Comitê Nacional Brasileiro

de Produção e Transmissão
de Energia Elétrica

Sistemas de Potência

Artigos: Convidado, XVI STPC, SESSION 2022,

XXVI SNPTEE e XV SEPOPE

Xingu-Rio Transmissora de Energia - Atividade Operacional

Linha em Ultra-Alta Tensão 800 kV CC - mais extensa do mundo
Crédito: Acervo SGBH/Carlos Leandro
109
Dezembro
2022
 CALENDÁRIO

2023
Março Novembro
14 a 16 FLORIANÓPOLIS - SC 26 a 29 BRASÍLIA - DF
X ENAM – ENCONTRO DE MÁQUINAS XXVII SNPTEE – SEMINÁRIO NACIONAL DE
ROTATIVAS PRODUÇÃO E TRANSMISSÃO DE ENERGIA
ELÉTRICA

Maio
21 a 25 FOZ DO IGUAÇU - PR
XIX ERIAC - ENCONTRO REGIONAL IBERO-
AMERICANO DO CIGRE
 EletroEvolução - Sistemas de Potência

índice
ISSN 1806-1877 - nº 109 - Dezembro de 2022

Comitê Nacional Brasileiro

de Produção e Transmissão
de Energia Elétrica

Sistemas de Potência

Artigos: Convidado, XVI STPC, E-SESSION

2022, XXVI SNPTEE e XV SEPOPE

EDITORIAL ................................................................................. 4
MEMÓRIA ............................................................................ 10
Xingu-Rio Transmissora de Energia - Atividade Operacional
Linha em Ultra-Alta Tensão 800 kV CC - mais extensa do mundo
109
Dezembro
Crédito: Acervo SGBH/Carlos Leandro

17
2022

CONSELHO EDITORIAL: NOTÍCIAS ..............................................................................

Carla Damasceno Peixoto (PR) - CIGRE-Brasil / Consultora
Iony Patriota de Siqueira - CIGRE-Brasil / Tecnix
Natasha de Decco - CIGRE-Brasil / Comunicação e Eventos
ARTIGO CONVIDADO
Gloria Suzana Gomes de Oliveira - CEPEL
OpDesafios e Soluções na Proteção de Linhas de Transmissão
Fabio Cavaliere de Souza - CEPEL
Dourival de Souza Carvalho Junior - EPE
Conectando Fontes de Energia Não Convencionais................. 31
José Sidnei Colombo Martini - USP / POLI
Andréa Pereira Leite - Eletrobras
Márcio Rezende Siniscalchi - Consultor XVI STPC
Helvio Jailson Azevedo Martins - CEs A / Consultor Impactos da Compensação Série Capacitiva de Linhas de
Antonio Ricardo de Mattos Tenório - CEs B / ONS Transmissão Sobre Técnicas Fasoriais de Localização
João Carlos de Oliveira Mello - CEs C / Thymos de Faltas: Prova de Conceito e Desafios .................................. 49
Adriana de Castro Passos Martins - CEs D / Cemig

DESIGN E EDIÇÃO: SESSION 2022

Flávia Guimarães
Inserting Crucial Environmental Issues into Energy Planning:
flavia.editorial@gmail.com
editorarupestre.com.br
Paths for Carbon Reduction...................................................... 58
ELETROEVOLUÇÃO – SISTEMAS DE POTÊNCIA NGN - 5G and the Power System
é publicada pelo Comitê Nacional Brasileiro de Produção e
Transmissão de Energia Elétrica
Applications Requirements...................................................... 66
(CIGRE-Brasil)
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022

XXVI SNPTEE
DIRETORIA CIGRE-BRASIL:
Religamento Monopolar de Linhas de Transmissão sem
Saulo José Nascimento Cisneiros
Compensação com Supervisão da Extinção do
Diretor-Presidente
Iony Patriota de Siqueira Arco Secundário ...................................................................... 71
Diretor Técnico
Carla Damasceno Peixoto XV SEPOPE
Diretora de Assuntos Corporativos Perspectivas de Aplicações do Esquema de Proteção e Controle
Antonio Simões Pires de Área Ampla (WAMS/WACS/WAPC) Baseada na
Diretor Financeiro Norma IEC 61850 . ................................................................... 80
ENDEREÇO:
CIGRE-Brasil Lista dos Comitês de Estudo
Praia do Flamengo, 66 – Bloco B – Salas 408/411 – Flamengo
Representantes Brasileiros....................................................... 85
Rio de Janeiro – RJ – CEP 22210-903 – Tel: (21) 2556.5929 3
cigre@cigre.org.br
 EDITORIAL
CIGRE-Brasil Gestão 2019-2023
Realizações da Diretoria Executiva
1.0 INTRODUÇÃO
Consciente das suas responsabilidades e dos
grandes desafios que teriam de ser superados,
os membros da Diretoria do CIGRE-Brasil para o
período 2019/2023 elaboraram uma Plataforma
de Atuação, constando dos seguintes tópicos
principais: Inserção do CIGRE-Brasil no setor
elétrico, Desafios a serem superados, Recuperação
financeira do CIGRE-Brasil e Diretrizes de atuação
da nova Diretoria.
 .0 INSERÇÃO DO CIGRE-Brasil NO SETOR
2 apresenta.
ELÉTRICO
O CIGRE-Brasil, como principal fórum nacional do
setor elétrico, cobrindo todos os aspectos relevantes
e com presença ativa em nível internacional,
sempre teve um papel de destaque no intercâmbio
de experiências e na geração de propostas de novas
direções e soluções para os problemas do setor
elétrico nacional e internacional.
A história do CIGRE-Brasil faz parte da trajetória
do setor elétrico brasileiro, bem como de sua
inserção no cenário nacional e internacional. Isto
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022
quer dizer que o CIGRE-Brasil e o Setor Elétrico
andam de mãos juntas. Não podemos dissociar
um do outro, pois estão intimamente interligados.
Assim, o contexto do Setor Elétrico afeta
sobremaneira o CIGRE-Brasil.
O CIGRE-Brasil é uma instituição não
governamental, sem fins lucrativos, e que tem como
missão promover a produção, o compartilhamento
e a disseminação de conhecimentos técnicos
aplicados ao setor elétrico, como indutor da
qualidade de vida sustentável. É importante
destacar que seus Diretores atuam de forma
voluntária sem qualquer remuneração.
Ao longo dos seus 50 anos o CIGRE-Brasil vem
cada vez mais trabalhando arduamente de modo
4 a cumprir a sua missão, e com isso contribuir
fortemente para o crescimento profissional de
técnicos do setor elétrico, fomentando a interação
desses profissionais na troca de conhecimento e
experiências com as empresas, instituições, centros
de pesquisa, universidades, órgãos governamentais,
operadores, reguladores e comercializadores.
Também tem papel de destaque a promoção da
participação de seus associados em eventos e grupos
de trabalho em nível nacional e internacional. Com
isso o CIGRE-Brasil pode e deve ajudar em muito
o país, em especial o setor elétrico, a enfrentar os
seus desafios dentro desse novo contexto que se
O CIGRE-Brasil é uma instituição importante para
o crescimento profissional contínuo, na medida em
que é fonte para a troca do conhecimento entre
especialistas de todo o mundo e de documentos
técnicos com as melhores práticas e recomendações.
Logo, sua contribuição é uma fonte fundamental
para o suporte às necessidades de novas tecnologias
e estudos para a melhoria técnica das equipes das
empresas e demais instituições.
A sua força é baseada não apenas na troca
de experiências, mas na formação de redes de
conhecimento profissional, e na análise dos
desafios nacionais e de novos requisitos para as
redes elétricas do futuro. Sob uma perspectiva
profissional e pessoal, os membros do CIGRE-Brasil
precisam ter acesso a informações atualizadas,
e oportunidades de conexões profissionais que
fortaleçam seus conhecimentos e contribuam para
o seu desenvolvimento contínuo.
3.0 DESAFIOS SUPERADOS
3.1. Desafios de Caráter Geral
Diante deste panorama, o CIGRE-Brasil
desenvolveu novas estratégias para garantir sua
perenidade e evolução, atuando fortemente na
procura de formas inovadoras e motivadoras de
inserção no setor elétrico. Estas formas passaram
 EDITORIAL
por uma aproximação agressiva com as novas
gerações de técnicos e engenheiros, ainda nas
universidades e escolas técnicas, germinando na
juventude o espírito de cooperação que sempre
caracterizou o CIGRE. Passou também pelo
desenvolvimento de novas formas de garantir sua
subsistência econômica, reduzindo os custos dos
eventos e os seus próprios custos e explorando
formas alternativas de geração de receitas. Nesse
contexto as ações do CIGRE estiveram alinhadas com
as melhores práticas de gestão que lhe asseguraram
parcerias com as empresas e com os requisitos
de compliance para garantir a transparência e
conformidade de seus processos.
Os grandes eventos nacionais da indústria de
energia elétrica continuaram sendo um dos nossos
principais motores, mas complementados por uma
quantidade maior de eventos menores, focados
na formação de competências. Destaque especial
foi dado à organização de eventos instrutivos, tais
como treinamentos, workshops, etc., em empresas,
universidades, centros de treinamento e pesquisa,
ou na internet. O custo destes eventos é reduzido,
gerando um retorno significativo, tanto financeiro
como tecnológico e de formação de competências.
Foi dado destaque especial a organização e
realização de eventos virtuais, motivado sobretudo
pelo início da pandemia do Covid a partir do início
de 2020, o que requereu toda uma preparação
e obtenção de expertise do CIGRE-Brasil para
desenvolvimento competente desses eventos.
Outro grande desafio foi o de manter a
sustentabilidade do CIGRE-Brasil durante as
próximas décadas, e também prepará-lo para
enfrentar as grandes mudanças que estão
ocorrendo no nosso país e no mundo. Neste sentido,
foi necessário repensar a sua forma de gestão de
modo a torná-la mais estratégica, inovadora, ágil e
eficiente. O voluntarismo que sempre foi o nosso
pilar fundamental necessita ser repensado em sua
forma de ser em função das grandes mudanças
por que passamos. Manter viva a importância
de uma organização como o CIGRE-Brasil nas
instituições onde hoje ela se faz presente, bem
como a fidelização de nossos associados, em todos
os níveis, é fundamental no processo de superação
de nossos desafios.
O CIGRE-Brasil procurou se readequar a nova
conjuntura do país com a escassez de recursos nas
empresas, as quais reduzem a participação de suas
equipes nos eventos e a escassez de patrocínio
dos eventos técnicos do CIGRE, e ainda assim,
aumentou a quantidade dos trabalhos publicados,
de maneira a incrementar a sua base de dados
técnicos disponíveis, compartilhar novas técnicas e
promover novas inciativas.
A evolução para a rede do futuro exigirá
profissionais qualificados para trabalhar com
novas tecnologias, muito além do conhecimento
de engenharia, em novos ambientes econômicos e
sociais, multidisciplinares por natureza, integradas
a outras redes de infraestrutura críticas. Procurar
trazer a força jovem para contribuir com a gestão da
organização nos aspectos técnico e administrativo
foi o nosso principal desafio de renovação.
Finalmente, deve ser destacado que durante
o auge da pandemia, de 2020 a 2021, a Diretoria
do CIGRE-Brasil se reuniu semanalmente de forma
virtual, visando tomar decisões rápidas a luz dos
acontecimentos. A partir de 2022 essas reuniões
passaram a ser quinzenais, também de forma
virtual.
3.2. Recuperação Financeira do CIGRE-Brasil
Assim que a atual Diretoria do período
2019/2023 assumiu se deparou com o desafio de
implantar o Plano de Ação para Racionalização
de Custos e Aumento de Receitas, aprovado pelo
Conselho de Administração do CIGRE-Brasil em sua
reunião extraordinária realizada no dia 05 de julho
de 2019. No entanto, no início do ano de 2020, o
mundo foi profundamente afetado pela pandemia
do Coronavírus, trazendo consequências sérias
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022
para as pessoas, empresas e entidades. Dentro
desse contexto, o CIGRE-Brasil também foi bastante
afetado. Apesar das medidas constantes do Plano
de Ação referentes a racionalização de custos terem
sido implementadas, grande parte das ações de
aumento de receitas infelizmente não puderam ser
realizadas.
Além das medidas constantes do Plano de
Ação, em função da pandemia ações adicionais
de redução de despesas tiveram que ser tomadas
pela Diretoria e pelo Conselho de Administração,
para compensar a perda de receitas pelo CIGRE-
Brasil. Desse modo, no início de julho de agosto 5
 EDITORIAL

de 2020, diante da escassez de receitas e face ao
agravamento da crise provocada pelo Coronavírus,
houve a necessidade da elaboração pela Diretoria,
de um novo plano denominado “Plano de
Capitalização”, contemplando 25 novas medidas de
redução de custos e aumento de receitas, visando
o equilíbrio econômico-financeiro do CIGRE-Brasil.
Para cada uma dessas medidas constantes do Plano
foi apresentado o reflexo financeiro da mesma. Esse
Plano foi apresentado e aprovado pelo Conselho
de Administração na reunião extraordinária de
setembro de 2020, sendo necessário a revisão
do orçamento de receitas e despesas para o ano
de 2020. Nessa mesma reunião, o Conselho de
Administração tomou importantes medidas no
sentido de se alcançar o equilíbrio das contas do
CIGRE-Brasil, ou seja:
• Reativação do Grupo de Trabalho para
Avaliação das Aplicações Financeiras do CIGRE-
Brasil com o objetivo de avaliar as aplicações
financeiras de longo prazo da instituição, de
modo a otimizar os ganhos com segurança dessas
aplicações financeiras levando em conta este
período de oscilação do mercado financeiro por
conta da pandemia do coronavírus.
A principal deliberação aprovada pelo Conselho
de Administração decorrente do GT-Financeiro foi a
de que todas as aplicações financeiras da entidade
devem ser aplicadas em fundos cambiais de baixo
risco, sendo que esta deliberação foi atendida de
imediato pela Diretoria.
• Criação do Grupo de Trabalho da Sede com
o objetivo de avaliar e definir medidas para uso e
funcionamento eficiente da Sede do CIGRE-Brasil,
visando a racionalização global dos custos da sede.
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022
gastos com salários e encargos, despesas prediais,
despesas de consumos e serviços contratados;
nova distribuição dos recursos arrecadados com
o resultado dos eventos e a completa separação
das contas: Fundo Comum de Viagens, Fundo dos
Comitês de Estudo e Conta Manutenção da Sede.
Desde a aprovação pelo Conselho de Administração
dessas metas, bem como da distribuição dos
recursos arrecadados, a Diretoria do CIGRE
• Brasil vem adotando medidas e fazendo um
acompanhamento da efetividade das mesmas de
forma a cumprir o deliberado pelo Conselho de
Administração.
• Zerar o déficit da entidade no triênio 2020-
2021-2022;
As revisões orçamentárias e os orçamentos
elaborados pela Diretoria desde 2020, levam em
consideração as diretrizes constantes do Relatório
do GT-Sede, bem como a deliberação do Conselho
de Administração de zerar o déficit no triênio 2020-
2021-2022.
Em função da deliberação do Conselho de
Administração de se zerar o déficit no triênio
2020-2021-2022, a Diretoria apresentou e aprovou
na reunião deste Conselho, realizada no dia 18
de dezembro de 2021, a previsão orçamentária
para 2022, de modo a se obter um resultado do
balanço para o referido triênio positivo, conforme
apresentado na tabela 1.
A Diretoria tem feito um esforço muito grande
para que a meta de zerar o déficit da entidade
no triênio 2020-2021-2022 seja alcançada, sem
prejudicar o desenvolvimento de suas atividades.
Apesar dos desafios que está enfrentando, devido
aos reflexos ocasionados pela pandemia do

Como resultado do trabalho desenvolvido coronavírus principalmente nos anos 2020 e 2021,
pelo GT para a avaliação da Sede, o Conselho está trabalhando incansavelmente ao encontro
de Administração definiu metas para o limite de desse objetivo. Os resultados que vem obtendo são

Tabela 1: Resultado do Balanço 2020-2021-2022 - Realizado e Previsto

Comitês
ANO CIGRE-Brasil Resultado Status
de Estudo
2020 -1.022.710,22 102.954,21 -919.756,01 Realizado
2021 -768.234,51 568.882,98 -199.351,53 Realizado
2022 1.888.681,42 -560.535,75 1.328.145,67 Previsto
6 Balanço Triênio 97.736,69 111.301,44 209.038,13 Previsto
 EDITORIAL
muito animadores. Após os últimos dois anos sem
a realização de eventos presenciais, neste ano de
2022 os três eventos promovidos, XV SEPOPE, XVI
SNPTEE e II SINTRE, têm uma previsão de receita
em torno de R$ 2.500.000,00, o que representa um
resultado excelente. Além disso, as despesas de
manutenção da sede vêm apresentando resultado
dentro do estabelecido no orçamento aprovado
pelo Conselho de Administração.
4.0 DIRETRIZES DE ATUAÇÃO
De modo a encarar os desafios a serem
superados, a nova direção do CIGRE-Brasil para o
período 2019/2023 seguiu as seguintes diretrizes
de atuação.
4.1. Diretrizes de Caráter Geral
• Atuou de forma coesa, com diretrizes bem
definidas, em harmonia com os Conselhos
de Administração e Fiscal e sempre baseando
suas ações seguindo o que estabelece o Código
de Ética, o Guia para Integridade Empresarial
e o Manual de Integridade Empresarial
referente à Política de Combate à Corrupção
(Compliance).
• Utilizou os Regulamentos do CIGRE-Brasil
como guias para o estabelecimento de
procedimentos e tomada de decisões.
• Buscou atender às necessidades de intercâmbio
de conhecimento da indústria nacional
relacionadas aos aspectos tecnológicos,
econômicos, sociais e ambientais do uso da
eletricidade, enquanto preserva e amplia
os benefícios associados ao seu espírito
cooperativo.
• Fomentou a publicação de documentos
técnicos de referência e alta qualidade,
organizando os principais eventos técnicos
nacionais, diversificando nossa grade com
eventos de menor dimensão e custo, e
promovendo uma aproximação agressiva com
as novas gerações de técnicos e engenheiros.
• Atraiu e integrou jovens profissionais às
atividades do CIGRE-Brasil como contribuição
para as necessidades do setor de novos
conhecimentos e visões, ao mesmo tempo que
pavimenta a entrada de novos profissionais
para a nossa indústria.
• Aumentou a integração com as empresas do
setor, universidades e centros de pesquisa e
treinamento.
• Deu continuidade ao programa de compliance
iniciado na gestão anterior, de forma a
implementar todas as ações estabelecidas
neste programa de integridade.
4.2. Diretrizes Específicas:
• Realizou ampla reforma na gestão da Sede
do CIGRE-Brasil, destacando a eliminação da
função do Secretário Executivo e de redução
do quadro de Colaboradores, empoderando
as Gerentes Administrativa-Financeira e de
Comunicação e Eventos-Suporte de TI.
• Desenvolveu todos os Programas Anuais
de Atividades realizadas de 2019 a 2022 e
o respectivo Orçamento de Custeio e de
Investimento de modo que eles pudessem
ser acompanhados pela alta gestão da
organização.
• Implementou com pleno sucesso o trabalho
em home office para todos os Colaboradores
da Sede do CIGRE-Brasil. A limpeza da Sede
está sendo executada uma vez por mês e
quando algum coordenador de Comitê de
Estudo deseja realizar uma reunião ou evento
na Sede, um dos colaboradores é deslocado
para a sede na data estabelecida.
• Realizou todas as Reuniões Ordinárias e
também várias Reuniões Extraordinárias do
Conselho de Administração que a partir de
2020 passaram a ser feitas de forma virtual.
• Realizou todas as Reuniões Ordinárias do
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022
Conselho de Administração Fiscal que a partir
de 2020 passaram também a ser feitas de
forma virtual.
• Emitiu trimestralmente todas as Revistas
EletroEvolução que a partir de 2020 passaram
a ser feitas em formato digital.
• Emitiu mensalmente todas as Newsletters que
a partir de 2020 passaram também a ser feitas
em formato digital.
• Estabeleceu um rigoroso cronograma de
desembolso anual e fez o acompanhamento
da sua realização mensalmente.
• Priorizou a participação no Conselho de 7
 EDITORIAL
Administração do CIGRE por meio de uma
adequada preparação prévia e de participação
em todas as reuniões.
• Priorizou o relacionamento com a Diretoria e
o Escritório Central do CIGRE, especialmente a
divulgação para os seus Diretores e membros
do Conselho de Administração das práticas do
CIGRE-Brasil, a fim de que conhecessem ainda
mais o que fazemos no Brasil para servirem
de oportunidade de melhoria para o próprio
CIGRE.
• Priorizou a participação na Região Ibero-
Americana do CIGRE (RIAC). O CIGRE-
Brasil, como o maior Comitê Nacional da
Ibero-América, tem um importante papel
a desempenhar de apoio à RIAC, de modo a
ampliar a presença do CIGRE nesta Região.
• Realizou ações visando alcançar a meta de
termos dois brasileiros como Chair de Study
Committee do CIGRE, o que foi alcançado com
a indicação de Jayme Darriba Macedo para o
SC-C2 e Flávia Serran para o SC-C3, coroando
nossa posição de destaque dado que o atual
Chair do Technical Committe é o brasileiro
Márcio Szethman.
• Padronizou os processos junto aos Comitês de
Estudo equalizando e estimulando a produção
técnica.
• Deu continuidade a execução do Planejamento
Estratégico da organização.
• Estabeleceu as metas e os indicadores de
desempenho a serem acompanhados pela
Diretoria para avaliação da gestão, em nível
administrativo e técnico.
• Elaborou e implementou Política de Captação
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022
de Recursos para Patrocínios e de Publicação
de Livros e Brochuras Técnicas.
• Definiu e implementou plano de aplicação
financeira de longo prazo junto as instituições
bancárias de modo a otimizar de forma segura
as receitas que podem ser produzidas pelas
disponibilidades financeiras do CIGRE-Brasil.
• Deu continuidade a execução do Plano de
Comunicação da organização.
• Estabeleceu e implementou programa de
relacionamento com as entidades parceiras ou
potenciais parceiros do CIGRE-Brasil.
8
• Modernizou o regulamento de eventos do
CIGRE-Brasil.
• Elaborou o manual de encargos do SNPTEE
definindo novas diretrizes que nortearão a
realização dos próximos SNPTEEs, o maior
evento do CIGRE-Brasil.
• Realizou o XXV SNPTEE em Novembro de
2019 em Belo Horizonte tendo a Cemig como
empresa anfitriã e o XXVI SNPTEE em Maio
de 2022 no Rio de Janeiro tendo Furnas como
empresa anfitriã, que foram os maiores da
história deste evento com mais de 2.000
participantes.
• Estabeleceu um programa de desenvolvimento
para os(as) colaboradores(as) do CIGRE-Brasil.
• Estabeleceu a política de remuneração e
avaliação de desempenho do quadro de
colaboradores(as) do CIGRE-Brasil.
• Estabeleceu e implementou um programa de
ingresso de novos sócios com destaque para os
jovens universitários, bem como de fidelização
do corpo de associados.
• Estabeleceu metas relativas ao número
de associados a ser perseguido pela nova
gestão, tendo em 2020, apesar da pandemia e
lockdown, alcançado o 1º lugar em número de
sócios equivalentes dentre todos os Comitês
Nacionais do CIGRE.
• Implementou e priorizou o Next Generation
Network (NGN) e o Women in Energy (WiE),
tornando esses eventos como referência
no CIGRE, coroando com a indicação da
Conselheira Solange David para Chair do WiE
internacional.
• Criou e regulamentou a realização do Prêmio
de Excelência Técnica dos Comitês de Estudo
do CIGRE-Brasil.
• Criou e regulamentou a premiação da Medalha
CIGRE-Brasil a seus associados de destaque.
• Elaborou a especificação técnica para o
software de gestão dos eventos do CIGRE-
Brasil.
• Elaborou o regulamento para realização de
treinamentos do CIGRE-Brasil.
• Priorizou a atualização permanente do website
do CIGRE-Brasil.
• Criou o Comitê de Assessores Científicos do
 EDITORIAL

CIGRE-Brasil. 5.0 MENSAGEM FINAL

• Criou o Fórum Acadêmico do CIGRE-Brasil.
• Editou e implementou a publicação de livros
de forma digital e impressão sob demanda.
• Elaborou o regulamento para publicação de
livros pelo CIGRE-Brasil.
• Publicou o Livro de Comemoração dos 50 anos
do CIGRE-Brasil, edição bilíngue, através de
patrocínios de empresas com prioridade para
sócios coletivos I do CIGRE-Brasil.
• Publicou o livro Sistemas Eletroenergéticos no
Ambiente e na Sociedade 5.0 e Seguintes, na
Perspectiva e Orientação da Sustentabilidade
e Resiliência, em dois volumes, organizado
pelo Conselheiro Eduardo Nery. Publicou estes
2 volumes de livros também em inglês.
• Publicou 19 volumes de livros com anais de
eventos do CIGRE-Brasil.
É importante reafirmar que sempre estivemos
abertos para recebermos as valiosas contribuições
dos nossos associados, pois grandes desafios só se
vencem com um trabalho competente e integrado
com todos os envolvidos, e procuramos aproveitar
todas as oportunidades surgidas, pois o sucesso
desta gestão se traduziu em conquistas para todos
que fazem parte desta grande organização.
Por último, lembramos que os compromissos
assumidos pela Diretoria do período 2019/2023
só foram atingidos com a participação efetiva de
todos Cigreanos do CIGRE-Brasil, pois como dizia
o saudoso pai do Presidente Saulo “Ninguém faz
nada sozinho”.
Muito obrigado pela sua confiança e fizemos
tudo para honrá-la e retribuí-la!

ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022

Da direita pra esquerda, Iony Patriota de Siqueira – Diretor Técnico; Carla Damasceno Peixoto – Diretora de
Assuntos Corporativos; Saulo José Nascimento Cisneiros – Presidente e Antonio Simões Pires – Diretor Financeiro. 9
 MEMÓRIA

STATE GRID BRAZIL HOLDING

Inovação e Sustentabilidade para Transmitir

a Energia que Move o Brasil
Há doze anos no país, a maior empresa de energia elétrica do mundo vem fortalecendo a
infraestrutura energética nacional e ampliando o alcance de suas linhas de transmissão

As linhas de transmissão da State Grid Brazil Holding se estendem por mais de 16 mil kilômetros, passando por 13
estados no país - Crédito: Acervo SGBH/Carlos Leandro

Quando desembarcou no Brasil há doze anos, a
State Grid, com sede na China, sabia dos enormes
desafios que teria pela frente. Mesmo figurando
sempre no ranking das cinco maiores empresas do
mundo em receita bruta – de acordo com a lista
publicada anualmente pela revista de negócios
americana Fortune Global 500 –, a maior empresa
de energia elétrica do planeta tinha noção de
que os mais de 16 mil quilômetros de distância
entre Brasil e China não eram a única barreira a
ser superada. Duas culturas complexas e idiomas
incompreensíveis entre si acompanhavam o
pacote de ambientação. Os desafios de integração,
portanto, passaram – e continuam passando –
por uma adaptação cultural que requer, acima
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022
oferta e demanda. Os dois países compõem ainda
o grupo de nações em desenvolvimento que, em
condições normais, têm crescido de maneira sólida
– os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do
Sul) – e, finalmente, são dois povos receptivos e
festeiros, o que facilita a integração entre ambos.
Tais similaridades e pontos de confluência fazem
com que as diferenças culturais sejam de certa
forma atenuadas, enquanto que as vocações
naturais, reforçadas.
Ciente deste cenário, a State Grid plantou
raízes no país com a fundação da State Grid
Brazil Holding (SGBH), em dezembro de 2010,
adquirindo à época sete concessionárias de
transmissão de energia da Plena, uma empresa

de tudo, compreensão de ambos os lados. Não
é preciso concordar ou se submeter às regras de
cada cultura, mas compreender as diferenças e,
acima de tudo, respeitá-las.
Apesar das disparidades, é interessante
notar que Brasil e China possuem também
grandes similaridades. São, neste caso, pontos
de convergência que ajudam a adaptação. São
duas nações de dimensões continentais, enormes
populações espalhadas em grandes cidades,
com oferta de energia (sobretudo as renováveis)
distante dos principais centros de consumo,
10 compartilhando o mútuo desafio de conectar
de origem espanhola. A filial brasileira soma-se
a outras subsidiárias já estabelecidas no Chile,
Portugal, Itália, Grécia, Omã, Filipinas, Hong Kong
e Austrália. O grupo State Grid – com mais de 1,5
milhão de funcionários – atua ainda, por meio de
outras operações, nos EUA, na Venezuela, na Índia
e na Rússia, além de alguns países da África.
Hoje a State Grid Brazil Holding é uma
companhia brasileira forte e consolidada, com
sede no Rio de Janeiro, que atua exclusivamente no
setor de transmissão de energia. Já investiu mais de
R$ 30 bilhões no país e se destaca entre as maiores
empresas do setor elétrico brasileiro. Possui 25
 MEMÓRIA
Travessia da linha de transmissão Xingu-Rio Transmissora de Energia (XRTE) sobre o Rio Araguaia -
Crédito: Acervo SGBH
concessionárias e mais de 16 mil quilômetros
de linhas de transmissão, cruzando 13 estados
e representando 10% da malha elétrica do país.
São cinco regionais, 54 subestações e 30 bases de
manutenção, além de cerca de 850 empregados,
entre brasileiros e chineses. É uma empresa que
aprendeu a conviver com duas culturas distintas
no dia a dia, e hoje o comprimento total de suas
linhas já supera a distância que existe entre os dois
países.
CULTURAS UNIDAS EM OBJETIVOS COMUNS
Essa convivência harmoniosa entre duas
culturas passa sobretudo pela construção de uma
forte relação entre dois povos, que, mesmo falando
idiomas diferentes, compreendem a mesma língua
e seguem um único caminho, perseguindo, juntos,
metas e objetivos comuns de negócio.
Compartilhando aprendizados e cultura, a
SGBH trouxe da China a experiência para abastecer
um país de proporções continentais com energia
limpa e entregue por meio de uma infraestrutura
com baixo impacto ambiental. Cruzar o Brasil do
Pará ao Rio de Janeiro com a linha de transmissão
Xingu-Rio (XRTE) é um exemplo disso. A tecnologia
inovadora da transmissão em Ultra-Alta Tensão
em Corrente Contínua ± 800 kV permitiu superar
uma incrível extensão geográfica de 2.539 km
com a linha de transmissão que é hoje a maior do
mundo a utilizar esse tipo de tecnologia.
Mais do que essa questão inovadora, o
planejamento de traçado e as escolhas técnicas
de engenharia minimizaram impactos sobre o
meio ambiente e as populações, reforçando o
compromisso com o desenvolvimento do país no
longo prazo e a responsabilidade corporativa que
essa visão implica.
As linhas de transmissão da empresa estão
instaladas em quatro regiões do país e, ao longo
de sua extensão, cruzam diferentes usos do
território: áreas urbanas e rurais, propriedades do
agronegócio, comunidades tradicionais, indígenas
e quilombolas, áreas nativas e preservadas da
Floresta Amazônica, do Cerrado, da Caatinga e
da Mata Atlântica. Toda essa diversidade exige
diretrizes corporativas claras e um olhar atento
às realidades de cada localidade. Na construção
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022
da XRTE, por exemplo, os investimentos sociais
trouxeram ganhos efetivos de desenvolvimento e
geração de renda local.
A empresa investiu mais de R$ 10 milhões em
projetos sociais nos últimos dois anos, sempre
em linha com os Objetivos do Desenvolvimento
Sustentável (ODS) da Organização das Nações
Unidas (ONU), que visam ao atendimento das
necessidades e melhoria da qualidade de vida das
comunidades no entorno dos nossos projetos.
Todo esse investimento da State Grid Brazil
Holding no país reflete a importância que o Brasil
tem hoje para a China. Relatório recente divulgado
pelo Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC) traz 11
 MEMÓRIA
dados que reforçam essa afirmação. Intitulado
“Investimentos Chineses no Brasil – 2021, um
ano de retomada”, a pesquisa de Tulio Cariello,
diretor de Conteúdo e Pesquisa da instituição,
mostra que, de 2007 a 2021, as empresas chinesas
firmaram 202 empreendimentos no Brasil, com
um investimento superior a US$ 70,3 bilhões –
sendo 40,5% aplicados no setor elétrico.
Em números de projetos realizados em 2021, o
setor de energia também está na liderança, com
13 empreendimentos que correspondem a 46% do
total. Em todo o período de 2007 a 2021, o setor
de eletricidade foi alvo de 33,7% do número total
de projetos. Ainda segundo o relatório do CEBC,
foram registrados projetos em 23 das 27 unidades
federativas entre 2007 e 2021, mostrando que
o investimento não se restringe ao eixo Rio-São
Paulo. Finalmente, segundo dados do Ministério
da Economia, a chamada corrente comercial –
soma de importações e exportações – entre os dois
países em 2021 foi de mais de US$ 135 bilhões,
marca considerada recorde, com saldo positivo
para o Brasil de US$ 40 bilhões, um superávit
histórico. A China é o destino de mais de um terço
das exportações brasileiras e é responsável por
cerca de 65% do superávit comercial do país, o
maior já registrado, superando sua própria marca
no ano anterior (US$ 33 bilhões em 2020), em uma
sequência ininterrupta de superávits nos últimos
dez anos.
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022
Subestação Terminal Rio, em Paracambi (RJ), converte
energia transmitida em Ultra-Alta Tensão CC 800kV,
gerada em Xingu (PA) - Crédito: Acervo SGBH
É nesse ritmo que a State Grid Brazil Holding
segue investindo no país, sedimentando em
bases sólidas o primeiro capítulo de uma jornada
de pouco mais de dez anos. A visão da empresa
12
é resiliente e de longo prazo, com foco no
desenvolvimento sustentável dos negócios e na
geração de valor para a sociedade. O compromisso
seguirá por muitas décadas à frente, trazendo
tecnologia de ponta, excelência operacional,
cuidado com as pessoas, respeito à diversidade e
conservação do meio ambiente. Tudo isso, unindo
dois povos, duas culturas e dois idiomas em uma
só empresa, que acredita na integração de dois
países por meio de muita comunicação e de uma
convivência dialógica e pacífica de longo prazo.
“- Eu atuava como CEO das empresas da Plena
Transmissora adquiridas pela State Grid e estive
na linha de frente durante todas as negociações.
Desde o início me surpreendi com a diferença
de cultura corporativa entre o que eu estava
acostumado aqui no Brasil e o estilo chinês de
gestão. As comitivas numerosas para avaliação
local, o detalhismo na revisão de documentos, a
disciplina da hierarquia organizacional e os rituais
de encontros e celebrações. A experiência foi
muito positiva e eu cresci muito profissionalmente
por meio dessa interação. Acima de tudo, o que
me encantou foi a empatia e o cuidado que meus
novos colegas demonstraram, buscando sempre
entender e respeitar nossa realidade e nossos
costumes”, conta Ramon Haddad, Vice-Presidente
da State Grid Brazil Holding.
Ramon Haddad, vice-presidente da SGBH / Crédito –
Acervo SGBH
AQUISIÇÕES E PARCERIAS ESTRATÉGICAS
Há doze anos, a SGBH aceitou a missão de
contribuir para a expansão da infraestrutura
elétrica no Brasil, necessária para atender às
necessidades da demanda de um país com
 MEMÓRIA
dimensões continentais. As operações tiveram
início com a aquisição de sete concessionárias
em 2010: Expansion Transmissão Itumbiara
Marimbondo (ETIM); Itumbiara Transmissora de
Energia (ITE); Expansion Transmissão de Energia
Elétrica (ETEE); Ribeirão Preto Transmissora de
Energia (RPTE); Serra da Mesa Transmissora de
Energia (SMTE); Poços de Caldas Transmissora de
Energia (PCTE) e Serra Paracatu Transmissora de
Energia (SPTE), marcando a presença da holding
brasileira em cinco unidades da federação: Goiás,
Distrito Federal, Mato Grosso, Minas Gerais e São
Paulo.
Parcerias também marcam a trajetória da
empresa. Em sua primeira participação em leilão
promovido pela Agência Nacional de Energia
Elétrica (ANEEL), em 2011, a State Grid se
associou à Eletrobras, através da empresa Furnas
Centrais Elétricas e, juntas, arremataram o Lote
H, tornando-se responsáveis pelo projeto de
construção e operação de novos transformadores
em duas subestações de transmissão na Luziânia
Niquelândia Transmissora (LNT), empreendimento
no qual a SGBH detém 51% de participação.
Consolidando sua presença no Brasil, a State
Grid Brazil Holding firmou seu endereço definitivo
Sede da SGBH no RJ, construção com certificado 'green building' / Crédito: Acervo SGBH
no coração do Rio de Janeiro, em 2012, inaugurando
sua sede na Avenida Presidente Vargas. Um edifício
com certificação ‘green building’ de construção
sustentável, em consonância ao compromisso
com a sustentabilidade que norteia todas as
ações da corporação. Ali funciona não só a sede
administrativa, mas também o Centro de Controle
e Manutenção onde a operação das linhas de
transmissão é monitorada em tempo real, 24
horas por dia.
Ainda em 2012, mais três empreendimentos
se somavam ao portfólio da State Grid em novas
parcerias firmadas com Copel e Furnas, resultando
na aquisição de 51% de participação na Paranaíba
Transmissora de Energia; Guaraciaba Transmissora
de Energia e Matrinchã Transmissora de Energia.
Seguindo suas investidas e aquisições, o ano de
2013 marcou a história da SGBH ao vencer pela
primeira vez um leilão da ANEEL em participação
única. Ali nascia o compromisso de implantar e
gerenciar a Marechal Rondon Transmissora de
Energia (MRTE), em um projeto que conectava os
estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul. Neste
mesmo ano, outros cinco projetos de transmissão
entraram no mapa da State Grid no Brasil: Catxerê
Transmissora de Energia; Iracema Transmissora
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022
13
 MEMÓRIA
de Energia; Araraquara Transmissora de Energia;
Linhas de Transmissão Itatim; e Porto Primavera
Transmissora de Energia (PPTE).
A tecnologia pioneira de transmissão de energia
Ultra-Alta Tensão em corrente contínua (UATCC)
desembarcou no Brasil em 2014, com a conquista
do projeto da Belo Monte Transmissora de Energia
(BMTE), com 51% de participação da SGBH,
associada às empresas Furnas e Eletronorte. As
linhas UATCC já estabelecidas na China constituem
a melhor solução para transporte de energia por
longas distâncias, com mais eficiência e redução
de perdas. A inovação bem-sucedida em terras
brasileiras foi replicada pouco depois com a
construção da Xingu Rio Transmissora de Energia
(XRTE). Com a inauguração dessas duas linhas
de transmissão conectadas à usina hidrelétrica
de Belo Monte, no Rio Xingu, o sistema elétrico
nacional atingiu um novo patamar de eficiência
e qualidade. Estendendo-se por 2.539km entre o
Pará e Rio de Janeiro, a XRTE, a mais longa linha
de transmissão em 800kV em todo o mundo,
completou em 2022 três anos de operação e
atualmente tem capacidade para suprir 70% do
consumo de energia do Estado do Rio de Janeiro.
Em seu empreendimento mais recente, a SGBH
formalizou em maio de 2021 o contrato relativo ao
compromisso firmado em leilão da ANEEL realizado
em dezembro de 2020, para implementação da
Silvânia Transmissora de Energia (STE), e operação
da concessionária no estado de Goiás, no Centro-
Oeste brasileiro, por 30 anos. Após obter a licença
de Instalação da STE em abril de 2022, com um
ano de antecedência em relação ao cronograma
previsto pelo contrato de concessão, as obras
encontram-se em andamento.
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022
APOIO A AÇÕES SOCIAIS E AMBIENTAIS
As parcerias, os encontros e o respeito entre
as culturas brasileira e chinesa, que hoje são parte
da essência da State Grid no Brasil, se estendem
além do ambiente administrativo e operacional.
Por meio de ações sociais, ambientais e culturais,
a State Grid reforça seus laços com o país e o
compromisso com a sustentabilidade. Apoio
e patrocínio de diversos projetos sociais pelo
país são iniciativas que não só beneficiam os
participantes, como cativam e enchem de orgulho
os colaboradores da holding. No leque de projetos
14
contemplados pela State Grid estão, na área da
cultura, a Orquestra Maré do Amanhã, formada
por jovens músicos do Complexo da Maré, no Rio
de Janeiro; a Fundação José Lazzarini, instituição
sediada em Batatais (SP), que atende mais de
200 crianças e adolescentes de baixa renda e em
situação de vulnerabilidade social; o projeto social
Craque do Amanhã, que oferece oportunidades
para a formação de crianças e jovens atletas
através do esporte, em São Gonçalo (RJ); o Instituto
Athlon, que atua em São José dos Campos (SP)
com foco na pessoa com deficiência, em apoio ao
desenvolvimento de modalidades paradesportivas.
Na área de saúde, estão contemplados o Hospital
de Amor, instituição especializada no tratamento
e prevenção ao câncer, com sede em Barretos (SP)
e unidades espalhadas em diversos estados do
país; e o Hospital Pequeno Príncipe, referência no
atendimento a crianças e jovens, em Curitiba (PR).
Orquestra Maré do Amanhã, patrocinada pela State
Grid Brazil: apoio e orgulho dos funcionários / Crédito:
Acervo SGBH
Fora dos grandes centros, como a região
metropolitana do Rio, onde a empresa está
sediada, as comunidades próximas aos locais por
onde passam seus empreendimentos também
recebem atenção da State Grid Brazil Holding.
Em todos os projetos não faltam cuidados com
o meio ambiente e as comunidades locais. Ações
de comunicação e benfeitorias fazem parte desse
leque de iniciativas. A implantação da XRTE, por
exemplo, envolveu uma série de programas
ambientais e sociais com o objetivo de reduzir
o impacto sobre biomas nas diferentes regiões
brasileiras pelas quais sua linha de transmissão se
estende. O traçado original chegou a ser alterado
em alguns pontos para evitar interferências sobre
 MEMÓRIA

áreas de grande interesse para a biodiversidade. norma internacional.

Em outros, torres foram alteadas, para proteger a
vegetação. Antes do início das obras, campanhas
de monitoramento e resgate de fauna foram
realizadas.
COMPROMISSO COM A SUSTENTABILIDADE
Para além dos projetos grandiosos, na State
Grid Brazil Holding, a cultura da inovação e o
compromisso com a qualidade e segurança das
operações se estendem ao dia a dia das equipes.
A State Grid Brazil Holding foi a primeira empresa
de energia a conquistar a certificação ISO 56002
no país. Ela é direcionada à gestão da inovação
e a empresa investiu mais de R$ 30 milhões para
este fim só nos últimos cinco anos. O intercâmbio
tecnológico com as empresas do grupo State Grid
na China, e diversos parceiros no Brasil, além de
inúmeros projetos de Pesquisa & Desenvolvimento
(P&D) igualmente contribuíram para a obtenção
da certificação. Também deve-se destacar a ISO
9001, obtida pela divisão de Engenharia, que
atesta a gestão da qualidade conduzida pela
empresa, atendendo a todos os requisitos da
E em alinhamento a estratégia global da matriz
chinesa, a State Grid Brazil Holding também
passou a integrar a Rede Brasil do Pacto Global da
ONU (Organização das Nações Unidas), em 2022.
A iniciativa, de ação voluntária faz parte da agenda
ESG (Meio Ambiente, Social e Governança, na sigla
em inglês) que vem sendo ampliada ao longo dos
últimos anos pelo grupo.
Além de favorecer a reputação da empresa e
reforçar o compromisso com a sustentabilidade, a
adesão ao Pacto Global reforça práticas alinhadas
aos interesses de negócio, beneficiando, entre
outros, a obtenção de financiamento por meio
da emissão de green bonds para projetos em
desenvolvimento, como realizado no projeto da
Silvânia Transmissora de Energia, que está em fase
de implantação.
“A adesão ao Pacto Global materializa o
empenho da State Grid em transmitir energia
de forma sustentável e transparente, gerando
valor não só para o negócio, mas para toda a
sociedade. A iniciativa também reforça e evidencia
o compromisso de longo prazo firmado no Brasil”,
afirmou Haddad.

ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022

No dia a dia das operações, cuidados com a manutenção dos equipamentos e segurança ddos(as)
colaboradores(as) - Crédito: Acervo SGBH/Carlos Leandro 15
 MEMÓRIA
NOTÍCIAS
Em 2020, o mundo enfrentou seu maior
desafio dos últimos tempos com a pandemia de
Covid-19. A State Grid não poupou esforços para
colaborar com a luta contra a disseminação da
doença. Instaurou o trabalho remoto, manteve
suas operações a todo o vapor, não só preservado
seu quadro de pessoal, como realizando novas
contratações de forma remota, abrindo mais de
100 vagas para novos postos de trabalho. Mais
de R$ 6 milhões foram destinados a medidas
de prevenção e combate à pandemia, incluindo
compra de equipamentos e exames de rotina
para detecção da doença, além de reforço em
programas de treinamento das equipes.
Visando o bem-estar da sociedade, a State
Grid Brazil Holding realizou diversos projetos de
responsabilidade social (R$ 7,7 milhões no total)
através da XRTE e da BMTE, incluindo a compra
de equipamentos hospitalares, cestas básicas e
produtos de higiene e limpeza, para distribuição
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022
Em campo: equipe realiza manutenção em linha viva de UHVDC, em linha transmissora em Ultra-Alta Tensão,
em Unaí (MG) - Crédito: Acervo SGBH
16
a municípios.
Mais que demonstrações de cuidado e
atenção à sociedade brasileira, os gestos de
apoio e patrocínio são uma singela amostra do
agradecimento sincero por todas as conquistas
obtidas nesta trajetória de sucesso, direcionado
a todos públicos com os quais a State Grid se
relaciona diariamente, incluindo funcionários,
colaboradores, fornecedores, pesquisadores,
gestores públicos, representantes de instituições
diversas da sociedade civil, populações residentes
em áreas próximas aos projetos encampados
pela holding. Ao fim destes doze anos e mirando
muitas décadas à frente, a State Grid Brazil
Holding reforçou o espírito de cooperação em
uma parceria entre dois povos moldada na
confiança e no respeito mútuos, e na certeza do
desenvolvimento do Brasil, em uma história que
brasileiros e chineses seguem dia a dia, ano a ano,
escrevendo juntos.

ABRATE, Instituto ABRATE e CIGRE-Brasil
realizam com sucesso o II SINTRE
Por Antonio Simões Pires
_________________________________________
Nos dias 15 e 16 de setembro de 2022
foi realizado, em Brasília, no Plenário José
Paiva Neto do ParlaMundi, da Legião da Boa
Vontade, o II Seminário Internacional de
Transmissão de Energia Elétrica: Inovação,
Regulação e Qualidade da Prestação do
Serviço Público (II SINTRE), promovido
pela Associação Brasileira das Empresas de
Transmissão de Energia Elétrica – ABRATE e
pelo Instituto ABRATE de Energia – I ABRATE e
organizado pelo Comitê Nacional de Produção
e Transmissão de Energia Elétrica – CIGRE-
Brasil. O evento contou com a participação
de executivos e autoridades do setor elétrico
brasileiro ligados à área de transmissão, tais
como integrantes do Ministério de Minas
e Energia (MME), Agência Nacional de
Energia Elétrica (ANEEL), Operador Nacional
do Sistema (ONS), Empresa de Pesquisa
Energética (EPE), do Centro de Pesquisa de
Energia Elétrica (Cepel) e agentes do setor
elétrico de outros países como Espanha,
Colômbia e Chile.
A mesa de abertura do evento foi
constituída pelo Secretário de Energia Elétrica
do MME, Sr. Ricardo Marques Alves Pereira,
representando o Ministro de Minas e Energia,
Sr. Adolfo Sachsida; pelo Diretor-Geral da
ANEEL, Sr. Sandoval da Araújo Feitosa Neto,
o qual foi substituído, posteriormente, pelo
Superintendente de Regulação de Transmissão
da ANEEL, pelo Diretor de Planejamento do
ONS, Sr. Alexandre Zucarato, representando o
Diretor-Geral do ONS, Sr. Luiz Carlos Ciocchi,
pelo Diretor de Estudos de Energia Elétrica
da EPE, Sr. Erik Eduardo Rego, representado
o Presidente da EPE, Sr. Thiago Vasconcellos
Barral Ferreira, o Presidente do Conselho
Diretor da ABRATE, Sr. Marco Antônio
Resende Faria, e pelo Sr. Iony Patriota de
Siqueira, Diretor Técnico do CIGRE-Brasil,
NOTÍCIAS
representando o Diretor-Presidente do
CIGRE-Brasil Saulo José Nascimento Cisneiros.
Mesa de abertura do II SINTRE: em pé Sandoval
Araújo Neto (ANEEL);da esquerda para a direita
Alexandre Zucarato (ONS), Ricardo Marques Alves
Pereira (SEE-MME), Marco Antônio Resende de
Faria (ABRATE), Erik Eduardo Rego (EPE) e Iony
Siqueira Patriota (CIGRE-Brasil).
O seminário superou todas as expectativas
A programação foi direcionada para
organizações que prestam serviço de
transmissão de energia elétrica, empresas
fornecedoras de equipamentos, membros
do Poder Público, consultores, universitários,
além de profissionais das concessionárias
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022
de transmissão de energia elétrica. Contou
com cerca de 350 participantes, que
compartilharam experiências, expuseram os
desafios do setor, bem como debateram sobre
temas de extrema relevância para o Segmento
de Transmissão de Energia Elétrica do Brasil
e do mundo, e tiveram a oportunidade de se
reencontrar.
Na ocasião, os palestrantes ressaltaram
a relevância da regulação do segmento,
aprimoramento da qualidade da prestação
de serviços, os desafios das novas fontes
de energia, como também a importância da
17
 NOTÍCIAS
energia elétrica no desenvolvimento do país.
Os temas principais foram distribuídos nos
seguintes painéis:
• Expansão da Transmissão: Nova
tecnologia, critérios e impacto para
enfrentar desafios da energia renovável;
• Operação do Sistema Elétrico com nova
Matriz Energética;
• Novas Tecnologias Armazenamento de
Energia Elétrica;
• Novas Tecnologias;
• Gestão de Ativos Processos e Tecnologias
Aplicadas;
• Gestão da Qualidade na Implantação de
Linhas de Transmissão
• Regulação da Transmissão Metodologia
e Qualidade;
• A Qualidade da Prestação do Serviço.
Público II SINTRE, Brasília-DF, setembro de 2022
Este seminário somente foi possível
graças aos nossos patrocinadores: todas as
25 empresas associadas da ABRATE, ARGO,
CELEO, CEMIG, CHESF, COPEL, CPFL GERAÇÃO,
CPFL TRANSMISSÃO, ISACTEEP, DOM
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022
PEDRO II, EDP GOIÁS, ELETRONORTE, CGT
ELETROSUL, ENGIE, EVOLTZ, FURNAS, GEMINI,
GIÁS TRANSMISSÃO, ITAIPU, NEOENERGIA,
QUNATUM, STATEGRID, STERLITE POWER,
TAESA, TERNA PLUS e V2i Energia, além das
empresas ALUBAR, HELIMARTE, TABOCAS e o
Centro de Pesquisa - CEPEL. Tivemos também,
a participação das entidades apoiadoras:
MME, ANEEL, EPE, ABCE, ABDAN, ABDIB,
ABEEólica, ABINEE, ABRAGE, ABRAGET e CIER.
Dirigimos à todos, os nossos agradecimentos.
A mesa de encerramento do II SINTRE foi
composta pelo Presidente Executivo da ABRATE,
18
Mario Dias Miranda, e pelo Diretor Financeiro
do CIGRE-Brasil, Antonio Simoes Pires.
Mesa de encerramento. À esquerda o Presidente
Executivo da ABRATE, Mario Dias Miranda, e
à direita o Diretor Financeiro do CIGRE-Brasil,
Antonio Simoes Pires
O Diretor Antonio Pires lembrou que,
para a realização do evento, foram criadas
uma Comissão Organizadora constituída
por: Isabela Brasil (ABRATE), Edith Carvalho
(ABRATE), Viviane Lopes (ABRATE), Antonio
Simões Pires (Coordenador – CIGRE-Brasil),
Natasha de Decco (CIGRE-Brasil), Claudia Santo
(CIGRE-Brasil) e Gabriel Serafim (CIGRE-Brasil)
e uma Comissão Técnica, constituídas por:
Mario Dias Miranda (ABRATE) e Iony Patriota
(CIGRE-Brasil). “O II SINTRE foi organizado com
muito amor e dedicação pela prata da casa
do CIGRE-Brasil e da ABRATE. Tivemos cerca
de 350 participantes, de várias empresas do
setor elétrico brasileiro, e contamos com 24
palestrantes e seis moderadores, todos eles
renomados profissionais de larga experiência
no setor de energia elétrica, a nível nacional
e internacional. Podemos afirmar que o
evento foi um sucesso tanto de público como
tecnicamente”, afirmou o Diretor do CIGRE-
Brasil, Antonio Simoes Pires. Finalmente
solicitou ao público presente uma salva
de palmas para os membros da Comissão
Organizadora e da Comissão Técnica do
Evento.
Mario Miranda realizou as principais
constatações técnicas do evento e destacou a
importância das apresentações e discussões
do seminário para o desenvolvimento do setor.
Mario Miranda, presidente da ABRATE, destacou
 NOTÍCIAS

Comissão Organizadora do II SINTRE: da esquerda para a direita, Viviane Lopes (ABRATE),

Edith Carvalho (ABRATE), Gabriel Serafim (CIGRE-Brasil), Natasha de Decco (CIGRE-Brasil),
Antonio Pires (CIGRE-Brasil) e Isabela Brasil (ABRATE).

que “Cabe à Transmissão o papel fundamental conhecimentos relevantes aos participantes

de interligar todas as fontes de geração ao
consumidor com qualidade.” e finalizou dizendo
que “não há região no Brasil em funcionamento
que esteja desabastecida, isso tem nome e
sobrenome: Linha de Transmissão”.
No site do evento está publicada uma
matéria completa sobre tudo que ocorreu
durante os sete painéis técnicos. Também no
site do evento estão disponíveis o link para
acesso às apresentações realizadas pelos
palestrantes, bem como o link contendo a
gravação do evento.
Podemos concluir então que o II SINTRE
foi marcado por debates que contribuíram
significativamente para a construção de
do evento e, principalmente, para o setor de
energia elétrica nacional Agradecimentos a
todos os profissionais da área, aos palestrantes
e moderadores nacionais e internacionais, às
associadas da ABRATE, aos patrocinadores
e aos envolvidos no evento, que elevara
demasiadamente o nível do seminário, que,
sem dúvida, colaboraram para enaltecer, ainda
mais, a credibilidade desse segmento. Por
certo, o objetivo do encontro foi alcançado,
uma vez que a geração e disseminação de
conhecimentos contribuíram para fortalecer
a prestação de serviços de transmissão de
energia elétrica à sociedade.
Nos Vemos no III SINTRE - 2024!
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022

Encerramento - II SINTRE (16.06.2022)

19
 NOTÍCIAS

16ª Edição do STPC – Seminário Técnico de Proteção

e Controle
Após 2 anos de pandemia, o seminário retorna em formato presencial,
com mais de 300 especialistas

Mais um evento tradicional do CIGRE-Brasil
marcando a retomada da modalidade presencial
em 2022. Dessa vez foi o seminário que faz parte
das ações da comunidade de proteção e controle
do Setor Elétrico: o STPC - Seminário Técnico de
Proteção e Controle - que tem à frente da sua
organização o Comitê de Estudos B5 (CE B5).
Em sua 16ª edição, com a parceria da Comissão
Organizadora Taesa, a realização imprimiu um status
histórico, já que foi um dos eventos que tiveram seu
acontecimento comprometido face à crise sanitária
que ora se instaurou em 2020. Agora, em 2022,
“com muita alegria” - nas palavras do Coordenador
Geral do evento, Marco Antonio Macciola Rodrigues
- o evento que estava em stand by, desde então,
conseguiu finalmente ser concretizado, vencendo
os desafios dopós pandemia, tanto do ponto de
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022
vista técnico, quanto do comercial. Tanto, que
ainda com esse cenário de crise, o evento conseguiu
entregar com propriedade a qualidade técnica que
sempre primou. Assim como obteve, mais uma vez,
o apoio de parceiros, alguns deles de longa data,
para efetivação de sua realização, com muito êxito
- no caso, a parceria dos patrocinadores Ouro State
Grid e ONS; dos patrocinadores Prata Siemens,
dos patrocinadores Bronze AMC Soluções em
Energia, ARCTEC, Argo Energia, CONPROVE, Copel,
SecuControl, Hitachi Energy / Hitachi, Schweitzer
Engineering Laboratories (SEL) e Treetech
Tecnologia. Além dos outros patrocinadores
CEMIG - cota Totens Carregadores Celular -, GE
e Ziv do Brasil - cota Coffee-Break - e do apoio
institucional da Associação Brasileira das Empresas
de Transmissão de Energia Elétrica - ABRATE.

Da esquerda para a direita: Gerente Executivo de Engenharia do ONS, Mauro Muniz, representando Alexandre
Zucarato - Diretor de planejamento do ONS; Diretor de Operação e Manutenção da State Grid, Jorge Raul Bauer;
Diretor de Negócios e Gestão de Participações da TAESA, Fábio Antunes Fernandes; Diretor-técnico do CIGRE-Brasil,
20 Iony Patriota de Siqueira; Coordenador do Comitê de Estudos B5 do CIGRE-Brasil / CGT ELETROSUL, Pablo H. Flores

Cerimônia de Abertura
A mesa de abertura do evento contou com os
representantes dos patrocinadores ouro State Grid
e ONS - Diretor de Operação e Manutenção, Jorge
Raul Bauer e o Gerente Executivo de Engenharia,
Mauro Muniz, representando Alexandre
Zucarato - Diretor de planejamento do ONS,
respectivamente. Além do Diretor de Negócios e
Gestão de Participações da TAESA, Fábio Antunes
Fernandes; do Diretor-técnico do CIGRE-Brasil, Iony
Patriota de Siqueira; do Coordenador do XVI STPC
/ CEPEL, Marco Antonio Macciola Rodrigues e do
Coordenador do Comitê de Estudos B5 do CIGRE-
Brasil / CGT ELETROSUL, Pablo Humeres Flores.
Premiação por Competência Técnica
Ao final da cerimônia que cortou a fita para o
relançamento do STPC nos moldes tradicionais,
desde a sua concepção, em 1986, foi entregue uma
placa de homenagem ao Marco Antonio Rodrigues
- o antecedente à frente da coordenação do CE B5,
que passou o seu bastão recentemente, na ocasião
da Session Paris 2022, para o Pablo Flores.
Na homenagem, Pablo frisou o merecimento do
prêmio, mencionando a grande contribuição técnica
e pessoal de Marco, traduzidas “pelo grande ser
humano que é, e da capacidade de trazer pessoas
para a colaboração técnica”.
Iony Patriota, que também entregou a placa em
conjunto, introduziu sobre a nova premiação, a qual
estava sendo realizada pela 1a vez, assim como a
Medalha CIGRE-Brasil, concebida recentemente em
maio deste ano, na abertura do XXVI SNPTEE.
Marco Macciola, em seu discurso de
agradecimento comentou sobre o papel das
atividades do CIGRE-Brasil, de como contribuíram
NOTÍCIAS
para crescimento na sua profissão, com uma
explosão de conhecimento. Finalizou colocando
que de tudo que fez, foi com a ajuda de todos e
que, para tanto, compartilha a premiação.
Marco Antonio Macciola Rodrigues recebendo a
homenagem especial aos excelentes serviços prestados
à frente do Comitê de Estudos de Proteção e Controle
(CE-B5) do CIGRE-Brasil
Programação do evento e Temas Preferenciais
O seminário teve em sua grade de programação
a apresentação de 49 trabalhos, como sempre
primando pela qualidade em que a Comissão
Técnica tanto se empenha em trazer para o
público presente, em busca de aperfeiçoamento
profissional.
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022
Denise Borges (ONS - sessão técnica especial
Marco Antonio, no seu discurso de abertura, até
chamou a atenção pela necessidade de expandir
o formato do evento devido ao recebimento
de trabalhos merecedores em serem mantidos
na programação. Fez uma breve recapitulação
colocando que na última edição presencial, de 2018,
realizada em Foz do Iguaçu, foi introduzida uma
sessão pôster. Já na edição atual foi adotada uma
outra novidade: a realização de salas paralelas, com
o intuito de manter os informes de significativos
21
 NOTÍCIAS
conteúdos técnicos, que por conta da limitação do
formato convencional, de apenas uma plenária,
poderiam não ser encaixados.
A programação do XVI STPC ainda deu
continuidade com as palestras dos patrocinadores -
uma incorporação desde a edição de 2021 - além da
sessão técnica especial, que já vinha sendo de praxe.
Os temas preferenciais que abarcaram as
apresentações do XVI STPC foram:
1. A lgoritmos, ensaios, modelos e simulações
para sistemas de proteção, automação e
controle
2. A plicação, novas filosofias e funções,
ajustes, coordenação e ferramentas
computacionais para proteção em sistemas
CA e CC, considerando aspectos da geração,
transmissão ou distribuição
3. A nálise de perturbações: estudo de
casos, lições aprendidas, ferramentas
computacionais de análise, localização de
faltas, arquitetura e experiências em redes
de oscilografia, integração com outras fontes
de dados (queimadas, descargas atmosféricas
etc.)
4. M onitoração, proteção e controle para
grandes sistemas de potência (WAMPACS);
Esquemas de Proteção para Integridade do
Sistema (SIPS)- Sistemas Especiais de Proteção
(SEP). Impacto de FACTS e HVDC na proteção
de sistemas CA
5. A plicações e resultados da tecnologia de
sincrofasores
6. A plicações, projeto, padronização e outros
benefícios de funções e sistemas de proteção e
controle em subestações parcial ou totalmente
digitais. Arquiteturas de PAC (barramento
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022
de processo, centralização de funções, uso
de nuvem, sincronização temporal etc.) e
utilização de novos dispositivos (LPIT, PIO,
MU, etc.)
7. E xperiências de testes e comissionamento
de sistemas de PAC, incluindo testes em
laboratório, TAF e TAC
8. C omunicação de dados entre subestações
para aplicações em sistemas de proteção e
controle
9. F ilosofias e aplicações de sistemas de proteção
e controle em sistemas de distribuição e em
instalações industriais. Incluindo sensores,
22
chaves remotas, indicadores de falta e outros
dispositivos
10. Assuntos de proteção e controle
relacionados à tecnologia de Smart Grid,
incluindo microredes, cidades inteligentes,
eletrificação dos transportes, automação da
distribuição entre outros
11. Impacto da integração de fontes de energia
distribuídas (eólica, solar, veicular etc.) e de
sistemas de armazenamento de energia nos
sistemas de proteção e controle
12. Gestão do desempenho e monitoramento das
condições dos ativos e infraestrutura de PAC.
Efeito da integração funcional de IEDs para
proteção e controle sobre a disponibilidade,
confiabilidade e manutenibilidade de ativos
de PAC. Gestão dos dados de configuração e
dos ativos de PAC. Aspectos de manutenção
e retrofit
13. Impactos da regulação na proteção e
controle. Efeito da pandemia de COVID-19
sobre as equipes de proteção e automação
14. Desafios no treinamento e capacitação dos
profissionais e gestores da área de proteção,
controle e automação.
Encerramento
Já a cerimônia de encerramento anunciou as
constatações sinalizadas pela Comissão Técnica,
diante da avaliação das problemáticas suscitadas
pelas palestras e pelos trabalhos apresentados.
Foi nessa etapa final do seminário que também
ocorreu mais uma premiação - agora destinada às
estrelas do evento: aos autores dos 3 melhores
informes técnicos:
1. Impactos da Compensação Série Capacitiva
de Linhas de Transmissão sobre Técnicas
Fasoriais de Localização de Faltas; Prova de
Conceitos e Desafios – autor Kleber Melo e
Silva, da Universidade Federal de Brasília;
2. Análise de Ondas Viajantes em Linhas de
Interconexão de Fontes Interfaceadas por
Conversores: Um Estudo sobre Aplicações de
Proteção e Localização de Faltas – autor Felipe
Vigolvino Lopes, da Universidade Federal da
araíba;
3. Requisitos e Tendências Tecnológicas para
Stand Alone Merging Units – Adriano Oliveira
Pires, da GE Grid Solutions.

Felipe Lopes, autor de um dos 3 melhores informes
técnicos do XVI STPC
*CIGRE e seu papel na sociedade
Não nos cansamos em difundir que o nosso
propósito, ao longo de mais de 50 anos, é contribuir
para a sociedade - traduzido no objetivo de suscitar
discussões através de troca de conhecimentos e, cada
vez mais, com o intuito de agregar valor ao mundo.
E uma evidência desse caminho que temos
percorrido pode ser visto com um dos artigos
premiados no XVI STPC. Isto porque, de acordo
com os autores, o CIGRE permite o intercâmbio
de profissionais especialistas no mundo todo
para elaboração de documentações técnicas
que são amplamente utilizadas pela indústria
global. No Brasil, o STPC é considerado o maior e
mais importante evento na área de proteção. “O
alcance é muito grande, muito amplo no contexto
industrial e no contexto das empresas do setor
elétrico. O reconhecimento da indústria nos dá a
certeza de que estamos no caminho certo e que os
desenvolvimentos apresentados realmente trarão
benefícios para uma problemática real do cotidiano
das empresas”, afirma o professor Kleber Melo e
Silva, líder do artigo premiado.   ser superados”, explicam os autores.
Um pouco mais sobre o artigo premiado
O artigo “Impactos da compensação série
capacitiva de linhas de transmissão sobre técnicas
fasoriais de localização de faltas: prova de conceito
e desafios” foi desenvolvido por profissionais e
pesquisadores parceiros do IATI - Instituto Avançado
de Tecnologia e Inovação.
Fruto da colaboração técnica entre a
Universidade de Brasília, Universidade Federal da
Paraíba, CEPEL, IATI e Evolt - lderado pelo professor
Kleber Melo e Silva, contou ainda com a co-autoria
NOTÍCIAS
Kleber Melo e Silva, da UNB - autor de um dos 3
melhores informes técnicos do XVI STPC
dos pesquisadores/professores Felipe Lopes,
Raphael Reis, Amauri Britto, Eduardo Ribeiro, Caio
Moraes, Marco Rodrigues e Rodrigo Agostinho. A
pesquisa em questão tem como objetivo a obtenção
de melhorias de procedimentos de localização de
faltas em linhas de transmissão disponíveis em um
programa do CEPEL, o Sinape.NET.
No artigo, foram apresentados resultados
preliminares de uma preparação para etapas
posteriores de uma pesquisa mais ampla sobre
localização de faltas em linhas de transmissão,
iniciada no primeiro semestre de 2022. Nesse
sentido, foram necessárias adaptações dos modelos
computacionais para simulação de transitórios
eletromagnéticos no sistema Evoltz, permitindo
uma representação mais fidedigna do sistema
elétrico em estudo.
“Dessas constatações, nós pudemos chegar a
uma representação bastante realista do sistema
onde serão aplicadas as funções de localização de
faltas desenvolvidas. A partir dessa representação
realística do sistema elétrico em estudo, nós
conseguimos identificar os desafios que terão de
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022
Do ponto de vista prático, a ideia do estudo é de
que, ao aprimorar o procedimento de localização
de faltas, seja possível agilizar o reparo da linha de
transmissão após a ocorrência de curto-circuito.
Ou seja, localizando a falta mais precisamente e
mais rapidamente, pode-se despachar equipes de
manutenção de uma maneira mais rápida reduzindo
a duração do desligamento e, consequentemente, ter
menores perdas financeiras para a empresa detentora
dos ativos, diminuindo também os impactos sociais
tipicamente provocados por blackouts.
(*) FONTE: IATI - Instituto Avançado de Tecnologia e Inovação
/ VERBO Assessoria de Comunicação 23
 NOTÍCIAS
IV SENCESF – Enfim presencial,
em Florianópolis – SC
Público do IV SENCESF
O SENCESF, que foi o primeiro do calendário
de 2020 a ser adiado por conta da conjuntura
da crise sanitária que ora se instaurou em
proporções mundiais, enfim foi uma realidade
presencial. Realizado no dia 04.11.2022, no
Laboratório de Fotovoltaica da UFSC, em
Florianópolis – SC, foi uma realização em
conjunto com a Universidade Federal de Santa
Catarina (UFSC), com a parceria do IATI; o
patrocínio prata da SMA e o apoio institucional
da ABENS, ABGD, ABVE, ABSOLAR e do
Laboratório de Fotovoltaica da UFSC.
Contou ainda com a possiblidade de
participação remota – oferecendo, dessa
forma, um formato híbrido. Depois de mais de
dois anos de preparação, aconteceu com a casa
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022
cheia - um público de mais de 120 participantes.
Abertura
Na abertura do evento, a Comissão
Organizadora (CO), representada pelo
Coordenador do nosso Comitê de Estudos C6
- Sistemas Ativos de Distribuição e Recursos
Distribuídos de Energia (CE C6), Alexandre Rasi
Aoki - sempre com o intuito de trazer as grandes
e melhores soluções para o atendimento de
energia elétrica global.
24
Ainda fizeram parte da cerimônia de boas-
vindas o Coordenador do Laboratório de
Fotovoltaica da UFSC, Prof. Ricardo Rüther e
o Conselheiro e Assessor Científico do CIGRE-
Brasil, o Prof. José Sidnei Colombo Martini.
O Seminário
Promovida pelo time de instituições CIGRE-
Brasil e UFSC, a 4ª edição do SENCESF trouxe
o tema Integração da Solar Fotovoltaica
com outros Recursos Energéticos Híbridos.
Para isso, apresentou uma programação com
palestras de especialistas convidados, além
dos professores da CO, com abordagens
sobre sistemas híbridos (FV + Eólica; FV
+ Armazenamento; FV + VEs (carport));
sistemas de gerenciamento de energia (EMS);
microrredes; e novas tecnologias:
Palestra 1 – Integração de Fontes Variáveis
de Energia na Matriz Elétrica
Brasileira (Leonardo Rese –
Engie);
Palestra 2 – O potencial dos sistemas de
armazenamento na integração
renovável de grande porte
(Markus Vlasits – New Charge);
Palestra 3 – Produção Híbrida de Energia
 NOTÍCIAS

Renovável: Uma perspectiva

dos ganhos potenciais a serem
auferidos (Dorel Ramos – USP);
Palestra 4 – Integração e perspectivas das
fontes renováveis de energia
na matriz elétrica brasileira
(Gustavo Pires da Ponte – EPE);
Palestra 5 – Penetração de fontes renováveis
em redes diesel – Estudo de
caso Fernando de Noronha
(Marcelo Pinho Almeida –
ABENS); Para isso, além das palestras, incluiu visitas
Palestra 6 – Usina Termosolar Porto técnicas na UFSC, no Laboratório de Energia
Primavera – integração entre a Solar Fotovoltaica e ao novo laboratório de H2
fonte termosolar no complexo verde – com previsão de conclusão das obras
de energias renováveis da Cesp agora em novembro.
(Jonas Rafael Gazoli – Eudora
Energia);
Palestra 7 – Microrredes para Aplicações
Críticas: Centro de Lançamento
de Alcântara (Luiz Ribeiro –
UFMA);
Palestra 8 – Projeto Pecém – Fortaleza/
CE – Hidrogênio verde (Cayo
Moraes – EDP);
Palestra 9 – Hidrogênio verde e sua Interação
com os Sistemas Fotovoltaicos
(João Camargo – Hytron);
Palestra 10 - Hidrogênioverde,armazenamento 5ª edição
de energia, mobilidade elétrica e
energia solar fotovoltaica (Prof. Terra à vista para a próxima edição do
Ricardo Rüther – UFSC) e evento.
Palestra 11 - ProgramaçãoDiáriadeMicrogrids O V SENCESF, com previsão para o ano que
e Redes Ativas de Distribuição vem, em 2023, agora subirá para o hemisfério
Considerando o Gerenciamento Norte - na cidade do Recife - com a parceria do
pelo Lado da Demanda (Prf. IATI.
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022

Alxandre Rasi Aoki – UFPR)

Visitas Técnicas

O IV SENCESF teve como objetivo o

balanço da evolução tecnológica da energia
solar fotovoltaica e sua integração com
outros recursos energéticos distribuídos, a
difusão do estado da arte da pesquisa e do
desenvolvimento, além da prospecção dos
avanços científicos e industriais relacionados. Visita Técnica - Laboratório UFSC
25
 ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022

26
NOTÍCIAS
 NOTÍCIAS

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ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022
 ARTIGO CONVIDADO
Desafios e Soluções na Proteção de Linhas
de Transmissão Conectando Fontes de Energia
Não Convencionais
Marcelo Bini EDF Renewables l Ricardo Abboud l Paulo Lima
Fabio Lollo Schweitzer Engineering Laboratories, Inc.
SUMÁRIO - Este artigo discute o impacto das
fontes baseadas em inversores (IBRs) nos relés de
proteção digitais tradicionais aplicados na linha
de transmissão de interconexão entre a IBR e o
sistema de potência. Eventos reais envolvendo
uma usina de energia fotovoltaica (PV) são usados
para mostrar o comportamento das correntes de
falta, o qual é diferente dos sistemas de potência
com geradores síncronos, especialmente para
componentes de sequência-negativa. O artigo
discute como lidar adequadamente com este tipo de
fonte, apresentando recursos de relés de proteção
modernos, funções baseadas no domínio do tempo
e ajustes especiais para dispositivos eletrônicos
inteligentes (IEDs) de proteção tradicionais. Os
dados de eventos reais foram utilizados para validar
as soluções propostas neste estudo de caso. As
lições aprendidas serão aplicadas em uma nova
instalação (um parque eólico) que está atualmente
em fase de projeto.
z 1.0 INTRODUÇÃO
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022
Na última década, a participação das energias
renováveis no setor elétrico cresceu rapidamente.
Atualmente, instalações de energia renovável,
especialmente as usinas solares fotovoltaicas (PV:
“photovoltaic”) e as turbinas eólicas, têm sido cada
vez mais implementadas. A contribuição dessas fontes
para o sistema de potência afeta o desempenho dos
sistemas de proteção convencionais, particularmente
para faltas nas linhas de transmissão que conectam
tais fontes de energia ao sistema de potência.
A maioria dessas fontes de energia renováveis
é baseada em inversores e suas características
28 mudam de acordo com as especificações e projeto
do fabricante. A contribuição da corrente de falta
proveniente de uma fonte baseada em inversor
(IBR: “inverter-based resource”) é limitada pela
capacidade de corrente de seus componentes
baseados na eletrônica de potência e respectivas
funções de controle. Tipicamente, a capacidade
máxima de corrente desses componentes de energia
não ultrapassa 1.5 vezes a corrente a plena carga
durante o estado de regime de falta. Além disso,
as fontes de energia baseadas em inversor (IBRs)
não têm a mesma quantidade de inércia rotacional
que um gerador síncrono [1]. Normalmente, a
IBR não fornece grandezas de sequência-negativa
e sequência-zero confiáveis, como ocorreria
com os geradores síncronos. As características
e o comportamento atípico da IBR desafiam as
funções de proteção baseadas em fasores quando
comparados aos geradores síncronos, uma vez que
as considerações feitas em seu projeto não são
mais válidas, especialmente aquelas referentes à
magnitude da contribuição da corrente de falta e
comportamento da sequência-negativa associada
[1].
Os benefícios e vantagens dos relés numéricos
são bem conhecidos na indústria de energia, e a
facilidade de obtenção das componentes simétricas
a partir das grandezas de fase medidas é uma
dessas vantagens. Isso permite a implementação de
diversas novas funções baseadas nas componentes
simétricas, especialmente a componente de
sequência-negativa [2] [3] [4] [5] [6], uma vez que
obter a componente de sequência-negativa em
relés de estado sólido e eletromecânicos requer
filtros analógicos complexos e mais caros [7] [8].
Estas novas funções melhoram significativamente
a sensibilidade, confiabilidade e segurança das
 ARTIGO CONVIDADO
funções e esquemas de proteção da linha de
transmissão, permitindo a detecção segura de
faltas na linha que representam um desafio para os
sistemas de proteção.
Este artigo avalia como as fontes de energia não
convencionais afetam a segurança e a confiabilidade
da proteção de linhas de transmissão baseada em
fasores, especialmente as funções de proteção
baseadas em componentes simétricas. Primeiro,
o artigo faz uma breve análise da contribuição de
curto-circuito proveniente das fontes de energia
não convencionais, focando nas IBRs. O artigo
analisa os principais recursos da proteção de linhas
de transmissão baseados em componentes de
sequência-negativa e seus benefícios em termos de
sensibilidade, confiabilidade e segurança.
Um estudo de caso é apresentado avaliando o
desempenho das funções de proteção baseados
em fasores de uma linha de transmissão de 138 kV
que conecta uma usina solar fotovoltaica (PV) de
420 MW ao sistema interligado brasileiro. Dados de
eventos de faltas reais neste sistema de transmissão
são usados para avaliar o desempenho das funções
de proteção da linha.
O artigo avalia o desempenho das funções
de proteção baseadas em fasores aprimoradas e
funções de proteção no domínio do tempo, as quais
são projetadas para fornecer desempenho confiável
do sistema de proteção da linha de transmissão que
conecta a IBR à rede. Dados capturados de eventos
de faltas reais são usados para testar e avaliar a
eficácia e o desempenho dos recursos de proteção
baseados em fasores aprimorados e recursos de
proteção no domínio do tempo, sendo os resultados
apresentados e discutidos.
Finalmente, o artigo propõe uma filosofia de
proteção combinando elementos baseados em
fasores e grandezas incrementais no domínio do
tempo. Isto tem como base a validação efetuada
com dados de campo neste artigo e as conclusões
de artigos anteriores. Possíveis modificações no
ajuste das funções baseadas em fasores para
melhorar a segurança, conforme mostrado em [9],
também são consideradas.
z 2
 .0 COMPORTAMENTO DE IBR DURANTE FALTAS
NO SISTEMA DE POTÊNCIA
A. Comportamento Dinâmico das Turbinas Eólicas
Durante Curtos-Circuitos
As turbinas eólicas são sistemas complexos que
transformam a energia cinética do vento em energia
elétrica, sendo que a geração eólica já é responsável
por uma parcela significativa da matriz energética
brasileira [10]. Uma das características específicas
da geração eólica é a alta variabilidade da força dos
ventos, que se converte em variações nas rotações
das turbinas. Para um gerador, variar a rotação
significa variar a frequência do sinal gerado. Como
existe uma tendência para variação da frequência
do gerador e uma necessidade simultânea de
manter a frequência do sistema elétrico constante,
diversas soluções foram desenvolvidas para permitir
o acoplamento entre a turbina eólica e o sistema de
potência.
As turbinas eólicas são normalmente classificadas
em diferentes tipos, de acordo com sua operação
e construção. Naturalmente, cada tipo de gerador
contribui de forma diferente durante a ocorrência
de faltas no sistema. Existem muitos estudos que
buscam encontrar a melhor forma de modelar os
diferentes tipos de máquinas visando entender
seu comportamento durante faltas no sistema.
[11]. Uma modelagem adequada permite que os
usuários tenham mais confiança durante os cálculos
das contribuições do gerador para curto-circuito e
estudos de suportabilidade dos equipamentos de
pátio.
As referências [12] e [13] apresentam as
características e as contribuições para faltas das
turbinas eólicas Tipo I e Tipo II, respectivamente. As
contribuições dos geradores Tipo III durante faltas
podem ser divididas em dois comportamentos,
que dependem de o crowbar estar ou não ativo.
O sistema crowbar faz a inserção de resistência
trifásica no enrolamento de campo do gerador
em determinadas condições, como sobrecorrente
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022
no circuito de campo e/ou sobretensão no link
DC. Quando ativo, faz com que o gerador Tipo III
comporte-se como um motor de indução tipo
gaiola de esquilo.
Quando o crowbar está ativo, os dispositivos
baseados na eletrônica de potência não controlam o
enrolamento de campo; portanto, o comportamento
é similar ao do gerador de indução. Além disso,
quando o gerador com o crowbar ativado está
contribuindo, alguns componentes podem ter
frequências diferentes da frequência nominal, uma
vez que a rotação do eixo da máquina não está
necessariamente em sincronia com a rede. Os níveis
29
 ARTIGO CONVIDADO
mais altos de curto-circuito da turbina eólica Tipo III
são obtidos quando o crowbar está ativo [14].
Quando o crowbar não está ativo e a rede está
sob condições de falta, as contribuições da turbina
eólica são determinadas pela eletrônica de potência.
Nesta situação, a rede de controle desenvolvida
pelo fabricante é a principal responsável na
determinação da resposta dinâmica da máquina.
Observamos diferentes respostas entre diferentes
fabricantes e diferentes turbinas eólicas do mesmo
fabricante.
O Tipo IV tem sua corrente de curto-circuito
totalmente controlada pela eletrônica de potência.
Estes dispositivos são dimensionados para conduzir
um nível de corrente ligeiramente acima da
corrente nominal, limitando na maioria das vezes
a contribuição desses geradores a uma faixa de
1.1 a 1.3 pu da corrente nominal [1] [15]. Outra
característica é a baixa capacidade de fornecer
corrente de sequência-negativa; a corrente de
curto-circuito deste tipo de gerador tende a ser
equilibrada, mesmo para faltas desequilibradas.
B. C
 omportamento das Usinas PV Durante Curtos-
Circuitos
A geração de energia elétrica através de
painéis PV envolve a conversão da luz solar em
energia elétrica. Esta conversão ocorre devido
às características semicondutoras do material
(normalmente silício), o qual é utilizado nas células
PV devido à sua grande disponibilidade.
Os módulos PV são compostos por um conjunto
de células solares interligadas que transformam
energia. As conexões das células estão diretamente
relacionadas à tensão e à corrente elétrica que o
módulo precisa fornecer para atender ao projeto
do fabricante [16].
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022
Os sistemas de geração PV consistem na conexão
de módulos solares em série, em paralelo, ou em
uma combinação de ambos, na qual cada string é
composta por um determinado número de módulos
para obter os níveis de tensão e corrente desejados.
Geralmente, a potência é a especificação técnica
mais usada para classificar módulos PV, e a unidade
amplamente usada é o watt-pico (Wp).
O sistema completo de uma planta solar, no
nível de geração, é composto pelos seguintes
equipamentos:
• Módulos solares
• Combiner box
30
• Inversor
• Transformador elevador
Para produzir a potência necessária, os módulos
solares são interconectados e formam strings.
Estas strings são reunidas em uma combiner box,
e as saídas da combiner box são conectadas aos
inversores cc/ca, que convertem a tensão cc em
tensão ca usando um retificador trifásico. As saídas
dos inversores são ligadas aos transformadores
elevadores para conectar a energia no nível de
média tensão a uma subestação coletora, que eleva
então a tensão para disponibilizar a energia gerada
no sistema de potência.
As usinas solares conectadas à rede contribuem
para as correntes de curto-circuito durante uma
falta, modificando a característica de curto-circuito
no sistema de potência. A contribuição para a
corrente de curto-circuito depende de diversos
fatores, incluindo o nível máximo de corrente
suportado pelo inversor, sistemas de controle
do inversor, condições ambientais, sistema de
proteção, localização e tipo da falta.
z 3.0 ANÁLISE DE UM CASO DE CAMPO
A Fig. 1 exibe as principais características do
sistema utilizado como um estudo de caso. O
estudo de caso de campo tem como base uma usina
de energia solar PV localizada no Brasil, a qual tem
uma capacidade instalada de aproximadamente
420 MW. A PV é conectada ao sistema interligado
nacional (GRID) brasileiro através de três
transformadores elevadores de três enrolamentos,
conforme mostrado na Fig. 1:
• Setor 34.5 kV—Nível da tensão de distribuição
da PV com enrolamento do transformador
elevador conectado em Y e aterrado através
de resistência. Os inversores são conectados
ao barramento de 34.5 kV através de
transformadores elevadores de 0.38/34.5 kV,
não mostrados na Fig. 1.
• Setor 138 kV—Nível da tensão de transmissão
da PV com enrolamento do transformador
conectado em Y e solidamente aterrado
para conexão ao GRID através da linha de
transmissão de 138 kV com um comprimento
de 10.37 km (6.44 milhas).
• Enrolamento terciário em delta (D) para
filtragem de harmônicos sem carga conectada.
A linha de transmissão em análise possui relés
 ARTIGO CONVIDADO

de proteção instalados em ambos os terminais,
indicados no diagrama como IED_PV e IED_GRID.
Para esta falta, a proteção da linha de 138 kV
não deve causar a abertura dos DJs. No entanto,
conforme mostrado na Fig. 2, o IED_GRID atua e dá
trip (2:TRIP). A corrente que flui através dos IEDs
em ambos os terminais da linha é a contribuição
da PV, a qual tem alta distorção e não é condizente
com a contribuição de uma máquina síncrona para
uma falta AG.

Fig. 1. Diagrama unifilar simplificado da PV utilizada no

estudo de caso.

O dispositivo eletrônico inteligente (IED) aplicado

é um relé de proteção de linhas de transmissão, e
as principais funções habilitadas para o trip do
disjuntor (DJ) são as seguintes:
• Proteção diferencial de linhas—os elementos
de fase (87LA, 87LB e 87LC), elemento de
sequência-negativa (87LQ) e elemento de
sequência-zero (87LG) são habilitados;
• Elementos de distância de fase e terra temporizados
(Z2T)—A Zona 1 não é habilitada devido ao curto
comprimento da linha e ao comportamento da
contribuição de PV para faltas;
• Esquema de teleproteção por comparação
direcional com transferência de trip por
sobrealcance permissivo (POTT) através do
elemento de distância de sobrealcance (Z2) e
sobrecorrente direcional de neutro (67G2);
• Transferência de trip direto (DTT);
• Proteção de sobrecorrente de emergência
(51E) – somente habilitada em caso de perda
de potencial e perda da comunicação do canal
do diferencial simultaneamente;
• Proteção de sobretensão de fase (59P).
Houve uma falta AG (falta na fase A para
Fig. 2. Registros de oscilografia com sinais de corrente
(amperes), tensão (quilovolts) e sinais digitais dos
terminais PV e GRID para a falta AG externa.
O pequeno afundamento na tensão da fase A
sugere que foi um curto-circuito no GRID relativamente
distante (eletricamente) da linha de transmissão em
questão. As equipes de campo reportaram que a falta
ocorreu aproximadamente a 200 km de distância da
linha de transmissão em análise.
A Fig. 3 exibe as formas de onda de cada fase
e ambos os terminais separadamente. Isso facilita
observar que a corrente que entra na linha pelo
terminal PV é igual à corrente que sai da linha pelo
terminal GRID (as correntes de ambos os lados
estão em oposição de fase), comprovando que foi
uma falta externa à linha.
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022

terra) no GRID, externa à linha de transmissão de

interconexão de 138 kV. No instante da falta, a PV
estava conectada gerando energia; portanto, há
uma contribuição da PV para a falta.
A Fig. 2 exibe as correntes e tensões durante a
falta AG externa à linha de transmissão. Os usuários
podem concluir que este é um curto-circuito AG
devido ao afundamento da tensão na fase A e ao
aumento da corrente nesta fase no início do curto-
circuito. A elevação da corrente nas outras fases e
as distorções nas formas de onda representam um
desafio para os esquemas de proteção atualmente Fig. 3. Correntes por fase (amperes) em ambos os
aplicados. terminais da linha.
31
 ARTIGO CONVIDADO

O restante deste artigo fornece uma análise em aproximadamente 140 graus, um

mais detalhada do comportamento das funções de
proteção durante este evento.
A. Lógica de Identificação do Tipo da Falta
Nas faltas que envolvem a terra, os IEDs de
proteção comparam os fasores da corrente de
sequência-negativa (I2) e corrente de sequência-
zero (I0) para identificar qual tipo de falta está
ocorrendo no sistema. Usando a fase A como
referência para calcular as componentes simétricas
para uma falta AG ou BCG (FSA), espera-se que IA2
e IA0 estejam em fase. Para uma falta BG ou CAG
(FSB), espera-se que o fasor IA2 esteja atrasado
de IA0 em 120 graus, e para uma falta CG ou ABG
(FSC), espera-se que IA2 esteja adiantado de IA0 em
120 graus. A Fig. 4 exibe estas relações esperadas.
Para identificar se a falta é monofásica ou bifásica
para terra, uma comparação é efetuada entre a
impedância aparente dos respectivos loops de
falta. Aquele que apresentar a menor impedância
aparente é o loop sob falta [6].
comportamento característico de uma falta BG
ou CAG (Fig. 5c).
I0 permanece estável em relação a VA
durante toda a falta, com uma diferença angular
compatível com uma falta AG. O enrolamento D
dos transformadores elevadores de 34.5/138 kV
da PV fornece um caminho de baixa impedância
para a corrente de sequência-zero, levando o GRID
a contribuir com uma parcela da corrente I0 que
flui no sentido de PV para o GRID. Dessa forma, a
corrente I0 é menos dependente do comportamento
dos inversores e tem um comportamento mais
previsível neste tipo de sistema, considerando
que o GRID possui fontes majoritariamente
convencionais. A Fig. 5 exibe também a resposta
da lógica de seleção das fases sob falta no terminal
GRID para este evento.
Este comportamento inesperado da relação
entre I2 e I0 faz com que os relés que usam esta
metodologia identifiquem incorretamente o tipo
da falta e habilitem loops de falta inadequados.
Isto pode ter consequências, tais como subalcance
ou sobrealcance da proteção de distância, erros na
função de localização de faltas e aberturas incorretas
quando o trip monopolar estiver sendo aplicado.

Fig. 4. Relação entre I2 e I0 para faltas AG, BG, CG, BCG,

CAG e ABG.

No evento analisado, I2 apresenta um

comportamento instável, conforme observado na
Fig. 5, que exibe as tensões e as correntes filtradas no
terminal GRID. Este mesmo comportamento ocorre
em ambos os terminais da linha de transmissão,
uma vez que a contribuição da corrente de falta de
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022

PV passa através de ambos os terminais, conforme

também reportado em [1].
Após adotar a tensão da fase A (VA) como a
referência angular, o seguinte comportamento de
I2 é observado durante o evento:
• No início da falta, I2 está em fase com I0, um
comportamento característico de uma falta
AG ou BCG (Fig. 5a).
• No meio da falta, I2 está adiantado de
I0 em aproximadamente 120 graus, um
comportamento característico de uma falta CG Fig. 5. Corrente de falta (amperes) e comportamento
ou ABG (Fig. 5b). de I2 em relação a I0 durante falta AG no sistema,
• No final da falta, I2 está atrasado de I0 estudado em diferentes instantes durante a falta.
32
 ARTIGO CONVIDADO
A referência [6] descreve em detalhes uma
implementação moderna da identificação do tipo
de falta e como a seleção incorreta afeta a segurança
e a confiabilidade das funções de proteção.
B. POTT
O disjuntor do terminal GRID foi desligado pelo
esquema POTT. A Fig. 6 exibe as correntes de ambos
os terminais com indicações dos elementos digitais
de ambos os IEDs.
O IED_PV inicialmente vê a falta como sendo para
a frente (1:32GF) e transfere o sinal permissivo para
o terminal GRID (1:KEY). Em relação ao terminal PV,
a falta está realmente na direção à frente.
O IED_GRID recebe o sinal permissivo do
terminal PV (2:PT) e, quando vê a direcionalidade
da falta como sendo para a frente (2:32GF), emite
um comando de trip através do esquema POTT
(2:TRPRM). Para o terminal GRID, a falta deveria ser
declarada como reversa.
Apesar de inicialmente ter declarado a falta
como sendo para a frente (1:32GF), o IED_PV
começa a definir a falta como reversa (1:32GR)
no instante 830 ms aproximadamente, ao mesmo
tempo que o IED_GRID define a falta na direção
à frente (2:32GF). Analisaremos o que causou
este comportamento de forma mais detalhada. O
elemento direcional de sequência-negativa (32Q)
foi ajustado para fornecer decisões direcionais para
o elemento de sobrecorrente direcional de terra
residual (67G2), e este foi o elemento responsável
pela operação do esquema POTT.
Fig. 6. Registros de oscilografia com sinais de corrente
(amperes) e indicações das proteções ativadas nos
terminais PV e GRID para a falta AG externa.
Em um elemento direcional de sequência-
negativa tradicional, a relação angular entre a
tensão de sequência-negativa (V2) e a corrente
de sequência-negativa (I2) determina a direção
da falta. Para uma falta à frente, espera-se que I2
• 1<Z1ANG (I2R) esteja defasada em 180 graus de
V2; por outro lado, espera-se que a corrente I2R
esteja em fase com V2 para uma falta reversa [17],
conforme mostrado na Fig. 7. Definindo V2 como
a referência angular, espera-se que I2R esteja na
região azul para faltas à frente e na região vermelha
para faltas reversas. Na região em preto, a direção
é indefinida.
Fig. 7. Relação entre V2 e I2R para faltas na direção à
frente e reversa.
Os IEDs de proteção utilizados na linha analisada
possuem um elemento 32Q baseado na medição da
impedância de sequência-negativa [18]. Para uma
falta à frente, a relação entre V2 e I2 é a sequência
negativa da impedância da fonte (–ZS), conforme
mostrado na Fig. 8a. Para uma falta reversa, a
relação entre V2 e I2 é a soma da impedância da
linha e da impedância da fonte remota (ZL + ZR),
conforme mostrado na Fig. 8b [1].
Aqui, vamos utilizar apenas a relação entre V2
e I2R para simplificar a análise. Para o IED_PV, no
início da falta, a relação entre I2R e V2 é condizente
com uma falta na direção à frente, porém muito
próxima da direção indefinida (mostrado na Fig.
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022
9a). Contudo, em um instante posterior, a relação
entre I2R e V2 indica claramente uma falta reversa
(mostrado na Fig. 9b), justificando a mudança da
direcionalidade determinada por este relé.
Fig. 8. Princípios de operação do elemento 32Q durante
uma falta à frente (a) e durante uma falta reversa (b).
33
 ARTIGO CONVIDADO
Fig. 9. Corrente de falta (amperes) e relação entre I2R
e V2 para o IED_PV em diferentes instantes durante a
falta.
Para o IED_GRID, no início da falta, a relação
entre I2R e V2 está em uma região indefinida, e o
IED não determinou nenhuma direção para a falta
(mostrado na Fig. 10a). Em um instante posterior,
a relação entre I2R e V2 indica uma condição de
falta à frente (mostrado na Fig. 10b), justificando a
determinação do IED de que a direção da falta foi
para a frente.
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022
Fig. 10. Corrente de falta (amperes) e relação entre I2R
e V2 para o IED_GRID em diferentes instantes durante a
falta.
Uma análise similar pode ser efetuada para
avaliar como seria o comportamento de um
elemento direcional baseado na corrente de
sequência-zero (I0) e na tensão de sequência-zero
(V0). O mesmo diagrama pode ser usado para esta
avaliação (mostrado na Fig. 7) se V2 for substituído
por V0 e I2R for substituído por I0R. O IED em
questão possui um elemento direcional baseado na
34
medição da impedância de sequência-zero (32V);
seu princípio de operação é similar ao do elemento
32Q (mostrado na Fig. 8).
Na Fig. 11, pode-se observar que no terminal PV
a relação angular entre I0R e V0 é compatível com
uma falta na direção à frente, e a relação permanece
desta forma durante toda a falta.
Fig. 11. Corrente de falta (amperes) e relação entre V0
e I0R para o IED_PV em diferentes instantes durante a
falta.
A Fig. 12 mostra que a relação angular entre I0R e
V0 no terminal GRID é compatível com uma falta na
direção reversa, e a relação permanece desta forma
durante toda a falta. Este comportamento estável e
previsível das grandezas de sequência-zero mostra
que estas grandezas são mais apropriadas do que
as grandezas de sequência-negativa neste tipo de
sistema. Isto é devido principalmente à conexão
dos transformadores de PV, que permitem que
o sistema contribua com sequência-zero através
do terminal PV. Em outras palavras, a sequência-
zero que passa principalmente através do terminal
PV durante uma falta externa é, na verdade, uma
contribuição do sistema e não dos inversores.
Para este caso particular, os elementos direcionais
baseados em I0R- e V0 são mostrados como sendo
confiáveis; no entanto, em algumas aplicações, tais
como em linhas paralelas, o acoplamento mútuo
de sequência-zero pode ser um desafio se for
aplicado o elemento direcional de sequência-zero.
O elemento direcional de sequência-negativa tem
sido sempre a escolha natural dos engenheiros de
proteção para estes casos [3] [17].
Adicionalmente, o elemento direcional de
sequência-negativa é o principal método para
determinação da direcionalidade de faltas
 ARTIGO CONVIDADO
desequilibradas entre fases, sendo utilizado para
supervisionar elementos de sobrecorrente de fase e
elementos de distância de fase nas implementações
baseadas em fasores tradicionais [18].
Fig. 12. Corrente de falta (amperes) e relação entre
V0 and I0R para o IED_GRID em diferentes instantes
durante a falta.
A proteção de linhas de transmissão nas
proximidades de fontes não convencionais resulta
em uma complicação adicional e pode deixar os
engenheiros de proteção sem uma alternativa
confiável para determinação da direcionalidade das
faltas.
C. Elemento de Proteção Diferencial de Linha (87L)
O IED aplicado possui um elemento diferencial
de linha (87L) com princípio de operação baseado
no plano alpha [19] e fornece os elementos
diferenciais de fase (87LA, 87LB e 87LC), elemento
de sequência-negativa (87LQ) e elemento de
sequência-zero (87LG).
A Fig. 13 exibe as correntes filtradas de fase,
sequência-negativa e sequência-zero medidas em
cada terminal da linha, bem como a respectiva
corrente diferencial. As correntes registradas em
cada terminal têm a mesma magnitude e uma
diferença de 180 graus, resultando em uma corrente
diferencial igual a zero.
Na condição de falta externa, apesar do
comportamento instável da fonte não convencional,
sua contribuição é uma corrente passando através
da linha; portanto, isto não causa uma corrente
diferencial nos elementos de fase, sequência-
negativa e sequência-zero.
Para uma falta interna na linha protegida, o IED
do terminal GRID mede a corrente de contribuição
do sistema, enquanto o IED do terminal PV mede
a corrente de contribuição da usina PV. Isto não
representa um problema para os elementos
diferenciais de fase e sequência-zero, levando
em conta as características do sistema. Para o
elemento diferencial de sequência-negativa,
inicialmente isto não é um problema, uma vez que
a contribuição do GRID é significativamente maior
do que a contribuição de PV. Até a data em que
este artigo foi escrito, não havia disponível para
análise nenhum evento com falta interna na linha.
Considerando que a contribuição para uma falta
interna no terminal GRID é muito maior do que no
terminal PV, o elemento 87LQ também pode operar
de forma confiável sob condições de faltas internas
desequilibradas.
Fig. 13. Correntes filtradas de fase, sequência-negativa
e sequência-zero (em por unidade) medidas em cada
terminal da linha.
D. Elemento de Distância (21)
Não houve atuação (pickup) do elemento
de distância para este evento porque a falta
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022
ocorreu longe da linha protegida. A Fig. 14 exibe
a característica do elemento Mho da Zona 2 e a
impedância aparente do loop AG. Durante a falta, a
impedância aparente varia muito.
No caso de uma falta dentro da zona de
sobrealcance, esta variação na impedância
aparente durante a falta pode fazer com que a
impedância aparente se mova, entrando e saindo
da zona, o que impede o elemento de operar e
atuar como um backup para faltas externas no
sistema. As referências [1] e [20] mostram como
o comportamento das fontes não convencionais
afeta os relés de distância.
35
 ARTIGO CONVIDADO
Fig. 14. Corrente de falta (amperes), tensão (quilovolts)
e comportamento do elemento Mho da Zona 2 e
impedância aparente do loop AG para a falta AG externa.
z 4
 .0 AVALIAÇÃO DOS NOVOS RECURSOS DE
PROTEÇÃO
Nesta seção, o desempenho das novas funções
de proteção é avaliado para eventos no sistema.
Funções de proteção baseadas em fasores
foram modificadas para melhor se adaptarem à
contribuição das IBRs para as faltas e novas funções
baseadas no domínio do tempo são avaliadas.
A. Elemento Direcional Baseado nas Grandezas
Incrementais (TD32)
A referência [21] demonstra o princípio de operação
do elemento TD32, que opera baseado na tensão
incremental (∆v) e na corrente incremental réplica (∆iZ).
Para uma falta à frente, a relação entre ∆v e ∆iZ
é o negativo do valor absoluto da impedância da
fonte atrás do relé (ZS), de acordo com (1).
Para uma falta reversa, a relação entre ∆v e
∆iZ é o valor absoluto da soma da impedância da
linha protegida (ZL) com a impedância da fonte do
terminal remoto (ZR), de acordo com (2).
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022
A representação gráfica de ∆v e ∆iZ durante faltas
no sistema ajuda a entender como a relação entre
estas grandezas indica a direção da falta (mostrado
na Fig. 15) [21].
Fig. 15. Tensão incremental e corrente incremental
réplica para uma falta à frente (a) e para uma falta
reversa (b).
36
Após observar a Fig. 15, podemos concluir que a
tensão incremental e a corrente incremental réplica
possuem formas de onda similares e que a relação
entre suas polaridades indica claramente a direção
da falta: as grandezas têm uma polaridade oposta
para faltas à frente, e as grandezas estão em fase
para faltas reversas. Adicionalmente, a relação
entre as respectivas magnitudes está relacionada
às impedâncias do sistema. A referência [21]
detalha a implementação do elemento TD32 de alta
velocidade, com base na relação entre ∆v e ∆iZ.
A seção seguinte avalia o desempenho do
elemento TD32 durante os eventos no sistema em
estudo. Para isso, vamos reproduzir os eventos
de campo reais em um IED com a função TD32
implementada [22].
1) Caso 1: Falta AG Externa
Esta é a mesma falta avaliada na Seção III. A Fig.
16 exibe o comportamento da tensão incremental e
da corrente incremental réplica no terminal PV para
a falta AG externa. Conforme esperado, no início da
falta, estas grandezas têm polaridades opostas, e o
relé classifica a falta como sendo uma falta à frente
(TD32F = 1).
Fig. 16. Corrente de falta (amperes), tensão (quilovolts),
tensão incremental (quilovolts) e corrente incremental
réplica (amperes) no terminal PV para uma falta AG
externa.
A Fig. 17 exibe o comportamento da tensão
incremental e da corrente incremental réplica no
terminal GRID para a falta AG externa. Conforme
esperado, no início da falta, estas grandezas
possuem a mesma polaridade, e o relé classifica a
falta como sendo uma falta reversa (TD32R = 1).
 ARTIGO CONVIDADO
Fig. 17. Corrente de falta (amperes), tensão (quilovolts),
tensão incremental (quilovolts) e corrente incremental réplica
(amperes) no terminal GRID para uma falta AG externa.
2) Caso 2: Falta BG Externa Sem Geração de
Energia em PV
Esta falta BG (falta fase B para terra) externa
representa uma condição diferente da falta AG
externa descrita anteriormente, pois ocorreu
no instante em que PV tinha geração zero. Dessa
forma, a única contribuição de corrente para a falta
foi a corrente de sequência-zero do sistema através
dos transformadores no terminal PV. Além disso,
esta falta está mais próxima da linha protegida do
que a falta anterior.
A Fig. 18 exibe o comportamento da tensão
incremental e da corrente incremental réplica no
terminal PV para esta falta. Como esperado, no
início da falta, estas grandezas têm polaridades
opostas, e o relé classifica a falta de forma confiável
como sendo uma falta à frente (TD32F = 1).
Fig. 18. Corrente de falta (amperes), tensão (quilovolts),
tensão incremental (quilovolts) e corrente incremental
réplica (amperes) no terminal PV para uma falta BG externa.
A Fig. 19 exibe o comportamento da tensão
incremental e da corrente incremental réplica no
terminal GRID para esta falta. Como esperado, no
início da falta, estas grandezas estão em fase, e o
relé classifica a falta de forma confiável como sendo
uma falta reversa (TD32R = 1).
Fig. 19. Corrente de falta (amperes), tensão (quilovolts),
tensão incremental (quilovolts) e corrente incremental réplica
(amperes) no terminal GRID para uma falta BG externa.
A situação operacional descrita neste caso é
bastante comum, pois se trata de uma usina solar
e não há geração de energia no período noturno.
A referência [17] mostra como este tipo de falta
com apenas corrente de sequência-zero pode causar
operação incorreta dos elementos direcionais com
uma conexão em quadratura tradicional; isto é
mais crítico, especificamente em linhas curtas, pois
a elevada corrente de sequência-zero pode atingir
o nível de pickup do elemento de sobrecorrente
direcional de fase. Tanto o elemento TD32 quanto
o elemento 32V mostrados anteriormente são
seguros para este tipo de falta.
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022
Quando este artigo foi escrito, havia apenas faltas
envolvendo a terra para avaliação do desempenho
do elemento TD32; contudo, [20] considera o uso
de TD32 confiável para todos os tipos de falta neste
tipo de aplicação.
B. Elemento Diferencial (TW87) e Elemento Direcional
(TW32) Baseados em Ondas Viajantes (TW)
A referência [21] descreve os princípios e
fundamentos das funções de proteção baseadas nas
ondas viajantes (TWs: “traveling waves”) de corrente
e tensão, são eles os elementos TW32 e TW87.
Estes elementos operam com base nos sinais
37
 ARTIGO CONVIDADO
transitórios de alta frequência gerados pela falta e
são, a princípio, independentes da contribuição da
fonte para a falta. Portanto, estes elementos são
alternativas para proteção de linhas onde um ou
mais terminais possuem IBR conectada.
Este artigo não pretende avaliar o desempenho
desses elementos, uma vez que não existem
registros amostrados de alta frequência da ordem
de MHz disponíveis no sistema aqui avaliado.
C. Lógicas de Identificação do Tipo da Falta
Baseadas nas Grandezas Incrementais e Baseadas
em Fasores Aprimoradas
O IED de [22] implementa uma lógica de
seleção da fase sob falta baseada nas grandezas
incrementais. Esta lógica é importante para
supervisionar elementos de proteção baseados
nas grandezas incrementais, tais como o elemento
TD32 e o elemento de distância de subalcance com
base nas grandezas incrementais (TD21) [23].
Para proteção piloto com esquemas de trip
monopolar, a identificação correta da fase sob falta
é também necessária para emitir o sinal de trip para
a fase correta. Esta lógica baseada nas grandezas
incrementais é usada em [22] nos esquemas de
proteção piloto baseados em TD32, TD21 e TW32.
Conforme mostrado anteriormente, os elementos
baseados nas grandezas incrementais apresentaram
um comportamento adequado durante faltas reais no
sistema em estudo. Estas funções podem ser aplicadas
com segurança para propiciar abertura rápida para
faltas internas na linha de transmissão protegida.
No entanto, as grandezas incrementais estão
disponíveis por um tempo limitado após o início da
falta. Este tempo é determinado pelo número de
períodos usados no cálculo da grandeza incremental
[21]. Portanto, estas funções não fornecem
proteção de backup para faltas externas no sistema,
de forma similar à função 87L. Em consequência,
o sistema de proteção tem de ser complementado
com funções baseadas em fasores.
Um dos desafios descritos na Seção III para
proteção fasorial é a correta identificação da fase
sob falta devido ao comportamento inesperado das
componentes simétricas na contribuição da IBR.
O IED de [22] também implementa a lógica
de identificação do tipo da falta (FID: fault-type
identification logic) baseada em fasores, a qual utiliza
as tensões de sequência-negativa e sequência-
zero, além das correntes de sequência-negativa e
38
sequência-zero. O objetivo do uso das tensões de
sequência consiste em permitir que a lógica FID
opere de forma confiável sob condições de “weak
infeed” ou quando as correntes de sequência forem
pequenas e não confiáveis, como no caso das IBRs
[22]. A lógica calcula duas grandezas, conforme
mostrado em (3) e (4).
onde:
3I2 é a corrente de sequência-negativa
3I0 é a corrente de sequência-zero
Z1ANG é o ângulo da impedância de sequência-
positiva da linha
3V2 é a tensão de sequência-negativa
3V0 é a tensão de sequência-zero
S2 é a grandeza de sequência-negativa
S0 é a grandeza de sequência-zero
H2 e H0 são constantes
Além de S2 e S0, a lógica também usa a tensão
de sequência-positiva (V1) na determinação do tipo
da falta quando não há envolvimento de terra, bem
como para determinar se a falta é, por exemplo, CG
ou ABG. A Fig. 20 exibe a relação angular esperada
entre estas grandezas para cada tipo de falta [22]. Na
Fig. 20, a falta é BCG, confirmada tanto pela relação
entre S0 e S2 quanto pela relação entre S2 e V1.
Em [22], esta lógica é usada para melhorar a
identificação da fase sob falta, sendo utilizada nas
seguintes aplicações:
• Permitir o trip monopolar nos esquemas de
proteção piloto com 67G e 67Q
• Permitir o trip monopolar no esquema de
proteção piloto usando a lógica “weak infeed”
com 59G e 59Q
• Melhorar a sinalização do tipo da falta
• Melhorar a seleção do tipo de falta para a
função de localização de faltas baseada em
impedância
• Melhorar o trip monopolar nos esquemas DTT
sem bits separados por fase
Considerando as aplicações e o princípio de
operação desta lógica, ela deve operar para faltas
na direção à frente.
Avaliamos o desempenho da lógica de
identificação do tipo da falta baseada em fasores
aprimorada e da lógica de seleção da fase sob
falta baseada nas grandezas incrementais para os
eventos do Caso 1 e Caso 2, apresentados acima.
 ARTIGO CONVIDADO

falta. Adicionalmente, o comportamento correto

do elemento TD32 pode ser observado.

Fig. 21. Corrente de falta (amperes), tensão

Fig. 20. A relação entre S0 e S2 (a) e a relação entre S2 e (quilovolts), desempenho da lógica de seleção da fase
V1 (b) durante faltas desequilibradas. sob falta baseada em fasores aprimorada (1:FIDAG
e 2:FIDAG) e da lógica de seleção da fase sob falta
Na Fig. 21, os eventos marcados com “1” são baseada nas grandezas incrementais (1:FSAG e
do terminal GRID e aqueles marcados com “2” são 2:FSAG) para o Caso 1.
do terminal PV. O IED do terminal PV identifica
corretamente a falta como AG usando o elemento
baseado em fasores aprimorado (2:FIDAG) e usando
o elemento baseado nas grandezas incrementais
(2:FSAG). O IED do terminal GRID identifica
corretamente a falta usando o elemento baseado
nas grandezas incrementais (1:FSAG), e não há
indicação de uso do elemento baseado em fasores
aprimorado (1:FIDAG), conforme esperado, pois a
falta está na direção reversa.
Para o Caso 2, o IED do terminal PV identifica
corretamente a falta como BG usando o elemento
baseado em fasores aprimorado (2:FIDBG) e
usando o elemento baseado nas grandezas
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022

incrementais (2:FSBG), conforme mostrado na Fig.

22. O IED do terminal GRID identifica corretamente
a falta usando o elemento baseado nas grandezas
incrementais (1:FSBG), e não houve indicação de
uso do elemento baseado em fasores aprimorado
(1:FIDBG), conforme esperado, pois a falta está na
direção reversa para esta extremidade da linha.
A Fig. 23 exibe o desempenho das lógicas de
seleção da fase sob falta para uma falta CAG (falta
entre as fases C e A com envolvimento de terra)
externa à linha protegida. Para este caso, apenas
o evento de PV está disponível. Ambas as opções
de lógica identificam corretamente as fases com
Fig. 22. Corrente de falta (amperes), tensão
(quilovolts), desempenho da lógica de seleção da fase
sob falta baseada em fasores aprimorada (1:FIDBG
e 2:FIDBG) e da lógica de seleção da fase sob falta
baseada nas grandezas incrementais (1:FSBG e 2:FSBG)
para o Caso 2.
O método aprimorado descrito comprovou
ser mais seguro e mais robusto do que o método
tradicional baseado apenas nas correntes das
componentes simétricas nos eventos avaliados.
39
 ARTIGO CONVIDADO
Fig. 23. Corrente de falta (amperes), tensão (quilovolts),
desempenho da lógica de seleção da fase sob falta baseada
em fasores aprimorada (FIDCAG), lógica de seleção da fase
sob falta baseada nas grandezas incrementais (FSCA), e de
TD32F para uma falta CAG externa.
z5
 .0 CONFIGURAÇÃO DO SISTEMA DE PROTEÇÃO
DE LINHAS DO NOVO PARQUE EÓLICO
Um novo parque eólico está sendo construído, o
qual será conectado ao sistema interligado nacional
(GRID) através de uma linha de transmissão aérea
de 500 kV, circuito único, com uma extensão de 27
km (16.8 milhas).
Esta seção discute como o novo sistema de
proteção para esta linha de transmissão está sendo
projetado. Considerando a experiência obtida com
a proteção da linha de transmissão de 138 kV da
PV e o desempenho disponível usando os novos
elementos de proteção descritos na Seção IV, um
relé que combina recursos baseados em fasores com
funções no domínio do tempo foi escolhido para a
proteção Principal e um relé diferencial de linha
baseado em fasores foi escolhido para a proteção
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022
Alternada desta nova linha de transmissão.
A Fig. 24 exibe o diagrama unifilar simplificado
do parque eólico e sua conexão com GRID.
Fig. 24. Diagrama unifilar simplificado do novo parque
eólico da EDF Renewables e sua conexão com GRID.
40
A. Esquema de Proteção Piloto
As linhas de transmissão que conectam o
parque eólico ao GRID possuem um cabo OPGW. O
esquema de proteção piloto adotado é o POTT.
Os seguintes elementos direcionais estão
disponíveis:
• IED de proteção Principal
- Elemento direcional baseado nas grandezas
incrementais (TD32)
- Elemento direcional baseado em TWs (TW32)
- Elemento direcional de impedância de
sequência-negativa (32Q)
- Elemento direcional de impedância de
sequência-zero (32V)
- Elemento direcional de fase (32P-1)
• IED de proteção Alternada
- Elemento direcional de impedância de
sequência-negativa (32Q)
- Elemento direcional de impedância de
sequência-zero (32V)
- Elemento direcional de fase (32P-2)
Os elementos direcionais de fase (32P) de cada
IED são classificados com códigos diferentes, uma
vez que possuem diferentes princípios de operação:
• 32P-1 - elemento direcional de fase auto-
polarizado com tensão de memória
• 32P-2 - elemento direcional de fase baseado
no ângulo da impedância de sequência-
positiva, obtido da relação entre a tensão de
sequência-positiva e a corrente de sequência-
positiva
1) Faltas à Terra
Para faltas envolvendo a terra, os elementos
TD32 e 32V garantem uma indicação confiável da
direção da falta. Estes elementos têm demonstrado
serem seguros para os eventos avaliados e têm alta
sensibilidade para detecção de faltas à terra.
O elemento TD32 é diretamente associado ao
esquema de teleproteção por comparação direcional
para envio do sinal permissivo. O esquema POTT usa
um elemento TD32 supervisionado por corrente
(TD67) para dar trip. De forma similar, o esquema
POTT usa um elemento 32V supervisionado por
corrente de sequência-zero (67G) para envio do
sinal permissivo e para dar trip.
Mesmo considerando a baixa contribuição
do parque eólico para faltas, a conexão do
transformador elevador (34.5/500 kV) do parque
eólico permite que ele contribua com corrente
 ARTIGO CONVIDADO
de sequência-zero através do terminal do parque
eólico para faltas na linha.
2) Faltas Bifásicas e Trifásicas
Para faltas fase-fase (2P) sem envolvimento da
terra, o elemento TD32 também será utilizado para
indicar a direção das faltas.
Conforme apresentado na Seção III, o uso da
sequência-negativa pode resultar em problemas
de segurança e confiabilidade, levando em conta
a contribuição do terminal da IBR; porém, sua
utilização é desejável para identificação da direção
das faltas entre fases sem envolvimento de terra,
uma vez que o elemento 32V está indisponível para
atuar neste caso.
A referência [9] sugere uma estratégia para
aplicação da função 32Q neste tipo de sistema.
Esta estratégia consiste em definir um ajuste para
os elementos de sobrecorrente de supervisão
para faltas à frente e reversa (50FP e 50RP,
respectivamente) da função 32Q com um valor
limite suficientemente elevado para garantir a
segurança desses elementos.
Nesta aplicação, no terminal da IBR, os
elementos 50FP e 50RP são ajustados de forma que
32Q seja habilitado apenas para faltas reversas.
No terminal GRID, 50FP e 50RP são ajustados de
forma que 32Q seja habilitado para faltas na linha.
Estes ajustes permitem que os elementos sejam
habilitados apenas pela corrente de contribuição
do GRID, onde a relação entre V2 e I2 é coerente
com a direção da falta. Uma vez que a contribuição
de IBR é limitada, esta estratégia permite que a
função tenha sensibilidade para detectar faltas
desequilibradas reversas no terminal da IBR,
aumentando a segurança do esquema POTT híbrido
que usa as lógicas weak infeed e echo.
Para o relé de proteção Alternada, quando 50FP
não é ativado, a função de identificação do tipo
da falta interrompe a comparação dos fasores de
I0 e I2 e comuta para uma lógica de identificação
das fases sob falta baseada em tensão se a lógica
“weak infeed” estiver habilitada, a qual é confiável
para terminais com uma fonte fraca [9]. Portanto, o
ajuste apropriado de 50FP é duplamente benéfico
neste IED. Além da localização da falta, sinalização
do tipo de falta e trip monopolar, a lógica FID
neste IED também supervisiona os elementos de
distância.
Adicionalmente, o elemento 32P-1 opera de
forma independente e está sempre disponível
para faltas fase-fase. Assim como acontece com o
elemento direcional de fase com uma conexão em
quadratura, pode haver um conflito entre elementos
32P-1 de diferentes fases em faltas como a do Caso
2 da Seção III. Neste caso, adicionar a supervisão de
67G e 67Q no esquema de proteção piloto melhora
a segurança.
No IED de proteção Alternada, o elemento
32Q tem prioridade sobre o elemento 32P-2.
Quando 32Q não está habilitado, de acordo com
a estratégia de ajuste apresentada anteriormente,
32P-2 também está disponível para faltas fase-fase
desequilibradas.
Para faltas trifásicas (3P), os elementos TD32,
32P-1 e 32P-2 estão disponíveis. A referência [1]
mostra que 32P-2 pode perder a segurança para
faltas 3P no GRID e [9] sugere um 32P-2 aprimorado
que possa ser implementado por supervisão de
corrente e lógica simples. Este elemento 32P-2
aprimorado é usado para supervisionar todos os
elementos de fase.
O esquema POTT utiliza o elemento 32Q
supervisionado por corrente (67Q) e os elementos
32P-1 e 32P-2 supervisionados por corrente (67P)
para envio do sinal permissivo e para emissão do
comando de trip. No terminal PV, estes elementos
não operam para uma falta na linha com o ajuste
de 50FP estratégico apresentado anteriormente
e o trip neste terminal é baseado na lógica “weak
infeed” e “echo convertido para trip” (ECTT: “echo-
converted-to-trip”). No relé de proteção Principal,
a lógica “weak infeed” pode ser acionada por
subtensão de fase (27P), sobretensão de sequência-
negativa (59Q) ou sobretensão de sequência-zero
(59G). No relé de proteção Alternada, as funções
fase-fase (27PP) e 59G estão disponíveis.
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022
Para ambas as faltas 2P e 3P, o elemento TD32 tem
sensibilidade para rapidamente identificar e declarar
faltas à frente, mesmo com a baixa magnitude da
contribuição de IBR, conforme discutido em [20].
A forma como TD32 é implementado no esquema
POTT em [22] requer supervisão de corrente para
TD32 (TD67) apenas para emissão do comando de
trip e não para envio do sinal permissivo. No caso
de uma falta interna, ambos os terminais enviarão
o sinal permissivo; entretanto, apenas o lado do
GRID terá corrente suficiente para dar trip através
do POTT. Para garantir uma abertura rápida no lado
da IBR, é necessário usar um DTT.
41
 ARTIGO CONVIDADO

B. Proteção Diferencial de Corrente de Linha

O relé de proteção Alternada tem uma
função diferencial de linha baseada no plano
alfa, fornecendo elementos diferenciais de fase
(87LA, 87LB e 87LC), um elemento diferencial
de sequência-negativa (87LQ) e um elemento
diferencial de sequência-zero (87LG).
Conforme mostrado na Seção III, todos
esses elementos permanecem seguros para
faltas externas. Mesmo com o comportamento
inesperado da corrente I2 proveniente do terminal
da IBR, a mesma corrente passa através de ambos
os terminais da linha no caso de faltas externas.
Dessa forma, todos os elementos diferenciais
podem ser habilitados. A referência [9] também
avalia a segurança e a confiabilidade da função 87L
para linhas de transmissão conectando IBR.
C. Proteção de Distância
Conforme mencionado anteriormente, a
aplicação da função de distância no terminal do
parque eólico implica problemas de segurança e
confiabilidade. Um elemento da Zona 1 instantâneo
pode sobrealcançar para faltas externas e um
elemento da Zona 2 temporizado pode não ter
capacidade para fornecer backup para o sistema
devido à variação da impedância aparente.
O elemento 32P avançado pode supervisionar
elementos de distância de fase em ambos os terminais
da linha. Além disso, para evitar o sobrealcance
da Zona 1, o elemento da Zona 1 de fase pode ser
limitado usando a supervisão de sobrecorrente
do elemento de distância ou adicionando uma
temporização; estas duas condições podem também
ser combinadas em uma porta OU (OR). Adicionar
uma temporização de dropout no elemento da Zona
2 pode evitar o dropout do elemento, fornecendo um
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022
Fig. 25. Zona 1 estendida melhora a cobertura
instantânea para faltas na linha.
Esta estratégia não pode ser aplicada se
mais equipamentos (linhas de transmissão ou
transformadores) forem conectados, no futuro,
ao barramento de 500 kV do terminal do parque
eólico.
Para estas faltas, a corrente que passa através
dos terminais da linha é a corrente proveniente
do sistema, que é composto principalmente por
máquinas síncronas; portanto, as funções de
distância podem operar normalmente.
D. Recursos Baseados em TW
Faltas na linha de transmissão geram
transitórios de tensão e corrente que se propagam
em direção aos terminais da linha. Quando uma
onda incidente (iI) atinge o terminal da linha, uma
parte é transmitida (iT) e uma parte é refletida (iR),
conforme mostrado na Fig. 26 [24].
Fig. 26. Representação das ondas incidente (iI), refletida
(iR) e transmitida (iT) em um terminal da linha de
transmissão.
A porção da onda que é refletida e transmitida
depende da relação entre a impedância

backup confiável. Todas estas soluções são sugeridas característica da linha (ZC) e a impedância do
e detalhadas em [9]. terminal equivalente (ZT), as quais podem ser
Uma vez que a conexão entre o parque eólico determinadas usando (5) e (6).
e o GRID é radial neste sistema, um elemento
de distância com uma Zona 1 estendida pode
ser aplicado no relé do terminal GRID, com
um alcance além do barramento de 500 kV do
parque eólico, conforme mostrado na Fig. 25. Isto Um IED que monitora o sinal de corrente no
aumenta a cobertura instantânea para faltas na terminal da linha vê a soma das correntes incidente
linha, especialmente no caso de falhas do canal de e refletida, (iTW), de acordo com (7).
comunicação. Adicionalmente, no terminal GRID, o
elemento TD21 pode ser aplicado com um alcance
próximo do barramento remoto. No terminal GRID, duas outras linhas de
42
 ARTIGO CONVIDADO
transmissão são conectadas, de forma que ZT
é menor do que ZC. Isso faz com que iR tenha a
mesma polaridade que iI, e faz com que iTW tenha
uma magnitude maior do que a onda incidente, o
que facilita a detecção.
Contudo, a terminação da linha na IBR é efetuada
através de um transformador, significando que ZT
tem um valor muito maior quando comparado a
ZC. Isso faz com que iR e iI tenham polaridades
opostas, e faz com que iTW tenha uma magnitude
menor do que a onda incidente, o que dificulta a
detecção.
A referência [25] apresenta registros reais
das TWs de corrente de uma terminação com
transformador, os quais foram efetuados por um
dispositivo de localização de faltas baseado em
TW em uma configuração similar ao sistema aqui
estudado. A experiência deste sistema real mostra
que, apesar da atenuação na magnitude, a detecção
ainda é possível. Uma vez que a magnitude do
sinal de TW gerado na falta depende do ângulo
de incidência da tensão, a atenuação do sinal no
terminal do parque eólico reduz a sensibilidade
das funções baseadas em TW, especialmente para
faltas que ocorrem longe do pico da tensão.
No sistema em análise, serão aplicadas as
seguintes funções baseadas em TW:
• Elemento direcional baseado em TW (TW32)
• Elemento diferencial de linha baseado em TW
(TW87)
• Localização de faltas baseada em TW com
dados de dois terminais (DETWFL) [25]
• Monitoramento preditivo da linha baseado em
TWs [26]
Nos casos em que o terminal da IBR for
conectado a mais linhas de transmissão, a baixa
impedância aumenta a confiabilidade das funções
baseadas em TW.
E. Confiabilidade do Sistema de Proteção de Linhas
A maioria das estratégias de proteção descritas
é dependente da disponibilidade do canal de
comunicação entre os terminais da linha, excluindo
os elementos de distância. Portanto, para garantir
a disponibilidade do sistema de proteção, os meios
de comunicação têm que ser altamente disponíveis
e redundantes.
Isto se torna ainda mais crítico em algumas
aplicações, quando outras linhas de transmissão
são conectadas ao barramento da IBR ou quando
existe mais de um transformador, uma vez que a
estratégia de estender o alcance da Zona 1 não é
totalmente aplicável.
O Operador Nacional do Sistema (ONS) elétrico
brasileiro exige, no mínimo, a redundância total do
canal de comunicação para teleproteção em todas
as instalações com nível de tensão igual ou superior
a 230 kV.
Normalmente, as linhas de transmissão,
especialmente as mais novas, têm um cabo OPGW,
que fornece um canal de comunicação confiável
para ambos os esquemas de proteção 87L e
proteção piloto, tanto via fibra óptica direta quanto
através de multiplexadores.
Para fornecer redundância, uma rota alternativa
através de subestações próximas é uma opção.
Neste caso, para IBRs conectadas radialmente,
é pouco provável que rotas alternativas estejam
disponíveis. A redundância nas comunicações
pode ser obtida através de um segundo cabo
OPGW, Power Line Carrier (PLC) ou rádios com
tecnologia de espalhamento espectral (“spread-
spectrum radios”) para linhas curtas. Estes dois
últimos meios de comunicação não suportam ou
atendem idealmente aos requisitos da função 87L
[27], dificultando a adoção da função 87L com
redundância total.
Portanto, a proteção piloto usando um esquema
de comparação direcional é a alternativa natural
para estes canais de comunicação. O uso da função
TD32 no esquema de proteção piloto, conforme
detalhado anteriormente, aumenta a confiabilidade
para eliminação rápida de faltas internas neste tipo
de sistema.
Para faltas no barramento do terminal GRID
e faltas nas linhas adjacentes, é mais desafiador
fornecer backup remoto através do IED do
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022
terminal do parque eólico. O uso de métodos de
proteção local redundantes, incluindo proteção de
barras e proteção de falha do disjuntor, deve ser
considerado. O requisito mínimo do ONS consiste
em ter redundância para todos esses esquemas de
proteção em instalações com uma tensão maior ou
igual a 230 kV.
No caso de falha total das comunicações com o
terminal GRID, pode não ser possível eliminar a falta
no terminal do parque eólico. Neste caso, [9] sugere
o uso de um elemento de subtensão de tempo
longo para backup. Habilitar o elemento 27P ou
mesmo uma função de distância somente quando
43
 ARTIGO CONVIDADO
houver perda dos dois canais de comunicação é
uma alternativa que deve ser avaliada.
z 6.0 CONCLUSÃO
Este artigo avaliou como as características e
o comportamento atípico de uma fonte baseada
em inversor desafiam as funções de proteção
baseadas em fasores atuais, incluindo elementos
direcionais baseados em componentes simétricas,
lógica de identificação do tipo da falta e elementos
de distância. Dados de campo de uma linha de
transmissão de 138 kV conectando uma PV de
420 MW ao GRID foram avaliados, e as questões
relacionadas ao comportamento da contribuição da
corrente de falta da IBR foram discutidas.
Adicionalmente, os dados dos eventos foram
usados para avaliar o desempenho dos recursos
de proteção baseados em fasores aprimorados e
novos recursos de proteção no domínio do tempo
apresentados nos modernos relés de proteção.
Estes elementos comprovaram ser mais seguros e
confiáveis para estes sistemas.
O elemento TD32 demonstrou ser confiável
para os casos de campo avaliados. O uso deste
elemento em um esquema de proteção piloto com
comparação direcional possibilitou melhorar a
confiabilidade da proteção.
A função 87L demonstrou ser segura para os
eventos avaliados e foi também apresentada como
um excelente esquema de proteção para linhas
de transmissão conectando IBR em trabalhos
anteriores; entretanto, dois canais de comunicação
independentes e redundantes adequados para
87L nem sempre estão disponíveis. Um esquema
de proteção piloto com comparação direcional é
mais flexível em termos dos requisitos dos canais
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022
de comunicação e permite a implantação de um
sistema de proteção totalmente redundante para
estes sistemas quando aplicado com TD32.
Uma filosofia de proteção combinando
elementos baseados em fasores e grandezas
incrementais no domínio do tempo foi proposta,
baseando-se na validação efetuada com dados
de campo na conclusão deste artigo e artigos
anteriores. Esta filosofia de proteção será aplicada
na linha de transmissão que conecta o novo parque
eólico que está atualmente na fase de projeto.
Considerações sobre o sistema de proteção
da linha de transmissão e a confiabilidade da
44
proteção de backup do sistema foram discutidas.
Os requisitos mínimos do sistema de proteção da
rede de energia elétrica brasileira também foram
considerados.
Finalmente, o uso dos recursos de proteção
baseados em TW para proteção das linhas de
transmissão que conectam a IBR é de interesse dos
autores e será avaliado para a nova instalação de
um parque eólico no Brasil.
z 7.0 RECONHECIMENTO
Os autores agradecem a Ritwik Chowdhury
e Ryan McDaniel da Schweitzer Engineering
Laboratories, Inc (SEL) pelo tempo disposto na
revisão deste artigo e nas discussões técnicas.
z 8.0 REFERÊNCIAS
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Resources – Part I: Problems, IEEE Transactions
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Field Data, proceedings of the 8th Annual
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[7] F. Calero, Rebirth of Negative-Sequence Quantities
 ARTIGO CONVIDADO
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Based Relays, proceedings of the 30th Annual
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[8] W. Elmore, Protective Relaying Theory and
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[9] R. Chowdhury and N. Fischer, Transmission
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the 55th Annual Georgia Tech Protective Relaying
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[22] SEL-T401L Ultra-High-Speed Line Relay
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[23] E. O. Schweitzer, III, and B. Kasztenny, Distance
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Does It Matter, and What Else Is Out There?
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[24] A. Guzmán, B. Kasztenny, Y. Tong, and V.
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Protective Relay Engineers, College Station, TX,
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Faults by the Traveling Waves They Launch,
proceedings of the 67th Annual Conference for
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ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022
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Monitoring Based on Current Traveling Waves,
proceedings of the 15th International Conference
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Liverpool, United Kingdom, March 2020.
[27] B. Kasztenny, N. Fischer, K. Fodero, and A. Zvarych,
Communications and Data Synchronization for
Line Current Differential Schemes, proceedings
of the 2nd Annual Protection, Automation, and
Control World Conference, Dublin, Ireland, June
2011.
45
 XVI STPC
Impactos da Compensação Série Capacitiva de
Linhas de Transmissão sobre Técnicas Fasoriais de
Localização de Faltas: Prova de Conceito e Desafios
Kleber Melo e Silva l Eduardo Passos Aquino Ribeiro l Amauri Gutierrez Martins Britto l Caio Missiaggia
Moraes UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UnB) l Raphael Leite de Andrade Reis l Felipe Vigolvino Lopes
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB) l Marco Antônio Maciola Rodrigues ELETROBRÁS CEPEL l
Rodrigo Lehnemann Agostinho EVOLTZ
RESUMO - Este informe técnico tem como
objetivo provar por meio de testes realísticos a
influência de frequências subsíncronas decorrentes
da compensação série capacitiva de linhas de
transmissão (LT) sobre os filtros de estimação
fasorial usados em técnicas de localização de faltas.
Ademais, analisa-se uma linha real do Sistema
Interligado Nacional (SIN) para fins de identificação
de cenários nos quais ocorre o by-pass dos bancos
de capacitores série, identificando desafios práticos
para procedimentos de localização de faltas neste
tipo de linha.
PALAVRAS-CHAVE - Proteção, localização de
faltas, linha de transmissão, algoritmos fasoriais.
z 1.0 INTRODUÇÃO
No contexto da localização de faltas, os efeitos
dos bancos de capacitores série (BCSs) aplicados
em linhas de transmissão (LT) são bastante
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022
preocupantes, visto que resultam em componentes
de frequência subsíncrona, que tipicamente
impõem dificuldades na estimação de fasores na
frequência fundamental [1]. Esses fasores consistem
nas informações de entrada de soluções clássicas de
localização de faltas, tais como métodos baseados
em impedância. Assim, uma vez que os filtros de
estimação fasorial não são capazes de eliminar
completamente as componentes de frequência
subsíncrona, distorções nos fasores estimados
são verificadas, provocando erros relevantes nas
estimativas calculadas da distância do defeito em
relação à subestação de referência.
46 Diante da problemática supracitada, neste
informe técnico, realiza-se um estudo voltado para
a prova de conceito dos impactos de BCS em LTs,
identificando desafios relacionados às incertezas
presentes nas atuações dos esquemas de by-pass
de BCS [2]. Adicionalmente, soluções capazes de
aprimorar o procedimento de localização de faltas
são debatidas, a partir da análise de simulações em
ATP/ATPDraw de um modelo de sistema elétrico
de 500 kV/60 Hz no ATP/ATPDraw referente à LT
de circuito duplo de interligação das subestações
Silves-Oriximiná que compõe a interligação Tucuruí-
Macapá-Manaus. Esta LT possui compensação série
capacitiva em ambos os terminais, e em ambos os
circuitos, assim como as linhas de circuito duplo
imediatamente adjacentes a ela.
No sistema estudado, as proteções intrínsecas
dos BCSs são modeladas em detalhes e seus ajustes
correspondem àqueles implementados em campo.
Desse modo, em um primeiro momento, realiza-se
uma análise da atuação dos cicuitos de disparo do
GAP pelos critérios de corrente máxima ou energia
máxima absorvida no Metal Oxide Varistor (MOV),
frente a diferentes tipos de curto-circuito [2]. Em
seguida, detalha-se o funcionamento do modelo,
no que diz respeito ao fechamento do disjuntor de
by-pass do BCS e à abertura dos disjuntores da LT.
A partir das análises supracitadas, evidenciam-
se os impactos de diferentes combinações de by-
pass dos BCSs
aplicados nos terminais da LT em estudo, dando-
se ênfase às incertezas que podem existir em
situações práticas quanto à presença ou não dos
BCSs no loop de falta analisado. Por fim, realizam-
se estudos a respeito dos efeitos das componentes

subsíncronas sobre os fasores estimados por meio
de um filtro digital típico com janelamento de um
ciclo fundamental, avaliando os níveis de erro
ocasionados nas saídas de diferentes métodos
fasoriais de localização de faltas. Com isso, uma
vez demonstrada a problemática, avalia-se como
solução paliativa o uso de filtros suavizadores das
oscilações presentes nos fasores, verificando as
benéficies de filtros com diferentes tamanhos da
janela de amostras. Desse modo, torna-se possível
destacar questões relativas ao amortecimento das
componentes subsíncronas, bem como à própria
presença ou não do BCS no loop de falta.
Dos resultados obtidos no sistema avaliado,
demonstra-se que é possível a existência de
componentes subsíncronas críticas, mesmo em
situações de by-pass dos BCSs da LT com falta.
Ademais, demonstra-se que a combinação das
operações dos esquemas de by-pass (MOV, gap e
disjuntor de by-pass) podem impor incertezas sobre
as informações disponíveis na janela de amostras
empregada na localização de faltas. Apesar disso,
comprova-se que o uso de filtros adicionais aos
tradicionalmente empregados em dispositivos de
monitoração de LTs se mostra benéfico, podendo
amortecer sobremaneira as oscilações causadas
pelos BCSs, facilitando a identificação do local
do defeito. Tal trabalho se encontra inserido no
contexto do projeto de pesquisa e desenvolvimento
PD-06908-0003/2021 entre Evoltz, CEPEL e IATI,
que tem como foco o aprimoramento de soluções
de localização de faltas no sistema SINAPE.Net do
CEPEL.
z 2.0 SISTEMA ANALISADO
O sistema modelado no ATP/ATPDraw e
diponibilizado pela empresa Evoltz está ilustrado
na Figura 1. Ele compreende o sistema interligado
a montante da SE Lechuga de 500 kV, mais
expecificamente na região de Manaus; o tronco de
transmissão de 500 kV Oriximiná-Silves-Lechuga,
sob concessão da empresa Evoltz, sendo o foco
principal das análises realizadas no âmbito do
referido projeto de P&D; o tronco de 500 kV a jusante
da SE Oriximiná de 500 kV, mais especificamente na
região da UHE Tucuruí; as máquinas da UHE Belo
Monte; e o elo CC-AT 6 800 kV constituído por
dois bipolos, sendo um deles conectado entre as
SEs Xingu e Estreito, enquanto o outro é conectado
XVI STPC
entre as SEs Xingu e Terminal Rio. Ele inclui ainda
modelos realísticos dos BCSs e seus circuitos de
disparo do GAP, assim como os modelos dos SVCs
disponibilizados pelo fabricante. Os resultados
das simulações realizadas foram validados com
registros obtidos em campo, demonstrando perfeita
aderência com o comportamento real do sistema.
Em particular, neste informe técnico, as análises
estão focadas no circuito 2 (C2) da LT entre as SEs
Silves (SIL) e Oriximiná (ORX). Trata-se de uma
LT de circuito duplo de 500 kV com 333,5 km de
extensão, com compensação série e shunt em
ambos os terminais. Chama-se atenção ao fato de
que as linhas adjacentes também são linhas de
circuito duplo com compensação série em ambos
os terminais, trazendo uma complexidade maior
do ponto de vista de transitórios durante curtos-
circuitos, conforme será evidenciado.
2.1 Modelo dos BCSs
Por estarem conectados em série, os BCS estão
sujeitos a transitórios oriundos de distúrbios
ocorridos na LT. Assim, seu sistema de proteção deve
atuar de maneira a limitar a tensão nos terminais
do banco, papel este realizado tipicamente por
varistores de óxido metálico (MOV), que são
conectados em paralelo aos terminais dos BCSs. Tais
dispositivos apresentam uma característica não-
linear, apresentando uma resistência elevada para
condições normais de operação, bem como uma
baixa resistência no caso de distúrbios que resultem
em tensões superiores aos seus valores limites pré-
estabelecidos. Deste modo, durante a operação
normal do sistema, a corrente de carregamento
passa pelo banco de capacitores, enquanto que na
ocorrência de perturbações na rede, o MOV desvia
a corrente do banco para manter o nível de tensão
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022
constante em seus terminais. Adicionalmente,
a proteção do MOV é realizada por meio de
centelhadores (do inglês gaps), que monitoram
a corrente do MOV e, caso a energia absorvida
pelo dispositivo ou as correntes que por ele fluem
excedam limites pré-estabelecidos, cria-se um
caminho ionizado pelo gap, desviando a corrente
do MOV via by-pass [2].
Para facilitar o entendimento do modelo
dos BCSs, na Figura 2, ilustra-se a sua topologia,
conforme implementado no arquivo ATP/ATPDraw
originalmente disponibilizado pela empresa
Evoltz. No modelo, percebe-se que o MOV está
47
 XVI STPC

representado por meio de uma resistência não
linear, e em paralelo, chaves emulam os disparos
dos GAPs, sendo estas controladas por blocos
funcionais programados em linguagem MODELS
do ATP. Ademais, encontra-se modelado o circuito
de amortecimento, tipicamente encontrado em
BCSs, bem como a própria compensação capacitiva.
Os limiares de operação referentes aos limites de
energia e corrente no MOV estão listados também
na Figura 2.
Diante do exposto, é nítida a complexidade
de execução e análise de simulações do sistema
investigado, especialmente em virtude dos
diferentes critérios para by-pass dos BCSs. Nesse
sentido, no contexto da localização de faltas, é
muito importante saber se os capacitores estão ou
não conectados ao sistema, visto que eles alteram a
impedância equivalente do loop de falta e resultam
em componentes subsíncronas que podem distorcer
os fasores estimados para fins de diagnóstico do
evento, mesmo que medições no lado da LT sejam
consideradas. Assim, funcionalidades de localização
de faltas tendem a ser menos precisas e menos
estáveis quando os BCS se encontram inseridos e,

Figura 1 – Sistema elétrico modelado no sistema ATP/ATPDraw.

ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022

48 Figura 2 – Modelo dos BCSs implementado no arquivo ATP/ATPDraw.

 XVI STPC

TABELA 1 – Casos avaliados para análise de by-pass dos BCSs.

por outro lado, tendem a operar de forma mais simulação.

satisfatória quando ocorre o by-pass desses bancos.
Ainda assim, no sistema em estudo, deve-se notar
que os sistemas adjacentes à LT monitorada
também possuem BCSs, os quais podem culminar
em oscilações mesmo quando houver by-pass dos
disjuntores da linha com defeito.
2.2 Análise da Atuação dos Circuitos de Disparos
dos GAPs
Na tentativa de identificar as condições nas
quais há o disparo dos GAPs e consequente by-pass
dos BCSs pela atuação da sua proteção intrínseca,
foi realizada uma análise paramétrica preliminar.
Para tanto, foram variados os parâmetros da
simulação conforme apresentado na Tabela 1. A
combinação de todos eles resultou em uma base
de simulações com 1584 casos. Em cada caso, foi
simulado 60 ms após o curto-circuito, sendo este
o tempo normalmente observado em campo para
extinção total de curtos-circuitos na LT SIL-ORX.
Essa informação é importante, pois caso o tempo
de simulação após o curto-circuito fosse maior,
maior seria o acúmulo de energia pelos MOVs,
podendo levar ao disparo errôneo dos GAPs na
Para as análises, apresentam-se os resultados
em função do tipo de falta. Assim, nas Figuras 3, 4,
5 e 6, ilustram-se os resultados obtidos para faltas
ABC, BC, BCT e AT, respectivamente, variando as
resistências de falta em cada cenário, de acordo
com a Tabela 1.
Analisando os resultados obtidos, nota-se que
a maior parte das operações de by-pass ocorre
para curtos-circuitos ABC, visto que estes resultam
tipicamente em níveis de corrente mais elevados.
Em seguida, o maior número de casos de by-pass é
verificado para faltas BC, sendo seguida das faltas
BCT e AT, nesta sequência. Para as faltas BCT e
AT, não houve by-pass em nenhum caso quando
consideradas resistências de falta de 150 Ω e 300
Ω, que são tipiciamente observadas na LT SIL-
ORX em virtude das características de solo e da
vegetação amazônica encontradas no seu traçado.
Além disso, observa-se que a atuação do GAP do
BCS em ORX é mais frequente. Isso ocorre porque
ORX é uma fonte de curto-circuito mais fortes do
que SIL, pelo fato de ter à sua montate a UHEs
Belo Monte e Tucuruí, além de todo o restante da
conexão com o SIN.
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022

Figura 3 – Análise do by-pass dos BCSs para curtos-circuitos ABC. 49

 XVI STPC

Figura 4 – Análise do by-pass dos BCSs para curtos-circuitos BC.

Figura 5 – Análise do by-pass dos BCSs para curtos-circuitos AT.

ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022

Figura 6 – Análise do by-pass dos BCSs para curtos-circuitos BCT.

2.3 Adequações no Modelo ATP/ATPDraw seja, por meio da atuação da sua proteção intrínseca.
Apesar dos resultados apresentados na Seção 2.2 Assim, ovserva-se que em nenhum caso houve by-
serem reveladores, eles demonstram o by-pass dos pass simultâneo dos BCSs em ambos os terminais
50 BCSs apenas devido à condução dos seus GAPs, ou da LT SIL-ORX. Então, percebeu-se a necessidade de
 XVI STPC
representar no modelo computacional em estudo o
disjuntor que fecha os contatos quando da atuação
das funções de proteção da LT, promovendo o by-
pass do BCS.
Para realizar uma representação mais
realística do comportamento dos BCSs, foram
feitas adequações no modelo ATP/ATPDraw
incluindo a simulação dos disjuntores de by-pass
dos BCSs e dos disjuntores de LT. Para comandar
esses disjuntores, desenvolveu-se um modelo
simplificado de proteção da LT. Nas Figuras 7(a) e
7(b) são ilustradas, respectivamente, a configuração
original e a modificada dos terminais das LTs, a fim
de melhor representar o comportamento dos BCSs.
Essa adequação foi feita no terminal de cada um
dos circuitos das LTs de circuito duplo entre as SEs
Lechuga (LEC), SIL e ORX.
Os modelos dos disjuntores das LTs e
os de by-pass dos BCSs consistem em um conjunto
de chaves controladas provenientes da biblioteca
Transient Analysis of Control Systems (TACS) do
ATP/ATPDraw. No caso do disjuntor da LT, para
simular apropriadamente o comportamento real
dos disjuntores, faz-se necessário que a abertura
elétrica tripolar só ocorra após um tempo típico
observado em campo e quando da passagem das
correntes por zero. Assim, uma vez que as chaves
TACS não reproduzem essa característica, foi
necessário a implementação na MODELS de um
mecanismo de controle de abertura das chaves
TACS que representam os disjuntores das LTs. Por
outro lado, o funcionamento mais realístico dos
modelos dos disjuntores de by-pass dos BCSs é mais
simplificado, uma vez que só é preciso considerar o
tempo de fechamento dos contatos observado em
campo. Todavia, para coordenar o funcionamento
dos blocos MODELS de controle dos disjuntores, foi
implementado um modelo simplificado da proteção
da LT. Basicamente, o instante de fechamento
Figura 7 – Modelos das terminações das LTs: (a) original; (b) com as adaptações para melhor representar o
comportamento dos BCSs durante curtos-circuitos.
das chaves de aplicação da falta é tomado como
referência de “partida” das funções proteções,
que devem emitir um sinal de trip após um tempo
tipicamente observado em campo, já considerando
o tempo de latência do canal de comunicação e
a lógica do esquema de teleproteção Permissive
Overreach Transfer Trip (POTT) [2]. Dessa forma, é
possível obter resultados das simulações que são
mais aderentes ao que tem sido observado em
campo, de modo a melhor retratar os desafios da
localização de faltas nas LTs desse sistema.
z 3.0 IMPACTO NA LOCALIZAÇÃO DE FALTAS
Nas Figuras 8(a) e 8(b), representam-se os sinais
de corrente e os estados dos GAPs, dos disjuntores
de LT e de by-pass do BCS para o caso de um curto-
circuito no circuito C2 da LT SIL-ORX, considerando-
se o uso do modelo ATP/ATPDraw com as adaptações
descritas na seção anterior. Nota-se que na SE SIL,
houve atuação do GAP promovendo o by-pass do
BCS cerca de 15,9 ms (0,95 ciclos) após o início do
defeito. Além disso, o disjuntor de by-pass fechou
seu contato em 56 ms (3,36 ciclos) e a LT foi aberta
de forma tripolar em 62,8 ms (3,77 ciclos). Por outro
lado, na SE ORX, não houve atuação do GAP, mas
ocorreu o fechamento do disjuntor de by-pass em
56 ms (3,36 ciclos) e o disjuntor da LT foi aberto em
78,9 ms (4,73 ciclos). Desses resultados, pode-se
verificar que, para esse caso, em SIL, um algoritmo
de localização de faltas contaria com uma janela de
aproximadamente 45,85 ms (2,75 ciclos) sem que
o BCS estivesse inserido entre o terminal da LT e o
ponto de falta, ao passo que esse tempo seria de
apenas 22,65 ms (1,35 ciclos) em ORX. Vale ressaltar
que o intervalo de tempo sem o BCS inserido no
loop de falta é maior para o terminal de SIL porque
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022
houve by-pass pela atuação do GAP. Entretanto,
conforme discutido na Seção 2.2, não há by-pass
51
 XVI STPC
Figura 8 – Correntes e estado de operação dos disjuntores e do GAP quando de um curto-circuito AT franco a 5 km
de SIL: (a) grandezas observadas em SIL; (b) grandezas observadas em ORX.
do BCS pela atuação do GAP na grande maioria dos
casos, sobretudo para o terminal de SIL. Assim, o
intervalo de tempo no qual os BCSs não estarão
inseridos será tipicamente da ordem de um pouco
mais de 1 ciclo, como ocorreu neste exemplo para o
terminal de ORX, sendo devido apenas à diferença
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022
de tempo entre o fechamento do disjuntor de by-
pass do BCS e a abertura dos disjuntores da LT.
Ademais, é importante reforçar o entendimento
de que, mesmo que haja o by-pass dos BCSs do
C2 da LT SIL-ORX, os sinais de corrente ainda serão
afetados por componentes subsíncronas, já que
as LTs adjacentes também possuem compensação
série. Na verdade, com o by-pass dos BCSs, haverá
apenas uma alteração da frequência subsíncrona
dominante nos sinais transitórios na LT, podendo
esta frequência ser mais crítica ou menos crítica, a
depender da combinação das capacitâncias e das
características operativas do sistema.
52 Com o objetivo de avaliar os impactos dos
aspectos tratados até então sobre o desempenho de
métodos de localização de faltas fasoriais, avaliam-
se duas técnicas de localização de faltas de dois
terminais para um caso de falta AT sólida na LT SIL-
ORX de 333,5 km a uma distância d = 5 km de SIL. A
primeira metodologia de localização de faltas é aqui
denominada de algoritmo A1. A técnica se encontra
implementada em relés microprocessados reais,
conforme reportado em [3], e se baseia no modelo
de LT curta, não compensando o efeito capacitivo
do sistema. Por outro lado, o segundo método de
localização de faltas é denominado de algoritmo
A2 e se baseia no modelo pi-exato da LT, conforme
descrito em [4]. Ambos os algoritmos fazem uso de
fasores estimados por meio do método de Fourier
de um ciclo, associado a um filtro mímico digital
[5]. Ressalta-se que, antes da estimação fasorial,
simulam-se filtros anti-aliasing de segunda ordem
do tipo Butterworth com frequência de corte em
180 Hz, e uma discretização de sinais com taxa
 XVI STPC

Figura 9 – Avaliação do desempenho da localização da falta de dois terminais, sem considerar a aplicação de um
filtro de média móvel (M = 0), considerando a aplicação do filtro de média móvel de 1 ciclo (M = 1) e considerando
a aplicação do filtro de média móvel de 2 ciclos (M = 2): (a) Algoritmo A1; (b) Algoritmo A2.

de 16 amostras/ciclo. Ademais, após a estimação características oscilatórias podem mudar, tornando

dos fasores, avaliam-se filtros suavizadores das a localização de faltas via análise de fasores um
oscilações causadas pelos BCSs, consistindo em procedimento complexo e desafiador. Assim, o
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022

filtros de média móvel com janelas de M = 0 (sem
filtro adicional), M = ½ (meio ciclo da fundamental)
e M = 1 (um ciclo da fundamental). Os resultados
obtidos para as técnicas T1 e T2 são apresentados
na Figura 9(a) e 9(b), respectivamente, onde, para
facilitar avaliação, desprezam-se os períodos de
pré-falta e pós-falta.
Do exposto, nota-se que a análise de fasores
sem filtros adicionais resulta em estimativas do
local de falta contaminadas por oscilações de
grande amplitude, o que dificulta a tomada de
decisão quanto ao real local do defeito. Neste
contexto, reconhece-se que, a cada by-pass, as
uso de filtros suavizadores se mostra benéfico.
Conforme demonstrado na Figura 9, ao passo que
a janela M aumenta, as estimativas se tornam mais
estáveis, viabilizando uma identificação do local do
defeito de maneira mais confiável. Por exemplo, ao
empregar o algoritmo A1 com M = ½ e 1, erros da
ordem de 10 km e 14 km, respectivamente, seriam
obtidos, mesmo antes do período em que houve
by-pass dos BCSs em ambos os terminais. Sem a
utilização do filtro de média móvel, as estimativas
poderiam apresentar oscilações que ou causariam
resultados com ótima precisão, com erros da ordem
de metros, ou mesmo erros relevantes da ordem 53
 SESSION
XVI STPC
2022
de 35 km, a depender da escolha ponto de análise
da localização da falta. Em relação ao algoritmo A2,
que se mostrou mais estável, erros da ordem de 1 a
2 km foram observados antes do by-pass de ambos
os BCSs. Por outro lado, sem o filtro de média
móvel, a oscilações poderiam levar a interpretações
de local de falta com erros da ordem de 7 km.
Das análise apresentadas, é possível constatar
que a utilização de filtragem adicional às saídas dos
métodos de localização de faltas se mostra benéfica,
visto que suavizam as oscilações causadas pelos
BCSs da LT monitorada e dos sistemas adjacentes.
Apesar disso, o aumento indefinido de janelas de
filtros de média móvel não é indicado, visto que
pode incluir a influência de oscilações causadas
pela abertura da LT. Ainda neste contexto, pode-
se concluir dos resultados apresentados que, em
sistemas rodeados de BCSs, os eventos de by-pass
na LT monitorada não resultam necessariamente em
maior estabilidade para as localizações estimadas,
havendo apenas uma mudança das frequências
subsíncronas que afetam os fasores analisados.
Ainda assim, entende-se que a supervisão dos
eventos de by-pass neste tipo de linha pode
colaborar para o entendimento da forma dos sinais
avaliados, o que eventualmente poderia auxiliar na
escolha dos pontos de análise das localizações de
falta estimadas, as quais se mostraram mais precisas
nos instantes imediatamente anteriores ao by-pass
dos BCSs em ambos os terminais da LT. Diante
de tais achados, em trabalhos futuros, espera-
se realizar análises de sensibilidade paramétrica,
considerando a avaliação de filtros adicionais de
diferentes naturezas, o que permitirá identificar
soluções promissoras para o emprego em campo
no sistema em estudo.
z 4.0 CONCLUSÕES
Neste informe técnico foram apresentados
estudos realísticos do impacto da compensação
série na localização de faltas em LTs via algoritmos
baseados em fasores. Para tanto, avaliou-se o
modelo do sistema elétrico da empresa Evoltz
desenvolvido no software ATP/ATPDraw e validado
com dados reais obtidos em campo.
Dos resultados apresentados, demonstra-se
que as componentes subsíncronas decorrentes
da interação dos BCSs com as indutâncias da LT
podem resultar em distorções fasoriais com níveis
54
significativos, ocasionando o comprometimento
das funcionalidades fasoriais de localização
de faltas. Adicionalmente, demonstra-se que,
nos casos analisados, MOV e gap não atuaram
simultaneamente em ambos os terminais da LT
em nenhum dos cenários simulados, ficando o by-
pass simultâneo a cargo do disjuntor de by-pass.
Tal constatação é importante, especialmente se
considerada a combinação dos tempos de abertura
dos disjuntores da LT e de fechamento do disjuntor
de by-pass do BCS. De fato, tal combinação impõe
variações nas janelas de amostras adotadas para
o cálculo da localização de faltas em que os BCS
não se encontram no loop de falta em análise,
impondo incertezas quanto às estratégias passíveis
de aplicação para aprimoramento da localização
de faltas. Mesmo assim, por meio dos resultados,
comprova-se que mesmo na ocorrência de by-pass
simultâneo na LT com falta, os sistemas adjacentes
com compensação série capacitiva segue
introduzindo frequências subsíncronas, fato este
que resulta em erros significativos na localização
de faltas, os quais foram quantificados e estudados
por meio dos cenários avaliados.
z 5.0 AGRADECIMENTOS
O desenvolvimento deste trabalho contou com
o suporte técnico e financeiro do IATI, CEPEL e
EVOLTZ no âmbito do projeto de P&D PD-06908-
0003/2021 da Agência Nacional de Energia Elétrica
(ANEEL).
z 6.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] Saha, M. M.; Izykowski, J.; Rosolowski, E. Fault
Location on Power Networks. London: 1st. Ed.,
Springer, 2010.
[2] ANDERSON, P. M.; FARMER, R. G. Series
Compensation of Power Systems. Encinitas,
California, EUA: PBLSH Inc., 1996.
[3] SEL-T400L Ultra-High-Speed Line Relay
Instruction Manual, 2022. Available: selinc.com,
2022.
[4] JOHNS, A.; JAMALI, S. Accurate fault location
technique for power transmission lines.
Generation, Transmission and Distribution,
IEE Proceedings C, v. 137, n. 6, p. 395 –402,
November 1990.
[5] PHADKE, A. G.; THORP, J. S. Computer Relaying
for Power Systems. 2nd. ed. New York, USA: John
Wiley & Sons Inc, 2009.
 SESSION 2022
Inserting Crucial Environmental Issues into
Energy Planning: Paths for Carbon Reduction
Ricardo C. FURTADO l Maria de Fátima R. G. FURTADO l Elena FLORISSI l
Marcelo G. FURTADO l Mariana A. da SILVA Diversa Consultancy on Sustainability Brazil
SUMMARY - This article is based on the results of a
research study entitled "The Brazilian energy matrix
and improvements in inserting the environmental
variable into the expansion planning for the electric
power system". It presents the Sustainability
Index of Electricity Generation Sources (SIGS), a
tool that enables a comparison between different
sources of electricity generation, highlighting the
indicators related to climate changes. The SIGS has
four dimensions: (i) environmental; (ii) social; (iii)
economic (regional integration) and (iv) political-
institutional, and is made up of 40 indicators. The
environmental dimension has 15 indicators, 38%
of the total, prioritizing those associated to climate
changes. The results have indicated that, among
the different sources of energy generation available
in Brazil, all renewable sources scored higher than
non-renewable sources.
KEYWORDS - Sustainability index of electricity
generation sources; Energy planning; Electric power
sector; Socio-environmental variables; Climate
change.
z 1.0 INTRODUÇÃO
Energy planning involves a wide variety of
economic, technological, social and environmental
studies. However, in Brazil, most of the energy
expansion planning models still only use technical
and economic criteria in order to define the ideal
participation of the available energy sources in
the production of electricity. These models may
be accurate in their results, but they fail to include
the analyses of socio-environmental variables in
estimating the values (benefits) and costs associated
to different electricity generation sources, thus
excluding issues related to crucial environmental
impacts, such as climate change.
International experience has demonstrated a
worldwide concern regarding the subject of climate
change and an increasing use of sustainability
indicators in the search for less impactful energy
generation sources. The use of energy generation
sources that do not produce greenhouse gas (GHG)
emissions has become part of the guidelines for
expansion planning in the electricity sector in
virtually all countries. These issues have exposed
the need for discussion and, above all, a proposal
for systematic evaluations - conceptually based
and accepted by society - that actually bring
sustainable solutions to the existing problems, with
technological innovations and a new model of the
electrical energy matrix.
Two issues have historically guided planning
in the Brazilian electric power system: meeting
the energy demand and minimizing production
costs. Thus, environmental damage takes on a
secondary role in the process, and analysis of this
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022
issue lacks the required depth. Within this context,
the research argues that the analyses developed in
the planning process of the Brazilian electric power
sector should incorporate the sustainability levels
of different sources of generation, particularly
those projected within the National Interconnected
System (known as SIN).
This signifies including the valorisation of
socio-environmental aspects in order to obtain
more accurate costs and benefits of each source
of electricity generation. With this aim in mind,
the research developed a new method of analysis
that considers aspects and variables related to the 55
 SESSION 2022
different dimensions of sustainability - economic,
social, environmental, cultural and institutional.
The main tool of the method is an indicator system.
This choice is justified by the capacity of such a tool
to clarify the relationship between each source of
generation and the availability of resources in the
medium and long term, its environmental impacts,
the socioeconomic aspects, its vulnerabilities in
the face of climate change and restrictions on
land use. The result of the indicator system is the
Sustainability Index of Electric Power Generation
Sources (SIGS), to be included in the model of
electricity generation expansion.
The article is composed of five sections,
including this introduction. Section 2 presents a
brief discussion on sustainability and the electricity
sector. Section 3 describes the methodology used
to develop the SIGS, followed by section 4, which
describes the results obtained. Section 5 illustrates
the main conclusions of the paper.
z2
 .0 SUSTAINABILITY AND THE ELECTRIC POWER
SECTOR
According to Furtado and Furtado [1], the
concept of sustainability stems from two disciplines:
ecology and economics. Until the end of the 1970s,
in the field of ecology, its meaning was associated
with another concept: resilience, the ability of a
system to face tensions and disorders without losing
its functions and structures. Economic science uses
the term to qualify the type of development that
has this characteristic.
Historically, the expansion of the electricity
sector has been guided by two aims, economic
growth and improving the living conditions of the
population. Over recent decades, the search for
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022
sustainability has involved a growing concern for
these objectives to be reached with a minimal
impact on the environment. However, according to
authors such as Lugoboni [2], the generation and
transmission of electricity have both environmental
and social impacts, since they cause a significant
change in the ecosystems where they occur, in an
effort to meet the basic demand of the population.
All energy sources, to some extent, affect the
environment and cause environmental impacts.
The use of fossil fuels affects both environmental
and human health, while large hydroelectric plants
are responsible for relocating populations due to
56
flooded areas. The use of large-scale biomass affects
biodiversity due to the impact of monocultures.
Wind power causes changes in the landscape
through towers and turbines, as well as noise and
bird mortality in certain locations. Solar energy,
due to the manufacturing process of photovoltaic
solar cells, produces hazardous waste and occupies
large areas, thus reducing the opportunity to use
land for other purposes. Thus, opting for a source
of electricity generation requires an appropriate
assessment, which involves an examination and
negotiation between costs and benefits, as well as
an accurate understanding of the impacts and the
adoption of appropriate compensatory measures
[3].
In the document entitled ExternE Methodology
Update 2005, the European Commission [4]
presented a wide-ranging review of the international
literature on the subject. It grouped the main
impacts of power generation into the following
categories: (i) impacts on the environment; (ii)
impacts on global climate; and (iii) accidents, which
are rare and undesirable events, with repercussions
for the general public.
Impacts on the environment occur when
substances such as fine particles, or energy,
such as radiation or noise, are released into the
physical environment (soil, air and water). When
such substances and energies are transported,
transformed and reach receptors, which may
be human populations, plants, materials or
ecosystems, they can cause risks or damage. Such
events are known as social and environmental
impacts because they affect human beings and their
activities, including economic activities. Currently,
according to the international literature, the most
relevant impacts of economic agents are on: (i)
human health; (ii) biodiversity; (iii) the functions
and services of the ecosystem; (iv) land use; (v)
economic activities (irrigation, fishing, agricultural
production, etc.); (vi) the built environment
(material goods and equipment); and (vii) cultural,
historical and archaeological heritage.
The literature demonstrates the importance of
discussing the impacts of atmospheric emissions,
since they not only affect human health and the
natural and built environment, but are also of
increasing importance and urgency for global
climate issues, in which emissions play a central
role. Several articles reviewed by the European
 SESSION 2022
Commission supported the theory that atmospheric
emissions, mainly O3, SOx, NOx, CO and ozone,
increase morbidity and mortality levels in exposed
populations. The most important costs come from
mortality and chronic bronchitis due to prolonged
exposure to air pollutants [4].
Air pollution also causes damage to crop
productivity due to the need for greater soil
remediation or damage to ecosystems that result
in acidification and eutrophication, for example.
Atmospheric emissions also negatively affect
constructed structures, causing damage, such as
aging galvanized steel, by SO2 action, or corrosion
of marble structures by acid rain, from SOx and NOx
emissions.
In heritage structures, dust from particulate
matter deposition causes physical damage and
increases conservation costs. There are also several
other environmental impacts, associated with the
specificities of the various sources of electricity
generation, such as the transmission of diseases due
to the construction of reservoirs, or the increased
incidence of cancer due to prolonged exposure to
radiation. Because of this wide range of impacts
from different sources, there is a need for tools to
support the choice of sources and ways with which
to mitigate their impacts.
z 3
 .0 METHODOLOGY FOR DEVELOPING THE
SUSTAINABILITY INDEX OF ELECTRICITY
GENERATION SOURCES - SIGS
Due to the complexity of the factors and
variables involved in these evaluations, a choice
has been made to use an indicator system as the
main tool of the proposed methodology. According
to the Brazilian Institute of Geography and Statistics
[5], indicators are tools that consist of one or more
variables that are associated in a number of ways,
and capture broader meanings in relation to the
phenomena to which they refer. Amongst other
characteristics, the use of an indicator system
enables comparisons between the available options
of electricity generation sources.
Within the context of managing a given
territory, the objective of an indicator is to indicate
the existence of risks, potentialities and trends
in its development, so that, together with the
community, the decision-making process results
in more rational choices [6]. As stated by Gallopin
[7], the most desired indicators are those that
summarize and simplify relevant information, which
make real phenomena more apparent, readable
and identifiable. The main objective is to aggregate
and quantify information, ensuring that its meaning
is clear.
A review of the literature on the Brazilian
experience related to the use of sustainability
indicators of electricity generation sources has
revealed that there are different levels of coverage
and depth, depending on the type of source. As
expected, hydroelectric sources have a higher
number of indicators, although there is a higher
proportion of negative rather than positive aspects.
The substantial participation of this source in the
SIN has provided considerably more knowledge
regarding the impacts and environmental variables
relevant to its measurement. With regard to other
sources, there is no comprehensive use of indicators
in the Brazilian electricity sector, especially in
relation to comparing the sustainability of these
generation options in the expansion planning.
The creation of the indicators synthetized in the
SIGS was based on a review of the international
experience on the subject, which presented the
scope and depth necessary for constructing the
index [8], [9] and [10]. Due to the global concern
on climate change, the increase of renewable
sources of electricity generation, which do not
emit greenhouse gases, has become a guideline in
planning the expansion of the electricity sector in
virtually all countries. The application of SIGS in the
Brazilian model of generation expansion points to
the same direction.
The creation of the SIGS has followed four
methodological steps, as presented by Wong [11].
The first is to consolidate the basic concepts and
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022
political context. It is also necessary to carry out
additional work in order to unravel the theoretical
ideas that should become the basis for developing
indicators. The second step is the analytical
structuring of the indicator system, i.e., the
operational plan that provides the basic platform
for compiling and analysing data [11], selecting
dimensions, themes, aspects and indicators.
After establishing the analytical foundations,
the next step is to choose the indicators to
evaluate the dimensions of the concept studied.
In the case of indicators used to formulate or
evaluate public policies, some properties are of
57
 SESSION 2022
significant importance, among them: the relevance
of discussing the social policy agenda; validity in
representing the concept indicated; reliability of
the data used in its construction.
In order to fulfil its role, it is essential that an
indicator has some other characteristics: (a) a
degree of population coverage appropriate to the
intended purposes; (b) sensitivity to implemented
public policies; (c) it should be specific to the effects
of sectorial programmes; (d) it should be intelligible
to the agents and target audiences of the policies;
(e) periodic updating at viable costs; (f) broadly
disaggregated in geographical, demographic and
socioeconomic terms; and (g) benefit from a certain
historicity to allow time-to-time comparison [12].
The fourth and last step in the development of
an evaluation system involves the synthesis of the
indicator scores. This is an important strategy in the
construction of evaluation systems, since it enables
a more comprehensive view of the evaluated
processes and, very important, comparisons.
Synthetizing a set of indicators requires two essential
methodological steps: (i) transforming the different
units of measure into a homogeneous scale; (ii)
assigning different weights to the indicators to
express the specific and differential contribution of
each. With regard to this last step, the research used
the null method, i.e. it gives the same importance
to all dimensions, themes, aspects and indicators.
Figure 1 illustrates the four described steps.
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022
58 Figure 1. Methodological steps for the construction of indicators
Based on the theoretical framework and
national and international experiences, in addition
to the knowledge of the research team, a system
of indicators with four dimensions was proposed,
all derived from a discussion on the concept of
"sustainability": (i) environmental; (ii) social; (iii)
economic (regional insertion); and (iv) political-
institutional [13].
In general, indicators in the environmental
and social dimensions measure negative aspects,
since they seek to capture the negative impacts
caused by enterprises, such as the potential for
reducing biodiversity and the level of damage to
cultural, historical and archaeological heritage.
The indicators of the economic and political-
institutional dimensions measure positive aspects,
since they propose to measure the positive impacts
on the local economy and political-institutional
improvements, such as an increase in the supply
of jobs and the potential to generate local
benefits. In the latter case, the higher the value,
the greater the contribution of the indicator to the
sustainability of the generation source. Some of
the scores associated with the indicators are from
secondary data sources, collected in an extensive
literature review (national and international).
Other indicators were quantified using a scale
whose scores ranged from 1 to 5, with 5 being the
highest sustainability value and 1 being the lowest
[13] [14].
 SESSION 2022

z 4.0 FINDINGS in its composition and the dimensions of analysis,

With the proposed methodology, a used in other countries, investigated throughout
consolidated matrix composed of 40 indicators was
achieved, distributed across four dimensions: (i)
environmental; (ii) social; (iii) economic (regional
integration) and (iv) political-institutional. It is of
note that among the national and international
experiences investigated, none presented this
number of indicators. In addition, the inclusion
of the Political-Institutional dimension provided
greater power to the matrix to capture the
variables involved in the complexity of the concept
of sustainability. It is relevant to emphasize that
one international study, although recognizing the
value of this dimension, failed to incorporate it into
its matrix due to the difficulty of measuring this
kind of indicator. Due to the number of indicators
the SIGS is the most complete index amongst those
the research. Another paramount aspect is that the
SISG includes the local benefits brought about by
the implementation of each generation source.
It is important to highlight that one of the aspects
that constitutes the index seeks to reflect whether
the source of energy generation is compatible with
energy policies and international agreements,
again, with emphasis on renewable energy sources.
As expected, these presented higher SIGS scores
when compared to those that are non-renewable.
Tables I and II present, respectively, the results of
the dimensions and the SIGS scores for renewable
and non-renewable sources.
In specific terms, the environmental dimension
has the highest number of indicators (fifteen) and

Table I. Scores of dimensions and sustainability indexes - renewable sources

Table II. Scores of dimensions and sustainability indexes – non-renewable sources

ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022

59
 SESSION 2022
represents 38% of the total matrix. The scores are
made up of four themes: soil, water, air and risks.
From its conception, the dimension included and
prioritized indicators that directly or indirectly
reflect the impacts on climate change.
Thus, among its themes, indicators that
measure GHG and particulate emissions received
greater attention, with the air theme being the
highest number of indicators (five). At the same
time, other indicators reflect likely impacts that
may lead to climate change in all themes. In the
water theme, indicators are related to the aspect
of biodiversity loss. In the soil theme, indicators
relating to biodiversity loss and aspects of occupied
areas. In the risk aspect, the indicator is related to
the risk of origin in natural events, which reflects
Table III. Themes, aspects and indicators of the environmental dimension
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022
60
possible impacts caused by climate change. Table III
presents the themes, aspects and indicators of the
environmental dimension.
As expected, the three highest SIGS scores
presented in the environmental dimension were:
offshore wind (0.677), photovoltaic solar (0.634)
and onshore wind (0.615). Figure 2 presents the
SIGS scores of the environmental dimension for all
renewable electricity sources and Table 4 presents
the results of the air theme.
Analysing the results for the theme air (Table
4), the generation sources that cause the least
impact are, respectively, onshore wind and offshore
wind, obtaining a score of 0.998, followed by the
hydroelectric with reservoir, small hydroelectric
and run-of-the-river hydroelectric, all with a score
 SESSION 2022
of 0.994. It should be noted that for this theme, all
renewable energy generation sources obtained a
high score.
Figure 2. Sustainability Index of Renewable Electric P
ower Generation Sources - Environmental Dimension
Source: Authors.
Table IV. Air theme scores - Source of renewable
energy generation
z 5.0 CONCLUSIONS
The creation of the Sustainability Index of Electric
Power Generation Sources (SIGS) has enabled
environmental variables to be as important a factor
as the technical and economic variables in planning
electricity generation expansion, leaving behind
a purely qualitative analysis of the environmental
issues in energy planning.
It has been demonstrated that the four
dimensions that constitute the SIGS cover the main
aspects of the concept of sustainability, and the
system, composed of 40 indicators, has proved to be
a consistent instrument for improving the planning
of the energy matrix, and that it may be applied to
different realities and contexts. It is noteworthy that
amongst the national and international experiences
studied, the SIGS seems to be the most complete.
Using a system of sustainability indicators
enables a fairer, more accurate comparison of
the costs and environmental benefits between
technologies. Moreover, by using dimensions in the
models of power generation expansion it is possible
to contemplate each of them differently. Depending
on the location of the enterprise, the environmental
and political-institutional dimensions should have
a greater weight than the social and economic
dimensions, for example.
The results have indicated that, amongst the
different sources of energy generation available
in Brazil, all the renewable sources obtained a
higher score than those of non-renewable sources.
When analysing the themes that comprise the
environmental dimension, the results revealed
that the offshore wind source was among the
three sources with the best performance for the
themes soil, water and air. On the subject of risks,
its performance was in fifth position. The onshore
wind source was among the three sources with the
best performances in the themes of water, air and
risks. However, its performance in relation to the
solo theme was in sixth position.
The results have also indicated that the
Sustainability Index for Electricity Generation
Sources (SIGS) is an important planning tool for the
expansion of the energy matrix and that it may be
used to define better goals and pathways towards
reducing GHG emissions, thereby inserting crucial
environmental issues into energy planning.
z 6.0 ACKNOWLEDGMENTS
We would like to thank ANEEL, the Brazilian
Electricity Regulatory Agency and the electric
power companies Companhia Energética Candeias
SA, Companhia Energética Potiguar, Companhia
Energética Manauara, Cemig Geração e Transmissão
SA, Companhia Energética Rio das Antas, Itiquira
Energética SA, Foz do Chapecó Energia SA and
Enercan - Campos Novos Energia SA for financing
the SINAPSE research project.
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022
7.0 REFERENCES
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2017, Cidade do Leste – Paraguai. Anais.
 SESSION 2022
5G and the Power System Applications
Requirements
J. M. SIQUEIRA
Fluminense Federal University (UFF) Brazil
SUMMARY - Recently, the development of the
fifth generation of cellular networks (5G) brings
aspects that suits the requirements of the electric
power system more efficiently. The 5G architecture
provides three classes of generic services: enhanced
Mobile Broadband (eMBB), massive Machine Type
Communications (mMTC) and Ultra-Reliable and
Low-Latency Communication (URLLC), and each
one has specific requirements of latency, reliability,
data rate, etc. Moreover, the concept of network
slicing provided by the 5G architecture allows
those classes to be allocated in independent and
virtualized network logics using the same physical
infrastructure. Those aspects provide advantages in
features like transfer speed, bandwidth, reliability,
cybersecurity, and energy consumption compared
with previous generations of cellular networks.
Therefore, this paper presents the applications
in the electric power system that can be benefited
by the 5G technology, mapping the communication
requirements for each of those applications and the
5G characteristics that can be beneficial for each
one. In addition, a Proof of Concept performed
by an energy distribution company in Brazil was
described. This work was developed by the 5GIRLS
group, which is a joint project of the Federal
Fluminense University (UFF), the committee D2
of CIGRE-Brazil, the TIM company, Enel São Paulo
company, the Federal Fluminense Institute (IFF) and
the technologic educational center CEFET Friburgo.
KEYWORDS - Digitalization, smart grid, wireless
communication, 5G, 4G, URLLC, latency, reliability.
z 1.0 INTRODUCTION
The digitalization process and the development
of new technologies have been protagonists in
the emergence of faster, efficient, and automated
solutions for the electric power system. The
demand for solutions based on IoT (Internet of
Things) is also growing and gaining relevance in the
energy distribution section with technologies like
GPRS, 3G, LTE, LoRa WAN, and NB-IoT.
The smart grid term covers a series of technologies
that have been developed as alternatives to
traditional methods of operating the electricity grid
[12]. One of them refers to using wireless networks
in order to facilitate and solve wired infrastructure
problems in conventional substations [13]. Some
Wireless Local Area Network (WLAN) applications
based on the IEEE 802.11 standard have been
evaluated [14]. However, challenges such as
signal reliability and availability, electromagnetic
interference in high voltage environments, and
possible interference from wireless equipment
on other devices [13] are limiting mission-critical
applications. In the distribution and industrial
sector, the use of interconnected devices to improve
the observability and automation of the network
through wireless network technologies, such as Wi-
Fi, 4G, LoRaWAN, and ZigBee, is a reality. However,
problems such as latency of the network and high
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022
battery consumption by devices are limitations that
need to be overcome.
Recently, the development of the fifth generation
of cellular networks, the 5G, has been presenting
aspects that facilitate the criticalities required by
the power system that are not easily achieved by
existing wireless technologies. Features such as
low latency, low battery consumption of devices,
and high availability offered by the different classes
of service make 5G a promising candidate for
applications in the electrical sector.
This work aims to present the possible
applications in the electricity sector and its 63
 SESSION 2022
requirements, and which characteristics of 5G can
make it a viable alternative for a communication
network in these applications.
z 2.0 5G TECHNOLOGY AND POWER SYSTEM
Traditionally, the network arrangements within
the scope of smart grids use mostly wired systems
through physical paths such as ethernet cables,
optical fiber, coaxial cable, etc. However, due to
technological advances and possible limitations of
physical paths, the need to improve wireless network
technologies for applications in this sector has
been increasing. In this context, the development
of 5G presents characteristics that can become an
alternative to traditional network technologies.
The 5G architecture provides three generic
services classified as enhanced Mobile Broadband
(eMBB), Massive Machine Type Communications
(mMTC), and Ultra-Reliable and Low-Latency
Communication (URLLC). The first one, eMBB, aims
to transmit high data rates with moderate reliability
in sending packets. The mMTC service, on the other
hand, provides low data rate support but serves
a high density of connected devices. Finally, for
URLLC, also called mission-critical communications,
packet transmission is performed with low latency
and high reliability, where packet error rates (PER)
below 10-5 are predicted, while eMBB and mMTC
rates are in the order of 10-3 to 10-1, respectively
[15].
Furthermore, the 5G network architecture
allows those classes of services to be allocated in
independent and virtualized logical networks on
Table 1 - Applications of the power system and its requirements.
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022
64
the same physical infrastructure, introducing the
concept of network slicing. Some enablers in this
network, such as edge computing and private
network, can also bring greater mobility in network
processing, in addition to bringing the exclusivity
and independence requirement of networks in
the electricity sector closer to the world of cellular
networks, since these enablers are not achievable
in previous generations.
z 3.0 P OWER SYSTEM APPLICATIONS
REQUIREMENTS
Conceptually, the power system can be
divided into three essential sectors: distribution,
transmission, and generation. There are several
applications within each of these whose
requirements are governed by specific procedures
or standards for each sector. The applications
and their requirements raised in this article are
described in Error! Reference source not found..
For the first three items, the end-to-end
latency requirements are stringent compared to
other applications due to the criticality protection
schemes operating time, which means that the
time required for sending messages on the network
is reduced so that the total operating time meets
the requirements imposed by Brazilian standards.
Furthermore, due to such criticality, factors such as
high reliability and high availability of the network
are essential for these applications.
In this context, from the presented survey, it is
notable that many of the applications in the electric
sector, which include both the distribution and
 SESSION 2022
transmission network, have critical requirements
for latency, reliability, and availability. In 5G
technology, the URLLC class of service proposes
aspects that meet this industry need, such as low
latency and high reliability.
Subsequently, Phasor Measurement Units
(PMU) parameters were presented as a possible
application for the 5G network, as it presents an
alternative to conventional networks. Despite
being an application with no stringent latency and
reliability requirements, aspects such as network
slicing can bring greater network security for
cellular networks in this application.
In terms of distribution, the application of 5G
in smart grids is a notably promising technology.
The data rate and latency requirements for these
applications are less critical than the requirements
for the transmission sector. However, aspect such
as low battery consumption of the devices and the
possibility of connecting a high density of IoT devices
by the mMTC service class, make this technology a
promising alternative for this application.
Finally, the use of augmented reality (AR) devices
to improve intelligent inspections in substations is
something the 5G brings due to the characteristics of
the URLLC class, as these application requirements
are strict when it comes to critical applications,
such as a possible remote operation of equipment
using augmented reality.
Error! Reference source not found. presents
a schematic summary of the support of the three
classes of service offered by 5G technology,
combined with the applications raised for the
power system:
Figure 1 - Schematic summary of the 5G classes of services for the applications.
z 4
 .0 5G AND THE POWER SYSTEM NOWADAYS
As already mentioned, the 5G is proving to be
a technology that could overcome some barriers in
wireless network power system applications.
In order to minimize the costs of adapting
wired communication infrastructure in distribution
networks, it was proposed in [10] and [11] the use
of network communication using 5G technology to
identify the distribution network topology using
Smart Terminal Units (STU) and a fault restoration
scheme in this modeled network.
The application of 5G technology for digital
substations was studied in [12], where sampled
values (SV) messages were simulated in the
laboratory, evaluating the potential usage of 4G
LTE and 5G NR cellular networks for monitoring
and protection. Due to the URLLC class of service,
it was shown in [12] that the 5G performance
can be successfully applied in local area smart-
grid power distribution environments, while
the 4G LTE is unable to meet the tight latency
requirement for the transmission of sampled
values.
In transmission systems, as the network
requirements are stricter due to the criticality of the
applications, the material about the applications is
still not very comprehensive. However, this sector
can be highly benefited by the massive sensoring
and the application of augmented reality, as
proposed in [19] the use of 5G communication
for intelligent inspections in a 750 kV substation,
increasing reliability and decreasing maintenance
and inspection costs of these facilities.
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022
65
 SESSION 2022
z 5.0 PROOF OF CONCEPT (POC)
Considering the potential applications for the 5G
technology in the power system, a Proof of Concept
(PoC) has been implemented in a substation of Enel São
Paulo Company, an electric power distribution company
in the State of São Paulo – Brazil. In order to investigate
use cases associated with remote assistance (Digital
Twin) through augmented reality applications, network
automation through teleprotection on automatic
reclosers and low and medium voltage pole transformers
(LV / MV) monitoring, this PoC were developed in three
stages, namely, as shown in Figure 2.
During the PoC idealization, the stage 1 was
necessary due to the non-compatibility of AR smart
glasses with 5G technology, so the 5G signal was
converted to Wi-Fi in this stage. In stage 2, remote
assistance tests were carried out using virtual reality
glasses and smartphones, connected to 4G (public
network) and 5G (test network) networks. This test
makes it possible to verify a noticeable delay over
the 4G network and a superiority in sound, image
and interaction quality regarding the 5G network.
In conjunction with the analysis of the three
phases of the applications, basic connectivity tests
were made via Speed Test (TCP packages) using
5G smartphones and notebooks, whose goal was
verifying the performance of the 5G network. The
test results are described in Table 2 and Table 3.
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022
Figure 2 - Three stages of the PoC: (1) Stage 1 – Fixed Wireless Access (FWA); (2) Stage 2 – Digital Twin; (3) Stage
66 3 – Smart Grid
Table 2 – Performance test results on a
smartphone.
Table 3 – Performance test results on a notebook.
At this stage of the project, as the latency
obtained in the basic connectivity tests was higher
than expected, further laboratory tests will be
carried out in the future before starting stage 3. The
purpose of this stage is to verify latency, packet loss
and retransmission in automatic reclosers, to make
the Grid Automation initiative a reality in the utility
in question.
z 6.0 CONCLUSION
The digitalization of the power system is a
constant development reality, and new concepts
and philosophies appear together. Although many
requirements in this sector do not allow the use of
cellular networks, the promises of 5G technology can
offer an alternative to conventional networks used
in each application, given that characteristics of 5G
classes of service, such as high availability, reliability,
low battery consumption, and low latency.
 SESSION 2022
In this article, the possible applications of 5G
for the power system and their requirements were
presented, addressing which characteristics of 5G
could benefit the application. In addition, case
studies on the use of 5G for this system around
the world were presented, and a Proof of Concept
performed by an energy distribution company in
Brazil was described, showing the performance of
the network and the impressions of the use of 5G
technology compared to previous generations of
cellular networks.
z 7.0 BIBLIOGRAPHY
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 XXVI SNPTEE
Religamento Monopolar de Linhas de
Transmissão sem Compensação com Supervisão
da Extinção do Arco Secundário
Karcius Marcelus Colaço Dantas Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) l
Felipe Vigolvino Lopes Universidade Federal da Paraíba (UFPB) l Kleber Melo e Silva l
Letícia Almeida Gama Fundação Universidade de Brasília (UnB) l Flavio Bezerra Costa
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
RESUMO - Neste trabalho, um novo método para
manobras de religamento monopolar adaptativo
de linhas de transmissão sem compensação
reativa, o qual é capaz de detectar a extinção do
arco secundário, é apresentado e avaliado por
meio de registros oscilográficos de casos reais de
religamento monopolar no Sistema Interligado
Nacional. O método é baseado em análise fasorial
e foi implementado e testado fazendo uso de uma
mala de testes e um relé disponível comercialmente.
Os resultados obtidos indicam a eficácia e
confiabilidade do método, bem como a viabilidade
de sua pronta implementação em campo, sem a
necessidade de equipamentos adicionais.
PALAVRAS-CHAVE - Religamento Monopolar;
Linhas de Transmissão; Extinção do Arco Secundário;
Implementação em Relé Comercial; Casos Reais do
SIN.
z 1.0 INTRODUÇÃO
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022
Sistemas elétricos de potência como o Sistema
Interligado Nacional (SIN) estão sujeitos a eventos
inesperados, a exemplo de faltas em linhas de
transmissão, que podem causar interrupção no
suprimento de energia e degradar a eficiência e
qualidade dos serviços prestados pelas empresas do
setor. Tais eventos podem ocasionar ainda grandes
impactos econômicos para o país e por esta razão,
a proteção do sistema elétrico e em particular das
linhas de transmissão, passa a ter uma importância
cada vez maior, a fim de garantir a integridade dos
equipamentos da rede, bem como o fornecimento
68 contínuo e econômico da energia elétrica. Nesse
contexto, destaca-se o Religamento Monopolar
Automático (RMA) de Linhas de Transmissão, ou
como é mais conhecido: SPAR (Single-Phase Auto-
Reclosing) em inglês. Este tema tem despertado
interesse por parte de pesquisadores e empresas
do setor elétrico há décadas. A principal razão para
isto é que mais de 80% das faltas que ocorrem em
sistemas de potência são faltas monofásicas e a
maioria delas são temporárias [1].
Alguns dos principais ganhos proporcionados
pela utilização de sistemas de proteção com
chaveamento monopolar ocorre pela possibilidade
de se eliminar o defeito isolando apenas a fase
sob falta, mantendo parte do fornecimento de
energia pelas fases sãs. Isto pode evitar a perda
de estabilidade e sincronismo do sistema e um
consequente blecaute, com enormes prejuízos
estruturais e financeiros para o país.
As técnicas convencionais de religamento
monopolar em linhas de transmissão consistem
basicamente em isolar a fase sob falta, abrindo os
respectivos polos dos disjuntores da linha, e religar
esta fase após um período pré-fixado, normalmente
denominado de tempo morto [2]. Nestes casos, há
a possibilidade do religamento ocorrer sob falta,
o que pode levar a uma manobra sem sucesso
e causar sérios danos ao sistema. A fim de evitar
este problema, métodos para detectar a extinção
do arco secundário foram propostos e surgiu o
conceito de Religamento Monopolar Automático
Adaptativo (RMAA), ou como é mais conhecido:
ASPAR (Adaptive Single-Phase Auto-Reclosing)
em inglês [3]. Além de bloquear o religamento do
disjuntor caso a falta persista na linha após o tempo
morto, o RMAA também permite adaptar o tempo
 XXVI SNPTEE
de recomposição do sistema caso a falta tenha
sido extinta, promovendo um religamento mais
rápido e proporcionando uma maior segurança na
continuidade do fornecimento da energia.
Apesar do exposto, estas técnicas ainda não são
amplamente empregadas no setor elétrico. Neste
trabalho, pretende-se demonstrar a confiabilidade
e eficácia de um esquema de religamento
monopolar adaptativo a partir da análise de casos
reais advindos do SIN. A partir dessas análises, serão
evidenciados os benefícios que esta técnica pode
propiciar ao sistema e, consequentemente, aos
consumidores e à sociedade como um todo. Para
tanto, aborda-se um método baseado em análise
fasorial para religamento monopolar adaptativo
de LT sem compensação reativa, o qual inclui a
função de monitoramento do arco secundário [4].
As tensões do lado da linha em apenas um dos
terminais são analisadas no domínio modal para
identificar a presença ou extinção de faltas na linha.
O método requer apenas operações aritméticas
simples com fasores de tensão, sendo mais simples
do que os métodos existentes na literatura e no
mercado e pode ser facilmente implementado em
IED (Intelligent Electronic Devices) existentes sem a
necessidade de equipamentos adicionais.
A implementação do método foi feita
diretamente em um relé disponível comercialmente,
através da interface de programação de lógicas
de proteção disponível no dispositivo, capaz de
executar rotinas definidas pelo usuário, com acesso
às variáveis digitais e fasores estimados pelo
próprio relé. Além disto, esta interface compartilha
do mesmo intervalo de processamento das funções
de proteção nativas do relé. Registros oscilográficos
de casos reais de religamento monopolar no SIN
foram reproduzidos automaticamente em uma
mala de testes e analisados mediante os eventos
gerados pelo relé. Os resultados obtidos indicam a
eficácia do método em todos os casos analisados,
bem como a viabilidade de sua implementação em
dispositivos reais, proporcionando uma melhora
significativa do desempenho do sistema como um
todo.
z 2.0 ESTADO DA ARTE
Vários métodos têm sido propostos para
aprimorar a confiabilidade e o desempenho do
religamento monopolar automático de linhas
de transmissão, especialmente o religamento
adaptativo, objetivando identificar a extinção do
defeito antes de efetivar a manobra de religamento
[5]. Alguns destes métodos são baseados no
comportamento e nas características intrínsecas
ao sinal de tensão na fase sob falta, durante o
tempo morto [6]. Outros, se baseiam no conteúdo
harmônico da tensão na fase sob falta, fazendo
uso principalmente da transformada rápida ou
discreta de Fourier para determinar a natureza do
defeito (temporário ou permanente), bem como,
para determinar a extinção do arco secundário [7,
8].
Em [9–11] métodos para religamento monopolar
adaptativo de linhas com compensação shunt
são propostos e diferentes técnicas e grandezas
são usadas, a exemplo das correntes nos reatores
shunt, conteúdo harmônico, tensão no reator de
neutro, potência reativa na fase sob falta etc.
Métodos para religamento monopolar
adaptativo mais sofisticados, baseados em redes
neurais artificiais, neurônio linear adaptativo e
transformada wavelet também foram propostos
[12-14]. No entanto, aqueles métodos podem
apresentar dificuldades para implementações
práticas em campo, devido às complexidades
inerentes, além de não ser trivial a generalização
de suas aplicações.
Outra categoria de métodos para religamento
monopolar é baseada em análise fasorial. Em [15]
o comportamento do fasor da tensão na fase sob
falta é analisado. Porém, atrasos médios de 220 ms
ou mais são esperados na detecção da extinção do
arco secundário. Em [16], a magnitude e a fase do
fasor de tensão na fase sob falta são usadas para
identificar a natureza da falta e detectar o fim do
arco com um atraso entre 32 e 91 ms. Métodos
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022
para religamento monopolar adaptativo baseados
em sincrofasores também foram propostos [17]. No
entanto, necessitam das tensões e/ou correntes em
ambos os terminais da linha de transmissão além
de canais de comunicação.
Em linhas de transmissão que não possuem
equipamentos específicos para mitigar o arco
secundário, pode-se empregar um esquema
híbrido, que consiste inicialmente em isolar a fase
sob falta, abrir as fases sãs após 50 a 60 ciclos e
efetivar o religamento trifásico na sequência [18].
Um esquema híbrido aprimorado para aplicação de
religamento monopolar em linhas não compensadas
69
 XXVI SNPTEE
foi proposto em [19], o qual fez uso do método
apresentado em [20] para determinar a extinção do
arco, devido a sua simplicidade de implementação
em dispositivos de proteção disponíveis em campo.
Naquele esquema, a detecção da extinção do arco
secundário é adicionada ao esquema convencional
e as fases sãs só abrem caso o defeito não tenha sido
extinto durante o tempo morto da linha. Porém, um
atraso de 5 ciclos ou mais na detecção da extinção
do defeito foi observado.
Observa-se que os métodos existentes para
religamento monopolar automático de linhas de
transmissão podem ser divididos em diferentes
categorias, a depender da técnica utilizada, além
da aplicação em linhas com ou sem compensação.
Neste trabalho, aborda-se um método baseado
em análise fasorial para religamento monopolar
adaptativo de LT sem compensação reativa, o
qual inclui a função de monitoramento do arco
secundário [4]. Ao contrário de outros métodos,
a solução aqui abordada é capaz de identificar a
extinção e a reiginição do arco secundário de forma
independente do carregamento do sistema, dos
parâmetros da linha, do comprimento da linha,
do esquema de transposição, do local da falta e
da resistência de falta, fazendo uso de tensões em
apenas um dos terminais da LT e sendo bastante
promissora para aplicações em campo. Além
disso, este método é mais rápido para detectar a
extinção ou reiginição do arco secundário, quando
comparado com outros métodos baseados em
fasores ou mesmo outros métodos mais sofisticados
e complexos.
z 3
 .0 MÉTODO PARA RELIGAMENTO
MONOPOLAR AUTOMÁTICO DE LINHAS DE
TRANSMISSÃO
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022
3.1 Análise Fasorial no Domínio Modal
O método abordado neste trabalho baseia-se
na análise fasorial das tensões do lado da linha
no domínio modal para monitorar a extinção do
arco secundário e propiciar uma manobra de
religamento mais segura. Para tanto, a matriz de
Clarke é empregada, conforme Equação 1.
(1)
A partir desta equação, tem-se:
70
(2)
e
(3)
Considerando a ocorrência de uma falta
monofásica envolvendo a fase A, seguida da
abertura monofásica da linha de transmissão, e que
enquanto o arco secundário persistir na linha:
(4)
pode-se demonstrar que nessa situação:
(5)
Por outro lado, uma vez que o arco secundário é
extinto, a tensão na fase aberta pode ser dada pela
Equação 6 [20].
(6)
Em que,
(7)
Cm é a capacitância entre as fases da linha de
transmissão e Cs é a capacitância entre cada fase
e a terra, considerando uma linha perfeitamente
transposta. Substituindo a Equação 6 nas Equações
2 e 3:
(8)
(9)
Com base nas Equações 8 e 9, a seguinte
igualdade é válida após a extinção do arco
secundário:
(10)
Por simplicidade, define-se aqui o valor absoluto
da razão (V̂ 0/-V̂ α) como sendo R, que será sempre
maior do que 1 após a extinção do arco secundário,
uma vez que K será sempre menor que 0,5
(conforme Equação 7).
3.2 Monitoramento do Arco Secundário e
Religamento Monopolar
O método aqui abordado para detectar a
extinção do arco secundário e realizar o religamento
 XXVI SNPTEE
monopolar automático é baseado em R, que se
configura como uma relação simples obtida no
domínio modal. De acordo com a Equação 5, se R
possui um valor próximo a 1, então a falta persiste
na linha. Por outro lado, com base na Equação
10, se R é maior do que 1, então a falta pode ser
considerada extinta. No entanto, estas premissas
são válidas apenas para o caso ideal em que a
Equação 4 é satisfeita. Na prática, a amplitude da
tensão na fase sob falta pode variar a depender da
resistência de falta, do local da ocorrência da falta
etc. Desta forma, ao invés de verificar se a razão R
é maior ou igual a 1, compara-se R com um limiar
λ que indicará de forma segura a presença ou a
extinção do arco secundário.
A fim de estabelecer um valor apropriado para
λ, valores práticos para R, após a extinção do arco
secundário, foram obtidos por meio de uma análise
detalhada dos parâmetros de diferentes linhas
de transmissão do SIN. No total, 219 linhas de
transmissão de 230 kV e 500 kV foram analisadas
e o valor mínimo observado para R foi 1,343. Por
conseguinte, λ foi definido de forma conservativa
como sendo 95% desse valor, ou seja, λ = 1,28.
O fluxograma da Figura 1 sintetiza o
funcionamento do método aqui abordado. Após a
ocorrência de uma falta monofásica e a abertura
monopolar da LT, com a consequente alteração
no estado do disjuntor (DJ), a matriz de Clarke é
aplicada aos fasores de tensão de cada fase da linha
com o objetivo de se obter V̂ 0 e V̂ α. Em seguida,
R é determinado e comparado com λ. Os passos
seguintes são monitorados com base nas seguintes
word-bits:
RLAMB = 1 quando R > λ, indicando que o arco
secundário foi extinto;
RLAMB = 0 quando R ≤ λ, indicando que o arco
secundário persiste;
TDEAD = 1 apenas quando o tempo morto
(Tmorto) é decorrido;
TDEION = 1 quando o tempo decorrido após a
detecção da extinção do arco secundário é maior
que o tempo para deionização do arco (Td);
ESPAR = 1 habilita a manobra de religamento;
BSPAR = 1 bloqueia a manobra de religamento.
Este fluxograma foi elaborado para contemplar
o esquema híbrido aprimorado apresentado
em [19]. No entanto, ele pode ser facilmente
adaptado para uma manobra de religamento
monopolar automática adaptativa. Para tanto, o
bloco destacado em amarelo deve ser omitido e o
religamento monopolar deve ser habilitado (ESPAR
= 1) assim que TDEION = 1. Para todos os casos,
todas as word-bits tem seus valores iniciais iguais
a zero.
FIGURA 1 – Fluxograma do método para
monitoramento do arco secundário e religamento
monopolar automático.
z 4.0 IMPLEMENTAÇÃO EM RELÉ COMERCIAL
De forma a avaliar o desempenho do método
apresentado para religamento monopolar de
linhas de transmissão, as lógicas e procedimentos
apresentados no fluxograma da Figura 1 foram
implementadas no relé comercial SEL-411L. Desta
maneira, através do acesso direto e utilização das
variáveis digitais e dos fasores de tensão estimados
pelo relé, o método pôde ser executado no mesmo
intervalo de processamento das funções de
proteção nativas do relé, resultando em tempos de
atuação realistas.
A escolha do relé SEL-411L para simulação se
deu principalmente por este possuir ambiente de
programação de acesso livre ao usuário, chamado
Free-Form SELogic Control Equation Programming
[21]. Neste ambiente, por meio do acesso às
variáveis analógicas e digitais do relé, e com o uso
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022
de elementos de controle de equações disponíveis
no ambiente programável, pode-se customizar
a operação do relé e criar funções de proteção
adicionais executadas considerando o mesmo
intervalo de processamento do dispositivo.
Conforme exposto na Figura 2, registros
oscilográficos de casos reais de religamento
monopolar no SIN, representados no formato
COMTRADE, são carregados e propriamente
configurados na mala de teste Doble F6150sv.
Essa mala reproduz os casos avaliados a partir
da injeção de sinais de corrente e tensão ao relé
fasorial utilizado. Por fim, os resultados são obtidos
71
 XXVI SNPTEE
e avaliados mediante análise oscilográfica dos
eventos gerados pelo relé. Vale ressaltar que para
os casos avaliados foi necessário o uso de somente
uma mala de testes, a qual alimenta um único
relé conectado à um dos terminais da linha de
transmissão em análise.
z 5
 .0 AVALIAÇÃO COM CASOS REAIS ADVINDOS
DO SIN
O método aqui abordado para religamento
monopolar de linhas de transmissão foi avaliado por
meio de registros oscilográficos reais, provenientes
do SIN, os quais correspondem a ocorrência de faltas
monofásicas em linhas de transmissão de 230 kV e
500 kV, seguidas de abertura monopolar e tentativa
de religamento automático das respectivas linhas.
Algumas das manobras de religamento foram
efetivadas com sucesso e outras não. Ressalta-
se que as manobras sem sucesso normalmente
ocorrem quando a falta ainda está presente na linha
e poderiam ter sido evitadas a partir da aplicação
do método aqui apresentado.
Diversos registros oscilográficos reais foram
avaliados e alguns destes são apresentados a
seguir. Por questões de simplicidade, apenas o
sinal de tensão da fase sob falta será apresentado
para cada caso. Em complemento, também são
apresentados os canais digitais provenientes do
relé, os quais correspondem às word-bits descritas
no fluxograma da Figura 1, bem como, os sinais de
controle que correspondem ao limiar λ e à razão R.
Nas Figuras 3, 4 e 5, são apresentados casos de
faltas monofásicas temporárias em linhas de 230 kV
e 500 kV. A falta ocorre no instante t1 e no instante
t2 a fase sob falta na linha de transmissão é aberta.
Após t2, observa-se que R se aproxima do valor
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022
unitário em todos os casos, indicando a presença do
arco secundário. No instante t3 tem-se a extinção
do arco, o que acarreta o crescimento no valor de R,
o qual se torna maior que λ. Neste instante, RLAMB
= 1, indicando a extinção da falta. A partir de t3,
se inicia a contagem para o tempo de deionização
72 FIGURA 2 – Procedimentos de teste.
(Td), o qual pode ser definido de acordo com a
estratégia da empresa. Decorrido Td, considerado
aqui equivalente a dois ciclos da frequência
fundamental, observa-se que TDEION = 1, indicando
que a manobra de religamento monopolar pode ser
realizada com segurança. Em seguida, apenas para
fins de ilustração do método, foi considerado que
o tempo morto da linha é decorrido no instante t4,
onde observa-se que TDEAD = 1. Assim, uma vez
que o método indica que o arco foi extinto, que o
tempo considerado para deionização foi decorrido,
assim como o tempo morto da linha, a manobra
de religamento automática é habilitada (ESPAR =
1). Nestes casos, a manobra real de religamento
somente foi efetivada em t5. Contudo, a aplicação
do método aqui apresentado possibilitaria uma
redução significativa e segura no tempo de
recomposição do sistema, considerando que o
arco foi extinto em t3. É importante ressaltar que
durante o período de regime permanente, com
o sistema íntegro, V ̂_0 é aproximadamente zero,
implicando em R ≈ 0.
Na Figura 6 tem-se um exemplo de uma falta
monofásica que persiste na linha de transmissão,
acarretando uma manobra de religamento sem
sucesso. Para este caso, a falta ocorre em t1 e em
t2 a fase sob falta é aberta. Após t2, observa-se
que durante todo o tempo morto da linha, R ≈ 1,
indicando a presença da falta ao longo do registro
(RLAMB = 0). Assim como nos casos anteriores,
apenas para fins de ilustração, foi considerado que
o tempo morto decorreu em t3, onde observa-se
TDEAD = 1. Contudo, uma vez que o método indica
a presença da falta com RLAMB = 0, a manobra de
religamento é bloqueada (BSPAR = 1) e um sinal
de trip para abertura das demais fases desta linha
de transmissão seria enviado. Este seria um caso
típico em que a aplicação do método apresentado
evitaria uma manobra de religamento mal sucedida
e eventuais consequências para o sistema e seus
equipamentos.
 XXVI SNPTEE

FIGURA 3 – Falta monofásica temporária, com rápida extinção do arco secundário, seguida por uma manobra de
religamento automática bem-sucedida em uma linha de 230 kV do SIN

ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022

FIGURA 4 – Falta monofásica temporária, com arco secundário apresentando uma maior duração, seguida por uma
manobra de religamento automática bem-sucedida em uma linha de 230 kV do SIN

73
 XXVI SNPTEE

FIGURA 5 – Falta monofásica temporária, com rápida extinção do arco secundário, seguida por uma manobra de
religamento automática bem-sucedida em uma linha de 500 kV do SIN
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022

FIGURA 6 – Falta monofásica persistente, seguida por uma manobra de religamento automática mal sucedida em
uma linha de 500 kV do SIN

74
 XXVI SNPTEE
z 6.0 CONCLUSÕES
Neste trabalho, abordou-se a aplicação prática
de um método para religamento monopolar de
linhas de transmissão, com monitoramento da
extinção do arco secundário, fazendo uso de
registros oscilográficos reais de faltas monofásicas
seguidas de abertura monopolar das respectivas
linhas do SIN. Os resultados obtidos revelam a
eficiência e robustez do método, o qual pode ser
facilmente e prontamente implementado em IED
disponíveis comercialmente, sem a necessidade de
equipamentos adicionais.
Com base no exposto, espera-se que os
benefícios proporcionados por manobras de
religamento monopolar automáticas sejam mais
bem explorados no SIN. Além das vantagens
intrínsecas às manobras de RMA/SPAR, a partir
da utilização do método abordado, foi possível
constatar outras vantagens. Por exemplo, após
a extinção do arco secundário ser detectada, é
possível religar a linha e minimizar o tempo morto
em que esta fica fora de operação, reduzindo o
tempo de recomposição do sistema e aumentando
a sua confiabilidade e disponibilidade. Além disso,
ao monitorar a presença do arco secundário após
a abertura monopolar da linha, evita-se que o
religamento ocorra sob falta, o que acarretaria uma
manobra sem sucesso que poderia causar grande
impacto ao sistema e eventuais danos aos seus
equipamentos.
z 7.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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 XXVI
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Automation, and Control System and SEL-400
Series Relays, Pullman, Washington, 2018.
 XV SEPOPE
Perspectivas de Aplicações de Esquema de
Proteção e Controle de Área Ampla (WAMS/
WACS/WAPC) Baseada na Norma IEC 61850
Denys Lellys GE BRASIL
RESUMO - A cada dia os sistemas de potência
tornam-se cada vez mais complexo, em especial
com a conexão de novas fontes de energia
distribuídas (DER – Distributed Energy Resource)
no sistema elétrico de potência (ex. planta solar,
fazendas eólicas, termoelétricas etc.), necessitando
de novas e avançadas ferramentas sistêmica de
controle, medição, supervisão e proteção. Neste
contexto, cada vez mais, torna-se fundamental
a avaliação e aplicação do conceito de análise
de contingência dinâmico que é a habilidade do
sistema de detectar e remediar falhas incipientes
no sistema. Esta técnica requer o conhecimento
do estado do sistema de potência em tempo real,
medidos em vários pontos do sistema.
Este artigo apresentará uma experiência
inovadora de implementação de R-GOOSE (Routable
Generic Object Oriented Substation Event) over
WAN de alta velocidade e seguro, de acordo com
a IEC 61850-90-5:2012, em uma aplicação de
WAPC (Wide Area Protection & Control) em um
projeto denominado Centralized Remedial Action
scheme (CRAS) da empresa americana Southern
Califórnia Edison (SCE) em aproximadamente
100 Subestações, bem como uma aplicação desta
tecnologia em sistemas de tele proteção.
PALAVRAS-CHAVE - IEC 61850, SIPS, WAMPACS,
R-GOOSE, SV.
z 1.0 INTRODUÇÃO
A IEC 61850 tornou-se o padrão mundial a
ser usado em subestações modernas devido
às múltiplas vantagens que traz aos diferentes
interessados envolvidos tanto na solução local do
sistema de medição, proteção, comando, controle
e supervisão quanto em aplicações de área ampla
(WAMPACS) do sistema de potência.
De fato, tecnologias conhecidas tem sido
aplicadas no sistema, como por exemplo, medição
fasorial sincronizadas (MFS) em diversos pontos do
sistema permitindo o monitoramento em tempo
real da situação operacional do sistema, contudo,
novas tecnologias baseadas na norma mundial
IEC 61850 são bastantes promissoras e tem sido
aplicadas com sucesso em subestações do sistema
de potência em diversas parte do mundo, tomando
como base dois (02) protocolos de comunicação,
padronizados na norma IEC 61850, tipicamente
aplicadas na rede local da subestação, sendo
destacados o Goose (IEC 61850-8-1) e o sample
values (IEC 61850 9-2LE).
Ambos os mecanismos já são amplamente
usados na rede local da subestação para funções
de controle, proteção, medição e supervisão. No
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022
caso do mecanismo Goose (Generic Object Oriented
Substation Events), previsto no capitulo IEC 61850-8-
1, seu uso básico é a comunicação de sinais digitais
entre os IED´s da rede local distribuído através de
mecanismo multicast (ex. status de disjuntor, sinal de
desligamento, intertravamento, etc.) e o sample values
(valores amostrados), previsto no capitulo IEC 61850-
9-2 LE, que é o mecanismo da conversão digital dos
sinais analógico de corrente e tensão e transmitidos,
via fibra óptica, para os IED´s de proteção e medição
da rede de processo local. Contudo, estes mecanismos
de comunicação também podem serem aplicados
77
 XV SEPOPE
além da rede local da subestação, ou seja, entre as
subestações do sistema, com a denominação de IEC
61850 routable Goose (R-Goose) e IEC 61850 routable
Sample Values (R-SV).
Neste contexto, as perspectivas de aplicações
destas 02 (duas) novas técnicas, previstas na norma
IEC 61850, em WAMPACS são inúmeras, pois não
dependem de sincrofasores, sendo destacados, as
seguintes aplicações a seguir:
• SIPS (System Integrity Protection Scheme) /
RAS baseados em rejeição de carga/geração;
• Ilhamento/separação do sistema (carregamento
instável, ângulo, tensão, condições de
frequência) com base em remedial action
scheme (RAS);
• UFLS (rejeição de carga por sub-frequência);
• UVLS (rejeição de carga por sub-tensão);
• Esquemas de tele proteção em linhas de
transmissão auxiliados por comunicação
(Transferência direta de disparo – DUTT;
Esquema permissivo - PUTT, POTT, etc.);
• Aplicativo de determinação do estado do
sistema em tempo real.
z 2
 .0 CONCEITO DE R-GOOSE & R-SAMPLE VALUE
(R-SV)
Antes de tratar do conceito e princípio de
funcionamento do R-Goose e R-SV, vamos explicar
o conceito básico do GOOSE e o SV, antecessores
do R-Goose e R-SV, previsto na norma IEC 61850
(Capítulos 8-1 e 9-2), cujo lançamento da norma
ocorreu em 2004.
Mensagens GOOSE são mecanismos de
repetição de alta velocidade que possibilitam enviar
informação entre IED´s (Intelligent Eletronic Device)
através da rede ethernet local, por exemplo: sinais
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022
binários de disparo de comando de desligamento/
78 Figura 2: Estabelecimento dos caminhos (roteamento) Multicast
fechamento para disjuntores, sinais binários para
intertravamento entre equipamentos do pátio em
substituição a tradicional cablagem, cujo princípio
de funcionamento é baseado em repetição temporal
e variável (Figura 1). Já as mensagens Sampled
Values enviam a informação de corrente e tensão
do sistema de forma periódica, em formato digital
com taxa de amostragem fixa (80 amostras/ciclo
ou 256 amostras/ciclo), através da rede ethernet
(substituindo os sinais analógicos convencionais
por cablagem entre TC/TP e os IED´s da rede local).
Figura 1: Mecanismo de Transmissão/Recepção de
Mensagem Goose
No período de 2008 – 2010, após o lançamento
da primeira edição da norma IEC 61850 em 2004,
foi identificado e proposto pelo grupo de trabalho
do IEC 61850 do B5, de proteção e automação do
CIGRÉ, examinar e iniciar os primeiros estudos
de casos de uso do mecanismo tipo Multicast de
rede das mensagens GOOSE e Sampled Value para
aplicações entre subestações.
Multicast é o conceito de enviar uma mensagem
de um dispositivo para muitos outros dispositivos.
O Remetente (publisher) e os ouvintes (subscriber)
associados fazem parte de um grupo Multicast.
Por design, não há limite quanto ao número de
dispositivos que podem fazer parte de um grupo
Multicast (Figura 2).
 XV SEPOPE
Outros fatores que aceleraram o desenvolvimento
do mecanismo de roteamento entre subestações,
foram o formato digital de comunicação da norma
IEEE C37.118 e o lançamento da IEC 61850-90-5 em
2012, dedicada a medição fasorial de acordo com
a IEC 61850. Neste contexto, observou-se que os
sincrofasores são emitidos periodicamente e que a
emissão periódica era semelhante à dos SV (Valores
Amostrados). Como tal, o perfil Routable Sampled
Value (R-SV) baseia-se no modelo IEC 61850
Sampled Value de transmissão periódica de dados,
similar aos sincrofasores.
Finalmente, foi observado que a capacidade
de roteamento multicast poderia ser adicionada
à mensagem GOOSE enviada na camada 3 (layer
3) entre as subestações. Assim, uma parte do
roteamento do Goose e do SV foi criada adicionando
um cabeçalho IP/UDP Multicast à mensagem,
conforme mostrado na Figura 3, produzindo
mensagens R-GOOSE e R-SV.
Figura 3: Campos adicionais IP/UDP para R-SV e
R-GOOSE
z 3
 .0 APLICAÇÃO PRÁTICA DE R-GOOSE EM
TELEPROTEÇÃO: CASO 1
A função de transferência direta de disparo
(TDD) ou “Transfer Trip” é uma funcionalidade
muito comum de transmitir uma mensagem de
desligamento (“trip”) de um terminal no sistema
de energia para um ou mais terminais remotos.
Normalmente, essa função é acionada quando um
terminal identifica uma falha ou situação em que
um ou mais outros terminais ao redor do evento
também precisam ser retirados de serviço.
Um exemplo disso é quando em um alimentador
de distribuição ou uma linha de transmissão, ocorre
uma falha em um determinado local que não pode
ser "vista" ou tenha que ser retirada mais rápido
possível a extremidade principal do alimentador
de distribuição ou da linha de transmissão. Uma
solução típica em redes de distribuição presente
é instalar uma chave de aterramento rápido que
aplica uma falha e que pode então ser vista no
sistema primário de 69 KV.
Um exemplo disso é mostrado na figura 4, onde
uma falha dentro e ao redor do transformador de
distribuição não pode ser detectada pela proteção
no disjuntor de 69kV.
Figure 4: Multicast Transfer Trip
O R-Goose agora fornece uma solução para
este problema. Após a detecção de uma falha
após o transformador de distribuição, uma
mensagem "segura" de transfer trip pode ser
enviada através de uma mensagem multicast
para todos os outros terminais participantes para
efetuar um desligamento remoto. Esta solução é
significativamente mais rápida do que uma chave
de aterramento rápida e tem menor impacto para
os equipamentos da rede.
z 4
 .0 APLICAÇÃO PRÁTICA DE R-GOOSE EM WAPC/
SIPS: CASO 2
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022
Apresentamos a seguir, uma implementação
prática de alta velocidade e segura usando
o mecanismo R-Goose em uma WAPC/SIPS,
onde detalharemos a aplicação envolvendo
aproximadamente 100 subestações da empresa
americana Southern Califórnia Edison (SCE).
Neste caso, descreveremos a aplicação prática
do uso do mecanismo R-GOOSE em um esquema
especial centralizado de reparação do sistema
denominado de CRAS (Centralized Remedial
Action System), que substituiu esquemas especiais
individuais existentes na empresa Southern Califórnia
Edison, cuja arquitetura é mostrada na Figura 5.
79
 XV SEPOPE
O CRAS implementado permite a manutenção
do suprimento de energia detectando condições
anormais ou condições predeterminadas do sistema
e a tomada de ações corretivas de isolamento do
componente defeituoso para manter o sistema
confiável.
O CRAS detecta e opera em condições de
mudanças da demanda, geração (MW e MVAR),
ou ainda mudança da topologia da rede, tensão
anormal ou do fluxo de potência.
Os principais componentes funcionais do CRAS
são:
• Os IED´s de campo (dispositivos eletronicos
inteligentes de monitoramento e mitigação);
• A rede de comunicação (Link habilitado
IGMPv3 para Gigabit Ethernet/IP);
• O sistema de controle centralizado (CCS –
Central Controller System).
O CRAS abrange aproximadamente 100
subestações, a maioria das quais são subestações
de 500 kV e 230 kV, dotadas de dispositivos
inteligentes de monitoramento/mitigação.
O sistema é totalmente redundante com
subsistemas A e B duplicados operando em paralelo,
como mostrado na figura 6. Cada subsistema A ou B
tem seu próprio CCS, monitores, relés de mitigação
e infraestrutura de comunicação rede (sistema
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022
80 Figura 5: CRAS - Sistema Centralizado de Reparação do Sistema
completamente independente), além de possuir
mecanismo de cyber segurança de acordo com a
norma americana NERC-CIP.
O CCS de cada subsistema A ou B é projetado
com redundância e instalada em locais seguros e
geograficamente separados: Centro de Controle
da Rede (GCC – Grid Control Center) e o Centro de
Controle da Rede Alternado (AGCC).
Cada subestação é dotada de dois conjuntos
de relés, um para CRAS A, e o outro para CRAS B.
Entre GCC e AGCC, haverá dois links redundantes
Gigabit Ethernet roteados para trocar informações
do Sistema A e do Sistema B provenientes das
Subestações
Em termos de cronologia e desempenho do
tempo de resposta do CRAS, 03 ciclos (50ms) são
alocados à comunicação e latência do controlador
e lógica. Dos 50 ms, 38 ms são designados para
latência de comunicação e 4 ms para tempo de
reação do CRAS, mostrado na Figura 7 abaixo.
O exemplo da figura 7 abaixo, simula a ocorrência
de uma falta trifásica na barra da subestação
e atuação do relé de proteção e abertura dos
disjuntores de linha/Trafo, e, na sequência,
processamento da lógica de mitigação/alívio de
geração para manutenção do equilíbrio da geração
x rejeição de cargas.
 XV SEPOPE

Figura 6: Arquitetura Geral redundante do CRAS

Figura 7: Sistema Centralizado de Reparação do Sistema (CRAS).

z 5.0 CONCLUSÕES e monitoramento de uma rede de energia, em

conformidade com a na norma IEC 61850, levando
a até 50% em economia de equipamentos de
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022

A norma IEC61850, nos últimos anos, tem

permitido novas possibilidades de aplicação na
rede local da subestação, notadamente pela
popularização das mensagens GOOSE, e mais
recentemente entre subestações, fisicamente
distantes, através do R-Goose e R-SV, que abriu
um nicho inexplorado de aplicações para sistemas
WAMPACS.
Neste artigo, foram apresentados dois exemplos
de aplicações, sendo um de tele proteção, e outro
caso, de aplicação em um sistema denominado
de CRAS que usa Routable-GOOSE (R-GOOSE)
que é uma solução emergente para melhorar o
desempenho do sistema de proteção, controle
comunicação se comparado com os esquemas
tradicionais similares, já que as funcionalidades
de proteção e comunicação já estão inclusas nos
relés de proteção, sem a necessidade de hardware
adicional.
z 6.0 BIBLIOGRAFIA
(1) PAC World magazine – http://www.pacworld.
org/en/issue/june 2016 issue/secured routable
mechanism/using speed and routable goose
mechanism. Html.
(2) Site GE – www.gegridsolutions.com 81
 LISTA DOS COMITÊS DE ESTUDO

Representantes Brasileiros
Acesse o coordenador da área de seu interesse para participar de nossa Entidade:
GRUPO A - EQUIPAMENTOS

CE-A1 Máquinas Rotativas

Coordenador: FERNANDO DE SOUZA BRASIL
Empresa: ELETROBRAS ELETRONORTE
Endereço: Rodovia Arthur Bernardes s/n, CEP: 66630-505 Belém - PA
Telefone: (91) 98118-6518 (91) 3787-7508
E-mail: fernando.brasil@eletronorte.gov.br

Projeto e construção de turbogeradores, hidrogeradores, máquinas não-

convencionais e grandes motores. Aspectos econômicos, testes, comportamentos e
materiais.

CE-A2 Transformadores e Reatores

Coordenador: ROBERTO ASANO JUNIOR
Empresa: Pesquisador - UFABC
Telefone: (11) 9871 89 169
E-mail: roberto.asano@yahoo.com

Projeto, construção, fabricação e operação de todos os tipos de transformadores,

incluindo transformadores conversores, de uso industrial e os chamados “phase-
shifters”, além de todos os tipos de reatores e componentes de transformadores
(buchas, comutadores, etc).

CE-A3 Equipamentos de Transmissao e Distribuição

Coordenador: DANIEL SINDER
Empresa: OPERADOR NACIONAL DO SISTEMA ELÉTRICO - ONS
Endereço: Rua Júlio do Carmo, 251 - Centro
20211-160 Rio de Janeiro - RJ
Telefone: (21) 3444-9921
E-mail: danielsinder@ons.org.br

Teoria, projeto, construção e operação para todos os dispositivos de manobra,

interruptores e limitadores de corrente, pára-raios, capacitores, seccionadores
isoladores de equipamentos e de barramentos e transformadores de instrumento.
GRUPO B - SUBSISTEMAS

CE-B1 Cabos Isolados

Coordenador: DANIEL BENTO
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022

Empresa: BAUR DO BRASIL

Endereço: Rua Tácito de Almeida 73, São Paulo, São Paulo - 01251-010
Telefone: (11) 99617-8704
E-mail: daniel.bento@baurdobrasil.com.br

Base teórica, projeto, processos produtivos, instalação, serviços, manutenção e

técnicas de diagnóstico para cabos isolados CA e CC e para aplicações terrestres e
submarinas.

82
 LISTA DOS COMITÊS DE ESTUDO

CE-B2 Linhas Aéreas

Coordenador: MARCOS CESAR ARAÚJO
Empresa: ELETRONORTE
Endereço: SCN Quadra 6 - Conj. A - Bloco B - Sala 501 - Brasília/DF
Telefone: (61) 99693-5678
E-mail: marcos.araujo@eletronorte.gov.br
mcesar.araujo@uol.com.br

Projeto, construção, manutenção, análise de vida útil, reforma e de componentes de linhas

aéreas: condutores, cabos pára-raios, isoladores, torres, fundações, sistemas de aterramento
e novas tecnologias associadas a melhoria do desempenho elétrico e mecânico.

CE-B3 Subestações e Instalações Elétricas

Coordenador: MARTA LACORTE
Empresa: ATIVA Engenharia
Endereço: Av. Henrique Dodsworth, 13/503 – 22061-030 - Rio de Janeiro - RJ
Telefone: (21) 97144 - 8133
E-mail: marta.lacorte@ativa.eng.br

Projeto, construção e manutenção de subestações e instalações elétricas de usinas,

excluindo os geradores.

CE-B4 Elos de Corrente Contínua e Eletrônica de Potência

Coordenador: TREVOR MATHEUS CARLOS VILELLA DO CARMO DOBBIN
Empresa: FURNAS
Endereço: Avenida Graça Aranha, 26, Centro,
Rio de Janeiro – RJ - 20030-900
Telefone: (21) 2528-2545
E-mail: trevor@furnas.com.br

Transmissão em corrente contínua (CCAT) e equipamentos de eletrônica de potência

aplicados em sistemas de transmissão CA (dispositivos FACTS), contemplando: especificação,
aplicações, aspectos econômicos e qualidade de energia; planejamento, projeto, construção
e testes; distribuição e transmissão; operação e desempenho; controle e proteção. Novas
tecnologias associadas a conversores, semicondutores, configurações, controles e aplicações
inovadoras, tais como as que utilizam conversores tipo fonte de tensão (VSC).

CE-B5 Proteção e Automação

Coordenador: PAULO HUMERES FLORES
Empresa: CGT ELETROSUL
Endereço: Rua Deputado Antônio Edu Vieira, 999, Pantanal
Florianópolis – SC - 88040-901
Telefone: (48) 99971 3935
E-mail: hpablo@cgteletrosul.com.br
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022

Princípios, projeto, aspectos econômicos, aplicação, coordenação, desempenho operacional

e manutenção de sistemas de proteção, controle e automação de subestações, sistemas e
equipamentos de controle remoto, sistemas e equipamentos de medição.
GRUPO C - SISTEMAS

CE-C1 Desenvolvimento de Sistemas Elétricos e Economia

Coordenador: MARCOS VINICIUS G. DA SILVA FARINHA
Empresa: EPE – EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA
Endereço: Praça Pio X, n. 54 - Centro
20091-040 - Rio de Janeiro - RJ
Telefone: (21) 3512-3341
E-mail: marcosfarinha@hotmail.com

Métodos de análise para o desenvolvimento dos sistemas elétricos de potência e

economia, métodos e ferramentas para análise estática e dinâmica, aspectos e métodos 83
de planejamento nos vários contextos, estratégias de gerenciamento de ativos.
 LISTA DOS COMITÊS DE ESTUDO

CE-C2 Operação e Controle de Sistemas

Coordenador: ANTONIO CARLOS BARBOSA MARTINS
Empresa: CONSULTOR
Endereço: Rio de Janeiro - RJ

Telefone: (21) 99996-0840

E-mail: abarbosamartins@gmail.com

Estudos e análises das condições técnicas, logísticas e institucionais requeridas para operação segura
e econômica de sistemas de potência, contemplando os seguintes aspectos: controle de sistemas e de
equipamentos; controle geração-carga; planejamento da operação; avaliação de desempenho; centros
de controle; treinamento de operadores; requisitos de segurança contra colapso de sistemas, danos em
equipamentos e falhas humanas.

CE-C3 Desempenho Ambiental de Sistemas

Coordenador: DANIELLA FETEIRA SOARES
Empresa: ELETROBRAS
Endereço: Rua da Quitanda, 196 - Centro
200901-005 – Rio de Janeiro - RJ
Telefone: (21) 2514 - 5674
E-mail: daniella.soares@eletrobras.com

Identificação e avaliação dos impactos ambientais de equipamentos e dos sistemas elétricos e os

métodos usados para gerenciá-los.

CE-C4 Desempenho de Sistemas Elétricos

Coordenador: ANGÉLICA DA COSTA DE OLIVEIRA ROCHA
Empresa: ATG ENGENHARIA LTDA
Endereço: Rua Santa Catarina 1.460/1.502
Telefone: (31) 3291-8583 / (31) 98775-0510
E-mail: angrocha1@gmail.com

Métodos e ferramentas para análise de sistemas de potência, com ênfase nos regimes dinâmicos
e transitórios e nas interações entre o sistema de potência com seus equipamentos e subsistemas,
bem como com outras instalações. Os seguintes tópicos de interesse são definidos: Qualidade
de energia, Compatibilidade e interferência eletromagnética, Coordenação de isolamento de
linhas e subestações, Descargas atmosféricas e Modelos e ferramentas para análise numérica do
desempenho de sistemas de potência.

CE-C5 Mercados de Eletricidade e Regulação

Coordenador: CARLOS DORNELLAS
Empresa: ABSOLAR
Endereço: Av. Paulista, 1636,10° andar, conj. 1001/1002
01310-200– São Paulo – SP
Telefone: (11) 93961-5892
E-mail: cdornellas@absolar.org.br
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022

Estruturas de mercado e regulação na indústria de emergia, formação de preços e tarifas de emergia,

economia de emergia e do meio ambiente, comercialização de emergia, gestão de riscos, gestão
pelo lado da demanda, estruturas de financiamento, aspectos regulatórios e econômicos de energias
renováveis e redes inteligentes (smart grids).

CE-C6 Sistemas Ativos de Distribuição e Recursos Energéticos Distribuídos

Coordenador: ALEXANDRE RASI AOKI
Empresa: Universidade Federal do Paraná
Endereço: Centro Politécnico da UFPR - Caixa Postal 19011 - Curitiba/PR - 81531-980
Telefone: (41) 98416-8517
E-mail: araoki@gmail.com

Avaliação do impacto técnico de novas características de distribuição sobre a estrutura e operação
do sistema: desenvolvimento da geração distribuída, dispositivos para armazenamento de energia,
gerenciamento pelo lado da demanda e eletrificação rural.
84
 LISTA DOS COMITÊS DE ESTUDO
GRUPO D - TECNOLOGIAS DE APOIO

CE-D1 Materiais e Tecnologias Emergentes

Coordenador: ALAIN FRANÇOIS SANSON LEVY
Empresa: CONSULTOR
Endereço: Rua Ministro Viriato Vargas, 171 - CEP 20531-050 - Rio de Janeiro - sRJ
Telefone: (21) 99446-1512
E-mail: alainsanson@gmail.com

Acompanhamento e caracterização de materiais novos e já existentes para a tecnologia

de energia elétrica, diagnóstico, acervo técnico e conhecimentos correlatos, novas
tecnologias com impacto esperado sobre os sistemas a médio e longo prazo.

CE-D2 Sistemas de Informação e Telecomunicação para Sistemas Elétricos

Coordenador: RODRIGO LEAL
Empresa: CHESF
Endereço: Rua Delmiro Gouveia, 333 – Bloco A, Sala 316
Recife – PE, CEP: 50761-901
Telefone: (81) 3229-2323
E-mail: rodrigol@chesf.gov.br

Princípios, investigações e estudos, especificações de projeto, engenharia, desempenho

durante o comissionamento e aspectos de operação e manutenção nas áreas de
telecomunicações e de serviços de informação para o setor elétrico, sistemas de
informação para atividades operacionais e de negócios envolvendo serviços, meios de
comunicação e redes.
PARTICIPAÇÃO NO CIGRE INTERNACIONAL

Administrative Council
Membro: SAULO JOSÉ NASCIMENTO CISNEIROS
Empresa: CIGRE-Brasil
Endereço: Praia do Flamengo, 66 – Bloco B – salas 408 a 411 – Flameng
Rio de Janeiro – RJ - CEP: 22210-903
Telefone: (21) 2556-5929
E-mail: saulo@cigre.org.br

Technical Council Chairman and Steering Committee

Membro: MARCIO SZECHTMAN
Empresa: ELETROBRAS
Endereço: Rua da Quitanda, 196 – 20 andar – Centro
Rio de Janeiro – RJ – CEP.: 20091-005
Telefone: (21) 2598-6204
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022

E-mail: marcio.szechtman@eletrobras.com

Administrative Council - Membro Permanente

Chairman: JERZY ZBIGNIEW LEOPOLD LEPECKI
Empresa: ex-presidente do CIGRE-Brasil e Internacional
e Sócio Honorário do CIGRE
Endereço: Rua Timóteo da Costa, 304 - Apto 801 - Leblon
22450-130 - Rio de Janeiro - RJ
Telefone: (21) 22741002
E-mail: jlepecki@globo.com

85
 Critérios para Seleção e Divulgação dos Artigos
Técnicos da Revista EletroEvolução – Sistemas de Potência

1. Qualquer artigo poderá se candidatar à publicação na revista EletroEvolução, o qual deverá

ser encaminhado pelo seu autor ao Presidente do Conselho Editorial, para o e-mail:
eletroevolucao@cigre.org.br ou para o endereço do CIGRÉ-Brasil: Praia do Flamengo, 66,
Bloco B, sala 408, Flamengo, Rio de Janeiro, CEP 22.210-903.
1.1. Os artigos previamente selecionados e apresentados em eventos de responsabilidade do
CIGRÉ-Brasil terão prioridade nesta publicação.
1.2. Os artigos deverão obedecer à formatação e limites de tamanho estabelecidos para os
eventos do CIGRÉ-Brasil, cabendo à revista EletroEvolução a sua diagramação e formatação
final de impressão, incluindo a revisão final de sua redação para efeito de publicação.
1.3. Esses artigos serão encaminhados, para efeito de revisão e comentários, a uma comissão
composta por um mínimo de dois revisores, a serem designados pelo Coordenador do
Comitê de Estudo responsável pelo respectivo assunto e/ou pelo Presidente do Conselho
Editorial da Revista EletroEvolução. Cada revisor terá o prazo máximo de 40 dias para
apresentar seu comentário e parecer sobre o artigo.
1.3. O Presidente do Conselho Editorial da revista será responsável pelo encaminhamento
ao autor do artigo, da decisão do referido Conselho, a qual poderá ser pela sua não
publicação, aceitação mediante incorporação das revisões solicitadas pelos revisores ou
aprovação integral. Tal resposta deverá ocorrer no prazo máximo de 70 dias a partir da data
de recebimento do artigo.
2. Os seguintes artigos são considerados previamente aptos para sua publicação na revista, a
critério do Conselho Editorial, não havendo a necessidade de seu encaminhamento pelos
respectivos autores principais, nem a necessidade de revisão.
2.1. Os artigos brasileiros apresentados nas Sessões Bienais e em Simpósios e Colóquios
internacionais do CIGRÉ.
2.2. Os artigos classificados em 1º, 2º e 3º lugares nos seus respectivos Grupos de Estudos
do SNPTEE e em eventos realizados pelo CIGRÉ-Brasil, tais como SIMPASE, SEPOPE, EDAO
e ERIAC.
ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022

ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022

3. Também estão aptos para publicação na revista os seguintes artigos, a critério do Conselho
Editorial, que deverão ser encaminhados ao Presidente desse Conselho:
3.1. Os artigos com os resultados e constatações finais dos Grupos de Trabalho dos Comitês
de Estudo do CIGRÉ-Brasil.
3.2. Os artigos, de notória proficiência técnica, selecionados e encaminhados pelos membros
do Conselho Editorial da revista e pelos Coordenadores dos Comitês de Estudo do CIGRÉ-
Brasil.
4. Também poderão ser publicados outros artigos de interesse da entidade, a critério da
Diretoria do CIGRÉ-Brasil, sob a denominação de “Artigos Convidados”.

Conselho Editorial da Revista EletroEvolução - Sistemas de Potência

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ELETROEVOLUÇÃO DEZEMBRO 2022