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Olá, meu nome é Julia Fekete, sou aluna de Letras Português pela

Universidade Estadual do Ceará e hoje vim falar sobre as concepções de


multiletramento, uma ideia moderna sobre letramento que amplifica a capacidade de
aprendizagem para muitos outros âmbitos. Em primeira análise, é importante
entendermos que o conceito de multiletramento, para os autores do artigo, passa a
ser a ideia de formar uma cidadania, um “corpo social” para o aluno se ver inserido
e participante ativo da comunidade e engajado com criticidade na sociedade. O
intuito do multiletramento é aperfeiçoar a ideia tradicional presente nas antigas
formas de letramento, onde o foco era o letramento na língua formal e seu uso
padronizado. E quando falamos de aperfeiçoamento, se trata de uma grande
inclusão da pluralidade textual, linguística e comunitária que se possui em muitas
sociedades, como a sociedade brasileira, onde habita muitas pessoas de etnias e
culturas diferentes que talvez estejam fora do padrão - e muitas vezes estão - de
vida em que se constitui o público alvo dentro do contexto que acontece o
letramento.
Por isso, um grupo de pessoas de várias culturas e países diferentes, se
reuniram em Nova Londres para delegar sobre o estado atual da educação, do
letramento e uma nova abordagem para lidar com a pluralidade cultural trazida pelo
mundo globalizado e suas misturas culturais mais agressivas, depois de muito
tempo compondo e delegando, nesse ponto nasce a ideia do multiletramento com
etapas para fazer um uso adequado da ideia. Sendo a primeira, a prática situada, a
utilização do contexto que cerca este multiletramento é um dos alicerces principais
para a ideia, pois se utiliza da realidade, da pluralidade entre os alunos e da
comunidade que cerca a relação aluno-escola para ensinar e ampliar o
conhecimento factual que já criamos com o nosso senso comum como aluno e
adicioná-los a novas experiências e conhecimentos educativos.
Como segundo pilar, vem a instrução explícita, que é como devemos orientar
os alunos durante o percurso da aprendizagem, se utilizando da metalinguagem, da
relação de interpretação do conhecimento do professor como andaime para
compreender conceitos mais complexos que talvez não conseguiria compreender
sem esse trabalho colaborativo de formar uma percepção consciente do
aprendizado, onde se pratica os diferentes significados sociais presentes na
realidade que participamos.
Como terceiro pilar, vem o Enquadramento Crítico, que se trata de adicionar
uma perspectiva mais factual, mais palpável, sobre as ideias que os alunos
aprenderam nas etapas anteriores, onde se vê por outros ângulos ideias que já
foram vistas antes, outros contextos que trazem outro fato sobre o mesmo assunto,
um exemplo bem vago mas que ilustra bem o que quero dizer é o “descobrimento”
do Brasil, quando pequenos, estudamos sobre a relação dos indígenas com os
portugueses de forma simples e direta, onde houve permuta e entre outras coisas, à
medida que crescemos, os fatos se tornam mais complexos e trazem outra
perspectiva do porque aprendemos dessa forma.
Logo depois destes, vem a última etapa, que é a Prática Transformada, onde
os alunos irão projetar todo o conhecimento que foram introduzidos a eles desde a
primeira etapa, passar o conhecimento pelas ideias vagas e curtas da memória para
a memória de longo prazo e torná-los praticáveis em qualquer contexto que o aluno
vivencie. O aluno tem que desenvolver a ideia de conflito entre ideias e sua
capacidade de resolvê-los ou observar seu conflito de forma adequada e científica,
no sentido de se ater aos fatos. Como, por exemplo, o racismo institucionalizado e
como ele afeta uma pessoa negra que possui uma classe alta na sociedade
brasileira, como observar o conflito entre racismo e classe? A habilidade de
transformar esse conhecimento de outras etapas em práticas e contextos é
importante. É importante também lembrar que esses pilares ou etapas, são um ciclo
de aprendizagem, acontecem constantemente e por isso quando termina um, logo
começa outro, pois o conhecimento é como uma árvore que cresce novos galhos à
medida que regamos.
Através disso, conseguimos pensar em maneiras de introduzir o
multiletramento na educação básica. Os professores de português, geografia e
história poderiam unir as perspectivas em relação a cultura, sociedade e como as
maneiras de escrita e fala estão diretamente ligadas ao multiletramento. Apresentar
as diferenças culturais através de vídeos e livros facilitariam esse entendimento e
em seguida, os professores podem fazer uma atividade juntando as três matérias.
Assim, nos despedimos, mas que a reflexão sobre o multiletramento
acompanhe vocês e que em breve possamos alcançar essas melhorias no ensino
básico.

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