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RESUMO
Neste presente artigo eu desenvolvo, cuidadosamente, à luz da hermenêutica e
____________
Um artista plástico que percebeu a arte
da
criação;
desde
então
passou
a unir,
proveitosamente,
artes
plásticas
comteologia.Inicialmentesóumamontoadodopódaterra;agora,estoucaminhandoparaocorpodeglória.
Quão amáveis são os teus Tabernáculos, SENHOR dos Exércitos! A minha alma está
desejosa, e desfalece pelos Átrios do Senhor; o meu coração e a minha carne clamam pelo
Deus vivo.
Até o pardal encontrou casa, e a andorinha ninho para si, onde ponha seus filhos,
até
mesmo nos teus Altares, Senhor dos Exércitos, Rei meu e Deus meu. Bem-aventurados os
que habitam em tua
Casa; louvar-te-ão continuamente. Bem-aventurado o homem cuja força
está em Ti,
em cujo coração estão os caminhos aplanados. Que, passando pelo vale de
Baca,
faz
dele uma fonte; a chuva também enche os
tanques. Vão indo de força em força; cada um
deles em Sião aparece perante Deus. Senhor Deus dos Exércitos, escuta a minha oração;
inclina os ouvidos, ó Deus de Jacó! Olha, ó Deus, escudo nosso, e contempla o rosto do teu
ungido. Porque vale mais um dia
nos teus Átrios do que mil. Preferiria estar à porta da Casa
do meu Deus, a habitar nas tendas dos ímpios. Porque o Senhor Deus é um sol e escudo; o
Senhor dará Graça e glória; não retirará bem algum aos que andam na
retidão. Senhor dos
Exércitos,bem-aventuradoohomemqueemTipõeasuaconfiança.
Salmos84
U
mai ntrodução………………………………………………………………………………………………..5
M
asculinoD ivino……………………………………………………………………………………………..9
E
va…………………………………………………………………………………………………………………1 2
P
eríodop atriarcal…………………………………………………………………………………………....15
Ê
xodo……………………………………………………………………………………………………………..27
L
eis………………………………………………………………………………………………………………..30
H
istórias…………………………………………………………………………………………………………5 1
E
nsinosv aliosos………………………………………………………………………………………………72
E
vangelhos……………………………………………………………………………………………………..84
A
póstoloP aulo………………………………………………………………………………………………..99
G
enealogias……………………………………………………………………………………………………1 13
A
i rrelevânciad asi deologias……………………………………………………………………………1 15
C
onsideraçõesf inais……………………………………………………………………………………….1 25
Introdução
Uma
1 das coisas que mais me chamam a atenção na Palavra de Deus é sua sutileza
ao se referir às mulheres. E não é para menos, uma vez que as mulheres são uma
representação da igreja amada; aquela por quem o Senhor Jesus morreu. Me lembro
que quando eu descobri tal relação, simplesmente me encantei, e uma luz no fim do
túnel surgiu, porque eu pude compreender claramente muitas coisas que para mim
até então não faziam nenhum sentido, por mais que eu tentasse entender. Lamento
que nos nossos dias seja tão comum acusações de machismo nas páginas bíblicas. Em
um mundo de muitas ideologias marcantes, na história passada e presente, vários são
os ataques ao que é Santo. Ele sabe como agir, quando agir e a hora de agir, mesmo
que em muitas situações não faça simplesmente nada, a não ser rir dos arrogantes:
“Do seu Trono nos céus o Senhor põe-se a rir e caçoa deles” (Sl 2:4). Me recordo da
minha infância, quando as pessoas queridas próximas a mim e até familiares eram
ofendidas e de alguma maneira eu tentava defendê-las, sabendo eu que elas podiam
fazer isso. Assim, mesmo tendo nós a plena consciência da perfeição do nosso Deus,
não nos custa defender a sua Palavra - e mesmo se custasse. Os apóstolos faziam isso!
OsP aisd ai grejaf izerami sso!O sr eformadoresv iveramp arai sso!P orq uen ãon ós?!
Parece que o sagrado feminino tem ressurgido em muitas crenças espalhadas pelo
mundo. A pós-modernidade tem surpreendido em todos os aspectos. Deusas tão
adoradas no passado como Mãe-terra, Inanna, Astarte, Afrodite, e tantas outras,
enterradas pelo tempo, regozijam-se na reinvenção e na aversão ao cristianismo. Mas
as Escrituras Sagradas trazem um significado da imagem feminina muito mais belo e
único, de modo que todas as deusas se tornam insuficientes e vãs. A Bíblia é a nossa
base existencial! Se existimos é porque a Bíblia assim o diz, se comemos, se
trabalhamos, se oramos, se nos relacionamos, se vivemos, é tudo porque a Bíblia
assim nos informa. Portanto, se ela diz que a mulher é importante na Obra da criação
et ambémd ar edenção,é p orqueé .
Muitos garantem, revoltados, que a liberdade sexual da mulher é reprimida na
Bíblia, pois ela não pode beijar e ter relações íntimas com quem preferir e no tempo
que lhe for proveitoso; ora, nem o homem pode tal coisa. Os dois devem se submeter
à autoridade da Escritura, que é a vontade de Deus para todos os homens -
homens
aqui eu me refiro à humanidade, à raça humana. O problema é que o mundo tende a
elevar o sexo sem compromisso a uma posição de liberdade e resiliência. Quem faz
sexo fora do casamento, portanto, é desenvolvido, liberto da religião e sua alienação,
é liberto do bizarro e não retrocede, é
moderno, intelectual, e modelo de alforria. No
entanto a liberdade da escravidão é e está em Cristo. Liberdade não é sobre fazer tudo
o que quer, porque isso é uma forma de prisão aos próprios sentimentos e impulsos -
muitas vezes destrutivos. Liberdade é estar debaixo da vontade de um Deus que não
deseja nem faz mal a ninguém, principalmente àqueles que o amam. Redenção só é
possível na santidade, porque a santidade se tornou possível a nós através da
personificaçãod ar edenção.
A primeira profecia bíblica toma a mulher como uma peça fundamental. Ela foi o
meio pelo qual o Messias veio ao mundo: “E porei inimizade entre ti e a mulher, e
entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o
calcanhar” (Gn 3:15). Esta passagem é conhecida como Proto-Evangelho, porque por
ela temos a base de todo o desenrolar da história bíblica a respeito de Israel e da
humanidade, em relação à condição de pecado do ser humano, à necessidade do
perdãod ivinoe d as alvação.O v ersículo1 5d e G ênesis 3 é u ma s entença à s erpente,
página6
Introdução
por ela ter induzido Eva a pecar e desobedecer ao Senhor. A semente da serpente, ou
seja, do diabo, é o próprio pecado, que por sua vez causa a morte (Rm 6:23), mas a
Semente da mulher é Cristo, o Salvador do mundo, que vence a morte (1 Co 15:55-57).
Cristo foi ferido pela serpente no calcanhar em seus sofrimentos do Getsêmani até a
Cruz, mas a serpente foi pisada na cabeça porque a morte de Cristo na Cruz
representa a nossa vitória. A mulher foi fundamental para a concretização dos planos
de Deus, porque foi por ela que o Verbo escolheu encarnar e cumprir sua missão a
favor daqueles que o amam. O homem não teve um papel direto na concepção do
Messias (Mt 1:18-20), mas a mulher, sim, teve um papel indispensável. Sem ela,
como a profecia teria se cumprido? Impossível! O Espírito Santo fez a Obra no ventre
deM aria,u mam ulherh umildeq uem oroue mN azaré.
As mulheres conhecem a redenção que veio do ventre da mulher!
Qual a maior
honra que elas poderiam ter? Os filhos são uma bênção, e Cristo é a maior Bênção
para a humanidade. As mulheres são privilegiadas por gerar vida dentro de si, e
podem se lembrar com alegria que o motivo da nossa vida eterna, conquistada por
exaustão, habitou nas entranhas de uma mulher simples, no século primeiro. Mas a
boa memória não é aquém, não ficou repetitiva com o tempo, ofuscada por um
machismo estarrecedor; antes, a memória é impregnada na mente de bilhões de
cristãos mundo afora, e se cumpre aquilo que Maria disse com segurança: “A minha
alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador;
porque atentou na baixeza de sua serva; pois eis que desde agora todas as gerações
me chamarão bem-aventurada” (Lc 1:46-48). Uma Virgem grávida! Não é espanto
demais para você? Talvez seja, se infelizmente não estiver presente em seu coração a
fé que ela teve. Ela creu que todas as gerações a chamariam de bem-aventurada, a
começar pela ciência de que o Deus que lhe concedeu tamanha honra não desprezava
en
emd esprezaa sm ulheres.
Como é gratificante termos a oportunidade de conhecer a Palavra e suas riquezas,
porque passamos a ter uma nova perspectiva, pela qual tudo fica mais bonito. A
Sagrada Escritura insiste na valorização do casamento e no cultivo desse matrimônio
padronizado por Deus, mesmo em dias de “desconstrução”, porque pelo casamento e
vínculo afetivo tantas promessas se cumpriram: “... e em ti serão benditas todas as
famílias da terra” (Gn 12:3); talvez você não tenha a exata noção do valor deste
versículo para a fé cristã, mas afirmo que é de suma importância para a veracidade do
cristianismo. Deus deixou claro para Abrão que Sarai, sua mulher, mesmo em idade
avançada e estéril, teria um filho. Imagine se antes disso o patriarca tivesse desistido
de sua mulher e pedido divórcio! Não seria possível, hoje, celebrarmos a ressurreição
do Senhor Jesus, pois Ele não teria encarnado da forma que o Pai planejou. Mas
graças a Deus tudo deu certo: “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós” (Jo 1:14).
Ora, o Messias deveria nascer da descendência de Abrão com Sarai - mais tarde
Abraão e Sara. O Verbo nasceu, e hoje a promessa se cumpriu, porque todas as
famílias da terra, do Oriente ao Ocidente, em todos os continentes e nações, são
benditas no Senhor, pois receberam as
Boas Notícias. Uma das provas que temos da
messianidade do Senhor Jesus é o verso 3 do capítulo 12 de Gênesis; e novamente,
poru mam ulher,a ntese stéril,D eusc oncluius euo bjetivo.
Se nós admitíssemos que existem linhas machistas na Bíblia, dignas da nossa
desatenção e até mesmo desprezo, a Palavra não seria de Deus, e revelaria assim o
pensamento da época em que foi gradualmente escrita, pelos diversos autores
também m achistas. A a cusação d e q ue a B íblia S agrada r eflete o p ensamento d e
página7
Introdução
homens automaticamente fere o que chamamos de inspiração divina e Doutrina da
Inerrância. Considerando que a Bíblia é mesmo um compêndio de livros especiais e
diferentes de qualquer obra na história da
humanidade - sendo assim inspirada pelo
Ser Divino -, teríamos que admitir que o Criador também é machista, e portanto
sádico; encontramos em tal
cenário o absurdo grotesco de toda a nossa existência. A
vidah umanan ãop assariad eu mas átira.Q ued esgostos eria!
É por
este motivo que é
tão importante combatermos as acusações de machismo
na Bíblia, porque nem ela e
nem o próprio Deus detém tal absurdo. E ao analisarmos
os principais textos e passagens costumeiramente mencionados pelos céticos, ou
outros religiosos que duvidam da veracidade das Escrituras e sua autoridade,
percebemos que não há nem nunca houve machismo algum refletido na Santa
Palavra, embora a época tenha sido realmente muito má, o que inevitavelmente é
tratado no conjunto de livros que, não preocupados em agradar a vontade humana a
pontod ef ingiru mm undoc ord er osas,t ratama r ealidaded osf atost aisc omos ão.
Eu espero sinceramente que você seja edificado através deste artigo, assim como
eu mesmo fui enquanto escrevia cada página. O Senhor é Bom, e todos precisam
conhecer e reconhecer a sua bondade, que é infinita e indescritível. Ele foi muito Bom
comigo quando me tirou do poço do ceticismo e me trouxe para sua Luz. Nós
precisamos ter o sentimento de resgatar almas perdidas, desencontradas não pela
razão, mas pela ilusão daquilo que erroneamente aprenderam sobre a incrível
mensagemd aE scritura.
página8
MasculinoDivino
C
omunicaçãoc onosco
1 O feminismo em sua faceta mais radical - não em sua totalidade - tem
buscado
resgatar imagens e lembranças das deusas da antiguidade em protesto contra o que
chamam de patriarcado. Acusam a Bíblia de refletir o pensamento machista dos
contextos sociais em que ela foi escrita no decorrer do tempo. Mas a verdade é que há
uma falta de compreensão sobre quem Deus É. Se não há leitura da Palavra nem
discernimento concedido pelo Espírito Santo para compreendê-la, as consequências
sãoa penasc onfusãoe d esconhecimento.
Moisés, um grande profeta e figura de extrema importância para o judaísmo e
cristianismo, cresceu na corte egípcia, e ali aprendeu sobre a cultura daquele povo,
sobre costumes, leis, rotina, e religião. Sabemos que a crença egípcia era politeísta, e
na família de deuses uma se destacava: Ísis; mulher de Osíris, mãe de Hórus. Família
real-divina, a
qual os reis e rainhas, e os príncipes, personificavam enquanto estavam
no trono e se exibiam na sala real. Após um acontecimento trágico em sua vida,
Moisés fugiu das terras egípcias para não ser morto, casou, se tornou pastor, e
conheceu o Deus dos deuses: “... ‘EU SOU O QUE SOU’. Disse mais: ‘assim dirás aos
filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós’” (Êx 3:14). Certamente aquele humilde
pastor, servo de Jetro, seu sogro, se assustou com a identidade do Senhor Criador,
porque Ele não deu um nome comum, não se apresentou da forma que talvez Moisés
esperava,a liás,e len eme speravaa quelaa presentaçãot ãop oderosa.
A Bíblia nos informa que em alguns momentos Deus “se arrependeu” (Gn 6:6; Êx
32:14), mas não significa que Ele voltou atrás em suas decisões, pois Ele não volta
(Nm 23:19; Ml 3:6; Tg 1:17). Não é que Deus tenha se arrependido do que faria em
alguma situação; em passagens como estas o Senhor está apenas se comunicando
conosco de forma compreensível a nós. Frequentemente a Bíblia usa de linguagens
humanas para se referir a
Deus, a fim de que nosso entendimento seja possível. Por
exemplo: “os olhos de Deus”; “as mãos de Deus”; “Ele anda sobre os montes”; “Ele
tem ciúmes”; entre outros. São apenas poesias e linguagens para descrever algo que
não está ao nosso alcance. Ele se relaciona conosco como se fosse um de nós, para
quep ossamose ntendê-Lod am elhorm aneira.
A Escritura ensina que Deus é
Espírito (Jo 4:24), e é verdade que ensina que Ele
também é Pai (Jo 14:8-16; Gl 4:6), e que enviou Seu Filho (Deus encarnado) para
morrer em nosso lugar (Mc 1:1; Jo 3:16; 1 Jo 4:15); porém o entendimento que temos
de um homem em suas características puras não é de forma alguma semelhante a
quem Deus É, na Pessoa do Pai e do Espírito Santo. O Senhor é tratado desta maneira
para que nos sintamos acolhidos na Paternidade divina, pela sua proteção e cuidado:
“E, porque sois filhos, Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que
clama:‘Aba,P ai’”( Gl4 :6).O sp aist errenost êmu me xcelentee xemploa s eguir.
No
que diz respeito a Cristo, o Filho de Deus, sabemos que Ele se encarnou como
Homem pelo propósito de contrastar Adão, e para se unir à sua igreja amada. Em um
ato de amor fez tudo o que tinha de fazer, por obediência ao Pai eterno: “A inda que
era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu” (Hb 5:8). Ademais, o
Senhor Jesus É desde a eternidade (Jo 1:1, 8:58). Jesus não nasceu nem teve início,
pois é o Filho eterno. Cristo, Deus Filho, é sempiterno com o Pai e o Espírito Santo, e
o mistério da Trindade refuta qualquer alegação de que o Senhor Jesus teve início
(Conf. Ap 22:13). Note que não foi a Divindade concebida no masculino por
decorrência de um patriarcado histórico; o ser humano foi criado para a Glória de
Deus,p araa dorara oC riadore r econhecers eup odere m ajestade; o h omem r eflete o
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MasculinoDivino
Senhor Jesus Cristo, e
para
isso
foi criado, e a mulher foi criada para refletir a amada
igreja (Ef 5:22-29), e o homem e a mulher criados igualmente à imagem e
semelhança de Deus (Gn 1:26-27). Definitivamente o relacionamento entre a
Divindadee o ss eresh
umanosé m uitoí ntima.
Antes de qualquer conclusão sobre o Deus apresentado na Bíblia, precisamos
examinar as razões de sua comunicação conosco e estudar sobre o conceito de sua
eternidade. Diferentemente do deísmo ou de quaisquer outras religiões e
crenças,
a
Divindadeb íblicaé p
essoale r elacional.O f ilósofoP ondé,a teu,d
izo s eguinte:
Deus, ao mesmo tempo que julga e cobra
do
homem um comportamento moral, é também
misericordioso. Porém, o que há de curioso e deve ser notado, é que Deus não precisa ter
misericórdia e nem precisa perdoar nada, pois se trata de um personagem absoluto. Ele
nunca nasceu, nunca vai morrer, não precisa de ninguém, não come, não dorme e nem se
cansa.
Portanto, é um Deus passional e que se envolve em determinados assuntos não porque
precisa, mas sim porque quer. E assim como não há a necessidade dele se envolver em
nenhum assunto da humanidade, ele assim o faz, por estar intimamente ligado a nós pela
compaixão.
Observe que tais questionamentos, como o que está sendo tratado neste capítulo,
discorrem da incompreensão sobre quem o Senhor de fato É e se apresenta. Jamais
Deus se propôs a dar satisfações de sua realidade e do modo como age, porém Ele
quis se relacionar conosco, e a forma Paterna foi, antes de todas as coisas, inclusive
doh omemt erreno,a m elhorp ossível.
O fato é que o Senhor Deus apresentado nas Escrituras é singular. Ele é imutável
(Êx 3:14; Is 48:12; Tg 1:17); é atemporal (Gn 21:33; Dt 33:27; 1 Tm 1:17); metafísico
(Jo 4:24); imanente (Gn 2:4; Sl 17:6; Jr 23:23), mas ao mesmo tempo transcendente
(Gn 1:1-2); é absoluto (Jr 10:6); independente (Dt 29:29; Ap 1:8); soberano (Dt 10:17;
Jr
32:17); entre outros milhares de atributos. O Deus bíblico reúne em Si e preenche
todas as características filosóficas e lógicas necessárias e aceitáveis para uma
Divindade que é descrita não “apenas” como Criador de todas as coisas, mas também
como Aquele que mantém tudo o que já foi
descoberto pela ciência no universo e
na
natureza (Is 42:5; At 17:25; Rm 1:19-20; Cl 1:16; Hb 1:3). Quanto ao estudo da
asseidade divina, apenas YHWH preenche os requisitos necessários, pois Ele é
descrito como um Deus fora do tempo, e não dependente e
dentro dele (Jó 36:26; Sl
90:2; Jo 8:58; 2 Pe 3:8). Todos os deuses apresentados nas outras religiões não
satisfazem as expectativas que temos sobre um Ser além da nossa realidade. Só Ele é
real (Is 45:6, 45:21, 46:9; Os 13:4). Apenas um Deus tão grandioso poderia ser o
verdadeiro, e Ele é apresentado na Bíblia. Portanto, Sua Paternidade vai além de
qualquerp equenac omparação.
____________
1. Na União Hipostática (União Mística) aprendemos que Jesus é verdadeiramente
Homem
e verdadeiramente
Deus,
ou
seja, tem em Si duas naturezas: a divina e a humana; nunca deixou de ser Homem para ser apenas Deus,
nem
deixou de ser
Deus para ser
apenas Homem. Permaneceu com as duas naturezas em toda sua vida na terra e
eternamente. O Concílio de
Calcedônia esclarece
com suficiência esta
doutrina tão
importante para
a fé cristã. A
Pessoa de Cristo é a revelação extrema do
amor
de Deus. A única
coisa
que
diferenciou
e diferencia a natureza
humana de Cristo da nossa é o Pecado Original; evidentemente o Senhor não herdou uma mancha sequer do
pecadoiniciadoemAdão.Jesusmanteveapurezaeperfeiçãoemtodosospassoseaspectos.
página11
Eva
Costela!
1 O fato da narrativa bíblica defender que a mulher surgiu da costela do homem
parece inadmissível. É até chocante e revoltante para muitas mulheres esta ideia.
Mas, como todos os assuntos na Escritura Sagrada, a respeito deste temos muitas
explicaçõess atisfatóriasn elam esma,s obretudof avoráveisà i nspiraçãos anta:
. Unidade: Deus criou a mulher a partir do
homem para que, simbolicamente, fique
claroq ueo sd oiss erãou ms ón oc asamento( Gn2 :24).
. Proteção: neste entendimento, o que o homem pode oferecer à mulher é
proteção;
não porque ela é
frágil demais e
incapaz de se proteger, mas porque voluntariamente
elaa ceitae ssap roteçãoe e le,p orc avalheirismoe o bediência,a p ropõee c umpre.
.
Tipologia: dentre tantas sombras e figuras de Cristo no AT, encontramos a primeira
mulher criada a partir do primeiro homem. Adão, assim como Cristo, ofereceu vida à
sua esposa; do lado de Adão nasceu a vida para Eva (Gn 2:21), e do lado de Jesus
surgiu a vida em água e
sangue para a igreja amada (Lv 17:11; Jo 19:34). Adão teve o
dever de cuidar de sua esposa e do jardim, mas não foi capaz (Gn 2:15,
2:18,
3),
no
entanto Cristo, o Perfeito e Segundo Adão, cuidou de sua esposa, a igreja, e preservou
ojardimp arae la( Ef5 :25-29;A p2 2:1-5).
C
riada perfeitamentep arae le
2 Àqueles
que desconhecem o contexto histórico bíblico e o hebraico, parece que a
única função da mulher é
ajudar o homem no que é preciso, e só. Mas
as coisas não
sãob ema ssim!A p rofundidaden am ensagemb íblicaé ,c omos empre,m arcante.
A princípio, nós precisamos entender no hebraico a expressão “ajudadora idônea”
(Gn 2:18-20), que não implica em inferioridade mas em complemento. “Ajudante”,
do hebraico “ezer”, que quer dizer: socorro; ajuda; concreto. “Idôneo”, do hebraico
“neged”,q ues ignifica:a dequado.
E isso não significa que a mulher não tenha seu papel, sozinha, e que está sempre
em dependência do homem para ser alguém. Esta expressão nos ensina que a mulher
é
tudo o que faltava na criação e,
em especial, na vida do
homem; ela é a finalização.
Ou seja, sem ela a criação estaria incompleta e o homem infeliz: “não é bom que o
homeme stejas ó”,d isseD eus( Gn2 :18a).E lat ems euv alor.
A reação de Adão quando avistou Eva demonstra que ele a via de forma igual, não
inferior: “...
esta é
agora osso dos meus ossos, e carne da
minha carne…” (Gn 2:23).
Diante de toda a criação que Adão tinha visto, os animais e
as plantas, ele não tinha
encontrado ainda alguém a quem pudesse se identificar e se comparar. A expressão
“esta é agora”, por vezes traduzida nas nossas Bíblias como “esta sim”, denota
surpresa e espanto do primeiro homem por ter encontrado alguém finalmente igual a
si.
Eva foi considerada ajudante adequada porque o homem não conseguiria cumprir
os propósitos de Deus sozinho. A mulher é um complemento, uma conclusão da obra,
um encerramento. Certamente se Adão por algum momento se achasse superior a
Eva, perceberíamos isso no texto, o que não é o caso. Não há espaço para machismo
aqui,p oisa m
ulheré a p
arter efinadad ac riaçãoh umana.
Por isso deixará o homem seu pai e sua mãe, e se unirá a sua mulher; e serão dois numa
carne. Grande é este mistério;
digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja. Assim também
vós, cada um em particular, ame a sua própria mulher como a si mesmo, e a mulher
reverencieomarido.Efésios5:31-33
página13
Eva
despreocupação à situação, necessariamente, mas em ter agido num momento de
fraqueza em sua fé, e de despreparo na fé, e de precipitação. Essa fraqueza causou
danos a todos. E mesmo que Abrão tenha mentido, nada nos é dito sobre Deus ter
aprovadoe c onsentidoc oms uam entira,p oisa m entiraé u m p ecado, c omo s abemos,
página16
Períodopatriarcal
baseados na Lei do próprio Deus. Não seria lógico o Senhor se contradizer. Não
somos informados que Deus
aprovou a atitude de Abrão em não assumir Sarai como
a sua mulher, pelo contrário, Deus fere a
Faraó e
sua corte por amor e compaixão a
Sarai (verso 17),
e com muito medo, compreensivamente, Faraó envergonha Abrão o
expulsando do Egito (verso 18 ao 20). Ainda que toda a narrativa reflita um erro
bruto da parte de Abrão, precisamos distinguir nas Escrituras os
textos prescritivos
dos descritivos. Em alguns
momentos Deus fala e ordena (prescritivos), e em
outros
os autores bíblicos apenas relatam atos humanos e seus pensamentos e erros
(descritivos),p ora provaçãoe p ermissãod oS enhor,p araf insi nformativos.
____________
1. Apesar de Gn 20:12 indicar que Sarai era irmã de Abrão, Gn 11:26-27 não inclui Sarai na geração de
Terá,
portanto críticos alertam para
uma contradição bíblica. Mas não é o caso. Particularmente acredito que Sarai não
era
irmã de
Abrão, e no
relato
do patriarca, no
verso
12 do capítulo 20, ele estaria apenas deixando claro que sua
esposa teria se
tornado também sua irmã por consideração de seu pai, no tempo em que seu pai a tivesse adotado
quando a própria se casou com seu filho.
Era
comum na antiguidade isso acontecer; veja
o caso de José,
que
é
descrito na genealogia de Jesus, pelo evangelista Lucas, como filho do pai
de
Maria (Lc
3:23). A interpretação
mais popular é que uma genealogia (Mateus) descreve a
descendência de
Jesus por
José, e a
outra (Lucas) por
Maria. Não me parece convincente argumentar que Sarai não foi incluída na lista de filhos de Terá em Gn 11:26-27
porque era mulher, pois em Gn 30, no verso 21, nos é informado na lista de filhos de Jacó que ele gerou Diná, uma
mulher.Alémdisso,noverso29deGn11éditoqueMilcaerafilhadeHarã;porquenão“SaraifilhadeTerá”?
página17
Períodopatriarcal
Compreendendo
nós
que
Ló conhecia as intenções dos homens sodomitas, jamais
podemos usar o pretexto da sua ignorância. E longe de qualquer justificativa deste
evento, podemos resolver o problema considerando Ló como um pecador, falho,
humano, descendente de Adão e Eva, portador da natureza adâmica. Como dito
acima, existe uma diferença entre textos descritivos e prescritivos. Note que em
momento algum Deus ordena que Ló ofereça suas filhas àqueles homens. A atitude
inconsequente partiu unicamente dele, e em nenhum lugar somos informados que o
Senhorf oic onivente- e n emd everias er,p oiso S enhoré S antoe J usto.
Ao avistar aqueles anjos vindo em sua direção, é justo presumirmos que Ló ficou
espantado com a aparição dos enviados de Deus. Sempre que lemos nas Escrituras
anjos aparecendo aos humanos, nos deparamos com os homens se espantando e
tornando-se atemorizados (Gn 18:1-3; Jz 13:6; Lc 1:11-12; Ap 19:10). O contexto é de
tensão e pavor, pois a maldade naquela cidade estava desenfreada (Gn 18:20). Ló,
pecador, falho, acostumado com a imoralidade daquele povo, em uma atitude de
desespero e descontrole, ofereceu suas filhas achando que estava fazendo a coisa
certa, pois diante dele estavam dois anjos que não poderiam ser entregues aos maus
homens. Entenda que não estou aqui justificando a atitude grotesca de Ló, mas
esclarecendo o fato de que a Bíblia narra não contos de fadas, mas a realidade dos
fatos que inclui, sim, a depravação humana em todos os aspectos - mesmo quando
muitasv ezesq ueremosa certar.
D eusr eprovoua a tituded eL ó,e t omoua sd evidasp rovidências:
“Aqueles homens (os anjos) porém estenderam as suas mãos e fizeram entrar a Ló
consigo na casa, e
fecharam a porta; e feriram de cegueira os homens (os sodomitas)
que estavam à porta da casa, desde o menor até ao maior, de maneira que se
cansaram para achar a porta. Então disseram aqueles homens (os anjos) a Ló: ‘tens
alguém mais aqui? Teu genro, e teus filhos, e
tuas filhas, e todos quantos tens nesta
cidade, tira-os fora deste lugar; porque nós vamos destruir este lugar, pois o seu
clamor tem aumentado diante da face do Senhor, e o Senhor nos enviou a
destruí-lo’.”G ênesis1 9:10-13
A atitude de Deus não foi jamais imediata, como a de Abrão, um plano b, um
improviso, pois aqueles seres foram enviados justamente para destruir a cidade,
como bem disseram os anjos a Ló no verso 13. No capítulo anterior o Senhor Deus,
em conversa com Abraão, expõe suas santas razões (Gn 18:16-33). Diante de toda
aquela destruição e juízo de Deus, é
evidente que Ló aprendeu e tomou uma ciência
aindam aisr eald aj ustiçad ivina;q uen ãot olerap ecadon emm aldade.
Possivelmente um castigo ainda mais pessoal recaiu sobre Ló, quando as suas
indignas filhas tiveram relações com ele, logo após saírem de Sodoma (Gn 19:29-36).
As filhas quiseram garantir a descendência de Ló (verso 32), e
essa situação para Ló
teria sido vergonhosa, pois além de se tratar de suas próprias filhas, a sua
descendência estaria manchada e corrompida (versos 37 e
38). O fruto do pecado de
Ló
aparentemente causou o de suas filhas, e o pecado de suas filhas causou algo ainda
mais grave. Como se vê, as Escrituras narram o pecado de Ló e suas filhas, bem como
muitos outros momentos mais espantosos, a
fim de acentuar a
depravação humana,
para que tenhamos uma noção apurada da decadência moral do homem desde a
quedad eA dãoa téa c onclusãod aO brar edentorad eC riston aC ruz.
Quando os descrentes e outros religiosos usam de passagens como esta para
contestar a pureza e a inspiração divina como origem da Bíblia, eles se utilizam da
moralo riundad ap rópriaB íblia c omo p arâmetro p ara s eus j ulgamentos. E les f azem
página18
Períodopatriarcal
juízod
ev alort endop
orb
asen
adam
aisn
adam
enosq
ueo
sp
rincípiosb
íblicos.
Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram
como
Deus,
nem
lhe
deram graças,
antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu.
Dizendo-sesábios,tornaram-seloucos.Romanos1:21-22
S
araé a
p
rotegidad
eD
eus
3 O erro grotesco de Abraão ainda ecoava
entre
toda
a
região,
pois
foi
um
erro
de
consequências, e aparentemente o patriarca ainda não havia aprendido a lição. É
verdade que ele
desenvolveu ao longo do tempo uma fé
que lhe traria o título de “pai
da
fé”,
mas tudo isso de forma bem devagar, e com auxílio da Graça incompreensível
doS enhorD eus.
Infelizmente ele
voltou a cometer os mesmos erros. Abimeleque, acreditando que
Sara era irmã de Abraão, a tomou como esposa, isto é, pretendente (Gn 20:2).
Logicamente o Senhor evitou que tal coisa acontecesse (Gn 20:3-8). Ao longo do
capítulo vemos como Deus foi complacente com Abraão, Sara e Abimeleque - que de
certaf ormaf oiv ítimad oe rrog rotescod op atriarca.
Um Deus machista - consequentemente uma Bíblia também machista - jamais
traria esse tipo de solução em benefício de uma mulher. Se vê claramente como ela
era importante para a concretização dos seus planos, com o nascimento de
Isaque; e
não apenas pelo fato de ser mulher e poder gerar, pois se fosse tão somente este o
motivo, Deus teria permitido que algo acontecesse com Sara para que Abraão não
fosse prejudicado no Egito e em Gerar, ao invés de enviar pragas e intervir. Na
verdade Deus amava Sara e queria ela para a realização de seus propósitos, Deus
amava a justiça e ama a justiça, e por isso não permitiu que a mentira prevalecesse.
No cenário de um Criador alheio às mulheres e de uma Bíblia também
desinteressada, o Senhor não teria feito tantas coisas em favor de Sara, simplesmente
teria tomado medidas mais fáceis e favoráveis apenas ao homem Abraão. A mulher
seriai ndiferenten an arrativa.M asn ãoé o c aso.E g lóriaa D eusp ori sso!
____________
2. Os
moabitas
e amonitas,
frutos
do
pecado
das
filhas
de
Ló,
foram
inimigos
de
Israel,
o povo
de
Deus,
por
um
longoperíodo(Nm22,25:1;Dt23:3;Js24:9;Jz11:18;1Rs11:5;2Rs3:5-27;Ne13:23-26).
página19
Períodopatriarcal
o menino’. E assentou-se em frente, e
levantou a
sua
voz,
e
chorou” (Gn
21:16);
mas
um anjo, mandado pelo Senhor, com tanto carinho disse: “que tens, Agar? Não
temas”. É amor! E disse ainda mais: “Deus ouviu a voz do menino”. É atenção! E
depois Agar “viu um poço de água… e
deu
de
beber ao
menino”. É providência! Por
fim:“ eraD
eusc omo m enino”.É c uidado!
Períodopatriarcal
página21
Períodopatriarcal
Senhorap oligamia
Alguns
7 homens tinham várias esposas e concubinas, como Abraão (Gn 12:5, 16:3,
25:1), Jacó (Gn 29:16-35, 30:1-26), Davi (1 Cr 3:1-9), Salomão (1 Rs 11:3), entre
outros. Eis a grande questão: por que Deus permitiu tudo isso? E por que apenas os
homens tinham várias esposas, mas as mulheres não tinham vários maridos?
Precisamos retornar ao início de tudo: “Portanto deixará o homem o seu pai e a sua
mãe,e a pegar-se-áà s uam ulher,e s erãoa mbosu mac arne.”G ênesis2 :24
Destaquei a parte “e
apegar-se-á à
sua mulher” e “ambos” porque é justamente aí
que encontramos a chave primordial das respostas que buscamos: Deus criou o
homem para uma só mulher, e a mulher para um só homem (Conf. 1 Tm 3:2, 3:12; Tt
1:6). O propósito inicial do Senhor foi que o homem se apegasse a uma só mulher, e
com ela construísse uma vida; esse propósito permanece válido até hoje. Parece que
Isaque seguiu essas instruções à risca, pois se casou apenas com Rebeca. Com o
passar do tempo e o desenrolar da história, e as circunstâncias após a queda, Deus foi
permitindo temporariamente que os homens tomassem mais de uma esposa para si.
O fator principal, sem dúvidas, foi o pecado. Com a entrada do pecado no mundo,
infelizmente a deturpação da família tornou-se realidade. Mas, trago aqui alguns
pontos a serem analisados, que possam talvez servir de explicações para o problema
queb uscamosr esolver:
.
Eram mais mulheres que homens no mundo antigo, por causa da rotina de guerras.
Atualmente existem estudos a respeito que apontam para um número maior de
homens,p orémc omm ád istribuição.
. A sociedade era mesmo machista, como já deixei claro algumas vezes acima. Uma
mulher solteira, naquela época, se morasse sozinha (após a morte dos pais, por
exemplo), estaria sujeita à violência de malfeitores. Dificilmente uma mulher solteira
que morasse sozinha conseguiria uma educação de qualidade, um bom trabalho e
uma boa reputação social. Elas poderiam até mesmo ser levadas à prostituição. Eis
um dos frutos do pecado e da queda: o machismo. Adão foi o primeiro que cometeu
machismo, quando depositou em Eva a culpa de um erro que também era seu (Gn
3:12). Portanto Deus estava moldando e desdobrando dentro do pensamento comum
da época uma realidade “melhor” desenvolvida até se alcançar o preferível. O Senhor
Deus e stava p rotegendo a s m ulheres d e m uitas i njustiças, a o p ermitir q ue s e
página22
Períodopatriarcal
casassem com um homem que já tinha outras esposas. Pelo menos elas estariam -
deveriam ser - amparadas em um lar; o Senhor estava garantindo a elas segurança
num contexto perverso, uma vez que elas não teriam conseguido encontrar soluções
de uma outra forma. Apesar de tudo, o marido de muitas mulheres seria a segurança
ep rovisãod et odase las.
. A questão da multiplicação e povoação da terra também é
um fator determinante.
Após a criação Deus ordenou a Adão e Eva que se multiplicassem (Gn 1:28). Após o
dilúvio o mesmo foi recomendado (Gn 9:7). É lógico que a multiplicação ocorreria
com mais eficácia no modelo de um marido e
várias esposas, ao invés de uma esposa
e vários maridos. Ora, um homem pode engravidar muitas mulheres ao mesmo
tempo, mas uma mulher não pode engravidar de muitos maridos de uma só vez. Mas
ainda é importante lembrar que este jamais foi o modelo planejado pelo Senhor no
início; lembremo-nos de
Gênesis 2:24. Além do fato de que tal modelo sempre gerou
conflitos familiares (Gn 21:9-14, 30:14-15), e até mesmo com o próprio Deus (2
Sm
12:1-12;1 R s1 1).
Nossa realidade hoje é diferente, não carece mais dessa urgência de povoação da
terra nem se encaixa mais no modelo de guerras e conflitos da época
veterotestamentária. Na era da Graça, em Cristo, o verdadeiro padrão familiar,
formado por um marido e uma esposa, foi reconstruído e resgatado. Cristo é o Noivo,
e a igreja é
a noiva. O Senhor não tem várias esposas, mas tão somente uma, que é a
igreja pela qual morreu. Passagens como Efésios 5:22-25 esclarecem que o homem
deve ter apenas uma esposa, para que possam se amar, representando o
relacionamento puro e santo de Cristo e sua amada igreja. Em Cristo temos um
modelo superno, pois Ele é o Noivo de uma só noiva. A
poligamia se
tornou idosa, e
morreu. A poligamia realmente foi sendo esquecida, deixada de lado até seu último
suspiro - ainda mais com os ensinos de Cristo e dos apóstolos. Então veja que Deus
foi modificando e moldando o que havia sido deturpado um dia, e foi revertendo tudo
ao seu plano original para a família. É claro que ainda estamos numa realidade
imperfeita,m asE lev oltaráp arar esgatars uan oiva( Conf.A p2 1:1-7).
E a sua posteridade será conhecida entre os gentios, e os seus descendentes no meio dos
povos; todos quantos os virem os conhecerão, como descendência bendita do Senhor.
Regozijar-me-ei muito no
Senhor,
a minha alma se
alegrará no
meu Deus; porque me vestiu
de roupas de salvação, cobriu-me com o manto de justiça, como um noivo se adorna com
turbantesacerdotal,ecomoanoivaqueseenfeitacomassuasjóias.Isaías61:9-10
____________
7,2. É verdade
que
Paulo
em
1 Timóteo
3:2
e 3:12 fala especialmente de bispos e diáconos, mas também é verdade
que, se uma realidade cabe a eles, que são os
líderes eclesiásticos e modelos a serem seguidos, cabe a
todos os
homens cristãos que tomam não apenas os líderes espirituais como modelo mas o próprio Cristo também, o
esposo de uma só noiva (a igreja); de fato, o Senhor Jesus é o modelo principal. É uma sequência, na qual os
bispos (presbíteros) e diáconos imitam ao Senhor Jesus, o Bispo dos bispos, e os
membros homens imitam aos
bispos e diáconos e principalmente a Cristo, que é o reflexo maior e incomparável do excelente modelo a ser
imitado. Naquela época certamente existiam muito mais mulheres, uma vez que as nações viviam em guerras, e os
homensquesaíamparaguerrearmorriamemmassa.Aexpectativadevidadoshomenserabemmenor.
7,3. Os
ensinamentos do
NT que valorizam a
união entre um homem e uma só mulher modificaram radicalmente
não apenas o pensamento judaico, mas também o
gentílico, especialmente romano. Muitas mulheres não eram
tão bem posicionadas em Roma, pois era comum elas serem vistas como máquinas de reprodução, enquanto
muitos maridos mantinham relações íntimas com outros homens. Basicamente, em muitos casos, elas serviam
apenas para a procriação, e o prazer era
celebrado apenas na relação entre os homens. Na época do Senhor Jesus
já
não era mais comum um marido com várias esposas ou concubinas (servas), porque de fato já não havia mais a
urgência da multiplicação nem a proteção das mulheres solteiras por um método urgente, como na época dos
patriarcasedeMoisés.
página23
Períodopatriarcal
nunca homens. São elas: Sara (Gn 16:1), a mulher de Abimeleque e as servas (Gn
20:17-18), Rebeca (Gn 25:21), Raquel (Gn 30:1), a mãe de Sansão (Jz 13:2), Ana (1 Sm
1:2), Mical (2 Sm 6:23), a
Sunamita (2 Reis 4:14) e Isabel (Lc 1:13). Analisemos cada
casoc itado,e t ambémo c ontextoh istóricom aisu mav ez.
.
A mulher de Abimeleque e
suas servas não eram naturalmente estéreis, mas por um
tempo foram impossibilitadas de ter filhos por causa de Sara, a mulher de Abraão
(Gn 20:17-18). O patriarca errou contra o Senhor (Gn 20:2), e as consequências
vieram como forma de privação. Deus escolheu não apenas Abraão para
cumprimento dos seus propósitos, mas Sara também. Após tudo ser esclarecido, a
mulherd eA bimelequee t odasa ss ervasp uderame ngravidarn ormalmente.
. Rebeca também era estéril, novamente para destacar a ação milagrosa na vida de
uma mulher que geraria um tipo de Cristo: Jacó. Ele habitava em tendas, enquanto
Cristo foi o Tabernáculo construído por Moisés tempos mais tarde. O filho de Isaque
optou pela bênção da primogenitura, o que leva aos gentios o direito de usufruir das
bênçãos do Messias que pertencia aos judeus. A primeira esposa de Jacó,
Lia/sinagoga, não podia ver com clareza, enquanto a segunda esposa, Raquel/igreja,
era/é formosa e sem mácula. Jacó amou Raquel assim como Jesus amou a igreja. Na
luta de Jacó com o anjo vemos outra mensagem messiânica; ele foi ferido na coxa, na
busca pela benção, e lutou e conseguiu. E o próprio Senhor na Cruz lutou contra o
fardod op ecado;a d ore rap esada,o q uel hes eriaa f eridan oc alcanhar.
. Raquel, assim como Rebeca, também era estéril. Mas essa estéril geraria um outro
tipo de Cristo, chamado José. A história do filho preferido de Jacó em cada aspecto
de sua vida aponta para o Messias. Era o preferido de seu pai, era obediente, cumpria
seus deveres e era justo, foi vítima da inveja e foi vendido como um indigente, tido
como morto, se encontrou ao lado de dois delinquentes, um salvo e outro condenado,
foi honrado por Deus Pai, reconhecido, e se tornou autoridade. José foi o salvador
daquele mundo, daquela região, quando a fome assolou as pessoas daquela época. E
Cristoé o S alvadord om undoi nteiro.
. A mãe de Sansão também foi estéril, para que através dela o Senhor Deus
anunciasse o Seu Filho Jesus Cristo. Apesar de todos os erros do homem de extrema
força física, Sansão amou a Deus e no fim foi obediente. Errou muito, pois era
pecador, mas reconheceu a Verdade no Senhor e a buscou, e sua cegueira foi vencida
por sua força novamente, para que o próprio Deus fosse honrado perante os
escarnecedores. Sansão sacrificou sua vida em prol do povo de Deus. E Cristo, o
Perfeito obediente, o Perfeito Sansão, se sacrificou na Cruz para nos dar vida e
liberdade.
. Ana foi estéril, não podia dar filhos, mas pela determinação do Senhor, após tanta
insistência dela em oração, conseguiu o que tanto queria e sonhava. Samuel foi o
fruto de sua fé, um servo do Senhor que desde pequeno amava a Lei, como o menino
Jesusq ued esdec riançae nsinavan ot emplo.
. Mical, a primeira esposa de Davi, também foi estéril, mas um dos motivos foi sua
irreverênciaa D eus( 2S m6 :16;1 C r1 5:29).E laf oic astigada.
. Sobre a sunamita, não sabemos de certeza se ela era estéril mesmo. Alguns
estudiosos acreditam que na verdade seu esposo era estéril: “Então disse ele: ‘que se
há de fazer por ela?’ E Geazi disse: ‘ora, ela não tem filho, e seu marido é velho’. Por
issod issee le:‘chama-a’.E ,c hamando-ae le,e la s e p ôs à p orta. E e le d isse: ‘a e ste
página24
Períodopatriarcal
tempo determinado, segundo o tempo da vida, abraçarás um
filho’. E disse ela: ‘não,
meu senhor, homem de Deus, não mintas à tua serva’. E concebeu a mulher, e deu à
luz um filho, no tempo determinado, no ano seguinte, segundo Eliseu lhe dissera” (2
Rs 4:14-17). A menção ao marido após a declaração de
que ela não tinha um filho faz
muitos pensarem que na verdade ele era o estéril da história. Mas ainda que não seja
oc aso,a q uestãoé q ueD eusf ezu mm ilagrea travésd oq ues ej ulgavas eri mpossível.
. Isabel é o meu último exemplo desta seção. A mãe daquele que Cristo dissera ser
o
maior entre os profetas (Mt 11:11; Lc 7:28). O escolhido de Deus para abrir e preparar
o caminho ao ministério do Messias, a voz que clama no deserto (Is 40:3; Ml 3:1-2; Lc
1:17; Jo 1:23). Uma mulher que era estéril deu à luz
para que todos vissem a ação do
DeusV ivo.
Com base no contexto histórico e teológico nós podemos entender que
propositalmente Deus permitiu e determinou que algumas das mulheres
mencionadas fossem inférteis por um tempo determinado para que seus propósitos
fossem concretizados. Ainda assim, obviamente as Escrituras reconhecem que os
homens também poderiam e podem ser inférteis: “Bendito serás mais do que todos os
povos; não haverá estéril entre ti, seja homem, seja mulher, nem entre os teus
animais.”D euteronômio7 :14
O
e stuprod eD iná( Gn3 4)
9 Ela
era
a única filha de Jacó, com a sua primeira esposa Lia. Estava andando para
conhecer o lugar em que sua família estava (verso 1), e Siquém, príncipe heveu, a viu
e a violentou sexualmente (verso 2), e após o estupro ele se apaixonou por Diná
(versos 3 e 4). Uma coisa que devemos notar é a expressão “porquanto Siquém
cometera uma insensatez em Israel” (verso 7).
O estupro sempre foi visto como algo
abominável entre os hebreus e os outros povos - o que não podia ser diferente.
Hamor, pai do príncipe Siquém, tentou resolver a situação (verso 8 ao 12), mas os
irmãos de Diná estavam esperadamente revoltados (verso 13). Houve a ideia entre os
filhos de Jacó dos homens não hebreus serem circuncidados para que a proposta
fosse “aceita” (verso 14 ao 17). A ideia da circuncisão foi
acatada (verso 18 ao 23), e
tudo ocorreu da forma combinada (verso 24). Mas finalmente os filhos de Jacó
fizeram o que já tinham em mente, que era matar aqueles homens (verso 25 ao 29).
Jacó se preocupou com aquela atitude de seus filhos não consentida e inesperada
(verso3 0).
A reação dos filhos de Jacó expressa bem a revolta que estavam guardando no
coração, por tudo o que
aconteceu à irmã (verso 31); o que me
faz pensar: apesar de
todo o erro grave dos filhos de Jacó em matar aqueles homens - que não tiveram
culpa do erro de Siquém -, aparentemente existia um verdadeiro sentimento de
proteção com Diná, o que nos leva a crer que não inferiorizavam a ela
por ser uma
irmã mulher. Se eles não considerassem a irmã mulher de igual valor aos irmãos
homens, certamente teriam aceitado a
proposta de Hamor tranquilamente, pois não
iriam perder nada. Mesmo assim, essa atitude dos filhos de Jacó logicamente não foi
correta. Assassinaram! Acabaram com homens inocentes, e
Deus nunca aprovou tal
coisa( Gn9 :6).
Talvez a indefesa Diná tenha se sentido justiçada com o que aconteceu, mas o fato
é: o estupro que sofreu causou todo o alvoroço. A atitude dos filhos de
Jacó causou
revoltae ntreo sh
omensd ac idadea or edor,o ndet odoo v iolento m assacre a conteceu
página25
Períodopatriarcal
(Gn 35:5), algo previsto por Jacó (verso 30). Mas Deus os
protegeu por honrar Sua
promessae A liançac omA braãoe I saque,e p ort udoq uef eza
e le,S
arae R
ebeca.
A
zenate,o
a
mord
os alvador
José
10 foi filho preferido de Jacó,
invejado pelos próprios irmãos (Gn 37:3-4, 11). E
essa inveja resultou em diversos problemas em sua vida, a ponto de ser vendido como
escravo e destinado ao Egito (Gn 37:12-28, 36). Lá ele viveu muitas dificuldades e
desavenças (Gn 39), mas também experimentou o cuidado de Deus e foi honrado,
após interpretar os sonhos do faraó
e ser elevado a uma posição de honra e destaque
(Gn 4 1:1-44);é a íq ueA zenate,m ulhere gípcia,e ntran ah
istória( verso4 5).
Não foi uma mulher de destaque como tantas outras, aparece poucas vezes nas
páginas bíblicas, mas sua marca é importante e sutil. Ela era filha de
um
sacerdote
pagão, chamado Om, mas mesmo assim Deus a escolheu para ser esposa de José,
aquele que era uma figura de proeminência entre seus irmãos, naqueles dias de seca.
Isso surpreende você? Deus realmente é especialista em surpresas! Azenate foi figura
da igreja, esposa de José, figura de Cristo. Por que ela foi o amor do salvador? Porque
o nome egípcio que José recebeu, Zafenate-Panéia, significa salvação, e no hebraico é:
“oD eusf alae e lev ive”.A zenates et ornous ervad oS enhor!
página26
Êxodo
Ap arteirasd oE gito.G entiase a bençoadas!( Êx1 )
1 Nós
somos informados que após o estabelecimento de José e sua família no Egito,
os hebreus começaram a crescer surpreendentemente (verso 7),
a ponto de chamar a
atenção do faraó, que não conheceu José (verso 8). Isso aconteceu quatro séculos
depois da vida do governador que salvou o povo da fome. O faraó teve temor da força
dop ovoh ebreun ast errase gípcias( versos9 e 1 0).
O faraó deu ordem cruel às parteiras de matar os bebês meninos inocentes das
hebréias (versos 15 e
16), mas elas não cumpriram tal maldade (verso 17); talvez
isso tenha acontecido porque elas conheciam a história de José e admiravam o modo
tão sobrenatural que Deus trabalhou na vida dele para que a
vida fosse
conservada.
As parteiras arrumaram uma desculpa para o faraó por causa da atitude delas de
desobediência ao rei em não matar as crianças (versos 18 e 19), e assim Deus as
abençoou e permitiu que essas parteiras, provavelmente marginalizadas por serem de
classei nferior,c onstruíssemf amília( verso2 0e 2 1).S ifráe P uáf oramf elizes.
A reflexão que fica para nós é: um Deus que não se importa com as mulheres,
descrito numa Bíblia que reflete esse desinteresse, como acusam, não aprovaria nem
abençoaria mulheres que nem hebréias eram, a ponto de permitir que elas
construíssem uma família, por puro favorecimento dEle a elas. Imaginemos como
elas adorariam ter uma família; tanto tempo na prática de
partos de
outras que não
eram elas. Talvez as parteiras vissem mulheres dando à luz e desejassem o mesmo. E
oS enhorc oncedeut amanhop razerd er ealizaçãoa e las( Sl1 13:9).
J
oquebedee M
iriã:a
f é,a
c orageme a
o
usadia
2 Mulheres que viram
a chance
de
salvar
Moisés
-
mais
tarde
seria
o libertador
do
povo hebreu -, e assim fizeram (Êx 2:1-10). Mulheres que não
temeram os
soldados
egípcios, que não temeram a maldade do faraó, mulheres que agiram corajosamente.
Tente imaginar o
desespero de Joquebede ao tomar conhecimento da ordem do faraó
de atirar os meninos hebreus no rio (Êx 1:22);
mas mesmo assim
persistiu na fé
em
Deus (Êx 2:3), persistiu em meio às angústias que certamente estava vivendo, às
dúvidas e incertezas, em meio ao caos, mas na fé, que move todas as coisas: “Se
tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a esta amoreira: ‘desarraiga-te daqui, e
planta-ten om ar’;e e lav oso bedeceria.”L ucas1 7:6
O Senhor a usou como peça fundamental no crescimento daquele que seria o
libertador do
povo de Deus de toda a opressão egípcia. Foi uma mulher que o Senhor
escolheu usar para livrar o futuro grande homem daquela matança de
bebês. E, pelo
ato corajoso de Joquebede, podemos concluir que ela tinha uma fé firme no Deus
únicoe v erdadeiro,e s abiaq uen Elep odiac onfiarc omc erteza.
E
além da mãe de Moisés, o Senhor também usou Miriã, a irmã (Êx 2:4-7); apesar
de seus erros futuros, foi essencial para a concretização dos propósitos de Deus. Miriã
teve a ousadia e expressiva felicidade de chamar o povo em louvor ao
Senhor, muito
tempod epois,a póso l ivramentod oM arV ermelho( Êx1 5:20-21).
____________
1-2. Alguns estudiosos sugerem que os faraós da época
do
Êxodo
não
eram
egípcios,
mas
estrangeiros.
Por
isso
desconheciam os feitos do antigo governador José em tempos de seca. O faraó contemporâneo a Moisés, portanto,
teria
sido Tutmés III,
e seu
pai o Tutmés II, do período dos hicsos, e não Ramsés, como popularmente é referido.
Assim, a cronologia bíblica entra em
acordo com a
história do Egito e suas dinastias estudadas pelos egiptólogos.
O
faraó mais popular, como se
pensa, Ramsés, teria vivido
e reinado no Império Novo, de
1279
a.C.
a 1213 a.C.,
data incompatível com as descrições bíblicas sobre a data da vida de Moisés e a formação de Israel. Outro
candidatopossível,talvezomaisconsiderado,éA menhotepII.
página28
Êxodo
Z
ípora,a
p
assarinhaq
uev oa
3 Ela
conheceu
Moisés
em
um
poço
(Êx 2:16-17), e casou-se com ele mais tarde (Êx
2:21). Ela creu no verdadeiro Deus, e também foi salva. Deu uma família ao libertador
do povo de Deus da escravidão do Egito (Êx 2:22, 18:3-4). Imagino que não foi nada
fácil para ela ter que ficar por um tempo longe de seu esposo, mas ele tinha que
atender ao chamado de Deus, e Zípora deve ter compreendido isso; não é tão simples
e fácil
ser esposa de um líder de um povo que ainda estava se formando. Certamente
Deusd eus abedoriae d iscernimentoa e la.
Tenhamos em mente que a esposa de Moisés deve ter sido muito importante para
ele em vários momentos de sua vida, não apenas no fato de lhe dar filhos, mas
também na segurança e apoio que ela deve ter passado ao líder hebreu, para o
cumprimento de sua missão. Talvez as lembranças de Moisés, enquanto estava no
Egito, de que tinha uma família e que o Senhor foi bom para com ele
nesta área, o
fortaleceu. O fato dele saber e
prestigiar a
família que lhe foi dada por Deus pode ter
sido de suma importância para confiar mais na bondade e fidelidade do Senhor, o que
certamente trouxe ao seu coração mais segurança para continuar o seu
chamado em
meio a toda aquela situação que presenciava, isto
é,
do seu próprio povo na
lama da
humilhação.
Leis
Leis
. A decisão de não ser livre partiria dele mesmo, se essa decisão fosse baseada no
amor por sua esposa e
filhos. A motivação do servo de continuar em serviço seria sua
família. E, cumprindo todo o requisito (verso 6), ele teria sua família consigo para
sempre, servindo na casa de seu senhor com um mantimento garantido e uma
condição financeira conquistada por dignidade. As suas intenções teriam sido boas
peranteD eus.
Mas aparentemente temos ainda outro problema no verso 7: “E se um homem
vender sua filha para ser serva, ela não será livre como os servos do sexo masculino”.
Se isolarmos este verso de fato teremos um problema, pois uma clara acepção entre
homem e mulher estaria sendo descrita na
lei mosaica, na
Bíblia, a
Palavra de Deus.
Mas é um erro grave de exegese isolar um verso sem considerar o contexto, isto é, os
versos anteriores e os seguintes. Quando se diz que ela não seria livre como os
escravos do sexo masculino, está se referindo ao método de liberdade, não ao fato
dela jamais ser livre. Tanto os servos como as servas após os seis anos deveriam ser
livres. Eram igualmente hebreus, pertencentes à nação de
Israel, criados à imagem e
semelhança do Senhor, humanos, dominadores sobre toda a criação. Porém, como já
dito várias vezes por mim acima, aquela época era dura para as mulheres, o
machismo era uma realidade fruto da queda, fruto do pecado de Adão e Eva, da
desobediência primeira no Éden. Deus estava tratando aos poucos essa mentalidade
machista de todos os povos, inclusive dos hebreus. Considerando tudo, podemos
perceber a
justiça severa dessas leis que inicialmente, se lidas de forma rasa, parecem
seri njustasc oma sp essoas.
Enfim, no verso 8 de Êxodo 21: “Se ela não agradar ao seu senhor, e
ele não se
desposar com ela, fará que se resgate; não poderá vendê-la a um povo estranho,
agindo deslealmente com ela”. Isso após ela ser vendida pelo pai como escrava a
determinado dono (verso 7). Deus demonstrava preocupação com suas filhas, como
até hoje demonstra, como sempre demonstrou, pois elas são importantes e
indispensáveis no processo contínuo da formação do povo de Deus até a eternidade.
Se o comprador, que tivesse recebido a mulher do próprio pai dela para que ela
servisse em sua casa e tivesse tido intenções de tomá-la como esposa, por alguma
razão desistisse do compromisso de tornar a mulher sua esposa, então ele deveria
devolvê-la para o pai dela, porque ele errou com ela. Jamais deveria vendê-la a um
povoe strangeiroq uec ertamentea t ratariam al.
No verso 9 sabemos que o dono deveria tratar a escrava como sua própria filha,
caso ela fosse comprada para ser esposa de seu filho, e ela passaria a ter todos os
direitos de filha - neste cenário ela já teria conquistado sua liberdade, por isso no
verso 7 é dito que ela não seria livre da mesma forma que o homem. No verso 10
é
dito que o filho do comprador da serva, após casar-se com outra mulher tornando-a
sua esposa - considerando que a escrava teria sido a primeira -, deveria tratar as duas
com igualdade, a primeira (serva) e a segunda, com os mesmos direitos e valores, e
com a mesma atenção. E se o filho que casou com a serva tivesse preferência pela
segunda, a escrava deveria ser livre sem ter que pagar mais nada. Ou seja,
considerando que ela tivesse no quinto ano de servidão, pagando alguma dívida
supostamente criada pelo seu pai ao dono que a comprou, ainda assim deveria ser
livre, pois o seu esposo, filho do seu comprador, não estaria mais lhe dando seus
direitosd el egítimae sposa.
A escravidão naquela época, portanto, ocorria principalmente como forma de
quitação d e a lguma d ívida, c riada, t alvez, a inda n o E gito, o u o corria e m c asos d e
página32
Leis
pobreza, em que a pessoa não tinha condições de
se manter. Evitando o costume de
“pegar e não pagar” no meio de seu povo, ou da miséria, Deus determinou uma
escravidão temporária aos hebreus até que tudo voltasse aos trilhos e ninguém
devesse mais nada a ninguém ou morresse de
fome. A escravidão só seria necessária
no cenário em que certo alguém não tivesse condições de se manter sozinho nem
tivesse oportunidades de trabalho, precisando assim recorrer a esse tipo de
serviço e
refúgio. No Egito a escravidão foi uma realidade no que se refere à raça, pois os
hebreus eram menosprezados por serem hebreus. Na época colonial a escravidão
ocorria por causa da cor. Mas entre o povo hebreu a escravidão acontecia pelos
motivos explicados satisfatoriamente acima. A escravidão em Israel era coberta de
leisq ued everiams erc umpridas:
.O e scravod everias erl ivren os étimoa no( Êx2 1:2).
. O escravo não podia sair de mãos vazias, sem nada, sem destino, senão assim o
tempo de servidão de nada teria adiantado. O dono deveria dar sustento e bens
materiaisa os ervo,p araq uee lep udesser econstruirs uav ida( Dt1 5:12-15).
.O e scravot inhad ireitoa f olgasn os habate n asc omemoraçõesd ef estasr eligiosas.
.O e scravon ãop odiad ef ormaa lgumas erm altratado( Êx2 1:26-27).
. Quem raptasse uma pessoa para vendê-la (provavelmente como escrava a
estrangeiros) seria executado (Êx 21:16); um caso de sequestro, porque não teria
existido voluntariedade nem legalidade na
compra e
“posse” daquele servo. Note que
as leis dadas aos hebreus eram todas voltadas aos direitos humanos, e de verdade.
Eram leis humanitárias e empáticas, sempre com o objetivo de reformar o que era
comume “ normal”n aquelaé poca.
. Em certas ocasiões o escravo conseguia pagar sua própria liberdade antes dos
seis
anosd es ervidão,o up odias err esgatadop oru mf amiliar.
. Se o escravo fugisse não deveria ser devolvido ao antigo dono, nem punido (Dt
23:15-16).S ee lef ugiuc ertamentee ram altratado,e a L eio p
rotegiad isso.
O Senhor criou todos para a liberdade (Gn 1:26; 1 Co 7:21-23; Fm 1:15-17), e é
contra qualquer opressão (Is 58:6), mas a escravidão já existia antes de Moisés, então
foi de sua vontade descontrui-la com leis justas e humanas. O Senhor estava
transformando o mal em bem, como fez na vida de José (Gn 50:20). Veja a ira de
Deus quando os hebreus desobedeceram as leis que protegiam os escravos (Jr
34:16-17). Portanto Deus sempre reprovou qualquer opressão, e uma vez que não
seria conveniente desfazer a escravidão repentinamente, diante de todos os
problemasv istosa cima,f oid es uap referênciaa gird af ormaq uea giu.
Mas agora, libertados do pecado, e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para
santificação, e por fim a vida eterna. Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom
gratuitodeDeuséavidaeterna,porCristoJesusnossoSenhor.Romanos6:22-23
____________
1. Os
hebreus
que
eram
escravos
serviam
aos
seus
donos
pelos
seguintes
motivos:
a)
Pobreza.
Se
um
homem
ou
mulher não tivesse condições de
viver, de
se alimentar e de
se
vestir,
então se
habilitaria
à escravidão
para
pelo
menos se
manter vivo; b) Nascimento. Se uma pessoa nascesse de um escravo, então deveria ser escrava também,
porém de
forma temporária, até
o sétimo ano de servidão. Isso iria garantir a dignidade daquele servo ou serva, e
também a humildade, pois teria vivido na mesma condição de seu pai ou mãe, ou pais, a ponto de jamais
desrespeitá-los por isso; c) Dívida. Se alguém tivesse uma dívida tal que não pudesse pagar, serviria ao seu “dono”
para que essa dívida fosse quitada e assim pudesse ser
livre
de
tudo
que
devia; d)
Guerra.
Naquele contexto de
guerras era comum pessoas serem levadas como prisioneiras para oferecer ajuda no desenvolvimento de
determinadanação.MasemIsraeltodososprisioneirostinhamosmesmosdireitosdosescravoshebreus.
página33
Leis
O
a
borto
2 Possivelmente, é o assunto mais polêmico deste meu trabalho. O aborto é uma
pedra no sapato da igreja há um bom tempo, e nas últimas décadas temos visto uma
luta cada vez maior acerca desta questão. Presenciamos debates incansáveis sobre o
momento exato em que a vida começa, e a incerteza do que virá. Os cristãos,
inclusive, se dividem em dois grupos: a minoria que acredita que Deus seja tolerante
ao aborto e que a Bíblia nada diz a respeito, e a maioria, impulsionados pela tradição
cristã conservadora, que rejeita o aborto e considera algo até mesmo diabólico; estou
nos egundog rupo.E ,p ors erc ontrao a borto,i reie xpora sm inhasr azões.
Eu considero o aborto, antes de mais nada, uma prática pagã há muito tempo
comum entre os povos que serviam deuses de mistério. Moloch, por exemplo, é
conhecido como o deus que recebia sacrifícios de crianças em prol da fertilidade. As
mães sacrificavam seus próprios filhos para obterem muitas bênçãos. Além disso,
considero o aborto uma prática diabólica, e jamais de aprovação divina; sendo até
impensávelo sn omesd ivinoe a borton umar elaçãop ositiva.
Podem argumentar -
até mesmo cristãos favoráveis a essa prática - que não são a
favor do aborto, mas apenas a favor da legalização. Particularmente acredito que seja
uma besteira argumentar isto, uma vez que ser a favor da legalização é
automaticamente ser a favor da atividade do aborto em alguma ocasião, por alguma
razão. Também podem argumentar que não temos na Bíblia nenhuma passagem
específica e explícita que proíba o aborto, e eu devo concordar; porém temos
passagens implícitas e bem profundas que tratam sobre o valor da vida para todo e
qualquer ser humano. Independente de qualquer coisa, o que está sendo ensinado é o
valor da vida: “Pois possuíste os meus rins; cobriste-me no ventre de minha mãe. Eu
te louvarei, porque de um modo assombroso e tão maravilhoso fui feito;
maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem. Os meus
ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui feito, e entretecido nas
profundezas da terra. Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe; e no teu livro
todas estas coisas foram escritas; as quais em continuação foram formadas, quando
nema indau mad elash avia.”S almos1 39:13-16
O salmista trata a formação do ser humano no ventre da mulher como algo
completamente divino, e desde a concepção há vida. Então automaticamente a
interrupção forçada desse processo não pode ser do agrado de Deus. Eu posso fazer a
seguinte pergunta às cristãs que apoiam o aborto e se apoiam em argumentos que
põeme mq uestãoo i níciod av ida:a p artird eq uals emanao V erbos ee ncarnou?
Vemos nos Evangelhos que desde o início o Verbo já era uma pessoa no ventre da
Virgem. Jesus, uma criança maior no âmago de Maria, foi reconhecido por Isabel
como uma bênção (Lc 1:39-44). Os filhos devem ser vistos como bênção de Deus: “Eis
que os filhos são herança do Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão” (Sl 127:3).
Ainda que numa situação de violência sexual, acredito que se
for o caso de um filho
ser concebido, gerado e criado, talvez o medo e a dor possam ser superados com
ajuda de familiares e especialistas, com muito amor. Os filhos, por serem bênção,
podem lançar luz na obscuridade, pois Deus sabe de todas as coisas; e ter fé é confiar
plenamente nessa verdade. Fé é sobre descansar nEle. É importante destacar que a
mulher, após sofrer uma violência sexual e engravidar, não deve ser obrigada a cuidar
da criança - se for o caso dela nunca superar o trauma com a presença da pequena
pessoa p resente e m s ua v ida. E la t em o d ireito d e d oar, p or e xemplo. O f ato é q ue
página34
Leis
várias medidas menos radicais podem ser tomadas, pois até mesmo a mulher, no
aborto, pode ser prejudicada física e psicologicamente. Sei que só quem está na
pele
sabe a dor que é ser violentada, e eu posso estar falando sim de forma rasa, mas
penso que podemos olhar para uma situação como essa sem maiores danos. A vida da
mulhere d ob ebês ãoi gualmentei mportantesp araD eus.
Prosseguindo, as Escrituras tratam o ato de interromper a vida inocente como
assassinato, portanto pecado. É um mandamento: “Não matarás” (Êx 20:13). A
Bíblia é bem específica sobre isso: “De palavras de falsidade te afastarás, e não
matarás o inocente e o justo; porque não justificarei o ímpio” (Êx 23:7). Se um adulto
pode ser considerado inocente e justo perante os homens e as lei civis, o que diremos
deu mb ebês endof ormadon ov entred eu mam ulher?
Posso ser acusado de mansplaining, e estou completamente ciente disso - embora
mansplaining se refira ao
ato do homem explicar obviedades a uma mulher, como se
ela não fosse capaz de desenvolver a questão nem compreender aquilo que está sendo
dito -,
mas um homem debater questões que atingem as mulheres, de forma educada
e comprometida, não é e nunca foi mansplaining, pois um debate, seja qual for o
assunto, é aberto a todos. Posso rebater acusações de mansplaining afirmando que o
aborto, precisamente, atinge homens, quando os mesmos, ainda bebês, são
abortados. Como parte da igreja posso debater sobre o assunto sem nenhum remorso.
Se ongs e instituições podem falar, se políticos podem falar, se artistas e
emissoras
podem falar, então a igreja pode falar; é verdade que o estado é
laico, e justamente
por ser laico tanto o cristianismo como outras religiões podem dar seus
posicionamentos a respeito de um assunto que claramente é do interesse de todos (ou
deverias er).
Acredito que a passagem bíblica mais usada para se argumentar que o aborto não
é proibido por Deus é a seguinte: “Se alguns homens pelejarem, e um ferir uma
mulher grávida, e for causa de que aborte, porém não havendo outro dano,
certamente será multado, conforme o que lhe impuser o marido da mulher, e
julgarem os juízes. Mas se houver morte, então darás vida por vida...” (Êx 21:22-23).
De modo algum esta passagem pode ser usada a favor da legalização do aborto, como
muitos fazem. A Lei estaria aplicando, segundo os que assim pensam e sugerem, a
pena severa ao responsável pela morte da mulher somente, mas não seria aplicada se
“apenas” a criança morresse. As Escrituras são contra o aborto porque existe a
valorização da vida, como já
demonstrei acima. A passagem não está minimizando a
morte do bebê diante da morte da mãe. Tente lembrar daquelas situações em que,
num parto perigoso, a vida da mãe e do bebê são postas em risco e infelizmente
apenas um dos dois pode sobreviver. É óbvio que a família sempre vai escolher a mãe,
não por desprezo ao bebê, mas por entender que o vínculo afetivo com a mulher é
muito maior. E a morte do bebê tão esperado será para sempre lamentada naquela
família.
O que nos é ensinado está baseado neste princípio. A depender da tradução, fica
implicitamente necessário que tanto na morte da mãe quanto da criança abortada a
punição seria mais severa para o responsável. “Apenas” se a criança fosse abortada
em sobrevivência, com a integridade física da mãe, é que os danos seriam menores.
Uma outra intenção da passagem é nos ensinar que a mãe/mulher é de extrema
importância no mantimento da vida e na sociedade, pois é ela a fonte da vida e a
portadora da bênção terrena maior, que são os filhos. E as leis de Moisés - uma
expressão p ara s e r eferir à L ei d e D
eus e ntregue a e le - m
anifestavam e ssav erdade.
página35
Leis
As leis anunciam claramente a beleza da interação da mulher com o dom de gerar
vida, pois essa interação foi criada pelo Deus da perfeição. Uma pessoa com um papel
tãoi mportantea ssimj amaisp oderias erm enosprezadae i nferiorizada.
Nas passagens de Salmos, já tratadas neste item, vimos que a vida é valorizada
porque é vista como uma bênção, um dom e uma obra de Deus. Portanto o aborto é
bíblicamente errado não porque há um patriarcado como plano de fundo, mas porque
Deus não aprova tal prática e ponto. O discurso feminista “meu corpo minhas regras”
ét otalmentef rágile n ãop odes era plicadoà m ulherc ristã,p ord oism otivos:
. O corpo abortado não é dela, mas de um outro ser humano - na verdade isso é
aplicadoa t odas,c ristãso un ão- ,e p rincipalmented eD
eus( Jó3 1:15).
. O corpo da mulher cristã, assim como o da criança, já não é mais dela, mas do
EspíritoS antoq uen eleh abita( Jo1 4:23-26;1 C o3 :16-17;2 C o6 :16).
“A instituição não é a Bíblia”. O estado é laico, sim, mas a mulher cristã não! Mas
os cristãos não! Portanto todo cristão se posiciona conforme a Bíblia determina. É um
pouco ilógico feministas ou qualquer pessoa que tem aversão ao cristianismo
argumentarem tal coisa. Todos nós sabemos que o estado é laico, não é nenhuma
novidade. Mas se alguém é cristão e deixa sua cosmovisão bem clara, independente
do estado ser laico ou não, esse alguém vai se posicionar como cristão, e argumentar
comoc ristão,p oiss eusp rincípiosb íblicoss ãoi negociáveis.
Eu poderia tentar refutar alguns argumentos da militância feminista de tal
categoria: “a legalização diminui o aborto clandestino e consequentemente assegura a
saúde e vida da mulher”; mas não acredito que seja o meu foco aqui. É um tema
muito complexo, e
sinceramente não me sinto na autoridade de dissertar sobre ele de
forma mais extensa neste artigo, e nem é
meu objetivo na verdade. Mas é confuso tal
argumento. No entanto, eu posso indicar, por exemplo, “Right to Life”; um grupo
comprometido com estimativas e
informações sobre abortos no mundo inteiro e suas
consequências, em países cuja legalização é uma realidade e a prática do aborto
corriqueiro se faz presente. Posso indicar, também, Isabela Mantovani, especialista
em saúde coletiva e estratégia de saúde da família e bioética, em uma palestra no ano
de 2015, na qual expõe algumas afirmações equivocadas sobre diversos pontos
tratados aqui, com mais profundidade e propriedade. Ela fala sobre o número de
abortos especificamente no Brasil - considere o ano em que a palestra ocorreu. O
massacre em massa de bebês me lembra o Êxodo, quando o faraó mandou matar
meninos hebreus jogando-os no rio (Êx 1:22), e do massacre de diversos meninos
judeus na modesta cidade de Belém, por ordem cruel de Herodes (Mt
2:16-18. Conf.
Jr 31:15). Penso que uma mulher cristã não pode ser
a
favor do massacre de
bebês,
em todo o mundo, e concordar equivocadamente com movimentos que propagam
“princípios”n ãoc ompatíveisc oma P alavrad eD eus.
Também dirás
aos
filhos de Israel: qualquer que, dos filhos de Israel, ou dos estrangeiros que
peregrinam em Israel, der da sua descendência a Moloque, certamente morrerá; o povo
da
terraoapedrejará.Levítico20:2
____________
2, 8. A perspectiva
do ferimento não é apenas que a mulher grávida poderia estar passando no momento da briga e
de repente ser acidentalmente ferida. O que a Lei também trata é que a mulher grávida poderia
ser
esposa de
algum dos homens que estavam brigando e na
tentativa de
apartar e ajudar ela
poderia se
machucar, ou
o
caso
dela tão somente ver o ato da
confusão e se estressar a ponto de
passar mal, ela
poderia sentir
dores de
parto e
sofrer um aborto,
ou seja, ter
o bebê antes da
hora.
Pode acontecer também da mulher grávida na passagem não
ser a esposa, mas a mãe, ou uma conhecida, uma amiga, ou até mesmo nada, apenas na intenção de ajudar,
sofrendoasconsequênciasdeumpossívelestresseelevadoouagressãofísica.
página36
Leis
S
acerdócio
Uma das muitas objeções
3
do movimento feminista (ou do seu eco) ao caráter do
Deus Santo apresentado na Bíblia é justamente o fato de que apenas os homens
podiam ser sacerdotes. No paganismo mulheres exerciam tal função, como
Enheduana, que foi sacerdotisa de Inanna e escreveu 42 hinos em sua homenagem.
Temos ao longo da história muitas e muitas sacerdotisas, como as de Ísis, as de Seth,
Apolo, Atena, Afrodite, Baco e
tantos outros deuses pagãos da antiguidade. Até hoje
existem sacerdotisas religiosas, mas de forma não tão comum como antes. Entre os
hebreus isso nunca foi uma realidade. Apenas homens exerciam tal ofício, como
podemos ver em Êxodo 28 e
29. Então o que nos cabe, diante de tantas indagações, é
acharmos respostas que expliquem da melhor forma os porquês. Vou destacar três
pontosq ue,p aram im,s ãos uficientementec larose c onvincentes:
. Por ser uma realidade comum no paganismo, Deus evitou que alguns equívocos se
repetissem numa nação que Ele separou para ser santa e um destaque entre todos os
povos daquela época. Era comum as sacerdotisas se prostituírem. Aconteceu algo
parecido em Números 25:1-2 - ainda que não saibamos com precisão se elas eram
mesmo sacerdotisas, sabemos que eram mulheres que serviam a outros deuses e
incentivaram os hebreus a se prostituírem com elas em prol de falsas divindades. O
Senhor detesta o que não é moralmente correto, o que não é bom nem santo, pois Ele
é Santo. Então, podemos ter certeza que o sacerdócio feminino foi evitado para que
nenhumr esquíciod ep aganismop udessep revalecern an açãos eparada.
.
Israel era a nação que prefigurava o próprio Messias, em vários aspectos: o chamado
através de Abraão, o auto-sacrifício através de Isaque, a ferida através da luta de Jacó
com o anjo, a salvação através de José, a libertação através de Moisés, a vitória e
introdução na Terra prometida através de Josué, a justiça e a luta contra a impiedade
através dos juízes, o reino justo e poderoso através de Davi e Salomão, a retidão
através de Ezequias, a profecia através dos profetas que eram enviados para essa
nação (como Isaías, Jeremias, Ezequiel, e tantos outros), a glorificação através das
visões de Daniel, etc. Portanto, a história de Israel aponta para a história de Jesus
Cristo. Sendo assim, a Lei, dada diretamente pelo Senhor a Moisés, e toda a
moralidade oriunda dela, determinava que apenas os homens podiam servir como
sacerdotes. Por ser Cristo Homem e nosso Sacerdote, o sacerdócio de Levi, iniciado
emA rão,t ambéma pontavap arao S enhorJ esus.
. O modelo sacrificial também é um ponto importante. Os homens da tribo de Levi,
separados para o sacerdócio, se submetiam a muitas atividades que para as mulheres
daquela época não seriam proveitosas, porque elas já eram separadas para fazer
outrasc oisasq uel hesc onsumiamu mt empoa dequadoe s uficiente.
Discutir sobre o sacerdócio nos moldes de Arão não é uma tarefa simples, pois
envolve uma exigente santidade, obediência, historicidade, particularidades,
tipologias e figuras, complexidade, delicadeza e senso de reverência. “Somente os
sacerdotes podem levantar mãos santas sobre os homens e ordenar a bênção do Céu.
Somente o sacerdote tem a autoridade, somente ele
esteve na presença do Altíssimo”
(Art Katz, em “Fundamentos apostólicos”, cap. 1, pág. 19). Apesar do sacerdócio do
passado estar essencialmente ligado ao ofício de pastor, e sendo Cristo o Sumo
Sacerdote (1 Tm 2:5; Hb 4:14-16, 8) que não apenas ofereceu sacrifícios mas foi Ele
mesmo o Sacrifício perfeito (Hb 10:26), todos nós, homens e mulheres, somos
chamados ao sacerdócio, porque o véu foi rasgado (Mt 27:51), e se no tempo e espaço
apenaso h
omems umos acerdote p odia e ntrar n o S anto d os s antos, t oda a i greja,
página37
Leis
hoje, tem o livre acesso: “Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa
espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus
por Jesus Cristo. Por isso também na
Escritura se
contém: eis
que
ponho
em Sião
a
pedra principal da
esquina, eleita
e preciosa; e quem nela crer não será confundido…
vós sois a geração eleita,
o sacerdócio real,
a nação santa, o povo adquirido, para que
anuncieis as virtudes dAquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”
(1 Pd 2:5-9). Se na antiguidade, entre os hebreus, apenas os homens exerciam a
função de sacerdócio, e no meio pagão as mulheres comuns e sacerdotisas se
prostituíam, hoje, no presente momento, na igreja, todos nós somos chamados
sacerdotesd oS enhor,e nquantoo s acerdóciop agãon ãop
odes erc omparado.
P
urificaçãod
am
ulhera
póso
p
arto( Lv1 2)
4 Moisés escreveu o livro de Levítico numa época de pouca ou nenhuma informação
científica apurada, tudo era muito limitado, de modo que a compreensão para alguns
assuntos também eram. Os quatro primeiros livros da Bíblia, que tratam de forma
específica as ordens de Deus, estão repletos de leis cerimoniais que envolvem pautas
sanitárias, como a ordem para os hebreus não tocarem em cadáveres (Lv 21:11; Nm
19:11), para que suas necessidades fisiológicas fossem feitas longe da
comunidade e
enterradas logo após (Dt 23:12-13), ou as ordens para o homem impuro se lavar em
água corrente (Lv
15:13; este capítulo de Levítico, que fala da impureza do homem e
da mulher, será melhor tratado por mim no próximo item). E o mais interessante é
que em todas essas leis existem razões científicas também, o que torna o texto bíblico
aindam aisb eloe s urpreendente;e n ãop oderias erd iferente,j áq ueo a
utoré D eus.
O Criador conhecia e conhece a sua criação, obviamente, e conhecendo toda a
ciência, e transmitindo essa ciência nas leis de forma discreta, evidentemente os
hebreus não podiam ter o mesmo conhecimento, pois não tinham recursos nem
alcance intelectual suficiente para entender. Se nem mesmo nós, hoje, temos 1% do
conhecimento da natureza e do universo que nos cercam em comparação com o
Divino, o que imaginar de homens comuns e humildes daquela época? Logo, a forma
que Deus escolheu para se comunicar com o seu povo, através de Moisés e da Lei, foi
totalmente clara, objetiva e simples. Sendo assim, expressões como “impura”, dada à
mulher no capítulo 12 de Levítico - também aplicada ao homem -, não significam que
a mulher seria imunda, impura no sentido pejorativo da palavra. No dicionário
popular, impureza também significa: “natureza do que se altera pelo aparecimento de
elementos ou componentes estranhos”; é esta a perspectiva bíblica quando usa tal
expressão, e não por acaso a expressão de impureza geralmente é usada quando
envolveq uestõesd eh igienee d es aúdef ísicad os erh umano.
D adou mc ertoe sclarecimento,p ossot rataro c apítulop ontoa p
onto:
.
Puerpério: conhecido popularmente por “resguardo”, é o tempo adequado em que a
mulher deve se manter em repouso após o parto. Nesse período ela deve evitar
atividades físicas que lhe exijam esforço e estresses cotidianos. É algo cientificamente
conhecido e
muito bem definido. Então parece que a soma dos sete dias iniciais mais
trinta e três dias, resultando em quarenta, está bem explicada e esclarecida nos versos
2e 4 .
.
Circuncisão ao oitavo dia: temos aqui mais um fato cientificamente preciso. Deus fez
um pacto com Abraão, e orientou que os meninos fossem circuncidados ao oitavo dia
após o n ascimento ( Gn1 7:10-12). É d e c onhecimento d a m edicina q ue o m elhor
página38
Leis
momento para a circuncisão é ao oitavo dia (tempo em que o fator coagulante
protrombina se
eleva a 110% do normal), pois até ao sétimo dia o sangue não coagula
tãob em( vitaminak ),e a p artird on onod iaa s ensibilidadeà d oré b emm aior.
. Tempo de impureza da mulher no caso de ter uma filha: aqui entra o ponto mais
importante a ser resolvido. Não há nada de sexismo no texto bíblico. O que acontece é
algo puramente biológico por trás das ordenanças do Divino que tudo conhece. Na
gestação de meninas a mulher sofre alterações hormonais muito mais significativas
que na gestação de meninos, por exemplo, “o soro materno HCG (MSHCG) é
maior
quando o feto é
do sexo feminino do que quando é do sexo masculino… os níveis de
MSHCG foram significativamente maiores (18,5%) na 3ª semana pós-fertilização na
presença de um feto feminino…” (veja aqui), o que pode causar náuseas intensas e
outros sintomas na mulher. Por conhecer os detalhes, Deus determinou que a mulher
fosse considerada impura (“natureza do que se altera pelo aparecimento de
elementos ou componentes estranhos”) por mais tempo, ou seja, oitenta dias (verso
5). (T odas estas informações foram devidamente revisadas pelos meus queridos amigos e
irmãos em Cristo André e Djalma). Além do mais, no caso da mulher hebréia daquela
época ter concebido um menino, poderia contar com a ajuda do pai no que fosse
preciso de forma mais presente, enquanto que se tivesse tido uma menina o ideal
seria que a
mulher vivesse momentos mais a sós com ela. A intimidade da mãe com a
filha poderia ser desenvolvida desde os primeiros dias de vida do bebê, que por sua
vez garantiria cumplicidade futura. A mãe preferiria ter seus momentos mais
exclusivos com sua filha justamente por partilhar das mesmas emoções e
experiências, presentes e futuras. Estamos falando aqui de uma sociedade
completamente diferente da nossa, com costumes diferentes (bem mais
conservadores)e c autelosos.
. No período inicial, de sete e quatorze dias, as mulheres eram poupadas do contato
físico com os homens - por estarem impuras -
para que não fossem perturbadas em
suasf ragilidadesp ósp arto,c omon oc oito,t alvezp ori nsistênciad es eusm aridos.
A chon ecessáriot razert ambémd uase xplicaçõesr eligiosas:
.
Aquela sociedade sensualizava as mulheres, e valorizava a prática das orgias. Toda e
qualquer preservação da mulher no período pós parto era de fundamental
importância. Era muito comum naquela época cultos pagãos da fertilidade. Mulheres
sacrificavam seus bebês recém-nascidos aos deuses, e eram aplaudidas por isso (o
queD euss emprec onsiderouu maa bominação).
.
Quando as
mulheres hebréias faziam sacrifícios para os sacerdotes, uma simbologia
messiânica (novamente) estava presente. No oferecimento de animais o casal estava
declarando que mais um pecador estava vindo ao mundo, e esse sacrifício era feito
em favor da criança e da mãe, pois ela carregou um pecador em seu ventre, porque a
criança já nasce em pecado (Jó 14:4; Sl 51:5). O sangue do animal seria uma forma de
purificar inicialmente aquela nova existência. Cristo derramou seu Sangue para nos
purificar dos nossos pecados definitivamente, de uma vez por todas, portanto
qualquer criança filha de um crente já nasce debaixo dessa aliança, desse Sacrifício.
Nos versos seguintes de Levítico 12 (6 ao 8) as restrições eram exatamente as mesmas
para a mãe e a criança, se menino ou menina. Todos eram tratados de modo igual,
poisa se xigênciasd os acrifíciod ea nimaise rami guaise s emr esquíciosd es exismo.
Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há
macho
nem
fêmea;
porque
todosvóssoisumemCristoJesus.Gálatas3:28
página39
Leis
discriminação às mulheres, uma vez que esta palavra também é
aplicada ao homem
em muitas situações (verso 2). E por mais que a palavra em si
traga um certo peso,
hoje, para nós, culturalmente falando, naquela época uma pessoa imunda ou impura
nada mais era que alguém não apto a ter contato físico com outros por um
determinado tempo, por questões de saúde e prevenção de doenças. Deus queria
preservar o seu povo em perfeito estado (verso 31), além de tipificar, outra vez, a pura
Pessoa de Cristo. Ou seja, “impuro” ou “imundo” não era um tipo de xingamento,
como para nós muitas vezes é, e portanto não havia ofensa alguma alguém ser
descritoa ssimp oru mt empod eterminado.
Até mesmo nos nossos dias cuidados são necessários - e obrigatórios -, pois como
seres humanos estamos passíveis a infecções, inflamações, corrimentos, ejaculação
precoce, feridas na pele, doenças bucais, entre outros problemas que podem ser
transmissíveis e prejudiciais. Ao decretar tais leis cerimoniais/higiênicas Deus estava
também incentivando o amor ao próximo, pois quando amamos ao próximo
queremos o bem dele e queremos preservar sua vida. Atualmente, num contexto de
pandemia, sabemos bem o que é isso. Essas passagens só evidenciam a exatidão
científica das Escrituras quando apontam para a existência de bactérias e vírus, ainda
quen umal inguagems implese h umilde.
Em todas essas leis sanitárias o Senhor Deus expôs de forma excepcional a sua
Soberania, que excede o nosso entendimento e se sobressai à arrogância dos homens.
E essa Soberania prevalece hoje num contexto de Covid-19. Cuidados são necessários
para nos mantermos saudáveis e
puros. Nós tememos um vírus de origem incerta, ao
que tudo indica originado na China; pequeno, complexo, e apavorante. Mas o Senhor
permaneceà f rented et udo,c omon op assado,n aé pocad eM oisés.
Quem é injusto, faça injustiça ainda: e quem está sujo, suje-se ainda; e quem é justo,
faça
justiçaainda;equemésanto,santifique-seainda.Apocalipse22:11
dizendo: ‘fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Eu sou o Senhor vosso Deus. Não fareis
segundo as obras da terra do Egito, em que habitastes, nem fareis segundo as obras
da terra de Canaã, para a qual vos levo, nem andareis nos seus estatutos. Fareis
conformeo s m
eus j uízos, e
o
s m
eus e
statutos g uardareis, p ara a ndardes n eles.E
u
página40
Leis
sou o Senhor vosso Deus. Portanto, os meus estatutos e
os
meus juízos guardareis;
os quais, observando-os o homem, viverá por eles. Eu sou o Senhor’” (verso 1 ao 5).
A questão é como os hebreus viveriam a partir daquele momento, em oposição ao que
era vivido habitualmente nas nações vizinhas. Ora, Deus estava separando Israel para
ser uma santa nação, de modo que as práticas abomináveis, expostas nos versos
seguintes, não
deveriam ser vivenciadas por aquele povo que acabara de sair do Egito
e experimentado ali todo tipo de idolatria. Em torno da idolatria e dos cultos aos
deusesq uem uitosc ostumese p ráticass exuaise ramf eitos( dov erso2 1a o3 0).
O que nos
interessa aqui é
a questão do patriarcado da época. Pelo fato de muitos
daqueles homens realmente se comportarem incorretamente em relação às mulheres,
a ênfase neste capítulo de Levítico parece ser toda voltada a eles. É como se eles
fossem os principais responsáveis pela imoralidade sexual - no contexto -,
portanto
ativos, ao passo que as
mulheres seriam vítimas ou cúmplices, ou seja, passivas. Não
que todas elas fossem inocentes - sem pecado ou maldade -, pois se de um lado o
homem e a
mulher são
vistos como iguais em dignidade humana, por outro também
convergem na natureza pecaminosa. Mas partindo do ponto de que naquela época
muitos homens realmente eram brutos e abusivos e tomavam a iniciativa para
quaisquer que fossem as práticas sexuais consideradas imorais, as mulheres, se
deixando levar por alguma razão no ato pecaminoso, se tornavam vítimas ou
cúmplices - eram cúmplices quando agiam por conveniência ao invés de reagirem
negativamente, no cenário em que o homem não havia lhe forçado a nada mas apenas
dadou mai deiae m anipuladop araa lgumas ituação,c orrespondidoe ms eguida.
Toda a atenção que as Escrituras dão à capacidade do homem mau de tomar a
iniciativa para algumas coisas (do verso 6 ao 22), e a orientação para evitá-las, apenas
reforça a ideia da depravação humana, e escancara a sinceridade da Bíblia de expor a
realidade dos fatos, não concordando com eles em suas maldades, mas
combatendo-ose t razendou man ovap erspectiva,d essav ezs antae i rrepreensível.
Mesmo que o capítulo 18 de Levítico seja muito claro sobre proibições, outros
textos similares ao longo do Cânon do AT são constantemente deturpados para o
capricho da militância de ideologias puramente humanas. Este capítulo do terceiro
livro do Pentateuco é uma porta de entrada para compreendermos muitos eventos
veterotestamentáriose n eotestamentários,a r espeitod ai moralidades exual.
Prostituição
7 No versículo 29 de
Levítico 19 somos informados da prostituição, geralmente em
cultos de idolatria: “Não contaminarás a tua filha, fazendo-a prostituir-se; para que a
terra não se
prostitua, nem se encha de maldade” (Conf. Dt
23:17). Algumas versões
parecem ser mais específicas sobre o tema, como a NTLH: “Não desonrem as suas
filhas entregando-as para serem prostitutas nos templos pagãos. Isso encheria a
terra de idolatria e de pecado”. Era comum naquela época, nas outras nações,
meninas serem entregues para a prostituição em culto aos deuses; atualmente tal
prática é bem comum na Índia e
em algumas tribos de nações africanas, resultando
atée mt ráfico.Q uãot errível!
Por amar aos seus eleitos, o Senhor Deus ordenou que isso jamais acontecesse. A
prostituição é uma desvalorização do corpo da mulher desde os
tempos antigos, que
por sua vez só traz maldição e mazelas. Imagine uma sociedade de
pureza que Deus
pretendia c onstruir, c omo m odelo d a r
ealidade f utura e m r elação a o R
eino c ompleto
página41
Leis
deC
ristoa
quin
at erra.O
S
enhorl ibertaa
sp
essoasd
et alv idap
romíscuae t rágica.
página42
Leis
Asf ilhasd eZ elofeade,e a h erançad et erras( Nm2 7)
9 Entre
o povo de Israel prevalecia uma tradição muito antiga e comum, anterior ao
próprio Moisés, bem aceita e
praticada. Uma tradição não necessariamente boa, mas
comum. Possivelmente introduzida por meio dos patriarcas Abraão, Isaque e Jacó,
especialmente através de Abraão mediante sua herança e costumes culturais de Ur. A
herança era muito valorizada pelos antigos, assim como o nome do pai de uma
família. Sendo assim, existiam orientações que buscavam preservar o nome e a
reputaçãod ol íderf amiliara póss uam orte,c omoa l eid ol evirato( Dt2 5:5-6).
Zelofeade morreu sem ter filhos, e teve apenas filhas, o que naquela sociedade
poderia ser um problema, como o que está sendo mostrado agora. As filhas do
falecido descendente de Manassés foram reivindicar a Moisés a herança de terras do
pai (verso 1 e 2), e argumentaram que, apesar dele morrer no deserto por
consequência do seu pecado pessoal, não morreu entre aqueles que juntamente com
Coré se rebelaram contra Deus (verso 3; conf. Nm 16); aparentemente era um homem
honesto,a pesard ep ecador;c omot odosn óss omos.
Moisés se compadeceu, e foi até Deus para apresentar
a causa (verso 5), e Deus
aceitou o pedido das moças (verso 6 e 7). Elas alegaram que seria injusto o pai não
manter seu nome honrado apenas por não ter tido filhos homens, e não herdarem a
herança que pertencia a elas apenas por serem mulheres (verso 4). A indagação delas
demonstra insatisfação com aquela tradição que prevalecia em Israel. E Deus
concordou que não seria justo elas ficarem sem a herança e o pai delas com seu nome
desvalorizado e sem uma continuidade digna. Então o Senhor Deus não apenas
determinou que aquelas moças ficassem com a herança (verso 6 e 7), mas também
decretou em Israel que qualquer homem que morresse deveria deixar a herança com
as suas filhas, no caso de não ter tido filhos. Os irmãos só tomariam posse se fosse o
caso do homem não ter deixado filhos ou filhas (verso 8 e 9). Deus estava quebrando
uma tradição até então predominante em prol de uma ordem nova e justa. Mas então
você pode se perguntar: por que os filhos ainda seriam a prioridade, recebendo o
direitod ah erançaa ntesd asf ilhas?
A
q uestãop areced ifícild ea ssimilar,m asn ãoé .T ragoa lgunsp ontos:
. Naquela sociedade, àquela altura do campeonato, as moças teriam sido entregues
em casamento a outros homens, de modo que a herança delas seria a dos seus
maridos, através dos filhos. O fato das filhas de Zelofeade terem ido pedir a Moisés
tal favor de justiça, mostra que elas ainda não tinham se casado e queriam
permanecer, por direito, com as terras de seu pai, o que é confirmado em Números
36:11-12 (Conf. Js 17:3-6). Assim, elas deram continuidade à linhagem do pai através
dos filhos que puderam ter posteriormente com seus respectivos maridos,
devidamenteh ebreuse t ambémm anassitas( Nm3 6:1-10).
. Os filhos teriam do homem que morresse a prioridade da herança porque, assim
como as filhas se casariam com outros homens que teriam suas próprias heranças em
suas famílias, eles certamente iriam precisar da posse de terras próprias para validar
seusf uturosc asamentosc omm ulheresd eo utrasf amílias.
. Os filhos do homem que morresse, possuidores da herança - no caso desse homem
ter tido filhos e filhas, e deixado as terras com os filhos, cujas filhas ainda não
tivessem casado -, deveriam cuidar de suas irmãs até que elas se casassem e
entrassem em uma nova família, possuindo assim seus próprios bens nos acordos do
casamento, construindo suas vidas dignamente e independentemente dos seus
irmãos,a ntesp rotetorese p rovedores.
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Leis
. Os homens eram os líderes da casa pelos motivos já tratados por mim
anteriormente. Um dos motivos era o ato de proteção que
o
homem deveria exercer
em sua casa, assim como para Adão foi dada a ordem de proteger e guardar o Éden e
consequentemente Eva, sua mulher. Este modelo deve
permanecer até hoje nos lares
cristãos.D ef ato,o h
omemé o l íderd ol ar.
Os
hebreus estavam acostumados com tradições nem sempre correspondentes ao
que mais tarde Deus determinaria. Estavam acostumados por questões culturais, que
gradualmente foram moldadas por Javé, substituídas ou esquecidas para obtenção de
resultados de
uma sociedade mais justa para todos, igualitária, sem distinção de sexo
ou condição social, posição social, cor, idade, entre
outros fatores. O Senhor tolerou
algumas coisas porque logicamente entendia com perfeição as urgências em cada
contexto da história de Israel, e entendia as
limitações humanas porque Ele
mesmo
as determinou. Deus jamais poderia causar uma mudança drástica e repentina em
seup ovo,p orquei ssoc ertamenter esultariae mc onflitosm aiorese p
erturbadores.
Deuteronômio2 2
Resolvi intitular esta seção pelo nome do livro,
10 especificando o capítulo, porque
nele encontramos vários pontos importantes para o tema discutido neste artigo:
virgindade, adultério e estupro; pontos que devem ser analisados à luz do contexto
histórico, e com muito cuidado, para não cometermos equívocos ou exageros,
desrespeitando assim a hermenêutica e exegese. É um
capítulo um pouco polêmico,
principalmente se lido com pouca atenção e nenhuma consideração histórica.
Portantot eremosn estas eçãos ubdivisões.
a.A
v irgindade
Naquela época a virtude era
muito valorizada e importante, tanto para o homem
quanto para a mulher; os dois deveriam se casar virgens, pois assim estariam na
pureza determinada por Deus. Poderia acontecer do homem, repentinamente,
difamar a sua esposa e começar a dizer que descobriu que ela não casou virgem
(verso 13 e 14), então ele deveria provar a sua acusação. Os pais da moça então
tomariam as devidas providências (verso 15 e 16), e o caso seria examinado, e se fosse
provado a virgindade da moça (verso 17), o homem difamador seria castigado e
permaneceria casado com ela (verso 18 e 19). Não se divorciavam! Deus odeia o
divórcio (Ml 2:16). Ao ler isto, alguém pode questionar: por que ela deveria
permanecer casada com um homem que a difamou do mais nem menos? Eu
considero uma dúvida honesta, pois parece realmente ser injusto. Mas naquela época
uma mulher divorciada ou abandonada tinha pouco ou nenhum valor perante a
sociedade. Uma mulher solteira e divorciada poderia até mesmo passar fome - no
caso dos seus pais já terem morrido -, e como se não bastasse, poderia cair na
prostituição. Deus estava preservando a vida da moça e garantindo que ela
permaneceria em uma família e longe de qualquer risco de julgamentos ou coisas
piores.
O fato
do difamador ser
castigado trazia a segurança para os pais da moça de que
aquilo não voltaria a
acontecer. Porém se
ela
realmente não
fosse mais virgem antes
do casamento, seria morta (versos 20 e 21), não porque teria tido relações com o
homem q ue l he e ra p rometido ( o q ue h oje n a n
ossa c ultura s eria u m n amoro o u
página44
Leis
noivado), mas porque teria tido relações com um homem enquanto estava
comprometida com outro. Era prostituição e adultério. Destaco que não apenas a
mulhers eriaa pedrejada,m aso h
omemq uea dulterouc ome lat ambém( verso2 2).
b.O
a dultério
No verso 23 nos deparamos com um dilema semelhante; o homem e uma mulher
seriam apedrejados por adultério. Neste cenário não houve acusação por parte da
moça de que ele a estuprou; a expressão “gritar” no verso 24 significa que ela não
havia falado, anunciado, denunciado às autoridades o suposto crime. Se ela não
“gritou”, então houve consentimento, ela aprovou e adulterou com ele. Muitos
leitores desta passagem acreditam que a moça deveria gritar só enquanto estava
sendo violentada, mas de repente o estuprador cobriria sua boca e assim ela ficaria
impedida. Por não ter gritado ou por ninguém ter ouvido devido a
impossibilidade,
elai njustamentes eriaa pedrejada.N ãoé i sso!
A expressão “gritar” sugere que ela deveria fazer isso durante o ato ou depois,
contanto que denunciasse o criminoso e provasse que foi mesmo estuprada. E ela
poderia fazer isso mostrando as marcas em seu corpo. Do hebraico “tsaaq”, que
significa choro de angústia - neste caso ligado completamente ao semblante da
mulher. A dificuldade de compreender corretamente o que está sendo dito
encontra-se no fato de que os
versículos são curtos e breves, o que dá a entender que
tudo deveria acontecer na mesma hora, como um flash. Mas os versos são resumos de
casos que muitas vezes demoravam dias, semanas, meses, e até anos para serem
descobertose r esolvidos.
c.O
e stupro
A violência sexual sempre foi vista como crime, entre todas as culturas, ainda que
em muitas nações a lei para tal crime fosse negligenciada por conveniência de poder e
status social. Do verso 25
ao 27 o estupro de fato
é real, ao contrário dos versos 23 e
24. Quando se diz que a moça gritou no campo e ninguém a ouviu, significa que
durante ou após o ato ela
gritou, ela clamou, ela
chorou, mas por
estar no
campo (e
não na cidade), ninguém percebeu. Note que independente dele ter cobrido ou não
sua boca enquanto cometia o
crime, ninguém ouviria o
choro da mulher, porque eles
estavam em
um lugar distante, em um campo. Assim, só ele seria apedrejado, porque
realmente foi um caso de violência sexual. Os versículos 28 e 29 não dizem que a
mulher seria obrigada a se casar com seu estuprador. A princípio, não era um
estuprador. O texto nada fala sobre estupro. Alguns concluem que se trata de estupro
porque os versos anteriores falam sobre isso (25 ao 27). O verso 30 nada tem a ver
com o abuso, nem o que lemos do verso 22 ao 24, por exemplo. Assim, o capítulo
inteiro logicamente trata de diversas questões - veja o que se diz do verso 1 ao 12,
nada relacionado a questões sexuais. Ademais, o texto não diz que a relação foi
involuntária, ou seja, que a moça foi forçada ao ato, porque ambos mantinham
relações s exuais d e f orma c onsentida. O p roblema n este c ontexto, d epoisd e t udo,é
____________
10, b. No
caso
de
Diná,
ela
foi
abusada
enquanto
estava
distante
de
sua
família, mas quando encontrou Jacó, seu
pai, deixou claro que sofreu
tal
violência
(Gn 34:1-5).
Decerto
ela
gritou
e chorou, mesmo que
depois
do
ato.
A
situação mais tarde
foi
resolvida, mas
seus irmãos romperam com o
trato
e assassinaram os homens heveus (Gn
34:6-29).
página45
Leis
que o homem teria desistido da moça, que até então era virgem, ou seja, ela teria sido
iludida,t erias idod efraudada( pori ssoo t ermo“ humilhou”,n ov erso2 9).
Acho bom destacar outra vez que toda mulher que não era mais virgem antes do
casamento, naquela época, era vista pela sociedade como impura, e por consequência
dificilmente conseguiria uma família, uma reputação e um bom legado. Deus estava
protegendo as mulheres que foram vítimas de defraudação, mesmo sendo elas
coniventes com a fornicação (sexo antes do casamento). Ela teria sido usada apenas
para satisfazer os desejos sexuais do homem. Evidentemente o Senhor jamais
aprovaria tal coisa nem deixaria a moça envergonhada, humilhada e frustrada. Assim,
op ait eriao d ireitod ee xigirq ueo f ornicadors ec asassec oma f ornicadora.
A virgindade era algo sério e de muito valor naquela época - e deveria ser hoje em
dia, ainda. A moça poderia se tornar prostituta se
não se casasse com aquele homem
que a iludiu, uma vez que ela não teria condições de se manter sozinha. A
discriminação e o preconceito estavam enraizados desde a queda. O Senhor Deus
estava tratando e principalmente evitando todos esses problemas futuros para a moça
iludida. Este texto de Deuteronômio é similar ao de Êxodo 22:16-17: “Se alguém
enganar alguma virgem, que não for desposada, e
se deitar com ela, certamente a
dotará e tomará por sua mulher. Se seu pai inteiramente recusar dar-lha, pagará ele
em dinheiro conforme ao dote das virgens”. Observe que o pai ainda poderia recusar
que sua filha se casasse com aquele homem que a iludiu. Talvez a decisão seria
tomada com base nas atitudes do homem em questão; se apesar do erro ele seria um
rapaz que valia ou não, se era respeitado ou não, se reconhecesse seu erro ou não, etc.
Note que não havia obrigação da mulher se casar - jamais existiria essa opção se fosse
um estuprador, porque ele seria morto. Se o pai quisesse exigir um valor, estaria
garantindo o futuro de sua filha para que ela jamais precisasse se prostituir para
sobreviver, num cenário em que ela jamais se casasse com outro homem. E por que a
fornicação é pecado? Porque antes do casamento o homem e
a mulher ainda não são
umas óc arne( Gn2 :24).E isa b asef undamental!
Uma razão não menos importante, naquele contexto antigo, é que as nações pagãs
geralmente viam a fornicação e o sexo descompromissado como normal e muitas
vezes como uma forma de culto aos deuses. Além disso, doenças podem ser
contraídas no sexo irresponsável. É um princípio bíblico o prezar pela pureza antes
do casamento (Mt 15:19; Rm 1:29; Ef 5:3; 1 Co 6:18; 1 Ts 4:3-4). Além do mais,
certamente o homem que viesse a defraudar a moça não teria sucesso com aquela que
ele realmente gostaria de se casar um dia. Ele seria visto como um homem sem
confiançae s emc aráter.
Nesta seção nós pudemos ver leis severas, sim, mas que serviam muito mais para
impor limites do que para punir realmente. A pretensão de Deus era, como até hoje é,
frear a maldade humana, pôr limites ao ímpeto do coração humano. Desde a queda a
Bíblia relata uma decadência moral do homem, pois isso é fruto do pecado. E todos os
homens s ão p ecadores. A ssim, a o c onstruir u ma n ação s eparada e m odelo p ara o
____________
10, c. Deus proibiu que frutos (filhos) do pecado participassem da congregação
(Dt
23:2)
por
tais
motivos:
a)
o
Senhor exigia santidade, sem mancha irremediável (conf. Hebreus 13:4); b) menores chances de haver
defraudação e fornicação entre o povo de Israel. Entenda que para o homem hebreu naquela época, ver seus filhos
impedidos de participarem da
congregação seria
uma vergonha. O homem jamais iria querer
uma
descendência
considerada ilegítima.
Em todas as ocasiões a Bíblia deixa claro que o Senhor reverte a maldade humana e os seus
errosemumbemsocial.
página46
Leis
Messias, o Senhor aplicava leis
severas, sim, que serviam de admoestação para que o
seu povo tivesse senso do
que é certo
e do que é
errado. Considere também o fato de
que aquele contexto era completamente diferente do nosso. Hoje vivemos numa
civilização já
bem definida, construída e alicerçada -
inclusive baseada em princípios
bíblicos -, no entanto os hebreus tinham acabado de sair do Egito, uma nação idólatra
e com práticas reprováveis, e estavam indo em direção a
uma terra (Canaã)
que
era
pertencente a Abraão, mas tomada por povos maus, invadida e povoada. E esses
povos, os cananeus, praticavam coisas ainda piores que os egípcios, em rituais e
cultos sanguinários e depravados. Deus estava tomando medidas urgentes e
temporárias para que ao
longo do tempo o povo compreendesse os
valores
divinos e
não se
contaminasse com as práticas pagãs - o que não aconteceu, pois diversas vezes
osh ebreusc aíramn asp ráticasa bomináveis.
Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, fornicação, impureza,
lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões,
heresias, invejas,
homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das
quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais
coisas
não
herdarão o
ReinodeDeus.Gálatas5:19-21
____________
10. Em
Cristo
a Lei
foi
cumprida,
e a Graça deu início a uma nova era, a um novo momento, não porque ela aboliu
a Lei, pois a Lei permanece até hoje (leve em consideração a divisão tríplice da Lei: Civil, Moral e Cerimonial),
mas porque o modo como Deus julga os seus filhos agora é diferente, estando baseado na justiça, sim, mas de
Cristo, que é imputada naqueles que creem em seu Nome, por isso: “...
Aquele que de entre vós está sem pecado
seja o primeiro que atire pedra contra ela (a adúltera)” João 8:7. Não é que no AT a Lei era válida e no NT foi
invalidada por Cristo. Nem muito menos no AT Deus era mais rigoroso e no NT mais amoroso. Acontece que nos
livros veterotestamentários vemos o Pai trazendo suas Ordenanças como padrão aos homens que, pecadores que
eram e são, jamais poderiam cumprir em plenitude (por isso sacrifícios de animais eram feitos, por exemplo), e
nos livros neotestamentários lemos o Filho manifestando com excelência em obediência a plenitude dessas
mesmas Ordens do Pai, de modo que no Filho agora somos também justos e livres da maldição da Lei (Gl 3:13). O
fato é que tanto no AT como no NT Deus era Bom e Justo, e é Bom e Justo, mas é preciso considerar as diferentes
épocas, os diferentes costumes e contextos, as situações a serem resolvidas, os dilemas, as urgências, as causas, os
conflitos internos e externos, as relações com outras nações, o povo (Israel) que estava sendo construído como
nação para que o Messias viesse, e agora o povo (a
igreja) já bem estabelecido em suas respectivas nações para
receber, por fé e espera, o Messias que já veio e voltará, etc. A organização tríplice da Lei funciona da seguinte
forma: a)
Moral. Dada a todos os povos, desde Adão e Eva e Noé até os nossos dias. Até hoje válida, para sempre
válida. O resumo (10 Mandamentos) e base de toda a Lei expressa no Pentateuco (os cinco primeiros livros da
Bíblia); b) Civil. Entregue especificamente aos hebreus, a Israel como nação, nos devidos contextos e
necessidades. Não obrigatória aos gentios (nós, não judeus, não nativos do país Israel), pois os
gentios devem
obedecer as leis de suas próprias nações (Rm 13); c) Cerimonial. Das leis festivas que prenunciavam o Cristo
(comosacrifíciosdeanimais,FestadosTabernáculos,aPáscoa,etc).
página47
Leis
pedido de divórcio: “... se não achar graça em seus olhos, por nela encontrar coisa
indecente…”. Não sabemos ao certo o que seria essa indecência, mas com certeza
nada relacionado ao adultério, por exemplo, pois a punição era a morte, para o
homem adúltero e para a mulher adúltera (Lv 20:10); mas aí está a chave para
entendermos os versos seguintes. A carta de divórcio que o homem dava para a
mulher lhe garantia segurança (verso 1c). E, se casando outra vez a mulher, e se
divorciando pela segunda vez ou se
tornando viúva
(versos
2 e 3), o primeiro marido
não podia tomar-lhe novamente como esposa porque ela teria sido considerada
impura (verso 4); isto acontecia porque o divórcio teria ocorrido por algum motivo
relacionadoa u mai ndecênciad ap arted ela.
Além do mais, Deus estava impedindo o ciclo
vicioso
na
sociedade israelita. Se
o
Senhor não tivesse posto tal lei, a prática do divórcio teria sido muito comum e banal,
o
casamento teria sido
aos poucos desvalorizado, e as mulheres daquela época teriam
corrido o
risco da
banalização a ponto de serem descartadas por qualquer razão fútil.
A maldade humana acarretada pelo pecado possivelmente levaria os homens a abusar
da permissão do
divórcio e a negligenciar a importância da união e a perseverança no
amore ntreo c asal( Gn2 :24;M t1 9:6;M c1 0:9).
Osr ecém-casados
No
12 verso
5 de Deuteronômio 24 lemos algo bem bonito, que reflete a preocupação
do Senhor com a alegria plena da mulher e a sua satisfação no casamento e na
família: “Quando um homem for recém-casado não sairá à guerra, nem se lhe imporá
encargo algum; por um ano
inteiro ficará livre
na
sua
casa para alegrar
a mulher,
quet omou.”
Certamente um ano inteiro de pura liberdade que o homem tinha direito
proporcionava à sua mulher uma maior ligação com ele, um crescente afeto e
confiança nos seus deveres de marido, também se
conheceriam melhor em todos os
aspectos da intimidade, e com certeza o casal teria filho ou filhos com a presença
paterna nos primeiros anos de vida das crianças. Tente imaginar a felicidade do casal
em um ano inteiro de amores, paixões, cumplicidade, ternura e momentos a
sós.
O
Senhor se preocupa com a felicidade do casal que está debaixo de sua proteção. O
Senhors er egozijan oa more n oc arinhod eu mc asalq ues ervea E
le.
Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo
sobre
o teu
braço, porque o amor é forte
como a morte, e duro como a sepultura o ciúme; as suas brasas são brasas de fogo, com
veementes labaredas. As muitas águas não podem apagar este amor, nem os rios afogá-lo;
ainda que alguém desse todos os bens de sua casa pelo amor, certamente o desprezariam.
Temos uma irmã pequena, que ainda não tem seios;
que faremos a esta
nossa irmã, no dia
em que dela se falar? Se ela for um muro, edificaremos sobre ela um palácio de prata; e, se ela
for uma porta, cercá-la-emos com tábuas de cedro. Eu sou um muro, e os meus seios são
comoassuastorres;entãoeueraaosseusolhoscomoaquelaqueachapaz.Cantares8:6-10
13 A
v
iúvae o
c unhado,e u
mah
umilhaçãop
ública
Em D
euteronômio, c apítulo 2
5, d
o v erso 5 o 1 0, lemos s obre u
a ma s ituação
____________
11. O divórcio
nunca
foi do agrado de Deus (Ml 2:16), mas foi permitido em razão da dureza do coração do povo de
Israel(Mt19:3-9;Mc10:2-9).
página48
Leis
muito constrangedora para um homem, e essa situação era uma consequência de sua
irresponsabilidade em um compromisso familiar. Um homem, cujo irmão tivesse
morrido e deixado sua esposa sem filhos, deveria se
casar com essa mulher para lhe
dar filhos (verso 5)
e,
em especial, honrar a memória de seu irmão (versos 6). Mas se
esse homem não cumprisse seu dever de cunhado deveria se submeter a uma
humilhaçãop ública,e f icariap aras emprem arcado( versos7 a
o1 0).
D estacod oisp ontos:
. A humilhação ocorria porque a sua decisão não
honrava a memória de seu próprio
irmão. Naquela época era muito importante para um homem deixar filhos como
herança, para que sua geração não fosse apagada. Deus estava concedendo ao irmão
falecidou md ireitoe a fastando-od eu ml egadov ergonhoson a/paraa s ociedade.
. O que mais nos interessa aqui é o fato da mulher cuspir no rosto do homem. A
expressão: “... assim se fará ao homem que não edificar a casa de seu irmão…”; é
basicamente um anúncio de que aquele homem era relaxado e não honrava seus
deveres. Esse anúncio partia justamente da mulher, e não dos sacerdotes. Era um
direitod elam anifestars uar evolta.
Mas o irmão vivo só deveria casar com a sua cunhada no cenário
em que o seu
irmão não tivesse deixado filhos, se a mulher tivesse dado filhos ao irmão morto,
então ela poderia se casar com outro homem que não fosse da
mesma família. Esta
passagem na Bíblia, inclusive, reconhece os casos de infertilidade do homem, tratado
detalhadamente por mim anteriormente; ora, se um homem não tivesse dado filhos a
ponto da viúva casar-se com o irmão dele para honrar sua memória, então o
problema estava nele. Lembrando que inúmeras são as passagens que enfatizam os
direitos da viúva (Dt 10:17-18, 24:17, 27:19; Is 1:23; Jr 22:3; Sl 146:9; Pv 15:25; Zc
7:10;1 T m5 :5;T g1 :27).
14 É o que nós encontramos em Deuteronômio 25:11-12: “Quando pelejarem dois
____________
14. A
Lei buscava medidas de fazer justiça no comércio, evitando que um dos comerciantes agisse de forma
favorável a si
mesmo, no ato de prejudicar o outro, rompendo as recomendações de amor ao próximo (Lv 19:18b).
A
mulher, punida, seria
responsabilizada pela cumplicidade,
e o homem por sua agressividade e iniciativa. Assim
como as leis voltadas às relações sexuais, sociais, familiares
e festivas,
as
leis
relacionadas ao
comércio tinham
grande valor e importância, pois a sociedade israelita era movida a comércio. As trapaças e confusões seriam e são
inadmissíveis para um Deus Santo. As leis da escravidão estimulavam a honestidade e humildade, e as leis sobre o
comérciotinhamomesmoobjetivo.
página49
Leis
essa incerteza acontece porque o
texto é um pouco obscuro. O hebraico bíblico, como
sabemos, é delicado para se compreender e
aplicar com precisão um significado
em
algumas situações, apesar de ser
pobre em variações. A
palavra para mão no verso 11
é “yad”, mas a palavra para
mão no
verso 12 é
“kaph”, que pode
ser
traduzida como
“sola do pé” (Gn 8:9). Mas independente do significado, o fato mais importante da
passagemé a n ecessidaded aj ustiçae s uac oncretização.
Malditoa quele...
15 “…
Que
se
deitar
com
a mulher
de
seu
pai…
Que
se
deitar
com sua irmã… Que se
deitar com sua sogra. E todo o povo dirá: ‘amém’” (Dt 27:20, 22-23). A repreensão da
Lei a tais atos abomináveis e desonrosos e a ênfase e repetição da
palavra maldição
traz à tona o cuidado do Senhor com as mulheres e seu amor pelo zelo, pela honra, e
pela valorização da dignidade e respeito. O Senhor reprovou ontem e continua
reprovando hoje qualquer que seja a prática de conspurcação. Ele
é
maravilhoso de
todasa sf ormas.E a sm ulheresp odems es entirs egurasn Ele.
Se nos nossos dias é tão comum vermos irmãos mantendo relações sexuais,
visualizemos o contexto histórico tão problemático em que a
Bíblia foi gradualmente
escrita. Nada muito fácil, e tudo um pouco difícil. E Moisés, líder dos hebreus, foi
encarregado de lidar com todos esses problemas oriundos da perversidade humana.
Você pode lembrar que Caim casou com uma de suas irmãs, pela conclusão mais
óbvia de Gênesis 4:17: “E conheceu Caim a sua mulher, e ela
concebeu, e deu à
luz a
Enoque; e ele edificou uma cidade, e chamou o nome da cidade conforme o nome de
seu filho Enoque”. Mas isso aconteceu antes da Lei divina ser completamente
esclarecida aos homens. Até aquele momento era necessário que Caim se casasse com
uma de suas irmãs - e logicamente todos os filhos de Adão e Eva casaram-se uns com
oso utros- p araq uea t erraf ossep ovoada.H aviau man ecessidade!( Conf.G n5 :4)
No tempo de Moisés evidentemente a terra já estava bem povoada, de modo que
qualquer relação que um irmão tivesse com sua irmã além de inadequado seria uma
quebra da Lei já conhecida plenamente. E como se não bastasse, também seria e é um
riscoc onsiderávelq ualquerr elaçãos exuale ntreparentesp róximos.
Porque a Graça salvadora de
Deus
se há manifestado a todos os homens, ensinando-nos que,
renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século
sóbria, e justa, e piamente, aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da
Glória do Grande Deus e nosso Senhor Jesus
Cristo; o qual
se
deu
a Si
mesmo
por
nós para
nos remir de toda a iniquidade, e purificar para Si
um povo particularmente seu,
zeloso de
boasobras.Tito2:11-14
____________
15, 2. Enoque filho de Caim não é o mesmo Enoque filho de Jarede
(Gn
5:18-19).
Muitos
confundem.
São
dois
homens diferentes, e um não tinha relação alguma com o outro. O Enoque que Deus tomou para Si era
descendentedeSete(Gn5:6-24).
página50
Histórias
1 “E Josué, filho de Num, enviou secretamente, de Sitim, dois homens a espiar,
dizendo: ‘ide reconhecer a terra e a Jericó’. Foram, pois, e entraram na casa de uma
mulherp rostituta,c ujon omee raR aabe,e d ormirama li.”J osué2 :1
Josué foi escolhido por Moisés para ser o líder dos hebreus (Dt 31:1-8, 14-23), e
após a morte do profeta que falava face a face com Deus, assumiu o controle (Dt 34;
Js 1:1-9). Então o servo Josué ficou encarregado de guiar o
povo à Terra Prometida
(Js 1:10-18). E aí entra Raabe na história, a
mulher prostituta de Jericó que abrigou
os espiões em sua casa em favor de Israel. Ela ouviu falar dos feitos de Deus no Egito
e no Mar Vermelho e também no deserto, e se admirou, e temeu (Js 2:8-11). Uma
mulher improvável teve fé, teve uma atitude admirável que chamou a atenção dos
hebreus (Js 2:3-6, 12-13, 15-16, 21). Os espiões responderam positivamente ao que
Raabe fez (Js 2:14, 17-19), mesmo ela sendo prostituta, mulher de má reputação em
sua cidade Canaã, uma terra idólatra; os hebreus tinham tudo para rejeitar aquela
mulher e sua família. Quais as razões que os levaram à aceitação daquela mulher na
comunidade israelita? Será que apenas o fato dela ter optado por ajudar os espiões?
Não!T udoé a G raçaa tuanted eD eusq uen osc apacitap araf azero b em.
Um fato interessante é que Raabe é uma figura da igreja, como aquela que sai de
uma vida de prostituição - antes de Cristo nos prostituíamos em nossas próprias
vontades e pecados (conf. Ef 2:1-3) - para uma vida de retidão no Senhor (a
conversão). E o fator principal dessa conversão foi o vermelho escarlate, isto é, a
corda posta por Raabe, cor de sangue, no muro de sua casa para fora da cidade (Js
2:21), que sinalizou a fé que ela teve (Hb 11:31); o Sangue de Cristo derramado na
Cruz em nosso favor, sinalizando a nossa fé, que é imputada em nós como um
presente (Jo 3:16-17; Ef 2:4-8). Ao ser incluída na nação de Israel a ex prostituta se
tornou israelita (Js 6:25), e ao sermos incluídos no Corpo de Cristo somos filhos de
Deus (Mt 5:9; Jo 1:12; Rm 8:14-16; Gl 3:26; 1 Jo 4:15, 5:1-2). Esta conexão é incrível e
inspiradora! Após a travessia do Rio Jordão por um milagre (Js 3, 4, 5:1), Josué e seu
exército se prepararam e invadiram Jericó (Js 6), mas Raabe e sua família foram
salvos (Js 6:22-23). Ela foi honrada pelo Senhor e
se casou com Salmom, e se tornou
ascendente de Davi, o rei mais prestigiado de Israel (Rt 4:21-22), e também do
próprio Salvador do mundo, Jesus Cristo (Mt 1:5-16). Ela viveu a redenção em todos
osâ mbitos.I ssoé a G raças obrepostaà so bviedadese e xpectativash umanas.
Eu acredito que é muito difícil sustentar a afirmação
de que a Bíblia é machista
com a história incrível de Raabe, a prostituta de Jericó que foi honrada por sua fé. Os
hebreus aceitaram sua ajuda em sua casa, mesmo sendo ela de péssima reputação. E
o principal é que Deus escolheu a ela para esse papel. A gratidão de Israel foi
recebê-la como uma dos seus; e não apenas ela mas toda sua família. Raabe é uma
figura da igreja, e Salmom, seu marido, uma figura de Cristo. Ela faz parte da
genealogia de Davi e do Senhor Jesus, e é mencionada numa genealogia, o que
naquela época já
era difícil apenas por ela ser mulher, e mais difícil ainda por ter sido
uma meretriz. Raabe é lembrada no capítulo 11 de Hebreus, que é dedicado aos heróis
da fé (verso 2); servindo de exemplo para nós (verso 1). “Pela fé Raabe, a
meretriz,
nãop ereceuc omo si ncrédulos,a colhendoe mp azo se spias.”H ebreus1 1:31
Porque o SENHOR
me ungiu,
para
pregar
Boas Novas aos mansos; enviou-me a restaurar os
contritosdecoração,aproclamarliberdadeaoscativos,eaaberturadeprisãoaospresos.
Isaías61:1
página52
Histórias
A
f ilhad
eJ
efté( Jz1 1)
“Era então Jefté, o gileadita,
3 homem valoroso, porém filho de uma prostituta; mas
Gileade gerara a Jefté” (verso 1). A expressão “... porém filho de uma prostitua…” não
significa que por este motivo não poderia ser valoroso, pois vimos no item 33 a
história de Raabe, uma meretriz que se
converteu e
se
tornou parte da genealogia de
Davi e Cristo, e também não devemos pensar desta forma porque “os filhos não
carregamn emm orremp elosp ecadosd osp ais”( Dt2 4:16;E z1 8:20;R m1 4:12).
Jefté foi
um juiz, e
por ter
sido filho de
uma prostituta, Deus novamente rompeu
os preconceitos e
as
barreiras para agir em Israel. Ele foi
rejeitado pelos seus irmãos
(verso2 ), m
as n
ão p elo S enhor. E le v
iveu u ma f ase de a
mizades l evianas d iante d
o
página53
Histórias
Senhor (verso 3), porém foi chamado para ser juiz e liderar um exército contra os
amonitas (verso 4 ao 8), e ele aceitou (verso 9 ao 11). Ele tentou um acordo de paz
com o rei de Amom, sem sucesso (verso 12 ao 16, e 28), e também tentou com os
edomitas e moabitas, o que não deu em nada (verso 17). A partir daí começa o drama
da narrativa. Para vencer os amonitas, Jefté fez um voto tolo a Deus (versos 30 e 31),
masa nteso E spíritod eD eusj áh aviae ntradon ele( verso2 9).
Israel conseguiu vencer os amonitas por sua liderança (versos 32 e 33), mas a
promessa que ele fez, o voto a Deus, para sua triste surpresa, se cumpriu em sua filha
(verso 34); ele havia dito que a primeira pessoa que o recebesse, caso vencesse a
batalha, seria aquela que ele ofereceria a Deus em sacrifício. Imagine o desespero de
Jefté: “E aconteceu que, quando a viu, rasgou as suas vestes, e disse: ‘ah! Filha
minha, muito me abateste, e estás entre os que me turbam! Porque eu abri a minha
boca ao Senhor, e
não tornarei atrás’” (verso 35). Jefté sabia que não podia desfazer
um voto a Deus, estava ciente, e por isso ficou abalado e rasgou suas vestes, porque
entendia que sua filha seria entregue em holocausto, pois ela foi a primeira pessoa
que saiu de sua casa e o recebeu. Deus era e é contra os sacrifícios humanos
involuntários (Lv 18:21, 20:1-5; Dt 12:31, 18:10). Jefté acertou em manter o voto, mas
claramente errou feio em oferecer uma pessoa em sacrifício, pois era algo totalmente
pagão,q ueD eusd etestava.
D estacoa lgunsp ontos:
.
“Os pais não morrerão pelos filhos, nem os filhos pelos pais; cada um morrerá pelo
seu pecado” (Dt 24:16). A filha de Jefté não deveria morrer pelo erro de seu pai,
antes,e lem esmod everiap agarp ore le.
. Alguns sugerem que ela não morreu, não foi sacrificada em relação à morte e
vida,
mas em relação à sua virgindade: “Disse mais a seu pai: ‘concede-me isto: deixa-me
por dois meses que vá, e desça pelos montes, e chore a minha virgindade, eu e as
minhas companheiras’. E disse ele: ‘vai’. E deixou-a ir por dois meses; então foi ela
com as suas companheiras, e chorou a sua virgindade pelos montes” (versos 37 e
38). Os que se opõem a esta perspectiva argumentam que ela chorou sua virgindade
porque não iria mais se casar, uma vez que seu destino era a morte prematura, mas
eu particularmente não concordo, pois o fato dela ter ido chorar dois meses pela sua
virgindade faz parecer que aquele era o motivo de seu choro. Ela não chorou a
morte,m asa v irgindade.
. Acredito que Deus estava corrigindo o pensamento deturpado de Jefté, porque ele
passou um tempo com amizades e
companhias deveras inadequadas (verso 3), e com
certeza aprendeu muitas coisas que o Senhor nunca aprovou. Talvez a rejeição que
sofreud oss eusi rmãosi mpulsionoua s uar evoltae s uac aminhadap erdida.
. Parece que a escolha do celibato e/ou pela dedicação total a Deus por parte das
mulheres já existia na época de Moisés (Êx 38:8), e logo após, na época de Eli (1 Sm
2:22), e mais tarde ainda, na época de Cristo (Lc 2:36-37). Então não seria uma
novidade a filha de Jefté se abster do casamento. E certamente para ele isso seria o
mesmo que a morte, pois sendo ela sua única filha, não tendo nem filho nem filha
além dela, não teria descendentes, sua memória seria apagada quando ela morresse -
no cenário em que ele jamais tivesse tido outros filhos por toda a vida. Temos aqui
uma morte, não física, mas de honra e boa reputação perante os homens (versos 39 e
40).J áf oit ratadop orm im,a quin estea rtigo,a i mportânciad ad escendência.
. Talvez o ponto chave da questão é que no verso 31, quando se diz: “... isso será do
Senhor, e o o ferecerei e m h olocausto”; u ma t radução p ossível é “ ou o ferecerei”, d e
página54
Histórias
modo que, nesta visão, se fosse um animal
seria
oferecido em
holocausto, e
se
fosse
uma pessoa, talvez seria oferecida em holocausto ou
oferecida em
sacrifício de outra
forma, sem morte. A expressão inicial “aquilo” no verso confirma esta tese, pois é
abrangente, podendo incluir seres humanos ou animais, e naquela época era muito
comum uma casa ter algum bicho; a palavra hebraica usada é “asher”, e significa:
quem,q ual,a quele,q ualqueru m,m ortal,t udo,p ó,e stes,e ste,q
ualquer,e tc.
O voto de Jefté não podia ser desfeito, mas é possível que sua amargura pela
possível morte de
sua filha tenha sido amenizada pela amarga certeza da ausência de
descendênciap orm
eiod eq ueme leo fereceuc omoh olocausto.
Porque
Eu
quero a misericórdia, e não o sacrifício; e o conhecimento de Deus, mais do que os
holocaustos.Oséias6:6
declínio angustiante do homem, que no passado foi criado para servir a Deus em
perfeição. O primeiro assassino foi Caim, que matou seu próprio irmão Abel (Gn
4:3-8). Após o dilúvio Deus deixou claro que quem matasse um ser humano, por
mãos humanas deveria ser morto (Gn 9:6; pena de morte). O fato é que à essa altura
do campeonato a humanidade já estava completamente corrompida e capaz de agir
com requintes de crueldade. A maldade humana estava desenfreada. Assassinato,
sem dúvidas, é
uma das coisas mais horripilantes e diabólicas que existem. É um ato
sanguinário, frio, brutal, impiedoso, em tudo desagradável ao Criador. E
a Escritura
narra eventos que soam chocantes porque mostra a realidade em que vivemos, sem
omissão; propositadamente a Palavra expõe tantos acontecimentos sobre-horrendos.
Atualmente todo e qualquer homicídio praticado contra a mulher é definido como
feminicídio; é uma forma de identificar e levantar dados dos crimes cometidos contra
mulheres em casos de
violência doméstica, estupros, assaltos, sequestros, misoginia,
entre outros. De fato, o lado honesto da humanidade parece estar farto de tanta
injustiçac ontraa sm ulheres.
No capítulo 19 de Juízes lemos algo muito chocante, e por alguma razão Deus
permitiu que essa história fosse registrada. As mulheres, na época em que a Bíblia foi
escrita, não eram devidamente valorizadas. Reconheçamos que a Palavra de Deus
está apenas narrando isto. Do verso 1 ao 21 tudo estava aparentemente “bem” -
mesmo ela tendo adulterado (verso 2) -, “parecia” que uma linda e romântica
história, na qual o levita, que perdoa a traição e vai buscar sua concubina numa terra
longe, estava prestes a ser registrada para sempre. A concubina fugiu porque temia
ser apedrejada, conforme a Lei, pois havia adulterado. E de repente: “Estando eles
alegrando o seu coração, eis que os
homens daquela cidade (homens que eram filhos
de Belial) cercaram a casa, batendo à porta; e falaram ao ancião, senhor da casa,
dizendo: ‘ tira p ara f ora o h omem q ue e ntrou e m t ua c asa, p
ara q ue o c onheçamos’”
____________
3, 5. O voto
foi feito ao Senhor e não podia de modo algum ser desfeito (Dt 23:21; Sl 15:4; Ec 5:4), mas ninguém era
obrigado a fazer um voto a Deus (Dt 23:22), porém uma vez feito,
tinha
que
ser
cumprido (Dt
23:23;
Ec
5:5).
Todos os
hebreus sabiam bem disso, e só
faziam
o voto em plena consciência daquilo que teriam de abrir mão. O
sacrifício humano involuntário proibido por Deus não contradiz o Sacrifício de Cristo, sendo Jesus também
Homem. Cristo encarnou com o propósito de morrer pelos pecadores, de forma voluntária, por obediência ao Pai.
Isaque,muitotempoantesdaEncarnação,aceitousersacrificadoporobediênciaaoseupai(Gn22:1-18).
página55
Histórias
(verso 22); e é aí que tudo desanda! Aquele senhor pensou que seria muito pior se
permitisse que o levita fosse entregue, e ofereceu as suas filhas (verso 24), pois temeu
as consequências, uma vez que era um hóspede que estava sendo ameaçado.
Infelizmente a concubina, entregue aos homens maus, filhos de Belial, foi violentada
por todos eles até o amanhecer (verso 25), e ela morreu, provavelmente por
hemorragia (versos 26, 27 e 28a), o levita pegou a concubina e levou embora (verso
28b), e fez algo aterrorizante: esquartejou-a (verso 29). Com certeza esse odioso
levita foi influenciado por demônios, não servia a Deus como um levita que era - era
comum sacerdotes naquela época totalmente corrompidos e alheios às leis de Deus
(Jz 17). “E sucedeu que cada um que via aquilo dizia: nunca tal se fez, nem se viu
desde o dia em que os filhos de Israel subiram da terra do Egito, até ao dia de hoje;
ponderai isto, considerai, e falai” (verso 30); com este verso as
Escrituras expõem o
horroró bvioe i ndiscutíveld oe stuproe a ssassinatoc ovarded aquelam ulher.
A mulher era adúltera e merecia a morte por apedrejamento segundo a Lei, mas o
assassinato diabólico dela nunca passaria em branco, e de fato não passou. No
capítulo 20 de Juízes os moradores de Gibeá foram castigados. As Escrituras em todo
o tempo deixam claro a
barbaridade do acontecimento (20:10). Homens de Israel se
levantaram contra Gibeá (verso 11 e 12), e
uma guerra foi travada para a derrota dos
benjamitas (verso 13
ao 46), e
só restaram seiscentos (verso 47) para a preservação e
continuidade da tribo de Benjamim. É possível que os sobreviventes fossem “bons”. E
é claro que o levita também recebeu seu castigo, pois cometeu algo terrível, mas a
Escriturap refered arê nfasea osf atosm aisu rgentesd an arrativa.
Isso tudo me faz lembrar o que diz Provérbios 29:2: “Quando os justos se
engrandecem, o povo se alegra, mas quando o ímpio domina, o povo geme”. No caso,
não havia um rei ímpio governando, mas as pessoas ímpias fazendo o que bem
entendiam, de modo que a maldade imperava. Gigantesco é o contraste entre a
realidade de homens maus no poder e Cristo, o perfeito e eterno Rei, governando. No
Governo do Senhor Jesus os povos se alegram e se regozijam na justiça divina; a
justiça tão incompreensível que rompe a lógica humana, inclusive dos benjamitas,
que não esperavam Deus fazer guerra contra eles pelo crime covarde contra uma
adúltera. Jesus é o Rei que jamais maltrataria sua noiva, mesmo ela errando,
pecando, se afastando e voltando; Ele permanece sendo o mesmo. Cristo jamais
entregaria sua noiva aos delinquentes e à morte, antes a livrou, se entregando na
Cruz, redimindo e amando continuamente. O Senhor jamais quebrantaria sua noiva
nemdestruirias eucorpo,antess et ornoup arted omesmoCorpo,s endo E le a Cabeça
____________
4, 2. Algumas
versões
dizem
enfaticamente
que
eram
homens
de
Belial,
um
deus
pagão,
visto
como
um
demônio
(Conf. 2 Co 6:15), enquanto outras traduzem como homens ímpios/maus. De todo
modo, isso reflete a realidade
daqueles dias (Jz 17:6, 21:25). Sodoma e Gomorra foram destruídas justamente porque alguns dos pecados
cometidos foram a falta de receptividade e depravação, e algo muito semelhante aconteceu (Gn 19:4-7); Ló pensou
em fazer a mesma coisa que o senhor que morava em Gibeá propôs (Gn 19:8), mas o pior só não aconteceu com as
filhas de Ló porque o Senhor interveio através daqueles anjos (Gn 19:10-11). Logicamente Deus também reprovou
a atitude do senhor que recebeu o levita e a concubina em sua casa. Não sabemos ao certo quem colocou a
concubina para fora de casa; se
o levita ou
o
senhor dono daquela casa; o texto não é tão claro. O fato é que o ato
em si foi perverso, e o autor do livro de Juízes, o qual desconhecemos, registrou tal história para expor a
depravação humana e a necessidade de
um rei.
Cremos que esse
Rei
ideal é Cristo.
A expressão constantemente
usada“nãohaviareiemIsrael”indicaqueolivrofoiescritonoperíodomonárquico.
Talvez o levita tenha lembrado do mito de Osíris e Ísis (veja “Mistérios de Ísis e Osíris”, Plutarco, século 1 d.C), em
que o
deus-rei, assassinado por Seth, foi esquartejado e seus pedaços foram espalhados por todo o Egito, de modo
que Ísis, sua esposa, colheu todos os pedaços, os juntou e soprou um pó mágico com suas penas, tornando-o deus
do submundo (o mundo dos
mortos); mas isso é uma hipótese especialmente minha. Eu não sei se outros leitores
bíblicosouteólogosconsideramtalpossibilidade.
página56
Histórias
da igreja, que guia, que orienta, que ensina através da ação do Espírito Santo. O
relacionamento de Cristo e a igreja é ímpar, seu amor é inigualável, admirável,
incompreensívele p aras empre.E len osb
uscaráp araa v idae terna,n ãop araa m
orte.
Passagens como esta parecem fazer muito mais sentido quando o cenário abre
espaço para a revelação do Filho de Deus, nas Escrituras. Quando conhecemos ao
Senhor Jesus Cristo realmente tudo muda, o cinza passa a ganhar cor
(Gn 9:13-14),
do céu nublado surge o sol (Ml 4:2), a tempestade se transforma em delicadas gotas
(Jó 36:27-28), e o vento pesado
se transforma em toques suaves (Jo 3:8). É esse tipo
de solução que o levita não foi capaz de oferecer, optando por uma violência
sobreposta à outra já cometida. O levita, aquele que deveria servir como sacerdote, foi
fracoe m edonho.M asn óst emoso S
umoS acerdoteq uer eprovaa m
aldade.
Ora,
a suma do que
temos dito é que
temos um Sumo Sacerdote tal,
que
está
assentado
nos
céus
à destra do Trono da Majestade, Ministro do
Santuário, e do verdadeiro Tabernáculo, o
qual o Senhor fundou, e não o homem. Porque todo o sumo sacerdote é constituído para
oferecer dons e sacrifícios; por isso era necessário que Este também tivesse alguma coisa que
oferecer. Ora, se Ele estivesse na terra, nem tão pouco sacerdote seria, havendo ainda
sacerdotes que oferecem dons segundo a Lei, os quais servem de exemplo e sombra das
coisas celestiais, como Moisés divinamente foi avisado, estando já para acabar o Tabernáculo;
porque foi dito: ‘olha, faze tudo conforme o modelo que
no
Monte se te mostrou’. Mas agora
alcançou Ele Ministério tanto mais excelente, quanto é Mediador de uma melhor Aliança que
estáconfirmadaemmelhorespromessas.Hebreus8:1-6
Viúvasa graciadas
5
Depois
da
história
de
uma
ex
prostituta,
e de uma juíza e profetisa, a Bíblia narra
uma história de
amizade e cumplicidade de outras mulheres de destaque: Rute e sua
sogra Noemi. Rute passou a morar com sua sogra, com seu marido, e com seu
cunhado e a esposa dele chamada Orfa, após a morte do seu sogro, durante quase dez
anos (Rt 1:3-4). Era moabita, e morava com toda a família em Moabe. Sua sogra,
porém, decidiu voltar para Judá, após a morte dos filhos (1:5-7), e
decidiu também
liberar suas noras para que ficassem em sua terra e pudessem casar novamente (1:8).
Mas ao contrário de Orfa, Rute decidiu ficar com sua sogra (1:14), e se tornou
conhecida na cultura e tradição judaico-cristã uma marcante frase bíblica: “Disse,
porém, Rute: ‘não me instes para que te abandone, e deixe de seguir-te; porque
aonde quer que tu fores irei eu, e onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu
povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus’” (verso 16); de fato, uma belíssima
declaração de amizade e fé. Mas quando enfim chegaram em Belém e
se depararam
com as
pessoas dali, Noemi demonstrou sentir muita dor - compreensível, afinal
-,
e
infelizmente um sentimento de
rejeição da parte do
Senhor (1:19-22). Mas Rute foi o
alicerce de sua sogra! Essa moabita decidiu caçar espigas nas plantações do parente
de
Noemi (agora Mara), chamado Boaz, filho de Raabe (aquela meretriz de Jericó) e
Salmom (2:1-3). Boaz a viu e se interessou (2:5), e foi bondoso com ela (2:8-16).
Noemif oia bençoadap ore ssaa titude d e B
oaz e p ela c oragem d e R
ute ( 2:17-21), e s e
____________
4, 4. O fato
da
concubina
ter
adulterado
não
justifica
a
atitude
do
levita
- se foi ele, e não o senhor dono da casa -,
de ter
entregado-a aos
homens que queriam, e fizeram, maldade contra ela.
Certamente ele
pagou pelo seu erro,
em vida
e após
a vida, pois não servia a Deus e fez o que era reprovável, como o próprio livro de Juízes deixa claro
quandoserefereaosatosdagrandemaioriadaspessoasemIsraelnaquelesdias.
4,5.L evitaspertenciamàfamíliadeLevi,separadosparaservirnoTabernáculo-anosmaistarde,noTemplo.
página57
Histórias
demonstrou cuidadosa com sua nora (2:22); lemos aqui uma amizade fortalecida
(3:1), além da relação que elas tinham antes de sogra e nora. Noemi foi a responsável
pela união de sua nora e Boaz (Cap. 3), o seu plano deu certo e Rute casou-se com ele
(4:1-13). Rute teve um filho, e Noemi também foi beneficiada pela presença daquela
criança (4:16). Rute, uma mulher viúva, moabita, se tornou parte da genealogia de
Davie d op róprioC risto( Rt4 :21-22;M t1 ,v erso5 e 1 6).
Rute é uma figura da igreja. O seu nome significa “amizade”, “companheira”,
“amiga” e “beleza”; a igreja de Cristo é amiga do Filho de Deus, é companheira, e
também é chamada de bela (Ef 5:27). Boaz era de Belém, e
lá conheceu Rute. Cristo
veio de Belém. Belém significa “casa do pão”, e Cristo é
o Pão que desceu do céu (Jo
6:48-51). Rute era pagã antes de conhecer ao Deus de Israel, e
a igreja também era
pagã antes de conhecer ao Deus verdadeiro e único. Rute conheceu a salvação através
de Noemi (uma figura do Espírito Santo), e a igreja conheceu a salvação em Cristo
Jesus através do Espírito Santo, a Terceira Pessoa da Trindade. Ela colhia no campo,
como vimos há pouco, e a igreja de Cristo tem a missão e dever de colher os bons
frutos para o Reino de Deus (Pv 11:30; Lc 6:43-45; Jo 15:1-2). Nós precisamos colher
para ganharmos a atenção do Senhor Jesus, assim confirmando nossa fé pelas obras
(Rt 2:2; Tg 2). Precisamos ser dedicados às coisas de Deus (Rt 2:7; Mt 6:33; Tt 2:14),
e
precisamos nos humilhar para entendermos parcialmente a Graça (Rt 2:10). Rute é
como a igreja, que conhece a Cristo (Boaz) e declara “o Teu Deus é
o meu Deus” (Rt
1:16; Ap 21:3). Rute se achou em graça aos olhos de Boaz, e por isso foi recebida (Rt
2:10, 2:13a), e a igreja é a serva fiel do Senhor (Rt 2:13b; 1 Co 7:22); a igreja é achada
em Graça aos olhos do Pai por meio do Filho. Rute deu testemunho de tudo o que
aconteceu naquele momento, assim como nós devemos dar testemunho do nosso
encontro com Cristo (Rt 2:18-19; Mc 5:19; Jo 15:26-27; At 1:8, 4:20; 1 Co 11:1-2; Fp
1:27-30; Cl 3:23-24; 2 Tm 1:8, 4:7-8; 1 Jo 5:9-11). Rute repartiu o que colheu quando
foi agraciada, da mesma forma que a igreja deve repartir e anunciar a Graça de Cristo
(Rt 2:18; At 4:32-35, 20:35; 2 Co 9:6-7; 1 Jo 3:16-18). Rute foi submissa a Boaz, assim
como a igreja deve ser submissa a Cristo, pois a esposa é submissa ao marido (Ef
5:22-24). Rute perseverou com auxílio de Noemi (figura do Espírito Santo), e na
perseverança dos santos a igreja persiste e não desiste, mas vai até o fim (Rt 2:20-23;
Jo5 :24,1 0:26-29;R m5 :17,1 6:24-25).
Boaz é uma figura de Jesus Cristo. Teve cuidado e amor para com Rute, assim
como o Senhor tem com a igreja (Rt 2:8; Sl 23:1; Ef 5:29-30; 1 Pd 5:7-11). Vemos nele
o
Senhor que liberta. Rute precisava colher e foi beneficiada por Boaz, assim como a
igreja foi liberta pelo Senhor de todas as formas (Rt 2:6-8; 1 Co 7:21-23). Boaz
protegia aquela que era figura da igreja, assim como Cristo hoje nos protege (Rt 2:9;
Mt 10:29-31; Lc 21:17-19; Jo 17:11-12; 1 Jo 5:18). Boaz providenciou alimento para
Rute quando permitiu que ela colhesse em sua propriedade, assim como Cristo supre
todas as nossas necessidades (Rt 2:15-17; Mt 6:26-34; Fp 4:19). Boaz permitiu que
Rute comesse à sua mesa, assim como nós sentaremos à mesa nas bodas do Cordeiro
(Rt 2:14; Ap 19:7). Outra característica que vemos em Boaz é a misericórdia, que na
Pessoa de Cristo chega a transbordar (Ef 2:4-8). Boaz cumpriu a Lei quando permitiu
que Rute colhesse em suas terras (Lv 25); a Lei afirma que o pobre pode colher na
propriedade do mais rico, em casos de necessidade. Cristo cumpriu a Lei e matou
nossan ecessidade,n osd andoo R eino.
E Noemi é uma linda figura do Espírito Santo, como já dito. Ela teve a atitude de
aconselhar e c onsolar a s d uas n oras q ue e stavam s ozinhas, d evido a m orte d e s eus
página58
Histórias
maridos. Ela pediu para que elas
voltassem às suas famílias para reconstruírem suas
vidas (Rt 1:8-13). Mas Rute, a igreja, decidiu acompanhar Noemi, da mesma forma
que o Consolador estará conosco desde agora até o sempre (Rt 1:14-17; Jo 14:16).
Noemi foi
auxílio de Rute, assim como o Espírito é o nosso auxílio e nos leva a Cristo
(Rt 3:1-6; Jo 16:8-11). Noemi foi responsável pela união de Rute e Boaz, através do
casamento levirato, assim como o Espírito Santo nos confirma a fé no Filho,
sendo
nósa goraa n oivad eC risto( Rt1 :4-17,3 :7-18,4 ;R m8 :16).
Mulheres cristãs têm base bíblica suficiente para prezar pela união feminina e
reivindicar o respeito e
a cumplicidade em todas as áreas
da vida.
A história de Rute
ensina valores e
companheirismo raramente vistos. Uma incrível e cativante história
protagonizada por duas mulheres. Uma sogra e uma nora; quase mãe e filha. Duas
viúvas!S ororidaden aB íblia!
An a,a m ulherq uem uitoo rava( 1S m1 )
6 Essa
foi uma mulher que não teve uma trajetória tão fácil, e justamente pelas suas
dificuldades podemos absorver muitas lições valiosas para nossa vida. Ela tinha fé,
ela acreditava no Senhor, mesmo angustiada e até depressiva: “Sempre que Ana subia
àc asad oS enhor,a o utraa i rritava;p ori ssoc horava,e n ãoc omia”( verso7 ).
Apesar de não ter dado filhos ao seu marido, ele a amava: “E sucedeu que no dia
em que Elcana sacrificava, dava ele porções a Penina, sua mulher, e a todos os seus
filhos, e a todas as suas filhas. Porém a Ana dava uma parte excelente; porque
amava a Ana, embora o Senhor lhe tivesse cerrado a madre” (versos 4 e 5); “Então
Elcana, seu marido, lhe disse: ‘Ana, por que choras? E por que não comes? E por que
está mal o teu coração? Não te
sou eu melhor do que dez filhos?’” (verso 8). Que os
homens cristãos não sejam menos que Elcana; marido justo que ama a esposa
independented asc ircunstâncias,i ndependented er ecebero un ão“ algo”e mt roca.
O Senhor Deus concedeu a Ana o prazer de ser mãe, e ela se sentiu realizada: “E
sucedeu que, passado algum tempo, Ana concebeu, e deu à luz um filho, ao qual
chamou Samuel; porque, dizia ela, ‘o tenho pedido ao Senhor’” (verso 20). Ana era
feliz, porque além de ter consigo um marido que lhe amava, também era
compreensivo: “Porém Ana não subiu; mas disse a seu marido: ‘quando o menino for
desmamado, então o levarei, para que apareça perante o Senhor, e lá fique para
sempre’. E Elcana, seu marido, lhe disse: ‘faze o que bem te parecer aos teus olhos;
fica até
que o desmames…’” (versos 22 e
23). Penina já não podia mais incomodá-la,
pois ela concebeu, foi agraciada pelo Senhor - duas vezes, sendo a primeira ao receber
deD euso b omm aridoc omq uems ec asou.
Interessante que Elcana amava Ana mesmo ela sendo infértil. Lembre-se de Jacó,
que amava Raquel mesmo ela não podendo lhe dar filhos. Apesar de todos os erros,
oss ervosd eD euss emprea marams uase sposasm esmoe lasn ãop odendod arà l uz.
A o
raçãod eA nae mg ratidãoa D eust evee com essiânico:
“Então orou Ana, e disse: ‘o meu coração exulta ao SENHOR, o meu poder está
exaltado no SENHOR; a minha boca se dilatou sobre os meus inimigos, porquanto
mea legron at uas alvação.N ãoh á S anto c omo o S enhor; p orque n ão h á o utro f ora
____________
6, 2. Compare
a diferença entre esses levitas e o levita responsável pela morte da concubina; a diferença entre o que
serveaDeuseoquenãoserve.
6, 3. Elcana pertencia à tribo de Levi (1 Cr 6:16, 23-28), por isso que Samuel foi aceito por Eli no serviço
sacerdotal,poissófilhosdalinhagemdeLevieramcapacitadosaoserviço(1Sm1:24-28,2:11).
página59
Histórias
de Ti; e rocha nenhuma há como o nosso Deus. Não multipliqueis palavras de altivez,
nem saiam coisas arrogantes da vossa boca; porque o Senhor é o Deus de
conhecimento, e por Ele são as obras pesadas na balança. O arco dos fortes foi
quebrado, e os que tropeçavam foram cingidos de força. Os fartos se alugaram por
pão, e cessaram os famintos; até a estéril deu à luz sete filhos, e a que tinha muitos
filhos enfraqueceu. O Senhor é o que tira a vida e a dá; faz descer à sepultura e faz
tornar a subir dela. O Senhor empobrece e enriquece; abaixa e também exalta.
Levanta o pobre do pó, e
desde o monturo exalta o necessitado, para o fazer assentar
entre os príncipes, para o fazer herdar o trono de glória; porque do Senhor são os
alicerces da terra, e assentou sobre eles o mundo. Os pés dos seus santos guardará,
porém os ímpios ficarão mudos nas trevas; porque o homem não prevalecerá pela
força. Os que contendem com o Senhor serão quebrantados, desde os céus trovejará
sobre eles; o Senhor julgará as extremidades da terra; e dará força ao seu Rei, e
exaltaráo p oderd os euU ngido.”1 S amuel2 :1-10
. “Porquanto me alegro na tua salvação”: Ana, assim como Eva, acreditou na salvação,
a qual disse após receber a promessa da Semente: “Alcancei do SENHOR um
homem” (Gn 4:1); e também Abraão creu, quando declarou: “Deus proverá para si o
Cordeiro para o holocausto” (Gn 22:8); creu também Jacó: “A tua Salvação espero, ó
Senhor!” (Gn 49:18); o mesmo fez Jó: “Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que
porf ims el evantarás obrea t erra”( Jó1 9:25).
. “E rocha nenhuma há como o nosso Deus”: Cristo é a Rocha, portanto nenhuma
outra rocha pode ser como Ele (Gn 49:24; Dt 32:4; Nm 20:7-11; 2 Sm 22:32-33; Sl
18:1-2,7 8:35;I s2 6:4;M t7 :24-27;1 C o1 0:1-4).
. “O arco dos fortes foi quebrado, e os que tropeçavam foram cingidos de força”: a
humildade de Cristo desfez a arrogância dos mestres da Lei e dos principados.
Simplesmente:“ Om euR einon ãoé d estem undo”( Jo1 8:36;c onf.M t6 :10).
.
“Os fartos se alugaram por pão, e cessaram os famintos”: muitos foram os milagres
feitos pelo Senhor: “E, tomando Ele os cinco pães e os dois peixes, levantou os olhos
ao céu, abençoou e partiu os pães, e deu-os aos seus discípulos para que os pusessem
diante deles… E
todos comeram, e ficaram fartos” (Mc 6:41-42; conf. 2 Rs 4:42-44).
Cristoé o P ãoq uen enhumr icop odec omprar( Jo6 :48-51).
. “O Senhor é o que tira a vida e a dá”: Jesus tem autoridade sobre a morte, e Ele
“clamouc omg randev oz:‘Lázaro,s aip araf ora’.E o d efuntos aiu”( Jo1 1:43-44).
.“ Ed esdeo m onturoe xaltao n ecessitado”:E lea mavae c uidavad osp obres.
.
“ Os pés dos seus santos guardará, porém os ímpios ficarão mudos nas trevas”: nós
herdaremosa t erra,m aso sí mpioss erãoc ondenados.
. “O Senhor julgará as extremidades da terra; e dará força ao seu Rei, e exaltará o
poderd os euU ngido”:C ristot emt odaa utoridade( Sl2 :6-9;F p2 :9-11).
Ana gerou um tipo de Cristo: Samuel, o último juiz justo na história de Israel, e o
Senhor Jesus, o último Juiz Justo na história do mundo. A conexão confere a
Ana a
salvaçãog enéricad escritap orP aulo( 1T m2 :15).
____________
6,5.C
ompareaoraçãodeAnacomaoraçãodeMaria,emLucas1:46-55.
página60
Histórias
os egundoe raf ilhod eS aul.
“E sucedeu que, acabando ele de falar com Saul, a alma de Jônatas se ligou com a
alma de Davi; e Jônatas o amou, como à sua própria alma. E Saul naquele dia o
tomou, e não lhe permitiu que voltasse para casa de seu pai. E Jônatas e Davi fizeram
aliança; porque Jônatas o amava como à sua própria alma. E Jônatas se
despojou
da capa que trazia sobre si, e a deu a Davi, como também as suas vestes, até
a
sua
espada,e o s eua rco,e o s euc into.”1 S amuel1 8:1-4
Alguns leigos insistem na ideia incabível de que Davi e Jônatas mantiveram uma
relação homossexual, o que não é verdade! A relação deles era de muito respeito
fraternal, admiração e cumplicidade, de fato irmãos. Jônatas o ajudou muitas vezes,
tanto quando o filho de Jessé estava em paz com Saul como quando estava em
conflitos - o rei implicou com Davi porque teve inveja de todo seu sucesso e
aclamação (1 Sm 18:6-16), e
passou a
persegui-lo por isso, planejando matá-lo (1 Sm
19). Foi graças a Jônatas que Davi escapou da perseguição de seu pai (1 Sm 20). Após
tomar conhecimento da morte de Jônatas e seu pai e seus irmãos na guerra (1 Sm
31:1-6), Davi lamentou muito (2 Sm 1:1-12), e
sentiu uma grande dor da perda (2 Sm
1:17-27). Jônatas tinha deixado um filho, chamado Mefibosete, que por acidente ficou
deficiente, sem poder andar (2 Sm 4:4). Ele ficou por um tempo em Lo-Debar,
distante da vista de Davi e de seu conhecimento. Davi já estava no trono quando
Mefibosete entra na história bíblica; foi o rei que o encontrou, após perguntar se
havia sobrado alguém pertencente à família de Saul (2 Sm 9:1-13), tudo por amor ao
seu amigo Jônatas: “E disse Davi: ‘há ainda alguém que tenha ficado da casa de Saul,
para que lhe faça benevolência por amor de Jônatas?’” (verso 1). O rei honrou
aquele aleijado, vencendo todos os preconceitos, e passando por cima de todas as
expectativasd as ociedade.U ma leijadoc omendoà m esad or ei!
Eu acredito que uma Bíblia machista jamais registraria uma história de amor tão
verdadeira e pura, fraterna e sincera, como a de Davi e Jônatas. Mesmo após a morte
do amigo e
irmão, o rei humilde, filho de Jessé, lembrou-se da semente de Jônatas e
insistiu em honrar aquele pobre homem, aleijado, desprezado pela sociedade; é assim
que um homem de Deus deve agir, mesmo pecando, mesmo com tantas falhas,
mesmo com tantos tropeços. Um servo do Senhor também não teme demonstrar
afetop elos eui rmãod ef é,p orqueé l ivred et odoso sj ulgamentose p reconceitos.
Infelizmente o machismo afeta primeiro aos homens, que crescem com a ideia de
que não podem demonstrar afeto. Somos programados desde pequenos a agirmos de
uma maneira que muitas vezes não condiz com a Palavra de Deus: olhar para uma
moça bonita que passa na rua desejando-a, ter conversas obscenas que objetificam a
mulher na rodinha de amigos, compartilhar fotos de mulheres despidas e filmes
pronográficos, etc. A Escritura ensina e estimula os homens cristãos a agirem
afetuosamente, amorosamente, educadamente e, sobretudo, respeitosamente, como
homens honrados e espelhos do Homem Jesus. A Bíblia ensina ao homem cristão um
caráter moldado pelos valores divinos, como Davi - dentro de seus limites acarretados
pelop ecadoe p elan aturezap ecaminosa,p oise lem esmop ecoug ravemente.
____________
7, 4. “Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em
seu
coração
cometeu
adultério com
ela” (Mt
5:28);
em
outras palavras: basta olhar e desejar, e já adulterou. O ato de desejar o que não
é
seu
é pecado de
várias maneiras, começando pela cobiça e terminando no adultério; mesmo que você não esteja
casado, pois a outra pessoa que você olha e deseja pode ser comprometida. A Bíblia orienta os cristãos a
desejaremapenasaquiloquelhespertence,aquiloqueéseudedireitoepermitidopeloSenhor.
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Histórias
OreiD avie B ate-Seba,e ntreo a dultérioe a c ovardia
página62
Histórias
por ser rei, conseguiria tudo. Mas ele estava muito enganado! Seu erro levou a outro,
e depois a outro, e
depois a
outro, até que seu filho com Bate-Seba morreu (verso 15
ao 23). Talvez Deus tenha levado a criança porque com certeza ela sofreria muito
preconceito quando crescesse. Por mais que a Lei seja clara sobre os filhos jamais
carregarem os pecados de seus pais, ainda assim a sociedade naquela época se
comportava muitas vezes alheia às ordens do Senhor. Tente ver aquela criança
crescendo, e tendo que conviver com a angústia de ser fruto de um adultério que
resultou em um assassinato. Portanto, a criança morreu como forma de castigo a
Davi, sim, mas também como privação daquele menino de sofrimentos e preconceitos
futuros.
O sp ontosm aisi mportantesa quis ão:
. Parece que a responsabilidade maior recaiu sobre Davi, embora tanto ele como
Bate-Seba tenham pecado juntos. O rei pecou ainda mais, pois além de adulterar,
assassinou.
. A Bíblia não tenta esconder o erro do rei mais importante de Israel, nem tenta
justificar, pelo contrário, expõe sem discrição seus atos desonrosos, e dá pouca ênfase
ao erro de Bate-Seba, centralizando Davi na história do adultério, independente se ela
foip ersuadidao uc oniventec oma s ituação.
.A B íblian ãoa cobertao r ei,m esmoe les endoq ueme rae a p
osiçãoq uet inha.
. Em momento algum as Escrituras responsabilizam ou acusam Bate-Seba de
sedução, inocentando ou amenizando o erro de Davi, por exemplo; e nem deveria!
Masé o q ued everíamose sperard eu mao bras upostamentea lheiaà sm ulheres.
. Ainda que a Bíblia esteja narrando uma história real, portanto não sendo justo
esconder fatos, ela seria obrigada a omitir o desvio de caráter do
rei se
fosse mesmo
machista e automaticamente falsa. Ela teria toda a liberdade, isto é, os autores, de
esconder e
pôr para debaixo dos tapetes um erro tão grotesco como o do homem real
maisr espeitado,c hamados egundoo c oraçãod eD eus( 1S m1 3:14;S l5 1).
No fim desta história, a Bíblia destaca o consolo de
Bate-Seba: “Então consolou
Davi a
Bate-Seba, sua mulher, e
entrou a
ela, e se
deitou com ela,
e
ela
deu à
luz um
filho, e deu-lhe o nome de Salomão; e o Senhor o amou” (verso 24). Sim, o consolo foi
o amor que fizeram, a entrega, só que agora de forma pura e sem culpa, sem remorso,
sem pecado. Fizeram amor de forma santa, de forma singela. Bate-Seba, talvez antes
temerosa por seu futuro - uma vez que seu primeiro filho morreu, e que os reis de
outras nações naquela época geralmente eram perversos, e no lugar de Davi
certamente teriam lhe imputado toda a culpa, depois possivelmente a matado ou
castigado -, foi consolada, alegrada e agraciada pela bênção de um filho que mais
tardes et ornarao r eim aisr icoe f amosod eI srael.
Guardes este mandamento sem mácula e repreensão, até
à aparição
de
nosso Senhor Jesus
Cristo; a qual a seu tempo mostrará o Bem-Aventurado, e único
Poderoso Senhor, Rei dos
reis e Senhor dos senhores; Aquele que tem, Ele só, a imortalidade, e habita na Luz
inacessível; a quem nenhum dos homens viu nem pode ver, ao qual seja honra e poder
sempiterno.Amém.1Timóteo6:14-16
____________
8, 4.
Davi era conhecido como um homem segundo o coração de Deus porque se arrependia profunda e
verdadeiramente de seus pecados, e reconhecia suas fraquezas e sua natureza pecaminosa (2 Sm 12:13,
12:16,
12:20;
Sl
51).
Ser
alguém
segundo o coração de Deus não significa ser perfeito, pois nenhum ser humano pode ser
perfeito numa condição de queda, na natureza adâmica, presente em todas as pessoas desde o nascimento. O
pecado está enraizado em nosso
coração, portanto ser
alguém
segundo o
coração de
Deus
é viver conforme sua
vontade,ouseja,pecandoinevitavelmentemaslutando,enosensodequeaLeideDeuséperfeitaesesobressai.
página63
Histórias
Am none T amar,e ntrea e spadae o e stupro
9 O profeta Natã falava pelo Senhor Deus, e deixou claro que a espada jamais
apartaria da casa de Davi (2 Sm 12:10), e a partir daí muitas tragédias aconteceram
na vida do rei. É verdade que os filhos não herdam os pecados e erros dos pais, nem
devem ser responsabilizados por aquilo que os pais fizeram, mas esta situação é
isolada e específica. A justiça do Senhor precisava se manifestar, mesmo após perdoar
seu servo. Davi cometeu dois pecados graves de uma só vez, e nada poderia ficar
impune.A m orted oh eteuU riasn ãop odiad em odoa lgump assard espercebida.
A primeira pessoa a ser atingida na família de Davi foi seu primeiro filho com
Bate-Seba, e
a segunda foi sua filha Tamar; é esta a personagem principal do capítulo
13 de 2 Sm: “E aconteceu depois disto que, tendo Absalão, filho de Davi, uma irmã
formosa, cujo nome era Tamar, Amnom, filho de Davi, amou-a. E angustiou-se
Amnom, até adoecer, por Tamar, sua irmã, porque era virgem; e parecia aos olhos de
Amnom dificultoso fazer-lhe coisa alguma” (versos 1 e 2). Novamente, tudo começou
por um desejo, um “mero” desejo, que foi se intensificando até o pior acontecer.
“Tinha, porém, Amnom um amigo, cujo nome era Jonadabe, filho de Siméia, irmão
de Davi; e era Jonadabe homem mui sagaz. O qual lhe disse: ‘por que tu de dia em dia
tanto emagreces, sendo filho do rei? Não mo farás saber a mim?’ Então lhe disse
Amnom: ‘amo a Tamar, irmã de Absalão, meu irmão’” (versos 3 e 4). Note que
Amnom nem a chamava mais de irmã, porque já tinha se deixado levar pela maldade
de seu coração e pelo engano (Conf. Jr 17:9). Ele chamava Tamar como “a irmã de
Absalão, meu irmão”, mas não tinha coragem de dizer “a minha irmã”. Seu desejo já
tinhal hec onsumidoi nteiramente,d eixando-oc ego.
Um plano maldoso foi tramado pelo amigo considerado na Bíblia muito sagaz: “E
Jonadabe lhe disse: ‘deita-te na tua cama, e finge-te doente; e, quando teu pai te vier
visitar, dize-lhe: peço-te que minha irmã Tamar venha, e me dê de comer pão, e
prepare a comida diante dos meus olhos, para que eu a veja e coma da sua mão’”
(verso 5); e ele seguiu aquela ideia tão absurda (versos 6), conseguindo enganar Davi
(verso 7), alcançando seu objetivo indecoroso (verso 8 ao 14). Imagine o desespero de
Tamar ao falar tais coisas: “não, meu irmão, não me forces, porque não se faz assim
em Israel; não faças tal loucura”, “porque, aonde iria eu com a minha vergonha?”.
Foi tão covarde a ponto de usar da força física para forçá-la ao ato, e depois de tudo
aindas entiua versãoc ontrae la,s uai rmã,a v ítima( verso1 5).
Imagine a dor da jovem e pura Tamar: “Então ela lhe disse: ‘não há razão de me
despedires assim; maior seria este mal do que o outro que já me tens feito’. Porém
não lhe quis dar ouvidos. E chamou a seu moço que o servia, e disse: ‘ponha fora a
esta, e fecha a porta após ela’. E trazia ela uma roupa de muitas cores (porque assim
se vestiam as filhas virgens dos reis); e seu servo a pôs para fora, e fechou a porta
após ela. Então Tamar tomou cinza sobre a sua cabeça, e
a roupa de muitas cores
que trazia rasgou; e pôs as mãos sobre a cabeça, e foi andando e clamando” (verso
16 ao 19). Ela foi humilhada de muitas maneiras! E não demorou para que o juízo de
Deus começasse a recair sobre Amnom: “E Absalão, seu irmão, lhe disse: ‘esteve
Amnom, teu irmão, contigo? Ora, pois, minha irmã, cala-te; é teu irmão. Não se
angustie o teu coração por isto’. Assim ficou Tamar, e esteve solitária em casa de
Absalão seu irmão” (verso 20); foi aí que começou o fim do primogênito de Davi
(verso2 2).
Absalão, tomado pela raiva extrema contra seu irmão, o matou (verso 23 ao 33).
Davi n ão f ez n ada d iante d aquela s ituação. C onforme a s o rientações d a L ei o
página64
Histórias
estuprador deveria morrer (Dt 22:25). Amnom tirou a vida de sua irmã no que diz
respeito à sua estabilidade emocional e sua
moral: “... porque, como o homem que se
levanta contra o seu próximo, e lhe tira a vida, assim é este caso” (Dt 22:26). As
Escrituras colocam o
assassinato e
o estupro no mesmo nível de gravidade, porque o
estupro é uma desonra, é a morte emocional e psicológica da vítima. O Senhor Jesus,
por outro lado, um Rei perfeito, jamais deixaria sua noiva, a igreja, ser violentada
pelo mundo sem penalidade. Cristo é o Rei demasiadamente superior a Davi. No
capítulo 14 Absalão volta para o seu pai, mas trama e se revolta contra o rei no
capítulo 15. Davi sofreu mais consequências, sendo obrigado a fugir do seu próprio
filho, sendo expulso da posição que Deus lhe colocou (cap. 16 e 17). Novamente a
espada é manifesta na casa do rei Davi, quando seu terceiro filho, Absalão, é morto
(18:1-18). E o rei lamenta, chora, sente na pele os frutos dos seus erros tão graves
(18:19-33). Mas diante de todo aquele sofrimento, e após o estupro de Tamar, e a
perda de três filhos, ele continua servindo a Deus e reconhecendo seu amor e sua
justiça( cap.2 2e 2 3:1-7).P ori ssoe rau mh omems egundoo c oraçãod eD eus.
Talvez você questione a razão pela qual eu registrei esta história aqui. O dilema
familiar entre Davi, Amnom e Absalão parece fugir do tema proposto neste artigo.
Várias tragédias aconteceram na vida do rei, mas todas elas como fruto do seu
pecado. Existem algumas perguntas a serem feitas: seria justo? E em especial: é justo
uma mulher ser estuprada pelo erro de seu pai? Nisto se encontra o tema! Uma
dúvidah onesta,t alvez,e q uen osl evaa m uitasr eflexões:
. Não apenas Tamar, mulher, jovem, virgem, foi prejudicada pela espada na casa de
Davi,m aso p rimeirof ilhod eB ate-Sebac ome lee A mnome A bsalãot ambémf oram.
. É verdade que Amnom era um irresponsável e beberrão, mas ainda assim foi um
instrumento do cumprimento da repreensão que Natã lançou sobre o rei assassino e
adúltero, mas perdoado e amado; por que Davi foi perdoado e amado após tudo o que
fez? Porque pediu perdão, e
é
essa a confusão mais comum da Graça. Ela não busca
homens perfeitos e sem máculas, porque afinal de contas não existem. Ela
transforma, ela muda, molda, prepara, e aponta para a depravação humana e sua
urgênciad es erd esfeita.A s olituded aa lmap erdep araa a
bundanteG raça.
. É verdade que Absalão se revoltou contra seu pai e sua posição de honra, mas ele
também foi um meio pelo qual Deus preferiu cumprir seus propósitos. Como um pai
poderia dormir em paz sabendo que seu próprio filho armou uma revolta
sorrateiramente contra si? Davi sentiu na pele a dor que as pessoas próximas de
Urias sentiram, e viveu na pele o que a mãe de Bate-Seba deve ter vivido,
experimentou na pele o que a própria Bate-Seba experimentou - sendo ela também
responsável e culpada pelo adultério -,
pois
nada se compara com a dor de uma mãe
aop erders euf ilho.
.
Mas, o que fizeram o primeiro filho da adúltera perdoada e em especial Tamar, para
merecerem o fim que tiveram? O filho primeiro de Bate-Seba foi morto por doença,
como já dito acima, para que fosse poupado do preconceito da sociedade daquela
época que com certeza sofreria. Imagine um caso de adultério entre duas pessoas
populares se tornar conhecido em uma cidade de não muitos habitantes; imagine a
criança fruto desse pecado indo para a escola, faculdade, trabalho… Este é o caso!
Mas Tamar era pura, jovem, doce, frágil, filha do rei, amada, tinha sonhos,
expectativas, talvez criasse na sua imaginação aquele mundo cor de rosa que muitas
donzelas criam, era prestativa, amorosa, cuidadosa, enfim, portadora de muitas
qualidades.M ase laf oie stupradap elaa çãod os eui rmão,n ão d e D eus. M esmo q ue a
página65
Histórias
soberania de Deus se faça presente em toda a criação, e mesmo que seus decretos
sejam absolutos e invioláveis, como seres humanos temos nossa responsabilidade em
tudo que fazemos, temos nossa culpa, e nossa natureza pecaminosa latente. Somos
livres agentes! Até mais do que gostaríamos, se soubéssemos a gravidade disso. O
Senhor p remeditadamente a visou, A mnom f ez, e h oje a s E
scrituras r elatam!
Após tudo isso, embora a Bíblia não entre em detalhes de sua vida, é
claro
que
Tamar foi consolada, cuidada e amparada não apenas pelas pessoas que estavam
perto, mas pelo Deus que perdoou a prostituta Raabe e a recebeu em
seu
povo,
que
providenciou a bênção para Rute, que respondeu às orações de Ana e curou sua
enfermidade, e
que novamente liberou perdão a uma
mulher que cometeu pecado da
impureza sexual, a própria Bate-Seba. “Deus é amor!” (1 Jo 4:16). E se Tamar
lembrou do que diz as Escrituras? E se ela lembrou imediatamente que no Pai há
conforto?
Porque há
esperança para
a árvore que, se
for
cortada, ainda se
renovará,
e não
cessarão os
seus renovos. Se envelhecer na terra a sua raiz, e o seu tronco morrer
no
pó,
ao
cheiro
das
águasbrotará,edaráramoscomoumaplanta.Jó14:7-9
Mais tarde
Isaías
profetizou,
inconfundivelmente,
sobre
Aquele
que
anularia
sua
dor de uma vez por todas. O Senhor Jesus é a resposta que Tamar precisou! É a
respostaq uet odasa sv ítimasd ee stuprop recisam!
Porque foi
subindo como renovo perante Ele, e como raiz de uma terra seca; não tinha beleza
nem formosura e, olhando nós para Ele, não havia boa aparência nEle, para que o
desejássemos. Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, Homem de dores, e
experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era
desprezado, e não fizemos dEle caso
algum. Verdadeiramente Ele
tomou sobre Si
as
nossas
enfermidades, e as nossas dores levou sobre Si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de
Deus, e oprimido. Mas Ele foi
ferido
por
causa das
nossas transgressões, e moído por
causa
das
nossas iniquidades; o castigo que
nos
traz
a paz
estava sobre Ele,
e pelas suas pisaduras
fomossarados.Isaías53:2-5
E
rrod
aa
mbiçãoe o
p
erigod
as aliência
10 Salomão, no começo de seu reinado, pediu ao Senhor Deus sabedoria (1 Rs 3:1-15;
2
Cr 1:1-13); até
aí tudo certo. Inclusive começou a pôr em prática a sabedoria que lhe
foi dada (1 Rs 3:16-28). E
se tornou próspero (1
Rs 4:20-34, cap. 7,
cap. 10:14-29; 2
Cr 1:14-17, 9:1-28). Foi ele quem construiu o Templo do Senhor (1 Rs 5 e 6; 2 Cr
2:17-18, 3, 4 e 5). Ele
tinha comunhão com Deus (1
Rs
8:22-66, 9:1-9; 2 Cr 6:12-42,
7:11-22). Mas ele não soube administrar as riquezas e a fama com fidelidade ao
Senhor, e se
afastou (1
Rs 11:1-13); é de fundamental importância entendermos o seu
afastamento,p araq uep ossamose ntendera ss uasp róximasa titudes.
Salomão teve um número surpreendente de mulheres: mil. Chocante, muito
chocante! “E o rei Salomão amou muitas mulheres estrangeiras, além da filha de
Faraó: moabitas, amonitas, edomitas, sidônias e
hetéias, das nações de que o Senhor
tinha falado aos filhos de Israel: ‘não chegareis a elas,
e
elas não chegarão a
vós; de
outra maneira perverterão o vosso coração para seguirdes os
seus deuses’. A estas se
uniu Salomão com amor. E tinha setecentas mulheres, princesas, e trezentas
concubinas; e s uas m ulheres l he p erverteram o c oração” ( 1R s1 1:1-3). C omo s e v
ê,
página66
Histórias
Salomão foi um perigoso predador nos flertes, o que o levou à idolatria. Deveria ter
sido ambicioso em buscar mais do Senhor e crescer nEle, mas foi fraco o suficiente.
Deus jamais aprovou tal atitude, por isso ele fez tais coisas quando estava afastado
do Senhor. Era costume da época um homem ter várias mulheres, como já vimos
acima, mas não nessa proporção, não nesse número absurdamente alto. Além disso,
por questões políticas Salomão fez o que fez. Mas isso lhe trouxe sérias
consequências: a apostasia; por total influência daquelas mulheres pagãs (1 Rs
11:4-10).
O erro de
Salomão foi a sede por mais. Nunca esteve satisfeito com o que tinha, e
fezj ustamentea quiloq uea sE scrituraso o
rientavama n ãof azer:
“Quando entrares na terra que te dá o Senhor teu Deus, e a possuíres, e nela
habitares, e disseres: ‘porei sobre mim um rei, assim como têm todas as nações que
estão em redor de mim’; porás certamente sobre ti como rei aquele que escolher o
Senhor teu Deus; dentre teus irmãos porás rei sobre ti; não poderás pôr homem
estranho sobre ti, que não seja de teus irmãos. Porém ele não multiplicará para si
cavalos, nem fará voltar o povo ao Egito para multiplicar cavalos; pois o Senhor vos
tem dito: ‘nunca mais voltareis por este caminho’. Tampouco para si multiplicará
mulheres, para que o seu coração não se desvie; nem prata nem ouro multiplicará
muito para si. Será também que, quando se assentar sobre o trono do seu reino,
então escreverá para si num livro, um traslado desta lei, do original que está diante
dos sacerdotes levitas. E o terá consigo, e nele lerá todos os dias da sua vida, para que
aprenda a temer ao Senhor seu Deus, para guardar todas as palavras desta lei, e
estes estatutos, para cumpri-los; para que o seu coração não se levante sobre os seus
irmãos, e não se aparte do mandamento, nem para a direita nem para a esquerda;
para que prolongue os seus dias no seu reino, ele e seus filhos no meio de Israel.”
Deuteronômio1 7:14-20
A Palavra nos orienta: “Duas coisas te pedi; não mas negues, antes que morra:
afasta de mim a vaidade e a palavra mentirosa; não me dês nem a pobreza nem a
riqueza; mantém-me do pão da minha porção de costume; para que, porventura,
estando farto não te negue, e venha a dizer: quem é o Senhor? Ou que,
empobrecendo, não venha a furtar, e tome o Nome de Deus em vão” (Pv 30:7-9). Veja
bem,o lhep arai sto,o p róprioS alomãoq ued eclarou!
A história de Salomão é muito importante para os homens. Somos encorajados a
valorizar o
relacionamento com apenas uma mulher, e somos ensinados a preservar a
fidelidade a Deus. Será que precisamos e devemos “pegar todas”? Será que temos a
liberdade de “colecionarmos” mulheres na nossa vida? Será que o legado que
queremos deixar é de garanhão? Será que vale a pena ser garanhão? Quando um
homem sai e se envolve com muitas mulheres em apenas uma noite, ele já não
reconhece mais a importância da preservação de seu corpo, nem muito menos das
mulheres que ele rodeou. Um homem que se relaciona com tantas e tantas não pode
temer a Deus, não conhece os
seus princípios e mandamentos, não sabe nada sobre a
vontade do Senhor, que é santa e pura. De certa forma, foi “preciso” que o rei
Salomãoe xtrapolassee mt antasá reasd es uav ida e e xperimentasse a margura r eal, e
____________
10, 4. Segundo a tradição judaico-cristã ele foi o autor de Provérbios,
mas
existem
impasses
a
essa
tradição,
os
quais sugerem que os
ditos
no livro foram transmitidos de forma oral até alcançarem algum escriba que se dispôs
a
registrar tudo
o que
já
era
repercutido a partir
do
filho
de
Davi.
O que nos
interessa
é que as palavras ditas no
livro têm origem nele (Pv 1:1). Na Bíblia temos muitos exemplos de livros
que foram escritos por
alguns,
mas
redigidosporoutros,paraexemplificarumasituaçãopassadaemquenocontextopresenteseriaumpoucodifícil.
página67
Histórias
cometesse tantos erros, pois através de sua história, hoje, podemos ter de forma
práticae xemplosp elosq uaisn ãod evemoss eguirn ac aminhada.
Eclesiastes, um livro tão
sapiente, surgiu de toda sua amargura de vida. O mesmo
livro
finaliza
e carimba a questão: o homem só
tem um futuro se
estiver em paz com
Deus. Não
adianta ter,
saber, viver, desfrutar, experimentar, se todas estas coisas não
estiveremb aseadase a treladasn oa
mora D
euse n ot emorà ss uasl eis.
página68
Histórias
No amor não há temor, antes o perfeito amor lança fora o temor; porque o temor tem consigo
a pena, e o que teme não é perfeito em amor. Nós o amamos a Ele porque Ele nos amou
primeiro. Se alguém diz: ‘eu amo a Deus’, e odeia a seu
irmão,
é mentiroso. Pois
quem não
ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem
não
viu?
E dEle
temos este
mandamento:quequemamaaDeus,ametambémaseuirmão.1João4:18-21
J
ád
izian
ossoq
ueridoP
aulo:
Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como
o
metal que soa ou
como o sino que tine. E ainda que
tivesse o dom de profecia, e conhecesse
todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que
transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. E ainda que distribuísse toda a
minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser
queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria. O amor é sofredor, é benigno; o
amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com
indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga com a
injustiça, mas folga com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo
suporta. O amor
nunca falha… Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte
será aniquilado…
Agora, pois, permanecem a fé,
a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.
1Coríntios13
A
se
strangeirase xpulsas
12 Após o povo de Deus voltar para sua terra (Ed 1
e 2),
Deus orientou os judeus a
mandarem embora suas esposas estrangeiras (Ed 10:1-4). A razão é óbvia: essas
mulheres, por serem pagãs, adoravam a outros deuses e podiam corromper o povo de
Deus como já tinha acontecido antes; primeiro com Salomão, que se casou com várias
mulheres de outras nações e se
corrompeu, e depois com Acabe, que se casou com a
rainham áJ ezabel.N osd oisc asoso sd
anosf oramg raves.
Não apenas os homens estiveram presentes na reunião que provocou tal decisão
aprovada por Deus, mas também as mulheres: “E enquanto Esdras orava, e fazia
confissão, chorando e prostrando-se diante da casa de Deus, ajuntou-se a ele, de
Israel, uma grande congregação de homens, mulheres e crianças; pois o povo
chorava com grande choro” (verso 1). Em comunidade decidiram aquilo que seria o
melhor para a nação. As judias tiveram voz. Aquelas mulheres não foram expulsas
apenas porque eram mulheres. Isso não faz o menor sentido. Foram expulsas porque
eram estrangeiras idólatras. Não houve expulsão de homens estrangeiros porque era
incomum mulheres de Israel e Judá se casarem com homens não pertencentes à
nação do Senhor, e geralmente os homens eram mais atrevidos, e se casavam de fato
comm ulherese strangeiras.
O erro não estava na nacionalidade. José se casou com Azenate, uma egípcia (Gn
41:45,50, 46:20). Não é
uma discriminação aos estrangeiros. Lembre-se de Zípora, a
mulher cusita, e Raabe, Rute, entre outras. Lembre-se das leis a favor dos
estrangeiros, que são muitas (Êx 22:21, 23:9; Lv 19:33-34; Nm 9:14, 15:16; Dt 23:7,
24:14, 24:17-22, 27:19; Sl 146:9). Deus não faz acepção de pessoas (Rm 2:11), e
por
isso incluiu os
gentios no plano salvífico, e abençoa todos os povos da terra por meio
de Cristo (Gn 12:3). O Senhor Deus ouve a oração de todos, sem distinção (1 Rs
8:38-43). Os estrangeiros foram circuncidados juntamente com Abraão, e
incluídos
no pacto (Gn 17:27). Os próprios crentes foram estrangeiros um dia, foram
andarilhosp ort erras e stranhas; e sses c rentes s ão o s q ue c ompõem a i greja, e c om
página69
Histórias
essa igreja Deus fez um pacto eterno. Portanto parece óbvio o que determinou a
expulsão daquelas mulheres: eram estrangeiras que permaneceram em suas práticas
idólatras. Deus jamais permitiria que o mesmo erro do passado se repetisse
significativamente (1
Rs 11:1-10). Era bem recente na memória do povo de Deus como
começou a idolatria desenfreada em Israel e Judá. Os péssimos exemplos dos reis
ficaramm arcadose o casionaramt odaa quelad
esordem.
R inhaE ster
a
13 O livro de sua história leva seu nome. Após a rainha Vasti enganar o seu rei e
envergonhá-lo na presença de todos (1:11-12), aconselhado a buscar uma nova rainha,
assim Assuero o fez (1:13-22, 2:1-4). Destarte, a mulher judia entra na história.
Mardoqueu e Ester foram levados para terra estranha em razão da invasão de
Nabucodonosor à Jerusalém (2:5-6). Seus pais haviam morrido, e assim ficou sob
cuidados de seu primo como se fosse filha (verso 7). Deus começou a trabalhar na
vida de Hadassa de modo impressionante, levando-a à seleção de uma nova rainha
para se tornar uma (2:8-9). Mas ela guardava um segredo determinante em sua vida,
ep ossivelmenten as uar elaçãoc omo r eie n as uap osiçãod er ainha( verso1 0).
Ela era obediente e
tinha muito respeito por seu primo/pai, e lhe obedecia (verso
20). Ela tinha reverência pelos seus responsáveis e familiares, ela honrava, conforme
a Lei (Êx 20:12). Essa sua característica humilde foi de fundamental importância para
que o Senhor a escolhesse entre tantas moças que disputavam o mesmo cargo. E tudo
caminhava bem (2:21-23), até que Hamã decidiu acabar com a raça dos judeus (cap.
3). Sabendo da notícia, Mardoqueu recorreu a sua filha de consideração e criação
(cap. 4). Ela começou a pôr em prática seu plano com muita coragem e ousadia (cap.
5:1-8). Ela era sábia, mas talvez a sua principal característica era a coragem (cap. 7),
movida pelo seu caráter. Ela rompeu limites e se pôs em perigo para ajudar o seu
povo.
Ester é apresentada na Bíblia Sagrada também como uma figura de Cristo;
apresentou o seu caráter humilde. Mesmo sendo da realeza, ela e Cristo nunca
mudaram a personalidade ou a corromperam. Essa característica se assemelha
também a Davi, que foi um rei humilde em toda sua vida. Ester jamais se corrompeu
diante das riquezas, e o Senhor, possuidor de todas as coisas, abriu mão de sua
Glória, se fazendo Homem humilde, servindo e amando imerecidos (Fp 2:5-11). Ester
foi uma rainha que serviu, e Jesus Cristo foi um Rei que serviu, na sua forma mais
humilde. Ester teve compaixão de seu povo, e Cristo também teve compaixão de seu
povo.
A rainha Ester se casou com um gentio, e
Assuero, rei gentio, casou-se com uma
noiva tirada dentre os judeus. Cristo, Rei da eternidade, “se casa” com a igreja tirada
dentre os gentios, e a igreja, noiva de Cristo, “se casa” com o Messias que veio do
meio judeu. Ester arriscou sua vida em favor de seu povo, e Cristo não apenas
arriscou sua vida mas a deu, tudo em favor de seu povo, sua igreja. Todo aquele que
entrasse na presença do rei sem ser convidado poderia morrer, e Ester fez isso, se
mantendo viva, escapando da morte ao terceiro dia (5:1-2). Cristo ressuscitou e
escapou da morte definitiva ao terceiro dia. Vemos na figura de Ester o Cristo que
intercedeu pelo seu povo. Ester sofreu riscos quando intercedeu, e Cristo em pura
aflição na Cruz pelo povo pediu, e hoje intercede pela igreja (Et
5:3, 7:2-10, 8:3-14;
Rm8 :34;1 T m2 :5).
página70
Histórias
Os planos maquiavélicos do inimigo não puderam separar Ester do seu
povo.
E
nada pode nos separar do amor de Deus, que está em Cristo (Rm 8:35-39). É incrível
que nós, pecadores, além de sermos chamados filhos de Deus, receberemos
recompensas e honras na eternidade; tudo pelos méritos de Cristo. Assim o povo
judeu viveu em gozo e alegria após a intercessão de Ester, por causa de seus méritos.
Nós, o povo de Deus, viveremos eternamente na alegria incomparável e na luz
imensurável( Et8 :16-17;2 T m4 :7-8;A p2 1).
Ester foi uma pessoa escolhida por Deus para trazer livramento ao seu povo, e por
sua causa até os dias de hoje a festa de Purim é celebrada. Seu nome é continuamente
lembrado e homenageado. Sim, uma mulher! Não apenas importante na história
descrita na Bíblia, mas também na cultura do povo que no passado recebeu a
revelação e por inspiração escreveu as Escrituras. Não é a sua beleza o destaque da
história, não é a sua formosura o que ganha ênfase, mas é a sua coragem, a sua
valentia,a s uah onestidade,h umildade,l ealdadea os eup ovo,e a s uad eterminação.
O Pb. Josafá Henrique garante, baseado em conversas com amigos judeus, que “o
livro de Ester é um dos mais queridos entre os judeus… Conhecido como o livro da
providência”. A história de Ester nos ensina o valor da leitura da Palavra de Deus -
mesmo que o nome Deus não seja mencionado - e o valor da confiança no Senhor e
na salvação que nos foi dada, nos estimula a valorizarmos a Presença maravilhosa do
Espírito Santo, nos leva a uma fidelidade que devemos expressar ao Abba, nos ensina
a fugir da menção ao Nome de Deus em vão e nos permite rir das artimanhas de
satanás, confiantes na justiça divina. Esse livro tão rico nos ensina como é importante
o jejum, pois “Deus libertou o seu povo da morte através da oração e jejum da rainha
Estere d op ovoj udeu( Et4 .16)”,n osl embraHernandesD .L..
Imagine que Edmund A. L. de Waal, um ceramista tão conceituado e reconhecido,
sai de seu lar em busca da porcelana acerca da sua origem e
seu valor no mundo da
arte, tenta “... atravessar uma rua em Jingdezhen, uma cidade na província de Jiangxi
conhecida como a capital da porcelana, a Ur onde a fábula começa…” (O caminho da
porcelana, introdução, pág. 15), e
ao invés de encontrar o que tanto queria, se frustra
por perceber que não foi capaz de explorar, por algum motivo, a argila que ele define
como “o presente ‘do agora’ e um presente histórico”; segundo ele, “porcelana é
China. Porcelana é a viagem à China” (cap. 1, pág. 18). Waal é apaixonado por
cerâmica, e não deveria ser diferente, pois é ceramista reconhecido mundialmente,
afinal. Certamente sua vida sem a argila branca não teria tanto prazer. Ester, a judia
Hadassa, era essa cerâmica de Assuero. A mulher é essa porcelana que o homem deve
valorizar. Sem ela consigo o homem-barro parece ser apenas algo grotesco e mais
nadan ae stanted av ida.
Porque pela Graça que me é dada, digo a cada um dentre vós que não pense
de si
mesmo
além do que convém; antes, pense com moderação, conforme a medida da fé que Deus
repartiu a cada
um. Porque
assim como em um
corpo temos
muitos membros, e nem todos
os membros têm a mesma operação, assim nós,
que
somos muitos, somos um
só corpo em
Cristo,masindividualmentesomosmembrosunsdosoutros.Romanos12:3-5
página71
Ensinosvaliosos
Boasi nstruções!C
risto,a
S
abedoriad
eP
rovérbiose d
et odaa
B
íblia!( Pv8
:22-36)
Provérbios de Salomão, filho de Davi, rei de Israel; para se conhecer a sabedoria e a
instrução; para se entenderem, as palavras da prudência. Para se receber a instrução do
entendimento, a justiça,
o juízo e a equidade; para dar
aos simples, prudência, e aos moços,
conhecimento e bom siso; o sábio ouvirá e crescerá em conhecimento, e o entendido
adquirirá sábios conselhos; para entender os
provérbios e sua
interpretação; as palavras dos
sábios e as suas proposições. O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; os loucos
desprezam a sabedoria e a instrução. Filho meu, ouve a instrução de teu
pai, e não deixes o
ensinamento de tua mãe, porque serão como diadema gracioso em tua cabeça, e colares ao
teu pescoço… A sabedoria clama lá fora; pelas ruas levanta a sua voz. Nas esquinas
movimentadas ela brada; nas entradas das portas e nas cidades profere as suas palavras: “até
quando, ó simples, amareis a simplicidade? E vós escarnecedores, desejareis o escárnio? E
vós insensatos, odiareis o conhecimento? Atentai para a minha repreensão; pois eis que vos
derramareiabundantementedomeuEspíritoevosfareisaberasminhaspalavras”.
Provérbios1:1-9,20-23
A
st entações
1 Como dito no verso 1 do
primeiro capítulo do livro de Provérbios, Salomão foi
o
escritor. Já vimos como sua vida com Deus foi
conturbada por efeito de sua fraqueza
com mulheres. O filho de Davi se relacionou “apenas” com mil mulheres. Só mil
mulheres! Dentre as quais estavam mulheres estrangeiras que o levaram à idolatria.
Certamente elas eram sensuais, como de costume entre as nações pagãs; essa
sensualidades empref oic onsideradan at radiçãoj udaicae n aB íbliac omoi moral.
É
por isso que as igrejas prezam pela boa aparência no que diz respeito ao modo
como o outro vê o cristão. Ou seja, não cabe aos cristãos se vestirem de uma forma
que incite olhares de desejo no próximo, pois é mandamento que amemos ao
próximo como a nós mesmos (Lv 19:18; Mt 19:19, 22:39; Mc 12:31; Lc 10:27; Rm
13:8-10; Gl 5:14; Tg 2:8). Uma forma de amar ao próximo é evitando que sejamos
uma pedra de tropeço em sua vida, homem ou mulher; não conhecemos as fraquezas
e lutas internas de cada um: “O amor não faz mal ao próximo. De sorte que o
cumprimento da Lei é o amor” (Rm 13:10). É claro nas Escrituras que a sensualidade
é pecado, justamente por este motivo de escandalização do irmão e irmã. E a
escandalização não está relacionada apenas ao tema sexual, pois a bebida e a
glutonarias ãoa lgumasd asq uestõesm aisp resentesn ai greja.
No capítulo 5 alguns versos são engenhosamente deturpados a fim de manter-se a
narrativa de que as Escrituras Sagradas são de fato um reflexo do pensamento
machista dos homens, e consequentemente dos autores da Bíblia. Mas garanto que
não! Entendendo nós a gravidade da sensualidade, devemos entender também que
naquela época as mulheres propositalmente se vestiam de forma sensual como
padrão do costume das nações; fazia parte da cultura. Do versículo 1 ao 14 Salomão,
por experiência própria, alerta a capacidade da mulher com más intenções de
influenciar, seduzir e manipular o homem que se deixa levar pelas palavras de seus
lábios, como o próprio se deixou. “Bebe água da tua fonte, e das correntes do teu
poço. Derramar-se-iam as tuas fontes por fora, e pelas ruas os ribeiros de águas?”
(versos 15 e
16), está sendo ensinado de forma poética nestes versículos a fidelidade a
uma única mulher, pois ela
é o
suficiente; uma só basta, uma só Deus preparou para
Adão: “ Seja b endito o t eu m anancial, e a legra-te c om a m ulher d a t ua m ocidade.
página73
Ensinosvaliosos
Como cerva amorosa, e gazela graciosa, os seus seios te saciem todo o tempo; e pelo
seu amor sejas atraído perpetuamente. E porque, filho meu, te
deixarias atrair por
outram ulher,e tea braçariasa op eitod eu mae stranha?”( verso1 8a o2 0).
Não é errado a Bíblia falar sobre as ciladas do pecado embutidas nos atos das
mulheres sensuais. A sensualidade está associada a elas neste capítulo porque era
comum naqueles dias, e porque Salomão foi vítima do seu desejo desenfreado pelas
mulheres indecorosas. Nos versos finais a responsabilidade recai sobre o homem que
não se
controla ao ver uma bandalha: “Eis que os caminhos do homem estão perante
os olhos do Senhor, e ele pesa todas as suas veredas. Quanto ao ímpio, as suas
iniquidades o prenderão, e com as cordas do seu pecado será detido. Ele morrerá,
porque desavisadamente andou, e
pelo excesso da sua loucura se perderá” (verso 21
ao 23); em outras palavras: Deus sabe o que fazemos, onde fazemos e o que
desejamos fazer, e o pecado cometido, em especial do homem que não teme ao
Senhor, é uma armadilha montada por ele mesmo, que logo então morre por não ter
conseguidoc ontrolars eusi mpulsosc arnais.
Se por um lado o homem e a mulher são iguais em dignidade humana, são iguais
também na capacidade de pecar e seguir um caminho carnal. O capítulo visto aqui
não joga toda e qualquer responsabilidade na mulher, ao invés disso, responsabiliza a
mulher por sua sensualidade provocativa, e o homem por sua fraqueza e falta de
controle. A mesma responsabilidade para evitar e fugir da sua própria sensualidade
pertence ao homem (Mt 5:28-29; Rm 1:27). O capítulo é muito mais sobre uma
advertência ao adultério produzido pela fraqueza do homem - automaticamente uma
desvalorização à sua esposa -, e sobre um conselho para que o homem se contente
com sua esposa e se alegre unicamente nela, do que uma suposta objetificação da
mulher ou redução de sua existência ao potencial de sedução e total culpa do pecado
do outro. O mesmo cuidado que a Escritura toma com a voluptuosidade da mulher,
tomat ambémc omo h
omeme s uac apacidaded es erl ascivo.
O adultério, assim como todos os demais pecados relacionados, seja a cobiça, a
sensualidade, as falas e atos imorais, bem como a lascívia e luxúria, dependem
primeiramente da aceitação daquela pessoa que viveu a tentação para se
concretizarem, e
se você se permitir viver, cairá: “Aquele, pois, que cuida estar em pé,
olhe não caia. Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não
vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape,
para que a possais suportar. Portanto, meus amados, fugi da idolatria” (1 Co
10:12-14); é interessante como Paulo relaciona o ato de ceder às tentações com a
idolatria, pois é no ato de idolatrar a si mesmo que o ser humano satisfaz suas
próprias vontades, ao invés de satisfazer e
alegrar ao Senhor, como fez José no Egito
(Gn 39:7-12); José, além de respeitar o seu senhor por quem foi comprado, honrou a
Deus ao fugir da tentação. Mesmo que alguma mulher atraente chame a atenção do
homem e até lhe seduza, se cair, a culpa será também dele, e não apenas da mulher
devassa.A p atifariaé r esponsabilidaded ea mbos- n oc enáriod op ecador ealizado.
Sujeitai-vos,pois,aDeus,resistiaodiabo,eelefugirádevós.Tiago4:7
____________
1. O adultério
sempre
foi
visto
como
grave
pecado,
pois
rompe
com
os valores do Senhor dados ao primeiro casal
no
começo
de
tudo, em
Gênesis. O Éden
era
um
reflexo
do
estado perfeito da terra, e com a quebra da fidelidade
do primeiro casal, um em relação ao outro, após não assumirem a culpa do erro cometido, as relações
interpessoais foram afetadas e os pecados diversos foram alimentados dia após dia. Salomão experimentou os
danosdospecadossexuaisesensuais(Conf.Pv6:5-35,ecap.7).
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Ensinosvaliosos
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Ensinosvaliosos
e vende-os, e entrega cintos aos mercadores. A força e a
honra são seu vestido, e se
alegrará com o dia futuro” (versos 24 e 25); que também é inteligente: “Abre a sua
boca com sabedoria, e a lei da beneficência está na sua língua. Está atenta ao
andamento da casa, e não come o pão da preguiça” (versos 26 e 27). Os filhos e o
marido se orgulham dela: “Levantam-se seus filhos e
chamam-na bem-aventurada;
seu marido também, e ele a louva” (verso 28); e ela é honrada (verso 29). Mas essa
mulher, mãe e esposa, guarda todas essas características positivas porque ama a Deus
e é abençoada: “Enganosa é a beleza e vã a formosura, mas a mulher que teme ao
Senhor, essa sim será louvada” (verso 30). Por fim, ela merece os méritos do seu
trabalho: “Dai-lhe do fruto das suas mãos, e deixe o seu próprio trabalho louvá-la
nasp ortas”( verso3 1).E laé v alorizada!É l ivre!
A esposa esperada e ideal também é aquela que busca cooperar nas despesas da
casa, ao mesmo tempo que investe seu dinheiro em si mesma. O marido ideal é
aquele que gasta nas despesas da casa, no sustento da família, e também investe em si
mesmo e na família. O casal ideal, no
modelo bíblico, é
aquele que sabe conversar e
entrar em um consenso, que sabe administrar o tempo que precisam e também o
tempo dos filhos; a mulher fica na sua casa cuidando dos filhos se quiser e/ou se
precisar, mas pode ter servas (o que hoje seria empregada doméstica ou babá)
enquanto passa o tempo fora. A igreja, noiva de Cristo, não passa o tempo todo em
sua casa de braços cruzados cuidando apenas do interior, pelo contrário, ela sai nas
ruas e evangeliza; isso é trabalho, é obra para o Reino. O fato é que a
Escritura não
proíbe nem determina nada à mulher, no tema discutido, mas dá exemplos e
possibilidades. A
boa
esposa, sensata, escolhe o melhor para si
e sua família, e
o
seu
marido,s atisfeitoe s ensato,s er egozijan ela.
____________
2.
Bem anterior ao capítulo 31 de Provérbios lemos sobre a insuportabilidade da convivência com a mulher
encrenqueira. De fato,
ela
tem como ninguém a
capacidade de
tirar uma
outra mulher, os filhos, ou o homem do
sério (veja Pv 25:24). A mulher briguenta procura motivos para manter os conflitos e sustentar suas opiniões
problemáticas, assim como suas
ações que
causam estresse. Não há esforço para a paz. Por resultado o lar vai aos
poucos desmoronando até
que
não sobra mais
nada. Parece
que
a
iniciativa para o bem-estar da família parte da
mulherporqueelaéamaisaptanesteponto.
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Ensinosvaliosos
Deus e não tem noção dos seus valores e princípios santos, é uma pessoa que só pode
oferecer um relacionamento destrutivo. Acabe se casou com Jezabel, e as
consequências foram sérias não apenas para ele, mas para toda a Samaria e Israel.
Por outro lado, no segundo exemplo, a mulher
de
boa índole
e comprometida com
o
que é certo tem seu reconhecimento perante os homens e perante Deus; é a boa
esposa tratada no item anterior. Raabe foi responsável pelo êxito da invasão de Israel
aJ ericó.C omoS almomd evet ers er egozijadon ela!
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Ensinosvaliosos
reprodução, não é um instrumento de conveniência do homem, não é
uma porta de
entrada para o homem e de saída para os filhos. Em toda a Escritura a
mulher tem
seus direitos no prazer sexual preservados (Gn 2:24; Pv 5:18-19; Ct 2:3, 2:6; Ml 2:15;
Mt1 9:4-6;1 C o7 :3-4,7 :9).
O livro de Cantares é deveras especial, pois trata do amor entre um casal. Mas em
figura fala de Cristo e da igreja também. E por isso ele é tão singular. Imagina que um
livro voltado às questões íntimas no contexto conjugal ainda assim pode tratar de um
relacionamento espiritual entre o Noivo e a noiva. Deus tanto amou o mundo que deu
Seu Filho Único (Jo 3:16-17). Cristo tanto amou os eleitos que se entregou em dura
morte, sofrendo uma baita humilhação por amor a nós (Fp 2:8). Por isso o apóstolo
Paulo lança a sentença: “Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem
anjos, nem principados, nem coisas presentes, nem futuras, nem potestades, nem a
altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura nos poderá separar do amor
de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor” (Rm 8:38-39). É por isso que nem
as muitas águas nem os rios podem apagar e afogar o amor que liga os filhos na terra
e a Trindade nos céus. Essas águas se tornam ralas, leves, ondas discretas na areia. “O
meu amado desceu ao seu jardim, aos canteiros de bálsamo, para apascentar o
rebanho nos jardins e
para colher os lírios. Eu sou do meu amado, e o
meu amado é
meu; ele apascenta o rebanho entre os lírios” (Ct 6:2-3); adaptando à relação da
Pessoa de Cristo e
sua igreja amada: “Ele desceu de sua santa Morada para nos trazer
o bálsamo de cura, cura dos nossos pecados e das nossas enfermidades. Ele apascenta
o rebanho, sua igreja, com excelência. Nós somos do Amado, e o Amado é nosso. Ele
apascentao r ebanhoe ntreo sl írios”.
Implicitamente, muitos detalhes do relacionamento de Cristo e a igreja são
apresentados em Cantares. “Jardim fechado és tu, minha irmã, noiva minha,
manancial fechado, fonte selada” (4:12); Jesus ordena isso a nós. Devemos ser como
jardins fechados que não permitem a entrada do mal. No Éden, Adão permitiu a
concretização dos planos diabólicos. Nós, capacitados por Cristo, não nos
deixaremos. Se vê mais sobre Cristo e a igreja no
livro romântico de Salomão, como
no capítulo 5, verso 1; o Amado que anuncia a sua chegada, a sua volta, enquanto a
noiva espera ansiosamente. “Já entrei no meu jardim”, o estado da terra restaurada
após se passarem todas as coisas (Ap 21:1-2). Prontos para um banquete das bodas do
Cordeiro: “Comei, amigos, bebei abundantemente, ó amados”; há um anúncio e
convite. No mesmo capítulo 5, do verso 2 ao 8, notamos a trajetória de uma parte da
igreja que tarda em se entregar por inteiro ao Amado, que tarda em reconhecer sua
essência de noiva; a
noiva que ouviu o Noivo bater na porta mas não levantou porque
dormiac onfortavelmente( versos2 e 3 ).
Tudo isso significa que a relação conjugal entre um homem e uma mulher, entre o
marido e sua esposa, deve ser santa e pura. Neste padrão, se seguido atentamente e se
for considerado seriamente, o casal passa a ter uma união saudável e além da
carnalidade. É na carnalidade que mora todas as impurezas sexuais, inclusive
cometidas pelo próprio casal na cama. Mas é baseado no amor de Cristo por sua
igreja que habita toda a pureza e reverência nos aposentos. O homem não é abusivo, e
a mulher jamais é abusada; o
homem não é depravado, e a mulher jamais é vítima da
depravação;e v ice-versa.
____________
4. Muitos rabinos fizeram e fazem uma relação
do
livro
de
Cantares
com
a relação
de
Deus
Pai
e Jerusalém
ou
Israelcomoumtodo.
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Ensinosvaliosos
Algumas igrejas determinam que as mulheres não devem se enfeitar, nem cortar o
cabelo ou se maquiar, enquanto outras não vêem problema algum. Um fato
importante é que a Bíblia realmente não proíbe o uso de jóias, enfeites, maquiagem e
semelhantes, mas alerta sobre a supervalorização dessas coisas a ponto delas se
tornarem um motivo de exibicionismo e idolatria do “eu”; é o que lemos em Isaías 3,
noq uala nalisaremosa lgunsv ersos.O p roblemaé a e golatria!
. Verso 16: “Diz ainda mais o Senhor: ‘porquanto as filhas de Sião se exaltam, e
andam com o pescoço erguido, lançando olhares impudentes; e quando andam,
caminham afetadamente, fazendo um tilintar com os seus pés’”. Note que o profeta
começa o capítulo destacando o pecado do exibicionismo daquelas mulheres de Judá
denunciado por Deus. Elas sentiam prazer nos olhares, em chamar atenção, em
seremn otadas,e s ee xaltavamp orc ausad essasc oisas.
. Verso 17: “Portanto o Senhor fará tinhoso o alto da cabeça das filhas de Sião, e o
Senhor porá a descoberto a sua nudez”. A nudez refere-se à cabeça careca. Era uma
vergonha para qualquer mulher daquela época não ter cabelos. O cabelo era visto
comoo á
piced ab elezaf eminina.A téo sd iasd eh ojep areces era ssim.
. Verso 18 ao 23: “Naquele dia tirará o
Senhor os ornamentos dos pés, e as toucas, e
adornos em forma de lua, os pendentes, e os braceletes, as estolas, os gorros, e os
ornamentos das pernas, e os cintos e as caixinhas de perfumes, e os brincos, os anéis,
e as jóias do nariz, os vestidos de festa, e os mantos, e os xales, e as bolsas. Os
espelhos, e o linho finíssimo, e os turbantes, e os véus”. Todos esses ornamentos eram
um impulsionamento para o orgulho delas. Era de fato a glória daquelas mulheres.
Com certeza aprenderam com as mulheres das nações vizinhas, por toda influência
que sofreram ao longo do tempo; imagine as muitas mulheres de Salomão, a própria
Jezabel, e as muitas relações políticas e culturais entre Judá e Israel com nações
pagãs que, inevitavelmente, fomentaram o interesse das mulheres dos dois reinos em
sea ssemelharà sp agãs( Conf.I s2 :6-8).
. Verso 24: “E será que em lugar de perfume haverá mau cheiro; e por cinto uma
corda; e em lugar de encrespadura de cabelos, calvície; e em lugar de veste luxuosa,
pano de saco; e queimadura em lugar de formosura”. Ou seja, tudo aquilo que era
vergonhoso estava vindo à tona como forma de juízo do Senhor, pois elas estavam
pecando gravemente, não apenas porque se enfeitavam e se gastavam com tantos
adornos, mas porque se apoiavam nestas coisas e cometiam idolatria em favor da
própriap essoae d osd eusesf alsos.
. Versos 25 e 26, e versículo 1 do capítulo 4: “Teus homens cairão à espada e teus
poderosos na peleja. E as suas portas gemerão e prantearão; e ela, desolada, se
assentará no chão. E sete mulheres naquele dia lançarão mão de um homem,
dizendo: ‘nós comeremos do nosso pão, e nos vestiremos do que é nosso;
tão-somente queremos ser chamadas pelo teu nome; tira o nosso opróbrio’”. O fim de
todag lóriae o rgulho.A p rópriav ergonhaa ov ivoe e mc ores.
Logo, a passagem de Isaías não pode ser usada de forma alguma a favor da ideia
de que as mulheres não podem se produzir. Elas podem, mas se quiserem não se
enfeitem. Que façam o que achar melhor e mais condizente com seus gostos pessoais.
Naquela época as mulheres pagãs se adornavam de muitas jóias e pedras preciosas
porque era uma forma de honrarem as deusas. O sagrado feminino estava em alta.
Lembre-se d o q ue d iz P rovérbios s obre o q ue i mporta p ara a m ulher ( Pv 3 1:30).
página79
Ensinosvaliosos
Por
isso das orientações às mulheres de Deus daquela época a não se vestirem iguais
àquelas que adoravam imagens e ídolos inexpressivos. Não é e nunca foi pecado se
vestir bem e se maquiar. Pecado é a confiança nos
acessórios e
na beleza física, que
automaticamente leva ao tipo de vaidade condenada na Bíblia (Ec 1:2). A
Escritura
incentiva a mulher a cuidar, antes de
tudo, do
seu
interior (1
Tm 2:9-10; 1 Pd 3:3-5).
Jesus diz que o que torna o homem (ser humano) impuro não é o exterior, mas sim o
interior, quando podre, expelido para fora (Mt 15:11). É baseado na intenção do
coração de cada um que Deus faz
seus julgamentos, e
não
na aparência (1
Sm 16:7).
Aquelas mulheres do tempo de
Isaías 3
já
não tinham mais
uma beleza interior, mas
apenas uma beleza superficial, exterior, falsa, sem conteúdo, fútil e detestável aos
olhosd eD eus.
… Limpa primeiro o interior
do
copo e do
prato,
para
que
também o exterior fique limpo. Ai
de vós... pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem
formosos, mas interiormente estão cheios de ossos
de
mortos
e de
toda a imundícia. Assim
também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de
hipocrisiaedeiniquidade.Mateus23:26-28
Jerusalém,a e sposad eD eusP ai.I greja,a n oivad eD eusF ilho
6 A relação
de
pureza
que a Bíblia Sagrada faz de Jerusalém como esposa do Pai (Is
62), e do Filho como Noivo da igreja (Ef 5:25-29; Ap 21:9), espiritualiza o respeito
que o marido deve ter por sua esposa e o encoraja a amá-la incondicionalmente. É
como uma reafirmação da
simbologia e
conexão que
começaram lá
no Éden, quando
Adão se tornou um tipo contrastante de Cristo e Eva
um tipo
da
igreja. Mais do
que
nunca a perspectiva do marido passa a ser espiritual, e o relacionamento com sua
mulheru ltrapassaa sb arreirasd ac arnalidadee m undanidade,e t ocan oc éu.
que é divulgado por aí de um modo sensacionalista: “E enamorou-se dos seus
amantes, cuja carne é
como a de
jumentos, e
cujo fluxo é como o de
cavalos” (verso
20); a
carne é
o membro do
homem, o pênis. São dois problemas a serem resolvidos:
o primeiro é a suposta objetificação das irmãs Aolá e Aolibá - em algumas versões
bíblicasa parecemc omoO oláe O olibá- ,e o s egundoé a o
bjetificaçãod osh omens.
É preciso deixar claro que na
verdade a passagem é uma repreensão a Samaria e
Jerusalém, e não necessariamente um relato de mulheres reais, na história. Não
sabemos ao certo se essas mulheres existiram, mas independente de terem existido
oun ão,o f atoé q ueo
f ocon ãoe stán elas, m as n as d
uas c idades, n as d
uas c apitais d
e
____________
5. A sentença
dada às mulheres em Isaías 3 é uma simbologia da cidade de Jerusalém, que logo seria invadida pela
Babilônia. A relação que o verso
16 faz “às
mulheres de Sião” é uma clara referência à
capital de Judá
(Conf. Is
1:8). Do verso 17 ao 23 a relação fica ainda mais evidente; do verso 19
ao 23
fazemos uma inferência sobre os
pertences da
cidade de Jerusalém - lembre-se das
riquezas do
reinado de
Salomão. A profecia traz uma
perfeita
descrição da cidade de Sião antes do exílio e durante, no
estado angustiante de
desolação (Is
3:24-26. Conf.
Jr
25:8-11). Em Isaías 4:2-6 o foco da profecia passa das mulheres para a mulher (Jerusalém) e sua beleza
restaurada; é comumente interpretado esta parte da profecia como cumprimento duplo, sendo o
primeiro uma
referência ao
retorno dos judeus para Jerusalém, e o segundo uma revelação do Messias Jesus Cristo e seu Reino,
devidoautilizaçãodapalavra“renovo”(Conf.Is2:2-4,11:1-5,53:2;Jr23:5-6;Zc3:8,6:12-13;Jo15:1-8).
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Ensinosvaliosos
Israel e Judá. Samaria e Jerusalém cometeram pecado da idolatria, e
trocaram Javé
por deuses falsos. Se deixaram seduzir pelos erros dos pagãos, e abandonaram a
verdadeira devoção. Deus falou primeiramente sobre Samaria (Aolá), do verso 5
ao
10, e depois falou sobre Jerusalém (Aolibá), do verso 11 ao 21, e seu castigo, do verso
22 ao 35, e por fim a sentença às duas, do verso 36 ao 49; e é neste contexto de
metáfora e exortação o versículo citado logo acima. A intenção da passagem não é
ensinar o tamanho do membro de qualquer que fosse o homem, nem entrar em
detalhes da vida sexual de alguém, mas tão somente exortar duas cidades que tinham
caído na prostituição da idolatria. O verso
20 traz uma figura e
compara o tamanho
do órgão sexual masculino e a forte ejaculação com a potência militar - em tamanho e
poder- d an açãoe mq ueJ erusaléms ee nvolveu( Os8 :9;J r2 :24,5 :8,1 3:27).
Por tratar a
realidade do mundo em que vivemos, desde as pequenas coisas até as
grandes, é totalmente esperado que a Bíblia contivesse passagens que nos causam
certo constrangimento. Mas esse constrangimento, como já demonstrado, não parte
de alguma atitude ou fala absurda de aprovação de Deus, pois Ele é Santo; o
constrangimento sempre vem dos humanos e suas tolices. Inclusive é
tolice isolar o
verso 20 e sexualizar uma passagem que não tem comprometimento algum com
literalidade. Se a passagem não tem teor sexual de forma literal, então as irmãs
mencionadas não são
objetificadas por
Deus. E ainda que a
passagem fosse literal, a
tal objetificação não estaria presente, pois o Senhor estaria apenas repreendendo e
reprovandof atosv erdadeiross obres uasv idas.
O machismo não atinge apenas as mulheres, pois os homens são os
primeiros a
sofrerem a pressão emocional na família ou na sociedade. Não é segredo que,
segundo as más-línguas, quanto maior o pênis, melhor é o ato sexual. É machismo
também! A pressão que recai sobre o homem que não tem um órgão sexual do
tamanho que atenda às expectativas de tais pessoas é verdadeiramente cruel. Então, é
muito comum mulheres comentarem sobre a parte íntima do homem, fazerem piadas
ou elogiar de forma tão descarada. E essas piadas e comentários ou descaramento
constrangem. Por que mulheres não podem servir de comentários sobre o tamanho
das nádegas na rodinha de amigos, mas os homens podem servir de comentários à
vontade sobre o tamanho do pênis na rodinha de amigas? É uma hipocrisia
escancarada. Eu preciso deixar claro que logicamente sou contra as duas situações,
pois elas são reprováveis moral e biblicamente falando. Parece bem cômico, mas
quem comete machismo é aquele ou aquela que lê esta passagem nas Escrituras e
projeta um novo significado, quem comenta com desdém e com desconhecimento ou
simplesmente se debruça em sua própria imaginação depravada. Falta maturidade,
conhecimento teológico, respeito e consideração pelo texto que é Sagrado para tantas
pessoas,e p elaf iguram asculina.
Assim, sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos, e reservar os injustos para o dia do juízo,
para serem castigados; mas principalmente aqueles que segundo a carne andam em
concupiscências de imundícia, e desprezam as autoridades; atrevidos, obstinados, não
receando blasfemar das dignidades; enquanto os anjos,
sendo maiores em força e poder, não
pronunciam contra eles juízo blasfemo diante do Senhor. Mas estes, como animais
irracionais, que seguem a natureza, feitos para serem presos
e mortos,
blasfemando do
que
nãoentendem,perecerãonasuacorrupção,recebendoogalardãodajustiça...2Pedro2:9-13
____________
7. O capítulo
61
de
Isaías
nos
leva
ao
foco
do
futuro
da
terra,
quando
a mesma
for
restaurada
(compare
com Gn
17:5e17:15,Ap2:17,Ap21:2,Ap21:10-27,eAp22:1-5).Mudançaetransformação.
página81
Ensinosvaliosos
G mer
ô
8 Oséias foi um profeta de muita relevância e importância
para
o Reino
de
Israel.
Possivelmente contemporâneo do profeta Amós; dedicou seu ministério ao povo de
Israel, denunciando a idolatria da nação intimamente associada à prostituição de sua
mulher, chamada Gômer (Os 1:2-3). O mais interessante na narrativa é
que foi Deus
quem ordenou que ele se casasse com a mulher que já levava uma vida de
promiscuidade. Ele é o autor do livro que leva seu nome. O livro de Oséias destaca- se
pelos eud ramae c hamadoa oa rrependimentod op ovod eD eus.
Deus escolheu para este profeta uma vida de dificuldades internas e externas, pois
ele lidava com duas prostitutas: sua própria esposa e sua terra Israel. Sua vida foi
uma mensagem prática e profética correspondente às abominações do povo que havia
se desviado do caminho reto. Um ministério ousado, corajoso e complicado, o qual o
profeta obedeceu pacificamente e
enfrentou todas as
dificuldades. Para os israelitas,
receber um profeta em sua casa que apenas denunciava seus pecados já
era difícil, e
mais ainda um profeta casado com uma prostituta. Gômer teve três filhos com
Oséias: o primeiro chamado Jezreel, cujo nome significa “Deus semeia” (1:3-4); uma
menina chamada Desfavorecida (Lo-Ruama), que representava a compaixão de Deus
a Israel sendo removida (1:6); e o
terceiro Não-Meu-Povo (Lo-Ami), simbolizando a
anulação da
Aliança (1:8-9). No livro o profeta Oséias representa Deus Pai, que amou
e cuidou de sua esposa, Israel, mesmo ela
sendo infiel (cap. 2). Este livro também é
messiânico, pois tipifica a relação conturbada de Cristo e uma parte da igreja que
comete infidelidade mesmo com a suficiência da Presença do Senhor. Portanto no NT
Jesus é o Oséias mais perfeito, que lidou e lida com uma igreja teimosa, que mesmo
após conhecer a Graça ainda se deixa levar pelo pecado em algumas ocasiões, mas
quea pesard et udoe speraa r edençãoe a a
nulaçãod eq ualquerm anchad op ecado.
O que me
chama atenção nesta história é que a
prostituta não é abandonada; há
uma insistência para sua restauração. Deus incentivou o profeta a insistir em Gômer
para que ele percebesse como o Senhor insistia em Israel. No capítulo 3 Oséias vai
atrás de sua esposa para se reconciliar: “E
o SENHOR me disse: ‘vai outra vez, ama
uma mulher, amada de seu amigo, contudo adúltera, como o SENHOR ama os
filhos de Israel, embora eles olhem para outros deuses, e amem os bolos de uvas’”
(verso 1). Sua obediência estava vinculada à percepção sensível da Graça e
misericórdia de Deus para com pecadores: “tu ficarás comigo muitos dias; não te
prostituirás, nem serás de outro homem; assim também eu esperarei por ti” (verso 3;
Conf. 6:1-2). A
fidelidade do Senhor não depende nem nunca dependeu da nossa: “S e
formosi nfiéis,E lep ermanecef iel;n ãop oden egar-sea S
im esmo”( 2T m2 :13).
____________
8, 1. Gômer
era
adúltera e prostituta, mas não foi apedrejada porque antes mesmo de casar ela já levava tal vida de
impurezas sexuais. É uma exceção que partiu do próprio Deus. Talvez ela praticasse prostituição religiosa em
templos pagãos, pois o livro associa sua prostituição à idolatria de Israel; algumas traduções registram esta
perpectivaclaramente.
8, 2. Nenhum profeta era bem recebido em sua casa (Lc 4:21-30, 13:34). O nome Jezreel, que significa “Deus
semeia”, aponta para a era messiânica. Apesar de representar Israel, o
estilo
literário do capítulo 1 ao 3 indica
nitidamenteaexistênciahistóricadessamulher;anarrativanomeiaseustrêsfilhoscomOséias.
8, 3. A mulher do capítulo 1 é exatamente a mesma do capítulo 3. Alguns comentaristas sugerem que eram
mulheres diferentes, mas o contexto do
livro
aponta para o contrário. Algumas versões imputam Os 6:1-3 a um
suposto clamor de Israel, como a NTLH; mas o verso
2
é uma clara referência à ressurreição do Senhor Jesus
(Compare Lc 13:32-33). Existem pelo menos quatro Oséias nas
Escrituras: Josué, filho de Num e substituto de
Moisés (Nm 13:8-16; Dt 32:44); o filho de Azazias (1 Cr 27:20); o último rei
de Israel, que fez
o que o
Senhor
reprova(2Rs17:1-2);Oséiasdopóscativeirobabilônico(Ne10:23).
página82
Ensinosvaliosos
Deus já
tinha
usado uma prostituta, chamada Raabe, para fim de seus propósitos.
Usou uma adúltera, chamada Bate-Seba, para a concretização do reinado de Salomão.
Eu souo
utrav ezu
map rostituta,p
araa
s imbologiav ivad
os eua
mori nexplicável.
Portanto, eis que Eu a atrairei, e a levarei para o deserto, e lhe falarei ao coração. E lhe darei
as suas vinhas dali, e o vale de Acor, por porta de esperança; e ali cantará, como nos dias de
sua mocidade, e como no
dia em que subiu da terra do Egito. E naquele dia, diz o SENHOR,
tu me chamarás: “meu marido”; e não mais me chamarás: “meu senhor”. E da sua boca
tirarei os nomes dos Baalins, e não mais se lembrará desses nomes. E naquele dia farei por
eles aliança com as feras do campo, e com as aves do céu, e com os répteis da terra; e da terra
quebrarei o arco, e a espada, e a guerra, e os farei deitar em segurança. E desposar-te-ei
comigo para sempre; desposar-te-ei comigo em justiça, e em juízo, e em benignidade, e em
misericórdias. E desposar-te-ei comigo em fidelidade, e conhecerás ao Senhor. E acontecerá
naquele dia que Eu atenderei, diz o Senhor; Eu atenderei aos céus, e estes atenderão à terra.
E
a terra atenderá ao trigo, e ao mosto, e ao azeite, e estes atenderão a Jizreel. E semeá-la-ei
para mim na terra, e compadecer-me-ei dela que não obteve misericórdia; e Eu direi àquele
quenãoerameupovo:“tuésmeupovo”;eeledirá:“TuÉsmeuDeus!”
Oséias2:14-23
Eu sararei a sua infidelidade, Eu voluntariamente os amarei; porque a minha ira se
apartou
deles. Eu serei para Israel como o orvalho. Ele florescerá como o lírio e lançará as suas raízes
como o Líbano. Estender-se-ão os seus galhos, e a sua glória será
como a da oliveira, e sua
fragrância como a do Líbano. Voltarão os que habitam debaixo da sua sombra; serão
vivificados como o trigo, e florescerão como a vide; a sua memória será como o vinho do
Líbano. Efraim dirá: “que mais tenho eu com os ídolos?” Eu
o tenho ouvido, e cuidarei dele;
Eusoucomoafaiaverde;demiméachadooteufruto.
Oséias14:4-8
página83
Evangelhos
Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos
filhos de
Deus, aos que
crêem no seu Nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da
carne, nem da
vontade do homem, mas de
Deus. E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua
Glória, como a Glória do Unigênito do Pai, cheio de Graça e de verdade. João testificou dEle,
e
clamou, dizendo: “Este era
Aquele de quem eu dizia: o que vem após mim é antes de mim,
porque foi primeiro do que eu”. E todos nós recebemos também da sua plenitude, e Graça por
Graça. Porque a Lei
foi
dada por
Moisés; a Graça e a verdade vieram por
Jesus Cristo. Deus
nuncafoivistoporalguém.OFilhoUnigênito,queestánoseiodoPai,esseorevelou.
João1:12-18
A
v
irgemq
uec oncebeu
1 Na abertura do Novo Testamento, no Evangelho de Mateus, logo no capítulo 1,
página85
Evangelhos
“E José,
despertando do
sono, fez
como o anjo do
Senhor lhe ordenara, e recebeu a
sua mulher” (verso 24). E só teve relações íntimas com sua esposa após o nascimento
de
Cristo: “E não
a conheceu até que deu à luz seu filho, o primogênito; e pôs-lhe por
nome Jesus” (verso 25). O homem que
serve ao
Senhor tem como espelho o próprio
José, pai adotivo de Jesus; honra sua esposa independente do que ele
equivocadamente pensa, espera com paciência a solução do que parece ser um
problema insolucionável, é cauteloso, amigo, discreto, se preocupa com a honra da
mulher e demonstra amor de verdade. E as mulheres que servem ao
Senhor podem
descansarn of atod
eq ueD eusc uida,a ssimc omoc uidoud as ervaM aria.
Disse então
Maria: “a
minha
alma
engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus
meu Salvador; porque atentou na baixeza de sua serva; pois eis que desde agora todas as
gerações me
chamarão bem-aventurada, porque
me fez
grandes coisas o Poderoso; e Santo é
seu Nome. E a sua misericórdia é de geração em geração sobre os que o temem”. Lucas
1:46-50
página86
Evangelhos
impurezas - especialmente os homens. E
se os homens que têm
o senso da realidade
de Deus são incentivados a não desejar as mulheres que passam em sua frente, e
obedecem, então há uma clara consideração por parte
deles do ensino de valorização
e respeito às mulheres proveniente da Bíblia. Neste ensino, uma
esposa de
um
certo
homem que costumava desejar outra mulher com o olhar mas foi desafiado e
incentivado a mudar, e mudou de fato, é beneficiada e mais valorizada pelo seu
marido transformado pelo Evangelho. Ela não precisa
se preocupar mais como antes
com uma possível traição, pois sua segurança em Cristo de que o seu cônjuge se
dispôs a servir ao Senhor, e portanto vencer a tentação do
olhar, é muito
maior. Ele
passoua m
ortificare “ jogarf ora”o ss euso lhos.
As
Escrituras fornecem às pessoas ensinos valiosos que desafiam o ego, a vaidade
e a maldade humana, e trazem um despertar para os riscos das impurezas sexuais
cometidas já na mente, sem a carência da prática. E, assim como ao homem é
adultério cobiçar a mulher, para a mulher também é pecado cobiçar o homem; ou
seja:a sp essoasn ãop odems ero bjetificadas.D ignidadeh umana!
Fiz
acordo com os
meus
olhos,
de
não
olhar
com cobiça para
as
moças.
Pois
qual
é a porção
que o homem recebe de
Deus
lá
de
Cima? Qual
a sua
herança do Todo-poderoso, que habita
nasAlturas?Nãoéruínaparaosímpios,desgraçaparaosquefazemomal?Jó31:1-3
O
d
ivórcio
3 As passagens relacionadas ao
divórcio no NT são: Mateus 19:1-9; Marcos 10:1-12;
Lucas 16:18. A que iremos tratar aqui se encontra no Sermão do Monte, Mateus
5:31-32: “Também foi dito: ‘qualquer que deixar sua mulher, dê-lhe carta de
divórcio’. Eu, porém, vos digo
que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por
causa de fornicação, faz que ela cometa adultério, e qualquer que casar com a
repudiadac ometea dultério”.
É comum nos nossos dias
casais se
divorciarem. E mais comum ainda os motivos
do divórcio serem banais: falta de tempo, estilos de vida diferentes, deixaram de
amar, mudança de prioridades, entre outras razões fúteis. Já não há mais a
mesma
perspectiva do casamento de um tempo atrás, em que prevalecia a luta pelo progresso
no casamento, pelo sucesso, pelo cumprimento dos votos no altar, e
pelo bem-estar
da família e dos filhos. Segundo a Bíblia, o amor não é
um acontecimento, mas uma
escolha. O amor deve ser praticado com esforço e dedicação; por isso temos ordens
nas Escrituras para amarmos ao próximo como a nós mesmos, e para amarmos até
nossos próprios inimigos. Deus escolheu nos amar, e por isso enviou Seu Filho ao
mundop aram orrere mn ossol ugar,e n ose legeu( Ef1 :3-6).
O ensino do
Senhor Jesus sobre o divórcio fortalece a ideia de que, no casamento,
um deve lutar pela felicidade do outro. Nesta perspectiva tão valiosa a vaidade e o
foco no “eu” são quebrados, e prevalece assim a humildade, quando o marido ou a
esposa se dispõe a lutar pela felicidade do seu cônjuge. Cabe ao casal escolher amar
um ao outro como uma expressão da dedicação, do amor, e do reconhecimento de
quea ssimD euse scolheut ambémamá-los. N ão é a
l inda G raça u ma e scolha d e D
eus
____________
2, 2-3. Cristo
desafiou
os
escribas
e fariseus
em
suas
próprias
vaidades;
eles
se
preocupavam
apenas
em
externar
uma santidade que na verdade não existia, pois o interior
estava
podre
(Mt 23:27).
Ao
combatermos o pecado
interiormente, impedindo-o de vir para fora, para só então
combatermos exteriormente, nós
nos
privamos dos
aplausosquealimentamoegohumano.
página87
Evangelhos
como manifestação favorável aos pecadores? É o pecado que destrói o casamento,
através do egoísmo, da ideia deturpada do matrimônio talvez acarretada por
ideologias e propagandas modernas, através de campanhas da mídia, de incentivos de
profissionais que desconhecem o paladar das páginas bíblicas, dos devaneios sociais,
entre outros. Mas a verdade é que o cansaço do pecado se cansa com a leveza da
Graça. E na Graça o casal entende por que lutar; por que escolher amar; por que
superar qualquer crise e qualquer desentendimento. Por que? Porque Cristo lutou,
amou,s uperouc risese d esentendimentos!
Neste modelo dificilmente o marido vai trair sua esposa ou desrespeitá-la, pois
entende que o casamento é algo sério, de valor, que deve ser mantido e jamais
quebrado, ele entende que deve lutar contra os
seus próprios olhares no que não lhe
pertence - se for sua fragilidade cobiçar - para focar na sua
esposa, e
entende que a
quebra da fidelidade no casamento é
automaticamente uma quebra no seu caráter e
na sua aliança com Deus. O homem comprometido com as coisas do Reino age como
José, marido de Maria e pai adotivo de Jesus, que se preocupou em não desonrar a
mulher que lhe foi prometida, por quem disse “eu te amo”. Amor é escolha, e se
ele
escolheu amar, que lute contra sua carne, que abra mão das suas próprias vontades e
valorize a mulher que lhe foi confiada. De modo algum peça divórcio à sua mulher
porm otivosb anais,d eixando-as ujeitaa j ulgamentosp reconceituososd as ociedade.
Em relação a este assunto, quando o Senhor disse que “também foi dito”, Ele
colocou seu ensino acima de qualquer tradição e conceito conhecidos pelos judeus. O
Senhor Jesus em todo o tempo reafirmava a sua divindade, e assim demonstrava que
tudo o que ensinava era de caráter majestoso. Portanto, se Ele disse, está dito. Não há
como justificar o divórcio com motivos banais e mesquinhos, pois Ele, o Senhor
Jesus, não se divorcia de sua igreja amada por motivos rasos e solucionáveis - em
relação a Ele para conosco, que soluciona nosso pecado através de seus próprios
méritos.
Tente olhar para uma parte da igreja quando ela se desvia e se lambuza nos
prazeres do mundo; ela está adulterando, porque tinha se casado com o Noivo. E
mesmo casada essa parte se atraveu de alguma forma a buscar satisfação em coisas
mundanas. O Senhor deixou claro que não dá para servir a dois senhores (Lc 16:13). E
de repente a parte que se desviou decide definitivamente seguir outros caminhos;
esses caminhos lhe servem como adultério, porque trocou a Boa Parte (Lc 10:38-42),
a
Pérola de Grande Valor (Mt 13:45-46), por coisas volúveis e passageiras; é adultério
porque a troca nada mais é que uma aventura em nome da jovem concupiscência.
Mas uma vez unidos a Cristo, jamais separados: “Atraí-os com cordas humanas, com
laçosd ea mor…”( Os1 1:4).O c asamentot emp orf inalidades eri ndissolúvel.
____________
3, 5. A expressão “também foi dito” (ou “ouvistes que foi dito”), no verso 31 de Mateus 5, não se refere
necessariamenteàLei,masàsinterpretaçõesqueoslíderesreligiosostinhameensinavam.
3, 6. Muitos cristãos têm dúvidas a respeito do divórcio. O fato de Jesus não expor a situação da agressão
explicitamente em Mateus 5:31-32, não significa que seja proibido nestes casos. De fato, a palavra grega
para
“fornicação” significa também “adultério” e/ou “idolatria”; quando o marido agride sua esposa, verbal ou
fisicamente, ele está traindo sua mulher e a Deus, e idolatrando seu próprio “eu”, rompendo os seus votos
(Compare 1 Co
7:15). A palavra “descrente” presente em 1 Coríntios 7:15, passagem harmônica a Mateus 5:31-32,
significa alguém infiel ao Senhor e desobediente aos seus Mandamentos, alguém incrédulo. 1 Timóteo 5:8
reafirma e fortalece a ideia de que agressão verbal ou física à
sua
esposa ou
ao
seu
marido
é demonstração do
abandono da fé e de uma situação fria espiritualmente: “Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e
principalmente dos
da sua
família, negou a fé,
e é pior do que o infiel”. A responsabilidade da fidelidade envolve
fé em Deus, pois baseados na fé o casal segue na dedicação de amar e cuidar, e preservar a família: “... Portanto, o
queDeusajuntounãoosepareohomem”(Mt19:6).
página88
Evangelhos
O
sa
póstolos
“E, chamando os seus doze discípulos, deu-lhes poder
4 sobre os espíritos imundos,
para os expulsarem, e
para curarem toda a enfermidade e
todo o mal. Ora, os nomes
dos doze apóstolos são estes: o primeiro, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão;
Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o
publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Lebeu, apelidado Tadeu; Simão, o Cananita, e
JudasI scariotes,a queleq ueo t raiu.”M ateus1 0:1-4( Conf.M c3 :13-19;L c6 :12-16)
A princípio foram chamados apenas de discípulos, e após a morte de Cristo
denominados apóstolos. Todos os doze apóstolos foram discípulos até o fim da vida,
mas nem todos os discípulos foram e são apóstolos. Mas, curiosamente nenhuma
mulher foi “apóstola”. A palavra não existe! Assim como não existiu nenhuma mulher
que tenha exercido tal cargo registrada nas Escrituras. De fato, à mulher não foi dada
tal posição, e a razão é conhecida: liderança. A liderança foi dada ao homem no
modelo bíblico da liderança de Cristo. Não é posição de superioridade, mas de
coragem e sacrifício. O homem, líder, seja em sua casa ou em seu ministério pastoral,
tem por obrigação se sacrificar em muitas de suas vontades para cumprir o seu
chamadod es ervirà s uam ulhere /ouà so velhasd ai greja( VejaL c2 2:42).
Portanto, a mulher, naqueles dias, não podia exercer a função de apóstolo porque
a
liderança fora dada ao homem; essa posição de líder implicava em abrir mão de sua
família para seguir no propósito da Evangelização. Os apóstolos, por serem homens,
naquela época, não sofreriam os dilemas que as mulheres certamente teriam que
enfrentar - no cenário em que a liderança não tivesse sido dada apenas aos homens,
sendo as mulheres capacitadas ao cargo também -, quando “largassem” a família para
seguir em viagens missionárias. Num contexto familiar de um pai apóstolo, os filhos
saberiam lidar muito mais com a ausência da
figura paterna - que estaria em viagens
não por abandono, mas pelo propósito da divulgação do Evangelho - do que com a
ausência da figura materna. O aspecto emocional é muito mais intenso entre os filhos
e a mãe. Os apóstolos arriscaram suas vidas, e de fato morreram todos perseguidos
pelosa nticristos;a ohomemf oid adau mam issãod em orte.L iderançab íblicaé i sso!
Levantando-se no
conselho um fariseu, chamado Gamaliel,
doutor da
Lei… mandou que por
um pouco levassem para fora os apóstolos; e disse-lhes: “... dai de mão a estes homens, e
deixai-os, porque, se
este
conselho ou
esta
obra é de
homens, se
desfará, mas, se
é de
Deus,
não podereis desfazê-la… E, chamando os apóstolos, e tendo-os açoitado, mandaram que não
falassem no Nome de Jesus, e os
deixaram ir.
Retiraram-se, pois, da presença do
conselho,
regozijando-se de terem sido julgados dignos de padecer afronta pelo Nome de Jesus. E todos
osdias…nãocessavamdeensinar,edeanunciaraJesusCristo.Atos5:34-35,38-42
____________
4,1. JudasfoisubstituídoporMatias,oduodécimoapóstolo(At1:15-26).
4, 2. Diante
de
tanta
confusão,
é preciso
deixar
claro
que
não
existem
mais
apóstolos;
os
apóstolos
foram apenas
aqueles mencionados nas Escrituras Sagradas, e talvez outros que testemunharam ao Senhor Jesus pessoalmente
após a Morte e que não foram descritos no texto bíblico; o que não nos cabe a especulação. Pedro foi claro sobre os
requisitos fundamentais e indispensáveis para o cargo que os onze ocupavam: “É necessário, pois, que, dos
homens que conviveram conosco todo o tempo em que o Senhor Jesus entrou e saiu dentre nós,
começando
desde o batismo de João até ao dia em que de entre nós foi recebido em cima, um deles se faça conosco
testemunha da sua ressurreição” (At 1:21-22). É comum nos nossos dias falsos profetas e charlatões da fé
se
designarem apóstolos pelo objetivo da elevada posição na igreja a
fim de
receber valorização, respeito supino e
temor (2 Co 11:13), ou homens que se
denominam assim por ignorância. Conhecemos apenas os doze apóstolos
(Mt 10:1-4; Mc 3:13-19; Lc 6:12-16; At
1:15-26), Tiago, o
irmão do Senhor (1
Co 15:7; Gl
1:19),
Paulo (At 9:1-22,
14:14; Rm 1:1; 1 Co
1:1; 2
Co 1:1; Gl
1:1; Ef
1:1;
Cl 1:1;
1
Tm 1:1;
2
Tm 1:1,
1:11; Tt
1:1),
Barnabé (At 4:36, 14:14) e
supostamente Judas Barsabás e Silas (At 15:22). A missão dos apóstolos desde o início nunca foi o prestígio social
(Mt10:5-25;Mc6:7-13,13:9-13;Lc9:1-6,21:12-19;At5:17-42).
página89
Evangelhos
A
m ulherd of luxod es angue
Cristo é o Médico superior a todos os outros! Ele estava no meio da multidão,
6
quando de
repente sentiu alguém lhe tocar, e insistiu em saber quem era (verso 27 ao
32). A mulher, enferma, tremendo, corajosamente encarou os
olhares das pessoas
e
disse ser ela a ousada que tocou nas vestes do Messias (verso 33). E o Senhor
confortou seu coração e
se
apresentou a
ela
(verso 34). Jesus
rompeu o preconceito.
(Conf.M t9 :20-22e L c8 :43:48)
Aquela mulher que sofria de hemorragia experimentou o amor que não julga, que
não falha, que não se importa com os próprios interesses, o amor desimpedido, o
amor verdadeiro e divino (1 Co 13). Cristo era e é a expressão exata
do Ser
de
Deus
(Hb 1:3a), e portanto a manifestação máxima do amor (2 Co 13:11; Tt 3:4-7; 1 Jo 4:8b,
4:16b).
Pois
conheceis a Graça
de
nosso
Senhor Jesus
Cristo,
que,
sendo
rico,
se fez pobre por amor
devós,paraque,pelasuapobreza,vostornásseisricos.2Coríntios8:9
____________
5. A mulher
cananéia
ouviu
falar
da
fama
e dos
feitos
de
Jesus,
e por
isso
foi
até o Mestre. Ele sabia que ela cria,
afinal, ela
saiu
do
seu
lugar
para
obter cura,
mas foi preciso
ignorá-la e interrogá-la para
pôr à prova sua fé, não
para Ele mesmo, que tudo conhece, por ser Deus Filho, mas para
os
discípulos ali
presentes e para
todos nós,
leitoresdosEvangelhos.
página90
Evangelhos
D naI sabel
o
8 É interessante que o Evangelho de Lucas
começa
com
a história
de
uma
mulher
estéril (Lc 1:5-25), que concebeu e carregou aquele que abriria o caminho do Messias.
Ela recebeu a visita de Maria (verso 39 e 40), e foi surpreendida pela ação divina
(verso 41 ao 45).
Isabel foi
testemunha de
um milagre em
sua
vida:
“Assim me
fez
o
Senhor, nos dias em que atentou em mim, para destruir o meu opróbrio entre os
homens” (verso 25); opróbrio, que quer dizer vergonha. Isabel se sentia
envergonhada por ter avançada idade sem ser mãe: “E não tinham filhos, porque
Isabel era estéril, e ambos eram avançados em
idade” (verso
7).
Mas
o Senhor
tirou
suav ergonha.N ãom aisd esprezadap elac omunidade!
Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. Chegai-vos a Deus, e Ele
se
chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo, purificai os corações. Senti
as
vossas misérias, e lamentai e chorai; converta-se o vosso riso em pranto, e o vosso gozo em
tristeza.Humilhai-vosperanteoSenhor,eElevosexaltará.Tiago4:7-10
____________
8. O valor
que
a
viúva
pobre
deu
foi
de
extrema
insignificância
perante
os
olhares
da
sociedade.
Marcos
destaca
que as moedas tinham o valor de um quadrante, ou seja, uma
unidade monetária romana (Mc 12:42; conf.
Mt
5:26). Mesmo com a oferta pobre da viúva diante dos valores
mais expressivos dos
hipócritas, a
oferta sincera
valeu mais para o
Senhor. Apesar de Abel ter dado o melhor de si para Deus (Gn 4:4), e Caim o razoável (Gn 4:3),
a
oferta de
Abel agradou ao Senhor porque foi
feita
de coração e vontade (Gn
4:5-7), e não necessariamente por
causa do valor
alto. O que agrada a Deus não é necessariamente a quantidade abundante ou a oferta aquém numa
performancehumilde,esimocoraçãosincero.Averdadeirahumildadeexcedeosvalores.
página91
Evangelhos
página92
Evangelhos
Louvai ao
SENHOR, porque Ele
é bom;
porque a sua
benignidade dura para sempre. Louvai
ao Deus dos deuses; porque a sua benignidade dura para sempre. Louvai ao Senhor dos
senhores; porque a sua benignidade dura para sempre. Aquele que só faz maravilhas; porque
asuabenignidadeduraparasempre.Salmos136:1-4
A
sm ulheresq ueiamc omE le
“E
11 aconteceu, depois disto,
que andava de cidade em
cidade, e de
aldeia
em aldeia,
pregando e anunciando o Evangelho do Reino de Deus; e os doze iam com Ele, e
algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e de
enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual saíram sete demônios; e Joana,
mulher de Cuza, procurador de Herodes, e Suzana, e muitas outras que o serviam
coms eusb ens.”L ucas8 :1-3
Certamente não era visto com bons olhos pela sociedade mulheres comuns se
tornarem seguidoras de rabis
naquela época; e mesmo que
elas não fossem comuns.
A mais importante - de fato a única - na narrativa é Joana. Mulheres simples, que
tiveram suas
vidas transformadas, tocadas pelo amor
do Senhor, decidiram seguir os
passos de Jesus e até mesmo ajudar no mantimento dos seus discípulos. Veja que
papelt ãoi mportantee lase xerceram.
A
m ulherc uradan os ábado
12 Cristo
enfrentou,
novamente,
os
julgamentos
dos fariseus para trazer libertação a
uma mulher que sofria
opressão de
um
espírito maligno (Lc 13:11-13).
Os
olhares de
reprovação existiram porque foi no sábado que o Senhor liberou a cura àquela
sofredora (verso 14), que há dezoito anos enfrentava a mesma enfermidade (verso
16).
E
o Senhor ensinou, mais uma vez, de forma prática, o valor do amor ao próximo
(versos 15 e 16; Conf. Lv 19:18b), deixando os seus inimigos envergonhados (verso
17).J
esusé o S enhord os ábado( Mt1 2:8),s endoE leh
ojeo n ossod
escanso( At2 0:7).
A tua misericórdia, Senhor, está nos céus, e a tua fidelidade chega até às mais excelsas
nuvens. A tua justiça é como as grandes montanhas; os teus
juízos são
um grande abismo.
Senhor, tu conservas os homens e os animais. Quão preciosa é,
ó Deus, a tua benignidade,
pelo que
os
filhos dos homens se abrigam à sombra das tuas asas. Eles se fartarão da gordura
da tua
Casa, e os
farás beber
da
corrente das
tuas delícias; porque em Ti está o manancial da
vida;natuaLuzveremosaluz.Salmos36:5-9
____________
11. Não temos detalhes sobre a vida de Maria Madalena. Era chamada “Madalena” porque teria nascido em
Magdala, uma região da
Galiléia. Madalena não foi prostituta; essa fama parte de uma relação equivocada de sua
identidade com a mulher do vaso de alabastro (Mt 26:6-13; Mc 14:3-9; Lc
7:36-50); na verdade não há nada que
indique que a mulher de alabastro era prostituta, pois a palavra grega para “pecadora” ou “má fama”,
“hamartólos”, não significa isso, mas de forma abrangente, o seu significado é de alguém que faz o que Deus
desaprova. Muito menos foi Maria Madalena a mulher do episódio tão famoso da Perícope da Adúltera (Jo
8:1-11);nãosabemosaidentidadedaadúlteraperdoada.
12. O quarto Mandamento, o sábado (Êx 20:8-11), foi entregue especialmente aos israelitas, não sendo observado
como Lei imutável pelos patriarcas. Como cristãos, não guardamos o sábado. Temos evidências de todos os
Mandamentos sendo guardados pelos hebreus antes do
Sinai, mas parece que o
sábado ainda funcionava como
uma memória, e não
como Lei.
Observância do primeiro e segundo Mandamento temos
(Gn 35:2-4; Êx 20:3-4);
do terceiro Mandamento temos (Gn 28:16-18; Êx 20:7); temos observância do quinto Mandamento (Gn 9:21-25;
Êx 20:12); ênfase no sexto Mandamento temos (Gn 4:8-13; Êx 20:13); do
sétimo Mandamento também temos
evidências (Gn 39:8-9; Êx 20:14); do oitavo Mandamento temos (Gn 44; Êx 20:15); do nono Mandamento temos
narrativa (Gn 3:12-13) e observância (Gn 21:23-24; Êx 20:16); e do décimo Mandamento temos a consequência da
cobiça(Gn3:16;Êx20:17).NadatemossobreoquartoMandamentosendoobservadocomoLeiantesdoSinai.
página93
Evangelhos
A
m ulhers amaritana
14 Acredito que uma das maiores belezas das Escrituras é o fato de sermos
surpreendidos a cada instante, quando lemos as suas páginas e nos atentamos para as
histórias ali contadas; não são
maçantes,
não
são
tediosas,
não são
mesmices, e não
____________
13, 1-2. As
pessoas em suas casas deveriam receber seus hóspedes e convidados de uma forma agradável e amigável,
de modo que uma falha dessa natureza em um casamento seria muito malvisto, seria vergonhoso, e ficaria
marcado para sempre na história dos noivos. Geralmente as bodas duravam uma semana. Maria intercedeu
naquela situação, naquele momento, naquela ocasião em específico, o que não significa que até hoje ela intercede
por nós, como interpreta a igreja de Roma; de fato,
só há um Mediador entre Deus e os
homens (1
Tm 2:5);
o
máximo que podemos fazer é interpretar a posição de Maria como um cumprimento do papel de Arão, na situação
específica da transformação água-sangue-vinho, e nada além disso. Nada no texto de João 2 nem muito menos em
toda a Escritura nos dá a
permissão de
concluir que
Maria é uma intercessora fiel em favor da
igreja. É verdade
que Moisés foi
um intercessor do
povo de
Deus, mas por duas razões
biblicamente óbvias: a primeira é que, por
ser um tipo de
Cristo, ele representou a comunicação do Senhor com o povo; a segunda é que ele estava vivo, aqui
naterra,quandoexerciaopapeldeintercessornoAT,oquelogicamenteagoranãoacontecemais.
13, 3. O primeiro sinal público do Senhor Jesus foi transformar água em vinho, assim como o primeiro sinal público
de Moisés, um tipo de Cristo, foi transformar água em sangue (Êx 7:20-21). Foi a Cruz que trouxe a solução
definitiva para os
homens, no
madeiro, onde o Senhor Jesus derramou sangue, o melhor vinho que poderíamos
provar,deixadoporúltimodentretodosos“vinhos”decordeirosoferecidosnopassado.
página94
Evangelhos
são estórias. Em João 4:1-42 lemos a narrativa da quebra de preconceitos e
rivalidades. “E era-lhe necessário passar por Samaria” (verso 4), o Senhor tinha que
passar por lá! Cristo decidiu parar no poço de Jacó para descansar (verso 6), e
uma
mulher samaritana o abordou e uma conversa foi iniciada (verso 7 ao 26). A mulher
samaritana ficou estarrecida quando o Senhor acertou detalhes de sua vida (verso 17
ao 19). Ela tinha conhecimento do Messias e sua vinda, e ficou mais estarrecida ainda
com a resposta do Mestre: “Eu o
Sou, Eu que falo contigo” (verso 26). Aquela mulher
samaritana imediatamente foi ao encontro dos moradores de sua cidade para
anunciar tudo o que aconteceu (versos 28 e 29), e muitos foram até o Senhor Jesus
(verso 30). Quando se toma conhecimento de quem é o Cristo, você sai correndo para
anunciar aos outros. Há um desespero na alma para gritar os
benefícios do encontro
comE le;f oie xatamentea ssimq uee las es entiu!
E o resultado da atitude da mulher foi este: “E muitos dos samaritanos daquela
cidade creram nEle, pela palavra da mulher, que testificou: ‘disse-me tudo quanto
tenho feito’. Indo, pois, ter com Ele os samaritanos, rogaram-lhe que ficasse com eles;
e
ficou ali dois dias. E muitos mais creram nEle, por causa da sua palavra” (versos 39
ao 41). A mulher samaritana foi o meio pelo qual Deus escolheu fazer a obra.
Rompeu-se os preconceitos e as dificuldades. Se já era um obstáculo um judeu se
comunicar com um samaritano para conversar qualquer coisa, imagine um judeu se
comunicando com um samaritano para falar sobre a religião?! Imagine mais ainda a
situação do judeu falando de religare com uma mulher samaritana que teve vários
maridos?!E m aisa indao J
udeu?!E lan ãot evem aiss ede!E laa doroua oS enhor!
Definitivamente, incompletude não combina com as Escrituras Sagradas. Se as
ideologias humanas se apropriam de pautas sociais necessárias e arrogam para si um
selo apócrifo, uma originalidade falsa mas atraente, Cristo, há dois mil anos atrás,
trouxe-as de um modo singular, sem moeda de troca; expondo assim a farsa dessas
ideologias e seus discursos de dependência nelas para a autenticidade de uma luta de
boa causa. Ora, o Senhor não apenas lutou pela causa dos pobres e das mulheres, mas
tambémd aquelesq uen ãop ertenciama u ml ugar,b om,d igamos,p róprioe s uperior.
...
A minha comida é fazer a vontade dAquele que me enviou, e realizar a sua Obra… Sabemos
queEsteéverdadeiramenteoCristo,oSalvadordomundo.João4:34-42
____________
14, 1. Não
há monotonismo na Bíblia; o que significa que todas as histórias bíblicas, desde Gênesis, são resumidas e
explicadas ou contrastadas na Pessoa do
Senhor Jesus Cristo, o Verbo feito carne (Jo 1:1-2,
1:14). Foi necessário
Jesus passar por Samaria porque era o caminho mais curto, desde sua saída de Cafarnaum até a Galiléia (Jo 4:3-4,
4:45a), pois Ele tinha deixado Cafarnaum para celebrar a páscoa em
Jerusalém com os
seus (verso 45b.c);
mas
também era necessário passar por Samaria para que fosse feito ali a obra que lhe foi proposta (verso 34). “Poço de
Jacó” assim chamado porque aquelas terras foram compradas pelo patriarca para seu filho José (Gn 33:18-19,
48:21-22; Js 24:32). Jesus falou de não mais ter sede, no verso 14, se referindo à vida eterna (Is 12; Conf. Jl 2:23;
Is
44:3; Jo 3:3-6, 7:37-39). No verso 15
a pergunta da mulher samaritana expõe sua incompreensão à mensagem
do Senhor (veja o verso 11 também); ela pensou em água comum, enquanto Cristo falava da ação do Espírito. No
verso 16
Jesus fala sobre o marido dela para expor o
pecado que cometia (verso 18). A resposta de Jesus sobre o
lugarcorretoparaadorarensinaaOnipresençadeDeus(verso19ao24).
14, 2. Os
judeus e samaritanos não se
davam bem; na verdade se
odiavam. Na época do rei Ezequias, em torno de
722 a.C, a Assíria invadiu o Reino do Norte Israel, e metade da população foi
espalhada em
nações vizinhas, e a
outra ficou e se misturou com gentios, gerando uma raça mista. Ao passo que os judeus, quando sofreram a
invasão da Babilônia e foram levados cativos, preservaram a raça e não se misturaram com mulheres babilônicas.
No coração dos judeus o Reino do Sul, portanto, agiu de modo superior ao Reino do Norte. E até aos dias de Cristo
talrivalidadeprevaleceu.
página95
Evangelhos
M
ulhera panhadae ma dultério
15 Perícope
da
Adúltera talvez seja uma das passagens mais conhecidas não apenas
do NT, mas de toda a Bíblia. Nesta passagem o Senhor demonstra o amor e a
misericórdiad aD ivindade,e q uebrao o
rgulhoe a a
rrogânciad osh omensm aus.
“E pela manhã cedo Jesus tornou para o templo, e todo o
povo vinha ter
com Ele, e,
assentando-se, os ensinava. E os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher
apanhada em adultério; e, pondo-a no meio, disseram-lhe: ‘Mestre, esta mulher foi
apanhada, no próprio ato, adulterando. E na Lei nos mandou Moisés que as tais
sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes?’ Isto diziam eles, tentando-o, para que
tivessem de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, escrevia com o dedo na terra. E,
como insistissem, perguntando-lhe, endireitou-se, e disse-lhes: ‘aquele que de entre
vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela’. E, tornando a
inclinar-se, escrevia na terra. Quando ouviram isto, redarguidos da consciência,
saíram um a um, a começar pelos mais velhos até aos últimos; ficou só Jesus e a
mulherq uee stavan om eio.”J oão8 :2-9
Desde o nascimento num lugar humilde à sua posição numa manjedoura, o Cristo
confundiu os arrogantes. Ele veio desfazer o que era clichê para os homens ímpios,
veio para atormentar as mentes iníquas, o Senhor levou os
nossos pecados e
a nossa
culpa, e zombou dos perversos. A sua atitude de escrever na areia e sua fala breve
atordoou os judeus ali
presentes. A plenitude de quem sabia o que estava fazendo, a
calma, a sensatez, a sobriedade, a empatia, o amor, a mansidão, a tranquilidade, e
tudo aquilo que os hipócritas não tinham mas fingiam ter perante os homens; um
fingimento desfeito pelo Logos que declarou o verdadeiro conhecimento divino,
sendo Ele o próprio Divino revestido de humildade, ao libertar a adúltera cabotina
dosa stuciososf ariseus.
Os hipócritas jamais esperaram uma resposta por fio da espada, como um gatilho
direcionado a eles liberando o disparo com verdades insuportáveis. Foram pegos na
própria armadilha! A mulher adúltera foi perdoada, se livrou do apedrejamento, e
isso eles não podiam suportar! Certamente ela ficou extasiada. Sua vida jamais foi a
mesma: “E, endireitando-se Jesus, e não vendo ninguém mais do que a mulher,
disse-lhe: ‘mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou?’ E ela
disse: ‘ninguém, Senhor’. E disse-lhe Jesus: ‘nem Eu também te condeno; vai-te, e
nãop equesm ais’.”J oão8 :10-11
Eu
sou
a Luz
do
mundo;
quem
me
segue
não
andará
em
trevas,
mas
terá
a luz da vida. João
8:12
____________
15. Os
judeus
chamaram
Jesus
de
Mestre
não
porque
o
consideravam
um
Rabi
genuíno
(Jo
8:4);
era
a falsidade
deles que estava em prática
(verso 6a. Conf Mt 9:11, 12:38; Mc 12:14, 12:19; Lc 10:25, 11:45). Era Lei que o pecado
do
adultério fosse penalizado com o apedrejamento (Dt 22:23-24), e Jesus, como cumpridor da mesma, não podia
desobedecê-la, caso contrário não seria o Messias verdadeiro. E não desobedeceu, mesmo a Lei não sendo
executada naquela ocasião. Jesus
impediu o
apedrejamento porque os judeus queriam colocá-Lo em uma cilada
perante os romanos; era uma armadilha para que o Senhor caísse e fosse pego (verso 6;
Jo 7:43-45). Além do
mais, os fariseus não estavam em condições de apedrejar a mulher; nem os outros estavam. Eles
mesmos não
seguiam as leis, portanto eram hipócritas (Mt 7:1-5). Os judeus não seguiram a Lei quando levaram apenas a
mulher para o apedrejamento, sem sequer mencionarem o homem; os dois deveriam ser apedrejados, e não
apenas ela.
Os judeus estavam sob domínio romano, de modo que as leis que vingavam eram as leis romanas; eles
não tinham a liberdade de
exercer as
leis
de Moisés, e por
isso
tentaram encurralar o Senhor Jesus, colocando-o
contra Roma. Alguns sugerem que Jesus escreveu os Dez
Mandamentos na areia (versos 6 e 8;
Êx 20), porque
com o
dedo Deus Pai os escreveu (Êx 31:18); assim, Cristo estaria mostrando que era o Legislador perfeito. É uma
interpretaçãointeressante,masnadamuitoconcreto.
página96
Evangelhos
O
c uidadod eJ esusc omM
aria:“ eisa
ít uam
ãe!”
17 Novamente o Senhor rompeu os olhares da sociedade, mesmo na
Cruz, quando
entregou o discípulo amado aos
cuidados de
Maria, e sua
mãe aos
cuidados de João
(Jo 19:26-27). Cristo foi um bom filho
terreno, e
essa preocupação que Ele
teve com
sua mãe ensina valores fundamentais aos meninos e rapazes, hoje,
dos quais jamais
esquecerãoq uandoc rescereme f ormaremu maf amília.
O
respeito
que um certo homem pode ter por sua esposa no futuro é iniciado pelo
respeito à sua mãe desde já. Há uma lição bem comum, popular e verdadeira,
direcionada às
moças: quer saber como um rapaz vai te tratar quando casar? Observe
como ele trata a mãe dele. E isso
parece ser
bem real. Um homem que nunca tratou
sua mãe corretamente, nem se preocupou, nem amou, nem cuidou, nem protegeu,
dificilmentev aic umprirt udoi ssoe ms uae sposa.
Levantam-se seus filhos e chamam-na bem-aventurada; seu marido também,
e ele
a louva.
Provérbios31:28
____________
16. Compare
a
Via
Dolorosa
com
o drama
do
quase
sacrifício
de
Isaque,
em
Gn
22, especialmente no verso 6. Tal
passagem é uma sombra da Obra perfeita de Cristo, sendo o sacrifício de Isaque interrompido pelo anjo (verso 11),
porque apenas o Sacrifício do Senhor Jesus, o Filho Unigênito de Deus - agora Primogênito -,
seria a
solução
(versos12,13e14).
17. João era o discípulo a
quem o Senhor amava (Jo 13:23, 19:26, 21:20), de modo que se torna compreensível ele
ter seguido Cristo até a Cruz valentemente; também é compreensível Jesus ter entregado Maria aos cuidados dele,
pois ele
aparentemente manteve uma firmeza na fé
e naquilo que lhe foi ensinado. A Igreja Católica vai dizer que
João foi entregue a Maria, e Maria a João, porque ela não teve outros filhos com José, mas não faz o menor
sentido. Embora a
sociedade não aprovasse tal atitude do
Senhor
Jesus de entregar sua mãe aos cuidados de um
homem que não fosse filho seu, como dito neste item Ele quebrou todos os
preconceitos. Além do mais, João
recebeu Maria porque ela estava fragilizada, e precisava de uma proteção masculina genuína, uma vez que àquela
altura José já havia morrido. Os irmãos de sangue de Jesus não acreditavam nEle, e portanto não estavam
dispostos a
cuidar de
Maria (Jo 7:3-5). É equivocada a interpretação romana de
que
João
representava a igreja,
tornando-seMariaamãedoscristãos;nadanotextobíblicoindicaisto.
página97
Evangelhos
A
sp rimeirast estemunhasd ar essurreiçãoe a e xpectativad aV inda
18 Fato não menos importante, na verdade essencial, é que as mulheres foram as
primeiras a testemunharem a ressurreição do Senhor (Mt 28:1-10; Mc 16:1-10; Lc
24:1-10; Jo 20:1), aparecendo primeiramente a Maria Madalena, aquela que sofria de
opressão demoníaca (Mc 16:9; Jo 20:11-18), apenas depois apareceu aos seus
discípulos, os homens (Mt 28:16-20; Mc 16:12-18; Lc
24:36-49; Jo 20:19-29). Numa
época em que as mulheres eram discriminadas, o Senhor Jesus decidiu aparecer
primeiramente a elas, inclusive a Madalena, da qual saiu sete demônios. Cristo nunca
deu importância aos murmurinhos alheios, nem alimentou qualquer que fosse o
preconceitoe s entimentod es uperioridaded osm aisi mportantesn as ociedade.
Uma das peças apologéticas constantemente usadas a favor da ressurreição do
Senhor Jesus Cristo é
esta. Naquela época, diante de um tribunal, o testemunho das
mulheres não tinha valor algum (Conf. Mc 16:11; Lc 24:11). No NT as mulheres foram
as primeiras a testemunhar a ressurreição de Cristo. Se os autores bíblicos tivessem
inventado a ressurreição, eles jamais teriam situado as mulheres como as primeiras a
verem o sepulcro vazio, pois eram conscientes que essa invenção não teria crédito
nem êxito algum. Isso nos mostra que eles foram bem sinceros naquilo que
relataram. Se eles tivessem criado a história da ressurreição do Senhor, obviamente
teriam depositado na conta dos homens o primeiro testemunho. Teriam ao menos
tentado o caminho mais fácil para garantir que a nova religião, baseada naquele
judeu humilde de Belém e Nazaré, seria bem-sucedida. Não foi o
que aconteceu! As
mulheres foram fundamentais para a consolidação da
divulgação da ressurreição do
Messias. Deus usou o
machismo que desprezava o testemunho das mulheres a favor
doss eusp ropósitose ternos( Conf.A p1 3:8b).E lasv iramo s epulcrov azio.A leluia!
Além de tudo isso, o homem cristão que aprende a esperar a volta do Senhor,
automaticamente aprende a
esperar o tempo da esposa nos mais variados momentos,
aprende a ser paciente, pacífico e
tolerante, pois afinal de contas a
fé cristã, da volta
de Cristo, é a mais linda que existe; não vemos agora, não sabemos quando,
superamos escárnios e deboches, mas continuamos na fé de que Ele virá. Por que?
PorqueE leé D eus,e p rometeu,e s ep rometeu,v oltará.
Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem,
Deus os tornará a trazer
com Ele.
Dizemo-vos, pois, isto, pela palavra do Senhor: que nós, os
que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem. Porque o
mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a Trombeta de Deus;
e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos,
seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim
estaremossemprecomoSenhor.1Ts4:14-17
____________
18. Não há contradição nos quatro Evangelhos ao apresentarem
um
desenrolar
diferente
das
visitas
ao
túmulo.
Existem diferenças, mas nunca contradições. A contradição ocorre quando alguma coisa
dita
antes
é negada por
alguém, quando esse alguém traz fatos diferentes sobre o mesmo acontecimento, ou ocorre quando a própria
pessoa que havia dito uma versão, um tempo depois traz
fatos diferentes sobre a mesma situação (ou seja, ela se
contradisse). Considere o fato de que os quatro evangelistas não combinaram uma história, não elaboraram,
juntos, como uma espécie de confabulação, um acontecimento que eles queriam a todo custo provar ser
verdadeiro para serem beneficiados de alguma forma. Eles realmente tinham como objetivo narrar os fatos de um
modo verdadeiro e genuíno. João narra a primeira visita, no capítulo 20, do verso 1 ao 10; Mateus narra a segunda
visita,
ou seja, o retorno das
duas Marias que tinham ido antes ao sepulcro, no capítulo 28 do verso 1 ao 10 (João
também narra esse retorno, do
verso 11
ao 17); Marcos (16:1-8) e Lucas (24:1-8) narram um
momento antes
do
conhecimento dos discípulos de que Jesus havia ressuscitado, quando as
duas Marias, que iam em direção a eles
falartudooqueouvirameviram,encontraramoutrasmulheresnocaminho,queretornaramaosepulcro.
página98
ApóstoloPaulo
A
m ulhere o v éu
1 Toda mulher cristã deve estudar a Escritura para saber quem ela é em Deus
segundo a mesma. Não é possível perder a salvação (Jo 6:37), portanto o uso ou
desuso de um adorno não afeta em absolutamente nada a comunhão do cristão com o
Senhor, seja homem ou mulher. Já vimos bem acima que o uso de maquiagem,
enfeites, vestes bonitas e outros tipos de objetos não é pecado, mas é
pecado o que
está na intenção do coração. Tudo que é usado para nossa própria vaidade é pecado
(Ec1 :2).A modan ãoé p ecado;p ecadoress omosn ós.
A questão do véu é
encontrada em 1
Coríntios 11.
Ao falar para os moradores de
Corinto Paulo estava lidando com problemas internos daquela cidade que
infelizmente atormentavam a igreja, dentre eles os problemas sexuais. Ele disse:
“Mas quero que saibais que Cristo é
a cabeça de todo o
homem, e o homem a cabeça
da mulher; e Deus a cabeça de Cristo. Todo o homem que ora ou profetiza, tendo a
cabeça coberta, desonra a sua própria cabeça. Mas toda a mulher que ora ou
profetiza com a cabeça descoberta, desonra a sua própria cabeça, porque é como se
estivesse rapada. Portanto, se a mulher não se cobre com véu, tosquie-se também.
Mas, se para a mulher é coisa indecente tosquiar-se ou rapar-se, que ponha o véu” (1
Co 11:3-6); e antes disse: “Sede meus imitadores, como também eu de Cristo” (1 Co
11:1).
Naquela cidade, naquele tempo, as prostitutas tinham um costume de raspar o
cabelo ou deixá-lo bem curto, já as mulheres que zelavam pela decência preferiam
cobrir os cabelos como demonstração de indisponibilidade aos homens, pois eram
casadas ou prometidas em casamento, ou seja, estavam submissas a um líder
familiar. Para os moradores de Corinto, as mulheres sem véu seriam vistas como
imorais, porque a
associação às prostitutas seria inevitável. Portanto, o apóstolo não
queria que escândalos por questões contextuais apavorassem a comunhão da igreja
ali na cidade. Note que o mesmo tipo de observação que ele trouxe para as mulheres,
trouxet ambémp arao sh omens( verso7 e 1 4).
As mulheres tinham seus cabelos como motivo de grande orgulho, quando bem
tratados e grandes, por esse motivo também o apóstolo orientou-as a cobri-los,
porque não teriam espaço para se orgulhar das madeixas na igreja e, ao invés de
oferecerem culto a Deus, darem honras e louvores a si mesmas. O ato de cobrir a
cabeça seria acima de tudo uma demonstração de honra e obediência ao Senhor, não
necessariamente aos homens (lembre-se do primeiro verso); aos homens o ato de
cobrir a cabeça seria uma demonstração de respeito e submissão voluntária por parte
das mulheres. De um modo parecido, porém inverso, os homens não deveriam cobrir
a cabeça, porque naquela época era comum eles esbanjarem suas capacidades e
status com algum adorno na cabeça, logo eles deveriam descobri-la (verso 7); e
também porque ao cobrirem a cabeça estariam desfazendo o sinal de toda a
autoridadec onferidaa e les.
____________
1. É verdade
que
Paulo
escreveu sua primeira epístola aos coríntios com recomendações cabíveis a todas as igrejas
de
todas as
épocas, mas também tratou questões específicas, como o uso do véu. Naquela cidade, naquele tempo,
o
cabelo da
mulher à mostra significava muita coisa, assim como o uso de adereços na cabeça do homem também.
No Ocidente não há nada disso. Mas em casos de países árabes que exigem vestimentas tradicionais, por exemplo,
cabe às mulheres o uso
correto das roupas em demonstração de
respeito.
Também é verdade que do primeiro ao
terceiro verso do primeiro capítulo do livro há uma saudação a todas as igrejas de todo o mundo, mas não
é
porque isso acontece que Paulo não pôde ter tratado questões específicas ao
mesmo tempo. Quanto ao verso 14,
não é pecado o
homem usar cabelos longos; a proibição gira
em torno da sensualidade dos cabelos e da imitação
àsmulhereseaperdadaidentidademasculinacriadapeloSenhor(Dt22:5;“efeminados”em1Co6:10).
página100
ApóstoloPaulo
Cabeça
2 S
uperioridadeà v ista?É o q
uem uitosi maginam!
As questões tratadas nesta seção se encontram no mesmo capítulo do NT visto na
seção anterior. Disse Paulo: “Mas quero que saibais que Cristo é a Cabeça de todo o
homem, e o homem a cabeça da mulher; e Deus a Cabeça de Cristo” (verso 3); e
também: “O homem, pois, não deve cobrir a cabeça, porque é
a imagem e glória de
Deus, mas a mulher é a glória do homem. Porque o homem não provém da mulher,
mas a mulher do homem. Porque também o homem não foi criado por causa da
mulher, mas a mulher por causa do homem” (verso 7 ao 9). É um aparente
problema.M ass óa parente!
Por que o homem é a cabeça da mulher? Como visto antes, a liderança do homem
é inspirada na liderança de Cristo, e isso implica em um modelo sacrificial. Ser líder
não traz posição de superioridade; é sobre entrega. Quando Paulo diz que Deus é
a
Cabeça de Cristo, na parte c do verso 3, não está ensinando que o Pai é superior ao
Filho, pois o Filho, Jesus, detém os mesmos atributos divinos do Pai. É a mesma
Essência: os Três, Pai, Filho e Espírito Santo, igualmente Deus. Afirmar que o Filho é
de alguma forma inferior ao Pai é heresia séria, como “Monarquianismo dinâmico”,
“Subordinacionismo”, entre outras que foram barradas pela igreja desde os primeiros
séculosd af éc ristã,p orquef erema d ivindaded on ossoS enhorJ esusC risto.
Se o Filho não é inferior ao Pai pelo fato de Deus Pai ser sua Cabeça, também a
mulher não é inferior ao homem pelo fato dele ser sua cabeça, pois assim a
dignidade da mulher estaria ferida; a comparação do apóstolo ocorre justamente
entre o casal e a Primeira e Segunda Pessoa da Trindade. Sendo assim, a liderança
simbolizada por “cabeça” representa respeito, quando a parte B aceita ser liderada
pela parte A, em um consenso, para que uma atividade seja cumprida. No caso de
Deus Pai e
Deus Filho, a obediência de Cristo é
um exemplo dessa economia, que se
sacrificou e
morreu em nosso lugar. No caso do homem e
da mulher, do marido e da
esposa, a obediência dela é uma representação pura da igreja, que é obediente ao
Senhor Jesus e
colhe os benefícios. Os benefícios que a esposa desfruta quando aceita
ser liderada pelo marido é a proteção e a doação da vida, se preciso. É uma entrega tal
qual a de Cristo por sua noiva, a igreja. Não é a mulher “a” e o homem “A”, ou o
homem “B” e a mulher “b”, mas a mulher “B” e
o homem “A”. Dignidade em mesmo
nível,c oma tividadese f unçõesd istintas.O a lfabeton ãoe xistirias ema sl etrasa e b
.
Quanto ao que parece ser o mais complicado: “Porque o homem não provém da
mulher, mas a mulher do homem. Porque também o homem não foi criado por
causa da mulher, mas a mulher por causa do homem”; o verso 9 explica todo o
contextod ov erso8 :a c riação.E vas aiud a c ostela d e A dão, c omo a a mada i greja f oi
____________
2, 2. O Monarquianismo reúne crenças unicistas divergentes com a Santíssima Trindade,
portanto
é heresia.
O
Monarquianismo (modal) assume a unidade absoluta de Deus, enquanto a Trindade assume a triunidade, ou seja,
Três em Um; o Pai, o Filho e o
Espírito Santo, Três Pessoas e uma mesma Essência. No Monarquianismo temos
duas divisões: o Modalismo e o Adocionismo. O Modalismo, também chamado de Sabelianismo, propaga a crença
de que o Pai, o Filho e o
Espírito Santo são a
mesma Pessoa, manifestando-se ao
longo do
tempo de
diferentes
modos; é uma heresia, porque o Pai não morreu na
Cruz, mas sim o Filho, e nem o Filho foi Aquele que enviou o
Pai, mas o contrário, nem foi o Espírito Santo que morreu na Cruz. O Adocionismo, como o próprio nome sugere,
ensina que Cristo foi
adotado pelo Pai no batismo, e apenas a partir desse momento se
tornou divino; é heresia
grave,porqueasEscriturasdeixamclaroqueJesussempreFoi,desdeaeternidade.
2, 3. Subordinacionismo também é uma heresia, pois afirma que Cristo é subordinado ao Pai ontologicamente, e
fere sua divindade; mas se confessarmos que Jesus é subordinado do Pai apenas economicamente, estaremos
com a razão. A Didaquê ensina justamente isto, e serve como documento histórico importante contra o
Antitrinitarismo.
página101
ApóstoloPaulo
lançada a partir da Obra de Cristo. A mulher foi criada por causa do homem pelo fato
dele ser sua base emocional e física, sua melhor fonte (Gn 2:21-23). A igreja foi criada
por causa de Cristo, pois Ele a ama (Ef 1:3-8). E os versos seguintes mudam de
contexto e falam sobre a continuidade da vida a partir da criação: “Todavia, nem o
homem é sem a mulher, nem a mulher sem o homem, no Senhor. Porque, como a
mulher provém do homem, assim também o homem provém da mulher, mas tudo
vemd eD
eus”( versos1 1e 1 2).D estacod oisp ontosn ecessários:
.
Ao ser dito que o homem não é sem a
mulher, anula-se todo e qualquer sentimento
de superioridade do macho. Está sendo lembrado ao homem que ele existe porque
nasce de uma mulher (Conf. Jó 14:1). Assim, o apóstolo frisa que a
mulher também
nãoé s emo h omemp orquea mbosd ependemu md oo utro.I gualdade!
. Quando é dito que o homem provém da mulher, está reafirmando o contexto de
nascimento e lembrando que sem ela ele não pode existir. E ao encerrar dizendo que
tudo vem de Deus, novamente está anulando qualquer sentimento de superioridade
do homem em relação à mulher, e colocando os dois em pé de igualdade como já faz o
primeiro livro da Bíblia: “E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: ‘frutificai e
multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e
sobre as
aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra’” (Gn 1:28); e
também: “Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua
mulher, e serão ambos uma carne” (Gn 2:24). O que é dito no verso 7c de 1 Coríntios
11 não anula a relação direta da mulher com Deus, pois o apóstolo apenas quis
organizar a relação da mulher com o
homem no que se refere ao lar, em comparação
à relação do Pai e do Filho no que se refere à Obra redentora e
comunicação com os
seres humanos. Lembre-se: “E criou Deus o homem (ser humano) à Sua imagem; à
imagemd eD euso c riou;h omem( macho)e m ulhero sc riou”( Gn1 :27).I gualdade!
Paulo teve toda autoridade para ensinar, pois apesar de não ter sido discípulo de
Jesus como os outros, se tornou apóstolo ao ver o Senhor no caminho a Damasco: “E,
indo no
caminho, aconteceu que, chegando perto de Damasco, subitamente o cercou
um resplendor de luz do céu. E, caindo em terra, ouviu uma voz que lhe dizia: ‘Saulo,
Saulo, por que me persegues?’ E ele disse: ‘quem És, Senhor?’ E disse o Senhor: ‘Eu
sou Jesus, a
quem tu persegues. Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões’. E ele,
tremendo e atônito, disse: ‘S enhor, que queres que eu faça?’ E disse-lhe o Senhor:
‘levanta-te, e entra na cidade, e
lá te
será dito o que te convém fazer’” (At 9:3-6). A
sua autoridade não pode ser questionada, desdenhada ou diminuída, pois ele deixou
claro que tudo o que ensinou foi inspirado por Deus (1 Ts 4:8; 2 Ts 3:14); tudo o que
ele dizia era reconhecido por aqueles que andaram com Cristo, como o próprio Pedro
(2P edro3 :15-16),q uef oil ídert emporáriod osa póstolos( Mt1 7:24;A t1 :15).
Homememulheroscriou;eosabençoou…Gênesis5:2
____________
2, 4. Há
uma
diferença
importante
no
hebraico
em
Gênesis
1:27,
na
palavra
“homem”
para
se
referir
ao
macho e
“homem” para se referir à humanidade (Conf. aqui e aqui).
A palavra
hebraica
“adam”
se
refere
à
humanidade
porque Adão era um representante de todos os homens, isto é, todos os seres humanos. Cristo, o Adão mais
perfeito, é o representante de todos aqueles que o confessam como Filho de Deus (1 Co 15:45-49); estando debaixo
da justiça do Senhor Jesus e assim aptos para a salvação, pelos méritos do Senhor, enquanto os descrentes
permanecemnacondiçãodanaturezaadâmica,portantoincapazesdesesalvarempersi.
2, 5. A liderança de Pedro entre os discípulos não lhe conferia superioridade, mas sim uma liderança do tipo
“Primus inter pares” (Mt 16:18, 18:18, 20:25-27), mais tarde substituída pela liderança de Paulo (At 24:5). Assim o
maridoéo“primeiro”,sempreemigualdadeàsuaesposa,oprimeiroentreiguais.
página102
ApóstoloPaulo
da submissão. O dicionário comum define assim: “condição em que se é
obrigado a
obedecer; sujeição, subordinação”. No entanto nas Escrituras não existe essa
obrigatoriedade, mas podemos substituir por compromisso; compromisso esse que
foi primeiramente proposto e depois aceito. A submissão não tira a liberdade da
mulher, pelo contrário, a mulher cristã é livre a ponto de escolher ser submissa por
amor e temor ao Senhor. E já vimos nos itens acima que essa submissão não tem
nada a ver com opressão ou coisa parecida. A mulher cristã sabe o lugar em que Deus
lhe colocou, e se alegra nele. As Escrituras relacionam o tempo inteiro a submissão da
mulher ao marido com a submissão da igreja a Cristo, para não se restar dúvidas:
“Vós, mulheres, sujeitai-vos a vossos maridos, como ao Senhor; porque o marido é a
cabeça da mulher, como também Cristo é a Cabeça da igreja, sendo Ele próprio o
Salvador do corpo. De sorte que, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim
também as mulheres sejam em tudo sujeitas a seus maridos” (Ef 5:22-24). A questão
de “ser cabeça” vimos anteriormente, e quero tratar agora uma beleza única,
exclusivad ar eligiãoc ristã.
O Senhor não maltrata a sua noiva, não despreza, não oprime, não agride, não
violenta, não ofende, portanto o homem não aja de forma rude com sua esposa, que é
o
reflexo da igreja: “Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou
a igreja, e a Si mesmo se entregou por ela, para a santificar, purificando-a com a
lavagem da água, pela Palavra, para a apresentar a Si mesmo igreja gloriosa, sem
mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível” (Ef 5:25-27).
Quando Paulo ensina que o marido deve amar sua esposa como Jesus amou a igreja,
está deixando claro o padrão de um amor sacrificial (versos 28 e 29), e é nesse
sacrifícioq uec onsistea l iderança:“ see ntregoup ore la”.
Se Adão é figura de um marido que os homens não podem ser: irresponsável (Gn
3:6), que joga na mulher qualquer culpa (Gn 3:12), sem firmeza (Gn 3:17); Cristo é a
figura do marido que os homens devem ser: que ama e morre pela esposa (Ef 1:4),
que é responsável e corajoso (Lc 22:42) e fiel (2 Tm 2:13). Nenhuma ideologia que
garanta defender as mulheres pode trazer tamanha responsabilidade sobre o homem
que afirma amar sua esposa. Este padrão bíblico é
de alta qualidade, de modo que a
mulher cristã, desde a jovem solteira ou prometida em casamento até a casada, não
aceita qualquer amor; um amor fingido, falso, incoerente, agressivo, abusivo,
obsessivo, dentre outros termos e delírios travestidos do sentimento mais bonito,
definitivamente não representam uma realidade que se adequa à mulher que serve a
Deus.S ee lar ecebed eC ristoa v erdade,n ãop oder eceberd om aridoa m entira.
Além de tudo isso, noutro livro paulino, aprendemos que o corpo do marido
pertence à mulher, assim como o corpo da mulher pertence ao marido: “O marido
pague à mulher a devida benevolência, e da mesma sorte a mulher ao marido. A
mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no o marido; e também da
mesma maneira o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no a
mulher” (1 Co 7:3-4). Isso significa que na relação íntima, um foca no prazer e na
satisfação do outro. O sexismo é inexistente quando a ordem é dada aos dois. O
conselho é dado para que haja maior cumplicidade entre o casal cristão, maior
respeito e nenhuma chance de impurezas sexuais, como o adultério: “Não vos priveis
um ao outro, senão por consentimento mútuo por algum tempo, para vos aplicardes
aoj ejume à o ração;e d epois a juntai-vos o utra v ez, p ara q ue S atanás n ão v os t ente
página103
ApóstoloPaulo
pela vossa incontinência” (1 Co 7:5). Quando o apóstolo diz que a privação pode
acontecer no caso de consentimento, se refere explicitamente ao jejum e oração, mas
não é um mandamento, e sim um destaque, uma exceção, de uma situação
temporária, em que ambos, juntos, consensualmente, se dedicam às orações; mas o
importante e aconselhável é que voltem a fazer sexo para a pureza do casamento e
a
fuga de quaisquer tentações diabólicas. Perceba mais uma vez que a submissão
popularmentec ompreendida- i ncompreendida- n ãoé a m esmad asE scrituras.
O marido tem o dever e a obrigação de respeitar sua esposa, amando-a
verdadeiramente: “Vós, mulheres, estai sujeitas a vossos próprios maridos, como
convém no Senhor. Vós, maridos, amai a vossas mulheres, e
não vos irriteis contra
elas” (Cl 3:18-19); tudo em amor e temor ao Senhor: “E tudo quanto fizerdes, fazei-o
de todo o coração, como ao Senhor, e não aos homens, sabendo que recebereis do
Senhor o galardão da herança, porque a Cristo, o Senhor, servis” (Cl 3:23-24). O
Senhor Jesus se esvaziou, “esqueceu” de sua posição sobre todos, se humilhou por
amor a sua noiva, a igreja, e provou a todos o que é o verdadeiro amor. Já vimos
sobre a comparação da morte do marido por sua esposa, se preciso for (Ef 5:25). Mas
essa morte seria tão somente física? Lembre-se que Jesus Cristo fez “morrer” sua
condição de Glória para se humilhar na Cruz por amor. E, durante todo o seu
Ministério, fez milagres e
maravilhas, suportou indagações, reclamações, dúvidas, ira
de pessoas que não o conheciam, injustiças, e tantas outras coisas que Ele mesmo não
precisava ouvir e conviver. Isso é amor! Cristo não fez o que lhe era conveniente,
tendo em vista sua Realeza. O homem bíblico ama intensamente, e a mulher bíblica é
intensamente amada, e por isso se submete. O homem cristão sabe o lugar em que
Deusl hec olocou,e s ea legran ele,e a m ulherd am esmaf orma.
Esposa quer ir
ao shopping e
o homem está com preguiça? Que ele faça morrer a
preguiça e vá com ela. Esposa quer conversar, mas o marido, após ter enfrentado
aquele dia exaustivo de trabalho, quer apenas relaxar e
descansar? Que ele
renuncie
ao seu enfado, mate seu cansaço e converse com ela. Esposa quer um final de semana
diferente e o marido está “indisposto”? Que ele mate sua indisposição. Amar vai
muito além de fazer a própria vontade e
de atender às próprias necessidades. Muitas
vezes Jesus renunciou ao enfado (como Homem que era) para conceder coisas boas
aos outros. É justamente em Cristo que está o espelho e
a inspiração do marido. Ele
deve se inspirar totalmente em Jesus. Quando o marido ama sua esposa de forma
incondicional, ama a Deus, e se tornam apenas um, como Cristo e a igreja (Gn
2:23-24; Mc 10:8; Ef 5:27-28). Mas é preciso deixar claro que a esposa não deve
abusar dessa condição do marido (de se anular), por pura inconveniência sua. Não
deve de modo algum haver caprichos da parte dela. A ordem é para que a mulher ame
e se submeta ao marido como a igreja ama e
se submete a Cristo (Ef 5:24). Se ela vê
que realmente o marido não tem condições físicas ou emocionais de atender suas
expectativas, ainda que seja dever dele se sacrificar e fazê-la feliz, ela pode ceder e
cuidar do seu esposo. É um relacionamento de cuidado mútuo, é uma relação na qual
os dois são apenas um, e se comprometem. Não é bíblico que a esposa se aproveite da
condição sacrificial do esposo para satisfazer seus próprios prazeres e vaidades, mas
também não é bíblico que o homem negligencie seu papel de líder e sacrifício. As
coisasf luemq uandoo sd oisc ompreendems uasf unçõese d everes.
Então Elcana,
seu marido,
lhe
disse:
“Ana,
por
que
choras? E por
que
não comes? E por que
estámaloteuc oração?Nãotesoueumelhordoquedezfilhos?”1Samuel1:8
página104
ApóstoloPaulo
N
ãoé p ermitidoq uea sm
ulheresf alem!
4 Como
já foi
visto acima, a autoridade de Paulo não pode ser questionada, porque
ele era um apóstolo autêntico, reconhecido pelos outros apóstolos. Sua conversão,
além de genuína, foi marcante e especial. Paulo era servo do Senhor Jesus e portanto
capacitado a
registrar em suas cartas aquilo que era e é necessário para a igreja. Duas
passagenss erãot ratadasn estas eção:1 C oríntios1 4:34-35e 1 T imóteo2 :11-14.
A submissão é como uma relação entre o policial e
o cidadão comum. O cidadão
comum é convidado a parar em um determinado lugar pela viatura, e ele para,
obedece e é revistado pelo policial. O policial e o cidadão comum exercem funções
diferentes na sociedade, mas perante a lei são iguais, com deveres sociais iguais e
dignidade igual. O policial não é superior ao cidadão comum pelo fato de ser uma
autoridade. Uma comparação um pouco radical para o tema em questão, mas
acredito que sirva como uma demonstração genérica. Nós já vimos de forma
detalhada como a Bíblia faz uma ligação entre a submissão de Cristo a Deus Pai com a
submissão da mulher ao marido. Há um respeito e amor na relação. Assim como
Deus e Cristo são Um (Jo 10:30), o
homem e
a
mulher são um (Gn 2:24). O Filho é
obediente ao Pai na economia, mas igualmente Deus; a mulher é submissa por
respeito ao marido, mas é igualmente digna. No primeiro caso os atributos divinos
são os mesmos (Jo 1:1-3; Fp 2:6), e no segundo caso a dignidade é a mesma (Gn
1:26-27). Portanto, não há misoginia no ensino de Paulo; há, sim, uma distribuição
organizadad osp apéisd oh omeme d am ulhern af amíliae n ai greja.
Na primeira carta do apóstolo Paulo aos cristãos em Corinto, capítulo 14, verso 34
e 35, o apóstolo disse abertamente e claramente que não permitia às mulheres
falarem e até mesmo perguntarem na igreja: “As vossas mulheres estejam caladas
nas igrejas; porque não lhes é permitido falar; mas estejam sujeitas, como também
ordena a Lei. E, se querem aprender alguma coisa, interroguem em casa a seus
próprios maridos; porque é vergonhoso que as mulheres falem na igreja”. Algumas
coisasp recisams ere sclarecidasa ntesd em aisn ada:
. Não está sendo dito que as mulheres não podiam falar qualquer coisa na igreja,
e
que portanto deviam ficar caladas com alguma espécie de tampão na boca. No
capítulo 11 de 1 Coríntios, verso 5, Paulo fala de mulheres que não apenas oravam
como profetizavam na congregação. Logo, se no capítulo 14
ele tivesse ensinado que
elas deviam fazer silêncio absoluto, sem qualquer comunicação com os
irmãos, teria
cometidou mac ontradiçãop orquet rêsc apítulosa ntesd isseo c ontrário.
. Quando Paulo diz que esta orientação segue ordem da Lei, anula-se qualquer
argumento liberal de que ele era um solteirão, machista e misógino, que ensinou
coisas d istorcidas, d iferentes d o q ue C risto e o s o
utros a póstolos e nsinaram, e
____________
4, 3. A expressão
“falar”
não
significa
pronúncia
de
qualquer
coisa
ou
conversa,
mas
no
seu
contexto
se
refere ao
ensino da mulher de forma autoritativa sobre o homem; isso não seria bem visto. Outrossim, alguns vêem a
expressão “falar” relacionada ao
dom de línguas estranhas somente, tratada antes (do verso
2
ao
28); o
dom
de
línguas estrangeiras não está relacionado à glossolalia - prática de sons com palavras não identificáveis
pronunciadas em um tipo de transe religioso e sobrenatural -, mas tem a ver com a capacidade de
pregar em
idiomas diferentes (Conf. versos 13 e 14, e 21). Outros interpretam a “fala” relacionada ao modo contestador
daquelas mulheres de Corinto. Ainda existem aqueles que se referem à passagem como um movimento de
mulheres naquela época que
causavam alvoroço na igreja. De todo modo, a interpretação mais correta e comum é
a
que
foi
apresentada e tratada aqui.
Alguns teólogos afirmam que 1 Coríntios 14 não pode ser aplicado a todas as
igrejas em todas as épocas, por parecer se tratar de um problema contextual daqueles dias, naquele lugar.
Algumas interpretações sugerem que na cidade de Corinto era vergonhoso as mulheres fazerem reunião em
público para discutir algum assunto público; a
exemplo as escolas de filosofia da Grécia antiga. Nesta perspectiva
Pauloestavatentandopreservarorespeitoàculturadaquelelocal;noentanto,nãohánadaconcreto.
página105
ApóstoloPaulo
portanto suas orientações não podiam nem podem ser consideradas totalmente
inspiradas,p assíveisa o piniõesp essoaiss uas.
. Se as mulheres deviam interrogar em casa aos seus próprios maridos, onde se
encaixam as meninas e adolescentes que ainda não haviam se casado? Como fica a
situação das moças? Parece que o ensino tem um endereço muito mais específico do
quea queleq uea l eiturar asap roporciona;d ef ato,à sm ulheresc asadase m aduras.
Ao prestarmos atenção no contexto, podemos perceber que o foco do capítulo é a
profecia: “Segui o amor, e procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente
o de profetizar” (1 Co 14:1). Os profetas eram julgados pela igreja, assim como as
pessoas com todos os seus outros dons: “Está escrito na Lei: por gente de outras
línguas, e por outros lábios, falarei a este povo; e
ainda assim me não ouvirão, diz o
Senhor. De sorte que as línguas são um sinal, não para os fiéis, mas para os infiéis; e
a profecia não é sinal para os infiéis, mas para os fiéis. Se, pois, toda a igreja se
congregar num lugar, e todos falarem em línguas, e entrarem indoutos ou infiéis, não
dirão porventura que estais loucos? Mas, se todos profetizarem, e algum indouto ou
infiel entrar, de todos é convencido, de todos é
julgado. E, portanto, os segredos do
seu coração ficam manifestos, e assim, lançando-se sobre o seu rosto, adorará a Deus,
publicandoq ueD euse stáv erdadeiramentee ntrev ós”( 1C o1 4:21-25).
Quando Paulo diz “se todos profetizarem”, ele está logicamente incluindo as
mulheres; era comum mulheres profetizarem, veja o caso já citado de 1 Coríntios 11:5.
Mulheres profetizavam desde o AT, como Miriã (Êx 15:20) e Débora (Jz 4:4).
Vejamos a história de Hulda (2 Rs 22:14; 2 Cr 34:22a), esposa de Salum, de família
nobre (2 Cr 34:22b), que foi uma profetisa, procurada à mando do rei por homens
como Hilquias, Aicão, Abdom, o escrivão Safã, e Asaías (2 Cr
34:20); estes homens
podiam ter procurado Jeremias, por exemplo, que era um profeta conhecido naquela
época, mas Deus escolheu Hulda para aquele propósito (2 Cr 34:21-28). Ainda no AT
temos a esposa do profeta Isaías (Is 8:3). No NT, temos Ana, filha de Fanuel (Lc
2:36), e Pedro interpretando a profecia de Joel: “Homens judeus, e todos os que
habitais em Jerusalém, seja-vos isto notório, e escutai as minhas palavras. Estes
homens não estão embriagados, como vós pensais, sendo a terceira hora do dia. Mas
isto é o que foi
dito pelo profeta Joel: ‘e nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do
meu Espírito derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas
profetizarão…’” (At 2:14-17; Conf. Jl 2:28); no livro de Atos também somos
informados das filhas virgens de Filipe: “E no dia seguinte, partindo dali Paulo, e nós
que com ele estávamos, chegamos a Cesaréia; e, entrando em casa de Filipe, o
evangelista, que era um dos sete, ficamos com ele. E tinha este quatro filhas virgens,
que profetizavam” (21:8-9). Portanto é insustentável a ideia de que o apóstolo estava
ordenandoq uea sm ulheresf icassemc aladase n adaf alassems obreq ualquera ssunto.
O apóstolo Paulo deixa claro que todos podiam profetizar: “E falem dois ou três
profetas, e os outros julguem. Mas, se a outro, que estiver assentado, for revelada
alguma coisa, cale-se o primeiro. Porque todos podereis profetizar, uns depois dos
outros; para que todos aprendam, e todos sejam consolados” (1 Co 14:29-31); é a
partird estaorientação q ue e ntrao f oco e specificamente n as m ulheres, a ntes d ito p or
____________
4, 3. A mulher se torna submissa
ao
homem
no
casamento,
mas
antes
do
casamento
uma
mulher
solteira
não
é
submissaaele.Nãoéamulhersempresubmissaaohomem,maséaesposasubmissaaomarido.
4, 4-6. O dom
de profecia não tem relação com predição, uma fala certeira sobre um futuro acontecimento; profecia
serefereaoatodepregaraPalavra,deensinaraquiloquejáestáregistradonasEscrituras.
página106
ApóstoloPaulo
ele: “cale-se o primeiro”; e depois: “E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos
profetas. Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as
igrejas dos santos” (32-33). Ao ser dito que as mulheres deviam ficar caladas e
aprender em casa (versos 34 e
35), a conclusão óbvia dentro do contexto é a de que
elas não podiam exercer autoridade sobre o homem, de modo a repreender e
contestar os profetas, causando vergonha (verso 35b). Ora, se a passagem fosse de
alguma forma um reflexo de opressão às mulheres cristãs, de modo a reprimi-las
dentro da igreja e nos assuntos concernentes, elas não teriam voz de maneira alguma,
portanto não poderiam perguntar aos seus maridos nem mesmo em casa, conforme a
recomendação paulina, a respeito das profecias; elas deveriam aceitar tudo caladas.
Mas não, Paulo adverte apenas o ato público que poderia parecer autoritativo. Já
vimos acima o porquê a liderança foi dada ao homem e deve ser preservada
perpetuamente na igreja. Portanto o “falar” se refere à autoridade e,
consequentemente, ao pastoreio. “Somos iguais, mas não somos intercambiáveis.
Nem tudo o que um faz o outro pode fazer”, argumenta Walter McAlister. Quando
nós
reformados garantimos que o pastorado pertence apenas ao homem, a reativa má
compreensão de cristãos, principalmente de mulheres, se baseia na perspectiva de
que se trata de um privilégio e posição de superioridade. Não é isso! Liderança é
fardo; é um peso que foi dado ao homem. Justamente pela liderança ser um fardo é
que a consequência da queda foi maior sobre Adão e sua omissão, e não sobre Eva,
como foi estudado bem no início deste artigo a respeito da natureza adâmica. E se
todos os cristãos, especialmente as mulheres, pudessem compreender corretamente a
questão,m uitosc onflitoss eriame vitadosd entrod ai greja.
A mulher não pode ser pastora. Da mesma forma que não existiam mulheres
sacerdotisas no AT, e não existiram apóstolas, não existem pastoras hoje. Não por
acaso Deus ordenou que Moisés escolhesse os varões da tribo de Levi para o
sacerdócio, e Cristo chamou apenas homens para o seu discipulado/apostolado. Mas
você pode se perguntar o seguinte: se todos nós somos sacerdotes, por que o ofício de
pastorado não foi dado às mulheres? É uma pergunta válida, respondida também em
sua validade; ora, os sacerdotes do AT eram encarregados de várias funções. A
principal e primordial, claro, era a
intermediação entre o povo e
Deus, mas existiam
milhares de deveres sociais, que iam de compromissos na saúde aos compromissos
educativos. Mulheres, hoje, são médicas, psicólogas, professoras e pedagogas, entre
outras profissões que podem e
devem ser utilizadas a favor do
Reino; de fato, tudo o
que fazemos deve glorificar ao Senhor (1
Co 10:31). Veja, a própria Priscila ensinou a
doutrina do Evangelho a Apolo (At 18:24-26), expressando assim a sua participação
“na geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa” (1 Pd 2:9; conf. Êx 19:6). Ela,
juntamente com Áquila, seu marido, formaram o casal de amizade leal do apóstolo
Paulo (At 18:1-3, 18:18; Rm 16:3-4). Se a liderança foi dada ao homem, e essa
liderança afeta a organização eclesiástica, então que apenas o homem cumpra tal
ofício e se submeta a tamanha responsabilidade e fardo, se for de sua vocação. Paulo
escreveu sua primeira epístola aos coríntios na casa de Priscila: “As igrejas da Ásia
voss aúdam…a fetuosamente n o S enhor Á quila e P riscila, c om a i greja q ue e stá e
m
____________
4, 7. As acusações de que as Escrituras absorveram um machismo religioso da época não se mantém de pé, a
começar pelo fato de que a religião nos tempos antigos era mais praticada pelas mulheres, como no caso
das
prostitutas dos templos ou das sacerdotisas. Portanto, os
autores bíblicos não seguiram o que
já
era
proposto e
comum, nem buscaram uma aceitação na
cultura
estrangeira, muito menos introduziram no compêndio de livros
denominadossantosumaespéciedemisoginiadaépoca.
página107
ApóstoloPaulo
suac asa”( 1C o1 6:19).
Decisivamente a mulher não podia ser pastora naquela igreja de Corinto, e não
pode hoje. Mas ela pode exercer posições de destaque e muitas outras funções. Elas
podiam e podem profetizar (1
Co 11:5) e pôr em prática outros dons (1 Co 12), deviam
e devem expressar o fruto do Espírito (Gl 5:22), podiam e podem ensinar crianças e
outras mulheres, e como padrão de um cristão genuíno elas devem evangelizar, assim
como os homens (Mt 28:18-20; At 1:8). Elas foram capacitadas da mesma forma que
os homens, e sobre elas também desceu o Espírito Santo: “E, cumprindo-se o dia de
Pentecostes, estavam todos concordemente no mesmo lugar; e de repente veio do céu
um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que
estavam assentados. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as
quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo, e
começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que
falassem”( At2 :1-4).
Em sua primeira carta a Timóteo Paulo fala sobre a mesma coisa - pastorado e
liderança -, porém de forma mais breve e talvez mais clara: “A mulher aprenda em
silêncio, com toda a sujeição. Não permito, porém, que a mulher ensine, nem use de
autoridade sobre o marido, mas que esteja em silêncio. Porque primeiro foi formado
Adão, depois Eva. E Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu
em transgressão” (1 Tm 2:11-14). Fica claro que o “falar” em 1 Coríntios 14 se refere
ao ato de ensinar ao homem numa posição de autoridade, não é sobre falar alguma
coisa, como muitos que não conhecem a Escritura pensam, ou sobre ensinar aquilo
que lhe é proposto nos contextos permitidos. O destaque que Paulo faz de Adão e Eva
é uma forma de memorar que a primeira mulher foi enganada, e isso não é
inferiorizar as mulheres, pois se por um lado houve engano, por outro existia a
consciência, porque Adão sabia da árvore e pecou conscientemente e
irresponsavelmente (Conf. Gn 2:15). Sendo assim, como já dito, e repito, a
responsabilidade e a sentença são maiores sobre Adão: primeira (Gn 3:17), segunda
(3:18), e a terceira (verso 19); e “menores” sobre Eva: primeira (Gn 3:16a.b), e a
segunda (3:16c). Mas é válido lembrar que essas divisões de tarefas e efeito da
sentençan oÉ densóp revalecerãoe nquantoo S enhorJ esusn ãov oltar.
Como se vê, a autoridade do homem não confere à mulher a orientação de
permanecer calada e ser eternamente plano de fundo na igreja; Priscila além de ter
ensinado foi mencionada antes de seu marido na maioria das ocasiões (At 18:18,
18:26), inclusive pelo apóstolo mais julgado como misógino pelos imperitos (Rm
16:3). Logo, acerca deste assunto e de todos os outros, o contexto é indispensável! E
quando se fala em contexto para analisar passagens como estas, aqueles que rejeitam
a autoridade bíblica geralmente acusam o cristão de tentar justificar o
injustificável,
acusam o fiel de tentar adequar forçadamente o que a Bíblia verdadeiramente diz -
declarações machistas -,
segundo eles, com o que ele (o cristão) quer que ela diga. Ou
seja, u ma e spécie d e f uga p ara d efender o i ndefensável- n o c enário d a B íblia d e
____________
4, 7-9. A mulher não pode ser pastora por alguns motivos,
dentre
eles
o fato
dela
representar
a igreja,
e não
ao
Senhor,queérepresentadopelohomem,líderfamiliareeclesiástico(Sl23;Jo10:1-16).
4, 10. Existem três teorias sobre a menção a Priscila antes de Áquila: a primeira sugere que
ela
mantinha
uma
posição social
importante em Roma; a segunda defende que ela tinha uma posição de destaque entre os cristãos, e
portanto respeitada e conceituada na
comunidade mais que o seu marido; e a terceira diz que Priscila era dona de
uma personalidade forte e destemida. No fim, não sabemos a razão pela qual
ela era
comumente mencionada
antesdeseumarido,sósabemosqueocasalfoiusadoporDeuseútilnaobradoSenhor.
página108
ApóstoloPaulo
fato misógina. Mas todo contexto é necessário, não apenas no que se refere às
Escrituras, mas em relação a todas as áreas da vida. Jesus disse: “Quem come a
minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e Eu nele” (Jo 6:56); se
lido
isoladamente para alguém que não conhece as Escrituras, a conclusão mais lógica e
previsível será a de que Jesus estava ensinando algum tipo macabro de canibalismo.
Evidentemente o Senhor estava falando de forma figurativa sobre seu Sacrifício na
Cruz e a aceitação pela fé (veja o contexto Jo 6:47-59). Se eu
afirmo que Joãozinho
comeu uma pequena tartaruga de
chocolate, a reação dos ouvintes será normal, mas
se eu digo apenas que Joãozinho comeu uma pequena tartaruga, a reação
evidentemente não será a mesma. O contexto é
essencial e indispensável, ainda mais
se tratando da Bíblia, que é uma obra complexa e que exige atenção e cuidado no
exame de passagens muitas vezes “obscuras”. Se livros de história ou de qualquer
outra matéria são considerados em seus devidos contextos, com a Bíblia não deveria
serd iferente.
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ApóstoloPaulo
semente e a sua semente; esta te
ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar’” (Gn 3,
verso 1, 13-15). A sentença dada à
mulher no verso 16 significa a liderança do homem
sobre ela: “E à mulher disse: ‘multiplicarei grandemente a tua dor, e a tua conceição;
com dor darás à luz filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará’”.
Quando o homem, que segue o exemplo de Cristo, exerce domínio sobre a
mulher e
os desejos dela, não a oprime, mas a protege; e protege de quem? Lembre-se do verso
15 sobre a serpente: “e porei inimizade entre ti e a mulher”. A serpente era um
animal, mas quem agia por trás era satanás. A mulher é protegida pelo homem, figura
do Senhor Jesus, que lhe abriga justamente da opressão causada pelo pecado que
saboreiao p
aladard od iaboe d oss eusd emônios.J esusd ominao sd esejosd ai greja.
Portanto Deus preferiu salvar a mulher de influências malignas, entregando-a ao
homem que, ao contrário de Adão, não a abandona (Conf. Gn 3:1-6) e nem lhe joga a
culpa e a responsabilidade de erros (Gn 3:12), mas a ama e se disponibiliza a morrer
por ela: “Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e
a Si mesmo se entregou por ela… Assim devem os maridos amar as suas próprias
mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si
mesmo” (Ef 5:25, 28). A mulher submissa ao homem entende que está segura, pois
afinal de contas ele é
um com ela: “...
e serão ambos uma carne” (Gn 2:24); a mulher
submissa ao marido desde nova - se nascida num lar cristão, sendo testemunha da
submissão santa da sua mãe -, ou desde a conversão, compreende que não precisa
buscar diversão em festas e no envolvimento com vários homens, nem precisa se
preocupar, decepcionada, após uma noite de amor, se o rapaz vai telefonar ou se
aquilo para ele foi o fim e a conclusão de um lance qualquer, enquanto para ela teria
sido o começo de uma história que criou e gostaria que fosse real. A mulher submissa
não vai buscar no seu próprio enfado o apoio que pode encontrar no homem. A
mulher submissa não é orgulhosa, nem egoísta ou arrogante. A mulher submissafoi
salva pelo amor de um Deus cuja vontade é
vê-la protegida nas mãos de um homem
queé u mv erdadeiroe spelhod eC risto,o S enhore S alvadord om undoi nteiro.
Se Eva foi enganada pela serpente astuta, no Éden, a mulher que teme a Deus e se
submete ao marido, seu único homem, entende que por ele jamais deverá ser
enganada. Nenhum outro homem pode exercer o papel do diabo em sua vida,
fingindo ser o que não é, como satanás fingiu através do astuto animal na tentação.
Nenhum homem pode lhe trazer danos. Esse único homem a quem ela se submete
por escolha própria, o seu marido, lhe oferece proteção, e não trai, porque Jesus é fiel
e
digno de total confiança. Assim, ela é salva das ilusões do mundo e do pecado (1 Jo
5:19). A igreja é salva debaixo da proteção do Senhor; a mulher é salva debaixo da
proteção do marido. A mulher é
salva quando se torna a esposa ideal de Provérbios.
A mulher cristã e submissa, ao ter filhos, lembra a Moloch, o diabo, a sua vergonha de
eterno perdedor, e anuncia essa sua vergonha, porque a Semente (Gn 3:15) nasceu da
mulher. Ele salvou os seus para sempre! A promessa se cumpriu! A redenção é um
fato!
E exclamou com grande voz, e disse:
“bendita
és
tu
entre
as
mulheres,
e bendito
o fruto
do
teuventre”.Lucas1:42
A
s ãd outrinae nsinadap elasm
aisv elhas
6 Q
uandof
alamos e m m
ulheres m
aisv elhas, d
evemos c onsiderar q
ue a
pesar d
e
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ApóstoloPaulo
uma pessoa com seus 60 anos ser considerada velha, existe alguém com idade ainda
mais avançada; 65, 70, 75… Portanto, as mulheres mais maduras da igreja precisam
levar em consideração que outras têm mais conhecimento e experiência de vida. E o
capítulo 2 de Tito fala justamente sobre a verdadeira doutrina ensinada pelos mais
velhos, que em toda a vida aprenderam e viveram. “Tu (Tito), porém, fala o que
convém à sã doutrina” (Tt 2:1). A carta foi endereçada ao “filho na fé” de Paulo (1:4)
noo bjetivod es olidificaro E vangelhoc omt odasa ss uasv erdadeirasc aracterísticas.
Primeiro
o apóstolo tratou a situação dos idosos de modo geral (2:2), depois deu
início às questões voltadas para as mulheres (2:3-5), logo após falou dos jovens
(2:6-8), dos servos (2:9-10), e depois da igreja de modo geral (2:11-15). Concluímos
entãoq ueo m
inistériod asm ulheresé d ef undamentali mportância:
. Verso 3: “As mulheres idosas, semelhantemente, que sejam sérias no seu viver,
como convém a santas, não caluniadoras, não dadas a muito vinho, mestras no bem”.
Quando mulheres mais vividas seguem um exemplo genuíno de fé, as mais novas têm
em quem se espelhar, têm com quem conversar e aprender a sã doutrina. A expressão
“mestras no bem” indica que as mais velhas têm autoridade sobre as mais novas, e
essa autoridade é autenticada porque elas se dão ao exemplo, e não dão espaço e
abertura para questionamentos e dúvidas acerca do compromisso que elas garantem
terc omo S enhore s uac ondutac ristãn as ociedade.
. Verso 4: “Para que ensinem as mulheres novas a serem prudentes, a amarem seus
maridos, a amarem seus filhos”. Como vimos na seção da boa mulher e boa esposa,
repleta de virtudes, apresentada no livro de Provérbios, especialmente no capítulo 31,
o amor pelo marido e
seus filhos é uma das marcas de sua servidão a Deus. A mulher
que serve ao Senhor entende seu lugar e
seu papel no mundo, e preza por ele. Não é
vergonhoso à mulher ser associada ao lar e ao cuidado de seu marido e esposo; esta
“vergonha” é propagada pelo feminismo, que por sua vez desconhece os princípios
bíblicos e os valores divinos. Maria foi mãe do Messias, e o Messias, Deus, decidiu ter
umaf amíliat errena.O ndee stáa v ergonhad am ulherq ueé m ãee a b ased ol ar?
. Verso 5: “A serem moderadas, castas, boas donas de casa, sujeitas a seus maridos, a
fim de que a Palavra de Deus não seja blasfemada”. Observe que sempre quando se
fala em sujeição da mulher ao seu marido, se fala em Deus, porque não há submissão
se o Senhor não for a base, e Ele sendo a base não há abuso de autoridade nem
opressão. As mulheres são denominadas “donas de casa” porque de fato são.
Lembre-se que a mulher sábia edifica sua casa, mas a mulher alheia à família só
destrói( Pv1 4:1).
Movimentos e
ideologias da modernidade chamam de “sororidade” a empatia de
uma mulher por outra mulher; mas a
Bíblia já demonstra isso há muito tempo. Rute
e Noemi são um exemplo de sororidade: amigas, companheiras, cúmplices, leais uma
à outra, zelosas e principalmente verdadeiras uma com a outra. E Paulo recomenda a
Tito justamente essa empatia, porque em Deus elas têm verdadeiramente todo o
respeito, toda a gratidão, toda a suficiência, a satisfação, a plenitude e a Verdade, que
é Cristo (Jo 8:32). Talvez hoje os princípios que aprendemos nas Escrituras sejam
marginalizados não porque são orientações e ensinos antiquados e ultrapassados,
mas sim porque as ideologias modernas não compreendem o valor do laço afetivo
familiar, e não compreendem o que realmente é a liberdade. É ilusão associar
liberdade com a vontade de fazer tudo o que quer e pensa. Quando fazemos tudo o
que temos vontade, não somos libertos, mas prisioneiros do nosso próprio caráter,
quec ontémf alhas.A B íblial evaa m ulhera l ançard esafiose m udaro s tatuq uo.
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ApóstoloPaulo
A
L
iberdadep
erfeitae l impaé Cristo!
Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não useis então da liberdade para dar
ocasião
à carne,
mas
servi-vos uns
aos
outros pelo
amor.
Porque toda a Lei se cumpre numa
sópalavra,nesta:amarásaoteupróximocomoatimesmo.Gálatas5:13-14
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Genealogias
P
ropósitos
(Gn
1 4:17-22, 5:1, 10, 11:10-31, 19:36-38, 22:20-24, 25:1-4, 25:12-17, 36, 46:8-27; 1Cr;
Mt1 :1-17;L c3
:23-38).S ãot antasg enealogias!M as,p orq uea penaso sh omens?
As
consequências do pecado pairam sobre toda a humanidade como lembrete do
erro dos nossos pais Adão e Eva. Eles pecaram, e o pecado passou para nós não
necessariamente com a culpa deles, isto é, diretamente, mas indiretamente somos
cúmplices, nos tornamos capazes de pecar como eles, sendo nós legalmente
pecadores diante de Deus e responsáveis pela nossa culpa por causa dos nossos
pecados pessoais (Sl 14:3, 53:3; Rm 3:10-12). A doutrina bíblica do Pecado Original,
tão bem desenvolvida por Santo Agostinho, tem por objetivo explicar a
imperfeição
da terra como um todo, a deturpação da perfeição de Deus, a
maldade que oprime o
mundo. Os hebreus/judeus, portanto, seguiram a tradição de registrar em suas
genealogias, para a história de Israel, os principais homens, os arautos da nação. A
perspectiva é a união da mulher e do homem num só corpo (Gn 2:24), corpo esse
liderado pelo homem assim como o Corpo (a igreja em união ao Senhor) é liderada
por Cristo: “Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo nAquele que é a
Cabeça, Cristo, do
qual todo o Corpo, bem ajustado, e
ligado pelo auxílio de todas as
juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua
edificação em amor” (Ef 4:15-16). Assim, da mesma forma que no Corpo Cristo é
mencionado primeiro, sendo o precursor da descendência de Abraão (Gn 12:3; Mt
1:1), no corpo da união conjugal o homem crente é
mencionado primeiro, sendo ele
mesmoo r eflexod oS enhorJ esus- m esmon asg enealogiasa nterioresà E ncarnação.
Muitas mulheres bíblicas foram estéreis por propósitos bem maiores, como visto
logo no começo deste trabalho. A esterilidade era vista como uma maldição (Êx
23:26; Lv 20:21c; Dt 7:14). Nas Genealogias, uma mulher que não podia dar filhos ao
seu marido seria como uma igreja infrutífera ao Reino, mas a bondade e a
misericórdia do Senhor brilharam para as mulheres-mães de Israel, na redenção
gloriosa, que veio também para a igreja; sendo removida toda vergonha, e
prevalecendo o belo sorriso na Presença (Cl 2:13-15). “A eleição feita por Deus modela
a genealogia do verdadeiro Israel, e essa eleição é especialmente visível na quinta
mulher mencionada, ‘Maria, da qual nasceu Jesus, que se chama o Cristo’ (Mt 1:16). A
genealogia registra uma ‘santa irregularidade’ ao descrever um ascendente de Jesus.
José é simplesmente ‘marido de Maria’, não o progenitor de Jesus” (David E.
Holwerda, Jesus e Israel, pág. 33, cap. 2). Quando a Encarnação entra na história
bíblica, no Evangelho de Mateus (1:3,5-6), nos deparamos com algo inédito: a
genealogia de Cristo inclui também mulheres com histórias nada perfeitinhas.
Mulheres de histórias conhecidas e estudadas no decorrer deste artigo. Qual sua
melhorr eação?I ssoé o E vangelho!
Vemos na genealogia de
Jesus Cristo mulheres em cuja
vida há marcas reprováveis. Tamar,
coabitou com o seu próprio sogro Judá e gerou dele dois
filhos gêmeos Perez
e Zera;
Raabe
era prostituta em Jericó; Rute era moabita e Bate-Seba, mãe de Salomão, adulterou com
Davi. Mui provavelmente nenhum personagem gostaria de destacar em sua biografia
mulheres com
esse
passado. Mas por
que elas
estão inseridas na genealogia de Jesus Cristo?
Para reforçar
a verdade de
que o Filho de Deus se
identificou com os pecadores a quem veio
ernandesDiasLopes
salvar.H
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Airrelevânciadasideologias
Doiss enhores
1 Certamente você deve ter notado que em todo o artigo me posicionei contra o
feminismo, teci críticas explícitas e implícitas ao movimento, porque acredito que se
trata de uma ideologia política incompatível e contrária aos princípios bíblicos. Todas
as ideologias humanas estão baseadas no amor próprio, e são fruto dele; o amor
próprio, porém, não é um ensino bíblico! Por ter o Senhor Jesus nos orientado a amar
ao próximo como a nós mesmos (Mt 22:39; conf. Lv 19:18), a premissa lançada é:
para amarmos ao próximo como a nós mesmos, devemos antes de tudo nos amar.
Masé u me rrop ensara ssim!
O que poucas pessoas sabem é que, de um modo ou de outro, nos amamos
naturalmente, já nascemos com o amor próprio enraizado na nossa natureza. Ora,
se Adão e Eva não fossem vítimas desse amor egoísta não teriam pecado, porque
pecaram buscando o melhor para si. Até quando enxergamos defeitos em nós
mesmos o ato de amor próprio está ali, velado, porque consideramos que deveríamos
ter alguma característica a mais, e mais bela, ou algum brilho que definitivamente
não temos. Desejamos ter ou ser porque já nos amamos o suficiente; se não nos
amássemos simplesmente não iríamos nos importar com desejos e anseios de
interesses profundamente pessoais. Sabendo nós que já nos amamos o suficiente, e
sendo do nosso conhecimento o segundo Mandamento mais importante (Mc 12:31), o
foco, portanto, é não buscarmos amor próprio, mas sim a autoaceitação, e deixarmos
que os outros nos amem como somos. Já nos amamos o suficiente e, por obviamente
saber disso, Jesus nos encorajou a amarmos ao próximo como já nos amamos. Ele
não nos estimulou a nos amarmos mais, e sim nos incentivou a amar ao próximo
como já nos amamos o bastante. Ele ensinou a prática do desapego do “eu” para focar
primeiramente em Deus (Mt 22:37) e depois no próximo (Mt 22:39). Ele sabia
logicamente que tudo é vaidade (Ec 1:2). Se esquecemos de Deus e do próximo em
nome de um amor egoísta, significa que caminhamos para um fim não muito bom, e
foii ssoq uea conteceuc omA dãoe E va.
É quando a mulher se ama que aceita se submeter ao feminismo, porque acredita
que nele pode ser empoderada e
dona de sua própria vida; não há quem lhe impeça
de ser uma mulher independente, discreta ou vulgar, doce ou amarga, astuta ou
bobinha, cordial ou desagradável. Indefere os adjetivos, o ponto é que a mulher, no
feminismo, ignora os padrões eternos e faz da sua vontade a base de seus próprios
padrões, e a vontade de Deus simplesmente não existe, ou existe, com a condição de
permanecer silenciada no quintal. É quando a mulher se
ama que, ao invés de lutar
pela causa do Evangelho, luta pelas causas feministas, bem seduzentes em todos os
aspectos. Quando a mulher se ama - neste caso a cristã -, mesmo que não perceba,
substitui a causa do Evangelho pelas razões ideológicas, se aceito o movimento tão
incompreendido.
Na presente era temos duas esferas: a bíblica e a ideológica. A primeira se
fundamenta no anúncio do Reino não pertencente a este mundo, e seus adeptos são
embaixadores e divulgadores da justiça. E a segunda se baseia no apego às coisas
daqui, em troca de um aparente bem-estar. É impossível servir a dois senhores (Mt
6:24). Escolha uma coisa ou outra para lutar e
defender. São dois pólos distantes um
doo utro,i ncompatíveis,i rreconciliáveis,e xcludentes.
Porque ou
há
de
odiar
um
e amar
o outro,
ou
se
dedicará a um e desprezará o outro. Mateus
6:24
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Airrelevânciadasideologias
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Airrelevânciadasideologias
estudamo
m
ovimentoe t êmm
uitap
ropriedadep
araf alar.
Ao longo da minha caminhada com Cristo percebi, tanto pela experiência quanto pelo
conhecimento da Palavra, que movimentos políticos inevitavelmente romperão com a fé
em
algum momento. Isso decorre do fato de que as bases de ambos são, em sua essência,
antagônicas. Apesar de existirem pautas relevantes, pelas quais a igreja deve lutar, esses
movimentos partem de pressupostos muito diferentes dos nossos. A verdade é que, para
movimentos políticos, a fé não faz parte da
luta; e pior, Deus não pode ser convidado a fazer
parte dela. Ainda nos casos em que Ele se torna um convidado, em determinado ponto
precisará se retirar. No fim, não é possível agradar a estes dois senhores. Enquanto muitos
movimentos nos afirmam um problema estrutural, advindo do ser humano - neste caso o
homem cis hétero - as Escrituras nos afirmam que a origem de tantos males é mais profunda
do
que
a estrutura social; o pecado que abundou sobre todos. Enquanto muitos movimentos
nos ensinam que
a arma para isso é desestruturação dos padrões - muitos inclusive sadios e
bíblicos, enquanto outros de fato negativos - e um sistema educacional que, no fim, atinge
somente a esfera mais superficial do humano, as
Escrituras nos mostram a realidade de que
somente uma educação redentiva pode transformar profundamente, e em essência, os
corações tomados pelo pecado causador de toda desigualdade e injustiça. Assim, mesmo com
pautas semelhantes, os inimigos, as armas de guerra e os resultados são diferentes. Porque, a
não ser
que partamos do problema original com as armas da redenção do Evangelho, ou nos
frustraremos, ou precisaremos abdicar de certos princípios, ou, num cenário pior,
passaremos pelas duas coisas. Assim, que a nossa luta tenha como pressuposto a Palavra e
sua verdade, somente dessa maneira guerrearemos contra o inimigo certo, com as armas
certas,eobteremosoresultadoqueesperamos.
RebecaDomingues
O feminismo (principalmente o radical), ao meu ver, tem como um dos principais objetivos
despertar a raiva das mulheres contra os homens - ainda que não assuma -, contra o
patriarcado... E pela religião, a qual garantem ser culpada pela opressão feminina, neste caso
o cristianismo. Então, para entrar no meio é preciso conhecer pessoas, participar de
momentos particulares de comunidades e se integrar. Eu acompanhei muitas feministas, e
todas eram extremamente agressivas, sempre falavam raivosamente, muitas com ódio aos
cristãos. Eu sempre tentava responder em paz: ‘ei, não é bem assim! Eu sou cristã e tô aqui!
Você me conhece e sabe que sou legal! Cristãos não são maus!’; mas isso só piorava a
situação, pois até elas percebiam o conflito de idéias que isso gerava em mim. Então, depois
deumtempo,resolvilargartudo.
EstherRibeiroMarquês
Eu me considerava uma feminista e, automaticamente apoiava muitas coisas, e a principal,
para mim, é a ideia de que homem deve fazer as coisas em casa, pois o homem e a mulher
trabalham e não é justo apenas ela cumprir seus afezeres do lar. Meu pai não fazia nada em
casa... E isso corroía muito meu relacionamento com ele. Os atritos pesados eram causados
por causa disto e, por consequência, meu relacionamento com ele se tornava muito frágil.
Teve um tempo em que eu fiquei com raiva dele, e isso não fazia bem de forma alguma para
nós, uma vez que eu não podia fazer nada quanto às atitudes dele; e quanto mais atritos,
menos mudança. Recentemente, eu comecei a compreender a visão de Cristo sobre a mulher
e
o homem, e desde então passei a perceber que o serviço no lar não é a base central de uma
convivência, mas Cristo é! A partir do momento em que eu vivo pelo Senhor Jesus e para Ele,
eu faço as coisas por Ele. Me parece certo que Colossenses 3:23 deixa expresso este princípio
nessataldevidaemsociedade.
NatáliaMelo
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Airrelevânciadasideologias
Nos tempos em que eu estava afastada da igreja me encantei com o movimento feminista; me
diziam que eu seria acolhida, livre para fazer o que eu quisesse, e receberia apoio e
acolhimento; bem no início realmente era assim, até que houve o primeiro momento de
discordância que eu presenciei, e não apenas discussões eram iniciadas mas humilhações
também, e essa toxidade me afetou a ponto de eu me tornar uma dessas do grupo no qual eu
estava incluída: mulher que apontava o dedo na face de outras, simplesmente porque
discordavam de mim ou do movimento. Mas Jesus me chamou de volta e eu, constrangida,
obedeci. Desde que voltei para igreja foi impossível continuar fazendo parte do movimento;
primeiro, porque é um pensamento totalmente mundano e errado, e segundo, porque
literalmente todas as mulheres que prometeram me acolher e me respeitar no fim me
atacaram, me xingaram, inventaram mentiras e viraram totalmente as
costas para mim. Ou
seja, aconteceu comigo o que acontece com basicamente todas as mulheres que discordam do
movimento; são taxadas de burras, alienadas, submissas, prisioneiras, entre outras coisas.
MasoqueeupossoafirmaréqueemJesusCristoeuencontreialiberdade.
MarianaCastro
Confesso que sempre fui desinteressada por política. Conheci o feminismo durante a
faculdade de jornalismo, no auge da minha juventude. O que despertou a minha curiosidade
em conhecer mais o movimento foi ser bombardeada diariamente por professores que
politizavam toda ação humana. Percebi que a pregação da liberdade da mulher só valeria
para um lado da história - se eu fosse feminista -, e isso me incomodou. Decidi pesquisar e
fazer a minha tese de conclusão de curso sobre o feminismo, dentro do âmbito
cristão-protestante. E a partir desse momento eu conheci um movimento ligado diretamente
ao
marxismo, e não à igualdade das mulheres, como é popularmente divulgado. O discurso é
atrativo, mas não passa de uma boa retórica. O feminismo cresce nos espelhos e, para nós
cristãs, se
opõe à nossa maior autoridade: Jesus. Vejo no feminismo uma forma de tornar as
mulheres seres superiores. Quem nunca viu a frase ‘the future is female’ estampada por aí? É
sobre isso! O discurso de opressor vs. oprimido se encaixa ao movimento, como em tantos
outros movimentos marxistas. As mulheres sofrem, são injustiçadas, objetificadas de pouco
valor, e portanto merecem controlar suas próprias vidas. E o que Deus nos diz? Somos
amadas, de valor igual ao dos homens, além de possuirmos um grande papel no Reino de
Deus. O Senhor Deus é quem controla nossas vidas e eu o glorifico por isso. Talvez seja difícil
enxergar a beleza de viver uma vida sem ser uma ativista ou representante de uma causa. Nós
somos seres suscetíveis a buscar nossa identidade longe de Cristo, somos levados a acreditar
que nós somos os seres mais importantes do universo. “Tudo é sobre mim”, “os meus
direitos”, “o que eu posso ganhar com tal situação”. Em Cristo entendemos que, se
entregarmos tudo, ganharemos a plenitude da vida terrena e celestial. A mulher não pode ter
tudo sem abrir mão de nada. Isso é impossível para qualquer pessoa! Por causa do pecado,
desde a queda de Adão e Eva, estamos em uma batalha de sexos, e o pior, uma batalha contra
nosso Criador. Somos mulheres planejadas e criadas para sermos doadoras de vida, e esse é o
nosso propósito: crescer como ajudadoras. Busque a sua identidade em Cristo e seja
realizada.C arolD iacov
Lutar por igualdade, lutar pelo direito das mulheres, lutar contra a violência doméstica e
violência sexual, lutar contra abusos, lutar para receber o mesmo que um homem quando se
exerce a mesma função, lutar por mais mulheres na política... E tantas outras lutas que as
mulheres defendem são de extrema importância, nós não podemos ignorá-las. O problema é
quando essas lutas são associadas ao feminismo; nenhuma destas causas estão erradas, o
erro está no movimento feminista! Sempre fiz parte de comunidades feministas, e via de
forma constante publicações de várias mulheres, e ainda sigo vendo nas redes sociais.
Apenas depois que me desvinculei do movimento pude perceber o quão tóxico ele é; apesar
deacharmosq ue somos l ivres, n a v erdade s omos o primidas p elo p róprio m ovimento. P or
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Airrelevânciadasideologias
causa do movimento feminista por muito tempo odiei a Bíblia, me posicionando contra tudo
o que estava escrito lá. As feministas costumam extrair versículos isolados sem nenhum
estudo - exegético e histórico -, sem a interpretação dada pelo Espírito Santo; apenas usam
passagens interpretando-as de qualquer modo, o que me influenciava contra as Escrituras.
Sempre que o assunto era submissão, eu tinha ódio, justamente porque tudo o que aprendi
sobre submissão estava vinculado aos grupos feministas, até eu parar para ler a Bíblia e
entender que a submissão, antes de mais nada, funciona de um cristão para o outro -
independente do gênero. Jesus disse que aquele que quisesse ser o primeiro teria que servir
aos outros. Quando a Bíblia fala na submissão da mulher ao marido, a palavra grega utilizada
é
“h upotassó”, ou seja, se trata da sua voluntariedade, da sua vontade em ceder, de assumir a
responsabilidade e de levar a carga de alguém. A mulher que se submete ao marido (Gênesis
2:18) se torna uma auxiliadora idônea. Apenas lendo as Escrituras e estudando eu consegui
entender que submissão não é: alguém de menor valor, escrava da vontade/opinião de outra
pessoa, concordar sem opinião própria e em silêncio, com tudo o que é dito, largar sua
consciência no altar, colocar a vontade do seu marido antes da vontade de Cristo, não poder
liderar algo nem trabalhar, ganhar menos que o homem, entre outras coisas. A submissão é
aplicada apenas ao contexto do casamento, da esposa para com o marido. Ser uma mulher
submissa, biblicamente falando, é ser uma auxiliadora do marido na caminhada; entendi que
não é nada do que eu tinha aprendido dentro dos grupos feministas. Porém eu nunca pude
falar sobre isso naquele meio, porque todas as vezes que uma mulher falava algo parecido,
era linchada por muitas mulheres que não queriam entender e não queriam ser contrariadas.
Aliás, fazer escolhas diferentes daquelas que o feminismo prega, como decidir não trabalhar e
ficar em casa para cuidar dos filhos, é característica de uma mulher burra. Muitas são contra
o estilo de vida dedicado à maternidade. Sempre vi diversas mulheres sendo xingadas por
causa disto. O feminismo traz uma falsa liberdade; a mulher pode ser o que quiser até ir
contra a maioria. A partir do problema da contrariedade ela não presta mais, e não há
sororidade alguma. Ao invés de ser submissa ao patriarcado, você vira submissa ao
movimento. Muitas das mulheres que se dizem feministas jamais pararam para estudar a
história do próprio movimento. Enquanto muitas veneram Simone de Beauvoir, elas se
esquecem que ela tinha ligação ao movimento nazista e era pedófila. Uma estudante chamada
Bianca Lamblin chegou a escrever um livro no qual dizia ter sido vítima de abuso por parte de
Beauvoir. E em 1943 Simone foi suspensa de suas atividades como professora, porque outra
aluna, Natalie Sorokine, a acusou de ter tentado seduzi-la quando a estudante tinha 17 anos.
Naquela época, na França, Beauvoir assinou uma petição ao Parlamento francês pela abolição
da idade de consentimento sexual, porque naquela época a maioridade sexual era de 15 anos
e Simone era a favor da descriminalização do sexo consensual com pessoas abaixo desta
idade. Quando algumas mulheres afirmam que o feminismo oprime, muitas fingem não
entender. Digo a você: tente ser uma cristã de verdade no meio desses grupos e experimente
o tratamento, e pior, de feministas radicais. Existem muitas vertentes no movimento, uma
das que se parecem com o início, em que se pregava rejeição à feminilidade; assim segue até
aos dias de hoje. Mulheres, ao se declararem livres de maquiagem - muitas publicam fotos
destruindo maquiagens e demonizando-as, sendo tal produto muito importante na vida de
pessoas, tanto para quem trabalha com isso, como para quem tem problemas com a
autoestima -, causam polêmicas desnecessárias, demonizam o salto alto, a depilação e tantas
outras coisas. E por seus motivos vãos, julgam e rebaixam mulheres que se reconhecem
feministas mas ainda continuam com essas práticas e costumes simplesmente femininos. Já
vi muitas discussões em redes sociais entre feministas, uma julgando a outra, em decorrência
da tal “liberdade”; mas no fundo é só uma maquiagem da realidade em que uma oprime a
outra, e tenta persuadir a companheira de causa a pensar do mesmo modo. É muito comum
mulheres oprimir outras que pensam diferente do movimento feminista, pois se aproximam
atacando ao invés de tentar ensinar algo. Mas a verdade é que muitas não buscam sequer
conheceraorigemdofeminismoesuasrazões.Eu,comoex-feminista,vi m uitas c oisas r uins
ágina120
p
Airrelevânciadasideologias
do
movimento, e por isso não quero estar associada a um movimento que falsamente garante
abrigar as mulheres, mas no fundo, na realidade, ajuda a oprimir, ditando regras que não
podem ser contrariadas. Aprendi que não preciso de movimento para ser livre, pois a
verdadeira liberdade feminina vem através de Cristo e quando descobrimos nossa identidade
nEle, pois assim viveremos do
jeito
que Ele
nos criou para
ser. Como cristãos, devemos sim
defender todas as causas que citei bem no
início deste meu relato, e repito: são de extrema
importância! É real tudo o que a mulher sofre apenas por ser mulher, e nós como Igreja
devemos nos posicionar a favor de uma sociedade mais justa, expondo o que é errado; se
somos cristãos, devemos entender que não há combinação do cristianismo com a violência,
com o abuso, com a falta de igualdade, etc. É possível lutar por tudo isso sem
necessariamente estar associada a um movimento ideológico, político, terreno e anticristão.
Porém a luta deve ser real,
partindo de nós, e não adianta ser contra o movimento, se opor a
ele, e não fazer nada para ajudar e mudar. A crítica vã é um desserviço para a sociedade.
Precisamos entender a forma correta de nos posicionarmos a favor das mulheres, por causa
deCristoepelacausadoReino.
SaraF abiane
A liberdade dada por Cristo na Cruz não pode ser conquistada por
outro agente, pois,
fora
dEle existem apenas prisões. Dessa forma, qualquer resposta de pecado a outro pecado
continua nos acorrentando a grilhões, mesmo que embebecida em uma suposta alforria.
Dessa forma, é indubitável que buscar liberdade em outro lugar fora de Cristo é perda de
tempo. Quando se trata da garantia da liberdade feminina (e
humana) e de seus direitos, o
Senhor é o grande Guardião, nos concedendo a certeza de que por Ele e nEle todos esses
objetivosjáforamalcançadosnaCruz.
JuliaL acerda
O feminismo, enquanto ideia, nasceu para lutar pela equidade feminina numa sociedade
machista e patriarcal.
Com o passar do tempo as ideias foram difundindo e hoje o feminismo
é muito mais que isso, e assim ele deixou de ser homogêneo. Cada ramificação feminista
adicionou suas lutas pessoais ao movimento, tornando quase impossível concordar com
todas as
mesmas ideias;
mas fiquemos com a ideia primogênita: equidade. Em toda a Bíblia,
Deus deu voz às mulheres e as colocou em lugar de honra quando, naquele tempo,
socialmente falando, elas tinham como único objetivo de
vida
gerar filhos.
Temos inúmeros
exemplos de como Cristo deu voz às mulheres: encontrou uma samaritana e anunciou pela
primeira vez abertamente que era o Messias, e quando ressurreto, se mostrou primeiramente
às mulheres. A mulher não tinha voz, mas Cristo deu a elas, e as colocou numa posição de
credibilidade. Débora, Raabe, Jael, Rute, Ester, Junia, Priscila, Dorcas... Todas à frente do
seu tempo, chamadas por
Deus para promover equidade entre os seus. Veja, equidade não é
um princípio exclusivamente feminista, mas um princípio bíblico, uma ordenança do
próprio Pai. Sabendo disso, ser cristão é mais que suficiente para lutar por equidade, e é
nossaobrigaçãoobedecer.
SaraS haron
Perguntei à minha mãe como era a tratativa com as mulheres dentro da igreja nos anos 60, e
ela me disse o seguinte: “a
mulher era como visão figurativa, a esposa do pastor, a esposa do
fulano de tal. Os únicos cargos atuantes eram cuidar de crianças e círculo de oração. Não
éramos figuras de
destaque”. A visão da submissão na
perspectiva masculina era a de que as
mulheres serviam apenas para cuidar da casa
e educar os
filhos,
sem voz ativa na sociedade.
Isso desde a época de Jesus. Na cultura judaica os meninos desde cedo eram ensinados sobre
a Torá, porém as meninas não. Elas apenas aprendiam pelo o que ouviam. Quando Jesus
ensinava às multidões, Ele não apenas ensinava homens e mulheres como também incluía as
crianças. Um dos debates que já foram motivo de discórdia é que na carta aos Coríntios Paulo
diz:“permaneçamasmulheresemsilêncionasigrejas,poisnãolhes é p ermitido f alar; a ntes
ágina121
p
Airrelevânciadasideologias
permaneçam em submissão, como diz a Lei. Se quiserem aprender alguma coisa, que
perguntem a seus maridos em casa; pois é vergonhoso uma mulher falar na igreja” (1 Co
14:34-35). O fato é que a igreja de Corinto foi uma igreja extremamente problemática, e a
orientação foi direcionada àquela situação em específico (assim como o uso do véu também
foi uma orientação específica para a igreja de Corinto); haja vista que não se vê qualquer
outra menção no Novo Testamento de que as mulheres não poderiam participar das
reuniões. Se olharmos sinceramente para a Bíblia, iremos perceber que as mulheres foram as
mais participativas na vida de Jesus (com certeza vários nomes vieram à sua cabeça). As
mulheres são muito mais atuantes, mais compromissadas e criativas com o Reino do que se
pensa. São bem informadas e atualizadas! Olhando para a Bíblia, temos como referência
Priscila, esposa de Áquila - empresários fabricantes de tendas da época. Julgando a
submissão, entendemos que se trata do companheirismo na missão, determinado por Deus
em Gênesis: “Então o Senhor Deus declarou: ‘não é bom que o homem esteja só; farei para
ele alguém que o auxilie e lhe corresponda’” (Gn 2:18). Deus viu que o homem precisava de
alguém que lhe completasse para a realização da sua missão. Então a mulher tem um papel
importante no sucesso do homem. Vemos assim, desde o princípio, que Deus deixou claro a
importância de ambos caminharem lado a lado. Tanto o homem quanto a mulher foram
capacitados por Deus; é o que lemos em provérbios 20:27: “O SENHOR deu aos seres
humanos inteligência e consciência”. A igualdade é pauta bíblica, que por sua vez considera
ospapéisdistintos.
PaollaT agliatella
Eu não posso definir o feminismo com simplicidade, afinal, seu significado varia conforme
suas bandeiras; também não posso diminuir sua importância e o que conquistou para as
mulheres no passado, mas não posso deixar que o padrão do mundo e seus movimentos
moldem meu coração. É o Senhor que renova nossas mentes e corações, e é o padrão bíblico
que devemos buscar. A Bíblia não aceita o abuso - em todos os sentidos da palavra -, a
violência e a degradação das mulheres, pelo contrário, como criaturas feitas à imagem e
semelhança de Deus, devemos ser tratadas com igual respeito e dignidade que os homens.
Nada no mundo e nenhuma ideologia pode estar acima dos planos de Deus e da sua Palavra.
Nãoéummovimentoquemerepresenta,massimJesusCristo.
KarinaM arques
Eu busquei em movimentos ideológicos a solução para alcançarmos o “mundo ideal”, mas só
poderíamos conquistar isso através da guerra. A frase que eu mais ouvi é que “não existe
progresso sem revolução e sangue”, ouvi que os homens eram nossos inimigos; na verdade,
qualquer pessoa que ferisse a nossa “liberdade” era nossa inimiga, e precisávamos lutar
contra isso! Imagina que ironia do destino quando descobri que toda essa guerra e toda essa
luta já havia sido vencida numa Cruz, há mais de dois mil anos?! Imagina o choque que eu
levei quando descobri que a liberdade que eu tanto corri atrás, por anos e anos, já havia sido
conquistada? A verdade é que machuca o ego saber que não precisamos fazer mais nada com
as
nossas próprias mãos, pois Ele já fez tudo e continua fazendo. É através dEle que existe a
tão requisitada justiça. A minha vida mudou depois de admitir que estava cansada de tudo
aquilo, de correr atrás do vento, de viver andando em uma corda bamba. Foi quando larguei
todas as minhas armas e entendi que o melhor lugar para descansar eram os braços de Jesus.
Láencontreiarespostaparatodososproblemas.
Vitória L ondero
Nenhuma
dessas meninas que
relataram suas experiências ou percepções tinham
algum conhecimento sobre a participação da outra e o que disseram. Me
impressionou as
semelhanças naquilo que
descreveram: a
falsa sensação e aparência
dea colhimento;a
o
pressão;a
r epressãoa op ensard iferentee a
e
xclusão p
ela f alta d e
página122
Airrelevânciadaideologias
respeito às discordâncias. Parece que até a página dois o movimento é acolhedor e
respeitoso. E que fique claro: Deus não é bem-vindo, nunca, jamais, porque as
mulheres são as deusas, são a reinvenção do sagrado feminino, são Inanna, Ishtar,
Afrodite, entre outras -
mesmo na parcela do movimento mais materialista e alheia a
quaisquer que sejam as ideias espirituais. Mas a verdade é que não é o feminismo que
salva as mulheres da opressão, e sim o senso de quem elas são para Deus e a fé em
Cristo capacitada por esse Ser Maravilhoso: “Eu asseguro: quem ouve a minha
palavra e crê nAquele que me enviou tem a vida eterna e não será condenado, mas já
passou da morte para a vida” (Jo 5:24). O que Jesus Cristo tem para oferecer é
exímio, é incomparavelmente melhor e redentivo, pois Ele próprio é a causa da
redenção que comemoramos e cremos. Cristo é a junção de todas as causas boas e
honestas pelas quais lutamos. Cristo é infinitamente mais do que tudo que pedimos
ou pensamos (Ref. Ef 3:20). O Senhor Jesus é o alicerce no qual o homem tem
segurança em se apoiar. Jesus não muda, não é variável, não é mutável, falso,
mesquinho, agente da própria conveniência, ou qualquer outra coisa a que podemos
evitar; mas todos os movimentos ideológicos são tudo isso e muito mais, pois são
provenientes das intenções humanas: “E quanto menos o homem, que é um verme, e
of ilhod oh omem,queé u mv ermezinho!”J ó2 5:6
Não veja este capítulo como um ataque gratuito e talvez sofisticado ao feminismo.
Mas veja minha atitude e iniciativa tão somente como uma defesa indeclinável aos
ataques direcionados de forma constante à milenar fé cristã, baseados principalmente
na incompreensão de textos tão realistas e valiosos. No fim, é preferível confiar no
Deus que tudo pode: “O norte estende sobre o vazio; e suspende a terra sobre o nada”
(Jó 26:7); porque os movimentos ideológicos costumam ser fragmentados e amantes
do ostracismo (Conf. Mt 24:35). Todas as ideologias se originaram nas intenções
humanas. E todas elas, ao assumirem lutas por direitos em favor dos marginalizados,
só estão repetindo o que há 2 mil anos foi pregado pelo Nazareno. A diferença é que
Jesus pregou a eternidade, e as ideologias pregam a política. Cristo não implantou
uma mera ideia revolucionária que abala os padrões terrenos; Ele pregou verdades
eternas que acima de tudo desestruturam o domínio das potestades do ar, e
consequentemente os principados. Nas ideologias você deve pagar pelos direitos que
Jesusj ár eivindicoue mt odos euM inistério.
Parece óbvia a razão pela qual reuni alguns relatos de irmãs em Cristo sobre suas
experiências com o feminismo ou visões a respeito do movimento mais presente e
significativo entre as mulheres: mansplaining. Por mais que eu ache que tal conceito
seja usado da forma mais equivocada, desonestamente, para calar oponentes homens
- e de fato é -, achei necessário recorrer às minhas irmãs e amigas para que
desenvolvessem algo sobre um assunto tão delicado e necessário. Capazes;
inteligentes;a ssertivas;s ábias;s ucintas;n ecessárias;c ristãs!
Particularmente, gosto muito do que diz Maria Luquet acerca do assunto, sobre
“FeminilidadeR adical”:
Uma vez que negamos uma parte das Escrituras, é uma questão de tempo para que
esvaziemos toda a doutrina cristã. O feminismo possui um deus e este deus é a mulher. Como
mulheres contra o patriarcado adorarão o “deus
masculino definido por homens” da religião
judaico-cristã? A ascensão do culto em torno do sangue menstrual e a “normalização” da
bruxaria revelam a crença no sagrado feminino e na elevação da “deusa interior”. Afinal,
Deus
Pai
ou Mãe Terra?
Não existe o seu feminismo,
existe
o feminismo como ele se mostra
historicamente.Ofeminismo,apesardesuasinúmerasvertentes, p ossui u
ma e
spinha d orsal
página123
Airrelevânciadasideologias
e
denominadores comuns a todas suas facetas - como o aborto, que são incompatíveis com a
doutrina cristã. Elizabeth Stanton, Simone de Beauvoir e Betty Friedan estão para o
feminismo assim como Jesus está para o cristianismo. “The Woman’s Bible”, “Le Deuxième
Sexe” e “The Feminine Mystique” estão para o feminismo como a Bíblia Sagrada está para o
cristianismo. Você é livre
para ser
feminista (e
não há
insulto por isso),
mas na
prática, terá
de escolher entre os
ideais cristãos ou
a liberdade absoluta pregada pela ideologia feminista.
“Ninguém pode servir a dois senhores; pois odiará a um e amará o outro, ou se dedicará a um
e desprezará o outro” (Mt 6:24). Intitular-se cristã e feminista é reduzir o termo “cristã”
a
“frequentadora de igreja”, tendo assim uma vida dicotomizada, onde princípios não
determinam o que é vivido de segunda a segunda, mas são acessórios de domingo. Tenham
cuidado para que ninguém os escravize a filosofias vãs e enganosas, que se fundamentam nas
tradiçõeshumanasenosprincípioselementaresdestemundo,enãoemCristo(Cl2:8).
A Bíblia é a dissolução de um patriarcado muito antigo, de modo que
qualquer
movimento se torna artificial ao se deparar com a profundidade das Escrituras e
todas as suas lições para cada um de nós, homens e mulheres do Senhor. Me atrevo e
me sinto na liberdade de dizer que o lugar de fala da mulher e
do homem não está
presente nos pontos em que se encaixam e na posição social em que ocupam, mas sim
na Cruz. Não estou negando a propriedade de cada um para falar acerca de um
assunto que diz respeito ao seu estilo de vida e suas experiências sociais, pois é óbvio
que quanto maior é
a experiência e
a vivência, maior é a autonomia. Mas o fato é que
em Cristo, alicerçados na Bíblia, temos um manual limpo e
necessário para encarar,
discutir e defender ou se opor a qualquer assunto, sem repressões - em relação à
tentativa de calar o outro cuja opinião é divergente. Logo, quando a intenção é
defender a Palavra de Deus, temos a liberdade de falar e discutir pacificamente sobre
os variados temas e examinar se eles têm algum fundamento na santa Revelação
escritad ivina.
Sobre o
feminismo, encerro afirmando que o movimento não é
uma indocilidade
nova contra a moral bíblica, pois, como vimos, o primeiro ato de desobediência em
busca de uma independência total se encontra no Éden. Não sejamos iludidos,
achando que todas as inadequações modernas são novidades na terra, até porque
“nada há de novo debaixo do sol” (Ec 1:9); na
verdade movimentos e
ideologias são
apenas remanescentes de problemas mui antigos (Ec 7:10). A mulher ousou e teimou,
e o homem infringiu a sua qualidade de bom esposo e negligenciou sua posição de
líder. De fato, não somos totalmente independentes, pois devemos ser inteiramente
dependentes do Senhor: “Quão amáveis são os teus Tabernáculos, SENHOR dos
Exércitos! A minha alma está desejosa, e desfalece pelos Átrios do Senhor; o meu
coração e a minha carne clamam pelo Deus vivo. Até o pardal encontrou casa, e a
andorinha ninho para si,
onde ponha seus filhos, até mesmo nos teus Altares, Senhor
dos Exércitos, Rei meu e Deus meu. Bem-aventurados os
que habitam em tua
Casa;
louvar-te-ão continuamente. Bem-aventurado o homem cuja força está em Ti, em
cujo coração estão os caminhos aplanados… Porque vale mais um dia nos teus Átrios
do que mil. Preferiria estar à porta da Casa do meu Deus, a habitar nas tendas dos
ímpios. Porque o Senhor Deus é um sol e escudo; o Senhor dará Graça e glória; não
retirará bem algum aos que andam na retidão. Senhor dos Exércitos, bem-aventurado
oh omemq uee mT ip õea s uac onfiança”( Sl8 4:1-5,1 0-12).
página124
Consideraçõesfinais
Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo
muitos, são um só corpo, assim é Cristo também. Pois todos nós fomos batizados em um
Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos
temos bebido de um Espírito. Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos. Se
o
pé disser: “porque não sou mão, não sou do corpo; não será por isso do corpo? E se a orelha
disser: “porque não sou
olho, não
sou do
corpo; não será por isso
do corpo? Se todo o corpo
fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde estaria o olfato? Mas agora
Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis. E, se todos fossem um só
membro, onde estaria o corpo? Assim, pois, há muitos membros, mas um corpo. E o olho não
pode dizer à mão: “não tenho necessidade de ti”; nem ainda a cabeça aos pés: “não tenho
necessidade de vós”. Antes, os membros do corpo que parecem ser os mais fracos são
necessários; e os que reputamos serem menos honrosos no corpo, a esses honramos muito
mais; e aos que em nós são menos decorosos damos muito mais honra. Porque os que em nós
são mais nobres não têm necessidade disso, mas Deus assim formou o corpo,
dando
muito
mais honra ao
que tinha falta
dela; para
que não haja divisão no corpo, mas antes tenham os
membrosigualcuidadounsdosoutros.1Coríntios12:12-25
Após
tudo o que foi visto aqui, acredito que fica inconcebível a ideia de qualquer
tipo de preconceito e acepção nas Escrituras. Os patriarcas tinham seus preferidos,
assim como as matriarcas, os hebreus de modo geral, os judeus, todos eles tinham
alguém predileto. Os homens tinham, têm, e sempre terão seus preferidos. Mas Deus
não! Para Deus, todos, homens e mulheres, são dignos: “Glória, porém, e honra e paz
a qualquer que pratica o bem; primeiramente ao judeu e
também ao
grego; porque,
para com Deus, não há acepção de pessoas” (Rm 2:10-11). Pelo Senhor Deus, todos,
homens e mulheres, foram incluídos no Plano salvífico: “Porque isto é bom e
agradável diante de Deus, nosso Salvador, que quer que todos os homens se salvem, e
venham ao conhecimento da verdade” (1 Tm 2:3-4). Entenda que quando as
Escrituras dizem que Deus quer que todos sejam salvos, não se refere a números e
quantidade, resultando em todas as pessoas do mundo, mas refere-se à qualidade, ao
grupo: homem, mulher, negro, branco, pardo, amarelo, índio, europeu, oriental,
ocidental, rico, pobre, baixo, alto, gordo, magro, etc. A exigência da salvação é a
mesma para todos, sem exceção: “Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua
casa” (At 16:31). O Senhor deixou claro para a mulher ousada que lavou seus pés com
lágrimas: “os teus pecados te são perdoados… A tua fé te
salvou; vai-te em paz” (Lc
7:48,50).
Naquela época as concubinas eram vistas praticamente como “amantes oficiais e
legais”; não tinham os mesmos direitos de esposas, e
consequentemente seus filhos
não tinham os mesmos direitos dos filhos das esposas legítimas. E o que o Senhor
fez? Honrou as concubinas de Jacó, tornando os filhos delas líderes entre as doze
tribos de Israel (Gn 49). No primeiro caso temos Bila, serva de Raquel, que gerou Dã
(Gn 30:3-6) e também Naftali (30:7-8), e
no segundo caso temos Zilpa, serva de Lia,
que gerou a Gade (30:9-11) e Aser (30:12-13). Dã, Naftali, Gade e Aser, filhos de
concubinas, e também líderes tribais que marcaram para sempre a história de Israel e
também a teologia judaica (Êx 24:4, 28:21; 39:14) e cristã (Mt 19:28; Lc 22:30; Ap
21:12).
Talvez muitos vejam no pacto do Senhor com Abraão, através da
circuncisão de
homens, uma preferência divina por eles. Líderes, sim, mas sempre iguais às
mulheres! Elas, todas elas que nasceram num lar de pacto, foram automaticamente
incluídas na aliança se nasceram de um pai circuncidado ou se casaram com um
homemc ircuncidado.U map ráticar emota q ue t razia b enefícios, a lém d e e
spirituais,
ágina126
p
Consideraçõesfinais
físicos e naturais também, no sexo, especialmente às próprias mulheres, pois se os
homens eram e são beneficiados pela prática, logicamente elas também eram; e na
verdade até hoje a circuncisção é recomendada e muito presente. Como é lindo o
batismo, meio de Graça, que traz benefícios espirituais para o homem e para a
mulher: “E uma certa mulher, chamada Lídia, vendedora de púrpura, da cidade de
Tiatira, e que servia a Deus, nos ouvia, e o Senhor lhe abriu o coração para que
estivesse atenta ao que Paulo dizia. E, depois que foi batizada, ela e a sua casa, nos
rogou, dizendo: ‘se haveis julgado que eu seja fiel ao Senhor, entrai em minha casa, e
ficaia li’.E n osc onstrangeua i sso”( At1 6:14-15).
Não consigo entender como a orientação (não obrigatória) da Bíblia para que a
mulher fique em sua casa cuidando de seus filhos e do seu marido possa ser machista
e digna da nossa repulsa. Não há nada mais belo que a preservação da família, o
apreço pela casa e a luta para que o lar se mantenha de pé; e esse dever é dado
especialmente à mulher não por ela ser inferior ao homem, e sim porque é bem mais
comum ela ter mais afeição, mais delicadeza, mais clareza em seus sentimentos, e
mais demonstração de amor do que o
marido; não que ele não tenha sentimentos ou
não ame, mas o fato é
que a mulher geralmente tem mais facilidade em demonstrar,
pois essa característica está enraizada em sua natureza. Um toque feminino traz cor e
vida. Mas, se é errado uma mulher trabalhar em função de sua família e do seu
marido, por amor e temor a Deus, por que não é errado ela trabalhar em função de
um patrão homem que muitas vezes ela não tem vínculo afetivo? Nas duas situações
não há problema nem erro, porque ela é livre, e reconhece a posição que Deus lhe deu
em Cristo. E por reconhecer sua identidade no Senhor Jesus, ela escolhe o caminho
que quer seguir para glorificar a Deus do seu modo, do seu jeito, na sua
particularidade e pessoalidade. Mas, quem é a dona de casa senão aquela que
administra as finanças do lar? Neste cenário o homem providencia, e a mulher
administraa p
rovidência.L embre-sed eP rovérbios3 1.
O cristianismo está repleto de mulheres sábias no Senhor, que servem a Ele, que
evangelizam, que exercem a função de missionárias, que assim como Priscila ensinam
a sã doutrina, que entendem perfeitamente o papel importante que cumprem no
auxílio de outras mulheres e crianças. Muitas são as teólogas que exortam, que
chamam pessoas para o estudo do conhecimento da Palavra, que encorajam jovens a
lutarem pela causa do Evangelho, que cuidam de crianças e preparam todas elas para
o futuro da igreja, entre outras posições e feitos fundamentais. Muitas foram as
mulheres que trabalharam em favor da igreja, como Febe (Rm 16:1), Trifena e
Trifosa, e Pérside (Rm 16:12). Tantas e tantas foram as mulheres importantes no
período neotestamentário, como uma mulher “chamada Lídia, vendedora de púrpura,
da cidade de Tiatira, e que servia a Deus… e o Senhor lhe abriu o coração para que
estivesse atenta ao que Paulo dizia” (At 16:14); ela não apenas se rendeu ao Senhor
mas consagrou toda a sua família, porque “foi batizada, ela e a sua casa” (At 16:15).
Paulo e Silas, e talvez Lucas, foram presos (At 16:19), e após toda a empreitada,
retornaramà c asad eL ídiae f oramc onfortados( Versosd e3 6a o4 0).
Além das tantas figuras femininas na Bíblia, que as cristãs podem ter como
inspiração, as cristãs protestantes têm, por exemplo, Katharina Von Bora, que
renunciou o possível conforto do convento e assumiu as responsabilidades do
movimento reformatório - considerando, claro, as falhas e a capacidade de pecados
da “primeira dama” da Reforma, bem como o contexto histórico em que viveu. Von
Bora f oi d e s
uma i mportância n a R eforma P rotestante e n a c ondução d e M artinho
página127
Consideraçõesfinais
Lutero em todo seu esforço para destacar publicamente a misericórdia de Deus e seu
amor. Como uma religião supostamente machista, de tal categoria, poderia permitir
tantasm ulheresi mportantesn at eologiae n av idac ristã?
Enquanto alguns veem como problemática a passagem de 1 Coríntios 11 (sobre o
véu da mulher), eu sinceramente a vejo como bela. Para mim é uma passagem que
destaca a reverência daquelas cristãs de Corinto ao Senhor. É verdade que a
orientação paulina está ligada ao contexto histórico -
um dos motivos pelos quais era
necessário o uso do véu reside nos anjos como constantes telespectadores da igreja (1
Co 11:10; 1 Pd 1:12). Se naquela cidade os cabelos eram uma forma de esbanjar
orgulho, as mulheres servas do Senhor escondiam como forma de reverência a Deus,
expondo aos irmãos e aos anjos um belo temor e respeito ao único digno de adoração
e culto. Mas, por que não preservar tal costume nos dias de hoje? Que mal há? É
bonito! É reverente! É sofisticado! No entanto, apesar de ser belo e possível nos dias
de hoje, não é algo que devamos polemizar, justamente porque é irrelevante para nós;
não existe peso doutrinário algum na passagem: “Mas, se alguém quiser ser
contencioso,n ósn ãot emost alc ostume,n ema si grejasd eD eus.”1 C oríntios1 1:16
Agar, uma concubina e egípcia, é
um exemplo da misericórdia do Senhor Deus e
de como seu amor se estende para todas as pessoas, independente de quem elas são.
Temos a certeza que o Senhor sempre se comoveu e se compadeceu de seus filhos, e
especialmente de suas filhas, independente de qual cargo elas exercem, qual posição
social elas detém, de quantas vezes choraram, de qual lugar vieram e onde nasceram,
e independente do passado. E por falar no amor e no cuidado de Deus por suas filhas
independente de tantas coisas, dentre elas a origem da mulher, foi Azenate que Ele
escolheu como esposa de José: “E Faraó chamou a José de Zafenate-Panéia, e deu-lhe
por mulher a Azenate, filha de Potífera, sacerdote de Om; e saiu José por toda a terra
do Egito” (Gn 41:45). Azenate, sim, uma egípcia, de terra idólatra, esposa de José, o
filho preferido de Jacó. Ele e ela, figuras de Cristo e a igreja. O Judeu que se casou
coma i grejat iradad entreo sg entios.
Amo o livro de Hebreus, pois ele está repleto de sombras e figuras, e
certamente
você já deve ter notado que sou apaixonado por este tema. Mas no capítulo 11 outro
tema que me enche os olhos é tratado: a fé; que é demonstrada tal como ela é: ação
em decorrência da oração. Fé não é uma guia cega, na qual você confia sem nenhuma
base sólida. Diz o autor: “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e
a prova das coisas que se não vêem. Porque por ela os antigos alcançaram
testemunho” (Hb 11:1-2). Muitos são os antigos: Sara (verso 11), que mesmo após
duvidar que conceberia em idade avançada e rir discretamente consigo mesma (Gn
18:10-15), riu de alegria pela gravidez e confiou que era o cumprimento da promessa
do Senhor (Gn 20:1-6); e Raabe, a que era prostituta (verso 31), mas que abandonou
aquela vida promíscua para servir a Deus e fazer parte da nação escolhida, se
tornando da descendência de Davi e do Senhor Jesus. Sara e Raabe tiveram uma
trajetória inspiradora, marcada pela fé -
mesmo com os seus defeitos e tropeços -,
e
lembradas pela personalidade de servas do Altíssimo. Registradas não apenas nos
livros de seus tempos, mas em Hebreus, relembradas, honradas e
homenageadas. A
matriarca e a corajosa; a mãe e a ancestral; a do povo e a gentia; a ex estéril e a ex
prostituta;a G raçae a m isericórdia.
Ao ler a vida de Salomão, um grande rei, eu sou incentivado a uma constante
melhora como homem, não por exemplos positivos, mas pelos exemplos que não
queros eguire a bsorverp aram inha v ida. I sto m e f az t er a p lena c erteza d a p erfeição
página 128
Consideraçõesfinais
da Bíblia, que expõe os erros e pecados dos principais personagens de sua literatura
não porque é conivente com eles, mas porque tem como objetivo escancarar a
realidade humana, a capacidade de errar e cometer até mesmo crimes, os desvios no
caráter, a falta de personalidade, os abusos, entre outras coisas. O fato das Escrituras
mostrarem como muitas mulheres eram oprimidas no passado, sem delongas,
acredito que me sirva de encorajamento a torcer e lutar por uma sociedade que
inverta isso, e torne a opressão das mulheres algo totalmente obsoleto, fora de
cogitação. Se todo o AT aponta para Cristo e a necessidade de um Redentor, após Ele,
todos os homens cristãos são encorajados a mudanças, pois no modelo bíblico de
liderança no Senhor, o homem, líder, tem um belo e suficiente exemplo. Jesus é
aquele recorte histórico entre o antes e o depois; antes era normal ver as mulheres e a
vida como um todo de um modo à parte, em suas particularidades e peculiaridades,
mas hoje, após Cristo, não é mais. Isso significa que o Deus encarnado é de fato a
solução para todos os problemas, e é a redenção não apenas delas, mas deles, ora, de
todos.
Após um período de dificuldades em terra estranha, o povo leu a Lei na praça (Ne
8:1-3), o qual se comoveu e chorou (versos de 6 a 9). Era a festa das trombetas (verso
2; conf. Lv 23:23-25; Nm 29:1-6), e por isso não convinha ao povo lamentar e chorar
(versos 10 e 11), mas festejar e se alegrar (verso 12). A alegria do Senhor, no texto, não
está tão clara se é uma referência a Deus em relação a nós, quando obedecemos e
ficamos fortalecidos na Lei, ou se é
uma referência a nós em relação a
Deus, quando
nos alegramos na suficiência do Senhor e na pureza de seus Mandamentos. O fato é
que conectados a Deus somos preenchidos e repletos de alegria; uma alegria jamais
vista e inegociável. E talvez uma das principais maneiras pelas quais podemos
constatar essa alegria é na experiência após a saída de uma terra estranha,
espiritualmente falando. E onde estavam as mulheres? Na reunião da leitura da Lei:
“E Esdras, o sacerdote, trouxe a Lei perante a congregação, tanto de homens como de
mulheres, e
todos os que podiam ouvir com entendimento, no primeiro dia do sétimo
mês” (Ne 8:2); este verso põe a mulher e o homem ombro a ombro, em pé de
igualdade, como de fato estão. Homens e mulheres, sem acepção, leram e ouviram
publicamentea L eid oS enhor.
Como pode ser motivo de vergonha para as mulheres ter recebido o dom de gerar
vida e sentir prazer nisso? Isso não é inferioridade nunca! Foi pelo ventre de uma
mulher que o Messias nasceu, para saquear o império das trevas e sacudir a poeira do
pecado que, como intoxicação, atormentava a alma de todos. Deus escolheu o interior
de uma mulher para vir ao mundo, em forma humana, garantir a
salvação de todos
aqueles que nEle creem. Nas entranhas de uma mulher o próprio Deus fez morada
por nove meses. Onde está a vergonha? Onde está a inferioridade? Onde está a
opressão? E quem é a mulher nas Escrituras, senão aquela que reconhece sua posição
no Senhor, e se regozija e se satisfaz nEle? Ela é plenamente feliz porque teme a
Deus. Qual o papel da mulher nas Escrituras? Não é ser uma máquina de reprodução,
mas seu papel é de ser amada, e amável, cuidada, e cuidadora, protegida, e protetora,
e ao mesmo tempo ativa, produtora, útil, base emocional e administrativa do lar.
E
qual a sua importância? Bom, é por ela que surge uma vida, e por ela que surgiu o
nossoR edentor.“ Simplesmente”i sso!
A honrosa religião cristã é inovadora, singular, refinada, humildemente luxuosa, é
única em todas as suas informações e conceitos, pois não centraliza o homem nem a
mulher,o uo sd oisj untos,n ump lanoc entral;a ntes,o C entro é o
S enhor, e a P essoa
página129
Consideraçõesfinais
de Cristo nos prova isso. É nEle que o homem e a mulher se encontram arraigados na
felicidade incessante. Talvez por isso o mundo não compreenda o porquê o homem
aceita carregar o fardo da liderança e mais ainda a mulher por aceitar ser submissa a
essa liderança. Não está nos moldes mundanos a fórmula bíblica, não faz parte das
curvas seculares a régua divina que define o que é certo e o que não é, o que é
adequado e o que não é.
Bem disse C. S. Lewis que “ser cristão quer dizer pensar que
onde o
cristianismo difere de outras religiões, aí o cristianismo está certo e elas estão
erradas”, e faz uma inteligente analogia e compara com a “... aritmética - há somente
um resultado certo para a conta, e todos os outros estão errados…” (Cristianismo
puro e simples, livro 2, pág. 67, cap. 1). Ora, filosoficamente falando, apenas uma
religião pode ser verdadeira, pois se todas elas realmente discordam em milhares de
pontos, não podem ser correspondentes, portanto não podem ser todas verdadeiras.
A relação entre um homem e uma mulher, na perspectiva bíblica, tem toda uma
beleza jamais vista em qualquer outra religião, e por isso ela é verdadeira e essencial;
as uap articularidadee m aestrian osa ssegura.
Justamente por entender seu papel, sua posição na igreja e quem é em Cristo, que
o sacrifício em prol da fé acontece em todas as partes desta terra. Sabemos que a
religião cristã é a mais perseguida no mundo; e não apenas hoje, mas no passado
também. Houve uma mulher, viúva, conhecida como Felicidade, que sofreu “um dos
martírios que mais impacto causou em Roma… Ela e sua família foram denunciadas a
Públio, prefeito da cidade, que com ameaças procurou induzi-la a renegar Cristo. Ela
corajosamente declarou que o prefeito estava perdendo seu tempo. Mesmo sob
assombrosas ameaças, ela lhe disse: ‘viva, eu te vencerei; se
me matares, em minha
própria morte, vencer-te-ei ainda mais’” (Hernandes Dias Lopes, Panorama da
história cristã, pág. 33, cap. 3). Felicidade foi chantageada através de seus filhos, e ao
invés de ceder, encorajou-os a morrerem pela causa do Evangelho, sendo alguns
decapitados. Ela viu seus filhos morrerem na sua frente, mas “no meio de seus
mortos, glorificou a Deus por ter-lhe dado sete filhos dignos de sofrer por Cristo. Por
fim,d epoisd ep rolongadae c ruelt ortura,e lat ambémf oid ecapitada”( pág.3 4).
Se por um lado o feminismo milita contra a estética por vaidades e futilidades, a
Bíblia não milita nem impõe, mas aconselha e orienta a mulher a valorizar, antes de
tudo, a beleza interior. As Escrituras estimulam as mulheres a reconhecerem que essa
beleza interior deve estar atrelada aos princípios e conceitos divinos: “Que do mesmo
modo as mulheres se ataviem em traje honesto, com pudor e modéstia, não com
tranças, ou com ouro, ou pérolas, ou vestidos preciosos, mas (como convém a
mulheres que fazem profissão de servir a Deus) com boas obras” (1 Tm 2:9-10);
consegue perceber que a proibição não está no uso de acessórios, mas na confiança
que é depositada? Ela pode se vestir e se embelezar, desde que a sua confiança e
alegria estejam no Senhor (Pv 11:22). Nas ideologias elas simplesmente são obrigadas
ad eixaru mp adrãoi mpostop aras eguiro utro.
Como já demonstrado, a função da mulher não é
unicamente gerar filhos; alguns
chegam a pensar mesmo nisso por causa de passagens como Gênesis 38:9. Mas a
própria Escritura deixa claro que a punição lhe sobreveio porque “o que fazia era mau
aos olhos do Senhor” (Gn 38:10). Apesar de serem honradas na
concepção, o louvor
não se restringe a isso: “As mulheres receberam pela ressurreição os seus mortos; uns
foram torturados, não aceitando o seu livramento, para alcançarem uma melhor
ressurreição; e outros experimentaram escárnios e açoites, e até cadeias e prisões.
Forama pedrejados,s errados,t entados, m ortosa o f io d a e spada; a ndaram v estidos
página130
Consideraçõesfinais
de peles de ovelhas e de cabras, desamparados, aflitos e maltratados (dos quais o
mundo não era
digno), errantes pelos desertos, e montes, e pelas covas e cavernas da
terra” (Hb 11:35-38). As mulheres são sinônimo de coragem, e
também por isso são
lembradase a plaudidasp elau nidaded aI greja.
Alguém pode ainda afirmar de forma categórica que todos os casos vistos neste
artigo que desfazem o quebra-cabeça sexista não representam toda a Bíblia, e que
portanto ela pode continuar sendo vista como uma obra machista. Ora, se na própria
Escritura milhares são os casos que refutam tal acusação, ela não pode ser rotulada
como uma obra sexista que reflete o pensamento social da antiguidade. Ou ela é toda
machista, e portanto tudo o que vimos aqui é um delírio e miragem ou desejável
demais para que fosse verdade, como oásis no deserto, ou
ela não é machista, e nela
algumas passagens aparentemente são, mas só enquanto não examinadas à luz do
contexto histórico e cultural, que é exatamente o que propus de forma extensa aqui.
Todas as conclusões de machismo nas Escrituras são desconexas das premissas que
propõem os oponentes, sendo assim, non sequitur. A Bíblia testemunha contra todas
as acusações infundadas: “Porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos
revestistes de Cristo. Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há
macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus. E, se
sois de Cristo,
entãos oisd escendênciad eA
braão,e h erdeirosc onformea p
romessa”( Gl3 :27-29).
AD eusp ertencet odaa G lória!
página131
Inclinai os ouvidos, ó céus, e falarei; e ouça a terra as palavras da minha boca. Goteje a minha
doutrina como a chuva, destile a minha palavra como o orvalho, como chuvisco sobre a erva e
como gotas de água sobre a relva. Porque apregoarei o Nome do Senhor; engrandecei a nosso
Deus. Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, porque todos os seus caminhos justos são; Deus é a
Verdade, e não há nEle injustiça; Justo e reto É. Corromperam-se contra Ele; não são seus
filhos, mas a sua mancha; geração perversa e distorcida é.
Recompensais assim ao
Senhor,
povo louco e ignorante? Não é Ele teu Pai
que
te adquiriu, te fez e te estabeleceu? Lembra-te
dos
dias da antiguidade, atenta para os
anos
de muitas gerações: pergunta a teu pai, e ele te
informará; aos teus anciãos, e eles te dirão. Quando o Altíssimo distribuía as heranças às
nações, quando dividia os filhos de Adão uns dos outros, estabeleceu os termos dos povos,
conforme o número dos filhos de Israel. Porque a porção do
Senhor é o seu povo; Jacó é a
partedasuaherança.Deuteronômio32:1-9
página132
Arte:J
oãoPedroRodrigues
Colaboração: André Souza, Djalma Luz, Rebeca Domingues, Esther Ribeiro, Natália Melo, Mariana
Castro, Carol Diacov, Sara Fabiane, Julia Lacerda, Sara Sharon, Paolla
Tagliatella,
Karina
Marques,
VitóriaLondero,LíviaBarbosa.
Deiinícioaesteartigoem31dejaneirode2021,às22:30.Econcluinodia06dejunhode2021,às14:14.
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