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a
FACULDADE DE FILOSOFIA DOM AURELINO MATOS
CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA
AVALIAÇÃO
Primeiramente a Deus por todos as maravilhas que tem feito em minha vida, por estar
sempre comigo, abrindo portas e guiando meus passos, superando todos os obstáculos
com dedicação e sabedoria.
Aos meus pais, Liduina Maria de Lima Bandeira e Cenobio Bandeira Sobrinho, que me
apoiaram e me ensinaram a acreditar que por mais difı́cil que seja a jornada, nunca deve-
mos perder a fé e sempre perseguir nossos objetivos. Aos meus irmãos, especialmente ao
Claubio Bandeira e sua companheira Priscila de Sousa, por todo o apoio e ajuda durante
todo o meu percuso durante o curso.
Aos meus amigos Eloan Gurgel, Ívina Karol, Patrick de Oliveira, Raquel Bandeira, Tássio
de Jesus e Williana Nascimento, que compartilharam alegrias e tristezas, e que enfretaram
tantos desafios junto a mim, acreditando que não importa o quão difı́cil seja a batalha,
sempre daria tudo certo no final.
Gostaria de agradecer ao meu orientador, Wanderley de Oliveira, pelo apoio, disponibi-
lidade e excelente orientação durante toda a jornada, que desde o inı́cio acreditou em
minha capacidade e pela oportunidade de ser seu bolsista, onde me ajudou aprimorar
meus conhecimentos, que foi muito importante para compor este trabalho.
À todos os professores do curso que contribuı́ram significativamente para a minha formação
académica e profissional, para além da dedicação na partilha de conhecimento que foi es-
sencial para engrandecer este trabalho.
Enfim, à todos que de uma forma ou de outra contribuı́ram para a concretização deste
sonho.
1
Neste trabalho será feito um estudo teórico da geometria diferencial de curvas e superfı́cies
regulares, abordando o tema de forma bem simples para que o material fique acessı́vel a
professores ou mesmo alunos ou qualquer pessoa interessada no tema, todos os conceitos
matemáticos envolvidos são apresentados de forma clara e objetiva. Usando as curvas
como ponto de partida para o estudo, mostrando resultados de classificação de curvas por
meio de informações conhecidas, à priori, sobre a curvatura e a torção destas curvas. Em
seguida, estudamos superfı́cies regulares, apresentando resultados e conceitos importan-
tes, incluindo curvatura média e gaussiana, primeira e segunda formas fundamentais e
superfı́cies regulares, e então passamos para as superfı́cies mı́nimas, objeto central de es-
tudo deste trabalho. Esse trabalho tem como objetivo estudar e classificar as superfı́cies
regulares, regradas que possuem curvatura média constante igual a zero, ou seja, su-
perfı́cies mı́nimas. A metodologia aplicada foi a de pesquisa bibliográfica com a pesquisa
sobre a história e solução do problema e, em seguida de estudo dos tópicos de Geometria
Diferencial envolvidos. Obteve-se como resultado um teorema de classificação que diz que
as únicas superfı́cies regradas e mı́nimas são o plano e o helicóide.
In this work a theoretical study of the differential geometry of curves and surfaces will be
made. regular sessions, approaching the subject in a very simple way so that the material
is accessible to teachers or even students or anyone interested in the topic, all concepts
mathematicians involved are presented in a clear and objective way. using the curves as a
starting point for the study, showing results of classification of curves by means of informa-
tion known, a priori, about the curvature and torsion of these curves. In Next, we study
regular surfaces, presenting important results and concepts, including mean and Gaussian
curvature, first and second fundamental forms, and regular surfaces, and then we move
on to minimal surfaces, the central object of study in this work. This work aims to study
and classify the surfaces regular, ruled that have a constant mean curvature equal to zero,
that is, minimal surfaces. The applied methodology was the bibliographic research with
the research about the history and solution of the problem and, after that, the study
of topics in Geometry Differential involved. As a result, a classification theorem was ob-
tained which says that the only ruled and minimal surfaces are the plane and the helicoid.
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2 PRELIMINARES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
2.1 Estudo de Curvas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
3 SUPERFÍCIES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
3.1 Superfı́cies Regulares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
3.2 Primeira forma Fundamental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
3.3 Segunda forma fundamental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
3.4 Curvaturas de Gauss e Média . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
3.5 Superfı́cies Mı́nimas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
4 TEOREMA DE BARBOSA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
11
1 INTRODUÇÃO
2 PRELIMINARES
Nesta seção, apresentamos um estudo sobre curvas que são necessários para
nosso estudo, apresentaremos resultados, definições e alguns exemplos, que ajudaram
para as proximas seções e subseções seguintes deste trabalho. Concluı́mos esta seção com
importante teorema sobre classificação de algumas curvas por meio de informações sobre
curvatura ou torção de cada uma dela.
uma curva que modela uma hélice sobre o cilindro x2 + y 2 = a2 . A hélice apresentada a
seguir chamada de traço da curva α.
Exemplo 2.2 A reta é o tipo mais simples de curva no espaço euclidiano, explicitamente
a curva α : R → R3 dada por
α(t) = (t3 , t2 ), t ∈ R
Exemplo 2.5 A curva dada no Exemplo 2.3 é uma curva diferenciável parametrizada,
mas não é regular, pois α′ (t) = (3t2 , 2t) = (0, 0) para t = 0. Ou seja, o vetor velocidade
é nulo para t = 0.
Exemplo 2.6 A aplicação α : R → R2 , dada no Exemplo 2.4 não é uma curva para-
metrizada diferenciável, pois |t| não é diferenciável em t = 0.
é uma curva parametrizada diferenciável regular, pois α′ (t) = (3t2 − 4, 2t) ̸= (0, 0) para
todo t ∈ R. O traço está ilustrado na Figura 4.
β = α(h) : J → R3
dh
β ′ (s) = (s)(α′ (h(s)).
ds
Usando a regra da cadeira para comoposição de funções (g(f ))′ = g ′ (f ) · f ′ para cada
função coordenada, obtemos que
em que
p
||α′ (t)|| = (x′ (t))2 + (y ′ (t))2 + (z ′ (t))2
s s s
α(s) = a cos( ), a sen( ), b
c c c
a s a s b
α′ (s) = − sen( ), cos( ),
c c c c c
s 2
a s 2 a s 2 b
||α′ (s)|| = − sen( ) + cos( ) +
c c c c c
r
a2 2
s a2
2
s b2
= 2
sen + 2 cos + 2
rc c c c c
2
a 2
s
2
s b2
= 2
cos + sen +
rc c c c2
a2 + b 2
= 2
s c
a2 + b 2
=
a2 + b 2
√
= 1 = 1.
ds
(a reparametrização resultante é baseada em t=a). Logo, a derivada da função s(t) é
dt
uma função v = ∥|α′ ||. Como α é regular, por definição temos que α′ nunca será zero, e
20
ds
consequentemente > 0. Por Teorema da função inversa, a função s tem uma função
dt
dt ds
inversa t = t(s), cuja derivada em s = s(t) é a recı́proca de em t. Em particular,
ds dt
dt
> 0.
ds
Agora sejam β a reparametrização β(s) = α(t(s)) de α. Afirmamos que β tem
velocidade unitária. De fato, pelo Lema 2.1 temos
dt
β ′ (s) = (s)α′ (t(s)).
ds
dt
||β ′ (s)|| = (s)||α′ (t(s))||
ds
dt ds
= (s) (t(s))
ds dt
= 1.
√
Z t √
s(t) = || 5||dt = 5t
0
√
⇒ s = 5t
s
⇒ t= √ .
5
Logo,
s
β(s) = (α(s−1 (s))) = α(t(s)) = α(t) = α( ).
5
Assim, obtivemos uma reparametrização β, de modo que esta nova reparametrização tem
velocidade unitária. Portanto,
s s s
β(s) = (2 cos( √ ), 2 sen ( √ ), √ ).
5 5 5
2 s 2 s 1
β ′ (s) = (− √ sen ( √ ), √ cos( √ ), √ ).
5 5 5 5 5
21
1
Então, β ′ (s) é regular, pois √ ̸= 0. Além disso
5
s
4 s 4 s 1
||β ′ (s)|| = sen 2 ( √ ) + cos2 ( √ ) +
5 5 5 5 5
r
4 1
= · 1 + = 1.
5 5
Exemplo 2.11 Calcule a curvatura da hélice α(t) = (a cos(t), a sen (t), bt) do Exemplo
2.1.
Note que,
s s s
β(s) = (a cos( √ ), a sen ( √ ), b √ )
a2 + b 2 a2 + b 2 a2 + b 2
−a s a s b
β ′ (s) = ( √ sen ( √ ), √ cos( √ ), √ )
a2 + b 2 a2 + b 2 a2 + b 2 a2 + b 2 a2 + b 2
−a s −a s
β ′′ (s) = ( √ cos( √ ), √ sen ( √ ), 0)
2
a +b 2 2
a +b 2 2
a +b 2 a + b2
2
s
a2 s a2 s
||β ′′ (s)|| = √ cos2 ( √ )+ √ cos( √ )
( a2 + b 2 ) 2 a2 + b 2 ( a2 + b2 )2 a2 + b 2
r
′′ a a
||β (s)|| = ( 2 2
)2 = 2
a +b a + b2
a
⇒ k(s) = 2 .
a + b2
22
s s s
β(s) = (a cos( √ ), a sen ( √ ), b √ ).
a2 + b 2 a2 + b 2 a2 + b 2
Assim,
−a s −a s
β ′′ (s) = ( √ cos( √ ), √ sen ( √ ), 0).
2
a +b 2 2
a +b 2 2
a +b 2 a + b2
2
Daı́,
−a s −a s
√ cos( √ ), √ sen ( √ ), 0
β ′′ a2 + b 2 a2 + b 2 a2 + b 2 a2 + b 2
n(s) = = a
||β ′′ ||
a2 + b 2
s s
⇒ n(s) = (− cos( √ ), −sen ( √ ), 0),
a2 + b 2 a2 + b 2
−a s a s b
t = β ′ (s) = ( √ sen ( √ ), √ cos( √ ), √ ).
a2 + b 2 a2 + b 2 a2 + b 2 a2 + b 2 a2 + b 2
23
− cos( √ s s
−sen √ 0
a2 + b 2 a2 + b 2
1 b s b s
= √ 2 2
sen √ , 2 2
cos √ ,a
a +b a +b
2 2 a +b a +b
2 2 a + b2
2
′ b s s
⇒b = 2 cos √ , sen √ ,0 .
a + b2 a2 + b 2 a2 + b 2
t′ = kn (1)
n′ = −kt − τ b (2)
b′ = τ n (3)
Demonstração:
< t, b > = 0
< b, n > = 0
< t, n > = 0
< t, t > = 1 ⇒< t, t′ >= 0.
t′
n= ⇒ t′ = ||t′ || · n = kn,
||t′ ||
portanto, t′ = kn.
(2) Temos que
Portanto, n′ = −kt + τ b.
(3) Temos que
Como < b, b >= 1, temos < b′ , b >= 0. Agora como < b, t >= 0 segue que < b′ , t > + <
b, t′ >= 0. Assim
Desde que, < b, n >= 0 segue que, < b′ , n > + < b, n′ >= 0. Assim
gente unitário de α faz um ângulo θ constante com algum vetor unitário ⃗u, isto é,
< t(t), ⃗u >= cos θ para todo t.
Um exemplo de curva cilı́ndrica é a hélice do Exemplo 2.8. Para ter essa
conclusão basta observar que os vetores tangentes formam um ângulo constante como o
eixo z.
A curvatura k e a torção τ de uma curva determinam o comportamento local
da curva perto de uma vizinhança de seus pontos. Informações sobre a curvatura da curva
determinam até que ponto a curva não é mais uma reta e que informações sobre a torção
da curva determina o quanto essa curva não é mais plana. O teorema a seguir, classifica
algumas curvas parametrizadas no plano e no espaço por meio de informações sobre a
curvatura ou à torção de cada uma delas.
Teorema 2.3 Seja α : I → R3 uma curva regular parametrizada com |α′ (t)| = 1. Então:
(1) uma reta se, somente se k = 0;
(2) uma curva plana se, somente se, τ (s) = 0;
(3) um cı́rculo se, somente se, k > 0 e τ = 0;
τ
(4) uma hélice cilı́ndrica se, somente se, ̸= 0 e constante;
k
(5) uma hélice circular se, somente se, k > 0 e τ > 0 constantes.
Demonstração item (1). Suponhamos que α é uma reta. Então α pode ser parametri-
zada por
Por outro lado, seja α uma curva com k(s) = 0. Logo, |α′′ (s)| = 0 implica que
p
(x′′ (s))2 + (y ′′ (s))2 + (z ′′ (s))2 = 0,
onde x′′ (s) = y ′′ (s) = z ′′ (s) = 0, consequentemente α′′ (s) = (0, 0, 0). Então, existe uma
constante m, tal que
Z s Z s
′ ′ ′′ ′
α (s) = α (0) + α (z)dz = α (0) + 0 dz = α′ (0) + m = u,
0 0
onde, u = α′ (0) + m. Disto, também temos que existe uma constante n tal que
Z s Z s
′
α(s) = α(0) + α (z)dz = α(0) + u ds = us + (α(0) + n) = us + v,
0 0
26
Demonstração item (2). Suponhamos que α é uma curva plana. Logo, o vetor binormal
à α em s satisfaz b(s) = 0, ou seja b(s) é constante. Então, b′ (s) = 0 e, consequentemente
Por outro lado, seja α uma curva com torção τ (s) = 0. Logo, b′ (s) = 0 e, consequente-
mente, o vetor binormal b(s) é constante. Definamos a seguinte aplicação:
Como t(s) e b(s) são vetores ortonormais, então f ′ (s) = 0. Logo, f é constante. Notem
também que
Assim,
1
γ(t) = α(t) + n(t)
k
Note que
1
γ ′ (t) = α′ (t) + n′ (t)
k
1
= t(t) + (−kt(t) + 0b(t))
k
1
= t(t) + (−kt(t)) = 0.
k
Desta forma, a curva γ é uma curva constante γ(t) = c para todo t. Agora,
como
Como k ̸= 0, temos que < n(t), ⃗u >= 0. Assim, para cada t,⃗u mora no plano determinado
por t e b. Logo,
⃗u = cos θ + sen θ · b.
Derivando, segue
τ cos θ
= = constante.
k sen θ
τ
Reciprocamente, suponha constante. Escolha um ângulo θ tal que
k
τ
cot θ = .
k
temos
τ
pois de cot θ = segue k cos θ − τ sen θ = 0. Assim, ⃗u é um vetor unitário tal que
k
< t(t), ⃗u > = < t(t), cos θ · t(t) + sen θ · b(t) >
= cos θ.
Demonstração item (5). Pelo Exemplo 2.1 temos que se α é uma hélice circular
temos que a curvatura k e a torção τ são constantes. Resta mostrar que se α é uma curva
tal que k e τ são constantes, então α é uma hélice circular.
Como α tem ||α′ (t)|| = 1 e k e τ constantes, segue que α é uma hélice cilı́ndrica.
Então existe ⃗u tal que < t(t), ⃗u >= cos θ, com θ um ângulo constante. A partir de α,
definamos a curva
Essa curva é a projeção α sobre o plano ortogonal a ⃗u que passa por α(t0 ). Assim, γ é uma
curva plana e dessa forma tem torção nula. Vamos calcular a curvatura de γ. Derivando,
Calculando |γ ′ (t)|,
< γ ′ (t), γ ′ (t)| = < α′ (t)− < α′ (t), ⃗u > ⃗u, α′ (t)− < α′ (t), ⃗u > ⃗u >
= < α′ (t), α′ (t) > − < α′ (t), ⃗u >2 − < α′ (t), ⃗u >2 + < α′ (t), ⃗u >2 (u)2
= 1 − cos2 θ − cos2 θ + cos2 θ · 1
= sen2 θ.
γ(t) = γ̄(s(t))
γ ′ (t) = γ̄ ′ (s(t)) · s′ (t)
γ ′ (t) = γ̄(s(t)) · |γ ′ (t)|
γ ′ (t) = γ̄ ′ (s(t)) · sen θ.
3 SUPERFÍCIES
onde as funções x(u, v), y(u, v), z(u, v) têm derivadas parciais contı́nuas de todas as ordens
em U .
2. X é um homeomorfismo. Como x é uma bijeção contı́nua pela condição 1, então X
tem inversa X −1 : V ∩ S → U é contı́nua.
3. A diferencial dXq : R2 → R3 é injetiva para todo q ∈ U .
A aplicação X é chamada de uma parametrização ou um sistema de coordenadas (locais)
em (uma vizinhança de) p. A vizinhança V ∩ S de p em S é chamada de vizinhança
coordenada.
Observação 3 A continuidade da inversa na condição (2) serve para provar que certos
conceitos que dependem aparentemente da parametrização, na realidade só dependem do
ponto p ∈ S, isto é, independem da parametrização X : U → S ∩ V com p ∈ S ∩ V .
∂x ∂x
∂u ∂v
∂y ∂y
dXq = .
∂u ∂v
∂z ∂z
∂u ∂v
A condição (3) da Definição 3.1, nos fornece que dXq : R2 → R3 é injetora, quer dizer
que os dois vetores coluna da matriz Jacobiana acima são linearmente independentes. Ou
32
∂X ∂X
∧ ̸= 0.
∂u ∂v
Ou ainda, que uma das matrizes menores de ordem 2 da matriz dXq tem determinante
diferente de zero. Isto é, um dos determinantes:
∂x ∂x ∂y ∂y ∂x ∂x
∂(x, y) ∂u
∂v ∂(y, z) ∂u
∂v ∂(x, z) ∂u
∂v
= ; = ; = ,
∂(u, v) ∂(u, v) ∂(u, v)
∂y ∂y ∂z ∂z ∂z ∂z
∂u ∂v ∂u ∂v ∂u ∂v
é diferente de zero.
S 2 = {(x, y, z) ∈ R3 |x2 + y 2 + z 2 = 1}
∂(x, y)
Note que existe uma matriz menor com determinante diferente de zero. De fato, =
! ∂(u, v)
1 0
= 1 ̸= 0.
0 1
{(x, y, z) ∈ R3 ; x2 + y 2 = 1, z = 0}.
Para cobrir esses pontos vamos ultilizar os planos xz e yz, e definindo as seguintes para-
metrizações
p
X3 (u, v) = (u, + 1 − (u2 + v 2 ), v);
p
X4 (u, v) = (u, − 1 − (u2 + v 2 ), v);
p
X5 (u, v) = (+ 1 − (u2 + v 2 ), u, v);
p
X6 (u, v) = (− 1 − (u2 + v 2 ), u, v).
∂(x, y)
Note que existe uma matriz menor com determinante diferente de zero. De fato, =
! ! ∂(u, v)
1 0 ∂(x, y) 1 0
= 1 ̸= 0. = = 1 ̸= 0.
0 1 ∂(x, y) 0 1
• X é uma bijeção e X −1 é contı́nua, em que cada ponto (x, y, z) do gráfico é a imagem
por X de um único ponto (u, v) = (x, y) ∈ U , é a projeção contı́nua de R3 sobre o plano
35
xy.
Portanto, S = Graf(f ) é uma superfı́cie regular. O que prova o desejado.
π = {p0 + λa + µb |λ, µ ∈ R}
que passa pelo ponto p0 e é paralelo aos vetores ⃗a e ⃗b, é uma superfı́cie regular.
De fato, seja N = ⃗a ∧ ⃗b o vetor normal ao plano π. Então
D − Ax − By
f (x, y) = .
C
X : U ⊂ R2 → S,
y
= p .
x + x2 + y 2
p y
Note que x + x2 + y 2 > 0, Logo, u = 2 arctan p . Então, u é uma função
x + x2 + y 2
contı́nua em (x, y, z). Do mesmo modo se u está em um intervalo pequeno em torno de
π, temos que
y
u = arctan p
x − x2 + y 2
||Xu ∧ Xv ||2 = ||(−f (v)sen u, f (v) cos u, 0) ∧ (f ′ (v) cos u, f ′ (v)sen u, g ′ (v))||2
= ||(f (v)g ′ (v) cos u, f (v)g ′ (v)sen u, −f (v)f ′ (v))||2
= f (v)2 (f ′ (v)2 + g ′ (v)2 ) ̸= 0.
Para cobrir a faixa de S que não foi coberta, podemos cobrir por parame-
trizações similares. Então S é uma superfı́cie regular.
O teorema acima é um exemplo de ferramenta para se obter superfı́cies regula-
res sem muito esforço. Existem outras ferramentas e vamos apresentar mais uma a seguir.
Para isso, iniciamos com algumas definições.
x → f (x, y0 , z0 )
∂
dfp (1, 0, 0) = (x0 , y0 , z0 ) = fx (x0 , y0 , z0 )
∂x
Assim, concluı́mos que a matriz de dfp na base (1, 0, 0), (0, 1, 0), (0, 0, 1) é dada por dfp =
(fx , fy , fz ). Portanto, dizer que dfp : R3 → R não é sobrejetora equivale a dizer que
fx (p) = fy (p) = fz (p) = 0.
Logo, a ∈ f (U ) é um valor regular de f se, e só se, fx , fy e fz não se anulam simultanea-
mente em qualquer ponto do conjunto f −1 (a) = {(x, y, z) ∈ U |f (x, y, z) = a}. O conjunto
f −1 (a) é chamado imagem inversa do ponto a.
Como,
1 0 0
dFp0 = 0 1 0 ,
(x − x0 )2 (y − y0 )2 (z − z0 )2
+ + =1
a2 b2 c2
(x − x0 )2 (y − y0 )2 (z − z0 )2
F (x, y, z) = + + − 1.
a2 b2 c2
Então,
2(x − x0 ) 2(y − y0 ) 2(z − z0 )
gradF (x, y, z) = + + = (0, 0, 0).
a2 b2 c2
Se, e somente se, (x, y, z) = (x0 , y0 , z0 ). Portanto, F −1 (0) é uma superfı́cie regular, pois
0 é um valor regular de F , uma vez que o único ponto crı́tico de F , (x0 ; y0 ; z0 ), não
pertence a F −1 (0). Em particular inclui uma esfera de centro (x0 , y0 , z0 ) e raio r > 0
quando a = b = c = r.
A proposição a seguir fornece uma recı́proca local da Proposição 3.1, isto é,
que toda superfı́cie regular é localmente o gráfico de uma função diferenciável.
Proposição 3.3 Seja S ∈ R3 uma superfı́cie regular e p ∈ S. Então existe uma vizi-
nhança V de p em S tal que V é o gráfico de uma função diferenciável que tem uma das
seguintes formas:
∂(x, y)
é diferente de zero, onde X(q) = p. Suponhamos que ̸= 0 e consideremos a
∂(u, v)
aplicação diferenciável
∂(x, y)
Como ̸= 0, temos que dq (π◦X) : R2 → R2 é um isomorfismo. Logo, pelo Teorema
∂(u, v)
da Aplicação Inversa, existem abertos V1 ⊂ U e V2 ⊂ R2 , com q ∈ V1 e π ◦ X ∈ V2 tais
que π ◦ X : V1 → V2 é um difeomorfismo de classe C ∞ ,
Agora para nosso estudo, vamos definir superfı́cies uma classe de superfı́cies
regulares, as superfı́cies regradas. Definimos superfı́cies regradas do seguinte modo: Con-
sidere uma famı́lia diferenciável a 1-parâmetro de retas α(t), w(t), ou seja, uma corres-
pondência que associa a cada t ∈ I um ponto α(t) ∈ R3 e um vetor w(t) ∈ R3 , w(t) ̸= 0,
tais que ambos α(t) e w(t) sejam diferenciáveis em t. Assim, para cada t temos uma
reta Lt gerada por w(t) e que passa em α(t), está é a reta da famı́lia em t. A superfı́cie
parametrizada X(t, v) = α(t) + vw(t), t ∈ I, v ∈ R é a superfı́cie regrada gerada pela
famı́lia {α(t), w(t)}. As retas Lt são chamadas as geratrizes, e as curva α(t) é chamada
uma diretriz da superfı́cie X.
Veremos alguns exemplos dessas superfı́cies.
Exemplo 3.5 Um cilindro é uma superfı́cie regrada, pois é gerada por uma famı́lia a
41
1-parâmetro de retas {α(t), w(t)}, t ∈ I, onde α(t) está contida em um plano P e w(t) é
paralelo a uma direção fixa em R3 . Logo, uma parametrização para o cilindro pode ser
dado da forma
Exemplo 3.6 Já o cone é uma superfı́cie regrada gerada por uma famı́lia {α(t), w(t)}, t ∈
I, onde α(I) está contido em um plano P e todas as geratrizes Lt passam por um ponto
p ∈/ P . O ponto p é o vértice do cone. Como p ∈ Lt , então para cada t ∈ I, existe
v0 = v0 (t) ∈ R tal que
Note que fazendo u(v) = v − v0 , obtemos uma outra parametrização do cone, ou seja,
X(t, u) = p + u(v)w(t).
Exemplo 3.7 O helicoide é uma superfı́cie regrada gerada pela famı́lia {α(t), w(t)}, em
que α é a hélice parametrizada por α(t) = (cos t, sen t, t) e w(t) = (v cos t, v sen t), 0), t ∈
R, ou seja, é a superfı́cie formada por todas as retas paralelas ao plano xy, que unem cada
ponto do eixo z com o ponto da helice situado à mesma altura. Assim, uma parametrização
para o helicoide é dada por
com (t, v) ∈ R2 .
dXq (R2 ) ⊂ R3 ,
42
< r, s >p = r1 s1 + r2 s2 + r3 s3 .
Esse produto interno que é uma forma bilinear e simétrica, (isto é, < r, s >p =< s, r >p
e < r, s >p é linear em r e em s), que corresponde uma forma quadrática Ip : Tp S → R
dada por
Definição 3.3 A forma quadrática Ip em Ts S definida por Ip (r) =< r, r >p = ||r||2 ≥ 0,
é chamada a primeira forma fundamental da superfı́cie regular S ⊂ R3 em p ∈ S.
Seja r ∈ Tp S, então existe uma curva parametrizada α(t) = X(u(t), v(t)), com
43
onde
Exemplo 3.8 Seja π o plano de R3 que passa pelos ponto p = (x0 , y0 , z0 ) e é paralelo
aos vetores ortonormais w1 = (a1 , a2 , a3 ) e w2 = (b1 , b2 , b3 ). Logo X : R2 → π, dada por
X(u, v) = p0 + uw1 + vw2 , com x(u, v) ∈ R2 é uma parametrização de π que cobre todo o
plano.
Ip (aXu , bXv ) = a2 + b2
Outro problema métrico que pode ser tratado com a primeira forma fundametal
é calcular a área de uma região limitada em uma superfı́cie regular S.
Definição 3.4 Seja R ⊂ S uma região limitada de uma superfı́cie regular, contida em
uma vizinhança coordenada de uma parametrização X : U ⊂ R2 → S. O número positivo
ZZ
||Xu ∧ Xv ||du dv = A(R)
Q
que cobre o toro τ menos um meridiano e um paralelo. Por computações fáceis, os coefi-
cientes da primeira forma fundamental são
E = r2 F = 0 G = (r cos u + a)2 .
Qε = {(u, v) ∈ R2 ; 0 + ε ≤ u ≤ 2π − ε, 0 + ε ≤ v ≤ 2π − ε}
√
Daı́, como ||Xu ∧ Xv || = EG − F 2 = r(a + r cos u), obtemos
Z 2π−ε Z 2π−ε
A(Rε ) = ||Xu ∧ Xv ||du dv
ε ε
Z 2π−ε Z 2π−ε
= r(a + cos u)du dv
ε ε
= (2π − 2ε)2 ar + (2π − 2ε)r2 (sen (2π − ε) − sen ε).
A(T ) = lim A(Rε ) = (2π − 2 · 0)2 ar + (2π − 2 · 0)r2 (sen (2π − 0) − sen 0)
ε→0
= (4π 2 ar − 0) + 0 = 4π 2 ar.
Esse exemplo mostrou como calcular a área de uma superfı́cie toro τ . É im-
portante ressaltar que a parametrização não cobre por completo o toro, mas o que deixa
de cobrir não influencia na área.
Quando estivermos na situação de uma região R que não estar contida em uma
única parametrização, dividimos a região em partes que estejam contidas em que cada
parte esteja contida em uma vizinhança coordenada de uma parametrização.
Definição 3.5 A forma quadrática IIp , definida em Tp S por IIp (v) = − < dNp (v), v >,
é chamada a segunda forma fundamental de S em p.
Para um melhor entendimento da segunda forma fundamental IIp , seja C uma
curva regular em S, com p ∈ C, e α : I → C uma parametrização de C pelo comprimento
de arco, tal que α(0) = p e α′ (0) = v. Seja N (s) a restrição do vetor normal N à curva
α(s), então < N (s), α′ (s) >= 0, o que implica em
Xu ∧ Xv
N= .
|Xu ∧ Xv |
Nu = a11 Xu + a21 Xv ,
Nv = a12 Xu + a22 Xv .
Portanto,
dNp (η) = (a11 u + a12 v)Xu (q) + (a21 u + a22 v)Xv (q).
46
isto é,
! ! !
u a11 a12 u
dNp = .
v a21 a22 v
em que
Nesta subseção vamos definir duas curvaturas importantes para o nosso estudo
de superfı́cies, a Curvatura de Gauss (K) e a Curvatura Média (H). Vamos obter agora
os valores de aij a partir dos coeficientes e, f, g. Como Nu = a11 Xu + a21 Xv e Nv =
47
ou seja,
! ! !−1 ! !
a11 a21 e f E F 1 e f G −F
=− =− . (4)
a12 a22 f g F G EG − F 2 f g −F E
Logo,
f F − eG gF − f G
a11 = 2
; a12 = ;
EG − F EG − F 2
eF − f E f F − gE
a21 = ; a 22 = .
EG − F 2 EG − F 2
A curvatura de Gauss é definida como sendo o determinante da matriz que define a dNp .
Assim, a partir de (4), temos
! !
1 e f G −F
K = det(aij ) = − det det
EG − F 2 f g −F E
1
= (eg − f 2 )(GE − F 2 )
(EG − F 2 )2
eg − f 2
= .
EG − F 2
em que E =< Xu , Xu >, F =< Xu , Xv >, G =< Xu , Xv >, e =< N, Xuu >, f =<
N, Xuv > e g =< N, Xvv >.
A curvatura média é definida como o traço da matriz que define a dNp . Para
o cálculo da curvatura média, podemos calcular o traço de dNp a partir da matriz diago-
nalizada. Para isso, sejam k1 e k2 , tais que
1 1 1 eG − 2f F + gE
H = (k1 + k2 ) = − (a11 + a22 ) = .
2 2 2 EG − F 2
k1 + k2
Temos ainda que, H = e K = k1 k2 . Logo 2H = k1 + k2 . Substituindo na equação
2
5 obtemos
k 2 + 2Hk − K = 0
Portanto,
√
−2H ± 4H 2 + 4K √
k= = −H ± H 2 + K
2
contı́nuas em S.
Observação 8 Um ponto é dito umbı́lico se as curvaturas principais nesse ponto são
iguais. De forma equivalente, p é um ponto umbı́lico se, e somente se, H 2 (p) = K(p). De
fato,
2
2 k1 + k2
H (p) − K(p) = − k1 k2
2
k12 + 2k1 k2 + k22
= − k1 k2
4
k12 + 2k1 k2 + k22 − 4k1 k2
=
4
(k1 − k2 )2
= ≥ 0.
4
φ : D̄ × (−ε, ε) → R3
dado por φ(u, v, t) = X(u, v) + th(u, v)N (u, v), com (u, v) ∈ D̄, t ∈ (−ε, ε). Para cada
t ∈ (−ε, ε) fixo, a aplicação X t : D → R3 dada por X t (u, v) = φ(u, v, t) é uma superfı́cie
parametrizada com
∂X t
= Xu + thNu + thu N,
∂u
∂X t
= Xv + thNv + thv N.
∂v
Como −e =< Xu , Nu >, −2f =< Xu , Nv > + < Xv , Nu >, −g =< Xv , Nv > e a
curvatura média
1 Eg − 2F f + Ge
H= ,
2 EG − F 2
obetemos
E t Gt − (F t )2 = (E − 2the + t2 h2 < Nu , Nu > +t2 h2u )(G − 2thg + t2 h2 < Nv , Nv > +t2 h2v )
= (F − 2thf + t2 h2 < Nu , Nv > +t2 hu hv )2
= EG − F 2 − 2th(Eg − 2F f + Ge) + R
= EG − F 2 + −4thH(EG − F 2 ) + R
R
onde R é uma função tal que lim = 0. Como D̄ é compacto, segue que para ε suficien-
t→0 t
temente pequeno, X t é uma superfı́cie parametrizada regular. Além disso, a área A(t) de
X t (D̄) é
Z p Z p √
A(t) = E t Gt − (F t )2 dudv = 1 − 4thH + R̄ · EG − F 2 dudv.
D̄ D̄
R
onde R̄ = . Logo, se ε é pequeno, A é uma função diferenciável e sua derivada
EG − F 2
em t = 0 é
′
Z √
A (0) = − 2hH EG − F 2 dudv (5)
D̄
pois
√
d( 1 − 4thH + R̄) 1 −4hH + R̄′
= √ = −2hH,
dt 2 1 − 4thH + R
em t = 0. Com isso estamos prontos para justificar o uso da palavra mı́nima em conexão
com as superfı́cies com curvatura média zero.
′
Z √ Z √
A (0) = − 2
2hH EG − F dudv ≤ −2M EG − F 2 dudv < 0
D̄ D̄
para a variação normal de X(D̄) determinada pela função h, o que é uma contradição.
Isto prova o desejado.
forma esférica, pois essa é a figura de menor área superficial para aquele volume.
′
Z √
A (0) = −2 < H, H > EG − F 2 dudv < 0,
D̄
Logo, < Xuu , Xu >= − < Xu , Xvv > ou seja, < Xuu + Xvv , Xu >= 0. De modo anáçogo,
temos que
logo, < Xvv , Xv >= − < Xuu , Xv > ou seja, < Xuu + Xvv , Xv >= 0. Segue-se que
Xuu + Xvv é paralelo a N . Logo como X é isotérmica, então E = G e F = 0. Logo
1 Eg − 2F f + Ge
H =
2 EG − F 2
1 EG + Ee
=
2 E2
1g+e
= ,
2 λ2
52
ou seja, 2λ2 H = g + e =< Xuu + Xvv , N >. Portanto, Xuu + Xvv = 2λ2 H. Isto prova o
desejado.
Vejamos a seguir, um exemplo de superfı́cie mı́nima
Exemplo 3.10 O catenóide é a superfı́cie de revolução obtido girando a catenária
z
y = a cosh
a
temos que
< Xu , Xv > = −a2 cosh v sen u senh v cos u + a2 cosh v cos u senh v sen u + 0
= 0,
Exemplo 3.11 Seja H o helicóide obtido a partir da hélice circular α(t) = (cos t, sen t, t), t ∈
R.
Como já vimos no Exemplo 3.7, X : R2 → H,
é uma parametrização de H que cobre todo o helicóide. Portanto, como h(t, v) = (t, senh v), (t, v) ∈
R2 , é um difeomorfismo de R2 sobre R2 , temos que Y = X ◦ h : R2 → H,
temos que
4 TEOREMA DE BARBOSA
1 Eg − F f + Ge
H= .
2 EG − F 2
pois α é perpendicular a β(s) e |β(s)|2 = 1, o que implica < β ′ (s), β(s) >= 0.
Xs ∧ Xt
N =
||Xs ∧ Xt ||
(α′ (s) + tβ ′ (s)) ∧ β(s)
= √
EG − F 2
α′ (s) ∧ β(s) + tβ ′ (s) ∧ β(s)
= √ .
E
55
1 eG − 2f F + gE 1e
H = 2
=
2 EG − F 2E
1
= √ < α′′ , α′ ∧ β > +t(< α′′ , β ′ ∧ β > + < β ′′ , α′ ∧ β >) + t2 < β ′′ , β ′ ∧ β > .
2E E
< α′′ , α′ ∧ β > +t(< α′′ , β ′ ∧ β > + < β ′′ , α′ ∧ β > +t2 < β ′′ , β ′ ∧ β >) = 0.
Obtemos um polinômio em t identicamente nulo. Assim, os coeficientes tem que ser zero:
da equação (i) segue-se que α′′ deve pertencer ao plano gerado por α′ e β. Contudo, como
α é parametrizado pelo comprimento de arco, temos α′ e α perpendiculares. Então α′′ é
paralelo a β, e portanto < β ′ ∧ βα′′ >= 0. Portanto, a equação (ii) de (9) torna-se
Consequentemente, < α′′ , β >= − < α′ , β ′ >. Desta forma, k = − < α′ , β ′ >. Daı́:
dk
= − < α′ , β ′ >′ = − < α′′ , β ′ > − < α′ , β ′′ >= 0.
ds
Isso por que, como α′′ é paralelo a β e < β, β ′ >= 0, temos que α′′ é perpendicular a β ′ ,
e ainda como β ′′ e β são paralelos, então α′ e β ′′ são perpendiculares.
Para a torção, podemos demonstrar que ±τ =< α′ ∧ β ′ , β >. De fato, para a
curva α(s) o vetor tangente é dado por α′ e o vetor normal é paralelo a β, e consequen-
temente, b = α ∧ β. Derivando ambos os lados, temos:
b′ = α′′ ∧ β + α′ ∧ β ′′ = α′ ∧ β ′ ,
dτ
± =< α′ ∧ β ′ , β >′ =< α′′ ∧ β ′ , β >′ + < α′ ∧ β ′′ , β > + < α′ ∧ β ′ , β ′ >= 0.
ds
Portanto, k e τ são constantes. Pelo teorema de classificação de curvas, temos que a curva
α é uma hélice circular. Desta forma, a menos de um movimento rı́gido de R3 , α pode ser
parametrizado por α(s) = (A cos as, A sen as, bs), onde A2 a2 + b2 = 1. Como β é paralelo
a α′′ , β ′ = a ± (cos as, sen as, 0). Se tomarmos u = A ± t e v = s, então (7) se torna
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
LIMA, Elon. Curso de análise volume 2. 5. ed. Rio de Janeiro: Impa, 1999. 96 p.