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   Capa do Jornal de Angola, Sexta, 13 de Janeiro de 2023 

Home Notícias Os ganhos da paz

OPINIÃO

Os ganhos da paz

Vinte anos depois da efectivação da paz, os ganhos da estabilidade são visíveis em

todo o lado, a começar pela perspectiva e realidade insubstituíveis de viver em paz,
de refazer a vida em condições completamente diferentes das realizadas em tempos
de conflito.

05/04/2022 ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO 08H20

  

O estado de paz, mesmo na perspectiva de ausência de guerra, é muito importante e

não colhe, para efeitos de comparação, a ideia compreensível, mas inaceitável de que
"sem pão não há paz”.

Viver num ambiente sem guerra, sem a ameaça de incursões militares que levem à
perda de vidas humanas, à destruição de aldeias e bens, é, para os angolanos, o
primeiro grande ganho da paz, completamente incomparável com o que se viveu, por
exemplo, entre 1992 a 2002.

Muitas vezes, como sucede com alguns sectores, fica mais fácil contabilizar o que
não foi ou está para ser feito, sem uma correcta avaliação e valorização do que já foi
feito e, não raras vezes, destruído pelas mesmas pessoas que reclamam pela
escassez de determinados equipamentos sociais.

Se fazermos um cálculo do quanto se danificou ao longo destes 20 anos de paz, com

equipamentos sociais e respectivos materiais, não há dúvidas de que as reclamações
sobre o que faltou ou falta acabam muito relativizadas. Devemos reconhecer que, em
muitos casos, não temos sabido preservar grande parte das conquistas e realizações
feitas, realidade que não precisa de ser aqui quantificada com a tonelada da cabos
eléctricos vandalizados e roubados, de ferro subtraído das linhas férreas,
construções danificadas, entre outros casos.

Ainda assim, como reafirmou o Presidente João Lourenço, pouco depois de inaugurar
a primeira fase do Canal do Cafu, um projecto que visa beneficiar mais e 250 mil
pessoas na província do Cunene, "estamos a trabalhar para o desenvolvimento do
país no seu todo”. De facto, não temos outro jeito senão o empenho e dedicação para
que Angola cresça e se desenvolva para melhor responder às necessidades e
aspirações das populações.

Caracterizando como "uma vitória sobre o sofrimento das populações no Cunene”, o

projecto inaugurado ontem pelo Presidente da República constitui um ganho da paz
na medida em que visa resolver um problema visto aparentemente como insanável
no Sul de Angola.

O que sucede hoje no Cunene, por razões específicas e para resolver os problemas
locais, está, igualmente, noutros termos e necessidades, a ser feito noutras
províncias, sempre com o fim último de gerar desenvolvimento para Angola.

E todos os gestos praticados pelo Executivo, pelos seus parceiros e através de

iniciativas de outros entes privados, em nome do crescimento e desenvolvimento de
Angola, devem ser sempre valorizados. Mais do que reivindicar sobre o que falta,
precisamos de aprender a valorizar o que se tem, o que se faz e se materializa para
satisfazer as necessidades das populações.

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