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SIGLAS
INTRODUÇÃO.....................................................................................................................................4
TEXTO BÍBLICO..................................................................................................................................5
1. ESTUDO TEXTUAL....................................................................................................................5
1.1. Texto original........................................................................................................................5
1.2. Crítica Textual......................................................................................................................6
1.3. Tradução Literal...................................................................................................................6
1.4. Tradução Dinâmica..............................................................................................................6
1.5. Defesa da Perícope e divisões..........................................................................................7
1.6. Esboço Mecânico.................................................................................................................7
1.7. Definição do gênero e subgênero literário........................................................................8
2. ESTUDO CONTEXTUAL............................................................................................................8
2.1. Contexto Histórico................................................................................................................8
2.2. Contexto Literário...............................................................................................................12
2.2.1. Contexto do livro todo................................................................................................12
2.2.2. Contexto remoto.........................................................................................................13
2.2.3. Contexto Próximo.......................................................................................................14
2.2.4. Estrutura do contexto Próximo.................................................................................14
2.3. Contexto Canônico............................................................................................................15
2.3.1. Antigo Testamento.....................................................................................................15
2.3.2. Novo Testamento.......................................................................................................15
3. ESTUDO TEOLÓGICO.............................................................................................................16
3.1. Comentário.........................................................................................................................16
3.2. Mensagem para a Época Escrita.....................................................................................16
3.3. Mensagem para hoje.........................................................................................................16
3.4. Teologia do Texto..............................................................................................................16
3.4.1. Implicações para a Teologia Bíblica........................................................................16
3.4.2. Implicações para a Teologia Sistemática...............................................................16
3.4.3. Implicações para a Teologia Prática.......................................................................16
CONCLUSÃO....................................................................................................................................16
SERMÃO............................................................................................................................................16
REFERÊNCIAS.................................................................................................................................17
4
INTRODUÇÃO
TEXTO BÍBLICO
“12
Não és tu desde a eternidade, ó SENHOR, meu Deus, ó meu Santo? Não
morreremos. Ó SENHOR, para executar juízo, puseste aquele povo; tu, ó Rocha, o
13
fundaste para servir de disciplina. Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o
mal e a opressão não podes contemplar; por que, pois, toleras os que procedem
perfidamente e te calas quando o perverso devora aquele que é mais justo do que
14
ele? Por que fazes os homens como os peixes do mar, como os répteis, que não
15
têm quem os governe? A todos levanta o inimigo com o anzol, pesca-os de
16
arrastão e os ajunta na sua rede varredoura; por isso, ele se alegra e se regozija.
Por isso, oferece sacrifício à sua rede e queima incenso à sua varredoura; porque
17
por elas enriqueceu a sua porção, e tem gordura a sua comida. Acaso, continuará,
por isso, esvaziando a sua rede e matando sem piedade os povos?
1. ESTUDO TEXTUAL
Nessa seção serão tratados questões relacionadas ao texto hebraico de Hb.
1.12-17, tradução, crítica textual e tradução dinâmica. O texto base para essa
análise é o TM da BHS. Toda análise e tradução será baseada no Léxico Analítico
de Benjamim Davidson, Léxico Hebraico e Aramaico de William L. Holladay, DITAT,
dicionário Hebraico-Português de Luiz Alonso Schökel, Manual da Bíblia Hebraica
de Edson de Faria Francisco e Gramática do Hebraico Bíblico de Page Kelly.
ְט֤ה ֹור ֵע יַ֙נ ִי֙ם ֵמ ְר ֣א ֹות ָ֔ר ע ְוַהִּ֥ביט ֶאל־ָעָ֖מ ל ֹ֣ל א תּוָ֑כ ל ָ֤לָּמ ה ַת ִּבי֙ט ּֽבֹוְגִ֔ד ים ַּת ֲחִ֕ר יׁש ְּבַבַּ֥לע ָר ָׁ֖ש ע ַצִּ֥דיק ִמ ֶּֽמּנּו׃13
ַוַּת ֲעֶׂ֥ש ה ָאָ֖ד ם ִּכְד ֵ֣גי ַהָּ֑ים ְּכֶ֖ר ֶמׂש ֹלא־ֹמֵׁ֥ש ל ּֽבֹו׃14
ֻּכֹּל֙ה ְּבַחָּ֣כה ֵֽהֲעָ֔ל ה ְיֹגֵ֣ר הּו ְבֶחְר ֔מ ֹו ְוַיַאְסֵ֖פ הּו ְּבִמ ְכַמ ְר ּ֑ת ֹו ַעל־ֵּ֖כ ן ִיְׂשַ֥מח ְו ָיִֽגיל׃15
6
ַעל־ֵּכ֙ן ְיַזֵּ֣ב ַח ְלֶחְר ֔מ ֹו ִֽויַק ֵּ֖ט ר ְלִמ ְכַמ ְר ּ֑ת ֹו ִּ֤כי ָבֵ֙ה ָּמ ֙ה ָׁש ֵ֣מ ן ֶחְל֔ק ֹו ּוַמ ֲא ָכ֖ל ֹו ְּבִר ָֽאה׃16
ַ֥הַעל ֵּ֖כ ן ָיִ֣ר יק ֶחְר ֑מ ֹו ְוָת ִ֛מיד ַל ֲה ֹ֥ר ג ּגֹוִ֖ים ֹ֥ל א ַיְחֽמ ֹול׃ ס17
12 Não é tu desde antiguidade1 Yavéh? Deus meu, santo meu, não morrerás tu.
Yavéh, tu o destinou para justiça, e Rocha, a fim de fazer reprovar (julgar) 2 tu o
estabeleceste. 13 Puro é seus olhos para veres mal, e não pode olhar em direção a
iniquidade prevalecer. Para quê observará maldosos, fazendo calar a boca, quando
assolar um justo mais que ele? 14 Tu criaste o ser humano como os peixes do mar.
Como réptil, não governados nele.3 15 A todo (humano) ele4 em anzol/gancho ele faz
subir, ele arrasta em rede dele e reúne em rede dele. Sobre essa base regozija ele e
exulta. 16 Sobre essa base ele sacrifica para dedicar, e queima incenso para a rede
dele. Pois, neles (é) gordo/fértil a porção dele e de sustento dele gordo. 17 Portanto,
assim vai fazer esvaziar (ele) a rede dele, e continuamente para matar povos sem
deixar com vida/apiedar-se?
1
A palavra ִמ ֶּ֗ק ֶד םse traduz semanticamente por antiguidade e não por eternidade (DITAT, 1998, p.
1318).
2
Reprovar é um verbo hifil infinitivo construto, por isso a ideia causativa de fazer reprova no sentido
legal, jurídico.
3
O verso 14 não se traduz como uma pergunta, como o faz a ARA, pois não nenhuma partícula ou
pronome interrogativo no texto original.
4
O texto usa continuamente o pronome na 3ª pessoa masculino singular, decidiu-se aqui por
preservar esse aspecto, ao invés de acompanhar a ARA que traduz o pronome no plural. Entende-se
que não há perigo de ambiguidade, pois claramente o texto se refere ao povo caldeu.
7
mais justo que ele? 14 Tu criaste o ser humano como os peixes do mar, como réptil
não há governo nele. 15 A todo (humano) ele (maldoso) levanta no anzol, arrasta em
sua rede e reúne em sua rede. Sobre ela (rede) ele se regozija e se alegra. 16 Por
isso, sobre essa base ele oferece sacrifício, e queima incenso para a rede dele.
Porque nelas ele tem fertilidade, a sua porção e o seu sustento farto. 17 Portanto
(essa é minha reinvindicação), assim vai fazer esvaziar a rede dele, e continuamente
(ficará) para matar povos sem apiedar-se (sem deixar ninguém com vida)?
ְט ֤ה ֹור ֵע יַ֙נ ִי֙ם ֵמ ְר ֣א ֹות ָ֔ר ע ְוַהִּ֥ב יט ֶא ל־ָעָ֖מ ל ֹ֣ל א תּוָ֑כ ל
L5 Puro é seus olhos para veres mal, e olhar em direção a iniquidade
prevalecer, não pode.
ָ֤לָּמה ַת ִּבי֙ט ּֽבֹוְגִ֔ד ים ַּת ֲחִ֕ר יׁש ְּבַבַּ֥לע ָר ָׁ֖ש ע ַצִּ֥דיק ִמ ֶּֽמּנּו׃
L6 Para quê observará maldosos, fazendo calar a boca, quando
assolar um justo mais que ele?
ֻּכֹּל֙ה ְּבַחָּ֣כה ֵֽהֲעָ֔ל ה ְיֹגֵ֣ר הּו ְבֶחְר ֔מ ֹו ְוַיַאְסֵ֖פ הּו ְּבִמ ְכַמְר ּ֑ת ֹו
L9 A todo (humano) ele em anzol/gancho ele faz subir, ele arrasta em sua rede
e reúne em sua rede.
2. ESTUDO CONTEXTUAL
Nesta seção serão discutidas questões como autoria, data, pano de fundo e
gênero literário.
nome do pai, de sua tribo nem de sua cidade de origem. As únicas menções a
Habacuque acontecem no apócrifo Daniel, Bel e o Dragão, que aparece em um
manuscrito da LXX, onde é mencionado que Habacuque alimentou Daniel quando
este foi colocado na cova dos leões. E em um manuscrito que diz que ele era filho
de um levita chamado Jesus (BAKER, 2001, p. 323-324). Porém, nenhum desses
materiais gozam de confiança, a ponto de nenhum estudioso tratar essas
informações com seriedade (SAYÃO, 2012, p. 89). Segundo O. Palmer Robertson
“Da mesma maneira que Elias, bem como João Batista..., Habacuque aparece
meramente como uma ‘voz’ e nada mais” (ROBERTSON, 2012, p. 176).
Porém, ao olhar para a história de Israel como um todo no AT, esse tipo de
situação aconteceu em diferentes épocas. Por isso, os VV. 5 e 6 ajudam com uma
segunda pista, pois em resposta ao clamor do profeta, o Senhor afirma que nos dias
do profeta ele mandaria, para punir a iniquidade reclamada, os Caldeus ()ַהַּכְׂש ִּ֔ד ים.
Esse termo, segundo Luiz Alonso Schökel pode ser traduzido por astrólogo ou
adivinho profissional, pois essa era a função dos Caldeus citado em Dn. 2.2
(SCHÖKEL, 1997, p. 327). Porém, pelo contexto bélico da passagem de
Habacuque, é pouco provável que o termo tenha esse significado. Os Caldeus em
Habacuque, como afirma Robert Chisholm é, muito provavelmente, uma referência
aos Babilônios (CHISHOLM, 2019, p. 484).
A descrição que Deus dá dos Caldeus nos versículos seguintes indica que
eles eram um povo poderoso que conquistava outros povos. Portanto, se o contexto
de Habacuque está relacionado com os Babilônios, a data do livro coincide com o
10
Josias que reinou de maneira justa por 31 anos. Porém, seus antecessores
Manasses e Amom foram extremamente perversos. A perversidade era tanta, que
Manasses que reinou por mais de meio século, praticou idolatria e foi capaz de
queimar um de seus filhos em sacrifício a deuses falsos (cf. 2Rs. 21.1-6). Após ele
veio Amom que andou nas mesmas maldades de seu pai (cf. 2Rs. 21.20). Depois
dele veio o bom rei Josias que promoveu diversas reformas, destruição de altares
dedicados a deuses falsos, renovação do compromisso da aliança e
restabelecimento da Páscoa (cf. 2R. 23.24-26). Porém após a morte de Josias, o rei
que se levantou voltou a fazer o que era mal diante do Senhor.
Nesse contexto é fácil entender a frustração do profeta, que viveu para ver um
pouco do bom reinado de Josias, mas com a presença de Jeoaquim, a bondade de
Josias começa a parecer uma realidade muito distante. Seu livro reflete a
expectativa de alguém que almeja em seu tempo um novo avivamento para sua
nação.
A preocupação ética é porque Deus, que é santo, afirma que usaria um povo
mais perverso para punir a iniquidade de Judá. E sua preocupação com a segurança
do justo é porque esse povo enviado por Deus tinha fama de ser muito violento e
com essa invasão iminente os justos seriam terrivelmente atingidos. Por isso, ele
pergunta como era possível um Deus santo e justo permitir tal situação (Hc. 1.12-
2.1). E no capítulo dois vem mais uma resposta de Deus, para as duas
preocupações do profeta. Primeiro dizendo mesmo que a destruição fosse iminente,
o próprio Deus garantiria a segurança dos justos, que viveriam por meio da fé (Hc.
2.2-4). O texto analisado aqui, foca exatamente nessa primeira parte da resposta de
Deus ao profeta, quanto à segurança do justo. A segunda parte da resposta de Deus
sana a preocupação ética do profeta, pois afirma que os caldeus não ficariam sem
punição pela sua iniquidade, proferindo cinco ais contra esse povo (Hc. 2.5-20).
Resposta do Senhor – 1.5-11 – “A justiça vem, mas não como que você
espera.”
Segunda resposta de Deus, parte dois – 2.5-20 – “Na hora certa cuidarei do
ímpios.”
Deus todo poderoso – 3.3-15 – “Ele guarda sua aliança e vem salvar.”
Para esse esboço do livro tomou-se como base, com alguns acréscimos, o
esboço proposto por Robert Chisholm (cf. CHISHOLM, 2019, p. 485). Nele, é
possível observar que a perícope analisada ocupa posição central dentro do livro.
Desde o início do livro Habacuque se mostra preocupado com o justo, pois com a
14
distorção da lei era o justo que estava sendo prejudicado. Por isso a resposta de
Deus ao profeta no Bloco 1 o deixa extremamente alarmado, pois, os caldeus ao
invadirem Judá, não fariam distinção entre justos e ímpios. Isso gerou um novo
questionamento, abrindo o Bloco 2, e a resposta de Deus ao segundo
questionamento do profeta, dizendo que salvaria o justo e julgaria os invasores
ímpios, foi determinante para Habacuque descansar no Senhor e irromper em
adoração no Bloco 3. Conclui-se aqui que nossa perícope une os três Blocos do livro
para formar sua mensagem central, a universalidade do julgamento de Deus, seu
cuidado com o justo por meio da fé, e a resposta confiante do justo diante desse
conhecimento
3. ESTUDO TEOLÓGICO
3.1. Comentário
CONCLUSÃO
SERMÃO
17
REFERÊNCIAS
BAKER, David Weston; T. Desmond Alexander; Richard J. Sturz. Obadias, Jonas,
Miqueias, Naum, Habacuque e Sofonias, Introdução e Comentário. São Paulo:
Vida Nova, 2001.