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A crise financeira de 1880-1890:

A quebra das receitas ressentia-se nas finanças públicas, bem como os encargos com a dívida
pública que, em virtude dos sucessivos empréstimos contraídos no exterior para o
financiamento do país, não cessavam de aumentar.

Entre 1851 e 1890, a dívida pública aumentou oito vezes, resultando num acentuado défice
das finanças públicas.
Figura 2: documento 15 B, página 106
A crise financeira de 1880-1890:
A dependência do capital estrangeiro revelou a sua fragilidade, já que o principal banco
estrangeiro que nos tinha financiado- o Baring Brothers- abre falência, não havendo forma de
cobrir o défice das finanças públicas nacionais.

As dificuldades da economia brasileira por motivos internos:


• Abolição da escravatura;
• Proclamação da república;

Motivos externos:
• Diminuição das remessas de dinheiro dos nossos emigrantes;

Estava assim comprometida a sustentabilidade das finanças nacionais.


A crise financeira de 1880-1890:
Em janeiro de 1892, como vimos, houve uma bancarrota
parcial. Era a assunção perante os credores a incapacidade do
país em solver a dívida. A reestruturação que se seguiu, acabaria
por ser paga muitas décadas mais tarde, afastando o país dos
mercados até aos anos 60 do século XX.

Figura 3: documento 16 C, Página 107


A crise financeira de 1880-1890: Fatores da crise

• Redução das exportações vinícolas;


• Diminuição das remessas dos emigrantes brasileiros;
• Dificuldade de acesso ao crédito, devido à crise de 1890, no
principal banco inglês que emprestava dinheiro ao Estado;

A crise instalou-se entre 1891 e 1892


A crise financeira de 1880-1890: Consequências da
crise
• Provocou a diminuição da circulação de moeda: O Estado procede à
emissão de papel-moeda o que provoca inflação;
• Abandonou-se o padrão-ouro;
• Foi suspensa a amortização da dívida pública;
• O país entra em bancarrota parcial: os impostos aumentam, o
desemprego aumenta e os salários diminuem;

A crise abalou o sistema político provocando o descrédito da monarquia


Figura 4: documento 16 A, página 107 Figura 5: documento 16 B, página 107
O surto industrial de final do século

Com a publicação, em 1892, duma nova pauta alfandegária de carácter marcadamente


protecionista, procurava se garantir à indústria portuguesa condições vantajosas na colocação
dos seus produtos, quer no mercado nacional quer nas colónias. O fomento do comércio
colonial, entre 1892-1914, foi um fator fundamental no desenvolvimento económico português.
O surto industrial de final do século
A indústria acabou por fazer alguns progressos. As inovações tecnológicas da segunda
revolução industrial foram divulgadas.

Difundiu-se a máquina a vapor, prosseguiu a mecanização do têxtil, da moagem e da cerâmica,


a indústria química trouxe os adubos, as tintas e as fibras têxteis, aparecem indústrias dos
Cimentos e passa a produzir-se eletricidade. Os tabacos, tintas, conservas de peixes,
transformação da cortiça e metalurgia registam um desenvolvimento apreciável.
O surto industrial de final do século
A conjuntura de crise empurrou a indústria para a concentração.
Apareceram grandes companhias onde o capital financeiro impera.

Ligadas aos têxteis Tabacos e fósforos Produtos químicos Cimentos

Companhia Companhia dos Companhia União Companhia dos


Aliança Tabacos Fabril (CUF) Cimentos do Tejo

Moagem Vidros
Companhia União Fabril- CUF

Neste contexto vão surgir grandes companhias industriais, entre as


quais se destacam: A CUF- Companhia União Fabril. Criada a partir
de 1907 por Alfredo da Silva (1871-1942), e cujo lema era “O que o
país não tem a CUF cria”. Dedicou-se ao fabrico de óleos para
produção de sabões, à laminagem de chumbo, à produção de soda, de
magnésio, de ácidos, de adubos, à refinação de copra (óleo de coco),
bem como do setor têxtil, à metalomecânica e ainda à construção
naval.

Figura 6: documento 17 B, página 108


Companhia União Fabril- CUF
Com o desenvolvimento da indústria química, assiste-se à criação de grandes parques
industriais localizados nos limites periféricos das cidades.

A Companhia União Fabril é um dos exemplos mais significativos da expansão industrial


em Portugal. Instalaram-se no Barreiro, a partir de 1907, dezenas de fábricas especializadas
no setor químico que se mantiveram ativas durante cerca de 100 anos, transformando
radicalmente um vasto território na periferia de Lisboa.
Figura 7: documento 17 A, página 108
Figura 8: documento 17 C, página 109
O surto industrial de final do século
Nos transportes, serviços públicos e seguros.

Transportes Comboios de Portugal e Carris

Serviços Públicos Água, Gás e Telefones

Seguros Bonança e Fidelidade


O surto industrial de final do século

Companhias Reunidas de Gás e


Companhia das Águas de Lisboa
Eletricidade (1891)

Companhia de Gás do Porto (1897)


O surto industrial de final do século
Para além dos bancos, surgem polos industriais em várias cidades. A exploração
colonial desenvolve-se a partir das companhias de caminhos de ferro de Benguela e
Niassa.

Exploração colonial

Companhias de caminhos de ferro de


Benguela e do Niassa
O surto industrial de final do século

Guimarães Barreiro Setúbal

Braga Porto Lisboa

Polos Industriais
Conclusão

Apesar do esforço para desenvolver a indústria nacional, o atraso tecnológico, os


baixos índices de produtividade, a ausência de equipamentos, continuavam a
predominar na indústria portuguesa.
Parte da produção nacional passou a ter como destino, a partir de 1889, as colónias
africanas que absorviam não só têxteis, mas também vinhos portugueses, o que
contribuiu para o alargamento do mercado.
Bibliografia
• https://www.studocu.com/pt/document/universidade-autonoma-de-lisboa/historia-do-direito/apo
ntamentos/trabalho-da-rita-de-historia-a-original/13833684/view
• https://pt.slideshare.net/vmsantos/00-3-preparaoexamenacional2017
• https://estudoemcasa.dge.mec.pt/2020-2021/11o/historia-a/36

• Manual História A “ Um novo Tempo da História” parte 3;

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