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“Conhecer os conteúdos matemáticos

com uma profundidade e um


discernimento que lhe possibilite
apresentá-los como meios para a
realização dos projectos dos alunos, não
tratando os conteúdos como um fim em
si mesmo, nem vendo os alunos como
futuros matemáticos, ou professores de
matemática, mas sim como cidadãos que
aspiram a uma boa formação pessoal é
CARDENO DE APOIO tarefa do professor de Matemática”.

AO PROFESSOR Prof. Olívio Mendonça


Ano: 2020
9ª Classe

 Introdução
 Perfil desejado do Professor de Matemática
 Objectivos da Matemática na 9ª Classe
 Plano Temático
 Plano temático detalhado
 Conteúdo auxiliar de Apoio
 Estratégia de ensino (sugestões metodológicas)

Cardeno de apoio ao pr ofessor | Prof. Olívio Mendonça


Ensino da Matemática – 9ª Classe
1
Introdução
Caros colegas: A nossa experiência como professores e acompanhada a capacitação contínua que temos vindo a
desenvolver ao longo dos últimos anos (seminários e treinamentos pedagógicos), contribuiu para a elaboração
desse caderno. Nesse caderno, destaco as seguintes características:

1. Simplicidade: É de fácil utilização para o nível etário a que se destina e favorece o trabalho autónomo dos
alunos.
2. Acessibilidade: Tem em conta a diversidade de alunos de hoje e o facto de todos necessitarem de conhecer
e compreender a Matemática.
3. Modernidade: Está de acordo com as diretrizes do programa vigente (Programa de Matemática 7ª, 8ª e 9ª
Classes/ INIDE – 2019) e com a visão atual do ensino de Matemática.

O plano temático esta desenvolvido tal como o programa fornecido pelo INIDE. Os conteúdos aqui desenvolvidos,
para além de serem recolhidos nos debates e discussões em treinamentos pedagógicos, foram compilados a partir
de várias outras fontes, dando sustentabilidade e um rígor científica que justificasse a exigência do público alv o.

Assim como o nome diz, “CADERNO DE APOIO”, o professor deverá usá -lo especificamente como um material
didático de apoio aos fundamentos já existentes. Muitos dos temas foram desenvolvidos de forma diferente
daquela que o professor habituou, e talvés alguns conceitos irão se divergir com o seu mas, apena analisa esse
recurso como uma ferramenta que poderá vir aumentar sua argumentação.

No “CADERNO DE APOIO AO PROFESSOR”, os temas estão desenvolvidos tendo em conta o plano de aulas, ou
seja, são apresentados em cada tema os objectivos específicos, o desenvolvimento dos temas e os exercícios de
aplicação. No final, está apresentado as sugestões metodológicas para cada temática.

Antes de começar a abordar os temas nas suas especifissidades, trago aqui o “PERF IL DESEJADO PARA O
PROFESSOR DE MATEMÁTICA”, extraído do programa fornecido pelo INIDE, afim de dar maior ênfase ao trabalho
que aqui nos propómos.

Tire maior proveito desse material.


Bom trabalho.

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Ensino da Matemática – 9ª Classe
2
Perfil desejado para o professor de Matemática

Duas são as dimensões fundamentais na formação profissional do professor de Matemática:

1. A competência técnica, no sentido do conhecimento dos conteúdos matemáticos a serem ensinados, bem
como dos recursos metodológicos para apresentá-los aos alunos, com a compreensão do significado dos
mesmos em contextos adequados, referentes aos universos da cultura, do trabalho, da arte, da ciência ou da
tecnologia;
2. O compromisso público com a Educação, decorrente de uma compreensão dos aspectos históricos, filosóficos,
sociológicos, psicológicos, antropológicos, políticos e económicos da educação e do ensino, o que viabilizará
uma participação efectiva do professor como agente formador, tanto na conservação quanto na transformação
da realidade.

As duas dimensões citadas - a competência técnica e o compromisso público - são complementares e


interdependentes, devendo ser avaliadas em provas gerais e de conteúdos específicos.

Para a caracterização da competência específica do professor de Matemática, explicitaremos a seguir u m elenco


de dez formas mais usuais de manifestação das mesmas:

O professor de Matemática deve apresentar o seguinte perfil:

1. Gostar de Matemática, compreendendo o papel de sua disciplina como uma linguagem que complementa a
língua materna, enriquecendo as formas de expressão para todos os cidadãos, e munindo a ciência de
instrumentos fundamentais para seu desenvolvimento;
2. Conhecer os conteúdos matemáticos com uma profundidade e um discernimento que lhe possibilite
apresentá-los como meios para a realização dos projectos dos alunos, não tratando os conteúdos como um
fim em si mesmo, nem vendo os alunos como futuros matemáticos, ou professores de matemática, mas sim
como cidadãos que aspiram a uma boa formação pessoal;
3. Saber criar centros de interesse para os alunos, explorando situações de aprendizagem em torno das quais
organizará os conteúdos a serem ensinados, a partir dos universos da arte, da cultura, da ciência, da
tecnologia ou do trabalho, levando em consideração o contexto social da escola;
4. Saber mediar conflitos de interesse, dando a palavra aos alunos e buscando aproximar seus interesses, às
vezes difusos, daqueles que estão presentes no planeamento escolar;
5. Ser capaz de identificar as ideias fundamentais presentes em cada conteúdo que ensina, uma vez que tais
ideias ajudam a articular internamente os diversos temas da matemática, e a aproximar a matemática das
outras disciplinas;
6. Ser capaz de mapear os diversos conteúdos relevantes, sabendo articulá -los de modo a oferecer aos alunos
uma visão panorâmica dos mesmos, plena de significações tanto para a vida quotidiana quanto para uma
formação cultural mais rica;

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7. Saber escolher uma escala adequada em cada turma, em cada situação concreta, para apresentar os
conteúdos que considera relevantes, não subestimando a capacidade de os alunos aprenderem, nem
tratando os temas com excesso de pormenores, de interesse apenas de especialistas;
8. Ser capaz de construir relações significativas entre os conteúdos apresentados aos alunos e os temas
presentes em múltiplos contextos, incluindo-se os conteúdos de outras disciplinas, favorecendo, assim, a
interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade;
9. Saber construir narrativas que articulem os diversos elementos presentes nos conteúdos ensinados,
inspirando-se na História da Matemática para articular ideias e enredos por meio dos quais ascendemos da
efemeridade das informações isoladas à estabilidade do conhecimento organizado;
10. Ser capaz de alimentar permanentemente os interesses dos alunos, estimulando a investigaçã o e a
capacidade de pesquisar, de fazer perguntas, bem como de orientar e depurar interesses menos relevantes,
assumindo, com tolerância, a responsabilidade inerente à função que exerce.

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OBJECTIVOS GERAIS DO ENSINO DA MATEMÁTICA NA 9ª CLASSE

1. Ao terminar a 9ª classe, o aluno deve ser capaz de:


 Explicar a necessidade do surgimento dos números reais a partir do seu significado na vida real;
 Operar com números reais;
 Resolver problemas concretos aplicando as propriedades dos números reais;
 Números reais e as quatro operações no conjunto IR, a potenciação e a radiciação;
 Inequações lineares e sistema de inequações lineares, polinómios e equações quadráticas, circulos e
circunferência, semelhança de triângulos , noções básicas de estatísica e cálculo de volumes.
 Operar com conceitos, procedimentos e métodos apropriados para o desenvolvimento do raciocínio lógico;
 Ler e interpretar textos matemáticos;
 Interpretar e utilizar representações matemáticas (tabelas, gráficos, expressões e símbolos);
 Transcrever mensagens matemáticas da linguagem corrente para a linguagem simbólica (fórmulas,
símbolos, tabelas, diagramas, gráficos, etc., e vice-versa;
 Aplicar propriedades matemáticas na resolução de problemas matemáticos;
 Buscar de informações em diferentes meios e usar tecnologias;
 Desenvolver habilidades na resolução de problemas matemáticos que reflectem situações quotidianas da
vida económica e social do país e do mundo, no domínio dos números reais;
 Esboçar figuras, a partir de objectos reais;
 Recolher e organizar dados e representá-los em diagramas ou gráficos;
 Interpretar fenómenos naturais, sociais e económicos a partir de diagramas e gráficos;

2. Desenvolver a confiança em si próprio:


 exprimir e argumentar as suas opiniões, formular juízos elementares sobre situações concretas,
enfrentar com confiança situações novas, mostrar flexibilidade e criatividade.

3. Desenvolver hábitos de trabalho, persistência e rigor:


 manifestar responsabilidade, disponibilidade, autonomia e interesse para planificar, organizar
e realizar os trabalhos de matemática de forma organizada; revelar preocupação de qualidade
na apresentação dos trabalhos.

4. Desenvolver e promover o espírito de tolerância e cooperação:


 colaborar nos trabalhos em grupo, partilhando saberes e responsabilidades de maneira
solidária e sociável, ouvindo e respeitando as opiniões dos outros, mostrando espírito crítico
e autocrítica e participando na realização de actividades e na resolução de problemas;
 Reconhecer a matemática como meio para compreensão do mundo que nos rodeia, através da investigação
e desenvolvimento de acções que estimulem o interesse, a disposição, a curiosidade e a resolução de
problemas;
 Reconhecer que a Matemática é um instrumento útil para a vida e é parte integrante das nossas raízes
culturais porque ajuda a pensar e a raciocinar correctamente.

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Plano Temático

Tema Trimestre Horas Lectivas


Aula Avaliação Reservas Total
 Aprofundamento de Estudo dos Números e Operações I 36 2 1 39
 Aprofundamento de Estudo dos Números e Operações 21
II 2 1 36
 Proporcionalidade Inversa. Representações gráficas 12
 Geometria: Circunferência e Polígonos. Rotaçõe 17
III 2 1 39
 Estatística 19

Tema 1: Aprofundamento de Estudo dos Números e Operações


Objectivos Gerais:

 Compreender os números Reais


 Compreender os intervalos dos números reais assim como a intersecção e a reunião de intervalos
 Conhecer os princípios de equivalências para a resolução das equações do 1º grau a duas incógnitas
 Conhecer os métodos de resolução do sistema de duas equações do 1º grau a duas incógnitas
 Conhecer inequações do 1º grau a uma incógnita
 Conhecer as regras de resolução da equação do 2º grau.

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Tema 1: Aprofundamento de Estudo dos Números e Operações
Objectivos Gerais:

 Compreender os números Reais


 Compreender os intervalos dos números reais assim como a intersecção e a reunião de intervalos
 Conhecer os princípios de equivalências para a resolução das equações do 1º grau a duas incógnitas
 Conhecer os métodos de resolução do sistema de duas equações do 1º grau a duas incógnitas
 Conhecer inequações do 1º grau a uma incógnita
 Conhecer as regras de resolução da equação do 2º grau.

PLANO TEMÁTICO DETALHADO - NÚMEROS REAIS E RADICIAÇÃO

Unidade temática Sub - unidade temática Objectivos específicos Conteúdos Competências básicas Carga
Os alunos devem ser capazes de: O aluno: horária

 APROFUNDAMENTO  NÚMEROS REAIS E  Distinguir dízimas dos números irracionais;  Dízimas e números irracionais.  Relaciona os diferentes 18 Aulas
DE ESTUDO DOS RADICIAÇÃO  Determinar a geratriz de uma fração;  Fração geratriz; domínios numéricos de
NÚMEROS E  Calcular a raiz quadrada de um número real;  Cálculo da raiz quadrada; matemática.
OPERAÇÕES.  Representar os números numa recta real;  Recta real;
 Relação e ordem dos números reais.
 Ordenar e comparar números reais;  Cálculo em R;  Usa estratégias
 Conhecer as propriedades dos radicais;  Intervalos de números reais. diversificadas na resolução
 Transformar denominador irracional em  Disjunção de condição e reunião de de exercícios e problemas
denominador racional; conjuntos; práticos em R, com rigor,
 Identificar os intervalos numéricos;  Conjunção de condição e intersecção persistência e de forma
de conjuntos. independente e coletiva.
 Reconhecer a disjunção de condição e a
reunião de conjuntos;
 Reconhecer a conjunção de condições e a
intersecção.

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Ensino da Matemática – 9ª Classe
Tema 1: Aprofundamento de Estudo dos Números e Operações
Subtema 1.1: Número Reais
Assunto: Introdução aos números reais.

A história dos números acompanha a história da civilização humana, e a recente necessidade de resolver os
problemas de ordem prática surgidos na vida em comunidade. Com o tempo e para facilitar o estudo, os
números foram reunidos em diferentes conjuntos segundo as suas semelhanças (propriedades ou
características). Assim temos:

1. Conjuntos dos números racionais.


𝒂
Todos os números que podem ser escritos em forma de uma fracção , sendo a e b números inteiros e
𝒃
3
𝒃 ≠ 𝟎, são números racionais e são representados pela letra Q. Ex.: 𝑄 = {… ; −2; … 0,8; … ; 2 ; … ; 4; … }.
Assim, podemos concluir que números racionais são todos os números que resultam da divisão de dois
números inteiros.
4 1 1 16
Ex.: a) = 2 b) = 0,333 … c) − = − 0,5 d) − = −4
2 3 2 4
Observação: Tanto os números naturais positivos como os naturais negativos incluindo o zero (0), são
subconjuntos dos números racionais.

2. Conjunto dos números irracionais.


Todos os números que não resultam da divisão de dois números inteiros ou seja que não podem ser
escritos em forma de fracção chamam-se Números Irracionais, e são representados pela letra I.
Ex.: a) 𝜋 = 3,1415926536 …
b) √2 = 1,4142135624 …

Nota: A invenção dos números irracionais foi considerada um marco no estudo da geometria. Isso porque
preencheu lacunas, como por exemplo, a medida da diagonal de um quadrado de lado igual a 1, ou o cálculo
da circunferencia de um circulo a partir do raio ou diámetro.

Como a diagonal divide o quadrado em dois triângulos rectângulos, podemos calcular essa medida usando o
Teroema de Pitágoras em que “A soma do quadrado dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa”, podemos
calcular a diagonal do quadrado.

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8 Ensino da Matemática – 9ª Classe
Como vimos, a medida da diagonal desse quadrado será igual a √2 que, por mais que tentemos encontrar um
valor exato, so conseguimos aproximar desse valor. A √2 terá sido o primeiro número irracional com que a
humanidade se deparou.

O.b.s: Todas as raízes quadradas de números naturais que não seja quadrado perfeito (números que resultam
da multiplicação de um mesmo números duas vezes), são irracionais. Ex.: √2; √3; √5; √6; √7; √8; …

Outro número é o Pi (𝝅). É um dos números mais importante e fascinante da matemática. Em termos gerais,
a constante vale 3,14 e é usada para calcular a circunferencia de círculos a partir do raio ou diámetro. Alem
disso, é um nº irracional, ou seja, pode ter uma quantidade infinita de casas decimais sem cair em repetição.

Existe um conjunto que reúne todos os conjuntos que citamos (os racionais e os irracionais), este conjunto
denomina-se Conjunto dos números reais e é representado pela letra IR.

Assim, o Conjunto dos números Reais é formado pela união dos números racionais e irracionais.

IR= 𝐐 ∪ 𝐈

Exercício Propostos:
1. Diz se é verdadeira ou falsa as afirmações que se seguem e justifica as falsas:
a) 2 é um número real.
b) IN é subconjunto de Q.
c) Todo número real é também um número racional.
d) √2 é um número real.
e) √2 é um número irracional.
f) 0,5 pode ser considerado um número racional.
2. Define números racionais e irracionais.
3. Indica dois números reais:
a) Que não sejam racionais.
b) Racionais que não sejam inteiros.
c) Inteiros que não sejam naturais.
4. Calcula a diagona de um quadrado de lado 3 metros.

Duração: 90 minutos

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9 Ensino da Matemática – 9ª Classe
Tema 1: Aprofundamento de Estudo dos Números e Operações
Subtema 1.1: Número Reais
Assunto: Dizímas e Números Irracionais.
* Fracção Geratriz

Nota: Atendendo a forma como foi definido o conjunto Q, podemos dizer que todas as fracções são dízimas
finitas ou infinitas periódicas. Chama-se dízima a uma sequência de algarismos com uma vírgula entre dois
deles.

Ex.: a) 0,5
b) 0,333 …
c) 1,4142135624…

Nota: As dízimas podem ser finitas ou infinitas.

1. Dízimas finitas: Valor resultante de uma operação de divisão de resto zero (0) ou seja, são
dízimas que apresentam um número finito de algarismos decimal.
1
Ex.: a) = 0,25
4
2
b) = 0,4
5

2. Dízimas infinitas: Valor resultante de uma operação da divisão em que o resto não dá zero (0).
São dízimas que apresentam um número infinito de algarismos decimais.
1
Ex.: a) = 0,3333 …
3
5
b) = 0,8333 …
6

 As dízimas infinitas podem ser periódicas e não periódicas.


2.1. Dízimas infinitas periódicas: É a representação decimal de um número no qual um conjunto
de números ou mais algarismo se repete indefinidamente.
O.b.s: O numero que se repete chama-se Período.
1
Ex.: a) = 0,333 … 3 é o período e pode ser escrito 3̅ ou (3)
3
7
b) = 1,16666 … 6 é o período.
6

 As dízimas infinitas periódicas podem ser simples ou compostas.


2.1.1. Dízimas infinitas periódicas simples: São aquelas cujo período aparece após a vírgula.
1
Ex.: a) = 0,333 ….
3
2.1.2. Dízimas infinitas periódicas compostas: São dízimas cujo período não aparece após a vírgula.
Numa dízima infinita periódica composta a parte decimal que não se repete (que aparece
antes do período) chama-se ante período.

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10 Ensino da Matemática – 9ª Classe
7
Ex.: a) = 1,1666 …
6
período
ante-período
parte inteira

2.2. Dízimas infinitas não periódicas: Valor resultante de uma operação de divisão que não é
exacta, ou seja, são dízimas que os algarismos decimais não se repetem. Não existe período.
Ex.: a) 𝜋 = 3,145926536 …

Observação: Os números irracionais correspodem a dízimas infinitas não periódicas e os números racionais
correspondem a dízimas finitas ou infinitas periódicas.

Dízimas

Finitas Infinitas

Periódicas Não periódicas

Racionais Números irracionais

Números reais

Fracções Geratrizes.

Nota: Todos os números com expressão decimal finita ou infinita periódica sempre são números racionais,
isso significa que sempre existe fracções capazes de representá-las. Estas fracções denominam-se Fracções
Geratrizes.

Como determinara geratriz de uma fracção?

1º Caso: Dízimas finitas: O denominador será um potência de base 10 cujo o expoente será igual ao número
de casas decimas. O numerador será o número dado sem escrever a vírgula.
8541 524 524131 35 357
Ex.: a) 8,5 = 105
b) 52,41 = 102 = 10025
c) 0,035 = 103 = 1000
200

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11 Ensino da Matemática – 9ª Classe
2º Caso: Dízima infinita periódica simples: a quantidade de algarismo do período dará o número de nove (9)
no denominador. O numerador será formado pela diferença entre a junção da parte inteira e o período pela
parte inteira.
16−1 052−0
Ex.: a) 1,666 … = b) 0,5252 … =
9 99
15 52
= =
9 99
5
=
3

Obs.: No caso do período ser nove (9), a fracção ser representada por um número inteiro.
c) 1 = 0,999 …

3º Caso: Dízimas infinitas periódicas compostas: para o denominador, para cada algarismo do período
coloca-se um 9, e para cada algarismo do ante-período coloca-se um zero (0). O numerador será formado
pela diferença da junta da parte inteira, o período e ante-período menos (−) a junção da parte inteira e o
período.
5832−58 5774 2887
Ex.: 𝑎) 5,83232323 … … = = =
990 990 495

Número de dígito do ante período


Número de dígito do período

Exercícios

1. Identifica as dízimas finitas, infinitas periódicas e não periódicas:


1 6 1 3
a) ; 0,212121 … ; √13; √9; ; ; √3; ; 0,666 … ; √7; 0,35.
4 10 2 9
2. Classifica as seguintes dízimas periódicas em simples ou composta:
5 5 7 6 1
a) b) c) d) e)
9 11 3 10 3
𝑎
3. Escreve na forma com a e b inteiros as seguintes dízimas:
𝑏

a) 3,515151…
b) 1,5
c) 1,237777…
d) 10,222222…
e) 4, 999...

Duração: 90 minutos

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Tema 1: Aprofundamento de Estudo dos Números e Operações
Subtema 1.1: Número Reais
Assunto: Cálculo da raiz quadrada

Nota: A radiciação é a operação que é realizada ao descobrir qual o número que multiplicado por ele mesmo
uma determinada quantidade de vezes dá um valor que conhecemos. Em outras palavras podem dizer que é a
𝒎
𝒏
operação inversa da potência: 𝒂 𝒏 = √ 𝒂𝒎 . Para indicar a radiciação usamos a notação:

 O índice (n), indica quantas vezes o numero que procuramos foi multiplicado por ele mesmo e, 𝑛 > 1.
 O radicando, indica o resultado da multiplicação do número que estamos procurando por ele mesmo.
 A raiz é o número que procuramos.
Ex.: a) 9 = 3.3 b) 8 = 2.2.2
2 3
√9 = 3 √8 = 2

Observação: Quando não aparece nenhum valor no índice do radical, o seu valor é igual a dois e, não é
2
necessário representá-lo. Ex.: √𝑎 = √𝑎, lê-se, raíz quadrada de 𝒂

 Se o índice for maior ou igual a 3, este valor deve aparecer na raiz.


3
√𝑎 , lê-se, raíz cúbica de 𝒂
4
√𝑎 , lê-se, raíz quarta de 𝒂
𝑛
√𝑎 , lê-se, raíz enésima de 𝒂
2
Assim, podemos concluir que no exemplo anterior, √9 = 3, o número três(3) chama-se raiz quadrada de 9
3
e √8 = 2, o número dois (2) chama-se raiz cúbica de 8.

Condições:

Em um radical:
 Se o índice for par (n) e o radicando positivo (a), admite duas soluções; uma positiva e outra
negativa. 𝑎 > 0 e n é par: Duas soluções Ex.: a) √49 = ±7
 Se o índice for ímpar, o radicando pode ser positivo ou negativo, admite uma solução com o sinal do
radicando.
 𝑎 > 0 e n impar: Uma solução positiva.
 𝑎 < 0 e n impar: Uma solução negativa.
3
Ex.: a) √125 = 5 Porque 53 = 125
3
b) √ −8 = −2 Porque= (−2) × (−2) × (−2) = −8

 Se o índice for par e o radicando negativo, não tem solução em R. Ex.: a) √−4 = N/S

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13 Ensino da Matemática – 9ª Classe
Cálculo da raiz quadrada

1. Para calcular a raiz quadrada de um número real, basta seguir a definição de radiciação. A definição diz
que a raiz quadrada de um número real a é o número b se, e somente se, o número b elevado ao
quadrado for igual ao número a, ou seja, temos que imaginar um número que, ao quadrado, resulte no
número dentro do radical.
Ex.:
a) √36 = 6, pois 6 × 6 = 62 = 36
b) √64 = 8, pois 8 × 8 = 82 = 64

Os números que possuem raiz quadrada são denominados quadrados perfeitos. Assim, 36 e 64 são
quadrados perfeitos, pois resultam da multiplicação de um um número por ele mesmo duas vezes.

2. Caso o radicando seja um número relativamente grande, o que impossibilitaria o cálculo mental, basta
fazer a decomposição em factores primos e agrupar sempre que possível em potências de expoente
dois. Em seguida multiplica as bases entre si e, o número encontrado será a raiz quadarda do número
dado.
Ex.:
a) √441 = 441 3
147 3 32
49 7
7 7 72
1
√441 = 3 × 7 = 21

Observação: Quando o número não é um quadrado perfeito, é necessário realizar o cálculo de raízes não exatas,
aquelas que a suas raizes não são números inteiros.

Cálculo da raiz quadrada não exata

1. Se o radicando for uma raiz não exata, é preciso procurar por valores aproximados para sua raiz. Esse
cálculo pode ser feito procurando – se por raízes exatas próximas ao radicando e, posteriormente,
aproximando a raiz do radicando tendo como base a raiz mais próxima. Para tal, usamos a notação:
𝑵+𝑩
√𝑵 = , onde N é a raiz não exata e B, raiz exata mais próxima de N e menor que N.
𝟐√𝑩

5+4 9
Ex.: a) √5 = = ≅ 2,3
2√4 4

Exercícios

1. Determina a raiz quadrada dos seguintes números e diz quais deles é um quadrado perfeito:
a) √36; √−25; √81; √169; √8; √16; √3; √10; √324; √21.

Duração: 90 minutos

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14 Ensino da Matemática – 9ª Classe
Tema 1: Aprofundamento de Estudo dos Números e Operações
Subtema 1.1: Número Reais
Assunto: Recta Real

Definição: Chama-se Recta numérica a uma linha horizontal com pontos igualmente espaçados, onde a cada
ponto corresponde um número inteiro. Por convenção, o sentido crescente da recta horizontal é para o lado
direito do zero (0), conforme o sentido da seta. Do lado esquerdo do zero (0), ficam os números inteiros
negativos.

Além dos números inteiros e os seus opostos, a recta numérica contém as fracções e decimais positivos e
negativos. Estes números são posicionados entre os números inteiros, em intervalos que refletem o tamanho
da fração. Por exemplo entre 0 e 1 podemos posicionar as frações próprias positivas e entre −1 e 0 podemos
posicionar as frações próprias negativas.

Com o tempo, percebeu-se que existia ainda lacunas na recta numérica que deveriam ser preenchidas com
números decimais infinitos e não periódicos. Pouco a pouco também percebeu-se que alguns desses decimas
poderiam ser representados por raízes não exatas.

Em suma, podemos dizer que qualquer número racional ou irracional, pode ser localizado entre dois números
inteiros.

Para representar os números reais na recta, e para melhor compreensão vamos representar primeiro os
racionais e a seguir os irracionais.

1. Representação dos números racionais (dízimas) na recta real:


a) Dividir cada unidade na recta em 10 partes iguais, já que trabalharemos com a escala decimal;
b) Transformar a fracção numa dízima, caso apareça na forma de fracção;
c) Arredondar a partir do segundo algarismo decimal por defeito ou por excesso caso apareça mais
de uma casa decimal, pelo facto de usarmos a escala decimal;
d) Localizar o número na recta, buscando primeiro a parte inteira e em seguida a parte decimal.
1
Ex.: a) − = − 0,5
2
10
b) = 3,3333 … . ≅ 3,3
3

1 10
− = − 0,5 3
≅ 3,3
2

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15 Ensino da Matemática – 9ª Classe
1.1. Representação dos números racionais (fracções) na recta real:
a
Para representar fracções na recta real é necessário saber como interpretar as expressões como .
b
Numa fracção o denominador indica que devemos dividir cada unidade por esse número de partes,
enquando que o numerador nos diz quantas dessas pequenas partes dev emos tomar ou contar desde a
origem. Para isso, demos recorrer a divisão de segmentos de recta em partes igais.
 Encontrar a parte inteira desse número. Lembre-se que toda fracçaõ propria tem como parte
inteira zero (0), esta sempre situada entre 0 e 1 ou −1 e 0. Se a fracção for imprópria,
devemos desfazer em fracção mista, de modo a encontrar sempre uma fracção própria.
 Traçar uma recta oblíqua para cima ou para baixo partindo sempre do número que representa a
parte inteira;
 Com ajuda do compasso, marcamos na recta oblíqua que foi traçada, o número de pontos quanto
é o denominador. A amplitude do compasso deve ser a mesmo.
 Unir o ultimo ponto marcado com a unidade a seguir, ou seja, se traçar a recta oblíqua partindo
de zero, a unidade a seguir será 1 caso o númro seja positivo ou −1 caso seja negativo.
 Traçar rectas paralelas a que foi traçada com ajuda do esquadro e da régua passando pelos
outros pontos. Lembre-se que essas rectas são imaginárias, devem ser apagadas no final.
2 2
Ex.: a)
3 3

−1 0 1
Rectas paralelas

Recta oblíqua

9 1
b) − Nesse caso, ao transformar em uma fracção mista temos: −2
4 4
9

4

−3 −2 −1 0 1
Rectas paralelas

Recta oblíqua

2. Representação dos números irracionais (I) na recta real


Existem alguns procedimentos de representação dos números irracionais (raízes quadradas não
exatas), dentre eles temos √𝑎:
a) Escrever o número a (radicando) como a soma de dois números inteiros em que um deles pelo
menos deve ser um quadrado perfeito (raiz exata mais próxima de a e menor que a):
a = 𝑥 + 𝑦 (x e y ∈ 𝑍 e, x ou y quadrado perfeito mais próximo de a).
b) Escrever na forma de potência o número que representa o quadrado perfeito.

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16 Ensino da Matemática – 9ª Classe
c) Aplicar uma raiz quadrada em ambos os membros de modo a eliminar os expoêntes dos números
x e y que são quadrados perfeitos.
d) Desenhar um triângulo rectângulo de lado x e y na recta numérica e, com ajuda do compasso,
traçar o ponto na recta. O lado maior do triângulo será a raiz que se procura (teorema de
Pitágoras).

Ex.:
1. Representa na recta os seguintes números:
a) √2 b) √13 c) √3

Resolução:

a) a = 𝑥 + 𝑦
𝑎 = 1 + 1 escrever na forma de potência os valores de 𝑥 e 𝑦 que são quadrados perfeitos.
2 = 12 + 12 /√ aplicar a raiz quadrada para eliminar os expoentes de 𝑥 e 𝑦.
√2 = √12 + √12
√2 = 1 + 1 Os valores de 𝑥 e 𝑦, representam a base e a altura do triângulo.

Observação: Para os números negativos, basta girar o compasso para o lado esquerdo da origem como mostra
o exemplo abaixo.

b) a = 𝑥 + 𝑦
13 = 9 + 4
13 = 32 + 22 /√
√ 13 = 3 + 2

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17 Ensino da Matemática – 9ª Classe
c) a = 𝑥 + 𝑦
3 = 2+ 1
3 = 2 + 12 /√ O nº 2 não é um quadrado perfeito, não pode ser escrito na forma de potência.
√ 3 = √ 2 + 1 Como entre as parcelas temos uma raiz não exata, devemos proceder do
mesmo com a √2 modo a encontrar apenas nº inteiros.
a = 𝑥 +𝑦
2 = 1 +1
2 = 12 + 12 /√
√2 = 1 + 1

Logo, a representação da √3, deverá partir da


representação da √2.
A raiz √2 será a base e 1 será a altura.

Duração: 90 minutos

Tema 1: Aprofundamento de Estudo dos Números e Operações


Subtema 1.1: Número Reais
Assunto: Relações de < e > em R.

A recta numérica é uma ferramenta muito útil para comparar números, aprenda como usá-la.
Quando colocarmos os números correctamente na recta, eles são organizados da esquerda para a direita,
posicionando os menores à esquerda e os maiores à direita.

Através da representação na recta real, podemos concluir que, entre dois números reais a e b dizemos que a é
menor que b se a estiver a esquerda de b, ou seja, todo número a esquerda do outro na recta real é menor
que todo número situado a direita do zero na recta real. Assim;

 Qualquer número real positivo é maior que qualquer número real negativo.
Ex.: a) −3,73 < 2 b) √2 > −6,7 c) −√7 < √2
 Entre dois números reais positivo, o maior é aquele que tiver maior valor absoluto.
Ex.: a) 3,73 < 4,452 b) 23 > 7 c) √7 > √2
 Entre dois números reais negativos, o maior é aquele que tiver menor valor absoluto.
Ex.: a) −3,73 > −4,452 b) −23 < −7 c) −√7 < −√2
 O zero é maior que todos números reais negativos e menor que todos números reais positivos.

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18 Ensino da Matemática – 9ª Classe
Observação:

 Se os números forem decimas, devemos comparar as sua partes inteiras. Caso tenham a mesma parte
inteira, a comparação será feita entre as partes decimas. Neste caso, é necessário que eles tenham o
mesmo número de casas decimas. Se não tiverem, acrescentamos com zeros para igualar.
 Se for uma fracção e uma dízima, devemos transformar a fracção em dízima ou a dízima em fracção e
comparar.
 Se for uma raiz não exata e um número racional, devemos recorrer a representação na recta para
poder comparar ou encontrar a dízima que representa a raiz não exata e compará-los.

Exercícios

1. Compara os seguintes números usando os sinais <, >, = para obter afirmações verdadeiras:
4
a) √2 … . c) 𝜋 … 3,15
3
−7 d) −0,45 … − 0,5
b) 0,72 … .
10

2. Mediram-se a altura de três irmãos e registou-se que:


 O José é mais baixo que a Maria.
 A Maria é mais baixa que o Luís.
a) O que podes concluir sobre as medidas das alturas da Maria e do José?
3. Coloca por ordem crescente os números:
5 2
a) − ; √80; −√20; √6; 1,444 … ; ; 0.
2 3
Duração: 90 minuto

Tema 1: Aprofundamento de Estudo dos Números e Operações


Subtema 1.1: Número Reais
Assunto: Cálculo em IR (Propriedades dos radicais).

Propriedades dos radicais.


As propriedades da radiciação facilitam cálculos de operações que envolvem raízes.
Quando estamos trabalhando com a radiciação, existem algumas propriedades que podem nos auxiliar em
diversas situações. Vamos verificar como funciona cada uma delas:

1ª Propriedade
Radicais com índices e expoentes iguais
Se o radical possuir índice igual ao expoente do radicando, a raiz será igual à base do radicando.
𝒏
√ 𝒂𝒏 = 𝒂. Podemos afirmar que essa propriedade será válida sempre que n for um número natural e a
for um número real não negativo.

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19 Ensino da Matemática – 9ª Classe
Ex.:
3 5
a) √53 = 5 b) √ 0,95 = 0,9 c) √102 = 10

Podemos considerar ainda outra situação em que essa situação é válida. Quando houver um radicando a
negativo (𝑎 < 0) e n for ímpar, a propriedade também será válida.
Ex.:
a) 3√(−1) 3 = −1 b) 5√( −3)5 = −3

2ª Propriedade

 Radicais com índices e expontes diferentes


A raiz não sofre alteração se multiplicarmos ou dividirmos o índice do radical e o expoente d o radicando
𝒏 𝒏.𝒑 𝒏 𝒏÷𝒑
por um mesmo valor. √ 𝒂𝒎 = √𝒂𝒎.𝒑 e √ 𝒂𝒎 = √ 𝒂𝒎÷𝒑 . Essa propriedade é válida desde que
n, p e q sejam números naturais maiores do que 1 e que q seja divisor de n e m no caso da divisão.

3 3.2 6 10 10÷2 5
Ex.: a) √562 = √562.2 = √ 564 b) √76 = √ 76÷2 = √73

3ª Propriedade (multiplicação de radicais)

 O produto de um radical
𝐧 𝐧 𝐧
O produto de um radical é igual ao produtos de radicais como mesmo índice. √𝐚. 𝐛 = √𝐚 . √𝐛 , nesse
caso multiplica-se os radicandos e mantém o índice do radical.

3 3 3
Ex.: a) √ 30 = √3 . √10 b) √40 = √4. √10 c) √2 × √12 = √2 × 12
= √24
Obs.: Caso seja possível, busque sempre factores em que um deles seja uma raiz exata para facilitar os
cálculos como no exemplo da alínea b.

Nota: O produto de radicais com índices diferentes é igual ao produto do radical com o mesmo índice. Para
que a propriedade seja aplicada, precisamos modificá-las de modo que tenham o mesmo índice. Portanto,
podemos aplicar a 2ª propriedade de radicais, que afirma que: “a raíz não sofre alteração se multiplicarmos
ou dividirmos o índice do radical e o expoente do radicando por um mesmo valor”, ou determinar o mmc
entre os índices. O mmc dos índices será o novo índice dos radicais. O expoente dos radicandos será o
quociente entre o mmc dos índices e o índice anterior. Rescrever os radicais com os novos índices e os
novos expoentes e, a partir dai, encontrar o produto dos radicais.

Ex.:
3
a) √5. √3 MMC (2,3) = 6
3 2.3 3.2
√5. √3 = √53 . √32
6 6
= √53 . √32
6
= √ 53 . 32

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20 Ensino da Matemática – 9ª Classe
4ª Propriedade

 O quociente de um radical
𝐧
𝐧 𝐚 √𝐚
O quociente de um radical é igual ao quociente de radicais com o mesmo índice. √ = 𝐧 . Essa
𝐛 √𝐛

propriedade é válida desde que n seja maior do que 1. Além disso, a e b devem ser números reais, de
forma que a seja maior do que zero, e b, maior do que 1.
𝟑
𝟑 𝟏𝟎 √𝟏𝟎
Ex.: a) √ = 𝟑
𝟓 √𝟓

Obs.: Se os índices forem diferentes, recorremos ao procedimento anterior do produto de um radical.


3
√3
a) Ex.: a) 6 MMC (3,6) = 6
√4

3 3.2 6
√3 √ 32 √9
6 = 6.1
√4 1
= 6
√4 √4
6 9
=√
4

5ª Propriedade

 Radical de um radical
Para calcular o radical de um radical, basta multiplicar os índices envolvidos para ficarmos com apenas
𝒏 𝒎 𝒏.𝒎
um radical. √ √𝒂 = √𝒂.
3 3.2 6
Ex.: a) √√12 = √12 = √12
3 4
b) √ √ √2 =
4.3.2 24
√2 = √2

6ª Propriedade

 Potência de um radical
Para calcular a potência de um radical, basta multiplicar o expoente do radical pelo expoente do
𝑛 𝑚 𝑛
radicando para ficarmos apenas com um expoente. ( √ 𝑎𝑝 ) = √ 𝑎 𝑝.𝑚
3 2 3 3
Ex.: a) ( √25 ) = √25.2 = √210
5 3 5 5
b) ( √62 ) = √62.3 = √66

Exercícios
1. Efectue as seguintes operações abaixo:
𝟓 𝟑 𝟗
a) √𝟐 . √𝟑 = d)
√𝟐
=
𝟑
√𝟑
𝟖 𝟒
b) 𝟐 √𝟐 . 𝟑 √𝟐 = 𝟔 𝟒
e) 𝟒 √𝟐 ÷ 𝟑 √𝟑 =
𝟏𝟐 𝟑
c) √𝟑 . 𝟒 √𝟐 =

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21 Ensino da Matemática – 9ª Classe
Tema 1: Aprofundamento de Estudo dos Números e Operações
Subtema 1.1: Número Reais
Assunto: Simplificação de radicais (Adição e subtração de radicais).

Nota: Simplificar um radical significa escreve-lo sob a forma mais simples e equivalente ao radical dado. Através
de propriedades dos radicais podemos demonstrar como simplificar números na forma de radicais, ou seja,
números ou letras que podem possuir raiz exacta ou não exacta.
1. Se o expoente do radicando for igual ao índice do radical, o radicando sai do radical.
Ex.:
a) √𝑎2 = 𝑎
3 3
a) √𝑎 2 𝑏3 = 𝑏 √𝑎2

2. Se o expoente do radicando for menor que o índice devemos reduzir o índice e o expoente atra vés da
utilização do m.d.c. caso seja possível.
4 4÷2 4 4 4
Ex.: a) √ 𝑎2 = √𝑎2÷2 b) 6√𝑥 2 𝑦 4 = 6÷2
√𝑥 2÷2 𝑦 4÷2 c) √3𝑎 2 = √3 . √𝑎2
4 4÷2
= √𝑎 = 3√𝑥𝑦 2 = √3 . √𝑎 2÷2

3. Se o expoente do radicando for maior que o índice, decompomos o radicando em factores de mod o
que um dos factores tenha expoente múltiplo do índice, ou seja, um expoente maior ou igual ao índice.
4 4
Ex.: a) √𝑥 11 = √𝑥 10 . 𝑥 1 b) √𝑎7 = √𝑎4 . 𝑎 3 c) √8 = √23
4 4
= √𝑥 10 . √𝑥 = √𝑎4 . √ 𝑎3 = √22 . 2
4
= 𝑥 5 √𝑥 = 𝑎√𝑎3 = √22 . √2
= 2 √2

Observação: Quando for necessário simplificar uma raiz de um número na forma de fracção, utilizamos a
propriedade da divisão e em seguida simplificar os radicais separadamente.

3 √3 27 √32.3
Ex.: a) √ = b) √ =
4 √4 16 16
√3 3√3
= =
2 4

4. Numa soma devemos, primeiramente, verificar se os radicais são semelhantes. Para que o radical de
duas ou mais raizes sejam semelhantes é preciso que o índice e o radicando sejam idênticos, a única
parte que pode ser diferente é o coeficiente que acompanha o radical. Ex.: √2 e 5√2.
A regra prática para realizar a soma é somar os coeficientes e conservar o radical.
Ex.: a) √2 + 3√2 − 7 √2 = (1 + 3 − 7) √2
= −3 √2
Obs: Se os radicandos forem um número composto, devemos simplificá-lo aplicando a 3ª regra da
simplificação caso seja possível a fim de se encontrar radicando semelhantes.

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22 Ensino da Matemática – 9ª Classe
Ex.: 1. Simplifique as seguintes expressões:

a) 2√ 3 + √12 = 2√ 3 + √22 × 3 ou 2√ 3 + √ 12 = 2√ 3 + √ 4 × 3
= 2√ 3 + 2√ 3 = 2√ 3 + √ 4. √ 3
= ( 2 + 2) √ 3 = 2√ 3 + 2√ 3
= 4√ 3 = 4√ 3

b) 7√ 8 + √32 + 4√ 18 = 7√22 × 2 + √24 × 2 + 4√32 × 2


= 7 × 2√2 + 4√2 + 4 × 3√2
= 14√2 + 4√2 + 12√2
= (14 + 4 + 12)√ 2
= 30√ 2 ou

7√8 + √32 + 4√18 = 7√4 × 2 + √16 × 2 + 4√9 × 2


= 7 × √4. √2 + √16. √2 + 4 × √9. √2
= 7.2√2 + 4√2 + 4.3√2
= 14√ 2 + 4√ 2 + 12√ 2
= 30√ 2

Exercícios Propostos:

1. Simplifique os seguintes radicais:

a) 49  16 f) 3 5  5  6 5

b) 3 8  4 16 g)  4  3 5  23 5  4

c)  5 9  2 169 𝑖) 4 63  7
d) 103 2  43 2  3 2 h) 50  18  8
e) 18  2 50

Duração: 90 minutos

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23 Ensino da Matemática – 9ª Classe
Tema 1: Aprofundamento de Estudo dos Números e Operações
Subtema A.1: Números Reais
Assunto: Racionalização de denominadores.

Nota: A racionalização de denominadores é um procedimento cujo objectivo é transformar uma fracção com
denominador irracional em uma fracçõa equivalente com denominador racional. Utilizamos essa técnica pois o
resultado da divisão por um número irracional apresenta um valor com muito pouca precisão. Ou s eja, os
números irracionais são infinitos; como não se pode dividir um número finito em infinitas partes iguais, logo
se torna “obrigatório” escrever uma fracção com um denominador racional.
Assim, racionalizar consiste em multiplicar o denominador e o numerador por um mesmo número. O número
escolhido para isso é chamado de conjugado ou factor racionalizante.
Obs.: O conjugado de um número irracional é aquele que ao ser multiplicado pelo irracional dará como
resultado um número racional, ou seja, um número sem a raiz.

Principais casos de racionalização

1º Caso: Quando o denominador for uma raiz quadrada √𝑎, o conjugado ou factor racionalizante será igual a
própria raiz, pois a multiplicação do número por ele mesmo é igual ao número elevado ao quadrado. Desta
forma pode-se eliminar a raiz.
1 1 √22−1
Ex.: a) = × √22−1
√2 √2
√2
= 2
(√ 2)
√2
=
2
𝒏
2º Caso: Quando a raiz apresentar índice diferente de dois (2); 𝒂 √ 𝒃𝒎 , onde 𝒏 ≥ 2, o factor racionalizante
𝒏
será √ 𝒃𝒏 −𝒎, de modo a tornar o expoente do radicando igual ao índice do radical.
3
2 2 √2 3−2
Ex: a) 3 2
= 3 2
×3
√2 √2 √2 3−2
3
2 √2
= 3 2
×3
√2 √2
3
2 √2
= 3
√2 2 ×2
3 3
2 √2 2 √2
= 3 3
=
√2 2
3
= √2

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24 Ensino da Matemática – 9ª Classe
Obs: Se 𝒏 > 2, devemos simplificar o radical, de modos a obter índice maior ou igual a 2.
2 2
Ex.: a) 4 = 4
√25 √2 4 .2
2 √2
= ×
2√2 √2
2√2 2√2
= 2 =
2 (√2 ) 2.2

√2
=
2

3º Caso: Quando o denominador aparecer uma soma ou subtracção de raízes quadradas


√𝒂 ± √𝒃; 𝒂 ± √𝒃 𝑜𝑢 √𝒂 ± 𝒃, o conjugado será igual às raízes com a operação inversa.

 O conjugado de √𝒂 + √𝒃 será √𝒂 − √𝒃  O conjugado de 𝒂 + √𝒃 será 𝒂 − √𝒃


 O conjugado de √𝒂 − √𝒃 será √𝒂 + √𝒃  O conjugado de √𝒃 − 𝒂 será √𝒃 + 𝒂

1 1 √3−√2
Ex: a) = ×
√3+√2 √3+√2 √3−√2
1×(√3−√2)
=
(√3+√2)×(√3−√2)
√3−√2
= 2 2
(√3) −(√2)
√3−√2
=
3−2
= √3 − √2

Exercícios

1. Simplifique os seguintes radicais:


4
a) o factor racionalizante será √5 + 1
√5−1

4 4 √5+1
= .
√5−1 √5−1 √5+1
4(√5+1) 4(√5+1)
= = 2
(√5−1)(√5+1) (√5) −12
4(√5+1) 4(√5+1)
= =
5−1 4
= √5 + 1

Observação: Usamos (𝑎 + 𝑏)(𝑎 − 𝑏) = 𝑎 2 − 𝑏2 , e neste caso nos temos:


(𝑎 − 𝑏) = (√5 − 1) → 𝑎 = √5 e 𝑏 = 1 e, o conjugado será (𝑎 + 𝑏) = (√5 + 1)

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25 Ensino da Matemática – 9ª Classe
2. Racionaliza:

Duração: 90 minutos

Tema 1: Aprofundamento de Estudo dos Números e Operações


Subtema A.1: Números Reais
Assunto: Intervalos de Números Reais.
Intervalos limitados

Os conjuntos numéricos podem ser representados de diversas maneira s, e uma das mais importantes para a
matemática é a representação por intervalos. Ela é capaz de mostrar em que ponto um conjunto começa e
termina, ou seja, seu menor e maior elemento; essa representação também pode indicar os números que não
pertencem a esse conjunto, caso existam. Toda essa representação é feita por símbolos.

Nota: Os intervalos reais são subconjuntos dos números reais. Como entre dois números distintos quaisquer
há infinitos números reais, e que a cada um desses números podemos chamamos de 𝑥, seria impossível listar
todos os elementos destes subconjuntos. Em outras palavras podemos dizer que, Intervalos numéricos é o
espaço compreendido entre dois extremos a e b, sendo 𝒂 < 𝑏, e a extremo inferior e b extremo superior. Os
extremos podem ser limitados ou ilimitados, ou seja, podem ser números reais como tambem podem ser −∞
e +∞.

Ex.: Dado o conjunto A= {1; 2} verifica-se que não é possível escrever em extensão todos os números reais
compreendidos entre eles. Para esta situação, a representação desse conjunto deve ser feita por intervalo de
números reais ou simplesmente intervalos reais. Neste caso, 1 é o extremo inferior e 2 o extremo superior.

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26 Ensino da Matemática – 9ª Classe
Os intervalos podem ser definidos de três formas distintas: por notação, compreensão ou descrição e
geométrica e, em cada uma dessas formas eles podem ser: abertos, fechados, abertos a esquerda, aberto a
direita, semi – fechados ou semi – abertos.

 Intervalo limitado
Os intervalos limitados são aqueles que têm extremos inferiores a e extremo superiores b. Eles podem ser
abertos, fechados, abertos a esquerda ou aberto a direita e são representados da seguinte forma:
1. Analítica
Para representar os intervalos limitados na forma analítica usamos a seguinte notação:
a) ]𝑎; 𝑏[ ; Intervalo aberto. Engloba todos os elementos entre a e b , sendo que a e b não
fazem parte do intervalo.
b) [𝑎; 𝑏] ; Intervalo fechado. Engloba todos os elementos entre a e b , incluindo a e b.
c) [𝑎; 𝑏[ ; Intervalo fechado a esquerda. Engloba todos os elementos incluindo a e excluindo b.
d) ]𝑎; 𝑏] ; Intervalo fechado a direita. Engloba todos os elementos incluindo b e excluindo a.

2. Por descrição ou compreensão


Para representar os intervalos limitados na forma de condição, usamos a seguinte notação:
a) {𝑥 ∈ 𝐼𝑅: 𝑎 < 𝑥 < 𝑏} Intervalo aberto.
b) {𝑥 ∈ 𝐼𝑅: 𝑎 ≤ 𝑥 ≤ 𝑏} Intervalo fechado.
c) {𝑥 ∈ 𝐼𝑅: 𝑎 ≤ 𝑥 < 𝑏} Intervalo fechado a esquerda
d) {𝑥 ∈ 𝐼𝑅: 𝑎 < 𝑥 ≤ 𝑏} Intervalo fechado a direita.

3. Forma geométrica ou recta real


A representação geométrica de um intervalo é importante pois podemos observar o comportamento
dos intervalos, facilitando a sua classificação e as suas possíveis operações.
Para representar os intervalos limitados geometricamente, usamos a seguinte notação:
a)
a b Intervalo fechado.
b)
a b Intervalo aberto.
c)
a b Intervalo fechado a esquerda.
d)
a b Intervalo fechado a direita.

Observação:
Repare que para representar os intervalos em cada uma das formas usamos alguns símbolos;

 Na forma analítica usamos os parênteses rectos [ . ]; ]. [; [. [; ] . ].


 Na forma de condição ou compreensão usamos os sinais de comparação ≤; <; >; ≥.
 Na recta numérica usamos bolinhas vazias e cheias

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27 Ensino da Matemática – 9ª Classe
Exercícios

1. Dado o seguinte conjunto A= {𝑥 ∈ 𝑅: 2 ≤ 𝑥 ≤ 5}, representa na forma:


a) Em que forma está representado?
b) Escreve-o em outras formas.

2. Dado o seguinte intervalo, representa:

-∞ -1 3 +∞
a) Por notação.
b) Em compreensão.

3. Representa os seguintes conjuntos por notação:


a) Q = {x ∈ R: 3 ≤ x < 4 }
b) D = {x ∈ R: 4 < x < 6}

Duração: 90 minutos

Tema 1: Aprofundamento de Estudo dos Números e Operações


Subtema A.1: Números Reais
Assunto: Intervalos de Números Reais.
Intervalos ilimitados.

Intervalo ilimitado ou infinito


Os intervalos ilimitados são aqueles em que apenas se conhece um dos extremos; isto é, extremo superior ou
inferior. Neste caso o extremo desconhecido é representado pelo símbolo de infinito ∞.

 −∞: menos infinito (extremo desconhecido inferior).


 +∞: mais infinito (extremo desconhecido superior).

Obs: os extremos desconhecidos −∞ e +∞ serão sempre representados em intervalos abertos.


Diferentes dos intervalos limitados, os intervalos ilimitados nunca são fechados, eles serão sempre, semi –
fechados ou semi – abertos. E, são representados também nas três formas estudadas anteriormente:
1. Analítica
Para representar os intervalos ilimitados na forma analítica usamos a seguinte notação:
a) [𝑎; +∞[ Intervalo semi - fechado; a parte do intervalo.
b) ]−∞; 𝑏] Intervalo semi - fechado; b parte do intervalo.
c) ]𝑎; +∞[ Intervalo semi - aberto. a não faz parte do intervalo.
d) ]−∞; 𝑏[ Intervalo semi - aberto. b não faz parte do intervalo.

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28 Ensino da Matemática – 9ª Classe
2. Por descrição ou compreensão
Para representar os intervalos na forma de condição usamos a seguinte notação:
a) {𝑥 ∈ 𝐼𝑅: 𝑥 ≥ 𝑎} Intervalo semi - fechado.
b) {𝑥 ∈ 𝐼𝑅: 𝑥 ≤ 𝑏} Intervalo semi - fechado.
c) {𝑥 ∈ 𝐼𝑅: 𝑥 > 𝑎} Intervalo semi – aberto.
d) {𝑥 ∈ 𝐼𝑅: 𝑥 < 𝑏} Intervalo semi – aberto.

3. Na recta real
Para representar os intervalos limitados na recta real, usamos a seguinte notação:
a)
a +∞ Intervalo semi - fechado.
b)
-∞ b Intervalo semi - fechado.
c)
a +∞ Intervalo semi – aberto.
d)
-∞ b Intervalo semi – aberto.

Exemplo:

1. Dado o seguinte conjunto: 𝑇 = {𝑥 ∈ 𝑅: −1 < 𝑥} representa:


a) Por notação: ] − ∞; −1[
b) Por condição: {−1 < 𝑥}
c) Graficamente:
-∞ -1 +∞

Exercício propostos

1. Dado conjunto 𝑀 = {𝑥 ∈ 𝑅: 𝑥 > 1} representa:


a) Em forma analítica ou notação
b) Em graficamente
2. Dado o gráfico: representa
a) Em forma analítica -∞ 3 +∞
b) Em condição
3. Dada a condição, {𝑥 ≤ −5}, representa:
a) Na forma analítica;
b) Em gráfico;
4. Dados os seguintes intervalos:𝑅 =] 7; +∞ [ ; 𝑃 =]2; 5[ ; 𝑀 = [3; 6[ Representa:
a) Em compreensão;
b) Em gráfico.

Duração: 90 minutos

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29 Ensino da Matemática – 9ª Classe
Tema 1: Aprofundamento de Estudo dos Números e Operações
Subtema A.1: Números Reais
Assunto: Disjunção de Condições e Reunião de Conjuntos

Disjunção de condições
A disjunção de duas condições é uma nova condição. Para que um elemento a verifique, basta que verifique
uma delas. A disjunção de duas condições corresponde a reunião dos respectivos conjuntos e, é representado
por: a v b, que lê-se a ou b.

Obs: A uma condição corresponde um conjunto


 a A
 b B
 avb A∪B

Exemplo:
1. Resolve as seguintes condições em IR:
a) 𝑥 ≥ 2 v 𝑥 ≤ 2

𝑥 = ]−∞; +∞[ = 𝐼𝑅

Nota: Reunião de intervalos (∪) é o conjunto formado pelos elementos que pertencem pelo menos a um
destes intervalos. Graficamente podemos notar a união é dada pela parte toda pintada.

Observação: Para determinar a união entre dois intervalos reais, devemos recorrer a representação gráfica para
facilitar a sua resolução. Ex.: 1. Considere os intervalos: 𝐴 = ]−∞; 2] e 𝐶 = [2; +∞[ .

Mais uma vez vamos começar por fazer a representação gráfica de A e C:

Neste caso verificamos que, unindo os elementos de A com os de C obtemos todos os elementos de IR.

𝐴 ∪ 𝐶 = ]−∞; +∞[ = 𝐼𝑅

Exercícios

1. Resolve as seguintes condições em IR:


a) 𝑥 ≤ 5 v 𝑥 < 6
2. Dados os seguintes intervalos: M =] − 1; 0[ e A = [2; 3]
a) Determina: M ∪ A

Duração: 90 minutos

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30 Ensino da Matemática – 9ª Classe
Tema 1: Aprofundamento de Estudo dos Números e Operações
Subtema A.1: Números Reais
Assunto: Conjunção de Condições e Intersecção de Conjuntos

Conjunção de condições

A conjunção de duas condições é uma nova condição. Para que um elemento a verifique, tem que verificar
simultâneamente as duas condições. A conjunção de duas condições corresponde a intersecção dos
respectivos conjuntos e, é representado por: a b , que lê-se a e b.
 a A
 b B
 a b A∩ B

Exemplo:
1. Resolve as seguintes condições em IR:
a) 𝑥 ≥ 2 𝑥 ≤ 2

𝑥 = ]−1; 2]

Nota: Intersecção de intervalos (∩) é o conjunto formado pelos elementos comuns aos dois intervalos.
Graficamente podemos notar que a parte que é pintada duas vezes, será a intersecção.
Ex.:

𝐶∩𝐷=∅

Exercícios

1. Dados os seguintes intervalos: H =] − ∞; 2] e I =] − 1; +∞[. Representa graficamente e


determina: H ∩ I e H ∪ I
2. Dados os seguintes intervalos: M =] − 1; 0[ e A = [2; 3]
b) Determina: M ∩ A e M ∪ A
3. Dados os intervalos: J =] − ∞; 3[ e L =] − ∞; 7]
a) Determina: j ∩ L e J ∪ L

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31 Ensino da Matemática – 9ª Classe
Tema 1: Aprofundamento de Estudo dos Números e Operações
Objectivos Gerais:

 Compreender os números Reais


 Compreender os intervalos dos números reais assim como a intersecção e a reunião de intervalos
 Conhecer inequações do 1º grau a uma incógnita
 Conhecer os princípios de equivalências para a resolução das equações do 1º grau a duas incógnitas
 Conhecer os métodos de resolução do sistema de duas equações do 1º grau a duas incógnitas
 Conhecer as regras de resolução da equação do 2º grau.

PLANO TEMÁTICO DETALHADO - INEQUAÇÕES DO 1º GRAU À UMA INCÓGNITA

Unidade temática Sub - unidade temática Objectivos específicos Conteúdos Competências básicas Carga
Os alunos devem ser capazes de: O aluno: horária

 Aprofundamento de  Inequações.  Definir a inequação;  Noção da inequação;  Aplica os conhecimentos 4 Aulas


estudo dos números  Resolver as inequações.  Métodos de resolução das sobre inequações na resolução
e operações. Inequações de problemas matemáticos e
da vida de forma independente
e colectiva.

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Ensino da Matemática – 9ª Classe
32
Tema 1: Aprofundamento de Estudo dos Números e Operações
Subtema 1.2: Inequações
Assunto: Noção da inequação
Métodos de resolução das Inequações.

Definição: Chama-se Inequação do 1º grau a uma incógnita a uma desigualdade onde figura uma variável de
grau 1 (um), sendo o coeficiente da variável um número diferente de zero.
Uma inequação do 1º grau a uma incógnita está representada na forma: 𝑎𝑥 + 𝑏 < 𝑜𝑢 > 𝑜𝑢 ≤ 𝑜𝑢 ≥ 𝑐, 𝑎 ≠ 0

Dum modo geral, sempre que substituirmos numa equação “=” por " < 𝑂𝑈 > " obtemos uma inequação.
Nas inequações, tal como nas equações;

 A expressão antes de " < 𝑂𝑈 > "e o 1º membro (membro esquerdo).


 A outra expressão e o 2º membro (membro direito).

Resolução de inequação do 1º grau a uma incógnita.

Resolver uma inequação é procurar as suas soluções ou valores que a satisfazem.


Observa com atenção a resolução das seguintes inequações e verifica que existem algumas regras:

1. Numa Inequação pode-se passar um termo de um membro para outro (termos semelhantes). No caso
de ser negativo tem que se inverter o sinal de desigualdade. Exemplo:
a) 2𝑥 − 3 < 5
2𝑥 < 5 + 3
2𝑥 < 8
𝑥<4 𝑠 = ]−∞; −4[
Obs: O conjunto de solução deve ser representado em forma de intervalos, visto que não é possível
representa-lo em extensão.

2. Multiplicar ambos os membros da inequação por ( −1) no caso de o coeficiente da variável ser
negativo, e o símbolo da desigualdade inverte-se.
a) −3𝑥 > 9/(−1)
3𝑥 < −9
9
𝑥<−
3
𝑥 < −3 𝑠 = ]−∞; −3[

Nota: Na resolução de uma conjunção (V) ou disjunção (∆) de Inequação do 1º grau a uma incógnita, resolve-
se cada uma em separado e procede-se a intersecção (conjunção) ou reunião (disjunção) dos respectivos
conjuntos – solução.

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33 Ensino da Matemática – 9ª Classe
Ex.:
a) 4𝑥 + 1 < 6 v 7 − 𝑥 ≥ 1
4𝑥 < 6 − 1 v − 𝑥 ≥ 1 − 7
4𝑥 < 5/÷ 4 v − 𝑥 ≥ −6/(−1)
5
𝑥< v𝑥≤ 6
4

5 5
6 𝑆. 𝐶. = ] ; 6]
4 4

Exercícios Propostos

1. Resolve em R, cada uma das seguintes inequações e apresenta a solução sob a forma de intervalo:

a) a−1 <5 i)
3x
+1 ≤ 4
2
b) 2m + 1 ≤ 9 2x 2x
j) x + 7 − ≥ 9− −x
c) x − 2 ≤ 3x 3 3
1
d) 2 − x > 3 − 2x k) 2𝑥 − 1 > +𝑥
2
e) 12 ≤ 5 − 2b l) 23𝑥 +
10
≤ 17𝑥 +
28
3 3
f) 8a − 2 ≥ 20 1
m) 2x − 1 > +x
g) 3x − 2 < 7 2
1 1
h) 2(2x + 4) > 2 n) 3 (𝑥 + ) ≤ 2𝑥 +
2 2

Duração: 90 minutos

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34 Ensino da Matemática – 9ª Classe
Tema 1: Aprofundamento de Estudo dos Números e Operações
Objectivos Gerais:

 Compreender os números Reais


 Compreender os intervalos dos números reais assim como a intersecção e a reunião de intervalos
 Conhecer inequações do 1º grau a uma incógnita
 Conhecer os princípios de equivalências para a resolução das equações do 1º grau a duas incógnitas
 Conhecer os métodos de resolução do sistema de duas equações do 1º grau a duas incógnitas
 Conhecer as regras de resolução da equação do 2º grau.

PLANO TEMÁTICO DETALHADO - EQUAÇÕES DO 1º GRAU À DUAS INCÓGNITAS

Unidade temática Sub - unidade temática Objectivos específicos Conteúdos Competências básicas Carga
Os alunos devem ser capazes de: O aluno: horária

 APROFUNDAMENTO  EQUAÇÕES DO 1º  Definir a equação do 1º grau;  Introdução à equações do 1º  Traduz problemas 8 Aulas
DE ESTUDO DOS GRAU À DUAS  Resolver equações do 1º grau à grau à duas incógnitas. matemáticos sobre
NÚMEROS E INCÓGNITAS. duas incógnitas;  Métodos de Resolução de equações e sistemas de
OPERAÇÕES. equações do 1º grau à duas equações, da linguagem
 Interpretar geometricamente as
incógnitas; corrente para a linguagem
soluções de equações do 1º  Interpretação geométrica simbólica e vice-versa
grau à duas incógnitas;  Introdução ao sistema de  Aplica os conhecimentos
duas equações linear do 1º sobre inequações e sistema
grau à duas incógnitas de inequações linares na
resolução de problemas
matemáticos e da

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Ensino da Matemática – 9ª Classe
Tema 1: Aprofundamento de Estudo dos Números e Operações
Subtema 1.3: Equações do 1º grau à duas incógnitas
Assunto: Introdução à equações do 1º grau à duas incógnitas.
- Métodos de Resolução de equações do 1º grau à duas incógnitas.

Definição: Chama-se equação do 1º grau com duas variáveis a uma equação do tipo 𝒂𝒙 + 𝒃𝒚 = 𝒄 em que
a, b e c são números conhecidos , sendo a e b≠ 𝟎 com expoente ou grau um (1).

Onde: 𝑥 𝑒 𝑦 → Incógnitas
𝑎 → Coeficiente de 𝑥
𝑏 → Coeficiente de 𝑦
𝑐 →Termo Independente.

Nota: Neste tipo de equação, os valores das incógnitas x e y estão ligados através de uma relação de
dependência. Esta relação de dependência denomina-se de par ordenado (𝑥 𝑒 𝑦) da equação. Os valores de
x dependem dos valores de y e vice-versa.

Uma solução de uma equação do 1º grau com duas incógnitas é um par ordenado de números que substituídos
na equação a transformam numa igualdade numérica verdadeira. Uma inequação do 1º grau a duas incógnitas
tem infinitas soluções.

Ex.: 1. Considera a equação: 𝑦 – 3𝑥 = 6 ; Comprova se os seguintes pares ordenados (x; y), são solução
da equação: ( −1; 3); (0; 2)

Nesse caso, vamos substituir os pares ordenados 𝑥 𝑒 𝑦, e verificar se transformam a equação numa igualdade
verdadeira.

Resolução:
𝑦 – 3𝑥 = 6 𝑦 – 3𝑥 = 6
Para 𝑥 = −1 𝑒 𝑦 = 3 Para 𝑥 = 0 𝑒 𝑦 = 2
3 – 3 (−1) = 6 2 – 3.0 = 6
3+3= 6 2–0 = 6
6=6 2 ≠6

R: O par ordenado ( −1; 3) é solução da equação mas, o par ordenado (0; 2) não é solução da equação.

Resolução de equação do 1º grau a duas incógnitas

Para resolver uma equação do 1º grau a duas incógnitas, procedemos da seguinte maneira:
1. Reduzir a equação na forma 𝒂𝒙 + 𝒃𝒚 = 𝒄;
2. Atribuir valores à variável independente, seja ela 𝑥 𝑜𝑢 𝑦, e calcular o valor da variável dependente,
obtendo assim os pares de soluções pretendidos (esses valores podem ser colocados em uma tabela
para melhor compreensão).

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36 Ensino da Matemática – 9ª Classe
Exrecícios de aplicação

1. Determina dois pares de soluções da equação 𝑥 + 𝑦 = 8.

Resolução: 𝑥 + 𝑦 = 8

𝑥 𝑦 Par ordenado (𝑥; 𝑦)


1 9 (1; 9) Obs. 𝑥 é a variável independente, aqual atribuimos valores 1 e 2.
2 6 (2; 6)

Para 𝑥 = 1 Para 𝑥 = 2
𝑥 +𝑦 = 8 𝑥 +𝑦 = 8
1+𝑦 =8 2+𝑦= 8
𝑦 = 8 −1 𝑦 = 8 −2
𝑦=9 𝑦=6

2. Resolve a equação: 𝑦 + 2𝑥 = −1; em ordem a variável 𝑦.

Dica: Neste caso, y será a nossa variável independente, aqual será atribuidos valores. Dependendo da
questão, os valores atribuidos podem ser até três.

Resoluão: 𝑦 + 2𝑥 = −1

𝑦 𝑥 Par ordenado (𝑥; 𝑦)


−1 0 (0; −1)
0 −1/2 (−1/2; 0)
1 −1 (−1; 1)

Para 𝑥 = 1 Para 𝑥 = 2 Para 𝑥 = 2


𝑦 + 2𝑥 = −1 𝑦 + 2𝑥 = −1 𝑦 + 2𝑥 = −1
2𝑥 = −𝑦 − 1 2𝑥 = −𝑦 − 1 2𝑥 = −𝑦 − 1
2𝑥 = −(−1) − 1 2𝑥 = 0 − 1 2𝑥 = −1 − 1
2𝑥 = 1 − 1 2𝑥 = −1/÷ 2 2𝑥 = −2/÷ 2
1
2𝑥 = 0/÷ 2 𝑥 = −2 𝑥 = −1
𝑥=0

3. Determina três pares de soluções da equação: 3(𝑥 − 𝑦) + 2𝑦 = 4 − 2𝑦

Dica: Escrever na forma canónica em ordem a variável independente.

Resolução:
3 (𝑥 − 𝑦) + 2𝑦 = 4 − 2𝑦
3𝑥 − 3𝑦 + 2𝑦 = 4 − 2𝑦
3𝑥 − 𝑦 + 2𝑦 = 4
3𝑥 + 𝑦 = 4 considerando 𝑥 a variável independente temos:
𝑦 = −3𝑥 + 4

A partir daí, use os procedimentos anteriores.

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37 Ensino da Matemática – 9ª Classe
𝑥−𝑦
4. Dada a equação: 1 − = 𝑦 + 2. Indica duas soluçõesda equação em que 𝑦 < 0.
3
Dica: Os valores a serem atribuidos a 𝑦, devem ser menores que 0.

Resolução:
𝑥−𝑦
1− = 𝑦 + 2/.3
3
3 − (𝑥 − 𝑦) = 3𝑦 + 6
3 − 𝑥 + 𝑦 = 3𝑦 + 6
−𝑥 + 𝑦 − 3𝑦 = 6 − 3
−𝑥 − 2𝑦 = 3 considerando 𝑦 a variável independente temos:
−𝑥 = 2𝑦 + 3/. ( −1)
𝑥 = −2𝑦 − 3. A partir daqui, use os procedimentos anteriores.

Exercícios Propostos

1. O Real Madrid, clube espanhol lançou dois desafios para a turma (9ª B); o seu jogador mais
valioso CR7, marcou um livre com um remate potente e que pode ser estudado pela seguinte
equação: 2𝑥 + 𝑦 = 4.

a) O 1º desafio consiste em determinar em ordem Y, a equação dada.

b) O 2º desafio consiste em verificar qual dos pares ordenados são solução da equação:
(5; −6) ; (2; 7) ; (−4; 8) ; (0; 4) ; (−1; 2).
3
2. Considera a equação: 𝑥 + 2𝑦 = 3.
2

a) Calcula o valor de 𝑦 do par (4; 𝑦)

Dica: Basta substituir na esquação o valor de 𝑥 e encontrará o 𝑦.

Duração: 90 minutos

Tema 1: Aprofundamento de Estudo dos Números e Operações


Subtema 1.3: Equações do 1º grau à duas incógnitas
Assunto: Métodos de Resolução de equações do 1º grau à duas incógnitas.

Nota: Dispondo de dois pares ordenados de uma equação, podemos representá-los graficamente num plano
cartesiano, determinando, através da recta que os une, o conjunto das soluções dessa equação.

Para representar graficamente uma equação do 1º grau a duas incógnitas ou variáveis devemos:

1. Achar os pares ordenados. (solução)


2. Representar os pontos no plano cartesiano.
3. Unir os pontos (formar a recta)

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38 Ensino da Matemática – 9ª Classe
Exemplo:

1. Construir um gráfico da equação x + y = 4.


Inicialmente, escolhemos dois pares ordenados que solucionam essa equação.

 Atribuindo valores simultâneos:

𝑃/𝑥 = 0 e 𝑦 = 4 𝑃/𝑥 = 4 e 𝑦 = 0
x+y =4 x+y =4
0+ 4 =4 4+0 =4
4 = 4 (0; 4) 4 = 4 (4; 0)

A seguir, representamos esses pontos num plano cartesiano e unimos, encontrando assim a recta que é
chamada de recta suporte do gráfico.

Exercícios Propostos

1. Representa graficamente as seguintes equações:


a) 𝑥 + 𝑦 = 2
b) 2𝑥 − 𝑦 = 3
3 1
c) 𝑥− = 𝑦 −1
2 3
d) 9𝑥 − 6𝑦 = −4
e) 2 (𝑥 − 𝑦) = 3𝑥
2𝑥+𝑦
f) − 𝑦 = −1 + 3𝑥
2
𝑥 2
g) +3=
4 𝑦

Duração: 90 minutos

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39 Ensino da Matemática – 9ª Classe
Tema 1: Aprofundamento de Estudo dos Números e Operações
Objectivos Gerais:

 Compreender os números Reais


 Compreender os intervalos dos números reais assim como a intersecção e a reunião de intervalos
 Conhecer inequações do 1º grau a uma incógnita
 Conhecer os princípios de equivalências para a resolução das equações do 1º grau a duas incógnitas
 Conhecer os métodos de resolução do sistema de duas equações do 1º grau a duas incógnitas
 Conhecer as regras de resolução da equação do 2º grau.

PLANO TEMÁTICO DETALHADO - EQUAÇÕES DO 1º GRAU À DUAS INCÓGNITAS

Unidade temática Sub - unidade temática Objectivos específicos Conteúdos Competências básicas Carga
Os alunos devem ser capazes de: O aluno: horária
 APROFUNDAMENTO  EQUAÇÕES DO 1º  Definir sistemas de duas equações  Introdução ao sistema de duas  Traduz problemas 8 Aulas
DE ESTUDO DOS GRAU À DUAS lineares do 1º grau à duas incógnitas; equações linear do 1º grau à matemáticos sobre
NÚMEROS E INCÓGNITAS.  Reconhecer os métodos de resolução duas incógnitas equações e sistemas de
OPERAÇÕES. de equações lineares do 1º grau à duas  Métodos de Resolução; equações, da linguagem
incógnitas;  Método de substituição; corrente para a linguagem
 Resolver problemas que envolvem  Método de Comparação; simbólica e vice-versa
sistema de equações lineares do 1º  Método de redução ao coeficiente  Aplica os conhecimentos
grau à duas incógnitas. simétrico; sobre inequações e sistema
 Método gráfico; de inequações linares na
 Resolução de problemas que resolução de problemas
envolvem sistema de equações matemáticos e da vida de
linear do 1º grau à duas forma independente e
incógnitas. colectiva.

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Ensino da Matemática – 9ª Classe
Tema 1: Aprofundamento de Estudo dos Números e Operações
Subtema 1.4: Sistema de duas equações
Assunto: Introdução ao sistema de duas equações linear do 1º grau à duas incógnitas

Definição: Um sistema de duas equações do I grau a duas incógnitas é um conjunto formad o por duas
equações do I grau com duas incógnitas que se pode reduzir à forma canónica:

I a1 x + b1 y = c1
II a2 x + b2 y = c2; onde: X e Y: Incógnitas
a1 e a2 : Coeficientes de X
b1 e b2 : Coeficientes de Y
c1 e c2: Termos independentes, a, b e c são números racionais

Ex: a) I x + 2y = 0
II 3x − y = 2

Nota: Resolver um Sistema de equações do I grau significa encontrar os valores das incógnitas X e Y que
satisfaz, simultaneamente as duas equações. Um sistema pode ter ou não solução:

a) Quando não admite qualquer solução, diz-se que é um Sistema Impossível.


b) Quando admite apenas uma solução, diz-se que é um Sistema Possível e determinado.
c) Quando admite infinitas soluções, diz-se que é um Sistema Possível e indeterminado.

Resolução de Sistema de duas equações do 1º grau com duas incógnitas.

Podemos encontrar as soluções de um sistema de duas equações através da representação gráfica das duas
equações. Para tal, devemos representar no mesmo plano cartesiano as duas equações. O ponto de
intersecção das duas rectas será o conjunto de solução.

Para resolver um sistema através do método gráfico devemos:

 Representar as rectas no plano cartesiano.


 Procurar se no gráfico existem pontos comuns nas duas rectas (intersecção).

Nota:

 Se as rectas forem concorrentes, o sistema tem apenas uma solução.


 Se as rectas forem paralelas, o sistema não tem solução.
 Se as rectas coincidirem, o sistema tem infinitas soluções.

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41 Ensino da Matemática – 9ª Classe
Exemplo:

1. Resolve e classifica o sistema:

I 𝑥+𝑦 = 3 I) 𝑥 + 𝑦 = 3 II) 𝑥 − 𝑦 = 1

II 𝑥 − 𝑦 = 1
x … -1 0 1 2 … x … -1 0 1 2 …
y … 4 3 2 1 … y … -2 -1 0 1 …

C.S={0; 1}

Duração: 90 minutos

Tema 1: Aprofundamento de Estudo dos Números e Operações


Subtema 1.4: Sistema de duas equações
Assunto: Métodos de Resolução
Método de substituição

Os três principais métodos para resolução de um sistema de equações do 1º Grau a duas incógnitas são:

a) Método de Substituição;
b) Método de Comparação;
c) Método de Redução ao coeficiente cimétrico.

Cada um destes métodos tem como objectivo eliminar uma das incógnitas do sistema, de modo a transformar
o mesmo numa única equação do 1 grau com uma incógnita.

a) Método de Substituição: O método de Substituição consiste em isolar uma das variáveis em uma das
equações e substituir em outra equação, obtendo assim, uma equação do I grau com uma incógnita.

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42 Ensino da Matemática – 9ª Classe
Passos para a sua Resolução:
 Isolar X ou Y em uma das equações;
 Substituir a expressão da variável isolada na outra equação e resolver a equação resultante para
encontrar a primeira variável;
 Repetir o procedimento com a outra variável, lembrando que não podemos isolar na equação em que
foi eliminada a primeira variável;
 Verificar e escrever o conjunto solução.

Ex: a) I x + 2y = 1
II 2x − y = 2

1º Passo: 2º Passo:
Isolar x na primeira equação: Substituir o valor de x na 2º
equação e resolver a equação obtida:
I) x + 2y = 1
𝑥 = 1 − 2𝑦 II) 2x − y = 2
2(1 − 2𝑦 ) − 𝑦 = 2
2 − 4𝑦 − 𝑦 = 2
2 − 5𝑦 = 2
−5𝑦 = 2 − 2
−5𝑦 = 0/(−1)
5𝑦 = 0/: 5
𝑦=0

3º Passo: Isolar x na 2ª equação: 4º Passo: Substituir o valor de x na 2º


equação e resolver a equação obtida:
II) 2x − y = 2
−𝑦 = 2 − 2𝑥/( −1) I) x + 2y = 1
𝑦 = −2 + 2𝑥 𝑥 + 2 (−2 + 2𝑥 ) = 1
𝑥 − 4 + 4𝑥 = 1
5𝑥 = 1 + 4
5𝑥 = 5/÷ 5
𝑥=1

5º Passo: Verificação

I x + 2y = 1 I 1 + 2.0 = 1 I 1 +0 = 1 I 1=1
II 2x − y = 2 II 2.1 − 0 = 2 II 2 − 0 = 2 II 2 = 2 C.S={0; 1}

Duração: 90 minutos

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43 Ensino da Matemática – 9ª Classe
Tema 1: Aprofundamento de Estudo dos Números e Operações
Subtema 1.4: Sistema de duas equações
Assunto: Métodos de Resolução
Método de comparação.

b) Método de Comparação: Este método consiste em isolar uma mesma variável nas duas equações e
comparar os resultados, obtendo assim, uma equação do I grau com uma incógnita.

Passos para a sua Resolução:

 Isolar uma mesma variável nas duas equações.


 Comparar ambas as equações obtendo assim uma equação do I grau.
 Repetir o procedimento com a outra variável.
 Verificar e escrever o conjunto de solução.

Ex: a) I x + 2y = 1
II 2x − y = 2

1. Passo: Isolar x nas duas equações 2. Passo: Comparar x1 = x2


I) x + 2y = 1 x1 = x2
X = 1 − 2Y 2+ Y
1 − 2Y = /.2
2
2+y
II) 2x − y = 2 2(1 − 2y) = 2 ( 2 )
2X = 2 + Y 2 − 4y = 2 + y
2+Y
X= 2 −4y − y = 2 − 2
−5y = 0/.(-1)
5y = 0
0
y=
5
y=0

3. Passo: Isolar y nas duas equações. 4. Passo: Comparar y1 = y2


I) x + 2y = 1
y1 = y2
2y = 1 − x 1−x
1−x = −2 + 2x /.2
2
y= 1−x
2
2 ( 2 ) = 2(−2 + 2x)
1 − x = −4 + 4x
II) 2x − y = 2
−x − 4x = −4 − 1
−y = 2 − 2x /.(-1)
−5x = −5 /. (-1)
y = −2 + 2x
5x = 5
5
𝑥=5
𝑥=1

Duração: 45 minutos

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44 Ensino da Matemática – 9ª Classe
Tema 1: Aprofundamento de Estudo dos Números e Operações
Subtema 1.4: Sistema de duas equações
Assunto: Métodos de Resolução
Método de redução ao coeficiente simétrico.

c) Método de Redução ao coeficiente simétrico:


Este método consiste em multiplicar as duas equações por um número real conveniente escolhido de
modo que os coeficientes da incógnita a ser eliminada fiquem reduzidas a números simétricos. Em
seguida, soma-se membro a membro das equações obtendo uma equação do I grau com uma inc ógnita.

Passos para a sua Resolução:

 Tornar simétricos os coeficientes da outra variável e elimina-la.


 Fazer a verificação e escrever o conjunto de solução.

Ex: a) I x + 2y = 1
II 2x − y = 2

1º Passo: Eliminar a variável x (multiplicar as duas equações por um número real conveniente de modo que
os coeficientes de x sejam simétricos).

I x + 2y = 1/ (−2) I −2𝑥 − 4𝑦 = −2
II 2x − y = 2 II 2x – y = 2
−5𝑦 = 0/(−1)
5𝑦 = 0/÷ 5
𝑦=0

2º Passo: Eliminar a variável y (multiplicar as duas equações por um número real conveniente de modo que
os coeficientes de y sejam simétricos).

I x + 2y = 1 I 𝑥 + 2𝑦 =1
II 2x − y = 2/.2 II 4x – 2y =4
5𝑥 =5
5𝑥 =5
𝑥 =1

3º Passo: Verificação

I x + 2y = 1 I 1 + 2.0 = 1 I 1 +0 = 1 I 1=1
II 2x − y = 2 II 2.1 − 0 = 2 II 2 − 0 = 2 II 2 = 2 C.S={0; 1}

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45 Ensino da Matemática – 9ª Classe
Exercícios propostos

1. Resolve os seguintes sistemas de equações aplicando um dos três métodos estudados:

x y 1
x + y = 14 2(x − 3) + y = 2 + =
a) { d) { g) {x−23 4
y+1
6
1
x−y= 8 4x = 6 + 3y − =
5 2 2
1 1
x=4−y x − y = −5 x+ y= 6
b) { e) { h) {13 12
x + 3y = 2 x+y =7 x − y = −1
6 4
x+2 y
4x − 3y = 11 6x − y = 13 2− =
c) { f) { i) { 3 2
6x + 5y = 7 3x − y = 4 5x = 4y − 3
x = 4y y = −2x x+y= 4
d) { j) { k) {
x + 2y = 60 6x + y = 120 4x − y = 1
x − 2y = 0 y = 3x x−4= y
l) { m) { n) {
x + 3y = 100 x + y = 16 x − 2y = 2
3a
6𝑥 = 𝑦 + 5 a + 3b = b −
2
x + 4y = 2 (y − 2x + 2) + 6
o) { p) { q) { x y
𝑥 + 𝑦 + 5 = 3 (𝑥 + 5) 1−b
− 0,2 =
a + =1
2 5
5 5

Duração: 90 minutos

Tema 1: Aprofundamento de Estudo dos Números e Operações


Subtema 1.4: Sistema de duas equações
Assunto: Resolução de problemas que envolvem sistema de equações linear do 1º grau à duas incógnitas.

Definição: Problemas são noções ou interpretações lógicas que conduzem a linguagem corrente para a
linguagem matemática.
Para resolver um problema que conduz a sistema de equações do I grau a duas incógnitas, devemos
proceder da seguinte maneira:

1. Ler e interpretar o Problema;


2. Identificar as variáveis (escolher as incógnitas);
3. Formar o sistema;
4. Resolver o sistema utilizando o método ao seu critério;
5. Dar resposta ao problema.

O mais importante na resolução de um problema é saber deduzir as incógnitas para forma a equação. Assim
propõe-se a seguinte linguagem algébrica para facilitar a designação das incógnitas:

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46 Ensino da Matemática – 9ª Classe
𝐱
 Um número: X  A metade de um número:
𝟐
 Dois números: X e Y  A terça parte de um número:
𝐱
𝟑
 Um número par: 2X 𝐱
 A quarta parte de um número:
 Um número ímpar: 2X+1 𝟒
 Dois números: X e Y
 Dois números inteiros consecutivos: X e X+1
 A soma de dois números: X+Y
 Dois números pares consecutivos: 2X e 2X+2
𝟏  A diferença de dois números: X-Y
 O inverso de um número:
𝐱  O produto de dois números: XY
𝟏
 O recíproco de um número:  O quociente de dois números:
𝐱
𝐱 𝐲
 O simétrico de um número: -X  O triplo da diferença de dois números: 3(X-Y)
 A idade de José: X  O sucessor de um número: X+1
 A idade de José daqui a 4 anos: X+4  O antecessor de um número: X-1
 A idade de José a 4 anos: X-4  A idade daqui a 5 anos: X+5
 O triplo de um número: 3X  Um número excede em 2: X+2
 Uma pessoa tem x anos. Há 4 anos tinha: x-4

Exercícios propostos

1. Resolve os seguintes problemas aplicando um dos métodos estudados:


a) A soma de dois algarismos é 23 e, sua diferença é 15. Quais são esses números.
b) A soma de dois algarismos é 5 e o dobro do maior menos o triplo do menor é igual a 20. Quais
são esses algarismos.
c) A soma de dois números é 10 e o dobro dum deles é igual ao triplo do outro número aumentado
em 5. Quais são esses números.
1
d) A diferença de dois números é . O tríplo do maior menos o dobro do menor é igual a 1. Quais
6
são esses números.
e) O sucessor de um número é duas vezes o antecessor do outro número. Se a soma desses
números é 14. Quais são esses números.
f) A idade da Carla mais o triplo da idade do Domingos soma 30 anos. O dobro da idade da Carla
mais a idade do Domingos é igual a 20 anos. Que idade tem cada um deles.
g) Num cinema os adultos pagam 60 kwanzas e as crianças 40 kwanzas. Entraram 250 pesso as e
arrecadaram-se 12800 kwanzas. Quantos Adultos e crianças assistiram o filme.
h) Havia 90 espectadores em um jogo, os adultos pagam 100 Akz e as crianças 60 Akz. No total
obteve-se 8 400 Akz. Quantos adultos e quantas crianças foram ver o jogo?
i) A população de uma cidade A é três vezes maior que a população da cidade B. Somando a
população das duas cidades tem o total de 200.000 Habitantes. Qual é a população de cada
cidade?
j) Um parque de estacionamento cobra 50 Akz por moto e 100 Akz por carro. Ao final de um dia,
o caixa registou 8 000 Akz para um total de 100 veículos. Quantas motos e carros usaram o
estacionamento nesse dia?

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47 Ensino da Matemática – 9ª Classe
k) Um número excede o dobro de outro em 7 unidades. Calcular esses números sabendo que a
5
sua razão é igual a .
2
l) O maior de dois números inteiros excede o quíntuplo do outro em 8 unidades. Se dividirmos o
maior pelo menor obtemos o quociente 7 e o resto 2. Calcula esses números.
m) Há 20 anos um pai tinha a idade que o filho tem agora. Daqui a 2 anos o pai tem o dobro da
idade que o filho terá. Quais são as idades que actualmente têm o pai o e filho.
n) Um número é o quadruplo de outro e a soma dos dois é 40. Quais são os números.
o) Num pátio existem automóveis e bicicletas. O número total de rodas é 130, e o número de
bicicletas é o triplo do número de automóveis. Qual é o número de automóveis e bicicletas que
se encontram no pátio.
p) Na praceta onde mora a família Coelho, estão estacionados automóveis e motos. O número de
automóveis é o triplo do número das motas e, ao todo, há 70 rodas n a praceta. Determina
quantos automóveis e quantas motos estão estacionados na praceta.
q) No zoológico há cisnes e girafas. São 96 cabeças e 242 patas. Quantos são os cisnes? E as
girafas?
r) Um tomate e um pepino pesam juntos 140g. Para fazer o equilíbrio da ba lança é preciso colocar
5 tomates de um lado e 2 pepinos do outro. Quanto pesa um tomate? E um pepino?
s) Um estudante apanhou aranhas e joaninhas num total de 15, e as guardou numa caixa. Contou
em seguida 108 patas. Quantas aranhas e joaninhas ele apanhou? (lembre se que a aranha tem
8 patas e a joaninha 6)
t) Tenho galinhas e cabritos, num total de 39 cabeças e 104 pés. Calcule o número de aves e
cabritos.
u) Em um estacionamento há veículos de 2 e 4 rodas num total de 22 veículos e 74 rodas. Quantos
veículos têm de duas rodas e de quatro rodas nesse estacionamento?
v) Um número x é igual ao triplo do número y. Se a soma destes números é 180, quais são esses
números?
w) Um aluno ganha 3 pontos por cada exercício que acerta e perde 2 por exercícios que erra. Ao
final de 15 exercícios tinha 30 pontos. Quantas questões ele acertou?
x) Descubra quais são os dois números em que o dobro do maior somado com o triplo do menor
dá 16, e o maior deles somados com quíntuplo do menor dá 1.
y) Um pacote tem 48 balas: algumas de hortelã e as demais de laranja. Se a terça parte
correspondente ao dobro do número de balas de hortelã excede a metade do de laranjas em 4
unidades, determine o número de balas de hortelã e laranja.
z) Uma prova de múltipla escolha com 60 questões foi corrigida da seguinte forma: o aluno
ganhava 5 pontos por questão que acertava e perdia 1 ponto por questão que errava ou deixava
em branco. Se um aluno totalizou 210 pontos, qual o número de questões que ele acertou?
aa) Dividir o número 85 em duas partes, tais que a maior exceda a menor em 21 unidades.
bb) Dois números são tais que multiplicando-se o maior por 5 e o menor por 6 os produtos serão
iguais. O menor, aumentado de 1 unidade, fica igual ao maior, diminuído de 2 unidades. Quais
são estes números?

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48 Ensino da Matemática – 9ª Classe
cc) Numa gincana cultural, cada resposta correcta vale 5 pontos, mas perdem-se 3 pontos para cada
resposta errada. Em 20 perguntas, minha equipa só conseguiu 44 pontos. Quantas perguntas
ela acertou?
dd) Somando-se 8 ao numerador, uma fracção fica equivalendo a 1. Se, em vez disso, somáss emos
7 ao denominador, a fracção ficaria equivalente a 21. Qual é a fracção original?
ee) Num quintal encontram-se galinhas e coelhos, num total de 30 animais. Contando os pés
seriam, ao todo, 94. Quantos coelhos e quantas galinhas estão no quintal?
ff) Quando o professor Oliveira entrou na sala dos professores, o número de professores presentes
ficou igual ao triplo do número de professoras. Se, juntamente com o professor, entrasse
também uma professora, o número destas seria a metade do número de professores (homens).
Quantos professores (homens e mulheres) estavam na sala após a chegada do professor
Oliveira?
gg) A soma dos valores absolutos dos dois algarismos de um número é 9. Somado com 27, totaliza
outro número, representado pelos mesmos algarismos dele, mas na ordem inversa. Qual é este
número?
hh) Um colégio tem 525 alunos, entre moças e rapazes. A soma dos quocientes do número de
rapazes por 25 e do número de moças por 30 é igual a 20. Quantos são os rapazes e quantas
são as moças do colégio?
ii) José António tem o dobro da idade que António José tinha quando José António tinha a idade
que António José tem. Quando António José tiver a idade que José António tem, a soma das
idades deles será 63 anos.
a) Quantos anos têm cada um deles?

Duração: 90 minutos

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49 Ensino da Matemática – 9ª Classe
Tema 1: Aprofundamento de Estudo dos Números e Operações
Objectivos Gerais:

 Compreender os números Reais


 Compreender os intervalos dos números reais assim como a intersecção e a reunião de intervalos
 Conhecer inequações do 1º grau a uma incógnita
 Conhecer os princípios de equivalências para a resolução das equações do 1º grau a duas incógnitas
 Conhecer os métodos de resolução do sistema de duas equações do 1º grau a duas incógnitas
 Conhecer as regras de resolução da equação do 2º grau.

PLANO TEMÁTICO DETALHADO – EQUAÇÃO DO 2º GRAU

Unidade temática Sub - unidade temática Objectivos específicos Conteúdos Competências básicas Carga
Os alunos devem ser capazes de: O aluno: horária
 APROFUNDAMENTO  EQAUÇÃO DO 2º  Definir a equação do 2º grau.  Introdução à equação do 2º grau;  Resolve problemas práticos 12
DE ESTUDO DOS GRAU.  Resolver equações do 2º grau incompleta;  Resolução de equações do 2º grau; da vida que envolvem Aulas
NÚMEROS E  Resolver equação do 2º grau completa sem a  Resolução das equações do 2º grau equações quadráticas
OPERAÇÕES. incompletas e completas; apresentando o seu
fórmula resolvente;
 Fórmula resolvente da equação do 2º raciocínio de forma lógica
 Introduzir a fórmula resolvente; grau; em diferentes situações de
 Resolver equações do 2º grau usando a  Discussão da Existência de raízes da comunicação.
fórmula resolvente; equação do 2º grau;  Interpreta de forma crítica a
 Discutir a existência de raízes da equação do  Propriedade das Raízes; solução de um problema,
2º grau;  Construção da equação quadrática no contexto das equações
 Construir equações equações quadráticas dada as suas raízes; quadráticas.
 Introdução à equação biquadrática;
dada as suas raízes;
 Resolução da equação biquadrática;
 Definir equações biquadrática;  Resolução de problemas que
 Resolver equações do biquadrática; envolvem equações do 2º grau.
 Resolução de problemas que envolvem  Noção de equação biquadrada;
sistema de equações linear do 1º grau à duas  Resolução de equação biquadrada.
incógnita.
 Definir equação biquadrática;
 Resolver equações biquadráticas.

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Ensino da Matemática – 9ª Classe
Tema 1: Aprofundamento de Estudo dos Números e Operações
Subtema 1.5: Equação do 2º grau
Assunto: Noção de equação do 2º grau
* Resolução de equações do 2º grau incompletas.

Definição: Chama-se equação do 2º grau a uma incógnita, toda a equação equivalente a uma do tipo
𝒂𝒙𝟐 + 𝐛𝐱 + 𝐜 = 𝟎, com a, b e c constantes reais e a ≠ 0, onde:

 𝒂𝒙𝟐 : termo quadrático ou termo do 2º grau. (𝒂 coeficiente do termo quadrático)


 𝐛𝐱: termo linear ou termo em 𝑥. (𝑏 coeficiente do termo linear)
 𝐜: termo independente.

As equações do 2º grau podem ser Incompletas e Completas.

1. Equações Incompletas: Se o termo independente ou o termo em 𝑥 for nulo, a equação do 2º grau é


incompleta. São incompletas as equações do tipo:
a) 𝒂𝒙𝟐 + 𝐛𝐱 = 𝟎, 𝐚 ≠ 𝟎 → (ausência do termo independente)
b) 𝒂𝒙𝟐 + 𝐜 = 𝟎, 𝐚 ≠ 𝟎 → (ausência do termo linear)
c) 𝒂𝒙𝟐 = 𝟎, 𝐚 ≠ 𝟎 → (ausência dos ternos linear e independente).

2. Equações Completas: Se os termos linear e independente não são nulos. 𝒂𝒙𝟐 + 𝐛𝐱 + 𝐜 = 𝟎, 𝐚 ≠ 𝟎

Resolução de equações do 2º g rau incompleta

 Equação do tipo 𝐚𝐱 𝟐 = 𝟎 e Equação do tipo: 𝐚𝐱 𝟐 + 𝐜 = 𝟎


Para resolver esse tipo de equação, devemos eliminar o coeficiente do termo quadrático, aplicando o
princípio de equivalência da multiplicação e da adição e, em seguida aplicar a raiz quadrada para
eliminar o expoênte quadrático.

Ex.:
a) 2𝑥 2 = 0/÷ 2 b) 2𝑥 2 − 1 = 0
𝑥 2 = 0/√ 2𝑥 2 = 1
1
𝑥 = 0 Logo, S={0} 𝑥2 =
2
1
𝑥 = ±√
2
1 1
𝑥 =± S= { ± }
√2 √2

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51 Ensino da Matemática – 9ª Classe
 Equação do tipo 𝒂𝒙𝟐 + 𝒃𝒙 = 𝟎
Para resolver uma equação do tipo 𝒂𝒙𝟐 + 𝒃𝒙 = 𝟎, devemos factorizar pondo em evidência o factor
comum e, em seguida aplicar a lei do anulamento do produto. Ex.:
a) 𝑥 2 + 2𝑥 = 0 O factor que se repete é o 𝒙;
𝑥 (𝑥 + 2) = 0 Aplicando a lei do anulamento;
𝑥 = 0 v 𝑥+2 = 0
𝑥= 0−2
𝑥 = −2 C.S= {0 v − 2}

Exercícios Propostos

1. Resolva cada uma das equações:


a) 5𝑥 2 = 0 3. Escreva uma equação:
b) 2𝑥 2 − 8𝑥 = 0 a) Do 2º grau incompleta, sendo
c) 𝑥 2 − 16 = 0 nula o termo linear.
d) 3𝑥 2 + 12 = 0 b) Do 2º grau incompleta, sendo
e) 𝑥 2 = 36 nulo o termo independente
2. Quantos termos tem uma equação do
2º grau incompleta?

Duração: 90 minutos

Tema 1: Aprofundamento de Estudo dos Números e Operações


Subtema 1.5: Equação do 2º grau
Assunto: Resolução das equações do 2º grau incompletas e completas.
( Lei do anulamento do produto).

Nota: A Lei do anulamento do produto diz que um produto é nulo se e só se pelo menos um dos seus
factores é nulo. Simbolicamente, temos: 𝑎 × 𝑏 = 0 se a = 0 v b = 0 (O símbolo v, lê-se ou).
Ex.: a) (𝑥 − 4)(𝑥 + 4) = 0
𝑥−4= 0v𝑥+4 =0
𝑥 = 4 v 𝑥 = −4
Disjunção de condições e reunião de conjuntos

Dizemos que 𝑥 = −4 v 𝑥 = 4 é uma disjunção de duas condições e o conjunto-solução da disjunção das


duas condições é a reunião do comjunto-solução de cada uma delas, ou seja:
 O conjunto-solução de (𝑥 − 4) = 0 é {4};
 O conjunto-solução de (𝑥 + 4) = 0 é {−4};
 O conjunto-solução de (𝑥 − 4)(𝑥 + 4) = 0 é {4} ∪ {−4} = {−4; 4}.

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52 Ensino da Matemática – 9ª Classe
Resolução de equação do 2º grau completa pela lei do anulamento do produto
Para resolver uma equação do 2º grau completa aplicando a lei do anulamento do produto, devemos
decompor o membro esquerdo da equação 𝐚𝐱 𝟐 + 𝐛𝐱 + 𝐜, em factores e em seguida aplicar a lei para
encontrar as suas raízes.

a) 𝒙𝟐 − 𝟒𝒙 + 𝟑 = 𝟎
(𝑥 − 3)(𝑥 − 1) = 0
𝑥−3= 0 v 𝑥− 1 = 0
𝑥 = 0 +3 v 𝑥 = 0+1
𝑥1 = 3 v 𝑥2 = 1 C.S= {3 v 1}

b) 𝟐𝒙𝟐 + 𝟏𝟔𝒙 + 𝟏𝟒 = 𝟎
Neste caso, devemos eliminar primeiro o coeficiente do termo quadrático, dividindo todos os
termos da equação pelo coeficiente (a).
2𝑥 2 + 16𝑥 + 14 = 0/÷ 2
𝑥 2 + 8𝑥 + 7 = 0
(𝑥 + 7)(𝑥 + 1) = 0
𝑥+7= 0 v 𝑥+1= 0
𝑥= 0− 7 v 𝑥= 0 −1
𝑥 = −7 v 𝑥 = −1 C.S= {−7 v − 1}

Exercícios Propostos
1. Resolve as seguintes equações:
a) x 2 + 4x − 5 = 0 d) (x + 3) 2 = 0
b) x 2 − 10x + 25 = 0 e) 2x 2 − 6x − 8 = 0
c) x(x − 7) + 3 = −3 f) −x 2 + 5x − 6 = 0

Duração: 90 minutos

Tema 1: Aprofundamento de Estudo dos Números e Operações


Subtema 1.5: Equação do 2º grau
Assunto: Fórmula resolvente da equação do 2º grau
* Discussão da Existência de raízes da equação do 2º grau
* Resolução de equações do 2º grau usando a fórmula resolvente

A determinação das raízes de uma equação do 2º grau completa (𝐚𝐱 𝟐 + 𝐛𝐱 + 𝐜 = 𝟎), com 𝐚 ≠ 𝟎 pode ser
obtida através de uma fórmula que foi demonstrada por Bhaskara que foi matemático indiano. Assim essa
fórmula ficou conhecida como Bhaskara ou fórmula resolvente.
A partir do Método de completar quadrados que consiste em transforma o membro esquerdo da equação em
um trinómio quadrado perfeito, podemos demonstrar essa fórmula.

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53 Ensino da Matemática – 9ª Classe
𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0/÷ 𝑎
𝑏 𝑐
𝑥2 + 𝑥 + = 0
𝑎 2 𝑎
2
𝑏 𝑏 𝑐 𝑏 2
𝑥 + 𝑥+( ) + = 0+( )
𝑎 2𝑎 𝑎 2𝑎
2 2
𝑏 𝑏 𝑏 𝑐
𝑥2 + 𝑥 + ( ) = ( ) −
𝑎 2𝑎 2𝑎 𝑎
Trinómio quadrado perfeito
𝑏 2 𝑏2 𝑐
(𝑥 + ) = 2 −
2𝑎 4𝑎 𝑎
𝑏 2 𝑏2 − 4𝑎𝑐
(𝑥 + ) = /√
2𝑎 4𝑎2
𝑏 𝑏2 −4𝑎𝑐
𝑥+ = ±√
2𝑎 4𝑎 2
𝑏 √𝑏2−4𝑎𝑐
𝑥+ =±
2𝑎 2𝑎
𝑏 √𝑏2−4𝑎𝑐
𝑥 =− ±
2𝑎 2𝑎
−𝑏±√𝑏2−4𝑎𝑐
𝑥= Se: ∆= 𝐛𝟐 − 𝟒𝐚𝐜
2𝑎
−b±√∆
Então: x = ,
2a
sendo: ∆ Delta ou descriminante.

Discussão da Existência de raízes da equação do 2º grau

As equações do 2º grau podem ter até duas raízes reais. O número de raízes da equação irá dep ender do valor
do discriminante. O sinal do descriminante (𝐛𝟐 − 𝟒𝐚𝐜), determina a quantidade de raízes da equação.
−𝑏
 ∆=0 a equação apresenta uma raízes reais: 𝑥 =
2𝑎
 ∆> 0 a equação apresenta duas raízes reais diferentes.
−b+√∆ −b−√∆
𝑥1 = e 𝑥2 =
2a 2a
 ∆<0 a equação nao apresenta nenhuma raíz real: 𝑥: 𝑁/𝑆 𝑒𝑚 𝐼𝑅.

Ex.: 1. Quantas raízes ou soluções tem a equação: 2x 2 + 3x − 2 = 0


Neste caso devemos achar o determinante, extraíndo primeiramente os coeficientes 𝒂, 𝒃 e 𝒄.
2x 2 + 3x − 2 = 0
𝐚 = 2; 𝐛 = 3; 𝐜 = −2
∆= 𝐛𝟐 − 𝟒𝐚𝐜
∆= 32 − 4.2. (−2)
∆= 9 + 16
∆= 𝟐𝟓
∆> 0, a equação apresenta duas raízes reais diferentes

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54 Ensino da Matemática – 9ª Classe
2. Determina na equação 𝑥 2 + 4𝑥 + 𝑚 = 0, o valor de 𝒎 de modo que a equação tenha uma única
solução.
a = 1; b = 4; c = m; ∆= 0 Podemos verificar, substituindo m na equação
Como: ∆= b − 4ac
2
𝑥 2 + 4𝑥 + 4 = 0
Temos: b2 − 4ac = 0 (𝑥 + 2)(𝑥 + 2) = 0
2
4 − 4.1. 𝑚 = 0 𝑥+2=0
16 − 4𝑚 = 0 𝒙 = −𝟐
−4𝑚 = −16/. (−1)
4𝑚 = 16/÷ 4
𝑚=4

Resolução de equações do 2º grau usando a fórmula resolvente

Para resolver uma equação do 2º grau usando a fórmula resolvente devemos:


1. Extrair os coeficientes do termo quadrático e linear;
2. Achar o descriminante;
3. Encontrar ou determinar as raízes.

Exemplo: Resolve a seguinte equação usando a fórmula resolvente:


−b±√∆
a) 2x 2 + 3x − 2 = 0 x1,2 =
2a
−3±√25
𝐚 = 2; 𝐛 = 3; 𝐜 = −2 x1,2 =
2.2
𝟐 −3±5
∆= 𝐛 − 𝟒𝐚𝐜 x1,2 =
4
2 −3+5 −3−5
∆= 3 − 4.2. (−2) x1 = v x2 =
4 4
2 −8
∆= 9 + 16 x1 = v x2 =
4 4
1
∆= 25 x1 = v x2 = −2
2

𝟏
C.S= {−𝟐 v }
𝟐

Exercícios Propostos

1. Resolve as seguintes equações:


g) x 2 + 4x − 5 = 0 k) x(x − 16) + 3 = −3
h) x 2 − 6x + 3 = 0 l) (x + 3) 2 = 0
i) 9x 2 + 12x − 3 = 0 m) 2x 2 − 6x − 8 = 0
j) x 2 − 10x + 25 = 0 n) −x 2 + 5x − 6 = 0

Duração: 90 minutos

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55 Ensino da Matemática – 9ª Classe
Tema 1: Aprofundamento de Estudo d os Números e Operações
Subtema 1.5: Equação do 2º grau
Assunto: Propriedade das raízes da equação do 2º grau.
Construção da equação quadrática dada as suas raízes

Dada uma equação do 2º grau ax 2 + bx + c = 0, 𝑎 ≠ 0 com 𝑥1 𝑒 𝑥2 soluções dessa equação temos:


 Se: 𝑎 = 1
e: S a soma das raízes e P o produto das raízes;
S = x1 + x2 = −b
P = x1 . x2 = c
 Se 𝑎 > 1
𝑏
S = x1 + x2 = −
𝑎
𝑐
P = x1 . x2 =
𝑎

 Se b = −soma das raízes


c = produto das raízes , vem:

ax 2 + bx + c = 0/÷ a
𝑏 𝑐
𝑥2 + 𝑥 + = 0
𝑎 𝑎
x − Sx + P = 0 ou (𝑥 − 𝑥2 )(𝑥 − 𝑥1 ) = 0
2

Construção da equação quadrática dada as suas raízes


Através de estudos, o matemático Albert Girard definiu relações entre as equações do 2º grau e suas raízes.
Estas relações nos permitem obter a equação original a partir de suas raízes, assim como em alguns casos,
poder obter mentalmente as raízes de algumas equações.
Ex.:
1. Determina a equação do 2º grau que tem raízes 3 e − 2.
x 2 − sx + p = 0
x 2 − (x1 + x2 )x + (x1 . x2 ) = 0
x 2 − (3 − 2) x + [3. (−2)] = 0
x2 − x − 6 = 0
2. Determina o conjunto-solução da equação 2𝑥 2 − 8𝑥 + 6 = 0, usando a soma e produto.
𝑎 > 1; 𝑎 = 2; 𝑏 = −8; 𝑐 = 6
b 8 c 6
S = − = − (− ) P= =
a 2 a 2
S=4 P=3
Obs: Pense em dois números cujo produto seja 3 e a soma 4. (3 e 1)
𝑥1 = 3 e 𝑥2 = 1

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56 Ensino da Matemática – 9ª Classe
Exercícios Propostos

I. Sem resolver as equações, indica a soma e produto das suas raízes:


a) −2𝑥 2 + 10𝑥 + 12 = 0
b) 𝑥 2 = 3𝑥 + 12
c) −5𝑥 − 1 = −𝑥 2

II. Escreve uma equação do 2º grau na forma canónica, que admite como soluções 1 e − 4
a) Resolve a equação por dois métodos diferentes.

III. Determina k de modo que a equação 𝑥 2 + 6𝑥 + 𝑘 = 0;


a) Admita uma só raíz real
b) Admita as soluções −1 e − 5

IV. A soma das raizes da equação 𝑎𝑥 2 + (2 − 4𝑎 ) 𝑥 − 20 = 0 é 5 e o produto é 3.


Qual é o valor de 𝑎 + 𝑏?

Duração: 90 minutos

Tema 1: Aprofundamento de Estudo dos Números e Operações


Subtema 1.5: Equação do 2º grau
Assunto: Introdução à equação biquadrática
Resolução da equação biquadrática

Definição: Chama-se equação biquadrada a toda equação do 4º grau redutível a forma 𝐚𝐱 𝟒 + 𝐛𝐱 𝟐 + 𝐜 = 𝟎


que pode ser convertida em uma equação do 2º grau onde a ≠ 𝟎 e a, b e c números reais, sendo;
𝐚𝐱 𝟒 Termo biquadrático (𝒂 coeficiente do termo biquadrático)
𝐛𝐱 𝟐 Termo quadrático (𝑏 coeficiente do termo quadrático)
𝐜 Termo independente.
Observação:

 Toda equação biquadrada o expoente da variável é sempre par.


Ex.: a) x 4 − 4x 2 + 3 = 0
b) 2x 4 − 2x 2 = 0
 As equações como;
a) x 4 + 2x 3 + x 2 = 0
b) 2x 4 + x + 2 = 0
c) −3x 4 + 2x 2 − x = 0, Não são equações biquadradas, possuem expoentes ímpares.

Obs: Uma equação biquadrada pode ter até quatro soluções.

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57 Ensino da Matemática – 9ª Classe
Resolução de uma equação biquadrada

Para resolver uma equação biquadrada usamos o método de mudança da v ariável que consiste em trocar a
variável x por uma outra letra qualquer, conforme os passos a seguir:

1. Transformar o expoente do termo quadrático em potência de uma potência.


2. Substituir x 2 por uma variável qualquer.
3. Encontrar as raízes da equação obtida (equação do 2º grau).
4. Encontrar as raízes da equação biquadrada, substituindo as raízes da equação quadrada na expressão
x 2 = y.
5. Verificar e escrever o conjunto solução.

Exemplo: 1. Resolve a seguinte equação biquadrada 𝐱 𝟒 − 𝟏𝟎𝐱 𝟐 + 𝟗 = 𝟎


−b±√∆
a) 𝐱 𝟒 − 𝟏𝟎𝐱 𝟐 + 𝟗 = 𝟎 y1,2 =
2a
−(−10)±√64
(x 2 ) 2 − 10x 2 + 9 = 0 y1,2 =
2.1
10±8
Fazendo: x = y2
y1,2 =
2
10+8 10−8
Temos: y − 10y + 9 = 0
2
y1 = v y2 =
2 2
18 2
a = 1; b = −10; c = 9 y1 = v y2 =
2 2
∆= b2 − 4ac 𝐲𝟏 = 𝟗 v 𝐲𝟐 = 𝟏
∆= (−10) 2 − 4.1.9
∆= 100 − 36
∆= 64

Voltando: x 2 = y
P/y = 9 P/y = 1
x 2 = 9/√ x 2 = 1/√
x = ±3 x = ±1 C.S = {−𝟑, −𝟏, 𝟏, 𝟑}

Podemos também resolver uma equação biquadrática utilizando os métodos anteriores utilizados na
resolução de equações do 2º grau.

 Pela lei do anulamento do produto temos:


a) x 4 + 4x 2 + 3 = 0
( 𝑥 2 + 3)(𝑥 2 + 1) = 0
𝑥2 − 3 = 0 v 𝑥2 − 1 = 0
𝑥 2 = 3/√ v 𝑥 2 = 1/√
𝑥 = ±√3 v 𝑥 = ±1 C.S= {±√3 v ± 1}

b) Pela fórmula resolvente temos:


a) 𝐱 𝟒 − 𝟏𝟎𝐱 𝟐 + 𝟗 = 𝟎
a = 1 b = −10 c = 9
∆= b2 − 4ac
∆= (−10)2 − 4.1.9
∆= 100 − 36
∆= 64

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58 Ensino da Matemática – 9ª Classe
−b±√∆
x 2 1,2 =
2a
−(−10)±√64
x2 1,2 =
2.1
10±8
x2 1,2 = 2
10+8 10−8
x2 1 = v x2 2 =
2 2
18 2
2
x 1= v x2 2 =
2 2
x 2 1 = 9/√ v
2 = 1/√ x2
x1 = ±3 v x2 = ±1 C.S= {±3 v ± 1}

Exercícios propostos

1. Encontre as soluções das seguintes equações usando um dos métodos estudados:

a) x 4 − 8x 2 + 16 = 0 d) x 4 + x 2 − 90 = 0
b) 5x 4 + 25x 2 = 0 e) x 4 + x 2 = 12
c) x 4 + 4x 2 + 3 = 0 f) x 4 − 15 = 2x 2
g) 3x 4 + 10x 2 = x 2 − 9 + 2x 4

2. Resolver problemas que conduzem a equação do 2º grau:


a) O quadrado de um número mais o seu triplo é igual a quarenta. Qual é esse número.
b) A soma do quadrado de um número com o próprio número é 30. Qual é o número
c) Calcule um número inteiro tal que três vezes o quadrado desse número menos o dobro desse
mesmo número seja igual a quarenta.
d) O triplo do quadrado do nº de filho do Sr H é igual a 63 menos doze vezes o nº de seus
filhos. Quantos filhos têm o Sr H.
e) Ajude a Delma, estudante a calcular um número, tal que duas vezes o seu quadrado, menos
esse mesmo número seja igual a unidade (um).

Duração: 90 minutos

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59 Ensino da Matemática – 9ª Classe
Tema 2: Proporcionalidade Inversa. Representações Gráficas
Objectivo Geral:
 Conhecer a proporcionalidade inversa
 Compreender a constante de proporcionalidade inversa
 Analisar gráficos da função de proporcionalidade inversa
 Compreender problemas que envolvem situações de proporcionalidade inversa.

PLANO TEMÁTICO DETALHADO - PROPORCIONALIDADE INVERSA.REPRESENTAÇÕES GRÁFICAS

Unidade temática Sub - unidade temática Objectivos específicos Conteúdos Competências básicas Carga
Os alunos devem ser capazes de: O aluno: horária
 PROPORCIONALIDADE  PROPORCIONALIDADE  Definir a proporcionalidade inversa;  Introdução;  Resolve problemas 8 Aulas
INVERSA. INVERSA.  Reconhecer a constante de  Constante de práticos da vida que
REPRESENTAÇÕES  REPRESENTAÇÕES proporcionalidade inversa; proporcionalidade envolvem
GRÁFICAS. Inversa; proporcionalidade
GRÁFICAS.  Aplicar a constante da proporcionalidade
 Tabelas e gráficos; inversa apresentando o
inversa na resolução de situações do dia  A proporcionalidade seu raciocínio de forma
a dia; Inversa como como lógica em diferentes
 Construir tabelas e gráficos de função x→k/y situações de
proporcionalidade inversa;  Análise de gráficos que comunicação.
 Reconhecer a proporcionalidade inversa traduzem situações  Interpreta de forma crítica
como função; reais da vida; a solução de um
 Resolução de problema, no contexto da
 Determinar gráficos que traduzem
problemas que proporcionalidade
situações reais da vida; traduzem situações de inversa.
 Verificar as interacções entre corpos proporcionalidade
electrizados; inversa.
Classificar diferentes materiais em bons
e maus condutores;
 Resolver problemas que traduzem
situações de proporcionalidade inversa.

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Ensino da Matemática – 9ª Classe
60
Tema 2: Proporcionalidade Inversa. Representações Gráficas
Subtema 2.1: Proporcionalidade Inversa
Assunto: Proporcionalidade inversa.
- Constante de proporcionalidade Inversa.

Nota: Em matemática, para dizer que duas variáveis são inversamente proporcionais, não é suficiente que uma
aumente enquanto a outra diminui; é também necessário que esta relação se verifique na mesma proporção.
De modo geral, duas variáveis são inversamente proporcionais se o produto de dois quaisquer valores
correspondentes as variáveis é constante e diferente de zero. A este produto dá -se o nome de Constante de
k k
proporcionalidade (𝒌): 𝑥. 𝑦 = 𝑘, sendo que x e y as varáveis inversamente proporcionais. y = ou x =
x y
Ex.:
1. Uma equipa de 5 professores gastou 12 dias para corrigir as provas de um trimestre.
Considerando a mesma proporção, quantos dias levarão 30 professores para co rrigir as provas?
Resolução:
Vamos começar por construir uma tabela e designar por 𝒙 o valor que queremos descobrir:

Professores 𝟓 𝟑𝟎
Tempo de correcção (dia) 12 𝑥

Se o número de professores aumenta, o que vai acontecer ao tempo que demora a correcção? Vai diminuir,
porque havendo mais professores vai ser necessário menos tempos para fazer o mesmo trabalho. Se uma
grandeza aumentar e a outra diminuir estamos na presença de uma proporcionalidade inversa.

Para calcular o valor de 𝒙, não podemos nos esquecer de inverter um dos termos, já que a proporcionalidade
5 12 30 12 5 𝑥
em causa é inversa. Assim teremos: = ao inverter umas das grandezas, obtemos = ou =
30 𝑥 5 𝑥 30 12

Usando a propriedade de proporção temos: 30. 𝑥 = 5 × 12


30. 𝑥 = 60/÷ 30
𝑥 = 2 R: 30 professores levarão 2 dias para corrigir as provas.

2. Considera a tabela:

𝒙 𝟏 𝟐 𝟑 12 24
𝒚 6 3 2 𝑎 0,25

a) A tabela traduz uma relação de proporcionalidade inversa? Justifica.


b) Em caso afirmativo, indica a constante de proporcionalidade.
c) Determina o valor de 𝑎.

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61 Ensino da Matemática – 9ª Classe
Resolução
a) Sim. Pois que a medida que 𝑥 vai aumentando, 𝑦 vai diminuindo na mesma proporção.
b) 𝑘 = 𝑥. 𝑦
𝑘 = 1.6 = 2.3 = 3.2 = 24.0,25 = 𝟔
c) 𝑘 = 𝑥. 𝑎
6 = 12. 𝑎/÷ 12
0,5 = 𝑎

Exercícios Propostos

1. Indica, justificando, se são verdadeiras ou falsas as afirmações:


a) As grandezas 𝑥 e 𝑦 são inversamente proporcionais sempre que: se 𝑥 aumenta 𝑦 diminui.
b) As grandezas 𝑥 e 𝑦 são inversamente proporcionais se o produto das variáveis é uma constante não
nula.
c) Existe proporcionalidade inversa entre um número e o seu inverso.
d) Existe proporcionalidade inversa entre o tempo gasto a encher uma banheira e o número de torneiras
iguais usadas para o efeito.

2. O Um relógio atrasa 5 minutos a cada 8 horas. Quanto tempo ele atrasará em 4 dias?
Dica: Converte as horas em minutos.
Duração: 90 minutos

Tema 2: Proporcionalidade Inversa. Representações Gráficas


Subtema 2.2: Representações Gráficas
Assunto: Tabelas e gráficos
A proporcionalidade Inversa como como função x→k/x
Análise de gráficos que traduzem situações reais da vida.
𝐤
Nota: A função do tipo 𝐲 = , com 𝒌 constante não nula e 𝑥 ≠ 0, é uma função de proporcionalidade
𝐱
inversa. O número 𝒌 é a constante de proporcionalidade.

O gráfico de função de proporcionalidade inversa está sobre uma linha curva, dividida em dois ramos, a que
se chama hipérbole. As curvas aproximam-se cada vez mais dos eixos, conforme 𝑘 se aproxima de zero, mas
nunca lhe chega a tocar.

O produto das coordenadas de qualquer ponto do gráfico é constante e igual a 𝐤: 𝐱. 𝐲 = 𝐤

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62 Ensino da Matemática – 9ª Classe
Aplicação:

1. Na tabela seguinte estão representados valores da variável 𝒙 e da variável 𝒚.

𝒙 𝟏 𝟐 𝟑 𝟒
𝒚 12 5 50

 Será que existe alguma regularidade que permite afirmar que 𝑥 e 𝑦 são inversamente proporcionais e
completar a tabela?

Resolução: Na tabela encontram-se dois pares de valores correspondentes. Quando 𝑥 aumenta, 𝑦 diminui.
Então será que existe uma relação de proporcionalidade inversa?

𝑘
1= 𝑘 = 12 × 1 𝑘 = 12
12
𝑘
𝑥= 12 ≠ 15
𝑦
𝑘
3= 𝑘 = 3×5 𝑘 = 15
5

R: Não. Para haver uma relaação de proporcionalidade inversa é necessário que o produto dosvalores de x e y
correspondentes seja sempre o mesmo., isto é, a constante de proporcionalidade ser a mesma. Nesta tabela
não acontece.

Não é suficiente que quando uma quantidade aumenta e outra diminui que haja uma relação de
proporcionalidade inversa entre elas.

6
2. Representa graficamente a seguinte função y =
x

6
Resolução: Para representar a função y = deve elaborar-se uma tabela auxiliar.
x

𝟔
x 𝐲=
𝐱
-3 -2
-2 -3
2 3
3 2

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63 Ensino da Matemática – 9ª Classe
3. Observe o gráfico:
a) Justifique se a função f
representada no gráfico é de
proporcionalidade inversa.
b) Indique a constante de
proporcionalidade inversa.
c) Escreve uma expressão da função
representada no gráfico.
d) Represente graficamente na figura
𝑦 = 2𝑥

Exercícios

1) Considere a tabela que relaciona duas grandezas 𝑥 e 𝑦, inversamente proporcionais.


𝑥 𝑎 1 80
𝑦 𝟏𝟎 𝟒 𝒃
a) Determine a constante de proporcionalidade.
b) Escreva a expressão algébrica da função de proporcionalidade inversa.
c) Determine os valores de 𝑎 e de 𝑏 da tabela.

2) A tabela seguinte relaciona as velocidades médias e o tempo gastos por diferentes veículos para
efectuar o mesmo percurso entre duas localidades

Velocidade média ( em km/h) 𝑣 100 75 60 50 30


Tempo gasto (em hora) 𝑡 𝟏, 𝟓 𝟐 𝟐, 𝟓 𝟑 𝟓

a) Verifique que existe proporcionalidade inversa entre as duas variáveis.


b) Qual é a constante de proporcionalidade inversa que e o que representa?
c) Escreve uma expressão que permita, para este percurso, obter velocidade média 𝑣, em função do
tempo.
d) Sabendo que um outro veículo demorou 1 hora e 15 minutos a efectuar o mesmo percurso,
determine a sua velocidade média.
e) Num referencial cartesiano, construa o gráfico com os pontos da tabela.

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64 Ensino da Matemática – 9ª Classe
3) Considera a expressão 𝑥𝑦 = 6.
a) Completa a tabela:

𝒙 𝟏 𝟐 𝟑 12 24
𝒚

b) A expressão dada traduz uma relação de proporcionalidade inversa? Justifica.


c) Em caso afirmativo, indica a constante de proporcionalidade.

4) Um pintor pretende pintar uma casa o mais rapitamente possível. Elaborou a seguinte tabela para ver a
melhor maneira de efectuar o trabalho:

Horas de trabalho por dia (h) 4 5 8 10


Dias gastos na execução do trabalho (d) 𝟓𝟎 𝟒𝟎 𝟐𝟓 𝟐𝟎

a) Qual a constante de proporcionalidade? O que significa?


b) Escreva a expressão algébrica que traduz a situação.
c) Se o pintor só trabalhasse 2 horas e meia por dia, quantos dias levaria a concluir a obra?

5) A dona Marília demora 8 meses a fazer um tabete, trabalhando 4 horas e 15 minutos por dia. Quantas
horas precisará de trabalho diariamente se tiver uma encomenda de um tapete para entregar no prazo de
5 meses?

6) Um criador tinha 400 cães para sustentar durante 60 dias. Vende um certo número de animais de modo
que o alimento já dá para mais 20 dias. Quantos animais vendeu?

Duração: 90 minutos

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Ensino da Matemática – 9ª Classe
65
Tema 3: Trigonometria do triângulo rectângulo
Objectivos Gerais:
 Conhecer as razões trigonométricas do triângulo rectângulo;
 Compreender a relação entre as razões trigonométricas;
 Conhecer a tabela de valores naturais;
 Compreender a resolução de problemas que envolvam triângulos ractângulos.

PLANO TEMÁTICO DETALHADO - INTRODUÇÃO A TRIGONOMETRIA DO TRIÂNGULO RECTÂNGULO

Unidade temática Sub - unidade temática Objectivos específicos Conteúdos Competências básicas Carga
Os alunos devem ser capazes de: O aluno: horária
 TRIGONOMETRIA  INTRODUÇÃO A  Interpretar situações que envolvam  Razões trigonométricas de  Resolve problemas 8 Aulas
DO TRIÂNGULO TRIGONOMETRIA DO o uso das relações trigonométricas; ângulo agudo: seno, práticos da vida que
RECTÂNGULO TRIÂNGULO  Calcular medidas desconhecidas cosseno e tangente; envolvem a
RECTÂNGULO utilizando as relações  Relações entre as razões trigonometria
trigonométricas de um apresentando o seu
trigonométricas; ângulo agudo; raciocínio de forma
 Identificar e usar corretamente as  Tabelas de valores naturais; lógica em diferentes
relações: seno, cosseno e tangente;  Resolução de problemas situações de
 Resolver problemas envolvendo as envolvendo triângulos comunicação.
relações trigonométricas no rectângulos.  Interpreta de forma
triângulo rectângulo. crítica a solução de um
problema, no contexto
da trigonometria.

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Ensino da Matemática – 9ª Classe
66
Tema 3: Trigonometria do triângulo rectângulo
Subtema 3.1: Introdução
Assunto: Razões trigonométricas de ângulo agudo: seno, cosseno e tangente.

Introdução

A palavra trigonometria foi criada pelo astrónomo grego Hiparco de Niceia (190 a.c – 125 a.c) e tem como origem
nos termos gregos, tri-três, gono-ângulos e metron-medida (ciência de medição de ângulos), ou seja, a
Trigonometria é a parte da geometria que se encarrega da medição dos ângulos num triângulo rectângulo.

Ela estuda as relações entre ângulos e distâncias, usando triângulos rectângulos. Processos e noções, que permite
calcular medidas desconhecidas de lados ou ângulos de triângulos, a partir das medidas de lados ou ângulos
conhecidos. É este o objetivo do seu estudo.

Actualmente, a trigonometria tem inúmeras aplicações práticas, na topografia, engenharia, arquitetura, astronomia,
navegação, etc. É utilizada em situações em que não é possível medir directamen te determinadas distancia, como
por exemplo, a largura de um rio num determinado ponto, a altura de um monumento ou uma montanha, entre
outros.

Triângulo rectângulo é qualquer triângulo que possui um ângulo recto e que, para este tipo de triângulo há vár ias
propriedades importantes. Em todo o triângulo rectângulo, os lados são chamados Hipotenusa (o maior lado) e
Catetos (lados perpendiculares).
Em função do ângulo, podemos diferenciar os nomes dos catetos:
 O cateto que fica “em frente “ao ângulo agudo que estamos a utilizar, chama-se cateto oposto (b), e o
cateto que está sobre um dos lados desse ângulo chama-se cateto adjacente (c).
 A hipotenusa (a) é o lado oposto ao ângulo recto.

Razões ou funções trigonométricas n o triângulo rectângulo


Razões trigonométricas no triângulo rectângulo, são relações que existem entre os lados e os ângulos de um
triângulo rectângulo. Assim, as razões trigonométricas são: seno, cosseno, tangente.

 Seno: Num triângulo rectângulo, o seno de um ângulo agudo (sen𝛼) é dado pelo quociente (razão)
entre o cateto oposto a esse ângulo e a hipotenusa.
C. O a
sen 𝛼 = ↔ sen𝛼 =
H c

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Ensino da Matemática – 9ª Classe
 Cosseno: Num triângulo rectângulo, o cosseno de um ângulo agudo (cos𝛼) é dado pelo quociente (razão)
entre o cateto adjacente a esse ângulo e a Hipotenusa.
C. A b
cos 𝛼 = ↔ COS𝛼 =
H c
 Tangente: Num triângulo rectângulo, a tangente de um ângulo agudo (tg𝛼) é dado pelo quociente
(razão) entre o cateto oposto e o cateto adjacente a esse ângulo.
C. O b
tg 𝛼 = ↔ tg𝛼 =
C. A c

Ex.:
1. Determina as razões trigonométricas:

C.O 1 √5 √5 C.O 2 √5 2√5


sen 𝛼 = = . = sen 𝛽 = = . =
H √5 √5 5 H √5 √5 5
C.A 2 √5 2√5 C.A 1 √5 √5
cos 𝛼 = = . = cos 𝛽 = = . =
H √5 √5 5 H √5 √5 5
C.O 1 C.O 2
tg 𝛼 = = tg 𝛽 = = =2
C.A 2 C.A 1
b)

Obs: Para encontrar as razões trigonométricas nesse triângulo, devemos antes encontrar o valor do lado
desconhecido, e para tal, devemos recorrer ao teorema de Pitágoras que diz: “ o quadrado da hipotenusa é igual
a soma dos quadrados dos catetos”. h2 = a2 + b2
C.O 3
h2 = a2 + b2 1. sen 𝜃 = = = 0,6
H 5
C.A 4
𝑥 2 = 32 + 42 2. cos 𝜃 = = = 0,8
H 5
C.O 3
2
𝑥 = 9 + 16 3. tg 𝜃 = = = 0,75
C.A 4
2
𝑥 = 25/√
𝑥=5

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Ensino da Matemática – 9ª Classe
1
3. Sabendo que sen 𝛼 = , determine o valor de 𝑥 no triângulo abaixo:
2

Solução:
Como a hipotenusa do triangulo é 𝑥 e o
lado com medida conhecida é o cateto
oposto ao ângulo 𝛼, temos:
8
sen 𝛼 =
x
1
substituindo sen 𝛼 =
2
1 8
temos: =
2 x
𝑥 = 2× 8
𝑥 = 16

Exercícios propostos

1. Determina o valor das variáveis em cada um dos triângulos abaixo:

Duração: 90 minutos

Tema 3: Trigonometria do triângulo rectângulo


Subtema 3.1: Introdução
Assunto: Relações entre as razões trigonométricas de um ângulo agudo.

A relação entre as razões trigonométricas é dada da seguinte forma:


A relação fundamental da trigonometria pode ser obtida a partir do teorema de Pit ágoras. Veja:
𝐚𝟐 = 𝐛𝟐 + 𝐜 𝟐
c
Como: sen𝜃 = , isolando c, temos: 𝑐 = 𝑎. 𝑠𝑒𝑛𝜃
a
b
cos𝜃 = , isilando b, temos: 𝑏 = 𝑎. 𝑐𝑜𝑠𝜃
a

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Ensino da Matemática – 9ª Classe
Substituindo c e b, em função de seno e cosseno, na equação do teorema de Pitágoras temos:

a2 = a2 + c 2
a2 = (𝑎. 𝑐𝑜𝑠𝜃 )2 + (𝑎. 𝑠𝑒𝑛𝜃 )2
a2 = 𝑎2 . 𝑐𝑜𝑠 2 θ + 𝑎2 . 𝑠𝑒𝑛2 θ
a2 = 𝑎2 (𝑐𝑜𝑠 2 θ + 𝑠𝑒𝑛2 θ)

Por fim: 𝒄𝒐𝒔 𝟐 𝜽 + 𝒔𝒆𝒏𝟐 𝜽 = 𝟏 Relação fundamental da trigonometria


𝒔𝒆𝒏 𝒙
Podemos ainda definir a tg x como sendo: 𝒕𝒈 𝒙 =
𝒄𝒐 𝒙

Senos, cossenos e tangentes de ângulos notáveis.

Os chamados ângulos notáveis são os que surgem com maior frequência nos estudos de razões
trigonométricas; são eles, 30°, 45° e 60°.

𝐑𝐞𝐥𝐚çõ𝐞𝐬
30° 45° 60°
𝐓𝐫𝐢𝐠𝐨𝐧𝐨𝐦é𝐭𝐫𝐢𝐜𝐚𝐬
1 √2 √3
Seno
2 2 2
√3 √2 1
Cosseno
2 2 2
Tangente √3 1 √3
3

Exemplo:
1
1. Sendo β um angulo agudo e senβ = , determine:
2

a) Encontre as demais razões trigonométricas.


1
Como senβ =
2
Temos: cos α +sen 2 α = 1
2

1 2 senβ
( ) + cos 2 β = 1 tgβ =
2 cosβ
1 1
cos 2 β = 1- tgβ = 2
1
2
1 √2
cos 2 β = /√ 1 √2
2
𝟏 tgβ = ×
2 1
𝐜𝐨𝐬𝛃 =
√𝟐 √𝟐
𝐭𝐠𝛃 =
𝟐

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70 Ensino da Matemática – 9ª Classe
2. Determina o valor de x nos triângulos abaixo:
a)

b)

Exercícios propostos

1
1. Sabendo que cos 𝛼 = , Calcula as demais razões trigonométricas (Sen, tg).
2
2. Determina x e y na figura:

Duração: 90 minutos

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71 Ensino da Matemática – 9ª Classe
Tema 3: Trigonometria do triângulo rectângulo
Subtema 3.1: Introdução
Assunto: Tabelas de valores naturais.

Tabela de valores naturais: A tabela trigonométrica ou de valores naturais, apresenta os ângulos em graus e os
valores decimais do seno, cosseno e tangente. Observe:

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Ensino da Matemática – 9ª Classe
72
Exemplo:
1. Calcule o valor de 𝒙 no triângulo abaixo:

Para calcular o valor de 𝒙 na figura acima, basta utilizar a noção de cosseno, já que as medidas que dispomos
são de um ângulo agudo de um triângulo rectângulo, do cateto adjacente a esse ângulo e da hipotenusa (é a
medida que queremos descobrir).
𝐶𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑎𝑑𝑗𝑎𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒 4
𝑐𝑜𝑠𝜃 = =
ℎ𝑖𝑝𝑜𝑡𝑒𝑛𝑢𝑠𝑎 𝑥
Como: 𝑐𝑜𝑠35° = 0,819 na tabela de valores naturais.
4
Então: 0,819 =
𝑥
0,819𝑥 = 4
4
𝑥=
0,819
𝑥 = 4,88

Exercícios ao critério do professor


Duração: 90 minutos
Tema 3: Trigonometria do triângulo rectângulo
Subtema 3.1: Introdução
Assunto: Resolução de problemas envolvendo triângulos rectângulos.
Objectivos:
 Resolver problemas envolvendo as relações trigonométricas no triângulo rectângulo.

Problema 1. Qual o comprimento da sombra de uma àrvore de 5 m de altura quando o sol está a 30° acima do
horizonte?

R: S = 8,67 metros.

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73 Ensino da Matemática – 9ª Classe
Problema 2. As alturas (em relaçºão ao nível do mar) em que estão dois pontos A e B são, respectivamente 812
m e 1020 m. Do ponto A vê-se o ponto B sob um ângulo de 30° com o plano horizontal, conforme a figura.
a) Determina a distância entre os pontos A e B.

R: A distância é de 416 metros.

Problema 3. A figura mostra a disposição das casas de três amigos: Paulo, Nelson e Fábio.
Calcule, em metros, o comprimento de fio telefónico necessário para ligar a casa da chácara de Fábio á casa da
chácara de Nelson, sabendo-se que foram gastos 800 m de fio para ligar a casa de Paulo à casa de Fábio.

R: 1 600 m

Problema 4. Um avião desloca-se percorrendo uma trajectória rectilínea formando com o solo um ângulo de
30°, depois de 1000 m;

a) Qual é a altura atingida pelo avião;

Problema 5. Uma escada faz um ângulo de 60° com o solo, a sua base encontra-se a 2 m da parede se uma
casa. Determine:

a) Cumprimento da escada;
b) Altura da parede da casa;
Duração: 90 minutos

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74 Ensino da Matemática – 9ª Classe
Tema 4: Geometria: Circunferência e Polígono, Rotações
Objectivos Gerais:
 Compreender a simetria de uma circunferência
 Compreender as relações existentes entre arcos, cordas tangente e raios de uma circunferência
 Compreender as amplitudes dos ângulos internos e externos de polígonos convexos;
 Compreender a soma das amplitudes de ângulos internos e externos de polígonos convexos
 Conhecer a área e volumes de polígonos
 Compreender a rotação de um ponto, de um segmento de recta e de um triângulo
 Compreender os sólidos geométricos.

PLANO TEMÁTICO DETALHADO - GEOMETRIA: CIRCUNFERÊNCIA E POLÍGONO, ROTAÇÕES

Unidade temática Sub - unidade temática Objectivos específicos Conteúdos Competências básicas Carga
Os alunos devem ser capazes de: O aluno: horária
 GEOMETRIA:  CIRCUNFERÊNCIA  Construir a simetria numa circunferência  Simetria numa Circunferência  Aplica regularidades e 12 Aulas
CIRCUNFERÊNCIA  Distinguir cordas, arcos e ângulos ao centro  Cordas arcos e ângulos ao centro modelos matemáticos sobre
E POLÍGONO, numa circunferência correspondente numa circunferência circunferência e polígonos na
ROTAÇÕES  Polígonos inscritos. Polígonos resolução de problemas da
 Reconhecer os polígonos inscritos e os
regulares vida real.
polígonos regulares  Somas das amplitudes dos ângulos  Usa padrões, regularidades e
 Demonstrar a soma das amplitudes dos internos de um polígono convexo; teoremas formulando
ângulos internos e externos de um polígono  Somas das amplitudes dos ângulos generalizações no contexto
convexo externo de um polígono convexo dos circunferência e
 Calcular as áreas de polígonos  Áreas de polígonos polígonos.
 ÁREAS E VOLUMES  Calcular áreas de sólidos geométricos  Áreas de sólidos  Aplica regularidades e 6 Aulas
DE SÓLIDOS  Calcular volumes de sólidos geométricos  Volumes de sólidos. modelos matemáticos sobre
 ROTAÇÕES  Reconhecer a rotação de um ponto  Rotação de um ponto circunferência e polígonos na 8 Aulas
 Rotação de um segmento de recta resolução de problemas da
 Construir a rotação de uma ponto
 Rotação de um triângulo. vida real.
 Construir a rotação de um segmento de recta
 Relacionar a construção da rotação de um
ponto e de um segmento de recta
 Construir a rotação de um triângulo.

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Ensino da Matemática – 9ª Classe
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Tema 4: Geometria: Circunferência e Polígono, R otações
Subtema 4.1 Circunferência
Assunto: Cordas, arcos e ângulos ao centro correspondente numa circunferência

Nota: Uma circunferência é formada por pontos equidistantes de um ponto ( centro).


 Raio: é a distância entre um ponto de uma circunferência e seu centro.
Dizemos que um ponto é interior a uma circunferência quando a sua distância até ao centro é menor que o
raio; o ponto é externo quando a distância entre o centro e ele é maior que o raio; e, por fim, dizemos que um
ponto pertence a uma circunferência quando sua distância até o centro é igual ao raio.
 Cordas: é um segmento de recta que une  Arcos: qualquer porção da circunferência
dois pontos da circunferência. determinada por dois dos seus pontos.
Nota: O diâmetro é toda corda que passa  Ângulos ao centro é formado por dois
pelo centro da circunferência (é a maior raios (o vértice do ângulo coincide com o
corda). O raio é a distância compreendida centro da circunferência).
entre o centro e a extremidade da
circunferência. Não é uma corda da
circunferência.

Exercícios
1. Assinale as alternativas correctas:
a) Uma circunferência é um conjunto de raios que possuem o mesmo comprimento.
b) Uma circunferência é um conjunto de pontos formados por raios.
c) Uma circunferência é um conjunto de pontos, cuja distância até um ponto C é constante.
d) A definição mais correcta para circunferência é: uma superfície redonda que não possui início nem fim.
e) O raio de uma circunferência é igual a duas vezes seu diâmetro.
f) Uma corda é um segmento de recta que liga o centro de uma circunferência a qualquer um de seus
pontos.
g) O raio de uma circunferência é uma corda que liga dois pontos quaisquer p ertencentes a ela.
h) O diâmetro de uma circunferência é uma de suas cordas.

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76 Ensino da Matemática – 9ª Classe
2. Observe a figura e responde:
3. Dos pontos indicados na figura abaixo:

Duração: 90 minutos

Tema 4: Geometria: Circunferência e Polígono, Rotações


Subtema 4.1 Circunferência
Assunto: Polígonos inscritos.
Polígonos regulares
Na geometria costumamos relacionar algumas figuras, entre elas a circunferência e os polígonos. A
propriedade seguinte pertence a essa relação:
 Qualquer polígono regular é inscritível em uma circunferência.
Nota: Polígonos inscritos são aqueles que estão no interior de uma circunferência, de modo que todos os
seus vértices são pontos dela.

Nota: Polígonos regulares são aqueles que possuem todos os lados com medidas iguais e todos os ângulos
congruentes entre si, ou seja, todos os seus lados e ângulos são iguais.

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77 Ensino da Matemática – 9ª Classe
Obs.: O nome de um polígono regular será dado de acordo com seu número de lados.
Os polígonos regulares podem ser inscritos em uma circunferência ou circunscritos a ela.
Nota: Todo polígono regular é inscritível numa circunferência, pois dado um polígono regular, existe uma única
circunferência que passa pelos seus vértices. Portanto, quando os vértices de um polígono estão sobre uma
circunferência, dizemos que:
 O polígono está inscrito na circunferência; ou
 A circunferência está circunscrita ao polígono.

Exercícios

1. Dado um polígono regular ABCDE inscrito em uma circunferência de raio r, analise as alternativas a seguir
e assinale aquele que for correcta. Justifique cada caso.
a) Podemos afirmar que exatamente quatro vértices desse polígono também pertencem a essa
circunferência.
b) O raio desse polígono também mede r e equivale a todo segmento de recta que parte do centro do
polígono e vai até a sua borda.
c) Esse polígono pode ser dividido em cinco triângulos isósceles, caso a divisão seja feita por meio de
seus raios.
d)O centro desse polígono não coincide com o centro da circunferência na qual ele está inscrito.
e) Os lados desse polígono podem assumir valores distintos.
2. Dois polígonos regulares com o mesmo número de lados estão inscritos em circun ferências distintas. Um
deles tem perímetro igual a 150 cm, e cada um de seus lados mede 25 cm. O segundo deles tem
perímetro igual a 280 cm. Quanto mede cada um de seus lados?

Duração: 90 minutos

Tema 4: Geometria: Circunferência e Polígono, Rotações


Subtema 4.1 Circunferência
Assunto: Somas das amplitudes dos ângulos internos de um polígono convexo.
Através de uma demostração simples, podemos constatar que a soma das medidas dos ângulos internos de
um triângulo equivale a 180°. O mesmo pode ser feito para os demais polígonos convexos. Sabendo que o
número de lados de um polígono, conseguimos determinar a soma das medidas de seus ângulos internos.

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78 Ensino da Matemática – 9ª Classe
A soma das amplitudes dos ângulos internos de um polígono é dada pela expressão:
𝑆 = (𝑛 − 2) . 180°, onde 𝑛 = número de lados.
Observação: Para determinar a soma das amplitudes de um polígono convexo, devemos sempre dividí-lo em
varios triângulos.

Exemplos:

1. Qual é a soma dos ângulos internos de um heptágono regular?


R: O heptágono possui 7 lados, assim:
𝑆 = (𝑛 − 2). 180°
𝑆 = (7 − 2) . 180°
𝑆 = 5.180°
𝑆 = 900°
Podemos utilizar a fórmula da soma dos ângulos internos para calcular o número de lados de qualquer
polígono, desde que a soma dos ângulos internos seja dada.

Exemplo:
1. Quantos lados possui um polígono cula soma dos ângulos internos é igual a 2340° ?
R: 𝑆 = (𝑛 − 2) . 180°
2340° = (𝑛 − 2) . 180°
2340° = 180𝑛 − 360°
2340° + 360° = 180𝑛
2700° = 180𝑛
180𝑛 = 2700° /÷ 180
𝑛 = 15

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79 Ensino da Matemática – 9ª Classe
Exercícios propostos
1. Determina a soma das medidas dos ângulos internos de um icoságono (polígono convexo com 20 lados)
2. Quantos lados possui um polígono cuja soma das medidas dos ângulos internos é igual a 1440° ?
3. Determina a soma das amplitudes dos ângulos internos de um pentágono.

Duração: 90 minutos

Tema 4: Geometria: Circunferência e Polígono, Rotações


Subtema 4.1 Circunferência
Assunto: Somas das amplitudes dos ângulos externos de um polígono convexo.

Para fazer a demostração da soma das amplitudes dos ângulos externos de qualqu er polígono convexo,
podemos partir de um caso concreto utilizando um pentágono e depois ver um caso geral, com um polígono
de n lados.

Veja que a soma do ângulo externo com o seu ângulo interno adjacente resulta em um ângulo de 180°, ou
seja, são ângulos suplementares. Se somarmos todos os ângulos suplementares de um polígono convexo com
n lados, teremos a seguinte expressão:
𝑆𝑖 + 𝑆𝑒 = 𝑛. 180°
Se: 𝑆𝑖 = (𝑛 − 2) . 180°
Então: (𝑛 − 2) . 180° + 𝑆𝑒 = 𝑛. 180°
𝑆𝑒 = 𝑛. 180° − 𝑛. 180° + 360°
𝑆𝑒 = 360°

Ou seja, para qualquer que seja o polígono convexo, a soma dos seus ângulos externos será igual a 360°.

Nota: Para calcular a medida do ângulo externo de um polígono é preciso dividir 360° pelo número de lados
da figura poligonal.
Ex.: 1. Determina a soma da medida dos ângulos externos do pentágono acima.
O pentágono tem 5 lados, ou seja, 𝑛 = 5
360°
𝑆𝑒 =
𝑛
360°
𝑆𝑒 =
5
𝑆𝑒 = 72° A soma da medida dos ângulos externos do pentágono é 72°

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80 Ensino da Matemática – 9ª Classe
Exercícios

1. Calcula a soma das medidas dos ângulos internos de um eneágono (polígono com 9 lados) regular e
determina a medida de cada ângulo externo.
𝑆𝑖 = (𝑛 − 2). 180°
𝑆𝑖 = (9 − 2). 180°
𝑆𝑖 = 7.180°
𝑆𝑖 = 1260°

Para sabermos quanto vale cada ângulo interno, dividimos a soma dos ângulos internos por 9, obtendo
140°. Para calcular o ângulo externo, basta:
𝛽 = 180° − 𝛼
𝛽 = 180° − 140°
𝛽 = 40°
2. Qual polígono regular possui a medida dos ângulos externos igual a 60°?

360°
𝑆𝑒 =
𝑛
360° 360°
𝑛= =
𝑆𝑒 60°
=6 O polígono em questão é um hexágono.

Duração: 90 minutos
Tema 4: Geometria: Circunferência e Polígono, Rotações
Subtema 4.1 Circunferência
Assunto: Àreas de polígonos.

Na geometria plana, existem diferentes tipos de polígonos e, para muitos deles, há uma fórmula matemática para
se calcular sua área.
Por exemplo:
𝑏.ℎ
 Área de um triângulo: 𝐴 = , sendo b (base), h (altura).
2
 Área de um quadrado: 𝐴 = 𝑏. ℎ
𝑏.ℎ
 Área de um hexágono regular: 𝐴 = 6. .
2
𝑳.𝒂
Existe uma fórmula que nos dá a área de qualquer polígono regular. A fórmula é a seguinte: 𝑨 = 𝒏
𝟐
Onde: n é a quantidade de lados do polígono;
L é a medida do lado desse polígono;
a é a medida do apótema, quase sempre dado.
Obs: O apótema é a medida do segmento que parte do centro do polígono e forma ânguo de 90 ° com um de
seus lados.

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Ensino da Matemática – 9ª Classe
81
Exemplo:
1. Um eneágono regular tem lado igual a 6 cm e o apótema mede 8,24 cm. Qual a medida de sua área?
n – número de lados = 9
L – medida do lado = 6 cm
a − apótema = 8,24 cm
L.a
A=n
2
6×8,24
A=9
2
54×8,24
A=
2
444,96
A=
2
A = 222,48 cm2

Exercícios ao critério do professor


Duração: 90 minutos

Tema 4: Geometria: Circunferência e Polígono, Rotações


Subtema 4.2: Áreas e Volumes de Sólidos
Assunto: Àreas e volume de sólidos geométricos.

Nota: A àrea de sólidos geométricos é uma medida encontrada por fórmulas específicas de cada sólido ou pela
soma da àrea de cada figura presente em sua planificação.
A àrea de um sólido geométrico pode ser obtida pela soma das àreas de cada uma das figuras geométricas que o
compõem. Um tetraedro, por exemplo, é uma pirâmide de base triângular. Essa pirâmide é formada por quatro
triângulos: uma base e três faces laterais. Somando as àreas de cada um desses triângulos, teremos a àrea do
tetraedro.

Tetraedro regular à direita e sua planificação à esquerda.


Nota: O volume de sólidos geométricos de modo prático é a medida da região do espaço limitada por sua superície.
O volume corresponde à “capacidade” desse sólido. Tente imaginar alguns sólidos geométricos, é possível
preenché-los com algum material, como a água? Se existe essa possibilidade, podemos realizar o cálculo do
volume para cada objecto pensado. No caso de não ser possível preencher a figura que você imaginou, é porque,
provavelmente, ela é uma figura plana bidimensional (quadrado, triângulo ou um círculo).
Para calcular a àrea e o volume de alguns sólidos geométricos, usamos as seguintes fórmulas:

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83 Ensino da Matemática – 9ª Classe
Exercícios
1. Calcula a àrea e o volume das figuras abaixo:

Exercícios propostos

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84 Ensino da Matemática – 9ª Classe
Duração: 90 minutos

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85 Ensino da Matemática – 9ª Classe
Fontes

 ABRANTES, P., SERRAzINA, L., & OLIVEIRA, I. (1999). A Matemática na educação básica. Lisboa: ME -
DEB.
 APM (1988). A renovação do currículo de Matemática. Lisboa: APM.
 APM (1998). Matemática 2001: Diagnóstico e recomendações para o ensino e aprendizagem da
Matemática.
 INIDE (s/d). (2014/ 2ª Edição). Programas de Matemática (7ª 8ª e 9ª Classes) 1.º Ciclo do Ensino
Secundário. Luanda: Editora Moderna, S. A.
 INIDE, Programa de Matemática do I Ciclo do Ensino Secundário Geral 2014
 1º ciclo do ensino secundário – reforma educativa – Maria J. Octávio, Pedro M. Neto, Wandanda João.
 Ensino Fundamental – Matemática. Área .Espaço e forma I. Título II. Série
 Apostila de Preparação Tecnológica Desenvolvida em conjunto com os professores do curso de
eletromecânica (Dezembro -2008), com base na apostila versão anterior (Maio-2008) e apostilas do
Senai-ES e apostila de preparação para concurso. Internet.
 Conceitos Básicos - Mariana Dias Júlia Justino - Novembro 2010. Internet.
 Ferramenta de ensino – Profa. Rosa García Márquez – Editado por Diogo Rangel e Ighor Opiliar Mendes.
Internet.
 Matemática pura – multiplicando a capacidade. Internet
 Mat.absolutamente.net
 http://informatica.terra.com.br/interna/0,,OI359546-EI1684,00.html
 Revisando Conjuntos Numéricos - Prof.ª: Aline Figueirêdo Nascimento. Internet.
 www.sejaetico.com.br
 Paulo Manuel de Barros Correia Professor Auxiliar do Departamento de Matemática Escola de Ciências e
Tecnologia Universidade de Évora.
 Matemática-UEL-2010-Compiladaem25deMarçode2010. Prof
 UlyssesSodré MatemáticaEssencial: http://www.mat.uel.br/matessencial/
 www.editoraferreira.com.br
 Números Reais – GláucioTerra: glaucio@ime.usp.br
 Radiciação - www.matematica.com.br - Jorge Krug
 Fundamentos de Matemática 9ª - Ismael Reis - Ed. Moderna
 InfoEscola-Navegando e Aprendendo
 Mundo Educação-Brasil

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86 Ensino da Matemática – 9ª Classe

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