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MINICURSO 

FTOOL

MATERIAL DE
APOIO PARA
USO DO
SOFTWARE
DE ANÁLISE
ESTRUTURAL
FTOOL

EDUARDA AKEMI ISHIDA RODRIGUES


FELIPE BASTISTA IRIKURA
LEONARDO DE NOVAIS MENDES
SUMÁRIO

1. CONHECENDO O PROGRAMA ......................................................................... 3

2. COMANDOS ........................................................................................................ 5

2.1. Menu file ........................................................................................................ 5

2.2. Menu Options ................................................................................................ 6

2.3. Menu display ................................................................................................. 8

2.4. Barra de edição ............................................................................................. 8

2.5. Controle de visualização ............................................................................... 9

2.6. Controle de coordenadas ............................................................................ 10

2.7. Menu de atributos de barras e nós .............................................................. 10

2.8. Menu de carregamentos .............................................................................. 11

2.9. Menu de resultados ..................................................................................... 11

3. INICIANDO UM PROJETO ................................................................................ 12

3.1. Inserindo nós e barras ................................................................................. 12

3.2. Inserindo as condições de vinculação ......................................................... 21

3.3. Inserindo as propriedades do material ........................................................ 27

3.4. Inserindo as propriedades da seção transversal ......................................... 28

3.5. Inserindo os carregamentos ........................................................................ 30

4. RESULTADOS ................................................................................................... 34

5. LINHA DE INFLUÊNCIA .................................................................................... 36

6. TREM-TIPO ....................................................................................................... 37

7. EXERCÍCIOS ..................................................................................................... 41

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1. CONHECENDO O PROGRAMA

O software Ftool é um programa de análise de estruturas planas criado pelo


professor Dr. Luiz Fernando Martha, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de
Janeiro.

Figura 1 - Diagrama de momento fletor em pórtico 2D

É um dos primeiros softwares relacionados a estruturas que estudantes de


Engenharia Civil do Brasil todo entram em contato em suas graduações. Seu objetivo
inicial era ser um programa para o uso em salas de aula, no entanto com o passar do
tempo foi sendo atualizado e melhorado para satisfazer necessidades de projetos
estruturais profissionais.

Atualmente o software se encontra em sua versão 4.00.04 e possui duas


versões, sendo uma básica voltada principalmente ao ambiente acadêmico e aos
estudantes e uma versão paga na qual são acrescentadas algumas funções para
melhor suprir as necessidades dos engenheiros estruturais.

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Figura 2 - Sobre o programa

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2. COMANDOS
Para essa apostila será utilizada a versão 4.00.04 do software.
Figura 3 - Interface inicial do programa

2.1. Menu file


O menu File é por onde são possíveis serem feitas as modificações do arquivo.
Figura 4 - Menu File

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• About Ftool – apresenta as informações sobre a versão do programa e do


desenvolvedor, como mostrado na Figura 2.

• Upgrade – permite fazer o upgrade da versão básica do programa para a


versão paga.

• Sign conversion – apresenta informações relativas aos sentidos adotados e


valor das forças e esforços no programa.

• New – abre um novo arquivo.

• Open – abre um arquivo já existente.

• Save & Save as – salva o arquivo que está sendo trabalhado.

• Import properties – importa as propriedades de outro arquivo.

• Export line results – exporta os resultados das barras selecionadas para um


outro arquivo.

• Export screen – exporta imagens da tela do programa, podendo ser escolhido


o formato que será exportado.

• Totals – apresenta o número total de barras e nós do modelo.

• Limits – define o limite que a tela de trabalho apresentará.

• Exit – sair.

2.2. Menu Options


O menu Options é responsável pela configuração do tipo de análise feita pelo
programa (atualmente o programa trabalha somente com a análise elástica), dos
tamanhos de fonte de texto, figura de carregamento e elementos, além de permitir
ligar e desligar o acréscimo de um carregamento estático ao serem feitas análises
com trem-tipo.

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Figura 5 - Menu Options

Além disso, o menu Options também permite alterar as unidades de medida


que serão utilizadas na modelagem da estrutura e na análise dos resultados em “Units
& Number Formatting...”. O Ftool disponibiliza 3 modelos de análise de unidades já
instalados nele, no entanto o usuário pode alterar as informações à vontade.

Figura 6 - Units & Number Formatting

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2.3. Menu display


O menu Display é responsável pela visualização dos elementos na tela
principal, nele é possível modificar a coloração da tela principal e ativar ou desligar a
visualização de elementos textuais e figuras que complementam a estrutura.

Figura 7 - Menu Display

2.4. Barra de edição


Com a barra de edição é criada e editada a estrutura plana de nós e barras,
além de permitir a criação de linhas de cotas.

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Figura 8 - Barra de edição

1 - Select mode - ativa a seta no mouse.

2 - Insert member - insere elementos de barra.

3 - Insert node - insere nós.

4 - Insert dimension line - insere cotas.

5 - Keyboard mode - ativa o modo teclado para adicionar nós ou barras.

6 - Delete select objects - deleta elementos selecionados.

7 - Transform - permite a transformação da estrutura.

2.5. Controle de visualização


No controle de visualização temos como movimentar a tela principal para
melhor visualização da estrutura.

Figura 9 - Controle de visualização

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1 - Redisplay.

2 - Fit world on screen - movimenta a tela principal para que toda a estrutura
apareça de uma vez só.

3 - Zoom in given rectangle - dá um zoom na área retangular selecionada.

4 - Zoom in.

5 - Zoom out.

6 - Scale work space - trabalha como um zoom interativo, igual ao scrool do


mouse.

2.6. Controle de coordenadas


No controle de coordenadas pode-se editar o tamanho da área de trabalho,
acompanhar as coordenadas de pontos nela e criar um grid de pontos para facilitar a
criação da estrutura.

Figura 10 - Controle de coordenadas

2.7. Menu de atributos de barras e nós


Neste menu é possível atribuir as propriedades dos materiais, seção, condições
de contorno e rigidez da estrutura.

Figura 11 - Menu de atributos de barras e nós

Menu de restrições à deformação da estrutura

Menu de rotação da estrutura (rótulas)

Menu de vínculos

Menu de propriedades geométricas da seção transversal da estrutura

Menu de propriedades do material da estrutura

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2.8. Menu de carregamentos


Neste menu é possível atribuir à estrutura os carregamentos pontuais e
distribuídos, de temperatura e determinação de trem-tipo aplicados.

Figura 12 - Menu de carregamentos

Trem-tipo

Menu – carregamentos termais

Menu - carregamento linearmente distribuído

Menu - carregamento uniformemente distribuído

Menu - momento aplicado na barra

Menu - carga e momento aplicado no nó

2.9. Menu de resultados


Neste menu escolhe-se qual resultado quer analisar, diagrama ou deformação,
além de permitir modificar a escala de apresentação para melhor visualização.

Figura 11 - Menu de resultados

Ajuste da escala do diagrama

Diagrama de esforços

Linha de influência

Trem-tipo

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3. INICIANDO UM PROJETO

Não existe uma sequência determinada correta de passos para fazer um


projeto no Ftool, a sequência de passos desta apostila seguirá a preferência dos
autores.

3.1. Inserindo nós e barras

A inserção de nós e barras pode ser feita de 3 maneiras: configurando o grid


com as distâncias desejadas, utilizando o keyboard mode para criar os nós e em
seguida adicionar as barras, ou utilizando o keyboard mode para criar as barras e
automaticamente criar os nós.

• Configurando o grid
O grid foi apresentado no item 2.6 da apostila. Para configurar o espaçamento
do grid primeiro deve-se ativá-lo. Em seguida, é necessário inserir quais as distâncias
que os pontos do grid devem possuir nas direções x e y. Para que esse modo de
criação seja útil ative o modo Snap.

Após o grid estar pronto, pode-se optar por criar os nós primeiro por meio do
Insert node, clicando com o botão esquerdo do mouse sobre os pontos do grid onde
haverão nós, e depois ligá-los com as barras com o botão Insert member clicando
sobre o primeiro nó com o botão esquerdo e em seguida clicando sobre o próximo nó.

Figura 12 - Criação com grid (a) tela em branco, (b) criação de nós, (c) criação de barras, (d) resultado

(a)

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(b)

(c)

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(d)

Na criação da barra deve-se atentar a qual o nó inicial e qual o nó final, pois isso
influencia na criação dos eixos locais das barras.

• Keyboard mode (criando nós)


Para criar utilizando o Keyboard mode primeiro deve-se clicar no seu botão.
Após isso clica-se no botão Insert node, isso fará com que apareça a janela mostrada
na Figura 13.

Figura 13 - Node coordinate

Nesta janela deve-se digitar as coordenadas x e y globais de um nó e, em


seguida clicar em OK. Uma vez feito isso, o ponto surgirá em sua área de trabalho.

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Para adicionar os outros nós, basta repetir esse passo até todos serem criados. Ao
finalizar, clique em Cancel para fechar a janela Node coordinates.

Antes de unir os nós com elementos de barra deve-se desativar o Keyboard


mode, caso contrário, ao clicar para criar uma barra o usuário ativará a janela de
Member coordinates. Feito isso liga-se os nós com uma barra assim como na criação
com grid.

Figura 14 - Criação com Keyboard mode (nó), (a) tela em branco, (b) criação de nó, (c) criação de segundo nó, (d) criação de
barra

(a)

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(b)

(c)

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(d)
Na Figura 14 é importante a atenção na barra de edição para ver quais itens
estão selecionados ou não em cada passo.

• Keyboard mode (criando barras)


Nesse modo de criação de nós e barras deve-se ativar o Keyboard mode assim
como no modo anterior, mas em vez de clicar em Insert node deve-se clicar em Insert
member. Ao fazer isso será aberta a janela Member coordinates.

Figura 15 - Member coordinates (a) Absolute, (b) Incremental

(a) (b)

A janela é aberta automaticamente no modo Absolute. Neste modo, deve-se


digitar as coordenadas x e y do 1º e 2º nós, assim, o programa irá criar os dois nós e
uma barra ligando eles do primeiro para o segundo. No modo Incremental digita-se as
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coordenadas x e y do primeiro nó, em seguida digita-se o quanto deve-se incrementar


nas coordenadas x e y para criar o segundo nó, ou seja, se o primeiro nó se encontra
no ponto 0,0 e eu incremento 2 em x e 5 em y será criado um nó nas coordenadas 0,0
e um nó nas coordenadas 2,5 sendo ligados por uma barra.

Figura 16 - Criação com Keyboard mode (barra), (a) tela em branco, (b) criação de barra (ABSOLUTE), (c) resultado

(a)

(b)

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(c)

Nota-se que além de criar os dois nós e a barra a janela Member coordinate
automaticamente atualiza transformando o segundo ponto criado em primeiro para
que continue a editar a estrutura a partir do ponto final adicionado, além disso o
programa torna o segundo nó a ser criado com um incremento da mesma dimensão
entre a criação do primeiro e segundo nós da barra que já foi criada.

Figura 17 - Criação com Keyboard mode (barra), (a) tela em branco, (b) criação de barra (INCREMENTAL), (c) resultado

(a)

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(b)

(c)

Assim como no modo Absolute o segundo nó já criado se tornou o primeiro


para a criação da próxima barra.

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3.2. Inserindo as condições de vinculação

Após terem sido criadas todas as barras e nós da estrutura, é necessário


determinar as condições de vinculação da mesma. Para isso, o Ftool disponibiliza que
sejam adicionados apoios, engastes, molas, rótulas e recalques.

Para adicionar os diversos tipos de apoio deve-se clicar no menu de vínculos,


mostrado no item 2.7 da apostila. Ao clicar no menu será aberto no lado direito da tela
as condições de suporte.

Figura 18 - Support Conditions

.
Essas vinculações são exclusivas de nós, portanto para aplicá-las na estrutura
deve estar selecionado um ou mais nós apenas.

Para a inserção de um apoio é preciso impor quais graus de liberdade estão


restringidos (deslocamento horizontal, deslocamento vertical e rotação). Dessa forma,
para se restringir um grau de liberdade selecione o nó ou nós, e em seguida selecione
quais graus de liberdade serão restringidos. Então é só clicar para aplicar as restrições
nos nós selecionados.

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Figura 19 - Atribuição de apoio fixo, (a) selecionando o nó, (b) selecionando as restrições de movimento

(a)

(b)

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Figura 20 - Botões de aplicação das restrições

Reinicia a aba de condições de suporte

Seleciona os nós com as mesmas características que as selecionadas

Remove as condições selecionadas dos nós selecionados

Aplica as condições selecionadas aos nós selecionados

Figura 21 - Estrutura com apoio fixo

Para apoios que se encontrem em direções diferentes dos eixos x e y é possível


atribuir um ângulo de rotação para esses elementos, abaixo das caixas de seleção
das restrições de deslocamento e rotação existe um espaço onde pode ser digitado o
ângulo que o elemento se encontra, em graus.

No caso onde há molas o deslocamento está parcialmente restringido, sendo


que ele está em função do coeficiente de mola que será atribuído ao apoio. Para inserir
a mola deve-se selecionar os nós e quais direções estão parcialmente restringidas e

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ao fazer isso será liberado o espaço para preencher os valores dos coeficientes de
mola dos graus de liberdade parcialmente restringidos, como mostrado na Figura 22.

Figura 22 - Inserção de apoio mola

O recalque ou a rotação prescrita só pode ser adicionada em nós onde o


deslocamento ou a rotação foram restringidos, ou seja, para criá-los deve existir um
apoio no nó.

Selecionado o nó onde existe essa movimentação, deve-se selecionar a caixa


Prescribed Displacem./Rot. e digitar o valor deste deslocamento/rotação. Feito isso
basta aplicar ao nó.

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Figura 23 - Atribuição de deslocamento prescrito, (a) ativando o deslocamento, (b) deslocamento aplicado

(a)

(b)

As rótulas podem ser adicionadas no menu de rotação da estrutura, e podem


ser inseridas de duas maneiras; rótulas em nós ou rótulas em barra.

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Figura 24 - Rotation release

A primeira linha é para a aplicação de rótulas em nós, o primeiro botão é


responsável por adicionar a rótula e o segundo por transformar um nó que era rótula
em um nó. As demais opções são para inserir rótulas em barras (em ambas as
extremidades da barra, somente na extremidade esquerda, somente na extremidade
direita, remover as rótulas da barra).

Para adicionar a rótula deve-se selecionar o elemento que será transformado


e então aplicar a opção desejada.

Figura 25 - Atribuição de rótula em nó, (a) selecionando o nó, (b) rótula aplicada

(a)

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(b)

Figura 26 - Detalhe da representação de rótula em barra

A representação da rótula em barras é de um círculo logo antes ou após os nós


extremos da barra, enquanto a representação da rótula em nó é o círculo com o nó no
centro dele.

3.3. Inserindo as propriedades do material


Toda estrutura possui um material que define suas propriedades físicas, tais
como o módulo de elasticidade, o coeficiente de Poisson e o coeficiente de dilatação
térmica. Por isso à toda estrutura deve ser atribuído um material e suas propriedades.

Para inserir um material a estrutura usa-se o menu de propriedades do material


da estrutura.

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Figura 27 - Material parameters

O Ftool pede que sejam criados todos os materiais da estrutura a partir das
opções do submenu.

Figura 28 - Características comuns dos submenus

Ao criar um material, a janela na direita muda, pedindo o nome do material e


permitindo escolher o seu tipo. O Ftool pré disponibiliza alguns materiais (aço,
concreto e alumínio) e permite criar um material genérico onde o usuário determina
os parâmetros.

3.4. Inserindo as propriedades da seção transversal


Assim como o material é necessário atribuir uma seção para as barras da
estrutura, através do menu de propriedades geométricas, e da mesma maneira que o
item anterior devem ser criadas as seções que serão utilizadas.

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Figura 29 - Sections Properties

Ao informar as dimensões da seção que será criada, o Ftool automaticamente


calcula as propriedades como área, área efetiva, centróide e inércia. Podem ser
criados 3 tipos de seção, seções genéricas, seções parametrizadas e tabelas de
perfis, como mostrado na Figura 30.

Cada tipo de seção ao ser criada apresenta um desenho para facilitar o


entendimento de quais dimensões são cada uma, como pode ser observado na Figura
31.

Figura 30 - Criação de nova seção

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As tabelas de perfis apresentam seções comerciais comuns, não sendo


necessário digitar nenhuma dimensão, somente escolher entre os presentes no
programa.

Figura 31 - Tabela de perfis Gerdau-Aço Minas I-shape (BR)

3.5. Inserindo os carregamentos


Os carregamentos podem ser divididos em três categorias, os carregamentos
pontuais, os carregamentos distribuídos e os carregamentos termais. Além disso,
cabe ressaltar que os carregamentos não se sobrepõem.

Para inserir um carregamento, assim como as seções transversais e os


materiais, é necessário criar o carregamento.

Eles seguem as coordenadas globais, ou seja, um carregamento positivo na


direção x é representado como uma seta direcionada para a direita, assim como o
carregamento negativo é para a esquerda. Os carregamentos em y seguem o mesmo
princípio, os momentos tratam a direção z positiva como saindo da tela do
computador.

O programa ainda não possui a capacidade de incluir uma carga inclinada,


portanto para carregamentos inclinados devem ser feita a decomposição das cargas
nas direções x e y.
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• Carregamentos pontuais

Os carregamentos podem ser feitos em nós ou nas extremidades das barras,


utilizando os dois primeiros botões no menu de carregamentos, mostrado na Figura
11, respectivamente.

Cada nó pode possuir apenas um carregamento em x, um em y e um momento


em z, por isso nos casos onde há mais de um carregamento pontual sobre um nó
deve-se carregar a estrutura com o carregamento resultante.

Figura 32 - Carregamento pontual (a) nodal, (b) em extremidade de barra

(a) (b)

Ao carregar as extremidades das barras com momentos, atribui-se valores de


Ma e Mb, onde Ma é o momento aplicado na extremidade do nó inicial da barra e o
momento Mb no nó final (por isso a importância na hora da modelagem a decisão do
ponto inicial e final das barras).

O carregamento nodal e de extremidade de barra não são sobrepostos, mesmo


com a distância visual deles, o primeiro está carregado no nó, enquanto o segundo
está em uma barra, como mostrado na Figura 33. Note que o momento de 10 kNm
está no nó e o de 30 kNm está na barra.

Figura 33 - Momentos aplicados

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• Carregamentos distribuídos
Os carregamentos distribuídos presentes no programa são de duas maneiras,
os distribuídos uniformemente e os lineares. Eles são atribuídos pelos dois botões
seguintes aos do carregamento pontual.

Os carregamentos distribuídos seguem as mesmas instruções que os


pontuais.
Figura 34 - Carregamento distribuído (a) uniforme, (b) linear

(a) (b)

Os carregamentos distribuídos também não podem ser inclinados, porém


podem seguir o eixo local das barras, onde houver barras inclinadas.

Nos carregamentos lineares, os valores i são os valores do nó inicial da barra


e os valores de j são os valores do nó final da barra.

• Carregamentos termais

Os carregamentos termais são atribuídos na parte superior e inferior das


barras. Os valores positivos representam carregamento com aumento de temperatura
e os valores negativos carregamentos com diminuição de temperatura.

Figura 35 - Carregamento termal

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Os carregamentos Ty+ são aplicados na face superior das barras e os


carregamentos Ty- na face inferior das barras. A faces superior e inferior das barras
dependem dos eixos locais de cada barra, portanto a criação das barras influência no
processo de carregamento termal, sendo demonstrado pela Figura 36.

Figura 36 - Eixos locais

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4. RESULTADOS

O Ftool é capaz de gerar os diagramas de esforço normal, de esforço cortante,


de momento fletor, e a forma da estrutura deformada. Para isso, primeiro, deve-se ter
toda a estrutura modelada com seus devidos carregamentos e parâmetros
determinados.

Para gerar esses diagramas utilizam-se os botões do menu de resultados,


mostrado na Figura 11.

Para se obter os diagramas de esforço normal, esforço cortante e momento


fletor deve-se deixar selecionado a opção de Diagram results e selecionar qual dos
três diagramas quer que apareça na tela.

Figura 37 - Diagramas

Os diagramas apresentam os valores apenas nos nós e nos pontos de maior


valor, para saber o valor do diagrama em qualquer ponto basta clicar com o botão
esquerdo do mouse em cima da estrutura no ponto que se pretende conhecer.

Figura 38 - Exemplo de DMF para obtenção de valor em ponto qualquer

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Como pode se observar na Figura 38, ao clicar sobre um ponto da estrutura, a


barra onde esse ponto está localizado se torna vermelho, e é traçada uma linha
ligando ao diagrama e seu valor (linha vermelha). Note que no canto superior direito
também é exibida uma caixa de texto contendo informações como o comprimento da
barra, a cota x do ponto inicial ao ponto final da barra e o valor escrito do diagrama
com a unidade de medida em seguida.

Para a obtenção da estrutura deformada existem diversas opções de


representação, como mostrado na Figura 39. Uma vez selecionada a opção, trabalha-
se da mesma forma que os diagramas.

Figura 39 - Opções de estrutura deformada

Para obter as reações de apoio da estrutura, deve-se selecionar qualquer modo


de resultado mostrado acima e ativar no menu Display as informações sobre as
reações e os valores das reações, como mostrado na Figura 40.

Figura 40 - Ativando as reações de apoio

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5. LINHA DE INFLUÊNCIA

Uma linha de influência registra a variação de esforços em função da aplicação


de uma força vertical unitária que percorre a estrutura. Por isso, na exibição da linha
de influência, o Ftool ignora as cargas aplicadas na estrutura.

Para obter a linha de influência, em Influence Line Results é necessário


primeiramente escolher o tipo de linha de influência que se deseja obter (por exemplo;
cortante ou momento fletor). Uma vez feito isso, ative o botão que seleciona uma
seção da estrutura (botão na extrema direita da barra), posicione o cursor do mouse
em algum ponto ao longo da estrutura e clique com o botão esquerdo do mouse.

Figura 41 – Linha de Influência

Seleciona outra seção da estrutura

Linha de Influência de momento fletor

Linha de Influência de cortante

Linha de Influência de normal

Os resultados dos pontos selecionados ao longo da linha de influência podem


ser consultados usando o botão direito do mouse e os valores serão exibidos tanto
na linha de influência quanto na barra superior de mensagens. Enquanto o botão que
seleciona uma seção da estrutura estiver acionado, o programa exibirá uma nova linha
de influência a cada seção selecionada cada vez que o botão esquerdo do mouse for
clicado.

Quando este botão não está ativo, os resultados podem ser consultados
usando desta vez o botão esquerdo do mouse. Para informações adicionais, basta
clicar com o botão direito do mouse, e elas serão exibidas no espaço à direita da tela.

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6. TREM-TIPO

Este submenu permite a criação de cargas móveis (em pontes, por exemplo) que
são usadas para calcular envelopes de forças internas (envelopes de forças internas
podem ser calculados adicionando os efeitos das cargas estáticas aos efeitos atuais
do trem-tipo. Um trem-tipo é composto por forças concentradas, forças uniformemente
distribuídas e cargas vivas (representando a população de pequenos veículos em uma
ponte). Cargas concentradas e distribuídas são assumidas na direção vertical
superior-inferior. Portanto, de acordo com a convenção de sinais do Ftool, todos os
valores de carga são negativos. Caso o usuário não digite um sinal negativo para um
valor de carga, o programa altera automaticamente o sinal desse valor.

As matrizes de carga concentradas e distribuídas redimensionam-se


automaticamente: uma vez que o usuário começa a preencher a última linha de cada
matriz, uma nova linha é criada abaixo dela. As cargas podem ser excluídas definindo
os valores de carga como zero ou selecionando as linhas desejadas e pressionando
a tecla delete no teclado. A matriz também se redimensionará em conformidade.

O trem de carga selecionado pode ser definido com a lista suspensa no canto
superior direito da janela do programa. Esta lista suspensa só é ativada quando nos
modos de resultado da Linha de Influência ou do Envelope do Trem de Carga e/ou se
estiver no menu de definição do trem-tipo.

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Figura 42 – Trem-tipo

• Fator de impacto

Este é um fator de amplificação que multiplica globalmente todos os efeitos de


um trem de carga e permite a consideração de um efeito dinâmico sobre a estrutura.
O valor desse fator deve ser sempre maior que um.

• Comprimento do trem de carga

Esta extensão limita a aplicação de cargas vivas concentradas, distribuídas e


internas.

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• Forças concentradas

As forças concentradas do trem de carga são especificadas usando uma matriz


com duas colunas, com os seguintes parâmetros:

→ x: posição de força concentrada em relação ao início do trem de carga;


→ P: valor de uma força concentrada.

Não é permitido criar mais de uma força concentrada em uma única posição,
ou fora dos limites do trem de carga (especificado pelo seu comprimento). Para
adicionar uma força concentrada ao trem de carga atual, primeiro entre na posição de
força e depois no seu valor. À medida que outras forças concentradas são inseridas,
elas são ordenadas de acordo com sua posição.

• Forças uniformemente distribuídas

A matriz de forças distribuídas varia de acordo com o tipo de trem de carga. No


caso de um trem de carga que tenha valores únicos de forças distribuídas, a matriz
possui três colunas para os seguintes parâmetros:

→ xa: posição inicial de força distribuída em relação ao início do trem tipo;


→ b: posição de força distribuída final em relação ao início do trem de
carga;
→ q: valor de uma força distribuída.

No caso de um trem de carga que tenha carros cheios e vazios, q torna-se o


valor da força distribuída para um carro completo e a matriz tem uma coluna adicional
para o seguinte parâmetro:

→ q': valor de uma força distribuída para no carro vazio em um trem de


carga ferroviária.

Sobreposição de forças distribuídas não é permitida. As posições iniciais e


finais das forças distribuídas devem estar dentro da extensão do trem de carga
(comprimento). Para adicionar uma força distribuída ao trem de carga, primeiro insira
suas posições iniciais e finais, depois o valor de carga(s). No caso de um trem de
carga ferroviária, o primeiro valor de carga a ser inserido é q e depois q'. À medida
que outras forças distribuídas são inseridas, elas são ordenadas de acordo com suas
posições iniciais e finais. Quando xa é maior que xb, ou q é menor que q', esses
valores são automaticamente invertidos. É possível modificar o tipo de trem de carga,
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mesmo após a inserção de forças distribuídas. Ao transformar um trem de carga com


força distribuída de valor único em um trem de carga com duplo valor de carga
distribuída, q' é definido igual a q.

• Cargas móveis

Existem dois tipos de cargas móveis que representam a população de veículos


pequenos em uma ponte:

→ Exterior: é aplicado fora dos limites (comprimento) do trem de carga


atual;
→ Interior: é aplicado dentro dos limites (comprimento) do trem de carga
atual.

Cargas móveis podem ser aplicadas parcialmente ao longo do trajeto do trem


de carga na estrutura. As partes do caminho em que as cargas móveis são aplicadas
dependem de linhas de influência. Essas porções são definidas para maximizar ou
minimizar um efeito de destino. O valor máximo de um efeito é obtido aplicando a
carga móvel apenas sobre as partes positivas da linha de influência desse efeito; e o
valor mínimo é obtido aplicando a carga móvel apenas nas porções negativas da linha
de influência.

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7. EXERCÍCIOS

1.

2.

3.

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4.

5.

6.

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7.

8.

9.

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44

10.

11.

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