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I RELITA – Reciclagem de RH em Ensaios Geotécnicos – Programa ITA – SERENG-5

PONTO DE FULGOR E DE COMBUSTÃO DO CIMENTO ASFÁLTICO

1 – DEFINIÇÃO

Ponto de fulgor é a menor temperatura em que ocorra um lampejo, provocado pela


inflamação dos vapores da amostra, pela passagem de uma chama piloto. Não deve ser confundido
com halo azulado que, às vezes, circunda a chama piloto.
Ponto de combustão é a temperatura em que a amostra, após inflamar-se pela passagem
da chama piloto, continua a queimar por 5 segundos, no mínimo.

2 – ENSAIO

2.1 – Aparelhagem usada

- Vaso aberto Cleveland que consiste nas seguintes partes: cuba de ensaio, placa de
aquecimento, dispositivo para aplicação da chama piloto, fonte de aquecimento e
suportes.a

2.2 – Execução do ensaio

a) Encha a cuba de tal modo que a superfície livre da amostra fique exatamente na
marca do nível da cuba. Remova qualquer excesso da amostra adicionada, por meio
de uma pipeta ou dispositivo conveniente; entretanto, se houver amostra no exterior
da cuba, esvazie-a, limpe-a e encha-a novamente. Remova qualquer bolha de ar na
superfície da amostra. Amostras muito viscosas podem ser aquecidas até ficarem
razoavelmente fluidas, antes de serem colocadas na cuba. A temperatura de
aquecimento não deve ser maior que 56ºC abaixo do ponto de fulgor provável da
amostra.
b) Acenda a chama piloto e regule-a para o diâmetro de 3,2 a 4,8mm, tamanho da
espera de comparação do aparelho se houver.
c) Aqueça a amostra de tal modo que, inicialmente, o aumento de temperatura seja de
14 a 16ºC por minuto. Quando a temperatura da amostra aproximar-se de 56ºC
abaixo do ponto de fulgor esperado, diminua a velocidade do aquecimento, de modo
que o aumento da temperatura nos 28ºC finais seja de 5 a 6ºC por minuto.
d) Começando, pelo menos, a 28ºC abaixo do provável ponto de fulgor, aplique a
chama piloto de 2 em 2ºC, passando pelo centro da cuba em movimento circular
horizontal, de raio igual a 150mm. O centro da chama deve mover-se num plano
horizontal a não mais de 2mm acima do plano da borda superior da cuba. O
movimento da chama deve ser primeiro em um sentido e, na leitura seguinte, no
sentido oposto. O tempo de passagem da chama sobre a cuba deve ser de cerca de 1
segundo.
e) Quando aparecer o lampejo em qualquer ponto da superfície da amostra, anote a
temperatura lida como ponto de fulgor, mas não confunda o verdadeiro ponto de
fulgor com um halo azulado que muitas vezes envolve a chama piloto.
f) Para determinar o ponto de combustão, prossiga o aquecimento da amostra, de modo
que a elevação da temperatura seja de 5 a 6ºC por minuto. Continue a aplicação da
chama piloto, a intervalos de leitura de 2ºC, até que a amostra inflamada pela chama
piloto permaneça queimando durante 5 segundos, pelo menos. Anote esta
temperatura como ponto de combustão.

2.3 – Resultados

- Correção para a pressão barométrica

Se a pressão barométrica for inferior a 715mm de Hg, proceda as seguintes correções


adicionais nos pontos de fulgor e combustão anotados:

Pressão barométrica (mm Hg) Correção (ºC)


715 a 665 2
664 a 610 4
609 a 550 6

- Precisão

a) Repetibilidade: resultados em duplicata, obtidos pelo mesmo operador, serão


considerados suspeitos, se diferirem por mais de 8º C.

b) Reprodutibilidade: resultados obtidos em laboratórios diferentes serão


considerados suspeitos, se diferirem entre si por mais de 16ºC para o ponto de fulgor
e por mais de 14ºC para o ponto de combustão.
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PENETRAÇÃO DO CIMENTO ASFÁLTICO

1 – OBJETIVO

A importância do ensaio de penetração é verificar a dureza do cimento asfáltico para


assegurar que o mesmo tenha resistência necessária à aplicação a qual será destinado.

2 – DEFINIÇÃO

A penetração é a distância em décimos de milímetros, que uma agulha padrão penetra


verticalmente na amostra de material, sob condições pré-fixadas de carga, tempo e temperatura.

3 – ENSAIO

3.1 – Aparelhagem

- Recipiente no qual a amostra vai ser ensaiada, penetrômetro, agulha e uma cuba de
transferência.

3.2 – Preparação da amostra

a) Aquecer a amostra até tornar-se fluida. Em seguida, com agitação constante, elevar a
temperatura do asfalto de 98ºC a 108ºC acima do Ponto de Amolecimento Anel e
Bola. Derramar o material no recipiente de penetração, de modo a ter uma espessura
de material após o resfriamento de no mínimo 10mm maior que a penetração
esperada.
b) Colocar a tampa no recipiente para proteger a amostra contra poeira e deixar esfriar
numa atmosfera cuja temperatura esteja entre 20 e 30ºC, durante o tempo mínimo de
90 minutos e máximo de 120 minutos. Depois colocar a amostra e a cuba de
transferência no banho de água, mantido na temperatura do ensaio +/- 0,1ºC durante
os mesmos intervalos de tempo citados para resfriamento à temperatura ambiente.

3.3 – Condições de ensaio

Quando não mencionadas, subentendem-se como 25ºC, 100g, 5 segundos.


Outras condições podem ser indicadas, como por exemplo:

Temperatura (ºC) Carga (g) Tempo (s)


0 200 60
4 200 60
46 50 5

Nestes casos as condições de ensaio devem ser relatadas.


3.4 – Execução do ensaio

Coloque o peso de 50g acima da agulha, fazendo com que a carga total seja de 100g para
o conjunto de penetração, inclusive a agulha. Coloque o recipiente da amostra dentro da cuba de
transferência, encha a cuba água do banho de água de tal modo que a amostra fique totalmente
submersa; coloque a cuba de transferência sobre o prato do penetrômetro e execute o ensaio
imediatamente. Ajuste a agulha à superfície da amostra, fazendo com que coincida exatamente a
imagem da agulha refletida pela amostra com sua imagem verdadeira. A imagem refletida é obtida
usando-se uma fonte de luz que ilumine adequadamente a amostra.
Zere o ponteiro do mostrador. Libere rapidamente a agulha durante o tempo
especificado, ajuste o instrumento para medir a distância penetrada e anote esse valor.
Faça pelo menos três determinações em pontos da superfície da amostra, distante entre si
e da borda do recipiente de 1cm no mínimo.
Após cada penetração, retire a cuba de transferência e o recipiente do penetrômetro e
coloque-os no banho. Limpe a agulha com solvente apropriado, enxugue-a com um pano limpo e
seco e repita a operação já descrita.
Para valores de penetração acima de 225, utilize no mínimo três agulhas, deixando-as na
amostra até completar as determinações.

3.5 – Resultados

Aplica-se a média dos três valores obtidos, aproximadamente até a unidade, cujos
valores não se afastem mais que:

Penetração 0 até 49 50 até 149 150 até 249


Diferença máxima
entre o valor mais alto 2 4 6
e o valor mais baixo
das determinações

- Precisão

a) Repetibilidade: resultados obtidos pelo mesmo operador, sobre a mesma amostra,


num mesmo laboratório, usando a mesma aparelhagem e em diferentes dias serão
considerados suspeitos se diferirem para mais das seguintes quantidades:

Temperatura 25ºC e penetração abaixo de 50.............................. 1 unidade


Temperatura 25ºC e penetração igual ou maior que 50............... 3% da média

b) Reprodutibilidade: resultados obtidos em laboratórios diferentes serão


considerados suspeitos, se diferirem entre si por mais das seguintes quantidades:

Temperatura 25ºC e penetração abaixo de 50.............................. 4 unidades


Temperatura 25ºC e penetração igual ou maior que 50............... 8% da média

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PONTO DE AMOLECIMENTO DO CIMENTO ASFÁLTICO

1 – ENSAIO

O ensaio de ponto de amolecimento (ou também conhecido como anel-bola) tem por
finalidade estabelecer um procedimento padronizado para a determinação da temperatura em que o
asfalto adquire a consistência fluida que corresponde ao ponto de fusão. É um valor aproximado
porque os materiais asfálticos são uma dispersão de asfaltenos e maltenos entre outros elementos,
em proporções diferentes, tendo uma pasta mais ou menos consistente. Logo, há pontos de fusão
diferentes, sendo difícil fixar um pondo de fusão comum para o CAP.
É importante fazer este ensaio, cuja norma é (IPB/ABNT) MB-164, para saber a
temperatura em que o material betuminoso se aproxima da fase líquida, ajudando a lidar melhor
com o material e saber onde é melhor usá-lo.
Este ensaio consiste em colocar uma esfera de aço de massa entre 3,4 a 3,55g, com
diâmetro de 9,35mm, sobre um anel padronizado de diâmetro de 15,87mm e 6,4mm de altura
situado a 25,4mm do fundo de um recipiente de vidro contendo água destilada mantida a uma
temperatura de (5 +/- 0,5) ºC. Embaixo desta espera, há uma amostra de material betuminoso no
anel.
A água é aquecida a uma razão de 5ºC/min. E a temperatura pela qual a esfera (que só
serve para saber um peso para a amostra distender) e a amostra de asfalto tocarem a placa do fundo
é o resultado do ensaio. A precisão deste ensaio é de +/- 0,5 ºC.
Caso o resultado do ensaio der maior que 80ºC, deve-se substituir a água por glicerina.

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ÍNDICE DE SUSCEPTIBILIDADE TÉRMICA DO CIMENTO ASFÁLTICO


(índice de Pfeiffer-Van Doormal)

1 – ENSAIO

Denomina-se susceptibilidade a capacidade de um asfalto em modificar sua consistência


com maior ou menor intensidade, numa determinada faixa de temperatura.
É o ensaio que verifica a influência das variações de temperatura na consistência do
asfalto. Quando este é pouco susceptível, torna-se duro e quebradiço a baixas temperaturas.
Enquanto os muito susceptíveis modificam sua consistência com pequenas variações de
temperatura. O índice de Pfeiffer-Van Doormal relaciona entre si as medidas de penetração a 25ºC e
o ponto de amolecimento, e constitui uma indicação do grau de susceptibilidade dos asfaltos.
Quando o valor da susceptibilidade for maior que +2, corresponde a asfaltos pouco
susceptíveis e que apresentam elasticidade. A este grupo pertencem os asfaltos tipo gel, betumes
soprados e oxidados. Para os menores que -2, corresponde a asfaltos muito susceptíveis e que
apresentam escoamento viscoso. Estes são muito sensíveis às mudanças de temperatura, sendo
quebradiços às baixas temperaturas e moles às altas temperaturas. Aos valores compreendidos entre
-2 e +2, correspondem aos asfaltos que apresentam elasticidade e são denominados tipos sol ou
betumes normais. Esses tipos são próprios aos serviços de pavimentação.

1.1 – Fórmula

Índice de susceptibilidade = (500).(LOG PEN) + (20).(tºC) – 1951


120 – (50).(LOG PEN) + (tºC)

onde (tºC) = Ponto de amolecimento, MB – 164 (ver tabela)

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