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AULA 1- 25.07.

2018

SOCIEDADE DIGITAL

História da internet

 Guerra fria (1945 – 1991);

 Arpanet (advance research projects agency network): não é a internet


em si, mas sim, o projeto que desenvolveu a primeira rede de comunicação
rudimentar. Era um projeto de comunicação para agencias de comunicação;

 Primeira conexão: Foi realizada em 1969 entre uma agencia e uma


universidade, foi o primeiro e-mail. A partir de então a internet deixou de
ser um meio de comunicação militar e passou a ser um meio de
comunicação entre universidades;

 www (word wide web) -> Tim Bernes Lee: foi ele que trouxe a internet
gráfica como é conhecida atualmente, isso ocorreu em 1990. Além disso,
criou os chamados hiperlinks, o protocolo de transferência de hipertexto
(http);

 Guerra dos navegadores: foi um episódio onde a Microsoft fez a transição


do Windows 95 para o Windows 95 Internet Explorer Edition. O navegador
vinha instalado no computador e era de graça, diferente dos outros
navegadores que precisavam ser pagos a partes. A Microsoft respondeu por
um processo antitruste, na época a Suprema Corte Americana determinou
que a empresa Microsoft fosse quebrada em duas, uma para o sistema
operacional e a outra para a navegação, montando-se um cenário do que
viria a ocorrer nos próximos anos;

#Metalica contra Napster: foi uma briga judicial para a divulgação de


músicas de forma gratuita. Esse caso forçou os EUA tiveram que começar a
redigir legislações sobre compartilhamento de dados, direitos autorais, etc.;

Internet no Brasil

 Final da década de 80 (rede nacional de ensino e pesquisa – 1989): foi


quando surgiram as primeiras redes universitárias, com um movimento bem
similar ao que aconteceu na década de 70 nos EUA;

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 1997 – redes locais de conexão: é possível afirmar que em 1996 existiam
algumas conexões, a internet era discada e utilizava pulso telefônico;

 Anos 2000 – banda larga: a partir dos anos 2000 veio a popularização da
banda larga com velocidade entre 200 e 600 Kb/s. Contudo, a grande
novidade foi a dispensa da linha telefônica;

Web 1.0, 2.0, 3.0

Não definem diferentes tipos de internet, mas diferentes momentos da


tecnologia, e o avanço da tecnologia. Portanto, as expressões correspondem
a cada momento evolutivo da tecnologia, identificando-os pela forma de
utilização.

Web, 1.0

Internet clássica, como surgiu. Sites de conteúdo estático com pouca ou


nenhuma interatividade entre os usuários. Predominavam sites de
empresas, o uso do e-mail, dos buscadores de conteúdo mais simples
(cadê, Altavista e listas de links, o Google não existia).

Exatamente pela falta de interatividade, a fase era marcada apenas por


consumo de conteúdo, haviam pouquíssimos serviços de hospedagem de
sites. Era preciso montar toda a página de forma offline, era necessário o
cadastro em uma página de hospedagem, onde recebia um acesso FTP. A
transferência era realizada em FTP, e só depois disso, o produtor recebia o
domínio, e o domínio não poderia ser comprado.

Até esse momento, para o Poder Público, a internet era marcada como uma
ferramenta de comunicação como qualquer outro. Contudo, esse foi um
grande erro porque nessa fase iniciou-se a cultura do Download e do “copy
paste”, que são claras violações legais.

Web 2.0

Conhecida como “web participativa”, trouxe o avanço dos blogs e chats,


mídias sociais colaborativas, redes sociais e conteúdo dos próprios usuários.
A web 2.0 começou com a banda larga. Nesse período, começou a produção
de conteúdo com o avanço dos blogs, fotolog, e dos chats, através dos
comunicadores instantâneos (ICQ).

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 “Web 2.0”: foi criado pelo especialista Tim O’Relly, que cunhou para
caracterizar uma nova forma de usar a internet, a web como plataforma
digital;

 Ascensão da internet mobile: inicialmente com conexões via wap, até


chegar à internet móvel. Nesse momento começou a transição para a
internet 3.0.

Os conflitos começaram a surgir nessa época diante a permissão de


produção de conteúdo. As mídias colaborativas, as redes sociais, trouxeram
situações que passaram a exigir manifestações do poder público. No final da
década de 90 e no início dos anos 2000, começaram a surgir os projetos de
lei para regulamentar a internet, contudo, até 2009 o Brasil continuou sem
uma regulamentação específica para internet.

Por exemplo, não havia um regulamento para download e vírus de


computador, nesses casos o direito tradicional não era cabível para a
resolução do conflito.

Web 3.0

Termo criado pelo jornalista John Markoff, do New York Times. Também
conhecida como “web semântica” ou “smart web”, possui foco na internet
das coisas e inteligência artificial (algoritmos), foca em sites e aplicações
inteligentes, e popularizou o acesso móvel em detrimento da internet em
computadores de mesa. A marca dessa fase é a mobilidade da internet.

A Web Semântica é aquela que interpreta seus dados, responde suas


perguntas e pesquisas antes mesmo de você manifestar sobre aquilo. É a
inteligência artificial computacional, artificial, o direito mais uma vez está
sendo provocado pra fornecer respostas. É preciso falar de tutela de dados,
responsabilidade de provedores, titularidade de quem guarda dados,
privacidade. Portanto, o foco é a inteligência artificial e a mobilidade da
internet.

AULA 2 – 01.08.2018

Direito eletrônico:

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Conceito: ramo autônomo atípico da ciência jurídica que reúne normas e
institutos jurídicos que visam regulamentar as relações jurídicas
estabelecidas no ambiente virtual.

 a sociedade digital nos impôs um contexto no qual devemos levar em


conta a existência de duas realidades, uma real e outra digital. Há autores,
porém, que mantem a visão de que estamos diante de um meio de
comunicação, razão pela qual tais realidades são indissociáveis.

Natureza jurídica: devido a sua amplitude, esse ramo do direito


necessariamente transita por outras áreas. Dessa forma, apesar de o direito
eletrônico ter caráter privado, pode-se entender quanto sua natureza
jurídica que o mesmo se constitui um ramo atípico do direito, por se tratar
de um direito multifacetado e com peculiaridades próprias, fazendo com que
pertença tanto ao direito publico quanto ao privado.

Transversalidade do direito eletrônico: apesar de possuir relativa


autonomia, isso não significa que não se estabeleçam relações do direito
eletrônico com outros ramos do direito, pois a ciência jurídica é uma, e o
direito precisa estabelecer elos entre as diversas disciplinas.

Criticas: ainda há alguns problemas a serem superados para que se


possibilite a consolidação do direito eletrônico em face das novas relações
jurídicas estabelecidas no ambiente digital:

1. há forte resistência à sistematização do direito eletrônico – tal


manifestação muitas vezes vem dos próprios usuários, em nome da
manutenção do paradigma de um “espaço livre de regras”, trata-se de um
anacronismo que não se pode mais admitir.

2. a velocidade das relações eletrônicas – novas tecnologias e novas


situações surgem todos os dias em razão dos avanços tecnológicos, e com
esses avanços, novas relações jurídicas. A progressão com que o direito
evoluiu nesse campo ainda não acompanha o progresso digital nos dias de
hoje, o que nos deixa ainda dependentes da doutrina e jurisprudência para
o preenchimento das lacunas da lei.

Comentários sobre a aula:

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O direito eletrônico veio para regular relações que não foram
estabelecidas pelo meio convencional, por exemplo, pelo meio
eletrônico.
Deve-se tratar como se houve duas realidades (mundo real e digital)
ou somente como mundo real? Segundo o professor a realidade é um
só com novos paradigmas, pois praticamos atos em nossas vidas
através de meios diferentes. Ex: estelionato pela internet é a mesma
coisa que estelionato no mundo real. Portanto essa divisão não
existe, por ter um sistema jurídico uno, devendo somente observar
os novos paradigmas.
Não se trata como um novo meio de comunicação, pois a realidade é
uma só. Um contrato assinado na internet produz efeitos jurídicos
normalmente. Assim, o direito eletrônico não faz essa separação.
Portanto não se tem leis diferentes para os fatos ocorridos na
internet. Portanto se pega o CP ou CC e adapta a situação.
Se tem legislação especifica para o direito eletrônico. Ex: lei de
crimes eletrônicos, marco civil da internet, lei de tratamento de
dados (em via de aprovação).
A autonomia do direito eletrônico vem por ter leis próprias para o
tema. Porem sua atipicidade está em sua natureza jurídica, pois ele
se subsidia de outros ramos do direito, ou seja, mesmo que tenha
caráter privado, também possui elementos de direito público.
A transversalidade diz que o direito eletrônico vai se relacionar com
outros ramos do direito. Ele vai buscar base em outras áreas, porém
não significa que ele seja dependente a essas áreas ou que ele se
submeta as mesmas.
Alguns crimes eletrônicos, alguns caracteres dos contratos eletrônicos
ainda não foram regulados.
Não há nada que regule o armazenamento de dados dos usuários,
assim, fica demonstrada a autonomia do direito eletrônico, pois ele
que vai criar uma lei que regule essa situação especifica.
Ainda tem uma resistência a regulamentação do direito eletrônico.
Pois as primeiras tentativas de legislar sobre direito eletrônico foram
abusivas e um fiasco, criando uma grande rejeição a legislação da
internet.

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A velocidade das relações jurídicas na internet é muito mais rápida
que o judiciário ao regular as mesmas através de lei.
Ainda a muitas lacunas, que podem ser preenchidas através de
doutrina e jurisprudência, pois as mesmas podem agir em tempo
real, para dar uma solução temporária aquele caso.

08.08.2018 – quarta-feira

DOS CONTRATOS ELETRONICOS:

Conceito: acordo entre duas ou mais partes para, entre si, constituírem,
modificarem, ou extinguirem um vínculo jurídico de natureza patrimonial,
expressando suas respectivas declarações de vontades por computadores
interligados entre si. (BARBAGALO, 2001).

 O emprego do termo “contrato eletrônico” é mais comum, mas esse tipo


contratual pode ainda ser referido como contrato digital ou cibernético”.

Inovações: trouxe uma nova modalidade contratual (licença de uso), e o


meio pelo qual há a exteriorização da vontade (internet).

Validade jurídica: observação dos requisitos do art.104 do Código Civil, ou


seja, a) Capacidade do agente emissor da vontade; b) Licitude e
possibilidade do objeto; e c) Forma prescrita em lei. Os contratos
tradicionais, geralmente, são solenes, seguindo forma prescrita ou não
vedada em lei. Já os contratos eletrônicos utilizam como meio de
concretização a internet, para a qual ainda não se estabeleceu a mesma
solenidade.

 Há ainda distinção quanto à manifestação de vontade: no contrato


eletrônico há mensagens e acessos, que, quando providos de confirmação,
geram uma presunção de vontade. Essa confirmação é realizada por meio
de “cliques” ou envio de mensagens de texto. A contratação é feita com um
ente artificial, cuja vontade é pré-programada (vontade indireta – a
interação não é com outro ser humano, mas com uma máquina);

 Como não há legislação própria para esse modelo contratual, aplicam-se


por analogia as regras dos contratos gerais, havendo possibilidade de
remodelação das normas já existentes (CORENZETI, APUD PEREIRA, 2007).

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Questões controvertidas:

1. Menores que celebraram contratos  há vários entendimentos relativos à


essa questão, pois há quem considere a validade somente se houver
consentimento e responsabilidade dos pais; em não havendo, negócio
jurídico é nulo. Há ainda o entendimento de que se o menor celebra o
contrato, os pais terão a obrigação de efetuar seu adimplemento
(responsabilidade objetiva – art.932, I, do CC);

2. identificação do contratante  o computador, por seu IP (internet


protocol), e o e-mail utilizado não são suficientes para conhecimento do real
usuário. Para garantir a segurança em contratos mais sensíveis, foi
desenvolvera a tecnologia de sistemas biométricos, criptografia, assinatura
digital e certificações eletrônicas para garantir e efetiva segurança nesses
casos (RAMOS, 2007).

3. informalismo  os contratos tradicionais possuem a necessidade de uma


forma para que ocorra a externalização de vontade das partes, podendo
ocorrer de forma verbal ou escrita. No meio digital também é preciso que
assim se proceda, porém, o formalismo foi deixado de lado, devido
principalmente à existência dos contratos de adesão, gerados pela grande
demanda e massificação de relações jurídicas estabelecidas online.

ANOTAÇÕES SOBRE A AULA:

Muitas vezes em um contrato eletrônico as pessoas estão


contratando com uma máquina.
O termo contrato eletrônico permite que abranja o conceito de
contratos para os contratos feitos via internet, por telefone (SMS,
ligações), pelo computador online ou offline.
Nova modalidade de contrato (licença de uso): celebra para a
empresa autorizar a utilizar a coisa. Ex: quando se compra um
Autocad, um jogo, etc. é a autorização para utilizar o software da
empresa.
Meio pelo qual se tem a exteriorização da vontade: como que fica a
questão da identificação do contratante, como que vai assinar o
contrato, como que fica a questão do informalismo do contrato, etc.

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Validade jurídica: deve-se observar os requisitos de um contrato
comum que se encontram no Código Civil. Muitos contratos que são
aceitos (de software, de serviços) são contratos que não observam o
artigo 104 do código civil).
Muitos contratos não estão baseados nas normas do país (Brasil),
portanto, esses contratos têm validade zero no Brasil, nem podendo
os produtos que assim estão serem comercializados. Sendo que
alguns aplicativos foram bloqueados até que se adequem a legislação
brasileira.
Muitas marcas famosas abriram escritórios no Brasil, para se adequar
a situação e poder comercializar a marca no país.
Esses contratos devem observar as regras do art.104, CC, mas para
isso as empresas precisam ter uma base no Brasil (contratando
escritórios ou até colocando uma base) para que o contrato daquele
produto/aplicativo tenha validade no Brasil.
Não se estabeleceu ainda a mesma solenidade do contrato
tradicional.
Manifestação de vontade: quando se aceita está presumindo que a
pessoa leu e aceitou o contrato. Aqui deve-se demonstrar que é um
ser humano, que leu o contrato e aceitou o que está nele.
Os termos de uso são um contrato. Ex: uma empresa resolveu
conduzir um estudo para demonstrar que as pessoas não liam os
contratos. Criaram uma empresa e disponibilizaram o jogo de graça
na internet (com os termos de uso e etc). Passado um tempo a
empresa disse que de 500 mil pessoas que baixaram o jogo ela era
dona de maioria dessas pessoas, sendo que tinha uma clausula no
contrato que dizia que se a pessoa baixasse e instalasse o jogo a
empresa seria dona da alma das pessoas até o fim da vida e mais de
480 mil pessoas aceitaram os termos de uso.
É uma vontade indireta – pois não é feito com outro humano e sim
com uma máquina, sendo que se você aceitar o programa instala e
se não aceitar fecha o instalador. A vontade é pré-programa, pois, a
vontade da empresa/programador está dentro do programa
representando a vontade real do programador.

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Menores que celebram contratos: ex: filhos que pegavam o celular
dos pais que compravam filmes ou jogos através da conta dos
mesmos.
Posicionamentos: 1. Vai ser valida a contratação pelo menor se ficar
provado se houve consentimento e responsabilidade dos pais 2. Se
não houver o consentimento dos pais o negócio jurídico é nulo. 3. Se
o menor contratar o serviço mesmo sem o consentimento dos pais,
os mesmos terão que garantir o adimplemento, tendo a
responsabilidade objetiva do art.932, I, CC, pois se o pai deixou usar
o celular ele que tem responsabilidade sobre o que a criança está
vendo e fazendo no aparelho.
Identificação do contratante: como saber que a pessoa que está
contratando comigo é exatamente a pessoa que está repassando os
dados. Algumas empresas já procuraram um meio de proteger as
pessoas de perder dados através de criptografia, assinatura digital,
biometria (dedo, íris, qualquer medição humana que possa ser
utilizada para segurança do aparelho eletrônico), certificado digital.
Porem mesmo com toda essa tecnologia só é possível barrar poucos
casos, por exemplo, transferência de dados, fazer empréstimos, etc.
Ainda há a questão de furto de identidade, fazendo com que ainda
surja o roubo de dados, não existindo ainda uma forma 100% segura
para garantir a identificação do contratante.
Informalismo: os contratos tradicionais têm uma formalidade
garantida (coloca dados dos contratantes, o aceite de vontade, etc).
No contrato digital muitas vezes não tem isso, criando assim,
informações que podem prejudicar os usuários, violando princípios
como a boa-fé objetiva.
não se tem legislação que regule esses contratos e o Informalismo
atenta contra as regras estabelecidas para proteção dos usuários.
O professor é a favor da tese de que se houver consentimento é
valido e se ao houver consentimento não é valido.

15.08.2018 – quarta-feira.

Se você já achava que o Facebook sabia demais sobre você, saiba


que ele pode controlar suas emoções. Foi isso que uma pesquisa

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encontrou depois de manipular os feeds de notícias dos usuários da
rede social. O estudo levantou um debate sobre as diretrizes éticas
do Facebook. De maneira deliberada e sem os usuários soubessem,
a rede passou a exibir apenas conteúdo negativo ou apenas positivo
nas paginas de 689 mil usuários, em janeiro de 2012. Em resumo, o
Facebook usou seus usuários como ratos de laboratório sem que
eles soubessem. (CAPUTO, 2014).

Pergunta-se: a partir da analise da teoria geral dos contratos e dos


requisitos da lei, até onde vão os limites de um contrato eletrônico
aceito pelo usuário? Explique sua resposta, embasando-se, se
necessário, na norma, doutrina ou jurisprudência:

R: art.104, CC – requisitos do contrato: capacidade para contratar, objeto


licito e possível e determinado, forma prescrita ou não vedada em lei.

Se aceita o contrato para acessar a plataforma, com informações que pode


dispor livremente.

Ação da plataforma: experimento com seres humanos  declaração de


Helsinque (toda e qualquer experimento com seres humanos necessita de
consentimento do usuário, devendo ser alertado sobre os possíveis efeitos
do estudo em que a pessoa CONCORDA participar. Porem nada disso foi
feito, sendo, portanto, ilegal.

O Facebook explorou o Informalismo dos contratos, por não ter uma forma
prescrita em lei os contratos eletrônicos são muito amplos ou fragmentados.
Os contratos de adesão, como o do Facebook, estão previstos no art.54,
§3°, CDC, devendo ter uma linguagem clara e esclarecida para que todos
que forem aceitar o mesmo.

Porem muitos contratos, inclusive o do Facebook não respeitam essa forma


prevista em lei, tanto do artigo 104 do CC e do 54 do CDC, colocando
dificuldades como expressões técnicas para induzir seus usuários a erro.

www.raphaelchaia.com.br

resposta definitiva: os limites são postos no contrato e se encontram no


objeto do contrato, sendo que o objeto dessa pesquisa foi a saúde dos seus
usuários, sendo que não se pode dispor sobre sua própria saúde. Também a

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aceitação dos termos de uso não pode ser usada como aceitação de estudos
com o usuário do aplicativo, por conta da declaração de Helsinque de 1964.

Portanto, isso vai contra o artigo 104 do CC, pois o objeto não é licito,
possível e determinável, por não poder dispor sobre a própria saúde em um
contrato.

22.08.2018 – quarta-feira

COMÉRCIO ELETRONICO:

Decreto lei n° 7.962/13:

Busca especificar normas que pretendem defender o consumidor,


complementando as disposições do CDC;

 Condições:

1. Sobre a empresa: apresentação do nome empresarial, CNPJ, endereço


físico, meios de contato (telefone, e-mail, etc.) em local de fácil
visualização.

2. Sobre o produto: características gerais, principalmente quanto à


eventual risco à saúde ou segurança dos consumidores.

3. Sobre o preço: indicação discriminada de todos os valores que


compõem o preço, como frete, seguro, etc.

4. Sobre a oferta: informações precisas sobre as condições de cada oferta


de produto (não apenas promoções), como formas de pagamento,
disponibilidade, estoque, prazo de entrega, em especial qualquer fator que
possa restringir ou impedir a compra ou entrega, preferencialmente nas
primeiras etapas da compra.

5. Sobre o contrato: disponibilização previa à conclusão da compra de


sumario do contrato ao consumidor, com clausulas que eventualmente
limitem direitos em destaque. Disponibilização do contrato completo ao
consumidor de forma que possa reproduzi-lo ou guarda-lo (possibilidade de
imprimir ou guardar em PDF).

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6. Sobre a compra: possibilidade facilitada de o consumidor retificar os
dados inseridos antes da conclusão do contrato, confirmação imediata ao
consumidor assim que a oferta é aceita.

7. Quanto à comunicação: canal de comunicação por meio eletrônico,


possibilitando ao consumidor enviar duvidas, reclamações, etc. confirmação
da demanda, e resposta em até 05 dias corridos.

8. Quanto ao pagamento: utilização obrigatória de meios seguros de


pagamento, protegendo, ainda, os dados do consumidor.

9. Quanto ao exercício do direito de arrependimento: informações


claras e em local de fácil acesso sobre as formas para se exercer o direito
de arrependimento, sendo permitido ao consumidor exerce-lo pelo mesmo
meio utilizado para a compra. Confirmação imediata ao consumidor do
recebimento da comunicação de arrependimento, e comunicação imediata à
instituição financeira, visando o cancelamento do lançamento ao
consumidor, ou ainda, o estorno ao valor pago.

 O direito de arrependimento deve alcançar todos os valores pagos pelo


consumidor, como seguro, garantia estendida, frete.

10. Quanto à informação: informação clara e precisa acerca do produto,


com letras de tamanho uniforme em forma, dimensão e orientação que não
dificultem a leitura.

ANOTAÇÕES SOBRE A AULA:

A 7.962 define uma serie de condições para saber se o contrato


eletrônico é seguro, portanto, uma loja eletrônica deve ter todas
essas condições para que seja segura e possa atender as vontades do
consumidor.
No site da empresa, não importando qual, deve ter as informações
sobre a empresa (CNPJ, nome empresarial, endereço, etc.), devendo
ser de fácil acesso. Geralmente as empresas colocam no final da
página principal.
Quando se compra um produto a distancia deve ter todas as
características do produto descritas de forma mais completa possível,
para que o consumidor não seja induzido a erro.

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Deve ter a indicação de todos os valores que compõem o preço, para
que não tenha surpresas desagradáveis, devendo ser discriminado de
forma clara e fácil. Obs: se tiver seguro, garantia estendida, frete
deve discriminar os valores, se for parcelar com juros deve colocar os
valores. Tudo para que o consumidor entenda o valor final do
produto.
Em relação a oferta as informações devem preferencialmente estar
colocadas no início do anuncio, devendo especificar todas as formas e
condições da venda daquele produto.
Não pode fechar uma compra e somente depois receber o contrato, o
mesmo deve ser entregue antes da conclusão da compra e depois da
conclusão da compra deve ser disponibilizado de forma simples que o
consumidor possa guardar ou reproduzi-lo, geralmente em PDF.
A empresa deve fornecer meios para que seja possível realizar
modificações rápidas antes de fechar a compra ou a empresa deve
disponibilizar meios fáceis de modificar alguma informação ou algo no
produto (cor, modelo, etc.).
A empresa deve responder a reclamação no prazo corrido de cinco
dias, devendo a mesma dar uma confirmação imediata do
recebimento da reclamação.
Meios seguros de pagamento: cartão de crédito, pagamento por
terceiros (pagseguro, paypal, etc). Pois por deposito ou transferência
não é possível estornar o valor do produto.
Como saber se o site é seguro? Usar a ferramenta de “esqueci minha
senha”, através do recebimento de e-mail a empresa manda um link
para alterar a senha ou manda a senha para a pessoa. Se o site
mandar a senha é sinal que o mesmo não tem nenhum tipo de
criptografia, portanto o mesmo não é seguro. Se a pagina mandar
um link para mudar a senha é sinal que o site é criptografia e que
nem o mesmo tem acesso a sua senha.

29.08.2018 – quarta-feira

Comercio eletrônico – continuação:

Classificação:

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1. B2B (Business to Business)  fornecimento de equipamentos, peças, etc
para fins comerciais/industriais.

2. B2C (Business to Consumer)  negociação eletrônica entre empresa e


consumidores. É a forma preponderante de comercio regulado pelo Dec.
7962/13;

Fragilidades:

1. numero de fraudes crescentes, o que demanda investimentos constantes


em segurança. Há TRÊS aspectos fundamentais nessa área que precisam
ser observados para garantir a segurança dos negócios estabelecidos
online:

 integridade: impossibilidade de alteração de informações na rede.

 confidencialidade: diz respeito ao sigilo das informações. Quando alguma


informação é vista ou copiada por alguém que não está autorizado a faze-
lo, esse aspecto não está sendo observado.

 disponibilidade: ocorre a ausência de disponibilidade a informação é


deletada ou tornar-se inacessível ao usuário autorizado a consulta-la.

2. proteção dos dados dos usuários também é uma preocupação do


mantenedor do serviço em razão de vários motivos, para isso o empresário
deve observar:

 controle de acesso: razoável certeza de que o consumidor que realiza a


compra é a pessoa de fato acessando o serviço.

 integridade da informação transmitida: instrumentos que garantam a


integridade e invulnerabilidade dos dados transmitidos.

 confiabilidade: somente as partes contratantes podem dispor das


informações relativas ao negócio celebrado.

05.09.2018 – quarta-feira

ANOTAÇÕES:

Direito de arrependimento: não foi criado pelo decreto 7962, já algo


que existia no CDC. Ex.: vc faz uma compra a distancia e recebe o
produto em casa. A contar da data do recebimento você tem o prazo

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de 7 dias para pedir o cancelamento. Não precisa ter uma
justificativa, mesmo que o produto que esteja perfeito.
Meio de arrependimento pode ser no mesmo local que foi utilizado
para exercer a compra. Ex.: comprei no site da saraiva e o mesmo
deve ter um recurso para que a compra seja cancelada.
O decreto diz que deve ter a devolução dos valores pagos (devendo
pensar em TODOS os valores que foram pagos), devendo ser
interpretado de forma mais favorável ao consumidor. O comercio que
deve arcar TODOS os ônus.
É possível ter uma cláusula de limitação para não precisar devolver
os valores integrais, porem se não houver nada previsto no contrato
a empresa é OBRIGADA a devolver TODOS os valores.
Ex.: faz uma camisa de time personalizada, a empresa pode colocar
uma cláusula no contrato que restringe a devolução.
CLASSIFICAÇÃO DE COMÉRCIO ELETRÔNICO:
Vantagens do comércio eletrônico: ele é mais célere, mais cômodo,
pode fazer o apanhado de preços em pouco tempo, pode pagar preço
mais baixo por produto igual de loja física.
Mesmo com todas essas vantagens a adesão ao comércio eletrônico
foi muito lenta.
Fragilidades: numero crescente de fraudes e a proteção de dados.
Numero crescente de fraudes: as grandes lojas ainda não investem
em segurança eletrônica, somente os bancos que buscam investir.
Aqui se tem a integridade, disponibilidade e confidencialidade das
informações:
1. Integridade: é preciso que se tenha garantia que as minhas
informações sejam integralmente mantidas ali, incluindo tudo, desde
o pedido feito na loja, o informe de pagamento, de fato que exige o
registro; até um simples atendimento deve ficar registrado, com
numero de protocolo e gravação. Se garante essa integridade através
de um servidor criptografado, pois se houver uma invasão não irá
conseguir visualizar nada.
2. Confidencialidade: todo negocio deve ser protegido pela
confidencialidade, sendo ligado ao exercício da privacidade do
consumidor. O negocio deve ser entre o consumidor e a empresa

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contratada (contratante e vendedor). Ninguém tem que ter acesso a
essas informações. A quebra de confidencialidade já é motivo
suficiente para quebra de contrato.
3. Disponibilidade das informações: você pode dispor livremente das
informações da forma que melhor lhe prouver. Podem ser
modificadas, acessadas e excluídas pela pessoa que as informações
dizem respeito. Ex.: a empresa não pode se negar a ter acesso ao
contrato mesmo que eu já tenha recebido uma cópia.
Proteção dos dados: o decreto 7962 já falava que é obrigação da
empresa proteger os dados. 3 pontos: integridade da transmissão
das informações, controle de acesso e confiabilidade:
1. Controle de acesso: tem como única finalidade comprovar que a
pessoa que está acessando a conta é o TITULAR da conta.
Antigamente isso era feito através de uma senha que somente o
dono da conta tinha, porem isso é muito básico e de fácil acesso.
Hoje em dia se tem autenticação em duas etapas, IP da conta para
saber de onde a pessoa está acessando, com certificados digitais e
agora com a biometria. Uma nova forma de controle de identidade é
o perfil verificado que é mais comum em redes sociais ganhando um
selo azul, identificando a conta como sua, evitando contas falsas,
funcionando como uma identidade digital.
2. Integridade da transmissão das informações: deve investir de
criptografia de ponta a ponta, todas as informações devem ser
codificadas da origem até o destino para evitar a corrupção dos dados
das informações obtidas.
3. Confiabilidade: deve haver confiança entre contratante e
contratado, o contratado deve garantir a segurança desses dados.
Se a empresa não o fizer pode entrar com uma ação pedindo danos
morais, pois é o DEVER da empresa garantir a segurança dos seus
dados.

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