Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
2018
SOCIEDADE DIGITAL
História da internet
www (word wide web) -> Tim Bernes Lee: foi ele que trouxe a internet
gráfica como é conhecida atualmente, isso ocorreu em 1990. Além disso,
criou os chamados hiperlinks, o protocolo de transferência de hipertexto
(http);
Internet no Brasil
1
1997 – redes locais de conexão: é possível afirmar que em 1996 existiam
algumas conexões, a internet era discada e utilizava pulso telefônico;
Anos 2000 – banda larga: a partir dos anos 2000 veio a popularização da
banda larga com velocidade entre 200 e 600 Kb/s. Contudo, a grande
novidade foi a dispensa da linha telefônica;
Web, 1.0
Até esse momento, para o Poder Público, a internet era marcada como uma
ferramenta de comunicação como qualquer outro. Contudo, esse foi um
grande erro porque nessa fase iniciou-se a cultura do Download e do “copy
paste”, que são claras violações legais.
Web 2.0
2
“Web 2.0”: foi criado pelo especialista Tim O’Relly, que cunhou para
caracterizar uma nova forma de usar a internet, a web como plataforma
digital;
Web 3.0
Termo criado pelo jornalista John Markoff, do New York Times. Também
conhecida como “web semântica” ou “smart web”, possui foco na internet
das coisas e inteligência artificial (algoritmos), foca em sites e aplicações
inteligentes, e popularizou o acesso móvel em detrimento da internet em
computadores de mesa. A marca dessa fase é a mobilidade da internet.
AULA 2 – 01.08.2018
Direito eletrônico:
3
Conceito: ramo autônomo atípico da ciência jurídica que reúne normas e
institutos jurídicos que visam regulamentar as relações jurídicas
estabelecidas no ambiente virtual.
4
O direito eletrônico veio para regular relações que não foram
estabelecidas pelo meio convencional, por exemplo, pelo meio
eletrônico.
Deve-se tratar como se houve duas realidades (mundo real e digital)
ou somente como mundo real? Segundo o professor a realidade é um
só com novos paradigmas, pois praticamos atos em nossas vidas
através de meios diferentes. Ex: estelionato pela internet é a mesma
coisa que estelionato no mundo real. Portanto essa divisão não
existe, por ter um sistema jurídico uno, devendo somente observar
os novos paradigmas.
Não se trata como um novo meio de comunicação, pois a realidade é
uma só. Um contrato assinado na internet produz efeitos jurídicos
normalmente. Assim, o direito eletrônico não faz essa separação.
Portanto não se tem leis diferentes para os fatos ocorridos na
internet. Portanto se pega o CP ou CC e adapta a situação.
Se tem legislação especifica para o direito eletrônico. Ex: lei de
crimes eletrônicos, marco civil da internet, lei de tratamento de
dados (em via de aprovação).
A autonomia do direito eletrônico vem por ter leis próprias para o
tema. Porem sua atipicidade está em sua natureza jurídica, pois ele
se subsidia de outros ramos do direito, ou seja, mesmo que tenha
caráter privado, também possui elementos de direito público.
A transversalidade diz que o direito eletrônico vai se relacionar com
outros ramos do direito. Ele vai buscar base em outras áreas, porém
não significa que ele seja dependente a essas áreas ou que ele se
submeta as mesmas.
Alguns crimes eletrônicos, alguns caracteres dos contratos eletrônicos
ainda não foram regulados.
Não há nada que regule o armazenamento de dados dos usuários,
assim, fica demonstrada a autonomia do direito eletrônico, pois ele
que vai criar uma lei que regule essa situação especifica.
Ainda tem uma resistência a regulamentação do direito eletrônico.
Pois as primeiras tentativas de legislar sobre direito eletrônico foram
abusivas e um fiasco, criando uma grande rejeição a legislação da
internet.
5
A velocidade das relações jurídicas na internet é muito mais rápida
que o judiciário ao regular as mesmas através de lei.
Ainda a muitas lacunas, que podem ser preenchidas através de
doutrina e jurisprudência, pois as mesmas podem agir em tempo
real, para dar uma solução temporária aquele caso.
08.08.2018 – quarta-feira
Conceito: acordo entre duas ou mais partes para, entre si, constituírem,
modificarem, ou extinguirem um vínculo jurídico de natureza patrimonial,
expressando suas respectivas declarações de vontades por computadores
interligados entre si. (BARBAGALO, 2001).
6
Questões controvertidas:
7
Validade jurídica: deve-se observar os requisitos de um contrato
comum que se encontram no Código Civil. Muitos contratos que são
aceitos (de software, de serviços) são contratos que não observam o
artigo 104 do código civil).
Muitos contratos não estão baseados nas normas do país (Brasil),
portanto, esses contratos têm validade zero no Brasil, nem podendo
os produtos que assim estão serem comercializados. Sendo que
alguns aplicativos foram bloqueados até que se adequem a legislação
brasileira.
Muitas marcas famosas abriram escritórios no Brasil, para se adequar
a situação e poder comercializar a marca no país.
Esses contratos devem observar as regras do art.104, CC, mas para
isso as empresas precisam ter uma base no Brasil (contratando
escritórios ou até colocando uma base) para que o contrato daquele
produto/aplicativo tenha validade no Brasil.
Não se estabeleceu ainda a mesma solenidade do contrato
tradicional.
Manifestação de vontade: quando se aceita está presumindo que a
pessoa leu e aceitou o contrato. Aqui deve-se demonstrar que é um
ser humano, que leu o contrato e aceitou o que está nele.
Os termos de uso são um contrato. Ex: uma empresa resolveu
conduzir um estudo para demonstrar que as pessoas não liam os
contratos. Criaram uma empresa e disponibilizaram o jogo de graça
na internet (com os termos de uso e etc). Passado um tempo a
empresa disse que de 500 mil pessoas que baixaram o jogo ela era
dona de maioria dessas pessoas, sendo que tinha uma clausula no
contrato que dizia que se a pessoa baixasse e instalasse o jogo a
empresa seria dona da alma das pessoas até o fim da vida e mais de
480 mil pessoas aceitaram os termos de uso.
É uma vontade indireta – pois não é feito com outro humano e sim
com uma máquina, sendo que se você aceitar o programa instala e
se não aceitar fecha o instalador. A vontade é pré-programa, pois, a
vontade da empresa/programador está dentro do programa
representando a vontade real do programador.
8
Menores que celebram contratos: ex: filhos que pegavam o celular
dos pais que compravam filmes ou jogos através da conta dos
mesmos.
Posicionamentos: 1. Vai ser valida a contratação pelo menor se ficar
provado se houve consentimento e responsabilidade dos pais 2. Se
não houver o consentimento dos pais o negócio jurídico é nulo. 3. Se
o menor contratar o serviço mesmo sem o consentimento dos pais,
os mesmos terão que garantir o adimplemento, tendo a
responsabilidade objetiva do art.932, I, CC, pois se o pai deixou usar
o celular ele que tem responsabilidade sobre o que a criança está
vendo e fazendo no aparelho.
Identificação do contratante: como saber que a pessoa que está
contratando comigo é exatamente a pessoa que está repassando os
dados. Algumas empresas já procuraram um meio de proteger as
pessoas de perder dados através de criptografia, assinatura digital,
biometria (dedo, íris, qualquer medição humana que possa ser
utilizada para segurança do aparelho eletrônico), certificado digital.
Porem mesmo com toda essa tecnologia só é possível barrar poucos
casos, por exemplo, transferência de dados, fazer empréstimos, etc.
Ainda há a questão de furto de identidade, fazendo com que ainda
surja o roubo de dados, não existindo ainda uma forma 100% segura
para garantir a identificação do contratante.
Informalismo: os contratos tradicionais têm uma formalidade
garantida (coloca dados dos contratantes, o aceite de vontade, etc).
No contrato digital muitas vezes não tem isso, criando assim,
informações que podem prejudicar os usuários, violando princípios
como a boa-fé objetiva.
não se tem legislação que regule esses contratos e o Informalismo
atenta contra as regras estabelecidas para proteção dos usuários.
O professor é a favor da tese de que se houver consentimento é
valido e se ao houver consentimento não é valido.
15.08.2018 – quarta-feira.
9
encontrou depois de manipular os feeds de notícias dos usuários da
rede social. O estudo levantou um debate sobre as diretrizes éticas
do Facebook. De maneira deliberada e sem os usuários soubessem,
a rede passou a exibir apenas conteúdo negativo ou apenas positivo
nas paginas de 689 mil usuários, em janeiro de 2012. Em resumo, o
Facebook usou seus usuários como ratos de laboratório sem que
eles soubessem. (CAPUTO, 2014).
O Facebook explorou o Informalismo dos contratos, por não ter uma forma
prescrita em lei os contratos eletrônicos são muito amplos ou fragmentados.
Os contratos de adesão, como o do Facebook, estão previstos no art.54,
§3°, CDC, devendo ter uma linguagem clara e esclarecida para que todos
que forem aceitar o mesmo.
www.raphaelchaia.com.br
10
aceitação dos termos de uso não pode ser usada como aceitação de estudos
com o usuário do aplicativo, por conta da declaração de Helsinque de 1964.
Portanto, isso vai contra o artigo 104 do CC, pois o objeto não é licito,
possível e determinável, por não poder dispor sobre a própria saúde em um
contrato.
22.08.2018 – quarta-feira
COMÉRCIO ELETRONICO:
Condições:
11
6. Sobre a compra: possibilidade facilitada de o consumidor retificar os
dados inseridos antes da conclusão do contrato, confirmação imediata ao
consumidor assim que a oferta é aceita.
12
Deve ter a indicação de todos os valores que compõem o preço, para
que não tenha surpresas desagradáveis, devendo ser discriminado de
forma clara e fácil. Obs: se tiver seguro, garantia estendida, frete
deve discriminar os valores, se for parcelar com juros deve colocar os
valores. Tudo para que o consumidor entenda o valor final do
produto.
Em relação a oferta as informações devem preferencialmente estar
colocadas no início do anuncio, devendo especificar todas as formas e
condições da venda daquele produto.
Não pode fechar uma compra e somente depois receber o contrato, o
mesmo deve ser entregue antes da conclusão da compra e depois da
conclusão da compra deve ser disponibilizado de forma simples que o
consumidor possa guardar ou reproduzi-lo, geralmente em PDF.
A empresa deve fornecer meios para que seja possível realizar
modificações rápidas antes de fechar a compra ou a empresa deve
disponibilizar meios fáceis de modificar alguma informação ou algo no
produto (cor, modelo, etc.).
A empresa deve responder a reclamação no prazo corrido de cinco
dias, devendo a mesma dar uma confirmação imediata do
recebimento da reclamação.
Meios seguros de pagamento: cartão de crédito, pagamento por
terceiros (pagseguro, paypal, etc). Pois por deposito ou transferência
não é possível estornar o valor do produto.
Como saber se o site é seguro? Usar a ferramenta de “esqueci minha
senha”, através do recebimento de e-mail a empresa manda um link
para alterar a senha ou manda a senha para a pessoa. Se o site
mandar a senha é sinal que o mesmo não tem nenhum tipo de
criptografia, portanto o mesmo não é seguro. Se a pagina mandar
um link para mudar a senha é sinal que o site é criptografia e que
nem o mesmo tem acesso a sua senha.
29.08.2018 – quarta-feira
Classificação:
13
1. B2B (Business to Business) fornecimento de equipamentos, peças, etc
para fins comerciais/industriais.
Fragilidades:
05.09.2018 – quarta-feira
ANOTAÇÕES:
14
de 7 dias para pedir o cancelamento. Não precisa ter uma
justificativa, mesmo que o produto que esteja perfeito.
Meio de arrependimento pode ser no mesmo local que foi utilizado
para exercer a compra. Ex.: comprei no site da saraiva e o mesmo
deve ter um recurso para que a compra seja cancelada.
O decreto diz que deve ter a devolução dos valores pagos (devendo
pensar em TODOS os valores que foram pagos), devendo ser
interpretado de forma mais favorável ao consumidor. O comercio que
deve arcar TODOS os ônus.
É possível ter uma cláusula de limitação para não precisar devolver
os valores integrais, porem se não houver nada previsto no contrato
a empresa é OBRIGADA a devolver TODOS os valores.
Ex.: faz uma camisa de time personalizada, a empresa pode colocar
uma cláusula no contrato que restringe a devolução.
CLASSIFICAÇÃO DE COMÉRCIO ELETRÔNICO:
Vantagens do comércio eletrônico: ele é mais célere, mais cômodo,
pode fazer o apanhado de preços em pouco tempo, pode pagar preço
mais baixo por produto igual de loja física.
Mesmo com todas essas vantagens a adesão ao comércio eletrônico
foi muito lenta.
Fragilidades: numero crescente de fraudes e a proteção de dados.
Numero crescente de fraudes: as grandes lojas ainda não investem
em segurança eletrônica, somente os bancos que buscam investir.
Aqui se tem a integridade, disponibilidade e confidencialidade das
informações:
1. Integridade: é preciso que se tenha garantia que as minhas
informações sejam integralmente mantidas ali, incluindo tudo, desde
o pedido feito na loja, o informe de pagamento, de fato que exige o
registro; até um simples atendimento deve ficar registrado, com
numero de protocolo e gravação. Se garante essa integridade através
de um servidor criptografado, pois se houver uma invasão não irá
conseguir visualizar nada.
2. Confidencialidade: todo negocio deve ser protegido pela
confidencialidade, sendo ligado ao exercício da privacidade do
consumidor. O negocio deve ser entre o consumidor e a empresa
15
contratada (contratante e vendedor). Ninguém tem que ter acesso a
essas informações. A quebra de confidencialidade já é motivo
suficiente para quebra de contrato.
3. Disponibilidade das informações: você pode dispor livremente das
informações da forma que melhor lhe prouver. Podem ser
modificadas, acessadas e excluídas pela pessoa que as informações
dizem respeito. Ex.: a empresa não pode se negar a ter acesso ao
contrato mesmo que eu já tenha recebido uma cópia.
Proteção dos dados: o decreto 7962 já falava que é obrigação da
empresa proteger os dados. 3 pontos: integridade da transmissão
das informações, controle de acesso e confiabilidade:
1. Controle de acesso: tem como única finalidade comprovar que a
pessoa que está acessando a conta é o TITULAR da conta.
Antigamente isso era feito através de uma senha que somente o
dono da conta tinha, porem isso é muito básico e de fácil acesso.
Hoje em dia se tem autenticação em duas etapas, IP da conta para
saber de onde a pessoa está acessando, com certificados digitais e
agora com a biometria. Uma nova forma de controle de identidade é
o perfil verificado que é mais comum em redes sociais ganhando um
selo azul, identificando a conta como sua, evitando contas falsas,
funcionando como uma identidade digital.
2. Integridade da transmissão das informações: deve investir de
criptografia de ponta a ponta, todas as informações devem ser
codificadas da origem até o destino para evitar a corrupção dos dados
das informações obtidas.
3. Confiabilidade: deve haver confiança entre contratante e
contratado, o contratado deve garantir a segurança desses dados.
Se a empresa não o fizer pode entrar com uma ação pedindo danos
morais, pois é o DEVER da empresa garantir a segurança dos seus
dados.
16