. O suporte é o espaço ao qual o animal se apega; é o espaço necessário a seu cresci-
meno e que delimia seu domínio. Nesse espaço, o animal “aprende” a sobreviver, a caçar, a aa-
car, a deender-se, e sua dependência dos adulos dura muio menos que a dos humanos. Quano
mais culural é o ser, maior a sua inância, sua dependência de cuidados especiais. Os humanos
êm coisas que os animais não êm: a linguagem conceiual, a ineligibilidade do próprio suporte,
a capacidade de comunicar o que pensa, o espano diane da vida e de seus misérios. No suporte,
os indivíduos se comporam desa ou daquela maneira porque sua espécie se compora assim.
Fala-lhes liberdade de opção. Por isso, não se ala em éca enre os eleanes.
A vida no suporte não implica a linguagem nem a posura erea que nos permiu usar as mãos.
Mãos que, em grande medida, nos zeram. Quano maior se oi ornando a solidariedade enre
mene e mãos, ano mais o supore oi virando mundo e a vida, existência. Com a consciência e
a capacidade humana de capar, apreender, ransormar, criar beleza, o que era suporte se rans-
ormou em mundo e a vida passou a ser existência.
Goso de ser homem, de ser gene, porque não esá dado como cero, inequívoco, irrevogável
que sou ou serei decene, que esemunharei sempre gesos puros, que sou e que serei juso, que
respeiarei os ouros, que não menrei. Goso de ser homem, de ser gene, porque sei que minha
passagem pelo mundo não é predeerminada, preesabelecida. Que o meu “desno” não é uma
coisa prona, mas algo que precisa ser eio e a responsabilidade de azer é minha.

Discua com seu grupo os ópicos seguines e anoe as conclusões:


a) Dierenças e ponos em comum enre Ho Van Thanh e Ho Van Lang em sua vida na
oresa, quano a auovalorização, recursos pessoais e comunidades;
b) A nova vida de Ho Van Thanh e Ho Van Lang (acilidades, diculdades, desaos...);
c) Ho Van Thanh e Ho Van Lang daqui a 5 anos.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
342 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Imaginar e explorar possibilidades

Tópicos discudos Anoações

a) Dierenças e ponos em comum enre Ho


Van Thanh e Ho Van Lang em sua vida na
oresa quano à auovalorização, aos recursos
pessoais e à parcipação em comunidades.

b) A nova vida de Ho Van Thanh e Ho Van


Lang (acilidades, diculdades, desaos...).

c) A vida de Ho Van Thanh e Ho Van Lang


daqui a 5 anos.

Para refer:
Se a pessoa que você será daqui a 0 anos – a pessoa cuja vida você planeja agora — invariavel-
mene será dierene da pessoa que você é hoje, o que é que az dessa uura pessoa "você"?
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
º ANO DO ENSINO MÉDIO 343

Anexo 2

Em casa: Clareando a visão de si mesmo

a) Cápsulas de minhas boas ideias: Comece por desenhar ormas echadas diversas e de ama-
nhos variados numa olha em branco. Faça-as sucienemene grandes para escrever denro de-
las. Preencha a olha oda.
Aqui esão alguns exemplos de ormas (ou cápsulas):

Agora escreva denro das cápsulas boas ideias (coisas que você acha que seria bom azer, mesmo
que lhe pareçam complicadas ou diceis). Nenhuma cápsula deve car vazia. Deixe suas ideias
circularem e se insalarem na olha, e depois preencha os espaços livres enre as cápsulas com
palavras solas, cores, desenhos relacionados às ideias.
Lembre-se: esa é uma avidade que não em resposa cera ou errada, pois serve para ajudar
você a olhar para si mesmo e conhecer melhor suas ideias, que reraam seus recursos pessoais.

5
b) O que as pessoas dizem?
Recenemene esa “lisa” Tipos de pessoas que você deve apreciar
apareceu como posagem
(pos) no Facebook: s que se preocupam com você

As que e corrigem

As que esão contgo nos momenos bons e ruins

s que querem te ver bem

As que e dizem a verdade


MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
344 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Quem são essas pessoas, na sua vida? Reia e procure lisar menalmene pelo menos duas para
cada grupo. Numa olha em branco, desenhe balões ou caixas de exos (no mínimo 0). Escreva
nos balões coisas que já ouviu dessas pessoas e que êm a ver com auovalorizar-se, conhecer-se,
desenvolver-se, ulizar seus recursos, melhorar audes... Mas há uma condição para que a men-
sagem apareça na sua olha: você deve acrediar que, pelo menos em parte, a pessoa que disse
isso em razão.
Feio isso, olhe bem para sua olha, releia as mensagens, deixe sua mene passear por elas. Esa
avidade possibilia que você se veja com os olhos de ouras pessoas cujas mensagens você acre-
dia que merecem consideração. Mais uma boa via para conhecer e aprimorar seus recursos.

Para Refer:
O primeiro passo para a realização de um ser humano que se orna sujeio do seu próprio desen-
volvimeno enquano pessoa e colevidade (ou seja, proagonisa) é imaginar os conceios que
lhe correspondem e o projeo que considera como o mais ineligene e coerene consigo mesmo
e com a sua naureza em consrução e evolução.
Os seres humanos são obras em consrução que se enganam quando acre-
diam que esão concluídas. A pessoa que você é nese exao momeno
é ão ransiória, passageira e emporária quano odas as ouras pessoas
que você já oi. A única consane em nossas vidas é a mudança.128

Ao agir, ao azer, ao consruir o mundo, o ser humano se az e se consrói


simulaneamene.125

Educar-nos para desenvolver, ão harmoniosamene quano possível, as


várias dimensões que consuem nosso ser pessoal de orma ao mesmo
empo auônoma e solidária, eis o desao.125
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 345

AULA 37 e 38: SOCIEDADE DO AFETO E


DA SUSTENTABILIDADE.

78

O ermo “susenabilidade” é ão recene quano conroverso. Conceio ainda em consrução,


dependendo do conexo em que é empregado, pode emergir repleo de armadilhas. O primeiro
equívoco é reduzi-lo ao aspeco “verde”, iso é, à preservação da “naureza”, como se de um lado
esvesse “o meio ambiene” e do ouro, “a humanidade”. Desse equívoco resulam discursos
que, sob o preexo de “preservação ambienal”, podem ser ormas engenhosas para o mero
desencargo de consciência. Por exemplo, o “esquecimeno” de que os recursos naurais não são
inesgoáveis, susenando a ilusão de que basa que as empresas adquiram selos de qualidade
“verdes”, com programas de compensação de emissão de CO, e udo esará resolvido, quando o
que deve ser poso ambém em quesão é que é incompavel com as vidas do planea o consumo
excessivo que pracamos diariamene. Porano, a noção de que o crescimeno econômico seja
innio é uma alácia para que connuemos exigindo “mais produvidade”, quando não somos
capazes de admir que a grande quesão é produzir menos. Produzir menos, no que cabe à nos-
sa conribuição, signica demandar menos. E demandar menos exige uma revisão prounda dos
nossos hábios.
“Susenabilidade” é um conceio que leva em cona a oalidade das ações humanas, sejam
aquelas direamene relacionadas a impacos ambienais, sejam as de ordem éca, médica,
econômica, políca, ec., pois o que vem para o cenro das aenções é o cuidado para com
odas as ormas de vida. Assim, uma empresa considerada “verde” que não viabiliza condições
dignas de rabalho para seus uncionários, por exemplo, não é susenável. E a diversidade de
quesões implicadas nesse conceio pode ser ilusrada com as oio meas do milênio proposas
pela ONU em 000 e assinada por  países: ) acabar com a ome e a miséria, ) educação bá-
sica e de qualidade para odos, ) igualdade de gêneros, com a valorização da mulher, ) reduzir
a moralidade inanl, 5) melhorar a saúde das gesanes, 6) combaer a AIDS, a malária e ouras
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
346 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

doenças, ) qualidade de vida e respeio ao meio ambiene, e ) parceria mundial pelo desenvol-
vimeno. Dessas, a mea  já oi angida pelo Brasil, que cona ainda com avanços expressivos na
erradicação da miséria (veja maéria na seção de exos de apoio).
Nessas aulas, a proposa será reer, nos ermos desse novo conceio, sobre nossas ações codia-
nas e seus impacos no desno da comunidade humana para a qual cada um de nós, mesmo que
minimamene, rabalha. Uma aula será desnada ao quesonameno da sociedade de consumo,
uma vez que o consumismo se impôs como éca e eséca dominanes, cujos impacos, além de
“ambienais”, põem em xeque a própria represenação que emos de “humano”, há empos orien-
ada pelo “valor de mercado”.

Objetivo Geral

• Familiarizar-se com o conceio susenabilidade para além das quesões esriamene


ambienais e reer sobre os hábios e relações inerpessoais alernavos à culura
do consumo.

Roteiro

PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO

Leiura do argo “Agriculura urbana: espalhe


Avidade: Espalhar as
as semenes”, de Taana Achcar, seguida de 5 minuos
semenes.
conversação.

Avidade: Objeos de Socialização de hisórias e memórias susciadas


0 minuos
aeo. por “objeos de aeo”.

Avaliação. Reomada dos objevos do enconro. 5 minuos

ORIENTAÇÕES PARA AS ATIVIDADES

Atividade: Espalhar as sementes

Objetivo

• Apreender a noção de susenabilidade, a parr de nocias de prácas colevas em espaços


urbanos em que ações ecológicas se inegram com ormas criavas de sociabilidade.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 347

Desenvolvimento

Peça para que os esudanes acompanhem a leiura do argo “Agriculura Urbana: espalhe as
semenes”, de Taana Achcar (Anexo ). Ao nal, proponha uma conversa, considerando os se-
guines aspecos:
As dimensões ambienal, social e econômica aparecem integradas nos exemplos de audes sus-
enáveis reporados no exo: recuperação de ambienes degradados e aproveiameno de áreas
inulizadas; culvo de horaliças sem agroóxicos; geração de renda para pessoas pobres; novas
dinâmicas de ineração enre as pessoas; novas ormas de relação com a cidade – que regular-
mene é visa como espaço de auomóveis e não de gene...
A perguna dirigida ao leior, ao nal do exo (“E você, o que vê aconecer no seu pedaço?”) pode
ser explorada juno aos esudanes, somada a ouras, como: “O que poderíamos ver aconecer no
nosso pedaço, se o pensássemos a parr dos exemplos do exo?”, “E se pusermos a mão na mas-
sa?”, “Como?”, “Quais os educadores, amigos, vizinhos, parenes, ec., que poderiam nos ajudar?...
É imporane dar margem a essas hipóeses, para que os esudanes se amiliarizem com a noção
de susenabilidade pensando o próprio enorno. Além disso, por se raar de um conceio novo
e ainda em consrução, a perguna mais imporane a se azer para si mesmo é: “O que esá ao
meu alcance azer desde agora?”
Será enriquecedor os esudanes aenarem para audes susenáveis em seu empo livre. Nem
udo precisa resular numa grande hora, e as ideias surgirão conorme orem se ineirando mais
do assuno. E sendo o ema ão amplo, pode ser que já esejam conribuindo para a susenabi-
lidade sem saber disso: azendo um rabalho volunário, ransmindo conhecimeno, sendo so-
lidários, pracando colea seleva e composagem domésca, agindo com genleza e respeio,
quesonando os seus hábios de consumo... O imporane é que essas ações se inegrem cada vez
mais a ouras, na busca por modos de vida que se harmonizem, viabilizando a exisência de odas
as espécies do planea – e do próprio planea.
Para a próxima aula: peça aos esudanes que ragam um objeo que, para eles, seja muio valioso.
Não do pono de visa moneário, mas aevo. Não vale oo; a ideia é que pensem em algo que
guardam consigo e do qual não se desazem de jeio nenhum pelas hisórias que carregam e pelas
memórias que desperam. Em suma, objeos que guardam “de recordação”.

Atividade: Objetos de afeto

Objetivo

• Reer sobre a criação de sendo e elaboração dos aeos, a parr de relaos susciados
por objeos cujo valor consise na qualidade das relações inerpessoais que represenam.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
348 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Desenvolvimento

Embora esa avidade se desne a uma críca à culura do consumo, isso será eio de orma um
pouco indirea e sul. Em vez de se colocar no cenro o consumismo, a proposa é valorizar as
inensidades desperadas por objeos de aeo – aqueles que evocam não a ideia de posse ou de
saus, mas hisórias e memórias consuvas da subjevidade dos indivíduos (Anexo ).
Sendo assim, senem-se em círculos, para avorecer a ineração dialógica. Peça para cada um
deposiar seu objeo no cenro do círculo e observe a espécie de “caos” resulane disso: coisas
sem nenhuma relação com as ouras, amonoadas no chão, algumas aé poderiam se passar por
“lixo”; porano, aé que se revelem as hisórias que cada objeo carrega, serão meras “coisas”,
sem qualquer sendo. O que vai lhes conerir sendo é a carga de aeo que cada objeo carrega
e as narravas pessoais que se elaboram a parr disso. O ao de ser especial para alguém é o que
orna um objeo absoluamene insubsuível – e isso porque a singularidade de cada pessoa con-
ere sendo ao objeo que possui. Porano, não é a coisa que nos orna quem somos, é o “quem
somos” que esabelece o valor de deerminada coisa.
Peça para alguém começar. O esudane pega o objeo que rouxe e diz por que ele é especial: qual
a hisória que guarda? Por que é único? Que po de aeo se recorda, quando se o conempla?
Ao nal da rodada, quando odos verem parcipado, será imporane agradecer-lhes por compar-
lharem um pouco de si. Aliás, não oi pouco: a capacidade de dar sendo às coisas pela relação
que emos com elas é um dos aspecos mais ormidáveis do que chamamos de “humano”; quano
melhor a qualidade da relação, maior o sendo e a inensidade do vivido. Já quando nos ocupamos
só em “er coisas” apenas por er, é porque perdemos o sendo para nós mesmos e, vazios, quere-
mos pôr algo no lugar dessa ala. Mas nenhum objeo por si só pode nos dar sendo: repare que,
das hisórias conadas, sempre apareceram ouras pessoas no enredo e os objeos só ganharam
imporância pelos aeos razidos na memória.

Avaliação

Observe se os esudanes compreendem a susenabilidade como um conjuno de relações inegradas


que viabilizam a exisência e manuenção de odas as ormas de vida no planea e a qualidade da relação
dos membros da espécie humana enre si e com o ambiene do qual parcipam.

Em casa (Anexo 3)

Respostas e comentários
A expecava é que os esudanes sejam capazes de mobilizar conhecimenos adquiridos em
ouras aulas, compreendendo a sua imporância em um conjuno de prácas que colaboram
umas com as ouras, conorme a noção de susenabilidade aprendida na aula e nos maeriais
suplemenares.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 349

Textos de Apoio ao Educador

Texo 129
Tecer de novo a eia da vida
Pela primeira vez na hisória regisrada da Humanidade, a connuidade da rajeória de nossa es-
pécie nesa Terra enconra-se seriamene ameaçada. Com a crise ecológica sem precedenes que
ora vivemos, vem o risco de caásroes que podem angir a biosera e compromeer a qualidade
de vida, e aé mesmo a sobrevivência de milhões de seres humanos, especialmene dos grupos
mais vulneráveis em ermos errioriais, sociais e econômicos.
O modelo de desenvolvimeno adoado pelas sociedades modernas é predador, excludene, secá-
rio, consumisa; sua visão de mundo é anropocênrica; desconhece a condição ernária (indivíduo/
comunidade/espécie) do ser humano e rompe sua ligação com o meio ambiene. A consequência é
o esgarçameno da Teia da Vida, cuidadosamene ecida pela Naureza ao longo de bilhões de anos.
Problemas ambienais como conaminação da água, poluição amosérica, desruição da biodiver-
sidade, desercação de solos agriculáveis, inensicação dos enômenos exremos, aumeno do
nível dos mares e oceanos junam-se aos problemas graves de pobreza, guerras, ome e doenças
presenes nese mundo ão desigual que, irresponsavelmene, omos “consruindo” nos úlmos
séculos.
Esudos ciencos avançados nos mosram que exise uma prounda e indissociável inerconexão
enre a exisência de odos os seres vivos e o meio ambiene; que a vida emerge e se maném em
redes de roca de ala complexidade; que cada ser vivo é um sisema compleo que se aninha em
ouro sisema sucessivamene aé a biosera.
Essas descoberas conrmam o que bem sabiam as sociedades radicionais que viviam em aliança
com a Naureza e que, mais do que conhecê-la, a respeiavam e reverenciavam.
A palavra ecologia vem do grego oikos e signica casa, lar. Ecologia é a ciência da adminisração do
Lar-Terra, da Pacha-Mama, grande mãe, como nosso planea era designado nas culuras andinas,
ou de Gaia, organismo vivo, como era chamado na miologia grega e ambém o é na moderna
cosmologia. Aos poucos, porém, omos nos disanciando da Mãe Terra, a pono de não mais reco-
nhecer os ciclos e os uxos com que ela nure e susena a vida.
Apesar dos consanes aleras da comunidade cienca, dos ambienalisas e de milhares de
organizações da sociedade civil, a capacidade de resposa do mundo diane da possibilidade de
more enrópica do Planea, anunciada pelas mudanças climácas, é duvidosa.
A racionalidade insrumenal e o alcance das ciências posivas não parecem sucienes para
responder à crise ambienal. A capacidade de reexão que pode levar às mudanças urgenes e
proundas que precisam ser eias ainda é ênue e mida.
A engenhosidade e a criavidade do ser humano são capazes de gerar ecnologias de menor im-
paco, de desenvolver e disponibilizar ones energécas limpas e renováveis, de projear aviões,
auomóveis, equipamenos energecamene ecienes, de enconrar alernavas de soluções
que minimizem os impacos das mudanças climácas.
Mas ais avanços não basam, porque não represenam mudanças na maneira de se relacionar
com a Naureza, não aleram subsancialmene o modelo que ainda prioriza o lucro em derimen-
o da vida, não ressignicam as relações humanas, não conemplam o cuidado com o ouro e com
a Terra como bem essencial.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
350 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Mas algumas experiências de resauração de ecossisemas degradados, de recuperação de nas-


cenes, de repovoameno oresal, de solos que reenconram erlidade por meio de manejo
adequado nos animam e renovam esperanças, pois azem o conrapono à lendão de mudanças
globais esruuranes, ainda incipienes.
A esperança vem das múlplas, valiosas e emblemácas experiências de esudiosos, pesquisadores,
avisas e comunidades, cujos esorços se somam na busca de avanços rumo à consrução de socie-
dades susenáveis.
Precisamos odos reaprender a ecer, junar nossas mãos às de milhares de pessoas que, em odo
o mundo, enrelaçam os os das ciências ecológicas e sociais, da hisória e da are, da inovação
e da radição, misuram as cores e exuras do conhecimeno radicional e cienco para, aos
poucos, reconsuir a resiliência da Vida, conribuindo para que a Naureza reenconre seu pono
de equilíbrio.
O papel da educação ambienal críca e ransormadora é preponderane nese riual de passagem
da humanidade: consruir com as pessoas um novo olhar sobre udo que nos cerca, omenar nos
homens e mulheres de hoje senmenos de admiração e respeio por odas as ormas de vida e um
proundo senso de compromemeno com a manuenção da complexa e ascinane Teia da Vida.

Texo 130
Brasil ange mea da ONU e reduz moralidade inanl
O Brasil angiu a mea assumida no compromisso "Objevos de Desenvolvimeno do Milênio" de
reduzir em dois erços os indicadores de moralidade de crianças de aé cinco anos. O índice, que
era de 5, mores por mil nascidos vivos em 0, passou para , em 0. Os números ine-
gram o 5º Relaório Nacional de Acompanhameno, divulgado nesa sexa-eira (), em Brasília,
pelo governo.
A mea oi angida anes do prazo espulado, 05. A redução de more maerna, no enano,
não eve o mesmo sucesso.
O documeno admie que o Brasil dicilmene vai cumprir o compromisso de chegar em 05
com no máximo 5 óbios maernos a cada 00 mil nascimenos. Para isso, seria necessário pra-
camene reduzir pela meade os indicadores de 0. Naquele ano, o número de mores de
mulheres durane a gravidez, o paro ou aé  dias após o nascimeno do bebê era de 6, por
00 mil nascimenos.
Embora ainda muio superior ao compromisso assumido, os índices de moralidade maerna no
país já oram signicavamene maiores. Em 0, eram  por 00 mil nascimenos. O relaório
argumena ainda que o Brasil não é o único país a er um desempenho nessa área abaixo do que
se era esperado.

Moralidade na inância
O relaório preparado pelo governo mosra que a queda mais signicava regisrada na mora-
lidade na inância ocorreu na aixa enre um e quaro anos de idade. Aualmene, o problema
esá concenrado sobreudo nos primeiros  dias de vida do bebê, o período neonaal. Embora
o documeno ressale que o Brasil conseguiu cumprir a mea à rene de uma série de países, o
exo admie que o nível de moralidade aé os cinco anos ainda é elevado. A desigualdade regio-
nal soreu uma redução, no enano, Nore e Nordese ainda apresenam axas superiores a 0
óbios de crianças com menos de cinco anos por mil nascidos vivos. Na região Sul, são  por mil
nascidos vivos.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 351

Acesso à água
O relaório ambém ressala o alcance inegral da mea de reduzir à meade o porcenual da popu-
lação sem acesso a saneameno. A mea oi angida em 0. De acordo com o rabalho, em 0
5% da população vivia em moradias com rede coleora de esgoo ou com ossa sépca. Em 0, o
porcenual subiu para %. O acesso à água ambém melhorou nesse inervalo, de 0% para 5,5%.

Pobreza extrema
A mea brasileira para essa área é mais ambiciosa que a mundial. O compromisso era reduzir a
pobreza exrema a um quaro do nível de 0 aé 05. De acordo com o relaório, em 0, o
nível da pobreza exrema era menos de um sémo do nível de 0. Pelos cálculos do governo,
,6% da população vive com menos de R$ 0 mensais.
De acordo com o rabalho, a pobreza exrema enre idosos esá pracamene erradicada, graças
à inclusão em programas sociais e à políca de valorização real do salário mínimo. A desigualdade
racial persise, embora em menor grau. Em 0, a probabilidade da exrema pobreza enre negros
era o dobro da vericada na população branca. Um em cada 0 negros era exremamene pobre.
Enre brancos, o risco é de um enre 6.

Educação primária
Em 0, ,% dos jovens de 5 a  anos não haviam compleado o ensino undamenal. Embora
o porcenual ainda seja expressivo, o relaório argumena que os números brasileiros já oram mui-
o piores. Em 0, 66,% dos jovens não haviam compleado os anos de esudo. O porcenual de
crianças de  a  anos requenando o ensino undamenal passou de ,% para ,%.

Na Estante

Vale a pena LER


A Vida que a gene quer depende do que a gene az – Insuo
Ecouuro.
Auores como Ana Maria Machado, Ricardo Paes de Barros, Yves
de La Taille e Heloísa Prieo escrevem sobre o ema susenabili-
dade a parr de diversas ócas. Ao odo são  argos, relacio-
nando o ema à naureza, às inerações humanas, à educação e
aos direios humanos, enre ouros aspecos. O livro, cuja versão
impressa eve disribuição grauia em odo o país, esá disponível
para download grauio em pd no link: hp://www.biblioecavir-
ualecouuro.org.br/iem/a-vida-que-a-gene-quer-depende-
79 -do-que-a-gene-az---varios-auores.
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352 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

O Velho e o Mar – Ernes Hemingway, ediora Berrand Brasil.


Sanago é um velho pescador que esá há  dias sem apanhar
um único peixe. Aparado dos companheiros, que acrediam
que o “azar” do velho possa ser ransmido ao grupo, ele con-
a apenas com a amizade do garoo Manolin, que não pode
acompanhar o amigo ao mar, porque os pais o proibiram. Um
dia Sanago pega o seu pequeno barco e pare para pescar
sozinho. Dessa vez, sga um peixe de amanho descomunal,
capaz de arrasar o barco por muios meros. Ternura, rise-
za, melancolia, dignidade, orça, coragem e lealdade são alguns
dos muios senmenos que Sanago vai mobilizar numa longa
lua com esse peixe, durane noies e dias. O ascínio e o amor
80 que o peixe despera no homem coniam com a necessidade
humana de sobrevivência aé os limies da capacidade sica e
da rágil demarcação enre o humano e o animalesco. O resulado é um dos relaos mais
inensos e belos da lieraura. Uma experiência de leiura inesquecível.

Vale a pena ASSISTIR


Pequena Miss Sunshine131
Richard (Greg Kinnear), o pai, ena desesperada-
mene vender seu programa movacional para
angir o sucesso… sem sucesso. Enquano isso,
Sheryl (Toni Collee), a mãe a avor da hones-
dade plena, ena enrosar sua excênrica amília,
incluindo seu deprimido irmão (Seve Carell), que
acaba de sair do hospial após ser abandonado
81 por seu namorado. Temos ainda a ala jovem da
amília Hoover: Olive (Abigail Breslin), com  anos
de idade e aspirane a rainha de concurso de beleza, e Dwayne (Paul Dano), um adolescene que
lê Niezsche e ez um voo de silêncio. Para complear a amília, emos o desbocado avô (Alan
Arkin), cujo comporameno maluco ez com que recenemene osse expulso do asilo de idosos.
Quando Olive é convidada a parcipar do concurso de beleza "Lile Miss Sunshine" na disane
Caliórnia, oda a amília pare em uma velha Kombi para orcer por ela.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 353

Anexo 1

Atividade: Espalhar sementes

Acompanhe aenamene a leiura do argo de Taana Achcar e converse com o educador e os


colegas, ao nal.

Agriculura Urbana: espalhe as semenes132


(Texo de acordo com o original).
Quando a sua avó era criança, há mais ou menos 0 anos, apenas um erço dos brasileiros vivia
nas cidades. De lá para cá, a indúsria brasileira cresceu, esradas e elecomunicações inegraram
o país e nos ransormamos numa das nações mais urbanizadas do mundo, com 5% de casas
erguidas em zonas urbanas. Criar e recuperar espaços públicos esá enre as várias soluções para
os problemas complexos das cidades, como poluição, calor, alagamenos e carência de áreas na-
urais e de convivência. Nesse sendo, a agriculura urbana é uma inciava que irradia mudança
porque mexe no aspeco social, ambienal e econômico do lugar. Quer ver?
Imagine uma praça pouco ou nada requenada, um caneiro que ninguém dá bola na escola, a
área verde gramada do prédio e um erreno abandonado. Todos espaços desperdiçados, mas
poencialmene acolhedores de cenouras, alaces, brócolis, manjericão, omaes, milho, eijão,
ores, passarinhos, abelhas, beleza, gene grande e gene pequena. A agriculura urbana é ão
anga quano o nascimeno das cidades, quando os limies enre rural e urbano não eram deni-
dos. Muia gene planava e não morria desnurido ou de édio. Minha avó nha no quinal alguns
pés de milho ao lado de eijões, que ornecem nirogênio ao solo, e abóboras com grandes olhas,
que maném a umidade do solo. Podia chover cânaros que nha erra suciene para absorver a
água. Tinha sombra e aroma. Quando dava muia escarola, ela rocava com a vizinha por salsinha,
mexerica ou o que vesse em abundância.
Planar na cidade é er uma one de abasecimeno local, com alimenos mais rescos, desloca-
menos mais curos e porano, menos poluene. É ambém uma orma de gerar rabalho e renda,
promover segurança alimenar e melhorar a qualidade nuricional. Na zona lese de São Paulo, o
projeo Cidades Sem Fome [...] implanou  horas comuniárias em errenos baldios e que hoje
geram renda de quase mil reais para 00 pessoas que viviam na pobreza. Uma iniciava grandiosa
que precisa urgene de reconhecimeno e apoio para connuar de pé. Experiências como essa
ambém ajudam a reazer vínculos comuniários ao criar siuações de enconro e rocas diversas.
“Ei, você sabe como posso adubar esse caneiro aqui?”, “Pode me empresar essa erramenas?”,
“Nossa, que omaes bonios. Como aço para planar uns assim?”. Quando um lugar é cuidado,
ele inspira conança e ca mais seguro.
Inelizmene, o hábio de culvar alimenos esá desaparecendo nas cidades pequenas mas, em
conraparda, oresce em cidades médias e grandes. No cruzameno da avenida Paulisa com a
rua da Consolação em uma praça. Toda úlma sexa eira do mês, um mone de ciclisa se con-
cenra ali para a radicional bicicletada. No reso do mês, a Praça do Ciclisa era pouco usada e mal
cuidada. Faz um ano, uma inervenção coleva criou uma hora, com caminhos enre os caneiros
e planas com o poder de desinoxicar o solo. Esava criada a Hora do Ciclisa [...] Começaram os
murões, com volunários assíduos e esporádicos, que planam e cuidam de emperos, verduras, le-
gumes, ores e movimenam a praça dia a dia, com seus aperechos nada usuais na cidade: enxadas,
bonas, baldes de erra. Pessoas de vários canos do mundo surpreendem-se com o inusiado: o uso
equiavo da cidade e o culvo de alimenos em pleno coração nanceiro de São Paulo.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
354 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Comemorando ambém um ano de vida, a Hora das Corujas, […] em São Paulo, mosra como
podemos nos valer da paisagem e da sabedoria rural para melhorar o espaço urbano. Pare da
praça onde esá a hora já oi um pequeno sío, e, acredie, eve preservadas algumas carac-
eríscas originais. O bananal, por exemplo, esá ao lado da área alagada, criando uma relação
de cooperação: ao mesmo empo se hidraam, as planas lram a água. Em murões, a urma
insalou uma cacimba bem no charco, que é um reservaório de água poável para a rega dos
caneiros. Há ambém uma composteira na hora, que devolve em adubo a poda dali mesmo.
Esses são apenas exemplos do bom uso dos recursos naurais. As escolas do enorno já sacaram
que educação ambienal se aprende na práca e levam os esudanes para cuidarem de seus
caneiros.
Desde que começou, a Hora das Corujas em uma paisagem dierene mês a mês. Novos can-
eiros aparecem, ouros não vingam, há dias com mais gene rabalhando, mudam as esações
e algumas planas encerram seu ciclo, ouras prosperam e a cena jamais se repee. Celebram-se
aniversários na praça, realizam-se esvais, ocinas de agriculura, recreação inanl, eira de
rocas, degusação gasronômica. Noo que algo esá aconecendo na vida do paulisano: uma
alegria conagiane em ocuparmos o nosso espaço público. Será uma microrrevolução? E você, o
que vê aconecer no seu pedaço?

Sies dos projeos ciados no argo


• Cidades sem Fome: hp://cidadessemome.org/
• Hora das Corujas: hp://horadascorujas.wordpress.com/

. O que você e seus colegas poderiam ver aconecer no seu pedaço, se o pensassem a parr dos
exemplos do exo?

. E se pusessem a mão na massa? Como o ariam? Quais os educadores, amigos, vizinhos, paren-
es, ec., que poderiam ajudar?

. Conversem sobre isso, endo em mene a seguine perguna: “O que esá ao meu alcance azer
desde agora?”
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 355

Anexo 2

Atividade: Objetos de afeto

Para você, qual o objeo cujo maior valor não esá na “mercadoria” que ele poderia ser, mas no
geso, nas lembranças e nos aeos que ele despera?
June o seu objeo aos de seus colegas, colocando-o no cenro do círculo. Aé que você cone sua
hisória, o objeo será só um objeo, sem qualquer sendo especial. Ouça as hisórias dos seus
colegas e noe como, conorme elas se desenvolvem, as coisas que eles rouxeram se ransormam,
ganham vida e sendo. Quando chegar à sua vez, capriche na narrava.

Você já se pergunou por que cosumamos embrulhar em papel de presene as coisas que damos
a alguém especial?

Segundo o esudioso Jacques T. Godbou, isso aconece por duas razões. A primeira é para escon-
der o objeo, mosrando com isso que o que impora não é a coisa escondida, mas o geso. Porano,
um papel de presene bem bonio represena a beleza do geso de presenear. A segunda razão é
que, ao rasgar o papel no ao de receber o presene, demonsramos que não é a ulidade da coisa
recebida o que impora, mas novamene o geso, a grauidade, o laço com o ouro: “Aquilo que se
levou ano empo a preparar é rasgado e deiado ora. A embalagem é um rio que compreende
odo o espírio do dom”.
E Godbou acrescena: “Exise, por ouro lado, uma endência, no sisema do mercado, para envol-
ver odo o bem de consumo em plásco. O sendo desse geso é oalmene oposo: visa separar o
produor e o consumidor, assegurar que nada da pessoa do produor é 'ransmido' ao consumidor,
inclusive vírus! De reso, essa embalagem não visa esconder e muias vezes é ransparene”.133

Para refer:
Eu, equea134
Em minha calça esá grudado um nome
que não é meu nome de basmo ou de carório,
um nome... esranho.
Meu blusão raz lembree de bebida
que jamais pus na boca, nesa vida.
Em minha camisea, a marca de cigarro
que não umo, aé hoje não umei.
Minhas meias alam de produo
que nunca experimenei
mas são comunicados a meus pés.
Meu ênis é proclama colorido
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
356 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

de alguma coisa não provada


por ese provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
minha gravaa e cino e escova e pene,
meu copo, minha xícara,
minha oalha de banho e sabonee,
meu isso, meu aquilo,
desde a cabeça ao bico dos sapaos,
são mensagens,
leras alanes,
grios visuais,
ordens de uso, abuso, reincidência,
cosume, hábio, premência,
indispensabilidade,
e azem de mim homem-anúncio inerane,
escravo da maéria anunciada.
Esou, esou na moda.
É doce esar na moda, ainda que a moda
seja negar minha idendade,
rocá-la por mil, açambarcando
odas as marcas regisradas,
odos os logopos do mercado.
Com que inocência demio-me de ser
eu que anes era e me sabia
ão diverso de ouros, ão mim-mesmo,
ser pensane, senne e solidário
com ouros seres diversos e conscienes
de sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio,
ora vulgar ora bizarro,
em língua nacional ou em qualquer língua
(qualquer, principalmene).
E niso me comprazo, ro glória
de minha anulação.
Não sou – vê lá – anúncio conraado.
Eu é que mimosamene pago
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 357

para anunciar, para vender


em bares esas praias pérgulas piscinas,
e bem à visa exibo esa eiquea
global no corpo que desise
de ser vese e sandália de uma essência
ão viva, independene,
que moda ou suborno algum a compromee.
Onde erei jogado ora
meu goso e capacidade de escolher,
minhas idiossincrasias ão pessoais,
ão minhas que no roso se espelhavam,
e cada geso, cada olhar,
cada vinco da roupa
resumia uma eséica?
Hoje sou cosurado, sou ecido,
sou gravado de orma universal,
saio da esamparia, não de casa,
da virina me iram, recolocam,
objeo pulsane mas objeo
que se oerece como signo de ouros
objeos esáicos, ariados.
Por me osenar assim, ão orgulhoso
de ser não eu, mas arigo indusrial,
peço que meu nome reiiquem.
Já não me convém o íulo de homem.
Meu nome novo é coisa.
Eu sou a coisa, coisamene.

O supremo casgo135
Em odos os aeródromos, em odos os esádios, no pono principal de odas as merópoles, exise
– quem é que não viu? – aquele caraz...
De modo que, se esa civilização desaparecer e seus dispersos e bárbaros sobrevivenes verem
de recomeçar udo desde o princípio – aé que um dia ambém enham os seus próprios arqueó-
logos – eses hão de sempre enconrar, nos mais diversos ponos do mundo ineiro, aquela mes-
ma palavra.
E pensarão eles que Coca-Cola era o nome do nosso Deus!
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
358 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Anexo 3

Em casa
. Assisa ao documenário “Agriculura Urbana e Periurbana em São Paulo”, disponível on line, di-
vidido em 6 episódios: ) Inrodução, ) O papel do agriculor orgânico, ) Iniciavas se espalham
pela cidade, ) A imporância da alimenação saudável e onde consumir orgânicos, 5) Aprenda a
minimizar o desperdício de alimenos, e 6) Faça pare da mudança. O vídeo pode ser acessado no
canal ocial de uma das produoras no Youube – MUDA: Movimeno Urbano de Agroecologia:
hps://www.youube.com/channel/UCvr-lxJwLq-ibzHCRBg

. Idenque no documenário rês habilidades rabalhadas ao longo do curso e escreva um pe-


queno exo demonsrando como elas se inegram às prácas susenáveis reporadas no lme.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 359

AULA 39: AÇÃO! SOU O SUJEITO DA MINHA


PRÓPRIA VIDA.

82

Chegamos à penúlma aula de projeo de vida, esperançosos quano ao aproveiameno dos nos-
sos esudanes em relação a odos os conhecimenos parlhados aé enão. Esperamos que as
rocas de inormações e experiências, enham conribuído para o enriquecimeno do mesmo en-
quano ser humano e cidadão de direos e deveres da sociedade em que ele aua.
A presene aula, em parcular, em o inuio de desperar no esudane uma reexão sobre sua
ação, para que ele parcipe da vida em sociedade como proagonisa, ou seja, ciene das compe-
ências necessárias para a consrução de seu projeo de vida.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
360 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Objetivos Gerais

• Perceber a imporância e inuência dos emas rabalhados nese caderno em sua or-
mação;
• Idencar dierenes ormas de agir;
• Reer sobre razões, ineresses e propósios do seu próprio agir.

Roteiro

PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO

Leiura de reporagem de jornal.


Avidade: O que nos
Quesonário sobre o que leva as pessoas a 0 minuos
leva agir e connuar.
agirem e connuarem seus projeos de vida.

Leiura e inerpreação de ciação a respeio da


Avidade: Agindo e incompleude caracerísca do ser humano.
sendo sujeio da minha 0 minuos
própria vida. • Leiura e inerpreação da música de
Nico and Vinz, 'Am I wrong';

Avaliação. Reomada dos objevos da aula. 5 minuos

ORIENTAÇÕES PARA AS ATIVIDADES

Atividade Individual: O que nos leva a agir e continuar?

Objetivos

• Idencar eslos dierenes de agir;


• Reer sobre as razões e propósios das ações;
• Exemplicar algum sonho ou projeo de vida que ele enha iniciado e connuado a
acrediar na sua concrezação.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 361

Desenvolvimento

A avidade consise em desacar dierenes eslos de agir e as razões que azem as pessoas con-
nuarem a acrediar nos seus projeos de vida que iniciaram ou de acrediar nos seus sonhos.
Após a leiura da reporagem (Anexo ) é imporane chamar aenção deles para os propósios
de azer o curso que cada enrevisado apresenou em sua ala, encaminhando-os à primeira
quesão da avidade. É possível haver uma variação nas resposas dos esudanes com relação
aos envolvidos, mas, de orma geral, elas devem girar em orno dos seguines objevos de vida:
necessidade de sobreviver e connuar rabalhando em algo após o rauma de perder a visão; o
desejo de mudar de vida e sonho de er seu próprio negócio; e a necessidade de connuar a ra-
balhar e senr-se úl apesar da idade e deciência.
Na segunda quesão, os esudanes deverão azer uma reexão mais ampliada acerca do que
mova os seres humanos a agirem e connuarem algum projeo de vida iniciado. E as resposas
podem ser: raumas, responsabilidades, necessidades, sonhos e desejos dos mais diversos. É pro-
vável que o esudane elenque razões mais especícas e isso não deve ser viso como um proble-
ma; o imporane é que elas perençam a uma das caegorias acima ciadas.
Na erceira quesão, espera-se que o esudane consiga personalizar, relaando os objevos de
azer ou parcipar de algo que ele escolheu enquano projeo de vida e o que o mova a con-
nuar acrediando que isso irá dar cero. Alguns esudanes devem ser ouvidos e os exemplos de
vida irão variar, mas, seria ineressane - caso haja empo - desacar o quão similares ou dierenes
são os movos que levam alguns a connuar seus projeos, criando assim um clima de roca de
conhecimeno e experiências que é bem saudável em sala de aula.

Atividade Individual: Agindo e sendo sujeito de minha própria vida

Objetivos

• Buscar alernavas e raçar esraégias para ação;


• Reer sobre ineresses individuais ao agir;
• Reer sobre escolhas, decisões e ações que são reexo do que o indivíduo acredia
ser bom para ele;

Desenvolvimento

A avidade começa com uma leiura em conjuno do parágrao inroduório da avidade (Anexo
). Os esudanes irão ler o exo e escuar a música e a avidade consise em comparar a men-
sagem de ambos.
As ideias se convergem. Na música, alguém reee sobre a possibilidade de azer escolhas que são
dierenes das da maioria das pessoas. Ou seja, ela se permie dizer que esá no caminho cero,
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
362 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

porque acredia que az escolhas que são boas para sua vida; e o exo desaca a necessidade de
valorização do individual, dos alenos e do que dierencia um ser humano do ouro.
A ciação ainda desaca a necessidade de enar acerar na vida arriscando e aprendendo com
seus erros; alguns exemplos que conrmam o exposo acima esão na primeira e segunda esroes
da música. Qualquer rase escolhida pelo esudane das duas pares deve ser aceia como respos-
a para a primeira quesão.
A segunda quesão enaza o conio pessoal enrenado pela a pessoa da música. O conio não
é nada mais nada menos que a dúvida que ela levana sobre esar cera ou errada com relação
às suas escolhas de vida. As esroes um, dois, rês e quaro conêm inormações que aesam
isso e é bem provável que sejam desacadas as seguines caraceríscas pessoais da pessoa da
música: obsnada, decidida, lúcida, omisa, visionária, denre ouras que surjam para enazar
sua pró-avidade.
O educador deve car aeno às resposas dos esudanes na erceira quesão, pois muios deles
podem er diculdade, não sendo capazes de perceber o que os arapalha ou impede de execuar
algo. A quesão do boicoe pessoal deve ser cogiada.
Enendemos boicoe aqui como um ao individual, uma recusa do indivíduo em parcipar de algo
ou azer algo que ele mesmo propôs para si, o que é conradiório. Muias vezes, nossos projeos
não se realizam e não percebemos o que nos arapalha. Às vezes, não nos esorçamos o suciene.
Queremos nos senr realizados e er prazer na conquisa, mas ao mesmo, durane o processo,
nos recusamos a aceiar que, para conseguir ese algo, deveremos luar, persisr e alvez, sorer;
e como sorer dói, eviamos e não connuamos.

Avaliação

Tene perceber se o esudane conseguiu compreender que é preciso ermos consciência do nos-
so papel social, sobre se responsabilizar pela consequência dos seus aos. Procure observar se ele
percebe a imporância de planejar, buscar alernavas e se inormar, não boicoar-se, enm, se
ele consegue reer sobre os melhores caminhos para agir em benecio próprio, sem perder de
visa essa preocupação com a consrução de um projeo de vida que inclui.

Em casa: o agir começa na cachola. Imaginar é sinônimo de diversão...


(Anexo 3)

Respostas e comentários
Espera-se que o esudane use sua imaginação e dissere sobre como ele gosaria que seu uuro
osse. A proposa é azê-lo relaar seus sonhos e desejos, acrediando que o poder da mene em
uma cera inuência no agir.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 363

Anexo 1

Atividade Individual: O que nos leva a agir e continuar?

Texo 
Mercado para deciene visual
Senac oerece cursos prossionalizanes grauios em várias áreas, com apoio da Associação de
Cegos, criando oporunidade de emprego ou negócio.
Os decienes visuais descobriram as mãos como pora de enrada para o mercado de rabalho: a
prossão de massoerapeua. Uma parceria da Associação Pernambucana de Cegos (Apac) com o
Serviço Nacional do Comércio (Senac) oerece cursos grauios prossionalizanes em várias áre-
as, enre elas cuidados pessoais, para os associados da endade. Após o reinameno, os parci-
panes do curso enram num banco de alenos e podem rabalhar como auônomos, para aliviar
o esresse dos rabalhadores de empresas públicas e privadas. Ouros abrem o próprio negócio e
azem aendimenos em domicílio, uma orma de garanr uma renda exra.
Anes de perder compleamene a visão, Célia de Sanana,  anos, oi operária numa ábrica. De-
pois rabalhou como vendedora. “Quando perdi a visão com  anos, eu quei desnoreada. Não
conseguia rabalho. Enão resolvi esudar e azer alguns cursos”, cona. Ela aproveiou a opor-
unidade e se ormou em massoerapia. Tomou goso pela prossão. Hoje comemora a agenda
cheia de clienes: “A gene acorda de manhã e sabe que vai rabalhar. Para nós decienes é muio
edicane. Tenho clienes odos os dias”.
As mãos milagrosas de Célia aliviam o esresse dos uncionários da Caixa Econômica Federal e do
Banco do Brasil. Os dois bancos rmaram convênios com a Associação Pernambucana de Cegos
para abrir um espaço de rabalho para os decienes visuais. A economiária Daiane Borges, 
anos, gerene pessoa jurídica da Caixa, é uma das clienes que relaxa a ensão com a aplicação
de shiasu. “A gene só percebe a ensão quando sena aqui. Nos dias em que eu aço shiasu co
mais ranquila. Melhora a minha concenração e o meu rendimeno”.
Os decienes visuais José Soares da Silva Filho, 65 anos, e Paulo Guilherme de Souza, 6 anos, são
aposenados e resolveram azer o curso de massoerapia para er uma nova prossão. “Hoje eu
enho um novo projeo de vida. Quero me ormar e abrir o meu próprio espaço de aendimeno”,
planeja Soares. Paulo ambém az planos. “Esou ora do mercado de rabalho porque exise a
discriminação da deciência visual e ambém da idade. Com o curso posso rabalhar como auô-
nomo”.
Danilo Borba, insruor do curso de massoerapia do Senac, explica que os decienes visuais êm
um dierencial no ocio: ao aguçado com maior concenração. Segundo ele, além de aprender as
écnicas de massagens (shiasu, reexologia, sueca, drenagem lináca), os esudanes recebem
noções de ergonomia, biossegurança e ambiene de rabalho. “Muios saem daqui e monam um
negócio e êm uma one de renda”.
Coordenador do programa de qualicação da Apac, Daniel Correia diz que esão programados
novos cursos prossionalizanes grauios e do Pronaec com o Senac. Enre eles, o de inormáca
básica para os decienes visuais. Uma exigência do mercado de rabalho. Mais de 00 decien-
es visuais já oram ormados no curso de cuidados pessoais.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
364 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

. Faça uma análise dos depoimenos dos parcipanes do curso e escreva os possíveis movos
que os levaram a agir e connuar suas vidas apesar da deciência.
. Você saberia dizer quais ouras razões movam as pessoas a connuarem algo que elas propu-
seram para elas mesmas?
. E quano a você? Escolha um aspeco de sua vida, alvez seus esudos, o espore que você pra-
ca ou um projeo do qual você parcipa, ec., e cone-nos como você em agido para que isso dê
cero. Quando udo começou, quais são seus objevos e o que o mova a connuar e acrediar
nesse projeo?

Na Estante

Vale a pena ASSISTIR


O lme Um ao de coragem (USA-00), drama esrelado pelo
duas vezes vencedor do Oscar, Denzel Washingon, cona a
hisória de um pai que se vê desesperado ao saber que seu
lho oi diagnoscado com uma doença que precisa de rans-
plane - cardiomegalia - mas o plano de saúde não cobre as
despesas hospialares. A rama chega ao seu pono máximo
quando John Quincy Archibald (Denzel), decide omar o hos-
pial cheio de pacienes como reém, na esperança que seu
83 lho pudesse ser incluído na lisa de ransplanes de imediao.
É um lme onde o personagem principal se vê orçado a agir
de acordo com suas necessidades, sem pensar muio sobre a
repercussão e consequência dos aos.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 365

Anexo 2

Atividade Individual: Agindo e sendo sujeito de minha própria vida

Para muios, escolher o curso da ação e seguir em rene para angir seus objevos não é ão di-
cil. Conudo, nese caminho, é essencial levar em consideração as inerações que esabelecemos
com as pessoas. Nossas viórias e conquisas perderão oalmene o brilho se elas orem alcança-
das em derimeno do bem-esar do ouro.
Aqui, nese exercício, queremos não só saber o que é imporane para você no agir, o que passa
em sua cabeça, mas ambém ajudá-lo nese processo em que o primordial é saber valorizar o es-
orço, independenemene do resulado obdo, derroa ou racasso.
A proposa é a seguine: escue a música abaixo e a compare com o que Brené Brown, pesquisa-
dora da universidade de Houson, coloca em seu exo. Responda às pergunas que se seguem.

Texo :

“ Quando passamos uma existência inteira esperando


até nos tornarmos à prova de bala ou perfeitos
para entrar no jogo, para entrar na arena da vida,
sacrifcamos relacionamentos e oportunidades que
podem ser irrecuperáveis, desperdiçamos nosso
tempo precioso e viramos as costas para os talentos,
aquelas contribuições exclusivas que só nós mesmos
podemos dar.

Ser "perfeito" e "à prova de bala" são conceitos


bastante sedutores, mas que não existem na realidade
humana. Devemos respirar fundo e entrar na arena,
qualquer que seja ela: um novo relacionamento,
um encontro importante, uma conversa diícil em
amília ou uma contribuição criativa. Em vez de
nos sentarmos à beira do caminho e vivermos de
julgamentos e críticas, nós devemos ousar aparecer e
deixar que nos vejam. Isso é vulnerabilidade. Isso é a


coragem de ser imperfeito. Isso é viver com ousadia.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
366 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Texo 
Am I Wrong?138
Nico and Vinz

Am I wrong or hinking ou he box


From where I say?
Am I wrong or saying ha I choose anoher way?
I ain' rying o do wha everybody else doing
Jus cause everybody doing wha hey all do
I one hing I know, I'll all bu I'll grow
I'm walking down his road o mine
This road ha I call home

So am I wrong?
For hinking ha we could be somehing or real?
Now am I wrong?
For rying o reach he hings ha I can' see?
Bu ha's jus how I eel
Tha's jus how I eel
Tha's jus how I eel
Trying o reach he hings ha I can' see

Am I ripping or having a vision?


My predicon: I'ma be on he op o he world
Walk your walk and don' look back
Always do wha you decide
Don' le hem conrol your lie, ha's jus how I eel
Figh or yours and don' le go
Don' le hem compare you, no
Don' worry, you're no alone, ha's jus how we eel

Am I wrong? (Am I wrong?)


For hinking ha we could be somehing or real?
(Oh yeah yeahyeah)
Now am I wrong?
For rying o reach he hings ha I can' see?
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 367

(Oh yeah yeahyeah)


Bu ha's jus how I eel
Tha's jus how I eel
Tha's jus how I eel
Trying o reach he hings ha I can' see

I you ell me I'm wrong, wrong


I don' wanna be righ, righ
I you ell me I'm wrong, wrong
I don' wanna be righ
I you ell me I'm wrong, wrong
I don' wanna be righ, righ
I you ell me I'm wrong, wrong
I don' wanna be righ

Am I wrong?
For hinking ha we could be somehing or real?
Now am I wrong?
For rying o reach he hings ha I can' see?
Bu ha's jus how I eel
Tha's jus how I eel
Tha's jus how I eel
Trying o reach he hings ha I can' see

So am I wrong? (Am I wrong?)


For hinking ha we could be somehing or real?
(Oh yeah yeahyeah)
Now am I wrong? (Am I wrong?)
For rying o reach he hings ha I can' see?
(Oh yeah yeahyeah)
Bu ha's jus how I eel
Tha's jus how I eel
Tha's jus how I eel
Trying o reach he hings ha I can' see
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
368 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Esou errado?

Esou errado por pensar dierene dos ouros


De onde eu venho?
Eu esou errado por dizer que escolho ouro caminho?
Eu não esou enando azer o que odo mundo az
Só porque odos azem a mesma coisa
Uma coisa eu sei, irei cair, mas eu vou crescer
Eu esou andando por ese caminho que é meu
Esa esrada que eu chamo de casa

Enão esou errado?


Por pensar que poderíamos ser algo de verdade?
Agora esou errado?
Por enar alcançar as coisas que eu não posso ver?
Mas isso é apenas o que eu sino
É assim que eu me sino
É assim que eu me sino
Tenando alcançar as coisas que eu não posso ver

Esou viajando por er uma visão?


Minha previsão: Eu vou esar no opo do mundo
Siga seu caminho e não olhe para rás
Sempre aça o que você decidir
Não deixe que conrolem sua vida, é assim que eu me sino
Lue pelos seus e não os deixe ir
Não deixe que e comparem, não
Não esquena, você não esá só, é assim que nos senmos

Esou errado? (Esou errado?)


Por pensar que poderíamos ser algo de verdade?
(Oh yeahyeahyeah)
Agora esou errado?
Por enar alcançar as coisas que eu não posso ver?
(Oh yeahyeahyeah)
Mas isso é apenas o que eu sino
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 369

É assim que eu me sino


É assim que eu me sino
Tenando alcançar as coisas que eu não posso ver

Se você me disser que eu esou errado, errado


Eu não quero esar cero, cero
Se você me disser que eu esou errado, errado
Eu não quero er razão
Se você me disser que eu esou errado, errado
Eu não quero esar cero, cero
Se você me disser que eu esou errado, errado
Eu não quero er razão

Esou errado?
Por pensar que poderíamos ser algo de verdade?
Agora esou errado?
Por enar alcançar as coisas que eu não posso ver?
Mas isso é apenas o que eu sino
É assim que eu me sino
É assim que eu me sino
Tenando alcançar as coisas que eu não posso ver

Enão esou errado? (Esou errado?)


Por pensar que poderíamos ser algo de verdade?
(Oh yeahyeahyeah)
Agora esou errado? (Esou errado?)
Por enar alcançar as coisas que eu não posso ver?
(Oh yeahyeahyeah)
Mas isso é apenas o que eu sino
É assim que eu me sino
É assim que eu me sino
Tenando alcançar as coisas que eu não posso ver
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
370 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

. Que relação é possível esabelecer enre a música e o que oi dio pela auora, as ideias são
convergenes ou divergenes? Explique e dê exemplos que conrmem sua opinião.

. Que po de pessoa a música descreve e qual o conio que ela enrena? Dê exemplos que
aesam algumas caraceríscas da pessoa que se perguna sobre esar ou não errada.

. Você se idenca com ela, como? Que caracerísca da pessoa da música você não em, mas
gosaria de er para melhorar nesa quesão do agir em busca de seus objevos? Você saberia
dizer o que ala em você para ser assim?

Na Estante

Vale a pena ASSISTIR


Alinhado com a ideia de não esperar que os ouros a-
çam por você - pois só cada pessoa deve saber o que
é melhor para si mesma - e com ouras quesões das
relações humanas, como: auonomia, consrução da
sua visão de mundo, ajuda ao próximo e escolhas e
decisões, O abuloso desno de Amélie Poulain, lme
rancês de 00, nos oerece uma comovene hisória
de perseverança, amor e obsnação. A comédia, es-
relada por Audrey Tauu, cona a hisória de Amélie,
uma menina que cresce isolada das ouras crianças, por
seu pai achar que ela possui uma anomalia no coração.
Sem er doença nenhuma, sua inância e a more de
84 sua mãe inuenciariam a orma com que ela se relacio-
naria com as pessoas mais arde, e, ao ornar-se adula,
Amelie decide que é hora de morar sozinha no subúrbio
parisiense de Monmarre. A rama segue um rumo diverdo e comovene, quando ela
enconra no banheiro do seu aparameno uma caixinha com brinquedos e gurinhas per-
encenes ao ango morador do local, Dominique. Ela decide procurá-lo e enregar o per-
ence, anonimamene. Ao noar que ele chora de alegria ao reaver o seu objeo, a moça ca
impressionada e remodela a sua visão do mundo. Resolve realizar pequenos gesos a m de
ajudar e ornar mais elizes as pessoas ao seu redor, ganhando assim um novo sendo para
a sua exisência. Numa desas pequenas grandes ações, ela enconra um homem. E enão o
seu desno muda para sempre.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 371

Anexo 3

Em casa: o agir começa na cachola. Imaginar é sinônimo de diversão...


Reza a lenda que o ex-governador do Esado da
Caliórnia, siculurisa e aor, Arnold Schwar-
zenegger, disse uma vez em enrevisa que
conseguiu chegar ao opo do ranking mundial
nesse espore graças não só à sua disciplina,
mas ambém aravés do poder da mene. To-
dos os dias, anes dos reinos, ele cosumava
visualizar a pare do corpo a ser rabalhada
bem avanajada e alava com seus músculos.
Isso, ao longo dos anos, ez com que ele omas-
85 se volume e se ornasse o campeão que odos
nós conhecemos. Dá pra acrediar nisso?
Bem, lenda ou não, gosaríamos que você bancasse o Arnold e usasse o poder da sua mene nes-
se exercício. Deixe sua imaginação viajar e dissere sobre como você vê sua vida com seu sonho
conquisado.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
372 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

AULA 40: MANTENHA A ESPERANÇA SEMPRE VIVA.

86

Chegando à úlma aula do º módulo, espera-se que cada esudane enha se conhecido melhor,
enendido o porquê de se consruir um Projeo de Vida, e denido, assim, alguns propósios de
vida a serem seguidos para o seu desenvolvimeno.
Assim, a inenção dessa aula é maner os sonhos dos esudanes sempre vivos e esmulá-los para
a consrução de seus projeos de vida que esão apenas começando.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 373

Objetivos Gerais

• Esmular os esudanes na consecução de seus projeos de vida;


• Compreender a relação exisene enre Projeo de Vida, elicidade e sonhos.

Roteiro

PREVISÃO DE
ATIVIDADES PREVISTAS DESCRIÇÃO
DURAÇÃO

Avidade Preliminar. Reomada da aula anerior. 5 minuos

Leiura do exo “A Criança e o sábio” e discussão


Avidade em grupo: de algumas rases armavas.
5 minuos
Sonhos. Complear o sendo de algumas rases sobre
sonhos.

Avaliação. Observação do educador. 5 minuos

ORIENTAÇÕES PARA AS ATIVIDADES

Atividade preliminar

Peça a alguns esudanes que relembrem o enconro passado e comenem os ponos que acharam
mais imporanes.

Atividade em Grupo: Sonhos

Objetivos

• Mosrar que não exise Projeo de Vida sem sonhos;


• Perceber que os sonhos nos levam a er esperança.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
374 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Desenvolvimento

Divida a urma em 5 grupos e peça para um esudane ler o exo da Avidade: Sonhos (Anexo ).
Logo após a leiura do exo, peça que cada grupo discua as armações que o seguem, elaborando,
ao nal, um pequeno exo que compore os principais comenários do grupo. Feio isso, peça a um
represenane de cada grupo que leia a produção exual coleva. Caso quem muio parecidos,
oriene os próximos grupos a acrescenar, apenas, o que há de dierene em seus exos. Ao nal,
se necessário, vole a comenar cada uma das armações. Em seguida, peça aos esudanes que
respondam individualmene à quesão  da avidade sobre os sonhos. Terminada a quesão, solicie
que alguns socializem suas resposas.

Avaliação

Pergune aos esudanes o que acharam dessa aula e de odas as avidades vivenciadas por eles
nos enconros aneriores. Peça a alguns deles que especiquem melhor como essa aula dos os
ouros inuenciaram no codiano de cada um. A parr disso, observe a relação que azem enre
elicidade, concrezação de seus projeos de vida e seus sonhos.

Em casa: Revendo sua vida pessoal (Anexo 2)

Respostas e comentários
Essa avidade mosra a relação exisene enre ser, er, azer, perencer e a elicidade. Assim
como, a relação exisene enre sonho e esperança.

Avidade: Sonhos

Na quesão , as resposas são de cunho pessoal e dependem da organização das ideias de cada
grupo. Enreano, espera-se que os esudanes concordem com cada uma das alernavas.
Na quesão , as resposas ambém são de cunho pessoal. Observe apenas se os esudanes cons-
roem rases com sendo lógico e que esejam relacionadas ao Projeo de Vida. Abaixo seguem
algumas sugesões de possíveis resposas:
a) Gene que não em nenhum sonho...ala imaginação.
b) Gene que em sonhos demais...ala denir prioridades.
c) Gene que não em sonho próprio... precisa er mais auonomia.
d) Gene que em sonho impossível... precisa ser mais realisa.
e) Gene que em sonho, mas não sabe ransormá-lo em Projeo de Vida...precisa
aprender a planejar e a gerir seus objevos.
) Gene que não consegue ransormar o Projeo de Vida em realidade...precisa desen-
volver algumas habilidades e alenos:
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 375

Na Estante

Vale a pena LER

CURY. Auguso Jorge. Nunca desisa dos seus sonhos. Rio de


Janeiro. Sexane, 00.

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MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
376 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Anexo 1

Atividade em Grupo

Leia o exo abaixo e siga as orienações dadas pelo educador:


A Criança e o sábio139
Um dia uma criança chegou diane de um pensador e pergunou-lhe: “Que amanho em o uni-
verso?” Acariciando a cabeça da criança, ele olhou para o innio e respondeu: “O universo em
o amanho do seu mundo.”
Perurbada, ela novamene indagou: “Que amanho em o meu mundo?” O pensador respondeu:
“Tem o amanho dos seus sonhos.”
Se os seus sonhos são pequenos, sua visão será pequena, suas meas serão limiadas, seus alvos
serão diminuos, sua esrada será esreia, sua capacidade de suporar as ormenas será rágil.
Shakespeare disse que “quando se avisam nuvens, os sábios vesem seus manos”. Sim! A vida
em ineviáveis empesades. Quando elas sobrevêm, os sábios preparam seus manos invisíveis:
proegem sua emoção usando sua ineligência como paredes e os seus sonhos como eo.
Os sonhos regam a exisência com sendo. Se seus sonhos são rágeis, sua comida não erá sabor,
suas primaveras não erão ores, suas manhãs não erão orvalho, sua emoção não erá romances.
A presença dos sonhos ransorma os miseráveis em reis, e a ausência dos sonhos ransorma
milionários em mendigos. A presença de sonhos az de idosos, jovens, e a ausência de sonhos az
dos jovens, idosos.

. Para discussão:
a) Se os nossos sonhos são pequenos, nossas possibilidades de sucesso ambém são
limiadas?
b) Os sonhos são como bússolas que indicam os caminhos que seguiremos e as meas
que queremos alcançar?
c) Desisr dos sonhos é “abrir mão” da elicidade, porque quem não persegue seus
objevos esá condenado a racassar?

. Texo com as principais ideias do grupo:

. Agora, leia as rases abaixo e complee os seus sendos de acordo com o seu enendimeno:
a) Gene que não em nenhum...
b) Gene que em sonhos demais...
c) Gene que não em sonho próprio...
d) Gene que em sonho impossível...
e) Gene que em sonho mas não sabe ransormá-lo em Projeo de Vida...
) Gene que não consegue ransormas o Projeo de Vida em realidade...
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 377

Para refer:
A esperança140
A esperança az você acrediar. O enusiasmo az você ir à lua e vencer. Não exise um sem o
ouro. A esperança sem o enusiasmo ou o enusiasmo sem esperança é igual à plana que não
recebe adubo e nem água: suas olhas murcham e ela um dia morre. Enão, é assim: udo o que
você espera aconecer em de ser aguardado com é viva, iso é, com enusiasmo, senão a espe-
rança vai embora e nada aconece (...).
Sonhe sempre! Acrediem em si mesmos! Deixem que esses belos senmenos aorem e omem
orma! E aça com que seu sonho mude sua realidade para melhor a cada dia de sua vida! Você
verá como você em a capacidade de mudar um mundo ineiro… Apesar dos nossos deeios, pre-
cisamos enxergar que somos pérolas únicas no earo da vida e enender que não exisem pessoas
de sucesso ou pessoas racassadas. “O que exise são pessoas que luam pelos seus sonhos ou
desisem deles”.
Embora a esperança não seja um sonho, mas uma maneira de raduzir os sonhos em realidade,
como alhures, dissera alguém; a verdade é que enquano houver um sonho há uma esperança
porque a elicidade perence àqueles que acrediam na beleza de seus sonhos.
Por isso, seja sempre ore e nunca perca a Esperança!
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378 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Anexo 2

Em casa: Cada um com a sua felicidade


. A elicidade é uma noção que varia de pessoa para pessoa. Ela pode adquirir ormas dierenes
para cada um. Conudo, a elicidade perpassa quaro ponos comuns a odos: SER (a orma de
elicidade em que é suciene saber-se vivo, senr-se e simplesmene exisr); TER (a elicidade de
possuir ou desruar de algo); FAZER (a elicidade de conceber ou execuar alguma coisa); PERTEN-
CER (é a elicidade de viver no seio de um espaço, grupo e senr-se amado).
A respeio da elicidade, qual o seu enendimeno pessoal sobre cada um desses ponos?

. Como a elicidade não se enconra prona, mas se consrói pouco a pouco, escreva um exo
disseravo sobre como ela se relaciona com o seu Projeo de Vida e seus sonhos.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 381

RefeRência BiBliogRáfica

1. FONG, Saulo. O que é um Projeo de Vida. Disponível em: <www.sauloong.com/exos/argos/o-que-e-um-projeo-de-vida php>.


Acesso em: 0 ou. 0. Adapado.

2. obra/>.
NASCIMENTO, Milon. Caçador de mim. In: Caçador de mim (LP). Ariola, . Disponível em: <www.milonnascimeno.com.br/#/
Acesso em: 0 ou. 0.

3. volvimento.
ERIKSON, E. H. Ideny: you and crisis. New York: Noron,6, p.-. In: PEREIRA, Anônio Carlos Amador. O adolescene em desen-
São Paulo: HARBRA, 005. p.-55.

4. O que é Forense. Disponível em: <hp://www.signicados.com.br/orense/>. Acesso em seembro de 0.


5. Marns
Briggs, Dorohy Corkille. A auoesma do seu lho; radução Walernsir Dura; revisão da radução Silvia Giurlani. – ª ed. São Paulo:
Fones, 00. p. -5.

6. Marns
Briggs, Dorohy Corkille. A auoesma do seu lho; radução Walernsir Dura; revisão da radução Silvia Giurlani. – ª ed. São Paulo:
Fones, 00. p. -5.

7. NOGUEIRA, Maria Alice; VIANA, Maria José Braga. Abrigo de Tensões. Disponível em: <hp://www.ondaesudane.com.br/acervo/0/
abrigo-de-ensoes> Aceso em seembro de 0.

8. abrigo-de-ensoes>
NOGUEIRA, Maria Alice; VIANA, Maria José Braga. Abrigo de Tensões. Disponível em: <hp://www.ondaesudane.com.br/acervo/0/
Aceso em seembro de 0.

9. CORTELA, M. S. A Escola e o Conhecimeno. Ed. São Paulo: Corez, . p.  a .


10. TRUTMANN, Nahalie. Manual para sonhadores: Voe alo, siga seu coração e vire um empreendedor de sua vida. Rio de janeiro:
Leya, 0. p.0.

11. MORAES NETO, Geneon. Dossiê Drummond. São Paulo: Globo, 00. p.6.
12. ANDRADE, Carlos Drummond. Senmeno do mundo. In: Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, , p.5
13. ELAGE, Bruna. Hisórias de vida: Idendade e proeção. A hisória de Marm e seus irmãos. . ed. São Paulo: Associação Fazendo
Hisória: NECA – Associação dos pesquisadores de núcleos de Esudo e pesquisas sobre a criança e o adolescene. 00.

14. COSTA, Anônio Carlos Gomes da. Educação e vida. Belo Horizone. Modus Faciendi, 00. P.6 e.
15. COSTA, Anônio Carlos Gomes da. Avenura pedagógica: Caminhos e descaminhos de uma ação educava. Belo Horizone: Modus
Faciendi, 00. p. . ªed.

16. LISPECTOR, Clarice. A descobera do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, . p.0 – .
17. COSTA, Anônio Carlos Gomes da. Por uma Educação Inerdimensional. Pág. . Disponível em:<hp://www.associacaopelaamilia.
orgbr/asp/ca/POR%0UMA%0EDUCA%C%CO%0INTERDIMENSIONAL%0II.pd> Aceso em ou. 0.

18. Sendo da vida.  bilhões de Ouros. Disponível em: <hp://www.youube.com/wach?v=wvCFR_slWY>.

19. COSTA, Anônio Carlos Gomes da. Por uma Educação Inerdimensional. Pág. -. Disponível em: <hp://www.associacaopelaamilia.
org.br/asp/ca/POR%0UMA%0EDUCA%C%CO%0INTERDIMENSIONAL%0II.pd>. Acesso em ou. 0.

20. COSTA, Anônio Carlos da; ANDRÉ, Simone. Educação para o desenvolvimeno humano. São Paulo: Saraiva. 00. p. 6.
21. COSTA, Ânonio Carlos Gomes da. Avenura pedagógica: Caminhos e descaminhos de uma ação educava. Belo Horizone: Modus
Faciendi, 00. ªed. p.5.

22. MIGLIORI, Regina de Fáma. Éca, valores humanos e ransormação. V.. São Paulo, . p. 6.
23. FREITAS, Lia. A moral na obra de Jean Piage: um projeo inacabado. São Paulo: Corez, 00. p.0.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
382 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

24. BARROS, Manoel de. Livro sobre nada. Rio de Janeiro: Record, 00. 0ª ed. p. .
25. JUNG, Carl Gusa apud. ZOHAR, Danah. O ser quânco. Rio de Janeiro: Ediora Bes Seller, 0. p. 0.
26. ALVES, Rubem. Por uma educação românca. Campinas: Papirus, 00. p. 0. ISBN 5-0-06-.
27. Fone: AFP em março de 00.
28. MEDEIROS, Marha. Para que serve um amigo? Disponível em: <hp://lecusexlibris.blogspo.r/00//para-que-serve-um-amigo-
-marha-medeiros.hml>.

29. Disponível em: <hp://canaldoensino.com.br/blog/baixe-o-livro-o-pequeno-principe>. Acesso em: maio de 0.


LOBATO, Moneiro. -. Fábulas/Moneiro Lobao: Ilusração Alcy Linhares. São Paulo: Globo, 00. p. . Disponível em:
30. <hp://books.google.com.br/books?id=hDjiHJ0mIC&prinsec=roncover&dq=F%C%Abulas+-+Moneiro+Lobao&ei=OLjS6KrL-
ZeEyASQNCTCg&hl=p-BR&cd=&redir_esc=y#v=onepage&q&=alse>.

31. CARLOS, Robero; CARLOS, Erasmo. Meu querido, meu velho, meu amigo. In: Robero Carlos (LP). CBS, . Disponível em: <hp://
leras.mus.br/robero-carlos//>. Acesso em:  mai. 0.

32. COSTA, Anonio Carlos Gomes da; LIMA, Isabel Maria Sampaio Oliveira. Insuo Souza Cruz, 00 p..
33. Hashtag. Disponível em: <hp://p.wikipedia.org/wiki/Hashag>.
34. BRAGA, Rubem.  Crônicas Escolhidas. Rio de Janeiro: Ed. Record, 0. 5ª edição, p. -5.
35. NETO, João Cabral de Melo. A Educação pela Pedra. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, . p. 5.
36. Grande Dicionário Houaiss da Língua Poruguesa. Verbees: “emologia” e “exo”. Edição online. Acesso em: 5/0/0.
37. PETIT, Michèle. Os Jovens e a Leiura – Ou como resisr à adversidade. São Paulo: Ediora , 0. p. -. Tradução de Arhur
Bueno e Camila Boldrini.

38. ANTUNES, Arnaldo. Como é que chama o nome disso: Anologia. São Paulo: Publiolha, 006. p. 5.
GOLDSMITH, Belinda. Redes sociais podem acabar com amizades reais, diz pesquisa. O Esado de São Paulo, 0 de abril de 0.
39. Disponível em: <hp://www.esadao.com.br/nocias/geral,redes-sociais-podem-acabar-com-amizades-reais-diz-pesquisa,05,0.
hm>. Acesso em: Abr/0.

40. Dicionário de Filosoa Abbagnano. São Paulo: Marns Fones, 00. ª edição. p. 5.
41. SACKS, Oliver. Um Anropólogo em Mare. São Paulo: Companhia de Bolso, 0. p. -0,  e . Tradução de Bernardo Carvalho.
42. LÉVINAS, Emmannuel. Enre nós: ensaios sobre a aleridade. Perópolis: Vozes, 005. ª edição. p.  e 5. Tradução sob a coordena-
ção de Pergenno Seano Pivoo.

43. COUTO, Mia. Texo de orelha da edição brasileira. São Paulo: Cosac Naiy, 0.
44. Adoro Cinema. Disponível em: <hp://www.adorocinema.com/lmes/lme-566/>. Acesso em maio de 0.
45. BRUM, Eliane. A Vida que Ninguém Vê. Poro Alegre: Arquipélago Ediorial, 006. ª edição. p. 0-5.
46. maeria/5006/a-delicadeza-necessaria-para-alar-sobre-realidades-ores-e-duras.
SHIKAMA, Felipe. A delicadeza necessária para alar sobre realidades ores e duras. Disponível em:hp://www.cruzeirodosul.in.br/
Acesso em: Abr/0.

47. PAIM, Wilson. Sinceridade. Composição: José Luiz Casarin. Disponível em: <hp://www.ouvirmusica.com.br/wilson-
-paim/65/#mais-acessadas/65>. Acesso em: Abr/0.

48. em:
PASCOAL, Raissa. O perl do mediador de confios na escola. Revisa Gesão Escolar. São Paulo: Abril, n. , ago. 0. Disponível
<hp://gesaoescolar.abril.com.br/comunidade/perl-mediador-conios-escola-5065.shml>. Acesso em: /06/0.

49. PESSOA, Fernando. Fragmeno 0. Livro do desassossego. ª ed. São Paulo: Companhia das Leras, 00. p. -.
50. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário da língua poruguesa. Rio de Janeiro: Nova Froneira, 5. p.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 383

51. JAPIASSÚ,
6.
Hilon e MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de Filosoa. ª ed. revisada e ampliada. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.,

52. ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. e MARTINS, Maria Helena Pires. Filosoando: Inrodução à Filosoa. São Paulo: Moderna, 00.
53. ARAÚJO, Ulisses F; PUIG, Josep Maria. Educação e Valores: ponos e conraponos. São Paulo: Summus, 00.
54. SEGURA,
e .
Manuel. Como ensinar crianças a conviver. Tradução de Jacob Albero J. Pierce. Rio de Janeiro: Vozes, 00. p. , , , 

55. BARAHONA (, p.0) apud PÉREZ, Glória Serrano. Educação em valores: como educar para a democracia. Trad. Fáma Murad.
.ed. Poro Alegre: Armed ediora S.A, 00. p..

56. LISPECTOR, Clarice. A descobera do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, . p.0 e0.
57. LENNON, John. Imagine. Disponível em: <hp://www.vagalume.com.br/john-lennon/imagine-raduzida.hm>l. Acesso em: Mai/0.
58. BELCHIOR. Como nossos pais. In: Alucinação (CD). Polygram, . Disponível em: <www.radio.uol.com.br/#/leras-e-musicas/bel-
chior/como-nossos-pais/6>. Acesso em:  jun. 0.

59. BONFÁ, Marcelo; RUSSO, Renao; VILLA-LOBOS, Dado. Pais e lhos. In: As quaro esações. EMI, .
60. FORBES, Jorge. Inconsciene e responsabilidade: psicanálise do século XXI. Barueri: Manole, 0. p. .
61. ULHOA, John. In: Gol de quem? (CD). BMG, 5.
62. OYENS, Chrisan; DUNCAN, Zélia. In: Inmidade (CD). Universal Music, 6.
63. Cadernos de Escolas Promooras de Saúde – I. Sociedade Brasileira de Pediaria. Deparameno Cienco de Saúde Escolar. Disponí-
vel em: <hp://www.sbp.com.br/img/cadernosbpnal.pd>. Acesso em junho de 0. p. .

64. vel
Cadernos de Escolas Promooras de Saúde – I Sociedade Brasileira de Pediaria. Deparameno Cienco de Saúde Escolar. Disponí-
em: <hp://www.sbp.com.br/img/cadernosbpnal.pd.>. Acesso em junho de 0. p..

65. SEAN, Covey. As  decisões mais imporanes que você vai omar na vida. Rio de Janeiro: BesSeller, 00. p. 5 e 55. Tradução Alice
Xavier.

66. SERRANO, Glória Pérez. Educação em valores: como educar para a democracia; rad. Fáma Murad. ed. Poro Alegre: Armed, 00.
p. 5 e 6.

67. SERRANO,
p. .
Glória Pérez. Educação em valores: como educar para a democracia; rad. Fáma Murad. ed. Poro Alegre: Armed, 00.

68. FARJADO, José Carlos García. Manual del volunario. La Caaraa, 00. p 5.
69. FARJADO, José Carlos García. Manual del volunario. Universidad Compluense de Madrid, 00. a edição. p 0.
70. SERRES, Michel. Temps des crises. Paris: Ed. Le Pommier, 0. p. 5.
71. FREIRE, Paulo. Educar para a auonomia. p. 6 e .
72. MARIOTTI, Humbero. O dragão e a borbolea - Compevidade e violência esruural. p. . Disponível em: < hp://www.humber-
omariot.com.br/imagens/rabalhosoo/000_violencia.pd>.

73. RATHS, James. A sraegy or developping values. Educaonal Leadership, 6. p. 50-5 apud. BERMAN, Louise M. New priories
in the curriculum - Valuing: Enchanmen wih he Ehical. p. 0.

74. CUÉLLAR, Pérez de, secreário geral das Nações Unidas em 5.
75. FARJADO, José Carlos García. Manual del volunario. Universidad Compluense de Madrid, 00. a edição. p .
FREITAS, Olívia e VEIGA, Parícia Trudes da. Brasil cai  posições em ranking de países mais solidários. Disponível em: <hp://www.
76. olha.uol.com.br/empreendedorsocial/0//6-brasil-cai--posicoes-em-ranking-de-paises-mais-solidarios.shml>. Acesso
em dezembro de 0.
MATERIAL DO EDUCADOR - AULAS DE PROJETO DE VIDA
384 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

77. MAATHAI, Wangari. Why “Hummingbird”? Disponível em: <hp://www.hummingbirdprojec.org/abou-us/why-hummingbird/>.


78. KAUTER, Kur apud. FARJADO, José Carlos García. Manual del Volunario. Universidad Compluense de Madrid, 00. a edição. p. 0.
79. Gênero e Diversidade Na Escola: Formação de Educadores/ES Em Gênero, Orienação Sexual e Relações Énico-Raciais. Livro de
coneúdo. Versão 00. Rio de Janeiro: CEPESC. Brasília: SPM, 00. p..

80. coneúdo.
Gênero e Diversidade Na Escola: Formação de Educadores/ES Em Gênero, Orienação Sexual e Relações Énico-Raciais. Livro de
Versão 00. Rio de Janeiro: CEPESC. Brasília: SPM, 00. p..

81. VELOSO, Caeano. . Disponível em <hp://www.vagalume.com.br/caeano-veloso/sampa.hml#ixzzqIUkWLK>. Acesso em: Maio de 0.
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1º ANO DO ENSINO MÉDIO 391

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PRESIDENTE
Marcos Anônio Magalhães

EQUIPE DE DIREÇÃO
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CRÉDITOS DA PUBLICAÇÃO
Organização: Thereza Maria de Casro Paes Barreo
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Supervisão de Coneúdo: Thereza Maria de Casro Paes Barreo
Redação: Reni Adriano Basa, André Lacerda Basa, Maria Beânia Ferreira, Gisele Sodre Paes
e Regina Celia Melo de Lima
Edição de exo: Regina Celia Melo de Lima
Revisão orográca: Danielle Fabiola do Nascimeno
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Diagramação: Jessica Pizani Helsein

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