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Probabilidade

Considere as seguintes situações.


1a situação: No lançamento de um dado comum, com as faces numeradas de um a seis, a
probabilidade de sair o número 3 é menor do que a probabilidade de sair o número 5?
Espaço amostral: U = {1, 2, 3, 4, 5, 6}
• Evento A: sair 3.
A = {3} h A é um evento simples.
• Evento B: sair 5.
B = {5} h B é um evento simples.
Portanto, a probabilidade de "sair 3" é de "1 em 6". A probabilidade de "sair 5" também é
de "1 em 6".
1
Dizemos que a probabilidade de ocorrer o evento A é igual a = 0,1666... ou, ainda, de
6
16,66...%.
1
Analogamente, a probabilidade de ocorrer o evento B é igual a ou, ainda, de 16,66...%.
6
Portanto, a probabilidade de sair 3 é igual à probabilidade de sair 5.
1
Para cada um dos outros números do espaço amostral, a probabilidade continua a mesma: .
6
2a situação: No lançamento de uma moeda, qual é a probabilidade de sair "cara"?
Espaço amostral: U = {cara, coroa}
•  Evento B: sair "cara".
B = {cara} h B é um evento simples.
1
Nesse caso, a probabilidade de "sair cara" é de "1 em 2", ou de = 0,50, ou, ainda, de 50%.
2
1
Observe que a probabilidade de "sair coroa" também é de .
2
SAIBA QUE... 3 situação: No Campeonato Brasileiro de Futebol, após uma partida, há
a

O exame antidoping detecta, um sorteio para definir os jogadores que vão fazer o exame antidoping.
na urina de atletas, o uso e a ■ Escudos
RODRIGUES/DREAMSTIME/

quantidade de substâncias
MAXWELL DE ARAUJO

dos times
não autorizadas pela Agência x Atlético
GLOW IMAGES

Mundial Antidoping (AMA). Mineiro e


ATLÉTICO MINEIRO VITÓRIA
Vitória.
Suponha que após um jogo entre o Atlético Mineiro e o Vitória, um jogador de cada time, entre
os 11 titulares e os 7 reservas, fossem sorteados.
Qual é a probabilidade de o goleiro titular do time do Vitória ser sorteado?
• Evento A: ser sorteado o goleiro titular do Vitória.
Como são 18 jogadores (11 + 7), temos n(U) = 18.
O goleiro titular é um entre os 18 jogadores, isto é, n(A) = 1.
1
Então, a probabilidade de ele ser escolhido é de "1 em 18", ou seja, 1 0, 0555... ou, ainda,
18
aproximadamente 5,5%.
Podemos observar que qualquer jogador da equipe terá a mesma probabilidade (5,5%) de ser
escolhido para o exame antidoping.

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Considere um experimento aleatório em que, para cada um dos n eventos simples do espaço
amostral U, a chance de ocorrência é a mesma. Nesse caso, os eventos são chamados de equi-
prováveis, e dizemos que o espaço amostral também é equiprovável, e a probabilidade de cada
1
evento simples é .
n
Para um evento simples A, em que todos os eventos unitários possuem a mesma chance
1
de ocorrer, indicamos a probabilidade de A por P(A) e temos:  P(A) =
n (U )

em que n(U) é o número de elementos do espaço amostral U.

4a situação: No lançamento de dois dados comuns, um branco e um vermelho, qual é a proba-


bilidade de a soma dos resultados dos dois dados ser maior do que 7?
Observe o espaço amostral U desse evento:
U = {(1, 1), (1, 2), (1, 3), (1, 4), (1, 5), (1, 6), (2, 1), (2, 2), (2, 3), (2, 4), (2, 5), (2, 6), (3, 1), (3, 2), (3, 3), (3, 4), (3, 5), (3, 6),
(4, 1), (4, 2), (4, 3), (4, 4), (4, 5), (4, 6), (5, 1), (5, 2), (5, 3), (5, 4), (5, 5), (5, 6), (6, 1), (6, 2), (6, 3), (6, 4), (6, 5), (6, 6)}
1
Como U é um espaço equiprovável e n(U) = 36, a probabilidade de cada evento simples é .
36
Vamos chamar de E o evento "A soma dos resultados dos dois dados é maior do que 7".
Tem-se E = {(2, 6), (3, 5), (3, 6), (4, 4), (4, 5), (4, 6), (5, 3), (5, 4), (5, 5), (5, 6), (6, 2), (6, 3), (6, 4), (6, 5), (6, 6)}.
Logo, n(E) = 15.
Podemos entender P(E) como a soma das probabilidades dos 15 eventos simples, cuja probabi-
1
lidade é .
36 1 1 1 15
P(E) = + + ... + =
36
 36  36 36
15 vezes

n(E ) 15
A probabilidade do evento E é dada por: P(E) = =
n (U ) 36
Dessa maneira, podemos ampliar a definição de probabilidade de um evento simples para a

n ( A)
probabilidade de um evento qualquer P(A):  P(A) =
n (U )
em que P(A) é a razão entre o número de elementos do evento A e o número de elementos do
espaço amostral U.
Observações:
• A probabilidade de ocorrência de um evento A qualquer é um número de zero a um, ou seja,
0 < P(A) < 1.
• A probabilidade é sempre calculada como uma fração e pode ser expressa na forma decimal
ou em forma percentual. Exemplo:
15
P(E) = 1 0, 42 , ou seja, P(E) 1 42%
36
• Note que P(vazio) = 0.

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• Se A é um evento impossível, então P(A) = 0.
• Se A é um evento certo, então P(A) = 1.
• Sejam A e A dois eventos complementares de um espaço amostral U; então, A " A = @ e
A ' A = U. Assim, devemos ter: n(A) + n( A) = n(U)
n ( A) n ( A) n (U )
Como n(U) 5 0: + = h P(A) + P( A) = 1
n (U ) n (U ) n (U )

P(A) + P( A) = 1

5a situação: Considere um conjunto de dez frutas, em que três estão estragadas. Escolhendo aleato-
riamente duas frutas desse conjunto, determine a probabilidade de ambas não estarem estragadas.
Seja U o número de maneiras de escolher duas frutas entre dez:
 10
n(U) = C10,2 =
10!
=
(10 ? 9 ? 8!) = 45 , que é o número de elementos do espaço amostral.
 2 2! 8! (2 ?1? 8!)
Seja A o evento "ambas as frutas escolhidas não estão estragadas".
O cálculo do número de maneiras de escolher duas frutas não estragadas entre 7 (10 _ 3 = 7) é:
 7 7! 7 ? 6 ? 5!
n(A) = C7,2 =
= = = 21
 2 2!5! 2 ? 5!
n ( A) 21 7
Logo, a probabilidade desse evento é: P(A) = = h P(A) = ou P(A) 1 47%.
n (U ) 45 15
Considere, também, o evento B: pelo menos uma fruta está estragada.
O evento B "pelo menos uma fruta está estragada" significa que ou uma fruta ou duas frutas
devem estar estragadas.
O evento B é complementar do evento A (ambas as frutas escolhidas estão estragadas).
7 7 8
Assim, + P(A) = 1 h P(A) = 1 _ h P(A) = ou P(A) 1 53%. Portanto, P(B) 1 53%.
15 15 15
6a situação: Em uma caixa foram colocadas cinco fichas numeradas de 5 a 9. Sorteando ao acaso,
sem reposição, duas fichas, qual é a probabilidade de os números das fichas sorteadas serem
consecutivos?
Saindo no primeiro sorteio o número 5 ou o 9, verificamos o seguinte:
• 5 – temos 1 possibilidade para o segundo sorteio (o número 6);
• 9 – temos 1 possibilidade para o segundo sorteio (o número 8).
Saindo no primeiro sorteio o número 6, ou o 7, ou ainda o 8, verificamos o seguinte:
• 6 – temos 2 possibilidades para o segundo sorteio (os números 5 e 7);
• 7 – temos 2 possibilidades para o segundo sorteio (os números 6 e 8);
• 8 – temos 2 possibilidades para o segundo sorteio (os números 7 e 9).
Logo, são 8 possibilidades de os números serem consecutivos em um total de 20 possibilida-
des (5 ? 4 = 20). Portanto, probabilidade de os números das fichas sorteadas serem consecutivos
8
é = 0,40 ou 40%.
20

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> ATIVIDADES RESOLVIDAS
4. No lançamento de um dado comum, determi- Resolução
ne a probabilidade de se obter: a) Temos 17 árbitros do estado do Rio de
a) o número 2; Janeiro e 7 árbitros de Minas Gerais.
Portanto, temos 76 árbitros possíveis:
b) um número par;
100 _ (17 + 7) = 76.
c) um número múltiplo de 3. Consideremos o evento A: árbitro sorteado
Resolução não ser originário dos estados desses clubes,
76
O espaço amostral é U = {1, 2, 3, 4, 5, 6}, e temos P(B) = = 76%.
n(U) = 6. 100
b) Se o árbitro não for paranaense, temos:
a) A = {2}; portanto, n(A) = 1.
n( PR ) = 90, em que PR significa não ser do
n ( A) 1 estado do Paraná (100 _ 10).
P(A) = = 1 0,1667
n (U ) 6 Assim, podemos concluir que a probabi-
P(A) 1 0,1667 lidade de o árbitro não ser paranaense é
P(A) 1 16,67% 90
P( PR ) = = 90%.
100
b) B = {2, 4, 6}; portanto, n(B) = 3.
n(B ) 3 1
6.
Considere os números de três algarismos dis-
P(B) = = = = 0,50 tintos que podem ser formados pelos algaris-
n (U ) 6 2
mos 2, 3 e 4. Imagine que um desses números
P(B) = 50% foi escolhido ao acaso e considere:
c) C = {3, 6}; portanto, n(C) = 2.
n (C ) 2 1 Evento A – o número sorteado é múltiplo de 3.
P(C) = = = 1 0,3333 Evento B – o número sorteado é múltiplo de 5.
n (U ) 6 3
P(C) 1 33,33% Qual é a probabilidade de ocorrer cada um
5.
Uma confederação de futebol, em respeito ao desses eventos?
Estatuto do Torcedor, realiza um sorteio para Resolução
definir os árbitros das partidas de cada rodada Primeiro obtemos o espaço amostral desse
do Campeonato Brasileiro de Futebol. experimento:
Observe a quantidade de árbitros, por estado, U = {234, 243, 324, 342, 423, 432}.
que entrou no sorteio para os jogos de deter- Logo, n(U) = 6.
minada rodada do campeonato. Um número é múltiplo de 3 quando a soma
dos valores de seus algarismos é divisível por
Quantidade de árbitros por estado
3. Assim, os seis números formados são múl-
Estado SP RJ SC PR MG GO RS DF CE PA tiplos de 3, ou seja, A = U. Nesse caso, A é um
Quantidade evento certo e, portanto:
19 17 11 10 7 9 9 6 5 7
de árbitros n ( A) 6
P(A) = = = 1 ou P(A) = 100%
Fonte: Dados fictícios. n (U ) 6
Para um jogo entre um clube do Rio de Janeiro Por outro lado, entre os números formados
e outro de Minas Gerais, qual é a probabilidade não há múltiplos de 5, ou seja, números que
de o árbitro sorteado: terminam em 0 ou 5. Assim:
n(B ) 0
a) não ser originário dos estados desses clubes; P(B) = = = 0 ou P(B) = 0%
n (U ) 6
b) não ser paranaense.
Portanto, P(A) = 1 e P(B) = 0.

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