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Nº horas atribuidas:___________ hs.

Visto do(a) Profº:_________________

CURSO: PSICOLOGIA
CAMPUS: RIBEIRÃO PRETO
FORMULÁRIO DE ACOMPANHAMENTO DE
ATIVIDADE COMPLEMENTAR

ALUNO: GRAZIELLA BIANCUZZI MORAES DE SOUZA


TURMA: PS3A18 RA: G517DG0 PERÍODO: MANHÃ

DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE: LEITURA DO LIVRO “A VANTAGEM HUMANA”


DATA: 20/01/2023

RELATÓRIO DE ATIVIDADE

LEITURA REALIZADA: ENTRE DEZEMBRO/2022 E JANEIRO/2023

FICHA TÉCNICA:

Título: “A Vantagem Humana – como nosso cérebro se tornou superpoderoso”

Autor: Suzana Herculano-Houzel – Neurocientista, formada em biologia, professora-associada nos


departamentos de psicologia e biologia da Universidade Vanderbilt. Principal campo de pesquisa:
neuroanatomia comparada.

HERCULANO-HOUZEL, Suzana. A Vantagem Humana: como nosso cérebro tornou-se superpoderoso. 1.


ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.

RESUMO:

Ao narrar aproximadamente dez anos de trabalho, desde a descoberta que possibilitou a contagem de
neurônios nos mais diversos encéfalos, até estudos e revisões comparativas, a autora apresenta sua
tese que explica “como nos tornamos notáveis sem nunca termos sido especiais”, ou seja, nossa
capacidade cognitiva não decorre de nenhum desenvolvimento extraordinário ou desvio evolucionário,
mas em “decorrência da prática exclusivamente humana de se cozinhar alimentos”.

PROTOCOLO DE ENTREGA DE RELATÓRIO DE ATIVIDADE


ALUNO:
TURMA: RA: PERÍODO:
DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE:

DATA ENTREGA: Recebido por:


PARECER DO ALUNO

O livro trata da descoberta, pela autora, de uma técnica para contagem de células encefálicas de tal
forma que seja possível se saber precisamente o número total de células não só do encéfalo como um
todo, como de cada uma das suas estruturas separadamente, bem como não apenas neurônios, mas
células não-neuronais também. A técnica, que ela apelidou de “sopa de cérebro”, mas que oficialmente
foi batizada de “fracionador isotrópico”, consiste em homogeneizar o tecido de tal forma que as
membranas celulares sejam dissolvidas mas os núcleos das células permaneçam intactos. Uma vez
contadas as células no total da amostra, a adição posterior de um anticorpo que se liga em uma
proteína neuronal, permite a contagem específica de células neuronais. Sua técnica foi revista,
comparada com a estereologia (única forma de contagem de células considerada segura até o início dos
anos 2000), e finalmente validada por pares.

Essa descoberta permitiu que fosse possível não apenas contar células dos cérebros de diferentes
espécies, como comparar os achados com as massas corporal e encefálica de cada uma delas e
confrontar os achados com informações de cada ramo evolutivo.

Desde o século passado a neurociência se pergunta o que, no nosso cérebro, faz da espécie humana
tão especial entre os demais animais e, até os estudos de Suzana Herculano-Houzel, a informação que
mais fazia sentido era a de que nosso encéfalo – comparado aos encéfalos de outros grandes primatas
– era grande demais para nossa massa corporal, explicando (seja pela massa, seja pela quantidade de
neurônios – até então apenas estimada) nossa capacidade cognitiva.

Conforme foi reproduzindo sua técnica com encéfalos das mais diversas espécies mamíferas e
realizando as comparações já descritas, a autora chega às seguintes conclusões: 1) “Ou mais cérebro,
ou mais corpo”: corpos maiores significam cérebros maiores e cérebros maiores significam neurônios
maiores: conforme um corpo aumenta em massa, seu cérebro também aumenta. Mas ao invés de
aumentar o número de células neuronais, o que ocorre é que os neurônios aumentam de tamanho
(assim como as células gliais); com UMA exceção: os primatas. Entre os mamíferos, os primatas são a
única espécie em que essa regra geral não se aplica, de maneira que conforme a massa encefálica de
um primata – qualquer primata – aumenta, aumenta também a quantidade (e não o tamanho) de
neurônios. Essa regra de proporcionalidade pode ser encontrada desde um sagui, passando pelo
chimpanzé e chegando aos humanos. Mas e os grandes primatas não-humanos, como gorilas e
orangotangos, onde a massa encefálica é menor, proporcionalmente, que sua massa corporal?

O último ancestral que humanos e outros primatas compartilharam viveu há cerca de 16 bilhões de
anos e estima-se que tinha porte mediano. A partir desse ponto, espécies que permaneceram
quadrúpedes (originando os grandes primatas não-humanos), talvez tenham se beneficiado de um
corpo grande no que se refere ao acesso à alimentação, mas isso significava passar cerca de 8 horas
diárias em forrageio e alimentação para sustentar um corpo de aproximadamente 100 quilos. O custo
energético para manter um encéfalo com a quantidade de neurônios proporcional a essa massa é
inviável. Então, qual seria a explicação para a existência de um encéfalo cujo tamanho exige um
consumo de calorias diário impossível de ser obtido com forrageio e alimentação natural?

Em 2009, Suzana Herculano-Houzel conhece a obra “Catchin Fire: How Cooking Made us Humans”, de
Richerd Wragham, e confirma sua teoria de que foi a culinária que libertou o Homo Sapiens das
restrições energéticas impostas pela dieta crua, fazendo com que os encéfalos de primatas, que
precisaram de 50 milhões de anos para ganhar cerca de 30 bilhões de neurônios, isto é, sair do
tamanho minúsculo do encontrado nos lêmures para o tamanho do encéfalo de um gorila, em apenas
1,5 milhão de anos triplicou de tamanho, adicionando quase 60 milhões de neurônios aos encéfalos do
nosso gênero. Dessa forma, a autora conclui, não é raciocinar, planejar, produzir linguagem ou cultura
que nos torna humanos, mas sim cozinhar o que comemos – “essa é a atividade exclusivamente
humana, que nos permitiu pular o muro energético que ainda tolhe a evolução de todas as demais
espécies e nos põe em um caminho evolutivo diferente de todos os outros animais.”

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