Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ESCOLA DE ENGENHARIA
ENGENHARIA ELÉTRICA
São Paulo
2011
DANIEL FELIPE DA CUNHA
HILDEBRANDO DE OLIVEIRA LIMA NETO
São Paulo
2011
Ao meu pai e a minha mãe por toda dedicação
e amor incondicional que eles têm por mim.
Aos meus pais Mayr e Arlete pelos ensinamentos de humildade e caráter que transferiram a
mim ao longo dos anos, fortalecendo duas das mais importantes características de um
homem.
A minha namorada Anna Carolina pelo amor, total incentivo, paciência nas fases turbulentas
e pela compreensão nos períodos de ausência. Apoios que sem os quais hoje eu não estaria
aqui.
Aos professores Marco Antônio Assis de Melo, nosso coordenador, e ao professor Antônio
Marcos Ferraz de Campos por acreditarem em nós na dura realização desse projeto.
Aos muitos colegas de turma pelo tempo e paciência em ajudar nos desafios encontrados nas
diversas disciplinas.
Aos professores Carla Silva Campos, Edson Tafeli, Rodrigo Santos, Carlos Alberto Zeitune,
e à Esleide Casella, pelos inúmeros e preciosos conselhos dados ao longo do curso.
A Fernanda Câmara pelo apoio, incentivo e concessões dadas no decorrer dessa longa
jornada, imprescindíveis para que eu pudesse alcançar o sucesso.
A minha esposa Miriam e ao meu filho Nicolas pela paciência, carinho, e pelo apoio
incondicional durante o curso, período que não consegui dar-lhes atenção em tempo integral.
A meus pais Hildebrando e Alda (in memoriam) por pavimentarem a longa estrada que
percorri, e pelo exemplo de caráter forjado em aço incorruptível.
Ao Professor Antonio Marcos Ferraz de Campos, por acreditar que um sonho pode se tornar
realidade, e por tê-lo transformado numa realização, apesar de tudo.
Aos Professores das três etapas de nivelamento, pela dedicação especial e atenção, Edson
Tafeli, Esleide Casella, Fabio Ap. Jesus, Carlos Alberto Zeitune, Magda Salgueiro, Carla
Silva Campos, Rodrigo Vieira, José Roberto Moura. Longas manhãs de sábado, sentirei
saudades.
Ao meu orientador, Professor Marco Antonio Assis de Melo.
Ao Professor Francisco Sukys, e aos amigos Eng. Walter Iervolino Jr. e Américo Paulicchi
por suas sábias palavras nas horas oportunas. Passaram-se dez anos, mas cheguei aqui.
A colega Tatiana Massari Guedes, pelas aulas particulares (grátis) nas diversas disciplinas, e
pelo otimismo cativante em frente às dificuldades, que não foram poucas.
Ao amigo Adamil Ferrari e à Componel Ind. e Com., pela ajuda com as PCI’s.
Aos colegas de turma Aline, Gláucia, Kairós e Tatiana, pela dedicação em executar o
Oscilador a Cristal, cuja idéia foi adaptada e utilizada nesta pesquisa (no OFR).
Ao colega Marcio Roberto Pereira, pelo esmero na execução do painel do protótipo e ODT.
Ao Instituto de Tecnologia José Rocha Sergio Cardoso, vinculado ao grupo CCE da
Amazônia, pelo apoio financeiro durante todo o curso, e pelo fornecimento de recursos
técnicos que sem os quais seria impossível realizar esta pesquisa.
The quantity of information that is exchanged worldwide is growing every day, and to
accomplish with this ongoing demand, new techniques must be developed. One of the most
impressive advances in these techniques relies upon the extensive use of the optical fiber.
Using them is possible to transmit several streams of information independently, in the same
physical channel, with the application of the so called Wavelength Division Multiplex, or
WDM. This work evaluates a direct method to stabilize the bandwidth of such WDM system,
using a Closed Loop Control System. The feedback path to close this loop is taken from the
output of the system and applied in a device that will compensate for thermal and other non
linear effects that occur on the system, improving the overall bandwidth of the modulation
system. The results achieved on the theoretical analysis will them be applied on the physical
actuator, controller and feedback path to ensure the real performance of the device, acting on
an oscillator designed to simulate the frequency to temperature dependency of the real optical
fiber system.
Diagrama 1 – Oscilador a cristal, tipo Colpitts proposto para analise. A saída do sinal é
retirada entre R7 e o GND. VDD=10VDC. ........................................................ 44
Diagrama 2 – Oscilador Hartley utilizado no projeto do ODT.............................................. 45
Diagrama 3 – Diagrama esquemático do ODT..................................................................... 49
Diagrama 4 – Controle de temperatura para os osciladores de referencia a cristal. ............... 65
Diagrama 5 – Esquema simplificado de um discriminador de frequência. ............................ 67
Diagrama 6 – Circuito simplificado do Discriminador Foster-Seeley. .................................. 68
Diagrama 7 – Circuito do comparador de fase utilizado, em simulador computacional. ....... 75
Diagrama 8 – Diagrama esquemático do filtro passa-baixas aplicado na saída do comparador
de fase-frequência. ............................................................................................. 78
Diagrama 9 – Circuito amplificador diferencial utilizado para obter a saída de erro Eo........ 79
Diagrama 10 – Diagrama esquemático do somador de entrada............................................. 91
Diagrama 11 – Retificadores de precisão utilizados no sub-bloco conformador de sinal....... 92
Diagrama 12 – Diagrama esquemático do sub-bloco com a função de PID. ......................... 93
Diagrama 13 – Circuito PID não inversor simplificado. ....................................................... 94
Diagrama 14 – Circuito PID com os parâmetros distribuídos das impedâncias..................... 94
Diagrama 15 – Adaptação do circuito proposto para acionamento do módulo termoelétrico.
........................................................................................................................ 103
Diagrama 16 – Sentido das correntes durante um ciclo de resfriamento. ............................ 105
Diagrama 17 – Sentido das correntes no momento da reversão do fluxo da temperatura. ... 106
Diagrama 18 – Diagrama em blocos macro da proposta com amplificadores PWM. .......... 108
Diagrama 19 – Esquema macro do atuador e controlador com o amplificador de potência
diferencial e não-balanceado. ........................................................................... 110
Diagrama 20 – Esquema elétrico do ramo positivo do amplificador de potência. ............... 111
Diagrama 21 – Esquema elétrico do ramo negativo do amplificador de potência. .............. 112
Diagrama 22 – Esquema com os parâmetros distribuídos do circuito térmico do ODT, em
respeito ao elemento aquecedor........................................................................ 120
Diagrama 23 – Esquema com as distribuições do circuito térmico do ODT, em respeito ao
elemento de resfriamento (célula de Peltier). .................................................... 121
Diagrama 24- Esquema de testes de degrau térmico........................................................... 135
Figura 1 – Aspecto básico de um link WDM........................................................................ 29
Figura 2 – Regulador de Watt. ............................................................................................. 33
Figura 3 – Diagrama de blocos de um sistema em malha aberta........................................... 34
Figura 4 – Diagrama de blocos de um sistema em malha fechada. ....................................... 35
Figura 5 – Resposta da variável controlada no domínio do tempo........................................ 35
Figura 6 – Diagrama de blocos de um sistema em malha fechada. ....................................... 36
Figura 7 – Diagrama em blocos macro do sistema proposto................................................. 42
Figura 8 – Esquema básico para ensaios do ODT................................................................. 53
Figura 9 – Diagrama em blocos matemático do ODT sob estudo, para simulação. ............... 63
Figura 10 – Diagrama em blocos de um controlador de frequência do tipo PLL................... 71
Figura 11 – Diagrama em blocos da aplicação do conceito PLL neste trabalho. ................... 72
Figura 12– Circuito proposto na aplicação do PLL. ............................................................. 73
Figura 13 – Diagrama em blocos do circuito........................................................................ 74
Figura 14 – Temporização das entradas e saídas do comparador de fase utilizado em ambiente
de simulação computacional. Diferença de 100Hz entre os sinais de entrada. ..... 76
Figura 15 – Temporização das entradas e saídas do comparador de fase utilizado em ambiente
de simulação computacional. Diferença de 50Hz entre os sinais de entrada. ....... 77
Figura 16 – Saída de U6, quando acionado por Vy<Vx (do centro à esquerda) e quando
Vy>Vx (porção à direita). .................................................................................. 81
Figura 17 – Ampliação do trecho do transiente onde Vy < Vx. ............................................ 82
Figura 18 – Ampliação do trecho do transiente onde Vy > Vx. ............................................ 83
Figura 19 – Circuito utilizado na simulação de varredura de frequência............................... 84
Figura 20 – Forma de onda obtida na saída de U6 (U4 no circuito de simulação), com uma
varredura FM de 100Hz. .................................................................................... 85
Figura 21 – Forma de onda real de saída para fx > fy. Canal Vertical: 1V/div; Horizontal:
2ms/div. ............................................................................................................. 86
Figura 22 – Forma de onda real de saída para fx < fy. Canal Vertical: 1V/div; Horizontal:
2ms/div. ............................................................................................................. 86
Figura 23 – Diagrama funcional do bloco restaurador conformador DC............................... 90
Figura 24 – Resposta do integrador para o arranjo 1 do circuito, em simulação computacional.
.......................................................................................................................... 96
Figura 25 – Bode plot para magnitude e fase, do arranjo 1 do circuito.................................. 96
Figura 26 – Resposta do integrador para o arranjo 2 do circuito, em simulação computacional.
.......................................................................................................................... 97
Figura 27 – Bode plot para magnitude e fase, do arranjo 2 do circuito.................................. 97
Figura 28 – Resposta do integrador para o arranjo 3 do circuito, em simulação computacional.
.......................................................................................................................... 98
Figura 29 – Bode plot para magnitude e fase, do arranjo 3 do circuito.................................. 98
Figura 30 – Temporização de um circuito amplificador PWM. .......................................... 109
Figura 31 – Formas de onda reais, capturadas nas saídas com carga resistiva. A linha central é
0V, o traço superior é a saída OUT+ e a inferior a saída OUT –. Tempo por
divisão horizontal de 1ms. Vertical: 10V/div.................................................... 113
Figura 32 – Formas de onda capturadas nas saídas com carga resistiva. A linha central é 0V, o
traço superior é a saída OUT+ e a inferior a saída OUT –. Tempo por divisão
horizontal de 1ms. Vertical: 10V/div. ............................................................... 114
Figura 33 – Representação do efeito Seebeck-Peltier. ........................................................ 115
Figura 34 – Funcionamento de uma célula Peltier comercial.............................................. 115
Figura 35 – Esquematização dos atuadores, controladores e planta. ................................... 117
Figura 36 – Imagem termográfica do ODT, com o aquecedor já em estado estacionário. ... 123
Figura 37 – Imagem termográfica do ODT, com o elemento Peltier já em estado estacionário.
........................................................................................................................ 123
Figura 38 – Aspecto 3D do layout da placa do restaurador DC. ......................................... 133
Figura 39 − Transiente do ODT+Peltier pela simulação do circuito análogo térmico-elétrico.
........................................................................................................................ 153
Figura 40 - Proposta de compensação da variação da ressonância da cavidade original...... 154
Figura 41 - Sistema EDFL com compensação por atuadores termoelétricos. ...................... 155
Figura 42 – Perfil do conjunto atuador proposto, em corte. ................................................ 159
Figura 43 – Aspecto 3D da proposta do conjunto do atuador para o sistema EDFL. ........... 159
Figura 44 – Vista superior, explodida, para a proposta....................................................... 160
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................19
1.1 OBJETIVOS ................................................................................................................ 20
1.2 JUSTIFICATIVAS....................................................................................................... 22
1.3 METODOLOGIA ........................................................................................................ 22
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO.................................................................................. 24
2 REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................26
3 SISTEMAS WDM ................................................................................................29
3.1 EFEITOS LINEARES .................................................................................................. 30
3.1.1 Absorção ................................................................................................................... 30
3.1.2 Espalhamento ........................................................................................................... 30
3.1.3 Curvaturas................................................................................................................ 31
3.1.4 Dispersão .................................................................................................................. 31
3.1.5 Dispersão Material ................................................................................................... 31
3.1.6 Dispersão na Guia de Onda ..................................................................................... 31
3.2 EFEITOS NÃO LINEARES......................................................................................... 32
4 SISTEMAS DE CONTROLE ..............................................................................33
4.1 SISTEMAS EM MALHA ABERTA ............................................................................ 34
4.2 SISTEMAS EM MALHA FECHADA ......................................................................... 34
4.3 MODELAGEM MATEMÁTICA DE SISTEMAS DINÂMICOS ................................ 36
4.3.1 Diagrama de blocos .................................................................................................. 36
4.3.2 Função de Transferência em Malha Aberta (FTMA)............................................. 37
4.3.3 Função de Transferência em Malha Fechada (FTMF)........................................... 37
4.4 REALIMENTAÇÃO NEGATIVA POR FREQUÊNCIA ............................................. 38
5 SISTEMA PROPOSTO........................................................................................42
5.1 OSCILADOR DEPENDENTE DE TEMPERATURA – ODT...................................... 43
5.1.1 Oscilador a cristal piezoelétrico. .............................................................................. 43
5.1.2 Oscilador Hartley LC............................................................................................... 45
5.1.3 Caracterização do dispositivo ODT......................................................................... 52
5.1.4 Identificação da FTMA ............................................................................................ 56
5.2 OSCILADOR DE FREQUENCIA DE REFERÊNCIA – OFR ..................................... 64
5.3 COMPARADOR DE FREQUENCIA .......................................................................... 66
5.3.1 Discriminador Foster-Seeley.................................................................................... 67
5.3.2 Detector do tipo PLL................................................................................................ 71
5.3.3 Comparador de frequência lógico combinacional................................................... 74
5.4 CONFORMADOR E RESTAURADOR DC ................................................................ 89
5.5 CONTROLE DE POTÊNCIA .................................................................................... 101
5.5.1 Amplificador classe AB com realimentação por corrente. ................................... 102
5.5.2 Amplificador PWM com acionamento diferencial................................................ 107
5.5.3 Amplificador linear com acionamento diferencial não-balanceado - DNB.......... 110
5.6 ATUADORES............................................................................................................ 114
5.6.1 Célula Peltier .......................................................................................................... 114
5.6.2 Elemento Aquecedor .............................................................................................. 116
5.6.3 Interfaces Térmicas com o ODT. ........................................................................... 117
5.6.4 Diagrama de irradiação do dissipador de calor e ODT ........................................ 122
6 ASPECTOS CONSTRUTIVOS DO SISTEMA ................................................125
6.1 MONTAGEM DO PROTÓTIPO................................................................................ 125
6.2 CONFECÇÃO DAS PLACAS DE CIRCUITO IMPRESSO ...................................... 129
7 CARACTERIZAÇÃO – RESULTADOS ..........................................................134
7.1 CARACTERIZAÇÃO DAS RESPOSTAS TERMICAS ............................................ 134
7.1.1 Caracterização da resposta térmica a degrau elétrico dos atuadores. ................. 134
7.1.2 Testes com perturbações externas, em malha fechada ......................................... 141
7.2 COMPARAÇÃO COM AS CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS.................................... 151
8 ESTUDO DE CASO – APLICAÇÃO NO AMBIENTE EDFL ........................154
9 CONCLUSÃO ....................................................................................................161
APÊNDICE – ESQUEMAS ELÉTRICOS......................................................................168
ANEXO – CARTA DE ANUÊNCIA DE USO DE PATENTE.......................................176
19
1 INTRODUÇÃO
A luz (já modulada pela informação) pode ser guiada e então transmitida
aplicando-se, por intermédio de dispositivos transdutores (que transformam sinais elétricos
em luz - fotodiodos, diodos LASER), um feixe de luz em uma de suas extremidades, e na
outra extremidade este feixe de luz é captado e convertido novamente em sinais elétricos
através de dispositivos transdutores (transformam os pulsos de luz em sinais elétricos
correspondentes). Para aperfeiçoar ainda mais o aproveitamento de cada fibra –
aproveitamento refere-se à capacidade de se concentrar a maior quantidade de informação em
um meio, de forma a ser transmitida com maior rapidez e eficiência – foi criado o sistema
WDM (Wavelenght Division Multiplex), onde, através de um sistema apropriado de
modulação, um feixe de luz com diversos comprimentos de onda de luz, cada um contendo
uma informação independente, é aplicado em uma fibra óptica, obtendo-se assim diversos
“canais” de comunicação em um só meio físico de propagação, guiado e protegido. Pelo seu
princípio de operação, o WDM possibilita o tráfego de comprimentos de onda distintos com
formatos de modulação distintos, sendo o próprio comprimento de onda da luz a forma de
“isolação” entre os canais transmitidos (CAMPELO, 2001). Há um grande esforço em
pesquisa e desenvolvimento em transmissão de dados via fibra óptica. Com a crescente
necessidade de se transmitir mais dados e em um menor tempo, viu-se a necessidade de
desenvolver novas fontes ópticas ultra-rápidas.
Existe um estudo científico em desenvolvimento (DIAS, 2008) que visa
analisar a estabilidade do acoplamento de um laser a fibra dopada com érbio com pulsos de
alguns femtossegundos e taxa de 10GHz para ser utilizados em sistemas WDM. Conforme o
autor desse estudo, para se conseguir uma taxa de transmissão da ordem de 10GHz, a
estabilidade térmica e o sincronismo são fatores importantes para o correto funcionamento do
sistema. Dimensionando adequadamente um controle de temperatura neste sistema, proposta
deste trabalho, pode-se minimizar os efeitos das variações de frequência que são decorrentes
das variações térmicas internas e externas ao sistema, mantendo-se a alta taxa de transmissão
inicialmente atingida no ajuste ótimo do sistema.
1.1 OBJETIVOS
real EDFL Erbium Dopped Fiber LASER (DIAS, 2008), que uma variação de 1ºC na
temperatura ambiente resulta em uma dilatação no comprimento da cavidade de
aproximadamente 207 µm, que em conseqüência, causa um desvio de 185Hz na ressonância
da cavidade óptica. Essa variação resulta na redução da largura de banda, reduzindo a
capacidade de transmissão do sistema, após algum tempo depois de ajustado.
Sabendo-se os fatores que influenciam na estabilidade do sistema EDFL sob
estudo, e conseqüentemente na sua largura de banda, e relacionando-se a variação desta,
pode-se desenvolver um sistema capaz de compensar os efeitos indesejáveis, mantendo a
ressonância óptica da cavidade do modulador, recuperando a largura de banda que seria
reduzida devido aos efeitos térmicos e não-lineares.
Após os estudos teóricos realizados com o auxílio da bibliografia disponível,
será elaborado um dispositivo que, através do sinal de frequência oriundo do sistema real (o
sinal de feedback do sistema) controlará a temperatura de um trecho da fibra, através de
atuadores termoelétricos (aquecendo ou resfriando ativamente), provocando uma dilatação ou
retração no comprimento deste trecho de fibra fazendo com que a ressonância da cavidade
óptica seja mantida. Assim, espera-se estabilizar a largura de banda do sistema ativamente.
O conceito do projeto consiste em comparar a frequência de realimentação
com uma frequência de referência conhecida. Conforme a frequência do sinal da
realimentação diminui, o atuador resfria um trecho da fibra da cavidade, esta se contrai
proporcionalmente, e assim o comprimento total da fibra diminui até que o sinal de
realimentação seja da mesma frequência de referência previamente estipulada.
Reciprocamente, caso esta frequência de realimentação aumente, o sistema aplica temperatura
a este trecho da fibra, ela se dilata, até que a frequência de realimentação fique igual à
frequência de referência. Estes resultados serão colhidos em um ambiente real, com o
dispositivo real em funcionamento, e comparados com os resultados teóricos.
Como não existe acesso direto ao sistema EDFL real, será proposto um
oscilador dependente de temperatura, doravante chamado ODT, que simula o comportamento
deste sistema, para a verificação de desempenho e efetuar o levantamento das características
do controlador e atuador, objetos deste estudo. Com os resultados obtidos, será feito um
estudo de caso com o sistema EDFL real.
22
1.2 JUSTIFICATIVAS
1.3 METODOLOGIA
sistema. No capítulo nove, último capítulo deste trabalho, estão as considerações finais e as
metas que foram alcançadas pela pesquisa que, por ter um cunho objetivo e prático, possui
aspectos positivos e negativos, sendo que muitos deles somente foram detectados em estágios
avançados do andamento; sucintamente procura fomentar perspectivas para a continuidade do
estudo.
26
2 REVISÃO DA LITERATURA
Uma nova abordagem então foi proposta, sendo que o tema deste trabalho
justamente é destinado a pesquisar, executar e avaliar o desempenho desta nova concepção de
estabilização da ressonância da cavidade: Sabendo-se a variação do comprimento físico de
um trecho da fibra com a temperatura (dentro da cavidade), e a conseqüente dessintonia da
frequência correspondente, pode-se estudar uma função de transferência, em malha fechada,
que relacione ambas as grandezas, e através de um controlador e atuador conveniente efetuar
a correção progressiva deste erro, ao longo do tempo. E um transdutor. O transdutor consiste
em um fotodiodo na derivação de 30% do sinal do elo e um filtro passa-baixas de segunda
ordem de acordo com (FRANCO, 1988), com amplificador operacional rail-to-rail de alta
velocidade. A frequência de corte proposta é de 10MHz, sendo que na execução desta, um
circuito já estava sob teste na aplicação. Após o filtro, uma das abordagens seria aplicar a
saída a um comparador de frequência, que em uma de sua entrada possui a frequência de
referência pré-ajustada, e na outra o sinal vindo do sistema (realimentado).
O comparador de frequência, bloco principal deste sistema, foi conceituado
com base em uma patente norte-americana (BUCKNER, 1977), já em domínio público, em
que dois sinais distintos, com amplitude fixa e frequência desconhecida são comparados,
produzindo na saída deste dispositivo um sinal cuja tensão tem relação direta com a diferença
entre os sinais. Esta diferença é o sinal de erro do sistema (DORF, BISHOP, 2001), que
depois de devido tratamento e amplificação é aplicado à planta, compensando o erro. A saída
do comparador poderia ser aplicada em um controlador PID conforme (NISE, 1995) –
Proporcional Integral Diferencial, de forma a atuar no sistema convenientemente e ter uma
resposta rápida e precisa.
O sinal que sai do bloco comparador possui algumas deficiências que o impede
de ser aplicado ao controlador diretamente, exigindo um tratamento para restabelecer a
simetria, e o nível de deslocamento DC apropriado, conforme (LENK, 1974). Para isso dois
retificadores de precisão foram utilizados, conforme a aplicação sugerida por (FRANCO, op.
cit.). Neste bloco foi incluído um pequeno controle PID analógico, na tentativa de melhorar a
resposta em malha fechada do sistema.
O controlador, por sua vez, poderá ser do tipo DC diferencial referenciado por
corrente como o desenvolvido por (NETO et al., 2008), ou utilizando um controlador-
ceifador de acordo com (LENK, op. cit.), sendo que no primeiro a estabilização da parte de
controle, por usar uma referência cuja frequência de variação (proporcional à variação
incremental da frequência da derivação em 10MHz) é baixa, da ordem de centésimos de
Hertz, o que acarreta problemas de estabilização. O sistema ceifador, proposto em (LENK,
28
3 SISTEMAS WDM
DEMUX
MUX
3.1.1 Absorção
3.1.2 Espalhamento
3.1.3 Curvaturas
3.1.4 Dispersão
4 SISTEMAS DE CONTROLE
C ( s) (Eq. 2)
= G (s )
E ( s)
(Eq. 3)
C ( s) = G ( s ) E ( s )
E ( s ) = R ( s ) − [H ( s )C ( s )]
ou
C (s) G ( s) (Eq. 5)
=
R ( s ) 1 + [G ( s ) H ( s )]
38
G ( jω ) = A(ω )e − jt 0ω (Eq. 6)
dθ
ωi = (Eq. 7)
dt
onde K é uma constante linear qualquer do sistema o que leva a compreender que função da
fase em relação ao tempo pode ser definida por:
θ (t ) = ∫ ωi dt =ω + θ 0 + K ∫ f (t )dt (Eq. 9)
39
d 2θ (t ) dθ (t )
Aθ (t ) = K1 2
+ K 2 + K 3θ (t ) (Eq. 10)
dt
123 dt
123
f (t ) ωi
d 2ϕ (t ) dϕ (t )
Rϕ (t ) = P1 2
+ P2 + P3θ (t ) (Eq. 11)
1424 dt 3 dt
123
f (t ) ωi
Sob o ponto de vista prático, o objetivo do sistema é fazer com que Aθ(t) seja
idêntico à Rφ(t), ou seja, igual à entrada de referência. Os termos Pi representam constantes
análogas aos Ki da planta, mas agora atuantes no sinal de referência (Ki não tem relação direta
com Pi; não são dependentes, ao menos em analise inicial). A geração do sinal de erro para a
compensação do sistema, então se dá comparando ambas as fases da referência conhecida
com as fases do sinal da realimentação negativa (desconhecida). Assim, idealmente:
Rϕ (t ) − Aθ (t ) = 0
40
Eθ ( s) = Rϕ ( s) − Aθ ( s) (Eq. 13)
d 2θ (t ) dθ (t ) LAPLACE
K1 2
+ K2 + K 3θ (t ) → K1θ .s 2 + K 2θ .s + K 3θ
dt
123 dt
123
f (t ) ωi
d 2ϕ (t ) dϕ (t )
P1 2
+ P2 + P3ϕ (t ) → P1ϕ.s 2 + P2ϕ.s + P3ϕ
LAPLACE
1dt
23 dt3
12
f (t ) ωi
K1θ .s 2 + K 2θ .s + K 3 G(s)
T2 ( s ) = = (Eq. 15)
P2ϕ .s 1 + G (s)
simplificar o sistema, para posterior afinamento com base em T(s). Conforme (DORF, op.
cit.), esta estrutura pode ser usada, pois ela representa muitos dos sistemas de controle na
prática.
42
5 SISTEMA PROPOSTO
Diagrama 1 – Oscilador a cristal, tipo Colpitts proposto para analise. A saída do sinal é retirada entre
R7 e o GND. VDD=10VDC.
Como ponto de partida para o projeto, leva-se em conta o valor mínimo entre
L1 e L2 para que o circuito possua um ganho maior que a unidade, garantindo a continuidade
das oscilações. Admitiu-se um valor da relação de indutância em L1 e L2 que se aproxime ao
máximo de
re ' L1
h FE ≥ (Eq. 19)
L2
Com os valores experimentais de h FE = 150 e re’ ≈ 16Ω (dados obtidos com
medições no transistor a ser usado, e do fabricante, respectivamente para o BF494, fabricação
Fairchild Semiconductors), tem-se que L1/L2 ≥ 9. É necessário manter essa relação, pois caso
contrário o circuito não consegue estabelecer um ganho maior que a unidade, sustentando as
oscilações. Como L2 e L1 estão sob o mesmo fluxo, e a maior parcela de corrente circula
sobre o braço de L2 (por possuir menor numero de espiras) e o GND, a corrente de base AC
do circuito precisa ser menor, numa proporção entre a resistência dinâmica de emissor e o
ganho efetivo de corrente. Importante notar que, por sua vez, a relação de espiras entre L1 e
L2, obedece à seguinte equação:
L1 N1
= (Eq. 20)
L2 N 2
L1 N1 16 L1 N1
= ⇒ 150 ≥ ⇒ ≥ 9
L2 N 2 L2 N2
Então fica uma relação de espiras da ordem de 3, conforme informado acima.
Com estes dados iniciais do circuito, pode-se dimensionar L1, L2 e C2 de forma a manter o
ganho do circuito entre 1,5 e 3, e assim a forma de onda da oscilação fica o mais próximo
possível da senoidal (BOYLESTAD, NASHELSKY, 1972).
Para conseguir uma variação de -185Hz/°C em 10MHz, precisa-se de uma
variação positiva de LEQ da ordem de 0,043%/°C, considerando-se que C2 não seja afetado.
Uma situação muito difícil de ser obtida na prática, pois o capacitor C2 ficará próximo de L1
e L2, e C2 possui uma dependência de temperatura mais marcante que o próprio indutor,
assim o capacitor ficará sob influência também da temperatura no indutor. Para conseguir esta
variação incremental da frequência do oscilador, será então utilizado um capacitor com
coeficiente de temperatura convenientemente escolhido, de forma a atender esta solicitação.
Claro que o efeito da temperatura sobre o indutor não pode ser desconsiderado, mas,
assumindo uma região de operação em que esta variação incremental da
capacitância/indutância seja a mais próxima possível da linear, a proposta é buscar uma
47
1
f 0 = 10.10 6 ; C 2 = 56.10 −12 F ⇔ LEQ = = 4,45µH
4π f 2C 2
2
motivo este componente específico foi escolhido, mas havia algumas amostras destes
capacitores disponíveis para teste, facilitando o trabalho de busca dos mesmos no mercado.
Assim foi decidido iniciar os testes com 2 capacitores de 15pF do tipo P100 e um capacitor
de 27pF do tipo NP0, totalizando 57pF. O Arranjo destes capacitores totalizou 55,6pF,
medidos em uma ponte Kelvin da marca HP, modelo HP4263A, em 10kHz, 1Vrms. O teste
obteve êxito, conforme explanado no item 5.1.3 abaixo.
Após configuração dos componentes básicos do oscilador, se faz necessário
isolar o circuito do oscilador da carga e aplicar os pulsos a um Schmitt-Trigger, para posterior
aplicação como sinal de retorno no sistema de controle. O Diagrama 3 abaixo mostra o
esquema completo do oscilador dependente de temperatura – ODT, com os valores definidos
no projeto, e já com o LM35 que será usado como sensor de temperatura para traçar o
comportamento do dispositivo.
O tanque do oscilador é formado por C2a, C2b, C2c, L1 e L2, Q1 é o
responsável por manter as oscilações, onde C1 bloqueia a corrente DC da base para que ela
não seja curtocircuitada através de L1 e L2 para o GND. R1 fornece a corrente de base. R2
limita a corrente de coletor, e juntamente com re’, estabelece o ganho do bloco. R3 estabelece
uma impedância mínima de carga para Q1 e C6 desacopla o próximo estágio, que tem
impedância de entrada alta, é não-linear, e o ganho alto basicamente faz com que o sinal
atinja o VDD de 5V e o GND, para ser inserido em 2 Schmitt-Trigger que fazem a remoção
das deformações do sinal, fornecendo um sinal praticamente retangular em sua saída, padrão
TTL 5V.
O circuito da fonte, U7 é um regulador de tensão padrão de 5V para o circuito
TTL, e U8 é o sensor de temperatura, que opera na faixa de 0 a 100/°C, sendo que ele fornece
10mV/°C em sua saída. Assim, para 100°C tem-se 1,00VDC na saída. A saída de U2 (sinal
de 10MHz) está disponível ao exterior por intermédio de um conector tipo N, e a saída de U8
está disponível ao exterior por intermédio de um conector tipo F. A alimentação do sistema é
feita com 10VDC, com uma tolerância aceitável de ±0,5V. A alimentação possui dois cabos
externos à caixa hermeticamente fechada de alumínio, cujas dimensões aproximadas são:
63x63x68mm, sem contar os conectores. Na foto 1 pode ser visto uma imagem com aspecto
real interno e externo do protótipo. O valor de frequência ajustado foi de 10,02419MHz, que
se manteve estável por um período de 3 horas, sem controle externo da temperatura. Valores
foram medidos com o auxílio de um freqüencímetro da marca Takeda Riken, modelo
TR5823. Para assegurar a durabilidade do ODT, foi inserido dentro de seu invólucro alguma
quantidade de gel de silício, para absorver umidade no caso de condensação à baixas
49
Foto 1 – Vista em detalhe do sensor de temperatura LM35, em encapsulamento TO-220, próximo aos
capacitores do tanque ressonador ajustado para a frequência de operação.
Fonte - acervo próprio (2010).
Foto 3 – Conexões do ODT: Superior esquerdo alimentação 10VDC, superior direito saída do sensor,
inferior, saída do sinal de 10MHz dependente de temperatura.
Fonte - acervo próprio (2010).
Para que os testes com o ODT (que em tese simula a planta real do EDFL)
sejam confiáveis, se faz necessário conhecer o seu comportamento frequência versus
temperatura, ao longo de um intervalo de tempo. Estes testes são fundamentais, pois poderão
ser utilizados para a caracterização da “capacitância térmica” do ODT e sua relação com a
frequência de saída (SELF, 1997), bem como para verificar se após alguns ciclos térmicos
aquecendo e resfriando o conjunto, a deterioração dos componentes (principalmente o
dielétrico de C2, devido à contração mecânica) afeta o valor ajustado inicialmente,
característica muito importante de circuitos analógicos dependentes de frequência, e que não
possuem sintetizadores ou compensação de fase (PLL) internamente. A partir destas curvas se
poderá determinar a função de transferência do circuito independentemente dos atuadores
externos do sistema, para posterior correlação com estes, e facilitar uma eventual simulação
computacional já com estes parâmetros preestabelecidos, e saber o erro proporcional a que
está sujeito, analiticamente, empiricamente, e comparar os resultados. São basicamente dois
testes importantes que precisam ser efetuados: o primeiro teste consiste em se aplicar, através
de uma estufa com temperatura controlada alguns níveis de temperatura convenientemente
escolhidos, estabilizar estes níveis de temperatura e verificar a frequência em alguns pontos e
sua estabilidade; o outro teste consiste em aplicar um “degrau térmico” ao ODT, em uma
estufa, e observar ao longo do tempo o comportamento tanto da temperatura interna do ODT
como sua frequência.
O principal obstáculo para realização destes ensaios é a obtenção de uma
estufa que admita uma precisão na temperatura aceitável (2% no mínimo), e para isso a
temperatura será monitorada por um sensor de temperatura LM35 (0,5% de precisão) externo,
de forma a tentar minimizar os erros, pois a medição de temperatura é sempre um desafio
operacional muito importante e difícil de ser totalmente superado (LAUTZENHISER,
PHELPS, EISNER, 2008), pelo menos em termos de precisão da medição.Para efetuar estes
testes, foi montado o seguinte ambiente: Estufa de dupla isolação térmica da marca Olidef
modelo 480ES, com controlador de temperatura da Marca COEL, modelo HW1000, o sensor
de temperatura para o controlador é do tipo PT100, modelo SE011, fabricação Pico
Technology, e precisão de 0,3°C a 0°C. Monitorando as saídas dos sensores de temperatura
LM35 estão: um Voltímetro digital da Marca HP modelo 3478A, monitorando a temperatura
interna do ODT e; um Voltímetro Digital de classificação Militar Norte-Americana da marca
53
Medidas 1 2 3 4 5 6
Temp [°C] 24,2 27,3 30,8 33,1 36,9 39,3
f[MHz] 10,02918 10,02865 10,02675 10,02552 10,02478 10,02297
Temp [°C] 24,5 27,5 30,3 33,7 36,8 39,2
f[MHz] 10,02905 10,02754 10,02598 10,02579 10,02408 10,02259
Temp [°C] 24 27,1 30,4 33,9 36,2 39,4
f[MHz] 10,03005 10,02865 10,02734 10,02587 10,02401 10,02279
Temp [°C] 23,9 27,0 30,2 33,2 36,5 39,9
f[MHz] 10,03015 10,02865 10,02689 10,02512 10,02459 10,02269
24,15 27,225 30,425 33,475 36,6 39,45
Médias
10,02961 10,02837 10,02674 10,02558 10,02437 10,02276
Desvio 0,264575 0,221736 0,262996 0,386221 0,316228 0,310913
Padrão 0,000573 0,000555 0,000566 0,000338 0,000379 0,000162
Fonte – Acervo próprio (2010).
55
CODT ( s )
G1 ( s ) = ∴ C S = R1 ( s ) ⋅ G1 ( s ) (Eq. 23)
R1 ( s )
40 K ODT K ODT
CS = ⋅ = (Eq. 24)
{ s ( s + aODT ) s ( s + aODT )
R (s)
14243
1 G1 ( s )
58
98%
90%
63%
10%
1/a
TR
TS = 4/a
Gráfico 4 – Levantamento gráfico dos pontos notáveis para caracterização matemática do sistema em
malha aberta formado pelo ODT.
Fonte – acervo próprio (2010).
60
40 K ODT 40 K ODT
C (t → ∞) = lim s. ⋅ = (Eq. 25)
s→0 s ( s + aODT ) aODT
1
τ1 = = 65 ∴ aODT = 0,01538 (Eq. 28)
aODT
−t
40.K ODT 40.K ODT
cODT (t ) = − e aODT (Eq. 29)
aODT aODT
−t
c (t ) = A − ( A)e a (Eq. 30)
40.K ODT
cODT (t → ∞) = (Eq. 31)
aODT
40 ⋅ 0,01538
K ODT = = 0,01538
40
Assim, pode-se escrever a função de transferência térmica em malha aberta do
ODT, criando-se primeiro bloco a ser utilizado em simulação no programa Simulink®
0,01538
G1 ( s ) = (Eq. 33)
s + 0,01538
Agora é possível criar um bloco em que, ao ser excitado por temperatura, uma
resposta transitória é recebida, conforme o comportamento exibido no Gráfico 7, em que o
eixo y representa a frequência de saída do ODT, em MHz. Assim pode-se estabelecer o
comportamento em malha aberta do ODT, partindo dos testes empíricos, caracterizando o
dispositivo, e implantando o mesmo fisicamente dentro do sistema. Este bloco será inserido
no ramo direto do fluxo de sinal, fazendo parte da planta após o estudo de seu acoplamento
térmico com os elementos atuadores, que serão descritos em detalhes no item 5.5.3. Os
64
ajustes devido à degeneração após longo tempo de uso e calibração podem ser feitos mediante
novo teste de degrau térmico. E efetuando a simples substituição dos valores das constantes
dos blocos e redimensionamento do valor de αODT e AODT na equação 22 acima, seguido de
alguns passos subseqüentes até se chegar em uma nova equação que substituirá a 33, que é a
própria equação 22 (com os valores antigos), porém já com os valores ponderados pelo novo
teste.
com sua ressonância da cavidade óptica do sistema EDFL ajustado próximo a uma destas
faixas de frequência. O circuito oscilador se encontra então dentro de uma caixa
hermeticamente fechada, junto com o circuito de aquecimento e o sensor de temperatura
semicondutor do tipo LM35, de fabricação National Semiconductor. Fora da caixa estão os
circuitos conformadores do sinal para se obter uma saída idealmente TTL (Transistor-
Transistor-Logic), em 5V, e seguir para o bloco comparador de frequência.
O controle de temperatura se dá através de um atuador resistivo, gerando calor
e um sistema de controle do tipo on-off, conforme o Diagrama 4. O set-point é ajustado por
intermédio de RV2, onde num ponto de teste VREF, a temperatura real do ajuste em graus
Celsius pode ser obtida multiplicando-se diretamente a leitura de tensão em Volts no ponto
VREF (TP7 na placa real), por 100. O resistor R2 adiciona uma pequena histerese na
realimentação do controlador, evitando que o circuito fique atuando para pequenas transições
de temperatura. Experimentalmente, pode-se determinar que a atuação está em um limite de
±1°C distanciado do ajuste do set-point.
10,7 ⋅106
Q≥ = 668,75
2 × 8 ⋅103
O que é um fator de mérito muito difícil de ser obtido na prática, com recursos
usualmente utilizados na construção de dispositivos deste tipo. Apesar da busca e contato
com os fornecedores locais, o máximo fator Q possível é de 200, ainda com algumas
restrições referentes ao tamanho físico do componente, que precisará passar de 10mm para
35mm. No Gráfico 8 abaixo está o gráfico do comportamento frequência versus tensão
relativa ideal para a aplicação do discriminador Foster-Seeley como comparador de
frequência do sistema.
+1
+0,5
0
10,692 10,700 10,708
Frequência [MHz]
-0,5
-1
Ro 10 ⋅10 3
L = L1 = L 2 = = = 222nH
ωQ 2 ⋅ π ⋅10,7 ⋅10 6 ⋅ 668,75
fx fo
Eo
φ-DET LPF VCO
fv=fo/N
DIVISOR
PROGRAMAVEL - N
fx fo
φ-DET LPF AMP ATUADOR ODT
fv=fo/N
Com os resultados obtidos nos testes do protótipo, não foi possível detectar
variações de frequência em banda estreita (∆f ≤ 100Hz) e com taxa de variação inferior a
15Hz (FM ≤ 15Hz). O circuito integrado utilizado foi concebido para demodulação de sinais
na faixa de áudio, e por conceito não permite, em sua aplicação simples – conforme
estabelecido pelo fabricante – um alcance de captura desejável para a faixa de interesse deste
trabalho, que é de banda estreita e com taxa de variação de frequência muito lenta, da ordem
de centésimo de Hertz ou menos (DIAS, op. cit.). Segundo (HALÁSZ, 1993, p. 115) com o
uso de filtros mecânicos é possível detectar desvios de frequência muito pequenos, mas estes
filtros não foram localizados no mercado por serem de confecção específica, e os filtros do
tipo LC utilizados possuem fator de mérito muito baixo se comparado aos filtros mecânicos.
Outra limitação do circuito PLL é que, para se utilizar outra faixa senão a qual está pré-
sintonizada no filtro do detector de quadratura (seja com filtro LC discreto ou filtro
mecânico) se faz necessário a conversão de frequência, e o tratamento da demodulação sendo
feito conforme a prática convencional de canal de frequência intermediária. Tal prática gera
uma complexidade muito grande no circuito, em termos de estabilidade, e obrigatoriedade de
inclusão de estágios com as funções de controle automático de ganho e limitadores na banda
74
de interesse, conforme (SUKYS, 1984, p.188). Pelos motivos acima, o uso da técnica PLL foi
descartada para o bloco de comparador de frequência nesta pesquisa.
φx Vx
fx Eo
φ/f DET LPF AMP DIF
fy
φy Vy
A idéia central do comparador é fazer com que a duração dos pulsos nas saídas
φi seja relacionada com a diferença de fase dos pulsos na entrada. Este estágio é descrito pelo
autor como sendo um detector de fase e frequência. O pulso na saída correspondente então se
mantém ativo quanto mais a outra entrada esteja defasada em relação à entrada ativa. Este
pulso atravessa um integrador, que se consiste de um filtro de primeira ordem, e na saída do
filtro, um amplificador diferencial com um ganho ajustável faz a adequação do nível do sinal
e o casamento de impedância para ser aplicado ao próximo estágio de maneira conveniente.
75
O fato citado no parágrafo anterior faz com que este dois sinais possam ser
aplicados a um amplificador diferencial, com ganho e impedância de entrada alta o suficiente
para não afetar o desempenho do filtro passa-baixas, cuja constante de tempo é estimada
inicialmente em 10ms, porém o valor ótimo será obtido após ensaios empíricos com os
atuadores, que irão imprimir uma capacitância térmica, que após determinação de suas curvas
de transferência podem ser comparador com as considerações teóricas, e permitir novas
simulações computacionais para apuração dos valores e melhoria de desempenho. Assim
78
ajustou-se o circuito para um resistor de carga de 75k, que pode ser considerado de duas
formas: 1 – Quando qy está em nível baixo, R12 está em paralelo com R14, e ambos estão em
série com R11; 2 – quando qx está em nível baixo, R11 está em paralelo com R17 e ambos
em série com R12. Tanto no caso 1 como no caso 2 acima, C11 está em série com o circuito,
e R13 e R16 não afetam a constante de tempo do circuito, afetando somente o nível CC de
polarização de operação, fixando um bias de 2.5V aproximadamente. Considerando-se um
tempo experimental de 10ms, tem-se para a constante de tempo RC do circuito um valor de
C11 de 130nF aproximadamente. Adota-se o valor comercial de 120nF, por motivos de
praticidade para os testes iniciais. Foram adicionados, no circuito real, C13 e C15 que podem
ser colocados em paralelo com C11 mediante o acionamento dos relés K3 e K4
respectivamente. O intuito destes capacitores será a correção ou ajuste fino da constante de
tempo, quando em operação real, caso necessário. No Diagrama 8 pode ser visto o diagrama
esquemático do filtro passa-baixas adotado, com a configuração de polarização adequada ao
acionamento do amplificador diferencial subseqüente, que fará o casamento de impedâncias e
adequação do nível para o estágio seguinte.
Diagrama 9 – Circuito amplificador diferencial utilizado para obter a saída de erro Eo.
as suas entradas estão deslocadas em ½ VCC, pelos pares de divisores resistivos R13 e R14
para Vin- (ou Vy) e R16 e R17 para Vin+ (ou Vx). Desta forma, quando a entrada Vin+
estiver ativa, na saída do amplificador existirão pulsos de amplitude inicial 1/2VCC, que no
caso é aproximadamente 2,5V, que se estendem até a saturação positiva da entrada e Vin- fica
em nível baixo. Assim como anteriormente, Vin- ficará ativo quando Vin+ ficar em nível
baixo. Entre os pinos 7 e 2 deste componente foi acrescentado um resistor que define o ganho
de malha fechada, e pode ser ajustado mediante o acionamento dos Reles K5 e K6, colocando
os resistores R21 e R22 em paralelo com R23, ou em qualquer outra combinação destes.
Tem-se então a função da tensão de saída de U6, estaticamente, conforme abaixo:
Vo = 2,5 + [(VIN + − VIN − ) ⋅ G ] (Eq. 36)
Onde G é definido conforme o gráfico abaixo, extraído da especificação do
fabricante (Texas Instruments). Por intermédio da chave SW1 na placa, pode-se escolher
também por uma função oposta à da Equação 36, extraindo o sinal de saída da porta inversa
de U6, ficando a nova função como sendo:
Vo = 2,5 + [(VIN − − VIN + ) ⋅ G ] (Eq. 37)
Tal artifício de inversão da função de tensão do amplificador U6 pode ser necessário na
alteração dos estágios do circuito para uma configuração diferente da proposta, e segue
somente como informação, não sendo utilizada nesta pesquisa desta forma.
Figura 16 – Saída de U6, quando acionado por Vy<Vx (do centro à esquerda) e quando Vy>Vx
(porção à direita).
Fonte: Acervo próprio (2010).
82
Figura 20 – Forma de onda obtida na saída de U6 (U4 no circuito de simulação), com uma varredura
FM de 100Hz.
Fonte – Acervo próprio (2010).
e abaixo do ponto médio não seja simétrica, conforme visto na Figura 21 e na Figura 22
abaixo.
Figura 21 – Forma de onda real de saída para fx > fy. Canal Vertical: 1V/div; Horizontal: 2ms/div.
Fonte – Acervo próprio (2011).
Figura 22 – Forma de onda real de saída para fx < fy. Canal Vertical: 1V/div; Horizontal: 2ms/div.
Fonte – Acervo próprio (2011).
87
−T
VOUT− (T ) = 3,1 − 0,08.G.e τ , para fx < fy
(Eq. 39)
89
1
Onde: T = , e τ = CEQ.(94kΩ)
fx − fy
VOUT+_MAX = 4,2V
VOUT+_MIN = 2,5V
reversamente, pulsos com maior ciclo ativo negativo (duty-cycle), caso fx < fy. Como visto
no item do comparador de frequência, estas amplitudes relativas não são iguais, então um
ajuste equalizador de nível se faz necessário, antes de se aplicar ao estágio seguinte.
Vout Z F Z L
= 1 + − (Eq. 40)
Vin Z L Z in + Z L
93
1
R 2 sC 2
R 2 + 1
Vout sC 2 − R3
= 1 +
Vin R3 1
R1 + + R3
sC1
94
Vout R2 R3
= 1 + − (Eq. 41)
Vin R 3(1 + sC 2 R 2 ) R1 + 1 + R 3
sC 1
Vout 10 5 10 4
= 1 + 4 5
− (Eq. 42)
(
Vin 10 1 + sC 2.10 4 )
10 +
1
+ 10
4
sC1
• Arranjo 1: C1=0nF (sem ganho diferencial); C2≈2µF. Resposta para uma entrada de
5V, equivalente a uma diferença entre fx e fy de 1kHz no comparador de frequência, e
duty-cycle de 95% (fx > fy). O tempo de assentamento (Ts) é de 367ms (Figura 24).
96
Pela simulação computacional realizada, pode-se perceber que nos três casos
avaliados, os circuitos mantêm uma margem de fase segura (NISE, 1995; DORF, BISHOP,
2001) de 90º o que é importante para evitar oscilações indesejáveis que podem arruinar a
resposta do sinal. O Excesso de fase é deslocado conforme a constante de tempo em cada um
dos arranjos, com um mínimo na frequência de joelho. Outros arranjos são possíveis, bem
como arranjos distintos para o ramo positivo e para o ramo negativo.
No circuito foram previstos dois relés (K1 e K10) que tem a função de aplicar
o sinal direto dos retificadores de precisão para o somador de saída, sem passar pelo estágio
do PID. Assim como para o Comparador de Frequência, o circuito Conformador e
Restaurador DC permite o ajuste das constantes distribuídas do Integrador (ou Integrador-
Diferenciador), mediante o chaveamento manual de um comando de alavancas do tipo dip-
switch (P3) existente na própria placa do conformador de sinal, ou mediante o uso do
barramento já roteado no backplane, em que o comando CS2 (chip-select 2) deve ser
habilitado, e um latch do tipo 74LS373 (U1 na placa real) se encarrega de manter a
configuração, que deve ser fornecida por um microcontrolador. Quando usadas as chaves
manuais, o latch é desabilitado. Para usar o comando via U2, desligar todas as chaves. Os
Quadro 2 e Quadro 3 abaixo possuem a listagem das posições com as respectivas
configurações para o circuito.
R2
I O = VI ⋅ 1 + [A] (Eq. 43)
R7
104
CALOR
Diagrama 16 – Sentido das correntes durante um ciclo de resfriamento.
circular também por R7, subtraindo à corrente que agora Q3 imprime ao circuito do
termoelemento (pois se deseja aquecer a Planta, e reduzir sua frequência). A referência de
entrada do amplificador (VREF) é baseada em uma variável proporcional à diferença de
frequência entre a planta e a frequência de referência, não à temperatura real do circuito (que
não é o parâmetro diretamente controlado), então assim não é possível controlar o ponto de
operação real do circuito dinamicamente, a partir de uma variação de temperatura qualquer. O
Diagrama 17 demonstra o efeito no ato da reversão do sentido da corrente.
CALOR
se mostrou mais viável foi o uso de um simples resistor aquecedor, por não possuir os
inconvenientes dos dispositivos semicondutores (não-linearidade, efeitos acumulativos de
carga, etc.) e possuir uma fixação mecânica simplificada. Este método consiste em aplicar
uma corrente conveniente em cada um dos atuadores individualmente (Diagrama 18),
utilizando para isso circuitos amplificadores PWM (Pulse-Width-Modulation).
primeira ou segunda ordem, sendo este último mais freqüente em aplicações que precisam
minimizar a EMI (electromagnetic interference, ou Interferência Eletromagnética) irradiada
devido ao alto índice de harmônicos gerados neste método de controle de pulsos.
Com os testes dos protótipos se fez necessário substituir o LM741 pelo MC33171 de
fabricação ON Semiconductor, na posição U1 do regulador positivo, devido ao original não
proporcionar excursão até o nível de 0V na aplicação com fonte simples. Pelo fato de o
MC33171 possui um produto ganho banda passante (GBP) muito superior ao LM741, foi
necessário acrescentar um capacitor de 15nF em paralelo com R8, reduzindo o ganho em
frequências altas (roll-off) perto de 300Hz, pois surgiu instabilidade e oscilação parasita em
2,5kHz. C3 foi alterado para 2,2nF para compensar o efeito de um zero adicionado em U1
(FRANCO, op. cit.; LENK, 1974). Na Figura 31 e na Figura 32 podem ser vistas as respostas
a um degrau de ±5V, aplicado simultaneamente às entradas VAI+ e VAI-, em uma frequência
de 30Hz e pulso retangular com 50% de ciclo ativo. Resistores de carga de 6 Ohms em ambas
as saídas OUT+ e OUT– . As figuras foram capturadas manualmente com um osciloscópio
analógico e tratadas visualmente para favorecer a visualização em imagem de documento.
Figura 31 – Formas de onda reais, capturadas nas saídas com carga resistiva. A linha central é 0V, o
traço superior é a saída OUT+ e a inferior a saída OUT –. Tempo por divisão horizontal de 1ms.
Vertical: 10V/div.
Fonte – Acervo próprio (2010).
114
Figura 32 – Formas de onda capturadas nas saídas com carga resistiva. A linha central é 0V, o traço
superior é a saída OUT+ e a inferior a saída OUT –. Tempo por divisão horizontal de 1ms. Vertical:
10V/div.
Fonte – Acervo próprio (2010).
5.6 ATUADORES
A célula Peltier produz um efeito inverso aos dos termopares. Enquanto nos
termopares a diferença de temperatura entre duas junções gera corrente elétrica, nas células
Peltier a corrente elétrica, quando passa pelas duas junções semicondutoras de metais
diferentes, aquece uma face e resfria outra. Funciona como uma bomba de calor.
Pi = Z i I i2 (Eq. 44)
118
TN − TM
RTH = (Eq. 45)
PTD
J J
W= e CTH =
s K
W .s
CTH = (Eq. 46)
K
dissipador de calor, responsável por manter uma diferença de temperatura que permita o
Peltier resfriar o ODT até o ponto desejado. No Diagrama 23 está descrito o circuito
equivalente elétrico do modelo térmico para o caso da operação com o Peltier. Também se
considera o aquecedor inativo e sua massa está incluída no ODT como um todo, para
simplificação.
padrão sem adaptações mecânicas posteriores. Um transformador com núcleo toroidal foi
utilizado, beneficiando a regulação e minimizando a irradiação de campo eletromagnético
internamente, bem como espaço ocupado. Foi adicionada uma ventilação forçada, para
auxiliar no arrefecimento interno do equipamento, e no painel frontal estão dispostos alguns
comandos para ajustes, indicadores de estado, indicador de desvio de frequência com um
microamperímetro analógico de zero central e a chave liga-desliga no aparelho à rede AC.
Serão adicionadas alças no painel frontal para facilitar o manuseio e transporte, bem como
proteger o painel de impactos frontais.
elemento Peltier está entre o dissipador e o ODT, com sua face de resfriamento voltada para
baixo, diretamente no ODT com uso de uma graxa térmica de fabricação Dow Corning, do
tipo 340. O dissipador está acoplado neste conjunto por intermédio de 4 molas LC038E17S,
cuja constante elástica especificada pelo fabricante Lee Springs é de 0,94N/mm, em que o
ajuste de aperto foi feito com uma distância das molas de 28mm, de forma que a pressão
exercida sobre o conjunto seja de 1,3kgf/cm².Foram deixados quadro bornes para conexão
entre o conjunto da planta com os atuadores e o sistema de controle. Nas fotos 10, 11 e 12
abaixo pode ser visto o aspecto geral do conjunto, já montado de maneira a comportar os
testes e ensaios efetuados.
Foto 12 – Vista em detalhe do apoio que garante pressão constante ao sistema, por intermédio de
molas entre a porca de fixação e a face superior do dissipador de calor.
Fonte – Acervo próprio (2011).
Foto 13 – Caixas de folha de alumínio de 0,5mm para acomodar o isolante térmico do tipo espuma de
polietileno.
Fonte – Acervo próprio (2011).
130
7 CARACTERIZAÇÃO – RESULTADOS
de testes, conforme o Diagrama 24, em que o teste é feito partindo da temperatura ambiente, e
aplicando os atuadores, observar a resposta de frequência no domínio do tempo para o
sistema quando aplicado um pulso do amplificador, com uma potência fixa pré-definida.
Comparar os dados com a resposta de temperatura verificada simultaneamente. São feitos
basicamente dois ensaios: um para resfriamento, e outro para aquecimento, são coletados dois
resultados distintos para cada teste. Para ambos os testes foram aplicados uma potência
elétrica equivalente a 30W.
O esquema do teste é mostrado pelo Diagrama 24, porém são dois testes
individuais, um para aquecimento, outro para resfriamento. O Voltímetro monitora a
temperatura do sensor interno, que fica próximo ao circuito oscilador propriamente dito, na
tentativa de investigar a real influência da temperatura no comportamento do ODT, e assim
determinar o circuito equivalente térmico. Este teste é muito importante, pois a partir dele se
podem observar quais são os parâmetros do circuito equivalente elétrico-térmico que devem
ser modificados de forma a possibilitar o afinamento do desempenho do sistema real. A
Tabela 2 apresenta os resultados para o teste de aplicação de potência no aquecedor e o
Gráfico 10 indica o resultante da simulação.
Considerando o sistema como de primeira ordem com o uso da definição de
resposta no domínio no tempo para a resposta observada, e as considerações da FTMA vistas
no item 5.1.3.2 para o degrau térmico, agora aplicadas ao degrau elétrico, então segue:
30 K AQUEC K AQUEC
C AQUEC( s) = ⋅ = (Eq. 49)
{s (s + a AQUEC ) s(s + a AQUEC )
R30W ( s ) 14243
GAQUEC ( s )
137
Para que o teorema seja válido o ponto inicial precisa ser nulo (DOETSCH,
1961 apud MICHALSKI, et. al., op. cit.), um artifício é caracterizar somente o trecho
variante do fenômeno (que pode iniciar em um zero artificial), após isso, somar o ponto
inicial real (que é diferente de zero) para obter o resultado final. Assim, para condição inicial
nula, após estado estacionário:
Tabela 3 − Dados do ensaio de degrau elétrico de potência, para o Peltier, com 30W de entrada.
Tempo [s] Freq [MHz] Temp [ºC] Tempo [s] Freq [MHz] Temp [ºC] Tempo [s] Freq [MHz] Temp [ºC]
0 9,992327 26,4 210 10,01116 14,2 410 10,01759 9,3
10 9,992349 26,4 220 10,01172 13,7 420 10,01773 9,2
20 9,992472 26,3 230 10,01224 13,3 430 10,01786 9,1
30 9,992908 25,8 240 10,01272 13,0 440 10,01802 9,0
40 9,993855 25,0 250 10,01317 12,5 450 10,0182 8,9
50 9,995063 24,0 260 10,01364 12,2 460 10,01834 8,8
60 9,996372 23,0 270 10,01404 11,9 470 10,01847 8,7
70 9,997812 22,1 280 10,01444 11,6 480 10,01858 8,6
80 9,999219 21,3 290 10,01481 11,4 490 10,01862 8,6
90 10,00061 20,4 300 10,01511 11,1 500 10,01871 8,5
100 10,00197 19,5 310 10,01543 10,9 510 10,01874 8,5
110 10,00319 18,9 320 10,01571 10,7 520 10,01872 8,5
120 10,00435 18,2 330 10,01599 10,5 530 10,01871 8,5
140 10,00549 17,3 340 10,01625 10,3 540 10,01869 8,5
150 10,00655 16,9 350 10,01647 10,1 550 10,01871 8,5
160 10,00747 16,5 360 10,01673 10,0 560 10,01869 8,5
170 10,00835 15,9 370 10,01692 9,8 570 10,01869 8,5
180 10,00914 15,5 380 10,01712 9,7 580 10,01868 8,5
190 10,00981 15,0 390 10,01731 9,6 590 10,01868 8,5
200 10,0105 14,5 400 10,01748 9,4 600 10,01867 8,5
CRESFR ( s )
GRESFR ( s) = ∴ CRESFR = R30W ( s) ⋅ GRESFR ( s) (Eq. 57)
R30W ( s)
30 K RESFR K RESFR
CRESFR (s) = ⋅ = (Eq. 58)
{s (s + aRESFR ) s(s + aRESFR )
R ( s)
14243
30W GRESFR ( s )
1
τ RESFR = = 175∴ aRESFR = 5,714286.10−3
aRESFR
Efetuando-se a transformada inversa de Laplace na Eq. 59, fica:
−t
30.KRESFR 30.KRESFR
cRESFR(t ) = − e aRESFR
aRESFR aRESFR (Eq. 60)
0,026336MHz (para condição inicial nula), portanto, permite encontrar o valor de KRESFR
através da seguinte consideração:
que possuía antes da perturbação. Reciprocamente, faz-se o sistema sofrer uma perturbação
de temperatura negativa, retira-se a perturbação e aguarda-se a frequência do ODT retornar ao
valor inicial. A perturbação positiva foi feita com o uso de um soprador de ar quente, e a
temperatura monitorada por intermédio do sensor de temperatura interno ao ODT, com um
multímetro digital. Aplicou-se ar quente forçadamente ao ODT até que a temperatura interna
atingisse 28ºC. Após este período aguardou-se o retorno à temperatura ambiente e ao valor
nominal da frequência. O sistema opera em malha aberta após acionar a chave “CAL”,
efetuar o ajuste de Zero e manter a chave “CAL” do painel na posição ativada. Desta forma,
os atuadores são desativados. Na Tabela 4 abaixo estão os dados obtidos neste ensaio.
Tabela 4 – Dados obtidos em malha aberta com perturbação positiva de temperatura.
t[s] f[MHz] T[ºC]
0 9,992491 28,1
30 9,989686 29,7
60 9,985005 31,0
90 9,981029 32,1
120 9,978232 32,9
150 9,976232 33,0
180 9,974029 32,9
210 9,973045 32,7
240 9,972701 32,1
270 9,972431 31,2
300 9,972402 30,3
330 9,972301 29,6
360 9,972491 29,1
390 9,972809 28,5
420 9,973396 28,1
450 9,974203 27,5
480 9,975348 27,2
510 9,976200 26,8
540 9,978138 26,2
570 9,978983 26,0
600 9,980580 25,7
630 9,981773 25,4
660 9,983918 25,1
690 9,984863 24,7
720 9,987700 24,5
750 9,988954 24,3
780 9,990100 24,1
810 9,991000 23,9
840 9,994200 23,9
870 9,995400 23,7
900 9,997000 23,6
930 9,997900 23,6
960 9,998700 23,5
990 9,999314 23,3
1020 9,999301 23,3
Fonte – Acervo próprio (2011).
143
f [MHz]
10,005
10
9,995
9,99
9,985
9,98
9,975
9,97 t[seg]
0 200 400 600 800 1000 1200
Gráfico 12 – Resposta da frequência pelo tempo para uma perturbação positiva, em malha aberta.
Fonte – Acervo próprio (2011).
T [ºC]
34
32
30
28
26
24
22
20 t [s]
0 200 400 600 800 1000 1200
Gráfico 13 – Resposta da temperatura pelo tempo para perturbação positiva, em malha aberta.
Fonte – Acervo próprio (2011).
144
f [MHz]
10,025
10,02
10,015
10,01
10,005
10
9,995
9,99
9,985
9,98
9,975 t[seg]
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900
Gráfico 14 – Comportamento frequência versus tempo, para perturbação negativa em malha aberta.
Fonte – Acervo próprio (2011).
T [ºC]
24
23
22
21
20
19
18
17
16 t [s]
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900
Gráfico 15 - Comportamento temperatura versus tempo, para perturbação negativa em malha aberta.
Fonte – Acervo próprio (2011).
147
Tabela 6 - Dados obtidos em malha fechada, para uma perturbação positiva de temperatura.
t[s] f[MHz] T[ºC]
0 9,992491 28,1
30 9,989686 28,6
60 9,987914 28,2
100 9,987615 26,6
120 9,991009 23,8
150 9,993951 24,4
180 9,994321 23,4
210 9,998003 22,3
240 9,998922 21,6
270 10,000614 20,5
300 9,998752 19,5
330 10,000664 20,4
360 9,998475 19,1
390 10,000784 20,8
420 9,999142 19,2
450 9,999938 20,4
480 10,001222 19,3
510 9,999200 20,6
540 10,001624 20,8
570 10,000959 19,3
600 10,000201 20,4
Fonte - Acervo próprio (2011).
T AMB − T P 9 25 − 1, 2
Rth 9 = = = 3,17 K / W
7 ,5 7 ,5
T P 9 − T P 5 1, 2 − ( − 12 ,5)
Rth 4 = = = 1,76 K / W
7 ,5 7 ,5
A resistência térmica do dissipador para o ambiente (Rth10) é dada pelo
fabricante como sendo 0,95K/W. Sendo importante mencionar novamente que a imagem da
Figura 37, está já em estado estacionário, e representa temperaturas estáveis, para uma
abordagem empírica. Devido à proximidade do sensor de temperatura interno do ODT e do
circuito oscilador, para simplificação de analise, foi considerado que Rth6=Rth8, e
Rth5=Rth7. Pela Tabela 3 a temperatura de estado estacionário medida no Sensor (ponto TM2
no Diagrama 23 foi de 8,5ºC. Esta temperatura não consegue ser reduzida, pois praticamente
não existe fluxo de calor por condução para o sensor, somente por irradiação. A convecção
interna pode ser descartada pois não existe volume de ar internamente para gerar empuxo
significativo. Assim a resistência térmica resultante possui valor muito alto (INCROPERA,
DEWITT, 1996, p. 427). Este valor representa na simulação computacional 8,5V, fornecidos
por uma fonte de tensão ideal inserida entre o GND e o ponto TM2. Assim, pode-se estimar a
diferença de temperatura entre Rth4, e assim, determinar Rth6 e Rth8 com o auxílio do
circuito de simulação elaborado no software Multisim® [peltier_odt.ms11] como
sendo:
para que se possa obter variação significativa de frequência. Conforme Dias (2008, p.62) para
se dilatar a fibra em 207µm, com uma cavidade de 18,30m, é necessário um aumento de 1ºC
na temperatura, que significa um aumento de temperatura em toda a extensão do
comprimento da fibra. A expressão então se aplica (HSIANG, et al., apud DIAS, op. cit.):
Atuador Atuador
Perfil “H”
9 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
AGRAWAL, G. P. Fiber-optic communication systems. EUA: John Wiley & Sons, Inc.,
2002.
AGRAWAL, G. P. Nonlinear Fiber Optics. 3 ed., New York: Academic Press, 2001.
BIPM (Boureau International des Poids et Mesures). The International System of Units(SI).
8ed. Disponivel em http://www.bipm.org/utils/common/pdf/si_brochure_8_en.pdf . Acesso
em 20/01/2011.
BROWN, Marty – Practical Power Supply Design. EDN Series for Electrical Engineers.
New York: Academic Press, 1990.
CAMPOS, C.; SOUZA, E. A de. Estudo da Estabilidade de um Laser de Fibra Dopada com
Érbio com Acoplamento de Modos Assíncrono a uma Taxa de 10GHz. MOMAG 2008
Florianópolis: GRUCAD, UFSC, PUC-RJ, 2008.
CHARRAS, J. P.; PLYATOV, I.; Renie Marquet (trad.) .Guia de utilização do software
Kicad. Disponível em: http://www.reniemarquet.cjb.net/manuais.html .Acesso em 18 março
2010.
DORF, R. C.; BISHOP, R. H. Modern Control Systems. Prentice-Hall: New Jersey, 2001.
DUNN, J. Jitter Theory. Beaverton: Audio Precision Technote (TN-23), 2000 (não
paginado).
FOLLMER, D.; SPANHOLI, C. Efeito Peltier. In:______. Caixa térmica para bebidas.
Revista Saber Eletrônica On-line. Disponível em:
http://www.sabereletronica.com.br/secoes/leitura/739 Acesso em 24/08/2010.
FRANCO, S. Active filters part I. In: ______. Design With Operational Amplifiers and
Integrated Analog Circuits. San Francisco: McGraw-Hill, 1988. P96-145.
GHATAK, A. Introduction to fiber optics. 1st ed. Cambridge: University Press, 1998.
LANTERMAN, W.F; HENNEY,K (Ed.). Combined circuits for L, C and R. In: ______.
Radio Engineering Handbook. Nova Iorque: McGraw-Hill, 1950.
LAUTZENHISER, T.; PHELPS, D.; EISNER M. Constant Heat Flow Calorimeter. ICCF-
165
LENZ, M.; STRIEDL, G.; FRÖHLER,U. Thermal Resistance Theory and Practice.
Munique: Infineon Technologies AG, 2000. Disponível em:
http://www.infineon.com/dgdl/smdpack.PDF . Acesso em 24/03/2011
MANCINI, R. Non inverting Integrators. In:______. Op Amps for Everyone. Dallas: Texas
Instruments, 2002. p. A-34.
NETO, A. G. S.; ALMEIDA, L.A.L. de; LIMA, A.M.N.; DEEP, G.S., Recursive ARMA
Modelling for Thermoelectric Modules. IEEE Instrumentation and Measurement Technology
Conference. Vail: 2003. Disponível em:
http://ieeexplore.ieee.org/xpl/freeabs_all.jsp?arnumber=1207887 Acesso 24 março 2010.
NOLAS, G. S.; SHARP, J.; GOLDSMID, H. J. Thermoelectrics: basic principles and new
materials developments . Nova Iorque: Springer-Verlag, 2001.
REINTJES, J.F.; COATE, G.T. Automatic Frequency Control Circuits. In: ______.
Principles of RADAR. Nova Iorque: McGraw-Hill, 1952.
ROGERS, A. J. What is an optical Fiber?, The Fiber,. In: ______. Understanding Optical
Fiber Communications. Norwood: Artech House, 2001. P. 59-68, 140-145.
SELF, D. Thermal, dynamics of class B output stages. In: ______. Audio Power Amplifier
Design Handbook. Londres: Newnes (Butterworth-Heinemann), 1997. P. 231-272.
TECA CORP., INC. Thermoelectric Modules Datasheet - 2010 Lineup. Disponível em:
http://www.thermoelectric.com/2005/pr/tem/index.htm Acesso em 26/05/2010.
TERMAN, F. E.; PETIT, J. M. Mediciones Electronicas. 2a ed. Buenos Aires :Ed. Arbó.
1959.